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Encontro de Maceió Conselho dos Tribunais de Justiça realiza 113º Encontro na capital do Estado de Alagoas Rede nacional de segurança Governadores de Estados estudam plano para combater o narcotráfico nas fronteiras. Novos presidentes de TJs TOMAM POSSE Tribunais de Justiça do Brasil renovam comando sob o signo da modernização, com foco em eficiência, celeridade e qualidade na prestação jurisdicional REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA EDIÇÃO 16 ANO IV / MARÇO DE 2018

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Encontro de Maceió Conselho dos Tribunais de Justiça realiza 113º Encontro na capital do Estado de Alagoas

Rede nacional de segurança Governadores de Estados estudam plano para combater o narcotráfico nas fronteiras.

Novos presidentes de TJsTOMAM POSSE

Tribunais de Justiça do Brasil renovam comando sob o signo da modernização,

com foco em eficiência, celeridade e qualidade na prestação jurisdicional

REVISTA DO

CONSELHO D O S T R I B U N A I S D E J U S T I Ç A

REVISTA DO

EDIÇÃO 16 ANO IV / MARÇO DE 2018

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A sua cooperativa Juriscred agora pertence a um Sistema Financeiro Nacional, com maisde 1.500 agências espalhadas em 21 estadosda federação.

Abra uma conta com a 1ª Instituição Financeira Cooperativa do Brasil.

sicredinne.com.br/juriscred

A sua cooperativa Juriscred agora pertence a um Sistema Financeiro Nacional, com maisde 1.500 agências espalhadas em 21 estadosda federação.

Abra uma conta com a 1ª Instituição Financeira Cooperativa do Brasil.

sicredinne.com.br/juriscred

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DES. OTÁVIO LEÃO PRAXEDESPresidente do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas (TJAL).

Na contramão dos efeitos da crise fi nanceira que perma-necem presentes até os dias hodiernos e ciente dos desa-fi os da justiça no século XXI, onde a sociedade não mais aceita uma postura omissa e passiva do Poder Judiciário, que não deve se limitar a ape-nas julgar casos de microliti-giosidade, mas também con-tribuir para composição dos macrodesafi os da sociedade, como a redução das desigual-dades sociais, o Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas tem perseguido uma constan-te modernização e um efeti-vo exercício das suas funções institucionais.

Nesse contexto, pautado por uma postura austera e transparente, este Sodalício, em pouco mais de 01 (um) ano, desde o início do ano de 2017 (dois mil e dezessete), com o objetivo de enfrentar com dignidade as deman-das da sociedade e disponi-

bilizar uma plena prestação jurisdicional, no tocante à estrutura física e de pessoal, nomeou e empossou 24 (vin-te e quatro) candidatos apro-vados no concurso público para o cargo de juiz; criou o segundo cargo de assessor para todas as unidades judi-ciárias do estado de Alagoas, que até então só possuíam 01 (um) assessor; efetivou a nova lei do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração e defl agrou um novo certame para a nomeação de novos servidores, com perspectiva de homologação e início das nomeações para o mês de ou-tubro do exercício corrente, a fi m de prestigiar o servidor público efetivo, conforme exige a nossa Carta Magna; e, fi nalmente, inaugurou 03 (três) novos fóruns.

Ademais, quanto ao alcance social do Poder Judiciário ala-goano, que ultrapassa os limi-tes da prestação jurisdicional,

Os desafi os e conquistas do Poder Judiciário do Estado de Alagoas

APRESENTAÇÃO

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ao mesmo tempo em que atenua o seu exercício, são dignos de relevo os 2.500 (dois mil e quinhentos) casamentos coletivos rea-lizados, além de 45 (qua-renta e cinco) mutirões em todo o estado de Ala-goas, os quais benefi cia-ram cerca de 40.000 (qua-renta mil) pessoas, ambos realizados pelo projeto “Justiça Itinerante”; e o lan-çamento da terceira fase do projeto “Moradia Legal”, um projeto consagrado do TJAL que já benefi ciou mais de 30.000 (trinta mil) famílias carentes alagoanas com a regularização da propriedade do respectivo bem imóvel familiar desti-nado à moradia, o qual foi aprimorado na gestão atu-al, uma vez que o referido projeto benefi ciará a partir de agora, também, aqueles que são possuidores de bens imóveis integrantes de pro-gramas de habitação.

Merece destaque, ainda, o inédito projeto “Rural Legal”, criado após o sucesso do “Moradia Legal”, que tem por fi nalidade a regularização fundiária de pequenos imóveis rurais destinados

à subsistência de famílias agricultoras, bem assim os atos preparatórios para a criação de uma Câmara de Conciliação de Saúde – CCS/AL, cujo objetivo é a solução administrativa das demandas por saúde, a qual se encontra em fase fi nal de concretização.

Ressalte-se, fi nalmente, que essa função proativa do Poder Judiciário ala-goano tem sido exercida com moderação, sem ar-rogância profi ssional ou isolamento elitista, a fi m de afastar a tentação da adoção de uma atuação socialmente redentora que, a despeito de repelir o tradicional passivismo da justiça, assuma uma pos-tura institucionalmente dominadora em relação aos outros poderes.

Nessa perspectiva, percebe-se que o Judici-ário alagoano continua trilhando a sua história, que se revela como uma verdadeira “professora do tempo”, afi nal, ela nos mostra os erros e acertos do passado, bem assim nos permite compreender o presente para pavimen-tar o futuro.

(...) o Judiciário alagoano continua trilhando a sua história, que se revela como uma verdadeira “professora do tempo”, afi nal, ela nos mostra os erros e acertos do passado, bem assim nos permite compreender o presente para pavimentar o futuro."

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Encontro discute autonomia da Justiça

No 112º Encontro do Conselho dos

Tribunais de Justiça, tema central foi a

independência do Judiciário. PÁGINAS 8 E 9.

Conselho defendemudanças em projeto

Desembargador Pedro Bitencourt

Marcondes discute alterações na lei do

teto remuneratório. PÁGINAS 10 E 11.

Proposta cria rede nacional de segurança

Em encontro no Acre, governadores

discutem criação de rede nacional para

combater o narcotráfico. PÁGINAS 25 A 27.

EDITORA RESPONSÁVEL

EDITORA PRESERVAR LTDACNPJ : 14.936.539/0001-61

EDITOR RESPONSÁVEL

WALBERT MONTEIRO DRT 1095/PA

FOTOSASSESSORIAS DOS TRIBUNAIS

DE JUSTIÇA, CNJ, WIKIMEDIA, FREEIMAGES.

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NESTA EDIÇÃO

EXPEDIENTE

Maceió recebe presidentes de TJsA capital de belas praias e de rica tradição cultural abre as portas para o 113º Encontro do Conselho de Tribunais de Justiça, de 1º a 3 de março. Na pauta, o aprimoramento da Justiça. PÁGINAS 58 A 63.

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇACONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

Tribunal de Justiça do Acre Desa. DENISE BONFIM(2017-2019)

Tribunal de Justiça de AlagoasDes. OTÁVIO LEÃO PRAXEDES(2017-2019)

Tribunal de Justiça do Amapá Des. CARLOS TORK(2017-2019)

Tribunal de Justiça do Amazonas Des. FLÁVIO HUMBERTO PASCARELLI LOPES (2016-2018)

Tribunal de Justiça da Bahia Des. GESIVALDO BRITTO (2018-2019)

Tribunal de Justiça do Ceará Des. FRANCISCO GLADYSON PONTES(2017-2019)

Tribunal de Justiça do DF e Territórios Des. MÁRIO MACHADO VIEIRA NETTO (2016-2018)

Tribunal de Justiça do Espírito Santo Des. SÉRGIO LUIZ TEIXEIRA GAMA(2018-2019)

Tribunal de Justiça de Goiás Des. GILBERTO MARQUES FILHO(2017-2019)

Tribunal de Justiça do Maranhão Des. JOSÉ JOAQUIM FIGUEIREDO DOS ANJOS (2018-2019)

Tribunal de Justiça do Mato Grosso Des. RUI RAMOS RIBEIRO(2017-2019)

Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul Des. DIVONCIR SCHREINER MARAN(2017-2019)

Tribunal de Justiça de Minas Gerais Des. HERBERT JOSÉ ALMEIDA CARNEIRO(2016-2018)

Tribunal de Justiça do Pará Des. RICARDO FERREIRA NUNES(2017-2019)

Tribunal de Justiça da Paraíba Des. JOÁS DE BRITO PEREIRA FILHO(2017-2019)

Tribunal de Justiça do Paraná Des. RENATO BRAGA BETTEGA(2017-2019)

Tribunal de Justiça de Pernambuco Des. ADALBERTO DE OLIVEIRA MELO (2018-2019)

Tribunal de Justiça do Piauí Des. ERIVAN JOSÉ DA SILVA LOPES(2016-2018)

Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Des. MILTON FERNANDES DE SOUZA(2017-2019)

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte Des. EXPEDITO FERREIRA DE SOUZA(2017-2019)

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Des. CARLOS EDUARDO ZIETLOW DURO (2018-2019)

Tribunal de Justiça de Rondônia Des. WALTER WALTERNBERG SILVA JÚNIOR (2018-2019)

Tribunal de Justiça de Roraima Des. ELAINE BIANCHI (2017-2019)

Tribunal de Justiça de Santa Catarina Des. RODRIGO COLLAÇO(2018-2019)

Tribunal de Justiça de São PauloDes. MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA CALÇAS (2018-2019)

Tribunal de Justiça de Sergipe Des. CEZÁRIO SIQUEIRA NETO (2017-2019)

Tribunal de Justiça do Tocantins Des. EURÍPEDES LAMOUNIER(2017-2019)

CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

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Des. JOSÉ FERNANDES FILHO Des. MARCUS ANTONIO DE SOUZA FAVER

Des. MILTON AUGUSTO DE BRITO NOBRE

CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

COMISSÃO EXECUTIVA

REGIÃO NORTEDes. FLÁVIO HUMBERTO PASCARELLI LOPES (TJAM)

REGIÃO NORDESTEDes. CLEONES CARVALHO CUNHA (TJMA)

REGIÃO SUDESTEDes. PAULO DIMAS DE BELLIS MASCARETTI (TJSP)

REGIÃO SULDes. LUIZ FELIPE SILVEIRA DIFINI (TJRS)

REGIÃO CENTRO-OESTEDes. JOÃO MARIA LÓS (TJMS)

MEMBROSDes. PAULO ROBERTO VASCONCELOS (TJPR)

Des. LEOBINO VALENTE CHAVES (TJGO)

Des. JOSÉ CARLOS MALTA MARQUES (TJAL)

Des. RONALDO EURÍPEDES DE SOUZA (TJTO)

Des. RUI RAMOS RIBEIRO (TJMT)

Des. FREDERICO RICARDO DE ALMEIDA NEVES (TJPE)

Desa. MARIA CEZARINETE SOUZA AUGUSTO ANGELIM (TJAC)

Des. GETÚLIO VARGAS DE MORAES OLIVEIRA (TJDFT)

Desa. MARIA DO SOCORRO BARRETO SANTIAGO (TJBA)

Des. LUIS ARAÚJO MENDONÇA (TJSE)

EX-PRESIDENTES

PRESIDENTE Des. PEDRO CARLOS

BITENCOURT MARCONDES (TJMG)

VICE-PRESIDENTES

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FOTOS: ASCOM TJMT

Presidentes de Tribunais de Justiça na foto oficial

do 112º Encontro. Na pauta, independência e

produtividade.

O Conselho dos Tribunais de Justiça reuniu em Cuiabá (MT), nos dias 14 e 15 de setembro de 2017, os presidentes de TJs para, entre outros assuntos, discutir três temas relevantes ao Poder Judiciário bra-sileiro: produtividade, efi ciência e autonomia. A cerimônia de abertura do 112º Encontro do Conselho dos Tribunais de Justiça contou com a apresentação do sexteto da Orques-tra do Estado de Mato Grosso, que, além de executar músicas regionais,

MPB e clássicos, acompanhou o índio Márcio Bororo, que cantou o mantra milenar e interpretou o Hino Nacional Brasileiro, na língua bororo e também em português.

O anfi trião, presidente do Tri-bunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargador Rui Ramos Ribeiro, deu as boas-vindas aos cole-gas de magistratura falando sobre a importância do evento em momen-to em que a realidade do país requer a unidade e planejamento para a me-

lhoria da atividade jurisdicional.Ao fazer uso da palavra, ao mes-

mo tempo em que agradeceu a acolhida dos mato-grossenses, o presidente do Conselho, desembar-gador Pedro Bitencourt Marcondes, ressaltou as questões importantes que seriam debatidas, “já que afetam diretamente o exercício da atividade do Judiciário”. O magistrado disse ainda que serão tratadas matérias que permitam a troca de experiên-cias entre os 27 tribunais. “E nessa oportunidade expresso meu apoio e solidariedade ao anfi trião do evento.” Ele também destacou a importân-cia da troca de experiência entre os tribunais, já que o Conselho tem a

No Mato Grosso, 112º Encontro debate efi ciência e autonomiaDEMANDA| Presidentes dos TJs analisam cenário da Justiça

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função de ajudar os TJs na sua gestão e na otimização da prestação jurisdi-cional. “Justamente nessa crise que nós vivemos, seja econômica, fi nanceira e orçamentária, os desafi os são grandes, assim como as demandas e o clamor pela justiça. O Poder Judiciário é cada vez mais demandado e também prota-gonista hoje da cena nacional."

Presente ao evento, o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, falou sobre a oportunidade de mostrar aos representantes do Judiciário brasi-leiro um pouco de seu Estado que se destaca pela produção de algodão, girassol, milho, diamantes e tem o maior rebanho bovino do país.

PROGRAMAÇÃOOs trabalhos de sexta-feira tiverem

início com a palestra do secretário da Fazenda do Estado de Mato Grosso, que falou sobre “O ajuste fi scal federal (teto de gastos) e seu impacto no Poder Judiciário. Cenários Macroeconômicos para 2017-2020 no Brasil”. Em seguida, a juíza assessora da Presidência do TJRS, Cristiane Hoppe, falou sobre “Estratégias para buscar a independência fi nanceira do Poder Judiciário no Rio Grande do Sul” e a assessora-chefe de Gestão Socioambiental do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ketlin Feitosa Scartezini, discorreu sobre “Sustentabilidade na

Administração Pública”.O período da tarde foi reser-

vado à discussão de assuntos ins-titucionais de interesse de toda a magistratura nacional.

A juíza Cristiane Hoppe, apresentou duas iniciativas que têm permitido o alcance da meta de incrementar a au-tonomia fi nanceira do Poder Judiciário local. O primeiro projeto visa à centra-lização da cobrança das custas judiciais fi nais e o segundo envolve a auditoria da prestação de contas dos cartórios extrajudiciais onde atuam interinos e há, consequentemente, aplicação de teto constitucional à remuneração.

A desembargadora Denise Bonfi m, presidente do Tribunal de Justiça do Acre, participou do 112º Encontro do Conselho dos Tribunais de Justiça, rea-lizado em Mato Grosso entre a quinta--feira (14) e a sexta-feira (15). Do even-to também participou o juiz-auxiliar da Presidência, Lois Arruda, integrando a agenda de trabalhos. A desembarga-dora Cezarinete Angelim, membro do Conselho de Presidentes, também inte-grou a agenda institucional.

O evento também foi realizado na ci-dade de Chapada dos Guimarães, com a participação de diversas autoridades.

(Da Ascom do TJMT)

Desembargador Pedro Bitencourt

Marcondes, presidente do

Conselho, destacou as demandas que

recaem sobre o Judiciário.

Presidente do TJMT, desembargador Rui Ramos Ribeiro.

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇACONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

Convidado pelo relator do Projeto de Lei nº 6726/16, que regulamenta o teto remunera-tório dos servidores públicos, deputado Rubens Bueno (PPS--PR), o presidente do Conselho

dos Tribunais de Justiça, desem-bargador Pedro Bitencourt, par-ticipou de audiência pública na Comissão Especial que analisa a matéria. Manifestando a preocu-pação do Conselho de participar

deste debate de forma positiva e proativa, o desembargador Pedro fez uma exposição sobre o desafio do Congresso de alterar pontos polêmicos em discussão, como o auxílio-moradia e a incidência do teto quando da acumulação de cargos.

O desembargador discorreu sobre inconstitucionalidades for-mais e materiais do projeto, tais como considerar a somatória dos estipêndios dos cargos acu-muláveis para o atingimento do teto remuneratório, ao invés de

CÂMARA / DIVULGAÇÃO

Na Comissão Especial, o desembargador Pedro

Bitencourt (à direita) manifestou preocupação dos magistrados.

Conselho participa de audiência sobre teto remuneratório do servidor públicoDEBATE | Desembargador Pedro Bitencourt propõe mudanças em projeto

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇACONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

MARÇO 2018 11

DIVULGAÇÃO

fazê-lo de forma isolada, como decidiu recentemente o Supre-mo Tribunal Federal (STF); a incompetência da União para discriminar quais são as ver-bas de natureza remuneratória e indenizatória (matéria emi-nentemente administrativa), de modo a vincular os demais entes da federação; impossi-bilidade de se considerar de-terminada verba de natureza indenizatória e, ao mesmo tem-po, remuneratória, apenas em razão de seu valor. Pedro Bi-tencourt sugeriu a supressão de vários dispositivos, mormente aquele que limita o pagamento de verbas devidas e não pagas.

Sobre o auxílio-moradia, o presidente da Comissão, depu-tado Rubens Bueno, disse que o pagamento é imoral e que a so-ciedade está cobrando sua supres-são. O deputado Milton Monti argumentou que o Congresso não tem a intenção de acabar com o auxílio-moradia, mas, na sua opi-nião, é preciso a comprovação da moradia, ou do recolhimento do imposto de renda.

Em resposta aos questiona-mentos, o desembargador Pedro Bitencourt disse que o auxilio--moradia tem previsão legal e era devido não somente a juí-zes e membros do Ministério Público, como a parlamentares e servidores que preenchem os requisitos previstos em lei ou regulamento. Argumentou, em relação à indagação do deputa-do Milton Monti, que a norma contida no art. 65,§ 1º, da LO-MAN, estabelece uma compen-sação de natureza pecuniária aos magistrados que exercem jurisdição em comarcas que não possuem residência oficial para o juiz, daí porque sua natureza indenizatória e desnecessidade de comprovação de moradia.

Desembargador Pedro Biitencourt (à esquerda) com o deputado André Moura (PSC-SE).Ao lado, da esquerda para a direita: desembargadora Tania Vasconcelos, senadora Angela

Portela, desembargadora Elaine Bianchini e desembargador Pedro Botencourt.

PRESIDENTE NEGOCIA COM A COMISSÃO ESPECIAL DO EXTRATETO

Tão logo foi instalada a Comissão Es-pecial que analisa o PL 6726/16, sobre o teto remuneratório, o presidente do Conselho dos Tribunais de Justiça, de-sembargador Pedro Bitencourt, retornou a Brasília onde retomou conversas com integrantes da Comissão e lideranças do Congresso. Em um longo encontro com o presidente da Comissão, deputado Benito Gama (PTB/BA), o desembargador dis-se que a Comissão deve fazer alterações viáveis que vissem melhorar a proposta relatada pela senadora Katia Abreu. Nes-ta oportunidade, Benito antecipou convite para que o Conselho se manifestasse em audiência pública realizada na Comissão (texto ao lado).

O presidente Pedro Bitencourt este-ve com o deputado Nilson Leitão (PSDB/MT), presidente da FPA/2017 e membro titular da Comissão Especial, e se reuniu com o líder do governo no Congresso, de-putado André Moura (PSC/SE), que tam-bém é membro da Comissão. André Mou-ra afirmou que será difícil a rejeição total da matéria e sugeriu a apresentação de propostas que possam aprimorar o texto aprovado pelo Senado.

Alguns encontros contaram com a presença das desembargadoras Elaine Bianchini, presidente do TJRR, e Tania

Vasconcelos, presidente do TRE/RR. Os três tiveram uma longa reunião com a senadora Angela Portela (PDT/RR). Em discussão sobre o PL 6726/16, que trata do teto, a senadora mostrou-se simpáti-ca às ponderações sobre a necessidade de alterações no projeto e se colocou à disposição para ajudar no retorno da proposta ao Senado.

Em seguida, eles estiveram com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que está ciente de que os valores recebidos por juízes e desembargadores cumprem o estabelecido em leis. O senador Jucá, conhecido como o maior articulador go-vernista, também sugeriu a elaboração de proposta que aperfeiçoe os projetos, mini-mizando os efeitos do que está em discus-são para votação na Câmara.

Como o projeto deverá ser aprovado com alterações, a matéria seguirá para uma nova apreciação pelos senadores. O líder Romero Jucá alertou o Conselho sobre a necessidade de um acordo para que as prováveis alterações que serão feitas pelos deputados tenham o apoio do Senado. É que, se alterado, restarão aos senadores duas opções: ou aprovam o texto que for negociado na Câmara ou restabelecem o texto da relatora Katia Abreu. (Por Gisele Arthur)

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MARÇO 201812

REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇACONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

O desembargador Pedro Car-los Bitencourt Marcondes, presi-dente do Conselho dos Tribunais de Justiça, esteve em audiência com a ministra Cármen Lúcia, no Supremo Tribunal Federal (STF),

no dia 15 de janeiro de 2018, para tratar de assuntos de inte-resse da magistratura: reforma da Previdência, auxílio mora-dia e auxílio saúde, limite re-muneratório, projetos em tra-

mitação no Congresso Nacional, entre outros.

O presidente Bitencourt de-monstrou preocupação em relação à reforma da Previdência principal-mente pelo fato da possibilidade de a Magistratura fi car na “vala comum”, ou seja, a aplicação das mesmas re-gras pertinentes ao setor privado, "mesmo com a existência das limi-tações decorrentes do exercício da Magistratura."

NELSON JR./SCO/STF RENATA CALDEIRA / TJMG

Ministra Cármen Lúcia e desembargador Pedro

Bitencourt falaram de questões pertinentes aos

magistrados do Brasil.Audiência no STF trata de reformas e seus efeitos para a MagistraturaENCONTRO | Ministra Cármen Lúcia recebeu desembargador Pedro Bitencourt

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇACONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

MARÇO 2018 13

AGÊNCIA CÂMARA

Deputado Rodrigo Maia (à direita) e ministro Alexandre

de Moraes, do STF, que preside a Comissão.

O presidente da Câmara, Rodri-go Maia (DEM-RJ), criou uma co-missão de juristas para elaborar um anteprojeto de lei para tornar mais rigorosas as penas e o combate ao tráfi co de drogas e armas no País. O grupo, presidido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), vai elaborar um anteprojeto com “medidas in-vestigativas, processuais e de regime de cumprimento de pena”. Segundo Maia, a previsão é que o texto esteja pronto para ser votado no Plenário da Câmara até meados de 2018.

No ato da criação do grupo de

trabalho, também estão previstas audiências públicas e reuniões com representantes do Judiciário, com a participação do Conselho dos Tribunais de Justiça, do Ministério Público, de administrações peniten-ciárias estaduais e da sociedade civil organizada. O ministro Alexandre de Moraes disse que o objetivo não é re-ver aumento de penas, mas criar ins-trumentos que garantam uma justiça mais célere e melhorem a investigação para combater o crime organizado. “Vamos criar uma legislação enxuta e moderna com base em exemplos do exterior e no princípio da proporcio-

nalidade”, disse Moraes. Farão parte do grupo de trabalho oito espe-cialistas em Direito Penal:

- o presidente do Conselho de Po-lítica Criminal e Penitenciária, desem-bargador Cesar Mecchi Morales;

- a defensora pública da União Érica de Oliveira Hartmann;

- o procurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo, GianpaoloPoggioSmanio;

- o subprocurador-geral da Repúbli-ca, José Bonifacio Borges de Andrada;

- a promotora de Justiça da Bahia Mônica Barroso Costa;

- a advogada Patrícia Vanzolini;- o advogado Renato da Costa

Figueira; e - o advogado Renato de Mello

Jorge Silveira.A atividade dos integrantes do

grupo não será remunerada e eles só terão direito ao custeio dos gastos com transporte e hospedagem.

Comissão de juristas vai rever penas contra o crime organizadoMETA | Objetivo é ampliar o combate ao tráfico de drogas e armas no Brasil

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MARÇO 201814

REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇACONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

1. LINHAS ORIENTADORASAs normas e valores fundamentais as-

sentados na Constituição da República afl oram como a grande cepa do novo pro-cesso civil brasileiro. Os intérpretes-apli-cadores das leis, no exercício da função jurisdicional, estão impelidos a emprestar especial relevo à conciliação e à mediação (artigo 3º, § 3º), à prevalência da decisão integral de mérito, em prazo razoável e sem dilações indevidas (artigo 4º), e aos princípios da boa-fé (artigo 5º), da coope-ração (artigo 6º), e do contraditório (artigos 7º, 9º e 10), sempre com os olhos voltados ao atendimento dos fi ns sociais e das exi-gências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa huma-na, com observância da proporcionalidade, da razoabilidade, da legalidade, da publici-dade e da efi ciência (artigo 8º).

A ideia fundamental daí adveniente é a de que os litígios devem ser resolvidos de forma justa e eficiente, imprimindo--se maior rapidez aos pronunciamentos judiciais, sem descurar-se da previsi-bilidade inerente à segurança jurídica. Compreende-se, assim, a essência ética inspiradora do fortalecimento do Direi-to Jurisprudencial no moderno proces-so civil pátrio, com destaque particular para a explícita imposição no sentido de que Juízes e tribunais devem obedecer (i) as decisões do Supremo Tribunal Fe-deral em controle concentrado de cons-titucionalidade, (ii) os enunciados de súmula vinculante; (iii) os acórdãos em incidente de assunção de competência, ou de resolução de demandas repetiti-vas e em julgamento de recurso extra-ordinário ou especial repetitivos; (iv)

os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitu-cional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; e (v) a orientação do plenário ou do órgão es-pecial aos quais estiverem vinculados (artigo 927 do NCPC).

2. OBSERVAÇÕES PRELIMINARES

O legislador de 2001, inspirado no Re-gimento interno do Superior Tribunal de Justiça (artigos 12, parágrafo único, inciso II, e 14, inciso II), editou a lei nº 10.352-01, de 26 de Dezembro, com a qual acres-centou o § 1º ao artigo 555, do CPC-73, vasado nos seguintes termos: “Ocorren-do relevante questão de direito, que faça conveniente prevenir ou compor diver-gência entre câmaras ou turmas do tribu-nal, poderá o relator propor seja o recur-so julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar”. Cuidou-se, bem se percebe, de introduzir, no diploma pro-cessual civil pátrio, pela primeira vez, uma nova técnica de deslocamento da competência para julgar o recurso, de um órgão fracionário menor, para outro de maior envergadura, por proposição do relator, quando a pretensão versasse sobre relevante questão de direito, isso com o objetivo de prevenir ou compor divergência entre órgãos colegiados de um mesmo tribunal, para uniformizar a jurisprudência, garantindo, assim, a previsibilidade inerente à segurança ju-rídica dos julgados.

Do antigo texto, acima transcrito, vê--se que o incidente de assunção de com-petência somente podia ser agitado pelo

Do incidente de assunção de competência

ARTIGO

FREDERICO RICARDO DE ALMEIDA NEVESDesembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco e Professor da Universidade Católica de Pernambuco. Mestre em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Membro efetivo da Academia Pernambucana de Letras Jurídicas

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relator na pendência de recurso, pe-rante câmaras ou turmas, não se re-vestindo, para além disso, de efi cácia vinculante, como destacado por Bar-bosa Moreira[1], a tese jurídica que viesse a ser fi rmada pelo órgão de maior amplitude.

3. COMPREENSÃO DO TEMA À LUZ DO NOVO DIPLOMA DE 2015

Assunção de competência, se-gundo o disposto no artigo 947, do NCPC, é um incidente processual por intermédio do qual o Relator, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, ou, ainda, por provocação de qualquer outro inte-grante do órgão colegiado - versando o litígio sobre relevante questão de direito, com grande repercussão so-cial, sem repetição em múltiplos pro-cessos - propõe, em sede de recurso, reexame obrigatório ou processo de competência originária do tribunal, ao órgão colegiado de origem (Câ-mara ou Turma), a transferência do julgamento a que lhe compete, para outro órgão colegiado de maior am-plitude, do mesmo tribunal, indicado, em exclusivo, para este desiderato, pelo regimento interno da Casa.

Para Humberto Theodoro Júnior, o incidente de que se cuida “presta--se à prevenção contra risco de di-vergência entre os órgãos internos do tribunal em torno de questões de repercussão social que ultrapassam o interesse individual das partes e, por isso, exigem um tratamento jurisdicional uniforme”[2] Nessa perspectiva, é especialmente eluci-dativo o que está disposto no § 4º do artigo 947 do NCPC, onde se vê a expressa aplicabilidade desta téc-nica de julgamento, quando hou-ver relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de di-vergência entre Câmaras ou Turmas do mesmo tribunal.

4. REQUISITOS PROCESSUAIS DE ADMISSIBILIDADE

EnunciadoPara que se possa suscitar o inci-

dente da assunção de competência, exige o aludido artigo 947, do NCPC, que estejam concorrentemente pre-sentes os requisitos objetivos e subje-tivo a seguir sumariados.

4.1 REQUISITOS OBJETIVOS

4.1.1 EXISTÊNCIA DE UM FEITO NO JUÍZO AD QUEM PENDENTE DE JULGAMENTO

Em primeiro lugar é imperiosa a existência de um feito submeti-do a julgamento pelo tribunal, sob a natureza de (i) recurso, tais como apelação, agravo de instrumento, agravo interno, embargos de decla-ração com efeitos modificativos; de (ii) reexame necessário (artigo 496), ou de (iii) processo de competência originária do Juízo ad quem, como, por exemplo, ação rescisória, man-dado de segurança, querela nullita-tis, dentre outras.

A lei não explicitou o momento ade-quado para a formulação da proposta de instauração do incidente. Todavia, parece razoável supor que, na própria sessão de julgamento[3], enquanto não for proclamado o resultado da decisão do feito, haverá possibilidade de ser provocado o incidente, ocasionando--se, se for aceito, a suspensão do julga-mento, para que se proceda ao devido processamento do incidente.

4.1.2. RELEVANTE QUESTÃO DE DIREITO, COM GRANDE REPERCUSSÃO SOCIAL

Impõe a norma, igualmente, que o caso a ser julgado verse sobre rele-vante questão de Direito, com grande repercussão social, mas sem repetição em múltiplos processos.

Aqui, coloca-se o problema de sa-ber o que vem a ser, para o legislador processual de 2015, uma relevante questão de Direito, provocadora de grande repercussão social. Trata-se, se bem se vir, de um conceito jurídico indeterminado[4], que somente será concretizado, no exame de cada caso. Pode-se dizer, todavia, em termos muito perfunctórios, que a noção de relevante questão de Direito – que pode ser de natureza material ou processual - transcende aos interes-ses das partes litigantes, para assumir uma dimensão superior, que aponta para o interesse público. A resolução de uma relevante questão de Direito, para além de compor um confl ito in-tersubjetivo de interesses individuais, atinge outras latitudes, vindo a re-percutir, outrossim, grandemente, no seio da coletividade.

Recentemente o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, reconheceu interesse público na admissão de incidente de assunção de competência, com vistas a compor divergências entre Câmaras sobre a aplicação da nova técnica de ampliação do quórum de deliberação do colegiado de que tra-ta o artigo 942 do CPC.

A resolução de uma relevante questão de Direito, para além de compor um confl ito intersubjetivo de interesses individuais, atinge outras latitudes, vindo a repercutir, outrossim, grandemente, no seio da coletividade."

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4.1.3 REQUISITO NEGATIVOTem-se sustentado, em sede dou-

trinária, que, se a aludida questão relevante de direito tiver ensejado a propositura de uma multiplicidade de processos, chamar-se-á a intervir o incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR), previsto nos arti-gos 976 e seguintes do novo Código de Processo Civil.

Penso que, aqui, não deve ser ab-solutizada a regra segundo a qual, ha-vendo múltiplos processos versando sobre a mesma questão de direito, não cabe o IAC, mas sim o IRDR. Há que poder fl exibilizar o comando, fazen-do prevalecer o entendimento de que o § 4º do artigo 947, ao dispor sobre o manejo do IAC, com a fi nalidade de prevenir ou compor divergências en-tre Câmaras ou Turmas do Tribunal, não se mostra preso, atado, jungido ao requisito negativo da inexistência de multiplicidade de processos.

4.2 REQUISITO SUBJETIVO

4.2.1 LEGITIMIDADE PARA REQUERER A INSTAURAÇÃO DO INCIDENTE

A lei assegura às partes litigantes, ao Ministério Público e à Defensoria Pública, legitimidade para requerer a instauração do incidente processual de assunção de competência. Porém, somente o Relator do recurso, da re-messa necessária ou do processo de competência originária, poderá, de ofício ou mediante provocação de qualquer dos referidos legitimados, propor a instauração do incidente pe-rante o órgão colegiado competente.

5. COMPETÊNCIA

5.1 JUÍZO DE ADMISSIBILIDADEA doutrina dissente quanto ao des-

tinatário da proposta de deslocamen-to da competência a ser formulada pelo relator do feito. Aqui, há que pôr a pergunta essencial: o relator sub-meterá a proposta de deslocamento da competência perante o órgão colegiado

a que pertence, ou, ao contrário, po-derá dirigir-se diretamente ao órgão superior indicado pelo regimento para julgar o incidente. Para Cândido Rangel Dinamarco “não há porque mandar que o colegiado menor se pronuncie, com todas as perdas de tempo inerentes à elaboração de um relatório, talvez também uma re-visão, inclusão em pauta, sessão de julgamento, publicação de acórdão, intimação etc., para que depois o órgão mais amplo voltasse a decidir

sobre a própria admissibilidade da uniformização, em eventual recur-so ou em preliminar do julgamento que fará; nem seria correto permi-tir que o órgão originário decidisse soberanamente, sem possibilidade de recurso algum, quando o que se pretende é justamente investir o colegiado mais representativo da competência para decidir sobre os casos de extraordinário interesse público”[5] Para José Carlos Barbosa Moreira, todavia, o relator, de ofício ou por provocação de qualquer dos legitimados, haverá de submeter o incidente à consideração primeira do órgão colegiado originariamen-te competente para julgar a causa. Segundo o festejado processualista

fl uminense, caberá ao órgão colegia-do - e não ao relator unipessoalmente - dizer se admite ou não o incidente. Se não admitir, prosseguirá o julga-mento do feito; se admitir, a matéria será deslocada para o órgão superior. É bem de se ver que “esse órgão não está, porém, obrigado a aceitar a re-messa; incumbe-lhe verifi car se existe interesse público no deslocamento da competência. Sendo afi rmativa a resposta, procederá ao julgamento; sendo negativa, devolverá a matéria ao órgão de origem”[6].

Tome-se posição. A lição profes-sada por Barbosa Moreira deve pre-valecer por dupla ordem de razões: (i) em primeiro lugar, não se pode descurar que, como simples inte-grante do órgão colegiado compe-tente originariamente para julgar o feito, não pode o relator decidir mo-nocraticamente sobre um incidente provocado com vistas a deslocar a competência, enquanto pressuposto processual, do Juízo natural cole-giado, para outro órgão do tribunal; e (ii) em segundo lugar, a decisão unipessoal do relator, acaso admiti-da na espécie, renderia ensejo a in-terposição do agravo interno, com todo o procedimento que lhe é ine-rente (artigo 1.021), inclusive com intimação, resposta do agravado e inclusão em pauta, o que provocaria gasto de tempo desnecessário.

Ao órgão colegiado de origem, portanto, compete examinar, num primeiro momento, a admissibili-dade do incidente de assunção de competência, formalizado pelo re-lator, de ofício ou por provocação dos legitimados[7].

5.2 JUÍZO DE MÉRITOAdmitido o incidente no órgão

de origem, os autos serão remetidos à distribuição, de acordo com o re-gimento interno do tribunal, obser-vando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade, para que se proceda a escolha do relator no órgão competente (artigo 930 do NCPC),

Ao órgão colegiado de origem, portanto, compete examinar, num primeiro momento, a admissibilidade do incidente de assunção de competência, formalizado pelo relator, de ofício ou por provocação dos legitimados."

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Numa interpretação sistemática, vê-se que, também o artigo 927, inciso III, do CPC, impôs força imperativa ao preceito, ao dispor que: os juízes e tribunais observarão os acórdãos proferidos em incidente de assunção de competência."

salvo se o relator originário compu-ser o órgão superior encarregado do julgamento da causa, caso em que será mantido*. Isso feito, conhecido o relator, o Juízo colegiado competente poderá adotar uma de duas atitudes diferentes: (a) não reconhecer inte-resse público na assunção da compe-tência para julgar o recurso, a ação de competência originária do tribunal ou o reexame necessário (parte fi nal do § 2º do artigo 947), caso em que devol-verá os autos ao órgão colegiado de origem para que proceda o julgamento da causa; ou (b) reconhecer o interesse público na assunção da competência e ordenar o processamento respectivo, para julgar o feito, na sua integralidade (primeira parte do § 2º do artigo 942), fi rmando a tese jurídica.

*O Regimento Interno do TJPE indica a Seção Cível (artigo 68, alínea “g”) e a Seção de Direito Público (ar-tigo 69, alínea “g”), para o julgamento do incidente de Assunção de Compe-tência. Assim, o relator do recurso, do reexame necessário ou do processo de competência originária, também integrará a Seção respectiva, e, nesse caso, será ele o relator do incidente, perante o órgão superior, até por-que o IAC desloca, como já foi dito, a competência para o julgamento do feito, e não apenas para fi xar a tese ju-rídica sobre a questão relevante.

O artigo 29, parágrafo único, in-ciso V, do citado regimento interno, atribui, igualmente, competência ao Órgão Especial do TJPE, para proces-sar e julgar o incidente de assunção de competência “referente à matéria de competência não exclusiva a uma seção especializada” Em casos que tais, não integrando o relator origi-nário o órgão especial, far-se-á nova distribuição aleatória.

6. SEMELHANÇAS E DESSEMELHANÇAS DO IAC COM O IRDR E O IAI

Consoante já foi dito, o incidente de assunção de competência, uma vez admitido pelo órgão maior, possibi-

litará o julgamento da causa por in-teiro, e não apenas a fi xação da tese jurídica sobre a relevante questão de direito objeto da causa. Ao contrá-rio, o incidente de resolução de de-mandas repetitivas, quando tirado de causa submetida ao juízo de primeiro grau de jurisdição, conquanto acar-rete, igualmente, o deslocamento de competência para a análise da relevan-te questão de direito, não ocasionará o julgamento da lide, mas apenas e tão

somente permitirá a fi xação da tese ju-rídica correspondente, a ser observada pelo juízo a quo, por ocasião do julga-mento defi nitivo da causa. Aliter, quan-do o incidente de resolução de deman-das repetitivas for suscitado em causa que esteja pendente de julgamento no tribunal, caso em que o órgão colegia-do competente para julgar o incidente, para além de assentar e sedimentar a tese jurídica, julgará a própria lide, es-teja ela em forma de recurso, de ação de competência originária, ou de reexame necessário (artigo 978, parágrafo úni-co), tudo como acontece no incidente de assunção de competência.

O incidente de arguição de in-constitucionalidade, por seu turno, tem por objeto uma questão prejudi-cial que está em saber, em exclusivo, se a lei acoimada de inconstitucional,

apresenta ou não o vício indicado. Logo, ainda que ocasione uma cisão no julgamento da causa, com o deslo-camento para o pleno ou para o órgão especial da questão prefacial e pre-judicial da inconstitucionalidade, o incidente não ensejará o julgamento do feito; defi nida a questão da consti-tucionalidade ou da inconstituciona-lidade, os autos retornarão ao órgão colegiado de origem, a quem compe-tirá o julgamento do feito.

Os julgamentos dos incidentes de assunção de competência e de resolução de demandas repetitivas, desafi am, em tese, embargos de de-claração, recurso especial e recurso extraordinário, conforme a hipótese versada (conferir item 9). Todavia, o julgamento do incidente de arguição de inconstitucionalidade, pelo tri-bunal pleno ou pelo órgão especial, ressalvados os embargos de declara-ção, não comporta recurso, por força do que estabelece a Súmula nº 513, do STF, a teor da qual: “A decisão que enseja a interposição de recurso ordinário ou extraordinário não é a do plenário, que resolve o incidente de inconstitucionalidade, mas a do órgão (Câmaras, Grupos ou Turmas) que completa o julgamento do feito”.

7. PROCEDIMENTO. OBSERVÂNCIA AO DEVIDO PROCESSO LEGAL.

Como o Acórdão a ser proferido no julgamento do incidente de assunção de competência vinculará a todos os juízes e órgãos fracionários, exceto se houver re-visão de tese (artigos 927, inciso III, e 947, § 3º), a mais atual e atuante doutrina pro-cessual civil tem sustentado que a consti-tucionalidade do incidente processual sob análise está condicionada à participação de todos aqueles que possam ser atingidos pela eficácia vinculante do julgado, sob pena de vulneração inocultável ao princí-pio do devido processo legal, de dignida-de constitucional, do qual são corolários aquel’outros princípios do contraditório e da ampla defesa.

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Bem por isso, recomenda-se a adoção, para o incidente de assun-ção de competência, do procedi-mento previsto para o incidente de resolução de demandas repetitivas, com ampla divulgação, requisição de informações (artigo 892, inciso II), intimação do Ministério Públi-co (artigo 982, inciso III), oitiva das partes e dos demais interessados, inclusive pessoas, órgãos e entida-des com interesse na controvérsia, podendo, inclusive, no prazo de 15 (quinze) dias, requerer a juntada de documentos, bem assim a realização de diligências, de tudo ouvindo-se o órgão ministerial, competindo ao relator, se disso for o caso, designar data para a realização de audiência pública, na qual tomará o depoi-mento de pessoas com experiência e conhecimento da matéria (artigo 983, §§ 1º e 2º), e permitir a susten-tação oral (artigo 984, incisos I e II, alíneas “a” e “b”, §§ 1º e 2º).

O artigo 449 do RITJPE, nave-gou essas águas ao estabelecer a aplicação ao incidente de assunção de competência, no que couber, das disposições inseridas no Capítulo VIII, do CPC, destinadas ao inci-dente de resolução de demandas repetitivas.

8. EFEITOS VINCULATIVOS DA DECISÃO

O julgamento da causa, pelo ór-gão indicado no regimento inter-no, com a correspondente fixação da tese jurídica sobre a relevante questão de direito, deixou de ser um instrumento meramente per-suasivo, que servia apenas para estimular os Magistrados nos julgamentos idênticos sobre a mesma matéria, para, ao contrá-rio do que ocorria na vigência do regime revogado (§ 1º do artigo 555 do CPC73), de harmonia com os princípios da previsibilidade inerente à segurança jurídica, da duração razoável do processo, e da isonomia, produzir eficácia vinculante, em ordem a compelir os juízes e os órgãos fracionários inferiores dos tribunais, a acom-panharem obrigatoriamente a tese jurídica fixada, tudo na con-formidade do que está previsto no artigo 947, § 3º, do NCPC.

Numa interpretação sistemáti-ca, vê-se que, também o artigo 927, inciso III, do CPC, impôs força im-perativa ao preceito, ao dispor que: Os juízes e tribunais observarão os acórdãos proferidos em incidente de assunção de competência.

9. OS RECURSOS INTERPONÍVEIS

Descabe a interposição de recur-sos contra a decisão colegiada que não reconhece o interesse público capaz de justifi car à instauração do inciden-te de assunção de competência. Con-tudo, o acórdão de mérito proferido em incidente de assunção de compe-tência, à semelhança do que ocorre no julgamento do incidente de reso-lução de demandas repetitivas, desa-fi a, quando preenchidos os requisitos específi cos de admissibilidade, recur-so especial ou extraordinário, con-forme o caso, com efeito suspensivo (retenha-se que, normalmente, os re-cursos excepcionais não suspendem a efi cácia do ato judicial recorrido), merecendo, ainda, destaque muito particular a presumida repercussão geral da questão constitucional even-tualmente discutida, na hipótese de recurso extraordinário, tudo nos ter-mos do artigo 987, § 1º, do CPC.

Seria quase ocioso lembrar que, também os embargos de declaração, com a sua natureza constitutivo-in-tegrativa, poderão ser agitados contra a decisão do IAC, desde que anotado qualquer dos vícios de embargabi-lidade, previstos no artigo 1.022, do referido diploma processual civil.

[1] Barbosa Moreira, José Carlos. Comentários ao Código de Processo Civil. Vol. V. Editora Forense. Rio de Janeiro. 2003. 11ª Edição, pág. 654.[2] Júnior, Humberto Theodoro. Curso de Direito Processual Civil. Editora Gen-Forense, Rio de Janeiro, 2015, pág. 810.[3] Fredie e Leonardo, defendem que “Enquanto não julgada a causa ou o recurso, é possível haver a instauração do incidente de as-sunção de competência...” Curso de Direito Processual Civil. Jus Podivm, 13ª edição, Vol. 3, Salvador, 2016, pág. 656.[4] Fala-se em conceito jurídico indeterminado, de acordo com a lição professada por António Menezes Cordeiro “sempre que um con-ceito não permita comunicações claras quanto ao seu conteúdo, por polissemia, vaguidade, ambiguidade, porosidade ou esvaziamen-to: polissemia quando tenha vários sentidos, vaguidade quando permita uma informação de extensão larga e compreensão escassa, ambiguidade quando possa reportar-se a mais de um dos elementos integrados na proposição onde o conceito se insira, porosidade quando ocorra uma evolução semântica com todo um percurso onde o sentido do termo se deva encontrar e esvaziamento quando falta qualquer sentido útil” Da boa fé no direito civil. Coimbra. Almedina. 1997, pág. 1.177 (Colecção Teses).[5] Dinamarco, Cândido Rangel. A Reforma da Reforma. Malheiros Editores. 2ª Edição. 2002. Pág. 142.[6] Barbosa Moreira, José Carlos. Comentários ao Código de Processo Civil. Vol. V. Editora Forense. Rio de Janeiro. 2003. 11ª Edição, pág. 654.[7] Louve-se em Araken de Assis o ensinamento segundo o qual o ensinamento no sentido de que a assunção de competência é um “autêntico incidente no julgamento do recurso, da remessa necessária ou da causa de competência originária. O relator não tem com-petência para decidi-lo individualmente. A atribuição exclusiva da câmara, da turma ou do grupo mostra-se evidente quando o autor da provocação é um dos seus integrantes. Não se conceberia, aí, o relator a apreciar e decidir sozinho a questão” (Manual dos Recursos. Revista dos Tribunais. São Paulo, 2017, pág. 422). No mesmo sentido, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria Andrade Nery, para quem “A proposta do relator deve ser aprovada pelo colegiado (câmara ou turma), a quem caberá remeter a causa ao exame do órgão colegia-do maior. Afetada a causa ao colegiado maior, é dele a competência para decidir se deve ou não assumir essa mesma competência. Assumindo-a, deve julgar a causa” Código de Processo Civil Comentado. 16ª Edição. Editora Revista dos Tribunais. 2016, pág. 2.009)

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Apesar das difi culdades fi nan-ceiras enfrentadas devido a um orçamento limitado, a atual gestão do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) está conseguindo ampliar o atendimento à população e agilizar os processos. Entre 2017 e 2018, foram empossados 24 aprovados no concurso público para magis-trados concluído em 2016.

“Esse é um dia histórico e marcante

para todos que integram o Judiciário de Alagoas. O ingresso desses juí-zes vai possibilitar uma celeridade maior no julgamento dos proces-sos”, afirmou o presidente do TJ/AL, desembargador Otávio Leão Praxedes, durante solenidade em 4 de abril, quando foram empos-sados 12 juízes.

O juiz Eric Baracho Dore Fer-nandes, de 29 anos, falou sobre a

nova missão durante a posse em abril. “Estamos aqui não para servir a nós mesmos, mas como servidores da população de Alagoas, buscando ainda contribuir para um Poder Ju-diciário mais forte”, disse.

Outros 12 juízes foram nomea-dos em dezembro e tomaram posse em 15 de janeiro de 2018. “A posse implica a otimização da prestação jurisdicional e o fortalecimento do Poder Judiciário, cuja atuação tem contribuído de modo decisivo para tornar o Brasil um país mais digno, justo e forte, sem exclusões, dis-criminações e intolerâncias”, disse Thiago Morais, juiz recém-empos-sado na ocasião.

Para o presidente da Associação Alagoana de Magistrados (Alma-gis), Ney Alcântara, os novos juízes,

ASCOM / TJAL

Juízes empossados em abril, no Plenário do Tribunal de Justiça.

TJ de Alagoas faz investimento para ampliar prestação jurisdicionalREFORÇO | Concurso aumenta quadro de juízes em prol da celeridade processual

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além de competentes, são importante reforço para as comarcas do interior. “São valorosos juízes que passaram por um concurso muito rigoroso, no qual mostraram a competência e von-tade de trabalhar”, afi rmou.

Os novos magistrados passam por curso de formação na Escola Superior da Magistratura (Esmal). Os empossa-dos em abril concluíram a capacitação em agosto e já começaram a atuar, cada um, em duas comarcas do inte-rior. Os empossados em janeiro vão concluir em junho o treinamento, que terá quase 600 horas de atividades práticas e teóricas.

Para Fernando Tourinho de Ome-na Souza, diretor-geral da Esmal, res-ponsável pela organização do curso obrigatório, concluir com êxito um curso tão detalhado demonstra a pre-ocupação do Judiciário alagoano com a qualidade da atividade judicante, que não deve ser apenas técnica, mas cidadã e humanizada.

“É um curso bastante puxado, mas também muito gratifi cante. Poucos magistrados tiveram a oportunidade de se qualifi car melhor para o enfren-tamento do cotidiano nas comarcas”, declarou o diretor.

NOVOS ASSESSORESOs 45 assessores de juízes empos-

sados em janeiro de 2018 reforçam os trabalhos no primeiro grau de jurisdi-ção em Alagoas. No total, 168 cargos de assessor foram criados após con-sulta ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e as demais vagas serão preen-chidas paulatinamente, conforme dis-ponibilidade orçamentária.

A demanda da magistratura por um segundo assessor para cada juiz existe há mais de 6 anos. “A ampliação do quadro signifi ca uma atenção especial ao primei-ro grau de jurisdição”, avalia o juiz Ney Alcântara, presidente da Associação Ala-goana de Magistrados (Almagis).

A fi gura do assessor adquire es-pecial relevância devido à grande

demanda recebida diariamente pelo Judiciário, como destaca Jenifer Nas-cimento Silva, assessora da 8ª Vara Criminal desde junho de 2012. “Com o volume de trabalho que o magistra-do possui, o juiz precisa do auxílio dos assessores”, afi rma.

“Enquanto estamos fazendo as audi-ências, o assessor prepara despachos e decisões. Isso facilita demais o trabalho do juiz”, explica o magistrado John Silas da Silva, titular da 8ª Vara Criminal de Maceió (Tribunal do Júri), para quem

os assessores têm grande relevância no funcionamento da unidade judiciária.

MAIS SERVIDORESAo assumir a Presidência, o desem-

bargador Otávio Praxedes afi rmou que o concurso para servidores do 1º Grau seria uma das metas da sua gestão, a fi m de melhorar a prestação jurisdicional.

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Onodnaosno dSamus re veribusci blabo. Itatem ut et, cone omniae

il millum dolum in re ne natur,

Comissão do concurso de servidores em reunião no

dia 9 de maio.

Assinatura do termo de posse por Eveline Quintela, primeira colocada em seleção.

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Com a designação de comissão para o certame, presidida pelo desembarga-dor Alcides Gusmão, o edital foi lan-çado em 20 de dezembro.

As provas estão previstas para o dia 25 de março de 2018, em Ma-ceió. O concurso oferece 100 vagas para o cargo de técnico judiciário; 15 para analista judiciário - oficial de Justiça; 15 para analista judiciário – área judiciária; e uma para analis-ta judiciário - área de estatística. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) está organizando certame.

O cargo de analista judiciário, que exige nível superior, tem vencimen-to básico de R$ 5.101,92. Já o ven-cimento do técnico judiciário (nível médio) é de R$ 2.550,96. Para am-bos, a carga horária de trabalho é de 30 horas semanais.

CONCILIADORESTrinta e sete conciliadores selecio-

nados por meio de processo seletivo simplifi cado foram empossados pela Presidência e distribuídos entre os 21 Juizados Especiais Cíveis e Criminais, sendo 23 na capital e 14 no interior. Todos os selecionados foram capa-citados pela Esmal e distribuídos de acordo com a necessidade de cada Jui-zado, que deve contar com três pro-fi ssionais.

“Conseguimos concluir a seleção, completando o quadro de concilia-dores. É um ganho para os Juizados e para os jurisdicionados”, afi rmou o desembargador Pedro Augusto, coor-denador de Juizados Especiais do TJAL.

TRÊS FÓRUNS NOVOSO Judiciário de Alagoas investiu R$

7 milhões e 720 mil do Fundo Espe-cial de Modernização do Judiciário (Funjuris) na construção do Juizado de Trânsito de Maceió e dos Fóruns das Comarcas de Marechal Deodoro e Rio Largo. Os projetos das unidades seguiram recomendações do Conse-lho Nacional de Justiça (CNJ).

Também com recursos do Funjuris, foram ordenados 151 serviços de repara-ção predial, que somaram o investimento de R$ 4 milhões e 141 mil. As obras fo-ram todas projetadas e conduzidas pelo Departamento Central de Engenharia e Arquitetura do TJ (DCEA).

JUSTIÇA ITINERANTECom 48 ações realizadas ao longo do

ano de 2017, o Projeto Justiça Itineran-te do TJ/AL apresentou o balanço fi nal das atividades, contabilizando 28.413 pessoas benefi ciadas pelos casamentos coletivos, ações para emissão de docu-mentos gratuitos e mutirões de julga-mentos, audiências e sentenças.

O saldo apresentado é considerado bastante positivo, conforme avalia o juiz e coordenador do projeto, André Gêda Peixoto Melo, que está à frente das ações desde 2013. “Foi um núme-ro recorde da Itinerante, pois nunca conseguimos chegar a quase 50 ações realizadas em um ano. Esse ano hou-ve uma interiorização muito grande, pois levamos eventos para 11 cidades além da Capital, benefi ciando pessoas de todo o estado”, relatou.

3.924 casais ofi cializaram a união em eventos da Justiça Itinerante. O projeto facilita a realização do casa-mento pois dispensa a taxa judicial, restando assim as taxas cartorárias que são de responsabilidade das ins-tituições e comunidades solicitantes.

Também foram realizadas ações para emissão de documentos de forma gra-tuita, totalizando na emissão de 1.181 RGs, 562 CPFs, 136 títulos de eleitor, 272 carteiras de trabalho, e 698 segun-das vias de certidões de nascimento e casamento. Além disso, houve a resolu-ção de 3.796 ações penais e cíveis, du-rante mutirões de audiências, sentenças e julgamentos.

Fórum de Marechal Dedodoro tem 1.328 m² de área construída e pode comportar três unidades

judiciárias.

Fórum de Rio Largo tem amplo estacionamento e recepção para

os jurisdicionados.

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MARÇO 2018 23

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

A Corregedoria Geral da Justiça, apoiada pela Presidência do TJ, re-gularizou os imóveis de 1.783 famí-lias, nos municípios de Maragogi, Campo Alegre, Junqueiro e Teotônio Vilela, em 2017. As ações fazem par-te da terceira edição do Moradia Le-gal, projeto que tem convênio com 53 dos 102 municípios alagoanos.

“É o Poder Judiciário atuando em favor dos mais necessitados”, afir-mou o presidente Otávio Praxedes, ao relembrar que o projeto já vinha sendo executado em gestões anterio-res e com apoio da Associação dos Notários e Registradores de Alagoas (Anoreg) e das Prefeituras cuja co-munidade carente já foi beneficiada.

Para o coordenador do Moradia Legal III, juiz Carlos Cavalcanti, ter um imóvel mais valorizado é o gran-de benefício do projeto à população. “A população carente passa a ter o imóvel mais valorizado, a possibili-dade de acesso ao crédito, a perma-nência na região que habita”, reforça.

A segurança jurídica que o títu-lo de propriedade traz, tanto para a transmissão em vida para venda ou doação, como para sucessão heredi-tária, também são apontadas como benefícios ao público-alvo do progra-ma da Corregedoria Geral, que tem à frente o desembargador Paulo Barros da Silva Lima.

A iniciativa é amparada pela Lei Federal nº 11.977, que permite que os trâmites para a entrega dos registros de imóveis sejam feitos administrativamente e sem custos para os benefi ciários.

VIDEOCONFERÊNCIASO Judiciário de Alagoas avançou

71,8% na realização de audiências por videoconferência em 2017, quando magistrados utilizaram a tecnologia 2.888 vezes. Em 2016, foram 1.681 audiências virtuais.

Além de acelerar os processos, a videoconferência trouxe economia ao Estado, já que houve redução do transporte de detentos dos presídios para as unidades judiciárias. A tecno-logia vem sendo utilizada desde mar-

ço de 2016 para ouvir réus presos e funciona em todas as Varas Criminais de Alagoas e em unidades do Sistema Prisional da capital e interior.

JUSTIÇA E CIDADANIADurante 2017, mais de 9.500 es-

tudantes de dez escolas da rede pú-blica interagiram com magistrados e servidores, debatendo temas diversos e conhecendo um pouco mais sobre seus direitos e deveres. As escolas, atendidas pelo Programa Justiça e Cidadania na Escola (PCJE), foram escolhidas com base no índice de vulnerabilidade socioeconômica en-dossado pelas Secretarias de Educa-ção de Maceió e do Estado.

“Atendemos de forma mais efi caz as demandas geradas por cada ins-tituição”, afi rmou o juiz Anderson Passos, coordenador do Programa Justiça e Cidadania na Escola (PCJE). Na comparação com 2016, o progra-ma atendeu 500 estudantes a mais em 2017, além de ter lançado novos projetos. “Diversificamos as ativida-des”, pontuou o magistrado.

Nova sede do Juizado de Trânsito em Maceió traz

comodidade para a população.

ASCOM / TJAL

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Além de assistir a palestras, os alunos participaram de sessões do Cine Esmal, visitaram o abrigo São Vicente de Paulo, o Parque Munici-pal e a Biblioteca Municipal Graci-liano Ramos. Eles também conhe-ceram o trabalho realizado por um magistrado, por meio do projeto Jo-vem Juiz, participaram do concurso de redação e do Natal Solidário.

“É imenso o potencial transfor-mador do projeto. Agimos como gente de diálogo para transformar os alunos em agentes reprodutores em suas comunidades”, explicou o juiz.

CADASTRAMENTO BIOMÉTRICO

O Poder Judiciário de Alagoas ini-ciou, em janeiro deste ano, o cadastro biométrico de presos. O trabalho está sendo realizado pelo Grupo de Moni-toramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF), supervisionado

pelo desembargador Celyrio Adamas-tor Tenório, vice-presidente do TJAL.

As primeiras a serem cadastradas foram as reeducandas do Presídio Feminino Santa Luzia, em Maceió. O objetivo é cadastrar as impressões digitais dos mais de 4.400 presos do Sistema Prisional alagoano.

De acordo com o desembarga-dor Celyrio Adamastor, todos os órgãos de segurança pública terão acesso aos dados, que também farão

parte do Banco Nacional de Mo-nitoramento de Prisões. Para o juiz José Braga Neto, da 16ª Vara Criminal de Maceió, a possibili-dade de cruzamento de dados em nível nacional será um passo im-portante para a execução penal. O sistema para o cadastramento dos presos foi desenvolvido pela Diretoria de Tecnologia da Infor-mação do TJAL.

(Ascom TJAL)

Vice-presidente Celyrio Adamastor discursa para a população de Teotônio Vilela, onde foram entregues mais de mil títulos.

Presidente Otávio Praxedes, morador José Ferreira e prefeito

Fernando Lira, de Maragogi, primeiro município a entregar

títulos do Moradia III.

ASCOM / TJAL

ASCOM TJAL

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MARÇO 2018 25

A criação de um Sistema Na-cional de Segurança para comba-ter o narcotráfi co foi a principal proposta apresentada durante o Encontro de Governadores do Brasil pela Segurança e Controle das Fronteiras – Narcotráfi co, uma Emergência Nacional, realizado em Rio Branco, no Acre, em outu-bro do ano passado. Vinte gover-nadores e representantes de dois Estados participaram da reunião.

A ideia é criar um fundo para fi nanciar as medidas propostas no Sistema Nacional de Segurança

Pública. Os valores ainda não fo-ram defi nidos. O governador do Acre, Tião Viana, disse que novos encontros serão agendados para alinhavar as ações.

O evento contou com a presen-ça dos ministros da Defesa, Justiça, Gabinete de Segurança Institu-cional, Relações Exteriores e do embaixador da Alemanha, Georg Witschel. Também participaram governadores do Acre, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, São Pau-lo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Nor-

te, Pernambuco, Paraíba, Roraima, Rondônia, Maranhão, Pará, To-cantins, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e representantes do Espírito Santo e Rio Grande do Sul. A desembargadora Cezarinete Angelim representou o presidente do Conselho dos Tribunais de Jus-tiça do Brasil, desembargador Pe-dro Bitencourt Marcondes.

O sistema proposto, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Acre (Sesp), seria integrado e funcio-naria como um banco único de da-dos com informações do Judiciário, polícias investigativas, Institutos de Administração Penitenciária e Po-lícia Militar, englobando também a Agência Brasileira de Inteligência, além da Polícia Federais e Depar-tamento Nacional de Trânsito (De-tran). Isso, de acordo com a propos-ta, poderia criar ações de combate ao narcotráfi co mais específi cas.

SECOM / ACRE

Governadores se reuniram no Acre para definir plano de ação

contra o narcotráfico.

Governadores propõem criaçãode rede nacional para a segurançaTRÁFICO| Encontro apresentou plano para ampliar controle de fronteiras

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇACONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

O governador Tião Viana falou dos números da criminalidade em todo o Brasil e sobre a importância da criação do Sistema Integrado de Segurança. Ele disse ainda que o problema é uma questão mundial. “No mundo inteiro temos uma si-tuação que exige prudência. Não interessa aos governadores do Bra-sil e ao governo federal encontrar culpados, mas sim encontrar ca-minhos e soluções. Precisamos de união entre a Federação e o poder central da República”, disse.

A governadora de Roraima, Suely Campos, afi rmou que o narcotráfi co é uma questão na-cional e que os Estados onde têm fronteiras precisam ser vistos com mais atenção. “No meu Esta-do, que tem duas fronteiras com países da Venezuela e da Guiana, temos quase dois mil quilôme-tros de fronteira, então, é huma-namente e institucionalmente impossível o Estado prover essa segurança. O governo federal tem que compartilhar com a se-gurança nacional, mesmo porque e uma atribuição dele”, falou.

Suely afi rmou ainda que o Esta-do sofre com um fl uxo migratório muito grande. “Temos um aumen-to da criminalidade em 55%, esta-mos com nosso sistema de saúde estrangulado, porque aumentou em mil por cento por causa dos atendimentos aos venezuelanos. A segurança hoje debatida aqui com os governadores e com os ministros da área é um tema im-portantíssimo. Agora, esperamos que seja efetivado esse acordo, pois temos que investir em segu-rança e em tecnologia".

A presidente do TJAC, de-sembargadora Denise Bonfi m, destacou que segurança, contro-le das fronteiras e narcotráfi co são agendas que exigem políticas públicas estratégicas e adequadas, além de um olhar vigilante por parte de todos os gestores.

Carta do AcreAo fim da programação, as autoridades presentes se reuniram para assinar a Carta

do Acre com o resultado do Encontro de Governadores pela Segurança. No documento,

os governadores selaram o compromisso junto aos ministros de Justiça, Segurança

Pública e Defesa de consolidar a proposta “de união de esforços em defesa da vida e

da integridade física da população brasileira, ameaçadas pelo mal das drogas e pela

violência do narcotráfico, que afetam todas as classes sociais das atuais e futuras gera-

ções”. As principais medidas são:

– Sistema Nacional de Segurança Pública;

– Plano Nacional Integrado entre governo federal e estados para a segurança pública;

– Força-tarefa integrada contra a fragilidade das fronteiras, para o combate ao narco-

tráfico, tráfico de armas e munições;

– Integração das atividades de inteligência e informações dos governos estaduais e

federal;

– Ampliação progressiva, nos próximos anos, da presença das Forças Armadas, da Po-

lícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal nas fronteiras amazônicas, do Centro-Oeste

e do Sul, inclusive por meio do uso de tecnologia em sistemas de monitoramento, a

serem compartilhados com estados e municípios e países vizinhos;

– Fortalecimento da cooperação internacional em toda a faixa de fronteira, com a parti-

cipação de governos estaduais;

– Liberações emergenciais de recursos do Funpen, neste exercício, de até 75% do

valor de 900 milhões de reais e, no exercício de 2018, de até 45% do quanto lançado no

orçamento, a depender da arrecadação fiscal, visando ao fortalecimento dos sistemas

prisionais, à ampliação de presídios estaduais e federais e à integração das inteligências

policiais, mediante a apresentação de projetos específicos ou por outras necessidades

apontadas pelos estados;

– Convidar os demais Poderes da República e o Ministério Público Federal para partici-

par da discussão, sobre a atualização, revisão de leis, medidas penais e administrativas,

mediante propostas apresentadas pelos estados ao governo federal;

– Integrar os esforços na área da segurança pública a ações de desenvolvimento social,

com prioridade para programas de atenção à juventude que contemplem cultura e

esportes, bem como o apoio à ampliação de clínicas de recuperação e tratamento de

dependentes químicos, com o pleno envolvimento da sociedade civil.

(Da Agência Notícias do Acre)

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MARÇO 2018 27

“Este Encontro resulta de uma necessária aproximação entre os po-deres constituídos para possíveis so-luções à problemática da criminali-dade. O Poder Judiciário do Acre tem trabalhado fi rme para dar mais ágil e efi ciente resposta aos cidadãos”, disse a presidente.

O governador de São Paulo, Ge-raldo Alckmin (PSDB), disse que esse é um momento que exige uma união e esforços de todos os gestores. “De-fendemos que seja insticionalizada a Agência Nacional de Inteligência ligada diretamente ao presidente da República e ao Gabinete de Se-gurança institucional formada pelo Ministério da Justiça, Ministério da Defesa, Polícia Federal, Polícia Ro-doviária Federal e a Inteligência dos estados, principalmente voltada ao tráfico de drogas, de armas e lava-gem de dinheiro”, afirmou.

Geraldo Alckmin disse ainda que o atual modelo de segurança na-cional está totalmente superado e que não dá respostas à gravidade do problema. "Há urgência da ne-cessidade de discussão, temos que repensar juntos esse modelo de se-gurança pública."

O ministro da Defesa, Raul Jung-man, falou que mesmo com diferenças os gestores se reuniram a favor um uma causa que interessa a todos. “É a demonstração da importância que tem a política para o país. Inclusive, política se faz sob diferenças. Tenho aqui ao lado um governador que é do principal partido de oposição, e, ao lado dele, quatro ministros do gover-no Temer. Diferenças não signifi cam impossibilidades, sobretudo quando há necessidades, que aqui está referida ao direito à vida.”

Camilo Santana, governador do Ceará, exigiu uma solução para o pro-blema. "Quero saber, como governa-dor, se vai sair ou não uma decisão que se chama integração. Temos que saber qual o papel de cada um: governo fe-deral, estadual e municipal", afi rmou.

Desembargadora Cezarinete Angelim participou do Encontro como representante do Conselho.

SECOM / ACRE

Desembargadora Denise Bonfim (de vermelho), presidente do TJAC, participou do Encontro.

SECOM / ACRE

CARTA DE TEMERO presidente da República, Michel Te-

mer, lamentou não poder participar do encontro, mas enviou carta aos governa-dores. “Apresento meus cumprimentos aos Senhores Governadores hoje reunidos em Rio Branco para tratar da questão da se-gurança pública. Lamento não poder estar presente, como era minha intenção. Não te-nham dúvida: a mesma coragem, a mesma determinação e a mesma energia com que vencemos a recessão, estamos colocando no combate ao crime organizado."

Ele falou também que o problema é complexo e não pode ser combati-do sem a união de todos. "No âmbito da União, é absoluto o empenho das polícias Federal e Rodoviária Federal, das Forças Armadas, dos órgãos de in-teligência e de todas as agências com responsabilidade sobre a matéria. Nosso propósito é conferir maior integração e efetividade às ações da União em todo o território nacional, sem descuidar dos aspectos de desenvolvimento social." (Com informações do TJAC e agências)

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ASCOM / STJ

“A demora do Congresso Nacional em decidir determinados temas acaba nos estimulando a tomar decisões, e às vezes tomamos decisões equivocadas. Nós passamos a perder a sandália da humildade, a deixar de calçá-las, e aí nós temos problemas.” A afi rmação foi feita pelo ministro do Supremo Tribu-nal Federal (STF) e presidente do Tri-bunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, durante o seminário “Inde-pendência e Ativismo Judicial: Desafi os Atuais”, realizado no dia 4 de dezem-bro, no auditório externo do Superior

Tribunal de Justiça (STJ). O evento é organizado pelo STJ em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A presidente do STJ, ministra Laurita Vaz, manifestou sua preocupação com a delimitação do espaço de cada Poder. “É dever do juiz resolver a lide com ou sem lei; com ou sem concordância do Executivo ou do Legislativo. A preocu-pação que deve existir, no entanto, penso eu, é de não transpassar as fronteiras que delimitam o espaço de cada poder, que deve ter assegurada sua independência para não abalar a harmonia entre eles e,

por conseguinte, a estabilidade político--social”, disse a presidente do STJ, na ce-rimônia de abertura.

“Estamos lidando aqui numa sea-ra que precisa saber qual é o limite da atuação do Poder Judiciário, para que ele não fi que aquém do direito, mas, pincipalmente, para que ele não fi que aquém da justiça que é reclamada e que é o fundamento e a legitimidade do Po-der Judiciário”, defendeu a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.

O presidente do Conselho dos Tri-bunais de Justiça do Brasil, desembar-gador Pedro Bitencourt Marcondes, participou do seminário. Ele falou du-rante a solenidade de encerramento. Também participaram da cerimônia de abertura o ministro do STJ Raul Araú-jo, corregedor-geral da Justiça Federal; o vice-procurador-geral da República, Luciano Maia; o presidente da OAB, Claudio Lamachia, e o diretor de mer-cado da FGV, Sidnei Gonzalez.

Seminário discute a independência das instituições na RepúblicaPODERES| Evento foi promovido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ)

A ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, falou sobre a legitimidade do Poder Judiciário.

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ASCOM / STJ

APLICADOR DA LEI Para Gilmar Mendes, no entanto, o Judi-

ciário precisa ter cautela para não se enxer-gar como um substituto da atividade políti-ca. Apesar de o juiz poder fazer leituras das normas, exercer um juízo compensatório e suprir determinadas omissões e lacunas, é preciso ter consciência do seu real papel de aplicador da lei.

Caso contrário, afi rmou, será apenas alguém que decide de uma forma e depois procura alguma fundamentação, segundo a sua vontade. “E qual é a diferença, nes-se caso, de um juiz para um político qual-quer?”, questionou.

O ministro destacou o reconhecimento da união homoafetiva e a possibilidade do aborto de fetos anencéfalos como decisões positivas de dilemas que o Judiciário precisou solucio-nar, por ausência de normas disciplinadoras, mas também citou exemplos do que considera erros derivados desse ativismo judicial.

PRISÃOEntre as decisões elencadas por Gilmar

Mendes nessa segunda categoria estão o julga-mento que possibilitou a saída do parlamentar de um partido para criar outro sem a perda do mandato, e que resultou na criação desenfrea-da de partidos; a declaração de inconstitucio-nalidade da emenda constitucional dos pre-catórios, que prejudicou economicamente os estados, e a possibilidade de prisão após conde-nação em segunda instância.

“Colocamos que seria possível prender, mas não dissemos que era obrigatória a pri-são”, disse. No segundo julgamento, explicou, o que foi discutido é se seria necessário pas-sar primeiro pelo STJ para então se iniciar a execução da pena.

Para Mendes, a prisão após a condenação em segundo grau, em muitos casos, especial-mente no contexto da Operação Lava Jato, tornou-se algo até dispensável, porque passou a ocorrer a prisão provisória, mantida após a sentença e convertida em execução após a de-cisão do Tribunal Regional Federal. “Ou você muda isso, ou você empodera de maneira de-masiada a Justiça de primeiro grau e o Ministé-rio Público, em detrimento inclusive das cortes superiores”, defendeu.

(Da assessoria do STJ)

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"A defesa do Poder Judiciário será incondicional, visando à ma-nutenção de sua independência e autonomia, assegurando todos os meios para a sua atuação insubsti-tuível, sem que sofra com as ações que visam à sua fragilização ou apequenamento." Esta foi a síntese do discurso do novo presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande

do Sul, Desembargador Carlos Eduardo Zietlow Duro, empossa-do no dia 1º de fevereiro.

Natural de Montenegro, o magis-trado tem 31 anos de carreira e será o 49° a ocupar o cargo. Integram a Administração os Desembargadores Maria Isabel de Azevedo Souza (1ª Vice-Presidente), Almir Porto da Ro-cha Filho (2º Vice-Presidente), Túlio

Martins (3° Vice-Presidente) e Denise Oliveira Cezar (Corregedora-Geral da Justiça).

PRESTAÇÃO JURISDICIONAL

Ao tomar posse, o presidente do TJRS, desembargador Duro, destacou que o foco da sua ges-tão será a prestação jurisdicio-nal: "Nossos objetivos estão in-timamente ligados ao empenho e ação conjunta de todos, nossos qualifi cados magistrados e ser-vidores, focados na excelência da jurisdição, que é a essência de nosso trabalho, justifi cativa de nossa prestação de serviço e da

MARIO SALGADO

Desembargador Carlos Eduardo Duro anunciou

o foco da nova gestão: prestação jurisdicional

qualificada.

Carlos Eduardo Duro preside o Tribunal do Rio Grande do SulMISSÃO | Desembargador prega defesa incondicional do Poder Judiciário

POSSE

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informou o desembargador Duro. De acordo com o magistrado, a previsão de conclusão das instalações em to-das as unidades jurisdicionais do Ju-diciário é dezembro de 2020.

CRISE ECONÔMICA E ÉTICA

Na avaliação do desembargador Duro, o Poder Judiciário nunca foi

tão exigido em todas as suas esferas pela sociedade. "Em um regime de-mocrático as decisões judiciais de-vem ser cumpridas, preservando-se a estabilidade jurídica, mantendo--se a harmonia e independência dos poderes e afastando a existência de poder absoluto e a hipertrofi a do Po-der Executivo", afi rmou. Por conta disso, o Judiciário é alvo de ataques.

MARIO SALGADO

EDUARDO NICHELE

Presidente Difini fez balanço: "Foi a

gestão da crise".

Novos dirigentes: desembargadores Túlio Martins (3º Vice), Maria Isabel de Azevedo Souza (1ª Vice-Presidente), Carlos Eduardo Zietlow Duro (Presidente), Almir Porto da Rocha Filho (2º Vice-Presidente) e Denise Oliveira Cezar (Corregedora-Geral).

existência do Poder Judiciário, solu-cionando e pacificando conflitos".

Segundo ele, as ações de massa, de cunho repetitivo, terão atenção especial. Duro pretende estimular os métodos al-ternativos de solução de confl itos, com a ampliação dos Centros Judiciários de Solução de Confl itos e Cidadania (CE-JUSC), aperfeiçoamento dos Juizados Especiais, acréscimo das Unidades Re-motas de Cumprimento e Apoio (UR-CAs) e também a informatização.

Nesse sentido, o presidente explicou a adoção do e-proc como solução para o processo eletrônico em detrimento ao sistema do e-Themis. "Incumbirá à nova administração o acompanhamento à mu-dança ao e-proc para que seja a mais rá-pida e tranquila possível. A migração não será imediata e carecerá de longo tempo para pleno funcionamento, convivendo-se com os dois sistemas simultaneamente",

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MARÇO 201832

REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇACONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

"Sob o pretexto de evitar eventuais abusos, pretende-se a instituição de norma disciplinando abuso de auto-ridade, com conceitos abstratos, sem clara tipifi cação, o que causa insegu-rança aos operadores do direito."

Sobre o impasse fi nanceiro vivido no RS, o novo presidente do TJRS foi enfático: "Inadmissível a intromissão do Poder Executivo ao congelar o or-çamento do Poder Judiciário, invia-bilizando a sua atuação, em fl agrante inconstitucionalidade, passível de correção na via adequada. O repasse do duodécimo, por sua vez, deve ob-servar o prazo previsto na Constitui-ção Federal. Os recursos, na verdade, não pertencem ao Poder Executivo".

REFORMA PREVIDENCIÁRIA

A Reforma Previdenciária também é alvo de preocupação, frisou o novo Presidente de TJRS. "Existe um silên-

cio generalizado sobre isso, de forma injustifi cável, responsabilizando os servidores públicos, que acabam pe-nalizados pelas reformas previdenci-árias", considerou.

Ao falar sobre o assunto, o de-sembargador Duro ressaltou que a Previdência é um dos três itens que compõem a seguridade social, em conjunto com a assistência social e saúde. "O confronto entre a totalida-de de receitas e de despesas afasta o alegado défi cit previdenciário. Ade-mais, desconsideram-se os valores recolhidos pelos segurados durante décadas como se inexistentes fossem, utilizados como recursos do caixa único para realização de obras e ou-tras despesas, tanto no plano federal como estadual", acrescentou.

CURRÍCULOEm três décadas de trajetória no

Poder Judiciário, o Desembargador

Carlos Eduardo Zietlow Duro ini-ciou jurisdicionando as Comarcas de Panambi, São Francisco de Assis, Candelária, Alvorada e Porto Alegre. Atuou atuado como Juiz de Direito convocado do Tribunal de Justiça na 2ª Câmara de Férias e 1ª Câmara Es-pecial Cível. Foi Juiz Eleitoral da 1ª Zona Eleitoral de Porto Alegre, bem como Coordenador Administrati-vo das Zonas Eleitorais da Capital. Promovido por merecimento ao cargo de Desembargador no Tribu-nal de Justiça do Estado, tomando posse em 25/03/02. Atuou na 1ª Câmara Especial Cível; 12ª Câma-ra Cível e foi membro da 22ª Câ-mara Cível de outubro de 2004 até 3/2/16. Atualmente, ocupava a 1ª Vice-Presidência do TJRS.

MARIO SALGADO

Plenário lotou para a

solenidade de posse.

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MARÇO 2018 33

ASCOM DPERS

DESPEDIDAEm seu discurso de despedida, o De-

sembargador Luiz Felipe Silveira Difi ni fez um retrospecto da sua gestão, em ên-fase na crise fi nanceira e fi scal enfrenta-da pelo país e pelo Estado do Rio Grande do Sul, bem como as medidas tomadas pela Administração do TJRS para evitar a paralisação dos serviços prestados à população.

"Tínhamos plena consciência de que esta seria a gestão da crise. No âmbito in-terno do Poder Judiciário, assumimos sua direção, com 4 mil processos em anda-mento, défi cit de 200 juízes e 2 mil servi-dores, orçamento congelado em relação ao ano anterior, e ainda reduzido em mais de R$ 220 milhões, em decorrência da Lei 14.739/2015, que destinava, por qua-tro anos, portanto, abrangendo todo o período da administração que se encerra - metade dos rendimentos dos depósitos judiciais ao Poder Executivo", explanou o Desembargador Difi ni.

Diante da situação difícil, citou o magistrado, foram tomadas inúmeras iniciativas, buscando a gestão adminis-trativo-fi nanceira. "Tenho afi rmado que a solução da histórica crise fi scal do RS não pode ser apenas pelo lado da redução de despesas, sob pena de se prejudicar a população mais carente, necessitando, obrigatoriamente, tratar-se de ampliar as receitas públicas, através da gestão e arrecadação mais efi cientes", ressaltou.

Destacou, especialmente, o aumen-to das receitas próprias do Judiciário no últimos dois anos, através das ta-xas e custas judiciais, rendimentos dos fundos especiais (Fundo de Reapare-lhamento do Poder Judiciário, rendi-mentos dos depósitos judiciais e Fundo Notarial e Registral) e cobrança de dé-bitos de serviços notariais e registrais providos por interinos, nos casos de excedimento de sua remuneração em relação ao teto constitucional.

"Este esforço administrativo propi-

ciou que nossas receitas próprias evolu-íssem de R$ 549 milhões em 2015 para R$ 624 milhões em 2016 (crescimento de 13,64%) e para 791 milhões em 2017 (crescimento de 26,87% sobre 2016 e 44,18% sobre 2015). Hoje, 22,88% do or-çamento do Poder Judiciário não advém de recursos do Tesouro, mas de receitas próprias contra 18,76% em 2015", reve-lou o Desembargador Difi ni.

O ex-Presidente do TJRS ainda lem-brou um importante momento político, que foi a rejeição da chamada emenda do duodécimo, pelo Parlamento gaúcho, e que representaria o corte de 15% do or-çamento do Judiciário. "Isso possibilitou a nomeação de 665 servidores e 500 no-vos estagiários no 1° grau de jurisdição, para, com parcial reposição dos servido-res faltantes, melhorar a qualidade dos serviços judiciários".

O magistrado também criticou as mudanças que propostas pela Reforma da Previdência. "Para vender a reforma, faz-se caríssima campanha publicitária, para com dinheiro público, apresen-tando que tal reforma viria 'acabar com privilégios'. A campanha é mentirosa, não há outra expressão. A reforma não atinge privilégios. Difi culta a aposenta-ria, especialmente por idade, no regime geral, torna inalcançável o tempo para aposentadoria integral do trabalhador comum, reduz pensões e benefícios. Posterga a aposentadoria, implantando requisito de idade, até para segurados do

Regime Geral que percebem salário mí-nimo", elencou o Desembargador Difi ni.

JUDICIÁRIO GAÚCHOO Tribunal de Justiça do RS é o quar-

to maior do país e está entre os Tribunais de grande porte (TJSP, TJRJ e TJMG). A estrutura do 1º Grau conta com 165 Co-marcas e possui 519 Varas Judiciais, 80 Juizados, 47 Juizados Especiais Cíveis, 7 Juizados Especiais da Fazenda Pública, 5 Juizados Especiais Criminais e 8 Turmas Recursais. No 2º grau são 25 Câmaras cíveis e 8 Criminais.

A estrutura de pessoal conta com 814 magistrados (sendo 139 Desembargado-res, 639 Juízes de Direito e 36 Pretores), 8.205 servidores e 4.211 estagiários.

Tramitam atualmente na Justiça Esta-dual 3.557.716 milhões de processos.

Conforme dados do Conselho Na-cional de Justiça, divulgado pelo Relató-rio Justiça em Números de 2017, o TJRS foi o único Tribunal Estadual a atingir 100% de efi ciência no IPC-Jus, o Índice de Produtividade Comparada da Justiça. É um indicador criado pelo CNJ que re-sume os dados recebidos pelo Sistema de Estatística do Poder Judiciário (SIESPJ) e mostra o resultado da produtividade e efi ciência dos Tribunais.

Também, em 2017, pelo terceiro ano consecutivo, o Judiciário gaúcho rece-beu o Selo Justiça em Números, catego-ria Ouro do CNJ.

(Do site do TJRS)

Desembargador Pedro Bitencourt, presidente

do Conselho, e o desembargador Carlos

Eduardo Duro.

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MARÇO 201834

REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇACONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

A nova mesa diretora, que con-duzirá o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) no Biênio 2018/2019, foi empossada em Ses-são Solene, realizada no dia 11 de dezembro de 2017, no Salão do Tri-bunal Pleno do Palácio Renato de Mattos. O presidente, desembar-gador Sérgio Luiz Teixeira Gama; o vice-presidente, desembargador

Ney Batista Coutinho; o corregedor geral da Justiça, desembargador Sa-muel Meira Brasil Júnior; e o vice--corregedor, desembargador Carlos Simões Fonseca, conduzirão o órgão nos próximos dois anos.

Uma cerimônia militar abriu a solenidade. Seguindo o rito do protocolo, o desembargador Sér-gio Luiz Teixeira Gama passou em

revista à tropa da Polícia Militar, acompanhando o Governador do Estado, Paulo Hartung.

Em seguida, foi realizada a Ses-são Solene de posse da nova mesa diretora, quando o desembargador Sérgio Luiz Teixeira Gama foi con-duzido ao plenário pelos Desem-bargadores Adalto Dias Tristão e Elisabeth Lordes, o mais antigo e a mais nova integrante da casa. A solenidade, muito concorrida, contou com a presença de deze-nas de autoridades, empresários, amigos e familiares.

Após a Execução do Hino Na-cional e do Hino do Estado do Es-pírito Santo pela Banda de Música

ASCOM / TJES

Desembargador Sérgio Luiz Teixeira Gama

destacou a missão da nova gestão em seu

discurso de posse.

Desembargador Sérgio Teixeira Gama é o novo presidente do TJESDESAFIO | Gestão vai atuar para fortalecer e qualificar o Judiciário capixaba

POSSE

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇACONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

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é solucionar os conflitos, mediante a prestação de uma tutela jurisdi-cional justa e efetiva, observada a razoável duração do processo.

“Não descansarei um segundo se-quer, enquanto houver providências e medidas administrativas que possam impulsionar a atividade jurisdicional no âmbito da Justiça Estadual do 1º e do 2º grau. Esse será o meu maior desafi o como gestor do Poder Judiciário do Es-tado do Espírito Santo”, afi rmou o novo Presidente do TJES. (Ascom/TJES)

ASCOM / TJES

Desembargador Sérgio Teixeira Gama assina termo de posse (acima) em solenidade que lotou o plenário do TJES.

da Polícia Militar, o desembargador Annibal de Rezende Lima fez seu dis-curso de despedida da Presidência do Tribunal de Justiça, quando lembrou de todas as dificuldades e conquistas alcançadas em sua gestão.

Com palavras de elogio ao novo di-rigente, o desembargador Annibal de Rezende Lima transmitiu o cargo de presidente do Tribunal de Justiça para o desembargador Sérgio Luiz Teixeira Gama. “Desejo ao estimado e fraterno colega desembargador Sérgio Luiz Tei-xeira Gama seja ele muito feliz, pesso-al e funcionalmente, à frente do Poder Judiciário Estadual e, ao concluir seu biênio, tenha a agradável sensação do dever exemplarmente cumprido”, res-saltou o desembargador.

Em seguida, o novo presidente deu posse ao vice-presidente, desembar-gador Ney Batista Coutinho; ao cor-regedor geral da Justiça, desembar-gador Samuel Meira Brasil Júnior; e ao vice-corregedor, desembargador Carlos Simões Fonseca.

A saudação aos novos dirigentes ficou sob a responsabilidade do de-sembargador Adalto Dias Tristão, que desejou aos novos membros da mesa diretora uma excelente gestão, eficiente, serena e profícua.

“Não formulo aos novos gestores vo-tos de uma administração sem proble-mas, em céu de brigadeiro. Formulo sim sinceros desejos de que os desafi os, os problemas que certamente surgirão se-jam vencidos, sejam ultrapassados, com muito equilíbrio, bom senso e muita co-ragem”, disse o decano da Corte.

Os novos dirigentes desempenharam as mais diversas funções, nas mais varia-das cidades, conhecendo a realidade das Comarcas, conhecem na teoria e na prá-tica, vivenciaram as difi culdades que afl i-gem magistrados, membros do Ministé-rio Público, servidores e, principalmente, os jurisdicionados.

O novo presidente, desembargador Sérgio Luiz Teixeira Gama, destacou que o maior desafio de sua gestão será fortalecer, qualificar e prestigiar a atividade-fim do Poder Judiciário, que

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇACONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

Os três novos membros da mesa diretora do Judiciário maranhense tomaram posse no dia 15 de dezem-bro, na sala das sessões plenárias do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA). Os desembargadores José Joaquim Figueiredo dos Anjos (pre-sidente), Lourival de Jesus Serejo (vice) e Marcelo Carvalho Silva (cor-regedor geral da Justiça) foram elei-

tos, no dia 4 de outubro deste ano, para o biênio 2018/2019.

O novo presidente do TJMA disse que o Poder Judiciário do Maranhão deve não apenas tomar as decisões, mas fazer com que sejam cumpridas, rigorosamente, em tempo hábil.

"Queremos uma Justiça próxima do povo, para o qual é ditada e do qual deve estar sempre ao alcance.

Uma Justiça simples, real, despida de tudo que a possa tornar difi cul-tosa, a fi m de que a sociedade civil possa nela crer, convencida que ela é a sua mais sólida garantia", enfa-tizou o novo presidente do TJMA, acrescentando que "o Judiciário não vai fi car omisso diante de atos de improbidade".

Ele afi rmou que sociedade ma-ranhense clama por resposta ju-dicial efetiva, que previna e solu-cione os confl itos em tempo hábil. "Esta será a diretriz estratégica da nossa gestão: elevar a primazia ab-soluta à qualidade da prestação ju-risdicional, entendendo-se por quali-dade não apenas o teor científi co das

ASCOM / TJMA

Governador Flávio Dino (à esquerda) e o novo presidente do TJMA, desembargador José Joaquim Figeuiredo dos Anjos,

na cerimônia de posse.

José Figueiredo dos Anjos assume a presidência do TJ do MaranhãoEFICIÊNCIA | Novo presidente defende qualidade na atenção jurisdicional

POSSE

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ria do governo e do TJMA conseguiu avançar em políticas de interesse da sociedade, abrindo novas unidades ju-diciárias, para que a a população possa ter uma Justiça mais próxima.

"Do mesmo modo, com o presiden-te José Joaquim é essa a expectativa, que cada um cumpra o seu papel e que nós, do Poder Executivo, que temos a responsabilidade de arrecadar, de ge-rir os recursos e distribuí-los, junto com o Legislativo, para todos os po-deres e órgãos, possamos continuar a fazer desse modo", resumiu.

CURRÍCULONatural do Município de São João

Batista, o desembargador José Joa-quim Figueiredo dos Anjos graduou--se em Direito pela Universidade Fe-deral do Maranhão, em 1978. Iniciou sua vida funcional como advogado e procurador do Departamento de Es-tradas de Rodagem do Estado do Ma-ranhão (DER), em 1978.

Atuou como procurador fi scal da Prefeitura de São Luís, no período de

1983 a 1986 – mesmo ano em que foi aprovado para concursos públicos de procurador do Estado e juiz de Di-reito. Ingressou na magistratura em maio de 1987.

Atuou em Riachão, Alcântara, Presidente Dutra, Itapecuru, Santa Inês e Bacabal. Chegou à 4ª ent-rância em 12 de fevereiro de 1992, exercendo o cargo de juiz auxiliar por cinco anos. Foi juiz corregedor na gestão do desembargador Antô-nio Fernando Bayma Araújo, e di-retor do Fórum de São Luís.

Palestrante reconhecido na área do Direito Penal, exerceu também o magistério durante 10 anos. Como titular da 2ª Vara Criminal de São Luís, durante 11 anos anos e 9 me-ses, foi considerado um dos juízes de maior produtividade. Em 19 de de-zembro de 2006, ingressou no Tri-bunal de Justiça, por merecimento.

(Ascom/TJMA)

ASCOM / TJMA

Desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos (à direita)

quer a Justiça perto do povo.

decisões que proferimos, que é e sempre foi apreciável, porém, também o tempo que levamos para proferi-las e o tempo que levamos para fazer com que sejam cumpridas", assinalou.

Joaquim Figueiredo elencou algumas das prioridades de sua gestão, como uma Justiça mais célere e próxima da socieda-de; a construção da nova sede do Judiciário, na chamada Cidade da Justiça, em São Luís, com o apoio do Governo do Estado; e con-curso público para servidores. Tudo com a colaboração dos desembargadores Lourival Serejo (vice-presidente) e Marcelo Carva-lho Silva (corregedor geral da Justiça), assim como dos outros membros da Corte.

A solenidade no Plenário contou com a presença do governador do Estado, Flávio Dino, e do vice, Carlos Brandão; do mi-nistro do STJ, Reynaldo Fonseca; da con-selheira do CNJ, desembargadora Maria Iracema do Vale; do prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior; do deputado Rogério Cafeteira, representando a As-sembleia Legislativa; do presidente do TRE-RS, desembargador Carlos Mar-chionatti; do presidente do Conselho dos Tribunais de Justiça, desembargador Pedro Carlos Marcondes; do desembar-gador Raimundo Nonato Alencar, re-presentando o TJ-PI; do presidente da Associação dos Magistrados do Mara-nhão (AMMA), juiz Ângelo Santos; e do procurador-geral de Justiça, Luíz Gonzaga Coelho, que integraram a mesa.

O então presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Cleones Cunha, abriu a sessão solene de posse dos novos dirigentes do Judiciário estadual, agrade-cendo, nominalmente, à colaboração de todos os integrantes da mesa, aos desem-bargadores, juízes, diretores e também a servidores, funcionários terceirizados e demais pessoas que o ajudaram ao longo dos últimos dois anos.

Cleones Cunha disponibilizou o Rela-tório de Gestão do biênio 2016/2017 aos desembargadores e enalteceu a qualidade da atuação, do histórico funcional e de vida dos três novos dirigentes da Corte.

O governador Flávio Dino disse que, no biênio que fi ndou, sob a presidência do desembargador Cleones Cunha, a parce-

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O Poder Judiciário de Ron-dônia empossou, no dia 7 de de-zembro de 2017, a nova cúpula administrativa do Tribunal de Justiça do Estado, em cerimônia

prestigiada por autoridades civis e militares, magistrados, servidores e familiares dos em-possados. O então presidente do TJRO, desembargador Sansão

Saldanha, conduziu a solenida-de e, já na abertura, fez um ba-lanço de sua gestão.

Assumiram, cumprindo o rito regimental, primeiro os desem-bargadores membros do Conselho da Magistratura, Raduan Miguel Filho e Daniel Ribeiro Lagos; em seguida vice e diretor da escola da Magistratura de Rondônia, juiz Guilherme Ribeiro Baldan, e de-sembargador Marcos Alaor Diniz Grangeia, logo após o corregedor

ASCOM / TJRO

Desembargador Walter Waltenberg define a meta da sua gestão: modernizar o Poder

Judiciário de Rondônia.

Walter Waltenberg toma posse como presidente do TJ de RondôniaPAUTA | Desembargador propõe ações que acabem com a lentidão judicial

POSSE

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de dentro é que podemos avaliar quanto os cidadãos e cidadãs con-tam com o juiz para organizar suas vidas. Entretanto, revelou, “no co-meço parece-nos que não há, como em dois anos, resolver todas as reinvindicações, todas as deman-das próprias do Poder Judiciário”.

Lembrou, ainda, que os com-promissos foram cumpridos com eficácia e precisão. “Fizemos uma gestão ágil, atenta, com uma equipe

que agiu com desprendimento”, ao se referir ao vice-presidente, Isaias Fonseca, ao corregedor, Hiram Marques, e ao diretor da Emeron, Paulo Kiyoshi Mori.

As esposas dos desembargado-res da nova cúpula foram home-nageadas com flores. A solenidade teve também a participação do Co-ral Vozes do Madeira, formado por servidores do TJRO. Além do hino nacional, no início a cerimônia, o grupo musical fez uma apresenta-ção especial com repertório com-posto por canções de Gilberto Gil e Milton Nascimento.

(Ascom/TJRO)

ASCOM / TJRO

Cerimônia de posse no TJRO teve a presença de magistrados e autoridades do Estado.

geral da Justiça, José Jorge Ribeiro da Luz, o vice-presidente do TJRO, de-sembargador Renato Mimessi, e, final-mente, o presidente Walter Waltern-berg Silva Júnior.

Walter iniciou seu discurso de posse falando da maior dificuldade do Judici-ário em meio ao ambiente dos avanços tecnológicos. “Vivemos a 4ª revolução industrial.” Para o desembargador, que assume o TJRO, a “dor do Judiciário é a lentidão”, por isso anunciou que sua administração será pautada na mo-dernização. “Com a revolução que se impõe espero liderar os servidores e magistrados de todo o Estado, numa revolução de costumes, de práticas, de atitudes”, destacou.

Elogiou a coragem dos antecessores ao tomar medidas nesse sentido, como a implantação de programas e platafor-mas que buscam a inovação. “Durante muitos anos, fomos exemplos na área de tecnologia. Somos craques em fazer acontecer. Juntos: magistratura, MP, advogados, OAB, governo e legislativo, vamos investir num processo eletrôni-co unificado, um só, cível, criminal e administrativo; surfando com veloci-dade e segurança em todos os níveis”, propôs o desembargador.

Sobre a responsabilidade “mais ele-vada” no Judiciário, Waltenberg afi rmou que trata-se de uma honra que divide com todos, principalmente dos familiares. Agradeceu “às lições de amor à liberdade”, de seu pai; as lições de ética do irmão, e a confi ança dos fi lhos. Um deles, Marcos Vi-nicius, foi a até o microfone para expressar sua gratidão ao pai. Momento de emoção também quando o desembargador agrade-ceu à mãe, D. Lúcia, e à esposa, Silvia.

O novo presidente fez deferência, ainda, aos pares, aos amigos, aos ser-vidores, todos companheiros de luta. “Que Deus permita ser mais um presi-dente para a democracia e para a liber-dade”, finalizou.

O desembargador Sansão Saldanha refletiu sobre a grande responsabilida-de, “a maior da carreira de um juiz”, a de conduzir o Poder Judiciário do Es-tado. O magistrado disse que “só daqui

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O desembargador Rodrigo Collaço é o novo presidente do Tribunal de Justiça de Santa Ca-tarina. Natural de Florianópolis, 54 anos, o magistrado tomou posse no dia 2 de fevereiro, em solenidade que lotou o auditório do TJSC e contou com a presen-ça de destacadas autoridades das esferas federal e estadual dos três

Poderes - governador, senado-res, ministro do STJ, conselheiro do CNJ, desembargadores fede-rais e representantes de outros tribunais de justiça do país, além de deputados e prefeitos.

A transmissão do cargo foi realizada pelo desembargador Torres Marques, que deixou a chefia do Judiciário catarinense

na oportunidade. Em seu dis-curso, o ex-presidente fez um balanço de sua administração e enumerou as realizações da ges-tão - entre elas transformar car-gos de juiz de 2º grau em cargos de desembargador e prover 34 deles em pouco mais de um ano. "Os compromissos assumidos e as metas do nosso plano de ges-tão foram cumpridos com suces-so", avaliou. Logo após assumir o posto de presidente e ser conde-corado com a Medalha de Hon-ra - Grande Mérito, coube ao desembargador Rodrigo Collaço empossar os demais integrantes do corpo diretivo, igualmente eleitos em sessão do Pleno do TJ

DANIELA PACHECO COSTA/TJSC

Desembargador Rodrigo Collaço, presidente do TJSC,

vai reforçar ações em benefício da atividade-fim do Judiciário.

Rodrigo Collaço toma posse como presidente do TJ de Santa CatarinaMETA | Desembargador vai trabalhar para diminuir o número de processos

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Novo presidente Rodrigo

Collaço tomou posse em concorrida

cerimônia no TJSC.

no dia 6 de dezembro de 2017.Assumiram postos de comando,

na oportunidade, os desembar-gadores Moacyr de Moraes Lima Filho (1º vice-presidente), Henry Petry Júnior (corregedor-geral da Justiça), Carlos Adilson Silva (2º vice-presidente), Altamiro de Oli-veira (3º vice-presidente) e Rober-to Lucas Pacheco (vice-corregedor geral da Justiça).

Houve também a transmissão do cargo de corregedor geral da Justiça entre os desembargadores Ricardo Orofino Fontes e Henry Petry Júnior. Ambos fizeram uso da palavra. Na sequência, outro momento inovador na cerimô-nia foi a assinatura do termo de posse dos membros eleitos para complementar a composição do Órgão Especial, integrado, além dos 13 desembargadores mais antigos da corte, por 12 escolhi-dos em votação para mandato de dois anos: Salete Silva Somma-riva, Alexandre d'Ivanenko, Mo-acyr de Moraes Lima Filho, Sér-gio Izidoro Heil, João Henrique Blasi, Soraya Nunes Lins, Henry Petry Júnior, Stanley da Silva Braga, Francisco José Rodrigues de Oliveira Neto, Hélio do Val-le Pereira, Júlio César Machado Ferreira de Melo e o próprio Ro-drigo Collaço. Ele, o 1º vice-pre-sidente e o corregedor-geral são considerados membros natos.

Em seu discurso de posse, o desembargador Collaço afirmou ser possível promover uma revolução no Judiciário de Santa Catarina. Para isso, simplificou, basta julgar mais e melhor. "Essa será nossa meta, a ser perseguida diariamente nos próximos dois anos", garantiu. Para o novo presidente do TJ, os magistrados são fortes quando julgam, mas fraquejam quando não conseguem prestar a jurisdição. "Temos atualmente 2,6 milhões

de processos em tramitação no Estado, esse é o nosso déficit de exercício de poder que combateremos até o último dia da gestão", comprometeu-se. Segundo o magistrado, o Judiciário só existe para atender a necessidade das pessoas por justiça. O foco na atividade-fim, portanto, deve ser total. "Redirecionaremos todo o nosso talento, inteligência e recursos neste sentido", concluiu. A solenidade foi abrilhantada pelo Coral da Associação dos Magistrados Catarinenses - coincidentemente criado no período em que o então juiz Rodrigo Collaço comandava aquela entidade.

CURRÍCULODesembargador Rodrigo To-

lentino de Carvalho Collaço - Natural de Florianópolis-SC, 54 anos, ingressou na magistratura catarinense em 1989. Como juiz substituto, atuou nas comarcas de São Joaquim, Urubici e Bom Retiro. No ano de 1992, promo-vido ao cargo de juiz de direito, judicou nas comarcas de Papan-duva, Palmitos, Porto União, Chapecó, Joinville e Capital. Em 1999 assumiu a presidência da Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC), e foi ree-leito para desempenhar a função no período de 2001 a 2003. Foi também eleito presidente da As-sociação dos Magistrados Brasi-leiros (AMB), cargo exercido en-tre os anos de 2005 e 2007. Em 2009 alçou ao cargo de juiz de direito de 2º grau. Foi promo-vido ao cargo de desembargador em 2012. (Ascom/TJSC)

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ASCOM / TJSP

Desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças

durante assinatura do termo de posse na

presidência do TJSP.

O Tribunal de Justiça de São Pau-lo promoveu no dia 5 de fevereiro a Abertura do Ano Judiciário e a posse solene do Conselho Superior da Ma-gistratura (CSM), biênio 2018/2019. Em cerimônia que lotou o Palácio da Justiça, sede da Corte bandeirante, o presidente do TJSP, desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças, discursou em defesa da Justiça e da Magistratura. O evento foi presti-giado pelo governador e pelo pre-

sidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, por ministros do Su-premo Tribunal Federal e do Supe-rior Tribunal de Justiça, por muitos magistrados do TJSP e de outros tri-bunais do País, e representantes de instituições civis e militares.

Integram o novo CSM, além do presidente, os desembargado-res Artur Marques da Silva Filho (vice-presidente), Geraldo Fran-cisco Pinheiro Franco (corregedor

geral da Justiça), José Carlos Gon-çalves Xavier de Aquino (decano) e os presidentes de Seções Getúlio Evaristo dos Santos Neto (Direito Público), Gastão Toledo de Cam-pos Mello Filho (Direito Privado) e Fernando Antonio Torres Garcia (Direito Criminal).

“Nesta posse solene ratifi co o ju-ramento que todos os magistrados de nosso País formalizam em suas respectivas posses: prometo cum-prir fi elmente a Constituição, as leis vigentes e os deveres do cargo”, afi r-mou o presidente Pereira Calças. “No cumprimento do mandato que me foi outorgado pelo Pleno do Tribu-nal de Justiça de São Paulo, pretendo

TJSP abre o Ano Judiciário com Pereira Calças na presidênciaPAPEL | Desembargador presidente reforça princípios do Poder Judiciário

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exercer a representação e a gestão desta Corte, exclusivamente, à luz dos prin-cípios da Constituição Federal e das Leis de nosso País. Daí porque, assu-mo o compromisso de defender e lutar com todo o arsenal jurídico, de forma intransigente, corajosa e destemida a regra constitucional inscrita no arti-go 99 de nossa Carta da República: a autonomia administrativa e fi nancei-ra deste Tribunal.”

Para o presidente Pereira Calças, o Judiciário tem importante papel a desempenhar no atual panorama do Brasil, que enfrenta difi culdades de ordem econômica e política. “Nós, juízes, intérpretes constitucionais das leis e da própria Carta da República, temos que cumprir nosso juramento institucional de forma plena e inde-pendente”, lembrou. “É preciso dizer que as três clássicas prerrogativas constitucionais da Magistratura na-cional não foram instituídas com o escopo de amparar a pessoa do juiz, mas sim, para proteger e garantir aos

cidadãos que, ao invocarem a garantia da tutela jurisdicional, que o exercício da função jurisdicional será prestado de forma livre, independente, de-sassombrada e sem o temor da in-terferência ou da pressão de forças econômicas ou políticas esgrimidas pelos poderosos de plantão, que são os inimigos da liberdade, da demo-cracia, do Estado de Direito e do bem-estar social e da pátria”.

DISCURSOSA desembargadora Silvia Rocha, que

está entre as primeiras mulheres que in-gressaram na Magistratura de São Paulo, foi escolhida como oradora em nome do TJSP. Sua oração girou em torno do tema “respeito”. Segundo a magistrada, mais do que simples tolerância, respeito “implica deferência e consideração, admite e reconhece talento, esforço e trabalho. Conduz a convívio que fortalece as pessoas, as instituições, os poderes e a nação. Pressupõe boa vontade, convicção e merecimento”.

“Que não esqueçamos que o di-ferente, mais que tolerância e bene-volência, exige respeito”, continuou a desembargadora. “Que os ideais sejam atingidos, porque neles não há utopia, apenas preservação dos valores pelos quais prometemos velar, quando decidimos ser juízes. Que o nosso presidente e o novo Conselho Superior da Magistratura conduzam o Tribunal de São Paulo e as mulheres e o homens que o in-tegram com segurança e determina-ção, para bem servir à Justiça.”

Na sequência fez uso da palavra o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo, Marcos da Costa. Ele destacou que 2018 será um ano de desafi os. “Chegamos a um mo-mento de grandes defi nições: ou o País caminha em direção ao futuro ou con-tinuará amarrado às raízes do passado”, falou. “A advocacia estará mais uma vez sustentando os valores éticos, à frente da vanguarda social, esclarecendo e orientando a população.”

Presidente Pereira Calças com autoridades do

Executivo paulista e do Poder Judiciário.

ASCOM / TJSP

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O procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Poggio Smanio, trouxe a palavra de apoio dos integrantes do Ministério Público de São Paulo. “Compete a todos nós, que escolhemos o Direito como forma de expressão do nosso respeito pela sociedade continu-ar zelando para que a Justiça seja distri-buída à coletividade de nosso Estado”, ressaltou ele. “Contar na Presidência do Tribunal com uma personalidade da estirpe do desembargador Ma-noel Pereira Calças é um alento para todos nós que temos a Justiça como um ideal”, concluiu. “O seu êxito é o nosso êxito e o nosso êxito será o êxito de toda a sociedade paulista, a que temos a honra de servir.”

“Sem Justiça não há democracia”, disse o presidente da Assembleia Legis-lativa de São Paulo, deputado estadual Cauê Macris. “Continuemos vigilantes, defendendo a atuação do Poder Judici-ário”, conclamou.

O governador de São Paulo, Geral-do Alckmin, destacou que, mesmo com os Poderes sendo independentes entre si, é preciso que sejam harmônicos na busca pelo bem comum. Como exem-plo de bons resultados obtidos em par-cerias entre Executivo e Judiciário, ele destacou a realização das audiências de custódia, a instalação do Acessa SUS, e a implementação das teleaudiências criminais. O governador lembrou, também, que a atual crise “não é a pri-meira e certamente não será a última”. Nesse contexto, ressaltou os 40 anos de experiência do desembargador Pereira Calças: “Nosso Tribunal não poderia estar em melhores mãos”.

Em nome do Supremo Tribunal Federal (STF), fez uso da palavra o ministro Enrique Ricardo Lewando-wski. Ele saudou os integrantes do CSM e sublinhou que são “magis-trados de carreira, com muita expe-riência, dedicados de corpo e alma a nobilíssima função judicante”. “O presidente Pereira Calças é um lí-der”, afiançou Lewandowski, “que juntamente com os demais está à

altura da difícil quadra histórica por que passamos”.

O discurso do presidente Pereira Calças encerrou a solenidade. Com-pletaram a mesa de honra dos traba-lhos os ministros do STF Alexandre de Moraes; o corregedor nacional de Justiça, ministro João Otávio de No-ronha; o prefeito de São Paulo, João Dória; o deputado federal Arnaldo Fa-ria de Sá, representando o presidente da Câmara; os ex-presidentes do TJSP desembargadores Sergio Augusto Ni-gro Conceição, Celso Luiz Limongi, José Renato Nalini (atual secretário de Estado da Educação), e Paulo Dimas de Bellis Mascaretti. (Ascom/TJSP)

Ratifi co o juramento de todos os magistrados de nosso país: prometo cumprir fi elmente a Constituição, as leis vigentes e os deveres do cargo."Des. Pereira Calças

ASCOM / TJSP

O governador Geraldo Alckmin (acima) e o prefeito João Dória Jr. (à esquerda do desembargador Pereira Calças) prestigiaram a solenidade de posse.

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Em sessão solene no Salão do Pleno, do Palácio da Justiça do Ju-diciário estadual, no Recife, a nova mesa diretora do Tribunal de Jus-tiça de Pernambuco (TJPE) tomou posse no dia 5 de fevereiro para o biênio 2018/2019. Assumiram a mesa diretora os desembargadores como presidente, Cândido Sarai-va no cargo de 1º vice-presidente,

Antenor Cardoso na 2ª Vice-Pre-sidência e Fernando Cerqueira como corregedor geral da Justiça.

A mesa de honra foi composta pelo então presidente do TJPE, desembargador Leopoldo Rapo-so; pelo presidente empossado do TJPE, desembargador Adalberto de Oliveira; pelo presidente em exercício do Superior Tribunal

de Justiça, ministro Humber-to Martins; pelo governador do Estado, Paulo Câmara; pelo presidente da Assembleia Le-gislativa de Pernambuco, Gui-lherme Uchôa; pelo prefeito do Recife, Geraldo Júlio; pela procuradora de justiça Lúcia de Assis, representando o procura-dor-geral de Justiça, Francisco Dirceu Barros; pelo comandan-te militar do Nordeste, general Artur Costa Moura; e pelo bis-po diocesano de Caruaru, Dom BernadinoMarchió.

ANDERSON FREITAS / AGÊNCIA RODRIGO MOREIRA

Solenidade de posse do desembargador

Adalberto de Oliveira Melo, em Recife.

Desembargador Adalberto Melo toma posse em cerimônia no TJPEUNIÃO | Novo presidente quer parcerias para melhorar atenção à sociedade

POSSE

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ANDERSON FREITAS / AGÊNCIA RODRIGO MOREIRA

No seu discurso de despedida, o desembargador Leopoldo Raposo agradeceu o apoio dos magistrados e servidores que fizeram parte da sua gestão e a sua família, em especial a sua esposa, Ismênia Pires. “Meus familiares me incentivaram muito a continuar trilhando o caminho da ética e da justiça. Agradeço pela parceria de órgãos como Governo do Estado, Prefeitura do Recife, Ministério Público de Pernambuco, Defensoria Pública do Estado, Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Pernambuco, sem os quais não poderíamos concluir a gestão da forma como conseguimos”, afirmou.

BALANÇOO desembargador fez um balanço

das suas principais ações, dentre as quais a conclusão da implantação do Processo Judicial eletrônico (PJe), em abril de 2017, em todas as unidades ju-diciárias cíveis do Estado, totalizando 415 órgãos julgadores nos 1º e 2º graus de Jurisdição. “Na nossa gestão, o PJe foi implantado em 225 órgãos julgado-res o que representa um aumento de 118% no número de unidades judiciá-rias com o sistema”, afirmou. Leopoldo Raposo aproveitou a oportunidade e apresentou o Relatório de Gestão.

A modernização e o processo de hu-manização da estrutura do Judiciário também foram enfatizados pelo desem-bargador Leopoldo Raposo. O magis-trado citou a construção de nove fóruns, nas comarcas de Agrestina, Custódia, Goiana, Glória do Goitá, Moreno, Ta-bira, Tracunhaém, Santa Maria da Boa Vista e Taquaritinga do Norte. E ainda a inauguração da Central de Audiências da Capital, com 17 salas destinadas a viabilizar as audiências de conciliação e mediação no início dos processos cíveis, conforme previsto no Novo Código de Processo Civil. “No total, foram realiza-das na Central mais de 8 mil audiências e homologados mais de 16 milhões em acordos nesta gestão”, observou.

Na área social, o desembargador citou diversos projetos relevantes como

o Justiça Libertadora, que capacitou 165 jovens na comunidade do Coque, em disciplinas como Inglês e Informática, em salas do Fórum Desembargador Rodolfo

Aureliano. “A iniciativa é destinada também a desenvolver o caráter de formação cidadã dos jovens para que através do conhecimento possam ser protagonistas de mudanças sociais”, afirmou. Ele destacou ainda a inauguração de mais três Casas de Justiça e Cidadania no Estado, sendo uma

Acima, o presidente empossa-do, desembargador Adalberto de Oliveira Melo, e o desem-bargador Leopoldo Raposo.

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no bairro do Bongi, no Recife, outra na Comarca de Toritama e uma no Arquipélago de Fernando de Noronha. “As unidades promovem atividades destinadas à efetiva participação da comunidade e do cidadão na resolução de problemas e possibilitam a aproximação do Judiciário e a sociedade mais carente”, afirmou.

Após o discurso, o desembargador Leopoldo Raposo deu posse ao novo presidente do TJPE, desembargador Adalberto de Oliveira Melo, que assu-miu a bancada para dar continuidade à cerimônia, empossando os demais membros da mesa: Cândido Saraiva no cargo de 1º vice-presidente; An-tenor Cardoso na 2ª Vice-Presidência

e Fernando Cerqueira como correge-dor-geral da Justiça. Na sequência, o desembargador Jones Fiqueiredo, de-cano do Tribunal, proferiu o discurso de saudação da nova mesa diretora, destacando a clareza, a simplicidade e o conhecimento jurídico dos seus membros. “Tenho absoluta confi ança no desenvolvimento de um trabalho efi caz e voltado ao bem-estar do cida-dão, com a promoção de uma justiça sobretudo célere e inclusiva pela nova mesa-diretora. Vejo em cada compo-nente da nova gestão comprometi-mento ético e coragem para trabalhar com muita determinação por um Ju-diciário cada vez melhor”, concluiu.

CONFIANÇAEm seguida, o presidente empossa-

do do TJPE, desembargador Adalberto de Oliveira Melo, proferiu seu discur-so de posse agradecendo o apoio da família e a confi ança dos desembarga-

dores e demais membros do Judiciário estadual pela confi ança depositada para assumir o novo cargo e parabenizou a gestão do seu antecessor. “Antes de falar sobre nosso plano de ação, tenho de fe-licitar a anterior mesa diretora, da qual fi z parte como 1º vice-presidente, e es-pecialmente o desembargador Leopol-do Raposo pelos excelentes resultados alcançados nos últimos dois anos. Vossa Excelência honrou compromissos, pro-moveu mudanças estruturais e garantiu meios para o pleno funcionamento do TJPE”, afi rmou.

Adalberto de Oliveira revelou, na sequência, as propostas da sua gestão na Presidência. “No momento em que assumo perante a sociedade o cargo de presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, entendo que a principal meta dos nossos trabalhos é a prestação de um serviço jurisdicional rápido, preciso, efi ciente e justo. Devemos promover meios

ANDERSON FREITAS / AGÊNCIA RODRIGO MOREIRA

Desembargadores Fernando Cerqueira, Adalberto de Oliveira Melo, Cândido Saraiva e Antenor Cardoso.

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para que a população seja mais bem atendida, inclusive com a realização de parcerias com entidades bem-sucedidas no Estado. Nesse contexto, iremos trabalhar de forma integrada em três campos: o da continuidade, o da motivação e o da inovação. Daremos seguimento aos projetos implantados pelas gestões anteriores e que visam à melhoria das condições de atendimento jurisdicional”, afi rmou.

Dentre os projetos de práticas exi-tosas, Adalberto de Oliveira Melo ci-tou a ampliação de ações de interio-rização do Judiciário, da conservação do patrimônio público, da política de transparência do TJPE, do equilíbrio de contas e do aperfeiçoamento dos servidores e magistrados. “Honrar compromissos em prol de um bem maior refl ete nossa vocação para pres-tar o pleno atendimento à sociedade. Propomos nesse contexto, o plano de acessibilidade do Judiciário, com a presença de pessoas com defi ciência no cotidiano jurídico como prática de inclusão social, a desburocratização da prestação do serviço jurisdicional e a promoção do trabalho conjunto com outros Poderes para abordagem de te-mas de interesse comum”, avaliou.

Segundo o magistrado, um dos maiores compromissos da sua ges-tão será no combate à criminalidade. “Temos o objetivo de construir o Fó-rum Criminal da Capital, adaptado às características dos processos penais, com plenas condições de trabalho para a condução e a realização de au-diências com réus presos e audiências de custódia. A assinatura do protocolo de intenções para a construção do Fó-rum aconteceu recentemente, no dia 2 de fevereiro. O Fórum trará segurança necessária para que todos os juízes e servidores possam desempenhar suas funções voltados a maiores produti-vidade e atenção ao cotidiano desses processos especiais”, disse.

Por fi m, o magistrado agradeceu novamente a oportunidade de assu-mir a Presidência do Tribunal de Jus-tiça até fevereiro de 2020. “Novamen-

te agradeço o gesto de confi ança, cada palavra e cada atitude de apoio dire-cionada a mim e aos integrantes desta nova mesa diretora do TJPE. A marca

de nossa gestão será o trabalho con-junto, colaborativo, em busca do bem maior que deve nortear o Poder Públi-co: a plena prestação do serviço qua-lifi cado às pessoas. Seja no Sertão ou no Litoral, seremos a Justiça de todos e para todos! Esse é o nosso dever e nosso compromisso moral”, fi nalizou o presidente do TJPE. (Ascom/TJPE)

ANDERSON FREITAS / AGÊNCIA RODRIGO MOREIRA

No alto, cerimônia de posse do novo presidente do TJPE. Presidente do Conselho dos Tribunais de Justiça, desembargador Pedro Bitencourt, visitou o TJPE, agora sob a presidência do desembargador Adalberto Melo.

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O desembargador Gesivaldo Britto tomou posse da Presi-dência do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) para o biênio 2018 – 2020, no dia 1º de fevereiro, no Salão Nobre do Fórum Ruy Barbosa. A Sessão Solene contou com a participação de autorida-des de todo o Estado, magistra-dos, familiares e amigos.

A solenidade começou às 9 horas, com a revista à tropa da Polícia Militar. Logo, a desem-bargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, presidente do biênio 2016 – 2018, visitou, em companhia do Governador do Estado da Bahia, Rui Costa, a cripta de Ruy Barbosa.

“Estou aqui para agradecer.

Simplesmente porque a gratidão gera ações positivas e nos dão mais motivos para retribuir. Gostaria de pedir desculpas do que eu não fi z, e digo: A Bahia está no meu cora-ção”, discursou a chefe da Corte baiana, antes de transmitir o cargo. “É com grande satisfação que digo um até logo, pois continuarei com um compromisso com o Judiciá-rio Baiano”, fi nalizou a Magistrada diante dos aplausos dos presentes.

Antes de ser ofi cialmente em-possado, o desembargador Gesi-valdo Britto recebeu um abraço carinhoso da desembargadora Maria do Socorro Barreto San-tiago. “Minhas expectativas com

DANIELA PACHECO COSTA/TJSC

Cerimônia de posse no TJBA teve a presença

de autoridades e magistrados, em

Salvador.

Gesivaldo Britto assume o comando do Tribunal de Justiça da BahiaPAZ SOCIAL | Presidente defende o foco na solução de conflitos e interesses

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Cenas da posse: desembargador Gesivaldo

Britto assume com a missão de avançar na

busca da paz social.

a próxima gestão são as melhores possíveis. Sei que o trabalho que está sendo feito terá continuida-de”, disse a Desembargadora.

De acordo com o novo presi-dente do TJBA, o foco desse biênio será o magistrado e o servidor. “Es-tou no Tribunal há 10 anos e tive a honra de ser eleito para presidi-lo. Esse é um privilégio que poucos têm e isso me alegra, me deixa muito satisfeito. Nosso objetivo é melhorar a prestação jurisdicional, nosso foco é o magistrado e servi-dor”, contou o eleito.

Para o desembargador Gesivaldo Britto, solucionar problemas e cum-prir metas serão prioridades. “Levar a justiça para as pessoas como elas precisam. Buscar a paz social, solu-cionar confl itos e interesses”, desta-cou o Magistrado, que durante o seu discurso também falou sobre a his-tória da Justiça no Brasil, frisando o sentimento de nacionalidade que sente ao conduzir o primeiro Tribu-nal brasileiro.

MESA DIRETORA O desembargador Augusto de

Lima Bispo, eleito Vice-Presiden-te, foi o primeiro a ser empossado pelo desembargador Gesivaldo Britto. “Quero deixar uma men-sagem de otimismo e confi ança no trabalho. Desejo que possamos, nessa nova gestão, fazer o possí-vel e até mesmo o impossível para que os jurisdicionados sejam bem atendidos”, frisou o Magistrado.

“Fazer uma administração vol-tada exclusivamente para o cum-primento da prestação jurisdi-cional, cumprindo todas as metas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é o nosso objetivo. A Cor-regedoria, em especial, fi cará jun-to dos juízes, consequentemente priorizará o Primeiro Grau, que é o maior foco do CNJ”, afi rmou a nova corregedora geral da Justi-ça, desembargadora Lisbete Maria Teixeira Almeida Cézar Santos.

A área da infância e juventude será uma das prioridades do novo Corregedor das Comarcas do Interior, desembargador Emílio Salomão Pinto Resedá. “Com cer-teza daremos continuidade aos projetos que a desembargadora Cynthia Resende implementou, mas acima de tudo será aberto um viés de atuação na área da infân-cia e juventude”, ressaltou.

A desembargadora Maria da Graça Osório Pimentel Leal foi empossada na 2ª Vice-Presi-dência do Tribunal de Justiça da Bahia. A Magistrada afi rmou que espera realizar um trabalho de excelência, com a contribuição de todos os colegas. O foco será na satisfação dos jurisdicionados.

Autoridades presentes parabe-nizaram toda a Mesa Diretora e desejaram sucesso à nova gestão. “Primeiro, gostaria de parabeni-zar a Presidente Maria do Socor-ro, que deixa o cargo, e o trabalho desenvolvido. Depois, desejo ao desembargador Gesivaldo suces-so para que nós consigamos exer-citar plenamente aquilo que está na Constituição Brasileira, que é a independência dos poderes, mas também a harmonia, o entendi-mento para que a Bahia continue se desenvolvendo, funcionando e superando a crise, como temos feito nos últimos anos”, afi rmou o Governador Rui Costa.

Também fi zeram parte da Mesa o Prefeito de Salvador Antônio Carlos Magalhães Neto; o Arce-bispo de São Salvador e Primaz do Brasil, dom Murilo Sebastião Ramos Krieger; o presidente da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, deputado Ângelo Coro-nel, entre outras autoridades.

(Ascom/TJBA)

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As transformações do mundo atual tor-nam cada vez mais difícil a atividade jurisdi-cional. A velocidade das mudanças da tecno-logia repercutem no comportamento social, exigindo do juiz uma constante atualização e interação com a sociedade, devendo o magis-trado diante da complexidade dos fatos novos e muitas vezes na ausência de normas, resol-ver os confl itos à luz dos direitos fundamen-tais, dos princípios e da ética e com posturas cada vez criticas e analíticas.

Também no atual contexto do Estado, por inércia do Executivo e do Legislativo, vem ocorrendo a judicialização da política com refl exos e confl itos entre os Poderes.

1. ÉTICAA palavra ética tem origem no grego ethos

de dois conceitos: a) Costume, mos em latim que signifi ca

moral, moralidade, eticidade, morada dos animais e dos homens;

b) Hábito adquirido em oposição à nature-za que é dada (1)

Ethos vem a ser, pois, um estilo de vida do homem que adota os costumes do grupo a que pertence.

Os traços essenciais do fenômeno ético são encontrados na própria cultura ( costumes, normas, saber científi co, religião, sabedoria, educação, trabalho, família, profi ssão, cultura, vida social, lazer, política, consumo ) indican-do a melhor maneira de viver na sociedade, ensejando ao homem o pleno exercício da cidadania, entendo-se como tal os direitos e deveres que a pessoa está sujeita em seu re-lacionamento social, ou seja, que exerça seus direitos políticos previstos na Constituição2.

Foi Platão na obra República que falou quais virtudes devem ter as cidades e, pos-teriormente, as vinculou à personalidade ética do homem3.

Se no mundo contemporâneo a palavra

virtude caiu no esquecimento, as chamadas virtudes cardeais estão totalmente em desu-so, só existindo em tratados de fi losofi a, ética, estudos religiosos e anêmicas incursões em outros estudos sociais.

Mas é sempre oportuno relembrá-las, pois seu conteúdo é de grande importância para o aprimoramento das pessoas e da vida social.

As virtudes cardeais são: sabedoria, forta-leza, temperança e justiça.

Sabedoria são os conhecimentos adqui-ridos pelo homem, pelas gerações através de mitos, lendas, fábulas, provérbios, valores, etc.. A sabedoria também chamada de pru-dência é saber escolher, deliberar bem diante do todo. Conhecer e saber conduzir as ativi-dades humanas com melhor compreensão do mundo e da vida 4. Para Freud “nunca tenha certeza de nada. A sabedoria começa com a dúvida”. Sócrates dizia “só sei que nada sei” e para Voltaire “ a dúvida é desagradável, mas a certeza é ridícula”5.

Fortaleza ou coragem é a firmeza de propósitos. Qualidade de quem é for-te, firmeza nas adversidades, capacidade para superar os obstáculos da vida e en-frentar o medo e os problemas.

Temperança. Contenção dos prazeres, nunca passar dos limites. Qualidade de quem é moderado, comedido. O cuidado consi-go mesmo, com os outros e com a natureza. Equilíbrio entre razão e emoção. Vem do la-tim temperare que signifi ca misturar com as devidas proporções

Justiça. Vários são os conceitos de justiça. Para Aristóteles a justiça é a forma perfeita de excelência moral, alcançada por sua prá-tica efetiva. Ela é perfeita porque as pessoas possuidoras do sentimento de justiça podem pratica-la não somente a si mesmas como também ao próximo.

“Para saber se uma sociedade é justa, basta perguntar como ela distribui as coisas

O Judiciário e o mundo contemporâneo

ARTIGO

ANTONINHO VIEIRA DE BRITODesembargador aposentado do TJMG

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RESUMO: Este artigo trata das dificuldades do exercício da atividade judicante no mundo contemporâneo, bem como a estreita rela-ção da ética com o Direito.

PALAVRAS CHAVE: Ética e Direito, virtudes cardeais, judicialização, conduta do juiz, estado pós-democrático.

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que valoriza, renda e riqueza, deveres e direitos, poderes e oportunidades, car-gos e honrarias. Uma sociedade justa distribui esses bens de maneira correta, ela dá a cada indivíduo o que lhe é de-vido. Meditar sobre a Justiça é meditar sobre a melhor maneira de viver. ” Mi-chel J. Sandel, Justiça. O Que é Fazer a Coisa Certa. P. 286.

O exercício dessas virtudes favorece a efetivação do bem-estar social na socie-dade em que se vive.

2. PRINCÍPIOS ÉTICOS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 E NAS NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS

Com a Constituição Federal de 1988 a ética passou a ser um princípio norte-ador do Direito, constando de diversos dispositivos constitucionais e infra-constitucionais.

Na Constituição Federal em especial os títulos I, dos Princípios Fundamentais e II Dos Direitos e Garantias Fundamen-tais, capítulo 1º do Direitos Individuais e Coletivos e capítulo II, Dos Direitos So-ciais, capítulo IV Dos Direitos Políticos e vários outros artigos se identifi cam com padrões éticos consagrados.

Assim o artigo 1º, II e III, protegem a cidadania e a dignidade da pessoa humana.

O artigo 5º é praticamente todo voltado para os valores éticos, como a igualdade de todos perante a lei, a liber-dade de manifestação de pensamento, a liberdade de expressão intelectual, ar-tística e científi ca, liberdade de ir e vir, defesa do consumidor, tribunal do júri, proibição de pena de morte e o institu-to do habeas corpus.

O artigo 6º também está recheado de princípios éticos prevendo entre os direi-tos sociais, a educação, saúde, alimenta-ção, proteção à maternidade e infância, ao trabalho e à previdência social.

O capítulo IV, artigo 14 aborda os di-reitos políticos assegurando a soberania popular através do voto secreto e direto, além de diversos outros dispositivos in-seridos na constituição que fundem vá-rias normas com valores éticos.

Também na legislação infraconstitu-cional posturas éticas estão inseridas em nossa legislação com destaques no Di-reito Civil, no Direito Penal e em outros ramos do Direito7.

O princípio da eticidade está colocado no Código Civil com muita intensidade, como salienta Miguel Reale “ A nova lei civil se distingue da anterior pela fre-quente referência de seus dispositivos

aos princípios da equidade, boa fé, equilí-brio contratual, de correção, de lealdade, de respeito aos usos e costumes do lu-gar das convenções, sempre levando em conta a ética da situação, sobre cuja luz a igualdade deixa de ser vista em abstrato para se concretizar em uma relação de proporcionalidade” (8).

Vários são os artigos que dispõem sobre a boa-fé : Art. 113 “ Os negócios jurídicos devem ser interpretados con-forme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”. Art. 422 “ Os contratantes são obrigados a guardar, assim na con-clusão do contrato como em sua execu-ção, os princípios de probidade e boa-fé”. Art.1201 “E de boa-fé a posse se o pos-suidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa”.

Ainda para Miguel Reale, “A eti-cidade é o espírito do Novo Código Civil, e esse espírito é o conjunto de ideias fundamentais em torno das quais as normas se entrelaçam, se or-denam e se sistematizam”8.

Quanto ao Direito Penal também são inúmeros os princípios e regras que relacionam a eticidade com este ramo do Direito.

O Direito Penal não é ilimitado, não podendo por si só mudar a realidade das coisas. A proteção dos bens jurídi-cos deve passar também pelos demais ramos do Direito. O controle das con-dutas pelo Direito Penal é o mais rígido, pois restringe a liberdade das pessoas. Se determinadas condutas podem ser reprimidas por outros ramos do Direi-to, Civil, Trabalhista, Administrativo, não se deve lançar mão do Direito Pe-nal, última ratio, levando-se em conta o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.

O Direito Penal não pode ser utiliza-do para atender interesses eleitoreiros ou de comoção momentânea da sociedade apontada pela mídia. Essas condutas são superfi ciais e paliativas, adotadas, muitas vezes, para dar uma satisfação social, diante na inoperância do Estado no exercício de suas atividades políticas voltadas para a realização de um maior equilíbrio e bem estar social.

O juiz criminal não é policial de trân-sito, nem vigia do patrimônio alheio. O Estado democrático do direito reservou para tais funções outros órgãos de sua es-trutura organizacional. Ao juiz criminal cabe acima de tudo zelar pela legalidade do processo, do princípio do contraditó-rio, da garantia da ampla defesa e da dig-nidade da pessoa humana.

As provas colhidas durante a ins-trução criminal devem ser analisadas com muito critério, especialmente os elementos inquisitivos, a teoria do do-mínio do fato e a delação premiada, embora admitidas e tão usadas ultima-mente, às vezes com êxito, não podem representar um retrocesso no Estado democrático de direito.

Várias leis vieram regular a delação premiada no Brasil, entre outras a Lei 9.615/98, Combate à Lavagem de Di-nheiro, Lei 9.807/99, Proteção às Teste-munhas e a Lei 18.500/2013, de Com-bate às Organizações Criminosas e da Colaboração Premiada.

O Direito Penal não é ilimitado, não podendo por si só mudar a realidade das coisas. A proteção dos bens jurídicos deve passar também pelos demais ramos do Direito."

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A delação premiada é uma técnica de investigação, na qual o Estado oferece benefícios àqueles que prestam infor-mações importantes para o esclareci-mento do crime.

O risco dessa prova, entretanto, é muito grande e com graves consequ-ências. Indaga-se: o delator incrimina pessoas e oferece provas com o intuito de colaborar com a justiça ou princi-pal e exclusivamente para se benefi -ciar dos favores legais? O delator que normalmente se encontra pressionado e preso por tempo indeterminado, si-tuação essa permitida pelos Tribunais, tem sua resistência minada admitindo relatar fatos que nem sempre condi-zem com a verdade?

A delação esbarra em vários proble-mas:

I – a liberdade desde Kant não pode ser objeto de negociação:

II – Vício na formação da vontade do delator. Vício na formação da vontade do delator.

A prisão, por evidente, compro-mete a voluntariedade necessária à cele-bração lícita de qualquer negócio, em es-pecial um negócio processual penal que possa resultar em restrição de liberdade.

III –O delator preso cautelarmente, ao menos nas Democracias, signifi ca que existem dados concretos de que ele fez algo que coloca em risco a ordem pública, a ordem econômica, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal.

Indaga-se: esse indivíduo que não pode fi car em liberdade ( nas Democra-cias a liberdade é a regra) no curso do processo vai fazer jus a um benefício?

Deve-se, pois, proceder com muita cautela na apreciação da colaboração premiada, pois não pode o julgador se afastar das garantias da ampla defesa e nem se deixar infl uenciar pelos ape-los emocionais da sociedade e da mídia como ocorre na lava a jato, que embora tenha seus méritos, é um grande pro-duto explorado pelos meios de comu-nicação de massa, sendo tratado como mercadoria.

O Direito Penal é sem dúvida o meio mais efi caz que o Estado pode

lançar mão para combater a violência e a criminalidade, mas isto deve ser feito com a devida cautela, pois é o que mais afeta o direito fundamental da liberdade, sem dú-vida, o maior valor existente após a vida.

Vivemos um mundo novo em que “ a razão e a ciência têm como principal ca-racterística o atrelamento ao poder, tor-nando-se uma forma de pensar tecnicista e manipuladora, servindo ao dominante respaldando um conceito ético pragmáti-co.” Técnicas de Aprender, Marco Aurélio T. Ribeiro. Editora Vozes9.

Novas correntes de pensamentos vêm se destacando ao entender que estamos diante de uma nova razão no mundo. Segundo este entendimento liderado pelos atuais fi lósofos e soció-logos franceses, Christian Laval, Pierre Dardot e Antoine Garapon “... estamos caminhando para um Estado pode-se dizer que pós-democrático, onde não existem limites ao exercício do poder. “ ( A Nova Razão do Mundo, Editora Boi-tempo, Pierre Dardot ).

Outra característica do “estado pós--democrático” é o esvaziamento da de-mocracia participativa e que se faz tan-to pela demonização da política com o investimento na crença de que não há alternativa para o “ status quo”... Do Es-tado Democrático de Direito ao Estado Pós-democrático, por Rubens Casara, Márcia Tiburi, 0 8/02/2017, edição da Revista Grupo Culti 20 Anos10.

Não se pode olvidar que nessas cir-cunstâncias a prática da ética é univer-sal e seu efetivo exercício muito poderá contribuir para evitar a falência ética do Estado em suas diversas atividades, im-pedindo assim, como um dos desafi os do século 21, que não ocorra uma crescen-te instabilidade social, com a descrença acentuada das instituições.

A ética é uma refl exão sobre a condu-ta humana, na qual o Direito está inse-rido determinando o “dever ser” sendo ambas as disciplinas reguladoras da con-duta do ser humano e na sociedade e de sua relação com o Estado.

O universo ético é o mundo dos com-portamentos, o que torna possível uma convivência mais fraterna na sociedade.

3. JUDICIÁRIO E O FENÔMENO DA JUDICIALIZAÇÃO

A atual realidade social está a exigir do Judiciário na aplicação do Direi-to uma nova lógica jurídica. Fatores como a globalização da economia, criando regulações no âmbito nacional e internacional contribuem para gerar difi culdades normativas. Aumento da litigiosidade a exigir uma maior pro-dução quantitativa dos Tribunais. Co-brança de rapidez, efi cácia e qualidade são recorrentes, sem que sejam pro-porcionados ao Judiciário melhores condições materiais de efi ciência.

Surgimento de novas áreas de litígio como relação de consumo, meio am-biente e avanços de tecnologia. Mudan-ças na área política gerando crises nos sistemas partidários e da representativi-dade do legislativo que se refl ete no âm-bito judicial com o aumento dos casos de corrupção, o que por si só, gera tensão entre os Poderes do estado.

O aumento da criminalidade ligada à corrupção, tráfi co de drogas, lavagem de dinheiro, desvios e abusos de poder, além de outros fatores que demons-tram a complexidade atual da função jurisdicional.

O magistrado deve estar atento à vida social e suas modifi cações sem, contudo, se submeter a ela, não deven-do ser subserviente aos outros Pode-res, aos meios de comunicação e aos cidadãos poderosos ou não.

Vem a propósito o artigo do colunis-ta Oscar Vilhena Vieira no jornal A Folha de São Paulo, sob o título “O desafi o da Justiça é não capitular a pressões dos demais Poderes”. Segundo o colunista “a cada dia que passa amplia-se o cerco do sistema político sobre o aparato de justiça... tornando os ministros mais dependentes do poder político e cau-telosos ao tomar decisões que afetem os interesses dos poderosos.”

No recente caso do afastamento do senador Aécio Neves de suas funções par-lamentares pelo STF, o Senado derrubou as medidas cautelares aplicadas pela Su-prema Corte. O colunista José Roberto Toledo, Jornal o Tempo de 19/10/17 a

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respeito do tema diz que “ a submissão do Supremo Tribunal Federal à vontade política dos senadores tende a aprofun-dar a crise de representatividade que faz a população questionar o funcionamen-to da democracia no Brasil.”12.

Quando o povo elege seus repre-sentantes o faz para que defendam os interesses da sociedade, principalmen-te os direitos fundamentais previstos na Constituição. Para isto, os políticos eleitos gozam de imunidade parlamen-tar que lhes confere a inviolabilidade por palavras, opiniões e votos, não os acobertando, todavia, da prática de delitos, que devem ser julgados pelos órgãos competentes.

A própria origem etimológica de sen-tença, vem de sentir, ou seja, estar inseri-do no meio social, mas sem perder a sua independência. O Judiciário atual não deve ser uma instituição que mecanica-mente aplica as leis, ele deve ter uma in-teração social para a realização do justo. A lógica da jurisdição exige hoje um juiz garantidor da dignidade da pessoa. A tutela jurisdicional deve ser condizente com a ética, os direitos fundamentais e sociais previstos especialmente nos arti-gos 5º e 6º da Constituição Federal.

Não se pode exigir do juiz a perfei-ção, pois como todo ser humano ele tem suas simpatias, antipatias, devendo, en-tretanto em sua atuação ser racional. O juiz deve acima de tudo ser imparcial, não prejulgando as causas de acordo com a sua ideologia e preconceitos.

A independência do magistrado consiste na resistência que deve ter aos apelos emocionais da opinião pública, exercendo sua função como garanti-dor da legalidade do processo e da dig-nidade do ser humano.

Por outro lado, as várias formas de inatividade do legislativo, por omissão ou inércia, acabam por de-legar ao Judiciário o preenchimento das lacunas normativas, ocorrendo em consequência a judicialização da política, ou seja, o deslocamento de certas questões inerentes ao Legisla-tivo e Executivo para a esfera do Ju-diciário. Esta situação é preocupante,

pois atinge a autonomia desses Pode-res. O povo elege seus representantes para esses dois Poderes e o Judiciário, cujos integrantes não são eleitos pelo povo, passa a exercer essas funções transpondo os limites de sua atuação e exercendo uma função atípica.

Isto coloca em cheque a clássica di-visão tripartite dos Poderes, que passa a sofrer questionamentos por parte dos juristas e políticos.

“Mas, de toda sorte é importante considerar que o fenômeno da judiciali-zação é um caminho com duas vertentes a serem consideradas: a primeira, que se torna um recurso necessário em uma sociedade que não sabe o que fazer, qual o caminho seguir diante das falhas dos Poderes responsáveis por defender as garantias constitucionais, e a segunda, é que a constância de se recorrer ao judi-ciário devido a inoperância dos demais, em especial quando se trata de questões que envolvam a moralidade dos agentes políticos, acaba por inverter os papéis dos poderes do Estado e atribuir ao Ju-diciário uma função política à qual não está habilitado”. revistaambitojuridico.com.br nº 162,julho de 2017, Daniela Santos Magalhães13.

O tema é bastante controverso, pois se para uns fere o princípio da separação dos poderes, para outros o Judiciário deve garantir os direitos fundamentais e sociais inseridos na Constituição quan-do o legislativo e o Executivo deixam de exercer suas atividades nas políticas vol-tadas para o bem estar social.

Algumas doutrinas têm procurado soluções para o impasse. Surgiu na Alemanha na década de 70 o chamado princípio “da reserva do possível” que é uma forma de limitar o Estado na execução dos direitos fundamentais e sociais, levando-se em conta a razoabi-lidade e as condições fi nanceiras esta-tais. (Princípios da “Reserva do Possí-vel” e do “Mínimo Existencial”. Revista Jusnavigandi – 29 de março de 201314.

A reserva do possível, todavia, é limi-tada pelo princípio do “mínimo existen-cial” visando na atuação do Estado asse-gurar a dignidade da pessoa humana.

Essas são algumas das dificuldades que a magistratura enfrenta e que po-dem ser melhor solucionadas não só á luz da aplicação e interpretação das leis, dos princípios e especialmente da ética para atingir uma convivên-cia mais fraterna na sociedade e uma prestação jurisdicional que se apro-xime dos ideais da Constituição Ci-dadã de 1988.

A realidade dos tempos modernos é marcada pela aceleração, globalização e realidade virtual, consistente em viver o aqui e o agora.

Diante disso devemos ser mais autô-nomos na maneira de pensar, desenvol-vendo posturas mais criticas e analíticas.

REFERÊNCIAS: 1, 2, 3 E 4 – CURSO DE ÉTICA, VOL. I E II – PADRE HENRIQUE VAZ – CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DA COMPANHIA DE JESUS – JUNHO DE 1994.5 – FRASESSABIAS.COM.BR6 – MICHEL J. SANDELL – JUSTIÇA O QUE É FAZER A COISA CERTA.7 – CÓDIGO CIVIL, 2002 – CONTRATOS, POSSE E BOA-FÉ, ARTIGOS 113, 422 E 1201.8 – CÓDIGO CIVIL, MIGUEL REALE.9 – TÉCNICAS DE APRENDER, MARCO AURÉLIO T. RIBEIRO, EDITORA VOZES.10 – A NOVA RAZÃO DO MUNDO, PIERRE DARDOT, EDITORA BOITEMPO.11 – DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO AO ESTADO PÓS-DEMOCRÁTICO. RUBENS CASARA, MÁRCIA TIBURI, EDIÇÃO DA REVISTA GRUPO CULT 20 ANOS, 8/02/2017.12 – JORNAL O TEMPO, 19/10/2017, COLUNISTA JOSÉ ROBERTO TOLEDO.13 – REVISTA ÂMBITO JURÍDICO, DANIELA SANTOS MAGALHÃES, RIO GRANDE, Nº 107, DEZEMBRO, 2012.14 – PRINCÍPIOS DA RESERVA DO POSSÍVEL E DO MÍNIMO EXISTENCIAL. REVISTA JUSNAVIGANDI, 29/03/2013.

Quando o povo elege seus representantes, o faz para que defendam os interesses da sociedade, principalmente os direitos fundamentais previstos na Constituição. Para isto, os políticos eleitos gozam de imunidade parlamentar (...)."

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇACONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

Com o objetivo de contribuir para o aprimoramento da Justiça, o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) recebe em Maceió, de 1º a 3 de março, o 113º Encontro do Conselho dos Tribunais de Justi-ça. A solenidade de abertura será realizada no plenário do TJAL, às 19horas, no dia 1º de março. O segundo dia está destinado à

realização de palestras e reuni-ões entre os membros das Cortes de Justiça do país.

O ministro do Superior Tri-bunal de Justiça (STJ), Humber-to Eustáquio Soares Martins; o doutor e juiz auxiliar da Presi-dência do TJAL, Hélio Pinheiro Pinto; e o governador de Alago-as, Renan Filho, serão os pales-

trantes. As palestras ocorrerão no Hotel Ritz Lagoa da Anta.

As reuniões de trabalho e as pa-lestras dos convidados têm por fi -nalidade aperfeiçoar a Justiça por intermédio da troca de experiên-cias de boas práticas jurídicas.

Após a Proclamação da Repú-blica, no ano de 1889, a Consti-tuição Estadual, promulgada em 11 de junho de 1891, previu a necessidade de criação da Corte de Justiça estadual. No ano se-guinte – com a primeira Lei de Organização Judiciária da Jus-tiça do Estado, estabelecida em 12 de maio de 1892 – a Corte alagoana foi criada, recebendo o nome de Tribunal Superior. Durante 54 anos, a Corte de Justiça alagoana recebeu dife-rentes nomes até ser conhecida pela denominação atual.

TJAL / DIVULGAÇÃO

TJ de Alagoas recebe Encontrodo Conselho dos Tribunais113º | Reunião em Maceió vai discutir o aprimoramento da Justiça

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PROGRAMAÇÃO OFICIAL

Dia 1° de marçoQuinta-Feira

NOITE19h - Solenidade de Abertura;Local: Plenário Des. Olavo Acioly de Moraes Cahet - Sede do TJ/AL;Endereço: Praça Marechal Deodoro, 319 - Centro. Traje: Passeio completo;Jantar de Boas Vindas

Dia 2 de Março Sexta-FeiraMANHÃ

9h - Credenciamento e Abertura dos trabalhos do 113° Encontro do Conselho dos Tribunais de JustiçaLocal: Auditório Linda Mascarenhas - Hotel Ritz Lagoa da Anta;Endereço: Av. Brigadeiro Eduardo Gomes, 546 - Lagoa da Anta.

10h - PalestraMinistro do STJ HUMBERTO EUSTÁQUIO SOARES MARTINS

11h - Temas internos12h - Almoço - Livre

TARDE14h - PalestraDoutor HÉLIO PINHEIRO PINTO - Juiz Auxiliar da Presidência do TJ/AL.

15h - Coffee break.

15h30 - PalestraGovernador de Alagoas JOSÉ RENAN VASCON-CELOS CALHEIROS FILHO.

16h30 - Temas internos.

17h - Elaboração da Carta de Maceió/AL.

17h30 - Encerramento das atividades científi-cas.NOITE

20h - JantarTraje: Social.

Dia 3 de Março SábadoMANHÃ

PasseioTraje: Esporte/banho.

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Maceió, a capital da cultura e das

piscinas naturaisTURISMO | Mar e artesanato rico e variado encantam visitantes

FOTOS: SEMPTUR MACEIÓ / WESLEYMENEGARI / ANDRÉ PALMEIRA

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Maceió, cidade de motivos para se apaixonar. Das praias às piscinas naturais repletas de peixes coloridos, a beleza da natureza convive em harmonia com a cidade e seus encantos culturais e históricos. Seja pelo clima ou mar perfeito para relaxar em águas mornas e cristalinas, há um fascínio convidativo em Maceió.

As praias de Pajuçara, Ponta Verde, Jatiúca e Cruz das Almas fi cam em área urbana e compõem a orla marítima de Maceió, considerada a mais bonita do Brasil. Nesta área, é possível usufruir de excelentes hotéis, restauran-tes, bares, pizzarias, cervejarias, ciclovia e um calçadão com quiosques. Ao fi nal da tarde, ele se transforma em

uma passarela perfeita para a prática de atividades físicas ou simplesmente para apreciar o pôr-do-sol. Também é possível conhecer praias mais afastadas no litoral norte, como Ipioca, Pratagy, Mirante da Sereia, Riacho Doce, Garça Torta, Guaxuma e Jacarecica.

O passeio de barco na Lagoa Mundaú e Manguaba é garantia de um momento inesquecível em Maceió. No bairro Pontal da Barra, é possível realizar o Passeio das Nove ilhas,com barcos que navegam em um arquipélago localizado na Lagoa Mundaú. Das nove ilhas, oito delas fi cam na capital alagoana e uma em Marechal Deodoro, município vizinho. São elas:

O mar de águas mornas e calmas

está entre as atrações turísticas

de Maceió.

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Ilha do Irineu: Tem esse nome em homenagem ao Senhor Irineu, velho pescador da região, conhecido em todo o Brasil por ser um dos poucos trígamos do país;

Ilha das Andorinhas: Tem esse nome porque há vários ninhos de andorinhas na ilha e ocorre todo ano um fl uxo mi-gratório na região dessas aves;

Ilha do Fogo: Possui esse nome por-que no local havia um alambique de pinga, que faliu anos depois porque os funcionários consumiam o produto;

Ilha de Santa Marta: O nome é uma homenagem a Santa Marta;

Ilha do Almirante: Tem esse nome porque lá viveu um almirante da mari-nha que faleceu lá mesmo;

Ilha de Um Coqueiro Só: Possui esse nome porque em 1989 uma enchente devastou a ilha e só sobreviveu um co-queiro na região;

Ilha das Cabras: Tem esse nome por-

que um fazendeiro criava cabras na ilha, mas teve que interromper a criação por causa da poluição da região;

Ilha Bora Bora: Ganhou esse nome porque o povo da região encurtava a palavra “embora” para “bora”, quando queria-se ir para a ilha.

Ilha de Santa Rita: Pertence ao município de Marechal Deodoro. É a maior ilha lacustre do país, pois possui 12 km². Atualmente, a ilha é uma área de preservação ambiental porque pos-sui uma fauna e uma fl ora riquíssimas.

MIRANTESMirante Ambrózio Lira: Localizado na

Rua Ambrósio Lira, bairro do Farol, entre as Ladeiras do Brito e dos Martírios. Por ele, observa-se o mar da Praia da Avenida e todo o resto da costa que vai até o Pontal da Barra e o Centro da cidade de Maceió.

Mirante Chã de Bebedouro: Locali-zado na Avenida Osvaldo Cruz, estrada

de Santa Amélia, no Bairro da Chã de Bebedouro. Boa parta da Lagoa Mun-daú pode ser vista de lá.

Mirante do Cortiço: Por trás do Co-légio Santíssimo Sacramento, no bairro do Farol, proporciona a vista do Centro da cidade e parte da Praia da Avenida.

Mirante Kátia Assunção: Localizado no bairro do Jacintinho, avista-se quase todo o litoral da cidade, desde a Praia de Cruz das Almas até a Praia da Avenida, onde está localizado o porto da cidade.

Mirante da Sereia: Localizado no litoral norte, na AL 101 norte, está na Praia de Pratagy – Mirante da Sereia. Avista-se o mar de Pratagy, com sua pis-cina natural, rodeada de arrecifes, onde está localizada a estátua da sereia.

Mirante de São Gonçalo: Próximo a Igreja de São Gonçalo, no bairro do Farol. Avista-se o Centro da cidade, o mar da Pajuçara e Ponta Verde, o Porto de Maceió e toda extensão da costa sul.

O Farol da Ponta Verde, com 11 metros de altura, é um dos muitos cartões-postais de Maceió.

WESLEY MENEGARI

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PasseiosIMPERDÍVEIS

• Conhecer Maceió, suas belezas, histórias e lugares é garantia de mo-mentos inesquecíveis. Quem visita a

capital alagoana não pode deixar de caminhar na orla urbana de Maceió, a mais bonita e iluminada do Brasil. Tomar água de coco, saborear sorve-te de cajá, manga, graviola e outros sabores da terra. E no fim da tarde, comer tapioca e apreciar as jangadas no balanço do mar.

• Alugar uma bicicleta para conhecer

Maceió pela ciclovia da Praia do Pontal da Barra até a Praia da Jatiúca.

• Navegar até as piscinas naturais da Pajuçara, o cartão-postal mais antigo de Maceió e que guardam o patrimônio natural de corais. Pessoas com mobi-lidade física reduzida, a exemplo dos cadeirantes e idosos, contam com três jangadas acessíveis.

Folguedos, tradição alagoana

No Mercado do Artesanato é possível encontrar trabalhos em couro, madeira, barro, renda, bordado, palha, cerâmica, entre outros.

WESLEY MENEGARI

WESLEY MENEGARI

WESLEY MENEGARI

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• As piscinas naturais da Pajuçara também são perfeitas para cuidar da saúde. Longe da cidade e no meio do mar as massagens e exercícios anties-tresse fazem bem ao corpo e à mente.

• Pontal da Barra, bairro locali-zado no Litoral Sul de Maceió, é o destino para desvendar os segredos do mais típico artesanato alagoano: o filé, uma renda milenar, tradição passada de mãe para filha. Agora, além das mulheres, os homens tam-bém dominam o ofício. Além da arte das renderias, o Pontal da Barra tem o mais belo pôr do sol na Lagoa Mundaú e vários restaurantes de gastronomia regional.

• Para comprar artesanato ainda tem

Feirinha da Pajuçara, Pavilhão da Paju-çara e Guerreiros de Alagoas.

• Visitar o Mercado do Artesanato no Centro de Maceió também é parada obrigatória. Tem cerâmica, bordados, sandálias de couro, bolsas de palha e, principalmente, as esculturas de palitos de fósforo do artista Arlindo Monteiro.

• Ainda no Centro de Maceió, uma visita à galeria de arte Karandash, que expõe arte contemporânea e obras dos artistas da cultura popular de Alagoas.

• No domingo levar a família para um dia de lazer na Praia da Pajuçara. A avenida beira-mar fi ca fechada para caminhar, pedalar e promover muitas brincadeiras para a criançada.

• Também aos domingos, na par-

te alta da cidade, levar a família para o Lazer na Praça do Centenário. A Praça possui espaço para a prática de esportes, cultura e outras ativida-des de lazer como piquenique. A rua sentido Centro é interditada para a realização de esportes.

• Pegar onda nas praias de Cruz Al-mas, Jatiúca, JacarecicaeRiacho Doce.

• Praias serenas: Pajuçara, Ponta Ver-de, Jatiúca, Guaxuma, Garça Torta, Mi-rante da Sereia, Pratagy e Ipioca.

• No caminho do Litoral Norte sabo-rear os bolos e doces da Praia de Riacho Doce. Tapioca, beiju, grude, brasileira, cocadas, bolo de macaxeira e massa puba, todos fabricados em antigos for-nos de barro e lenha.

ANDRÉ PALMEIRA

Parque Mãe Bonifácia, localizado em Cuiabá.

Os passeios de jangada na orla de Maceió estão entre os programas mais procurados pelos turistas.

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SEMPTUR MACEIÓ

GastronomiaA gastronomia de Alagoas é uma

mistura das tradições indígenas, dos portugueses (nossos colonizadores) e dos africanos que vieram para o Brasil como escravos. Os índios, os primei-

ros habitantes do paraíso de Alagoas, deixaram a tradição de "tapioca" (pan-queca de farinha de mandioca, também conhecida no Brasil como aipim ou macaxeira), muito saboreada no café

da manhã e no fi nal da tarde ao longo de toda a costa de Maceió.

A cidade tem sabores fortes do Nor-deste, do Brasil e do mundo. Em suma, tudo para agradar qualquer paladar.

SURURU DE CAPOTEMaceió é uma cidade com muitos lagos e, portanto, tem em seus pratos de culinária tradicional à base de moluscos. Entre as espe-cialidades da cidade, o mais destacado é o prato Sururu Capote com frutos do mar preparados na casca com leite de coco, tomate, salsa e outros condimentos.

LAGOSTADesfrute de frutos do mar, desfrute de lagosta, cama-rão, caranguejos e carangue-jos (parentes de lagosta que vivem em água doce) servem em restaurantes e bares em todo Maceió. Estes são os principais ingredientes da cozinha. À beira da lagoa de Mundaú, os pratos servidos são melhor apreciados com o pôr-do-sol. Outros pratos

são baseados em mandioca, milho e coco, preparados para deliciar e satisfazer todos os gostos.

TAPIOCATapioca é famosa na cozinha Maceió. É preparado com mandioca das gengivas, coco ralado e queijo. Em Maceió, é fácil encontrar lojas especializadas em tapioca, que com água de

coco, faz parte do sabor de estar em Maceió.

VARIEDADETambém é importante considerar a variedade de delícias da costa norte. "Pé--de-moleque", "brasileiras", bolos de milho, borracha e "suspiro" podem ser comprados e provaram as bancas que mantêm esta tra-dição na região há décadas.

SURURU LAGOSTA

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História do Poder Judiciário de Santa Catarina

AS ORIGENSA organização judiciária brasi-

leira no período colonial seguiu o mesmo modelo da que existia em Portugal. Os tribunais e órgãos judiciários foram transferidos de Lisboa, juntamente com a Corte, e instalados no Rio de Janeiro: - a Casa da Suplicação, o Desembar-go do Paço e a Mesa da Consciên-cia e Ordens. A Justiça era exerci-da pelo Rei.

Com o Brasil dividido em capi-tanias hereditárias cada Governa-dor já trazia consigo o seu Ouvidor,

que cumulava funções judiciárias e administrativas. Denominava-se ouvidor porque conhecia - toma-va ciência - dos pedidos e apela-ções. Na segunda metade do século XVII, a Coroa Portuguesa criou o cargo de Ouvidor-Geral do Sul do Brasil, com jurisdição sobre os ou-vidores das capitanias.

Os primeiros juízes, denomina-dos Ordinários, não eram necessa-riamente bacharéis em leis. Elei-tos pelos homens qualifi cados da comunidade, e confi rmados pelo Ouvidor, usavam a vara vermelha

como insígnia. Os Juízes de Fora, entretanto, deveriam ser bacharéis em leis, nomeados pelo Rei, em substituição ao Juiz Ordinário, e usavam como insígnia a vara bran-ca, sinal da distinção régia. A Vara era um símbolo da antiga magis-tratura e constituía um sinal de ju-risdição. Hodiernamente esta pala-vra foi incorporada à Magistratura nacional e ao Direito Pátrio.

O Dr. Francisco Lourenço de Almeida foi o primeiro juiz togado nomeado pelo Príncipe Regente, D. João, através da Mesa do Desembargo

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do Paço, para as terras catarinenses, no cargo de Primeiro Juiz de Fora do Cível, e Crime e Órfãos da Vila do Desterro; tendo prestado jura-mento no Rio de Janeiro, perante o Ministro Tomaz Antônio Vila Nova Portugal, em 29 de julho de 1812, apresentou-se à Câmara da Vila do Desterro em 17 de agosto do mesmo ano. A carta patente da sua nomeação, pelo prazo de três anos em face da precariedade das condi-ções de atuação dos juízes ordiná-rios, concedia-lhe ainda o lugar de Provedor da Fazenda dos Defuntos, Capelas e Resíduos.

OS TRIBUNAIS DA RELAÇÃO

As bases do poder judiciário nas províncias brasileiras, no período im-perial, foram assentadas pela Cons-tituição de 25 de março de 1824. O Supremo Tribunal de Justiça veio a ser criado por lei em 18 de setembro 1828,

composto por dezessete magistrados, advindos das Relações por antigüida-de, e por ministros dos extintos tri-bunais das Mesas do Desembargo do Paço e da Consciência e Ordens.

O Supremo Tribunal de Justiça instalado na sede do Reino, em 1829, substituíra a Casa de Suplicação, nos moldes do sistema judiciário portu-guês, e com atribuições de julgar Re-vistas, em grau de recurso e conhecer originariamente de atos dos ministros e membros do alto escalão, bem como os casos de confl ito de jurisdição. Seus membros recebiam o título de Conse-lheiro e o tratamento de Excelência, sendo o Presidente da Corte Supre-ma nomeado diretamente pelo Impe-rador. Seu primeiro presidente foi o Conselheiro José Albano Fragoso.

Os Tribunais da Relação foram os mais antigos tribunais coletivos no Brasil. O primeiro foi instalado em 1609 na Bahia, e o segundo, em 1751 no Rio de Janeiro. Estes tribunais

julgavam os embargos através de magistrados denominados desem-bargadores, cuja decisão chama-se acórdão, do verbo arcaico acordar. Até o terceiro quartel do século XIX foram criadas apenas mais duas Re-lações, a de Pernambuco e a de São Luiz do Maranhão.

Estes tribunais, órgãos da segunda instância, passaram a ser instalados nas principais províncias do Reino. Em agosto de 1873, através do De-creto 2.342, foram então criados sete tribunais da Relação, sendo um na ci-dade de Porto Alegre, com jurisdição nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A Carta Magna de 25 de março de 1824, no seu artigo 163, defi niu que as Relações fi cariam sujeitas ao Su-premo Tribunal de Justiça sediado na Capital do Império.

Em razão do rígido centralismo da Carta do Império, que não permitia a criação de Relações por iniciativa local,

As três torres do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), em Florianópolis.

DDI MUSEU TJSC / DIVULGAÇÃO

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REVISTA DO CONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇACONSELHO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina utilizou as instalações provisórias da Agência Ford, na rua Hoepcke, no período

compreendido entre março de 1968 e março de 1975.

Durante o período em que o Tribunal ocupou estas instalações provisórias foram

empossados treze desembargadores.

DDI MUSEU TJSC / DIVULGAÇÃO

Santa Catarina permaneceu jurisdicio-nada à Relação de Porto Alegre até o iní-cio da República.

Até 1889 funcionou no Império uma Justiça única, de âmbito nacio-nal. A administração da Justiça até então era confi ada a magistrados singulares, nomeados e demitidos li-vremente pelo Rei, e aos Tribunais da Relação, que podiam também decidir questões administrativas.

A CRIAÇÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA CATARINENSE

Com a implantação da República em 1889, e a instituição do federalismo pela Carta Magna de 1891, desapa-receu a organização de justiça única e introduziu-se em substituição o siste-ma dual - Justiça Federal e Justiça dos Estados. Cada unidade da federação passaria a reger-se pelas constituições e leis que adotasse, respeitados os princí-pios constitucionais da União.

Em consonância com essa diretriz, a Constituição Catarinense de 1891, no caput do artigo 49, explicitou que os três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - seriam independentes e harmônicos entre si, e instituiu o de-nominado Superior Tribunal de Justiça como órgão de segunda instância, "com as atribuições que a lei confere aos tri-bunais desta categoria".

A instalação do Tribunal de Jus-tiça em Santa Catarina deu-se em 1º de outubro de 1891, na Casa da Câmara, e foi um acontecimento político-administrativo marcante para a História deste Estado.

O Superior Tribunal de Justiça era composto inicialmente por cinco membros, denominados desembarga-dores, escolhidos dentre os Juízes de Direito mais antigos.

O Decreto 104, de 19 de agosto de 1891, do Vice-Governador Gustavo Richard, organizou a Justiça do Estado e conferiu aos membros do tribunal es-tadual, no artigo 10, o título de Desem-bargador, também usado no Império e na Colônia. O título de desembargador confi rmado na legislação republicana tem origem remota, provinda dos tem-pos dos reis de Portugal, e signifi ca aque-le que julga e retira os embargos, em lin-guagem comum os impedimentos, dos feitos. Ao julgar quaisquer feitos, sejam agravos, apelações ou embargos, o de-sembargador os desembarga.

Pela Resolução nº 285, de 28 de agos-to de 1891, foram nomeados os doutores José Roberto Vianna Guilhon, Francisco da Cunha Machado Beltrão, Edelberto Licínio da Costa Campello, Domingos Pacheco d'Avila e José Elysio de Car-valho Couto para, sob a presidência do primeiro, comporem o corpo jul-

gador do órgão máximo da justiça estadual.

Pelos dados biográficos colhidos em jornais da época o primeiro Presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Desembargador José Roberto Vianna Gui-lhon, nasceu em São Luiz do Maranhão, graduou-se na Faculdade de Direito do Recife e, após breve passagem pela magis-tratura maranhense, mudou-se para terras catarinenses, tendo sido Juiz de Direito em São José e, após, na Capital Desterro, hoje Florianópolis.

A Constituição outorgada em 07 de julho de 1892 alterou a denominação desta Corte para Tribunal da Relação, ten-do retornado à denominação anterior com a Carta Estadual de 26 de janeiro de 1895. As Constituições Estaduais de 1935, 1945 e 1947 alteraram as denominações do Tribunal para Corte de Apelação, Tri-bunal de Apelação e Tribunal de Justiça, respectivamente, sendo que esta última permanece até os dias atuais.

A ESTRUTURA JUDICIÁRIA EM 1891

A primeira Constituição Estadual da República, no seu artigo 47 defi ne a estrutura da Justiça em Santa Cata-rina: "O Poder Judiciário do Estado é exercido por um Superior Tribunal de Justiça, com sede na Capital; pelos Ju-ízes de Direito e seus suplentes, com

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jurisdição nas respectivas comarcas; por Tribunais do Júri; por Tribunais Correcionais; e por Juízes de Paz, nos respectivos distritos".

O Dec. 112, de 16/09/1891, dividiu o Estado de Santa Catarina em quatorze comarcas: Capital; São José; São Miguel; Tijucas; Itajaí; Blumenau; São Francisco do Sul; Joinville; São Bento; Laguna; Tu-barão; Araranguá; Lages e Curitibanos.

A Lei Estadual nº 16, de 23 de no-vembro de 1891, criou as comarcas de Brusque e de São Joaquim, sendo insta-ladas, respectivamente, em 16 de mar-ço e 31 de maio de 1892.

A primeira Constituição Estadual da República, no seu artigo 47 defi ne a estrutura da Justiça em Santa Catarina:

O PODER JUDICIÁRIO EM 1891

• Superior Tribunal de Justiça (sede na Capital)

• Juízes de Direito (e Suplentes nas

respectivas Comarcas) • Tribunais do Júri (nas sedes das

comarcas) • Tribunais Correicionais• Juízes de Paz (nos respectivos

Distritos)

AS INSTALAÇÕES QUE SEDIARAM O TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Casa da Câmara: da instalação, em 1º/10/1891, até 1908.

Às 13 horas do dia 1º de outubro de 1891, na sala do Conselho da Intendên-cia Municipal, foi instalado o Superior Tribunal de Justiça, cumprindo-se o estatuído na Constituição Estadual de 1891. Foram empossados os seguintes desembargadores: José Roberto Vian-na Guilhon (1891), Francisco da Cunha Machado Beltrão (1891), Edelberto Licí-nio da Costa Campello (1891), José Ely-sio de Carvalho Couto (1891), Domin-gos Pacheco d'Avila (1891).

Prédio da rua Jerônimo Coelho: de 1908 até 1929.

Em 10 de novembro de 1908 foi rea-lizada sessão ordinária já nas novas ins-talações. O prédio que antes abrigara a Assembléia Legislativa fora reformado e passou a abrigar o Tribunal de Justi-ça (Jurisprudência Catarinense, nº 33, 1981, pág. XLII).

Suas instalações presenciaram a posse de quinze (15) Desembargadores.

O Palácio da Justiça da Praça Pereira Oliveira: de 1929 até 1968.

A Lei n. 1.657, de 09/10/29, deter-minava "que o Palácio da Justiça fi casse sob a direção do Presidente do Superior Tribunal de Justiça e dando outras provi-dências"; outorgava-se, assim, a direção do futuro Palácio da Justiça.

Não se tratava de um prédio especial-mente construído para abrigar a estru-tura judiciária de segundo grau, mas um prédio reformado.

DDI MUSEU TJSC / DIVULGAÇÃO

Prédio da Praça Pereira Oliveira teve a última sessão ordinária do Pleno do TJSC em abril de 1968.

DDI MUSEU TJSC / DIVULGAÇÃO

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Neste período, o Tribunal, deno-minado Tribunal de Apelação, com-pletou o cinquentenário. Durante esses quase quarenta anos foram em-possados no Palácio da Justiça trinta e quatro desembargadores.

O prédio da Praça Pereira Oli-veira serviu às finalidades para as quais houvera sido remodelado. A última sessão ordinária do Tri-bunal Pleno naquele local foi rea-lizada no dia 10 de abril de 1968 (idem, págs. XLVIII, XLIX).

As instalações provisórias da Agência Ford: de 1968 até 1975.

O Tribunal de Justiça e a estrutu-ra judiciária de Primeiro Grau utili-zaram as instalações provisórias da Agência Ford, localizadas à Rua Ho-epcke, no período compreendido en-tre março de 1968 e março de 1975. O conjunto de edifícios era assim co-nhecido porque fora construído em meados da década de quarenta para abrigar os serviços de concessionária de indústria automobilística.

Durante o período em que o Tri-bunal ocupou estas instalações pro-visórias foram empossados treze desembargadores.

O Palácio da JustiçaA inauguração das instalações do

Palácio da Justiça ocorreu em 03 de março de 1975, passando a abrigar a sede do Tribunal de Justiça e a sede do Foro da Capital, à Rua Álvaro Millen da Silveira, 208, no Centro Cívico Tancredo Neves.

Em 1986 foi construído o prédio que hoje abriga o Foro da Capital, desocupando a estrutura de primei-ro grau o prédio do Tribunal.

Em 27/04/1990, por proposta do desembargador Norberto Unga-retti, o atual prédio do Tribunal de Justiça recebe a denominação ofi cial de "Palácio da Justiça Ministro Luiz Gallotti" ( idem, pág. LIV).

DDI MUSEU TJSC / DIVULGAÇÃO

INSTALAÇÕES ATUAISAtualmente, o Tribunal de Jus-

tiça de Santa Catarina é composto por quatro prédios que abrigam a Capela Ecumênica Santa Catarina de Alexandria, o Tribunal Pleno, a Torre I e a Torre II.

A Torre II do Tribunal de Justiça foi inaugurada em 25 de julho de 2007. A obra tem quase 17 mil metros quadrados de área construída, distribuídos em 11 an-dares. Possui 40 gabinetes padronizados, com área de 97 metros quadrados cada. Servido por quatro elevadores, o prédio conta com seis salas de sessões e outras des-tinadas à OAB e ao Ministério Público. A Di-retoria Judiciária e o atendimento ao público

externo estão localizadas no térreo para facilitar o acesso de advogados e visitantes.

A Torre II possui todos os requisi-tos de acessibilidade para portadores de necessidades especiais e é dotado de sistema de segurança, com alarme anti--incêndio e escadas para escoamento emergencial. As instalações são servidas com rede wirelles, assim como as salas de sessões, que estão aptas para garan-tir transmissões on line em tempo real pela intranet/internet. Além disso, o sistema de ar condicionado central uti-liza água da chuva captada no topo do prédio e no estacionamento do TJ para refrigeração, com economia de custos e valorização do meio ambiente.

Prédio do TJSC inaugurado em 1975.

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COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL

Rodrigo Tolentino de Carvalho CollaçoPresidente

Moacyr de Moraes Lima Filho1º Vice-Presidente

Carlos Adilson Silva2º Vice-Presidente

Altamiro de Oliveira3º Vice-Presidente

Henry Goy Petry JuniorCorregedor-Geral da Justiça

Roberto Lucas PachecoVice-Corregedor-Geral da Justiça

DesembargadorRodrigo Tolentino de Carvalho Collaço

Presidente do Tribunalde Justiça do Estado de Santa Catarina(2018-2019)

Pedro Manoel Abreu

Cláudio Barreto Dutra

Newton Trisotto

Luiz Cézar Medeiros

Sérgio Roberto Baasch Luz

Antonio do Rêgo Monteiro Rocha

Fernando Carioni

José Antônio Torres Marques

Rui Francisco Barreiros Fortes

Marcus Tulio Sartorato

Cesar Augusto Mimoso Ruiz Abreu

Salete Silva Sommariva

Ricardo Orofi no da Luz Fontes

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Salim Schead dos Santos

Maria do Rocio Luz Santa Ritta

Cid José Goulart Júnior

Jaime Ramos

Alexandre d'Ivanenko

Lédio Rosa de Andrade

Jorge Henrique Schaefer Martins

Sérgio Izidoro Heil

José Carlos Carstens Köhler

João Henrique Blasi

Jorge Luiz de Borba

Rejane Andersen

Joel Dias Figueira Júnior

Cláudio Valdyr Helfenstein

Jânio de Souza Machado

Soraya Nunes Lins

Sônia Maria Schmitz

Raulino Jacó Brüning

Jairo Fernandes Gonçalves

João Batista Góes Ulysséa

Ronei Danielli

Luiz Fernando Boller

Paulo Roberto Sartorato

Tulio José Moura Pinheiro

Carlos Alberto Civinski

Ronaldo Moritz Martins da Silva

Ricardo José Roesler

Robson Luz Varella

Sérgio Antônio Rizelo

Denise Volpato

Getúlio Corrêa

Sebastião César Evangelista

Ernani Guetten de Almeida

Rogério Mariano do Nascimento

Stanley da Silva Braga

Saul Steil

Newton Varella Júnior

Rodolfo Cezar Ribeiro da Silva Tridapalli

Odson Cardoso Filho

Gilberto Gomes de Oliveira

José Everaldo Silva

Volnei Celso Tomazini

Paulo Henrique Moritz M. da Silva

Leopoldo Augusto Bruggemann

Júlio César Knoll

Vera Lúcia Ferreira Copetti

Janice Goulart Garcia Ubialli

Cláudia Lambert de Faria

Rubens Schulz

Francisco José Rodrigues de Oliveira Neto

André Carvalho

Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt Schaefer

Jorge Luis Costa Beber

Guilherme Nunes Born

Luiz Zanelato

André Luiz Dacol

Jaime Machado Júnior

Hélio do Valle Pereira

Eduardo Mattos Gallo Júnior

Gerson Cherem II

Dinart Francisco Machado

Rosane Portella Wolff

Denise de Souza Luiz Francoski

Artur Jenichen Filho

Vilson Fontana

Luiz Cesar Schweitzer

Luiz Neri Oliveira de Souza

Norival Acácio Engel

Paulo Ricardo Bruschi

Helio David Vieira Figueira dos Santos

Júlio César Machado Ferreira de Melo

José Agenor de Aragão

Sidney Eloy Dalabrida

JUÍZES DE DIREITO DE SEGUNDO GRAU

Luiz Antônio Zanini Fornerolli

Hildemar Meneguzzi de Carvalho

Luiz Felipe Siegert Schuch

José Maurício Lisboa

Carlos Roberto da Silva

Bettina Maria Maresch de Moura

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