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Universidade Federal do Rio de Janeiro Coordenação dos Programas de Pós Graduação em Engenharia Programa de Engenharia de Produção NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO APLICADA A GESTÃO DE PROJETOS DE ARQUITETURA E DE COMPLEMENTARES Roberta Cavalcanti Pereira Nunes TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. Orientador: Prof. Ricardo Manfredi Naveiro. COMISSÃO DO EXAME: Prof. Ricardo Manfredi Naveiro. DSc. Prof. Sergio Leusin Amorim. DSc. Prof. Marcos Roberto S. Borges. Ph.D. Profª Ângela Maria Gabriella Rossi. DSc. Profª Heloisa Vasconcelos de Medina. DSc. Rio de Janeiro 2003 1

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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Coordenação dos Programas de Pós Graduação em Engenharia

Programa de Engenharia de Produção

NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO APLICADA A GESTÃO DE PROJETOS DE ARQUITETURA E DE COMPLEMENTARES

Roberta Cavalcanti Pereira Nunes

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO.

Orientador: Prof. Ricardo Manfredi Naveiro.

COMISSÃO DO EXAME:

Prof. Ricardo Manfredi Naveiro. DSc.

Prof. Sergio Leusin Amorim. DSc.

Prof. Marcos Roberto S. Borges. Ph.D.

Profª Ângela Maria Gabriella Rossi. DSc.

Profª Heloisa Vasconcelos de Medina. DSc.

Rio de Janeiro2003

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Em memória do meu pai.

Ao carinho da minha mãe e irmãs e em especial a Ciro Nunes, meu filho.

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AGRADECIMENTOS

Minha enorme gratidão a todos aqueles que, de alguma forma, colaboraram

para a realização deste trabalho.

Agradeço a Ricardo Manfredi Naveiro pelo tema da tese e pelo apoio

incessante durante o desenvolvimento do trabalho.

À equipe do projeto GEPRO, doutorandos e bolsista, que colaboraram no

desenvolvimento deste trabalho

Ao círculo de amigos, do qual me ausentei nesses últimos meses.

A CAPES - Fundação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior,

entidade do Governo Brasileiro voltada para a formação de recursos humanos, que

teve a autora como Beneficiária durante o desenvolvimento do trabalho.

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“Concedei-nos senhor, a serenidade necessária para aceitar como são, as coisas que não podemos modificar; coragem para modificar aquelas que

podemos e sabedoria para distinguir umas das outras”.

Reinhold Niebuhr.

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SUMÁRIO

NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO APLICADA A GESTÃO DE PROJETOS DE ARQUITETURA E DE COMPLEMENTARES...................................................................... 1

LISTA DE FIGURAS........................................................................................................................ 8

LISTA DE QUADROS...................................................................................................................... 9

RESUMO........................................................................................................................................ 10

ABSTRACT.................................................................................................................................... 11

1 APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................... 12

1.1 Delimitação do Tema ............................................................................................... 12

1.2 Motivação Pessoal ................................................................................................... 14

1.3 Contribuição Original ................................................................................................ 15

1.4 Outras Contribuições ................................................................................................ 16

1.5 Organização da Tese .............................................................................................. 17

1.5.1 Organização do Corpo Principal ........................................................................ 17

2 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 19

2.1 Relevância do Tema ................................................................................................ 19

2.2 Objetivos .................................................................................................................. 23

2.3 Metodologia de Trabalho .......................................................................................... 24

3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS ...................................................................................................... 25

3.1 A Atividade do Projeto .............................................................................................. 25

3.2 O Projeto no Setor de AEC ...................................................................................... 28

3.2.1 Projeto do Edifício .............................................................................................. 28

3.2.2 Gerenciamento do Projeto do Edifício ............................................................... 30

3.2.3 A Integração dos participantes .......................................................................... 32

3.2.4 O projeto de arquitetura na construção civil ..................................................... 35

3.2.5 Etapas do Projeto .............................................................................................. 37

3.2.6 Integração dos Projetos Informatizados ............................................................ 38

3.3 Tecnologias de Informação no suporte projeto ....................................................... 39

3.3.1 Internet, Intranet e Extranet ............................................................................... 39

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3.3.2 Conceitos e classificação de CSCW e GROUPWARE ...................................... 40

3.3.3 Aplicações GROUPWARE (GW) ....................................................................... 43

3.3.4 O uso de novas tecnologias na sala de aula ..................................................... 47

3.4 O impacto das novas tecnologias no setor de AEC ................................................. 48

3.4.1 Novas tecnologias no setor de AEC ................................................................. 48

3.4.2 A Evolução das atividades do projetar .............................................................. 53

4 A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO AUXÍLIO AO PROJETO AEC ........................................... 59

4.1 O Projeto na plataforma WEB .................................................................................. 61

4.1.1 Ambientes colaborativos ................................................................................... 63

4.1.2 Considerações quanto aos sistemas pesquisados. ........................................... 65

4.2 Obstáculos quanto ao trabalho colaborativo em plataforma web no Brasil ............. 66

5 DIRETRIZES DO PROTÓTIPO DE UM GERENCIADOR DE DOCUMENTOS ........................... 69

5.1 O Papel do Gerenciador de Documentos em Plataformas WEB ............................. 69

5.2 Diretrizes Iniciais para a criação do Ambiente e-Ger ............................................... 70

5.2.1 A inteface de trabalho na web ........................................................................... 72

5.2.2 Criando um espaço virtual de trabalho .............................................................. 74

5.2.3 Equipe de trabalho ............................................................................................. 75

5.2.4 Controle de acesso - níveis e permissões de acesso ........................................ 76

5.2.5 Controle de acesso - perfis de acesso ............................................................... 77

5.2.6 Controle dos documentos .................................................................................. 79

5.2.7 Otimização das tarefas de controle dos documentos ........................................ 79

5.2.8 Controle de informações por e-mail .................................................................. 81

5.2.9 Considerações finais .......................................................................................... 81

6 MELHORIAS NO COMPARTILHAMENTO DOS DOCUMENTOS ............................................. 83

6.1 O Documento técnico no projeto arquitetônico e complementares ......................... 83

6.2 A Organização dos Documentos pela Padronização ............................................... 85

6.3 A organização das equipes ..................................................................................... 88

6.3.1 Planejamento do Projeto ................................................................................... 89

6.3.2 Galeria de Usuários ........................................................................................... 90

6.3.3 Gerência dos documentos: ............................................................................... 91

6.3.4 Sistemas de Busca e Memória Técnica ............................................................. 91

6.4 Funções de Gerenciamento da documentação aprimoradas ................................. 92

7 CONCLUSÕES ............................................................................................................................ 94

8 RESULTADOS ............................................................................................................................. 96

8.1 Resultados Obtidos .................................................................................................. 96

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 98

10 ANEXO A ................................................................................................................................. 104

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11 ANEXO B ................................................................................................................................. 106

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: ATIVIDADES /PROCESSOS QUE SE INSEREM NOS PROJETOS .................... 38@~

FIGURA 2:; CSCW, QUADRO ESQUEMÁTICO, ÁREAS INTEGRADAS DOS COMPONENTES, ...................................................................................................................................... 41@~

FIGURA 3: GROUPWARE -CLASSIFICAÇÃO DE TEMPO E ESPAÇO................................. 42@~

FIGURA 4: EXEMPLO DE DESENHO NA WEB ..................................................................... 62@~

FIGURA 5:ÁREA DE TRABALHO PARA AS OPERAÇÕES REFERENTES AO DOCUMENTO....................................................................................................................................... 72@~

FIGURA 6: VISUALIZAÇÃO DE DESENHOS CAD E FIGURAS............................................. 74@~

FIGURA 7: ÁREA DE TRABALHO PARA OPERAÇÕES DE DIREITOS DE USUÁRIOS...... 77@~

FIGURA 8: INTERFACE PARA DEFINIÇÃO DE NOVOS DIREITOS E OU A INSCRIÇÃO DE NOVOS USUÁRIOS..................................................................................................... 78@~

FIGURA 9: ESTRUTURA ESQUEMÁTICA DAS ATIVIDADES EXECUTADAS PELA FERRAMENTA NA PLATAFORMA WEB (WWW.SISPRO.ORG/E-GER) ................. 82@~

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: ESTÁGIOS DE EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS CAD.(ADAPTADO DE SOARES, 1997)............................................................................................................................. 56@~

QUADRO 2: NOVAS FERRAMENTAS E SERVIÇOS DE APOIO AO PROJETO................... 57@~

QUADRO 3: WEB SITES DE SERVIÇOS DE PROJETO......................................................... 62@~

QUADRO 4: APLICATIVOS PARA VISUALIZAÇÃO DE DESENHOS EM CAD. ................... 73@~

QUADRO 5: NOMENCLATURA ASBEA.(2000) PARA A ESTRUTURA DE DIRETÓRIOS DO PROJETO..................................................................................................................... 86@~

QUADRO 6: NOMENCLATURA ASBEA.(2000) PARA A ESTRUTURA DE ARQUIVOS DO PROJETO..................................................................................................................... 87@~

QUADRO 7: ETAPAS DO PROCESSO DE PROJETO, NA FASE DE CONCEPÇÃO E DESENVOLVIMENTO DOS PROJETOS DE ARQUITETURA E COMPLEMENTARES. ...................................................................................................................................... 89@~

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RESUMO

O objetivo desta tese é descrevermos a estrutura operacional de um Gerenciador

de Documentos. A pesquisa trata da gestão da documentação do projeto, usualmente

produzida pelas diversas especialidades responsáveis pela sua elaboração nas fases de

concepção e planejamento, apoiada nas novas Tecnologias de Informação (TI). A

adoção e a disseminação de redes de computadores e de sistemas informatizados para o

gerenciamento do trabalho em grupo geraram novos recursos na integração de equipes

de projeto. Entre os novos recursos destacamos os sistemas informatizados para

processamento, arquivamento e comunicação de dados como elementos centrais na

formulação das estratégias de competitividades das empresas. Trata-se de uma

investigação sobre como e por que as inovações no campo das Tecnologias de

Informação (TI), estão modificando a organização do processo de desenvolvimento de

projetos no setor de AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção). A proposta visa à

utilização de sistemas de gerenciamentos de documentos em ambientes web no auxílio

à gestão de documentos e integração das equipes de projeto considerando sobretudo os

novos meios de comunicação e informação, na reorganização da documentação

produzidas pelos projetos de arquitetura e complementares. Esses sistemas vêm ao

encontro das necessidades das equipes de projeto, tais como rastreabilidade das

informações, controle do andamento do projeto, definição de processos de trabalho que

envolvem novos procedimentos para a gestão do conhecimento e para o gerenciamento

de projetos. Neste contexto estão as metodologias reconhecidas e aceitas mundialmente

por organismos tais como a ISO (International Standards Organization) e o PMI (Project

Management Institute), ambos com abordagens voltadas para o produto ou

empreendimento em toda sua cadeia produtiva.

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ABSTRACT

The goal of this thesis is to describe the operational structure of a Documents Manager. The research care for the administration of the documentation of the project, usually produced by the several responsible specialties for your elaboration in the conception and planning phases, supported in the new Information Technologies (IT). The adoption and the computers chains sowing and of systems computerized for the management of work in group generated new resources in the project teams’ integration. Among the new technologies for information the systems computerized for processing, data filing and communication as central elements in the formulation of the competitiveness strategies of the companies. It is an investigation about as and why the innovations in the field of the Information Technologies (IT), are modifying the organization of the projects development process in AEC's Sector (Architecture Engineering and Construction). The proposal aims at the managements systems utilization of documents in ambient web in the help to the documents and integration administration of the project teams considering above all the new communication and information means, in the reorganization of the documentation produced by the architecture projects and complementary. These systems come to the encounter of the needs to project teams, such as rastreability of the information, control of the course of the project, working processes definition that involve new procedures for the administration of the knowledge and for the projects management. In this context are the recognized and accepted methodologies world-wide for organisms such as for ISO (International Standard Organization) and PMI (Project Management Institute), both with approaches geared to the product or enterprise in all your productive network.

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1 APRESENTAÇÃO

Tese submetida ao corpo docente da coordenação dos programas de pós-graduação em engenharia da universidade federal do rio de janeiro como parte dos requisitos

necessários para obtenção do grau de doutor em ciências em engenharia de produção, do Programa de Engenharia de Produção, da Coordenação dos Programas de Pós

Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

ÁREA DE CONHECIMENTO

Gestão do Projeto e do Produto

PALAVRAS-CHAVE

Gerência do projeto e do produto, metodologia do projeto, tecnologia da informação

QUESTÕES INICIAIS::

Como a web pode ser utilizada para otimizar as ações rotineiras de controle e divulgação dos documentos em emissão, revisão e produção?

Como a web pode ser utilizada no auxilio a distribuição e o controle de acesso aos dados e informações entre os envolvidos no desenvolvimento integrado do projeto

1.1 Delimitação do Tema

A presente pesquisa trata do gerenciamento da documentação técnica,

usualmente produzida pelas diversas especialidades envolvidas no ciclo de vida do

projeto durante as fases de concepção e planejamento, apoiada nas novas Tecnologias

de Informação (TI). Trata-se de uma investigação sobre como as inovações no campo

das Tecnologias de Informação (TI), estão modificando o controle e distribuição dos

documentos técnicos durante as fases de concepção e planejamento no ciclo de vida dos

projetos de AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção).

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A elaboração do projeto em sua fase de concepção e planejamento para a

construção da edificação/empreendimento de um certo porte caracteriza-se pela

fragmentação em diversas especialidades e pelo intercâmbio das mais diversas

informações e dados entre os participantes do empreendimento. Os dados são

principalmente os desenhos, representações gráficas, classificados de acordo com a

informação a transmitir (etapas do projeto).

Tal proposta se insere nas linhas de pesquisa do projeto GEPRO1 desenvolvida

no Programa de Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ. A pesquisa conta ainda com

o apoio financeiro da CAPES – Linha de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior,

entidade do Governo Brasileiro voltada para a formação de recursos humanos.

Como parte do desenvolvimento da pesquisa e como o apoio da Linha de

Pesquisa de suporte aos projetos de incentivo a EAD, (PAPED) desenvolvemos para uso

educacional o protótipo de uma sistema como Gerenciador de Documentos em

plataforma web, integrado às pesquisas de doutorado, também em andamento no

GEPRO, dos alunos Romir Soares e Marcos Borges. A pesquisa do aluno Romir Soares

é assim, encarregada da transformação das diretrizes dos demais projetos em produtos

implementados como módulos do sistema denominado como SisPro -Sistema de

Integração e Apoio ao Projeto.

Esta pesquisa se articula com as demais através de uma relação intensa de

interatividade, tanto em nível metodológico e conceitual quanto instrumental, em que

recursos e ferramentas de tecnologias de informação se encontram dentro do mesmo

referencial teórico no que se refere a novos meios/metodologias/procedimentos de

suporte ao projeto de produtos industriais.

As questões que permeiam os campos de conhecimentos desta tese consideram

a organização do projeto no setor de AEC, enfatizando os seguintes itens: o

desenvolvimento informatizado de projetos de arquitetura; a organização e interação

entre as disciplinas intervenientes em um projeto; a utilização das tecnologias de

informação e comunicação em plataforma web.

Os estudos deste trabalho se direcionam para o projeto nas fases de concepção e

planejamento com ênfase nos seus processos gerenciais e de fluxo de informações.

Dentre estas pesquisas podemos citar os estudos desenvolvidos por MELHADO (2001),

AMORIM (1995) e SCHMITT (1998) em relação aos benefícios da adoção de

metodologias nos processos que levam em conta a questão do desenvolvimento

integrado do projeto. Outra área de estudo abordada por SOARES (1997) e se refere ao

potencial da informática na racionalização de projetos, é- sobre o uso dos recursos

informatizados nos projetos de arquitetura, gerenciamento e execução das obras.

1 Grupo de Ensino e Pesquisa em Gestão Integrada de Projeto de Produtos Industriais - www.gepro.ufrj.br

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Também abordada por SOIBELMAN & CALDAS (2002) em seus estudos sobre sistemas

de informação.

Outro campo de estudo que vem sendo trabalhado pelos grupos de pesquisa e se

identificam com os objetivos da tese se relacionam às questões da área de

desenvolvimento integrado do projeto em ambientes colaborativos, com a utilização de

recursos da Tecnologia da Informação abordadas por NASCIMENTO & SANTOS (2002).

A pesquisa enfatiza a aplicação de TI não só no armazenamento da documentação

técnica mas também em recursos que visam à otimização das atividades de controle da

documentação (emissão, aprovação, revisão e distribuição) do projeto voltados para

melhorias de qualidade no fluxo de trabalho.

A abordagem se justifica uma vez que os principais problemas envolvidos no ciclo

de vida de um projeto são a criação de um ambiente para o trabalho intelectual

colaborativo, o gerenciamento e controle do estado da informação, e o compartilhamento

da informação adequada e no tempo correto. (NAVEIRO et al, 2001a). Para os autores

“Projetar é um processo baseado em conhecimento, no qual dados, informação e

conhecimento são processados simultaneamente por um grupo de profissionais

envolvidos no ciclo de vida de um produto. O processo de projeto envolve uma série de

atividades de criação, tais como planejamento de artefatos, desenvolvimento de

produtos, síntese do produto e solução de problemas.”

1.2 Motivação Pessoal

O interesse pelo tema escolhido se deve ao fato de que vivemos, hoje, um

momento de grandes transformações. As novas tecnologias exigem uma constante

adaptação por parte dos profissionais, e o mercado de trabalho torna-se cada vez mais

necessitado de pessoas capazes de absorver e aproveitar produtivamente as contínuas

mudanças que o mundo atual nos impõe.

Desde o surgimento das ferramentas computacionais de auxílio ao projeto, tais

como as tecnologias CAD, estamos nos adequando a mudanças organizacionais e

demandas do mercado. Os dados obtidos através de pesquisa realizada nos escritórios

de projetos de arquitetura e engenharia, por ocasião da dissertação de Mestrado da

autora, e a experiência pessoal, no setor, da autora constatam que o desenvolvimento de

projetos informatizados nos leva à necessidade de garantir maior confiabilidade nos

projetos interdisciplinares, passando a existir um maior fluxo de informações e

documentos referenciais de uso coletivo.

Estas questões estão presentes também nas atividades de pesquisa voltados

para os projetos integrados que a autora vem colaborando. Além disso, a experiência

profissional da autora em escritórios de projeto de arquitetura associada às suas

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atividades acadêmicas contribui para o interesse no desenvolvimento de pesquisas e na

busca de soluções para os problemas verificados neste setor (ver ANEXO).

1.3 Contribuição Original

É fato que os avanços da tecnologia de informação tendem a reformular a

estrutura organizacional e beneficiar o seu desenvolvimento através da facilidade da

comunicação, da redução de tempo e custos e da maior interação entre os envolvidos em

toda a sua cadeia produtiva. Para JACQUES (2000) a comunicação entre os envolvidos

tem grande influência no andamento de todos os processos relacionados a produção da

edificação. A eficácia desta comunicação depende de atividades tais como definição,

organização e transmissão, as quais ocorrem em geral de maneira fragmentada e

informal ao longo das diversas fases do processo. O presente trabalho busca contribuir

com a reorganização e otimização das etapas de desenvolvimento integrado dos projetos

informatizados, quando na utilização de um ambiente de trabalho colaborativo.

A apresentação deste projeto de pesquisa demonstra a importância da Internet

como uma ferramenta de captação, controle e divulgação de informações, bem como de

comunicação entre agentes/disciplinas/intervenientes, que pode viabilizar e potencializar

os compromissos assumidos por este no que tange à formação educacional e

profissional, à difusão tecnológica, e à incorporação de qualidade e produtividade nos

processos de trabalho.

O protótipo gerenciador de documentos desenvolvido durante a realização desta

pesquisa a que denominamos e-Ger se apresenta como um dos meios de buscar

melhorias para a otimização de procedimentos e rotinas organizacionais frente às novas

ferramentas de suporte ao projeto em plataforma web. O contexto de aplicação é no

processo de modernização do projeto reorganizando o controle da documentação técnica

de uma forma geral, e mais especificamente no que se relaciona às características

intrínsecas do projeto de arquitetura e complementares. Ele se propõe alocar os

principais tipos de documentos e assim otimizar etapas organizacionais que

conseqüentemente irão contribuir para melhoria da qualidade do projeto,

Através do e-Ger os documentos são cadastrados, caracterizados, arquivados,

visualizados, comentados e armazenados em um único endereço na web, centralizador

da documentação técnica. O espaço “virtual” como centralizador das funcionalidades do

gerenciador permite que as equipes dos diversos especialistas compartilhem um conjunto

de procedimentos operacionais.

Um facilitador como instrumento de integração, e assim uma ferramenta essencial

para as mudanças que estão ocorrendo em função de processos de certificação tais

como rastreabilidade das informações, controle do processo e definição de processos de

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trabalho, entre outros. Isso vem ao encontro de metodologias que envolvem novos

procedimentos para o gerenciamento de projetos adotados no funcionamento de

sistemas de qualidade reconhecidos e aceitas mundialmente por organismos tais como a

ISO (International Standards Organization) e o PMI (Project Management Institute),

ambos possuem abordagens voltadas para o produto ou empreendimento em toda sua

cadeia produtiva (VARGAS,2000).

1.4 Outras Contribuições

Além do gerenciamento do projeto, se inserem na pesquisa os aspectos

relacionados ao processo de aprendizagem, considerando as questões tecnológicas

como apoio ao ensino presencial ou à distância. Uma vez que a atividade de projeto é

considerada um processo de resolução de problemas e satisfação de demandas ela é,

por excelência, um exercício de criatividade e inovação coletiva. Mais que isso, o projeto

assume hoje, em suas formas inovadoras de aprendizado coletivo, uma função difusora

das novidades e conhecimentos gerados.

A aplicação do e-Ger no ensino de projeto e no setor de desenvolvimento de

projeto tem aplicações similares quanto à incorporação de inovações tecnológicas às

técnicas de ensino. A aplicação de técnicas coletivas e colaborativas de aprendizagem

na educação formal é importante não só para obtenção de ganhos em relação ao próprio

processo de aprendizagem, mas também na preparação dos indivíduos para situações

futuras no ambiente de trabalho, em que as atividades exigem, cada vez mais

intensamente, pessoas aptas ao trabalho em equipe.

Como pressuposto desta pesquisa, considera-se que o projeto é um processo de

aprendizagem e geração de conhecimento. Uma vez que o trabalho docente consiste

não só em informar, mas – fundamentalmente - em contribuir para a formação de

indivíduos, esperamos que as escolas de engenharia e arquitetura, através de seus

professores, desenvolvam nos alunos habilidades, atitudes e valores que lhes permitam

adquirir conhecimentos para uma atuação competente dentro do seu campo profissional.

Dessa forma, a finalidade do ensino de engenharia e arquitetura numa sociedade

tecnológica, multimídia e globalizada é possibilitar que os alunos trabalhem os

conhecimentos científicos e tecnológicos, desenvolvendo habilidades para operá-los,

revê-los e reconstruí-los com sabedoria em atuações futuras. Além disso, o perfil do

engenheiro que se quer formar e o modelo de universidade pública no Brasil também

estão em processo de mudança.

“O perfil delineado para o graduando, por exemplo, em engenharia, exigido no Exame

Nacional de Cursos, assim como as novas diretrizes curriculares estabelecidas pelo

MEC para os cursos de engenharia apontam para uma série de modificações que irão

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afetar a estrutura, os métodos de ensino e o papel do professor dentro do novo

ambiente de ensino e aprendizagem que se prenuncia. O espírito empreendedor, a

capacidade de trabalhar em equipe, a capacidade de auto-aprendizado, a capacidade

de expressão oral e escrita e o conhecimento de língua estrangeira são alguns dos

atributos previstos para os engenheiros citados nos documentos oficiais divulgados

pelo MEC”. (NAVEIRO & OLIVEIRA, 2001)

Nesse sentido, este projeto procura ampliar o escopo de formação dos

engenheiros e arquitetos, abrindo oportunidades para os futuros profissionais adquirirem

novas habilidades compatíveis com o cenário internacional de exercício profissional que

se antevê para o setor.

Em ambientes de ensino, o e-Ger utiliza-se de ferramentas, meios de

comunicação e informação capazes de aprimorar e facilitar o desenvolvimento de

projetos de engenharia e arquitetura. Sua aplicação funciona como apoio à disciplina de

projeto, de forma a dar ao aluno condições de se adaptar às mudanças do mercado de

trabalho. Coloca-se também como uma ferramenta de interação da disciplina facilitando

ao professor e ao aluno o entendimento de como as novas tecnologias podem vir a ser

usadas. Além disso, projetar envolve um processo de aprendizagem crescente inerente

às atividades próprias de projeto.

1.5 Organização da Tese

A norma vigente na COPPE/UFRJ (Aprovada pelo Conselho de Coordenadores

em 8 de outubro de 1996) prevê que da tese devem constar as seguintes partes

principais: preliminares, corpo principal e elementos de complementação.

Em preliminares são previstos: folha de rosto e ficha catalográfica, dedicatória e

agradecimentos (opcionais), resumo em português e inglês, índices (texto, figuras,

tabelas, símbolos).

O corpo principal deve conter uma introdução, uma descrição do estado da arte

relativo ao tema de tese, o seu desenvolvimento e as conclusões obtidas.

Os elementos de complementação devem conter as referências bibliográficas,

apêndices e índice alfabético remissivo (opcional).

A partir desta norma, em termos de organização da tese, resta estruturar o Corpo

Principal, contemplando uma introdução, uma descrição do estado da arte, o

desenvolvimento e as conclusões da tese.

1.5.1 Organização do Corpo Principal

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INTRODUÇÃO

Capítulo 2 –Introdução

Contempla os seguintes itens principais: Relevância do Tema; Objetivos e

Metodologia de trabalho

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Capítulo 3 – Fundamentos Teóricos

Apresenta uma descrição das três áreas de interesse da pesquisa, com os

seguintes itens principais:: O projeto no setor de AEC, Tecnologias de Informação no

Suporte ao Projeto, Apresenta conceitos, funcionalidades e o estado da arte em CSCW

em conformidade com a bibliografia disponível

Capítulo 4 – A inovação tecnológica no auxilio ao projeto

Descreve através de pesquisa de dados, algumas das ferramentas disponíveis

para o desenvolvimento do projeto via web. Contempla uma análise da evolução do

projeto no setor e as principais vantagens e desvantagens em conformidade com a

bibliografia disponível.

DESENVOLVIMENTO

Capítulo 5 – Diretrizes do Gerenciador

Apresentação das diretrizes adotadas para a implementação do protótipo proposto

para o desenvolvimento de um gerenciador de documentos em plataforma web.

Descrição das funcionalidades do sistema desenvolvido.

Capítulo 6 – Melhorias no compartilhamento dos documentos

Apresentação de um conjunto de procedimentos que visam melhorias na estrutura

organizacional dos documentos em ambientes web.

Capítulo 7 - Síntese e Conclusões

Realização de uma síntese sobre o tema abordado, assim como, das conclusões

que a pesquisa permitiu alcançar.

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2 INTRODUÇÃO

2.1 Relevância do Tema

Atualmente a busca de mecanismos capazes de acelerar o processo de

comunicação e transferência de informação entre as pessoas está a ponto de ampliar a

capacidade de comunicação e alterá-los em um processo que certamente está

modificando em muito todos os hábitos que desenvolvemos até hoje. A Ciência da

Informação desenvolve papel fundamental em todo este processo. Paralelamente às

novas ferramentas tecnológicas estão surgindo novas formas de tratamento e otimização

da informação através de novos meio para organizar, processar e aprender através das

informações.

Os programas de gerenciamento da documentação seguem como uma etapa

complementar na otimização dos dados gerados. Sua função é organizar e controlar a

criação e acesso aos dados, ou seja, o fluxo de documentos e informações referente a

todo o ciclo de desenvolvimento do produto.

Estamos frente a um novo paradigma no que se refere à manipulação da

informação em todos os seus estágios desde o emissor ao receptor. Sabemos que este

final de século ensaia o que está por vir nas próximas décadas e que nele foram

atingidos níveis tecnológicos capazes de assegurar uma nova forma de coexistência

mundial. Cabe agora às diversas parcelas da sociedade determinar como deverão

ocorrer estas mudanças e como efetivamente participarão delas (O’BRIEN, 2000).

Essas mudanças começam a ser sentida também no setor da construção civil que

é um setor constituído majoritariamente por empresas de pequeno porte, com limitada

capacitação técnica e de investimento. Sua produção se dá de modo disperso

geograficamente e interagindo em tempos diferentes, carecendo de uma estabilidade de

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volume ou local de produção. Participam deste processo múltiplos atores, com formação

variada, espalhados em várias organizações (AMORIM, 1995). Ademais, os diferentes

profissionais envolvidos em projetos de edificação têm conhecimentos específicos nas

suas áreas de atuação, fato que cria algumas das dificuldades encontradas nas principais

tarefas de criação, como resolver conflitos que ocorrem no momento da integração de

soluções derivadas pelos diferentes especialistas (SCHIMITT, 1998) e constantes

incompatibilizações e erros de projetos em fase de execução da obra (FRUET &

FORMOSO, 1993).

Para solucionar problemas ou agilizar o seu desenvolvimento com produtividade e

qualidade é preciso que esses profissionais atuem de forma integrada. Faz-se, então,

necessário aumentar a interação entre os participantes, trabalhando de forma

colaborativa na qual cada um atua com seus conhecimentos em disciplinas (áreas)

específicas.

A pouca integração é destacada pelos autores FRUET & FORMOSO (1993) que,

em pesquisa junto a gerentes técnicos de empresas, afirmam que a difusão da

informação é um dos itens que precisa ser melhorado nas organizações, pois a

deficiência de integração, e mesmo de comunicação entre os envolvidos em determinado

empreendimento, é uma das principais causas para o retrabalho durante a execução da

obra.

As empresas precisam recriar seus produtos e processos de forma a poder inovar

e garantir produtividade com qualidade. Um dos pontos importantes a ser fortalecido é a

necessidade de criação de uma cultura da “colaboração”, não só entre os profissionais,

mas também entre profissionais e clientes.

Com a evolução das tecnologias de comunicação, o fluxo de informações se

tornou muito mais rápido e sua disseminação ganhou um alcance muito mais amplo. Um

melhor sistema de comunicação com uma base de dados para diálogos, conhecimento e

troca de dados é possível graças ao uso de sistemas informatizados e integrados através

da internet e intranet (NUNES et al, 2001).

CRUZ (1997b) destaca como instrumentos que proporcionam métodos integrados

na Gestão da Documentação o papel de tecnologias NET (Internet, Intranet e Extranet)

que reduzem distância e tempo de deslocamento necessário, além de permitirem melhor

atualização de informações, agregando valor às atividades e negócios, pois tempo é

dinheiro.

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As Tecnologias de Informação e Comunicação têm sido cada vez mais utilizadas

para solucionar problemas específicos e cotidianos. Particularmente no setor AEC elas

são responsáveis por lidar com os imensos repositórios de dados gerados nos projetos

deste setor.

Neste sentido elas são destaque nas diretrizes do relatório emitido em 2002 pela

ANTAC -Associação Nacional de Tecnologias do Ambiente Construído– para o

estabelecimento de um cenário futuro que tem como objetivo principal estabelecer

prioridades estratégicas para as ações de fomento à ciência, tecnologia e inovação na

área de Tecnologia do Ambiente Construído, com ênfase no segmento habitacional do

macro-complexo da Construção Civil, para um horizonte de cinco a sete anos. Por

Tecnologia do Ambiente Construído entende-se a área do conhecimento relacionada à

concepção, projeto, produção, operação, manutenção, demolição e reciclagem ou

reutilização de edificações e do seu entorno imediato, área de caráter multidisciplinar, na

qual atuam principalmente profissionais com formação em construção civil e arquitetura.

Ao final, são propostas ações de desenvolvimentos científico, tecnológico e de inovação,

as quais podem contribuir para que tais estratégias sejam implementadas. A seguir

destacamos algumas das questões encontradas como prioridades para a ciência da

tecnologia e inovação pelo Relatório emitido pela ANTAC (2002) quanto à qualificação

recursos humanos e tecnológicos e inovações relacionadas a tecnologia da informação.

Qualificação dos recursos humanos (p-37): “[a] Identificação dos perfis de

profissionais necessários para a Construção Civil e definição das competências

necessárias. [b] Desenvolvimento de modelos de educação continuada, específica

para os diversos segmentos do Macro-complexo, explorando abordagens mais

voltadas para a aprendizagem de adultos. [c] Desenvolvimento de programas de

ensino em universidades e escolas técnicas, voltados às necessidades de capacitação

dos profissionais da construção civil, coerentes com os perfis profissionais definidos.

[d] Formação de profissionais capacitados para atender demandas relacionadas à re-

qualificação da cidade informal. [e] Realização de programas de capacitação em

gestão estratégica para empresários e executivos. [f] Busca de alternativas para a

relação entre capital e trabalho visando à criação de condições que estimulem a

qualificação da mão-de-obra. [g] Desenvolvimento de pacotes instrucionais que façam

uso da internet e de outras técnicas de ensino a distância.”

Inovações relacionadas à tecnologia da informação (p-45): “[a] Estabelecimento de

terminologia e codificação de produtos e processos da Construção Civil de forma a

criar condições para a troca eficaz das informações entre os agentes da construção

civil. [b] Aumento da interoperabilidade e integração no uso de software e hardware na

construção civil. [c] Remoção de obstáculos para o uso de ferramentas de modelagem

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tri-dimensional, tais como CAD-3D e realidade virtual. [d] Desenvolvimento de

métodos e ferramentas para a apoiar a implantação de project extranets2 e outras

tecnologias semelhantes no gerenciamento de empreendimentos. [e]

Desenvolvimento e implementação de sistemas informatizados para monitoramento e

gestão da produção e do uso de edifícios.”

Além dos esforços dos setores tradicionais, alguns órgãos promotores e de

financiamento, principalmente públicos, deverão ter um importante papel nesta questão,

pois são capazes de utilizar mecanismos reguladores e de incentivo à integração da

cadeia produtiva. O Governo Federal, por exemplo, criou o Fórum de Competitividade,

que é uma iniciativa liderada pelo MDIC -Ministério de Desenvolvimento da Indústria e

Comércio3- no âmbito do PBQP-Habitat, Programa Brasileiro de Qualidade e

Produtividade. A partir deste quadro, as empresas têm buscado melhorar seu

desempenho, principalmente pela implantação de novos sistemas de gestão, em geral

baseados nas regras de normas ou prêmios de qualidade e certificação. O número de

empresas com certificação ISO 9000 vêm aumentando ano a ano, segundo o PBQP-H já

atinge 1052 empresas construtoras qualificadas em diversos estados

As Normas ISO 9000 especificam requisitos para o sistema da qualidade de uma

forma geral, isto é, podem ser aplicadas a qualquer setor da indústria ou da economia,

sendo mais adaptável ao setor fabril. Por outro lado, o modelo de gestão do PMI, também

organismo internacional que trata do gerenciamento dos projetos, é aplicável a projetos,

enfocando tanto o gerenciamento do projeto quanto o produto do projeto, que poderá ser

de qualquer tipo, inclusive uma edificação (VARGAS,2000).

As empresas são, desta forma, motivadas a implantar os recursos da tecnologia

da informação com o objetivo de aumentar a sua eficácia e eficiência. Além disso, a

virtualização da sociedade se reflete diretamente na atividade econômica, onde o

aumento crescente da quantidade de trabalho relacionada à informação já suplanta a

quantidade de trabalho exercida sobre a matéria propriamente dita (TEIXEIRA Fº, 2001).

Atualmente, a palavra chave é a inovação. As empresas precisam recriar seus

produtos e processos, valorizar o aspecto intelectual e buscar ferramentas de tecnologia

disponíveis no mercado para garantir produtividade com qualidade na prática, otimizar

desempenhos, reduzir tempo e custos, além de melhor satisfazer clientes e profissionais

envolvidos. Entre os novos recursos destacamos os sistemas informatizados para

processamento, arquivamento e comunicação de dados como elementos centrais na

formulação das estratégias de competitividade das empresas.

2 Project extranet pode ser definida, como uma rede de computadores que utiliza tecnologias de Internet para conectar empresas com seus fornecedores, clientes e outras empresas que compartilham objetivos comuns . Em geral, contém um repositório central de dados e um conjunto de ferramentas para visualização e controle (ANTAC, 2000).3 Fonte: www.mdic.org.br e www.pbqph.gov.br em maio 2002.

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Cabe reforçar que um dos pontos importantes a ser focado é a cultura da

“colaboração”. No que se refere à Construção Civil a dependência entre clientes e

fornecedores se torna cada vez mais intensa e mais crítica, e a colaboração interna e

externa através da intranet e internet assume importância vital para acelerar e maximizar

os resultados.

“O volume de informação gerado e compartilhado em um projeto, em alguns casos,

tem atingido tal magnitude que o sucesso da sua gerência e dele próprio é bastante

dependente da existência de ferramentas apropriadas para apoiar as atividades

desenvolvidas. É quase impossível lidar com os projetos de grande porte com equipes

dispersas, sem métodos e ferramentas apropriados para gerenciar os conhecimentos

necessários para execução dessas atividades” (NAVEIRO et al, 2001a).

A questão central é, antes de tudo, não apenas saber usar a melhor tecnologia do

mercado, mas fazer dela uma ferramenta de auxílio para quem a utiliza, enriquecendo

seu trabalho. Neste contexto, devemos colocar os futuros e atuais profissionais atuando

de forma mais ativa e participativa, apresentando soluções cada vez mais rápidas e mais

precisas. Para tanto, as informações e, principalmente, o uso que se faz delas, passam a

ser recursos valiosos a serem utilizados pelos profissionais (atuais e futuros) e,

conseqüentemente, pelas empresas.

2.2 Objetivos

O objetivo principal da pesquisa é estruturar uma proposta de um conjunto de

diretrizes organizacionais que facilitem a utilização de tecnologias de informação quando

na utilização de um gerenciador de documentos em plataforma web que configurem um

novo ambiente de trabalho.

Trata da organização de projetos e do apoio da TI no gerenciamento da

documentação usualmente gerada em projetos que visa melhorar a comunicação entre

os envolvidos no projeto, aumentar a produtividade, proporcionar maior controle dos

processos e facilitar a rastreabilidade e a memória do projeto, seja em ambientes

profissionais de engenharia e arquitetura ou em sala de aula.

A proposta consiste na utilização de ambientes em plataforma web como auxílio à

gestão de documentos e integração das equipes de projetos. Nesse aspecto,

consideraremos sobretudo os novos meios de comunicação e informação, de forma a

melhor adequá-los às atuais e futuras demandas para a estrutura organizacional da

documentação produzida pelo projeto de arquitetura e complementares. Assim, os

objetivos específicos desta pesquisa consistem em:

Facilitar a gestão de documentos, agilizando sua difusão entre os

participantes do projeto;

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Facilitar a difusão de documentos de forma mais precisa e com maiores

possibilidades de compartilhamento entre os envolvidos no projeto;

Determinar as características especiais para otimizar as etapas de controle e

divulgação dos documentos em emissão, revisão e produção entre os

envolvidos no projeto;

Possibilitar ao meio acadêmico apoio às disciplinas do projeto para a difusão

de novos meios de ensino e aprendizagem.

2.3 Metodologia de Trabalho

O referencial bibliográfico está relacionado a três temas aplicados na atuação

profissional: [1] Desenvolvimento dos projetos informatizado de arquitetura; [2]

Organização e interação entre disciplinas para o desenvolvimento do projeto de

arquitetura; e [3] Utilização de tecnologia de informação e comunicação. A metodologia

adotada para que nossos objetivos sejam alcançados foi orientada aos seguintes itens:

Analisar as novas áreas de trabalho voltadas para o desenvolvimento do

projeto no setor de AEC, através de ambientes de trabalho colaborativo em

plataforma web;

Analisar as ferramentas disponíveis para ambientes colaborativos de

trabalho, como: e-mail, fórum, lista de discussão, ambientes de visualização,

gerenciadores, formulários de cadastro, entre outros.

Definir os requisitos de um sistema de gerenciamento de documentos

através de ferramentas/recursos destinados a coletar, armazenar, recuperar

e compartilhar dados e a informações gerados durante o projeto (memória

do projeto);

Definir os requisitos de um sistema que auxilie os participantes a criarem e

estarem conscientes da prática de uma cultura organizacional no

desenvolvimento de projetos auxiliados por computador;

Descrever as principais características para o protótipo de um Gerenciador

de Documentos e ferramentas computacionais que auxiliem as fases de

concepção e planejamento dos projetos de arquitetura e complementares;

Inserir o conjunto de artefatos selecionados e ou desenvolvidos, em

situações reais de apoio ao projeto, como suporte aos trabalhos de

desenvolvimentos de projetos em disciplinas ministradas na graduação . E

espelhados nesta observação adotar diretrizes que possam auxiliar a

implementação e execução de um projeto piloto no ambiente SisPro/e-Ger .

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3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS

3.1 A Atividade do Projeto

É fato que o termo “projeto” pode ser utilizado em várias situações com

significados diferentes, o que pode causar grande confusão semântica na área de

gerenciamento de empreendimentos. O termo projeto estaria associado ao resultado do

trabalho, bem como ás funções técnicas necessárias para alcançar resultados.

A atividade de projetar uma edificação envolve um processo baseado em

conhecimento no qual dados, informação e conhecimento são processados

simultaneamente por uma equipe de arquitetos e engenheiros envolvidos no projeto.

Durante o seu desenvolvimento, dados e informações são trocados entre os

participantes. Dados representam um conjunto de fatos e objetivos sobre eventos e

informação é dado que faz diferença, geralmente sob a forma de documentos ou

mensagens de texto, visuais e/ou de voz. Porém, dados e informações não são

conhecimentos, embora muitas vezes sejam considerados como tal.

Segundo NAVEIRO et al (2001) conhecimento pode ser definido como um

processo progressivo de construção que remete aos dados, em que dados são um

conjunto de símbolos percebidos por uma pessoa e transformados em informação pela

interpretação que esta faz deles. Desse modo, a informação ocorre quando os dados

ganham sentido.

Os diferentes profissionais envolvidos no projeto da edificação têm conhecimentos

específicos nas suas áreas de atuação, e para solucionar problemas ou agilizar o seu

desenvolvimento com maior produtividade e qualidade é preciso que atuem

cooperativamente. Dessa forma ambientes de universo de competências diferentes são

conciliados através de um processo de comunicação e negociação no qual a

especialização técnica está presente em linguagens e representações próprias. O

projetar é executado por uma equipe de profissionais que tem um escopo individual de

trabalho compatível com os objetivos comuns à equipe (NUNES et al, 2001).

É também usual adotar o termo empreendimento para grandes projetos ou

projetos multicomplexos. A gerência de empreendimentos é o processo de planejar,

organizar e gerenciar tarefas e recursos para atingir determinados objetivos, usualmente

sujeitos a restrições de tempo, recursos e custos (NAVEIRO et al, 2001; CRUZ, 1997a).

Segundo o PMI, um PROJETO, ao contrário de um serviço continuado (contínuo e

repetitivo), é um “empreendimento temporário com o objetivo de criar um produto ou

serviço único.” Considera ainda como um “(...) empreendimento único que deve

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apresentar um início e um fim claramente definidos e que, conduzido por pessoas possa

atingir seus objetivos respeitando parâmetros de prazo, custo e qualidade.” O projeto é

temporário porque tem um início e um fim bem definidos; é único porque, apesar de

muitos produtos ou serviços serem semelhantes, estes terão alguma diferença entre si

que os tornarão únicos (VARGAS,2000).

TZORTZOPOULOS et al (1998) reforçam esta definição considerando o projeto

como “Conjunto de atividades que resulta na consecução de um objetivo, atendendo-se a

parâmetros previamente fixados de prazo e qualidade”.

NAVEIRO et al. (1997) definem que projeto “é uma atividade que produz uma

descrição de algo que ainda não existe, mas cuja criação se torna viável a partir da

descrição.” Os autores apresentam uma outra abordagem para a conceituação de

projeto que considera o projeto como “um processo social de construção do artefato no

qual o resultado é maior do que a síntese das contribuições individuais dos participantes.”

Nessa abordagem, os problemas principais envolvidos são a criação de um ambiente

para o trabalho intelectual cooperativo, o gerenciamento e o controle do estado da

informação e o compartilhamento de informações adequadas e no tempo correto .

Os autores enfatizam o aspecto coletivo e individual da criação do produto, em

que o primeiro se concentra na equipe trabalhando com as questões referentes a um

objetivo comum e o segundo se caracteriza pela atividade individual de criação, que se

processa em cada membro de uma equipe ao projetar. Essas duas abordagens da

natureza do processo de projeto - coletiva e individual - são complementares. Isso ocorre

porque o processo de projetar um produto é geralmente conduzido por uma equipe de

profissionais, cada especialista cumprindo um papel específico com a equipe e,

simultaneamente, sendo obrigado a negociar condições e exigências com outros

especialistas, a fim de chegar a soluções plausíveis. Aspectos que devem ser

priorizados, ao nos depararmos com os recursos computacionais acrescidos de

tecnologias de informação como suporte para as atividades de projeto.

Observamos que todas as definições levam a um trabalho intelectual que visa um

determinado fim e que o enfoque vai depender das circunstâncias e do que se quer

projetar. De uma forma geral os projetos em maior ou menor grau tem alguns elementos

em comum, que formam as características responsáveis para o entendimento da

natureza dos projetos e, portanto, o planejamento e controle do projeto; um objetivo

definido, grau de complexidade, unicidade, incertezas com o grau de risco, natureza

temporária e ciclo de vida (MENEZES, 2001a).

As edificações em especial apresentam características fundamentais, a saber:

início e fim determinados; orçamento pré-fixado; conjunto de metas específicas e pré-

ordenadas. Dependendo do seu objetivo, pode ter poucas ou diversas funções,

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dependendo de seu objetivo que pode ser simples ou complexo; requer uma série de

atividades complexas e inter-relacionadas em seu desempenho técnico, não se limitando

apenas a documentos, relatórios, desenhos, especificações, etc. Multiorganizacional ou

seja, seu desenvolvimento depende de outras organizações externas.

Segundo o PMI (VARGAS, 2000) o conhecimento necessário para o

gerenciamento se encontra dividido em oito itens básico: escopo, tempo, custo,

qualidade, comunicações, recursos humanos, contratos, fornecimentos e gerência de

riscos. Podemos dizer que é a combinação de pessoas, técnicas e sistemas necessários

para a elaboração de um plano ou projeto que contemple não só procedimentos e

técnicas necessárias para o seu desenvolvimento, como também defina o método e as

pessoas responsáveis pelas decisões e responsabilidades.

Para coordenar o projeto de um empreendimento MELHADO (2001) considera

como fundamental estudar e organizar o fluxo de atividades para garantir um maior

potencial para as decisões resultantes de cada etapa do projeto. No entanto o autor

enfatiza que desde a etapa inicial do projeto deve-se evitar o sequenciamento das etapas

e adotar a idéia do projeto simultâneo, inspirando-se em modelos adotados pela indústria

seriada, como a chamada engenharia simultânea (concurrent engineering). .O autor

destaca três formas de aplicação dos princípios da engenharia simultânea, (...) “que não

são excludentes e sim compatíveis. [1] a cooperação na etapa do programa, entre

empreendedor e equipe de projetos; [2] o chamado projeto simultâneo, envolvendo

sistemas de troca de dados e métodos de trabalho conjunto entre os integrantes do

projeto. [3] a integração projeto produção, incluindo o detalhamento do projeto com a

participação dos fabricantes de sistemas e dos construtores, assim como a adoção da

etapa de preparação do canteiro de obra”.

De uma forma geral as informações e dados distribuídos via plataforma web ficam

canalizadas, garantindo a todos os participantes o acesso e tomada de atitudes e

posições. Na aplicação desta pesquisa enfatizamos os aspectos coletivos dos

participantes como um esforço para estruturarmos os dados e o entendimento das

informações. O projeto desta pesquisa representa uma dos diversos itens no processo

de desenvolvimento da construção de uma edificação. Portanto embora o estudo focalize

a etapa do projeto arquitetônico e projetos específicos e privilegie esta etapa como

geradora das demais, não descartamos a abordagem do sistema complexo da

construção civil em suas fases de produção e uso.

Vale ressaltar que o projeto de arquitetura é também o único que incorpora em

sua representação gráfica informações que identificam os principais elementos dos

demais intervenientes.e distribuído entre os mesmos para integração e cruzamentos das

informações referentes a execução da edificação Sua representação inclui não apenas as

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informações referentes a edificação em suas acomodações como informações referentes

a estrutura instalações interferências das tubulações etc.

3.2 O Projeto no Setor de AEC

3.2.1 Projeto do Edifício

As edificações, ambientes construídos, são caracterizadas pelas categorias

tipológicas quanto à sua função e forma, e pelas categorias de intervenção. A atividade

de projetar edificações trata de fatores intervenientes para com este ambiente construído,

tais como aspectos relacionados ao registro de sua produção quanto à urbanização, aos

elementos da edificação, aos processos construtivos, aos materiais de acabamento, entre

outros. Neste conjunto de fatores o projeto de arquitetura é o único que incorpora em sua

representação gráfica informações que identificam os principais elementos dos demais

intervenientes.

A indústria da construção se apresenta como uma indústria de produtos únicos e

de variável produção em que os ganhos da produtividade estão atrelados à intensidade

do trabalho. (AMORIM, 1995). Se, por um lado, o arquiteto deve ser criativo e singular,

por outro lado, precisa reger uma obra racional e estar atento à relação custo/benefício. É

necessário, sobretudo, lidar com a crescente diversidade de tecnologia e funcionalidade

sem perder o senso de lugar e cultura. O resultado da sua produção (edifício) abrange

necessidades diferenciadas.

LA RIVA (1995) observa que as construções podem ser analisadas dos mais

diferentes pontos de vista. Para o engenheiro civil, por exemplo, uma construção é

definida por elementos estruturais. Para o arquiteto, por sua vez, trata-se de um conjunto

de recintos que têm a função de filtrar o ambiente externo e acomodar bem seus

ocupantes.

Para AMORIM (1995), se nos ativermos às três fases iniciais do ciclo de vida de

um produto – o uso, a produção e a concepção da edificação - podemos vincular a

qualidade projetual a três níveis. O primeiro nível seria aquele vinculado ao desempenho

do objeto projetado para seus usuários diretos (qualidade no uso); o segundo estaria

ligado ao desempenho comercial e financeiro do empreendimento, incluindo-se aí a

construtibilidade (qualidade para o processo de produção); e o terceiro diria rspeito aos

aspectos de legibilidade e precisão (qualidade no processo de projeto), fundamentais

para que os diversos participantes da etapa de projeto tenham bons resultados.

Tudo isso mediado pelo uso cada vez maior de dispositivos informatizados,

dotados cada vez mais de conhecimentos formalizados e capazes de antecipar situações

futuras que, em outras épocas, só seriam possíveis através de ensaios com modelos

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físicos. Antigamente, o papel de dispositivos informatizados no processo de projeto era

restrito à realização de ferramentas de auxílio a desenhos, cálculos e análises. A

princípio, os sistemas de auxílio por computador (CAD) eram usados apenas como

instrumentos para criar desenhos de um produto. As últimas versões, porém, são

baseadas em aspectos que abrangem conhecimento em algumas áreas, permitindo,

assim, a realização de avaliações enquanto se projeta. Um engenheiro, por exemplo, ao

conceber um mecanismo, pode verificar interferências espaciais entre duas partes

móveis, simulando seus movimentos. Acessar a possibilidade de montagem do produto

é, agora, extremamente comum, em diversos sistemas CAD comerciais. Tais sistemas

podem ser, também, otimizados para incorporar as práticas correntes das empresas nas

suas tarefas de avaliação, verificando, preliminarmente, se novas idéias são

plausíveis/aceitáveis.

Os profissionais do setor contam hoje com o auxílio de dispositivos

informatizados, dotados de conhecimentos formalizados, capazes de antecipar situações

futuras. Os dispositivos informatizados ajudam, assim, a reduzir tempo, material e custos,

além de possibilitarem uma maior integração entre os participantes. Maior produtividade

determina uma posição mais competitiva do profissional em relação ao mercado, e a

utilização de recursos tecnológicos incorporando novas tecnologias comunicativas e

meios interativos na organização contribuem neste sentido, agilizando potencialmente

todo o setor de projetos (NUNES et al, 2001).

NAVEIRO et al (2001a) observam que a questão central de projetar artefatos

(edificações) no ambiente econômico atual se desdobra em dois aspectos

complementares. De um lado, têm-se as questões relacionadas ao universo de

especialização técnica dos especialistas (engenheiro/arquiteto/designer) nas quais a

habilidade individual de abstração destes profissionais e a habilidade de criação de

interfaces com outros universos de especialização têm se mostrado muito mais

importantes que a aplicação de expressões matemáticas ou princípios científicos. Por

outro lado, temos o projeto sendo desenvolvido em rede local e/ou remota, sendo esta

última o padrão em destaque de desenvolvimento de produtos nas grandes empresas.

Esses dois aspectos exigem dos profissionais habilidades de lidar com diversos fatores

que condicionam o projeto e de criar um discurso capaz de conciliar as diversas

especialidades intervenientes.

O mesmo é observado por GALLE (1995, apud SCHIMITT, 1998) quando afirma

que: “um edifício é criado pelo esforço cooperativo de diversos profissionais e que cada

um deles tem suas próprias referências e formas de estruturar as principais partes do

edifício dentro do todo”.

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Acreditamos que um dos caminhos para a qualidade e a competitividade seja a

implantação de novas tecnologias construtivas no processo de produção. Estas podem

ser usadas para que as decisões relativas às características do produto sejam tomadas

principalmente na fase de elaboração do projeto, retirando-se uma boa parte das

decisões improvisadas em canteiros de obra (CHAPUIS, 1995).

Nos últimos anos, alguns esforços têm sido dedicados ao desenvolvimento de

tecnologias de informação para auxiliar equipes de trabalho, especialmente as equipes

de projeto. As empresas estão cada vez mais distribuídas geograficamente e os projetos

têm sido compartilhados pelas empresas e seus fornecedores. Ocorrem várias

colaborações durante o desenvolvimento de um projeto. Por isso, é necessário que as

empresas estejam aptas a coordenar e tornar compatíveis as trocas de dados,

informações e conhecimento entre contextos bem diferentes, o que é possibilitado pelas

novas ferramentas. Além disso, tais ferramentas podem transpassar barreiras

geográficas como novos meios da organização na Gestão do Conhecimento que

segundo TEIXEIRA Fº (2001) é a “(...) disciplina para o desenvolvimento de métodos

integrados para identificar, capturar, recuperar, compartilhar e avaliar os ativos de

conhecimento de uma organização”.

3.2.2 Gerenciamento do Projeto do Edifício

O gerenciamento de um projeto de edificação/empreendimento pode ser

considerado como um sistema desdobrável em fases que se sobrepõem e que são

normalmente interdependentes. Estas fases podem ser definidas como concepção,

planejamento, execução e conclusão, responsáveis pelo ciclo de vida de um projeto

(MENEZES, 2001b).

Na fase de concepção de um projeto são analisadas as necessidades de se

implantar o empreendimento partindo-se de diretrizes da alta gerência ou objetivos

principais e secundários. As fases iniciais de um projeto envolvem principalmente o

detalhamento de um plano de trabalho que será dinamicamente modificado várias vezes

ao longo dessa primeira fase. É uma etapa onde é fundamental o registro estruturado do

processo de tomada de decisões de forma a se rastrear posteriormente os critérios

segundo os quais foram tomadas as decisões. Se aprovado, passamos para a etapa do

estudo de viabilidade técnica e econômica para determinação de metas e alternativas

preliminares. Segundo MENEZES (2000b) os elementos que influenciam na viabilização

de um empreendimento são de ordem econômica, financeira, técnica, administrativa,

legal, ambiental e contábil. Contudo, é necessário o desenvolvimento de um modelo

preliminar do projeto a ser executado, que poderá ser representado graficamente ou por

escrito, além de uma estimativa de custo e um cronograma físico preliminar e as

possíveis formas de financiamento.30

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A fase de concepção é a interpretação de um programa previamente estabelecido,

representado graficamente por desenhos técnicos, fotos, maquetes etc. A concepção se

inicia com os estudos preliminares e se aperfeiçoa com a etapa do anteprojeto através do

natural amadurecimento das idéias, podendo incluir orçamentos e cronogramas

estimativos que servirão de base para decisões posteriores (AsBEA, 2000).

Na fase de planejamento determinamos a quantidade e a qualidade dos recursos

materiais e humanos aplicados diretamente na obra, distribuímos as responsabilidades

pelas tarefas executivas, discriminamos todos os serviços de execução e cronogramas

físico-financeiro. Custo, tempo e qualidade é aqui entendido como obtenção de um

resultado que atenda as especificações estabelecidas. É uma fase em que as

informações são poucas, gerando um planejamento mais resumido com enfoque nas

atividades macros. No entanto, com o prosseguimento do projeto, mais informações são

obtidas, possibilitando um controle mais efetivo sobre o empreendimento.

Na fase de planejamento, informações da etapa anterior serão sistematizadas em

parâmetros de desenvolvimento do projeto para uma solução definitiva sobre a forma de

especificações, memoriais, e desenhos. Isto se dá principalmente com o

desenvolvimento das etapas dos projetos básico e executivo de todo o empreendimento.

Nestas etapas representamos graficamente todos os detalhes, informações,

especificações e memoriais. Além disso, é efetuado o planejamento da execução da

obra, abordando os aspectos fundamentais de prazo, recursos e custos (ASBEA,2000).

Durante a fase de execução, é transportado para a realidade do canteiro de obras

“o produto” do projeto. Esta fase é totalmente dependente da anterior, ou seja, é com

base no planejamento da obra que vai ser estabelecida à estrutura organizacional para o

gerenciamento do projeto, além da aquisição de recursos materiais (suprimentos) e de

mão-de-obra. É nesta fase, com base no planejamento, que são feitos os controles de

prazo, custo e qualidade, comparando-se o planejado com o realizado, objetivando um

desempenho técnico adequado da obra.

A finalização é a fase em que são colocados em operação e testados

equipamentos individuais ou sistemas envolvendo vários equipamentos. São, também,

encerrados todos os contratos assinados, ajustados e acertados todos os compromissos

financeiros envolvidos e elaborado um relatório final da execução do empreendimento.

Este relatório pode vir a realimentar os bancos de dados das empresas envolvidas,

acumulando experiências que serão reutilizadas em outros empreendimentos

semelhantes. Nesta etapa toda a documentação técnica deve ser organizada para

entrega ao cliente. Documentos relativos a execução do projeto devem ser atualizados e

mudanças de engenharia, laudos técnicos, especificações de equipamentos e

manutenção, devem ser atualizados e finalizados para entrega ao cliente.

31

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3.2.3 A Integração dos participantes

O gerenciamento e coordenação do projeto da edificação, com todas as suas

disciplinas inicia com a interpretação das necessidades do cliente, a compatibilização

com os projetos complementares, o acompanhamento da obra e finalmente na ocupação

do ambiente construído. Após sua ocupação e durante todas as fases de sua execução

a avaliação dos resultados é uma atividade essencial para a retro-alimentação das

informações do projeto, a partir dos aspectos funcionais, construtivos, estéticos e

comportamentais. Os seus resultados permitem aprimorar o processo em toda sua

cadeia produtiva, rever diretrizes e procedimentos e a introdução de novas técnicas e

equipamentos (MELHADO, 1994 e AMORIM, 1995).

A produção do projeto e construção do empreendimento/edificação de um certo

porte caracteriza-se pela fragmentação em diversas especialidades/setores e pelo

intercâmbio das mais diversas informações. A fragmentação também é resultado de

intensa competição, uma vez que o número de profissionais especializados na indústria

da construção civil aumentou consideravelmente.

Na integração dos processos de um projeto o PMI (VARGAS, 2000) declara que

os processos de gerência de projetos se relacionam com a descrição e a organização do

trabalho do projeto e são divididos em cinco grupos, cada um deles contendo um ou mais

processos.

Processos de iniciação – são ações voltadas para a verificação da real

necessidade e possibilidade de um projeto iniciar, além do comprometimento

em executá-lo;

Processos de planejamento – são ações voltadas para o planejamento do

trabalho, de forma a atingir os objetivos do projeto;

Processos de Execução – são ações voltadas para a concretização do

planejado, coordenando todos os recursos envolvidos no processo;

Processos de Controle – são ações voltadas para a verificação do avanço do

projeto, monitorando e avaliando o progresso e comparando-o com o

planejado. Caso o objetivo não esteja sendo atingido, será necessário tomar

ações corretivas;

Processos de Encerramento – são ações voltadas para o encerramento da

fase ou projeto, formalizando sua aceitação junto aos devidos responsáveis.

Podemos observar que os cinco grupos de processos se interagem de forma que

a saída de um grupo torna-se a entrada do outro grupo subseqüente. No entanto, estes

processos podem se sobrepor e ocorrer mais de uma vez durante cada fase do projeto,

isto é, os grupos de processos ocorrem em todas as fases com diferentes intensidades.

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A complexidade de projetar produtos, atualmente, não reside somente na

complexidade do artefato propriamente dito, mas, principalmente, na malha de parcerias

e consórcios que se estabelecem entre profissionais, clientes e fornecedores. Coordenar

uma equipe formada por diferentes especialistas e acelerar o processo tradicional de

projeto envolve atividades desgastantes e difíceis.

A execução do projeto e a construção do empreendimento/edificação de um certo

porte caracterizam-se pela fragmentação em diversas especialidades e pelo intercâmbio

das mais diversas informações entre os participantes do empreendimento. Os estudos

têm apontado para a desintegração das equipes como indicador de grande parte das

falhas da edificação durante a sua execução, falha essa decorrente, muitas vezes, de

problemas na etapa de concepção e planejamento do projeto (AMORIM, 1995,

SCHMITT, 1998).

As empresas, buscando redução de custos de produção, não podem ignorar a

importância do gerenciamento do projeto, pois as etapas de concepção e planejamento

do projeto representam custos relativamente baixos em relação às demais. A

documentação técnica das fases de concepção e planejamento consome cerca de 7% do

custo total do empreendimento, mas é onde se define de antemão 85% do custo da etapa

de execução/produção do empreendimento/edificação (AMORIM, 1995). É nesta etapa

ou fase que se tem uma maior chance de redução de custos das obras através de

análises das alternativas mais adequadas, bem como a análise da sua construtibilidade.

As características do projeto nesta etapa permitem assim que ações tomadas neste nível

reflitam numa maior integração entre os envolvidos e resultem em produtos de melhor

qualidade.

Conceitos como este, também podem ser verificados nos estudos de LA RIVA

(1995) onde o autor enfatiza que “uma metodologia que invista nos esforços no início do

processo e não no fim, encontrará melhores oportunidades para garantir qualidade tanto

no processo construtivo como no produto acabado (....) é fundamental a gestão de

projetos pois a fase de concepção e planejamento é determinante. Para tanto é

necessário estabelecer diretrizes para o desenvolvimento e controle dos projetos,

incluindo a coordenação e integração entre as diversas disciplinas”.

Na construção civil a responsabilidade geral pela execução cabe ao gerente do

empreendimento que, auxiliado por uma equipe de controle e acompanhamento, gerencia

o cumprimento das metas e objetivos em que a coordenação das diversas atividades é

requisito essencial da gerência. A Gerência de Projetos é definida por MENEZES

(2001c) como a aplicação de conhecimentos, habilidades e um conjunto de atividades

técnicas, administrativas e econômico-financeiras voltadas à implantação de

empreendimentos, coordenando de forma eficaz e eficiente os recursos de diferentes

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tipos, como recursos humanos, materiais, financeiros, políticos e equipamentos, de forma

a alcançar ou superar os objetivos de custo, prazo, qualidade e escopo preestabelecidos.

De uma forma geral a coordenação de um projeto é responsabilidade de um

profissional centralizador do processo, capacitado para integrar os processos, traduzir os

anseios do empreendedor e coordenar a equipe de projetistas. A este profissional cabe

interagir em todos os subprojetos, visando a perfeita compatibilidade entre os mesmos e

possuir as seguintes características: ser engenheiro civil ou arquiteto; ter conhecimento

das técnicas de liderança; ter conhecimento sobre mercadologia; ter conhecimentos

técnicos e experiência nas áreas envolvidas - etapas de projetos, execução da obra,

cronograma de obras, custos; e ter conhecimento da normativa institucional - posturas

municipais, normas técnicas, legislação pertinente, regulamentos de concessionárias,

regulamentação dos fabricantes, procedimentos de avaliação de projetos (SEBRAE,

1995).

Cabe então a este profissional conciliar esse universo de competências diferentes

com ambientes de especialização técnica representados através de linguagens e

representações próprias. Cada equipe está concentrada em aspectos particulares do

projeto, tendo o gerente como ponto de reconciliação dos aspectos parciais para manter

a integridade e sintonia com o objetivo inicialmente tratado.

O mesmo é observado por MELHADO (1994) quando afirma que o

desenvolvimento do projeto deve ser baseado no trabalho gerado por uma equipe

multidisciplinar e coordenado de forma interativa por um profissional com adequada

experiência em projeto e execução. Mais adiante estas afirmações são incrementadas

por pesquisas realizadas por FABRICIO&MELHADO&GRILLO (2003) em que

apresentam este conceito ressaltando que:

“(...) a atividade de coordenar projetos envolve funções gerenciais (integrar e fomentar

a cooperação dos agentes envolvidos, segundo os requisitos do cliente) e funções

técnicas, relacionadas com a compatibilização tecnológica e construtiva das diversas

especialidades de projeto. Para tanto o coordenador de projeto é um agente central,

que deve apresentar simultaneamente capacidade de planejamento e liderança do

processo de projeto e conhecimento técnico de projeto e obra, a fim de coordenar

a tomada de decisões técnicas. FABRICIO&MELHADO&GRILLO (2003).”

Tais estudos são reforçados pelo relatório ANTAC (2002) que coloca “(...) em

empreendimentos muito complexos, haverá a necessidade de empregar um profissional

(ou organização) encarregado de coordenar o processo de projeto como um todo, que

deverá possuir competências predominantemente gerenciais”.

Para TEIXEIRA Fº (2001) gerir um projeto, hoje, envolve uma gama muito mais

abrangente e diversificada de atividades do que no passado. Conseqüentemente, o 34

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gestor precisa estar apto a perceber, refletir, decidir e agir em condições totalmente

diferentes das de antes. Isto implica em diferentes entradas em uma realidade complexa:

Interdisciplinaridade - os processos de negócio envolvem equipes de

diferentes áreas, perfis profissionais e linguagens;

Complexidade - as situações carregam um número cada vez maior de

variáveis;

Exigüidade - o processo decisório está espremido em períodos cada vez

mais curtos e os prazos de ação/reação são cada vez mais exíguos;

Multiculturalidade - o gestor está exposto a situações de trabalho com

elementos externos ao seu ambiente nativo e, por conseguinte, com outras

culturas: clientes, fornecedores, parceiros, terceiros, equipes de outras

unidades organizacionais;

Competitividade - o ambiente de mercado é cada vez mais competitivo, não

só em relação aos competidores tradicionais, mas, principalmente, pelos

novos entrantes e produtos substitutos.

Neste contexto, os futuros e atuais profissionais devem atuar de forma mais ativa

e participativa promovendo ações/reações cada vez mais rápidas e mais precisas,

utilizando melhor as informações. Assim, a interação e coordenação de equipes em

plataforma web tornam-se possíveis e viáveis. As empresas teriam à sua disposição

novas formas de visualizar modelos de gestão de projetos para otimizar negócios ou

mesmo a criação de novas receitas ou diferenciais competitivos como resultado da

integração virtual de equipes de trabalho.

3.2.4 O projeto de arquitetura na construção civil

Na configuração do produto (edificação), o projeto de arquitetura constitui o

segmento inicial da engenharia, no qual se lançam as idéias básicas, destacando-se por

ser um instrumento indispensável à orientação de todos os envolvidos no seu

desenvolvimento. O resultado de seu desenvolvimento é um contínuo diálogo de

questões e soluções incrementadas à medida que o projeto avança e as necessidades

dos clientes e parceiros/intervenientes envolvidos em todo o processo de produção são

atendidas, segundo a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA,2000),

podem ser divididas em:

Concepção – Inicia-se com os estudos preliminares. Consiste na

interpretação de um programa previamente estabelecido, representado

graficamente por desenhos técnicos, fotos e maquetes, entre outros meios,

definindo planejamento adotado.

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Execução – A partir da concepção são elaborados, em desenhos, os

componentes do projeto, possibilitando a construção de cada um deles e a

integração de cada parte com o todo. Esta etapa - representada

graficamente com todos os seus detalhes e demais informações,

especificações e memoriais - busca definir a edificação a ser implantada.

Coordenação – A coordenação sobrepõe-se às etapas anteriores,

abrangendo todas as atividades multidisciplinares que são inerentes ao

projeto. Estas, por sua vez, podem ser elaboradas diretamente pela empresa

incorporadora do projeto ou por firmas especializadas, sob a forma de

subcontratação. Em quaisquer dessas hipóteses, porém, tais atividades

devem estar subordinadas à coordenação da incorporadora, como condição

absoluta para a boa solução das interferências surgidas.

A singularidade da construção civil induz a um volume considerável de

documentos gerados, distintos e específicos para cada produto gerado. Ao longo da sua

elaboração os desenhos são os meios de comunicação mais utilizados, servindo como

documentação técnica dessa linguagem entre profissionais, clientes e a obra.

No decorrer do processo, informações de várias naturezas são trocadas - desde

os estudos de viabilidade para definição do programa até a construção propriamente dita

ou mesmo a desativação do empreendimento, incluindo projetos intermediários de

atualização e expansões. Em nossa pesquisa consideramos como gestão da

documentação técnica o conjunto de etapas representado, em sua maioria, graficamente,

por desenhos digitais nas etapas descritas como concepção e planejamento do projeto

arquitetônico e dos projetos específicos. Segundo a AsBEA (2000) as etapas descritas

como concepção e planejamento do projeto arquitetônico se desenvolvem na seguinte

seqüência:

Definição do programa de necessidades: estudos de viabilidade baseados

no levantamento de informações e dados, com o objetivo de caracterizar o

produto, as condições pré-existentes e as restrições à elaboração do projeto;

Estudos preliminares: definição do produto e representação da configuração

inicial da edificação considerando os dados do levantamento inicial;

Anteprojeto: representação das informações técnicas para o detalhamento

da edificação e inter-relacionamento das demais atividades técnicas que

foram iniciadas a partir da aprovação do estudo preliminar. Os produtos

obtidos nesta fase devem ser suficientes para a elaboração de uma

estimativa de custos e de um cronograma para execução;

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Projeto executivo: desenhos técnicos em escala conveniente, contendo

soluções, detalhes definitivos e informações de todos os projetos técnicos a

serem executados em obra. Inclui caderno de especificações com

informações complementares quanto às especificações técnicas e aos

detalhes dos materiais previstos em obra.

Cada um desses estágios passa a um outro patamar através da utilização dos

recursos tecnológicos. Com a evolução das TIs, o fluxo de informações se tornou muito

mais rápido. A colaboração, a participação e a integração dos profissionais das diversas

áreas que compõem o projeto tornam-se mais eficientes, uma vez que o planejamento, a

execução, o arquivamento e a posterior recuperação dos documentos de projeto são

facilitados pela utilização de gerenciadores de documentos em plataformas web.

3.2.5 Etapas do Projeto

Como vimos, cada etapa do processo de projeto é uma progressão, que se dirige

para soluções menos gerais e mais detalhadas que as da anterior. Tal detalhamento é

possível devido à integração de especialistas/profissionais de diferentes áreas com

atividades inter-relacionadas e dependência direta ou indireta em suas etapas, em que

cada etapa é parte do fluxo total do projeto, gerador de valor para a qualidade do produto.

Neste contexto, as atividades de projeto da edificação abrangem o desenvolvimento de

um conjunto de tarefas realizadas em diversos pequenos grupos que por sua natureza

tecnológica vêm especializando sistemas e profissionais em diversas disciplinas.

O processo de projeto, responsável pela etapa de concepção e planejamento do

produto/empreendimento, incorpora os documentos técnicos, classificados de acordo

com a informação a transmitir (etapas do projeto). Os desenhos e textos são as formas

mais comuns de se representar as informações. Ao longo de sua elaboração, eles são o

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meio de comunicação mais utilizado, servindo como documentação da linguagem e

referencial entre profissionais (arquitetos, engenheiros), cliente e obra. As etapas e

atividades de projeto estão relacionadas aos principais especialistas no Anexo B.

Figura 1: Atividades /processos que se inserem nos projetos

Fonte: Adaptados de MENEZES, 2001; AsBEA 2000; JOBIM,1999

3.2.6 Integração dos Projetos Informatizados

A complexidade e o grande número de informações envolvidas em qualquer

projeto de construção e a falta de padronização têm feito com que o processo de

produção de um ambiente integrado seja mais difícil e complexo. A integração das

etapas do processo de trabalho é um dos meios de sobrepô-lo a falhas de comunicação

entre indivíduos. As maiores falhas são entre gerentes no escritório x canteiros de obras.

Melhor comunicação é a transmissão das informações do projeto para todos as pessoas

envolvidas. Ressaltamos ainda que a Integração das Informações é a habilidade de

dividir as informações ou parte delas entre diferentes atores e disciplinas (JOBIM et al.,

1999; SCHIMITT, 1998).

O sistema CAD como vimos serve como ferramenta de apoio ao desenvolvimento

do projeto nas etapas de concepção, análise, dimensionamento e representação. Os

desenhos produzidos com o auxílio deste sistema constituem importantes formas de

apoio ao projeto. Na aplicação direta sobre os desenhos a tecnologia CAD tem sido cada

vez mais utilizada para elaborar desenhos bi e tridimensionais para a representação de

projetos e modelos.

A necessidade de avanços tecnológicos no desenvolvimento de projetos que

utilizam sistemas CAD é tão vasta e diversificada quanto a própria diversidade de

conhecimentos envolvidos na atividade projetual. Os recentes avanços nos sistemas

orientados a objetos oferecem um modo de representar modelos mais eficientes. Muitos

dos problemas relativos a incompatibilidades e erros nas informações transmitidas podem

ser equacionados mediante a análise de um modelo tridimensional colocado como centro

de todos os intervenientes do projeto, de modo a ser acessado por todos eles.

Os projetos informatizados deparam-se, ainda, com dificuldades decorrentes da

falta de uma linguagem única e da ausência de padronização nas relações contratuais e

serviços. Somamos a isto o fato de que cada escritório, cada empresa, tem desenvolvido

critérios próprios de layers e apresentação dos documentos (SOARES, 1997 e NUNES et

al., 2001).

Falta ainda uma real integração entre todos, que permitirá agilizar o processo de

troca de informações e aumentar a confiabilidade desta troca. Visando homogeneizar o

conhecimento, a AsBEA (2000) está propondo, inicialmente, uma padronização de layers,

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diretórios, arquivos, além da definição de responsabilidades entre todas as atividades de

projeto calcada nos modelos de normas Americanas/Canadenses (AIA, CSI, NBSI) e

Européias (ISO). Almeja em médio prazo transformar tais modelos em normas aprovadas

pela ABNT. Apesar de os arquivos, diretórios e nomenclaturas já estarem passando por

uma padronização4, os reais benefícios do CAD e seu melhor aproveitamento nos

projetos de arquitetura ainda são tema de constantes debates. A padronização e

normatização da linguagem são colocadas como a evolução natural no desenvolvimento

informatizado dos projetos. São condições facilitadoras ao se adotarem sistemas de

gerenciamento de dados e informações, uma vez que ajudam na interação de

desenhos/projetos com outros programas de uso específico.

As novas tecnologias de tratamento de informações têm para si reservado um

importante papel, à medida em que são mais e mais utilizadas para solucionar problemas

específicos e cotidianos com os quais nos deparamos ao interagir com os imensos

repositórios de dados, assim como as redes de computadores e dispositivos que lhes dão

suporte.

3.3 Tecnologias de Informação no suporte projeto

3.3.1 Internet, Intranet e Extranet

As tecnologias NET (Internet, Intranet e Extranet) são responsáveis pela redução

de distância e tempo, que possibilita a criação um ambiente único de fácil acesso a partir

de qualquer computador conectado a Internet em qualquer parte do mundo. .

Num mundo conectado por redes, a informação deve estar disponível no exato

momento em que ela é necessária para alguém. A tecnologia web é o mais significativo

avanço na rede de comunicações permitindo que a informação esteja disponível no exato

momento em que ela é necessária para alguém. Seja a que horas for e onde quer que

ela esteja, podendo se ter acesso à informação sem precisar sair do escritório ou onde

estivermos para acompanhar o progresso de uma obra ou consultar as condições de

tempo por exemplo.

A internet é formada por um conjunto de redes de computadores interligados entre

si e que estão espalhados pelo mundo inteiro. Todos os serviços disponíveis na internet

são padronizados e utilizam o mesmo conjunto de protocolos de software aberto

(TCP/IP), de forma que os usuários a ela conectados possam usufruir serviços de

informação e comunicação, tendo sempre certeza de que eles são compatíveis. Segundo

CRUZ (2000) as principais modalidades da Internet (WWW- World Wide Web) são o

correio eletrônico e FTP (File Transfer Protocol) em que o documento “circula” sem sair

do lugar. 4 Ver www.asbea.org.br.

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A intranet pode ser entendida como uma rede dentro da empresa que torna os

funcionários mais produtivos à medida que compartilham documentos e informações

corporativas, que são atualizadas cada vez mais rapidamente e com menos custos de

implantação e distribuição em relação aos antigos custos de procedimentos corporativos

no papel.

A extranet se entende quando as informações mapeadas diretamente pela

empresa são exportadas via Internet para clientes e parceiros. Do ponto de vista de

usuários de redes de comunicação, não se discutirá profundamente a diferença entre

Internet, intranet, extranet, deixando isto para analistas de sistemas. Podemos no entanto

imaginá-las como uma grande rede, em que seus recursos são baseatodas baseadas no

mesmo protocolo de comunicação TCP-IP.

As redes corporativas cliente-servidor são o principal suporte físico para as

funções de groupware que apresentamos adiante. Elas permitem o gerenciamento

integrado de atividades do projeto, através de informações que são digitadas ou

acrescentadas uma só vez por uma única só pessoa e visualizadas por várias mediante

perfis de usuários e conforme diferentes interesses. Permitem ainda que informações

sejam reutilizadas ou rastreadas podendo ser usadas como “modelo”, “sugestão” para

outro ou dentro de um mesmo projeto.

No que se refere a documentação digital o conceito chave é o compartilhamento

de arquivos digitais para substituir o não envio ou não entrega de documentos as

pessoas envolvidas na sua elaboração. Com as tecnologias de gerenciamento e controle

de documentações digitais - conhecidas como EDMS (Eletronic Document Management

System) podemos monitorar a evolução do documento através de um workflow adequado

às empresas e a seus parceiros (CRUZ, 2000).

3.3.2 Conceitos e classificação de CSCW e GROUPWARE

A adoção e disseminação de redes de computadores e de sistemas para

interação de grupos geraram novas perspectivas quanto à utilização das Tecnologias de

Informação no suporte ao trabalho de grupos e na integração de equipes. Essa nova

perspectiva é denominada Groupware, um conjunto de tecnologias colaborativas gerado

pelas pesquisas de CSCW -Computer Supported Collaborative Work (Trabalho

Cooperativo Auxiliado por Computador) - que enfatiza o aspecto humano e grupal na

interação com as máquinas.

Assim, a tecnologia gerada pelas pesquisas do CSCW – hardware e software –

constituem o Groupware que apóia e dinamiza o trabalho em grupo e é uma disciplina

aplicada à pesquisa para o estudo das técnicas e metodologias de trabalho em grupo e

das formas como a tecnologia pode auxiliar este trabalho. Essa tecnologia não elimina

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outros tipos de comunicação, mas agrega um novo componente ao processo de

colaboração, uma vez que é um conjunto de produtos orientados especificamente para o

trabalho em grupo (VALLE & NAVEIRO, 1999; MOTTA, 1999).

As questões fundamentais de investigação em CSCW são a "percepção da

interação grupal, interfaces multi-usuários, controle de concorrência, comunicação e

coordenação da atividade grupal, espaços de informação compartilhados e o suporte a

um ambiente heterogêneo e aberto, capaz de integrar aplicações mono-usuário pré-

existentes”. O termo Groupware (GW), por sua vez, refere-se a um conjunto de métodos,

meios e ferramentas que permite a um grupo melhorar em três níveis: comunicação,

coordenação e cooperação, conforme afirma GALEGHER (1990).

Contribuíram para uma maior disseminação de Groupware as tecnologias

oriundas da idéia original de permitir às pessoas trabalharem umas com as outras, entre

elas as tecnologias de rede (tecnologias NET -Internet, intranet e extranet), sistemas de

banco de dados e sistemas de compartilhamento de documentos, responsáveis pelo

desenvolvimento de aplicações como gerenciadores de documentos e ferramentas para

recuperação de informações. Os componentes de CSCW se inter-relacionam por duas

áreas de pesquisa em CSCW: Ciência da Computação e Ciência Social (ver figura 2).

Figura 2:; CSCW, Quadro esquemático, áreas integradas dos componentes,

Fonte; Adaptada de MOTTA, 1999

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Segundo CRUZ (2000) podemos considerar que uma das primeiras ferramentas

computacionais que auxiliaram a comunicação de pessoas foi o correio eletrônico, que,

atualmente, está se direcionando para a transmissão de voz e para o gerenciamento e

filtragem das múltiplas informações que os participantes de um grupo recebem. Embora

certas tecnologias tradicionais, como o telefone se qualifiquem como de groupware, o

termo é primordialmente usado nas pesquisas para se referir a uma classe específica

apoiada em tecnologias de rede.

O maior destaque para aplicação de groupware aos projetos reside no fato de que

essa aplicação agiliza e potencializa a comunicação, O principal fator de interação grupal,

e em conseqüência disso, facilita a solução de problemas, reduz tempo e economiza

custos. Entretanto para que esta interação seja real e produtiva devemos considerar que

a relação entre participantes de um grupo de trabalho não se restringe somente à

comunicação, portanto as pesquisas de sistemas que envolvem o trabalho cooperativo

não enfatizam as comunicações, mas sim as relações sociais de trabalho que nela se

geram. “O espírito de equipe é a alma do ambiente/trabalho cooperativo” (MOTTA, 1999).

Cooperar é acima de tudo um ato social e portanto requer todos os tipos de interação

humana, a fim de atingir objetivos concretos e comuns.(BRINK, 1998)

Figura 3: Groupware -Classificação de tempo e espaço

Fonte : BRINK, 1998

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Diversas tentativas de classificação de groupware têm sido propostas. Um

groupware pode ser concebido para auxiliar a interação face-a-face ou a um grupo que

está distribuído em diversos locais. Além disso, pode ser concebido com a finalidade de

ampliar a comunicação e a colaboração nas interações síncronas ou assíncronas. Estas

considerações, de tempo e espaço (figura 3) sugerem quatro categorias de groupware

(BRINK, 1998): mesmo tempo e local (salas de reuniões eletrônicas); mesmo tempo e

locais diferentes (editor colaborativo); tempos diferentes e mesmo local (quadro de

avisos) ou tempos diferentes e locais diferentes (correio eletrônico).

3.3.3 Aplicações GROUPWARE (GW)

Entre as aplicações destacamos algumas das tecnologias que contribuem

diretamente para as etapas dos projetos em equipe.

Correio Eletrônico (e-mail): é a aplicação assíncrona de groupware mais comum

(deixando de lado o tradicional telefone). Através dele podem ser trocadas mensagens

entre duas ou mais pessoas, ou entre grupos, através de reenvio de mensagens, criação

de mala direta e inclusão de arquivos em mensagens. Atualmente conta ainda com a

transmissão de voz (correio de voz);

Fóruns e Lista de Discussão: assemelham-se a sistemas de e-mail, mas servem

melhor à comunicação entre grandes grupos de pessoas em vez da comunicação entre

apenas duas. A grande diferença entre fóruns e listas de discussão é que fóruns mantêm

as mensagens agrupadas e estruturadas conforme o andamento da discussão ou tema

de forma ordenada e apenas enviam mensagens para um usuário quando elas são

explicitamente solicitadas (serviço sob demanda), enquanto listas de discussão entregam

e enviam mensagens à medida em que estas se tornam disponíveis.

Calendários Compartilhados: permitem agendamento, gerenciamento de projetos

e coordenação entre várias pessoas e podem prover suporte para o agendamento de

equipamentos também.

Editores de Textos Colaborativos: são processadores de textos que oferecem

suporte síncrono ou assíncrono mostrando autoria e permitindo que usuários

acompanhem mudanças e façam anotações nos documentos. O suporte síncrono

permite que autores vejam as mudanças na medida em que elas acontecem.

Quadro de Aviso Compartilhado: oferece suporte síncrono e assíncrono, permite

que duas ou mais pessoas vejam e escrevam em uma superfície de desenho

compartilhada. Pode também indicar onde cada pessoa está desenhando, através de

recursos diversos como apontadores coloridos.

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Teleconferências (Vídeo Comunicação): suporte síncrono, permite chamadas two-

way ou multi-way chamando vídeos ao vivo como um sistema telefônico com um

componente visual adicional. Permite a vários membros de um grupo realizar uma

discussão “face a face” através de uma rede de computadores, em tempo real

independente de cada local onde eles se encontrem.

Sala de Reunião (Chat): suporte síncrono, permite que várias pessoas escrevam,

simultaneamente, mensagens em um espaço público, usualmente em texto corrido. O

acesso à sala de reunião pode ser aberto aos membros do grupo ou a um determinado

grupo específico.

Editores de Suporte à Decisão: suporte síncrono e assíncrono, facilita a tomada

de decisão em grupo. Disponibiliza ferramentas para tomada de decisão por meio de

idéias, ponderações e probabilidades em eventos e alternativas e votação. Tipo de

aplicação que integra características para a resolução de problemas e a conseqüente

estruturação da solução através da dinâmica de argumentação e validação.

Autores como MOTTA & BORGES (2000) e CRUZ (2000) destacam além dos

itens apresentados, os sistemas de workflown, hipertextos e banco de dados como

aplicações relacionadas ao desenvolvimento de groupware.

Workflow: conjunto de atividades que pode ou não ser executado

simultaneamente, com alguma especificação de controle e fluxo de dados entre estas

atividades. Sistemas de Workflow permitem também o desenvolvimento de formulários e

fornecem suporte para diferentes funções e privilégios. Um conceito importante

associado ao workflow é o de digitalização. Quando o documento é digital, ele ganha

capacidade de ser distribuído instantaneamente, bem como ser compartilhado entre

equipes de diversas maneiras sem sair do servidor, através de redes corporativas cliente-

servidor ligadas à Internet.

Hipertexto: sistema para relacionar documentos-textos. A Web é um grande

exemplo de hipertexto. Alguns sistemas de hipertexto incluem características para

visualizar quem mais visitou uma determinada página ou link, ou mesmo ver o quanto um

site tem sido consultado, fornecendo aos usuários o conhecimento do que as pessoas

estão fazendo no sistema; os hipertextos (base para a hipermídia) são documentos

interconectados de um modo complexo que não é convenientemente representado no

papel. Além dos documentos, temos também os recursos multimídia, que são animações,

áudio, imagens entre outros.

Banco de dados: O uso de tecnologia de banco de dados é muito importante,

principalmente, como forma de armazenar a base de conhecimento necessária no

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compartilhamento dos documentos. Além disso, pode propiciar o armazenamento de

dados para possibilitar as estruturas virtuais.

As aplicações descritas anteriormente estão organizadas em grupos de sistemas

que segundo BRINK (1998) e CRUZ (2000) não se classificam somente com relação a

tempo e espaço. As tecnologias ou aplicações cooperativas são apresentadas pelos

autores segundo uma classificação de GW que inclui o suporte ao número/tamanho do

grupo de participantes e questões quanto à funcionalidade das aplicações em que o autor

classifica as aplicações anteriores em sistemas distintos, como:

Sistemas de Mensagens (SM): sistemas que suportam trocas assíncronas

de mensagens textuais entre grupos de usuários; por exemplo e-mails

(acompanhados ou não de classificação automática de mensagens) e listas

de discussão;

Editores Cooperativos (EC) ou Sistemas de co-autoria: permitem a

composição e edição conjunta de um objeto, pressupondo uma área de

trabalho comum e uma visualização conjunta;

Sistemas de Coordenação (SC): sistemas que gerenciam tarefas complexas

e interrelacionadas e as informações por elas geradas e utilizadas, por

exemplo workflown;

Sistemas de Suporte à Decisão (SSD): sistemas interativos que facilitam a

solução de problemas por um grupo de pessoas, auxiliando na tomada de

decisão através da estruturação e captura do raciocínio e argumentação

gerados durante as reuniões do grupo;

Sistemas de Suporte a Reuniões Eletrônicas: oferecem ambientes para

apoio de reuniões presenciais com várias estações em rede, uso de telões e

de equipamentos de áudio e vídeo, proporcionando a geração automática de

uma memória da reunião, comunicação paralela entre os membros do grupo

e facilitando o planejamento das reuniões seguintes com base nas tarefas

acertadas;

Sistemas de Conferências: suportam conferências assíncronas, síncronas

ou teleconferências.

Sistemas de Compartilhamento de Dados/Informações (DBMS- Data Base

Management System): tecnologias colaborativas que suportam trocas e

armazenamento de documentos e informações, em que encontramos

aplicações como: gerenciadores de documentos, produtos para recuperação

das informações, sistemas de gerenciamento de banco de dados.

Redes Internet, Intranet e Extranet: redes corporativas de comunicação

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Se observarmos a comunidade de usuários de computação em geral, veremos

que os recursos dos fóruns e listas de discussão, assim como a disponibilização de

textos na web e o uso de links para remeter o interlocutor a informações relevantes são

amplamente utilizados. Se visitarmos os sites dos principais fabricantes de softwares

veremos que eles incentivam, através desses recursos, a troca de informações entre os

usuários que também se nutrem de informações através dessas trocas. A comunidade

acadêmica também começa a se apropriar desses recursos. A troca de informações entre

iguais como forma de aprendizagem é potencializada pela rede de computadores e deve

ser formalizada como instrumento da escola, como alternativa ou complementação ao

ensino tradicional.

MOTTA (1999) ressalta que a necessidade de compartilhar a informação e

garantir o acesso a elas por todos os membros da equipe é uma preocupação real. O

crescente fluxo de informação entre os membros da equipe pode levar a uma sobrecarga

de informação, prejudicando a comunicação entre os mesmos e o andamento do projeto.

“(...) O espírito de equipe é a alma do nosso ambiente. Procuramos apoiar

equipes, cujos membros tenham um objetivo em comum e que para alcançá-

lo necessitem trabalhar de forma cooperativa. Desta forma, para que a meta

seja atingida é preciso haver um compromisso entre os membros de

cooperar, divulgando e compartilhando informações importantes ou

relevantes para a equipe. É preciso que todos os integrantes se sintam

motivados para participar e que os resultados tragam retorno para o grupo

como um todo e não apenas a parte de seus integrantes (MOTTA, 1999)”

Cada tecnologia possui uma forma de expressão, e somente com o conhecimento

e com o aproveitamento da especificidade técnica, expressiva de cada meio, se pode

pensar em uma adequada utilização. Integra-se a estas tecnologias para sua adequada

utilização fatores humanos relacionados à cultura de colaboração habilidades e

treinamento dos participantes. Cooperar pode ser considerado também como um acordo

onde todos se comprometem a trabalhar para atingir um objetivo comum. Por este

motivo, o projeto de um ambiente de suporte ao trabalho colaborativo pode, em muito, ser

baseado nas observações das características de pessoas trabalhando e colaborando

juntas em um ambiente convencional (CRUZ, 2000). Logo, há de fato a necessidade de

criar mecanismos que auxiliem a equipe não só a melhorar a comunicação entre seus

membros, como também a gerenciá-la e filtrá-la sempre que necessário.

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3.3.4 O uso de novas tecnologias na sala de aula

Dentre os aspectos levantados, pode-se inferir que os sistemas de mensagens,

quadros de avisos e conferência síncrona e assíncrona são muito utilizados pelos

professores e alunos para esclarecer dúvidas, enviar e receber tarefas, trabalhos e

avisos.

Já os sistemas de co-autoria são usados por grupos de alunos, para desenvolver

um trabalho em conjunto. O compartilhamento do objeto em desenvolvimento é

importante para permitir a equalização da participação dos membros do grupo sobre o

trabalho. Assim, mesmo que ocorra uma divisão de tarefas, os alunos podem participar

das tarefas dos outros, fazendo comentários e interagindo constantemente.

A intervenção do professor, considerando a utilização destes recursos, pode

ocorrer de modo a fornecer pistas e questionar posições e estratégias, promovendo

perspectivas de uma análise mais crítica por parte dos alunos sobre a situação.

O ensino a distância ganhou uma nova força com o aparecimento dos groupware.

Entretanto, o insucesso de muitos desses é o fato de oferecerem suporte a execução de

apenas uma tarefa, não apoiando outras funções necessárias ao aprendizado

colaborativo como, por exemplo, a atividade cognitiva, o suporte individual, o apoio ao

professor no acompanhamento das atividades dos alunos, o registro da evolução das

atividades, etc.

Na busca para incluir em sua atuação as novas tecnologias, as escolas procuram

adaptar-se a estas mudanças na formação de profissionais em sintonia com a dinâmica

do processo de conhecimento (demanda do mercado). No entanto, como processo de

aprendizagem e avaliação, LIGUORI (1995) ressalta que, mesmo com a utilização dos

computadores e demais meios de aprendizagem, a melhoria do ensino está ligada à

melhoria do processo didático e das condições socio-econômicas. Para obtermos tais

melhorias não são necessárias apenas as aplicadas a tecnologias computacionais, mas

também melhorias das atividades, dos objetivos, do ambiente de trabalho, do papel do

professor, o estilo de aprendizagem do aluno e da cultura (LIGUORI, 1995).

Os computadores associados à rede Intranet e Internet podem ser usados, de

uma forma geral, para mediar comunicações, trazer novas fontes de informação,

providenciar armazenamento dos produtos de trabalho da equipe apoiando a construção

do conhecimento e a criação de representações que permitam aos alunos gerar modelos

para sua compreensão compartilhada de novos conceitos. (KOSCHMANN, 1996).

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3.4 O impacto das novas tecnologias no setor de AEC

3.4.1 Novas tecnologias no setor de AEC

Na Era da Informação não é o tamanho de uma organização que conta, mas o

seu alcance, isto é, sua habilidade de criar produtos e serviços para consumos

específicos. A Era da Informação propiciou a segmentação mundial dos mercados e o

deslocamento em direção às redes integradas e aos padrões globais.

O gerenciamento de projetos pela Web como plataforma de trabalho síncrono e

assíncrono é uma possibilidade real para equipes de desenvolvimento trabalhando

coordenadamente, interagindo online (Internet, Intranet e Extranet) e compartilhando as

informações disponíveis com todos participantes do projeto, uma vez que os sistemas

estão mais confiáveis, as conexões mais rápidas e os preços em queda.

O contato em tempo real com fornecedores para coleta de preços, especificações,

levantamento de material, busca por profissionais, dentre outros recursos, são também

possibilidades reais capazes de trazer novos modelos gerenciais nos esforços para

novos caminhos do setor.

Tecnologias como groupware assim como sistemas de suporte a gestão do

conhecimento e sistemas de suporte a decisão em grupo, em plataformas web, podem

ser usadas para prover as equipes e a gerência de ferramentas computacionais para

atingir melhorias quanto à eficiência e produtividade e encontrar novos caminhos e

posturas gerenciais contemporâneas para o setor de AEC.

Observamos cada vez mais a incorporação de recursos que buscam a integração

destes sistemas com ferramentas de comunicação, a fim de possibilitar o

estabelecimento de formas de gestão colaborativa dos projetos cada vez mais eficientes.

No passado era muito difícil coordenar e sincronizar tarefas a distância. Os meios

de comunicação só permitiam que poucas informações fossem transmitidas de um ponto

ao outro. Em geral, era necessário que essas informações fossem enviadas fisicamente.

Para emitir uma determinada informação a um grupo de pessoas, tínhamos que enviar

um fax ou dar um telefonema a cada uma delas individualmente. Além disso, tomar

decisões sempre requeria reuniões face-a-face. Ao longo das atividades de cooperação,

a troca de informações conduz os participantes a discutir as representações do produto a

fim de convergir para decisões aceitáveis, em que o processo argumentativo acontece

pela troca de informação verbal, textual, e visualização do desenho/modelo.

Atualmente, estas atividades essencialmente feitas em reuniões face a face

tendem a ser suportadas cada vez mais por ambientes cooperativos do projeto. A rapidez

da evolução da informática na área de projetos não permitiu, que nos adequássemos

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corretamente às suas potencialidades. Muitos ainda usam o computador e os programas

gráficos apenas como instrumentos de desenho, e não como uma ferramenta para

integração e compatibilização das diversas especialidades de um projeto.

Em relação ao impacto causado pelas novas tecnologias, pode-se citar como

exemplo a nova lógica de trabalho trazida pela difusão da internet, que como vimos

anteriormente permite que informações sejam compartilhadas praticamente em tempo

real e a distância. Devido a isso, a interação e coordenação de grupos maiores

tornaram-se possíveis e cada vez mais viáveis. As empresas passaram a visualizar

novos modelos para otimizar negócios ou mesmo para criar novas receitas ou

diferenciais competitivos.

Maior produtividade determina uma posição mais competitiva do profissional em

relação ao mercado, e a utilização de recursos tecnológicos incorporando novas

tecnologias comunicativas e meios interativos dos ambientes de trabalho colaborativos na

organização contribuem neste sentido, agilizando potencialmente todo o setor de

projetos. Desta forma os avanços tecnológicos vêm gradativamente sendo incorporados

à indústria da construção civil como meios para se obter maior produtividade e qualidade,

porém existem vários obstáculos que impedem que o uso desta tecnologia se estabeleça

no setor.

De uma forma geral, as empresas deparam-se com a qualidade dos serviços de

suporte à rede Internet ainda não necessariamente distribuídos de forma satisfatória

entre os integrantes de um grupo quando em locais dispersos (ou diferentes),

dificuldades para consolidarem a prática de uma cultura organizacional no

desenvolvimento de projetos informatizados e a falta de conscientização de todos os

agentes envolvidos da necessidade de criação de uma cultura da “colaboração”. Além

das incertezas quanto à capacidade das ferramentas Internet produzirem um nível de

interatividade adequado aos participantes.

Nascimento & Santos (2002) analisam o uso das Tecnologias de Informação na

Construção Civil e reconhecem que, apesar das inúmeras barreiras, sua aplicação é

extremamente recompensadora e por isso é um objetivo com valor em potencial para que

esforços continuem a ser feitos no sentido de ultrapassá-las. Como impedimento para o

projeto integrado, os autores destacam questões como a não existência de uma visão do

uso estratégico da TI pelos profissionais do setor, a falta de padronização na

comunicação, dificuldades quanto ao desenvolvimento de padrões de interoperabilidade

para indústria da construção e a falta de investimento e treinamento adequado na

implantação de novas tecnologias, além das incertezas sobre a segurança dos dados

(intrusão, violação, vírus) e a necessidade de conexões mais rápidas que nem sempre

são acessíveis a todos os participantes (disponibilidades e custos).

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Vale acrescentar que, apesar dos obstáculos a serem ultrapassados, a ciência da

tecnologia de informação é destaque entre as diretrizes apresentadas como prioridade

pela ANTAC no estabelecimento de um cenário futuro que tem como objetivo principal

estabelecer prioridades estratégicas para as ações de fomento à ciência, tecnologia e

inovação na área de Tecnologia do Ambiente Construído (ANTAC, 2002).

A área da Tecnologia do Ambiente Construído é entendida como uma área do

conhecimento relacionada à concepção, projeto, produção, operação, manutenção,

demolição e reciclagem ou reutilização de edificações e do seu entorno imediato. É

portanto, uma área de caráter multidisciplinar, na qual atuam principalmente profissionais

com formação em construção civil e arquitetura (ANTAC, 2002).

Em pesquisa sobre a construção civil norte- americana SOILBELMAN & CALDAS

(2000) relatam que os avanços nas áreas de comunicação, computação distribuída,

multimídia e integração de sistemas têm criado novas alternativas para o gerenciamento

de projetos. As empresas vêm adotando algumas destas tecnologias para promover a

troca de informação entre as organizações envolvidas na execução de um

empreendimento, possibilitando o gerenciamento de projetos de forma mais distribuída.

Dentre as tecnologias, uma que vem rapidamente ganhando novos adeptos é definida

pelos autores como Extranet, uma rede de computadores que usa a tecnologia da

Internet para conectar empresas com seus fornecedores, parceiros e outras empresas

que compartilham objetivos comuns.

Os problemas da identificação e ponderação dos custos e benefícios da

implantação da Tecnologia da Informação nas empresas não são novos e nem restritos

ao setor de construção. Entretanto, este problema é mais acentuado na indústria da

construção, em virtude das particularidades deste setor (ANDRESEN et al, 2000).

Com o objetivo de avaliar o impacto da aplicação da Tecnologia da Informação na

indústria da construção civil, RIVARD (2000) realizou uma pesquisa no setor de AEC do

Canadá. Durante a pesquisa, identificou como benefícios alcançados pela adoção das TI

uma melhora na qualidade dos documentos, do controle financeiro e das comunicações;

uma maior velocidade de trabalho e uma diminuição do número de enganos na

documentação. Como reflexão para o futuro, o autor aponta algumas das necessidades

do setor, indicando dois caminhos para futuras pesquisas: a integração de projeto e

construção por computador facilitando o compartilhamento de dados e a comunicação

entre empresas, e o desenvolvimento de ferramentas de projeto que permitam o trabalho

simultâneo dos projetistas e os apóiem nas fases conceituais do projeto.

A questão envolve, ainda, o estudo das informações acumuladas pelos diferentes

projetos, onde o uso de tecnologias de apoio ao projeto e de sistemas CAD - que antes

poderia ser considerado uma posição de marketing - tomou posições e proporções

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significativas na avaliação das empresas no mercado. A busca de ferramentas

computacionais e métodos de trabalho para a revolução que está ocorrendo no mercado

desafia-nos a promover uma formação permanente de competências na realidade

pessoal e profissional.

Entretanto, as ferramentas computacionais tais como sistemas CAD têm

proporcionado pequeno apoio a uma maior integração entre as informações e os dados

do projeto. Problemas entre disciplinas foram indicados em pesquisa realizada nos

escritórios de projeto de arquitetura do Rio de Janeiro, nos quais constatamos que

grande parte dos usuários não explora o potencial integrador das ferramentas para

melhorar a eficiência dos processos (NUNES,1997 e CHAPUIS, 1995).

Verificamos, então, que dificuldades quanto a uma maior integração de dados e

informações ao longo do processo são uma característica universal, descrita por aqueles

autores que verificam dificuldades similares em outros contextos considerados

avançados. O’BRIEN (2000) observa que uma das tarefas mais difíceis na fase do

projeto é resolver conflitos que ocorrem no momento das soluções criadas pelas

diferentes espécies de profissionais que cooperam no projeto. Para que haja

comunicação entre os participantes do processo é importante que ocorra a transmissão

das informações do projeto a todas as pessoas envolvidas.

Em seu Programa de Qualidade e Produtividade o SEBRAE (1995) busca

conscientizar técnicos e empresários do setor de construção a investirem em

metodologias para construir melhor com menos custo. Como forma de criar condições

objetivas para que isso ocorra, há a necessidade de se minimizar conflitos oriundos dos

projetos. Tais conflitos são as principais causas das soluções improvisadas na obra, que

aumentam consideravelmente os custos. Vale ressaltar que a compatibilidade entre os

subprojetos é perfeitamente factível, desde que haja conscientização, por parte do

incorporador ou proprietário, quanto às vantagens e necessidades de sua realização.

Além disso, há a preocupação com a gestão do conhecimento e com outros

elementos mais sutis presentes no gerenciamento de projetos, como a rastreabilidade

dos dados e informações, a definição de processos de trabalho e a memória

organizacional. Eles são exigidos não só pelas novas tecnologias, mas, principalmente,

por dois organismos reconhecidos e aceitos mundialmente, a ISO (International

Standards Organization) e o PMI (Project Management Institute), já citados

anteriormente. Como vimos, o crescente movimento de certificação, onde se destaca o

PBQP-H, tem levado a maiores exigências de documentação e padronização de

procedimentos. Para fazer face a tais exigências, é preciso que haja sistemas de

gerenciamento mais eficientes e seguros.

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Segundo TEIXEIRA Fº (1997), para melhorias na gestão de ambiente de negócios

atual, alguns fatores são fundamentais. Inovação, qualidade, agilidade e atenção ao

cliente estão, com certeza, entre os principais. “Na Administração, estamos na era da

ênfase no talento dos indivíduos e na sinergia do trabalho em equipe “(...) É preciso dar

condições às pessoas em posição de responsabilidade pela gestão dos processos, para

que elas possam atingir seus objetivos organizacionais”. Essas condições abrangem,

segundo o autor:

Estratégia e transformação organizacional - trabalhando a capacidade de

visão prospectiva e sistêmica, através de um pensamento total da

organização;

Arquitetura organizacional e orientação a processos - revendo sempre as

estruturas mais adequadas como meio para a excelência nos processos de

negócio;

Aprendizado organizacional - desenvolvendo as habilidades necessárias

para o aprendizado coletivo permanente;

Processo de decisão - repensando os fatores envolvidos na tomada de

decisão e os estilos gerenciais;

Qualidade e Marketing - atentando para as expectativas e a percepção dos

clientes, internos e externos, quanto aos produtos e serviços oferecidos;

Gestão de Projetos - otimizando a utilização dos recursos e do tempo;

Controle orçamentário - entendendo e acompanhando o valor financeiro

agregado em cada operação para os resultados da organização;

Cultura organizacional - tomando consciência e repensando os valores e

práticas adquiridas e/ou inerentes às pessoas que trabalham na

organização;

Qualidade de vida - revendo o papel do indivíduo e seu espaço de realização

através do trabalho, buscando a harmonia de objetivos entre a pessoa, a

equipe e a organização.

Devemos acrescentar a esse contexto o aumento da necessidade e do interesse

pelo trabalho cooperativo CSCW o qual motivou a pesquisa e o desenvolvimento de

Groupware. Este campo de estudo não se restringe a tópicos como "cooperação" ou

"trabalho", mas abrange também competitividade, socialização e participação. Envolve

qualquer interessado no projeto de software e comportamentos sociais e organizacionais,

incluindo pessoas do próprio negócio, cientistas da computação, psicólogos

organizacionais, pesquisadores da comunicação e antropólogos. Abrange ainda o

entendimento de grupos e de como as pessoas se comportam em grupos. Também 52

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envolve um bom entendimento de tecnologias de rede e de como os aspectos desta

tecnologia afetam a experiência do usuário. Todos os tópicos de projeto de interface do

usuário também são ainda relevantes. Sabemos, no entanto, que um sistema desse tipo

não é bem sucedido a menos que a maioria ou todo o grupo-alvo esteja motivado para

adotá-lo. E, em oposição, um sistema tradicional pode ser bem sucedido mesmo que

apenas uma fração do público-alvo o adote.

BOYLE (1997) prevê que o impacto da utilização de novas tecnologias de

informação se traduzirá em sistemas em que a entrada de dados do projeto se dará de

forma única e sem retrabalho, na eliminação de documentos em papel, substituídos por

documentos eletrônicos e em catálogos virtuais de produtos acessíveis de modo

instantâneo pela internet.

Não há dúvida de que o projeto é o momento no qual se deflagra o processo de

inovação numa indústria. Na verdade, é desde a fase inicial de concepção que buscamos

novas soluções para chegarmos a um produto que atenda a um mercado cada vez mais

diversificado e dinâmico. Mais que isso, o projeto assume, hoje, em suas formas

inovadoras de aprendizado coletivo, a função de difundir inovações e melhorias por toda

a empresa e grupos de trabalho.

3.4.2 A Evolução das atividades do projetar

Enquanto Tecnologias da Informação vêm mudando a forma como as pessoas

trocam informações e documentos, Tecnologias CAD estão alterando a maneira de gerar

os desenhos/documentos. A aliança de Tecnologias CAD e de Tecnologia de Informação

aproxima os profissionais e facilita a troca de informações com fornecedores,

engenheiros, profissionais de marketing e empreendedores, ou seja, com toda a cadeia

produtiva.

Podemos considerar, de maneira geral, que a Tecnologia CAD se relaciona de

forma mais estreita com o desenvolvimento das atividades de projeto, isto é, com as

tarefas empreendidas pelos projetistas ao longo do processo de concepção e

especificação das características de uma edificação. Tal relação é possibilitada pela

incorporação dos aspectos específicos da linguagem gráfica. A Tecnologia da

Informação, por sua vez, pode ser vista como uma ferramenta de apoio ao

gerenciamento do processo de projeto, possibilitando, através dos mais variados

recursos de comunicação, uma maior integração das atividades desenvolvidas na

progressão do projeto (NAVEIRO et al., 1997). Representa, assim, uma evolução da

atividade de projetar, por permitir que os profissionais se comuniquem e colaborem,

gerenciando processos de trabalho e fazendo negócios em tempo real.

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A singularidade da construção civil induz a um volume considerável de

documentos gerados, distintos e específicos para cada etapa de progressão de um

projeto. Na configuração do produto (edificação), o projeto de arquitetura constitui a

disciplina inicial da engenharia, na qual se lançam as idéias básicas. O projeto de

arquitetura destaca-se por ser um instrumento indispensável à orientação de todos os

envolvidos no seu desenvolvimento. Ao longo da sua elaboração os desenhos são os

meios de comunicação mais utilizados, servindo como documentação técnica dessa

linguagem entre as disciplinas complementares, clientes e a obra. O seu

desenvolvimento é um processo de transformação da informação, sendo um dialogo

contínuo entre questões e soluções que é incrementado à medida que o projeto avança e

as necessidades dos clientes e parceiros são atendidas.

Essas atividades inter-disciplinares estão subordinadas a uma coordenação, para

a manutenção da unidade e da qualidade necessárias a um projeto de edificação e à

completa integração das partes no canteiro de obras. Acrescentamos à sua execução as

atividades de compatibilização dos projetos, tarefa que cabe a profissionais específicos e

é feita através da verificação de todos os documentos técnicos, visando à perfeita

compatibilização entre os mesmos. Em outras palavras, trata-se de eliminar ou minimizar

os conflitos entre os projetos inerentes a determinada obra, simplificando a execução e

otimizando a utilização de materiais e da mão-de-obra, bem como a subseqüente

manutenção.(SEBRAE, 1995).

A coordenação pressupõe, além da compatibilização do projeto arquitetônico com

os demais a ele complementares, a análise de alternativas de projeto, a definição em

conjunto ou não com o cliente (contratante) para os diversos especialistas envolvidos,

visando a obtenção de um conjunto harmônico de projetos que atendam a requisitos

programáticos, técnicos e financeiros do cliente/contratante (AsBEA,2000). Além das

atividades de coordenação, o gerenciamento de projetos pressupões a gestão técnica e

administrativa dos serviços envolvidos na elaboração do conjunto de projetos da

edificação.

Além das etapas descritas, existem outras atividades correlatas ao projeto de

arquitetura da edificação que, embora não fazendo parte do mesmo, representam níveis

de confiabilidade maiores quanto à boa execução do projeto, como, por exemplo, o

acompanhamento pela empresa de arquitetura, da implantação do projeto diretamente na

obra e o gerenciamento de obra responsável pela supervisão efetiva dos aspectos

técnicos e econômicos do desenvolvimento de uma obra.

A evolução do processo documental dessas atividades de papel para os meios

digitais vem modificando o conceito de original/cópia. A transmissão de arquivos digitais

eliminou o uso de disquetes e aumentou a produtividade de equipes que interagem em

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locais distintos e em tempos distintos. Em levantamento realizado em escritórios de

arquitetura do Rio de Janeiro NUNES (1997) constata que os profissionais ainda

preferem ler/visualizar o documento em papel em vez de ler/conferir na tela, o que

demonstra que isto não irá eliminar, no momento, a cópia em papel nas empresas. No

entanto, todos estão conscientes que cópias de documentos em desenvolvimento

tornam-se obsoletas quase que imediatamente, pois qualquer alteração necessária deve

ser incorporada aos documentos digitais para que sistemas de controle registrem as

ultimas versões aprovadas ou em andamento.

Frente a estas realidades, O’BRIEN (2000) tem buscado o conceito do CIC-

Computer Integrate Construction (Construção Integrada Pelo Computador)- como

mudança desta realidade. Esse conceito consiste na estratégia de ligar tecnologias

(existentes e em desenvolvimento) e pessoas com o objetivo de

otimizar/facilitar/alavancar as fases do projeto, assim como funções de apoio. Para o

autor a Construção Integrada por Computador - CIC - pode ser definida como um

processo que une participantes de um projeto numa equipe colaborativa ao longo de todo

o ciclo de vida do projeto e por todas as suas fases. Cada membro da equipe deve estar

apto a compartilhar dados com outros membros da mesma equipe com certa freqüência.

O autor coloca também a redução do tempo requerido para a execução do projeto sem

prejuízo da qualidade final do mesmo, com conseqüente redução do seu custo, como

uma primeira vantagem da CIC. O autor ressalta ainda que essas representações devem

suportar as diferentes visões de vários profissionais e permitir que alterações e

atualizações por profissionais das mais diversas disciplinas sejam automaticamente

comunicadas e detectadas por cada disciplina do projeto.

Para que isto seja real os sistemas devem ainda apresentar recursos que agilizem

as alterações dos projetos. Com comunicações imediatas, os participantes poderiam ver

e sentir o impacto de sua alteração. Os dados e decisões específicas não poderiam ser

alterados pela comunidade de participantes, mas sim por aqueles aptos a tomar decisões

concernentes às alterações sugeridas ou aprovadas. Estes processos têm ainda que

obedecer a uma padronização necessária e possuir uma linguagem adequada para que

todos os participantes possam relatar suas experiências aos demais de forma precisa,

concisa e limpa. Os processos usuais em muitos casos utilizam diferentes sistemas em

cada fase, e os arquivos são transportados ou transcodificados de um sistema para outro

neste caso, não existindo uma lógica entre as fases do projeto.

Com uma maior integração de ferramentas para o gerenciamento de documentos

e de sistemas CAD passamos a dar mais um passo no desenvolvimento dos projetos

informatizados que parecem estar sempre em mutação. Entretanto, grande parte dos

usuários não explora o potencial integrador da ferramenta CAD como elemento de auxilio

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ao gerenciamento do projeto (NUNES,1997). Sua utilização otimizada pode contribuir

para a melhoria da eficiência da atividade projetual e para transformar o projeto de

seqüencial em simultâneo. Questões quanto ao desenvolvimento informatizado dos

projetos e quanto à otimização das etapas de projeto e a integração do processo projetivo

estão presentes desde a implantação dos primeiros sistemas informatizados.

É preciso, ainda, alterar a cultura da empresa, a fim de possibilitar a realização de

transformações bem sucedidas. As mudanças devem estar ancoradas em uma cultura

que valorize e recompense a criação e o compartilhamento de conhecimento.

Em relação à atividade de projeto, especialistas das mais diversas áreas

envolvidas concordam que não é mais viável o trabalho dividido em partes isoladas,

organizadas em seqüência. Hoje, é necessário que a contribuição dos especialistas se

faça da maneira mais simultânea possível, o que confere ao projeto um novo perfil, o de

uma criação coletiva, em vez de superposição de trabalhos individuais. Esse novo

processo resulta em melhores soluções e maiores acertos na concepção integrada de

produtos que são, a um só tempo, tecnologicamente mais complexos e mais fáceis de

serem utilizados (SOARES, 1997).

O estágio de evolução dos sistemas CAD nas atividades de projetar está

diretamente relacionado com as exigências do mercado consumidor formado por

projetistas e grandes empresas de

Quadro 1: Estágios de evolução dos sistemas CAD.(adaptado de SOARES, 1997)

FASE 1 FASE 2 FASE 3

Desenho

BidimensionalModelagem

TridimensionalSimulação Construtiva

Melhorias gráficas Visualização formal e estética

Atributos físicos e informações não gráficas

Altera o processo de

projetar sem modificar o processo de

representar

Volumetria influi no processo projetivo apenas

formalmente

Modelagem influi no processo projetivo

valorizando a simulação e extraindo o desenho como conseqüência

As questões que apresentamos acima vêm de encontro à ANTAC (2000, p. 18)

que apresenta sua Visão do Futuro das Tecnologias de Informação ressaltando itens tais

como a utilização mais intensa de sistemas computacionais em que os principais

impactos esperados são: “uso de extranets para o gerenciamento de projetos; uso do

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CAD 3D (Computer Aided Design em três dimensões) e realidade virtual em mais larga

escala durante o projeto e também para visualização de produtos; intensificação do uso

de SIG (Sistemas de Informações Geográficas) para a criação de bancos de dados

vinculados a bases geográficas; controle automatizado de movimentação e estoques de

materiais; desenvolvimento de sistemas computacionais para gestão que integrem

diferentes processos gerenciais (por exemplo, planejamento, projeto, orçamento, etc.);

uso de sensores e hardware portátil para monitoramento e controle gerencial e

tecnológico; desenvolvimento e aplicação de sistemas de automação e informação para a

operação e manutenção de edifícios“.

Parâmetros e procedimentos mínimos no uso de Tecnologias CAD e Tecnologias

de Informação podem ser adotados de forma a proporcionar melhor rendimento e

agilidade. Integrar o CAD com a gestão do projeto e ainda incorporar as facilidades de

comunicação pela Internet fez com que o CAD pudesse ficar sintonizado com novos

conceitos de negócios, integrando numa mesma plataforma a engenharia e o mercado.

A aliança do CAD com a gestão e a Internet integra fornecedores e parceiros, engenharia

e marketing, empreendedores e sua cadeia produtiva. Mais do que simplesmente projeto

e desenho, o CAD e seu universo ajudam a incrementar um novo conceito de gestão

empresarial e de relacionamento com o cliente. O Quadro 2 exemplifica algumas das

tarefas/etapas que encontram-se em mudanças.

Quadro 2: Novas ferramentas e serviços de apoio ao projeto.

PRANCHETA SISTEMAS CAD WEBCADPROCESSO MANUAL PROCESSO

INFORMATIZADOPROCESSO COLETIVO

Apresentação Maquete e ou perspectivas a mão

Maquete eletrônica Maquete interativa online

Entrega ao cliente Papel Vegetal Arquivo e Plotagem Consulta e comenta via web

Planta na Obra Cópia Plotagem Download e Plotagem via web

Profissionais Agenda Pessoal Agenda/ e-mail Banco de profissionaisReunião Mesmo espaço físico Mesmo espaço físico Espaço virtual ,

WebCamera, Chat, Fórum

Equipe Mesmo espaço físico Espaços físicos distintos Espaço Virtual, síncrono e assíncrono

Horário de trabalho Fixo Flexível Totalmente FlexívelNormas para desenhos

Padrões gráficos isolados

Biblioteca digital de padrões isolados

Biblioteca digital compartilhada na rede

Normas e procedimentos

Caderno de publicações em papel

Arquivos distribuídos aos participantes

Documentos compartilhados na rede

Memória Técnica Arquivo em papel vegetal e cópias

Arquivos digitais Bibliotecas em banco de dados

Consulta aos projetos

Arquivo em papel vegetal e cópias

Arquivos digitais Visualização online e busca na memória técnica

Conexão Internet Não disponível Discadas e intranet Discadas, via cabo, via rádio.

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Informações para alterações

Telefone e/ou fax a todos os colaboradores

Fax ou e-mail a todos os colaboradores

Online com mensagem automática ao grupo

Fonte: Autora

No entanto, o uso de tecnologias tais como correio eletrônico, que permite enviar

arquivos anexos a mensagens, fez com que o controle das versões dos arquivos

compartilhados vivenciasse semelhanças com o controle de documentos em papel. A

prática recomendada atualmente é a de não mais enviar documentos como anexo a

mensagens. Eles devem ficar no servidor da rede, acessível via Internet, e ser

compartilhados com todos atores envolvidos no documento, seja para elaboração,

comentários, verificação, aprovação ou emissão do mesmo. Desta forma, as

informações ficam canalizadas, possibilitando a todos os participantes uma maior

confiabilidade nas versões e uma tomada de decisão mais ágil.

Podemos afirmar que o uso da plataforma web agregado aos programas de rede

tem permitido a troca de informação entre os membros de um projeto. Porém, estes

ainda podem ser aprimorados para que facilitem a interação entre os participantes em

seus processos de tomada de decisão e de gerenciamento das tarefas rotineiras. Falta

ainda uma real integração entre todos que permitirá agilizar o processo de troca de

informações e aumentar a confiabilidade desta troca. Ainda precisamos ultrapassar a

lacuna que há entre as expectativas e o êxito esperado no desenvolvimento dos projetos

via web. Na verdade procuramos o conhecimento básico que envolva áreas tais como: o

trabalho dos projetistas, integração de sistemas CAD, organização e controle dos

projetos informatizados e integração das diferentes disciplinas vinculadas ao processo de

desenvolvimento do projeto.

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4 A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO AUXÍLIO AO PROJETO AEC

O conceito de projetos colaborativos via Internet, criado para facilitar o

desenvolvimento de projetos, principalmente no setor de AEC, começa a ser explorado

pelos profissionais e empresas do setor. Os sistemas têm como objetivo organizar,

armazenar e gerenciar arquivos de projetos da construção civil, além de coordenar

equipes de projetistas e a comunicação entre os membros dessas equipes.

O uso de Tecnologias de Informação como base para um ambiente colaborativo

vem promovendo a integração entre equipes virtuais tanto no gerenciamento como no

desenvolvimento de projetos. A troca de informações é mais ágil, diminui o número de

reuniões presenciais, diminui a quantidade de papéis, a plotagem de um arquivo/desenho

pode ser encomendada ou mesmo programada a distância e, principalmente, a última

versão do desenho/arquivo fica disponível em um único espaço, o que leva à redução de

erros de projeto e da necessidade de retrabalho. Os novos recursos possibilitam, ainda, a

rastreabilidade e memória de projetos, através de um banco de informações integrado

(gestão do conhecimento) proporcionado principalmente pela evolução de tecnologias net

(Internet, intranet, extranet).

Este sistema colaborativo, contudo, não surge simplesmente incorporando as

novas tecnologias disponíveis. Antes de tudo, é preciso reorganizar as informações e

repensar o processo de trabalho das equipes de projeto, que, em sua grande maioria,

caminham para a utilização de sua documentação em formato digital, sejam textos,

planilhas ou desenhos, em que os desenhos são desenvolvidos em sistemas CAD.

O sistema CAD é a tecnologia da utilização de recursos computacionais no auxílio

ao ato de projetar e criar, servindo como ferramenta de apoio para o desenvolvimento do

projeto de concepção, análise, dimensionamento e representação gráfica. Assim como

as tecnologias CAD levam os profissionais a se organizarem, a difusão dos projetos

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colaborativos confirmam a necessidade de uma maior formalização e/ou customização na

metodologia de trabalho. Isto atinge diretamente a cultura dos profissionais envolvidos,

que precisam estar abertos a mudanças.

O processo de projeto vem, portanto, passando por significativas mudanças desde

a introdução da Tecnologia CAD. Esta, como já mencionamos, está evoluindo a fim de

acomodar objetos arquitetônicos inteligentes. O estado da arte dos atuais sistemas CAD

começa a se voltar para novas necessidades, através da crescente incorporação de

recursos para o gerenciamento de bases de conhecimento associadas às representações

de entidades/objetos gráficos. Alguns exemplos disso são os recursos de associação de

entidades geométricas com referências externas, os aplicativos para a construção de

planilhas e a conexão com bases de dados. Além disso, já apresentam recursos

incorporados em sua plataforma de trabalho mediante as quais é possível acessar

endereços de fornecedores, por exemplo, através da associação de hiperlinks a

entidades geométricas representadas em um projeto.

O conceito, hoje, não é mais simplesmente usar a Tecnologia CAD como uma

ferramenta para produção de desenhos ou documentos técnicos, mas sim para a

construção/elaboração de um modelo virtual (objeto/produto) completo do edifício que

está sendo projetado. Tal modelo objetiva não apenas a visualização do projeto, mas,

sobretudo, a simulação de condições reais, quantificação, dimensionamento de ar

condicionado, estrutura, impacto ambiental, entre outros.

A necessidade de avanços tecnológicos no desenvolvimento de sistemas CAD é

tão vasta e diversificada quanto a própria diversidade de conhecimentos envolvidos nas

atividades de projeto. Associada a estas atividades, entretanto, como já relatado, está a

incorporação de recursos que buscam a integração destes sistemas com ferramentas de

comunicação da web. Tal integração possibilita o estabelecimento de formas de gestão

do projeto cada vez mais eficientes.

A plena equivalência de objetos/modelos em diferentes sistemas é um objetivo

que vem sendo buscado por diversas instituições. O esforço mais notável é a criação do

padrão de arquivos IFC. O IFC – Industry Foundation Classes é um modelo de arquivo

descritivo do edifício baseado na norma STEP, isto é, em texto, que conta também com

o desenvolvimento paralelo de documentos padronizados - XML para os processos da

construção. Estes trabalhos vêm sendo coordenados internacionalmente pela IAI –

International Alliance for Interoperability5 e pela AECXml.org6 do mesmo modo que o

XML. Ambos necessitam ainda de uma terminologia de referência, com relacionamento

entre termos bem estabelecido, ou seja, com uma correspondência entre objeto e termo.

Através do IFC e dos padrões para XML, pretende-se chegar a uma absoluta capacidade 5 ver www.iai-na.com6 ver www.aecxml.org

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de troca e compartilhamento de dados, de modo que diferentes sistemas consigam

extrair informações das mesmas bases (Amorim, et al., 2001).

Em um contexto econômico como o atual, em que as transformações ocorrem

com uma velocidade jamais vista, o conhecimento dos recursos e oportunidades

disponíveis, bem como dos desafios a enfrentar, torna-se essencial. CONTE (1996)

observa que, "no futuro próximo, as empresas deverão implantar mecanismos e posturas

que facilitem a capacitação e as condições de trabalho de suas equipes: Monitorar é mais

importante do que controlar. Educar passa a ser a meta do processo de capacitação, ao

invés de somente ensinar”.

4.1 O Projeto na plataforma WEB

Já vimos que a utilização de um ambiente de trabalho colaborativo abrangendo a

organização e interação entre as disciplinas e clientes envolvidos na geração de um

produto pode se traduzir, nos dias atuais, como ganho de produtividade. Os produtos,

objetos desta pesquisa, são gerados pelas diversas fases de um projeto de arquitetura e

complementares, desde a sua fase de definição, até a de sua execução, todas

desenvolvidas dentro de um mesmo ambiente de trabalho, que vai, aos poucos, sendo

modificado e acrescido de informações.

Os processos passam a um outro patamar através da utilização dos recursos

tecnológicos. O uso cada vez maior de dispositivos informatizados no ciclo de

desenvolvimento do projeto viabiliza estruturas que facilitem o planejamento, execução,

arquivamento e posterior recuperação dos documentação técnica de projeto. Assim, os

processos visam cada vez mais conhecimentos formalizados e capazes de antecipar

situações futuras que, em outras épocas, só seriam possíveis através da simulação real

com modelos físicos do produto. Maior produtividade determina uma posição mais

competitiva do profissional em relação ao mercado. A utilização de tecnologias

colaborativas e meios interativos contribuem neste sentido, agilizando potencialmente

todo o setor de projetos.

A interdependência entre o projeto de arquitetura e seus projetos

complementares, clientes e fornecedores é cada vez mais intensa e mais crítica, a

colaboração interna e externa através de tecnologias NET assume, entre as inovações

em destaque, importância vital para acelerar a inovação e maximizar os resultados e

aplicações.

Começam a surgir no mercado empresas com serviços disponíveis em ambientes

web que se apresentam como uma solução virtual para que uma equipe de trabalho

possa de qualquer computador conectado a Internet possa se comunicar, compartilhar

documentos, visualizar plantas/desenhos informatizados e colaborar com o projeto,

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utilizando plataformas de navegadores. Essa empresas oferecem tecnologias e

ferramentas de trabalho que permitem ao arquiteto, através de projetos desenvolvidos

com apoio “virtual”, atingir uma efetiva colaboração entre os diversos profissionais que

interagem no projeto.

Detalhe menu popup do aplicativo WHIP, acionado no browser com um clique no botão direito do mouse. O conteúdo é visualizado e controlado pelo navegador.

Figura 4: Exemplo de desenho na web

Os ambientes de projeto colaborativos, as extranets de projetos, são assim os

meios que permitem centralizar, administrar e tornar acessível, via websites, o resultado

do trabalho de diversos profissionais e empresas envolvidos no processo, integrando

empresas com clientes, projetistas, construtores e incorporadores, parceiros e

fornecedores. Os projetos já não necessariamente serão desenvolvidos separadamente,

sem interação dos profissionais (arquitetura, estrutura e instalações), condições

primordiais para agilizar as tomadas de decisões e evitar conflitos e retrabalho.

Santos & Nascimento (2002) destacam algumas dessas empresas (quadro 2) e

observam que apesar da proliferação destes ambientes, chegando a 160 empresas

prestadoras de serviço só nos Estados Unidos e várias no Brasil, sua penetração junto ao

mercado não tem sido tão grande quanto ao esperado devido a resistências

organizacional e de gestão adequada. Dentre as empresas, web sites de serviços de

projeto, apresentadas pelos autores em pesquisa realizada em nov/2002 verificamos em

dez/2003 que algumas delas já não se encontram disponíveis na web. O que vem

reforçar a instabilidade do setor mencionada pelos autores em sua pesquisa, apesar do

potencial destacado por diversas pesquisas.

Quadro 3: Web sites de serviços de projeto

AllProject www.allproject.com.br/gproj.html okBricsnet www.bricsnet.com okBuzzsaw www.buzzsaw.com okBentley www.bentley.com okConstractionTracker www.constructiontracker.com nãoConstructw@are www.constructionware.com okTeamBuilder www.e-builder.net ok

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E-gerenciamento www.e-gerenciamento.com.br okExpedition www.verano.com.br/produtos/expedit7.htm okICEAS iceas.nrt nãoIronSpire www.ironspire.com/products/teamplay.htm nãoNeogera www.neogera.com.br okOnLinePM www.onlinepm.com nãoOnProject www.onproject.com okPrimavera www.primavera.com okProjectEdge www.onlineproject.com/website.nsf okProjectNET www.citadon.com okProjectWatch www.projectwatch.net okSADP/Sistrut www.sistrut.com.br/sadp okSkire www.skire.com nãoTeamCenter www.inovie.com/product/workplace.jsp nãoThe PowerTool www.thepowertool.com nãoUSProjects www.projects.com okVieCon www.viecon.com/en/default.asp ok

Para ilustrarmos um pouco mais sobre estes serviços a seguir descrevemos

alguns dos sistemas listados acima que têm como principal característica o

gerenciamento de documentos. Para esta análise abordaremos sucintamente os

seguintes itens: descrição da característica principal; gerenciamento de documentos,

considerando tipos de documentos (textos, planilhas, figuras e desenhos), controle de

versões, notificação automática de novo arquivo e revisões; recursos para visualização e

comentários de documentos; recursos de workflow; recursos para o registro de tomadas

de decisão; comunicação assíncrona e comunicação síncrona e geração de relatórios.

Não foi objeto desta pesquisa a análise da qualidade da interface.

4.1.1 Ambientes colaborativos

BUZZSAW: www.buzzsaw.com

A Buzzsaw apresenta, como característica principal o gerenciamento de arquivos

em múltiplos formatos com mensagens instantâneas aos participantes das ultimas

alterações. A empresa é uma subsidiária da Autodesk, desenvolvedora do softaware

AutoCAD, com duas versões de hospedagem para o projeto: Standard e Professional.

Ambos os sistemas requerem para o gerenciamento dos arquivos a instalação de um

programa no computador do participante e plugins para a visualização e revisão online de

desenhos (VoloView). Somente a versão Profissoinal inclui os serviços de formulários

eletrônicos para emissão de relatórios online e ferramentas de workflow que pode ser

configurada segundo as necessidades do grupo de trabalho.

BENTLEY: www.bentley.com

A BENTLEY disponibiliza um sistema de gerenciamento de informações ,

denominado Viecon Project Hosting Service como um serviço de extranets voltado para o

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gerenciamento do projeto com ferramentas para o compartilhamento de documentos

associado ao cronograma/andamento do projeto, através de sistema de workflow. A

empresas é ainda a desenvolvedora do software Microstation, principal concorrente do

AutoCad, desenvolvido pela Autodesk. Requer também de um sistema de plugins para

visualização dos arquivos.

NEOGERA: www.neogera.com

O NEOGERA apresenta, como característica principal, o gerenciamento de

documentos. O representante desta ferramenta no Brasil aponta como principais

investidores em seu desenvolvimento e utilização as empresas Promon e Camargo

Corrêa. Outras características do sistema se relacionam à visualização e comentários de

documentos em geral, a disponibilização de uma agenda como recurso de workflow,

ferramentas para comunicação assíncrona (fórum), ambiente pessoal referente às

atividades relacionadas a cada participante, previsão de tempo, serviço de notícias e

emissão de relatórios, com uma boa qualidade de interface. Possui ferramentas de

comunicação síncrona, assim como a possibilidade de registro deste tipo de

comunicação. O sistema requer a instalação no computador do participante de programa

específico para visualização dos arquivos e envio posterior das mensagens em forma de

comentários quando associadas/agregadas aos arquivos. Como funcionalidades

adicionais oferece monitoração remota de empreendimentos e consulta a Normas

Técnicas, embora isso acarrete um custo diferencial por serviços.

ProjectNET: www.citadon.com

A principal característica do ProjectNET é o gerenciamento de documentos com

recursos de workflow mais bem estruturados, permitindo upload de documentos com a

função drag-and-drop (arrastando o arquivo da maquina local para a área de

documentos). Na área de documentos permite a visualização de documentos (textos,

planilhas, figuras e desenhos em geral), controle de versões, notificação automática de

novo arquivo (sob demanda) e revisões. Na área de documentos verificamos a existência

de recursos para a visualização de documentos em geral, controle de versões dos

documentos e comentários online. Possui ferramentas para comunicação síncrona

(Mensagens, Chat e Quadro de Avisos) e assíncrona (Fórum). Além disso, o sistema

permite o registro da comunicação síncrona e a emissão de relatórios. Possui área de

livre acesso com espaço e número de participantes limitado.

SADP/Sistrut: http://www.sistrut.com.br

O SADP/Sistrut apresenta-se como um sistema cuja principal característica é o

gerenciamento de documentos com foco na elaboração de cálculos e projetos estruturais

para o setor de AEC. O sistema não dispõe de recursos para visualização e comentários

de documentos. Também não estão presentes recursos de workflow e ferramentas para a

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comunicação assíncrona. No que se refere à comunicação síncrona, encontra-se em fase

de implantação o recurso de videoconferência. De uma forma geral, o sistema

SADP/Sistrut apresenta recursos para gerenciamento de documentos através da web

com notificação por e-mail das ultimas atualizações.

TeamBuilder: www.e-builder.net

A principal característica do e-Builder é atuar como um sistema de workflow para

o desenvolvimento do projeto. A ferramenta de workflow processa e gerencia várias

ações do projeto, trocando e refazendo sua ordem e notificando automaticamente através

de e-mail as novas decisões. Possui área de documentos com ferramentas para

visualização e comentários de documentos em geral e controle de versões. Inclui ainda

agenda para marcação de compromissos entre os participantes. O sistema também

apresenta ferramentas de comunicação síncronas e assíncronas. Possuem um conjunto

de formulários pré-definidos e um sistema de web câmera para serem colocadas na obra.

4.1.2 Considerações quanto aos sistemas pesquisados.

Observamos que a maioria dos sistemas pesquisados pode ser considerada como

sistemas de gerenciamento de documentos do projeto, porém não apresentam ênfase ou

maior preocupação no registro de tomada de decisões ou meios para distinguir o usuário

e suas responsabilidades como integrante de uma equipe de trabalho e seus direitos de

acesso aos documentos. Vale ressaltar que o número de recursos disponibilizados por

estes sistemas varia de acordo com a tecnologia utilizada para o seu desenvolvimento e

com o foco de sua aplicação. Os limites referentes aos espaços de armazenamento no

servidor, em geral, estão vinculados a diferentes “planos de acesso” oferecidos pelas

empresas.

Como podemos ver a difusão de tecnologias NET trouxe uma nova lógica de

trabalho, que, de forma bastante otimista, esta acarretando algumas modificações no

fluxo de dados e informações entre projetistas, clientes e construtores. As empresas

precisam recriar seus produtos e processos, sendo fundamental para este papel neste

novo cenário valorizar o capital intelectual e utilizar todas as ferramentas de tecnologia

disponíveis no mercado para mostrar a sua capacidade de inovar.

O uso de um Gerenciador de Documentos, inserido nesse contexto, traz

benefícios que visam essencialmente o acesso ao projeto de qualquer lugar, a qualquer

hora. e quando apoiada em metodologias adequadas gera melhorias tais como:

Agilidade para a busca de soluções já adotadas anteriormente.

Redução de custos do projeto pela possibilidade de redução dos custos de

coordenação homem/hora em atividades de coordenação, supervisão e

retrabalho, além da possibilidade de gerenciamento automático e em tempo

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presente das informações de referência, incluindo as revisões de

documentos de referência internos e externos e das informações externas

ao projeto;

Redução de custos de implantação e manutenção de novos projetos pela

utilização de uma única base de critérios básicos para todos os projetos,

facilmente acessível e utilizável;

Redução de prazos do projeto pelas facilidades oferecidas para o

planejamento e controle dos trabalhos e pela disponibilização imediata das

informações de referência e conseqüente redução do retrabalho;

Redução dos custos e prazos de implantação do empreendimento,

propiciada pela redução de situações de não conformidades no projeto e no

maior controle das versões dos arquivos disponíveis;

Redução de custos e prazos em projetos de alterações futuras de um

empreendimento, pela preservação e fácil manuseio de todos os

documentos técnicos e respectivas informações de referência em um

arquivo único ao longo da vida do empreendimento.

4.2 Obstáculos quanto ao trabalho colaborativo em plataforma web no Brasil

Podemos afirmar que o uso do ambiente web e dos programas de rede tem

permitido a troca de informação entre os membros de um projeto, porém ainda precisam

ser aprimorados, para que facilitem os meios de interação para a tomada de decisões

entre os participantes, para o compartilhamento de versões atualizadas dos documentos

e para o gerenciamento das tarefas rotineiras como revisão e controle de direitos de

acesso aos documentos. Como vimos os usuários deparam-se também com a qualidade

dos serviços de suporte à rede Internet, seja via telefone, rádio ou cabo todos ainda não

necessariamente distribuídos de forma satisfatória entre os integrantes de um grupo

quando em locais dispersos (ou diferentes).

Os estudos realizados por ARAÚJO (2003), OHASHI&BERTEZINI&MELHADO

(2003) quanto ao desenvolvimento do projeto em plataforma web em empresas no Brasil

e depoimentos durante Seminário sobre Tecnologias de Informação Aplicada ao Projeto

no III Workshop de Gestão de Projetos em nov/2003, com a participação da autora e

representantes de empresas de projetos que utilizam ambientes em plataforma web no

Brasil, reforçam os benefícios apresentados no item anterior e ressaltam a fase de

mudanças e questionamentos quanto a uma maior integração de Tecnologias Cad e de

Tecnologias de Informação e Comunicação. Para todos que apresentaram suas

experiências durante o evento o uso de Tecnologias de Informação na construção civil,

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vem trazendo vantagens a gestão do projeto porém exigem que sejam bem administrado

e gerenciados.

Neste contexto, lidamos também com um conjunto de variáveis que podem alterar

este quadro, a seguir destacamos os principais itens apresentadas por ARAÚJO (2003),

OHASHI&BERTEZINI&MELHADO (2003) tais como:

A resistência dos projetistas por falta de conhecimento ou mesmo

treinamento quanto aos recursos e ferramentas;

A demanda por infra-estrutura de equipamentos e por conhecimentos da

parte dos profissionais;

A não existência de infra-estrutura de rede adequada para atender às

necessidades dos usuários da web.

A necessidade de consolidação e prática de uma cultura organizacional nos

processos de elaboração/planejamento/desenvolvimento de projetos.

A necessidade de uma maior interação entre o planejamento e a execução

dos processos.

A necessidade de alterações nos métodos de trabalho e insatisfação dos

participantes quanto à nova área de trabalho;

Interação da equipe de projeto para a consolidação do trabalho colaborativo.

A sobrecarga de informações não estruturadas e a descentralização das

informações pelo uso de outros meios de comunicação (telefone, fax e e-

mail)

A busca de informações esta associada as informações básicas de um

documento. Na rastreabilidade das informações a maioria dos sistemas

dispõe apenas de uma ferramenta de busca de arquivos, baseada em

pesquisas direta de palavras-chaves e ou campos associados com o

arquivo, tais como, tipo, data, autor, nome, etc.

Quanto ao desenvolvimento de padrões de interoperabilidade o compartilhamento

de dados entre aplicativos diversos precisa ainda ser melhor desenvolvido como já

mencionamos alguns trabalhos vêm sendo realizados e coordenados pela IAI e pela

AECXml.org. Entretanto AMORIM et al. (2001) apontam, para uma grande dificuldade

que está sendo encontrada para a plena aceitação destes padrões no Brasil. Isto ocorre

porque todo o trabalho até agora realizado foi desenvolvido e conceituado na língua

inglesa, necessitando, pois, ser traduzido de forma a refletir os conceitos em uso nos

nossos processos. Não se trata apenas de diferenças de significados, mas inclui as

diferenças de organização, cultura etc.

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Quanto ao desenvolvimento de um ambiente integrado FARAJ & ALSHAWI (apud

SCHMITT, 1998) afirmam que este deve contemplar todas as fases do projeto, de forma

a reduzir as chances de ocorrerem problemas de redundância, integridade, conflito e

gerenciamento de dados. No entanto a linguagem, costumes e metodologias são

algumas das questões colocadas como barreiras para uma real integração do trabalho

colaborativo. Estão presentes ainda questões que incentivem a prática de uma cultura

organizacional no desenvolvimento de projetos informatizados e a conscientização de

todos os agentes envolvidos da necessidade de criação de uma cultura da “colaboração”.

Quanto à segurança possibilitam que os documentos sejam mantidos num único

local com o acesso remoto a qualquer momento, reduzem o risco de perda devido aos

danos do computador ou roubo, e permitem também a implantação de sistemas de

proteção contra vírus. Através dele, o arquiteto pode, por exemplo, dar início ao seu

trabalho, acessando a internet em área reservada através de um endereço na web,

acompanhar o andamento do projeto, atualizar seus arquivos, marcar reunião com o

cliente, enviar mensagem a um ou mais participante envolvido no projeto, requisitar um

pedido de plotagem de um ou mais arquivos (numero de cópias, onde entregar e para

quem). O arquiteto ainda pode, verificar (visualizar) um arquivo específico do projeto e

acompanhar os comentários acrescentados a este pelo cliente ou intervenientes. Ainda

nesta plataforma web, pode identificar os novos desenhos emitidos pela equipe

responsável pelo projeto de estrutura, além de visualizar e “navegar” na planta de forma,

por exemplo, com os comandos de zoom e pan, e executar download do documento se

necessário.

Neste cenário, uma característica importante destes sistemas são as ferramentas

de comunicação, assíncronas (tipo lista de e-mail e fórum de discussões) e síncronas

(tipo chat e videoconferência), que vão permitir a argumentação e o registro das decisões

tomadas ao longo do ciclo de desenvolvimento do projeto. Esta característica adquire

uma maior relevância quando há a possibilidade de associação destas ferramentas de

comunicação com os recursos de visualização, tanto de documentos em forma de texto,

quanto representações gráficas de projetos. Desta forma é possível que, por exemplo,

dois ou mais membros de uma equipe de projeto discutam e argumentem acerca de

tópicos relacionados a uma tarefa especifica de projeto que esta representada na mesma

janela em que estão abertos um fórum e/ou um chat.

Podemos considerar que o uso de ambientes web facilita a prática sistemática do

projeto desde que apoiado em metodologias consistentes elaboradas à luz das práticas

de gestão do projeto. Sua aplicação, tanto nas empresas quanto na formação

acadêmica, apresenta-se como uma solução virtual para que cada equipe possa se

comunicar, compartilhar e visualizar documentos (textuais e gráficos) de qualquer lugar a

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partir de qualquer computador conectado a internet. Esses sistemas são uma ferramenta

em potencial de gerenciamento e, para utilizá-las no máximo, é preciso que os usuários

ou melhor as equipes de projetos envolvidos no projeto adotem ou implantem estratégias

organizacionais e de gestão adequada.

5 DIRETRIZES DO PROTÓTIPO DE UM GERENCIADOR DE DOCUMENTOS

5.1 O Papel do Gerenciador de Documentos em Plataformas WEB

O papel do gerenciador de documentos como ambiente de trabalho colaborativo,

em plataforma web, é ,basicamente, ao grupo/equipe de trabalho recursos tecnológicos

que permitam o gerenciamento de documentos técnicos (fotos, desenhos, planilhas,

textos), mensagens, contatos, agendas e reuniões. Em interfaces amigáveis, essas

tecnologias possibilitam a troca de documentos, um melhor controle de versão dos

documentos, a notificação automática das modificações ou atualizações de documentos,

a visualização dos principais formatos de arquivos e o contato com os membros de uma

equipe de qualquer lugar a qualquer momento.

O contexto de aplicação de nossa proposta é no processo de modernização do

projeto, possibilitando a automação de tarefas e reorganizando as etapas de trabalho

frente às novas tecnologias de apoio ao projeto em plataforma web. O gerenciador de

documentos a que denominamos de e-Ger se apresenta como um dos meios de explorar

aplicativos/sistemas em plataforma web na reformulação/otimização de procedimentos e

rotinas organizacionais. Suas principais características visam integrar três áreas

distintas: gerência dos documentos, recursos humanos e tecnologias de automação,

pontos-chaves na organização e controle dos projetos informatizados.

O e-Ger possibilita aos participantes atividades individuais e coletivas nas quais

funções são disponibilizadas segundo um controle de acesso pré-definido. O sistema

possibilita ainda que atores/participantes usualmente reconhecidos no setor, tais como

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Gerente do Projeto, Coordenador da disciplina, Projetista, Consultor, Incorporador,

Gerente de Obra sejam vinculados a uma ou mais projetos segundo direitos/controle de

acesso aos documentos, com níveis de acesso pré-definidos. E através de workflow

permite ainda identificar, controlar e monitorar um conjunto de atividades/tarefas

operacionais características das fases do projeto de uma edificação, tais como emissão,

revisão, aprovação de documentos e licitação de serviços.

5.2 Diretrizes Iniciais para a criação do Ambiente e-Ger

O ambiente e-Ger pressupõe a integração de diversos recursos tecnológicos

dentro de um mesmo ambiente virtual, via Internet, intranet ou extranet, permitindo aos

participantes atividades individuais e coletivas. Esses recursos permitem que

informações e arquivos sejam compartilhados, por todos os participantes envolvidos em

tempo real. O ambiente encontra-se em fase de criação em rede de computadores

cliente-servidor. Adota na programação do sistema o uso de tecnologias disponíveis na

Internet como aplicativos de código aberto. Ainda que a sua implantação não seja

abrangente a ponto de atender toda a cadeia produtiva é facilmente adaptado ou

ampliado para novas demandas.

A sua utilização de forma síncrona e assíncrona em um mesmo espaço de

trabalho permite uma melhor integração daqueles envolvidos no projeto. Sua função é

organizar e controlar a criação e acesso aos dados referentes a todo o ciclo de

desenvolvimento do produto. Os dados são principalmente os desenhos gerados como

documentação técnica do projeto, como também podem ser textos ou imagens emitidos

pelo cliente ou um dos membros da equipe de projeto ou ainda um consultor.

O e-Ger é assim um sistema para gerência de projetos, desenhos, especificações

e todos os demais documentos pertinentes a elaboração e execução de um projeto,

desde suas etapas iniciais de viabilidade até a liberação definitiva para execução. Com

acesso restrito, apenas aos inscritos no projeto, permite que os documentos sejam

abertos –visualizados- diretamente na plataforma web. Para a área de visualização foi

prevista a inclusão de uma caixa de texto para comentários permitindo que os envolvidos

no projeto tomem conhecimento, de informações, alterações de projeto, em tempo real ou

a qualquer momento que desejarem. Além disso, as informações registradas possibilitam

o processo de tomadas de decisões e o acompanhamento do histórico do documento.

Como interface gráfica da área de trabalho (Figura 5) adotamos uma estrutura

operacional similar a interfaces adotadas por sistemas operacionais em atividades

computacionais, buscando um maior entendimento e assimilação do ambiente por parte

dos usuários. Sua estrutura de arquivos é assim organizada por diretórios e subdiretórios

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-pastas e subpastas- possibilitando que os documentos sejam organizados de uma forma

lógica e fácil de administrar.

O acesso ao ambiente é liberado segundo direitos de acesso pré-definidos. Como

diretrizes iniciais da estrutura operacional consideramos que uma interface “amigável”

deve manter seqüências de ações semelhantes para tarefas semelhantes, e as

terminologias usadas devem manter-se idênticas para os casos de menus, botões e telas

de ajuda. As cores e fontes usadas em situações semelhantes devem ser mantidas

iguais, como por exemplo emissão, revisão, atualização dos documentos. Na prevenção

de erros cometidos por parte dos usuários devemos evitar que o mesmo tenha que por

exemplo voltar a digitar todos os dados de um formulário.

A automatização ou otimização de tarefas –atalhos- foram adotados à medida que

tarefas são identificadas como repetitivas e ou seqüenciais, possibilitando que o acesso

ao comando que a ativa seja realizado de forma mais rápida, ou através de teclas que

resumam, em um só comando uma longa seqüência de ações. Um dos meios de auxiliar

o projetista na redução de atividades rotineiras e repetitivas e conseqüentemente no

aumento de velocidade da execução das mesmas.

Figura 5:Área de trabalho para as operações referentes ao documento.

Informa origem do arquivo, histórico de operações dos usuários e um conjunto de operações atividades segundo níveis e permissões de acesso

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Para facilitar a localização dos comandos e das opções de diálogos, as tarefas

afins foram agrupadas em função das características de cada comando. Para reduzir a

memorização dos comandos os nomes e figuras escolhidos buscam favorecer o

reconhecimento no momento da sua visualização. Sempre que possível, as ações são

reversíveis, permitindo que o usuário se sinta mais à vontade na utilização das

ferramentas. Pretendemos assim que o usuário explore e utilize as novas opções e

ferramentas de forma tranquila dirigindo sua atenção muito mais para a tarefa a ser

realizada do que para cuidados com a escolha de opções corretas. Para auxiliar a

compreensão dos novos usuários, um conjunto de perguntas e respostas (FAQs) será

elaborado em uma interface que permita que questões sejam enviadas ao administrador

do sistema durante sua utilização.

5.2.1 A inteface de trabalho na web

A área de trabalho apresenta/habilita, conforme níveis e permissões de acesso,

um conjunto de recursos e tarefas distribuídos através de barras de tarefas. Entre elas

novo arquivo (upload), mover, excluir, atualizar, revisar, operações usualmente

empregadas durante todo o ciclo de desenvolvimento do projeto. As principais operações

foram então distribuídas considerando a estrutura operacional adotada no gerenciador,

são elas:

Barra de Tarefas da Conta: Novo Projeto; Sua Conta; Novo Usuário;

Associar Usuários, Listar Usuários; Contatos; FAQ.

Barra de Tarefas do Projeto: Editar Projeto; Excluir Projeto; Convidar

usuário; Nova Pasta; Nova Lista; Excluir Pasta; Fórum; Sala de Reunião:

Enviar Mensagem aos membros do Projeto.

Barra de Tarefas da Pasta: Editar Pasta; Excluir Pasta; Direitos da Pasta,

Novo Documento; Excluir Documento, Enviar Mensagem aos usuários da

Pasta;

Barra de Tarefas da sub-pasta Arquivos Inativos: A cada nova pasta o

sistema, automaticamente, nomeia a sub-pasta Arquivos Inativos com os

seguintes itens: Excluir documento, Enviar mensagem aos usuários da pasta

e imprimir tela atual. Este serviço está previsto para um maior controle dos

documentos. Esta pasta recebe os arquivos substituídos e versões

anteriores dos documentos que registram as tarefas de revisão, substituição

ou cancelamento, da pasta original.

Barra de Tarefas do documento: Abrir (visualização); Excluir Documento,

Editar Resumo; Download; Revisar; Substituir; Cancelar; Mover; Arquivar e

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Imprimir. .Informa ainda a trajetória de operações referentes ao documento,

incluindo, data e responsável pela operação.

Para a visualização dos desenhos uma das formas mais simples de se utilizar

arquivos CAD, no formato DWG na internet é exportando-o para o formato DWF,

bastando apenas que seja visualizado pelo navegador (Internet Explorer ou Netscape)

normalmente. Para tanto, realizamos uma pesquisa (Quadro 3) quanto a ferramentas

disponíveis, custo e tipos de arquivos que podem ser visualizados em cada caso

específico.

A princípio adotamos o CadViewer Light (Figura 6) que oferece vantagens

inicialmente quanto a custos e facilidades de implementação do programa ao sistema.

Para facilitar a adoção de ferramentas distintas o programa esta integrado ao sistema

como um módulo do independente para visualização dos arquivos e a qualquer momento

pode ser substituído dentro dos interesses e recursos disponíveis específicos de cada

grupo de trabalho.

Quadro 4: Aplicativos para visualização de desenhos em CAD.

Características Whip! Viewer Autodesk View

Volo View Express

Cadviewer Cadviewer Light

Volo View

Visualização DWG e DXF

Não Sim Sim Não Não Sim

Visualização DWF Sim Sim Sim Sim Sim SimRotação 3D de objetos Não Não Sim Não Não SimLayers Não Sim Não Sim Sim SimImpressão Sim Sim Sim Sim Não SimPlotagem em escala Não Não Não Não Não SimMedição Não Sim Não Sim Não SimMarcação de áreas e textos

Não Sim Sim Sim Não Sim

Custo Não Sim Sim Sim Não SimFabricante Autodesk Autodesk Autodesk ZoomOn ZoomOn Autodesk

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Fonte : Autodesk – http://www.autodesk.com e ZoomOn – http://www.cadviewer.com Acesso em maio/2000

Figura 6: Visualização de desenhos CAD e figuras

5.2.2 Criando um espaço virtual de trabalho

A atividade de um grupo de trabalho ou empresa tem inicio na criação de uma

área de trabalho específica a qual denominamos de Conta. A Conta identifica através de

formulário de registro as principais informações referentes ao participante a que

denominamos Administrador da Conta, responsável e representante do grupo de trabalho

e ou empresa.

Abertura da Conta: Formulário de cadastro com informações tais como

Nome do responsável pela área de trabalho, Endereço, Telefones, e-mail,

empresa, atividade, titulação, definição do tipo de conta, CPF ou CNPJ, login

e senha de acesso, etc.

Uso de Logomarca: no ato do registro ou a qualquer momento podemos

incorporar uma figura, como logotipo ou elemento identificador da área de

trabalho.

Controle do site: Esta previsto um sistema de administração do site como

um todo e de cada seção, para que seu controle possa ser realizado

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diretamente pelos administradores do sistema e pelos administradores de

cada conta criada.

A identificação dos grupos de trabalho através de Contas foi prevista para que

diferentes grupos de trabalho possam adotar sistemas como o e-Ger, sejam por

disponibilidades de recursos financeiros seja por porte do projeto dando maior liberdade

de diferentes grupos e diferentes contas de acesso ao sistema. A criação de uma Conta

permite ainda acesso diferenciado a serviços pelo espaço ocupado no servidor, pela

implantação de serviços para listagem de desenhos (licitação), pela adoção de

gerenciador de mensagens (e-mail da conta), pela sala de vídeo-conferência ou pela

agenda de tarefas/atividades (pessoal e do projeto). Todas são ferramentas

complementares para uma maior integração e comunicação de forma síncrona e

assíncrona dos integrantes de um Projeto.

A criação da Conta representa o caminho aberto para o “Projeto em Tempo Real”.

A cada Projeto criado o sistema permite que um dos participantes seja nomeado como

Gerente do Projeto, sendo este o responsável pelo acompanhamento e gerenciamento

do mesmo. Desta forma o ambiente possibilita que, a cada novo projeto, diferentes

participantes, ,recebam níveis de acesso e permissões similares ao administrador da

Conta porém a um projeto específico. O próximo passo é formar a sua equipe de

trabalho.

5.2.3 Equipe de trabalho

Todos os usuários devem ser previamente cadastrados. Este serviço permite a

criação de um banco de dados dos atuais e futuros participantes -Galeria de

profissionais- e está previsto como meio de centralizar as informações referentes aos

usuários e assim agilizar a inclusão de profissionais/participantes em novos projetos.

Tipo de cadastro: o cadastro permite dois tipos de registro, isto é o

vinculado a um projeto ou a agenda de contatos. Assim cada novo usuário

pode ser cadastrado diretamente a um projeto o que leva ao acesso

imediato a área de trabalho ou pode apenas ser registrado no banco de

dados de contatos para uso posterior.

Cadastro de usuários: formulário de registro com informações tais como

nome do participante, telefones de contato, e-mail, empresa, atividade,

titulação, CPF ou CNPJ, etc. O login e senha de acesso são gerados

automaticamente quando o novo usuário é vinculado a um dos projetos em

desenvolvimento.

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Controle período de acesso: Permite definir prazo de acesso a pasta,

dia/mês/ano. O sistema adota como padrão o período de um ano a partir da

data de registro da pasta. Ao fim do período ou a qualquer momento, pode

ser cancelado ou alterado.

Controle de acesso dos participantes: este recurso está previsto para que

diferentes usuários tenham diferentes níveis de acesso e permissões a um

ou mais projetos de uma mesma Conta.

Controle de senhas: deve ser previsto um sistema de controle de senhas,

recuperação de senhas e demais facilidades usuais neste gênero de serviço.

5.2.4 Controle de acesso - níveis e permissões de acesso

Para que os Participantes do Projeto tenham acesso diferenciado/seletivo a um ou

mais projetos, as ferramentas e ou atividades foram vinculadas ao nível de acesso a(s)

pasta(s) do projeto. Permitindo assim que participantes com pleno acesso a uma das

pastas possam por exemplo não ter permissão de acesso as demais pastas de um

mesmo projeto. Possuem acesso pleno aos documentos o Administrador da Conta e o

Gerente do Projeto.

Após a criação de uma Conta, o Administrador da Conta tem pleno acesso a

todas os documentos armazenados na Conta. O Gerente do Projeto tem pleno acesso

aos documentos específicos de um ou mais projetos. Os demais participantes, são

vinculados a uma ou mais pastas durante todo o ciclo de desenvolvimento do projeto.

Recebem permissão de acesso pela ferramenta “Direitos da Pasta” localizada na barra

de tarefas do projeto. Sua função é administrar a alteração ou inclusão de novos

participantes à equipe de trabalho de uma ou mais pastas considerando os seguintes

itens:

Direitos dos Usuários: permite que um ou mais itens referentes a barra de

tarefa de uma pasta sejam liberados para o usuário selecionado. Apresenta

os seguintes itens: Editar Pasta, Excluir Pasta, Adicionar Arquivo, Atualizar

Arquivo, Excluir Arquivo, Editar Resumo do Arquivo, Atribuir Direitos,

Download, Revisar, Mover, Arquivar e Copiar.

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Figura 7: Área de trabalho para operações de Direitos de Usuários

Níveis e permissões de acesso dos usuários e registro de direitos para novos usuários a uma ou mais pastas.

5.2.5 Controle de acesso - perfis de acesso

Como vimos com a abertura de uma Conta e a criação dos projetos o e-Ger

considera os seguintes atores envolvidos no processo do projeto:

Administrador da Conta: Usuário responsável pela administração da área

de trabalho nomeado na abertura da Conta .Tem pleno acesso a todas as

interfaces e ferramentas da Conta. Na criação de um projeto é

automaticamente incluído na listagem de participantes, sem permissão de

exclusão ou alteração dos seus direitos de acesso.

Gerente do Projeto: Usuário nomeado a cada novo Projeto pelo

Administrador da Conta. Seu perfil lhe dá pleno acesso as ferramentas do

respectivo projeto. Na criação de um projeto é automaticamente incluído na

listagem de participantes, com permissão de exclusão ou alteração dos seus

direitos de acesso exclusiva do Administrador da Conta.

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Integrantes-membros do Projeto: Usuários nomeados a cada nova pasta,

que receberam direitos específicos de acesso a uma ou mais pastas de um

determinado projeto.

Figura 8: Interface para definição de novos direitos e ou a inscrição de novos usuários.

Permite alterar ou acrescentar usuários cadastrados na Conta, a uma pasta específica.

Para agilizar o processo de definição dos respectivos níveis e permissões de

acesso dos membros de um projeto o sistema permite a seleção automática de um

conjunto de itens, a que denominamos como “Perfil de Acesso”, sempre vinculado a uma

área específica do projeto. Este serviço foi previsto para agilizar a nomeação dos

participantes pela função “Direitos da Pasta”, localizada na barra de tarefas do projeto.

São eles:

Coordenador do Projeto/Pasta: Permite que um usuário seja responsável

pela administração de uma ou mais áreas de trabalho. Seu perfil permite que

seja nomeado com pleno acesso e permissões a uma ou mais pasta do

projeto. Podendo assim: Editar Pasta, Excluir Pasta, Adicionar Arquivo,

Atualizar Arquivo, Excluir Arquivo, Editar Resumo do Arquivo, Atribuir

Direitos, Download, Revisar, Mover, Arquivar e Copiar.

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Membro da equipe: tem permissão de acesso aos itens adicionar arquivo,

atualizar arquivo, editar resumo arquivo, download, revisar, arquivo e copiar.

Consultor: tem permissão de acesso ao item adicionar arquivo e download.

5.2.6 Controle dos documentos

Controle de entrada dos documentos: parâmetros de identificação quanto

a etapa do documento, disciplina responsável, fases do projeto são algumas

das questões necessárias para o upload do arquivo através de formulário de

registro.

Controle de duplicidade na entrada dos documentos: evita a duplicidade

de nomes de arquivos do mesmo formato dentro de uma mesma Conta.

Previsto para auxiliar ao profissional no controle das versões e documentos

já cadastrados e ainda auxiliar a busca de documentos referente a um ou

mais projetos da memória técnica.

Controle de revisões e alterações: operação vinculada a barra de tarefas

do documento, através de workflow permite executar, controlar e monitorar

um conjunto de atividades/tarefas operacionais características dos

documentos durante as fases de um projeto, tais como emissão, revisão,

aprovação de documentos e licitação de serviços. Um dos meios de auxiliar

o projetista na redução de atividades rotineiras e repetitivas e

conseqüentemente no aumento de velocidade da execução das mesmas.

Controle histórico do documento: permite acompanhar toda a vida do

documento. Informa o status atual de cada documento, com as respectivas

alterações. Informa pelo registro de navegação (tarefaxdocumento) todas as

atividades do documento incluindo data e usuário responsável pela ação.

Todas essas etapas são arquivadas e classificadas, para uma perfeita

rastreabilidade dos serviços e tomadas de decisões.

5.2.7 Otimização das tarefas de controle dos documentos

Sempre que possível, serão definidos atalhos como meio de otimizar uma

sequência repetitiva de informações e tarefas. Justifica-se a busca desta função através

da adoção de procedimentos metodologicamente pré-definidos que visam orientar

simultaneamente e conjuntamente os vários usuários, participantes envolvidos no projeto,

e estabelecer um adequado fluxo de informação entre eles. Isto é, diferentes grupos de

projetos estão de forma automática e eficiente adotando procedimentos organizacionais

comuns a todos que conseqüentemente irão contribuir para uma maior produtividade e

melhoria da qualidade do projeto.

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Como exemplo podemos citar as atividades referentes à revisão de um

determinado arquivo, usualmente empregada no ciclo de desenvolvimento do projeto. A

atividade de revisão, executa automaticamente e em seqüência um conjunto de

operações previamente definidas no sistema, entre as operações otimizadas estão:

Localizada na barra de tarefas do documento, a operação revisão de um

determinado documento é habilitada aos participantes conforme níveis de

acesso e permissão pré-definidos.

A operação permite que o responsável (autor) pela atividade informe ao

sistema o motivo que levou a “retirada do arquivo”. O seu registro permite

que os demais participantes avaliem o nível de interferência no andamento

em suas respectivas especialidades de atuação no projeto.

As informações da operação são automaticamente enviadas via e-mail aos

principais participantes envolvidos em segmentos da produção, indicando o

nome do projeto, nome do arquivo, autor, motivo e data da “retirada” do

documento para revisão/atualização;

As informações da operação são automaticamente gravadas na caixa de

texto da tela de visualização do respectivo documento, informando autor,

motivo e data da “retirada” do documento para revisão/atualização;

O documento é “retirado” para revisão através de download do arquivo e

assim mantido no sistema para que os demais participantes envolvidos em

segmentos da produção possam consultar. E ainda, cientes das pendências,

avaliar a continuidade de uma atividade específica. A operação revisão e

atualização envolvem procedimentos semelhantes para que as informações

sejam enviadas via e-mail.

Após o registro da operação o documento armazenado na área de trabalho

adquire uma marcação visual (símbolo) para que os demais participantes

envolvidos identifiquem de forma mais imediata e, cientes das informações,

se necessário, avaliem sua interferência.

Os documentos identificados como “em revisão” não permitem que uma

nova revisão seja ativada antes da sua atualização.

Para maior controle da atividade sua atualização ou mesmo cancelamento é

permitida somente ao Gerente do projeto, autor da revisão ou aqueles que

receberam direitos pelos mesmos.

Com a substituição (upload) –versão nova do documento- o documento

anterior é automaticamente encaminhado para uma área exclusiva de

controle de versões.

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Para facilitar o acompanhamento do ciclo de vida do arquivo, as informações

referentes as versões desatualizadas são mantidas indexadas ao arquivo

tanto no formato visual, através de uma estrutura do histórico dos arquivos

substituídos até a versão final disponível, quanto na base de dados do

projeto, através da subpasta arquivo inativo vinculada automaticamente a

pasta do arquivo atualizado.

A exclusão definitiva da subpasta das versões não atualizadas é executada

somente pelo Gerente do projeto ou aqueles que receberam permissão pelo

mesmo.

Com a atualização do documento (upload), uma nova seqüência de operações é

executada automaticamente. As alterações que levam a novas versões ou troca de

documentos são procedimentos usuais nas etapas de concepção, análise,

dimensionamento e representação durante o desenvolvimento de um projeto.

5.2.8 Controle de informações por e-mail

O sistema de envio automático de mensagem via e-mail esta previsto inicialmente

nas atividades referentes ao cadastro de usuários e a manipulação dos arquivos. Todas

as mensagens incluem identificação da Conta e Projeto, data e autor da atividade e um

link encaminhando a área de trabalho na plataforma web. Este procedimento garante

maior agilidade das atividades referentes ao andamento do projeto e controle das

informações. O aviso imediato e seletivo aos profissionais envolvidos no projeto de

atividades específicas, tem o objetivo de não sobrecarregar os participantes e assim dar

maior ênfase as informações enviadas, tais como:

Direcionados aos participantes: Atividades referentes ao registro de novos

usuários, inclusão e alteração de níveis de acesso a(s) pasta(s); envio de

convite referente a acesso a uma área específica do projeto; Informações

referentes a atividades de atualização e revisão de documentos aos usuários

que executaram download do mesmo.

Direcionados ao Gerente do Projeto: Atividades referentes a armazenamento

e manipulação dos arquivos tais como, Novo Documento. Revisão e

Substituição de documentos, Download do documento.

5.2.9 Considerações finais

O campo de atuação do e-Ger não se restringe apenas aos futuros e atuais

projetistas de engenharia ou arquitetura e a equipe de execução e/ou produção. Suas

aplicações podem ser incrementadas gradativamente incorporando novos recursos

integrados a gestão dos documentos. Serviços de coordenação de concorrências,

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divulgação de atas, pedidos de plotagem, consultorias podem, por exemplo, ser

executados por processos protocolados através de formulários de remessa.

Possibilitando uma maior integração de incorporadores, construtores, gerentes,

projetistas, copiadoras, corretoras e empresas prestadoras de serviços e de fornecimento

de materiais principais usuários envolvidos durante todo o ciclo de vida de

desenvolvimento do projeto.

A figura a seguir (fig 9) pretende resumir as principais funcionalidades

disponibilizadas como protótipo para utilização do Grupo de Pesquisa GEPRO, tendo

como parâmetros as diretrizes descritas anteriormente e que consideramos como

ferramentas iniciais para a integração que almejamos.

MEMORIAL QUALIFICAÇÃO – ROBERTA C. P. NUNES

EE--gerger -- Um conjunto de funcionalidades interUm conjunto de funcionalidades inter--relacionadasrelacionadas

CONTROLE DAS ATIVIDADES, CONTROLE DAS MENSAGENS, CONTROLE DAS INFORMAÇÕES

Figura 9: Estrutura esquemática das atividades executadas pela ferramenta na plataforma web (www.sispro.org/e-ger)

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6 MELHORIAS NO COMPARTILHAMENTO DOS DOCUMENTOS

6.1 O Documento técnico no projeto arquitetônico e complementares

A singularidade da construção civil induz a um volume considerável de

documentos gerados, distintos e específicos para cada produto gerado. Na configuração

do produto (edificação), como vimos, o projeto de arquitetura constitui o segmento inicial

da engenharia, no qual se lançam as idéias básicas, destacando-se por ser um

instrumento indispensável à orientação de todos os envolvidos no seu desenvolvimento

como centralizador das informações. Ao longo da sua elaboração os desenhos são os

meios de comunicação mais utilizados, servindo como documentação técnica dessa

linguagem entre profissionais, clientes e a obra. O resultado de seu desenvolvimento é

um contínuo diálogo de questões e soluções incrementadas à medida que o projeto

avança e as necessidades dos clientes e parceiros/intervenientes envolvidos em todo o

processo de produção são atendidas.

A evolução dos documentos técnicos de papel para os meios digitais vem

modificando o conceito de original/cópia. A transmissão de arquivos digitais eliminou o

uso de disquetes e aumentou a produtividades das equipes localizadas em tempos e

locais distintos, que podem editar textos, imagens e planilhas, incorporando comentários

diretamente no documento digital em vez de receber cópias que permitem versões

desatualizadas e obsoletas do documento digital/original.

O gerenciamento dos arquivos em formato digital não pretende eliminar o uso do

papel, não em curto prazo. Alguns profissionais ainda preferem ler/visualizar o

documento em papel em vez de ler/conferir na tela, o que demonstra que isto não irá

eliminar, no momento, a cópia em papel nas empresas. Mas todos estão conscientes

que cópias de documentos em desenvolvimento tornam-se obsoletas quase que

imediatamente, pois qualquer alteração necessária deve ser incorporada aos documentos

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digitais para que sistemas de controle registrem as ultimas versões aprovadas ou em

andamento.

Na verdade não devemos pensar em utilizar processo em papel ou digital. As

vantagens dos dois processos dever ser somadas e utilizadas em proporções

adequadas, permitindo a otimização e redução de desperdícios com cópias

desnecessárias, telefonemas, retrabalho e tempo de localização de informações. Neste

contexto é também colocada a integração das disciplinas através da padronização e

normatização da linguagem como uma evolução natural no desenvolvimento

informatizado dos projetos.

Ainda no que se refere ao Brasil , durante a execução da obra a manipulação dos

desenhos, projetos executivos, responsáveis por parte das informações da execução da

obra, por exemplo, para a tarefa de locação de alvenaria em que, as informações estão

distribuídas tanto na forma textual, planilhas e desenhos. Ainda são em sua maioria em

especial os desenhos reconhecidos/manipulados por todos os envolvidos, engenheiro ao

pedreiro predominantemente em cópia papel para ler/visualizar no formato 2D em vez de

ler/conferir na tela seja em 2D ou 3D. O que demonstra que apesar de sistemas de

gerenciamento de controle de obra disponíveis em instrumentos que podem ser

manipulados diretamente da obra, como o palmtop e computadores de fácil uso em um

canteiro de obra, os sistemas de leitura do desenho em 3D ou 2D na tela também não irá

eliminar, no momento, a cópia do desenho em 2D em papel no canteiro. Estas

considerações foram mencionadas por empresas brasileiras, que utilizam o

desenvolvimento e controle das obras através de sistemas de gerenciamento de projetos

via web, nos depoimentos prestados durante o Seminário de Tecnologia de Informação

na Gestão do Projeto durante o III Workshop de Gestão do Projeto em nov/2003 em Belo

Horizonte.

É fato que, as novas tecnologias de tratamento de informações têm para si

reservado um importante papel, à medida que possibilitam cada vez mais solucionar

problemas específicos e cotidianos com os quais nos deparamos ao interagir com os

imensos repositórios de dados, assim como as redes de computadores e dispositivos que

lhes dão suporte. Sua aplicação, como um ambiente único de trabalho compartilhado

pelos envolvidos no projeto, incorpora operações usualmente empregadas na

normatização de métodos e procedimentos, que visam a elaboração do trabalho dentro

dos objetivos de Qualidade Total, tais como:

Facilidades para a implantação e difusão de procedimentos de controle

documental, a todos os participantes internos e externos de uma empresa;

Facilidades quando na criação e implementação de normas para a produção

dos arquivos, em especial a padronização da nomenclatura e layers dos

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arquivos em CAD, procedimentos responsáveis por melhorias na

intercambialidades dos desenhos e controle das versões;

Facilidades para acessar e disponibilizar de forma adequada, qualquer

documento de qualquer projeto anterior como documento de referência para

novos projetos;

Melhorias para a formação de grupos de trabalho quando na criação de um

novo projeto pela facilidade em cadastrar e acessar uma única base de

profissionais e serviços;

Melhorias na administração da documentação e da memória técnica. Através

de ferramentas de busca que agilizam a rastreabilidade e a memória técnica do

projeto.

6.2 A Organização dos Documentos pela Padronização

De uma maneira em geral as melhorias da qualidade na atividade de coordenação

de projetos é necessário que esta seja exercida baseada em procedimentos pré-

estabelecidos. Dentre os instrumentos referentes ao controle da documentação técnica

que podem ser utilizados na coordenação do projeto do edifício destacamos:

planejamento de projetos, controle das disciplinas (quem faz o que e quando),

procedimentos de comunicação, compatibilização dos projetos, controle de dados de

entrada, controle de revisões, controle de pendências, controle de distribuição de

documentos .

Há um grande esforço de caráter nacional para integração das informações no

setor da construção civil. Um dos itens de interesse de nossa pesquisa trata da

padronização dos arquivos, colocadas como Diretrizes Gerais para a Intercambialidade

de Projetos em CADD pela AsBEA (2000). Esta proposta visa padronizar nomes de

diretórios, nomes de arquivos dentro destes diretórios e nome de layers dentro destes

arquivos.

A estruturação dos diretórios é baseada em fases e qualificação da informação

dentro das fases (Quadro 5). Um primeiro passo para que todos os documentos tenham

uma linguagem única para reconhecimento da arvores de informações referentes a um

determinado projeto na adoção de rotinas e conceitos básicos de trabalho, que devem

ser seguidos por todos os envolvidos, a fim de evitar que cada um personalize o seu

projeto neste caso o documento técnico com as características que lhe agradem.

Embora cada projeto seja diferente, as diversas disciplinas envolvidas estarão

compartilhando um único projeto.

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Quadro 5: Nomenclatura AsBEA.(2000) para a estrutura de diretórios do projeto

ISO 13567 Agent responsible Element

CAMPO I II III IV V

PROPOSTA AsBEA

Código do Projeto Agente Fase

Objeto / Elemento / Assunto

Qualificativo Diferenciação

ABCDEFG TLV 01 LV BAS PRO 12345678 TSD 02 PN DET ATA 12 45678 ARQ 03 EV DOC CAR Etc. ALM 04 EP FLH DCA APS 05 AP IMG DCT AUB 06 PL MOD Etc. ACV 07 PB TMP AIT 08 PE Etc. VED 09 AO VPR 10 DC VGS Etc. Etc. STR SFN SCO SMT SMA SPR SAV ELE EFO EIL ETE ESIO ETV ELO ESIO EPR ECE EIE ESP MEC CLI CEX CPR HID HAG ETC...

LEGENDACAMPO / ABREVIAÇÃO RECOMENDADA

CAMPO / ABREVIAÇÃO SUGERIDA

CAMPO / ABREVIAÇÃO LIVRE

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Quadro 6: Nomenclatura AsBEA.(2000) para a estrutura de arquivos do projeto

ISO 13567 Agent responsible Element Presentation Status Projection Sector Phase Scale Work

packageUser

Defined

CAMPO I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII XIII XIV

PROPOSTA AsBEA

Código do Projeto Agente Fase

Objeto / Elemento / Assunto

Qualificativo Diferenciação

Anotações e Rep.

graficasEstado do Elemento

Plano de Projeção Localização Não

Utilizado EscalaSetor Bloco

Fase da Obra

Definição do Usuário Revisão

ABCDEFG TLV LV PRO EXO DEM MOD LOC BLATérreo e detalhes

horizontaisR00

12345678 TSD PN ATA TXT CON AMP EMB BLBAta de reunião

geralR01

12 45678 ARQ EV CAR HTC FIX CRT 2SS ST1 Comentário de obra R99

Etc. ALM EP DCA CTA MOV DIG 1SS ST2 Etc. Etc. APS AP DCT FLH TMP DTH SUP S01 AUB PL Etc. SMB ORI DTI TER S02 ACV PB LEG FIN DET MEZ FS1 AIT PE ACB EXI ELI TIP FS2 VED AO ANO Etc. ELV 01P F01 VPR DC SLC FOR 02P F01 VGS Etc. RVS IMP 12P Etc. STR ARE PLA DUI SFN IDE Etc. DUS SCO TMP ATC SMT TAB CXA SMA UNF BAR SPR DIM AA SAV ISSO BB ELE CAI 001

LEGENDA CAMPO /

ABREVIAÇÃO RECOMENDADA

CAMPO / ABREVIAÇÃO SUGERIDA CAMPO / ABREVIAÇÃO

LIVRE CAMPO NÃO UTILIZADO

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O desenvolvimento e implantação de uma padronização nos levam não somente a

uma maior comunicação e integração dos diversos projetos, como a um produto final que

receberá os impactos benéficos da padronização, quando na adoção de sistemas de

gerenciamento de dados e informações capazes de fazer interagir desenhos e modelos

elaborados em programas CAD, com outros programas de uso específico, como relatado

por JACOSKY&LAMBERTS (2003). Os autores ressaltam a necessidade de preparar os

instrumentos existentes atualmente no setor, para adaptar os recursos tecnológicos aos

processos da etapa de projeto. Uma linguagem comum mais ampla não se refere apenas

a nomenclatura de diretórios e arquivos, envolve ainda uma reestruturação do setor, um

esforço no caminho de uma linguagem única, neste caso um esforço na busca de uma

padronização dos vocabulários usados pela construção, como forma de ajustar as

divergências semânticas nas nomenclaturas usadas pelos diversos participantes do

setor.

Outro tema que deve ser acompanhado pela construção nacional, são as

discussões acerca da padronização das classes IFC, pois este tipo de arquivo pode

contribuir na melhoria das formas de comunicação, integração e intercâmbio de dados

entre os agentes envolvidos nos diversos processos da construção. Para

JACOSKY&LAMBERTS (2003) a solução do problema de interoperabilidade entre

documentos e registros, é um ponto crucial no prosseguimento da evolução da T.I. na

Construção Civil. Não é possível que um mesmo projeto não possa ser utilizado por

projetistas de diferentes especialidades em seus softwares, ou por escritórios diferentes,

por estarem utilizando ferramentas que sejam incompatíveis entre si. O mesmo se aplica

aos sistemas de gerenciamento via web, as questões voltadas para interoperabilidade

entre os programas e entre sistemas de gerenciamento dever ser temas para abordagem

entre as novas tecnologias de suporte ao projeto.

6.3 A organização das equipes

No planejamento do projeto os envolvidos/responsáveis pelo processo de projeto

devem estar sintonizados com o planejamento do processo de projeto, estabelecendo

desde o inicio do processo planos de controle do fluxo de informações dos documentos e

dados entre os intervenientes de projeto durantes aa etapas do projeto, objeto das

melhorias aqui proposta. A proposta é integrar de forma automática, ou melhor dizendo

produtiva, estes controles aos sistemas de gerenciamento de projetos via web. Na

verdade é fazer com que as vantagens sejam produtivas para as necessidades de alguns

dos itens da norma ISO.

Na indústria da construção civil, é crescente a preocupação e o interesse das

empresas na busca de novas formas de gestão e da melhoria de seus processos. Em

uma proposta de controle do processo de projeto na construção civil, elaborada durante

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processo de certificação pela Norma ISO 9001/94 para uma empresa de engenharia,

JOBIM et al (1999) consideram como uma primeira etapa de trabalho a definição da

sistemática de controle de documentos e dados, ou seja, a elaboração de procedimentos

que definam como a empresa, ou grupo de trabalho, elabora, aprova, revisa e controla

seus documentos.

Essa seqüência de etapas é adaptada na definição de rotinas que podem ser

incorporadas a sistemas de gerenciamento do projeto via web.

Quadro 7: Etapas do processo de projeto, na fase de concepção e desenvolvimento dos projetos de arquitetura e complementares. FLUXOGRAMA ITEM EQUIPE ENVOLVIDA

INC GER ARQ EST ELE CONLevantamento de dados

Pesquisa MercadoPrograma de necessidadesInformações do terrenoAveriguação de LegislaçõesNormas de apresentação

Estudo Preliminar

Definição do produtoDefinição Documentação TécnicaEstudo Preliminar ArquiteturaAlterações e revisõesAprovação p/próxima etapa

Anteprojeto Distribuição para a etapa

Anteprojeto ArquiteturaAnteprojeto complementaresCompatibilizaçãoAvaliaçãoAlterações e revisõesAprovação p/próxima etapaDocumentos p/ aprovação legal

Projeto Executivo

Distribuição para a etapaProj Exec. ArquiteturaProj Exec complementaresCompatibilizaçãoAvaliaçãoAlterações e revisõesAprovação da etapa

IINC-Incorporador GER-Gerente projeto ARQ- Proj Arquitetura EST- Proj Estrutura ELE- Proj Elétrica CON-Consultores

Responsável Consulta ao projeto

6.3.1 Planejamento do Projeto

Os envolvidos/responsáveis pelo processo de projeto devem estabelecer

diretrizes que identifique suas metas, etapas e equipe envolvida e definindo-se dessa

forma suas respectivas responsabilidades para cada um dos projetos. Sua aplicação

pode ser representada de uma forma seqüencial (quadro 5), o que não impede de ser

ajustado com as diferentes propostas dos diversos projetos. Neste item estão agrupadas

as atividades que visam:

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Estabelecer diretrizes para cada um dos projetos de forma que o planejamento

seja repassado a todos de forma escrita, o que poderia ser elaborado e

distribuído aos responsáveis através de formulários a serem preenchidos

online, seguindo as etapas do projeto. É necessário identificar as relações de

dependências entre as atividades do projeto, para que se possa definir as

responsabilidades de cada profissional envolvido. No quadro 7

exemplificamos uma seqüência de etapas segundo procedimentos

apresentados pela AsBEA (2000) e Jobim et al (1999).

Formulário de contratação de serviço dos projetistas: Solicitar de cada

projetista, a listagem de desenhos e demais documentos técnicos que pretende

apresentar no desenvolvimento do projeto.

Cronograma de desenvolvimento: Definir, em conjunto, com

incorporador/construtor, gerente, projetistas e demais envolvidos no projeto, de

forma que cada cronograma individual possa ser ajustado ao cronograma geral

de projetos, a qual deve contemplar todas as etapas do projeto e seus prazos

de elaboração.

Estas etapas podem ser executadas através de formulário online a ser preenchido

como um dos requisitos da contratação o que possibilitaria o controle imediato da

informação pelos responsáveis pelo gerenciamento do projeto.

6.3.2 Galeria de Usuários

Neste item estão agrupadas as atividades que visam dar suporte as etapas dos

projetos e os respectivos responsáveis. A galeria de usuários, deve permitir o acesso

publico para cadastro das empresas e projetistas e manter em área de acesso restrito

como histórico das empresas que vem prestando serviço a um determinado grupo de

trabalho, assim como comentários referentes aos serviços prestados de forma que possa

ser consultado pelos incorporadores e gerentes do projeto para futura contratação.

Dentre os requisitos a serem incorporados destacamos:

Área publica: Cadastro de usuários e ou profissionais que passam por uma

avaliação do administrador, responsável pela criação dos projetos. Banco de

serviços: para cadastro e consulta para prestadores de serviços, tais como

projetistas, fornecedores de materiais, serviço de plotagem, agencia de

viagens, etc.

Área de uso restrito para administração de projetos: Banco de Profissionais,

Avaliação de novos cadastros da área publica, Cadastro de usuários e

convidados, Relatório de participantes por Projeto, Controle de Acesso dos

participantes ou novos usuários cadastrados.

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Área de uso restrito para gerenciamento de projetos: Agenda de contatos dos

participantes, Consulta ao Banco de Profissionais dos participantes de um

determinado projeto, Cadastro de Convidados

6.3.3 Gerência dos documentos:

Neste item estão as atividades referentes ao armazenamento dos documentos e o

fluxo de informações entre os diversos intervenientes do projeto. Os dados

compartilhados entre os participantes abrangem diferentes tipos de documentos como:

documentos estruturados sobre a forma de formulários editáveis; documentos no formato

semi estruturado , como texto, tabelas em seu formato original do aplicativo; documentos

gráficos, geralmente em formatos de arquivos CAD ou ainda nos formatos para

fotografias, áudio e vídeos, links ou hiperlinks entre dados.

Controle de documentos: Definir e padronizar a forma de controle de

documentos e dados.

Controle de distribuição de documentos: Identificação e controle de interfaces

de trabalho, responsáveis pelos procedimentos de compatibilização entre os

intervenientes

Controle de revisões e atualizações: Cuida do acompanhamento das etapas de

criação, revisão e atualização dos mesmos, procedimentos considerados de

fumdamental importância para que todos os responsáveis tenham as

informações atualizadas e em tempo

Controle de aprovação e pendências

6.3.4 Sistemas de Busca e Memória Técnica

A variedade de formatos de dados impõe dificuldades ao indexar e buscar

informações contidas nos diferentes tipos de dados. Uma informação pode estar contida

tanto em um arquivo CAD, como um arquivo texto, por exemplo para a busca pelas

especificações de um determinado item. Para acessar os arquivos o usuário deverá pelo

menos saber seu nome e locais de armazenamento. Em qualquer sistema de busca esta

informação quanto mais vaga for maior o numero de informações não relevantes serão

encontradas. Com o controle da entrada dos documentos e o histórico do fluxo de

informações, alguns campos de reconhecimento do documento podem facilitar a busca

dos dados. A padronização dos dados em muito pode contribuir nesta rastreabilidade e

ainda possibilitar que os dados sejam estruturados através de áreas de interesse tais

como:

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Biblioteca de normas e legislações: arquivos referentes a normas e legislações

das entidades reguladora.

Biblioteca de referencias: arquivos indexados como soluções adotadas em

outros projetos, em especial, detalhes de execução e especificações.

Biblioteca de gabaritos: arquivos em CAD, seguindo modelos recomendados

pela AsBEA (2000) que podem ser usados como gabaritos de representação

gráfica, seja em 2D ou 3D, pelas diferentes disciplinas.

Biblioteca de modelos: arquivos a serem utilizados como base de referencia

pelas diferentes disciplinas.

Para que esta área seja dinâmica e atenda as necessidades dos projetos ela deve

estar sempre em atualização. O que leva a uma sistematização na estrutura dos dados a

ser executada ou de forma automática no cadastro de documentos, caso das normas, ou

sendo incrementada através de indexação definida conforme interesse dos usuários ,

caso dos detalhes e gabaritos.

6.4 Funções de Gerenciamento da documentação aprimoradas

Um conjunto de elementos que gerenciem todo o ciclo de vida de um documento

é capaz de ser realizado através da implantação de programas de workflow e ou rotinas

que possam transformar as necessidades dos participantes/intervenientes em

necessidades produtivas. Para que isto aconteça o processo pode ser criado de forma a

atender as necessidades e procedimentos operacionais do fluxo de trabalho, em relação

aos arquivos, procedimentos orientados as etapas de projeto e processamento

orientados através de formulários eletrônicos, entre outros. As atividades do ciclo de vida

de um documento podem ser nomeadas como emitir, revisar, processar, aprovar,

arquivar e distribuir documento. A operação sistematizada acelera e simplifica o

processamento dos documentos. Isso ajuda aos novos participantes envolvidos assim

como os gerentes e coordenadores definindo etapas de processamento tanto possível

quanto necessário promovendo um maior controle sobre os procedimentos a serem

utilizados por todos. É criada assim uma metodologia que pode ser facilmente seguida

pelos envolvidos em um determinado projeto . Os resultados são maior qualidade e

consistência.

Durante o ciclo de vida do projeto de arquitetônico e demais disciplinas os

documentos têm a tendência a serem agrupados de acordo com as fases e etapas de

desenvolvimento. A estrutura em arvore como sugerida pela nomenclatura AsBEA é

apenas uma visão diferente do banco de dados que permite melhor compreender e

localizar os documentos desejados.

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O que se verifica de uma forma geral, é a falta de um planejamento que possa

garantir a integração dos documentos, neste caso dados a serem criados durante o

desenvolvimento do projeto com programas geradores de novos documentos. Estes

seriam procedimentos que permitem que dados indexados sejam automaticamente

transferidos para o template (modelo) de documentos ao abrir o programa de edição seja

de textos, planilhas ou CAD, desde que seu planejamento seja previamente criado e

controlado, como por exemplo uma listagem de documentos eletrônica para

acompanhamento e controle dos arquivos referentes a um determinado projeto. Neste

caso estaríamos interagindo dados entre o ambiente de gerenciamento e o programa de

edição, utilizando templates previamente definidos e rotinas para o acompanhamento do

ciclo de vida do documento.

Isto minimiza uma tarefa repetitiva e rotineira necessária para garantir que os

dados necessários, tais como, formato de prancha, definição de escala a ser utilizada em

determinado documento, tipos de textos e dimensionamento, estrutura de layers,

símbolos, carimbos, legendas entre outros elementos necessários para emissão de

documentos estarão realmente disponíveis no documento conforme desejado. Além de

minimizar erros de digitação e a tarefa de cadastrar dados dos documentos duas vezes

uma no ambiente web e outra no próprio documento a integração destes dados permite

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7 CONCLUSÕES

Como vimos o ambiente para gerenciamento de documentos em plataforma web

se propõe a integrar três áreas distintas: gerência dos documentos, recursos humanos e

tecnologias de automação, pontos-chaves na organização e controle dos projetos

informatizados. Mas para que este quadro atenda de forma satisfatória é necessária a

consolidação e prática de uma cultura organizacional nos processos de

elaboração/planejamento/desenvolvimento de projetos. A necessidade de uma maior

interação entre o planejamento e a execução dos processos. A necessidade de

alterações nos métodos de trabalho e insatisfação dos participantes quanto à nova área

de trabalho;

A cultura de colaboração e organização de projetos é extremamente importante

quando na adoção de sistemas que contam com a participação de uma equipe que é

formada apenas para um único projeto. Portanto, embora o estudo focalize a etapa do

projeto arquitetônico e projetos específicos e privilegie esta etapa como geradora das

demais, na verdade um subproduto do processo de produção, não descarta a abordagem

do sistema complexo da construção civil em suas fases de produção e uso. A integração

completa entre sistemas ainda é um o objetivo a ser atingido.

As empresas deparam-se ainda com a qualidade dos serviços de suporte à rede

Internet ainda não necessariamente distribuídos de forma satisfatória entre os integrantes

de um grupo quando em locais dispersos (ou diferentes).

Apesar de inúmeras barreiras, o uso de gerenciadores de documentos em

plataforma web, facilita a prática sistemática de projeto e a interação entre profissionais e

clientes quando apoiada em metodologias consistentes e elaborado à luz das práticas de

gestão do projeto. Sua aplicação, tanto nas empresas quanto na formação acadêmica,

apresenta-se como uma solução virtual para que cada equipe possa se comunicar,

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compartilhar e visualizar documentos (textuais e gráficos) de qualquer computador em

qualquer local.

Em atividades de ensino da engenharia e arquitetura o uso de ferramentas que

possam integrar as informações é uma forte contribuição na medida que se coloca como

uma ferramenta de apoio à disciplina facilitando, ao professor e ao aluno, de forma que

tenham uma visão mais ampla e prática das tecnologias de informação existentes para a

sua área. Além disso, projetar envolve um processo de aprendizagem crescente inerente

às atividades próprias de projeto.

Podemos afirmar que as novas tecnologias de apoio ao projeto informatizado da

edificação estão entre os responsáveis por uma maior agilidade e produtividade com

qualidade em suas etapas de trabalho. Isso demonstra que há, cada vez mais, a

necessidade de uma maior integração dos profissionais que atuam por toda a sua cadeia

produtiva. Um dos grandes desafios da atualidade é lidarmos com as recentes e

vindouras tecnologias e integrá-las proveitosamente às atividades profissionais.

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8 RESULTADOS

8.1 Resultados Obtidos

Monografias Produzidas em disciplinas do Curso de Doutorado

Trabalho Disciplina

O uso de tecnologias de informação no auxilio ao projeto

Inovação Tecnológica e Organizacional II (COP819)

Novas tecnologias no apoio ao ensino do projeto Tópicos Especiais em Ensino do Projeto (COP895)

Novas tecnologias no auxilio ao projeto: o uso de gerenciador de documentos aplicado ao projeto de arquitetura

Inovação nas Organizações (CPP893)

Analise dos novos meios e tecnologias aplicadas ao ensino

Tecnologias da Educação (NUT756)

Participação e Apresentação de Trabalhos em Eventos

Evento Local/Ano Trabalho

IV Congresso Internacional de Engenharia Gráfica nas Artes e no Desenho, GRAPHICA2001

São Paulo/USP

2001

Gerenciador de documentos de projeto de arquitetura como módulo do SISPRO.

I Workshop nacional Gestão do Processo de Projeto na Construção de Edifícios.

São Carlos/USP

2001

Terminologia: Buscando a interoperabilidade na construção.

IV Congresso Ibero-americano de Gráfica Digital, SIGRAD2000

Rio de Janeiro/UFRJ

2000

Centro de referência e informação em habitação: INFOHAB.

XXIII ENEGEP - Encontro Nacional de Engenharia de Produção

Ouro Preto, MG, Brasil, 2003

Novas tecnologias na gerencia da documentação do projeto

4o CBGDP - Congresso Brasileiro na Gestão do Desenvolvimento do Produto

Gramado, RS, Brasil, 2003 O desenvolvimento integrado de projeto apoiado por um gerenciador de documentos

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III Workshop Nacional Gestão do Processo de Projeto na Construção de Edifícios.

Belo Horizonte, MG

2003

Seminário de Tecnologias de Informação aplicadas ao projeto

Auxílio ao desenvolvimento do protótipo da ferramenta e-ger

Novas tecnologias no apoio ao ensino do projetoProposta aprovada pela CAPES

P A P E D -Programa de Apoio à Pesquisa em Educação a Distância

Artigos em Revista

NUNES, R.C.P. & AMORIM, S. R. L. AS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO – NTI E O PROJETO DO EDIFÍCIO. In: Revista IAB – Instituto dos Arquitetos do Brasil. Rio de Janeiro, 2002. 4p

97

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9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

O PROJETO NO SETOR AEC

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NAVEIRO, R. M. et al. O Projeto de Engenharia, Arquitetura e Desenho Industrial: Conceitos, Reflexões, Aplicações e Formação Profissional. Juiz de Fora: Ed. UFJF, 132p. 2001.

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MULTIMÍDIA E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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SANCHO, J. (Org.). A tecnologia: um modo de transformar o mundo carregado de ambivalência. In: Para uma Tecnologia Educacional. Porto Alegre: Artes Médicas. 1998, p. 22-49.

STRUCHINER, M. R., F. Ricciardi, R. M. V. Carvalho M. A. P. 1998. Elementos Fundamentais para o Desenvolvimento de Ambientes Construtivistas de Aprendizagem a Distância. Tecnologia Educacional, v. 26, n. 126, jul/ago/set, p. 3-11.

NORMAS E PROCEDIMENTOS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA. O escritório de arquitetura. In: Manual de contratação de serviços de arquitetura para espaços empresariais. São Paulo: Pini, 2000, cap. 8, p. 59-66.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA. Os serviços de projetos de arquitetura e urbanismo. In: Manual de contratação de serviços de arquitetura para espaços empresariais. São Paulo: Pini, 2000. cap. 3, p. 13-16.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA. Otimização e padronização de informações em CADD: diretrizes gerais para intercambialidade de

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projetos em CADD - integração entre projetistas, construtoras e clientes. São Paulo: Pini. 2002. 26 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA. Roteiro básico de desenvolvimento de projetos de arquitetura. In: Manual de contratação de serviços de arquitetura para espaços empresariais. São Paulo: Pini, 2000, cap. 5, p. 23-40.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO. Plano estratégico para ciência, tecnologia e inovação na área de tecnologia do ambiente construído: com ênfase na construção habitacional. Porto Alegre: ANTAC, 2002. 50 p.

JOBIM, M. S. S. et al (Org).Controle de processo de projeto na construção civil. Porto Alegre: FIERGS/CIERGS, 1999. 215 p.

SANDERS, K et al. The AIA Task Force on CAD layer guidelines - recommended designations for architecture, engineering and facility management computer aided design. The American Institute of Architects Press, 1990. 15 p.

SEBRAE. Diretrizes gerais para compatibilização de projetos. Curitiba: SINDUSCON Paraná, 1995. 120 p.

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10 ANEXO A

TRAJETÓRIA PESSOAL DO AUTOR:, desde 1997, Mestre em Engenharia de

Civil, no programa da UFF - Universidade Federal Fluminense onde apresentou e

defendeu a dissertação de tema “CAD, implementação e padronização de sistemas cad:

uma análise dos escritórios de projeto do rio de janeiro”. Cabe ainda mencionarmos de

forma sucinta algumas das experiências profissionais e acadêmicas vivenciadas pela

autora e os projetos com os quais colaborou ou vem colaborando por apresentarem uma

afinidade com a proposta.

ATIVIDADES ACADÊMICAS

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF/CTC/

2003 Curso de Graduação em Arquitetura – Professor Substituto, disciplina de Maquetes e Modelos

CENTRO UNIVERSITÁRIO PLINIO LEITE - UNIPLI

2001 Curso de Graduação em Arquitetura - Professor Convidado, disciplina de Arquitetura de Interiores

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF/CTC/TDT

1997 - 1999 Graduação em Engenharia Civil - Professor Substituto, disciplina Desenho Básico do Depto Desenho Técnico

ATIVIDADES PROFISSIONAIS NÃO ACADÊMICAS

NCA ENGENHARIA E ARQUITETURA LTDA - Rio de Janeiro, RJ.

1987 – 2001 Gerenciamento e Desenvolvimento de Projeto de Arquitetura para Obras Comerciais e Residenciais. Diretora responsável pelo setor de projetos.

INGE LISE WEEKE, ARQUITETA - Paris , FRANÇA

1985 - 1986 Desenvolvimento de Projeto de Arquitetura. Estudo de Teatro 1.100 lugares, Fort de France, Martinica

H. CAMARGO ARQUITETURA PROMOCIONAL LTDA - Rio de Janeiro, RJ.

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1984 Desenvolvimento de Projetos de Arquitetura Promocional. Montagem de Stand em Feiras e Exposições em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Salvador.

SEDE MUNDIAL OCTANORM VERTRIEBS - Sttutgart, ALEMANHA

1984 Estudos, Projetos de novos perfis e Sistema Modular Octanorm para Feira Euroshop, 1984, com participação na montagem do Stand Octanorm.

RATIUS INREDNINGAR - Stockholm, SUÉCIA

1983 Desenvolvimento Projetos de Arquitetura Promocional. Lojas, Feiras e Exposições utilizando Sistema Modular Octanorm para Shop-Fitting.

BAQUEIRO COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA - Salvador, BA.

1981 -1982 Desenvolvimento de Projetos de Arquitetura. Projetos para Lojas e Feiras utilizando Sistema Modular Octanorm.

NEY CANNABRAVA ARQUITETO - Rio de Janeiro, RJ.

1979 - 1980 Desenvolvimento de Proj. de Arquitetura. Projetos Comerciais e Residenciais.

ATIVIDADES DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – GRUPO DE PESQUISA CDCON

2001 – 2002 Pesquisadora Associada. Projeto CDCON – Desenvolvimento de Terminologia e Codificação de Materiais e Serviços p/ Construção Civil. Coordenação Prof Sérgio Leusin. Pós Graduação Eng. Civil.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – PROJETO DE EXTENSÃO

2001 - 2002 Pesquisadora Associada. Projeto OBRALEGAL - Desenvolvimento de um Web-Portal, no setor de projetos, na Região de Juiz de Fora. Coordenação Prof. Romir Soares.

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – PROJETO DE EXTENSÃO

2001 Pesquisadora Associada. Projeto Sistemas de Apoio ao Ensino de Desenho Básico. Coordenação Profa Anna Machado Graduação em Eng. Civil – Desenho Básico do Depto de Desenho Técnico.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – GRUPO DE PESQUISA GEPRO

2000 - 2002 Doutoranda. Projeto GEPRO – Grupo de Ensino e Pesquisa em Gestão Integradade Projeto de Produtos Industriais. Coordenação Prof Ricardo Naveiro. Pós Graduação Engenharia de Produção.

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – GRUPO DE PESQUISA INFOHAB

1999 - 2001 Pesquisadora. Projeto InfoHab - Centro de Referência e Informação da Habitação. Coordenação Prof Sérgio Leusin. Pós Graduação Engenharia Civil.

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11 ANEXO B

Etapas e atividades do projeto ETAPAS DE PROJETO

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS OBJETIVOS RESPONSABILIDADES

Levantamento de dados

Levantamento de informações e dados com o objetivo de caracterizar o produto, condições preexistentes e restrições p/ elaboração do projeto. A avaliação dos dados permite verificar o potencial construtivo e alcançar os objetivos do cliente.

Documentação providenciada pelo cliente ou pelo escritório responsável pelo projeto de arquitetura.

Programa de necessidades

Determinação das exigências de caráter prescritivo ou de desempenho (necessidades e expectativas dos usuários) a serem satisfeitas pela edificação, tanto em seus aspectos qualitativos como quantitativos.

Definido pelo cliente, aprofundado/contemplado pelo projetista de arquitetura.

Estudo de viabilidade

Análises e avaliações do ponto de vista técnico, legal e econômico e que promovam a seleção e recomendação de alternativas para a concepção dos projetos. Permite verificar se o programa, terreno, legislação, custos e investimentos são executáveis e compatíveis com os objetivos do cliente.

Elaborado por grupo interdisciplinar composto por cliente, incorporadores, construtores e projetistas (arquitetura, estruturas, instalações, fundações, etc).

Estudo preliminar ou estudo de massa

Representação da configuração inicial da edificação, considerados os dados do levantamento inicial. Pode ser apresentado sob a forma de modelos volumétricos (número de edificações, pavimentos, etc), sem caracterizar definitivamente o projeto. Tem como objetivo a aprovação do partido proposto.

Apresentado pelo projetista de arquitetura, podendo estar incluídas soluções alternativas a serem avaliadas e escolhidas pelo cliente.

Anteprojeto Representação das informações técnicas para o detalhamento da edificação e inter-relacionamento das demais atividades técnicas que foram iniciadas a partir da aprovação do estudo preliminar. Os produtos obtidos devem ser suficientes para a elaboração de uma estimativa de custos e de um cronograma para execução. Deve abordar os seguintes aspectos para tornar possível a compatibilização de todos os tipos de projetos:

Concepção e dimensionamento dos pavimentos, contendo definição dos ambientes;

Concepção e tratamento da volumetria da edificação;

Definição do esquema estrutural;

Desenvolvido pelo projetista de arquitetura e pelos demais projetistas das outras atividades técnicas envolvidas em especial fundações, estruturas, instalações hidráulicas e elétricas.

Anteprojeto Definição das instalações gerais;

Orientação de conforto ambiental (insolação, aeração,

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(cont) luminosidade, acústica);

Determinações técnicas, sistema construtivo, resistência e durabilidade de materiais;

Determinações econômicas, relações custo-benefício, durabilidade e padrão desejado.

Projeto legal Informações para análise e aprovação da concepção da edificação pelas autoridades competentes dos órgãos públicos, observando-se suas exigências legais. Tem como objetivo obter as licenças e os alvarás para a execução de obras e pode ser desenvolvido concomitantemente ou posteriormente ao anteprojeto.

Elaborado por escritório de arquitetura e pelos projetistas complementares no caso de aprovação de projetos junto à concessionárias de serviço público, cabendo muitas vezes à construtora seu encaminhamento.

Projeto pré-executivo

Desenvolvimento do anteprojeto arquitetônico de forma a permitir a verificação das interferências com os anteprojetos complementares. Constitui-se de documentação para elaboração dos estudos prévios à execução definitiva e obtenção de subsídios por quantificação e qualificação de materiais, mão-de-obra, procedimentos técnicos construtivos e tecnologias.

Cada projetista elabora seu projeto específico e à coordenação de projetos cabe a compatibilização.

Projeto básico Projeto de pré-execução compatibilizado com todas as interferências, tendo como objetivo a licitação e contratação dos serviços de execução e melhor elaboração de custos e prazos de execução. Deve ser precedido por estudos sócio-econômicos, de impacto ambiental, etc, e sucedido pelo projeto executivo e seu detalhamento.

Responsabilidade de todos os projetistas envolvidos em atividades técnicas a serem executadas no empreendimento.

Projeto executivo

Desenhos técnicos em escala conveniente contendo soluções, detalhes definitivos e informações de todos os projetos técnicos a serem executados em obra.

Elaborado por profissionais que desenvolveram atividades técnicas a serem executadas em obra.

Detalhes de execução e detalhes construtivos

Desenhos complementares apresentados em escalas ampliadas para melhor compreensão dos elementos de projeto executivo no momento de execução.

Elaborado por profissionais que desenvolveram atividades técnicas a serem executadas em obra

Cadernos de especificações

Informações complementares quanto às especificações técnicas e detalhes dos materiais previstos em obra (fabricantes, dimensões, cores, modelos, etc), suas condições de execução, locais de aplicação e padrão de acabamento.

Desenvolvido pelos projetistas responsáveis por uma atividade técnica.

Coordenação Gerenciamento de projetos

Organização, programação, estabelecimento de critérios, prioridades, métodos e cronogramas de trabalho para elaboração e compatibilização de projetos complementares específicos em relação ao projeto de arquitetura, principalmente para evitar problemas posteriores junto à execução de obras.

Desenvolvido por escritório responsável pelo projeto arquitetônico, empresa construtora ou consultoria específica.

Assistência à execução

Consulta específica ao escritório do projetista ou visitas periódicas à obra para orientação geral, verificação da compatibilidade do projeto com a execução, esclarecimento de dúvidas, questões relativas à substituição de materiais ou necessidade de alterações ou complementações ao projeto.

Profissionais responsáveis por projetos em execução e que sejam solicitados pela empresa construtora.

Projeto as built Conjunto de desenhos do projeto executivo revisado e elaborado conforme o que foi executado em obra, para atualização e recomendações de manutenção.

Profissionais que desenvolveram os projetos executados em obras.

Fonte: Adaptado de LA RIVA (1995)

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