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Órgão informativo da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica ano X - número 43 Fevereiro de 2010 Novidade • Coluna sobre Comportamento, Nutrição e Transtorno Alimentar Sibutramina • Especialista Comenta a Polêmica Artigo • Doença Hepática Gordurosa não Alcoólica e Obesidade

Novidade - Abeso

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Órgão informativo da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica

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Novidade• Coluna sobre

Comportamento, Nutrição e Transtorno

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Sibutramina• Especialista Comenta

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Artigo• Doença Hepática

Gordurosa não Alcoólica e Obesidade

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Palavra da Presidente

A qui estamos nós. Um novo endereço, uma nova (ou quase nova) equipe, com grande entusiasmo e boa vontade de acertar e uma revista com con-

teúdo renovado. Pensei muito antes de me candidatar à Presidência da ABESO. É uma grande responsabilidade substituir os excelentes presidentes e dar continuidade aos trabalhos que estão em andamento. A difícil con-ciliação das vidas acadêmica, pro!ssional e familiar !ca ainda um pouco mais complicada com o acréscimo de mais uma função. Resolvi assumir o desa!o.

Após duas reuniões com a diretoria, já tenho uma certeza. Acertei na escolha da equipe. Quatro mulheres: Dra. Leila, com sua calma, experiência e bom humor; Dra. Cláudia, com sua seriedade, presteza com as con-tas e certa irreverência; Dra. Mônica, com sua rapidez de raciocínio e opiniões !rmes. E um homem, Dr. Ale-xander, que traz o equilíbrio com organização, objetivi-dade e poucas palavras. Todos a!nados com os mesmos objetivos: manter os sócios atualizados com as notícias e artigos sobre a obesidade e suas complicações; promo-

O Difícil Começarver discussões com a comunidade acadêmica e ações de prevenção junto à população; e agregar, como socieda-de multipro!ssional, médicos, nutricionistas, educado-res físicos, psicólogos e todos os outros interessados em obesidade.

Temos uma novidade: pela primeira vez, o editor da revista não faz parte da diretoria eleita. Escolhi o Dr. Henrique, amigo de longa data, porque entendo que o seu per!l se encaixa perfeitamente ao cargo. Extre-mamente organizado, preocupado com prazos, sempre atualizado e com vivência anterior como presidente da ABESO, fará com que a revista se torne ainda mais in-teressante. Vocês podem observar, já nesta edição, a sua marca.

Um excelente início de ano,

Rosana Radominski [email protected] Presidente da ABESOGestão 2010-2011

A nova diretoria: os Drs. Alexander Benchimol, Leila Araújo, Mônica Beyruti e Claudia Cozer com a presidente, Dra. Rosana Radominski (ao centro).

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Um Excelente Meio de Comunicação

Editorial

DIRETORIA 2010-2011Presidente: Dra. Rosana Radominski;Vice-Presidente: Dra. Leila Araújo;1º Secretário-Geral: Dr. Alexander Benchimol;2º Secretária Geral: Mônica Beyruti;Tesoureira: Claudia Cozer.

SEDERua: Mato Grosso, n.º 306 - cj. 1711, Higie-nópolis,São Paulo, SPCEP 01239-040Tel.: (11) 3079-2298Fax: (11) 3079-1732E-mail: [email protected]

Secretária Executiva: Luciana [email protected]: www.abeso.org.br.

Revista da ABESOEditor: Dr. Henrique SuplicyEquipe de Jornalismo: Informed Redação: Rua do Catete, 311, sala 614, Cep 22220-901Rio de Janeiro, RJ. Tel. (21) 2265-9967; Tel/fax: (21) 2205-0707;e-mail: [email protected]/Jornalistas Responsáveis:Elizabeth P. dos Santos (MTPS 12714 - RJ) e Cristina Dissat (MTPS 17518 - RJ);

Reportagem: André Dissat, Pablo Moraes, Cintia S. Castro; Paula Camila e Sandra Ma-lafaia.Projeto Grá!co e Diagramação: DoisC Edi-toração Eletrônica e Fotogra!a ([email protected])Comercialização e Impressão: AC Farma-cêutica ([email protected])Periodicidade: Bimestral;Tiragem: 5 mil exemplares.

Os artigos publicados nesta revista espelham a opinião de seus autores, não necessariamente a da ABESO.

P articipo ativamente da ABESO desde a sua funda-ção, em 14 de agosto de 1986, e foi com grande satisfação que recebi o convite da atual presidente

Rosana Radominski para ser o editor da revista nos pró-ximos dois anos. Nossa intenção, com o auxílio da Infor-med, é a de editar seis revistas por ano.

Considero este veículo um excelente meio de comu-nicação, uma maneira de difundir conhecimento, de ex-ternar opiniões, de visibilidade da ABESO, de interagir com os associados. A revista pertence à toda a nossa co-munidade cientí!ca e aos colegas que queiram partilhar seus conhecimentos enviando sugestões, críticas, textos e artigos. Serão muito bem-vindos.

Com o intuito de dar continuidade ao bom trabalho que o Josivan desenvolveu nos últimos dois anos, vamos manter as colunas tradicionais e outras ideias estão em fase de amadurecimento, já para a próxima edição.

O site da ABESO recebe mensalmente inúmeras per-guntas, que são respondidas por colegas responsáveis pe-los vários departamentos. Vamos criar uma coluna de perguntas e respostas, trazendo para a revista as pergun-tas mais pertinentes.

Convidamos vários colegas de alto saber cientí!co e que têm “envolvimento emocional” com a ABESO para comporem um corpo de colaboradores da revista e, assim, aumentar o já alto padrão cientí!co da mesma.

Teremos uma coluna !xa sobre comportamento, nu-trição e transtorno alimentar, sob a responsabilidade das colegas Claudia Cozer e Fernanda Pisciolaro, que neste

primeiro número nos brindam com uma excelente re-visão sobre com-pulsão alimentar periódica (binge eating disorder).

A Leila Araú-jo, que brilhante-mente presidiu no ano passado, em Salvador, o Congresso da ABESO, nos apresenta um artigo sobre um assunto atual, prevalente e preocupante, que é a doença hepática gordurosa não alcoólica.

A sibutramina está na berlinda e procuramos esclarecer os leitores com a opinião abalizada do Walmir Coutinho sobre os resultados do estudo SCOUT, que motivou a re-tirada precipitada deste fármaco da comunidade europeia.

Apresentamos ainda os resultados da Campanha sobre Obesidade realizada em 2009. Esperamos que nos anos vindouros esta campanha seja cada vez mais abrangen-te, pois é uma grande oportunidade de alertarmos a po-pulação de que a obesidade é uma doença crônica, de prevalência crescente e que acarreta varias comorbidades.

Boa leitura, um grande abraço,

Henrique [email protected] Editor

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Conheça a Nova Diretoria

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C om cinco integrantes, a Di-retoria ABESO da gestão 2010/2011 tem, pela primei-

ra vez, uma mulher no comando, em um grupo em que elas são maioria. Eis um pequeno per!l de cada um.

Rosana Bento RadominskiPresidenteMédica Endocrino-logista, com dou-torado em Endo-crinologia (USP- SP), especialista em Medicina Esportiva (UNIFESP). Atua na Universidade Federal do Para-ná (UFPR) como professora adjun-ta do Departamento de Nutrição; médica colaboradora do Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Departamento de Clínica Médica (SEMPR) e responsável pelo Am-bulatório de Obesidade Infanto-Ju-venil na Unidade de Endocrinologia Pediátrica. É membro do curso de pós-gradua-ção em Medicina Interna da UFPR, orientando mestrandos e doutoran-dos, com linha de pesquisa voltada fundamentalmente para obesidade e síndrome metabólica em crianças e adultos. Foi presidente da SBEM, Regional do Paraná, em duas ges-tões (2005/2006 e 2007/2008) e vice-presidente da ABESO (biênio 2006-2007).

Leila Maria Batista AraujoVice-PresidentePossui doutorado em Endocrinologia pela

Universidade de São Paulo (1984) e pós doc na Harvard University- New England Deaconess e Joslin Diabetes Center. Atualmente é Professora As-sociada e médica da Universidade Fe-deral da Bahia, coordenando o Am-bulatório de Obesidade Mórbida do Hospital Universitário. Foi presidente do XIII Congresso de Obesidade e Síndrome Metabólica, em 2009. Atualmente é também se-cretária da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, re-gional da Bahia. Suas publicações cientí!cas abordam principalmente os seguintes temas: obesidade, dia-betes mellitus e dislipidemia.

Alexander Koglin BenchimolPrimeiro SecretárioMédico e Pesquisador do Grupo de Obesi-dade e Transtornos Alimentares do Insti-tuto Estadual de Dia-betes e Endocrinolo-gia (GOTA - IEDE/RJ) e médico pesquisador do De-partamento de Endocrinologia da Escola Médica de Pós- Graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC / RJ). Ex-Secretário Geral da Federação La-tino-Americana de Sociedades de Obesidade (FLASO) entre 2005 e 2008.

Mônica BeyrutiSegunda SecretáriaDiretora-proprietária da Beynutri Consulto-ria Nutricional, nutri-cionista da Clinica Al-

fredo Halpern de 1991 a 2007 e es-pecialista em Nutrição em Cardio-logia pela SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Pau-lo). Diretora do Departamento de Nutrição da SOCESP, especialis-ta em Fisiologia do Exercício pela UNIFESP/EPM, membro fundador da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva e nutricionista responsá-vel pelo Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do Insti-tuto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP de 1992 (início do AMBULIN) até 1994. Coautora dos livros A Nova Dieta dos Pontos e Abaixo o Regime.

Claudia Oliveira CozerTesoureiraFormou-se em 1991 pela Universidade Federal do Espíri-to Santo, fez resi-dência de dois anos em Clínica Geral na Faculdade de Medi-cina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e estágio de dois anos em Endocrinologia e Metabologia, tam-bém na FMUSP. Conquistou o Títu-lo de Especialista em Endocrinologia em 1995.No ano de 2000, fez o Doutorado na área de Endocrinologia e Metabologia na Faculdade de Medicina da Univer-sidade de São Paulo (FMUSP). Ocu-pou o cargo de Tesoureira da ABESO na gestão do Dr. Henrique Suplicy (2006-2007). Foi médica responsá-vel pelo Grupo de Obesidade do Ins-tituto do Coração (INCOR) de 2005 a 2007. ●

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SIBU

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POR BETH SANTOS

N o !nal do mês de janeiro, endocrinologistas do mundo inteiro foram surpreendidos pela notí-cia de que a EMEA, Agência Europeia de Medi-

camentos, proibiu a venda da sibutramina e sua prescri-ção na Europa. A decisão, conforme foi divulgado, teria se baseado nos resultados parciais do Estudo SCOUT, concluído em 2009, mas ainda não publicado até o fe-chamento desta edição.Em seguida, a Agência Nacional de Vigilância Sanitá-ria (ANVISA) divulgou alerta aos pro!ssionais de saúde brasileiros para que tivessem cuidado ao receitar a subs-tância a seus pacientes obesos com as seguintes comorbi-dades: doença cardio e cerebrovascular; diabetes mellitus tipo 2 e quando associada a mais um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.Na ocasião, a ANVISA anunciou que sua Câmara Técni-ca de Medicamentos faria, em data não anunciada, uma nova avaliação do estudo com o objetivo de veri!car os níveis de segurança da substância em pacientes com per-!s distintos dos já estudados. Segundo o comunicado, o resultado da avaliação “poderá levar a agência a deter-minar outras medidas restritivas ao uso da substância”.

Risco/Benefício FavorávelUm dos oito membros do comitê diretor internacional do Estudo SCOUT, o endocrinologista Walmir Couti-nho comenta que “os resultados que levaram o EMEA a recomendar a suspensão da sibutramina sugerem, de fato, que a bula do medicamento estava certa. Ou seja, deve-se realmente enfatizar que pacientes com histórico de eventos cardiovasculares não devem ser candidatos ao uso da substância”. Segundo ele explica, a Agência Euro-peia de Medicamentos entendeu que deveria ser estendi-da a recomendação da bula também aos pacientes sem histórico cardiovascular.

A Repercussãoda Polêmica

O especialista a!rma, a respeito, que a opinião do EMEA “não é compartilhada pela grande maioria - entre os que até agora se manifestaram - que acredita que a sibutra-mina continua sendo um agente com risco/benefício fa-vorável, desde que usada com os critérios corretos”. E prossegue: “E isso, no meu entender, vale também para pacientes diabéticos com problemas de excesso de peso ou obesidade. Em diversos estudos controlados, com placebo, a sibutramina se mostrou e!caz e segura para tratar estes pacientes, logicamente sem histórico de do-ença cardiovascular”. A respeito da indicação ou não para adolescentes, o en-docrinologista explica que “o SCOUT não gerou dados que pudessem ser extrapolados para essa faixa etária, pois trabalhou com pacientes em idades bem mais avançadas – em média, na sétima década de vida”. Ele lembra, no entanto, que existem estudos grandes nos EUA sobre a questão, e cita um trabalho multicêntrico, que envolveu cerca de 500 adolescentes, “sugerindo um per!l de se-gurança e e!cácia da sibutramina muito bom para esses pacientes”, esclarece. Sobre a decisão da ANVISA de convocar sua Câmara Técnica, o Dr. Walmir Coutinho acha “que o momento oportuno para se promover um debate seria após a pu-blicação cientí!ca dos dados, que está sendo agilizada ao máximo”. Segundo ele, o correto seria “não somente que as agências regulatórias trabalhassem com suas câmaras técnicas, mas convocassem, dentro da comunidade cien-tí!ca, os pro!ssionais mais envolvidos com estudos de segurança e e!cácia da sibutramina”. Esse é, de acordo com o Dr. Walmir, o caminho apontado pelo FDA, que anunciou uma reunião, dentro de alguns meses, da qual vão participar pro!ssionais externos à entidade com ex-periência em pesquisa cientí!ca em sibutramina, para que tomem uma posição. O especialista brasileiro acha,

A Repercussãoda Polêmica

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contudo, “razoável e equilibrada” a posição adotada até agora pela ANVISA, FDA e TGA australiano, por esta-rem “simplesmente decidindo enfatizar alertas que já es-tavam presentes nas bulas”, como foi dito.

E!cácia e Segurança CardiovascularO Dr. Walmir Coutinho explica que o Estudo SCOUT “nasceu de uma exigência da agência regulatória euro-peia, com o objetivo de avaliar a segurança da sibutrami-na. Mas é claro que, pelo seu próprio desenho, não foi concebido para detectar todos os benefícios dessa subs-tância; não permite detectar se ela é e!caz ou não para prevenir o diabetes em pessoas com tendência à doença, nem tampouco identi!car um possível efeito protetor sobre incidência de cânceres. Seu foco principal é e!cá-cia e segurança cardiovascular”.

Ele comenta que, apesar de alguns excessos pontuais na cobertura da imprensa sobre os acontecimentos – que, por um lado, causaram alguma preocupação entre os pacientes -, !cou claro que o maior receio entre aqueles que se bene!ciam com o tratamento com a sibutramina é que a substância seja retirada do mercado brasileiro. “Essa preocupação foi tão grande que diversos pacientes pediram a seus médicos, de quem ouvi relatos, que nós prescrevêssemos 10 ou 12 caixas do medicamento, para garantirem o uso por cerca de um ano.”

Considerando que “o Brasil tem a maior experiência do mundo com a substância – o país é hoje seu maior con-sumidor - seria desastroso que milhares de pacientes, com resultados muito bons com o uso do medicamen-to, se vissem privados desse recurso terapêutico”, opina. O especialista estima que, se perguntarem a 10 endo-crinologistas brasileiros o que pensam sobre o assunto, nove ou dez vão dizer que este é, hoje, o melhor, o me-dicamento de escolha para o tratamento da obesidade. É, sem dúvida, nossa principal opção farmacológica”.

ComunicadoA respeito desse assunto, a ABESO publicou no site, em conjunto com a SBEM, um comunicado em que deixa claro sua posição. Eis a íntegra do texto:

Posicionamento O!cial A obesidade constitui uma doença crônica de caráter neuroquímico, progressivo e recidivante. O seu trata-mento visa uma redução ponderal com !ns de preven-

ção, melhora, controle ou mesmo reversão das doenças associadas, tais como o diabetes, a hipertensão e a dis-lipidemia.As principais causas de morte na obesidade, independen-te do tratamento, são as doenças cardiovasculares, dentre elas a doença arterial coronariana, doenças cerebrovascu-lares e arritmias cardíacas.A abordagem clínica da obesidade fundamenta-se em uma combinação equilibrada de um programa de mo-di!cação dietética e comportamental com exercícios fí-sicos, associada ou não ao uso responsável de medica-mentos.Diante de poucas medicações disponíveis, a sibutrami-na constitui uma excelente opção que combina e!cácia, segurança e fácil manejo clínico por médicos com expe-riência na área de obesidade.A perda de peso signi!cativa obtida com o uso da medi-cação, demonstrada nos estudos anteriores ao SCOUT, justi!ca seu uso para o tratamento da obesidade. A retirada da sibutramina do mercado europeu foi preci-pitada, pois se baseia em dados já conhecidos do estudo SCOUT (Sibutramine Cardiovascular OUTcomes), no qual 11,4% dos pacientes que utilizaram a sibutramina tiveram um evento cardiovascular, em comparação com 10% dos que tomaram placebo. O estudo incluiu cerca de 10.000 doentes com 55 anos ou mais e história de doença cardiovascular ou diabetes tipo 2 com um fator de risco cardiovascular adicional.Por outro lado, a extrapolação destes dados pode ser vista como contraditória. O uso da sibutramina como coad-juvante do tratamento pode trazer uma redução do risco para pacientes que não tenham a doença cardiovascular clinicamente estabelecida, podendo preveni-la ou impe-dir a sua progressão.Lembremos que a advertência quanto ao uso da sibutra-mina em pacientes com doença cardiovascular sempre existiu e a bula do medicamento a!rma explicitamente que o medicamento não deve ser utilizado em pessoas com história de doença cardiovascular. Acreditamos que nossos órgãos regulatórios precisam re-forçar a advertência de que a sibutramina não deva ser usada por doentes com doença arterial coronariana, in-su!ciência cardíaca, hipertensão arterial não controlada, arritmias e outros problemas cardiovasculares graves.●

(Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) e Departamento de Obe-sidade da SBEM)

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O Transtorno da Compul-são Alimentar Periódica (TCAP) é um transtor-

no da alimentação que se caracte-riza por ingestão de grande quanti-dade de alimento, em um período de tempo delimitado, que ocorrem pelo menos dois dias por sema-na durante seis meses, associados à perda de controle sobre a qualida-de e quantidade de comida ingeri-da, sentimentos de angústia subjeti-va, nojo, vergonha e culpa por não ter o autocontrole sobre o alimen-to, con#ito de convivência social e isolamento, não acompanhados de comportamentos compensatórios dirigidos para a perda de peso.

Também conhecido como co-mer compulsivo ou binge eating di-sorder, o TCAP foi formalmente de-!nido pela primeira vez em 1994, na 4ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais pela Associação Psiquiátrica Ame-ricana, com critérios provisórios, sendo classi!cado na categoria de Transtorno Alimentar sem Outra Especi!cação. Os critérios diagnós-ticos para o TCAP encontram-se no quadro ao lado:

As evidências cientí!cas ainda são controversas quando à diferenciação de obesos com e sem TCAP, sugerindo que obesos com TCAP têm hábi-tos alimentares caóticos, ingestão alimentar signi!cativamente maior, maior

Transtorno da Compulsão Alimentar PeriódicaFernanda PisciolaroNutricionista do Ambulatório de Transtorno Alimentar (Ambulim) do Hospital das Clínicas da FMUSP; membro do Departamento de Psiquiatria e Transtornos Alimentares da ABESO.

Claudia CozerDoutora em Endocrinologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; membro da Diretoria da ABESO.

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descontrole ao comer em resposta a estados emocionais, além de maior proporção de desordens psicopato-lógicas. Apesar disso, outros achados não mostraram diferenças nas res-postas para o tratamento da obesi-dade entre grupos com e sem TCAP, e apontaram instabilidade ao longo do tempo nos episódios de compul-são alimentar e remissão, pelo menos em curto prazo, com uma variedade de tratamentos inespecí!cos, inclu-sive placebo.

Pacientes com TCAP são grupos de risco para ganho de peso, sendo que aproximadamente 65% são obe-sos, e essa constatação já foi bem evi-denciada em achados clínicos e po-pulacionais. Apesar disso, o TCAP

pode ocorrer também em indivíduos com peso normal.

Tentativas de DietasA maioria das pessoas com TCAP tem uma longa história de repetidas tentativas de fazer dietas e sentem-se desesperados acerca de sua di!cul-dade de controle da ingestão de ali-mentos. Alguns continuam tentan-do restringir o consumo de calorias, enquanto outros abandonam quais-quer esforços de fazer dieta, em razão de fracassos repetidos. Costumam se autoavaliar, principalmente em fun-ção de seu peso e forma do corpo, e frequentemente apontam “traços” de personalidade como baixa autoesti-ma, perfeccionismo, impulsividade,

pensamentos dicotômicos (do tipo “tudo ou nada”, ou seja, total contro-le ou total descontrole). Evidenciam maior comprometimento no traba-lho e nas relações sociais e apresen-tam sofrimento relativo a esse com-portamento recorrente, tendo sua vida pessoal comprometida em vir-tude dessa enfermidade.

Estudos epidemiológicos mos-tram que o TCAP é o mais comum dos transtornos alimentares, com uma prevalência estimada de 3,5% em mulheres e 2% em homens. Quando observados indivíduos obe-sos que procuram programas para controle de peso, o percentual de prevalência se eleva, e quanto maior o grau da obesidade, maior a preva-lência deste transtorno. Entre popu-lações de obesos, a prevalência atin-ge 8%, elevando-se de 30 até 50% entre obesos graus II e III, respecti-vamente.

Devido à condição multifatorial do TCAP, o tratamento deve basear-se na presença ou não de comorbida-des psiquiátricas ou clínicas e deve ter caráter interdisciplinar, com a equi-pe mínima composta por psiquiatra, psicólogo e nutricionista. Para pa-cientes com TCAP sem associação com outros transtornos psiquiátri-cos, como quadros depressivos e/ou ansiosos, ou comorbidades clínicas (obesidade, diabetes mellitus, hiper-tensão, entre outros), o tratamento de escolha é o psicoterápico.

O tratamento deve ser dirigido para a diminuição e remissão dos episódios de compulsão alimentar e o restabelecimento das atitudes ali-mentares e a melhora da relação com os alimentos e com o corpo. O exces-so de peso deve ser abordado durante o tratamento, mas não deve ser seu foco e a prescrição de dietas e cardá-pios é desencorajada.●

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D enomina-se doença hepática gordurosa não alco-ólica um espectro de várias condições - esteatose, esteatohepatite, !brose, cirrose - todas relaciona-

das ao depósito de gordura no fígado 1-4.Para que se possa de!nir doença hepática gordurosa

não alcoólica, o critério aceito é que as alterações hepá-ticas ocorram com ingestão de menos de 40g de álcool por dia no homem ou de menos de 20g de álcool por dia na mulher. Para que se tenha idéia de como é estimado esta ingestão, considere que o teor alcoólico da cerveja é de 5%, do vinho em torno de 10% e das bebidas des-tiladas de 50%.

A esteatohepatite não alcoólica (NASH, NonAlco-holic SteatoHepatitis) é uma doença hepática gordurosa

Doença Hepática Gordurosa não Alcoólicae Obesidade.

Leila Maria Batista Araújo Professora Associada e médica da Universidade Federal da Bahia, coordenando o ambulatório de Obesidade Mórbida do Hospital Universitário. É vice- Presidente da ABESO.

não alcoólica onde a presença da esteatose está associada a in#amação no fígado (hepatite). Esta ocorre com fre-qüência em associação com os distúrbios metabólicos: diabetes tipo 2, obesidade e dislipidemia. Foi descrita inicialmente por Ludwig et al. em 1980, ao descrever achados histológicos de pacientes com esteatohepatite na ausência de ingestão de álcool.

Devido à forte associação da doença hepática gordu-rosa não alcoólica com as comorbidades da síndrome metabólica, os indivíduos afetados têm alto risco de do-ença cardíaca isquêmica, além de doenças malignas 5-7. A mortalidade dos indivíduos com doença hepática gor-durosa não alcoólica é de cerca de 13%, maior do que a da população em geral.

10 – ABESO 43 – Fevereiro 2010

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A PrevalênciaA prevalência desta condição vem aumentando em todo o mundo e está relacionada ao aumento da freqüência de obesidade e diabetes mellitus, que são duas causas que, isoladamente ou em conjunto, respondem por grande número de casos da doença hepática gordurosa não al-coólica 8.

A prevalência de doença hepática não gordurosa do fígado varia conforme as casuísticas e metodologia para diagnóstico. Ocorre em 11 a 46% da população em ge-ral, mas aumenta para 57,5 a 74,5% em obesos, 21 a 78% em diabéticos e é mais comum no homem que na mulher. Em crianças, a frequência é de 2,6% e aumenta para 22 a 52% em crianças obesas. Interessante é que, em afro-americanos, a frequência de doença hepática gordu-rosa não alcoólica é bem menor que em brancos e está relacionada à menor freqüência de síndrome metabólica nos negros, ou a fatores genéticos ou ambientais. Quan-do existe associação de obesidade e diabetes esta freqüên-cia é maior ainda: 100% de esteatose moderada, 50% de esteatohepatite e 19% de cirrose. Em indivíduos com síndrome metabólica, aumenta 3 a 5 vezes a freqüência de esteatose e !brose em relação aos indivíduos normais.

A freqüência de esteatohepatite é bem menor; estima-se que ocorra 3 a 5 % na população em geral, mas se ele-va para 24 a 98% em obesos.

Os sintomas são inespecí!cos – fadiga, desconforto no quadrante superior direito e o exame clínico pouco ajuda, às vezes hepatomegalia. A maioria dos pacientes procura o médico devido a elevação de aminotransfera-ses ou por alterações ultrassonográ!cas ou radiológica sugestiva de fígado gorduroso.

O Diagnóstico DiferencialAs causas mais comuns de doença hepática gordurosa não alcoólica são: obesidade central (circunferência ab-dominal maior que 90 cm no homem e maior que 80 cm na mulher), hiperuricemia e hipertensão arterial, ali-mentação parenteral, rápida perda de peso, cirurgia ba-riátrica, iatrogênica (estrógeno, corticóide, tamoxifeno, bloqueador dos canais de cálcio, amiodarona), gravidez, síndromes genéticas com lipodistro!a e erros inatos do metabolismo. Indivíduos com apnéia obstrutiva do sono têm freqüência aumentada de esteatose devido a hipóxia intrahepática9.

Deve-se fazer o diagnóstico diferencial com outras causas que, inclusive, podem estar associadas: hepatite B e C, hepatite autoimune, de!ciência de alfa-1 antitripsi-

na, hemocromatose e doença de Wilson.A história natural de indivíduos com doença hepática

gordurosa não alcoólica é determinada pela severidade das lesões histológicas. Em cerca de 59% dos indivídu-os com esteatose, seguidos por até 11 anos, as alterações não progrediram, 28% evoluíram para lesões mais gra-ves e 13% regrediram. Nos pacientes com esteatohepa-tite somente 9% desenvolve cirrose e destes apenas 2% evoluem para hepatocarcinoma. Em pacientes com do-ença hepática gordurosa não alcoólica pode haver conco-mitância com outras doenças hepáticas e, inclusive, têm maior risco de serem afetados por vírus e toxinas que po-dem tornar o curso da doença mais grave.

A FisiopatologiaA !siopatologia da doença hepática gordurosa não alco-ólica é complexa. Acredita-se que a acumulação da gor-dura no fígado está relacionada à resistência à insulina hepática e periférica – há aumento da lipólise periférica e os ácidos graxos livres que se formam se acumulam nos hepatócitos. Este excesso de lípides dentro dos hepatóci-tos leva a estresse oxidativo devido à geração de muitas substâncias pró-oxidantes e subsequente peroxidação de lípides, liberação de citoquinas in#amatórias e ativação de células hepáticas que levam à !brose.

O DiagnósticoÉ dado pela elevação das aminotransferases, exames de imagem e biópsia10-11. Usualmente os níveis das enzimas são modestamente elevados (menos que 250UI/l), mas a relação aspartato alaninatransferase (ALT)/alanina ami-notransferase (ASP) é maior que 1, o que distingue da esteatohepatite alcoólica. Tem sido sugerido que os níveis limites para ALT seriam < 30U/l para homem e < 19U/l para mulheres. Dados do National Health and Nutrition Examination Survey sugerem que 7,9% da população normal têm elevação das aminotransferases, mas mui-tos destes podem ter síndrome metabólica e/ou doença hepática gordurosa não alcoólica. A ferritina pode estar elevada e re#ete in#amação ou resistência à insulina. A fosfatase alcalina e gama glutamil transferase podem es-tar discretamente aumentadas.

Em pacientes obesos, a elevação de gama glutamil transferase está associada à maior freqüência de diabe-tes e de síndrome metabólica e de suas comorbidades. A avaliação da resistência à insulina pelo HOMA [( glicose mg/l x insulina uU/ml)/ 405)] é de utilidade. A leptina elevada pode ser preditora independente da severidade

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de esteatose. Outros marcadores que podem ter asso-ciação com esteatohepatite estão em estudo, tais como relação do TNF /adiponectina, citoqueratina-18 (CK-18), entre outros.

Os exames de imagem usualmente são a ultrassono-gra!a de abdômen ou tomogra!a computadorizada, mas somente a ressonância magnética melhor diferencia a es-teatose da esteatohepatite 11. A ultrassonogra!a hepática pode mostrar a imagem sugestiva de esteatose, com ate-nuação do feixe que é re#etido pelo excesso de gordura acumulada no fígado, mas para que seja detectada é ne-cessário que o hepatócito esteja in!ltrado com gordura 30% ou mais. As limitações da ultrasonogra!a são: é de-pendente do operador e sujeita a variação inter e intrao-bservador; não consegue de!nir esteatose ou !brose; não dá informação quantitativa do teor de gordura hepática. E quando o teor de gordura é menor do que 30%, di-minui bastante a sensibilidade.

A tomogra!a computadorizada também é de auxílio diagnóstico. A in!ltração gordurosa do fígado dá uma imagem de baixa densidade do parênquima na tomogra-!a. A esteatose é geralmente difusa, mas ocasionalmente pode ser focal, confundindo com lesão neoplásica. Nes-tes casos a ressonância magnética pode auxiliar no diag-nóstico diferencial.

A biópsia é o método que melhor avalia e existem classi!cações histológicas que permitem avaliar grau de in#amação e !brose. Em indivíduos com esteatohepatite não alcoólica, o clássico é encontrar esteatose, in!ltrado mono ou polimorfonuclear, balonização do hepatócito e necrose. Quando ocorre !brose é sinal de lesão hepática mais grave. A biópsia é de utilidade para avaliar se existe in#amação e !brose, condições estas nas quais poderia haver intervenção e efeito de tratamento com drogas. As desvantagens da biópsia são: ser um método invasivo, por vezes a amostra pode não ser representativa, a inter-pretação da histologia pode não ser adequada, ter custo elevado e risco de complicações.

O TratamentoComo a maioria dos pacientes é de obesos, é recomendá-vel mudança de estilo de vida, com modi!cações na dieta e aumento da atividade física. Só estas medidas já melho-ram a resistência à insulina, os per!s glicêmico e lipídico. Ainda não se sabe se após perda de peso possa haver me-lhora da esteatohepatite ou !brose. A perda de peso não deve ser maior do que um quilo por semana, pois o rápi-do emagrecimento pode acentuar a esteatose e !brose. O

recomendado é perder 10% do peso em seis meses. A cirurgia bariátrica melhora a esteatose e a esteatohe-

patite. Entretanto, alguns pacientes podem desenvolver doença hepática avançada por crescimento bacteriano do intestino transpassado e, mesmo, pela rápida perda de peso. Um estudo de metanálise de pacientes obesos após cirurgia bariátrica questiona melhora signi!cativa da esteatose.

Em relação a uso de medicações, o orlistate - que é um inibidor da lipase gástrica e pancreática, além de auxiliar na perda de peso e melhorar o per!l lipídico - melhorou também o grau de esteatohepatite e !brose após 6 a 12 meses de tratamento 12. O uso de orlistate 360mg/dia, durante 9 meses, em 50 indivíduos com diagnóstico de esteatohepatite por biópsia hepática melhorou a sensi-bilidade à insulina, a esteatose hepática e as alterações histológicas naqueles que tiveram perda de peso > 9%, quando comparado aqueles com perda de peso < 5%.

A sibutramina, droga usada no tratamento da obesi-dade, foi utilizada em combinação com dieta de muito baixa caloria e observou-se melhora da in!ltração gor-durosa do fígado.

Correntemente existem drogas em experiência para o tratamento da doença hepática gordurosa não alcoólica: • Antioxidantes, como vitamina C e E - Estudos mos-

tram que quando se administra 400 a 1200U de Vi-tamina E por 4 a 10 meses melhora a ecogenicidade hepática ao ultrassom.

• Ácido ursocólico - Tem efeito imunomodulador e cito-protetor. Efeitos colaterais mais comuns são vômitos e câimbras. Os efeitos a longo prazo são questionáveis.

• N acetilcisteina - Aumenta glutationa e protege do es-tresse oxidativo quando utilizado na dose de 1000mg /dia durante três meses. Estudos mostram diminuição das aminotransferases.

• Metformina - Tem efeito sensibilizador à ação da in-sulina, ou seja, diminui a resistência à insulina. Após seu uso ocorre diminuição das transaminases e das alterações histológicas 13.

• Rosiglitazona e pioglitazona - São medicações usadas no tratamento do diabetes tipo 2, que diminuem a resistência à insulina e melhoram os níveis de tran-saminases, além da esteatose e !brose 14-15. O uso de pioglitazona em diabetes tipo 2 leva a aumento da adiponectina e diminuição da gordura hepática e do número de adipócitos. Em pacientes não diabéticos com diagnóstico histológico de esteatose, a pioglita-zona foi utilizada na dose de 30mg durante 12 meses

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e observadas melhora dos parâmetros histológicos, injúria hepática e !brose.Recentemente, um estudo 16 sugeriu que a suplemen-

tação alimentar com carnitina 2g/dia durante 6 meses melhorou parâmetros da esteatose, do per!l lipídico, glicose, das enzimas hepáticas, HOMA, proteina C re-ativa e TNF .

Outras drogas em estudos de pequeno número de pa-cientes com doença hepática gordurosa não alcoólica são

mencionadas: betaina, ômega 3, losartana, pentoxi!lina, nateglinida, entre outras.

Concluindo, a doença hepática gordurosa não alco-ólica é uma das importantes causa de doença hepática crônica, levando à cirrose, insu!ciência hepática e he-patocarcinoma. É importante a sua detecção precoce e a recomendação de medidas preventivas e terapêuticas, especialmente correção dos distúrbios metabólicos quan-do associados. ●

Referências Bibliográ!cas

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BALA

NÇO

Em uma iniciativa pioneira, a ABESO lançou no ano de 2009 a Campanha Nacional de Combate à Obesida-de, com o objetivo de aumentar o nível de consciência da população, alertar para os riscos provenientes da doença e divulgar suas formas de prevenção e combate.

Por ser um problema de saúde pública que afeta mi-lhares de brasileiros e cresce exponencialmente com o passar dos anos, no Brasil e no mundo, a obesidade é um assunto que precisa ser discutido e difundido. Foi pen-sando nisso que a Associação desenvolveu a campanha, em parceria com o Programa Minha Escolha e apoio do laboratório farmacêutico Germed Pharma.

Segundo o especialista em endocrinologia, Dr. Mar-cio Mancini, presidente da ABESO na gestão 2008/2009 e responsável pelo início da campanha, “um fator im-portante, presente nas populações onde há obesidade, é a falta de informação”. Por isso, as campanhas de saú-de são importantes ferramentas, “já que a informação é uma estratégia fundamental de prevenção”, explica ele. “É uma forma efetiva de conscientizarmos a sociedade e buscarmos maneiras de reverter esse número tão alto de incidência da doença”.

Ação Informativa Para começar a difundir as mensagens de alerta da ABESO foi realizada uma grande ação informativa, di-rigida à imprensa nacional. A divulgação ressaltou os principais assuntos relacionados à doença, como epide-miologia, comorbidades, tratamento comportamental, atividade física, nutrição, tratamento medicamentoso e cirúrgico. Para tal, também foram criados canais de comunicação com o público, entre eles o site o!cial da campanha (www.combataobesidade.org.br), que traz dados gerais sobre a mobilização, folhetos informati-

vos e notícias sobre o assunto, além de detalhar os fa-tores de risco e os benefícios da prevenção para o pú-blico em geral.Além disso, o site conta com uma TV virtual que trans-mite mensagens médicas e nutricionais, aproximando o conhecimento cientí!co do público leigo. Os vídeos disponíveis abordam assuntos importantes referentes à obesidade: exercícios físicos, complicações da doença, cirurgia bariátrica e alimentação saudável. A iniciativa busca orientar a população sobre os riscos da obesida-de de forma interativa, por meio de um material expli-cativo com qualidade cientí!ca. O psiquiatra Adriano Segal, responsável pelo Departamento de Psiquiatria e Transtornos Alimentares da ABESO, comenta: “Num momento em que o número de barbaridades em termos de perda de peso é tão grande, uma sociedade como a nossa tem que se manifestar e atingir o público por to-das as vias disponíveis”.O engajamento dos pro!ssionais de saúde da ABESO, do Instituto Minha Escolha e dos porta-vozes da campa-nha foi muito importante para que a iniciativa tomasse corpo e, acima de tudo, se tornasse uma forma legítima de reconhecimento do trabalho de conscientização rea-lizado pela Associação.

Multiplicar o Conhecimento A ideia inicial do projeto foi motivada, também, pela vontade de multiplicar o conhecimento entre os pro!s-sionais especializados no combate à doença, além de for-mar a opinião pública através da imprensa, dos médicos de diversas especialidades e educadores, estimulando a adesão institucional de empresas, associações ou outras instituições para fazer a ideia crescer e atingir o maior número possível de pessoas.

ABESO no Combateà ObesidadeCampanha de prevenção mobiliza imprensa, pro!ssionais de saúde e público em várias cidades brasileiras

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Durante os nove meses de atividade, houve uma calorosa recepção da campanha por parte da imprensa nacional, que percebeu a importância dos alertas e reproduziu a mensagem dos médicos em seus veículos. Mais de 300 matérias foram publicadas por todo o território brasilei-ro, nos principais meios de comunicação - Globo News, Jornal da Band, Jornal da Gazeta, SBT Brasil, Jornal da Cultura, Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, Jor-nal da Tarde, Rádio CBN, Rádio Record, Revista Istoé, Viva Saúde, Portal Abril, Agência Estado e outros. As-sim como produção de artigos, reportagens e entrevis-tas em rádios, jornais, revistas e internet, de cidades de norte a sul do país.

Semana Nacional Em agosto, na abertura do XIII Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica (CBOSM), em Salvador, foram distribuídos folhetos educativos duran-te atividades dirigidas ao público leigo, como parte da Campanha.O auge da Campanha Nacional de Combate à Obesi-dade ocorreu entre os dias 11 e 16 de outubro, durante a Semana Nacional de Combate à Obesidade, evento que reuniu e mobilizou grandes especialistas no com-bate e prevenção da doença. “A obesidade é um im-portante problema de saúde pública e as associações de saúde, como a ABESO, devem mobilizar a socieda-de com eventos como esse para que haja um combate efetivo dessa epidemia”, explica a nutricionista Maria-na Del Bosco, membro do Departamento de Nutrição da ABESO.A semana foi escolhida por contemplar duas datas come-morativas muito importantes na prevenção à doença: 11 de outubro - o!cialmente, o Dia Nacional de Comba-te à Obesidade - e o dia 16, em que se comemora o Dia Mundial da Alimentação.A ABESO, juntamente com o Programa Minha Escolha, organizou atividades de conscientização e promoção de estilos de vida mais saudáveis, além de enfatizar a im-portância do acompanhamento médico e nutricional à população. “Estas atividades são fundamentais para pes-soas que ou têm dúvidas sobre o tratamento da obesida-de ou têm certezas erradas sobre ele”, conclui Dr. Segal.

Para o PúblicoAs atividades foram realizadas principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. “O fator primordial é que es-sas ações trazem à tona para a sociedade temas de grande

relevância, com informações corretas e de credibilidade”, explica o Dr. João Eduardo Salles, 1º Secretário Geral da ABESO na gestão 2008/2009. “No caso especí!co da obesidade, trouxe para discussão a importância de uma abordagem efetiva. É preciso lembrar que, além de ser crônica, ela ainda leva a outras doenças”, conclui ele.Na capital paulista, a população recebeu, no dia 16 de outubro, atendimento médico e nutricional gratuito no Parque do Ibirapuera. Foram atendidas mais de 200 pes-soas, que realizaram exames de glicemia e colesterol, che-caram a pressão arterial, mediram circunferência abdo-minal e passaram por uma avaliação com médicos e nu-tricionistas. A ABESO promoveu, também, um ciclo de palestras e debates sobre as consequências da obesidade no Shop-ping Metrô Tatuapé. Além disso, um estande da cam-panha foi montado no shopping para esclarecer as dúvi-das nutricionais da população. Somado a isso foram re-alizadas palestras de conscientização na Livraria Cultura. Já no Rio de Janeiro, o Hospital Copa D’Or e o Hemorio foram os locais escolhidos para promover as atividades da Campanha. A Hora do Café, no Hospital Copa D’Or, promoveu debate com funcionários, produzido pelo hos-pital, sob o tema Como Combater a Obesidade. En-quanto isso, o Hemorio realizou a Manhã de Combate à Obesidade, com palestras médicas e aula de ergonomia.

A Campanha ContinuaCoordenada pela Sintonia Comunicação, a Campanha Nacional contou ainda com o apoio do laboratório Ger-med Pharma, Tanita distribuidora autorizada, Dhoxa, Rede Dia a Dia, Techline e Roche.Considerada uma doença de alto risco, crônica e reinci-dente, a obesidade é, sem dúvida, preocupante e merece a devida atenção. A ABESO acredita que a informação é o melhor caminho para quem pretende trabalhar com a prevenção. Principalmente quando se trata de algo tão relevante quanto a manutenção do peso, chamando a atenção da população para determinados hábitos que precisam ser revistos. Por isso, este ano a Campanha continua, buscando sempre aumentar a consciência da população. ”Esperamos ampliar a ação em 2010/2011, atingindo o maior número de pessoas possível, de forma contínua e segura”, explica a presidente da ABESO, Dra. Rosana Radominski. “A ideia é promover  um melhor conhecimento sobre as causas do excesso de peso, suas complicações, e estimular a população para aquisição de hábitos de vida saudáveis”, conclui ela. ●

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Q ue as mulheres ganham peso após o parto não é novidade. E o que dizer das que não têm !lhos e também engordam? Segundo estudo publicado na edição de janeiro do "e American Journal

of Preventive Medicine, o motivo seria a existência de um companheiro. De acordo com a pesquisa, realizada com mais de seis mil mulheres australia-nas, durante 10 anos, as que possuem um parceiro engordam mais do que as que vivem sozinhas.

Em geral, o ganho de peso para uma mulher com 70 kg foi de 10 kg, com um !lho e um parceiro. Aquelas com parceiro e sem !lho, engordaram 7,5 kg; as que viviam sozinhas e não tiveram !lhos, ganharam 5 kg no de-correr de 10 anos.

Na opinião da principal autora do estudo, Annete J. Dobson, a gordu-ra a mais na mulher que teve !lho seria em razão de mudanças !siológicas, que ocorrem com o corpo da mãe para se adaptar ao peso extra, associado ao bebê, e que pode ser difícil de reverter.

Já Maureen A. Murtaugh, professora associada de epidemiologia na Uni-versidade de Utah, sugeriu que uma vida social mais ativa pode ajudar a ex-plicar porque as mulheres com parceiros engordam mais, sendo uma questão comportamental. ●

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Mulheres com Parceiro Engordam Mais

Artigo publicado na revista Cell Metabolism, em feve-reiro, revela a descoberta da

reação de um composto químico com a enzima “Fyn”, presente no corpo dos ratos, capaz de fazer com que o organismo comece a consu-mir gorduras, imediatamente. Esta enzima controla a atividade descrita pelos estudiosos como “o computa-dor mestre de energia”.

Na verdade, os pesquisadores já haviam demonstrado que os ratos que necessitam da enzima “Fyn” queimam mais ácidos graxos e gas-tam maior quantidade de energia, !cando mais magros. A constata-ção foi resultado dos níveis mais

altos do ativador principal de ener-gia AMPK nos tecidos adiposos e musculares.

A novidade, agora, tem como foco a descoberta de que a inibição química da enzima “Fyn” com um composto experimental, conhecido como “SU6656”, tem benefícios metabólicos relevantes para os ra-tos. No entanto, os testes clínicos com seres humanos não são adequa-dos, uma vez que a enzima “Fyn” e o AMPK não só acarretam efeitos so-bre a gordura e os músculos, como também para o cérebro. Assim, cabe agora aos cientistas encontrarem um composto que afete apenas os fato-res moleculares desejados. ●

Descoberto Mecanismo de Queima de Gorduras

Identificado Gene da Gordura

U ma equipe de cientistas aus-tríacos identificou o gene responsável pela criação da

gordura, além de ter conseguido re-gular seu funcionamento. A experi-ência foi feita em ratos de laboratório e é considerada uma descoberta pro-missora na luta contra a obesidade.

A pesquisa, feita por cientistas do Instituto de Biotecnologia Molecu-lar de Viena, foi publicada na revista Cell. O estudo é baseado nas funções armazenadas no gene Hedgehog. Já se sabia que esse gene é responsável por funções importantes na fase em-brionária de humanos e ratos, mas os cientistas descobriram que, na idade adulta, ele é responsável por regular o metabolismo dos lipídios.

Os pesquisadores conseguiram também regular o gene sem mudan-ças hormonais, para reduzir a criação de células adiposas brancas e manter com normalidade a geração das mar-rons. Em comparação feita entre ra-tos gêmeos, os que tiveram o gene re-gulado se apresentaram mais magros e com pouca gordura branca. ●

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A pesquisadora Emília Vitó-ria da Silva defendeu tese de doutorado na Faculdade de

Ciências da Saúde da Universidade de Brasília e concluiu que há pou-cas informações sobre obesidade na internet, a maioria delas errada. Entre os sites que foram considera-dos con!áveis, estava o da ABESO.Ao analisar a apresentação das pá-ginas, Emília observou se havia identi!cação do autor, da insti-tuição responsável, data de elabo-

ração do material e bibliogra!a. Foi atribuída uma pontuação a cada um desses itens, e o resulta-do deixou a desejar: apenas 39% dos sites informam quem é o au-tor e 69% indicam qual é a insti-tuição responsável. As referências bibliográ!cas aparecem em ape-nas 14% dos sites.O resultado é considerado preocu-pante, pois cada vez mais as pesso-as recorrem à internet para obter informações sobre saúde. ●

Pobreza Pode Ser Pior do que Obesidade

P esquisa publicada, em dezem-bro de 2009, no American Journal of Public Health, indi-

ca que ter renda !nanceira menor do que a média da população pode ser pior para a saúde do que a obesida-de e o tabaco.

Realizada pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, a pesquisa aponta que uma pessoa de baixo poder aquisitivo perde 8,2 anos de saúde perfeita, contra 6,6 anos de um fumante regular, 5,1 anos dos que tem alta evasão escolar e 4,2 anos de um obeso.

De acordo com os autores do es-tudo, baseado em dados de várias pesquisas que medem a saúde e a expectativa de vida dos americanos, o controle da obesidade e do taba-gismo são as mais importantes po-líticas de saúde pública atuais. No entanto, as taxas de evasão escolar e a pobreza, normalmente não muito consideradas nesse aspecto, seriam tão importantes quanto esses outros fatores nos Estados Unidos. ●

U ma cirurgia no cérebro, já usada com sucesso contra outras doen-ças, pode ser a esperança para acabar com a compulsão alimentar. Nos EUA, o método já é experimentado em obesos e o Brasil se

prepara para o início dos testes no ano que vem. A neuromodulação funciona com a inserção de um eletrodo na área do cé-rebro que controla o apetite. Um cabo !níssimo é introduzido sob a pele e conectado a um marca-passo. Os impulsos enviados ao cérebro liberam dopamina. Segundo o neurocirurgião Paulo Niemeyer, a cirurgia é usada para Mal de Parkinson, epilepsia, depressão e até para alguns tipos de dor de cabeça, e pode ajudar aqueles obesos que comem compulsivamente, que tenham um distúrbio emocional relacionado com alimentação. ●

Cirurgia Contra Compulsão Alimentar

Tanto o exercício físico quanto a restrição alimentar evitaram que ra-tos obesos desenvolvessem disfunção cardíaca, segundo um estudo feito na Faculdade de Medicina em colaboração com a Escola de

Educação Física e Esporte, ambas da Universidade de São Paulo (USP).De acordo com o orientador do estudo Carlos Eduardo Negrão, dire-

tor da Unidade de Reabilitação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício do Instituto do Coração (InCor) do HC da Faculdade de Medicina da USP, as alterações cardíacas decorrentes da obesidade podem ser evitadas se a restrição alimentar ou o exercício físico for utilizado como conduta não medicamentosa para interromper o processo crônico de obesidade. ●

Dieta ou Exercício Evitam Disfunção Cardíaca

Internet Informa Pouco e Errado Sobre Obesidade

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ABRIL 2010

7º EndofemininaData: 15 e 16Local: Gramado, RSInformações: www.endofeminina.com.br/index.html

AACE 19th Annual Meeting and Clinical CongressData: 21a 25Local: Boston, EUAInformações: www.aace.com/meetings/ams/2010/

MAIO 2010

9º Congresso Paulista de Diabetes e MetabolismoData: 13 a 15Local: Águas de São Pedro, SPInformações: www.eventus.com.br/diabe-tes / Tel.: (11) 3361-3036

"e 3rd World Congress on Controversies to Consensus in Diabetes, Obesity and Hypertension (CODHy)Data: 13 a 16Local: Praga, República TchecaInformações: www.comtecmed.com/co-dhy/2010/

II Congresso Paulista de Nutrição EsportivaData: 18Local: São Paulo, SPInformações: http://www.nutricaoclinica.com.br/Eventos/Congressos-2010/con-gressos-imen-2010.html / Tel.: (11) 3287-1800 / 3253-2966

JUNHO 2010

14º Encontro Brasileiro de TireoideData: 3 a 6Local: Florianópolis, SCInformações: www.ebt2010.com.br / Tel.: (48) 3322-1021

AGEN

DA

EndoRecife 2010Data: 10 a 12Local: Recife, PEInformações: Tel.: (81)  2125-7473

ENDO 2010Data: 19 a 22Local: Califórnia, EUAInformações: www.endo-society.org/mee-tings/Annual/index.cfm

69th Scienti!c Sessions - ADAData: 25 a 29 Local: Flórida, EUAInformações: h"p://scienti!csessions.diabe-tes.org

JULHO 2010

II E.B.E.P - Encontro Brasileiro Endocrinologia PediátricaData: 02 e 03Local: São Paulo, SPInformações: h"p://www.growup-eventos.com.br/v1/evento.php?eventoID=73

XI International Congress on Obesity – ICO 2010Data: 11 a 15Local: Estocolmo, SuéciaInformações: www.ico2010.org/awards

AGOSTO 2010

VII Congresso Paulista de Nutrição Humana

VIII Congresso Paulista de Nutrição ClínicaData: 25 a 27Local: São Paulo, SPInformações: www.nutricaoclinica.com.br/Eventos/Congressos-2010/congressos-imen-2010.html / Tel.: (11) 3287-1800 / 3253-2966

SETEMBRO 2010

29º Congresso Brasileiro de Endocrinologia e MetabologiaData: 4 a 7

Local: Gramado, RSInformações: www.cbem2010.com.br/ Tel.: (51) 3028-3878

46th EASD Annual MeetingData: 20 a 24Local: Estocolmo, SuéciaInformações: www.easd.org

Mega Evento de Nutrição 2010Data: 30/09 a 03/10Local: São Paulo, SPInformações: www.nutricaoempauta.com.br / E-mail: [email protected] / Tel.: (11) 5041-9321

OUTUBRO 2010

XXI Reunião da Sociedade Latino-Americana de Endocrinologia Pediátrica – SLEP 2010Data: 27 a 30Local: Costa do Sauípe, BAInformações: w w w.eventus.com.br/slep2010/ Tel.: (55) 3361-3056

NOVEMBRO 2010

Congresso da ALAD 2010 - Associação Latino-Americana de DiabetesData: 7 a 11Local: Santiago, ChileInformações: h"p://alad-latinoamerica.org/

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Referência Bibliográfica:1) Ballinger A. Orlistat in the treatment of obesity. Expert Opinion Pharmacother. 2000 May 1 (4) : 841-7.

Minibula Xenical® (orlistate)Composição: cápsula com 120 mg de orlistate. Apresentações: Caixas com 42 e 84 cápsulas. Indicações: Tratamento a longo prazo de pacientes com sobrepeso ou obesidade, incluindo pacientes com fatores de risco associados à obesidade, em conjunto com dieta levemente hipocalórica. Eficaz no controle do peso a longo prazo e na melhora dos fatores de risco associados ao excesso de peso (intolerância à glicose, diabetes tipo 2, hiperinsulinemia, hipercolesterolemia hipertensão), além de proporcionar redução da gordura visceral. Xenical® em conjunto com dieta levemente hipocalórica e antidiabéticos orais e/ou insulina, promove controle glicêmico adicional em pacientes com diabetes tipo 2 com sobrepeso ou obesidade. Contra-indicações: Síndrome de má-absorção crônica; colestase; hipersensibilidade ao orlistate ou componentes da fórmula. Advertências: Os pacientes devem ser aconselhados a seguir orientações nutricionais, pois a possibilidade de ocorrência de eventos gastrintestinais pode aumentar se Xenical for administrado com alimentos ricos em gorduras. O uso suplementar de polivitamínico deve ficar a critério médico, caso ocorra necessidade. Uso não recomendado durante a gravidez. Não deve ser administrado durante a lactação. Interações: A perda de peso induzida por Xenical®, pode gerar necessidade de redução das doses de hipoglicemiantes orais em diabéticos do tipo 2. Pode haver redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina. Pode haver diminuição da absorção da vitamina D, E e bata-caroteno. Monitorar parâmetros da coagulação (INR) em pacientes tratados com anticoagulante oral. Potencial redução do efeito terapêutico da amiodarona. Reações adversas: As principais estão relacionadas ao efeito farmacológico de Xenical®: desconforto/dor/distensão abdominal, flatulência, perdas oleosas, fezes amolecidas ou líquidas, aumento de evacuações gordurosas, incontinência fecal, distúrbios dentais ou gengivais. Foram relatados raros casos de erupção bolhosa, aumento das transaminases e fosfatase alcalina e hepatite. Posologia: Uma cápsula de 120 mg junto às três refeições principais (durante ou até uma hora após). Não foram realizados estudos clínicos em pacientes com insuficiência hepática ou renal, ou em crianças. Via de administração oral. Venda sob prescrição médica. USO ADULTO. Registro MS: 1.0100. 0547. Se persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado. Informações adicionais disponíveis à classe médica mediante solicitação a Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos S.A. - Av. Engenheiro Billings, 1729 Jaguaré - CEP 05321-900 - São Paulo - SP - Brasil. Setembro/2009

Contraindicações: Síndrome de má absorção crônica, colestase. Reações adversas: As principais estão relacionadas à baixa adesão às orientações nutricionais e ao próprio mecanismo de ação: fezes amolecidas e oleosas, aumento de evacuações gordurosas. Interações: Anticoagulante oral, amiodarona, ciclosporina.

A AÇÃO LOCAL DE XENICAL® (ORLISTATE) REDUZ A ABSORÇÃO DE GORDURA

COM MÍNIMOS EFEITOS ADVERSOS SISTÊMICOS.1

ONDE TEM GORDURA, VOCÊ SABE QUE HÁ MUITO MAIS.