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Níveis de suplementação em dietas de novilhos terminados em pastagens FABRÍCIO BACELAR LIMA MENDES 2013

Níveis de suplementação em dietas de novilhos terminados ... · Em 8 de março de 2010, iniciou o curso de Doutorado em Zootecnia no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia na

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Níveis de suplementação em dietas de novilhos terminados em

pastagens

FABRÍCIO BACELAR LIMA MENDES

2013

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DE BAHIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

Níveis de suplementação em dietas de novilhos terminados em

pastagens

Autor: Fabrício Bacelar Lima Mendes

Orientador: Prof. Dr. Robério Rodrigues Silva

Itapetinga Bahia - Brasil

Novembro de 2013

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FABRÍCIO BACELAR LIMA MENDES

Níveis de suplementação em dietas de novilhos terminados em

pastagens

Tese apresentada, como parte das exigências para obtenção do título de DOUTOR EM ZOOTECNIA, ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

Orientador: Prof. Dr. Robério Rodrigues Silva Co-orientador: Prof. Dr. Gleidson Giordano Pinto de Carvalho Prof. Dr. Fabiano Ferreira da Silva

Itapetinga Bahia-Brasil

Novembro 2013

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Na vida as coisas, às vezes, andam muito devagar.

Mas é importante não parar.

Mesmo um pequeno avanço na direção certa já é um progresso, e qualquer um pode

fazer um pequeno progresso.

Se você não conseguir fazer uma coisa grandiosa hoje, faça alguma coisa pequena.

Pequenos riachos acabam convertendo-se em grandes rios.

Continue andando e fazendo.

O que parecia fora de alcance esta manhã vai parecer um pouco mais próximo

amanhã ao anoitecer se você continuar movendo-se para frente.

A cada momento intenso e apaixonado que você dedica a seu objetivo, um pouquinho

mais você se aproxima dele. Se você parar completamente é muito mais difícil começar

tudo de novo. Então continue andando e fazendo. Não desperdice a base que você já

construiu. Existe alguma coisa que você pode fazer agora mesmo, hoje, neste exato

instante. Ligar para alguém para dizer que a ama, cantar uma música que goste, olhar

para o céu e agradecer a Deus pela sua família, etc.

Vá rápido quando puder. Vá devagar quando for obrigado. Mas, seja lá o que for,

continue.

Vamos abraçar quem amamos. Vamos sempre sorrir, mesmo que por dentro estamos a

chorar. Sempre vamos dizer te amo. Obrigado.

Raquel Barros

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A Deus;

Aos meus pais;

À minha filha;

Aos meus irmãos;

Aos meus familiares;

À minha esposa.

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao criador do universo (Deus) por ter concedido a realização desse

sonho vivido a cada dia.

Aos meus pais amados, José Renato F. Mendes (meu herói) e Joenisce Magali

Bacelar Lima Mendes (minha fortaleza), pela dedicação, pelo carinho e amor que

cultivam a cada segundo da vida e dedicam a mim. Neste momento ímpar de minha

vida, gostaria de dizer a vocês que levarei todos os seus ensinamentos comigo pela

eternidade, pois assim serei muito mais homem e muito mais humano.

À minha filha, Anna Júlia Sampaio Bacelar Mendes (Jujubinha), por tornar

meus dias mais risonhos e ter despertado um amor nunca antes sentido.

Aos meus irmãos Renatinho e João, pelo amor, pelo respeito e pela confiança ao

longo dessa jornada que escolhi seguir. Agradeço-lhes pelo infinito apoio, com o qual

sempre contei.

Aos meus inesquecíveis avós Maricota e Nilo (in memorian), que, mesmo em

outro plano, sempre estão perto de mim, me guiando e protegendo das coisas da vida.

Aos meus avós maternos, João Oliveira e Leonice Bacelar, por serem ponto de

equilíbrio da família.

À minha esposa, Angélica Sampaio, por acreditar sempre no meu sucesso,

transmitindo força e apoio.

Ao companheiro, amigo e irmão, Robério Rodrigues Silva. É com imensa

gratidão que agradeço por todos os conselhos e conhecimentos ao longo desses dez

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anos de UESB. A minha felicidade é escutar você afirmar sempre “Tanquinho, na

pesquisa eu fiz amigos, e você é um deles”.

Ao meu coorientador no mestrado e orientador no doutorado, Robério

Rodrigues Silva. Obrigado por tudo! Os seus ensinamentos me acompanharão até o

meu último dia.

Ao meu irmão Roberto, à Maria, à Simone e suas filhas, por fazer de minha casa

um lar de alegria e esperança. Posso dizer que ao lado de vocês sinto-me muito mais

forte.

À toda minha família (avós, primos, tios e tias), que sempre esteve presente.

Ao amigo Túlio Otávio, pela convivência, tanto em Maringá como aqui, em

Itapetinga, e na fazenda Mateiro. Valeu, meu querido! Você cooperou com a realização

desse sonho e foi peça fundamental dessa caminhada.

A Maria Creusa Rodrigues, por abrir a cancela da sua fazenda para execução

do experimento. Por lá fiz moradia e é por lá que passo os fins-de-semana há nove

anos.

A Laoan, por estar acompanhando essa caminhada dia-a-dia sem medir

esforços para ajudar-me e por abrir sempre as portas da sua casa com alegria e

satisfação. Muito obrigado, Lau! .

A Hellen Cardoso, pelo acolhimento e apoio no período que estive em Viçosa,

Minas Gerais.

Aos amigos do Grupo Produção de Bovinos em Pastejo com Qualidade:Daniele, David

Everton, Fernando, Frederico, Gabriel, George, Joanderson, Kaique, Leonardo, Livia

Marceliana, Maria Magna, Mateus Lisboa, Maxwelder, Michelle, Sinvaldo, Tulio

Otavio, Venicio, Weder Jansen, Silvia Layse e Antônio Carlos. Com vocês esse sonho vai

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ser concretizado e a gratidão por todos seguirá comigo para sempre por esse Brasil

afora...

Ao funcionário da Fazenda Princesa do Mateiro (Eron), pelo apoio e a boa

vontade no momento da condução.

À Tia Augusta e ao Tio Álvaro, por ter me acolhido como filho em um momento

importante de minha vida e por terem sempre acreditado nesse sonho.

Ao amigo Erico Valmar e Família, pelo incentivo aos estudos e por estar sempre

perto, vivenciando a cada dia minha luta para chegar aqui. O seu apoio e seus

conselhos serão sempre bem-vindos e lembrados.

Aos professores Fabiano, Robério, Gleidson e Cristina, que sempre estiveram

presentes nessa longa jornada, que, ao lado de vocês, se tornou bonita e fácil de ser

trilhada. A cada um de vocês, todo o meu respeito, carinho amor e admiração.

À Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), pela excelente

capacitação profissional.

Aos coordenadores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em

Zootecnia, especialmente Joandra e Jamille, pela atenção em todos os momentos

durante o curso de doutorado.

Ao Prof. Dr. Fabiano Ferreira da Silva, pela coorientação, pelo companheirismo,

pela amizade e, acima de tudo, pela boa vontade em ajudar nas horas mais precisas.

Agradeço-lhe por tudo que fez por mim e levarei comigo todos os seus ensinamentos,

assim como a admiração que lhe tenho como homem, pai e profissional que se tornou

ao longo dos anos. MUITO OBRIGADO!

Ao Prof. Dr. Gleidson Giordano Pinto de Carvalho, pela coorientação, pela

amizade, pelo apoio e grande incentivo nas pesquisas.

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À Profa. Cristina Mattos Veloso, pela sua orientação no início da graduação e

durante o tempo em Viçosa.

Aos grandes irmãos que encontrei aqui em Itapetinga, Alyson Pinheiro e

Hermogenes Junior. Tudo e todo momento vivido com vocês foi maravilhoso e se torna

especial a cada reencontro. Vocês estão sempre presentes em minha vida, se não

fisicamente, espiritualmente. OBRIGADO POR TUDO!!!

A Mário Slomp pelos momentos de alegria, experiência, estudo vividos em

Maringá. Valeu Tatá.....

A Elisângela, pela convivência e amizade durante o todo o curso. Muito

obrigado, Liliu!

A George, pelo apoio incondicional e por ter se tornado um grande amigo, não

só dentro da universidade mas na vida pessoal. Falou, amigão!

Ao super Mario Camarão, pela atenção e rapidez, além da boa vontade em estar

sempre ajudando nos experimentos.

A Zé, do Laboratório de Forragicultura, mais conhecido como Zé Queiroz, pelo

apoio irrestrito nas análises e pela amizade.

Aos colegas de turma da graduação e do mestrado que contribuíram muito

nessa minha caminhada. Aracele Prates, o meu muito obrigado!

Os insubstituíveis e indescritíveis amigos e irmãos da República Pau-no-rato:

Alyson (merominnho, cornão, cabeça, narigudo...), Hermógenes (Mogim), Jálvaro

(Titilas) e Pablo (Luxo). Um ser humano que sonha viver uma vida digna e ao lado de

pessoas que lhe acrescentem algo tem que viver ao lado de cada um de vocês. Vocês

são Os Caras!

À Senhorinha, pela dedicação, pelo cuidado e pela animação desde a época da

República Pau-no-rato.

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À Dona Vilma, uma mãe para nunca ser esquecida. Obrigado por tudo!

À Jeane, ao Samuel e a todos do laboratório que ajudaram nas análises de carne.

Obrigado por tudo. Um grande abraço!

Enfim, a todos que, ao longo do tempo, contribuíram de forma ímpar para que

eu conquistasse essa vitória tão significativa. Gostaria de dizer que, com a ajuda de

vocês, o sabor da vitória é diferente.

Muito obrigado por tudo!Muito obrigado por tudo!Muito obrigado por tudo!Muito obrigado por tudo!

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BIOGRAFIA

Fabrício Bacelar Lima Mendes, filho de José Renato Ferreira Mendes e Joenisce

Magali Bacelar Lima Mendes, nasceu em 8 de agosto de 1981, em Jacobina, Bahia.

Em novembro de 2002, iniciou o curso de Zootecnia na Universidade Estadual

do Sudoeste da Bahia, finalizando em 12 de fevereiro de 2008.

Em 7 de março de 2008, iniciou o curso de Mestrado em Zootecnia no Programa

de Pós-Graduação em Zootecnia na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,

finalizando em 25 de fevereiro de 2010.

Em 8 de março de 2010, iniciou o curso de Doutorado em Zootecnia no

Programa de Pós-Graduação em Zootecnia na Universidade Estadual do Sudoeste da

Bahia, concentrando seus estudos em Produção e Nutrição de Ruminantes.

Em 1 de novembro de 2013, submeteu-se à defesa da presente tese.

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SUMÁRIO

Página LISTA DE TABELA XV LISTA DE FIGURA XVI RESUMO XVII ABSTRACT XIX I - REFERENCIAL TEÓRICO 21 1 INTRODUÇÃO 21 2 REVISÃO DE LITERATURA 23 2.1 Consumo, digestibilidade e desempenho 23 2.2 Avaliação econômica 24 2.3 Avaliação do comportamento ingestivo 25 2.4 Características físicas e químicas da carcaça e da carne de bovinos 28 II – OBJETIVO GERAL 33 3.1 Objetivos específicos 33 III – MATERIAL E MÉTODOS 33 4.1 Consumo, digestibilidade e desempenho 33 4.2 Avaliação econômica 40 4.3 Avaliação do comportamento ingestivo 41 4.4 Avaliação do perfil de ácidos graxos do músculo longissimus 42 IV – RESULTADO E DISCUSSÃO 46 5.1 Consumo, digestibilidade e desempenho 46 5.2 Avaliação econômica 56 5.3 Avaliação do comportamento ingestivo 58 5.4 Avaliação do perfil de ácidos graxos do músculo longissimus 65 VI - CONCLUSÕES 74 VII REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 75

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LISTA DE TABELAS

Página

TABELA 1. Proporção dos ingredientes nos concentrados (%) na base da matéria seca (MS).

34

TABELA 2. Composição química do pastejo simulado e dos concentrados (%), com base da matéria seca (MS), disponibilidade total de matéria seca por hectare (Disp.MS/ha), matéria seca potencialmente digestível (MSpd%), disponibilidade de matéria seca potencialmente digestível por hectare (DMSpd/ha), oferta de forragem (OF) e taxa de lotação (TL).

36

TABELA 3. Composição em ácidos graxos (%) das dietas experimentais e da Brachiaria brizantha.

43

TABELA 4. Composição bromatológica das dietas totais. 45 TABELA 5. Consumos médios diários de nutrientes por novilhos recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.

49

TABELA 6. Coeficiente de digestibilidade da dieta total de novilhos recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.

51

TABELA 7. Valores médios de peso corporal inicial (PVI), peso corporal final (PVF), ganho médio diário (GMD) e conversão alimentar (CA) de novilhos recebendo suplementação com teores crescentes de concentrado na dieta.

53

TABELA 8. Características físicas da carcaça de novilhos mestiços recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.

54

TABELA 9. Avaliação econômica de um sistema de criação de novilhos mestiços recebendo diferentes níveis de suplementação em pastagem de Brachiaria brizantha.

56

TABELA 10. Consumo de material seca total (CMST), matéria seca do pasto (CMSP), fibra em detergente neutro (FDN), proteína bruta (PB), carboidratos não fibrosos (CNF), e os tempos despendidos nas atividades de pastejo, cocho, ruminação e outras atividades de novilhos recebendo diferentes níveis de concentrado na dieta.

58

TABELA 11. Valores médios do número de períodos de pastejo (NPP), comendo no cocho (NPC), ruminação (NPR), e outras atividades (NPO) e duração em (minutos) dos períodos de pastejo (TPP), comendo no cocho (TPCC), em ruminação (TPR), outras atividades (TPO), alimentação total (TAT) e mastigação total (TMT), de novilhos recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.

60

TABELA 12. Valores médios das taxas de bocados (TxB) número de bocados por deglutição (BDeg), tempo de deglutição (TeDeg), número de bocados dia (NB), número de bolos ruminados por dia (BOL), mastigação merícicas por bolo (MMB), tempo por bolo ruminado (TBO), de novilhos recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.

63

TABELA 13. Eficiências de alimentação e ruminação de matéria seca (MS), fibra em detergente neutro (FDN), proteína bruta (PB), carboidratos não-fibrosos (CNF), de novilhos recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.

64

TABELA 14. Teor de lipídeo e composição em ácidos graxos saturados do 66

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músculo longissimus dorsi de novilhos mestiços recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta. TABELA 15. Composição dos ácidos graxos monoinsaturados do músculo longissimus dorsi de novilhos mestiços recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.

68

TABELA 16. Composição dos ácidos graxos poli-insaturados do músculo longissimus dorsi de novilhos mestiços recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.

70

TABELA 17. Proporção (%) de ácidos graxos saturados (AGS), monoinsaturados (AGMI), poli-insaturados (AGPI), ácidos graxos n-6, ácidos graxos n-3, relação AGPI:AGS e n-6:n-3 do músculo longissimus dorsi de novilhos mestiços recebendo suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.

72

LISTA DE FIGURAS

Página

FIGURA 1 - Oferta de forragem ajustada para 100 kg peso corporal dia em pastagem de Brachiaria Brizantha.

36

FIGURA 2 - Disponibilidade de matéria seca total (MStotal), matéria seca potencialmente digestível (MSpd), matéria seca verde (Msverde), folha, colmo e matéria morta da Brachiaria Brizantha.

47

FIGURA 3 - Consumo de matéria seca da forragem e do concentrado por novilhos suplementados a pasto.

48

FIGURA 4 - Teor de lipídeos no músculo Longissimus. 66

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RESUMO

MENDES, Fabrício Bacelar Lima. Níveis de suplementação em dietas de novilhos terminados em pastagens. Itapetinga, BA: UESB, 2013. 92p. Tese. (Doutorado em Zootecnia, Área de concentração em Produção de Ruminantes).*

Objetivou-se com este estudo avaliar o uso de níveis crescentes de concentrado com

níveis decrescentes de proteína e seus efeitos sobre as características nutricionais,

produtivas, metabólicas e comportamentais de novilhos mestiços em fase de terminação

mantidos em pastagem de Brachiaria brizantha e os impactos sobre a avaliação

econômica desse sistema de produção na região sudoeste da Bahia. O experimento foi

desenvolvido na Fazenda Princesa do Mateiro, situada no município de Ribeirão do

Largo Bahia, no período de 3 de setembro de 2011 a 1 de dezembro de 2011. Foram

utilizados 32 novilhos mestiços com peso corporal de 420 ± 7,54 kg, distribuídos em

delineamento inteiramente casualisado, com quatro tratamentos e oito repetições por

tratamento. Como tratamentos, consideraram-se os níveis de suplemento (0,2; 0,4; 0,6; e

0,8% do peso corporal) formulado com reduzido conteúdo de proteína bruta (50; 25;

16,6; 12,5% de proteína bruta). Foram mensurados o consumo, a digestibilidade

aparente, o desempenho e as características físicas da carcaça dos animais. A avaliação

do comportamento foi realizada no 36º e 50º dias do período experimental, por meio de

observações a cada cinco minutos por um período de 24 horas. Os ésteres em ácidos

graxos do músculo longissimus foram analisados em cromatógrafo a gás Thermo

Finnigan, modelo Trace-GC-Ultra. Os resultados foram analisados estatisticamente por

análises de variância e regressão a 0,05% de probabilidade. Os níveis de suplementação

não influenciaram (P>0,05) os consumos de matéria seca total, nutrientes digestíveis

totais em kg por animal por dia nem o consumo de matéria seca em função do peso

corporal, mas afetaram o consumo de matéria seca do pasto, que sofreu efeito linear

decrescente (P<0,05). Influenciaram (P<0,05)também os consumos de fibra em

detergente neutro, proteína bruta, extrato etéreo e carboidratos não-fibrosos. Os

coeficientes de digestibilidade da matéria seca, fibra em detergente neutro e proteína

bruta decresceram linearmente (P<0,05) com o aumento dos níveis de concentrado na

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dieta. Houve efeito quadrático (P<0,05) sobre o ganho médio diário. A conversão

alimentar, assim como as características físicas da carcaça, não foi influenciada

(P>0,05) pelos níveis de suplementação. A rentabilidade econômica do sistema

decresceu linearmente (P<0,05) com o aumento dos níveis de suplementação. Os

tempos despendidos de pastejo e ruminação também reduziram linearmente (P<0,05),

enquanto os tempos despendidos no cocho e em outras atividades cresceram

linearmente (P<0,05) à medida que se aumentaram os níveis de suplementação. Os

números de períodos de cocho, em outras atividades e os tempos de períodos de pastejo,

cocho, ruminação e em outras atividades foram influenciados (P<0,05) pelos níveis de

suplementação. Os tempos de alimentação e mastigação total diminuíram linearmente

(P<0,05) com o aumento dos níveis de concentrado na dieta. A taxa de bocado e o

número de bocados por deglutição aumentaram linearmente. O número de bocados por

dia apresentou efeito quadrático (P<0,05). O número de bolos por dia sofreu efeito

linear decrescente (P<0,05) e a eficiência de alimentação para a matéria seca, efeito

quadrático dos níveis de suplementação. As eficiências de ruminação para matéria seca

e carboidratos não-fibrosos também foram influenciadas (P<0,05) pelos níveis de

suplementação, apresentando-se efeito linear crescente. Os conteúdos de ácidos graxos

saturados, monoinsaturados, poli-insaturados e a razão poli-insaturados:saturados não

foram afetados (P>0,05) pelos níveis de suplementação. O conteúdo do ácido ômega 3

teve efeito linear decrescente. A razão ômega 6:ômega 3 aumentou linearmente com os

níveis de suplementação. A suplementação com concentrado na proporção de 0,2% do

peso corporal gerou maior rentabilidade do sistema, mostrando-se uma alternativa para

diminuir o ciclo de produção de animais a pasto.

PALAVRAS-CHAVE: ácidos graxos, comportamento ingestivo, desempenho,

suplementação, viabilidade econômica.

______________________________________________________

*Orientador: Robério Rodrigues Silva, Dr. UESB; e Coorientador: Gleidson Giordano Pinto de Carvalho,

Dr, UFBA. Fabiano Ferreira da Silva, Dr. UESB.

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ABSTRACT

MENDES, Fabrício Bacelar Lima. Levels of supplementation in the diet of steers finished on pasture. Itapetinga, BA: UESB, 2013. 92p. Thesis. (Doctorate in Animal Science, Concentration area in Ruminant Production)*

The objective of this study was to evaluate the effect of increasing levels of concentrate,

the same protein supplement on the nutritional characteristics, production, metabolic,

behavioral and economic crossbred steers in the finishing phase maintained on

Brachiaria Brizantha in south west Bahia. The experiment was conducted at the Fazenda

Princesa do Mateiro, located in Ribeirão Largo Bahia, from 3 September 2011 to 01

December 2011. We used 32 crossbred steers with average body weight of 420 ± 7.54

kg, distributed in a completely randomized design with four treatments. The treatments

consisted of increasing levels of supplement in the body weight of the animals , and

(0,2; 0,4; 0,6; and 0,8 % of body weight, with 50; 25; 16,6; 12,5% crude protein) .Were

measured intake, digestibility, performance and physical characteristics of the housing.

The performance evaluation was conducted on the 36th and 50th day of the

experimental period, and made observations every five minutes for a period of 24 hours.

Esters of fatty acids of longissimus were analyzed by a gas chromatograph Thermo

Finnigan, model Trace GC - Ultra . The results were statistically analyzed by analysis of

variance and regression to 0,05% probability. Intakes of dry matter, total digestible

nutrients in kg per animal per day and dry matter intake by body weight were not

influenced by the levels of supplementation (P> 0,05). The dry matter intake from

pasture was influenced by the levels of supplementation presenting linear effect (P<

0,05). The intake of neutral detergent fiber, crude protein, ether extract, and fibrous

carbohydrates were not affected (P< 0,05) by increasing levels of supplementation. The

digestibility of dry matter, neutral detergent fiber, crude protein decreased linearly (P<

0,05 ) with increasing levels of concentrate. There was a quadratic effect (P< 0,05)

average daily gain. Feed conversion was not affected (P> 0,05) by increasing levels of

supplementation. Physical characteristics of the carcass were not changed (P> 0,05).

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The economic profitability of the system was affected (P< 0,05) decreased linearly with

increasing levels of supplementation. The time spent grazing and ruminating decreased

linearly (P< 0,05), while the trough and other activities increased linearly (P< 0,05) as

increased levels of supplementation. The numbers trough periods, other activities and

time periods of grazing, trough, rumination, other activities were influenced (P< 0,05)

by supplementation. The times of feeding and total chewing linearly decreased (P<

0,05) increased levels of concentrate in the diet. The bit rate and the number of bits per

swallowing increased linearly. The number of bites per day showed a quadratic effect (P

< 0,05). The number of cake per day showed decreasing linear effect (P< 0,05) with

increasing levels of supplementation. The feeding efficiency for dry matter showed a

quadratic effect. Rumination efficiency for dry matter and fiber carbohydrates were not

affected (P< 0,05) by supplementation presenting linear increase. Saturated fatty acids,

monounsaturated, polyunsaturated and reason polyunsaturated:saturated were not

affected (P> 0,05) by supplementation. The omega 3 acid showed decreasing linear

effect. The reason omega 6:omega 3 increased linearly with supplementation levels.

Supplementation with 0,2 % of body weight led to greater profitability of the system,

proving to be an alternative to reduce the production cycle of animals on pasture.

KEY WORDS: fatty acids, feeding behavior, performance, supplementation, economic

viability.

__________________________________________________________________

*Adviser: Robério Rodrigues Silva, Dr. UESB and Co-adviser: Gleidson Giordano Pinto de Carvalho, Dr,

UFBA. Fabiano Ferreira da Silva, Dr. UESB

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I - REFERENCIAL TEÓRICO

1 INTRODUÇÃO

A crescente demanda por produtos de origem animal torna necessária a

otimização da produção animal a pasto e, para se obter um eficiente e competitivo

programa de produção contínua de carne, deve-se buscar eliminar as fases negativas do

processo, proporcionando ao animal condições para se desenvolver normalmente,

durante todo o ano, para que atinjam as condições de abate mais precocemente. Para

isso, é fundamental ampliar o conhecimento, tanto em avaliação dos alimentos quanto

em determinação das exigências dos animais, o que permitirá manter o suprimento de

alimentos em equilíbrio com as exigências nutricionais dos animais.

Estima-se que mais de 90% dos animais abatidos no Brasil sejam oriundos de

sistemas de produção a pasto. De acordo com Paulino et al. (2008), no Brasil as

forrageiras tropicais correspondem a 99% da dieta, fornecendo energia e nutrientes para

os bovinos criados a pasto. Aproximadamente 80-85% dos animais apresentam genes de

origem zebuína, seja como animais puros seja por cruzamentos, sendo Nelore a raça

zebuína predominante (Josahkian, 1999). Mesmo com a predominância de animais mais

rústicos e adaptados às condições de criação típicas de ambiente tropical, a eficiência

produtiva e econômica dos sistemas de produção de gado de corte no Brasil é altamente

dependente de medidas racionais de manejo alimentar desses animais.

Na maioria dos trabalhos sobre suplementação de bovinos a pasto, geralmente

são avaliados períodos específicos da produção ou o efeito final de determinado sistema

de suplementação. A falta de informações sobre as bases nutricionais envolvidas na

resposta à suplementação a pasto tem limitado a aplicação desses resultados nos

sistemas comerciais de produção. Além da quantidade e qualidade da forragem

disponível, outros fatores que interferem diretamente no desempenho animal são a

quantidade ofertada e as características nutricionais do suplemento fornecido aos

animais em pastejo.

Segundo Marcondes et al. (2011), o uso de dietas com altos níveis de

concentrado é uma prática que pode ser viável no Brasil, principalmente em regiões

ricas em subprodutos agroindustriais. Em regiões onde o custo do concentrado é alto, é

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inviável para o produtor o uso de níveis elevados de suplementação o que torna

necessária a utilização de níveis mais baixos de suplementação de modo que não

interfiram no desempenho produtivo dos animais nem no rendimento econômico do

sistema. Em relatos sobre as interações existentes entre o consumo de forragem e o

consumo de suplemento, Moore (1980) descreve três efeitos: o aditivo, no qual o

consumo de forragem é constante em diferentes níveis de suplementação e ocorre

aumento no consumo total no mesmo nível em que o suplemento é fornecido; o efeito

combinado, em que o consumo total aumenta, porém ocorre redução do consumo de

forragem; e, por fim, o efeito substitutivo, em que o consumo total é constante, porém o

consumo de forragem diminui na mesma proporção que aumenta o consumo de

suplemento. Somente o entendimento da integração entre as condições das pastagens,

normalmente influenciadas pela época do ano, o suplemento fornecido, que pode variar

em quantidade e nível de nutrientes específicos, a capacidade de digestão dos nutrientes

no animal, muito dependente da relação entre pasto e suplemento, e as exigências

nutricionais do animal, que variam com a fase de vida e a composição do ganho de peso

dos animais, permite gerar conhecimentos extrapoláveis para situações além daquelas

em que tal conhecimento foi produzido.

Existe uma carência na literatura brasileira de trabalhos sobre a evolução dessas

condições em animais mantidos em condições nutricionais específicas, desde a fase de

amamentação até a terminação, passando, e interagindo, com as diferentes épocas do

ano. Acrescenta-se a todos os fatores anteriormente citados as peculiaridades do sistema

de pastejo, por exemplo, a determinação do consumo de forragem e suplemento, cujas

metodologias ainda necessitam de aperfeiçoamento e validação.

II REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Consumo, digestibilidade e desempenho de novilhos sob suplementação a pasto

O sistema convencional de produção animal é composto basicamente pelos

estágios de ingestão do material forrageiro e do suplemento oferecido no cocho, além da

conversão em produto animal, e cada um desses estágios tem sua própria eficiência,

cujo somatório determina a produção animal (Euclides; Euclides Filho, 1997).

Nos sistemas de produção eficientes, a suplementação é adotada como uma

prática tecnológica de apoio à pastagem. Durante a escassez de chuvas, a planta muda

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suas características fisiológicas e anatômicas, de modo que a qualidade nutricional do

pasto decresce, tornando-se, por vezes, incapaz de suprir as exigências nutricionais dos

ruminantes.

Uma alternativa seria a utilização de suplementos proteicos ou energéticos para

associar-se ao volumoso oriundo do pasto e suprir a demanda de nutrientes pelo animal.

Entretanto, níveis de suplemento desejados para acrescentar o consumo de matéria seca

proveniente do pasto ainda são questionados na literatura atual, uma vez que, quando o

suplemento é fornecido, o consumo de forragem pode ser tanto desejável como

indesejável. Silva et al. (2002) não observaram diferenças no consumo matéria seca ao

estudarem os níveis de 20, 40, 60 e 80% de concentrado na dieta. Já Marcondes et al.

(2011), em pesquisa na qual avaliaram níveis de concentrado na proporção de 1% e 2%

do peso corporal, notaram maior consumo entre os animais que receberam concentrado

no nível equivalente a 2% do peso corporal.. Esses animais também tiveram maior

desempenho de corpo vazio e carcaça, porém não apresentaram diferenças na eficiência.

A alta relação folha/colmo pode evidenciar material de melhor degradabilidade,

em virtude da menor presença de tecidos estruturais indigeríveis ou de difícil

degradação, podendo influenciar na dinâmica e velocidade de degradação da MS pelos

microrganismos do rúmen (Mello et al., 2006). Nesse sentido, com o pasto de boa

qualidade, a utilização de baixos níveis de suplementação seria ideal para a obtenção de

bons resultados.

A suplementação em níveis crescentes, apesar do seu efeito substitutivo, pode se

tornar atrativa para o produtor, pois, além de suprir a exigência animal, pode aumentar a

capacidade de suporte dos sistemas produtivos, melhorando a eficiência de utilização

das pastagens em seus picos de produção e aumentando o nível de produção por unidade

de superfície (kg/ha/ano) (Paulino et al., 2004).

Níveis de suplementação superiores a 0,7% do PV/dia geralmente proporcionam

redução no consumo de forragem (Horn & McCollum, 1987), no entanto, em alguns

casos, esse efeito ocorre até mesmo com a suplementação em níveis inferiores

(Detmann et al., 2001). Nessas condições, haverá sobra de forragem. Assim, deve-se

promover ajuste do número de animais em função da massa de forragem, que pode ser

feito utilizando-se um critério de manejo, como a altura do dossel, a oferta de forragem,

a IAF residual, entre outros. Correia (2006), ao fornecer níveis crescentes de

concentrado (0,0, 0,3, 0,6 e 0,9 % do PV/dia) a novilhos em pastagem de capim-

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marandu, verificou aumento linear da taxa de lotação e do desempenho dos animais. .No

entanto, a taxa de lotação, no caso dos animais que recebe concentrado, deve ser sempre

superior em relação à daqueles que recebem suplementação com sal mineral.

Para propiciar ganhos contínuos em pastejo, é necessária a suplementação

estratégica durante as diferentes épocas do ano, suprindo os nutrientes limitantes e

aumentando a eficiência de utilização das pastagens. Em meta análise elaborada com o

uso de suplementação entre os anos de 1999 e 2007, Tonello et al. (2011) constataram

que apenas 17,3% dos dados obtidos indicaram ganho diário corrigido superior a 0,40

kg dia-1. Esses resultados são baixos, comprovando que não houve sincronização entre a

energia presente na pastagem e o suplemento fornecido no cocho.

Lana (2005) relatou que, quanto menor o valor nutritivo da pastagem, como

ocorre nas pastagens tropicais no período da seca, maior a resposta animal à correção da

subnutrição, como pode ser chamado o desempenho acelerado ao baixo uso de

concentrado. Assim, maiores serão a eficiência e a rentabilidade do sistema de

produção. Trabalhos recentes têm comprovado que ganhos de pesos adicionais obtidos

com a suplementação concentrada, mesmo durante a fase de recria em pastejo, são

mantidos na fase de terminação (Resende et al., 2008; Rezende et al., 2009).

2.2 Avaliação econômica

O sistema de produção de carne do Brasil teve uma evolução significativa nos

últimos anos. A forma como o produtor brasileiro produz carne torna-a um produto com

baixo custo e com índice alto de competitividade por ser oriunda de animais terminados

a pasto. Todavia, quando se compara a taxa de desfrute do produtor brasileiro, que foi

de 19,2 em 2011, à de produtores dos Estados Unidos e Austrália, que obtiveram 38,0%

e 30,9% no mesmo ano, percebe-se que o sistema de criação brasileiro ainda é

ultrapassado, embora possa alcançar resultados satisfatórios, por meio da tecnificação

da pecuária, da oferta de grãos e do clima favorável, além de atender à demanda por

carne bovina nos mercados interno e externo.

A bovinocultura desenvolvida sem considerar os fatores edafoclimáticos pode

estender a idade ao abate ou à primeira cria para além dos 30 meses, resultando em

taxas de desfrute de 15 a 17% (Paulino et al., 2004). No sistema de produção a pasto, o

grande gargalo na produção de carne é a escassez de forragem e seu baixo

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aproveitamento pelos ruminantes, devido a mudanças na sua morfofisiologia na época

seca. Esses entraves geram nos animais o conhecido efeito sanfona, com ganhos na

época das águas e perda de peso na época seca.

Dados na literatura comprovam que bovinos criados somente a pasto no Brasil

são abatidos ao atingirem 42 a 48 meses, gerando para o produtor alto custo para a

manutenção desses animais no sistema, bem como a imobilização de fundos investidos.

Análises devem ser feitas com rotina, pois permitem ao produtor a detecção do item

que, em determinado momento, pode inviabilizar a atividade, como as oscilações de

preços no mercado (Peres et al., 2004).

Uma estratégia para diminuir o ciclo de produção de animais de corte no País

seria a suplementação dos animais durante a fase crítica de produção de forragem,

abatendo-os em menor tempo e obtendo-se maior giro de capital. Segundo Figueredo et

al. (2007), usando sistema de suplementação para abate de bovinos aos 18, 24, 30 e 40

meses, o uso da suplementação proporcionou aumento de 37,5; 54,43 e, 69,27%

produção de carne (kg/ha/ano) em relação às estratégias para abate aos 24, 30 e 40

meses, respectivamente. Esses mesmos autores também afirmaram que o alto consumo

de suplemento e sua concentração em uma fase de pior conversão alimentar são as

causas do desempenho econômico menos satisfatório da estratégia para abate aos 24

meses em relação ao abate aos 30 meses.

Bargo et al. (2003), em extenso trabalho de revisão sobre suplementação a vacas

de leite a pasto, observaram que a taxa marginal de aumento na produção de leite

apresentou comportamento curvilíneo e reduziu em alguns estudos quando os níveis de

concentrado foram superiores a 3,3 e 4,4 kg/animal/dia. Euclides (2005), avaliando um

banco de dados obtido de 23 trabalhos, observaram comportamento semelhante no

ganho de peso diário de bovinos em decorrência da oferta média de concentrado no

período seco do ano.

A avaliação da economicidade no uso de concentrados está diretamente

relacionada à qualidade do volumoso, que representa 40 a 80% da matéria seca (MS) da

dieta das diversas categorias que compõem o rebanho nacional. Em rebanhos com maior

rendimento, o custo da dieta por animal é mais elevado, porém o alto crescimento

muscular costuma compensar o investimento.

Existem duas formas básicas de interferir no ganho financeiro real de uma

atividade: aumentando seu preço de venda, mas com algumas consequências em relação

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à demanda, ou implementando uma política de redução de custos e aumento de

produtividade, que também favoreceria o aumento da margem sem, contudo, depender

diretamente do fator demanda (Figueiredo et al., 2007).

Enquanto a viabilidade técnica da suplementação de animais em pastejo é

considerada praticamente consolidada, questionamentos quanto à sua viabilidade

econômica existem desde longa data, embora comparações econômicas tenham

apontado que os resultados obtidos em sistemas intensivos sejam melhores que em

sistemas extensivos (Pilau et al., 2003).

É necessário, dentro de qualquer sistema produtivo, que decisões sejam tomadas

no momento certo e que o pecuarista compreenda a propriedade como uma empresa.

Assim, a atitude empresarial facilitará essas decisões a partir de análises de formação de

investimentos e retorno do setor. Deve-se estabelecer um plano anual a ser aplicado

dentro das possibilidades da empresa rural para se chegar a uma condição de alta

lucratividade (Nogueira, 2003).

2.3 Comportamento ingestivo de bovinos em pastagens

A etologia é a ciência que estuda o comportamento natural dos animais como um

todo. Por isso, o conhecimento dos padrões de comportamento de escolha, localização e

ingestão a pasto pelos bovinos é fundamental quando se pretende estabelecer práticas de

manejo.

O consumo de forragem por animais em pastejo é influenciado por três grupos

de fatores: os que afetam o processo de digestão, os que afetam o processo de ingestão e

aqueles que afetam as exigências nutricionais e a demanda por nutrientes (Berchielli et

al., 2006). A avaliação do comportamento ingestivo de novilhos em pastejo recebendo

suplementação é essencial para o manejo adequado desses animais, uma vez que a

suplementação com concentrado não deve ser utilizada com o objetivo de substituir o

pasto, mas sim complementá-lo. Os resultados encontrados na literatura referentes às

alterações provocadas pela suplementação a pasto sobre o comportamento ingestivo dos

ruminantes ainda são controversos.

Foram verificadas alterações nas atividades de pastejo de bovinos de corte

recebendo suplementação com grãos de milho (Adams, 1985). Entretanto, Barton et al.

(1992) relataram que o horário de fornecimento da suplementação não influenciou os

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tempos de pastejo e ruminação de bovinos a pasto. Essa informação contraria os relatos

de Mendes Neto et al. (2007) de que uma simples modificação no horário ou na

frequência de fornecimento do concentrado pode causar mudança nos hábitos

alimentares de bovinos, podendo influenciar no seu desempenho.

As atividades comportamentais estudadas em maiores escalas na suplementação

a pasto são os tempos despendidos em pastejo, ruminação, alimentação no cocho e

outras atividades, e todas possuem larga relação entre si.

A ingestão diária de forragem é o produto do tempo gasto pelo animal em

pastejo e da taxa de ingestão de forragem, que é expressa como número de bocados por

unidade de tempo. A medida da taxa de bocados estima com que facilidade o animal

apreende a forragem, o que, aliado ao tempo dedicado pelo animal ao processo de

pastejo, integra as relações planta animal responsáveis por determinada quantidade

consumida (Trevisan et al., 2004). A suplementação da dieta de bovinos em pastejo com

níveis crescentes de concentrado promove menor tempo despendido em pastejo e menos

tempo para a ruminação, devido ao consumo maior de carboidratos não-fibrosos no

cocho, destinando maior tempo a outras atividades e alimentação no cocho para

consumir todo o suplemento oferecido.

Biscaino et al. (2001) compararam o tempo diário de pastejo de novilhos em

campo natural recebendo suplementação com farelo de arroz nos níveis 0; 0,5; 1; 1,5 e

2% de seu peso vivo. Esses autores observaram redução de 530, 380, 395, 332

minutos/dia, respectivamente, no tempo de pastejo dos grupos controle e com

suplementação nos níveis 0,5; 1,5 e 2% e atribuíram o fato ao efeito substitutivo da

suplementação sobre o consumo de campo nativo. No entanto, outros autores não

notaram diferenças no tempo de pastejo. Bremm et al. (2004) não observaram

diferenças no tempo de pastejo entre novilhas submetidas ou não à suplementação com

farelo de trigo. Patiño Pardo et al. (2003) verificaram efeito quadrático dos níveis de

suplementação com sorgo moído (0, 0,75 e 1,5% do peso vivo), promovendo

diminuição dos tempos de pastejo, ruminação e caminhada dos novilhos que receberam

suplemento em relação aos do grupo sem suplementação.

Silva et al. (2005) avaliaram o uso de níveis crescentes de suplementação (0,25

0,50 0,75 e 1% do peso corporal) e não encontraram efeito (P>0,05) nos tempos de

pastejo e ruminação, porém notaramefeito crescente (P<0,05) no tempo de cocho e

efeito decrescente no tempo gasto em outras atividades.

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Os ruminantes, ao ingerirem, mastigam o alimento superficialmente,

transportando-o até o rúmen e retículo. Após algum tempo, este alimento retorna à boca

para a ruminação, que é uma atividade que permite a redução do tamanho das partículas

dos alimentos, favorecendo a degradação e digestão e melhorando absorção dos

nutrientes.

O tempo total de ruminação está diretamente correlacionado ao tamanho de

partículas presentes no rúmen e ao teor de fibra com alimento ingerido. A atividade de

ruminação pode ocorrer com o animal em pé ou deitado e esta última posição demonstra

uma condição de conforto e bem-estar animal. Segundo Marques et al. (2005), o tempo

em que o animal não está ingerindo alimento é considerado como em outras atividades.

Para a eficiente exploração da pastagem, é necessário conhecer as relações

existentes na interface planta-animal, o que envolve o estudo de como as condições de

pastejo interferem no comportamento ingestivo dos ruminantes e no seu desempenho,

de forma a identificar condições de manejo adequadas à categoria animal e ao sistema

de produção adotado (Jochims et al., 2010).

Assim, torna-se imprescindível a realização de pesquisas que ajudem a

esclarecer o efeito da suplementação sobre o comportamento dos animais em pastejo e

seus possíveis reflexos sobre os atributos da pastagem e o desempenho animal (Brâncio

et al., 2003).

2.4 Características químicas e físicas da carcaça e da carne de bovinos

O aumento da competitividade com outras fontes de proteína animal e outros

mercados concorrentes e a possibilidade de o Brasil se consolidar ainda mais no

mercado mundial de carne bovina têm requerido da pecuária de corte a oferta de

produtos de maior qualidade durante todo o ano (Resende et al., 2010). Um dos grandes

desafios da cadeia produtiva da carne bovina é produzir carne que atenda às

expectativas dos diversos mercados consumidores, cujo grau de exigência tem se

elevado de forma expressiva nos últimos anos (Cabral et al., 2011). Contudo, essa

mudança de hábitos, que hoje conta com uma difusão mais acelerada, pela capacidade

de informação e pelo acesso a mercadorias compadrões antes inexistentes, afeta

diretamente as cadeias produtivas, exigindo sua reestruturação, a fim de atender às

diferentes expectativas dos consumidores.

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A carne é considerada produto nobre, por possuir proteína, ácido linoleico,

linolênico, vitaminas do complexo B e minerais. O consumo excessivo de gorduras

animais tem sido apontado desde os anos 50 como o principal responsável por um

grande número de desordens metabólicas no homem, entre elas, câncer, diabetes,

aumento da pressão arterial e doenças coronarianas.

Segundo Marques et al. (2006), o consumo de carne, principalmente bovina

(vermelha), tem sido vinculado a problemas de saúde, como excesso de peso,

arteriosclerose, tumores malignos e hipertensão, provavelmente em virtude da presença

de lipídios saturados e colesterol. Não se pode confundir, no entanto, consumo de carne

vermelha com consumo excessivo de gordura. A gordura é uma fração importante da

carne, pois influencia no aspecto visual da carcaça, na porção comestível e na qualidade

da carne, além de servir como proteção (gordura subcutânea) contra a desidratação no

resfriamento das carcaças (Moletta & Restle, 1996). Atualmente, busca-se a obtenção de

carcaças com elevada proporção de músculos e com quantidade mínima de gordura que

garanta a suculência e o sabor ótimo da carne, além de cobertura adiposa suficiente para

evitar a desidratação e o escurecimento da carne no processo de resfriamento (Luchiari

Filho, 2000). A gordura componente pelos consumidores pode ser diferenciada em

função da dieta, especificamente em ruminantes por ter a capacidade de apresentar uma

série de particularidades a exemplo da bio-hidrogenação ruminal (Costa et al., 2008).

Segundo Costa et al. (2005), as características da carcaça, como área de olho-de-

lombo e espessura de gordura de cobertura, podem ser alteradas pela manipulação do

nível de concentrado nas dietas. Silva et al. (2002), em pesquisa com níveis de

concentrado que variaram de 20 a 80% da dieta, não encontraram efeito das dietas no

teor de gordura da carne, cujos valores oscilaram entre 19,40 e 26,60% de gordura na

carcaça. Canesin et al. (2006) trabalharam com a suplementação em dias alternados em

nível correspondente a 1% do peso corporal e encontraram média de 21,1% de gordura

na composição corporal.

Esrey et al. (1996) concluíram que o aumento no consumo de gordura, tanto

saturada quanto monoinsaturada, constitui fator de risco importante, contudo,

advertiram que não se podeatribuir causalidade a esses fatores, visto que os resultados

dos estudos ainda têm sido conflitantes, principalmente quanto à ação dos ácidos graxos

monoinsaturados.

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Depois das proteínas, os ácidos graxos são considerados o grupo de nutrientes

mais importantes para o organismo.

Os ácidos graxos são ácidos carboxílicos com cadeias hidrocarbonadas de 4 a

36 átomos de carbono. Alguns não apresentam duplas ligações em sua cadeia e são

chamados saturados; outros contém uma ou mais duplas ligações e são chamados

insaturados (mono ou poli-insaturados). Entre as principais funções dos ácidos graxos,

estão a deposição de energia e a conformação de membranas celulares. Desempenham

também importante papel como reguladores do metabolismo, cofatores enzimáticos,

transportadores de elétrons, pigmentos que absorvem radiação luminosa, âncoras

hidrofóbicas, agentes emulsificantes, hormônios e mensageiros intracelulares

(Lehninger et al., 1995).

Os ácidos graxos essenciais poli-insaturados são agrupados em duas principais

famílias: os ômega-6 e os ômega-3. Esses dois tipos são muito diferentes quanto à sua

ação no organismo humano. Enquanto os produtos metabólicos dos ácidos graxos

ômega-6 promovem inflamação e tumores, os ácidos graxos ômega-3 atuam no sentido

totalmente oposto. Watts et al. (1996), em estudo sobre ácidos graxos da dieta e

progressão da doença coronariana no homem, procuraram analisá-los separadamente em

conformidade com seu grau de saturação. Esses autores não observaram associação

entre a ingestão de ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 (linolênico e linoleico,

respectivamente) e a incidência de doenças cardiovasculares. Por sua vez, Pietinen et al.

(1997) mostraram um resultado contrário ao descrito por Watts et al.(1996), no qual os

ácidos linoleico e linolênico possuíam forte associação negativa com a incidência dessas

doenças.

Segundo Simopoulos & Cleland (2003), os efeitos biológicos dos ácidos ômega-

3 são mediados pelas suas interações com os ácidos ômega-6. Pequenas quantidades

dietéticas de ômega-3 (~1% das calorias) possibilitam crescimento humano normal.

Aumentos nessa quantidade têm pouco ou nenhum efeito sobre o crescimento. Os

ácidos graxos ômegas-6 têm função no crescimento normal, na integridade dérmica, na

função renal e no parto. Isso levou à condução inicial de mais pesquisas sobre os

ômegas-6 e, somente nas últimas décadas, o ômega-3 recebeu mais atenção.

O colesterol é uma substância do grupo dos lipídios, presente

predominantemente no reino animal. Desempenha funções importantes no organismo

humano, sendo constituinte normal de todas as células do corpo, chave intermediária na

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produção de ácidos biliares, precursor de hormônios, e participa da síntese da vitamina

D3.

A carne bovina magra contém 25 a 75 mg de colesterol/100 g, dos quais mais de

90% estão na forma livre (Canhos & Dias, 1983; Moreira et al., 2003; Marques et al.,

2006; Kazama et al., 2008). A incidência de doenças coronárias na população está

diretamente relacionada aos níveis de colesterol no sangue e à proporção média de

energia proveniente dos lipídios saturados.

A arteriosclerose envolve a deposição de colesterol nas paredes das artérias,

obstruindo o vaso coronário e restringindo o fluxo sanguíneo, além da trombose

vascular e fenômenos espásticos, que são as principais causas patológicas. Um

componente importante que causa risco às artérias é a lipoproteína de baixa densidade

(LDL), que corresponde a cerca de 85% do total do colesterol, enquanto a fração de alta

densidade (HDL) pode ser considerada uma medida de desobstrução das artérias e de

outros tecidos (Rose, 1990).

Genericamente referidos como CLA, os ácidos linoleicos conjugados

compreendem, na verdade, uma série de isômeros de posição e geométricos do ácido

linoleico, que se caracterizam por apresentar duplas ligações conjugadas e foram

descobertos por cientistas da Universidade de Wisconsin, em Madison (USA), no final

da década de 70 (Funck et al., 2006). Raças bovinas podem apresentar distintos padrões

de deposição de tecido adiposo e perfil de ácidos graxos na carne, uma vez que algumas

raças que apresentam maior tendência de deposição de ácidos graxos no músculo podem

fornecer maior quantidade de CLA e AGPI na carne (Mir et al., 2004).

Nos últimos anos, tem aumentado o interesse em estudos sobre os CLA, devido

aos seus possíveis efeitos benéficos à saúde humana. De acordo com Mulvihill (2001),

em estudos animais, o CLA reduziu os riscos de tumores mamários e inibiu a indução de

tumores de pele e, por ter propriedades antiteratogênicas, de imunomediação, aumenta a

eficiência no crescimento, reduz a gordura corporal e previne a diabetes.

Embora mais de dez isômeros já tenham sido identificados nos triacilgliceróis

(TAG) do leite (Sehat et al., 1998) e da carne (Fritsche et al., 2000), o CLA cis-9 trans-

11 e o CLA trans-7 cis-9 têm sido os encontrados em maiores concentrações,

geralmente compreendendo 75 a 80% do CLA total (Padre et al, 2006; Padre et al,

2007). A maior parte desses dois isômeros é sintetizada endogenamente por ação da

enzima delta-9 dessaturase presente na glândula mamária, tendo como substrato os

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ácidos graxos C18:1 trans-11 e C18:1 trans-7 formados durante o processo de bio-

hidrogenação ruminal dos ácidos graxos poli-insaturados presentes na dieta (Corl et al.,

2002). Dois dos isômeros de CLA (9c, 11t e 10t, 12c) são conhecidos por possuírem

atividade biológica. Isolar cada um desses isômeros é difícil e caro e a maioria dos

estudos com CLA tem sido realizada utilizando-se uma mistura comercialmente

produzida a partir de óleos vegetais e contendo de 40 a 45% de cada isômero (Roche et

al., 2001). Entre os componentes de maior importância na carcaça, o músculo é o mais

importante, não somente por ser determinar a quantidade de carne comestível para o

consumidor, mais também por constituir a carne magra disponível para venda. Dessa

forma, a área de olho-de-lombo (AOL), avaliada entre a 12 e 13a costelas é utilizada

como indicador de composição de carcaça. Estudos têm comprovado (Prado et al.,

2001; Jaeger et al., 2004; Bianchini et al., 2007) que a AOL, além de apresentar

estimativa da musculosidade do animal, também pode ser utilizada como parâmetro de

rendimento de cortes de alto valor comercial, o que ficou evidenciado por meio dos

valores encontrados para picanha e contrafilé.

Silva et al. (2012) forneceram suplementação a novilhos em terminação em

níveis correspondentes a 0,3 0,6 e 0,9% do peso corporal e não encontraram diferenças

significativas nas porcentagens de músculo, gordura e osso na carcaça. A deposição de

carne e de gordura em bovinos terminados em pastagens recebendo suplemento depende

não somente do período de terminação, que por vezes corresponde a um período curto,

mas da alimentação que os animais recebem em todo o seu ciclo de vida.

Existe na literatura uma série de trabalhos visando obter melhorias na

composição físico-química da carne de ruminantes e nas características de carcaças

utilizando diferentes fontes de nutrientes e sistemas de alimentação associados aos

grupos genéticos e diferentes composições ou proporções volumoso e concentrado da

dieta (Metz et al., 2009; Rossato et al., 2010; Prado et al., 2011), porém em poucos

estudos foram observadas as diferenças entre os sexos.

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33

III OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

• Objetivou-se com este estudo avaliar os efeitos da suplementação com 50, 25,

16,6 e 12,5% de proteína bruta no concentrado, fornecido em níveis que

variaram conforme o peso corporal, para novilhos mestiços em pastagens de

Brachiaria brizantha na fase de terminação.

3.2 Objetivos específicos

• Avaliar a interferência da suplementação com níveis crescentes de concentrado

contendo diferentes níveis de proteína sobre: o consumo, a digestibilidade e o

desempenho de novilhos mestiços em terminação a pasto;

• Analisar economicamente os níveis de suplementação recomendados para

novilhos mestiços em terminação em pastagens de Brachiaria brizantha;

• Avaliar a interferência da suplementação com níveis crescentes de

suplementação e diferentes níveis de proteína sobre o comportamento ingestivo

dos animais na pastagem;

• Analisar o perfil de ácidos graxos do músculo longissimus de novilhos mestiços

castrados terminados nesse sistema de pastejo com suplementação formulada

com diferentes níveis de proteína.

IV MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Consumo, digestibilidade e desempenho

O experimento foi conduzido na fazenda Princesa do Mateiro, Ribeirão do

Largo, Bahia, localizada a 15° 26′ 46″ de latitude sul e 40° 44′ 24″ de longitude oeste e

altitude de 800 metros. O período experimental iniciou-se no período seco, no dia 3 de

setembro de 2011 e se encerrou no dia 15 de dezembro do mesmo ano, totalizando 102

dias. Desses, 14 dias foram de adaptação dos animais às dietas e 88 dias de coleta de

dados. Todos os animais foram submetidos ao controle de ecto e endoparasitas no

momento da seleção para inclusão no experimento.

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Foram utilizados 32 novilhos mestiços em fase de terminação, com peso inicial

médio de 420 ± 7,54 kg, distribuídos em delineamento inteiramente casualisado, com

quatro tratamentos e oito repetições por tratamento. Os animais foram mantidos a pasto

em pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu. A área total utilizada foi de 13

hectares, divididos em dez piquetes de mesma proporção com lotação rotativa.

Os tratamentos consistiram de quatro níveis de oferta de concentrado (0,2; 0,4;

0,6; e 0,8% do peso corporal), formulado com níveis decrescentes de proteína bruta

(500 g; 250 g; 166,6 g; ou 125,0 g por kg de concentrado). A suplementação foi

fornecida diariamente às 10 h, em cochos plásticos (1/2 bombonas) coletivos, com

duplo acesso e sem cobertura, com dimensionamento linear de 70 cm/animal.

As dietas foram formuladas segundo o NRC (2000) para atender às exigências

nutricionais dos animas e para proporcionar ganhos de 0,500 kg/dia-1. A relação

volumoso:concentrado foi de: 90,7:9,3; 82,3:17,7; 69,8:30,3 e 61:39, respectivamente,

paras os níveis de 0,2; 0,4; 0,6 e 0,8% de suplementação.

Tabela 1. Proporção dos ingredientes nos concentrados (%) na base da matéria seca (MS).

Ingredientes (%)

Nível de concentrado na dieta (% PC)

0,2% 0,4% 0,6% 0,8%

Milho moído 26,73 73,32 88,72 96,36

Farelo de soja 62,63 21,40 7,77 1,00

Ureia 6,00 2,98 1,98 1,49

Sal engorda1 4,64 2,30 1,53 1,15

1 Composição: cálcio, 13,2%; fósforo, 4,4%; magnésio, 0,5%; enxofre, 1,2%; sódio, 17,8%; selênio, 0,0012%; cobre, 0,125%; zinco, 0,03%; manganês, 0,075%; iodo, 0,005%; cobalto, 1,07%.

O pasto foi avaliado no primeiro dia do período experimental e posteriormente a

cada 28 dias. Para estimar a disponibilidade de MS, foram tomadas 12 amostras

cortadas rentes ao solo com um quadrado de 0,25 m2, conforme metodologia descrita

por McMeniman (1997). Para reduzir a influência da variação de biomassa entre

piquetes, os novilhos foram mantidos em cada piquete por sete dias e, após esse

período, foram transferidos para outro, em um sentido pré-estabelecido de forma

aleatória.

As amostras colhidas no pasto foram pesadas em balança digital portátil com

precisão de 5 g. Logo em seguida, efetuou-se uma amostra composta da forragem dos

piquetes que estavam sendo utilizados e dos demais piquetes não utilizados pelos

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animais. Retiraram-se amostras em duplicatas, sendo uma acondicionada em saco

plástico, identificada e congelada em freezer a -10 ºC e a outra utilizada para separação

manual dos componentes (lâmina foliar, colmo e material morto), os quais foram

pesados, para se obter o percentual de cada componente, e armazenados em sacos

plásticos previamente identificados e congelados em freezer a -10 ºC para posteriores

determinações da composição química.

Utilizou-se a técnica do triplo emparelhamento (Moraes et al., 1990) para

estudar o acúmulo de biomassa no tempo nos seis piquetes que permaneciam vedados

por 28 dias, funcionando como exclusores. O acúmulo de MS nos diferentes períodos

experimentais foi calculado multiplicando-se o valor da taxa de acúmulo diário (TAD)

pelo número de dias do período.

A estimativa da TAD de massa seca foi feita aplicando-se a equação proposta por

Campbell (1996): TADJ = (Gi – Fi – 1)/n, em que: TADj = taxa de acúmulo de massa

seca diária no período j, em kg MS/ha/dia; Gi = massa seca final média dos quatro

piquetes vazios no instante i, em kg MS/ha; Fi – 1 = massa seca inicial média presente

nos piquetes vazios no instante i – 1, em kg MS/ha; n = número de dias do período j.

A estimativa da matéria seca potencialmente digestível (MSpd) do pasto foi

realizada conforme descrito por Paulino et al. (2006): MSpd = 0,98 (100 – %FDN) +

(%FDN – %FDNi), em que: 0,98 = coeficiente de digestibilidade verdadeira do

conteúdo celular; FDN = fibra em detergente neutro; FDNi = FDN indigestível. Para

cálculo da disponibilidade de MS potencialmente digestível (DMSpd), foi utilizada a

equação: DMSpd = DTMS * MSpd, em que: DMSpd = disponibilidade de MS

potencialmente digestível, em kg/ha; DTMS = disponibilidade total de MS, em kg/ha;

MSpd = MS potencialmente digestível, em percentual.

A oferta de forragem (OF) foi calculada de acordo com a seguinte formula: OF =

{(BRD * área + TAD * área)/PCtotal}*100,

em que: OF = oferta de forragem, em kg MS/100 kg PC dia; BRD = biomassa

residual total, em kg /ha dia de MS; TAD = taxa de acúmulo diário, em kg MS/ha dia;

PC = peso corporal dos animais, em kg/ha.

Na Figura 1 encontra-se representada a oferta de forragem ajustada para 100 kg

peso corporal dia da área experimental entre os meses de setembro, outubro e

novembro, bem como a média de todo o período.

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Figura 1 - Oferta de forragem total ajustada para 100 kg peso corporal dia em pastagem

de Brachiaria brizantha

A taxa de lotação (TL) foi calculada considerando a unidade animal (UA) como

sendo 450 kg de PC, utilizando

taxa de lotação, em UA/ha; UAt = unidade animal total; Área = área experimental total,

em hectares. A composição bromatológica do pastejo simulado e dos concentrados está

descrita na Tabela 2.

Tabela 2. - Composição química do pastejo simulado e dos

da matéria seca (MS), disponibilidade total de matéria seca por hectare (Disp.MS/ha),

matéria seca potencialmente digestível (MSpd%), disponibilidade de matéria seca

potencialmente digestível por hectare (

lotação (TL).

Item

Matéria seca (%) Matéria orgânica (%) Proteína bruta (%) Extrato etéreo (%) Carboidratos totais (%) CNFcp (%) FDNcp (%) FDA (%) Cinzas (%) FDNi (%) NDT (%)

Oferta de forragem total ajustada para 100 kg peso corporal dia em pastagem

Brachiaria brizantha.

A taxa de lotação (TL) foi calculada considerando a unidade animal (UA) como

sendo 450 kg de PC, utilizando-se a seguinte fórmula: TL = (UAt)/área em que:

taxa de lotação, em UA/ha; UAt = unidade animal total; Área = área experimental total,

em hectares. A composição bromatológica do pastejo simulado e dos concentrados está

Composição química do pastejo simulado e dos concentrados (%), com base

da matéria seca (MS), disponibilidade total de matéria seca por hectare (Disp.MS/ha),

matéria seca potencialmente digestível (MSpd%), disponibilidade de matéria seca

potencialmente digestível por hectare (DMSpd/ha), oferta de forragem (OF) e taxa de

Patejo simulado Concentrado

0,2% 0,4% 25,75 87,98 87,57 89,07 91,22 94,26 7,73 50,00 25,00 2,00 3,67 3,75

70,08 37,55 65,51 17,95 32,84 55,00 52,13 4,70 10,51 45,13 3,21 2,90 10,93 8,78 5,74 19,56 1,78 1,86 55,10 61,83 71,65

36

Oferta de forragem total ajustada para 100 kg peso corporal dia em pastagem

A taxa de lotação (TL) foi calculada considerando a unidade animal (UA) como

se a seguinte fórmula: TL = (UAt)/área em que: TL =

taxa de lotação, em UA/ha; UAt = unidade animal total; Área = área experimental total,

em hectares. A composição bromatológica do pastejo simulado e dos concentrados está

concentrados (%), com base

da matéria seca (MS), disponibilidade total de matéria seca por hectare (Disp.MS/ha),

matéria seca potencialmente digestível (MSpd%), disponibilidade de matéria seca

rragem (OF) e taxa de

Concentrado 0,6% 0,8% 87,53 87,28 95,49 97,95 16,67 12,50 4,04 4,19 74,78 81,26 60,81 60,41 13,97 20,86 2,65 2,47 4,51 2,05 2,06 2,54 68,76 71,16

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Para estimar a produção fecal, utilizou-se a LIPE® (lignina purificada e

enriquecida) (Saliba et al., 2000), fornecido diariamente às 8 h, durante sete dias, em

dose única de uma cápsula por animal, incluindo três dias para adaptação e regulação do

fluxo de excreção do marcador e cinco dias para a coleta de fezes. O período de

fornecimento ocorreu entre o 40o e 47o dias do período experimental.

As fezes foram coletadas uma vez ao dia, durante cinco dias, no próprio piquete

em cinco horários pré-estabelecidos: às 8h, 10h 12h, 14h e 16h, compondo assim

amostras de fezes por animal. Posteriormente, as fezes foram armazenadas em freezer a

-10 ºC. As amostras de fezes colhidas foram pré-secas e moídas, para análises

posteriores. A estimativa da produção fecal foi feita determinando-se o teor de LIPE®

nas fezes, por meio de espectrofotômetro de infravermelho no laboratório de nutrição da

Escola de Veterinária da UFMG, utilizando-se a fórmula descrita por Saliba et al.

(2005): PF = quantidade do LIPE® fornecido (g) / ((Ai/MS total) *100, em que: PF –

produção fecal; Ai – relação logarítmica das intensidades de absorção das bandas dos

comprimentos de onda a 1050 cm-1 / 1650 cm-1. Para determinação do consumo de

matéria seca (MS) do concentrado dos animais, que foram alimentados em grupo,

utilizou-se o indicador externo dióxido de titânio. O indicador foi fornecido na

quantidade de 10 g/animal, misturado ao concentrado todos os dias às 10 h no cocho. O

período de fornecimento foi de 7 dias, seguindo a metodologia descrita por Valadares

Filho et al. (2006). A coleta de fezes ocorreram nos mesmos dias e horários da coleta

descrita para o LIPE®. Equação: CMSS = (EF x TiO fezes) / TiO suplemento, em que:

TiO fezes e TiO suplemento referem-se à concentração de dióxido de titânio nas fezes e

no suplemento, respectivamente.

A determinação da concentração de titânio foi feita por meio de digestão ácida,

utilizando-se 0,5 g de fezes e 10 mL de ácido sulfúrico. A mistura foi digerida a 400 °C

em tubos de macro e adicionada de 10 mL de água oxigenada a 30%. Em seguida, foi

transferida para balão volumétrico de 100 mL, que foi completado com água destilada.

O conteúdo foi filtrado para obtenção da solução, segundo metodologia descrita por

Detman et al. (2012), e a leitura foi feita em espectrofotômetro de absorção atômica, no

Laboratório de Nutrição Animal do DZO/UFV.

Para estimativa do consumo voluntário de volumoso, foi utilizado o indicador

interno fibra em detergente neutro indigestível (FDNi). Amostras de forragem, fezes e

concentrado foram incubadas no rúmen de dois animais fistulados por 240 horas (Casali

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et al.,2008) em sacos de TNT 100 (tecido-não-tecido), em uma relação de 20 mg de

amostra/cm2. Depois de retirados do rúmen, os saquinhos foram lavados e secos em

estufa de ventilação forçada e o material foi submetido à extração com detergente

neutro, conforme descrito porDetmann (2012). O material remanescente foi considerado

com parte não-digerível.

O consumo de MS foi calculado da seguinte forma:

CMStotal (kg/dia) = [(EFxCIF) – IS]+ CMSS ___________________

CIV

em que: EF = excreção fecal (kg/dia), obtida utilizando-se a lipe; CIF = concentração do

indicador nas fezes (kg/kg); CIV = concentração do indicador no volumoso (kg/kg); IS

= quantidade do indicador presente no concentrado; e CMSS = consumo de MS do

concentrado.

Para a coleta do pastejo simulado, observou-se o grupo de animais dentro de

cada tratamento no momento em que pastejavam, analisando altura do estrato do pasto

que consumiam. Em seguida, efetuou-se uma coleta de forragem visando manter

características semelhantes à do pasto que os animais estavam ingerindo, conforme

descrito por Johnson (1978).

As análises dos teores de matéria seca (MS), cinzas, proteína bruta (PB), extrato

etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) nas

amostras de concentrado, forragem e fezes foram realizadas segundo Detmann et al.

(2012).

Os carboidratos totais (CT) foram estimados segundo Sniffen et al. (1992), como:

CT = 100 – (%PB + %EE + %Cinzas). Os teores de carboidratos não-fibrosos

corrigidos para cinzas e proteína (CNFcp) foram calculados como proposto por Hall

(2003), em que: CNFcp = 100 – [% EE + %Cinzas + (%FDNcp – %PB) + (%PB -

%PBNNP + %NNP)].

Os nutrientes digestíveis totais (NDT) foram calculados segundo Weiss (1999),

utilizando-se a FDN e CNF corrigidos para cinzas e proteína, pela seguinte equação:

NDT (%) = PBD + FDNcpD + CNFcpD + 2,25EED, em que: PBD = PB digestível;

FDNcpD = FDNcp digestível; CNFcpD = CNFcp digestíveis; e EED = EE digestível.

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Os teores de nutrientes digestíveis totais dos alimentos e das dietas totais foram

calculados conforme equações descritas pelo NRC (2001).

A conversão alimentar (CA) foi estimada em função do consumo e do

desempenho animal conforme a equação: CA = (CDMS/GMD).

Os novilhos foram pesados em jejum de 12 horas, no início e no final do período

experimental e também a cada 28 dias, para análise do ganho médio diário de peso

corporal (GMDPC) e ajuste do fornecimento do suplemento, realizado de acordo com o

peso corporal. O desempenho animal foi determinado pela diferença entre o peso vivo

inicial (PVI) e o peso vivo final (PVF) dividido pela quantidade de dias do período

experimental.

Logo após o abate, as carcaças foram identificadas e pesadas para avaliação do

peso e do rendimento de carcaça quente:

- Peso de carcaça quente (PCQ): peso de carcaça determinado em kg, logo após

o abate, antes de a carcaça entrar na câmara de resfriamento.

- Rendimento de carcaça quente (RCQ): determinado pela razão entre o peso de

carcaça quente e/o peso vivo final.

- Comprimento de carcaça (CC): distância em centímetros, medida com o

auxílio de uma trena, compreendida entre o bordo cranial do osso do púbis e o bordo

anterior da primeira costela.

- Comprimento da perna (CP): distância, em cm, compreendida entre o bordo

anterior do osso do púbis e o ponto médio dos ossos da articulação do tarso obtida com

um compasso de metálico. Na sequência, mediu-se esta distância de abertura do

compasso com auxílio de uma trena.

Espessura do coxão (EC): utilizando compasso metálico, encontrou-se a

distância entre a face lateral e a medial da porção superior do coxão e, posteriormente,

mediu-se a distância entre as duas pontas do compasso com auxílio de uma trena.

- Área de olho-de-lombo (AOL): no lado direito da carcaça, procedeu-se a um

corte transversal entre a 12a e 13a costelas, expondo-se o músculo longissimus. Em

seguida, foi traçado o seu contorno em papel-vegetal e, posteriormente, esta área foi

medida com auxílio de um planímetro. Foi utilizada a “placa plástica” desenvolvida por

Luchiari Filho (2000).

Na correção da área de olho-de-lombo para 100 kg de peso vivo (cm2), utilizou-

se a seguinte fórmula: (AOL)/(PCQ/100).

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A espessura de gordura de cobertura (EGC) foi determinada na região do corte

entre 12a e 13a costelas, acima do músculo longissimus, com auxílio de um paquímetro.

Essa medida foi formada pela média de três pontos de medidas.

O ratio é caracterizado pela relação entre a altura e a largura do longissimus e

encontrado com a medição do músculo longissimus, obtida com o uso de uma régua

graduada.

4.2 Avaliação econômica

O estudo da viabilidade econômica parcial utilizado neste trabalho foi

determinado considerando-se que o produtor já tinha todo o sistema de criação dos

animais implantado. O mesmo teria no período da seca, a escolha de qual nível de

suplementação iria usar. Levando-se em conta que os grupos recebiam os níveis 0,2;

0,4; 0,6 e 0,8% do peso corporal em suplemento contendo 50, 25, 16,6 e 12,5% de

proteína bruta na sua composição.

As fórmulas utilizadas para determinacão dos custos do sistema foram:

• CAP = custo por animal no período = consumo individual de suplemento × o

número de dias do período experimental × o preço do suplemento em R$/kg.

• CH = custo por hectare = (número de animais / pela área experimental) × o custo

por animal.

• RH = receita por hectare = (número de animais / área experimental) × receita por

animal.

• RLH = receita líquida por hectare = (receita por hectare-custo por hectare).

• RT = relação de troca = reais investido com o suplemento × reais retornados em

carne = (receita por animal / custo por animal).

• RMA = rendimento mensal da atividade = ((receita líquida por animal / custo por

animal × 100) / período experimental)) × 30 dias do mês.

Preço dos ingredientes:

Milho = R$ 0,50 – média de preço de 2/5/11 a 8/12/11.

Farelo de soja = R$ 0,81 – média de preço de 3/1/11 a 7/12/11.

Ureia = R$ 1,87

Sal engorda = R$ 1,05

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O preço por quilograma do concentrado foi de 0,97; 0,72; 0,64 e R$ 0,60 para os

níveis de 0,2; 0,4; 0,6 e 0,8% do peso corporal, respectivamente.

4.3 Avaliação do comportamento ingestivo

As observações referentes ao comportamento ingestivo foram realizadas durante

24 horas nos dias 36 e 50 do período experimental. Os animais foram avaliados

visualmente a cada cinco minutos, conforme descrito por Gary et al. (1970), por

observadores treinados, que utilizavam cronômetros digitais para determinar o tempo

gasto em cada atividade e faziam anotações em um etograma. Observaram-se os tempos

destinados ao pastejo, à ruminação, à alimentação no cocho e em outras atividades. Os

tempos de alimentação e ruminação foram calculados em função do consumo de MS e

FDN (min/kg MS ou FDN).

O tempo gasto pelos animais na seleção e apreensão da forragem, incluindo os

curtos espaços de tempo utilizados no deslocamento para a seleção da forragem, foi

considerado tempo de pastejo (Hancock, 1953). O tempo de ruminação correspondeu

aos processos de regurgitação, remastigação, reinsalivação e redeglutição. O tempo de

alimentação no cocho foi o tempo despendido pelo animal no consumo de suplemento,

enquanto o tempo em outras atividades (descanso, consumo de água, interações etc)

incluiu todas as atividades, com exceção das citadas acima.

A discretização das séries temporais foi feita diretamente nas planilhas de coleta

de dados, com a contagem dos períodos discretos de alimentação, ruminação e em

outras atividades. A duração média de cada um dos períodos discretos foi obtida pela

divisão dos tempos diários de cada uma das atividades pelo número de períodos

discretos, conforme descrito por Silva et al. (2008).

O tempo de alimentação total (TAT) e de mastigação total (TMT) foi

determinado pelas equações abaixo: TAT = PAS + COC, em que: PAS (minutos) =

tempo de pastejo; COC (minutos) = tempo de alimentação no cocho; TMT = PAS +

RUM + COC, em que: PAS (minutos) = tempo de pastejo; RUM (minutos) = tempo de

ruminação; COC (minutos) = tempo de alimentação no cocho.

Foram realizadas a contagem do número de mastigações merícicas e a

determinação do tempo despendido na ruminação de cada bolo ruminal, para cada

animal, com a utilização de cronômetro digital. Para obtenção das médias das

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mastigações e do tempo, foram feitas observações de três bolos ruminais em períodos

diferentes do dia (das 9h às 12h e das 16h às 19 h), segundo Burger et al. (2000). Para

obtenção do número de bolos diários, procedeu-se à divisão do tempo total de

ruminação pelo tempo médio gasto na ruminação de cada bolo, descrito anteriormente.

A taxa de bocado (TxB) dos animais de cada grupo foi estimada por meio do

tempo gasto pelo animal para realizar 20 bocados (Hodgson, 1982). Os resultados das

observações de bocados e deglutição foram registrados em seis ocasiões durante o dia,

conforme relatos de Baggio et al. (2009), com três avaliações durante a manhã e três à

tarde. Os dados foram usados também para determinar o número de bocados por dia

(NBD), que é o produto entre taxa de bocado e tempo de pastejo.

As variáveis: número de bolos ruminados por dia (BOL (n)), tempo por

mastigação merícica (TBo (n)) e mastigações merícicas por bolo (MMB(n)) foram

calculadas pelas equações abaixo: BOL = RUM / TBo, em que: BOL (número por dia);

RUM (segundos/dia) – tempo de ruminação; TBo (segundos) – tempo por bolo

ruminado; MMB = BOL * MMB, em que: MMB (número por dia); BOL – número de

bolos ruminados por dia; MMB – número de mastigações merícicas por bolo. As

eficiências de alimentação e ruminação, em quilogramas por hora, da MS, FDN, CNF e

PB, foram calculadas pela divisão do consumo de cada um desses nutrientes pelo tempo

de alimentação total (eficiência de alimentação) ou pelo tempo de ruminação (eficiência

de ruminação).

4.4 Avaliação do perfil de ácidos graxos do músculo longissimus

Logo após o abate, as carcaças foram identificadas e pesadas para avaliação do

peso e rendimento de carcaça quente. Posteriormente, foram resfriadas por 24 horas a 2

ºC. Após o resfriamento, uma seção do músculo longissimus dorsi, entre a 11ª e 13ª

costelas de cada meia-carcaça esquerda, foi retirada, armazenada em papel-alumínio e

mantida congelada (–24 °C) até o início das análises, quando foi descongelada em

temperatura ambiente, triturada, homogeneizada e analisada em duplicatas. As análises

foram realizadas no Laboratório de Métodos de Separações Químicas (LABMESQ), do

Departamento de Estudos Básicos e Instrumentais da Universidade Estadual do

Sudoeste da Bahia.

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A extração para análise lipídica dos concentrados e forragem (Tabela 3) seguiu a

metodologia proposta por Folch & Stanley (1957).

Tabela 3 – Composição em ácidos graxos (%) das dietas experimentais e da Brachiaria brizantha

Ácido graxo Níveis de suplementação (%)

B. brizantha 0,2 0,4 0,6 0,8

C 12:00 4,21 14,60 7,48 19,51 0,00

C 16:00 15,47 13,23 19,09 8,49 7,71 C 16:01 10,23 13,20 17,38 13,32 4,98 C 17:00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,56

C 18:00 9,20 10,75 5,99 3,4 2,33 C 18:1n-9c 17,81 15,28 5,88 6,68 0,47 C 18:2n-6 15,90 8,50 5,75 0,68 1,53 C 18:3n-3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,75

C 18:3n-6 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 C 20:00 11,99 0,00 0,00 0,00 0,52 C 20:01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,39

C 20:02 0,00 0,68 1,07 1,63 0,00 C 20:4n-6 6,42 10,02 8,82 29,19 2,27 C 20:5n-3 (EPA) 1,67 1,70 0,23 0,45 1,69

C 21:00 2,23 2,98 3,19 2,03 7,37 C 22:1n-9 0,74 0,89 7,5 1,61 1,09 C 22:2n-6 1,84 3,17 7,43 7,23 28,35

C 24:01:00 2,29 3,58 4,09 5,08 39,10 DPA 0,00 0,61 7,17 0,70 0,89

AGS 43,1 41,56 35,75 33,43 18,49

AGMI 32,56 35,04 34,85 26,69 46,03

AGPI 25,79 25,49 29,40 39,88 35,48 n-6 24,16 22,50 22,00 37,10 32,15

n-3 1,67 1,70 0,23 0,45 2,44 n-6/n-3 14,46 13,23 95,6 82,44 13,17 AGPI/AGS 0,59 0,61 0,82 1,1 1,91

Para determinação da composição em ácidos graxos, fez-se inicialmente a

extração da fração lipídica da carne, segundo Bligh & Dyer (1959). A transesterificação

dos triacilgliceróis (TAG) para obtenção dos ésteres metílicos de ácidos graxos foi

realizada conforme o método 5509 da ISO (1978). As amostras de ésteres metílicos

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foram acondicionadas em ependorfs e armazenadas a –18 ºC, para posterior análise

cromatográfica. Os ésteres metílicos foram analisados por meio de cromatografia gasosa

em aparelho Thermo-Finnigan equipado com detector de ionização de chama e coluna

capilar de sílica fundida BPX-70 (120 m, 0,25 mm d.i). A vazão dos gases foi de 6,5

mL.min-1 para o gás de arraste N2; 30 mL.min-1 para o gás auxiliar N2; e 30 e 350

mL.min-1 para os gases da chama H2 e ar sintético, respectivamente.

A razão de divisão da amostra foi de 90:10. As temperaturas do injetor e detector

foram 250 ºC e 280 ºC, respectivamente. O tempo total de análise foi de 55 minutos,

programado em quatro rampas, com temperatura inicial de 140 °C e final de 238°C. O

volume de injeção foi de 1,2 µL e as áreas de picos foram determinadas pelo método da

normalização, utilizando-se um software Chrom Quest 4.1.

A quantificação dos ácidos graxos presentes no longissimus foi calculada

mediante a porcentagem da área de cada pico correspondente ao ácido graxo

identificado pelo padrão correspondente ao ácido graxo identificado pelos padrões de

ésteres metílicos de ácidos graxos Sigma (EUA) e após verificação do comprimento

equivalente de cadeia.

Os teores dos ácidos saturados (AGS) foram obtidos pela soma dos ácidos

láurico (C12 :00), mirístico (C 14:0), pentacílico (C 15:0), palmítico (C16:0), margárico

(C17:0), esteárico (C18:0), araquídico (C20:0), henicosanoico (C21:00) e behênico

(C22:00).

Os ácidos graxos monoinsaturados (AGMI) foram obtidos pela soma dos ácidos

miristoleico (C14:1), pentadecenoico (C15:01), palmitoleico (C16: 01), 8-

heptadecenoico (C17:01), elaídico (C18:1n9t), oleico (C18:1n9c), vacênico (C18:1n7c),

gadoleico (C20:01) e erúcico (C22:1n-9).

Para o cálculo dos ácidos graxos poli-insaturados, somaram-se os ácidos

linoleico (C18:2n6), y-linolenico (C18:3n-6), linolênico (C18:3n-3), linoleico

conjugado cis-9 trans-11 (CLAc9t11), linoleico conjugado (CLA t10c12), di-homo-y-

linolênico (C20:3n-6), di-homo-(α)linolênico (C20:3N-3), araquidônico (C20:4n-6),

docosadienoico (C22:2n-6), eicosapentaenoico (EPA 20:5N-3) e docosaexaenoico –

DHA (22:6n-3) também identificados nos cromatogramas.

A família dos ácidos graxos ômega-6 (n-6) e ômega-3 (n-3) foram calculados

pelo somatório de todos os ácidos pertencentes às duas categorias. A razão n-6/n-3 foi

calculada com a divisão (n-6/n-3) entre os somatórios de n-6 e n-3, o mesmo

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acontecendo para a obtenção dos valores da razão de ácidos graxos poli-insaturados e

saturados (AGPI/AGS) citados acima.

Tabela 4. - Composição bromatológica das dietas totais Níveis de suplementação (%)

Item (%) Dieta total

0,2 0,4 0,6 0,8 Matéria seca (%) 40,85 46,43 51,91 58,3 Matéria orgânica (%) 90,63 91,31 92,09 93,7 Proteína bruta (%) 11,67 11,22 10,49 9,81 Extrato etéreo (%) 2,34 2,51 2,77 3,07 Carboidratos totais (%) 76,63 77,58 78,83 80,9

CNFcp (%) 13,49 20,29 26,72 32,8

FDNcp (%) 63,13 57,29 52,11 48,0

FDA, (%) 49,12 43,54 38,04 31,4

Cinzas (%) 9,37 8,69 7,91 6,21 FDNi (%) 17,90 15,99 14,16 12,1 Volumoso/Concentrado 91/9 80/20 69/31 57/43

Os resultados foram interpretados estatisticamente por meio de análises de

variância e regressão utilizando-se o Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas –

SAEG (Ribeiro Jr, 2001). Os critérios adotados para escolha do modelo foram o

coeficiente de determinação, calculado como a relação entre a soma de quadrados da

regressão e a soma de quadrados de tratamentos, e a significância observada dos

coeficientes de regressão, por meio do teste F, conforme o modelo:

Yijk = m + Ti + eijk,

em que:

Yijk = o valor observado da variável;

m = constante geral;

Ti = efeito do tratamento i;

Eijk – erro associado a cada observação.

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46

V RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Consumo, digestibilidade e desempenho

As disponibilidades médias de matéria seca total, matéria seca potencialmente

digestível (DMSpd), matéria seca verde (Msverde), folhas verdes, colmo e matéria

morta foram de; 4.180; 3.295;1.865; 970; 895; 2.315 kg/ha, respectivamente (Figura 2).

O período seco do ano provoca alterações na composição do pasto, como

aumento do tamanho do caule, maior lignificação das paredes celulares, diminuição da

relação folha:colmo, elevação da matéria morta, entre outros, capazes de diminuir a

digestibilidade da forragem consumida pelos animais. No entanto, neste estudo, a partir

do segundo período experimental (outubro), a quantidade de folha no pasto permaneceu

constante. Os teores de PB da forragem obtidos por simulação de pastejo (Tabela 2)

foram equivalentes ao valor relatado por Van Soest (1994), de no mínimo 7%, para que

a microbiota ruminal tenha condições de utilizar os substratos energéticos da

forragem.A disponibilidade de matéria seca potencialmente digestível do pasto

(DMSpd) foi 3.295 kg/ha de MS, correspondente a 78,85% da disponibilidade da massa

seca total (DMStotal). Esse resultado é característico de um dossel forrageiro com

grande quantidade de folha e colmo digestível, suficiente para que o sistema de

suplementação utilizado não seja influenciado pela falta de nutrientes provenientes do

pasto. Esse resultado é superior ao encontrado por Paula et al. (2011), que foi de 65%.

Segundo Paulino et al. (2006), os efeitos do aumento nessa disponibilidade de matéria

seca potencialmente digestível (MSpd) no sistema de produção são verificados de forma

direta, uma vez que o aumento na disponibilidade de forragem de melhor qualidade

diminui a necessidade de suplemento no sistema.

A quantidade de massa seca verde encontrada no primeiro período (setembro) foi

de 2.807 kg/ha (Figura 2) e reduziu nos períodos subsequentes para 1.440 e 1.348 kh/ha,

como reflexo da falta de chuva, característica da região nessa época do ano. A

quantidade de folhas e de colmos também seguiu a mesma tendência da massa seca

verde, porém a proporção de massa seca morta aumentou no segundo período (outubro)

e voltou a decrescer novamente no terceiro período (novembro). Com as mudanças

ocorridas no dossel forrageiro devido à falta de chuva, o pasto perdeu em qualidade,

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apresentando menor digest

Essas mudanças são esperadas no Brasil, pois o crescimento das plantas passa por

mudanças nas diversas estações do ano. Dessa forma, torna

exigências dos animais com aproveitamento do banco de energia presente no pasto, é

preciso utilizar suplementação no cocho e promover o deferimento da pastagem.

Figura 2 – Disponibilidad

digestível (MSpd), matéria seca verde (Msverde), folhas, colmos e matéria morta em

pastagem de Brachiaria brizantha.

O aumento no teor de concentrado da dieta não influenciou (P>0,05) o consum

de matéria seca total, calculado em kg.dia

5). Os resultados corroboram os relatos de Silva et al. (2010), que também não notaram

efeito dos níveis de suplementação sobre o consumo de MS total. Seria interessan

entanto, se tivesse ocorrido aumento do consumo, o que resultaria em menor nível de

substituição da MS oriunda do pasto pela MS ingerida via suplemento. É importante

constatar que esse fenômeno biológico resultará invariavelmente no aumento do custo

de produção do sistema à medida que se elevam os níveis de concentrado na dieta. O

efeito substitutivo encontrado neste estudo tem suas vantagens quando se estuda a taxa

de lotação por área, pois, assim, com o maior consumo de concentrado no cocho e o

menor consumo de forragem do pasto, a quantidade de animais cresce possibilitando

maior rendimento de arrobas por área. Neste estudo, o valor médio encontrado foi

2,14% do peso corporal, atendendo, portanto, às exigências quantitativas de consumo.

Esses valores estão em consonância com a literatura (Silva et al., 2010; Nussio et al.,

1998).

apresentando menor digestibilidade e aproveitamento dos nutrientes pelos animais.

Essas mudanças são esperadas no Brasil, pois o crescimento das plantas passa por

estações do ano. Dessa forma, torna-se claro que, para atender às

exigências dos animais com aproveitamento do banco de energia presente no pasto, é

preciso utilizar suplementação no cocho e promover o deferimento da pastagem.

Disponibilidade da matéria seca total (MStotal), matéria seca potencialmente

digestível (MSpd), matéria seca verde (Msverde), folhas, colmos e matéria morta em

Brachiaria brizantha.

O aumento no teor de concentrado da dieta não influenciou (P>0,05) o consum

de matéria seca total, calculado em kg.dia-1 e em porcentagem do peso corporal (Tabela

5). Os resultados corroboram os relatos de Silva et al. (2010), que também não notaram

efeito dos níveis de suplementação sobre o consumo de MS total. Seria interessan

entanto, se tivesse ocorrido aumento do consumo, o que resultaria em menor nível de

substituição da MS oriunda do pasto pela MS ingerida via suplemento. É importante

constatar que esse fenômeno biológico resultará invariavelmente no aumento do custo

de produção do sistema à medida que se elevam os níveis de concentrado na dieta. O

efeito substitutivo encontrado neste estudo tem suas vantagens quando se estuda a taxa

de lotação por área, pois, assim, com o maior consumo de concentrado no cocho e o

or consumo de forragem do pasto, a quantidade de animais cresce possibilitando

maior rendimento de arrobas por área. Neste estudo, o valor médio encontrado foi

2,14% do peso corporal, atendendo, portanto, às exigências quantitativas de consumo.

es estão em consonância com a literatura (Silva et al., 2010; Nussio et al.,

47

ibilidade e aproveitamento dos nutrientes pelos animais.

Essas mudanças são esperadas no Brasil, pois o crescimento das plantas passa por

se claro que, para atender às

exigências dos animais com aproveitamento do banco de energia presente no pasto, é

preciso utilizar suplementação no cocho e promover o deferimento da pastagem.

e da matéria seca total (MStotal), matéria seca potencialmente

digestível (MSpd), matéria seca verde (Msverde), folhas, colmos e matéria morta em

O aumento no teor de concentrado da dieta não influenciou (P>0,05) o consumo

e em porcentagem do peso corporal (Tabela

5). Os resultados corroboram os relatos de Silva et al. (2010), que também não notaram

efeito dos níveis de suplementação sobre o consumo de MS total. Seria interessante, no

entanto, se tivesse ocorrido aumento do consumo, o que resultaria em menor nível de

substituição da MS oriunda do pasto pela MS ingerida via suplemento. É importante

constatar que esse fenômeno biológico resultará invariavelmente no aumento do custo

de produção do sistema à medida que se elevam os níveis de concentrado na dieta. O

efeito substitutivo encontrado neste estudo tem suas vantagens quando se estuda a taxa

de lotação por área, pois, assim, com o maior consumo de concentrado no cocho e o

or consumo de forragem do pasto, a quantidade de animais cresce possibilitando

maior rendimento de arrobas por área. Neste estudo, o valor médio encontrado foi

2,14% do peso corporal, atendendo, portanto, às exigências quantitativas de consumo.

es estão em consonância com a literatura (Silva et al., 2010; Nussio et al.,

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O consumo de matéria seca da forragem, em

corporal, apresentou efeito linear decrescente (P<0,05). O aumento nos níveis de

concentrado promove a ocorrência de efeito substitutivo da MS do pasto por

concentrado. Esse efeito, apesar resultar em sobra de pasto e aumento da capacidade

suporte da área, acarreta elevação do custo de produção, em função do maior custo do

concentrado em comparação ao

referentes ao consumo de matéria seca da forragem, matéria seca do concentrado e

matéria seca total.

Figura 3 – Consumo de matéria seca da forragem e do concentrado por novilhos sob

suplementação a pasto.

Esse efeito substitutivo da forragem pelo concentrado não é desejável, tendo em

vista que a otimização do consumo da forragem é a forma mais econômica que os

produtores têm de disponibilizar nutrientes aos animais. Zin & Garces (2006) explicam

que, a partir do fornecimento de concentrado na proporção de 0,3% do peso corporal,

inicia-se a redução no consumo de forragem. Segundo esses autores, esse processo se

intensificaria somente a partir do fornecimento de 0,8% do peso corporal. Os dados

deste estudo, no entanto, não confirmam essa afirmativa, pois houve efeito linear

decrescente, e não uma constante de substituição, que só se intensificaria a partir do

nível máximo testado (Figura 3).

Houve diminuição (P<0,05) do consumo de fibra em detergente neutro (FDN) à

medida que se aumentou o nível de concentrado na dieta (Tabela 5). Esse efeito está

correlacionado ao menor consumo da forragem pelos animais que receber

O consumo de matéria seca da forragem, em kg.dia-1 e porcentagem do peso

corporal, apresentou efeito linear decrescente (P<0,05). O aumento nos níveis de

ve a ocorrência de efeito substitutivo da MS do pasto por

concentrado. Esse efeito, apesar resultar em sobra de pasto e aumento da capacidade

suporte da área, acarreta elevação do custo de produção, em função do maior custo do

concentrado em comparação ao da forragem. Na Figura 3 estão presentes os dados

referentes ao consumo de matéria seca da forragem, matéria seca do concentrado e

Consumo de matéria seca da forragem e do concentrado por novilhos sob

Esse efeito substitutivo da forragem pelo concentrado não é desejável, tendo em

vista que a otimização do consumo da forragem é a forma mais econômica que os

produtores têm de disponibilizar nutrientes aos animais. Zin & Garces (2006) explicam

que, a partir do fornecimento de concentrado na proporção de 0,3% do peso corporal,

se a redução no consumo de forragem. Segundo esses autores, esse processo se

tensificaria somente a partir do fornecimento de 0,8% do peso corporal. Os dados

deste estudo, no entanto, não confirmam essa afirmativa, pois houve efeito linear

decrescente, e não uma constante de substituição, que só se intensificaria a partir do

máximo testado (Figura 3).

Houve diminuição (P<0,05) do consumo de fibra em detergente neutro (FDN) à

medida que se aumentou o nível de concentrado na dieta (Tabela 5). Esse efeito está

correlacionado ao menor consumo da forragem pelos animais que receber

48

e porcentagem do peso

corporal, apresentou efeito linear decrescente (P<0,05). O aumento nos níveis de

ve a ocorrência de efeito substitutivo da MS do pasto por

concentrado. Esse efeito, apesar resultar em sobra de pasto e aumento da capacidade

suporte da área, acarreta elevação do custo de produção, em função do maior custo do

da forragem. Na Figura 3 estão presentes os dados

referentes ao consumo de matéria seca da forragem, matéria seca do concentrado e

Consumo de matéria seca da forragem e do concentrado por novilhos sob

Esse efeito substitutivo da forragem pelo concentrado não é desejável, tendo em

vista que a otimização do consumo da forragem é a forma mais econômica que os

produtores têm de disponibilizar nutrientes aos animais. Zin & Garces (2006) explicam

que, a partir do fornecimento de concentrado na proporção de 0,3% do peso corporal,

se a redução no consumo de forragem. Segundo esses autores, esse processo se

tensificaria somente a partir do fornecimento de 0,8% do peso corporal. Os dados

deste estudo, no entanto, não confirmam essa afirmativa, pois houve efeito linear

decrescente, e não uma constante de substituição, que só se intensificaria a partir do

Houve diminuição (P<0,05) do consumo de fibra em detergente neutro (FDN) à

medida que se aumentou o nível de concentrado na dieta (Tabela 5). Esse efeito está

correlacionado ao menor consumo da forragem pelos animais que receberam maiores

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níveis de concentrado na dieta. Entretanto, a redução do FDN da dieta não influenciou o

consumo de MS total.

Mertens (1992) relatou que o limite para a regulação do consumo de ruminantes

é 1,20% do peso corporal em FDN. Os resultados encontrados neste estudo estão bem

próximos daqueles reportados por Mertens (1992), comprovando que seus relatos

podem ter validade também com o uso das forrageiras tropicais como a Brachiaria

brizantha e com animais Bos taurus indicus.

Tabela 5.– Consumos médios diários de nutrientes por novilhos recebendo

suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.

Item Níveis de suplementação (%)

ER R2 0,2 0,4 0,6 0,8

CMST (kg.dia-1) 9,37 9,89 9,02 9,35 Ŷ = 9,40 - CMSF (kg.dia-1) 8,50 7,89 6,23 5,27 1 0,97 CMST (%, PC) 2,15 2,29 2,00 2,15 Ŷ = 2,14 - CMSF (%, PC) 1,95 1,83 1,39 1,21 2 0,95 CFDNcpT (kg.dia-1) 5,92 5,66 4,70 4,49 3 0,93 CFDNcp (%, PC) 1,36 1,31 1,04 1,03 4 0,87 CPB (kg.dia-1) 1,09 1,10 0,94 0,91 5 0,82 CEE (kg.dia-1) 0.21 0.24 0.24 0.28 6 0,91 CCNFcp (kg.dia-1) 1,26 1,87 2,37 2,73 7 0,99 CNDT (kg.dia-1) 5,65 6,17 5,37 6,06 Ŷ = 5,81 -

CMST = consumo de matéria seca total, CMSF = consumo de matéria seca da forragem, CFDNcpT = consumo de fibra em detergente neutro total corrigido pra cinzas e proteína, CPB = consumo de proteína bruta, CEE = consumo de extrato etéreo, CCNFcp = consumo de carboidratos não-fibrosos corrigidos para cinzas e proteína, CNDT = consumo de nutrientes digestíveis totais. Equações de regressão e coeficientes de determinação (R2). 1Y = 9,8170 - 5,6780X; 2Y = 2,2641 - 1,3321X; 3Y = 6,5073 - 2,6216X; 4Y = 1,5006 - 0,6211X; 5Y = 1,1905 - 0,3472X; 6Y = 0,2000+0,1023X; 7Y = 0,7341+2,9088X.

O aumento dos níveis de concentrado promoveu decréscimo (P<0,05) no

consumo de proteína bruta (PB) da dieta, fato relacionado à substituição da forragem

pelo concentrado, tendo em vista que o consumo de proteína bruta (PB) oriundo dos

níveis mais altos de suplementação foi menor, em função do teor de proteína da dieta

total. Segundo o NRC (1996), algumas diferenças nas respostas sobre o consumo

podem estar associadas ao teor proteico da forragem e à quantidade do suplemento

fornecido. De acordo com Moore et al. (1999), a resposta da suplementação para ganho

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50

de peso é positiva quando a suplementação proporciona consumo de proteína bruta (PB)

maior que 0,10% do peso vivo (PV). Neste trabalho, a proteína bruta (PB) consumida

pelo grupo que recebeu o mais baixo nível de suplementação foi de 0,20% do peso vivo,

o que corresponde a uma superioridade de duas vezes a quantidade sugerida por Moore

et al. (1999).

A ingestão de extrato etéreo foi maior (P<0,05) no grupo dos animais

submetidos a dietas com teores mais elevados de concentrado, devido ao maior teor

extrato etéreo do concentrado em comparação ao da forragem (Tabela 5). A

percentagem encontrada neste estudo está abaixo do limite máximo de 6,0% sugerido

por Palmquist & Jankins (1980), o qual é capaz de inibir o crescimento de

microrganismos ruminais e recobrir a fibra dos alimentos, reduzindo sua digestão e

mbém o consumo de matéria seca.

Houve efeito linear crescente (P<0,05) dos níveis de suplementação sobre o

consumo de carboidratos não-fibrosos (CCNFcp) (Tabela 5). Esse fato é reflexo do

aumento dos níveis de suplementação (Tabela 5). Essa elevação do CNFcp promove

uma mudança nas condições ruminais, favorecendo o aumento das bactérias amilolíticas

e decréscimo das celulolíticas, alterações que podem resultar em redução da

digestibilidade da FDN. Ressalta-se que o objetivo com o uso da suplementação é

potencializar e não reduzir a digestibilidade.

Os consumos de nutrientes digestíveis totais (NDT) e nutrientes digestíveis

totais em kg/dia (CNDT) não foram influenciados (P>0,05) pelo aumento nos níveis de

concentrado da dieta. O consumo de nutrientes digestíveis totais (NDT) observados

foram de 5,81 kg/dia-1, 14,4% superiores ao preconizado por Valadares Filho et al.

(2010), de 4,36 kg/dia para animais de mesma categoria criados a pasto.

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51

Tabela 6. - Coeficiente de digestibilidade da dieta total de novilhos recebendo

suplementação com níveis crescente de concentrado na dieta.

Item Níveis de suplementação ER R2

0,2% 0,4% 0,6% 0,8%

CDMS (%) 59,10 60,00 54,92 56,94 1 0,43

CDFDNcp (%) 61,16 58,52 52,70 51,42 2 0,95

CDPB (%) 51,73 45,48 25,28 27,43 3 0,84

CDEE (%) 81,27 83,16 80,63 82,73 Ŷ =81,94 - ----

CDCNFcp (%) 79,73 85,64 81,96 81,44 Ŷ =82,19 ----- CDMS = coeficiente de digestibilidade da matéria seca, CDFDNcp = coeficiente de digestibilidade da fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína bruta, CDPB = coeficiente de digestibilidade da proteína bruta, CDEE = coeficiente de digestibilidade do extrato etéreo e CDCNFcp = coeficiente de digestibilidade dos carboidratos não-fibrosos corrigidos para cinzas e proteína. Equações de regressão e coeficientes de determinação (R2). 1Y = 60,6313-5,7760X; 2Y = 64,7151-17,5189X; 3Y = 60,7561-46,5446X.

Os coeficientes de digestibilidade da matéria seca (CDMS) e da fibra em

detergente neutro (FDN) foram influenciados negativamente (p<0,05) pelo aumento dos

níveis de concentrado na dieta (Tabela 6). O aumento das quantidades de suplemento

fornecido de forma única durante o dia pode ter contribuído para a queda rápida do pH

ruminal, afetando os microrganismos celulolíticos e acarretando redução na

digestibilidade, tanto da matéria seca total quanto dos constituintes fibrosos da

forragem. Esses resultados relativos à digestibilidade da MS total da dieta contrariam os

dados da literatura, uma vez que o aumento no coeficiente de digestibilidade tenderia a

elevar-se com o aumento dos níveis de concentrado da dieta (Silva et al., 2010;

Machado et al., 2011). No entanto, a digestibilidade da FDN diminui quando há redução

dos microrganismos celulolíticos. Dessa forma, com a redução dos microrganismos

celulolíticos, a parede celular da planta não é quebrada totalmente e passa pelo sistema

digestivo do animal sem sofrer quebra, resultando em baixo aproveitamento dos

nutrientes presentes na forragem.

O uso do fornecimento parcelado do concentrado no cocho poderia ter evitado

uma possível queda rápida do pH ruminal, fazendo com que os coeficientes de

digestibilidade dos nutrientes fossem melhores. Vale ressaltar que um dos objetivos

primordiais da suplementação de bovinos em pastejo é potencializar o aproveitamento

do material basal e dos nutrientes nele contidos. A ocorrência de fenômenos biológicos

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similares aos encontrados neste estudo não é desejável. É pacífico o entendimento de

que a maximização do uso da energia latente presente na forragem otimiza o

aproveitamento de nutrientes obtidos a um baixo custo, o que por conseguinte auxilia na

redução do custo de produção do sistema, tornando-o biologicamente exequível e

economicamente sustentável.

Houve efeito linear decrescente (p<0,05) dos níveis de concentrado sobre o

coeficiente de digestibilidade da proteína bruta (Tabela 6) como reflexo da redução do

coeficiente de digestibilidade da matéria seca (CDMS). Além disso, a redução da

inclusão de ureia nos suplementos altera as concentrações de PDR e PNDR no

concentrado. Outro fator relevante é que, quanto maior a concentração proteica no

suplemento, maiores as digestibilidades da proteína na dieta. Isso permite inferir que,

quanto maiores os níveis de proteína do suplemento, menor a influência desse

suplemento sobre o aproveitamento da forragem. Considerando que a forragem avaliada

tinha 7,73% de PB, a redução em sua digestibilidade poderia ocasionar significativa

perda desse nutriente, cuja origem era o volumoso.

O coeficiente de digestibilidade do extrato etéreo (CDEE) não foi alterado

(P>0,05) pelos níveis de suplementação (Tabela 6). Dessa forma, nota-se que níveis

moderados de EE, mesmo com o aumento dos níveis de suplementação, não afetaram as

bactérias e os protozoários, mantendo a digestibilidade normal para essa variável. Os

níveis de concentrado na dieta não influenciaram (P>0,05) os coeficientes de

digestibilidade dos carboidratos não-fibrosos (CDCNFcp) e carboidratos totais.

Resultados divergentes indicam efeito linear crescente à medida que se aumentam os

níveis de concentrado na dieta (Dias et al., 2000; Silva et al., 2010; Machado et al.,

2011).

Segundo Russel et al. (1992), uma fonte nitrogenada é necessária para o

crescimento de microrganismos que degradam carboidratos não-fibrosos, uma vez que

esses carboidratos apresentam exigências adicionais em aminoácidos e peptídeos. A

maior diluição da proteína no concentrado pode ter causado prejuízos para a sincronia

entre fontes proteicas e carboidratadas. Corrobora com essa interpretação a redução

linear da quantidade total de proteína consumida (Tabela 5). Ressalta-se que, apesar do

decréscimo constatado, todos os grupos consumiram um percentual superior ao de

0,10% do peso corporal sugerido por Moore et al. (1999). Estão relacionados na Tabela

7 os dados de desempenho e conversão alimentar dos animais no período experimental.

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Tabela 7. –Valores médios de peso corporal inicial (PVI), peso corporal final (PVF),

ganho médio diário (GMD) e conversão alimentar (CA) de novilhos recebendo

suplementação com teores crescentes de concentrado na dieta.

Item Níveis de suplementação

ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%

PCinicial (kg) 418 418 424 419 Ŷ =420 -----

PCfinal (kg) 457 461 473 461 Ŷ =463 -----

GMD (kg.dia-1) 0,448 0,486 0,561 0,478 1 0,73

CA (kg;kg) 21,05 20,74 16,40 20,03 Ŷ =19,5 ----- Equações de regressão e coeficientes de determinação (R2). 1 Y= 0,3025 + 0,833648X - 0,751420X2

O ganho médio diário apresentou efeito quadrático (P<0,05) em resposta aos

níveis crescentes de suplementação, com ponto de máximo estimado em 0,58% de

suplementação e ganho médio diário estimado de 0,533 kg/animal/dia (Tabela 7). Nota-

se que o decréscimo no desempenho a partir do ponto de máximo provavelmente foi

ocasionado pelo aumento do efeito substitutivo nos valores superiores a este nível de

suplementação e pela falta de proteína para a utilização do banco de energia presente no

pasto. Este fato comprova que, além de substituir um alimento de baixo custo por outro

de custo mais elevado, a partir do ponto de máximo, há um decréscimo na resposta

biológica. Considerando que os tratamentos consistiram de níveis crescentes de

concentrado e que, quanto maior o nível, maior o teor de carboidratos não-fibrosos,

presume-se que o desempenho tenha sido prejudicado pela redução da digestibilidade da

MS total, PB e FDNcp. A conversão alimentar não foi influenciada pelo aumento no

teor de concentrado na dieta (P>0,05), portanto, a queda no ganho médio diário a partir

de 0,58% do peso corporal está relacionada à falta de proteína bruta da dieta e ao

decréscimo de nutrientes provenientes da forragem, associados ao menor

aproveitamento dos nutrientes. Resultados próximos foram obtidos por Baião et al.

(2004) em mestiços Nelore no período seco do ano. Esses autores observaram ganhos de

peso de 0,46 kg/animal.dia para consumos de 2,8 kg/animal.dia de suplemento,

respectivamente.

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Tabela 8 - Características físicas da carcaça de novilhos mestiços recebendo diferentes níveis de suplementação em pastagem de Brachiaria brizantha.

Item Níveis de suplementação (%)

ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%

PVF (kg) 457 461 473 461 Ŷ=463 ----- PCQ 229,99 237,07 248,38 244,04 Ŷ=239,87 ---- RCQ (%) 50,28 51,45 52,47 52,93 Ŷ=51,78 ----- EGC (mm) 3,16 2,83 3,91 3,46 Ŷ=3,34 ----- Arroba (@) 15,23 15,36 15,76 15,36 Ŷ=15,42 ----- AOL (cm2) 71,00 68,00 70,37 71,12 Ŷ=70,12 ----- AOLPCQ (cm2) 30,87 28,68 28,36 29,14 Ŷ=29,26 ----- RATIO 0,38 0,41 0,39 0,40 Ŷ=0,40 ----- EC (cm) 26,75 26,25 28,37 25,87 Ŷ=26,81 ----- CC (cm) 127,75 125,75 128,50 125,12 Ŷ=126,78 ----- CP (cm) 77,62 77,62 78,50 78,87 Ŷ=78,15 ----- PVF = peso vivo final, PCQ = peso de carcaça quente, RCQ = rendimento de carcaça quente, EGC = Espessura de gordura de cobertura, arroba = @, AOL = área de olho-de-lombo, AOLPCQ = área de olho-de-lombo corrigido pra 100 kg/carcaça, EC = espessura de coxão, CC = comprimento de carcaça, CP = comprimento de perna. Equações de regressão (ER) e respectivos coeficientes de determinação (R2).

Não houve efeito (P>0,05) dos níveis crescentes de suplementação sobre as

características físicas da carcaça (Tabela 8). A alimentação dos animais por um curto

período durante a terminação não é capaz de alterar significativamente essas variáveis,

que seriam mais susceptíveis às variações de ordem cronológica, sexual, genética ou à

exposição dos animais a longos períodos de restrição ou suplementação proteica e

energética.

As carcaças com peso de 239,87 kg encontram-se dentro dos padrões exigidos

pelas indústrias frigoríficas, as quais visam animais mais jovens e com carcaça mais

pesada para obtenção de menor custo por quilograma de carne processada dentro das

empresas.

O rendimento de carcaça quente (RCQ) apresentou valor médio de 51,78%

(Tabela 8), superior aos 50% utilizados no comércio de bovinos no País. Esse resultado

é similar ao encontrado por Vaz et al. (2008), que relataram 51% de rendimento de

carcaça para animais Aberdeen Angus terminados em pastagens cultivadas recebendo

suplementação mineral. O rendimento de carcaça é influenciado por características

relacionadas à capacidade digestiva do animal, profundidade, comprimento e

musculosidade da carcaça. Os rendimentos de carcaça quente (RCQ) foram obtidos em

relação ao peso vivo em jejum, que, normalmente, só ocorre em condições

experimentais, uma vez que, como a venda de bovinos é realizada pelo peso vivo, os

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animais não são submetidos ao jejum de 12 horas. Assim, o RCQ obtido em

experimentos é superestimado em relação ao peso dos animais na fazenda. O valor de

espessura de gordura, média de 3,34 mm, encontrada neste estudo foi 10% superior ao

sugerido por Luchiari Filho (2000). Segundo esse autor, para ser considerada de boa

qualidade, a carcaça deve possuir espessura mínima de gordura de 3,0 mm. O grau de

acabamento da carcaça pode ser consequência do consumo de matéria seca pelos

animais, pois o consumo de energia pode alterar a composição da carcaça em proteína e

lipídeos.

Não houve diferença (P>0,05) (Tabela 8) para área de olho-de-lombo (AOL) e

área de olho-de-lombo corrigida para 100 kg de peso de carcaça quente, cujas médias

encontradas foram de 70,12 cm2 para a AOL e 29,26 cm2 para AOLPCQ respectivamente.

Esses resultados corroboram os relatos de Pereira et al. (2009), que trabalharam com

animais mestiços Nelore × Angus e encontraram 73,1 cm2 para a AOL. O referencial

teórico acerca do tema indica correlação direta entre AOL e rendimentos de corte de alto

valor comercial (Restle et al., 1999; Bianchini et al., 2007; Cruz et al., 2007).

Não houve diferença (P>0,05) para o Ratio, com valor médio de 0,40 cm2

(Tabela 8). O Ratio é uma relação entre a altura e a largura do contrafilé. É calculada

para reduzir a influência de animais, que, mesmo com alto valor de AOL (cm2), não

apresentam deposição de músculo na carcaça. Nos EUA, utiliza-se comumente essa

medida obtida por ultrassonografia como critério de entrada de um animal no

confinamento. Assim, animais com valor de Ratio acima de 0,40 entram em

confinamento, pois respondem do ponto de vista econômico, ao sistema norte-

americano. Dessa forma, os resultados encontrados neste estudo comprovam que os

animais tinham capacidade para deposição de músculo na carcaça e podiam expressar

seu máximo potencial para produção de carne, mesmo sendo animais mestiços.

A espessura de coxão (EC), o comprimento de carcaça (CC) e o comprimento de

perna (CP) não foram influenciados pela suplementação (P>0,05) em nenhum dos

níveis de concentrado na dieta. As médias para as variáveis citadas anteriormente foram

26,81; 126,78; e 78,15 cm, respectivamente (Tabela 8), resultados que comprovam a

uniformidade dos animais.

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5.2 Avaliação econômica

A análise da viabilidade econômica (Tabela 9) dentro de qualquer sistema de

produção é quem determina o caminho a ser seguido pelos diversos segmentos da

cadeia produtiva. Neste estudo, a avaliação econômica foi realizada considerando-se

apenas as alterações do custo de produção advindas do uso do suplemento, e não do

sistema de criação de bovinos como um todo, como é feito em muitos estudos.

Considera-se que o produtor já possui o sistema de criação de bovinos em pastagem e a

decisão se dará em função do uso ou não da suplementação na época de escassez de

forragem, considerando para tanto os aspectos positivos e negativos para a melhoria do

desempenho biológico em detrimento ao aumento do custo de produção. Buscar o

equilíbrio entre produtividade biológica e sustentabilidade financeira é o desafio na

ciência animal moderna.

Tabela 9. – Avaliação econômica de um sistema de criação de novilhos mestiços

recebendo diferentes níveis de suplementação em pastagem de Brachiaria brizantha.

Item Níveis de suplementação

ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%

CA (kg;kg) 21,05 20,74 16,40 20,03 Ŷ =19.56 ---- CAP (R$) 74,5 126,5 156,8 215,3 1 0,99 CH (R$) 183,5 311,6 386,0 530,0 2 0,99 RH (R$) 358,5 396,9 468,2 402,6 3 0,77 RLH (R$) 175,0 85,0 82,1 - 127,3 4 0,84 RT (R$) 2,09 1,34 1,24 0,77 5 0,92 RMA (R$) 37,36 11,83 8,24 - 7,64 6 0,92

CA = conversão alimentar, CAP = custo por animal no período, CH = custo por hectare, RH = receita por hectare, RLH = receita líquida por hectare, RT = relação de troca, RMA = rendimento mensal da atividade. Equações de regressão e coeficientes de determinação (R2). 1Y=30,176+226,295X; 2Y=74,280+557,035X; 3Y=225,695+751,52X-649,631X2; 4Y=281,341-455,137X; 5Y=2,381-2,033X; 6Y=47,106-69,310X.

Os custos por animal e por hectare no período experimental aumentaram

linearmente com o aumento no nível de concentrado da dieta (P<0,05) (Tabela 9). Esse

resultado ocorreu porque o desempenho biológico apresentou ponto máximo no nível de

0,58% de suplementação do peso corporal, ao passo que o custo com o concentrado

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elevou-se linearmente em função dos níveis testados. Os animais que receberam

suplemento na proporção de 0,8% do peso corporal apresentaram custo/ha 188,82%,

superior ao dos animais sob suplementação com o 0,2% do peso corporal.

Houve efeito quadrático (P<0,05) (Tabela 9) para a receita por hectare. O ponto

de máxima foi estimado em 0,58% de suplementação do peso corporal, guardando

altíssima correlação (r=0,98) com o desempenho animal. A receita líquida por hectare

sofreu efeito linear decrescente, comprovando que, quanto maior o nível de

suplementação, menores serão os lucros do produtor, podendo inclusive gerar prejuízos

caso o mesmo faça a opção pelo uso de teores superiores a 0,62% do peso corporal,

situação em que a receita seria suficiente apenas para pagar os custos com suplemento.

A relação de troca é caracterizada pelo retorno em real (R$), para cada real

investido no sistema. Dessa forma, nota-se que houve efeito linear decrescente (P<0,05)

dos teores de concentrado na dieta. A relação de troca é favorável quando se trabalha

com baixos níveis de suplementação, em que o investimento é pequeno e a resposta

animal em relação à produção é significativa. Para cada real investido no grupo de

animais que recebeu concentrado no nível de 0,2% do peso corporal, o retorno foi de R$

2,09, decrescendo para R$ 0,77 no nível de 0,8% de suplementação. O rendimento

mensal também decresceu linearmente (P<0,05), sendo o nível de 0,8% responsável por

rendimentos negativos no período em que os animais receberam suplementação. Baixos

níveis de suplementação geram maior lucro, conforme demonstra este estudo. Depois de

todas essas considerações, é importante apresentar outros aspectos inerentes às situações

momentâneas no que tange aos preços de insumos e da arroba (@) do boi gordo no

mercado. É válido lembrar ainda que o estudo foi realizado em uma região onde o

centro produtor de grãos mais próximo encontra-se a aproximadamente 800 km de

distância, o que acrescenta em valores atuais cerca de R$ 0,15 por kg de insumo. É

necessário, portanto, entender o desempenho biológico possível de se alcançar em cada

situação, bem como os seus possíveis ajustes em função das condições de mercado, que

variam entre regiões. Além disso, em breve levantamento de mercado, não se vislumbra

nenhuma aplicação financeira sem riscos e que remunerem a taxas mensais de retorno

alcançadas neste estudo, sobretudo, com o uso de suplementação no nível de 0,2% do

peso corporal. Mesmo para produtores descapitalizados, uma opção factível seria o uso

de opções como o crédito rural para aquisição de insumos. Essas operações hoje

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oferecem taxas próximas a 5% ao ano, o que as tornam altamente atrativas se

comparadas com a perspectiva de retorno alcançadas neste estudo.

5.3 Avaliação do comportamento ingestivo

O aumento dos níveis de concentrado na dieta não alterou o consumo de matéria

seca total (P>0,05), cujo valor médio foi de 9,40 kg. Os níveis de concentrado

influenciaram de forma decrescente (P<0,05) os consumos matéria seca da forragem

(CMSF), fibra em detergente neutro (FDN), proteína bruta (PB) e carboidratos não-

fibrosos (CNF).

Tabela 10 – Consumo de nutrientes e comportamento ingestivo de novilhos recebendo diferentes níveis de suplementação na dieta.

Item Níveis de suplementação

ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%

CMST (kg/dia) 9,37 9,89 9,02 9,35 Ŷ = 9,40 ----- CMSF (kg/dia) 8,50 7,89 6,23 5,27 1 0,97 CFDNT (kg/dia) 5,92 5,66 4,70 4,49 2 0,93 CPBT (kg/dia) 1,09 1,10 0,94 0,91 3 0,82 CCNFT (kg/dia) 1,26 1,87 2,37 2,73 4 0,99 Minutos/dia PAS (min/dia) 479,06 450,93 440,93 335,00 5 0,82 COC (min/dia) 10,93 32,18 47,81 45,62 6 0,83 RUM (min/dia) 415,00 355,62 318,43 316.18 7 0,87 OUT (min/dia) 535,00 601,25 632,81 765,62 8 0,93 CMST = consumo de matéria seca total, CMSF = consumo de matéria seca da forragem, CFDN = consumo de fibra em detergente neutro, CPTB = consumo de proteína bruta, CCNF = consumo de carboidratos não-fibrosos, PAS = pastejo, COC = cocho, RUM = ruminação, OUT = outras. Equações de regressão (ER) e respectivos coeficientes de determinação (R2). 1Y=9,8170 - 5,6780X ;

2Y=6,5073-2,6216X; 3Ŷ=1,1905-0,3472X; 4Ŷ=0,7341+2,9088X; 5Ŷ=537,031-221,094X; 6Ŷ=4,2187+59,8438X; 7Ŷ=434,719-166,813X; 8Ŷ=452,812+361,719X.

O comportamento ingestivo dos bovinos criados em sistema de pastejo está

associado à estrutura do dossel forrageiro, à oferta de forragem em função do peso

corporal e ao teor de concentrado fornecido. O aumento no teor de concentrado da dieta

influenciou o tempo de pastejo dos animais (P<0,05), ocasionando decréscimo linear,

que está associado ao maior consumo de suplemento e à consequente redução do

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consumo de MS oriunda da forragem (Tabela 10). Esse comportamento constitui-se em

claro sinal da existência do efeito substitutivo. Quando associadas essas alterações

metabólicas relativas à redução do consumo de pasto às expressões comportamentais,

tem-se a dimensão exata de como o animal altera o seu comportamento em função do

que consome, de quanto consome e de como e quanto digere.

As porcentagens do tempo diário total destinado ao pastejo e de permanência no

cocho de 34,02; 33,54; 33,94; e 26,43% efetuando o consumo da forragem e do

concentrado são inferiores ao valor de 54,10% relatado por Souza et al. (2007) em

pesquisa com características análogas. Os valores diários em horas relatados neste

estudo estão abaixo dos valores informados por Zanine et al. (2006), de 9,75 para

Brachiaria brizantha e 11,31 horas para Brachiaria decumbens.

O tempo que o animal passou se alimentando no cocho aumentou linearmente

(P<0,05) (Tabela 10) com a elevação dos teores de concentrado, uma vez que, ao se

fornecerem quantidades crescentes de ração, os animais necessitam permanecer por

maior tempo no cocho para consumir todo o suplemento. Esses resultados estão em

consonância com aqueles relatados por Mendes et al. (2013), que verificaram efeito

linear crescente à medida que aumentaram o teor de concentrado na dieta do animais.

A ruminação reduziu linearmente (P<0,05) com o aumento dos níveis de

concentrado na dieta (Tabela 10). Essa redução está associada ao menor consumo de

MS da forragem e, consequentemente, à redução do consumo de FDNcp, cuja presença

estimula a ruminação. Neste sentido, quanto maior o consumo de pasto, maior o tempo

despendido para a ruminação.

Em contrapartida, quando se reduz o consumo de forragem e eleva a ingestão de

suplemento, ocorre redução do tempo de ruminação, resultado comprovado no maior

nível de suplementação (Tabela 10). Forrageiras tropicais caracterizam-se por

concentração elevada de feixes vasculares no mesófilo da folha, o que caracteriza sua

alta concentração de fibra e maior taxa de ruminação pelos bovinos (Brito et al., 2004).

A atividade de ruminação está associada diretamente ao tamponamento do rúmen e à

manutenção do pH próximo de 6,5 para animais que consomem apenas pasto. A

ingestão de suplemento altera essa dinâmica, promovendo redução do tamponamento do

rúmen e do pH ruminal e uma mudança na relação acetato:propionato, de modo que o

primeiro é reduzido, enquanto o segundo aumenta.

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O tempo despendido com outras atividades aumentou de 535,00 minutos para

765,62, aumentando de forma linear crescente com a elevação do nível de suplemento

na dieta (P<0,05) (Tabela 10). O tempo que os animais destinam a outras atividades é

inversamente proporcional ao dispêndio temporal das atividades de ruminação e pastejo.

Dessa forma, quanto maior o tempo destinado às atividades citadas anteriormente,

menor será o tempo de descanso. Esses resultados estão em consonância com os relatos

de Silva et al. (2010), que encontraram efeito linear crescente para as outras atividades à

medida que aumentaram o teor de concentrado na dieta de novilhos em terminação a

pasto.

Os números de períodos de pastejo (NPP) não foram influenciados (P>0,05)

pelos níveis de concentrado da dieta (Tabela 11). Animais recebendo baixo nível de

suplementação a pasto podem aumentar o tempo por períodos de pastejo (TPP), como

forma de selecionar e apanhar a forragem para atender ao consumo de matéria seca e às

suas exigências nutricionais.

Tabela 11 – Valores médios do número de períodos de pastejo (NPP), comendo no

cocho (NPC), em ruminação (NPR) e outras atividades (NPO) e duração em (minutos)

dos períodos de pastejo (TPP), comendo no cocho (TPCC), em ruminação (TPR), outras

atividades (TPO), alimentação total (TAT) e mastigação total (TMT) de novilhos

recebendo diferentes teores de concentrado na dieta.

Item Níveis de suplementação

ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%

NPP 14,81 16,00 18,18 15,81 Ŷ = 16,20 ----- NPC 1,68 3,56 3,75 3,93 1 0,74 NPR 16,25 13,93 16,25 16,56 Ŷ = 15,75 ----- NPO 27,06 26,75 30,93 29,87 2 0,64 TPP (min) 33,09 31,62 26,76 21,32 3 0,95 TPC (min) 5,57 10,48 14,06 12,15 4 0,68 TPR (min) 25,93 26,47 20,59 18,83 5 0,84 TPO (min) 19,90 22,81 20,89 26,59 6 0,63 TAT (min) 490,00 483,12 488,75 380,62 7 0,61 TMT (min) 905,00 838,75 807,18 674,37 8 0,93 Equações de regressão (ER) e respectivos coeficientes de determinação (R2). 1 Y = 1,50000+3,46875X.2 Ŷ = 25,5000+6,31250X.

3 Ŷ = 38,2478-20,0872X. 4 Ŷ = 4,73958+11,6641X.

5 Ŷ = 29,7568-13,5987X. 6 Ŷ = 18,0204+9,06759X.7 Ŷ = 541,250-161,250X.

8 Ŷ = 987,188-361,719X.

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O número de períodos de cocho (NPC) e o tempo de período de cocho (TPC)

apresentaram efeito linear crescente (P<0,05) com o aumento nos níveis de concentrado

da dieta. Esses resultados são ocasionados pelo maior consumo de concentrado pelos

animais que receberam a maior quantidade de suplemento no cocho, destinando maior

tempo para apreensão e deglutição do suplemento que lhes fora ofertado. Resultados

semelhantes ao deste estudo foram relatados por Silva et al. (2005), que, em pesquisa

com níveis de 0,25; 0,50; 0,75 e 1,0% do peso do corporal, encontraram variação de

6,56 a 13,85 minutos por período.

O número de períodos de ruminação (NPR) não sofreu efeito (P<0,05) do

aumento no teor de concentrado da dieta, porém o tempo despendido para cada período

de ruminação decresceu linearmente (Tabela 11). Esse efeito pode ser explicado pelo

fato de que os animais que receberam menores teores de concentrado na dieta teriam

maior período de ruminação por ingerirem maior quantidade de fibra e esse tempo seria

destinado à quebra da fração fibrosa da planta. Os menores tempos para os períodos de

ruminação (TPR) estão relacionados à maior ingestão de carboidratos solúveis presentes

no concentrado. Nesta situação, reduz-se a necessidade de ruminar a digesta por um

tempo mais prolongado, uma vez que, quanto maior a ingestão do suplemento, menores

serão os valores médios do tamanho das partículas da dieta.

O número de períodos destinados a outras atividades (NPO) e o tempo de

período (TPO) aumentaram linearmente (P<0,05) à medida que aumentou o teor de

concentrado na dieta. Esse resultado comprova que animais recebendo teores crescentes

de concentrado na dieta tendem a passar maior tempo do dia em descanso, enquanto

aqueles que receberam menores quantidades de concentrado desenvolveram maior

atividade pastoril e ruminativa. Esses resultados corroboram os relatos de Moreno et al.

(2008), que, em pesquisa com novilhas, testaram o uso ou não da suplementação em

pastagem de azevém. Em outra direção, estão os relatos de Silva et al. (2005), que não

observaram efeito (P>0,05) para essas variáveis em experimento no qual forneceram

suplementação a novilhas com níveis crescentes de concentrado.

O tempo de alimentação total (TAT) e o tempo de mastigação total (TMT)

encontrados (Tabela 11) reduziram linearmente (P<0,05) de acordo com os níveis de

suplementação estudados. Somando-se a maior atividade pastoril e o tempo despendido

com alimentação no cocho, nota-se que os animais que receberam menor teor de

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concentrado na dieta exercem maior tempo de alimentação, em função do tempo

destinado ao consumo de forragem. Algumas variáveis podem determinar o maior

tempo de alimentação nos baixos níveis de concentrado, entre elas, o deslocamento dos

animais dentro de cada estação alimentar, a seleção e apreensão da forragem pelo

animal; e a deglutição do material capturado. O tempo de mastigação total é a soma do

tempo de alimentação mais o de ruminação. Dessa forma, ao consumirem menor

quantidade de forragem, os animais ruminaram menos e apresentaram tempos de

mastigação total (TMT) inferiores aos observados nos menores níveis de

suplementação. Pereira et al. (2007) avaliaram o comportamento ingestivo de novilhas

leiteiras recebendo dietas com diferentes níveis de fibra e detectaram maior tempo de

mastigação total (TMT) quando os animais foram alimentados com uma dieta com teor

mais elevado de FDN (60%). Isso comprova que aspectos comportamentais dos bovinos

estão relacionados diretamente à composição química e física dos volumosos.

A taxa de bocado (TxB) para animais criados em pastagem é caracterizada como

unidade básica para obtenção de nutrientes. A apreensão da forragem, o tempo destinado

ao pastejo e a massa de bocados entrelaçam a relação planta-animal, determinando

assim o consumo dos componentes da planta. A taxa de bocado (TxB) e o número de

bocados por deglutição (BDeg) aumentaram linearmente (P<0,05) de acordo com os

níveis de suplementação (Tabela 12). Isso provavelmente foi ocasionado pelo pastejo

menos seletivo, uma vez que, devido à quantidade de nutrientes ingerida via

suplemento, esses animais consumiram menos MS oriunda da forragem. Os animais que

consumiram menores níveis de suplemento, por outro lado, pastejaram mais tempo, pois

precisavam selecionar os constituintes mais digestíveis da planta para conseguir suprir

suas demandas nutricionais, uma vez que o aporte suplementar de nutrientes era

limitado a uma pequena parcela da demanda dietética diária.

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Tabela 12 – Valores médios das taxas de bocados (TxB), número de bocados por

deglutição (BDeg), tempo de deglutição (TeDeg), número de bocados dia (NB), número

de bolos ruminados por dia (BOL), mastigação merícicas por bolo (MMB) e tempo por

bolo ruminado (TBO) em novilhos recebendo suplementação com níveis crescentes de

concentrado na dieta.

Item Níveis de suplementação

ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%

TxB (boc/s) 37,58 40,33 53,47 53,21 1 0,86 BDeg (n) 23,75 29,54 38,50 44,41 2 0,99 TDeg (s) 39,37 44,81 43,25 50,41 Ŷ = 44,46 ----- NB (dia) 18063 18131 23593 17238 3 0,42 BOL (n) 550 435 489 401 4 0,60 MMB (n) 44,73 45,58 37,50 43,22 Ŷ = 42,76 ----- TeB (s) 46,86 49,73 39,95 46,33 Ŷ = 45,72 -----

Equações de regressão (ER) e respectivos coeficientes de determinação (R2)

1 Y = 31,1410 + 30,0199X; 2Ŷ = 16,31125 + 35,4792X; 3Ŷ = 10480,1 + 41642,8X - 40149,1X2

4Ŷ = 567,308 - 196,660X.

A maior taxa de bocado (TxB) relatada neste estudo (53,47 boc/s) é superior às

de 15,7 e 36,3 relatadas por Santana Jr. et al. (2013a), que avaliaram taxa de bocado em

experimento com novilhas com peso corporal inicial de 187 ± 13,07 kg submetidas

períodos de restrição e realimentação em pastagens de Brachiaria brizantha. Santana Jr.

et al. (2013b) afirmaram que a taxa de bocados correlacionou-se positivamente com o

peso corporal e, quando se eleva, a taxa de bocados (TxB) consequentemente

proporcionaria maiores consumos, fato que não foi confirmado neste estudo.

O número de bocados por dia (NB) apresentou efeito quadrático (P<0,05)

quando se elevou o teor de concentrado na dieta. O ponto de máxima foi estimado no

nível de 0,51% do peso corporal e com número 2.127,81 bocados por dia. Sabendo-se

que os tempos de pastejo e ruminação se alteraram com o aumento no teor de

suplemento (P<0,05), o número de bocados (NB) e o número de bolos ruminados por

dia seguiram a mesma tendência. O número de mastigações merícicas por bolo (MMB)

e o tempo por bolo ruminado (TBO) não sofreram influência dos teores de concentrado

na dieta. O resultado encontrado para essas variáveis é controverso, uma vez que,

reduzindo o teor de FDNcp da dieta, esperar-se-ia também uma redução tanto do

número de mastigações por bolo quanto pelo tempo por bolo ruminado.

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Tabela 13 - Eficiências de alimentação e ruminação de matéria seca (MS), fibra em detergente neutro (FDN), proteína bruta (PB) e carboidratos não-fibrosos (CNF) em novilhos recebendo diferentes teores de concentrado na dieta.

Item Níveis de suplementação

ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%

Eficiência de alimentação (kg/h) ----- ----- EAMS 1,17 1,23 1,12 1,49 1 0,74 EAFDN 0,74 0,70 0,58 0,71 2 0,60 EAPB 0,13 0,13 0,11 0,14 3 0,53 EACNF 0,15 0,24 0,29 0,46 4 0,94 Eficiência de ruminação (kg/h) ----- ----- ERMS 1,36 1,72 1,74 1,85 5 0,81 ERFDN 0,86 0,99 0,90 0,88 Ŷ = 0,91 ------ ERPB 0,16 0,18 0,18 0,17 Ŷ = 0,17 ----- ERCNF 0,18 0,33 0,46 0,57 6 1,00 Equações de regressão (ER) e respectivos coeficientes de determinação (R2). 1Y = 1,42845 – 1,50619X + 1,93943X2 .

2Ŷ = 0,936344 - 1,09294X + 0,988604X2.

3Ŷ = 0,166030 – 0,168186X+0,168285X2.

4Ŷ = 0,0442619 + 0,493778X. 5Ŷ = 1,30224 + 0,739185X.

6Ŷ = 0,0651374 + 0,647110X,

Segundo Santana Jr. et al. (2013c), a eficiência de alimentação representa a

velocidade de ingestão dos nutrientes em função do tempo. As eficiências de

alimentação, expressas em kg, de MS, FDN, PB e CNF por hora foram influenciadas de

forma quadrática (P<0,05) pelos níveis de suplementação (Tabela 13). As eficiências de

alimentação, expressas em kg, de MS, FDN e PB/h apresentaram comportamento

quadrático, com estimativa dos valores mínimos de 1,13; 0,63 e 0,12 kg/h para os níveis

de 0,38; 0,55 e 0,49% do peso corporal. A eficiência de alimentação dos carboidratos

não-fibrosos (EACNF) apresentou efeito linear crescente (P<0,05). Esse resultado pode

ter sido ocasionado pelo consumo de concentrado com maior teor de carboidratos não-

fibrosos, capaz de propiciar ingestão mais eficiente desses constituintes.

As eficiências de ruminação da MS e dos carboidratos não-fibrosos (Tabela 13)

aumentaram linearmente (P<0,05). Esses resultados estão correlacionados ao efeito

substitutivo da forragem pelo concentrado. Nesse prisma, o incremento de concentrados

facilita o processo de ruminação, uma vez que o tamanho médio das partículas da dieta

total é menor quando comparado ao das dietas compostas por maior proporção de

forragem. Neste contexto, haverá menor necessidade de ruminação deste material,

aumentando a eficiência de ruminação. O mesmo comportamento pode ser observado na

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eficiência de ruminação dos carboidratos não-fibrosos. Segundo Dulphy et al. (1980),

elevando o nível de concentrado da dieta, aumenta-se a eficiência de ruminação.

As eficiências de ruminação da fibra em detergente neutro (ERFDN) e da

proteína bruta (ERPB) não foram influenciadas pelos níveis de suplementação (P>0,05).

O teor de lignificação da forragem pode afetar a eficiência de ruminação, pois forragem

com alto grau de lignificação poderá aumentar o tempo de ruminação, diminuindo a

eficiência nutricional. Neste estudo, não foi verificado esse comportamento, o que

evidencia boa qualidade do estrato forrageiro consumido pelos novilhos durante a

avaliação do comportamento.

5.4 Perfil de ácidos graxos no músculo longissimus

A porcentagem de lipídeos na carne (Figura 4) foi influenciada (P<0,05) pelo

aumento no teor de concentrado na dieta. Essas maiores deposições de lipídeo

intramuscular estão relacionadas ao aumento do concentrado da dieta, tendo em vista

que as dietas tendem a ser isoproteicas, porém não eram isoenergéticas. Portanto,

maiores aportes de energia favorecem maior deposição de adipócitos intramusculares.

Berg & Butterfield (1979) observaram maior acúmulo de gordura na carcaça quando os

animais ingeriam rações com teores maiores de energia. De acordo com Reid (1972),

citado por Berg & Butterfield (1979), o tecido adiposo de bovinos que recebem plano

nutricional mais alto tem consideravelmente menos água e mais lipídios que o de

animais submetidos a plano nutricional mais baixo. Neste estudo, apesar de os planos

nutricionais serem semelhantes, à medida que se elevou a concentração energética,

houve aumento na deposição de gordura.

A suculência da carne está diretamente relacionada ao nível de gordura

entremeada nas fibras musculares, conhecida como gordura de marmoreio. Baixos

índices dessa gordura podem tornar a carne menos macia, gerando certa rejeição pelo

consumidor.

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Figura 4 – Teor de lipídeos no músculo

Os resultados deste estudo foram 18% inferiores para o menor nível de

suplementação e 17,3% superiores para o maior nível sugerido por Campion et al.

(1975), que é de 2,9-3,0% de gordura na carne,

suculência.

TABELA 14 – Composição em ácidos graxos saturados do músculo

de novilhos mestiços recebendo diferentes níveis de suplementação em pastagem de

Brachiaria brizantha

Item 0,2%

C 14:0 2,802C 15:0 0,532

C 16:0 25,16C 17:0

C 18:0 19,00

C 20:0

C21:00 C22:00 0,031

Equações de regressão (ER) e coeficientes de determinação (R1Y = 0,556217 - 0,139224X; 2Y = 1,24263 - 0,368744X; 3Y = 0,0220686 + 0,0185978X

Teor de lipídeos no músculo longissimus dorsi.

Os resultados deste estudo foram 18% inferiores para o menor nível de

suplementação e 17,3% superiores para o maior nível sugerido por Campion et al.

3,0% de gordura na carne, capaz de proporcionar maciez e

Composição em ácidos graxos saturados do músculo

de novilhos mestiços recebendo diferentes níveis de suplementação em pastagem de

Níveis de suplementação ER

0,2% 0,4% 0,6% 0,8%

2,802 2,618 2,719 2,550 Ŷ = 2,6720,532 0,495 0,469 0,448 1

25,16 24,41 25,06 23,81 Ŷ = 24,611,15 1,12 1,00 0,94 2

19,00 18,89 20,23 18,96 Ŷ = 19,27

0,13 0,13 0,14 0,12 Ŷ = 0,13

0,24 0,32 0,33 0,36 3 0,031 0,037 0,036 0,032 Ŷ = 0,034

Equações de regressão (ER) e coeficientes de determinação (R2).

Y = 0,0220686 + 0,0185978X;

66

Os resultados deste estudo foram 18% inferiores para o menor nível de

suplementação e 17,3% superiores para o maior nível sugerido por Campion et al.

capaz de proporcionar maciez e

Composição em ácidos graxos saturados do músculo longissimus dorsi

de novilhos mestiços recebendo diferentes níveis de suplementação em pastagem de

R2

= 2,672 ------ 0,98

= 24,61 ------ 0,96

= 19,27 ------

= 0,13 -------

0,89 = 0,034 -------

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O alto consumo de gorduras saturadas possui estreita relação com problemas de

saúde presentes na população. Os ácidos graxos saturados são considerados

hipercolesterolêmicos e os mais preocupantes, nesse sentido, são o mirístico (C14:0),

láurico (C12:0) e palmítico (C16:0).

Neste estudo, os ácidos graxos mirístico (C14:00), palmítico (C16:00), esteárico

(C18:00), araquídico (20:00) e o belênico (C22:00) não foram influenciados (P>0,05)

pelo aumento no teor de concentrado da dieta (Tabela 14).

A concentração média do ácido palmítico (C16:00) foi de 24,61%

correspondente a maior concentração entre os ácidos graxos saturados encontrados no

músculo dos animais. Esses resultados são semelhantes aos encontrados por Prado et al.

(2011) e Aferri et al., 2012). O ácido palmítico (C16:0) pode atuar como precursor de

ácidos graxos saturados de cadeia longa, por meio da inserção consecutiva de dois

átomos de carbono, dando origem a outros ácidos graxos saturados, como o esteárico

(18:0), araquídico (20:0), entre outros.

O ácido esteárico (C18:00) é considerado o produto final da bio-hidrogenação

ruminal e não apresentou diferenças significativas (P>0,05) entre os animais

alimentados com as dietas com diferentes percentuais de ácidos oleico (C18:1n9),

(Tabela 14). O ácido esteárico (C18:00) correspondeu a 39% dos ácidos graxos

saturados neste estudo. Esse ácido graxo encontrado na carne é considerado neutro por

não atuar no aumento do colesterol plasmático em humanos (Bonanome & Grundy,

1988). O C18:0 tem a capacidade de conferir firmeza à gordura da carcaça de suínos,

ovinos e bovinos, que é influenciada pelo ponto de fusão. À medida que a saturação dos

ácidos graxos aumenta, aumenta o ponto de fusão (Wood et al., 2008).

Os resultados obtidos para os ácidos graxos de cadeia ímpar, ácido pentacílico

(C15:00), ácido margárico (C17:00) e o ácido henicosanoico (C21:00), encontrados

neste estudo foram influenciados pelos níveis de concentrado na dieta (P<0,05), que

tiveram efeito linear decrescente sobre os dois primeiros e efeito linear crescente sobre

o último. Os resultados deste estudo diferenciam-se dos encontrados por Almeida

(2011), que, fornecendo suplemento a novilhas, não observou diferença significativa

para o C15:00, mas observou efeito linear crescente para o C17:00. Em mamíferos, a

presença desses ácidos é pequena e, em ruminantes esses ácidos podem ser sintetizados

pela flora microbiana presente no rúmen a partir de pequenos precursores: acetato e

propionato (Sauvant & Bas, 2001).

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TABELA 15 - Composição em ácidos graxos monoinsaturados do músculo longissimus

dorsi de novilhos mestiços em pastagem de Brachiaria brizantha recebendo diferentes

níveis de suplementação

Item Níveis de suplementação

ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%

C 14:1 0,322 0,280 0,252 0,233 1 0,97 C 15:1 0,271 0,255 0,219 0,219 2 0,90 C 16:1 3,29 3,21 3,20 3,22 Ŷ =3,23 -----

C 17:1 0,97 0,98 0,83 0,78 3 0,88 C 18:1n9t 2,65 2,49 2,42 4,14 Ŷ =2,93 ------- C 18:1n9c 36,06 37,08 35,33 36,95 Ŷ =36,36 -----

C 18:1n7c 1,32 1,32 1,18 1,38 Ŷ =1,30 ----- C20:01 0,20 0,22 0,19 0,19 Ŷ =0,20 ----- C22:1N-9 0,81 0,87 0,84 0,71 Ŷ =0,81 -----

Equações de regressão (ER) e coeficientes de determinação (R2). 1Y=0,346728-0,148675X; 2Y=0,289523-0,0962134X; 3Y=1,07711-0,366313X.

Entre os ácidos graxos presentes no músculo dos novilhos sob suplementação a

pasto com teores crescentes de concentrado, os monoinsaturados (AGMI)

corresponderam a 47,84% do total dos lipídios. A deposição dos ácidos graxos

miristoleico (C14:1), pentadecenoico (C15:01) e heptadecenoico (C17:1) na carne

decresceu (P<0,05) com o aumento do nível de concentrado na dieta total (Tabela 15).

Os demais ácidos graxos monoinsaturados não foram alterados (P>0,05) pelo aumento

no nível de suplementação. Esses resultados podem ser explicados pela ausência na

dieta dos ácidos graxos citados anteriormente (Tabela 3). Ressalta-se ainda que, com a

elevação dos níveis de concentrado, houve decréscimo no percentual dos ácidos

palmítico e esteárico, já que os mesmos, quando dessaturados no organismo, servem

como precursores para a produção de outros ácidos, como relatado por Visentainer et al.

(2003).

O ácido palmitoleico (C16:1) não diferiu (P>0,05) entre os grupos estudados

neste trabalho, com concentração de 3,22% (Tabela 15). Em relatos de Almeida (2011),

a concentração de ácido palmitoleico (16:1) foi de 2,92% para novilhas a pasto

recebendo suplementação. De acordo com o autor, os efeitos do C16:1 c9 ainda não

foram identificados com precisão pela comunidade científica, mas aparentemente não

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possui atuação no metabolismo hepático das lipoproteínas de baixa densidade (LDL),

responsáveis pelo aumento do colesterol humano.

Segundo Cao et al. (2008), o C16:1n-7 foi proposto como uma lipocina,

molécula produzida pelo adipócito que atua como sinalizadora em diversos órgãos, o

que regula a homeostase metabólica sistêmica, estimulando a ação da insulinano

músculo e suprimindo a esteatose hepática.

As concentrações dos ácidos elaídico (C18:1n9t), oleico (C 18:1n9c), vacênico

(C18:1n7c), gadoleico (C20:01:0) e erúcico (C22:1n-9) na carne não foram

influenciadas (P>0,05) pelo aumento dos teores de concentrado na dieta (Tabela 15).

Entre os ácidos graxos encontrados neste trabalho, o ácido oleico (C18:1n9c) foi o que

apresentou a maior concentração, com 78,61% em relação aos ácidos graxos

monoinsaturados (AGMI) e 36,36% em relação aos lipídeos totais. Esse resultado está

bem próximo do encontrado por Pinho et al. (2011), que, em pesquisa com cortes

comerciais de carne bovina, encontraram 30,44 para o contrafilé, 28,13 para a costela e

30,34% para a picanha.

De acordo com Lawrie (2005), diferenças entre os cortes analisados podem estar

relacionadas às particularidades de cada grupo muscular, uma vez que o exercício de

cada músculo é diferente, assim como os tipos de suas fibras musculares.

A concentração de ácido vacênico (C18:1n7c) no músculo longissimus dorsi não

foi influenciada (P>0,05) , mesmo no nível de suplementação correspondente a 0,8% do

peso corporal. O ácido graxo vacênico é formado pela bio-hidrogenização de um

isômero posicional e geométrico derivado do ácido linoleico, chamado CLA

(C18:2cis9-trans11 e C18:2cis12-trans10). Muitas vezes, a bio-hidrogenização do ácido

graxo linoleico não chega a ser completada. Assim, quantidades significativas de ácido

graxo conjugado e de trans-monoinsaturados, como o ácido graxo vacênico, alcançam o

duodeno e são absorvidas, ficando no leite ou no tecido (Beorlegui, 2004).

O ácido linoleico conjugado (CLA) também pode ser formado endogenamente

pela dessaturação do ácido graxo vacênico por uma enzima presente na glândula

mamária e no tecido adiposo, a ∆-9-dessaturase (Medeiros, 2002). A ∆-9-dessaturase

também é encontrada em tecidos humanos, por isso, aumentos no consumo de ácido

graxo vacênico poderiam ter os mesmos efeitos benéficos associados à ingestão de CLA

(Beorlegui, 2004).

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Os ácidos graxos poli-insaturados classificados como essenciais são o linoleico

(18:2n-6) e alfa linolênico (18:3n-3), que devem ser ingeridos na alimentação, pois as

células dos mamíferos não têm a capacidade de sintetizá-los (Moreira et al., 2003). Não

houve diferença significativa (P>0,05) no conteúdo de ácido linoleico (Tabela 16), cujo

teor médio foi de 2,81%, corroborando a afirmação de Metz et al. (2009) de que é o

ácido graxo poli-insaturado com maior representatividade na carne bovina.

TABELA 16 – Composição em ácidos graxos poli-insaturados do músculo longissimus

dorsi de novilhos mestiços em pastagem de Brachiaria brizantha recebendo diferentes

níveis de suplementação

Item Níveis de suplementação

ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%

C18:2n6c 2,47 2,65 3,21 2,91 Ŷ =2,81 ----- C18:3n6 0,061 0,059 0,053 0,047 1 0,97

C 18:3n3 0,61 0,56 0,56 0,39 2 0,76 CLAc9t11 0,55 0,60 0,50 0,52 Ŷ =0,54 ----- CLAt10c1 0,12 0,13 0,12 0,12 Ŷ =0,12 -----

C20:3n-6 0,112 0,088 0,082 0,078 3 0,84 C20:3n-3 0,21 0,22 0,21 0,20 Ŷ =0,21 ----- C20:4n-6 0,066 0,062 0,042 0,039 4 0,90

C22:2N-6 0,55 0,66 0,60 0,58 Ŷ =0,59 ----- 20:5N-3 0,058 0,061 0,058 0,058 Ŷ =0,058 ----- DHA 0,39 0,37 0,32 0,27 5 0,97

Equações de regressão (ER) e coeficientes de determinação (R2). 1Y=0,0678637-0,0248626X; 2Y=0,699240-0,332761X; 3Y=0,117700-0,0545353X; 4Y=0,0771549-0,0498757X; 5Y=0,441837-0,211700X.

Houve efeito linear decrescente (P<0,05) dos níveis de suplementação sobre o

conteúdo dos ácidos graxos poli-insaturados ácido y-linolênico (C18:3n6), ácido

linolênico (C18:3n3), ácido di-homo-y-linolênico (C20:3n-6), ácido araquidônico

(C20:4n-6) e o ácido docosaexaenoico (DHA). Esses resultados podem ser explicados

pelo efeito substitutivo do pasto pelo concentrado. Como a forragem é rica em ácidos

graxos poli-insaturados, o maior aporte desses nos menores níveis de concentrado pode

ter acarretado maior escape no processo de bio-hidrogenação, deixando-os passar pelo

rúmen e serem depositados tal como ingeridos. Assim, quanto maior sua ingestão,

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maior sua deposição no músculo. É possível ainda a inexistência desses ácidos graxos

no concentrado, logo a sua razão de existir se deveria ao consumo de pasto, que reduziu

com o aumento dos níveis de suplemento. Doreau & Ferlay (1994) verificaram que 85 a

100% dos ácidos (C18:3) são bio-hidrogenados no rúmen e, assim, muito pouco se

encontra disponível para incorporação nos tecidos. Esses ácidos graxos são

considerados essenciais e importantes por serem precursores dos ácidos da família das

séries n-6 e n-3, respectivamente.

Para o ácido docosahexanoico (C22:6n-3 DHA), o efeito linear decrescente com

o aumento do nível está vinculado ao decréscimo do ácido linoleico (C18:2n-6 LA) com

o aumento nos níveis de concentrado na dieta e com a presença do ácido alfa-linolênico

(C18:3n-3 LNA), encontrado apenas na forragem. Segundo Perini et al. (2010), os

ácidos LA e LNA são precursores dos ácidos graxos poli-insaturados de cadeias muito

longas (AGPI-CML) pertencentes às famílias ômega-6 e ômega-3, respectivamente, por

meio dos processos de elongação (enzimas elongases) e dessaturação (enzimas

dessaturases) da cadeia carbônica, que ocorre no retículo endoplasmático das células

especialmente do fígado.

O CLA pode ser formado no rúmen pela bio-hidrogenação incompleta de ácidos

graxos poli-insaturados da dieta, mas também, endogenamente, por meio da

dessaturação do ácido graxo C18:1 trans-11 por uma enzima presente na glândula

mamária e no tecido adiposo, chamada estearoil-CoA dessaturase ou delta 9-

dessaturase. Como o ácido vacênico (C18:1 trans-11) é produzido principalmente no

processo de bio-hidrogenação ruminal, as maiores fontes de CLA são produtos

derivados de ruminantes.

A concentração do ácido linoleico conjugado (CLA) não sofreu interferência

(P>0,05) do aumento nos teores de concentrado (Tabela 16). Os valores de CLA obtidos

foram de 0,54%, para o C18:2c9t11, e 0,12%, para o C18:2t10c1. O valor de 0,54% é

próximo ao de 0,56%, encontrado por Fernandes et al. (2009b), em pesquisa com

fêmeas, e ao de 0,50%, relatado por Rossato et al (2010), em trabalho realizado com

machos. Entre os benefícios dos CLA à saúde, destacam-se: anticarcinogênese,

antiaterosclerose, inibição de radicais livres, alteração na composição e no metabolismo

do tecido adiposo, imunomodulação, atividade antibacteriana e antidiabéticas.

De acordo com a análise de regressão, a composição de ácidos graxos saturados

(AGS), ácidos graxos monoinsaturados (AGMI), ácidos graxos poli-insaturados

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(AGPI), o ômega 6 (n-6),- e a razão (AGPI/AGS) não sofreram influência (P>0,05) da

dieta (Tabela 17).

TABELA 17 - Proporção (%) de ácidos graxos saturados (AGS), monoinsaturados

(AGMI), poliinsaturados (AGPI), ácidos graxos n-6, ácidos graxos n-3, relação

AGPI:AGS e n-6:n-3 do músculo longissimus dorsi de novilhos mestiços em pastagem

de Brachiaria brizantha recebendo diferentes níveis de suplementação.

Item Níveis de suplementação

ER R2 0,2% 0,4% 0,6% 0,8%

n-3 1,27 1,22 1,16 0,92 1 0,85 n-6 3,27 3,52 3,99 3,67 Ŷ =3,61 ------ AGS 48,84 47,75 49,70 46,91 Ŷ =48,30 ------ AGMI 45,92 46,74 44,50 47,84 Ŷ =46,25 ------ AGPI 5,23 5,50 5,79 5,24 Ŷ =5,44 ------ n-6/n-3 2,59 2,79 3,36 3,89 2 0,96 AGPI/AGS 0,10 0,11 0,11 0,11 Ŷ = 0,11 ------

Equações de regressão (ER) e coeficientes de determinação (R2). 1 Y=1,42504-0,563711X; 2Y =2,04698+2,23418X.

O efeito linear decrescente (P<0,05) encontrado para o ômega 3 (n-3) no

longissimus dorsi decorre do efeito substitutivo da forragem pelo concentrado, uma vez

que a forragem foi responsável pelo maior percentual de n-3, havendo redução da

ocorrência desse ácido na dieta à medida que se aumentou o teor de suplementação e os

níveis de substituição da forragem.

Os valores médios de ácidos graxos saturados (AGS), monoinsaturados (AGMI)

e poli-insaturados (AGPI) foram de 48,30; 46,25 e 5,44% no músculo longissimus dorsi

dos animais avaliados (Tabela 17). Esses valores estão de acordo com os relatados por

Lambertucci et al. (2013), que encontraram 48,15; 45,32; e 7,04% em novilhos mestiços

Nelore × Simental terminados a pasto. A média da razão entre AGPI/AGS foi de 0,11,

próxima à encontrada por French et al. (2000), de 0,13.

Houve efeito linear crescente (P<0,05) para a razão n-6/n-3 à medida que os

níveis de concentrados na dieta aumentaram, já que o aumento de 33,41% do nível 0,2%

do peso corporal para o nível 0,8% certamente foi ocasionado pela concentração de n-6

nos grãos de milho e soja, presentes na constituição do suplemento. O resultado desta

pesquisa encontra-se dentro do padrão ótimo sugerido pelos nutricionistas, que é uma

razão inferior a 4 e não excede 25:1 (Aferri et al., 2012). Diferentemente dos efeitos

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maléficos atribuídos à carne vermelha, essas características contribuem para a

diminuição dos riscos de desenvolver um câncer ou possíveis complicações

coronarianas, especialmente a formação de coágulos no sangue, o que poderia levar a

ataques do coração (Enser, 2001).

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VI CONCLUSÕES

O uso de suplementação com elevado teor de proteína fornecida em baixos

níveis de concentrado promove diminuição no consumo de matéria seca do pasto, efeito

substitutivo da forragem pelo concentrado, redução no consumo de fibra e proteína

bruta, redução dos coeficientes de digestibilidade dos nutrientes e desempenhos

biológicos similares aos obtidos com níveis mais elevados de suplemento com menor

concentração proteica, mesmo estes sendo mais energéticos. Resultados econômicos

consistentes são alcançados com os menores níveis de suplementação, mesmo quando

esses suplementos são mais caros que aqueles com menor teor de proteína.

O uso da suplementação pode conduzir a taxas mensais de retorno superiores a

30% ao mês. As atividades de pastejo e ruminação reduzem quando há aumento do

tempo destinado a outras atividades e do tempo de cocho, como reflexo do efeito

substitutivo.

A elevação do consumo de suplemento provoca redução nas concentrações de

ácidos graxos ômega-3 na carne de novilhos mestiços terminados em pastagem de

Brachiaria brizantha. Essa redução, no entanto, não eleva a razão para valores

superiores aos recomendados.

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