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ARTIGO DE ATU ALIZAÇÃO NOVAS ABORDAGENS NO ENSINO DE ENF ERMAGEM FUNDAMENT AL: EXP ER I ÊNCIA DOCENTE NO ENSINO DA ÉTICA PROFISSIONAL Therezinha Te ixe ira V ieira! e Darci Santa Rosa de Oliva2 VIEIRA, T.T . & OLIVA, S.D.R. Novas abordagens no ensino de enfermagem fundament al: experiência docent e no ensino da ética profissional. R ev. Bras. Enf , B rasília. 38(2): 19 1- 194. abr./jun . 1985. RESUMO. O trabalho apresenta alguns dados hi stóricos d o ensin o da ética na Esc ola de Enfermagem da UFBA e situa a disciplina ExercCcio de Enfermagem e De ontol ogia n o Curríc ulo atual desta Escola. São explic itados o marco c onceitual, os objetivos, o c onteú- do programático, as es tra tégias u tilizadas e o processo de aval iação. Após as conclusõe s, são feitas recomendações c onsideradas adequadas a o as sunto. ABSTRACT. Some historical data of Ethics teach ing in the Nurs ing School of the Federal Univers ity of Bah ia are presented in th is work. M ore over, the nu rsing exe rcise and deon- tol ogy disc ipl ine in actual cur riculum this schꝏl are locat ed. The conceptual starting point, the objec tives, the prog ram content, the st rategies that are util ized and the eva- tion process are explic ited. Afte r the conclusio ns some recome ndations consi dering a de- quated to the subject were made. INTRODUÇÃO É objetivo des te trabalho apresentar o relato de nossa vivência no e nsino do Exercício de Enfer- mage m e Deontologia, p ara alunos do curso de a- duação da Escola de Enfermagem da Universidad e Federal da B ahi a. Esta experiênc ia vem sendo desenvolvida, des de o s egundo s emestr e de 1981. ENSI N O D A ÉTIC A PROFISS IONAL NA ESCOLA DE ENFERMAGE M DA UNIVERSIDADE FEDER AL DA BAHI A Alg uns dados históricos O prime iro currículo desta Esco la, in iciado em março de 1947, foi estruturado sob a foa de listagem de disciplinas a ser em des envol vidas du- rante um p eríodo de quatro anos. Assim, regist ra- -se a disciplina Ét ica, não constando , porém, na ' fonte de dados, a carga horária específica e o con- teúdo programático. Em 1953, surgem programas de Ética, para os 3Q e 4Q anos do curso, com assuntos que englobam ética geral e profiss ional. mas sem que sejam espe- cificadas a c arga horári a e a dinâmic a de desenvol- vimento. Com as refo rmulações p rocessada s no currí- culo a parti r de 1960, surge então, a disc iplina Ética e Ajus tanle nto Profissional, com uma carga de 20 horas. De 196 6 a 1968, a disc ipna é nistrada no 1 Q e 3Q ano, sob o nome de Ética e História d a 2 Professor Titular da Escola de Enfermagem da Universid ade Federal da Bahi a . Profes sor A ssistent e da Escol a de Enfermagem da Univers idade Federal da Bahi a. R eI', Bras. Enf. . Brasa. 38(2). Abr. ai. /Jun. 1 985 - 19 1

NOVAS ABORDAGENS NO ENSINO DE ENFERMAGEM … · Enf., Brasília. 38(2): 191-194. abr./jun. 1985. RESUMO. O trabalho apresenta alguns dados históricos do ensino da ética na Escola

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A R T I G O D E ATU A L I ZAÇÃO

N O VAS ABO R DAG E NS NO E NS I N O DE E N F E R M AG E M F U NDAM E NTAL : EXPE R I Ê NC I A DOC E N TE N O E NS I N O DA ÉTICA P R O F I SS I ON A L

The rez i n h a Te ixe i ra V i e i ra ! e D a rc i Santa R osa de O l iva 2

VIEIRA, T .T . & O LIVA, S .D . R . Novas abordagens no ensino de enfermagem fundamental: experiência docente no e n sino da ética profissional. R ev. Bras. Enf. , B rasília. 38( 2 ) : 1 9 1 - 1 9 4 . a br . /j u n . 1 9 85 .

R ESUMO. O t raba l h o apresenta a l guns dados h i stóricos d o e n s i n o d a ética n a E sco l a d e E n fe rmagem d a U F B A e s i tu a a d i sc i p l i n a E xerc Cc i o d e E n fermagem e Deonto l og i a n o C u r r ícu l o atual d esta Esco l a. São exp l i c i tados o m a rco conce itu a l , o s objetivos, o conteú­d o program ático, as estratég ias ut i l i zadas e o p rocesso de ava l i ação . Após as conc l u sões, são fe i tas recomendações cons ideradas adequadas ao assunto.

A BSTR ACT. Some h i stor ica l data of E th i cs teac h i n g i n the N u rs i n g School of the Federa l U n i vers i ty of Bah ia are p resented i n th i s work . Moreover, the n u rs i ng exercise and deon­to logy d i sc ip l i ne i n actu a l curr i cu l u m th i s sch oo l are l ocated . The conceptua l start i ng p o i n t, the objecti ves, the p rogram content, the strategies that a re ut i l i zed and the evaiua­t ion p rocess are exp l ic i ted. Afte r the conc lu s ions some recomend ations cons ider ing ade­q u ated to th e su bject were made .

I N TR O D U ÇÃ O

É objetivo deste trabalho apresentar o relato de nossa vivência no ensino do Exerc ício de Enfer­magem e De ontologia , para alunos do curso de gra­duação da Escola de Enfermagem da Universidade Fe deral da Bahia.

Esta experiência vem sendo desenvolvida, desde o segundo semestre de 1 98 1 .

E N SI N O D A ÉT ICA P R O F ISS I O N A L NA ESCO L A DE E N F E R MAGEM DA U N I V E RS I DA D E F E D E R A L DA BAH I A

• Algu ns dados h istóricos

O primeiro curr ículo desta Escola , iniciado em

março de 1947, foi estruturado sob a forma de listagem de disciplinas a serem desenvolvidas du­rante um período de quatro anos. Assim , registra­-se a disciplina Ética, não constando, porém, na

' fonte de dados, a carga horária específica e o con­teúdo programático.

Em 1953 , surgem programas de Ética, para os 3Q e 4Q anos do curso, com assuntos que englobam ética geral e profissional . mas sem que sejam espe­cificadas a carga horária e a dinâmica d e desenvol­

vimento . Com as re formulações processadas no currí­

culo a partir de 1 960, surge então, a disciplina Ética e Aj ustanlento Profissional , com uma carga de 20 horas.

De 1 966 a 1968, a disciplina é ministrada no 1 Q e 3Q ano , sob o nome de Ética e História da

2 Profe ssor Titular da Escola de Enfermagem da Un iversidade Federal da Bahia . •

Professor A ssistente da E scola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia.

R eI', Bras. Enf. . Brasz'lia. 38(2). A br. /Mai. /Jun. 1 985 - 1 91

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Enfermagem, apresentando obje tivos espec lficos. mas sem uma definição de conteúdo programático .

Com as elcigências da reforma universi tária, sofreu o currículo novas reformulações e o ensino da ética foi desdobrado em dois tempos : 1 ) Ética I com 45 horas . onde são abordados seus aspectos básicos e gerais , já agora sob a responsabilidade do D�partamento de Filosofia da Faculdade de Filo­sofia e Ciências Humanas . Esta modificação ocorreu com a finalidade de obedecer fi filosofia da Refor­ma Universi tária , e 2) Problemática de Enferma­gem, também com um total de 4 5 horas , insufi­cientes para o conteúdo abrangente de História da Enfermagem, Exercício Profissional e Ética Profis­sional .

Em 1 980 , realiza-se a última modificação no Currículo da Escola e a disciplina Problemática de Enfermagem deu lugar à nova disciplina Exerc ício · de Enfermagem e Deontologia, que passou a ser IJÍinistrada a partir do segundo semestre de 1 98 1 .

D I SC I PL I NA - EXE R C IC I O DE E N F E R MAG EM E D E O N TOLOG I A

• Si tuação da d i sc ip l ina no Cu rrícu lo

Compondo a matéria Exercício de Enferma­gem, a disciplina ExerC Ício de Enfermagem e Deontologia possui uma carga horária de 45 horas , correspondendo a três créditos, sendo oferecido no 79 semestre . Tem como pré-requisito a Ética I (V. Anexo 1); disciplina complementar obrigatória, com a mesma carga horária e creditação da ante­rior e prevista para o 3 9 semestre , como indica o fluxograma do curso .

• Marco conce itual

A disciplina tem como marco conceitual o ser humano (cliente e profissional ) inserido em uma sociedade e, mais espeC ificamente , na sociedade brasileira .

A aprendizagem verifica-se pela condição do aluno através de um proce sso reflexivo, que leve a encerar o exerc ícIO profissional da enfe rmagem e seus aspectos éticos . dentro de uma visão histórica. Procura objetivar o desenvolvimento intelectual do estudante , em direção a uma atitude profissional crítica e criativa .

• Objetivos

Ao finalizar o curso o aluno deve ser capaz de :

1 9:: - Rev. Bras. Enf. . Brasllia. 38 (2) . A br. fMai. jJun. 1 985

• dist inguir os princípios éticos e morais que devem reger a conduta na vida pessoal e profissio­nal ;

• identificar a importância de uma escãla de valores como norma de vida e avaliar a observância da mesma em sua própria vida ;

• identificar os valores da profissão e sua re­lação com o con texto da sociedade brasileira :

• discorrer sobre a legislação. específica da enfermagem;

• aníllisar o Código de Deontologia em Enfer­magem nos seus diversos aspectos;

• estar informando sobre os obje tivos e ca­rac ter ísticas do Conselho de Enfermagem a nível Federal e Regional .

• Conteúdo p rogramático

o conteúdo programático é desenvolvido con­siderando-se duas unidades .

A primeira unidade é iniciada com uma revi­são sobre o sentido do ser humano, inse rido na sociedade , enfatizando-se a temática dos valores . Discute -se o assunto , levando a classe a identificar os valores que regem a nossa sociedade , seus des­vios decorrentes da estrutura sócio-pol ítica e sua relação com os valores da profissão .

Estuda-se , a seguir o caráter histórico da moral , ou seja, como as mudanças histórico-sociais influenciam as mudanças morais . Reflexões são feitas em tomo de problemas morais e éticos .

A conceituação de direito e dever é discutida, passando-se a uma análise crítica da Carta dos Direitos Universais do Homem.

Esta unidade termina com um estudo sobre o sentido da Lei , sua conceituação e distinção entre lei jurídica e moral , situando-se a Constituição Brasileira como base das demais lei s .

Com esse referencial teórico estudado , passa­-se à segunda unid ade do programa. mais voltada

para os aspectos específicos da profissão . Ela é desenvolvida a partir da legislação protissional .

procurando-se si tuar seus objetivos e -as principais leis que regem a enfermagem brasileira .

O Código de Deontologia em En fermagem é analisado , considerando-se suas diversas partes . A partir , de então , temas espec íficos são estudados como . por exemplo , exerc ício profissional frente aos valores do paciente icliente . abortamento , pl a­nejamento farúiliar, sigilo profissional e morte , realç:mdo-se aqui o aspecto da eutanási a .

No que s e refere ao enfem'leiro perante a elas-

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se e a sociedade , um estudo das Associações de Oasse é desenvolvido , distinguindo-se , a partir de suas final idades , Associação, Sindicato e Conse­lhos, procurando situá-las como instrumentos de crescimento da classe profissional , em sua dinâmi­ca interna e externa, e em sua relação com a socie­dade . O Conselho é realçado como órgão normati­vo e disciplinador do exercício profissional abor­dando-se especificamente os códigos de processo ético de infrações e penalidades .

O conteúdo programático é finalizado com uma exposição sobre o ethos da atividad!! científi­ca de enfermagem ( V. Anexo).

• D i nâmica do desenvolv imento d o Cu rso

Inicialmente o programa é apresentado aos alunos, com a discussão de seus objetivos , estraté­gias e instrumentos de avaliação .

Um pré-teste é apli cado , constando dos aspec­tos éticos b ásicos , pré-requisitos para o desenvolvi­mento do curso .

As aulas são ministradas em três horas sema­nais , sendo enfatizada a reflexão sobre os conteú­dos apresentados .

Utiliza-se , primordialmente , a técnica de dinâ­mica de grupo, com formação espontânea de pequenos grupos de trabalho , onde se processam análi ses e discussões sobre assuntos escolhidos . Os resultados são apresentados no grupo maior, onde a discussão é ampliada , havendo correções , se necessário , e ocorrendo , sistematicamente , uma complementação pelos professores .

C o m essa dinâmica proporciona-se a o aluno a leitura e discussão de textos selecionados . Situa­ções-problemas, vivenciadas pelos estudantes em estágio ou levantadas pelos professores , são trazi­das para análise , de acordo com o referencial teóri­co estudado em classe .

O estudo do Código de Deontologia é feito, considerando-se cada uma das partes que o com­põe m . Temas espec íficos e explicitados no Código

são estudados através de Seminários, deixando-se a critério dos grupos, a escolha da técnica de apre­sentação , que tem como norma a orientação para a discussão ret1exiva.

O aluno tem plena liberdade para levantar dúvidas e questionamentos os quais são debatidos

entre eles próprios e os professores . Elementos da comunidade são convidados por professor e/ou alunos para participarem de discussões de assuntos es pec íficos .

Para a aparesentação dos trabalhos , é ofereci­do ao aluno um guia de orientação. além da oportu­nidade de discutir com os professores seus esque­mas e a escolha de bibliografia .

• Aval iação

A avaliação é iniciada com a aplicação do pré­-teste e, subseqüentemente , através de :

• Exerc ício de aplicação , centrado, sobretudo, em situações-problemas relacionadas à vivência do profissional com o cliente e seus familiares , com a equipe de saúde e as instituições em que traba­lham, tomando por base o re ferencial teórico estu­dado .

• Apresentação e discussão de temas por diver­sos grupos , onde se considera : conteúdo, capacida­de de associar a teoria à prática, est ímulo da classe à reflexão , participação de cada componente do

grupo e a técnica de apresentação . • Elaboração d e trabalho escrito sobre tema

discutido em classe . • Auto-avaliação , realizada pelos estudantes

que apresentam os trabalhos , incluindo a emissão de conceitos, ao tempo em que se pede aos demais componentes da classe que também avaliem os colegas apresentadores .

• Participação do aluno no desenvolvimento do curso , considerando-se :

freqüência às aulas , participação nas discus­sões, desde as simples solicitações de escla­recimentos até questionamentos levantados e às contribuições nas resoluções de situa­ções problemas .

• Aval iação d o Cu rso pelos a lunos

A avaliação do curso é e fetuada pelos estudan­tes no último dia de aula , através de duas técnicas : a) uma dinâmica de grupo , onde se oferece oportu­nidade aos alunos para que se expressem, infor­mando oralmente como se sentiram no desenvolvi­mento do curs o , relacionando o seu pronuncia­

mento ao referencial teórico e studado; b) questio­

nário, onde o aluno não precisa identificar-se , mas deve expressar, individualmente , sua opinião sobre conteúdo, estratégias, avaliação, relação professor­-aluno e , fornecendo sugestões para possíveis mudanças.

A avaliação é somativa , além de formativa, desde quando a meta da disciplina é a formação de atitude direcionada a uma prática profissional consciente , crítica e criativa .

R ev. Bras. Enf . Brasi/ia. 38 (::J. A br. IMo;. fJun. 1 985 - 1 93

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FAC I L I DADES

• Programa da disciplina elaborado pela professora , responsável pelo ensino da mesma desd,e o seu início .

• Participação de mais uma professora , a partir do 2Q semestre de sua implementação e que passou a comungar da mesma fIlosofia de sua dinâmica.

• ACeitação e interesse por parte dos alunos , principalmente a partir da 3� semana de aula e boa­-vontade em avaliar a disciplina .

• Colaboração de professoras de outras disci­plinas e de colegas que atuam nas Associações de Classe .

DI F ICULDADES

• De ficiência do pré-requisito, ou seja , o curso da disciplina Ética I não está corresponden­do às expectativas dos estudantes e da própria disciplina Exercício de Enfermagem e ,Deontolo­gia.

• Carga' horária reduzida. • Aulas com duração de três horas seguidas ,

núnistradas em apenas um dia da semana. • Suficiência bibliográfica. • Dificuldade dos alunos em acompanhar

uma dinânúca de trabalho, com base em reflexão . • Professores não preparados especificamen­

te , para a referida disciplina.

CONC LUSÕES

A experiência do ensino da disciplina Exerc í­cio de Enfermagem e Deontologia vem sendo posi­tiva, a medida que sentimos e verificamos o cresci­mento, tanto de professores , como de alunos. considerando-se os resultados das avaliações que vêm sendo efetuadas .

No entanto , constata-se que muito, ainda, tem de ser realizado, não só quanto à formação do pro­fessor, mas no que se refere à carga horária da dis­ciplina, seus conteúdos e estratégias a serem desen ­volvidas 'desde os pré-requisitos .

Conclui-se , também, que o conteúdo dessa disciplina só será absorvido com mais intensidade pelos alunos, quando for inclu ído nas disciplinas profissionalizantes , o que exigirá, naturalmente , uma integração maior com os demais professores da Escola .

1J4 - Rev, Bras. Enf , Brasilia. 38(2) , A br, fMai. /Jun. 1985

R EC O M E N DAÇÕES

Recomenda-se que : a) na formação do enfermeiro, haja um estudo

mais aprofundado dos aspectos ético-morais ; b) o ensino da Deontologia de Enfermagem,

seja precedido pelo estudo da Ética Geral nos seus aspectos básicos ;

c) o ensino da Ética Profissional seja núnistra­do dentro de uma visão sócio-histórica, procuran­do-se identificar os valores da profissão e sua rela­ção com o contexto de sociedade em genU e , em específico , da sociedade brasileira ;

d) seja dada oportunidade ao aluno de analisar cri ticamente o Código de Deontologia;

e ) sejam utilizadas as estratégias de situações­-problemas vivenciadas pelos próprios estudantes, em seus campos de estágio, para análise dos proble ­mas é ticos e morais , tomando por base o Código de Deontologia e os aspectos básicos da moral humana ;

f) os temas da ética, além de ser discutidos na disciplina específica, sejam integrados em todas as disciplinas profissionalizantes ;

g) seja estudado qual o semestre d o curso mais adequado para se núnistrar as disciplinas que correspondem à Ética Geral em seus aspectos bási­cos e à Ética Profissional ;

h) ao lado dos outros aspectos fundamentais da Ética Profissional , no ensino da Deontologia em Enfermágem procure -se explicitar, com clareza , o papel do Conselho de Enfermagem como órgão normativo e disciplinador do exerc ício profissio­nal.

VIEIRA, T . T . & OLIVA, D .S.R. New app roach in thc fundamental nursing : teacher expericncc in t h e pror'is­sio nal cthics teaching. Rev. Bras, Enf, Bras11ia, 38 ( 2) :

, 1 9 1 - 1 9 4 . abr . /j u n . 1 9 85 .

R E F E R ÊN C I AS B I B L I O G R Á F ICAS

l. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM . Códi­gos de deontologia de enfermagem, processo ético. transwessões e penalidades. Bras11ia. 1 9 7 8 .

2 . -- , Docum'en tos básicos d o COFEN. R io d e 1:1-neira . 1 9 8 3 .

3 . COORDENADORIA ECUMÊNICA D E SERVIÇO. Declaraça-o Universal dos Direitos Humanos. Salvador, 1 9 8 1 .

4. GELAIN. Y . Deontologia e enfermagem. São Pau lo . EPV, 1 9 8 3 .

5 . V ÃSQUEZ. A . S . Ética 2. cd. Rio d e J aneiro, Civiliza­ção B rasileira, 1 9 7 5 .

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6. VI E I R A , T.T. et ali i . Evolução história do currículo da Esco la de E n fermagem da Universidade fede­ral d a Bahia. Rev. Baiana de Enf. , S alvador, 1 ( 1 ) : 7 3 -8 9 , 1 9 8 3 .

Obs. : A l é m da bibliogr afia citada, foram consultados o

Plano de Curso c o Programa de disciplinas minis­t radas na E scola d e Enfermagem da UFBa, de 1 94 2

a 1 984 - I::tica, i?tica e H istória d a Enfermagem, Ajuntamento profissio nal (conteúdo de I?tica). Proble m ática da Enfermagem e Exercício de Enfer­magem e Deonto logia.

Rev. Bras. Enf , Brasilia. 38(2). A br. /Mai. /Jun. 1 985 - 1 95

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U N I V E R S I D A D E F E D E R A L DA B A H I A ESCO LA D E E N F E R MAG E M

A N EXO I

D E PT9 D E E N F E R MAG E M M � D I CO C I R Ú R G I CA E A D M . D E E N F E R MAG E M D I SC I P L I N A : E X E R C IC I O D E E N F E R MAG E M E D E O N TO LOG I A

CONTE Ú DO P R O G R AMÁTICO

U N I DADE I - A E N F E R MAG E M , A �T I CA, A MO R A L E A LE I J U R (D I CA N U M CO N T E XTO SÓC I O· H I STÓ R I CO :

1 - M O R A L E H I STÓ R I A

Caráter H i stórico d a Mora l - M udanças H i stórico·Soc i a i s e Mudanças M ora i s

2 P RO B L E M AS �TI COS E M O R A I S

3 A E N F E R MAG E M E OS D I R E I TOS H U MANOS

D i re i tos e D everes na V ida H u mana - D i re itos U n iversa i s do H omem

4 - A E N F E R MAG E M E A L E I J U R (D I CA E M O R A L

Carga H orár i a : 0 9 horas

U N I DADE " - D E O N TO LOG I A E M E N F E R M AG E M E E X E R C IC I O P R O F I SS I O N A L :

- L E G I S LA ÇÃO DA AT I V I D A D E P R O F I SS I O N A L E M E N F E R M AG E M

O bjetivos - Pr inc ipa i s Le is

2 - CÓ D I GOS N O R MAT I VOS D A P R O F I SSÃO

2. 1 Cód igo de Deonto l og i a e m E nferm agem - Aspectos J u r íd icos e M o ra i s

Conteúdo :

R esponsab i l i dades F u ndamenta is do E nferme i ro Exerc íc io Profiss iona l Enfe rme i ro perante a C l asse E nferme i ro perante os Co legas e demais Mem bros da E q u i pe de Saúde O E nferme i ro e Soc iedade

2.2 Cód igo de Processo �tico

2.3 - CÓd igo de I nfrações e Pena l i dades

3 - O etlzos da at iv idade c ien tíf ica de enfe rmagem Carga H orár ia : 36 horas

1 96 - Rev. Bras. Enf . Brasilia. 38(2) . A br. /Mai."jJun. 1 985