1
NOTÍCIA - 11 de maio de 2016 HISTÓRIA PEDRO LIVORATTI C riar uma identidade fortalecendo o programa Rota do Café de Londrina, que reúne produtores, empre- sários, instituições e organizações em um roteiro turís- tico, onde se pode vivenciar um cenário de parte da história do Norte do Paraná. Este foi o desafio do projeto de pesquisa “Gestão Estratégica de Design na Rota do Café”, iniciado há cerca de dois anos, por professores e estudantes de graduação e pós-graduação do Departa- mento de Design (CECA). Em 24 meses de atividades, os pesquisadores se aprofundaram na história de Londrina, que se projetou nacionalmente como um dos maiores polos produtores de café. Foi por meio desta cultura que a cidade atingiu desenvolvimento recorde nos anos 50 e 60 e que após a grande geada de 1975, teve de se reinventar. Hoje, Londrina pode ser considerada um polo de produção de café gourmet. A Rota do Café apresenta um roteiro turístico com propriedades rurais, artesanato alimentar, restaurantes e pousadas com temática rural. Atualmente, 20 empre- sas estão ligadas à Associação Rota do Café, que busca se profissionalizar e atrair cada vez mais turistas. O projeto de pesquisa desenvolvido na UEL utilizou as ferramentas do design thinking , que busca uma abordagem do problema por ângulos diversos, priorizando o trabalho colaborativo, em equipes multidisciplinares com foco em soluções inovadoras. Foram realizados três workshops com empreendedo- res de cinco empresas dos setores agropecuário e de alimentação, que tiveram interesse em desenvolver um projeto de gestão de design. Com base nas infor- mações colhidas, estudantes e professores elabora- O PROJETO UTILIZA FERRAMENTAS DO DESIGN THINKING QUE PRIORIZA O TRABALHO COLABORATIVO, COM FOCO EM SOLUÇÕES INOVADORAS Em busca da identidade da Rota do Café Docentes e estudantes do Departamento de Design (CECA) desenvolvem pesquisa sobre gestão estratégica de design para a Rota do Café O proprietário da Fazenda Terranova, Egon Bertolaccini, afirma que o norte do Paraná passou do maior produtor mundial do café para uma grande vitrine de café de qualidade, também chamado de café gourmet. Segundo ele, a região tem indicação geográ- fica de preferência por parte da Associação de Cafés Especiais do Norte do Paraná. Pertencente a uma família tradicional de cafei- cultores, ele explica que sua propriedade tem 90 alqueires, onde se produz alimentos biodinâmicos, que considera práticas sustentáveis do solo e no manejo, com o objetivo de promover a saúde de plantas, animais e do ser humano. Além dos alimen- tos, o produtor também oferece o café Terrara e Norte do Paraná é vitrine de qualidade Professoras Ana Paula Demarchi, Rosane de Freitas Martins e Cleusa Bittencourt. O mestrando Marcelo Kalau e o empresário, Egon Bertolaccini ram um diagnóstico e uma planificação visual propon- do estratégias de posicionamento e inovação do produ- to ou serviço. De acordo com a coordenadora do projeto, professora Rosane Fonseca de Freitas Martins, estão sendo atendi- das duas propriedades rurais, Palmeira e Terranova. “Também estão sendo atendidos o restaurante Kisaki, a Pousada Marabu e a empresa Artesanu, fabricante de produtos alimentícios”, cita Rosane Fonseca. Um dos projetos mais adiantados corresponde à estratégia de identificação e comunicação da Fazenda Terranova, localizada em São Jerônimo da Serra, de- senvolvido pelo estudante de pós-graduação, Marcelo Kalau. O resultado final foi a produção de um folder explicando a agricultura biodinâmica (sustentável) e a experiência desenvolvida na propriedade rural. O ob- jetivo da proposta é disseminar as técnicas de biodinâmicas e atrair investimentos para o turismo de visitação e de aventura. Além de propor uma identidade visual para a divulga- ção da propriedade, o trabalho fez um levantamento completo quanto a oportunidades, pontos fortes e fracos e propõe interferências a serem realizadas para adequar a propriedade para o turismo. Por último, foi proposta uma marca para a fazenda e para os produtos agregados, café e feijão, que são comercializados. Segundo a coordenadora, as demais empresas atendi- das pelos pesquisadores deverão ter o mesmo tratamento, ou seja, deverão contar com propostas e diagnósticos estratégicos apresentando conceitos, marcas e elencando pontos positivos que visam contribuir para a valorização de identidades e produtos locais em nome do turismo rural. Participam também do projeto as professoras Ana Paula Demarchi e Cleusa Bittencourt. feijão. A área tem ainda uma mata preservada, com grande potencial para a exploração do turismo rural e de aventura, além da prática de esportes radicais como canoagem, trilha e escalada. A fazenda é apenas uma das atrações da Rota do Café, que apresenta um roteiro com visitas a locais históricos, centros culturais, restaurantes e paisagens pitorescas. O projeto foi lançado com apoio de várias entidades e entrou na programação oficial dos 80 anos do município, em 2014. Posteriormente, as ações foram coordenadas pelo Sebrae e pelas empresas que integram o roteiro, com o objetivo de se fortalecer como uma atração permanente, oferecendo turismo, artesanato alimentar e demais serviços agregados. Londrina é considerada um polo na produção de café gourmet

NOTÍCIA HISTÓRIA Em busca da identidade da Rota do Caféde aventura, além da prática de esportes radicais como canoagem, trilha e escalada. A fazenda é apenas uma das atrações

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: NOTÍCIA HISTÓRIA Em busca da identidade da Rota do Caféde aventura, além da prática de esportes radicais como canoagem, trilha e escalada. A fazenda é apenas uma das atrações

NOTÍCIA - 11 de maio de 2016 HISTÓRIA

PEDRO LIVORATTI

Criar uma identidade fortalecendo o programa Rotado Café de Londrina, que reúne produtores, empre-

sários, instituições e organizações em um roteiro turís-tico, onde se pode vivenciar um cenário de parte dahistória do Norte do Paraná. Este foi o desafio do projetode pesquisa “Gestão Estratégica de Design na Rota doCafé”, iniciado há cerca de dois anos, por professores eestudantes de graduação e pós-graduação do Departa-mento de Design (CECA).

Em 24 meses de atividades, os pesquisadores seaprofundaram na história de Londrina, que se projetounacionalmente como um dos maiores polos produtoresde café. Foi por meio desta cultura que a cidade atingiudesenvolvimento recorde nos anos 50 e 60 e que após agrande geada de 1975, teve de se reinventar. Hoje,Londrina pode ser considerada um polo de produção decafé gourmet.

A Rota do Café apresenta um roteiro turístico compropriedades rurais, artesanato alimentar, restaurantese pousadas com temática rural. Atualmente, 20 empre-sas estão ligadas à Associação Rota do Café, que buscase profissionalizar e atrair cada vez mais turistas.

O projeto de pesquisa desenvolvido na UEL utilizouas ferramentas do design thinking, que busca umaabordagem do problema por ângulos diversos,priorizando o trabalho colaborativo, em equipesmultidisciplinares com foco em soluções inovadoras.Foram realizados três workshops com empreendedo-res de cinco empresas dos setores agropecuário e dealimentação, que tiveram interesse em desenvolverum projeto de gestão de design. Com base nas infor-mações colhidas, estudantes e professores elabora-

O PROJETOUTILIZAFERRAMENTASDO DESIGNTHINKINGQUE PRIORIZA OTRABALHOCOLABORATIVO,COM FOCO EMSOLUÇÕESINOVADORAS

Em busca daidentidade daRota do Café

Docentes e estudantes doDepartamento de Design (CECA)

desenvolvem pesquisa sobregestão estratégica de design

para a Rota do Café

O proprietário da Fazenda Terranova, EgonBertolaccini, afirma que o norte do Paraná passou domaior produtor mundial do café para uma grandevitrine de café de qualidade, também chamado de cafégourmet. Segundo ele, a região tem indicação geográ-fica de preferência por parte da Associação de CafésEspeciais do Norte do Paraná.

Pertencente a uma família tradicional de cafei-cultores, ele explica que sua propriedade tem 90alqueires, onde se produz alimentos biodinâmicos,que considera práticas sustentáveis do solo e nomanejo, com o objetivo de promover a saúde deplantas, animais e do ser humano. Além dos alimen-tos, o produtor também oferece o café Terrara e

Norte do Paraná é vitrine de qualidade

Professoras Ana Paula Demarchi, Rosane de Freitas Martins e Cleusa Bittencourt.O mestrando Marcelo Kalau e o empresário, Egon Bertolaccini

ram um diagnóstico e uma planificação visual propon-do estratégias de posicionamento e inovação do produ-to ou serviço.

De acordo com a coordenadora do projeto, professoraRosane Fonseca de Freitas Martins, estão sendo atendi-das duas propriedades rurais, Palmeira e Terranova.“Também estão sendo atendidos o restaurante Kisaki, aPousada Marabu e a empresa Artesanu, fabricante deprodutos alimentícios”, cita Rosane Fonseca.

Um dos projetos mais adiantados corresponde àestratégia de identificação e comunicação da FazendaTerranova, localizada em São Jerônimo da Serra, de-senvolvido pelo estudante de pós-graduação, MarceloKalau. O resultado final foi a produção de um folderexplicando a agricultura biodinâmica (sustentável) e aexperiência desenvolvida na propriedade rural. O ob-jetivo da proposta é disseminar as técnicas debiodinâmicas e atrair investimentos para o turismo devisitação e de aventura.

Além de propor uma identidade visual para a divulga-ção da propriedade, o trabalho fez um levantamentocompleto quanto a oportunidades, pontos fortes e fracos epropõe interferências a serem realizadas para adequar apropriedade para o turismo. Por último, foi proposta umamarca para a fazenda e para os produtos agregados, cafée feijão, que são comercializados.

Segundo a coordenadora, as demais empresas atendi-das pelos pesquisadores deverão ter o mesmo tratamento,ou seja, deverão contar com propostas e diagnósticosestratégicos apresentando conceitos, marcas e elencandopontos positivos que visam contribuir para a valorizaçãode identidades e produtos locais em nome do turismorural. Participam também do projeto as professoras AnaPaula Demarchi e Cleusa Bittencourt.

feijão. A área tem ainda uma mata preservada, comgrande potencial para a exploração do turismo rural ede aventura, além da prática de esportes radicais comocanoagem, trilha e escalada.

A fazenda é apenas uma das atrações da Rota doCafé, que apresenta um roteiro com visitas a locaishistóricos, centros culturais, restaurantes e paisagenspitorescas. O projeto foi lançado com apoio de váriasentidades e entrou na programação oficial dos 80 anosdo município, em 2014. Posteriormente, as ações foramcoordenadas pelo Sebrae e pelas empresas que integramo roteiro, com o objetivo de se fortalecer como umaatração permanente, oferecendo turismo, artesanatoalimentar e demais serviços agregados.

Londrina é considerada um polona produção de café gourmet