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Caracas – Venezuela * Ano X – Época III * 15 de Abril de 2011 RIF: J301839838

25 de Abril... sempre!

Foram dias foram anos a esperar por um só dia. Alegrias. Desenganos. Foi o tempo que doía com seus riscos e seus danos. Foi a noite e foi o dia na esperança de um só dia. Manuel Alegre

Quando este boletim chegar às mãos dos nossos leitores estaremos a celebrar novo aniversário do 25 de Abril. Na manhã desse dia, o sol brilhou mais forte em Portugal e o país abriu-se ao mundo. Era o dia que todos esperávamos, “o dia inicial inteiro e limpo, onde emergimos da noite e do silêncio1”. Para trás ficavam a ditadura e a guerra. Voltavam a democracia e a paz. Portugal recuperou as suas melhores tradições e abriram-se avenidas de esperança num futuro melhor em todas as esferas das nossas vidas.

37 anos depois dessa imensa maré de alegria nacional, sentida igualmente com grande emoção em muitas outras latitudes, o país passa por momentos sumamente difíceis do ponto de vista económico e não só, pelo que alguns chegam mesmo a perguntar-se se valeu a

pena o 25 de Abril. A resposta é fácil. Muito fácil.“Tudo vale a pena, se a alma não pequena.” Esta frase não é só um

recurso pessoano. É que valeu mesmo a pena. O país que já tinha dado novos mundos ao mundo, deu a partir dessa data novos países à comunidade internacional e transformou-se também noutro país.

A conquista da liberdade permitiu-nos entrar na modernidade e a nossa integração no mundo contemporâneo. A vida no Portugal de hoje é totalmente diferente daquela a que nos obrigou o Estado Novo com aquela bazófia do “orgulhosamente sós”. Demos um enorme passo na direcção do futuro. Disso ninguém deveria duvidar minimamente. Mas é óbvio que não tudo está bem e que é imperativo mudar muitas coisas para que Portugal regresse ao espírito que empolgou a grande maioria do país nas jornadas belas e emotivas do 25 de Abril, quando as ruas se encheram espontaneamente da alegria popular provocada a pela Revolução dos Cravos.

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Na sua mensagem do ano passado, quando já se desenhava no horizonte o que estamos a ver hoje, a Associação 25 de Abril afirmava:

“ Não estamos arrependidos, continuamos a considerar que, apesar de tudo, valeu a pena, mas chegou a altura de, também nós, gritarmos que é necessário um outro 25 de Abril!

Mas um 25 de Abril com outras armas! Não com as G3 e as Chaimites, pois não vivemos em

ditadura, mas com as armas que a Democracia nos faculta!” Certamente. A solução dos problemas do

Portugal de hoje, cuja análise excede o âmbito de acção do Instituto Português de Cultura, deve ser encontrada no quadro da actual constituição – já revista sete vezes desde 1976 – cujo preâmbulo recordamos parcialmente aqui:

“Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo representou uma transformação

revolucionária e o início de uma viragem histórica da sociedade portuguesa. A Revolução restituiu aos Portugueses os direitos e liberdades fundamentais. No exercício destes

direitos e liberdades, os legítimos representantes do povo reúnem-se para elaborar uma Constituição que corresponde às aspirações do país.

A Assembleia Constituinte afirma a decisão do povo português de defender a independência nacional, de garantir os direitos fundamentais dos cidadãos, de estabelecer os princípios basilares da democracia, de assegurar o primado do Estado de Direito democrático e de abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português, tendo em vista a construção de um país mais livre, mais justo e mais fraterno.”

(1) Sophia de Mello

Conversatorio com...Joaquín Marta Sosa

Joaquín Marta Sosa estará no Salão Nobre do Centro Português no dia 29 de Junho para um Conversatorio... sobre Campanas de Nogueira. Nascido nessa freguesia multi-secular de Santa Maria da Feira, Marta Sosa deixou a terra natal quando tinha seis anos, para se juntar ao pai, que já tinha algum tempo em Caracas. Aqui cresceu, aqui se educou e aqui adquiriu o estatuto de professor universitário, ensaísta e poeta, que agora nos torna a deliciar com esta meia centena de textos onde, cumprindo um ritual muito próprio de quem não esquece as suas raízes, revisita, num misto de saudade e nostalgia ferida, a terra onde nasceu.

Como sucede com muitos emigrantes, Marta Sosa é uno e fracturado e Campanas de Nogueira revela essa ligação incontornável aos sons, à luz e à paisagem da sua infância ou das lembranças desses anos primeiros.

Joaquín Marta Sosa, recentemente incorporado à Academia Venezuelana da Língua, é hoje um valor da literatura venezuelana do qual nos devemos todos sentir orgulhosos pela forma como tem contribuído para enriquecer culturalmente o país de chegada, mas também porque soube não esquecer o país de partida.

O Conversatorio... está marcado para as 19:30, incluirá um capítulo de perguntas e respostas, sessão de autógrafos e encerrará com um Porto de Honra.

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Cinema: A vida é bela... no Celarg, Altamira

O filme russo-italiano A vida é bela, de Grigori Tchucrai será projectado no dia 25 da Abril, pelas 19h, no Centro de Estudos Latino-americanos Rómulo Gallegos (Celarg), Altamira, numa iniciativa do Instituto Português de Cultura e da Radio Arcoense.

A obra, do mesmo realizador de A balada do soldado, filme que foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes e ao Oscar na década de 60, conta-nos uma história da resistência portuguesa, que se desenvolve na Lisboa prévia ao 25 de Abril.

Nos papés principais estão Giancarlo Giannini e Ornella Muti , duas figuras grandes do cinema italiano. A não perder!

Exposição Abrir Abril, no Consulado-Geral....

O Consulado Geral de Portugal em Caracas informa que se associa às comemorações do 37ª aniversário do 25 Abril, através da promoção, em parceria com o Instituto Português de Cultura, da exposição intitulada "Abrir Abril, o chegar da Liberdade ”, gentilmente cedida pelo Instituto Camões. A exposição estará patente ao público nas instalações do Consulado Geral em Caracas de 25 de Abril a 15 de Maio.

Na madrugada do 25 de Abril a senha para o início do golpe revolucionário foi Grândola, uma canção de Zeca Afonso (…) O fim do regime salazarista não significou apenas o fim da censura. Representou a libertação de um conjunto de tabus que atrofiavam todas as manifestações socais e culturais (…) Durante o período revolucionário emergem na sociedade portuguesa novos valores, relacionados com a família e a condição feminina”, lê-se na exposição.

O Instituto Camões e a Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas pretendem com esta exposição “homenagear os cidadãos anónimos, intelectuais, jornalistas, escritores e artistas de todas as artes para que o 25 de Abril nunca deixe de ser história. História dos povos das nações de língua portuguesa, língua em que deixou de haver palavras proibidas, criando um espaço de irreversível liberdade”.

Esta exposição é composta por 17 cartazes, onde consta informação, fotografias, notícias e cartoons relacionados com a Revolução dos Cravos. Existem também algumas notícias censuradas e, ainda, o mandato de captura do Dr. Mário Soares e uma carta escrita por este a 15 de Maio de 1961, quando se encontrava preso.

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Maria João Pires nos concertos Proms da BBC....

A pianista portuguesa Maria João Pires volta a integrar este ano a série de concertos Proms, organizados pela BBC no Reino Unido, com uma actuação a 27 de Agosto em Londres. O festival Proms de 2011, cujo programa foi anunciado na quinta-feira, decorrerá de 15 de Julho a 10 de Setembro em Londres.

O programa dá conta que Maria João Pires tocará no Royal Albert Hall com a Tonhalle Orchestra de Zurique, dirigida por David Zinman. A pianista irá interpretar Beethoven, Mozart e, em estreia

no Reino Unido, uma composição de Anders Hillborg .

Programa do IPC na Rádio Arcoense....

No dia 28 de Abril, pelas 19 h 30 m, vai para o ar o programa Cultureando..., espaço gentilmente cedido por Rádio Arcoense ao Instituto Português de Cultura.

O programa deste mês estará majoritariamente dedicado ao 25 de Abril, na medida em que a Revolução dos Cravos marcou decididamente o século XX português, devolvendo ao nosso povo a democracia, que nos tinha sido arrebatada em 1926, e pondo ponto final a uma guerra colonial, que em nada servia os interesses do nosso povo e que só trouxe luto e dor a milhares de famílias portugueses e de Angola, Guiné e Moçambique.

Bertrand do Chiado é a livraria mais antiga do mundo.... Desde que abriu em 1732, a Livraria Bertrand do

Chiado nunca deixou de funcionar. É por isso que entrou para o Guiness como a livraria mais antiga do mundo ainda em actividade.

O atestado, certificado pelo Guiness Book of Records, está exposto desde ontem à noite no interior da loja.

A primeira Bertrand , fundada por Pedro Faure em 1732, abriu portas na Rua Direita do Loreto, em Lisboa.

O Livro Guinness dos Recordes é uma edição publicada anualmente, que contém uma coleção de recordes e superlativos reconhecidos internacionalmente, tanto em termos de performances humanas como de extremos da natureza.

www.institutoportuguesdecultura.blogspot.com Informações em português, castelhano, inglês e francês