20
NOTAS SOBRE A ATUAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA EM CAMPO GRANDE-MS Vander Luiz Casemiro 1 [email protected] Edielson Bonin de Pádua 2 [email protected] Marcio Bogaz Trevizan 3 [email protected] RESUMO O presente trabalho tem como objetivo apontar aspectos históricos da atuação da Igreja Católica na cidade de Campo Grande, MS. O método de pesquisa utilizado foi a pesquisa bibliográfica e documental, com destaque para a abordagem teológica e social. Como suporte teórico recorremos as contribuições de Castilho (2008), Gardin (1997) e Marin (2011). Nossas pesquisas dão conta que a região eclesiástica da Igreja Católica na referida cidade, tem sua configuração jurídica constituída através da Arquidiocese de Campo Grande, que traz em sí características históricas e sociais que remontam ao Brasil império. Sua criação se deu em 15 de junho de 1957 pelo Papa Pio XII, mediante a bula Inter Gravissima, com o nome de Diocese de Campo Grande; à época, a referida circunscrição eclesiástica era formada por 15 municípios distribuídos em um território de 149.989 km. Como padroeiro da nova diocese, foi escolhido Nossa Senhora da Abadia, objetivando consolidar a devoção mariana na região sul do antigo Estado de Mato Grosso. A referida circunscrição eclesiástica foi elevada ao título de Arquidiocese no ano 1977 pelo Papa João Paulo II, dado que a cidade de Campo Grande passou a ser a capital do recém instalado Estado de Mato Grosso do Sul. Em seus cinquenta e seis anos de existência, a Arquidiocese de Campo Grande foi administrada por três Arcebispo e por dois Bispos Auxiliares. PALAVRAS-CHAVE: Cristianismo Católico, História, Religiosidade. _________________________ INTRODUÇÃO A proporção acadêmica se torna imprescindível quando a intenção parte para o campo histórico. Para elaborar uma pequena obra sobre o vasto conteúdo existente, quando o assunto é uma arquidiocese e sua constituição historiográfica, é sem dúvidas o maior desafio, diante de tantos obstáculos que surgem. 1 Licenciado em Filosofia (UCDB) e bacharel em Teologia (Cesumar). Pós-graduado em Psicopedagogia (UCDB) e em Educação em Direitos Humanos (UFMS). 2 Licenciado em Filosofia (UCDB) e bacharel em Teologia (Cesumar). Pós-graduado em Docência no Ensino Superior (UCDB). 3 Professor Mestre da Universidade Católica Dom Bosco. Possui graduação em Teologia pela Faculdade Dehonina; Graduação em Pedagogia - UNIGRAN; Graduação em Filosofia - UNISUL; Especialista em Teologia - UNIFAI SP; Especialista em Metodologia do Ensino Superior - UNIGRAN; Mestre em Educação pela UFGD; Doutorando em Filosofia na Universidad Católica Argentina (UCA).

NOTAS SOBRE A ATUAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA EM … · No período do Brasil colônia, a Igreja busca a valorização das visíveis expressões de fé. Conceito contínuo, que se estendeu

  • Upload
    lamtu

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

1

NOTAS SOBRE A ATUAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA EM CAMPO GRANDE-MS

Vander Luiz Casemiro1

[email protected]

Edielson Bonin de Pádua2

[email protected]

Marcio Bogaz Trevizan3

[email protected]

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo apontar aspectos históricos da atuação da Igreja Católica na

cidade de Campo Grande, MS. O método de pesquisa utilizado foi a pesquisa bibliográfica e

documental, com destaque para a abordagem teológica e social. Como suporte teórico recorremos as

contribuições de Castilho (2008), Gardin (1997) e Marin (2011). Nossas pesquisas dão conta que a

região eclesiástica da Igreja Católica na referida cidade, tem sua configuração jurídica constituída

através da Arquidiocese de Campo Grande, que traz em sí características históricas e sociais que

remontam ao Brasil império. Sua criação se deu em 15 de junho de 1957 pelo Papa Pio XII, mediante

a bula Inter Gravissima, com o nome de Diocese de Campo Grande; à época, a referida circunscrição

eclesiástica era formada por 15 municípios distribuídos em um território de 149.989 km. Como

padroeiro da nova diocese, foi escolhido Nossa Senhora da Abadia, objetivando consolidar a devoção

mariana na região sul do antigo Estado de Mato Grosso. A referida circunscrição eclesiástica foi

elevada ao título de Arquidiocese no ano 1977 pelo Papa João Paulo II, dado que a cidade de Campo

Grande passou a ser a capital do recém instalado Estado de Mato Grosso do Sul. Em seus cinquenta e

seis anos de existência, a Arquidiocese de Campo Grande foi administrada por três Arcebispo e por

dois Bispos Auxiliares.

PALAVRAS-CHAVE: Cristianismo Católico, História, Religiosidade.

_________________________

INTRODUÇÃO

A proporção acadêmica se torna imprescindível quando a intenção parte para o

campo histórico. Para elaborar uma pequena obra sobre o vasto conteúdo existente, quando o

assunto é uma arquidiocese e sua constituição historiográfica, é sem dúvidas o maior desafio,

diante de tantos obstáculos que surgem.

1 Licenciado em Filosofia (UCDB) e bacharel em Teologia (Cesumar). Pós-graduado em Psicopedagogia

(UCDB) e em Educação em Direitos Humanos (UFMS). 2 Licenciado em Filosofia (UCDB) e bacharel em Teologia (Cesumar). Pós-graduado em Docência no Ensino

Superior (UCDB). 3 Professor Mestre da Universidade Católica Dom Bosco. Possui graduação em Teologia pela Faculdade

Dehonina; Graduação em Pedagogia - UNIGRAN; Graduação em Filosofia - UNISUL; Especialista em Teologia

- UNIFAI SP; Especialista em Metodologia do Ensino Superior - UNIGRAN; Mestre em Educação pela UFGD;

Doutorando em Filosofia na Universidad Católica Argentina (UCA).

2

A intenção primeira está centrada em discorrer sobre o início de tudo, desde quando

foi pensado, até chegar ao que temos hoje, uma Arquidiocese estruturada, passível de estudos

e com um campo pastoral rico e frutuoso. Para tanto, o leitor perceberá que há uma linha

cronológica, permitindo estabelecer, com maior precisão os fatos marcantes relacionados à

Arquidiocese de Campo Grande.

No primeiro capítulo, é possível compreender como se constituiu o território

brasileiro, no âmbito religioso em união com o poder civil. No segundo capítulo, aborda-se a

situação do Brasil dividido sobre o poder de duas dioceses. Contudo, o terceiro capítulo é

dedicado ao objeto de estudo desta pesquisa: a Arquidiocese de Campo Grande.

1 A IGREJA CATÓLICA EM SEUS PRIMÓRDIOS BRASILEIROS

Impulsionado pelos atos benéficos de Constantino4 e de seus predecessores, que

influenciaram o período colonial, mesmo após mais de um milênio, perante um ato

constitucional em 1824, o catolicismo foi, novamente5, oficializada como religião do império

(BRASIL, 1824, Art. 5).

No período do Brasil colônia, a Igreja busca a valorização das visíveis expressões de

fé. Conceito contínuo, que se estendeu nos séculos sequentes. Proveniente desta ideia, o

âmbito organizacional da Igreja é dotado de características que dão mais visibilidade ao culto

exterior, destacando, através das diversas expressões, os atos públicos de fé: procissões,

romarias e outros.

Posteriormente, aquilo que era apenas uma valorização das visíveis expressões de fé

tornou-se um ato dominador, onde os cristãos apreciavam mais os símbolos externos que a

vivência interior da crença. Neste período todos os acontecimentos relacionados à vida e à

morte, como os nascimentos e velórios, e outras manifestações públicas, requeriam a presença

da Igreja, que se dava pelas cerimônias e ritos cristãos.

Com o advento de outras denominações religiosas, surge a preocupação e o desejo

por desagregar os atos de fé católicos dos atos de fé considerados em desacordo com a

4 Constantino (272 – 337) foi o primeiro imperador romano a professar o cristianismo. Constantino. Disponível

em: <http://zip.net/bdqRGD> Acesso em: 21 Nov. 2014. 5 A primeira oficialização deu-se após o fim do Império Romano. A partir deste contexto, a posição de religião

oficial do Estado, foi designada à Igreja (HOORNAERT, 1992, p. 155).

3

doutrina. Todos, independente da idade, sexo ou raça, sabiam que o catolicismo era a religião

oficial e a única aceita no império, que era regido por Dom Pedro I. Porém, centenas de anos

antes:

Por concessão da Santa Sé, os reis de Portugal gozavam do direito de

padroado6 sobre as colônias portuguesas. Deste modo os monarcas se

constituíram como verdadeiros chefes espirituais das novas terras, por

delegação do papa. Por essa razão, ao monarca português competia

implantar a fé cristã nas terras brasileiras (HOORNAERT, 1992, p. 156).

Impulsionado por forte devoção, D. João III7, rei de Portugal, escreve ao Papa Júlio

III: “Queria novamente criar em Sé Catedral a igreja que se chama Salvador na cidade,

outrossim, Salvador” (Vieira, 1678). Para a surpresa do rei, em 25 de fevereiro de 1551 pela

bula “Super Specula Militantis Ecclesiae”, o Sumo Pontífice cria o bispado do Brasil “[...]

onde o rei emerge como figura religiosa de delegado da Santa Sé para a evangelização das

novas terras” (HOORNAERT, 1992, p. 166).

Havia estipulado pelo governo eclesiástico português, em consonância com a Sé

Romana, o objetivo de criar um bispado em cada região descoberta. Para tal, fazia-se

necessário a instalação de paróquias, clero e povo, critérios mínimos para o desenvolvimento

das atividades religiosas.

O ato do Papa, em comunhão com o rei, efetiva o desmembramento do Brasil da

Diocese de Funchal8, localizada na costa sul da Ilha da Madeira, em Portugal. A província

eclesiástica do Brasil com sede em São Salvador da Bahia, abrangia todo território nacional,

desde o sul até o norte (atual divisão geográfica), compreendendo uma região de,

aproximadamente, 8.515.767,049 km2, governada por Dom Pedro Fernandes Sardinha,

primeiro Bispo da diocese de São Salvador da Bahia e do Brasil.

É fato que, enquanto vários territórios colonizados tem o bispado em ascensão, em

terras brasileiras o processo de criação de dioceses é paulatino e demorado. Uma justificativa

6 O padroado foi criado através de consecutivas bulas pontifícias, como resultado de uma longa negociação da

Santa Sé com Portugal e outros países. Onde os monarcas portugueses tinham o governo civil e o religioso,

sobre, as colônias e domínios (SANTOS, 2010). 7 D. João III de Portugal (Lisboa, 6 de Junho de 1502 — Lisboa, 11 de Junho de 1557) foi o décimo quinto Rei

de Portugal. D. João III. Disponível em: <http://zip.net/byqRWx> Acesso em: 20 Nov. 2014. 8 A Diocese do Funchal foi criada pela Bula "Pro Excellenti" de 12 de Junho de 1514, do Papa Leão X. A

Diocese compreendia as Ilhas deste Arquipélago e todos os territórios descobertos ou a descobrir pelos

portugueses, incluindo São Salvador da Bahía (ANUÁRIO CATÓLICO DE PORTUGAL, 1996, p.263).

4

para tal afirmação está inserida nos interesses do governo português, que propunha uma

acelerada exploração econômica da terra e um lento processo de povoamento.

Por mais de cem anos o bispado da Bahia compreendia todo território nacional.

Apenas após um século sem nomeação, é que surgem outras dioceses em terras brasileiras:

Pernambuco e Rio de Janeiro em 1676 e Maranhão em 1677. No século subsequente foi

criada a diocese do Pará em 1719 e as dioceses de Mariana e São Paulo em 1745

(HOORNAERT, 1992. p. 173). O Brasil permaneceu com apenas sete dioceses até a sua

independência9, em 7 de setembro de 1822.

É válido ressaltar, antes de fazer uma abordagem acerca do surgimento da diocese do

Rio de Janeiro e o seu desmembramento, que em 1565 foi fundada a cidade de São Sebastião

do Rio de Janeiro, localizada no sudeste do país, por Estácio de Sá10

. Assim como os demais

territórios nacionais, essa região permaneceu sobre a jurisdição canônica de Dom Pedro

Fernandes Sardinha, Bispo da diocese de São Salvador da Bahia e primaz do Brasil.

Até esse período não havia iniciado o processo de organização hierárquica da Igreja

no Brasil. “Pela bula ‘Ad Universas orbis Ecclesias’ do Papa Leão XII, de 27 de abril de

1892, foi reorganizada a hierarquia eclesiástica no Brasil [...]” (EVANGELISTA, 2014, p.

32).

Tendo em vista a instalação de colonos portugueses, que determinavam e garantiam a

tomada de posse da comarca, os índios Goitacases11

foram obrigados a se deslocarem para

outros regiões. Diante desse cenário, já era possível notar um crescimento adiantado das

estruturas planejadas pelos portugueses, que cultivavam cana-de-açúcar e se dedicavam a

construção de engenho de açúcar, criação de gado, pesca e comércio de escravos.

Com o aumento da população e a tomada de consciência da amplitude territorial das

terras brasileiras, em 1575, o Papa Gregório XIII assinou o breve12

“In Superemminenti

Militantis Ecclesiae” dando origem à prelazia de São Sebastião do Rio de Janeiro.

9 A Independência do Brasil é um dos fatos históricos mais importantes de nosso país, pois marca o fim do

domínio português e a conquista da autonomia política. Independência do Brasil. Disponível em:

<http://zip.net/bsqSgZ> Acesso em: 26 Fev. 2015 10

Estácio de Sá (1520?-20/2/1567) nasceu em Coimbra. Acredita-se que tenha vindo para o Brasil em 1557,

acompanhando o tio, Mem de Sá, terceiro governador-geral da colônia. Estácio de Sá. Disponível em:

<http://zip.net/bgqRjN> Acesso em: 25 Fev. 2015. 11

Grupo indígena que habitou os atuais estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, em meados do século XVII

(Silva, 1907, p.22). 12

Um breve apostólico ou breve pontifício é um tipo de documento circular assinado pelo Papa. Breve

pontifício. Disponível em: <http://zip.net/bcqSBB> Acesso em: 01 Mar. 2015.

5

“Desmembrada do Bispado da Bahia, o território da nova prelazia estendia-se desde a

Capitania de Porto-Seguro, até o Rio da Prata” (EVANGELISTA, 2014, p. 32).

Esse ato possibilitou um melhoramento diante da conjuntura eclesial daquele

período. Mesmo de maneira precária e bastante restrita, essa prelazia contribuiu para o

atendimento espiritual e o crescimento da Igreja no Brasil. A princípio não houve nomeação

episcopal, mas a instituição de um administrador: Padre Bartolomeu Simões Pereira, que

chegou ao Rio de Janeiro em 1578 (VIOTTI, 1990).

Territorialmente a prelazia do Rio de Janeiro dividiu ao meio as terras brasileiras,

permitindo observar a existência de duas grandes áreas, com partes ainda desconhecidas. A

primeira grande área, localizada na região norte do país, tem o governo da Igreja instalado em

São Salvador, a outra grande área é governada a partir do Rio de Janeiro.

Em 1676, tem início uma fase caracterizada pela tentativa de estruturação e

organização hierárquica da Igreja no Brasil. Esse ano se destaca por dois momentos relevantes

na história: a ereção da Diocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e elevação à Arquidiocese

de São Salvador da Bahia. Ambas no dia 16 de novembro, porém por bulas diferentes.

A prelazia de São Sebastião do Rio de Janeiro foi elevada à categoria de diocese pela

bula “Romani Pontificis pastoralis sollicitudo”, assinada pelo Papa Inocência XI. Todavia, a

Diocese de São Salvador da Bahia foi feita Arquidiocese e Sede Metropolitana pela bula

“Inter Pastoralis Officii Curas”, assinada pelo mesmo Romano Pontífice. Nessa ocasião

aconteceu a nomeação do primeiro bispo da nova Diocese: Dom frei Manoel Pereira, que não

foi empossado por questões de ordem pessoal. Anos depois, a cúria romana enviou para

assumir efetivamente a cátedra, Dom José de Barros Alarcão, que governou por 20 anos.

Ainda em 16 de novembro de 1676, junto com as bulas de criação da Diocese de São

Sebastião do Rio de Janeiro e da Arquidiocese de São Salvador, foi emitida a bula de ereção

da Diocese de Olinda “Ad Sacra Beati Petri Sedem”. Antes da emissão de tal bula, Olinda e

cidades adjacentes fora constituída prelazia no ano de 1614.

O fato deu-se quando Dom Pedro II, regente de Portugal, percebeu que a região

governada pela Diocese primaz do Brasil, necessitava ser dividida, devido o rápido

crescimento populacional. O primeiro bispo a governar a Diocese com sede na atual capital do

Pernambuco, foi Dom Estevão Brioso de Figueiredo.

6

2 A IGREJA EM MEADOS DO SÉCULO XVIII

Desmembradas da Diocese do Rio de Janeiro, em 6 de dezembro de 1745, pela Bula

“Candor Lucis Aeternae”, do Papa Bento XIV, foram criadas as prelazias de Goiás e Mato

Grosso, e os bispados de São Paulo e Mariana. A prelazia de Cuiabá, capital do Estado do

Mato Grosso, abrangia o que hoje são os Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e

Rondônia - cerca de 1.400.000 km2 (ALEXANDRE, 2009). Com, aproximadamente, três

séculos de vida colonial, o Brasil possuía sete bispados.

Devido à expansão territorial da Diocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e pela

grande distância entre o Mato Grosso e a Sé episcopal, foi justificada a criação da prelazia de

Cuiabá. Foi abordado, também, uma tentativa de aperfeiçoar a assistência religiosa ao povo,

em especial aos povos indígenas e um possível desbravamento de terras ainda desconhecidas.

A criação de uma paróquia denominada Senhor Bom Jesus de Cuiabá em 1720, pelo

terceiro bispo da Diocese do Rio de Janeiro, Dom Francisco de São Jeronymo, estabilizou

ainda mais o processo evolutivo dos âmbitos políticos, diplomáticos e jurídico do processo

“[...] de expansão dos domínios portugueses no extremo oeste da América Portuguesa.”

(PERARO, 2009, p. 53). Sua criação foi motivada por interesses geográficos dentro do

processo expansionista de Portugal, na tentativa de ampliar o cristianismo, atingindo

especialmente os povos indígenas, e, também, para dar maior assistência religiosa aos

cuiabanos.

Após trinta e seis anos de criação, a prelazia de Cuiabá teve como seu primeiro

governo eclesiástico, em 1782, Dom Frei José Nicolau de Azevedo Coutinho Gentil foi

designado pelo Papa Pio VI, porém não tomou posse por uma questão geográfica. Ainda

subordinada ao Rio de Janeiro, devido a vacância, à prelazia foi designado Padre José Luiz de

Castro Pereira, que foi ordenado bispo e assumiu a prelazia em 16 de agosto de 1808.

Após várias solicitações da Câmara de Cuiabá, em 29 de agosto do ano seguinte, o

Padre Frei Maria de Macerata foi nomeado como prelado e administrador da mesma. Ele foi

empossado em 27 de maio de 1824, teve sua nomeação confirmada pela Santa Sé em 28 de

agosto de 1824, porém, posteriormente, foi destituído pela Câmara e não foi feito bispo.

Pelo recenseamento de 1822, a prelazia de Cuiabá possuía em média sete mil

habitantes, mas apenas doze padres. O cenário local era negativo, se comparado a outras

7

prelazias, pois a quantidade de padres era insuficiente para assistir à população. Uma pesquisa

realizada na época, aponta um crescimento significativo do clero. Entre 1839 e 1876, vinte e

oito padres foram ordenados (COMETTI, 1996. p. 87, 97).

Neste período, o território nacional estava sob o governo de Dom Pedro I, que em

1824 outorga a Constituição Imperial, tornando-a, principal fonte do nascimento do

regalismo13

, dando autonomia ao Estado para sujeitar a Igreja ao governo.

Com efeito, o padroado14

se evidencia sob a jurisdição do Governo Imperial, que

tinha a faculdade de deliberar os atos da Santa Sé, antes de sua execução no perímetro

governamental, através do beneplácito15

. Ato, este, que criou, à posteriori, um latente conflito

entre a Igreja e o Estado.

Em 15 de julho de 1826, o Papa Leão XII assinou a Bula “Sollicita Catholici Gregis

Cura”, que extinguiu as prelazias de Cuiabá e Goiás, elevando-as à Dioceses. “A Bula Papal

foi aprovada pelo governo brasileiro em 1 de junho de 1827, e o Decreto de criação dos

bispados de Goiás e Mato Grosso foram publicados em 3 de novembro de 1827” (PERARO,

2009, p. 55). O prelado, Padre Frei José Maria de Macerata, foi apresentado pelo Imperador

Dom Pedro I para ser o 1º Bispo Diocesano de Cuiabá, mas sua indicação foi cassada pela

câmara nessa ocasião.

Para criação da Diocese de Cuiabá, a Santa Sé pediu mais investimentos financeiros

para manter a casa episcopal, cabidos e o seminário diocesano. Dom Pedro I afirmava que os

cabidos eram inúteis e a construção do seminário era incumbência do Romano Pontífice. Os

limites territoriais permaneciam os mesmos, que expandiam-se com a adesão das terras

conquistadas ao Paraguai e à Bolívia.

O primeiro Bispo Diocesano de Cuiabá, Dom José Antônio dos Reis, nomeado pelo

Papa Gregório XVI, foi empossado em 2 de julho de 1833, por procuração, e faleceu em 11

de outubro de 1876. Antes disso, em 18 de outubro de 1829, Plácido Mendes dos Santos

Carneiro foi nomeado Bispo para tal circunscrição eclesiástica, porém o mesmo recusou a

função declarando ter a idade avançada.

13

Doutrina que preconiza a defesa das prerrogativas do Estado em face das pretensões da Igreja (FERREIRA,

2001, p. 664). 14

Direito de protetor, adquirido por quem funda ou dota uma igreja. Direito de conferir benefícios eclesiásticos.

O território onde se exerce esse direito (FERREIRA, 2001, p. 564). 15

Aprovação de um ato ou de um pacto. Consentimento, licença (FERREIRA, 2001, p. 118).

8

Com a morte de Dom José, em 1876, Dom Carlos Luiz D’Amour, indicado pela

princesa Isabel à Santa Sé, foi nomeado o segundo Bispo de Cuiabá. Dom Carlos, conhecido

como reformador, assumiu o governo da Diocese em 2 de maio de 1878. Procurou estreitar os

laços com a Santa Sé e reverter a situação negativa entre da Igreja Católica e a sociedade.

Após uma forte crise que refletiu no bom andamento da diocese, onde as paróquias

estavam em precário estado de conservação e os padres não conseguiam se manter com as

irrisórias côngruas que recebiam, nas primeiras décadas do século XX, a Igreja em Mato

Grosso conquistou diversos avanços. Em meados de 1898, o Padre José Solari, visitou a vila

de Campo Grande. Composta por cerca de 90 famílias, o padre salesiano hospedou-se na casa

do senhor Bernardo Baís.

As melhorias deram-se tanto no crescimento populacional e na estrutura física,

quanto no aumento significativo do clero, com a chegada de Congregações estrangeiras,

incentivadas pela Santa Sé. Dom Carlos, visando o crescimento populacional que a estrada de

ferro Noroeste do Brasil16

traria ao sul de Mato Grosso, encaminhou à Santa Sé um pedido

para o desmembramento da Diocese de Cuiabá.

Sentindo-se cansado, devido à idade e por questões de cunho pastoral, Dom Carlos

fez um pedido ao Núncio Apostólico solicitando a nomeação de um bispo coadjutor. O Papa

Pio X, em 27 de março de 1905, nomeou o Padre Cirilo de Paula Freitas para tal função. Sua

ordenação episcopal deu-se em 7 de janeiro de 1906, porém instalou-se em Cuiabá apenas em

12 de agosto de 1906. A chegada de Dom Cirilo de Paula Freitas possibilitou ao Dom Carlos

realizar sua primeira, e provavelmente única, visita ad limina apostolorum17

, em Roma.

Após alguns anos, segundo Peraro (2009), a Bula “Novas Constituere”, do Papa Pio

X, firmada em 5 de abril de 1910, subtraiu a Sé Episcopal de Cuiabá do arcebispado de São

Sebastião do Rio de Janeiro, e a elevou à dignidade e honra de Sé Arquiepiscopal, tendo como

sufragâneas as Dioceses de Santa Cruz de Corumbá e São Luiz de Cáceres18

, ambas criadas

na mesma Bula papal. As novas dioceses tornaram-se sede nas duas paróquias mais distantes

de Cuiabá, porém eram as mais populosas e mais desenvolvidas financeiramente.

16

Foi [em um] cenário de expansão que começou a construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil –

EFNOB, ligando o litoral paulista, em Santos, com as fronteiras do Brasil com a Bolívia, em Corumbá,

atualmente no estado do Mato Grosso do Sul (IPHAN, Estrada de Ferro Noroeste do Brasil: integração entre a

cultura e o desenvolvimento). IPHAN. Disponível em: <http://zip.net/bgqRdr> Acesso em: 25 ago. 2014. 17

Visita obrigatória a cada cinco anos dos bispos diocesanos ao túmulo de São Pedro. Nessa ocasião é realizado

um encontro formal dos bispos com o Santo Padre. 18

Em 1910, foram criadas, também, as dioceses de Montes Claros, Pelotas, Uruguaiana, Santa Maria, Aracaju,

Pesqueira, Tefé, Rio Negro e Alto Solimões.

9

Corumbá e São Luiz de Cáceres, depois da capital, eram consideradas as cidades

mais importantes do Estado do Mato Grosso. Com o porto fluvial, Corumbá tornou-se um

grande empório comercial e um dos principais centros de comunicação do Estado. Possuía um

considerável centro mercantil, com várias casas de importação e exportação.

Devido essa realidade, a divisão eclesiástica não visou apenas o desenvolvimento

religioso, mas, também, a política de expansão territorial geradora de rendas. “Os motivos que

levaram à divisão foram o isolamento da Igreja no Mato Grosso, separada da Igreja brasileira,

a vastidão territorial sujeita à jurisdição da diocese e as condições geográficas adversas à

atividade pastoral” (MARIN, 2011, p. 34).

Com a ascensão da Diocese de Corumbá e a criação de novas paróquias, acreditava-

se que era possível a realização de um trabalho mais efetivo, onde o bispo fosse capaz de ter

uma relação mais próxima com o seu clero e, consequentemente, acompanhá-los perante as

situações positivas e negativas, oriundas daquele cenário.

O porto era a principal ligação entre a Província de Mato Grosso, o restante do Brasil

e o exterior. A diocese compreendia ao que, aproximadamente, corresponde hoje ao Estado do

Mato Grosso do Sul. Inicialmente, era formada por cinco paróquias: Santa Cruz (atual

Catedral Diocesana Nossa Senhora da Candelária, em Corumbá), São José (em Campo

Grande), Nossa Senhora do Carmo (em Miranda), Santa Rita (em Nioaque) e Santa Ana (em

Paranaíba).

A diocese de Santa Cruz de Corumbá, que abrangia 450.000 Km2 do estado, teve

Dom Carlos Luiz D’Amour, primeiro Arcebispo da Arquidiocese de Cuiabá, como primeiro

administrador apostólico. Mas, aos dois anos de criação, em 1912, Dom Cirilo de Paula

Freitas, bispo coadjutor da Arquidiocese de Cuiabá, foi nomeado para a diocese erigida no sul

do Mato Grosso, tornando-se o primeiro Bispo da Diocese de Corumbá. Porém, após alguns

anos, renunciou ao governo da diocese.

Ao assumir o governo da nova diocese, Dom Cirilo passou a gestar um fundo

financeiro provindo de uma comissão formada por Dom Carlos. O prelado investiu essa

finança na compra de cavalos e outras coisas próprias para as organização e realização das

visitar pastorais. Marin (2011, p. 79) nos aponta uma estatística: “A diocese estava dividida

em cinco paróquias. Em 7 de abril de 1912, D. Cirilo erigiu as paróquias de Nossa Senhora da

Conceição, em Aquidauana e Santo Antônio, em Campo Grande [...]”.

10

Em outubro desse mesmo ano, o Cônego José Joaquim de Miranda foi enviado por

Dom Cirilo para ser o primeiro pároco de Campo Grande. Devido a falta de padres, o cônego

José atendia as paróquias de Aquidauana e Coxim em eventuais visitas. Em uma de suas

visitas pastorais, Dom Cirilo contraiu uma doença que afetou sua audição. Isso o levou a

solicitar a renúncia do governo diocesano, em 8 de fevereiro de 1918.

No primeiro semestre de 1914, o Padre Francisco de Aquino Corrêa, posteriormente

sagrado bispo, foi nomeado auxiliar da Arquidiocese de Cuiabá. Padre Francisco foi o

primeiro brasileiro ordenado sacerdote pela Pia Sociedade de São Francisco de Sales, os

Salesianos, e, dentre os nascidos no Estado do Mato Grosso, foi o primeiro a receber a

ordenação episcopal.

Com apenas vinte e nove anos, Dom Aquino, considerado o Bispo mais jovem do

mundo, foi ordenado em 1º de janeiro de 1914. Com a renuncia de Dom Cirilo, Dom Aquino

foi nomeado, em 1917, administrador apostólico da diocese de Corumbá. Porém, com o

falecimento de Dom Carlos em 9 de julho de 1921, Dom Aquino assumiu o arcebispado de

Cuiabá em 16 de abril de 1922.

Enquanto era administrador apostólico, Dom Aquino foi eleito Presidente do estado

do Mato Grosso para o era de 1918 à 1922. Contraia a essa ação, a Santa Sé o exonerou, em

1918, da administração apostólica da diocese de Corumbá e da função de auxiliar de Dom

Carlos, em Cuiabá. Com poucos anos de existência, a diocese do sul do Mato Grosso estava

vacante.

A Santa Sé nomeou, em 15 de fevereiro de 1918, Padre Helvécio Gomes de Oliveira,

posteriormente ordenado bispo, para o governo da diocese de Corumbá. Dom Helvécio não

tomou posse da cátedra por um desentendimento, acontecido várias décadas antes, com Dom

Carlos que procurou a Nunciatura Apostólica e o Papa, exigindo a transferência do nomeado.

Nesse período Campo Grande, cidade pertencente à Diocese de Corumbá, como

imaginado por Dom Carlos Luiz D’Amour, teve seu desenvolvimento comercial dilatado,

tornando-se, junto de sua sede eclesiástica, um polo financeiro. A inauguração dos trilhos da

ferrovia Noroeste do Brasil, em 1914, contribuiu para tal crescimento e, consequentemente,

maior viabilidade de pessoas e coisas, aumentando a população e o comércio.

Para suprir a vacância da Diocese de Corumbá, a Santa Sé nomeou Dom José

Maurício da Rocha, que assumiu o governo eclesiástico local em 12 de outubro 1919, quando

a diocese completava nove anos de existência. Ao se surpreender com o cenário local, como

11

afirma Dom José e uma carta pastoral (1927, p. 7): “mais primitivo que imaginar se possa [...]

sem clero, sem vida espiritual, e sem recurso algum de ordem material”, define algumas metas

com a finalidade de cristianizar e sensibilizar a população.

Dom José procurou em primeiro ato, como aponta o livro tombo da Freguesia de

Aquidauana (1919-1933, p. 5), “[...] consagrar a diocese ao Sagrado Coração de Jesus e ao

Imaculado Coração de Maria”. Preocupou-se com a decadente situação das paróquias e a falta

de padres. Quando criou as paróquias (1924) de Ponta Porã, Porto Murtinho e Bela Vista, não

havia padre para assisti-las. O clero permanecia com o mesmo número desde sua posse.

Apenas dois padres, um em Corumbá e outro em Campo Grande.

O que previa para Campo Grande, o terceiro Bispo de Corumbá, Dom José Maurício

da Rocha, era um futuro brilhante. Dom José, durante seu episcopado solicitou à Nunciatura

Apostólica a fusão das dioceses de Cáceres e Corumbá, alegando muitas dificuldades

materiais e espirituais. Corumbá possuía um restrito número de paróquias e fiéis,

impossibilitando a criação de um patrimônio diocesano.

Como afirma Marin (2011, p. 65), “Diante desse cenário, o projeto de fusão das duas

dioceses, proposto por D. José Maurício, [...] foi aceito e analisado pela Nunciatura

Apostólica”. Dom Luiz Marie Galibert, bispo de São Luis de Cáceres, lutou contra tal projeto.

Portanto, como aponta Marin (2011, p. 65) “a Nunciatura apresentou uma proposta em que

seriam mantidos os dois bispados [...]. Posteriormente, o projeto de fusão das duas dioceses

foi abandonado”.

Mas diante das poucas entradas oriundas de dízimos, dos pagamentos irrisórios de

taxas sacramentarias e com a escassez do clero, era considerado impossível manter o bispado,

as obras e serviços eclesiásticos. Dom José renunciou ao seu governo episcopal em 1923 e

sugeriu ao Núncio Apostólico a transferência da sede da diocese de Corumbá para Campo

Grande.

Campo Grande apresentava-se bem localizada, centralizada, recebia, com o passar do

tempo, vários outros migrantes e imigrantes. Tornou-se sede do Comando Militar do Estado

de Mato Grosso, com uma guarnição militar com cerca de dois mil homens. Outros recursos

foram implantados em Campo Grande: a linha telegráfica (BRASIL, 1933, Art. 2. 12) e a

estrada de rodagem (BRASIL, 1967, p. 33. Seção 1) que interligava Ponta Porã e Campo

Grande.

12

Em meados de 1924, foi comprada uma casa na região de Campo Grande. O lugar

serviria como palácio episcopal e hospedaria para os padres e missionários que estivessem em

trânsito naquela área. A diocese de Corumbá, já havia adquirido mais três terrenos em Campo

Grande, um quarteirão de terra e uma casa de tijolos em Três Lagoas e algumas contas

bancárias, segundo Marin (2011, p. 90). Teve início a publicação do jornal “Eco Diocesano”

como órgão oficial do bispado, em maio de 1927. O jornal contribuía para a difusão da fé, da

moral e dos bons costumes.

Transferido da diocese de Uberaba, Dom Antônio de Almeida Lustosa foi nomeado o

quarto bispo de Corumbá. Assumiu o governo da diocese em 28 de abril de 1929, sob a

crença que a Santa Sé tinha em seu potencial empreendedor para modificar o quadro religioso

e financeiro da circunscrição eclesiástica. Como Dom Lustosa (preferia ser assim chamado)

mesmo afirmou (1929, p. 4), sua posse transformou-se em uma solenidade de congraçamento,

cordialidade e mútua compreensão com os fieis, as autoridades municipais e estaduais, civis e

militares.

Tamanha eram as apostas no desenvolvimento de Campo Grande, que Dom Antônio

de Almeida Lustosa, quarto bispo eleito para a diocese de Corumbá e terceiro a ser

empossado, comprou vários outros terrenos e casas na região, com esperança de obter rendas

para a diocese, através de aluguéis. “A gestão de D. Antônio foi marcada pela tentativa de

organizar a diocese, principalmente nos aspectos de constituição do patrimônio e da

regeneração religiosa” (MARIN, 2011, p.100).

Ao longo de sua gestão, Dom Lustosa dedicou-se a organização administrativa e

espiritual. Procurou uniformizar os registros de sacramentos nas paróquias, estimulou os pais

a catequizar os filhos, criou grupos e irmandades, como o Apostolado da Oração e outros.

Porém, mesmo com dezenove anos de existência e grande necessidade de padres, a diocese

não procurava estimular as vocações, nem a criação de um seminário.

“A estrutura interna da diocese cresceu com a criação da paróquia de Maracajú. A

diocese tinha 12 paróquias, das quais seis continuavam vacantes e estavam anexadas a outras

paróquias” (MARIN, 2011, p. 108). Diante da mesma necessidade de outrora, Dom Antônio

convidou diversas Congregações Religiosas para trabalhar na diocese. Fez solicitações aos

superiores de Congregações da Europa e dos Estados Unidos e, até mesmo, à Santa Sé.

Após a aceitação e a instalação de alguns padres da Congregação do Santíssimo

Redentor (redentoristas), os padres salesianos conseguiram desenvolver um trabalho mais

13

afinco em seus territórios paroquiais. Por decreto, em novembro de 1930, Dom Lustosa fez

uma divisão na diocese. Passou a existir a “Comarca eclesiástica do Bem-aventurado Dom

Bosco” e a “Comarca eclesiástica de Santo Afonso”. A primeira comarca foi confiada ao

trabalho pastoral dos salesianos, já a segunda, aos redentoristas.

Ao longo de seu governo, Dom Antônio de Almeida Lustosa percorreu quase toda

diocese. Fez visitas pastorais nas paróquias que julgava ser de maior relevância e naquelas

que nunca havia recebido a visita de um bispo. Em 01 de novembro de 1931, Dom Lustosa foi

transferido, pela Santa Sé, para a Arquidiocese do Pará, tornando-se Arcebispo. Atualmente,

existe um processo aberto junto à Congregação para a Causa dos Santos, em Roma, para a sua

beatificação.

Novamente sob vacância, a diocese de Corumbá permaneceu por quase dois anos

esperando um novo bispo para dar continuidade aos trabalhos pastorais e administrativos. Em

outubro de 1933, a Santa Sé designou ao governo eclesiástico da diocese, Dom Vicente

Bartholomeu Maria Priante. O bispo assumiu sua função na segunda quinzena do mesmo mês.

Dom Priante teve várias surpresas no início do seu bispado. Ficou admirado com a

falta de catequistas e pessoas dispostas a auxiliar no serviço ao altar, como sacristãos e

coroinhas, como relata em uma de suas cartas (1933, p. 8-9). Porém, notou uma boa

organização no âmbito administrativo e patrimonial. Neste período a diocese já era detentora

de vários imóveis, sendo a maioria em Campo Grande.

Grandes avanços tecnológicos chegavam à região. Porém, como afirma Dom Priante

em uma de suas carta circulares (1941, p.3), mesmos com os meios de transportes – sejam

eles automóveis ou cavalos – ainda existiam muitos obstáculos para que a população tivesse

constante acesso aos sacramentos. Uma dessas barreiras era a distância entre as Igrejas.

Com seu trabalho, o bispo incentivava o ardor missionário dos padres e conduzia

uma crescente corrente de cristianização, através do ensino da doutrina católica, nos colégios

e catequeses, e da assistência religiosa. E tais ações era reconhecida pelos fieis, como relata o

Monsenhor Rudolfo Maria Wohlrab (1945) ao dizer que o zelo dos sacerdotes e o serviço

apostólico dos leigos eram, muito caros ao bispo.

Dom Vicente Priante percorreu quase todo território da diocese, iniciou uma forte

propaganda vocacional e fundou a Congregação das Irmãs de Jesus Adolescente, em 1938.

Diante de tantas motivações, surgiu o desejo de construir um seminário diocesano, com a

expectativa de prover a necessidade de clérigos para a diocese de Corumbá. Mas com o

14

avanço da idade e a debilidade física, o bispo diminuiu sua rotina no apostolado, como afirma

Chaves (1954, p. 17-18).

Com o desejo de ter um clero formado, em sua maior parte, por diocesanos

brasileiros, em 1936 ouve-se do bispo o anúncio da abertura de um seminário. Passados dois

anos, o Seminário Menor Santa Teresinha do Menino Jesus iniciou seu funcionamento com

finanças oriundas de benfeitores da própria comunidade.

Somente após 43 anos de criação é que a diocese de Corumbá foi atender a uma das

exigências da Santa Sé, a instalação de um seminário. O longo adiamento deu-se pela falta de

soluções financeiras e jovens vocacionados. Porém, o funcionamento do seminário durou

apenas dois anos. Seu fechamento deu-se pela má infra estrutura.

Em meados de 1944, com o desejo de atender melhor e mais eficazmente os padres e

os fieis, Dom Priante instalou, em Campo Grande, uma subsede da cúria diocesana. Ao longo

de seu governo, houve um aumento significativo nas entradas, porém, ainda, insuficientes

para manter toda diocese. Houve um grande salto no número de jovens desejosos por

ingressar no seminário e em congregações religiosas, masculinas e femininas. Além da

construção de igrejas, casas paroquiais e do crescimento do número de católicos.

Sob a justificativa da vastidão territorial, Dom Vicente se deslocou de Corumbá à

Nunciatura Apostólica, no Rio de Janeiro, para tratar sobre a possibilidade de dividir a área da

diocese. Durante a viagem, em São Paulo, Dom Priante faleceu no dia 4 de dezembro de

1944. Com o seminário já fechado, porém anexo à cúria e ao palácio episcopal, todo prédio

foi vendido por valores desconhecidos.

Por mais de três anos, ao longa da vacância, a diocese foi administrada pelo

monsenhor Rudolf Maria Wohlrab. Quando em 29 de fevereiro de 1948, Dom Orlando

Chaves foi eleito como novo bispo para a diocese de Corumbá. Sua emposse aconteceu em 26

de junho de 1948 e, ao longo de seu governo, conseguiu vislumbrar um brusco movimento de

transformação. De 1948 a 1956, o número de municípios no sul do Mato Grosso aumentou

em, aproximadamente, 150%, passando de 14 para 34. “No mesmo período, as paróquias

aumentaram de 18 para 34, o clero de 60 para 93 e 141 capelas filiais. [...] A população

cresceu aproximadamente de 300.000 para 500.000 habitantes” (MARIN, 2011, p. 71).

O prelado demonstrava a mesma preocupação que seu antecessor, constituir um clero

com sua maioria brasileiros diocesanos e procurar transformar a realidade religiosa da

diocese. Sua principal meta era a construção e estruturação definitiva de um seminário

15

diocesano. A concretização de seu objetivo, teve início após três meses de sua tomada de

posse, quando fez a aquisição de uma chácara em Campo Grande para a construção do

seminário.

Passados nove meses, após a sua chegada em Corumbá, Dom Orlando inaugurou o

seminário Coração Eucarístico em 14 de março de 1949, que a princípio foi dirigido pelos

padres salesianos. A chácara onde o seminário foi construído, localizava-se à três quilômetros

de Campo Grande e era o único do estado do Mato Grosso.

O projeto inicial do seminário era destinado a acolher cerca de 300 seminaristas.

Com a ajuda do governo do Estado e de diversos benfeitores, entre 1948 e 1952, dois

pavilhões foram construídos com capacidade para 150 pessoas. As principais motivações para

a instalação do seminário em Campo Grande, foram, além do crescimento demográfico e

econômico da cidade, a centralidade da região dentro da diocese de Corumbá e a proximidade

com colônias agrícolas, de onde poderiam surgir muitas vocações provenientes de famílias de

boa índole, segundo Marin (2011, p. 122).

Durante sua gestão, Dom Orlando testemunhou uma contínua evolução da diocese.

Além do crescimento populacional, houve um aumento significativo do clero, de paróquias e

de municípios, impossibilitando o mesmo acompanhamento dado pelo bispo, no início de seu

governo. Diante desse cenário, Dom Orlando enviou a solicitação à Santa Sé, de um bispo

auxiliar. O Padre Ladislau Paz foi eleito para tal função, onde permaneceu de novembro de

1957 à julho de 1978.

Dom Orlando Chaves projetava uma divisão territorial, por questões pastorais.

Durante suas viagens pastorais, onde fazia as desobrigas, alegou a incapacidade, mesmo com

a ajuda de um bispo auxiliar, de administrar tamanha diocese.

O pedido oficial para a possível divisão geográfica do território eclesiástico de

Corumbá, foi realizado no ano de 1954. De acordo com Marin (2011, p. 71) “As justificativas

para o desmembramento foram os desenvolvimentos: econômico, populacional, institucional

da diocese, a questão territorial e a impossibilidade de atendimento de todas as necessidades

da diocese”.

O projeto enviado à Nunciatura Apostólica pedindo a criação da diocese de Campo

Grande, afirmava que a futura diocese “[...] seria mantida com as rendas paroquiais,

emolumentos pagos à Cúria e subvenções governamentais e da Santa Sé” (MARIN, 2011, p.

16

72). No mesmo período do envio do projeto e do pedido oficializado, Dom Orlando realizou o

lançamento da pedra fundamental da catedral da prevista diocese.

A região sul do Mato Grosso, atual Estado do Mato Grosso do Sul, continuou, até

meados de 1957, com apenas uma diocese. Porém, após três anos de tramitação, entre a

Nunciatura Apostólica do Brasil e a Santa Sé, do projeto apresentado pelo bispado de

Corumbá, em 15 de junho de 1957, o Papa Pio XII, criou as dioceses de Campo Grande e

Dourados, cidade do sul do estado, pela Bula “Inter Gravissima”19

.

3 DESENVOLVIMENTO DO BISPADO DE CAMPO GRANDE

Em 15 de junho de 1957, o Papa Pio XII, criou a diocese de Campo Grande e, na

mesma bula, a diocese de Dourados, cidade do sul do estado, pela Bula “Inter Gravissima”20

.

À diocese de Campo Grande, pertenciam 15 municípios distribuídos em um território de

149.989 km2. Neste período, o Seminário Diocesano do Coração Eucarístico, inaugurado em

1949, na região de Campo Grande, acolhia 108 seminaristas, pertencentes a diocese de

Corumbá, que outrora abrangera todo sul do Mato Grosso.

Com a criação da diocese de Campo Grande, Dom Ladislau Paz, que neste período

era bispo auxiliar de Corumbá, porém, tornou-se titular em 1958, foi eleito vigário capitular e

administrador das dioceses de Campo Grande e Dourados. No dia 24 de maio de 1958,

véspera da solenidade litúrgica de Pentecostes, deu-se a ereção canônica da diocese de Campo

Grande e tomada de posse do seu primeiro bispo, Dom Antônio Barbosa (CASTILHO, 2008,

p. 63). Porém, antes do seu surgimento, já existia uma vila que crescia em população,

costumes e religião.

A cidade de Campo Grande, cujo nome de fundação é Vila de Santo Antônio de

Campo Grande, dado em 1872 por José Antônio Pereira, seu fundador, foi batizada sob a

proteção de Santo Antônio, onomástico e santo de devoção do fundador. Essa devoção foi

concretizada com a construção da primeira igreja no vilarejo, e permanece até hoje. É válido

19

Encontra-se no arquivo da Arquidiocese de Campo Grande, a cópia da Bula Papal – Acta Apostolicae Sedis –

Commentarium Officiale – Vol. XXV – nº 2, contendo quatro páginas. Pela mesma Bula foi criada a diocese de

Dourados, cujo Bispo nomeado foi o salesiano Dom José de Aquino Pereira. 20

Encontra-se no arquivo da Arquidiocese de Campo Grande, a cópia da Bula Papal – Acta Apostolicae Sedis –

Commentarium Officiale – Vol. XXV – nº 2, contendo quatro páginas. Pela mesma Bula foi criada a diocese de

Dourados, cujo Bispo nomeado foi o salesiano Dom José de Aquino Pereira.

17

lembrar que Santo Antônio, o padroeiro da Arquidiocese de Campo Grande, teve seu nome

reverenciado na atual avenida Calógeras, que perpassa o centro da cidade.

Saindo de Cuiabá, em 1886, Dom Carlos D’Amour percorreu, por meios terrestres e

aquáticos, 5 meses e vinte e um dias, até chegar na Vila de Santo Antônio de Campo Grande,

para sua primeira visita pastoral na região. Dom Carlos hospedou-se na residência de José

Antonio Pereira, fundador da Vila.

Em 15 de junho de 1957, o Papa Pio XII, criou as dioceses de Campo Grande e

Dourados, cidade do sul do estado, pela Bula “Inter Gravissima”21

. À diocese de Campo

Grande, pertenciam 15 municípios distribuídos em um território de 149.989 km2. Neste

período, o Seminário Diocesano do Coração Eucarístico, inaugurado em 1949, na região de

Campo Grande, acolhia 108 seminaristas, pertencentes a diocese de Corumbá, que outrora

abrangera todo sul do Mato Grosso.

Com a criação da diocese de Campo Grande, Dom Ladislau Paz, que neste período

era bispo auxiliar de Corumbá, porém, tornou-se titular em 1958, foi eleito vigário capitular e

administrador das dioceses de Campo Grande e Dourados. No dia 24 de maio de 1958,

véspera da solenidade litúrgica de Pentecostes, deu-se a ereção canônica da Diocese e tomada

de posse do seu primeiro bispo, Dom Antônio Barbosa (CASTILHO, 2008, p. 63).

Os primeiros padres diocesanos ordenados na diocese de Campo Grande, em 15 de

janeiro de 1966, foram os irmãos Padres Fabiano Villela de Figueiredo e Ubajara Paz de

Figueiredo. Já em 1977 teve início as atividades do Seminário Maior Regional Maria Mãe da

Igreja e Instalação do curso de Teologia (DIAS, 2009).

Tendo em vista a divisão do estado, em 11 de outubro 1977, no dia 27 de novembro

de 1978, o Papa João Paulo II, pela Bula “Offici Nostri”, eleva a Igreja particular de Campo

Grande, à Arquidiocese e Sé Metropolitana. O primeiro metropolita, foi Dom Antônio

Barbosa, que já estava no governo a 20 anos. Porém, em 12 de dezembro de 1986, o Santo

Padre aceita o pedido de renúncia de Dom Antônio, ao governo da Arquidiocese.

Com a renúncia de Dom Antônio Barbosa, Dom Vitório Pavanello, 9º Bispo de

Corumbá, que fora nomeado Bispo Coadjutor de Campo Grande em 1984, assume o governo

da Arquidiocese, posteriormente a renúncia. Dom Vitório Pavanello, 2º Arcebispo

21

Encontra-se no arquivo da Arquidiocese de Campo Grande, a cópia da Bula Papal – Acta Apostolicae Sedis –

Commentarium Officiale – Vol. XXV – nº 2, contendo quatro páginas. Pela mesma Bula foi criada a diocese de

Dourados, cujo Bispo nomeado foi o salesiano Dom José de Aquino Pereira.

18

Metropolitano da Arquidiocese de Campo Grande, permaneceu no governo até 2011, quando

renunciou por motivo de idade. No governo de Dom Vitório, a Arquidiocese de Campo

Grande recebe pela primeira vez a visita do Papa João Paulo II.

Eleito Bispo auxiliar da Arquidiocese de Campo Grande, pelo Papa João Paulo II,

Dom Eduardo Pinheiro da Silva, foi empossado no dia 10 de junho de 2005. Em 2008, uma

grande missa marcou o jubileu de ouro da Arquidiocese de Campo Grande, com a presença de

inúmeros padres, alguns bispos e centenas de fieis.

No dia 4 de maio de 2011, Dom Dimas Lara Barbosa foi elevado a dignidade de

Arcebispo, pelo Papa Bento XVI, para a Arquidiocese de Campo Grande. Em sua posse, Dom

Dimas foi ovacionado por uma multidão que se despedia de Dom Vitório, com atos de

gratidão, e recebia o Novo Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Campo Grande. Em

2015, Dom Eduardo foi transferido para a Diocese de Jaboticabal – SP. Seu sucessor é Dom

Mariano Daneck, atual Bispo auxiliar da Arquidiocese de Campo Grande.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ter contato com arquivos antigos, que nos fizeram lembrar de épocas passadas,

quando ainda nem pensávamos em existir foi salutar. Debruçar sobre os livros, nos trouxe

novos horizontes e novas perspectivas. Agora, conhecemos bem os desbravadores, quem aqui

primeiro chegaram e investiram no trabalho de evangelização.

Dentre as várias características de cada Bispo e pastor, o que sobressai é, sem

dúvidas, o ardor missionário de cada um, o caráter diligente em estar sempre em contato com

o povo de Deus, ensinando e mostrando o reto caminho, bem como seu processo de agir. Esse

fato está presente, incisivamente, em todos os relatos pesquisados deixando-nos esperançosos

de uma Arquidiocese sempre mais frutuosa e missionária.

Contudo, esta pesquisa proporcionou uma dilatação do campo de visão acerca da

história da Arquidiocese de Campo Grande, desde os tempos mais remotos até os dias de

hoje. É válido saber, o quão importante é a Igreja para a progresso da sociedade civil e

organizada e para os respaldos dos Direitos Humanos à sombra da defesa permanente da vida.

REFERÊNCIAS

19

BRASIL. Carta de Lei de 25 de março de 1824. Constituição Política do Império do Brasil,

elaborada por um Conselho de Estado e outorgada pelo Imperador D. Pedro I, em 25.03.1824.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicao24.htm>

Acesso em: 01 Set. 2014.

_______. Decreto n. 22.473, de 17 de fevereiro de 1933. Dispõe sobre a concessão à

Companhia Rede Sul Mato Grosso o privilegio para construção, uso e gozo de uma rede

ferroviária no Estado. Disponível em: < http://legis.senado.gov.br/

legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=17278> Acesso em: 25 Ago. 2014.

_______. Diário Oficial da União, de 23 de janeiro de 1967. Dispõe sobre o artigo 29 do

Decreto n. 47.433, de 15 de dezembro de 1959, combinado com e Decreto n. 9.807, de 30 de

março de 1962. Disponível em: < http://www.jusbrasil.com.br/diarios/ 2697323/pg-33-secao-

1-diario-oficial-da-uniao-dou-de-23-01-1967> Acesso em: 25 Ago. 2014.

Breve Pontifício. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Breve_apost%C3%B3lico>

Acesso em: 01 Mar. 2015.

BUENO, Francisco da Silveira. Dicionário escolar de língua portuguesa. 11. ed. Rio de

Janeiro: Ministério da Educação – Fundação de Assistência ao Estudante, 1986.

CASTILHO, Maria Augusta de (Org.). O cinquentenário do bispado em Campo Grande –

MS. Campo Grande: UCDB, 2008.

CHAVES, O. Bodas de prata de ordenação sacerdotal do Revmo. Snr. Padre Amado Decleene

– chanceler do bispado. ECO DIOCESANO, Corumbá, p. 17-18, jan./fev. 1954.

_______. Relatório Quinquenal da diocese de Corumbá para a Sagrada Congregação

Consistorial. Corumbá, 29 jun. 1955.

COMETTI, P. A história eclesiástica de Mato Grosso – Apontamentos da Paróquia e

Prelazia. v. 1. Cuiabá: s/e, 1996.

Constantino. Disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Constantino#Religi.C3.A3o> Acesso em: 21 Nov. 2014.

Estácio de Sá. Disponível em:

<http://www.sohistoria.com.br/biografias/estacio/> Acesso em: 25 Fev. 2015.

EVANGELISTA, Hélio de Araújo. Aspectos Históricos da Geografia Brasileira. 1.ed. Rio

de Janeiro: Letra Capital, 2014.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio século XXI escolar: O

minidicionário da língua portuguesa. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

HOORNAERT, Eduardo et al. História da Igreja No Brasil: História Geral da Igreja na

América Latina. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1992. (Tomo II/1).

20

Independência do Brasil. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/independencia/>

Acesso em 26 Fev. 2015.

IPHAN, Estrada de Ferro Noroeste do Brasil: integração entre a cultura e o

desenvolvimento. IPHAN. Disponível em: < http://portal.iphan.gov.br/portal/baixa

FcdAnexo.do?id=1285> Acesso em: 25 Ago. 2014.

Livro Tombo da Freguesia de Aquidauana (1919-1933). (APA).

MARIN, Jérri Roberto. A Igreja Católica e o Centenário da Diocese De Corumbá:

História e Imagens. 1. ed. Campo Grande: UCDB, 2011.

PERARO, Maria Adenir (Org.). Igreja Católica e os cem anos da Arquidiocese de Cuiabá

(1910 – 2010). 1. ed. Cuiabá: EdUFMT, 2009.

POLETTO, Lizandro. PASTOREIO DE ALMAS EM TERRAS BRAZILIS: A IGREJA

CATÓLICA NO “PARANÁ” ATÉ A CRIAÇÃO DA DIOCESE DE CURITIBA (XVII-

XIX). 2010. 136 f. Dissertação (Mestrado em História) - Setor de Ciências Humanas, Letras e

Artes, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

RUBERT, Arlindo. A Igreja no Brasil: Origem e desenvolvimento – Séc. XVI. Santa Maria:

Pallotti, 1981. vol.1.

SANTOS, Patricia Ferreira dos. Poder e Palavra: discursos, contendas e direito de padroado

em Mariana (1748-1764). São Paulo: Hucitec, 2010.

SILVA, José Carneiro da. Nova edição da Memoria Topographica e Historica sobre os

Campos dos Goytacazes – Com uma noticia breve de suas produções e commercio. Rio de

Janeiro: Typographia Leuzinger, 1907.

SILVA, Jovam Vilela de. A divisão do Estado de Mato Grosso: uma visão histórica. 1. ed.

Cuiabá: EdUFMT, 1996.

SILVEIRA, Mauro César. Adesão fatal - A participação portuguesa na Guerra do

Paraguai. 1. ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.

TURAZZI, Maria Inez. Um Porto para o Rio: imagens e memórias de um álbum centenário.

1. ed. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2012.

VIEIRA, Antonio. Informações sobre as coisas do Maranhão. Lisboa, 31 de julho de 1678.

WOHLRAB, Rudolfo Maria. Ao povo católico da diocese de Corumbá. 1945. (Arquivo

impresso localizado na Cúria da Diocese de Corumbá)