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Novembro 2015

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a mídia oficial hoje só se fala em pedaladas fiscais. Segundo a própria mídia, o artifício que está na origem como motivo para o impeachment da presidente Dilma Rousseff consistiu em utilizar recursos dos bancos públicos para pagamentos

de despesas de alçada do Tesouro Nacional. Com isso, os balanços do governo apresentaram, durante o ano passado, resultados artificialmente melhores, driblando a necessidade de cortar gastos. Mas, não é a isso que queremos nos dedicar neste espaço. No mês de novem-bro, fazendo memória a Zumbi dos Palmares celebramos o Dia da Consciência Negra.

Pesquisas, dados estatísticos, dissertações, teses, mo-nografias e estudos diversos apontam para a existência

de barreiras raciais quase intrans-poníveis para negros e negras. Em uma nação culturalmente diversi-ficada como o Brasil, e ao mesmo tempo tão em dívida histórica com sua população, principalmente a negra, são necessários aparatos jurídicos que visem o aperfeiço-amento da legislação e a criação de instrumentos legais que pro-

porcionem o exercício da igualdade de oportunidades. No entanto, de maneira paradoxal, o mito da democracia racial brasileira, embasado num processo permanente de miscigenação, teima em mostrar o contrário.

Inúmeras pesquisas indicam que no Brasil as pessoas negam e condenam práticas racistas e discriminatórias. Muitas delas, porém, embora afirmam não ser racistas, já presenciaram situações desse tipo ou conhecem indi-víduos que agiram assim em situações cotidianas. Tudo indica que o Brasil é um país racista sem pessoas racistas. Em meio a esta realidade, tratar de leis com conotação etnorracial, que falem de diversidade de promoção da igualdade, é sempre um desafio. No que diz respeito à legislação, é inegável que a brasileira é emblemática e referencial para diversos países da América Latina e para todo o mundo. A este respeito, acontecimento importante foi a decisão histórica tomada em 26 de abril de 2012, pelo Supremo Tribunal Federal - STF reconhecendo a constitucionalidade do sistema de cotas raciais em uni-versidades públicas, o Estatuto da Igualdade Racial, Lei nº 12.288/2010, sancionada pelo então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010.

O histórico das leis antirraciais no Brasil é rico e va-riado. Resta saber se são ou se um dia serão cumpridas.Por todas as ações afirmativas relacionadas ao povo afro desejamos um feliz dia de comemoração da Consciência Negra. Viva Zumbi dos Palmares!

SUMÁRIONOVEMBRO 2015/09

OPINIÃO -------------------------------------------------04 De qual crise estamos falando? Roberto Malvezzi (Gogó)JUVENTUDE ---------------------------------------------05 Juventudes negras e o racismo que as mata Guilherme CavalliPRÓ-VOCAÇÕES ---------------------------------------06 Nossa missão é espalhar a Consolação Geoffrey BorigaINFÂNCIA MISSIONÁRIA ------------------------------07 Escola e evangelização André Luiz de NegreirosVOLTA AO MUNDO ------------------------------------08 Notícias do Mundo BBC/HDP/CNA, Folha de São PauloESPIRITUALIDADE ---------------------------------------10 Um Deus que se humaniza Ronaldo LoboTESTEMUNHO ------------------------------------------12 60 anos a serviço da evangelização Maria Emerenciana Raia FORMAÇÃO MISSIONÁRIA --------------------------14 Mulheres Marginalizadas: uma visão Pastoral Equipe Tecendo VidasFÉ EM AÇÃO -------------------------------------------16 Da produção para a destruição Marcus Eduardo de OliveiraFAMÍLIA CONSOLATA ---------------------------------17 Método missionário Francesco PaveseÁFRICA ---------------------------------------------------22 Que dizer das indústrias na África? Joseph MampiaÁSIA ------------------------------------------------------23 Em busca de soluções Mário de CarliDESTAQUE DO MÊS -----------------------------------24 Pacto das Catacumbas 50 anos depois Arlindo Pereira Dias MISSÃO EM CONTEXTO -----------------------------26 Vivendo a Pastoral Afro Antony MurigiBÍBLIA ----------------------------------------------------29 Um carmelo na casa do Islã Boris A. Nef UlloaENTREVISTA ---------------------------------------------30 Uma luta sagrada Paulo MzéATUALIDADE ---------------------------------------------32 Beatificação de ex-escravo brasileiro RedaçãoVOLTA AO BRASIL --------------------------------------34 CESEEP / CNBB / Folha de São Paulo

E D I T O R I A L

PEDALADAS RACIAIS

1. Ao final do Vaticano II, um gru-po de bispos se reuniu nas ca-

tacumbas de Roma pedindo por uma Igreja pobre. Foto: Divulgação

NDI

VULG

AÇÃO

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Ano XLII - Nº 09 Novembro 2015

Rua Dom Domingos de Silos, 11002526-030 - São PauloFone/Fax: (11) 2238.4595Site: www.revistamissoes.org.brE-mail: [email protected]

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ISSN 2176-5995

os dias 2 e 3 de outubro de 2015 foi realizado um Encontro de Jovens na pa-róquia São Marcos Evange-lista, em São Paulo, capital.

Denominado Consolar, o encontro foi o segundo do seu gênero e foi organizado pela equipe de Anima-ção Missionária Vocacional dos missionários da Consolata.

A finalidade do Encontro foi convidar os jovens a fazer uma experiência profunda da presença misericordiosa de Deus, e da Sua consolação que nos vem por Jesus Cristo. Estiveram presentes 70 jo-vens, provenientes da Grande São Paulo, dois da paróquia Senhor do Bonfim, Engenheiro Pedreira, Jape-ri, na diocese de Nova Iguaçu, RJ, e dois da paróquia Nossa Senhora Consolata, Brasília, DF.

Os jovens visitaram um asilo, onde alegraram os idosos com sua presença e com palavras de consolação, alegria e conforto.

Podemos dizer que a Igreja foi ao encontro do outro, levando consigo o rosto sagrado e misericordioso de Jesus e o amor de Pai aos que vivem à margem da sociedade. Internalizando o tema da Campa-nha da Fraternidade 2015 “missão é serviço”, os jovens perceberam as várias dimensões e os diversos ângulos a partir dos quais pode-se responder ao dito apelo. A Igreja é por sua natureza missionária e todo cristão tem a missão de viver

seu discipulado missionário no seguimento de Jesus.

O Encontro também foi marcado pelas visitas missionárias às pessoas menos favorecidas na comunidade Aparecida e seus ambientes. A caminhada foi gratificante para todos os participantes, e serviu para edificar cada um espiritualmente, além da tomada da consciência do desafio da realidade pastoral missionária a qual ainda não está atingida integralmente pela Igreja.

Victor Mbesi Wafula, imc, é missionário em Engenheiro Pedreira, RJ.

Jovens aprofundamCampanha Missionária

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NOVEMBRO 2015 MISSÕES 3

de Victor Mbesi Wafula

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