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ENSAIO DE ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA DE TRANSFORMADORES EM SOBRECARGA Operador Nacional do Sistema Elétrico Rua Júlio do Carmo, 251 – Cidade Nova 20091-005 Rio de Janeiro RJ Tel (+21) 3444-9400

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ENSAIO DE ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA DE TRANSFORMADORES EM SOBRECARGA

Operador Nacional do Sistema Elétrico Rua Júlio do Carmo, 251 – Cidade Nova 20091-005 Rio de Janeiro RJ Tel (+21) 3444-9400

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ENSAIO DE ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA DE TRANSFORMADORES EM SOBRECARGA

25 de fevereiro de 2014

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Sumário

1  Introdução e objetivo 5 

2  Requisitos funcionais e especificação para fabricação 6 

2.1  Referências normativas 6 

2.2  Vida útil 6 

2.3  Capacidade de carregamento 6 

2.3.1  Subsídios para elaboração da especificação para fabricação da unidade transformadora 6 

2.3.2  Situações de carregamento normatizadas e reguladas 7 

2.3.3  Situações estabelecidas no CPST e no CD 8 

2.3.3.1  Ciclos de carregamento em condição normal de operação e de emergência de longa duração 8 

2.3.3.2  Ciclo de carregamento de emergência de curta duração 9 

2.3.4  Situações de carregamento para dimensionamento 10 

2.3.4.1  Ciclos a serem considerados 10 

2.3.4.2  Ciclo de carga normal 11 

2.3.4.3  Ciclo de sobrecarga 11 

3  Ensaio de elevação de temperatura em sobrecarga 13 

3.1  Objetivo 13 

3.2  Premissas 13 

3.2.1  Temperatura ambiente 13 

3.3  Critérios 13 

3.3.1  Expectativa de vida 13 

3.3.2  Limites de temperatura 13 

3.3.3  Gases dissolvidos no óleo – DGA 14 

3.3.4  Estanqueidade após a realização do ensaio 15 

3.4  Configuração da unidade transformadora para ensaio 16 

3.4.1  Enrolamentos 16 

3.4.2  Potência de referência 16 

3.4.3  Derivação 16 

3.5  Procedimento para o ensaio de sobrecarga 16 

3.5.1  Método de ensaio 16 

3.5.2  Etapa 0 a t1 19 

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3.5.2.1  Objetivo 19 

3.5.2.2  Tensão e corrente de ensaio 19 

3.5.2.3  Duração 19 

3.5.2.4  Grandezas monitoradas 19 

3.5.2.5  Valores medidos 19 

3.5.2.6  Valores calculados 19 

3.5.2.7  Amostra de gás 19 

3.5.3  Etapa t1 a t2 20 

3.5.3.1  Objetivo 20 

3.5.3.2  Tensão e corrente de ensaio 20 

3.5.3.3  Duração 20 

3.5.3.4  Grandezas monitoradas 20 

3.5.3.5  Valores medidos 20 

3.5.3.6  Valores calculados 20 

3.5.3.7  Amostra de óleo para ensaio de gascromatografia 21 

3.5.4  Etapa t2 a t3 21 

3.5.4.1  Objetivo 21 

3.5.4.2  Tensão e corrente de ensaio 21 

3.5.4.3  Duração 21 

3.5.4.4  Grandezas monitoradas 21 

3.5.4.5  Valores medidos 21 

3.5.4.6  Valores calculados 22 

4  Conclusões e recomendações 23 

5  Créditos 24 

Lista de figuras e tabelas 25 

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1 Introdução e objetivo

Uma nova unidade transformadora de potência a ser integrada à rede básica deve

atender aos requisitos funcionais relativos à capacidade operativa estabelecidos nos

anexos técnicos dos editais de leilão e nos procedimentos de rede. Tais requisitos

representam o compromisso entre a transmissora, no que se refere à capacidade da

unidade transformadora, e o ONS, no que se refere às condições operativas à que a

unidade poderá ser submetida ao longo de sua vida útil. Entende-se por requisito

funcional o conjunto de informações que permite à concessionária do serviço de

transmissão (proponente ao edital de leilão ou transmissora à qual será feita a

autorização de instalação) avaliar o modo ou modos de operação sob os quais o

transformador será solicitado a operar ao longo de sua vida útil.

Desde que atendidos os requisitos funcionais constantes do anexo técnico do edital

de leilão, a especificação para dimensionamento e fabricação da unidade

transformadora é prerrogativa da transmissora, de forma a que possa garantir a

capacidade operativa acordada com o ONS. Enquanto que o compromisso entre a

transmissora e o ONS perdura ao longo de toda a vida útil do equipamento, o

relacionamento entre a transmissora e o fabricante se extingue formal e

contratualmente ao final do período de garantia. Por conseguinte, é interesse de

todos os envolvidos no processo – ONS, transmissora e fabricante – que não haja

dúvidas quanto às condições a que a unidade transformadora poderá vir a ser

submetida ao longo de sua vida útil, de forma a possibilitar que a unidade a ser

fornecida pelo fabricante seja adequada e a garantir uma base mínima homogênea

para projeto e dimensionamento.

O processo estocástico que representa mais realisticamente as condições operativas

a que uma unidade transformadora pode vir a ser submetida ao longo da vida útil é

tratado, por simplicidade, deterministicamente. Ou seja, para efeito de

dimensionamento, as condições operativas são reduzidas a um conjunto reduzido

de condições de referência. Em simplificações desse tipo, é usual que as condições

de referência reflitam um corte estatístico ou um percentil para representação

determinística. No caso em questão, considerando o modelo regulatório brasileiro,

foi escolhido o percentil 100%. Dito de outra forma, as condições de referência são

tratadas como envoltórias e as condições operativas nunca as ultrapassarão.

O objetivo do presente relatório é descrever um ensaio de tipo de elevação de

temperatura em sobrecarga que permita a comprovação do atendimento aos

requisitos funcionais referentes à capacidade de carregamento constante nos

procedimentos de rede, nos anexos técnicos dos editais de leilão e nas

características básicas a serem atendidas nas autorizações, com o regime de

carregamento pretendido e com a expectativa de vida útil de 35 (trinta e cinco) anos.

Tais requisitos servem de subsídio para elaboração da especificação para

fabricação, atribuição da transmissora, e não a substituem.

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2 Requisitos funcionais e especificação para fabricação

2.1 Referências normativas

Os requisitos funcionais a serem atendidos por novas unidades transformadoras de

potência, no que diz respeito aos procedimentos para aplicação de carga e à

capacidade de carregamento, que balizam o relacionamento entre a transmissora e

o ONS, estão regulados através das resoluções normativas da ANEEL REN 191-

2005 e 513-2002. Por sua vez, o dimensionamento e fabricação devem ser feitos

conforme as normas técnicas brasileiras, mais particularmente a NBR 5416 e 5356

da ABNT. No momento, a NBR 5416 está em processo de revisão e será publicada

como NBR 5356-7.

O período de sobrecarga de 4 horas para a definição da capacidade operativa de

curta duração foi estabelecido no ofício 035/2008-SRT/ANEEL, de 18 de fevereiro

de 2008.

2.2 Vida útil

As unidades transformadoras de potência devem ser dimensionadas para

expectativa de vida útil de 35 (trinta e cinco) anos e ser especificadas com papel

termoestabilizado ou de classe térmica superior. Tal requisito deve ser levado em

conta também na gestão da manutenção, atribuição da transmissora.

A formulação para a modelagem das temperaturas e a avaliação do envelhecimento

devem seguir o modelo da IEC 60076-7. O critério para a consideração do fim de

vida útil deve ser o GP200, ou seja, 150000 horas. Os critérios e a metodologia

citados constam da revisão da NBR 5356-7 em andamento, que substituirá a NBR

5416.

2.3 Capacidade de carregamento

2.3.1 Subsídios para elaboração da especificação para fabricação da unidade

transformadora

É atribuição da transmissora a especificação para fabricação da unidade

transformadora, de forma que sejam atendidos os requisitos funcionais

estabelecidos nos anexos técnicos dos editais de leilão e nos procedimentos de

rede. A especificação para fabricação pode levar em conta, entre outros, os

seguintes aspectos:

(a) Temperatura ambiente média máxima (temperatura máxima segundo NBR 5356)

do local de implantação da unidade transformadora;

(b) Carregamento típico em regime permanente da unidade transformadora em

questão, função da quantidade total de unidades transformadoras em paralelo no

mesmo barramento até o horizonte de planejamento da subestação;

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É responsabilidade da transmissora a gestão da unidade transformadora, do ponto

de vista de rotinas de manutenção, de forma a possibilitar o atendimento aos

requisitos funcionais.

2.3.2 Situações de carregamento normatizadas e reguladas

Conforme definido na NBR 5416, os carregamentos de transformadores são

considerados em termos de ciclo de carga, com duração de 24 horas cada ciclo. Os

ciclos de carga podem ser classificados como de carregamento em condição normal

de operação, em condição de emergência de longa duração e em condição de

emergência de curta duração. Por sua vez, a REN 191-2005 define capacidade

operativa de longa duração, capacidade operativa de curta duração e mantém a

definição de emergência de curta duração.

O ciclo de carregamento em condição normal de operação definido na NBR 5416 é

aquele no qual em nenhum momento é excedida a temperatura do topo do óleo ou

a do ponto mais quente do enrolamento para a condição normal, mesmo que, em

parte do ciclo, seja ultrapassada a potência nominal. Tal ciclo corresponde à

capacidade operativa de longa duração definida na REN 191 e será utilizado pelo

ONS para as condições normais de operação.

Já no ciclo de carregamento em condição de emergência de longa duração definido

na NBR 5416, pode-se permitir que sejam ultrapassados os limites de temperatura

do ciclo de carregamento em condição normal de operação, uma vez que são

consideradas saídas prolongadas de unidades transformadoras por desligamento de

algum elemento do sistema. O carregamento das unidades transformadoras se situa

acima dos valores nominais, porém decorre de desligamentos prolongados de um

elemento do sistema. Uma vez que tenha ocorrido a contingência, o carregamento

pode repetir-se periodicamente, até o restabelecimento das condições anteriores ao

desligamento. Tal ciclo corresponde à capacidade operativa de curta duração

definida na REN 191 e será utilizado pelo ONS durante contingência decorrente do

desligamento prolongado de uma função transmissão. O ciclo de carregamento

resultante pode repetir-se periodicamente, até que a referida função retorne à

condição normal de operação.

Por sua vez, o ciclo de carregamento em condição de emergência de curta duração

definido na NBR 5416 envolve condições de maior risco, devendo, portanto, ser

utilizado apenas em raras ocasiões. O tempo de operação nessa condição deve ser

menor do que a constante de tempo térmica do transformador e depende da

temperatura em operação antes da contingência, não devendo ser maior do que 30

minutos. Durante esse intervalo de tempo, deve-se retornar à condição de

carregamento de longa duração; caso contrário, o transformador deve ser desligado,

para se evitar o risco de falha. Conforme estabelecido na REN 191, o carregamento

de emergência de curta duração será utilizado em situações de contingência no SIN,

como último recurso operativo antes do corte de carga, mediante monitoramento da

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transmissora e acordo com o ONS. Essa situação pode ocorrer a qualquer momento

e é compromisso do ONS que sua duração não seja superior a 30 minutos.

A capacidade operativa de longa duração (carregamento em condição normal de

operação) e a capacidade operativa de curta duração (carregamento em condição

de emergência de longa duração) constam do CPST (contrato de prestação dos

serviços de transmissão), enquanto que o carregamento em condição de emergência

de curta duração tem foco operativo e consta do Submódulo 10.18 – Cadastro de

Informações Operacionais – ou CD (cadastro de documentos) dos Procedimentos de

Rede.

2.3.3 Situações estabelecidas no CPST e no CD

2.3.3.1 Ciclos de carregamento em condição normal de operação e de emergência de longa duração

Esses ciclos de carregamento são utilizados historicamente no âmbito do

planejamento.

A transmissora deve garantir que, em condição normal de operação, a unidade

transformadora possa operar continuamente desde sua entrada em operação e ao

longo de toda a vida útil de 35 (trinta e cinco) anos com carregamento de 100% da

potência nominal, como ilustrado na Figura 2-1.

Figura 2-1: Ciclo de carregamento em condição normal de operação (capacidade operativa de

longa duração)

 

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A transmissora deve garantir que, em condição de emergência de longa duração, a

unidade transformadora possa operar sempre que solicitada pelo ONS desde sua

entrada em operação e ao longo de toda a vida útil de 35 (trinta e cinco) anos com

carregamento de 120% da potência nominal por período de 4 (quatro) horas do seu

ciclo diário de carga para a expectativa de perda de vida útil estabelecida nas normas

técnicas de carregamento de transformadores. A referida sobrecarga de 20% deve

poder ser alcançada para qualquer condição de carregamento do transformador no

seu ciclo diário de carga, inclusive com carregamento prévio de 100% da sua

potência nominal, como ilustrado na Figura 2-2.

O critério de planejamento é indicar uma nova unidade transformadora se em

condição de N-1 da transformação da subestação, as unidades remanescentes

tiverem na condição de emergência um carregamento superior a 120% da potência

nominal.

Figura 2-2: Ciclo de carregamento em condição de emergência de longa duração (capacidade

operativa de curta duração)

2.3.3.2 Ciclo de carregamento de emergência de curta duração

Esse ciclo de carregamento é utilizado historicamente no âmbito da operação.

A transmissora deve garantir que, em condição de emergência de curta duração, a

unidade transformadora possa operar sempre que solicitada pelo ONS desde sua

entrada em operação e ao longo de toda a vida útil de 35 (trinta e cinco) anos com

carregamento de 140% da potência nominal por período de 0,5 (meia) hora do seu

ciclo diário de carga para a expectativa de perda de vida útil estabelecida nas normas

 

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técnicas de carregamento de transformadores. A referida sobrecarga de 40% deve

poder ser alcançada para qualquer condição de carregamento do transformador no

seu ciclo diário de carga, inclusive com carregamento prévio de 100% da sua

potência nominal, como ilustrado na Figura 2-3. O carregamento de 140% refere-se

ao ciclo de carregamento em condição de emergência de curta duração, será

utilizado em situações de contingência no SIN como último recurso operativo antes

do corte de carga e, portanto, não é considerado historicamente no âmbito do

planejamento e consta apenas do CD.

Figura 2-3: Ciclo de carregamento em condição de emergência de curta duração (emergência de

curta duração)

2.3.4 Situações de carregamento para dimensionamento

2.3.4.1 Ciclos a serem considerados

O dimensionamento da unidade transformadora de potência deve ser feito

considerando dois ciclos de carga de referência: ciclo de carga normal e ciclo de

sobrecarga. Deve-se considerar que em 90% dos dias típicos a unidade

transformadora esteja submetida ao ciclo de carga normal e nos 10% dos dias típicos

restantes ao ciclo de sobrecarga. A expectativa de vida nessa condição composta

deve ser de 35 (trinta e cinco) anos.

 

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2.3.4.2 Ciclo de carga normal

A unidade transformadora deve ser dimensionada para que possa operar

continuamente desde sua entrada em operação e por 90% dos dias típicos ao longo

da vida útil de 35 (trinta e cinco) anos com carregamento de 100% da potência

nominal, como representado na Figura 2-1.

2.3.4.3 Ciclo de sobrecarga

A unidade transformadora deve ser dimensionada para que, em condição de

sobrecarga, possa operar nas condições descritas a seguir sempre que solicitada

pelo ONS desde sua entrada em operação e por um tempo máximo acumulado de

10% dos dias ao longo da vida útil de 35 (trinta e cinco) anos, totalizando 3,5 (três e

meio) anos.

(a) Carregamento de 120% da potência nominal por período de 4 (quatro) horas do

seu ciclo diário de carga para a expectativa de perda de vida útil estabelecida nas

normas técnicas de carregamento de transformadores. A referida sobrecarga de 20%

deve poder ser alcançada para qualquer condição de carregamento do transformador

no seu ciclo diário de carga, inclusive com carregamento prévio de 100% da sua

potência nominal.

(b) Carregamento de 140% da potência nominal por período de 30 (trinta) minutos

do seu ciclo diário de carga para a expectativa de perda de vida útil estabelecida nas

normas técnicas de carregamento de transformadores. A referida sobrecarga de 40%

deve poder ser alcançada para qualquer condição de carregamento do transformador

no seu ciclo diário de carga. Uma vez que o carregamento de 140% decorre de uma

contingência não prevista, por segurança, a unidade transformadora deve ser

dimensionada considerando que os carregamentos de 120% e 140% possam ocorrer

dentro do mesmo ciclo diário, mesmo que não tenha havido intervalo de tempo entre

ocorrências suficiente para que entre o primeiro e o segundo carregamentos a

temperatura tenha se estabilizado, como ilustrado na Figura 2-4. O carregamento de

140% refere-se ao ciclo de carregamento em condição de emergência de curta

duração, será utilizado em situações de contingência no SIN como último recurso

operativo antes do corte de carga e, portanto, não é considerado historicamente no

âmbito do planejamento.

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Figura 2-4: Ciclo de sobrecarga para dimensionamento

 

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3 Ensaio de elevação de temperatura em sobrecarga

3.1 Objetivo

De forma a comprovar que uma unidade transformadora de potência atende aos

requisitos funcionais estabelecidos e tem expectativa de vida útil de 35 (trinta e

cinco) anos, calculada conforme detalhado no item 2.2, deve ser realizado ensaio de

tipo de elevação de temperatura em sobrecarga. O ensaio tem o objetivo de

demonstrar que o transformador completo incluindo seus acessórios poderá suportar

os ciclos de carga especificados no item 2.3.4. O ensaio aqui descrito visa

proporcionar uma base mínima homogênea para a especificação para fabricação,

que é responsabilidade da transmissora.

3.2 Premissas

3.2.1 Temperatura ambiente

A avaliação da expectativa de vida da unidade transformadora deve ser feita

considerando temperatura ambiente média da região, majorada pela elevação de

temperatura local devido ao ambiente da subestação. Por sua vez, a avaliação das

temperaturas máximas atingidas internamente à unidade deve ser feita considerando

a temperatura média máxima da região, também majorada pela elevação de

temperatura local devido ao ambiente da subestação (temperatura máxima segundo

NBR 5416). Tais valores deverão ser no mínimo 30°C e 40°C, respectivamente,

conforme estabelecido na NBR 5356-2. Valores superiores, a critério da

transmissora, deverão constar da especificação de compra do transformador, a ser

considerada pelo fabricante em seu projeto.

3.3 Critérios

3.3.1 Expectativa de vida

Os resultados do ensaio fornecem subsídios suficientes para a determinação do

perfil de temperatura do ponto mais quente do enrolamento durante a sobrecarga,

para uma determinada temperatura média ambiente. Com esse perfil de

temperatura, é possível calcular a perda de vida e, portanto, a expectativa de vida

do transformador.

Os valores obtidos no ensaio de elevação de temperatura em sobrecarga e em

regime normal devem ser avaliados utilizando-se o equacionamento matemático

apresentado na IEC 60076-7, para garantir que a perda de vida útil seja compatível

com uma vida útil esperada de 35 (trinta e cinco) anos.

3.3.2 Limites de temperatura

A unidade transformadora deve ser dimensionada para que, na temperatura

ambiente média máxima (temperatura máxima segundo NBR 5356) para efeito de

dimensionamento (mínimo de 40°C), a temperatura do topo do óleo, do ponto mais

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quente do enrolamento e de outras partes metálicas sem contato com celulose seja

inferior aos valores estabelecidos na Tabela 3-1.

Tabela 3-1: Temperaturas limite (°C) (para temperatura ambiente de 40°C ou superior)

Tipo de carregamento

Temperaturas limite (°C)

Óleo Ponto mais quente do

enrolamento

Outras partes metálicas sem contato

com celulose Ensaio de 1,2 pu por 4 horas 110 130 160 Ensaio de 1,4 pu por meia hora 110 140 180

3.3.3 Gases dissolvidos no óleo – DGA

Componentes metálicos tais como núcleo, vigamentos de núcleo, tanque, blindagens

etc. podem apresentar temperaturas inadmissíveis devido a fluxo de dispersão, o

que aumenta o risco posterior de falhas durante a operação e pode se tornar um

fator mais importante que a simples medição de pontos quentes no enrolamento.

Temperaturas elevadas aliadas a alto teor de umidade no óleo podem gerar bolhas

que, atingindo regiões de campo elétrico elevado, criam riscos de ocorrência de uma

descarga elétrica.

Pode-se detectar esse problema apenas de maneira indireta, por meio de análise

cromatográfica do óleo em várias etapas do ensaio e, em função do perfil dos gases

gerados, estimar a ordem de grandeza de possíveis temperaturas atingidas. Por

exemplo, se for detectada a presença de C2H2 – acetileno – pode-se inferir que a

temperatura pontual algum local tenha atingido valores superiores a 1000°C.

O incremento absoluto do teor e composição dos gases dissolvidos no óleo durante

o ensaio – diferença do teor antes e depois do ensaio – deve atender ao estabelecido

na Tabela 3-2. As amostras devem ser coletadas no mínimo em dois instantes:

imediatamente após o ciclo de sobrecarga e 6 horas após o término do ensaio.

Outras amostras poderão ser retiradas, mediante acordo entre o fabricante e a

transmissora. Caso os valores de incremento absoluto obtidos no ensaio não

atendam ao estabelecido na Tabela 3-2, devem ser tomadas medidas investigativas

e/ou corretivas de comum acordo entre fabricante e transmissora e não são motivo

para rejeição imediata da unidade transformadora.

A Tabela 3-3 apresenta valores de referência orientativos para a taxa de geração de

gás (incremento absoluto por unidade de tempo) durante o ensaio de aquecimento

em sobrecarga. O levantamento dessas grandezas tem o objetivo de criar uma

massa de dados da experiência nacional, que poderá subsidiar eventual revisão da

presente Nota Técnica, no sentido de que os limites se tornem determinativos.

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Tabela 3-2: Geração admissível de gases durante o ensaio de aquecimento em sobrecarga

Gás Incremento admitido durante o ensaio (ppm = µL/L)

H2 Hidrogênio 20

CO Monóxido de carbono 50

CO2 Dióxido de carbono 300

CH4 Metano 2

C2H4 Etileno 1

C2H6 Etano 2

C2H2 Acetileno Nd

Tabela 3-3: Taxa orientativa de geração admissível de gases durante o ensaio de aquecimento

Critério

Gás Taxa de geração de gases (ppm/h = µL/L/h)

Condição 1 Condição 2 Condição 3

H2 Hidrogênio < 0,8 ≥ 0,8 e < 1,5 ≥ 1,5

CO Monóxido de carbono

< 2,0 ≥ 2,0 e < 5,0 ≥ 5,0

CO2 Dióxido de carbono

< 20,0 ≥ 20,0 e < 40,0 ≥ 40,0

CH4 Metano

< 0,5 ≥ 0,5 e < 1,0 ≥ 1,0 C2H4 Etileno

C2H6 Etano

C2H2 Acetileno Nd Nd Nd

Diagnóstico Sem anormalidade

Possível anormalidade Anormalidade detectada; Possível falha térmica

Ação recomendada Nenhuma

Testar nova amostra Investigar a causa,

analisando os resultados e prolongando o ensaio de elevação de temperatura

Avisar o cliente

Reunião entre fabricante e cliente

Executar ações corretivas e repetir ensaio de elevação de temperatura

Nota: A presença de acetileno (C2H2) durante o ensaio é indício de defeito e deve

ser investigada.

3.3.4 Estanqueidade após a realização do ensaio

O óleo do tanque do transformador não deve vazar e as buchas não devem

apresentar vazamento.

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3.4 Configuração da unidade transformadora para ensaio

3.4.1 Enrolamentos

O ensaio deve ser feito somente para os enrolamentos de alta e média tensão. O

efeito do enrolamento terciário sob carga deve ser considerado através de cálculo.

Nas situações em que o terciário seja utilizado para alimentação de carga, como

previsto nos Procedimentos de Rede (compensação reativa e eliminação de

harmônicos) ou nas raras situações em que houver especificação de utilização do

terciário em carga (por exemplo, quando o transformador em questão for utilizado

em SEs existentes, nas quais tenha havido essa prática anteriormente), deve haver

acordo entre transmissora e o fabricante. A princípio, serão determinadas as perdas

máximas na condição de carregamento com terciário, conforme definido no item

5.2.3 da NBR5356-2. Para o cálculo da perda de vida durante a sobrecarga, as

temperaturas do óleo e do enrolamento serão corrigidas por cálculo na derivação

nominal.

3.4.2 Potência de referência

O ensaio de elevação de temperatura em sobrecarga deve ser realizado no último

estágio de resfriamento.

3.4.3 Derivação

O ensaio de elevação de temperatura em sobrecarga deve ser realizado na

derivação de maiores perdas. As comprovações do atendimento ao critério de

temperatura máxima devem ser feitas também na derivação de perda máxima,

enquanto que a comprovação ao atendimento ao critério de vida útil deve ser feito

por cálculo na derivação nominal. Devem ser seguidas as recomendações do item

5.6 da NBR 5356-2.

3.5 Procedimento para o ensaio de sobrecarga

3.5.1 Método de ensaio

O ensaio de sobrecarga descrito a seguir é um ensaio de tipo realizado normalmente

na sequência do ensaio de elevação de temperatura. As diversas etapas do ensaio

completo são ilustradas na Figura 3-1, onde o ensaio de elevação de temperatura é

representado no lado esquerdo da figura, antes do instante zero, que representa o

início do ensaio de aquecimento em sobrecarga.

As grandezas referenciadas nos itens subsequentes estão ilustradas na Figura 3-2.

O fator de hot-spot utilizado deve ser o valor fornecido previamente pelo fabricante.

Uma avaliação mais detalhada pode ser obtida através de design review.

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Figura 3-1: Etapas de ensaio

 

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Figura 3-2: Grandezas monitoradas e calculadas

 

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ONS NT 038/20144 -ENSAIO DE ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA DE TRANSFORMADORES EM SOBRECARGA 19 / 25

3.5.2 Etapa 0 a t1

3.5.2.1 Objetivo

Esta etapa tem o objetivo de possibilitar que as temperaturas do topo do óleo e média

do óleo sobre a temperatura do meio ambiente em regime permanente atinjam o

valor no qual houve estabilização do óleo no ensaio de aquecimento normal, de

forma que a etapa seguinte de ensaio, o primeiro período de ensaio de sobrecarga

de 1,2 x I por 4 horas, seja iniciada nessa temperatura de estabilização. A corrente

I corresponde aquela que resulta nas maiores perdas no cobre, na derivação de

maiores perdas.

3.5.2.2 Tensão e corrente de ensaio

O ensaio deve ser realizado com a corrente It, que corresponde à corrente que

resulta em perdas totais no transformador: perdas no cobre (Pco) e perdas no ferro

(Pfe), na derivação de maiores perdas.

3.5.2.3 Duração

O ensaio perdura até que uma elevação de temperatura do óleo em regime seja igual

à atingida no ensaio de elevação de temperatura, durante o período de 1 hora, com

variação menor do que 1°C no último estágio de resfriamento.

3.5.2.4 Grandezas monitoradas

As temperaturas do óleo e do ambiente são monitoradas ao longo do ensaio em

intervalos de 15 min ou inferior.

3.5.2.5 Valores medidos

Para a determinação das temperaturas do óleo e do enrolamento, devem ser utilizados os procedimentos definidos na NBR 5356-2.

No instante t1 são medidas e registradas as seguintes grandezas:

Tamb temperatura ambiente;

Dtop elevação de temperatura do topo do óleo sobre a temperatura ambiente; e

Dtbot elevação de temperatura da base do óleo sobre a temperatura ambiente.

3.5.2.6 Valores calculados

São calculadas as seguintes grandezas referenciadas ao instante t1:

Dtom elevação de temperatura média do óleo sobre a temperatura ambiente.

3.5.2.7 Amostra de gás

No instante 0, é retirada amostra de óleo G0 para realização de ensaio de

gascromatografia durante o ensaio de sobrecarga. Caso o ensaio de aquecimento e

o ensaio de sobrecarga sejam realizados em sequência, os teores G0 servem tanto

para o cálculo dos incrementos e taxas gerados durante o ensaio de aquecimento

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quanto para permitir a totalização dos incrementos e taxas gerados no ensaio de

sobrecarga. Caso o ensaio de aquecimento e de sobrecarga sejam realizados

separadamente, os teores G0 permitirão a avaliação dos teores e taxas gerados

apenas durante o ensaio de sobrecarga.

3.5.3 Etapa t1 a t2

3.5.3.1 Objetivo

Esta etapa tem o objetivo de elevar a temperatura do topo do óleo durante o período

da condição de emergência de longa duração, correspondendo ao período de ensaio

de sobrecarga 1,2 x I por 4 horas.

3.5.3.2 Tensão e corrente de ensaio

A corrente 1,2 x I aplicada no período t1 a t2 corresponde a sobrecarga de 20%

sobre a corrente nominal máxima que resulta em perdas iguais às perdas no cobre

(Pco).

3.5.3.3 Duração

O ensaio tem duração fixa de 4 horas.

3.5.3.4 Grandezas monitoradas

As temperaturas do óleo e do ambiente são monitoradas ao longo do ensaio em

intervalos de 15 min ou inferior.

3.5.3.5 Valores medidos

No instante t2 são medidas e registradas as seguintes grandezas:

Tamb temperatura ambiente;

Dtop elevação de temperatura do topo do óleo sobre a temperatura ambiente; e

Dtbot elevação de temperatura da base do óleo sobre a temperatura ambiente.

No entorno do instante t2, deverão ser feitas por termografia medições de

temperatura em partes externas do tanque. Os procedimentos a serem seguidos

caso os valores obtidos estejam próximos dos estabelecidos na Tabela 3-1 (coluna

referente a outras partes metálicas sem contato com celulose) serão objeto de

análise e acordo entre fabricante e transmissora.

3.5.3.6 Valores calculados

São calculadas as seguintes grandezas referenciadas ao instante t2:

Dtom elevação de temperatura média do óleo; e

Dtco elevação de temperatura média do enrolamento sobre a temperatura ambiente.

A temperatura do óleo medida deve ser corrigida para incluir as perdas no ferro, com as seguintes etapas de cálculo:

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Corrigir a elevação de temperatura do topo do óleo sobre a temperatura ambiente

(Dtop) medida em t2 para incluir as perdas no ferro, ou seja, corrigir de 1,2 x I

para 1,2 x It;

Corrigir a elevação de temperatura do enrolamento sobre o óleo (Dte) de I para

1,2 x I, a partir da elevação de temperatura do enrolamento sobre o óleo medida

no ensaio de elevação de temperatura, que tinha sido determinada para I

A temperatura do ponto mais quente do enrolamento deverá ser obtida a partir

da soma das duas grandezas anteriores adicionada à temperatura ambiente

média máxima (mínimo de 40°C)

As correções deverão ser feitas segundo os procedimentos estabelecidos no item

8.2.2 da IEC 60076-7, utilizando os parâmetros da tabela 5 da mesma norma.

3.5.3.7 Amostra de óleo para ensaio de gascromatografia

No instante t2, é retirada amostra de óleo G2 para realização de ensaio de

gascromatografia.

3.5.4 Etapa t2 a t3

3.5.4.1 Objetivo

Esta etapa tem o objetivo de elevar a temperatura do topo do óleo durante o período

da condição de emergência de curta duração, correspondendo ao período de ensaio

de sobrecarga 1,4 x I por 30 minutos. Esta etapa tem ainda o objetivo de possibilitar

o levantamento do perfil de gases gerados após o ensaio completo (1,2 x I por 4

horas e 1,4 x I por meia hora).

3.5.4.2 Tensão e corrente de ensaio

A corrente 1,4 x I aplicada no período t2 a t3 corresponde a sobrecarga de 40%

sobre a corrente nominal máxima que resulta em perdas iguais às perdas no cobre

(Pco), para medição da temperatura dos enrolamentos.

3.5.4.3 Duração

O ensaio tem duração fixa de meia hora.

3.5.4.4 Grandezas monitoradas

As temperaturas do óleo e do ambiente são monitoradas ao longo do ensaio em

intervalos de 5 min ou inferior.

3.5.4.5 Valores medidos

Para a determinação das temperaturas do óleo e do enrolamento devem ser

utilizados os procedimentos definidos na NBR 5356-2. No instante t3 são medidas e

registradas as seguintes grandezas:

Tamb temperatura ambiente;

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Dtop elevação de temperatura do topo do óleo sobre a temperatura ambiente;

Dtbot elevação de temperatura da base do óleo sobre a temperatura ambiente; e

Dte gradiente médio de temperatura cobre-óleo.

No entorno do instante t3, deverão ser feitas por termografia medições de

temperatura em partes externas do tanque. Os procedimentos a serem seguidos

caso os valores obtidos estejam próximos aos estabelecidos na Tabela 3-1 (coluna

referente a outras partes metálicas sem contato com celulose) serão objeto de

análise e acordo entre fabricante e transmissora.

3.5.4.6 Valores calculados

São calculadas as seguintes grandezas referenciadas ao instante t3:

Dtom elevação de temperatura média do óleo;

Dtco elevacao da temperatura média do enrolamento; e

Dte gradiente médio de temperatura cobre-óleo.

A temperatura do óleo medida deve ser corrigida para incluir as perdas no ferro, com

as seguintes etapas de cálculo:

Corrigir a elevação de temperatura do topo do óleo sobre a temperatura ambiente

(Dtop) medida em t3 para incluir as perdas no ferro, ou seja, corrigir de 1,4 x I

para 1,4 x It;

Corrigir a elevação de temperatura do enrolamento sobre o óleo (Dte) de 1,2 x I

para 1,4 x I, a partir da elevação de temperatura do enrolamento sobre o óleo

calculada no instante t2, que tinha sido determinada para 1,2 x I

A temperatura do ponto mais quente do enrolamento deverá ser obtida a partir

da soma das duas grandezas anteriores adicionada à temperatura ambiente

média máxima (mínimo de 40°C)

As correções deverão ser feitas segundo os procedimentos estabelecidos no item

8.2.2 da IEC 60076-7, utilizando os parâmetros da tabela 5 da mesma norma.

Para efeito de avaliação da verificação do atendimento ao critério de temperatura

máxima, deve ser utilizado o valor de temperatura do ponto mais quente do

enrolamento obtido a partir da temperatura do óleo medida e corrigida por cálculo.

Uma vez que a temperatura final do óleo não estará estabilizada, o que poderia

provocar distorções nos resultados, o valor medido não deverá ser utilizado para

avaliação do atendimento ao critério e apenas servirá de subsídio para futuro ajuste

dos procedimentos de cálculo e parâmetros de correção.

Seis horas após o instante t3, ou conforme acordo prévio entre fabricante e

transmissora, é retirada amostra de óleo G3 para realização de ensaio de

gascromatografia.

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4 Conclusões e recomendações

O atendimento aos requisitos mínimos assegura que a unidade transformadora a ser

integrada à rede básica atende aos pressupostos de planejamento, mantendo

espaço para o diferencial competitivo através do conhecimento acumulado da

transmissora e dos avanços tecnológicos do fabricante.

Entretanto, é recomendável haver uma base mínima comum de desempenho

técnico. Questões não discutidas detalhadamente no grupo, como, por exemplo, os

custos/benefícios associados à inserção futura de sensores para o monitoramento

contínuo das unidades ainda na sua fase de especificação e seu impacto no

desempenho técnico, admitem ainda aprofundamento.

O ensaio de elevação de temperatura em sobrecarga aqui descrito é um primeiro

passo na direção da base comum mencionada. Coroou um esforço conjunto das

transmissoras, fabricantes, CEPEL e ONS. É recomendável avançar e estabelecer

uma base homogênea de especificação técnica para dimensionamento e fabricação.

Para tanto, sugere-se que seja criado um grupo de trabalho, que pode ser a

continuação do grupo criado para a elaboração do texto do ensaio. O objetivo desse

grupo seria a elaboração de um texto básico para especificação de uma unidade

transformadora.

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5 Créditos

O presente documento foi elaborado no âmbito da CE 14.01 do COBEI por um grupo

de trabalho formado pelos membros representantes listados na Tabela 5-1.

Tabela 5-1: Profissionais que participaram da elaboração do presente documento

Profissional Entidade

Adinã Martins Pena CEMIG

Alan Sbravati CARGILL

André Luiz P. da Cruz CHESF

Angélica Rocha CONSULTORA

Carlos Julio Dupont CEPEL

Cassiano Aires Teixeira ELETROSUL

Cleber A. Amorim Junior TOSHIBA

Cleusomir Santos ELETRONORTE

Delmo de Macedo Correia ONS

Denis de Oliveira Neto ELETRONORTE

Helvio J. A. Martins CEPEL

Henrique Carlos Campiche CTEEP

Hitochi Taninaga ABB

Iran Prado Arantes ELETRONORTE

Ito Carlos Capinos ALSTOM

Jorge Sá Alves STATE GRID

José Eurico Daniel Junior TREETECH

Julio Cesar Alves de Aguiar ELETROBRAS

Mateus Cruz Lunardi ELETROSUL

Pedro Peroni ELETROSUL

Paulo Afonso Pasquotto de Lima WEG

Ricardo André Gonçalves FURNAS

Roberto Jander Costa Padilha ELETRONORTE

Rodinei Carraro CEEE

Rogério Peres Bersi WEG

Tiago Bertran SIEMENS

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Lista de figuras e tabelas

Figuras

Figura 2-1: Ciclo de carregamento em condição normal de operação

(capacidade operativa de longa duração) 8 

Figura 2-2: Ciclo de carregamento em condição de emergência de longa

duração (capacidade operativa de curta duração) 9 

Figura 2-3: Ciclo de carregamento em condição de emergência de curta

duração (emergência de curta duração) 10 

Figura 2-4: Ciclo de sobrecarga para dimensionamento 12 

Figura 3-1: Etapas de ensaio 17 

Figura 3-2: Grandezas monitoradas e calculadas 18 

Tabelas

Tabela 3-1: Temperaturas limite (°C) (para temperatura ambiente de 40°C ou

superior) 14 

Tabela 3-2: Geração admissível de gases durante o ensaio de aquecimento

em sobrecarga 15 

Tabela 3-3: Taxa orientativa de geração admissível de gases durante o

ensaio de aquecimento 15 

Tabela 5-1: Profissionais que participaram da elaboração do presente

documento 24