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http://www.bhauditores.com.br/ NOTÍCIAS FISCAIS Nº 2.571 BELO HORIZONTE, 18 DE ABRIL DE 2013. Aquele que tem uma ideia é um tipo esquisito até que a ideia vença. Mark Twain 10 MITOS DO IMPOSTO DE RENDA QUE PODEM TE PREJUDICAR ............................... 2 CRÉDITO DE PIS/COFINS SOBRE FRETE JURISPRUDÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO E DO CARF ............................................................................................................... 5 BLOQUEIO DE ATIVOS FINANCEIROS E PARCELAMENTO DE DÉBITO CONFIGURAM DUPLA ONERAÇÃO AO CONTRIBUINTE .................................................... 8 JUIZ NÃO PODE MUDAR PEDIDO DE CONTRIBUINTE ...................................................... 9 DECLARAÇÕES DE ESPÓLIO DE CONTRIBUINTES DE ALTA RENDA DEVEM SER ENTREGUES NAS UNIDADES DA RFB...................................................................................... 9 ERRO NO RECEITANET TEM SAÍDAS ................................................................................... 10 TURMA CONFIRMA DECISÃO SOBRE LEGITIMIDADE DE PREPOSTO ...................... 11 AÇÃO INDIVIDUAL PROPOSTA APÓS O AJUIZAMENTO DE AÇÃO COLETIVA POR SINDICATO NÃO GERA LITISPENDÊNCIA........................................................................... 12

NOTÍCIAS FISCAIS Nº 2 - bhauditores.com.brbhauditores.com.br/Noticias_Fiscais/Arquivos/NF 2571.pdf · tiverem recebido rendimentos de até 19.645,32 reais em 2012, seja a renda

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http://www.bhauditores.com.br/

NOTÍCIAS FISCAIS Nº 2.571

BELO HORIZONTE, 18 DE ABRIL DE 2013.

“Aquele que tem uma ideia é um tipo esquisito até que a ideia vença.”

Mark Twain

10 MITOS DO IMPOSTO DE RENDA QUE PODEM TE PREJUDICAR ............................... 2

CRÉDITO DE PIS/COFINS SOBRE FRETE – JURISPRUDÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO E DO CARF ............................................................................................................... 5

BLOQUEIO DE ATIVOS FINANCEIROS E PARCELAMENTO DE DÉBITO CONFIGURAM DUPLA ONERAÇÃO AO CONTRIBUINTE .................................................... 8

JUIZ NÃO PODE MUDAR PEDIDO DE CONTRIBUINTE ...................................................... 9

DECLARAÇÕES DE ESPÓLIO DE CONTRIBUINTES DE ALTA RENDA DEVEM SER ENTREGUES NAS UNIDADES DA RFB ...................................................................................... 9

ERRO NO RECEITANET TEM SAÍDAS ................................................................................... 10

TURMA CONFIRMA DECISÃO SOBRE LEGITIMIDADE DE PREPOSTO ...................... 11

AÇÃO INDIVIDUAL PROPOSTA APÓS O AJUIZAMENTO DE AÇÃO COLETIVA POR SINDICATO NÃO GERA LITISPENDÊNCIA ........................................................................... 12

10 mitos do imposto de renda que podem te prejudicar

Por Priscila Yazbek – EXAME. Declarar o imposto de renda nada mais é do que informar à Receita Federal todos os seus rendimentos e despesas realizadas no ano e apurar se há imposto a pagar ou a restituir. A teoria parece fácil, mas na prática, como todos sabem, a declaração pode não ser nada simples e envolve inúmeros detalhes que podem fazer muita diferença para as contas do contribuinte. A seguir estão listados alguns dos “mitos” que envolvem o imposto de renda. Veja quais são eles e previna-se sobre alguns dos principais equívocos cometidos na hora da declaração. 1) Declarar dependentes é sempre vantajoso A despeito do que muitos contribuintes acreditam, declarar dependentes nem sempre é bom. Ainda que a inclusão das despesas com o dependente beneficie o declarante, por outro lado também é preciso declarar todos os rendimentos tributáveis do dependente, o que pode aumentar o valor do imposto devido. Um filho que gerou 3 mil reais em despesa, mas ganhou 20 mil reais no ano, por exemplo, seria isento de imposto de renda. Mas, como dependente na declaração de um dos pais, aumentará a renda tributável do titular, podendo elevá-lo a uma faixa mais alta de tributação. O abatimento que o dependente gera, portanto, pode não compensar. É recomendável fazer simulações com e sem o dependente ao preencher a declaração, para ver qual é a opção mais vantajosa. 2) Quem não tem imposto a restituir, não precisa declarar Ter ou não imposto a restituir não define se o contribuinte deve ou não entregar a declaração. Mesmo que não haja imposto a pagar ou a receber, você pode se encaixar nas regras de obrigatoriedade de entrega da declaração. Em 2013 são obrigados a declarar o IR os residentes no Brasil que receberam rendimentos tributáveis superiores a 24.556,65 reais em 2012. Ou aqueles que tiverem rendimentos isentos, não tributáveis ou tributáveis exclusivamente na fonte em valor superior a 40 mil reais, e os donos de bens e direitos em valor superior a 300 mil reais. Para os produtores rurais, a declaração é obrigatória para aqueles que tiveram rendimento superior a 122.783,25 reais em 2012. As outras situações que obrigam à declaração de IR são: ter feito operação em Bolsa de Valores, ter passado à condição de residente no país em 2012 e ter tido ganho de capital com a venda de bens e direitos. 3) Maiores de 65 anos não precisam declarar Mesmo se tiver mais do que 65 anos, todo contribuinte que se encaixar nas regras de obrigatoriedade deve entregar a declaração. O que causa uma certa confusão é

que nesta faixa etária os rendimentos são isentos de tributação até o teto de 1.637,11 reais por mês. “O que passar desse teto será rendimento tributável. Muitos aposentados caem na malha fina porque recebem mais do que 1.637,11 reais por mês e declaram tudo que recebem como rendimento isento”, comenta Silvinei Cordeiro Toffanin, Diretor da Direto Contabilidade, Gestão e Consultoria. Vale ressaltar que esse limite diferencial não vale para maiores de 65 anos que recebem aluguel ou que continuam trabalhando. Tampouco é aplicável aos contribuintes que se aposentaram por tempo de serviço, mas têm menos de 65 anos. 4) Quem é isento não deve declarar Quem recebeu menos de 24.556,65 reais em 2012 se enquadra na faixa de isenção do IR. Mesmo assim, em muitos casos pode ser interessante fazer a declaração. Se houve alguma retenção de imposto na fonte durante o ano, como nos salários, o contribuinte pode ter direito à restituição do imposto que foi retido. Nesse caso, a entrega da Declaração de Ajuste Anual é a única maneira de obter o valor a ser restituído. 5) É sempre melhor fazer a declaração simplificada Muitos optam pela declaração simplificada por não haver a necessidade de comprovação de todas as despesas, e aí vem o mito. Mesmo na declaração simplificada, o contribuinte tem a obrigação de informar à Receita todos os pagamentos feitos a título de aluguel, serviços médicos e autônomos. No modelo simplificado, as despesas não são deduzidas uma a uma, pois há um abatimento único de 20% sobre todos os rendimentos, limitado ao teto de 14.542,60 reais. Por isso, se as despesas que a Receita permite deduzir excedem 20% dos seus rendimentos ou passam de 14.542,60 reais, vale a pena preencher a declaração completa para ganhar um desconto maior. A dica é fazer a declaração como se fosse completa, colocando todas as despesas, e o próprio programa vai indicar se o desconto é melhor na declaração simples ou na completa. 6) Pais e avós sempre podem ser declarados como dependentes O simples fato de o contribuinte ter tido despesas que permitem abatimento com seus pais não significa que esses gastos possam ser descontados de sua renda tributável. Pais, avós e bisavós só podem ser declarados como dependentes se tiverem recebido rendimentos de até 19.645,32 reais em 2012, seja a renda tributável ou não. 7) Bens de direito são declarados com o valor atual Um dos maiores equívocos refere-se à atualização dos valores de bens e direitos na declaração. O valor declarado para este tipo de bem deve ser sempre o do custo de aquisição. Portanto, se foi pago 100 mil reais por um imóvel, enquanto

o contribuinte o possuir, ele deve ser declarado por 100 mil reais, mesmo que hoje seu valor de mercado seja de 400 mil reais. Caso o imóvel seja vendido por um valor maior do que o seu custo de aquisição, a diferença configurará ganho de capital. No caso dos imóveis, esse ganho é tributado à alíquota de 15%. A exceção é quando são efetuadas despesas com construção, ampliação ou reforma. Nessas situações, o gasto com as benfeitorias pode ser acrescido ao valor de aquisição do imóvel. Mas a modificação do preço na declaração vale apenas se as despesas puderem ser comprovadas com documentação hábil e idônea (como notas fiscais e recibos). 8) A Receita só quer saber suas despesas e rendimentos Não só os rendimentos e as despesas devem ser declarados no imposto de renda, mas também as dívidas acima de 5 mil reais. A Receita exige que o contribuinte informe tudo que tenha impacto em sua situação financeira e que justifique a sua variação de patrimônio de um ano para outro. Se o contribuinte recebeu 150 mil reais no ano, a Receita vai investigar como ele conseguiu comprar um imóvel no valor de 300 mil reais. Se o imóvel foi financiado, por exemplo, e isso não for declarado, o Fisco pode deduzir que o contribuinte está omitindo rendimentos. Apesar das dívidas não serem tributadas, todos os empréstimos, mesmo contraídos com familiares e amigos, devem constar na declaração. 9) É obrigatória a declaração em quadro de sociedade, independentemente da cota Há quatro anos, todo sócio era obrigado a declarar suas cotas, independentemente do seu valor, mas esta exigência deixou de ser feita. O contribuinte que participou de quadro societário de sociedade anônima ou que foi associado de uma cooperativa em 2012 só precisa declarar sua participação caso sua cota seja superior a 1.000 reais. 10) A Receita ainda aceita entrega da declaração em papel Há quem diga também que a Receita Federal admite a entrega da declaração em papel quando há algum tipo de problema, mas essa modalidade de declaração já não é mais aceita há quatro anos. Hoje, o contribuinte só pode entregar a declaração pela internet ou em disquetes e pen drives – que devem ser entregues pessoalmente em agências da Caixa, do Banco do Brasil e nos postos da Receita Federal.

Crédito de PIS/Cofins sobre Frete – Jurisprudência do Poder Judiciário e do CARF

O tema relativo à possibilidade de aproveitamento das despesas de frete como crédito dedutível na apuração da base de cálculo das contribuições ao Cofins e à PIS não cumulativos (Leis 10.637/2002 e 10.833/2003) é muito controvertido e somente é admitido na operação quando o ônus for suportado pelo vendedor. Além disso, a questão se subdivide em três possibilidades principais: (i) fretes sobre transferências de matérias-primas, produtos intermediários, material de embalagem e serviços realizados entre estabelecimentos da mesma empresa, empresas do mesmo grupo, ou entre parceiros; (ii) frete de produtos acabados entre estabelecimentos; e (iii) fretes sobre vendas para o mercado externo. A jurisprudência tem decidido no seguinte sentido: (I) Fretes sobre transferências de matérias-primas, produtos intermediários, material de embalagem e serviços realizados entre estabelecimentos da mesma empresa, empresas do mesmo grupo, ou parceiros. CARF Quanto a esta questão, o CARF tem admitido o crédito: Eis parte da decisão proferida pela 3ª Câmara da 1ª Turma Ordinária da 3ª Seção de Julgamento do CARF, quanto a esta questão: “FRETE. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. CUSTO DE PRODUÇÃO. Gera direito a créditos do PIS e da Cofins não cumulativos o dispêndio com o frete pago pelo adquirente à pessoa jurídica domiciliada no País, para transportar bens adquiridos para serem utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda, bem assim o transporte de bens entre os estabelecimentos industriais da pessoa jurídica, desde que estejam estes em fase de industrialização, vez que compõe o custo do bem”. (…) “Portanto, hão de ser considerados os créditos oriundos de fretes sobre transferências de matérias-primas, produtos intermediários, material de embalagem e serviços realizados entre filiais ou entre parceiros integrados (criadores de aves e suínos) e as filiais do contribuinte, os quais compõe o custo de produção do produto final, nos termos do art.3°, II, das Leis IV 10.637/02, e n° 10.833/03, o que não se confunde com atividades de transporte do produto acabado entre quaisquer estabelecimentos” (Processo nº 11080.003380/2004-40, Recurso nº 253.618 Voluntário, Acórdão nº 3301-00.424 – 3º Câmara / 1ª Turma Ordinária). No mesmo sentido da decisão acima transcrita, a 4ª Câmara da 1ª Turma Ordinária da 3ª Seção do CARF admitiu o aproveitamento de créditos de despesa de frete sobre transferências de insumos e serviços realizados entre

estabelecimentos do mesmo grupo, conforme noticiado no jornal Valor Econômico de 12/03/2013 na matéria “Conselho autoriza uso de crédito de Cofins sobre frete”. Ainda, de acordo com o jornal, a “companhia alegou que os gastos com o transporte de produtos entre seus estabelecimentos (matriz e depósitos fechados), sejam eles destinados à venda ou industrialização, seriam despesas necessárias à produção, conforme a doutrina jurídica, e por isso deveriam gerar créditos de PIS e Cofins”. Segundo o Jornal, “por maioria, os conselheiros do CARF entenderam, porém, que o inciso IX do artigo 3º da Lei nº 10.833, de 2003, que prevê a geração de créditos sobre a armazenagem e frete para a venda de mercadorias, deve ser ampliado para os casos que envolvam o transporte entre estabelecimentos de uma mesma empresa. Para o conselheiro Emanuel Carlos Dantas de Assis, autor do voto vencedor, o inciso IX não limita esses créditos à operação de venda” (o jornal não forneceu o número do recurso). STJ O STJ não distingue o frete relativo à transferência de produtos acabados, do frete relativo à transferência de insumos e serviços realizados entre estabelecimentos da mesma empresa. O tribunal vem decidindo que o crédito somente é admitido nas operações de venda, não sendo, portanto, admitido em quaisquer transferências. De acordo com a jurisprudência do STJ, mesmo que exista previsão legal de desconto de créditos relativos ao frete pago nas operações de venda de mercadorias (art. 3º, IX, da Lei nº 10.833/03), esta autorização não engloba as despesas realizadas no transporte interno de mercadorias entre os estabelecimentos do contribuinte, haja vista que tais despesas não estão diretamente ligadas em operações de venda. Segue a transcrição de uma decisão neste sentido: “TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. PIS E COFINS. LEIS 10.637/2002 E 10.833/2003. REGIME DA NÃO CUMULATIVIDADE. DESPESAS DE FRETE. TRANSFERÊNCIA INTERNA DE MERCADORIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA EMPRESA. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. INTERPRETAÇÃO LITERAL. 1. Consoante decidiu esta Turma, “as despesas de frete somente geram crédito quando relacionadas à operação de venda e, ainda assim, desde que sejam suportadas pelo contribuinte vendedor”. Precedente. (…)” (AgRg no REsp 1335014/CE, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/12/2012, DJe 08/02/2013) (II) Frete de produtos acabados entre estabelecimentos CARF

Quanto ao frete de produtos acabados entre estabelecimentos, o CARF tem decisões nos dois sentidos, tanto admitindo crédito dos produtos acabados como inadmitindo. A 3ª Câmara da 1ª Turma Ordinária da 3ª Seção de Julgamento do CARF decidiu que as despesas de frete com a transferência interna de mercadorias entre estabelecimentos não enseja direito ao crédito. Eis transcrição de parte da decisão: “De se registrar que não geram créditos as despesas com frete de produtos acabados entre estabelecimentos da contribuinte, vez que não se trata de “frete na operação de venda”. Este tema foi elucidativamente abordado na Solução de Consulta nº 210, SRRF/8ºRF/Disit, de 25/06/2009, nos seguintes termos: (…) ´Todavia, no caso do transporte de produtos acabados entre estabelecimentos da consulente seja correspondente a frete pago a terceiros ou a simples custo de transporte de produtos acabados, há que se considerar que o mero deslocamento das mercadorias (produtos acabados) dos estabelecimentos industriais até os estabelecimentos distribuidores, com intuito de facilitar a entrega dos bens aos futuros compradores, não integra a ‘operação de venda’ referida pelo art.3º, inciso IX da Lei nº 10.833, de 2003´”. (Processo nº 11080.003380/2004-40, Recurso nº 253.618 Voluntário, Acórdão nº 3301-00.424 – 3º Câmara / 1ª Turma Ordinária). A 4ª Câmara da 1ª Turma Ordinária da 3ª Seção do CARF, por sua vez, de acordo com notícia do jornal Valor Econômico de 12/03/2013, admitiu o aproveitamento de créditos de despesa de frete nas operações de transporte de produtos entre seus estabelecimentos destinados à venda (o jornal não forneceu o número do recurso). STJ Conforme mencionado acima, quanto a esta questão, o entendimento do STJ é pacífico para inadmitir o crédito de frete de produtos acabados entre estabelecimentos: “Inexiste, portanto, direito ao creditamento de despesas concernentes às operações de transferência interna das mercadorias entre estabelecimentos de uma única sociedade empresarial” (REsp 1147902/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/03/2010, DJe 06/04/2010) (III) Fretes sobre vendas para o mercado externo CARF O CARF tem posição favorável quanto a esta questão A 3ª Câmara da 1ª Turma Ordinária da 3ª Seção do CARF entendeu pela possibilidade de aproveitamento dos créditos referentes a despesas com fretes internacionais contratados para o transporte até o destinatário final de

mercadorias vendidas para clientes no mercado externo, quando prestados por pessoa jurídica domiciliada no território nacional, ainda que com sede no exterior. Eis a transcrição de parte da ementa da decisão: “COFINS. REGIME NÃO CUMULATIVO. CRÉDITOS RELATIVOS A SERVIÇOS DE FRETAMENTO REALIZADO POR EMPRESA DOMICILIADA NO BRASIL. Os valores referentes aos fretes internacionais contratados para o transporte até o destinatário final de mercadorias vendidas para clientes no mercado externo, compõem o somatório dos créditos a serem descontados da Cofins Não cumulativa, quando prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, ainda que com sede no exterior, desde que o ônus seja do vendedor” (Processo nº 11030.000602/2007-19, Recurso nº 261.904 Voluntário, Acórdão nº 3301-00.626 — 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária).

Bloqueio de ativos financeiros e parcelamento de débito configuram dupla oneração ao contribuinte

A 7.ª Turma do TRF da 1.ª Região negou provimento a recurso interposto pela Fazenda Nacional (FN) contra decisão que determinou o desbloqueio de ativos financeiros de empresa devedora. A decisão questionada é da 7.ª Vara Federal do Pará, proferida em Execução Fiscal ajuizada pela FN contra uma indústria de argamassas. O juízo de primeiro grau determinou o desbloqueio dos ativos no Sistema Bacenjud no valor de R$ 1.476,64, sob o fundamento de que sua manutenção constitui dupla oneração ao contribuinte, uma vez que o débito fora parcelado. O relator do processo na 7.ª Turma, desembargador federal Luciano Tolentino Amaral, entendeu que o bloqueio por prazo extenso, sem permitir a remuneração dos ativos, implica a dilapidação injustificável do patrimônio da empresa sem proveito prático imediato, o que atenta contra o art. 620 do Código de Processo Civil. A norma estabelece que, quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor. “A manutenção do bloqueio de ativos financeiros do devedor, se concedido parcelamento do débito, coloca em risco, pela dupla oneração do contribuinte, a própria viabilidade do parcelamento e satisfação final do crédito (…), interesse primeiro da agravada”, afirmou o relator, citando entendimento do TRF da 1.ª Região acerca da matéria em decisão correlata (AG 0008899-70.2010.4.01.0000/PA, Rel., Desembargador Federal Luciano Amaral, T7, e-DJF1 28/05/2010).

Por fim, o desembargador Luciano Amaral esclareceu que a questão não é de liberação de garantia, conforme reclamou a Fazenda Nacional, mas de falta de razoabilidade em manter bloqueado dinheiro que provavelmente será usado no pagamento de parcelas da dívida. Assim, o relator negou provimento ao recurso da FN, acompanhado à unanimidade pela Turma. Processo n.º 0074681-53.2012.4.01.0000/PA

Juiz não pode mudar pedido de contribuinte

A opção pela compensação ou recebimento do crédito por meio de precatório ou requisição de pequeno valor cabe ao contribuinte. Esse foi o entendimento adotado pela Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais (TNU) no julgamento de um incidente ajuizado por um contribuinte insatisfeito com parte da decisão da Turma Recursal do Rio Grande do Sul, a qual determinou que os valores descontados indevidamente sobre contribuições de aposentadoria complementar privada deveriam ser compensados por meio da retificação da declaração de imposto de renda. Nesse caso, a parcela devida pela União seria incluída como verba isenta/não tributável e o valor a ser devolvido seria abatido das próximas contribuições. O caso foi julgado nesta quarta-feira (17/4) pelo colegiado da TNU em sessão ordinária de julgamento, realizada em Brasília. No sentido de fazer prevalecer a modalidade de pagamento solicitada inicialmente, o contribuinte alegou que o acórdão da Turma Recursal divergia da jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça (STJ), segundo a qual, em casos como o dos autos, não cabe ao julgador alterar o pedido do autor, que pretendia receber os valores devidos em dinheiro, determinando a retificação da declaração anual de ajuste. Em seu voto, o relator do caso na TNU, juiz federal Adel Américo Dias de Oliveira, utilizou justamente o entendimento adotado pelo STJ, que se pronunciou em ação semelhante. “Resta o incidente provido para determinar que os valores decorrentes da condenação promovida pelo acórdão da 2ª Turma Recursal do Rio Grande do Sul sejam pagos ao autor através de requisição de pequeno valor ou precatório”, afirmou o magistrado. Processo 5000656-06.2013.4.04.7100

Declarações de espólio de contribuintes de alta renda devem ser entregues nas unidades da RFB

A Instrução Normativa 1.347, publicada no Diário Oficial de hoje, 17-4, que altera a Instrução Normativa 1.333/2013, estabelece que Declaração de Ajuste Anual relativa a espólio, independentemente de ser inicial, intermediária ou final,

que se enquadre nas hipóteses que preveem a utilização de certificação digital, deverá ser apresentada, em mídia removível, em uma unidade da RFB, durante o seu horário de expediente, sem a necessidade de utilização de certificado digital. Deve transmitir a Declaração de Ajuste Anual, com a utilização de certificado digital, o contribuinte que se enquadrou, no ano-calendário de 2012, em pelo menos uma das seguintes hipóteses: – recebeu rendimentos, cuja soma foi superior a R$ 10.000.000,00: tributáveis, sujeitos ao ajuste anual; isentos e não tributáveis; tributados exclusivamente na fonte; ou – realizou pagamentos a pessoas jurídicas, dedutíveis na Declaração, ou a pessoas físicas, dedutíveis ou não, cuja soma foi superior a R$ 10.000.000,00, em cada caso ou no total.

Erro no Receitanet tem saídas

Por Bruno Dutra – O Dia Online. Rio - Após reconhecer falhas no sistema do aplicativo ReceitaNet, que tem dado dor de cabeça para os contribuintes que precisam entregar a declaração do Imposto de Renda deste ano, com novo erro, a Receita classificou o problema como pontual. “O caso foi repassado ao suporte técnico. Depois das verificações, podemos informar que a falha é pontual e a mensagem de erro foi criada para informar problemas genéricos no formulário”, explicou Joaquim Adir, supervisor nacional do Imposto de Renda. Como publicado ontem pelo DIA, a reportagem informou à Receita Federal sobre um erro no sistema do aplicativo e o órgão indica opções para contornar a situação. “Limpar a declaração, especialmente no tópico dos cálculos de imposto, pode ser importante, pois os erros podem ser gerados de lá. Caso o erro persista, a dica é utilizar outra máquina para o envio”, orienta Adir. RETA FINAL Em fóruns online criados por contribuintes, muitos relatam o problema e reclamam que não conseguem finalizar o envio do documento: “Estou tentando enviar o IR, porém, está me dando uma dor de cabeça enorme. Além disso, receio não conseguir entregar o IRPF dentro do prazo”, relata um internauta. Em casos extremos, no qual os contribuintes não consigam driblar o problema para ficar em dia com o Leão, Adir ressalta que os mesmos podem enviar o formulário para o suporte técnico da Receita através do email: [email protected] Declaração do IR deve ser feita em casa Há 11 dias para o fim do prazo para a entrega do IR, especialistas dão dicas para evitar problemas. “Ao preencher o formulário, nunca use uma lan house, mas

sim, o próprio computador”, alerta o contador Rafael da Conceição, para os riscos de roubo de informações financeiras e pessoais. Rafael destaca, ainda, para a pressa que pode ser inimiga do contribuinte. “A falta de documentos e o preenchimento incorreto são os motivos comuns que podem levar à malha fina”, diz.

Turma confirma decisão sobre legitimidade de preposto

A Sexta Turma do Tribunal do Trabalho (TST) confirmou decisão de instâncias ordinárias no sentido de que o preposto não precisa ser empregado da empresa da qual é representante judicial. O julgamento ocorreu na primeira sessão realizada no mês de abril. A questão da irregularidade do preposto foi levantada por um empregado da Interlink Comércio e Telecomunicações Ltda., que ajuizou ação trabalhista pretendendo o recebimento de verbas rescisórias e diferenças salariais. Ao se apresentar à juíza da 28ª Vara do Trabalho da capital paulista, a empresa negou o vínculo de emprego do vendedor, denunciando que a prestação de serviços se deu de forma autônoma para atividade na área de comércio de aparelhos de telefonia fixa, móvel e rádio comunicador. Na audiência na qual foram tomados os depoimentos pessoais e testemunhais, a advogada do reclamante requereu, ao final da inquisição de seu cliente, a aplicação da pena de revelia e confissão, alegando que o preposto presente era marido de uma sócia da empresa e não empregado desta e, assim, não disporia de capacidade processual para a legítima representação da reclamada em juízo. Na sentença de primeiro grau a juíza analisou inicialmente a questão da representatividade, considerando-a regular. Para a magistrada, não havia qualquer impedimento na medida em que o preposto indicado, de fato, trabalhava na reclamada atuando como “verdadeiro diretor e dono” da Interlink. Para ela, a ausência de registro em carteira de trabalho seria “mero formalismo”. Em relação aos pedidos formulados pelo vendedor, a juíza negou todos. Após a confirmação da improcedência dos pedidos pelo Regional, o reclamante recorreu ao TST, insistindo na necessidade do vínculo de emprego entre o preposto e a empresa para que seja legal a representação. Legislação A questão encontra-se regulamentada no art. 843, parágrafo 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e explicita que, na audiência de julgamento, deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de seus advogados, salvo, nos casos de ações plúrimas ou cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria. Em seguida, por meio do parágrafo primeiro, faculta

ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente. O Código de Processo Civil também abordou a matéria no artigo 12, no qual identificou os representantes em juízo, ativa e passivamente. De forma específica previu que as pessoas jurídicas serão representadas por quem os respectivos estatutos designarem, ou por seus diretores. No TST No TST, o recurso de revista do vendedor foi distribuído à Sexta Turma e teve como relator o ministro Augusto César Carvalho. As razões trazidas pelo reclamante não convenceram o magistrado, que não vislumbrou as ofensas a texto legal denunciadas no apelo. Segundo explicou o relator, ficou registrado no acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP) que o preposto que compareceu à audiência era sócio de fato da reclamada. Destacou que, inclusive, a testemunha indicada pelo autor se referiu ao preposto como administrador da empresa, “Nesse sentido, reputa-se que, mesmo não formalizada sua condição de administrador da reclamada, reconheceu-se ser o preposto efetivamente legitimado a representá-la, na forma do artigo 12, VI, do CPC, não havendo a necessidade de que seja, portanto, empregado”. A decisão de não conhecer do recurso de revista ante a ausência de ofensa a texto legal foi unânime. Processo: RR-198000-36.2007.5.02.0028

Ação individual proposta após o ajuizamento de ação coletiva por sindicato não gera litispendência

O reclamante buscou a Justiça do Trabalho pedindo a condenação da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte ao pagamento dos reajustes salariais não concedidos no período de 1º/04/2001 a 06/09/2011, bem como a realização de depósitos de FGTS relativos ao período de 18/09/2002 a março de 2010, que não foram realizados. Ocorre, contudo, que o Sindicato da Categoria, na condição de substituto processual, já havia ajuizado reclamação, transitada em julgado, pleiteando os mesmos direitos. E aí? O que ocorre nessa situação? Para o juiz de 1º Grau, há coisa julgada. Já no entendimento do juiz convocado Paulo Maurício Ribeiro Pires, que analisou o recurso do reclamante na 1ª Turma do TRT-MG, não é bem assim. Nos termos do art. 301, parágrafo 1º, do CPC, a litispendência ou a coisa julgada ocorre quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. No primeiro caso, ainda em curso. No segundo, já decidida por sentença de que não caiba recurso. A consequência é o encerramento do

processo sem julgamento da questão central. Exatamente o que fez o juiz de 1º Grau, sendo a decisão reformada pela Turma de julgadores. Segundo explicou o relator, o fato de já existir uma ação coletiva em curso, não induz, necessariamente, na ocorrência de litispendência ou coisa julgada, pois independentemente de se referir a direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos, mostra-se aplicável a regra do artigo 104 do Código de Defesa do Consumidor. O dispositivo, subsidiariamente aplicável ao Processo do Trabalho, prevê que as ações coletivas não geram litispendência em relação às ações individuas, mas, também, os autores não serão beneficiados pela coisa julgada se não requerem a suspensão dessas ações no prazo de trinta dias do conhecimento da ação coletiva. Assim, não há impedimento para que o trabalhador ajuíze ação individual buscando direitos já pedidos pelo sindicato de sua categoria profissional. Para o juiz convocado, o trabalhador ou substituído sequer precisa comprovar o requerimento da desistência da ação coletiva. A própria lei traz a consequência jurídico-processual do ajuizamento da ação individual sobre a ação coletiva. E se é assim, também não há que se exigir de ninguém ato processual não previsto ou exigido pela norma legal. Ajuizada a ação individual, estando o trabalhador ciente da ação coletiva, o ato dele tem como consequência a desistência implícita dos efeitos da ação coletiva. A não ser que ele, não sabendo da ação coletiva, ao tomar conhecimento dela, desista da ação individual em prol da coletiva. Na visão do magistrado, esse é o único raciocínio possível. Mesmo porque, para ser substituído na ação coletiva, não se exige autorização do trabalhador. De modo que ele pode até mesmo não ter ciência da ação coletiva, vindo a tomar conhecimento dela somente após defesa da parte contrária. Só então, conforme explicou o juiz, ele terá de se posicionar dizendo se pretende continuar a ação individual, abdicando de todos os benefícios da ação coletiva, ou se desiste de sua ação individual, em busca de melhor sorte na coletiva. Portanto, entendendo que nada impede o próprio titular do direito deduzir em juízo sua pretensão por meio de ação individual, o relator decidiu afastar a coisa julgada reconhecida na sentença e determinou o retorno dos autos a origem, para apreciação do pedido de diferenças salariais e FGTS. A Turma de julgadores acompanhou o entendimento, por maioria de votos. O boletim jurídico da BornHallmann Auditores Associados é enviado gratuitamente para clientes e usuários cadastrados. Para cancelar o recebimento, favor remeter e-mail informando “CANCELAMENTO” no campo assunto para: <[email protected]>.