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Ensino x Aprendizagem Novas perspectivas para a Educação Inclusiva Prof. Dra. Linamara Rizzo Battistella Médica Fisiatra Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência

Novas perspectivas para a Educação Inclusiva - al.sp.gov.br · Tabaco, Álcool, Drogas -0,05 0,78 0,06 Estresse 0,36 0,60 0,15 Agressão 0,33 0,46 0,06 ... Problemas placentários

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Ensino x Aprendizagem

Novas perspectivas para a Educação Inclusiva

Prof. Dra. Linamara Rizzo BattistellaMédica Fisiatra

Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência

Cerca de 200 milhões de crianças nos países em desenvolvimento

não conseguem atingir o desenvolvimento cognitivo que garanta

seu progresso escolar (Engle et al, 2007).

Nesse marco, a educação inclusiva implica o propósito de construir

uma unidade de novo cunho e conseguir a adesão a determinados

princípios e hierarquia de valores políticos e pedagógicos.

O significado da Educação

Como libertação ou busca de liberdade

Como formação no sentido de desenvolvimento individual

Integração do individuo com o meio

Desafios

Deficiências e Dificuldades

Desenvolvimento cognitivo

Fatores pessoais

Fatores ambientais/sociais

Processos

Processo de avaliação

Metodologia de ensino

Flexibilização e adaptação curricular

As políticas governamentais supõe sempre um cenário de

tensão entre universalidade e particularidade; não só é

necessário construir consensos acerca dos princípios gerais –

como a igualdade e a qualidade da Educação Inclusiva-, mas

também acerca dos modos de concretizá-los – a Educação

Inclusiva pode enfatizar a aprendizagem, a socialização, a

formação para o exercício da cidadania e a inserção no mundo

do trabalho.

O que é necessário fazer

Educação Inclusiva como uma política sistêmica, que permite

concretizar a igualdade de oportunidades dos alunos com

deficiência.

Desenvolvimento de propostas que avancem em direção ao que

é preconizado pela Convenção da ONU sobre os Direitos das

Pessoas com deficiência, com diretrizes e metas claras, bem

como do Atendimento Educacional Especializado, aprovado pela

CNE/CEB.

Educação e Saúde

Base de Dados:

Histórico de Desenvolvimento da criança

• gestação;

• condições de parto;

• desenvolvimento neuropsicomotor, com ênfase na aquisição da marcha e linguagem;

• moléstias na primeira infância;

• ocorrência de distúrbios de aprendizagem em outros membros da família;

• ocorrência de problemas psiquiátricos ou neurológicos em outros membros da família, e

• informações sobre o desenvolvimento escolar e comportamento em sala de aula fornecidas pelos professores

Reconhecer as Particularidades

Desenvolvimento Cognitivo: Avaliação

• da capacidade de análise e síntese;

• da atenção e memória;

• compreensão e execução de ordens;

• psico-comportamental;

• compreensão do contexto social;

• da capacidade de leitura e escrita;

• da capacidade de quantificação e cálculo aritmético;

• raciocínio lógico-matemático.

Pesquisa

10 escolas da Rede Estadual de Ensino

4500 crianças do Ensino Fundamental – Primeiro Ciclo

Tabela 1 – População estudada

total %

Crianças avaliadas 4524

com problemas de aprendizagem e comportamento 337 0,07

com problemas de aprendizagem 496 0,11

com problemas de comportamento 379 0,08

Questionários de Comportamento em Sala de Aula (RCCS)

Relatório de Comportamento da Criança em Sala de Aula RCCS alunos com

dificuldades de aprendizagem e/ou comportamento e também para o mesmo

número de alunos sem essas dificuldades.

Utilizou-se a análise de Extração de Componentes Principais (ECP) para

identificação de possíveis padrões de comportamentos em sala de aula.

Tabela 2 – Padrões comportamentais

Padrão 1 Padrão 2 Padrão 3

Desatenção 0,35 0,62 0,13

Hiperatividade 0,91 -0,11 0,07

Oposição 0,93 0,14 0,10

Relacionamento Social -0,23 0,85 -0,09

Ansiedade 0,44 0,32 0,64

Queixas Somáticas 0,37 0,70 0,24

Afetividade 0,04 0,04 0,93

Timidez 0,17 0,81 0,24

Agressividade 0,91 0,16 0,11

Histórico do Desenvolvimento – Inquérito Familiar

Esses dados mostram que a saúde materna e problemas sociais interferiram com o desenvolvimento da gravidez das crianças estudadas.

Tabela 3 – Ocorrências na Gravidez

Padrão 1 Padrão 2 Padrão 3

Gestação desejada -0,04 -0,48 -0,09

Pré-natal 0,17 -0,69 -0,01

Tabaco, Álcool, Drogas -0,05 0,78 0,06

Estresse 0,36 0,60 0,15

Agressão 0,33 0,46 0,06

Morte na família 0,48 0,01 0,08

Sangramento 0,63 -0,05 0,24

Pressão Arterial Alterada 0,67 0,01 0,13

Infecção 0,61 -0,01 -0,17

Problemas com placenta 0,08 0,10 0,80

Rompimento de bolsa 0,02 0,00 0,82

Rendimento Acadêmico

A análise dos dados obtidos para o Rendimento Acadêmico permitiu a identificação de quatro níveis de desenvolvimento cognitivo:

1) Nível DI (5%): crianças com enorme dificuldade de aprendizagem;

2) Nível DA (19%): crianças com dificuldade de aprendizagem;

3) Nível NO: (56%)crianças com rendimento acadêmico dentro da faixa

esperada;

4) Nível AV (11%): crianças com rendimento acadêmico acima do esperado e

5) Nível AVV (9%): crianças com rendimento acadêmico muito acima do

esperado.

Comportamento em sala de aula

A análise dos dados obtidos com o RCCS mostra a existência de 3 grupos de crianças:

1) Hiperativa, Agressiva e Opositora;

2) Desatenta, Tímida e com Problemas de Relacionamento Social e

3) Ansiosa com Problemas de Afetividade.

Histórico da Gravidez

A análise dos dados obtidos com o Questionário do Histórico do

Desenvolvimento mostrou a existência de 3 padrões de complicação no

desenvolvimento da gravidez:

1) Infecção, sangramento e pressão arterial alterada;

2) Estresse materno e Gravidez Não Desejada e Não Realização de Pré-natal; e

3) Problemas placentários e descolamento prematuro de bolsa.

Antecedentes Familiares

A análise dos dados obtidos com o Questionário do Histórico do

Desenvolvimento mostram a existência de 3 padrões de herança

genética:

1) Dislexia, Discalculia e Distúrbios de Comportamento;

2) Alzheimer, Depressão e Deficiência Mental; e

3) Epilepsia e Esquizofrenia.

Conclusão

24% das crianças apresentam dificuldades de aprendizado

5% das crianças apresentam dificuldades severas

20% das crianças estão acima da média

9% das crianças estão muito acima da média

Considerar a expansão da Educação

Inclusiva como uma construção social

requer, em primeiro lugar, trabalhar sobre

as diferentes interpretações elaboradas

acerca da baixa matrícula de alunos com

deficiência na escola regular.

Conclusão

A Educação Inclusiva deveria constituir

um eixo transversal do projeto político

pedagógico em vez de um apêndice. A

expectativa depositada na elaboração

de um projeto integral, universal e

transversal implica alcançar níveis

importantes de cooperação inter-

institucional, inter-setorial e inter-

disciplinar.

Mudança de paradigma

A questão da acessibilidade arquitetônica é um tema bastante

crítico, mas a acessibilidade pedagógica, de comunicação e

informação não é menos importante.

A articulação de uma rede dos professores da educação especial

com os da escola regular são fundamentais para o

compartilhamento e busca de soluções conjuntas, rompendo o hiato

entre “especial” e “comum”.

www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br