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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS O acesso à Informação no Departamento de Sócios do Sporting Clube de Portugal: 1906-1982 Fátima Susana Gonçalves Duarte Trabalho Projeto orientado pelo Prof. Doutor Carlos Guardado da Silva e pelo Mestre Luís Corujo, especialmente elaborado para a obtenção do grau de Mestrado em Ciências da Documentação e Informação 2017

O acesso à informação no Departamento de Sócios do Sporting … · 2020. 2. 12. · informação, apresentam-se estratégias de recuperação da informação e sugerem-se algumas

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UNIVERSIDADE DE LISBOA

FACULDADE DE LETRAS

O acesso à Informação no Departamento de

Sócios do Sporting Clube de Portugal: 1906-1982

Fátima Susana Gonçalves Duarte

Trabalho Projeto orientado pelo Prof. Doutor Carlos Guardado da

Silva e pelo Mestre Luís Corujo, especialmente elaborado para a

obtenção do grau de Mestrado em Ciências da Documentação e

Informação

2017

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UNIVERSIDADE DE LISBOA

FACULDADE DE LETRAS

O acesso à Informação no Departamento de

Sócios do Sporting Clube de Portugal: 1906-1982

Fátima Susana Gonçalves Duarte

Trabalho Projeto orientado pelo Prof. Doutor Carlos Guardado da

Silva e pelo Mestre Luís Corujo, especialmente elaborada para a

obtenção do grau de Mestrado em Ciências da Documentação e

Informação

2017

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RESUMO

Este projeto reflete sobre os possíveis meios de acesso e preservação da informação. Informação essa guardada em suporte analógico, que documenta os registos de Sócios realizados pelo Sporting Clube de Portugal, entre 1906 e 1982, uma vez que o software onde estavam armazenados se tornou obsoleto. Desenvolveu-se um estudo orgânico funcional que permitiu conhecer o modo como funcionava a criação de tais registos, a sua organização, a sua estrutura e as mudanças ocorridas durante este período. Através do organograma funcional e da avaliação da informação, apresentam-se estratégias de recuperação da informação e sugerem-se algumas propostas para o arquivo, de acordo com as exigências das recomendações internacionais existentes para o efeito. Este estudo foi concretizado com recurso a questionários, observação direta e indireta, análise da informação e caracterização das atividades desenvolvidas no Departamento de Sócios.

PALAVRAS-CHAVE: Ciência da Informação, Gestão da Informação, Acesso à

Informação; Software de gestão de documentos; Recuperação da Informação;

Departamento de Sócios do Sporting Clube de Portugal (SCP).

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ABSTRACT

This project discusses the different means to access and preserve information. More

specifically, this project focuses on the preservation of information regarding the registry

of Members of Sporting Clube de Portugal, between 1906 and 1982, which traditionally

was kept in an analog output which with time has become obsolete; thus the importance

of discussing how this information can be preserved over time.

A functional organic study was developed, which allowed to learn more about how these

means of storing information were developed, organized, structured, and what changes

occurred throughout this period. Through a functional chart and by evaluation of

information, it has been possible to present strategies of recovering information, and

herein proposals have been suggested for the archive, according to international

recommendations. This study was conducted by use of questionnaires, through direct and

indirect observation, information analysis and characterization of activities developed by

the Department of Members.

KEYWORDS: Information Science, Information Managment; Access to Information;

Documents management software; Information retrieval, Sporting Clube de Portugal

(SCP) Members Department.

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AGRADECIMENTOS

Para mim, foi um desafio ter terminado o mestrado em Ciências da Documentação

e Informação, no qual deparei-me com dificuldades e desafios, que só foram possíveis de

ultrapassar devido à ajuda, empenho e dedicação de um número vastíssimo de pessoas

que participaram directamente e indirectamente para que eu terminasse este mestrado e a

elaboração deste projecto. É por isso mesmo que não poderia deixar de agradecer a todas

as pessoas, que tornaram possível o que algumas vezes me pareceu impossível.

Antes de mais, quero agradecer à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

e a todo o corpo docente que leccionou as unidades curriculares deste mestrado, pelo

apoio, ajuda e disponibilidade dispendidos ao longo deste meu percurso académico.

Agradeço especialmente ao Prof. Doutor Carlos Guardado da Silva e ao Mestre

Luís Corujo, por quem tive a honra de ser orientada. Agradeço a confiança, a paciência,

a competência para conduzir as orientações de forma que fossem proveitosas e pelo tempo

por eles dispensado nas orientações deste projecto.

Agradeço imensamente ao Dr. José Quezada e ao Sr. José António e aos restantes

colaboradores do Departamento de Sócios do Sporting Clube de Portugal, pela excelente

receção e por não me terem feito sentir estagiária, assim como aos restantes colaboradores

que estão a trabalhar na área adestrita aos demais; ao responsável pelo Museu deste Clube

em que tudo começou e aos colegas que lá conheci, e ainda aos meus dois colegas (Jorge

e Sérgio) que me acompanharam quando da entrada para “estagiar” no Museu.

Agradeço à minha família e aos colegas por todo o apoio, a disponibilidade, a

motivação e a força que me deram ao longo deste percurso académico. Sem margem de

dúvidas que foram eles que tornaram este percurso mais agradável de se percorrer, bem

menos árduo e muito mais divertido. Mas, mais importante do que isso, foi a presença

deles, o ânimo e a força que me deram, incentivando a seguir em frente quando tudo

parecia perdido. Não tenho dúvidas em afirmar que jamais esquecerei todos os momentos

de partilha e de camaradagem.

A quem rege e permite tudo nesta vida.

A todos vós o meu MUITO OBRIGADO!

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SUMÁRIO RESUMO ......................................................................................................................... 3

ABSTRACT ..................................................................................................................... 4

AGRADECIMENTOS ..................................................................................................... 5

SUMÁRIO ........................................................................................................................ 6

LISTA DE SIGLAS ......................................................................................................... 7

ÍNDICE DE FIGURAS .................................................................................................... 8

ÍNDICE DE QUADROS .................................................................................................. 8

ÍNDICE DE ORGRANOGRAMA ................................................................................... 8

INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 9

1. REVISÃO DA LITERATURA E ESTADO DA ARTE............................................ 13

2. METODOLOGIA DE INTERVENÇÃO ................................................................... 28

2.1 O Princípio de Proveniência ................................................................................. 31

2.2 O Princípio da Ordem Original ............................................................................. 31

2.3 O Princípio da Preservação Digital ....................................................................... 32

2.4 Coleção ................................................................................................................. 32

2.5 Série ...................................................................................................................... 33

2.6 Breve narrativa sobre Sporting Clube de Portugal ............................................... 35

3. ESTUDO ORGÂNICO FUNCIONAL ...................................................................... 40

4. ESTRATÉGIAS DE RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO .................................. 50

4.1. Modelo de Sistemas Arquivístico ........................................................................ 61

5. AVALIAÇÃO DA INFORMAÇÃO .......................................................................... 69

6. A INFORMATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO .......................................................... 74

6.1 Desmaterialização da Informação ......................................................................... 74

6.2 Objeto Digital ....................................................................................................... 75

6.3 Gestão da Informação ........................................................................................... 78

6.4 Preservação Digital ............................................................................................... 82

6.5 Custo ..................................................................................................................... 87

6.6 Gestão do Repositório ........................................................................................... 92

6.7 Metadados ............................................................................................................. 94

7. PROPOSTA .............................................................................................................. 104

CONCLUSÃO .............................................................................................................. 109

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 111

BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 135

ANEXOS ...................................................................................................................... 140

Anexo 1 – Questionário ............................................................................................ 140

Anexo 2 – Primeiros Estatutos do Sporting Clube de Portugal ................................ 141

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LISTA DE SIGLAS

AIP – Archival Information Package

bit – binary digit

CI – Ciência da Informação

CONARQ – Conselho Nacional de Arquivos (Brasil)

DGARQ – Direcção-Geral de Arquivos (Portugal)

DLM – Document Lifecycle Management

e.g. – Example Given

EAC – Encoded Archival Context.

EAD – Encoded Archival Description.

HDD offline – Hard Disk Drive offline

IP – Internet Protocol

ISAAR (CPF) – International Standard Archival Authority Record (corporate, persons, families).

ISAD – International Standard Archival Description.

ISAD (G) – International Standard Archival Description (General)

ISO – International Organization for Standardization

ISO/IEC – International Electrotechnical Commission

ISO/TR – Technical Reports

JPEG – Joint Photographic Experts Group

MCRS – MoReq2010 Compliant Record System

MIP – Metainformação para a Interabilidade

MoReq – Modular Requirements for Records Systems

NP – Norma Portuguesa

OAI PMH – Open Archives Initiative Protocol for Metadata Harvesting

OAIS – Open Archive Information System

OCR – Otical Caracter Recognition

ODA – Orientações para a Descrição Arquivística

PDF – Portable Document Format

PDF/A – Portable Document Format for Archiving

RODA – Repositório de Objetos Digitais Autênticos

SCP – Sporting Clube de Portugal

SGDA – Sistema de Gestão de Documentos Arquivísticos

SIP – Submission Information Packages

SQL – Structured Query Language

SWOT – Strengths Weaknesses Opportunities Threats

TIFF – Tagged Image File Format

vs – Versus

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Conceção e Implementação de Sistema de Arquivo ..................................... 15

Figura 2 – Equipamento do SCP (1908-1927) ............................................................... 37

Figura 3 – Estratégias de Recuperação da Informação................................................... 50

Figura 4 – Ciclo de Gestão da Informação ..................................................................... 81

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 – Breve descrição Modelo OAIS .................................................................... 22

Quadro 2 – Relação entre classificação e descrição ....................................................... 55

Quadro 3 – Campos de descrição com a informação registada correspondente ao nível arquivístico Secção ......................................................................................................... 58

Quadro 4 – Lista das ferramentas encontradas ............................................................... 66

Quadro 5 – Critérios de análise de Sistemas Gestão de Documentos vs Sistema de controlo de informações descritivas ............................................................................... 67

Quadro 6 – Análise SWOT da informação ..................................................................... 73

Quadro 7 – Record Management vs Document Management ........................................ 79

Quadro 8 – Modelo LIFE3 .............................................................................................. 89

Quadro 9 – Preservação de ameaças genéricas à informação ........................................ 90

Quadro 10 – Princípios vs Política de Preservação Digital ............................................ 91

Quadro 11 – Metadados propostos pelo Dublin Core Metadata Initiative .................... 97

Quadro 12 – Tipos de Metadados ................................................................................... 99

Quadro 13 – Campos de descrição com a informação registada correspondente ao nível arquivístico Secção ....................................................................................................... 106

Quadro 14 – Proposta do modelo de descrição para a documentação (nível série, documento composto, documento simples).................................................................. 107

ÍNDICE DE ORGRANOGRAMAS

Organograma 1 – Estrutura organizacional do SCP em 1907 ........................................ 41

Organograma 2 – Estrutura organizacional do SCP em 1920 ........................................ 42

Organograma 3 – Estrutura organizacional do SCP em 1982 ........................................ 43

Organograma 4 – Estrutura do Arquivo do Sporting Clube de Portugal ....................... 53

Organograma 5 – Modelo qualidade na perspetiva do utilizador ................................... 63

Organograma 6 – Modelo de informação OAIS ............................................................ 75

Organograma 7 – Preservação de Coleção ..................................................................... 86

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INTRODUÇÃO

Em Portugal, o desporto e as Ciências da Documentação e Informação foram,

durante vários anos, dois mundos sem qualquer conexão. Na verdade, as Ciências da

Documentação e Informação começam a demonstrar interesse pelas sociedades

desportivas1, onde há muito por explorar em termos de organização do conhecimento.

Devido ao carácter desportivo das sociedades desportivas, estas têm

proporcionado aos indivíduos experiências de desporto e de conhecimento, tanto aos

profissionais praticantes, como aos colaboradores, aos sócios e adeptos das sociedades

desportivas. Este conhecimento está patente na gestão do mundo do desporto profissional,

nomeadamente através das atas, dos estatutos, comunicados, regulamentos, ou seja, na

informação acumulada em suporte de papel e digital desde a sua criação até à época atual,

que brinda o Sporting Clube de Portugal com vantagens competitivas a nível da

construção do conhecimento, na tomada de decisões e na comunicação das mesmas.

A partir dos anos oitenta, foram desenvolvidas iniciativas importantes com o

intuito de sistematizar o conhecimento nas sociedades desportivas que se traduziram na

realização de congressos, às escalas europeia e mundial, e no aumento da produção

bibliográfica (GARGANTA, 2001, p. 1) de carácter de gestão, marketing, estratégias de

jogos, campeonatos, rivalidades entres clubes, surgimento do futebol. No entanto, até à

atualidade, existem ainda poucos estudos sobre a organização do arquivo no meio

desportivo.

Os arquivos são destacados no seu papel de guardiões dos materiais da memória

e da história, que abrigam documentos em sentido amplo, constituindo fontes primárias

de pesquisa, portadoras de informações que refletem as atividades que lhes deram

origem. A memória encontra sua âncora nesses lugares onde a imaginação supõe

guardarem também a verdade (THIESEN, 2013, p. 3). Neste sentido, o arquivo é

responsável pela oferta de informação no ambiente tradicional, tal informação deve ser

depositada em um suporte de longa durabilidade que poderá ser um documento

fisicamente materializado ou não-materializado que, através da sua localização,

1 Nos termos do art. 2.º do Decreto-lei n.º 10/2013, de 25 de Janeiro, define-se a sociedade desportiva como “a pessoa coletiva de direito privado, constituída sob a forma de sociedade anónima ou sociedade unipessoal por quotas cujo objeto consista na participação numa ou mais modalidades, em competições desportivas, na promoção e organização de espetáculos desportivos e no fomento e desenvolvimento de atividades relacionadas com a prática desportiva da modalidade ou modalidades que esta sociedade tem por objeto.”

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recuperação, apresentação e interpretação no contexto das funções e atividades da

organização permite a demonstração da realidade dos factos, como prova documental,

consagrada nos termos do Código Civil (art.º 341º; art.º 362º e 371º). Um conceito similar

é definido pelo Conselho Internacional de Arquivos (CIA), que define documento como

sendo informação de qualquer tipo, registada em qualquer suporte, produzida ou recebida

e conservada por uma instituição ou pessoa no exercício das suas competências, ou

atividades (ISAD(G), 2002, p. 13).

A desmaterialização pode ser uma solução para uma maior eficiência para a gestão

do arquivo. Mais do que desmaterializar (transformar a informação em suporte papel em

um ficheiro eletrónico) as organizações teram que tratar os documentos nado-digitais com

eficácia.

Na era digital, precisamos considerar formas/procedimentos que nos ajudarão a

conservar a memória e a provar que foram feitas as descobertas e os avanços

fundamentais para preservar a maior parte da história do futuro (GLADNEY, 2007, p.

21).

As tecnologias de informação surgem como ferramentas auxiliares que

possibilitam trabalhar o passado no presente e assimilar as suas relações com a sociedade

de informação na preservação da memória e do conhecimento, pois, além de capturarem,

salvaguardarem, preservarem, armazenarem e disseminarem a informação, proporcionam

a sua organização de forma a promover o seu encontro com aqueles que a procuram. A

digitalização dos documentos físicos e a possibilidade de gerar documentos virtuais

tornam possível guardar uma quantidade considerável de documentos em pastas virtuais

dentro de sistemas digitais, conforme o espaço de armazenamento.

O Princípio da Proveniência e o Princípio da Ordem Original presentes na NP

4041 (IPQ, 2005, p. 16) ajudam nas abordagens para a preservação digital,

independentemente das estratégias utilizadas para aumentar a sua disponibilidade a longo

prazo dos “objetos digitais”.

Segundo a ISO 9000, um “procedimento escrito” ou “documentado” inclui

normalmente o objetivo da atividade, o que deve ser feito e por qualquer papel funcional,

onde e como deve ser feito; quais materiais, equipamentos e documentos devem ser

usados e como a atividade deve ser registada, controlada e medida (NBR ISO 9000,

2000).

No levantamento de informação sobre o tema em que se insere o referido estudo,

isto é pesquisas realizadas até à atualidade sobre a temática e o estado do conhecimento

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respeitante a este objeto de estudo, não foram encontrados estudos referentes à

organização da informação documental que guarda a história dos registos administrativos,

como por exemplo, estudo orgânico funcional dos órgãos de gestão do Sporting Clube de

Portugal entre os anos 1906 e 1982; a revisão da numeração de sócios; informação sobre

admissão ou a eliminação de Sócios; clarificação sobre distinções; identificação da

classificação utilizada para diferenciar as diferentes categorias e subcategorias de Sócio,

ou seja, como era organizada a informação desta época. Encontramos, assim um nicho

nesta área, que foi objeto de estudo deste pojeto.

O projeto começa com um conceito e termina na tradução desse conceito em uma

especificação de algo que pode ser produzido (Nigel Slack et al., 1997).

Existe uma interrelação entre a criação do trabalho e a produção do trabalho final

que devem ser tratados simultaneamente. Este projeto nasceu a partir de uma proposta de

“estágio” no Museu do Sporting Clube de Portugal (SCP), que mais tarde foi direcionado

para o projeto de digitalização já iniciado no Departamento de Sócios, para o qual fui

chamada a colaborar e, assim, surgiu a ideia de fazer um trabalho projeto para adquirir do

grau de mestre em Ciências da Documentação e Informação. Deste modo, dando

continuidade ao Projeto de Digitalização dos documentos referentes aos anos 1906-1980

depositados no acervo do Departamento de Sócios, (iniciado em Maio/Junho de 2016

pelo Departamento de Sócios do SCP) visando a melhoria dos serviços prestados pelo

mesmo, contribuindo para a transparência, gestão da informação e preservação da

memória, procurando a racionalização, a organização do acervo, foi proposto ao

reponsável do Departamento de Sócios realizar um estudo cientifico sobre a recuperação

da informação que já estava sendo objeto de desmaterialização. Assim a proposta, uma

vez aceite e lapidada, deu origem à pergunta de partida: Como melhorar, de modo eficaz

e eficiente, o acesso à informação, produzida entre 1906 e 1980, no Departamento de

Sócios do Sporting Clube de Portugal?

Com a pergunta de partida definida foi possível delinear o título deste trabalho

projeto O acesso à Informação no Departamento de Sócios do Sporting Clube de

Portugal: 1906 – 1982.

A alteração das datas a que o estudo se refere foi devido ao facto de que ao longo

deste estudo não nos foi possível encontrar documentação legislativa referente à época de

1979/80. Com a ajuda do colaborador do Departamento de Sócios, tivemos acesso aos

estatutos aprovados em assembleia geral em 1981 e publicados em Diário da República

em 1982. Para além desta limitação, também não foi possível, em tempo útil, encontrar

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informação sobre o surguimento do órgão produtor da informação (Departamento de

Sócios), uma vez que o SCP tem o seu acervo dividido pelos vários departamentos e não

existe uma comunicação entre os acervos relativamente à localização da documentação o

que também dificultou os próprios colaboradores em ajudar-nos a ter acesso à informação

relativa aos anos 1906 a 1980.

Posto tal delimitações fomos obrigados a redefinir os objetivos a que nos

proporcemos aquando da idealização deste trabalho projeto relativamente ao período de

estudo. Assim sendo traçamos como objetivo geral apresentar um estudo sobre o acesso

à informação, no Departamento de Sócios entre os anos 1906 e 1982, através do

desenvolvimento de um estudo orgânico funcional da estrutura do SCP (capítulo 3). No

capítulo 4 apresenta-se algumas soluções para a organização, classificação e descrição da

informação e ainda possíveis ferramentas tecnológicas que ajudam na realização destas

tarefas; expomos uma reflexão sobre possíveis formas de avaliação da informação

(capítulo 5); a informatização da informação com o estudo da desmaterialização, a gestão,

a preservação, o custo da informação e os metadados necessários para a localização da

informação, encontra-se no capítulo 6. Sendo este estudo um trabalho projeto, o último

capítulo referente-se a algumas propostas que poderão ser uma mais-valia para a gestão,

a recuperação e o armazenamento de informações digitais e analógicas sobre os Sócios

do SCP.

Todos estes objetivos foram realizados através de um conjunto de processos

divididos em oito etapas: recolha e análise das leis orgânicas / estatutos; compilação de

documentação legislativa do Departamento de Sócios, enquanto produtores de

documentação acumulada; recolha dos instrumentos de gestão, classificação, descrição e

pesquisa da informação; entrevistas e inquéritos, formais e informais, aos colaboradores

envolvidos técnica e administrativamente, para um primeiro reconhecimento das

séries/subséries em avaliação; avaliação da documentação organizada; elaboração de

instrumentos de acesso à informação; organização física do arquivo; comunicação e

difusão da unidade informacional (capítulo 2).

Em suma, o presente trabalho está estruturado da seguinte forma: Introdução,

Revisão da Literatura e Estado da Arte, Metodologia, Estudo Orgânico Funcional,

Estratégias da Recuperação da Informação, Avaliação da Informação, Informatização da

Informação, Proposta e Conclusão.

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1. REVISÃO DA LITERATURA E ESTADO DA ARTE

No que à Revisão da Literatura e Estado da Arte diz respeito, neste trabalho, são

indispensáveis, na medida em que pressupõem uma identificação da principal literatura

sobre o objeto de estudo.

O respeito aos fundos e o respeito à ordem original podem acontecer de forma

intelectual, preservando a organicidade dos documentos e os aspetos jurídicos e

administrativos, as quais estão circunscritas a uma determinada região (LODOLINI,

1993, p. 151-160). No entendimento de Casanova (1966) e Duranti (1996) demonstram

que o respeito aos fundos e o respeito à ordem original são elementos desdobrados do

Princípio da Proveniência. Duranti acredita na importância de se conhecer e estudar os

produtores e as “multiprocedências” dos arquivos, de forma a se reconstituir as funções,

competências, atividades e unidades administrativas (DURANTI, 1996, p. 82).

A proveniência tornou-se um dos conceitos principais da organização e

arquivamento dos documentos (DOLLAR, 1992, p. 48-51; BEARMAN, 1989, 1995;

HEDSTROM, 1995), que tem como pressuposto subjacente a preservação da integridade

de um objeto de informação através do registo da sua origem e da sua custódia.

No meio digital, as questões da proveniência da informação colocam-se através da

publicação do registo vinculados às diferentes versões de software e hardware (LYNCH,

1996, p. 143). O desafio é encontrar soluções, políticas e responsabilidades que preservem

os sistemas de informação e os seus produtos (HEDSTROM 1991, p. 349; DOLLAR,

1992, p. 62), isto significa que os arquivos devem documentar o registo da migração, e

em particular, das transformações que ocorreram nos objetos de informação aquando da

atualização para novas versões de software e hardware (GARRETT; WATERS, 1996, p.

17), e assim, cria a presunção de que se trata de um objeto autêntico, não manipulado,

não alterado ou falsificado (DURANTI, 1995, p. 7-8).

A organização e o depósito físico de documentos analógicos é susceptivel de

oferecer uma maior garantia de recuperação do que apenas arrumar esses documentos em

uma gaveta. O simples armazenamento dificilmente é uma solução completa, porém, a

longo prazo, os documentos físicos podem sofrer alguma deterioração física (LOPES,

[2008, p. 2]). Hugh Taylor (1987-88, pp. 15-24), um influente analista de crescente

importância de documentos eletrónicos e as preocupações sobre a obsolescência que lhes

estão associados, considera que tais documentos indicam um retorno à oralidade

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conceitual ou seja, um retornar ao quadro medieval onde palavras ou documentos foram

intimamente relacionados ao seu contexto e às ações decorrentes do contexto.

No contexto português, a gestão dos documentos é marcada por um grande

desconhecimento e falta de aplicação das recomendações internacionais, normas

portuguesas e boas práticas de Gestão da Informação.

Em muitos casos, gestores e público em geral consideram que “fazer Gestão

Documental” ou Gestão da Informação é comprar um software, sem saber bem quais os

seus requisitos, comprar um servidor e alguns scanners e começar a digitalizar toda a

documentação. Com certeza que estes três passos fazem parte do processo de Gestão da

Informação, mas devem ser acompanhados de uma análise detalhada das necessidades,

da implementação de outras ferramentas e alterações de procedimentos. Essencialmente,

podemos compilar os maiores problemas encontrados nas organizações nestes cinco

grupos principais: aquisição de ferramentas desadequadas; projetos de implementação

focados apenas nas ferramentas; envolvimento dos gestores nas implementações;

deficiência na legislação portuguesa para esta área; falta de recursos humanos com

formação (APDSI, 2014, p. 12).

A gestão de documentos de arquivo é definida pelas recomendações internacionais

da ISAD(G) que assegura a criação de descrições arquivísticas consistentes, apropriadas

e auto-explicativas; ISAAR (CPF) estabelecem requisitos para descrição das entidades

associadas à produção e gestão de arquivos (pessoas coletivas, singulares e famílias);

EAD descreve as coleções do arquivo e as suas estruturas através de elementos e atributos

de maneira que uma máquina consiga ler; EAC (CPF) fornecem requisitos para a

descrição de informações sobre os criadores do material arquivado e o meio em que foram

criados e utilizados; ISO 16175 Information and Documentation – Principles and

Functional Requirements for Records in Electronic Office Environments, define um

conjunto de processos e requisitos que ajudam na identificação e na gestão de documentos

em Sistema Gestão Documental de Arquidos (SGDA); ISO 26122 Information and

Documentation – Work Process Analysis for Record, sugere elementos para a criação,

captura e controlo de documentos através da descrição funcional e de uma análise dos

fluxos de transações de negócios; ISO/DIS 30300/30301 Management Systems for

Records, esclarece sobre o vocabulário e os principais conceitos/ descreve requisitos para

SGDA.

A NP 4438-1 Informação e Documentação – Gestão de Documentos de Arquivo

transpõe para Portugal os princípios expressos na ISO 15489-1 Information and

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Documentation – Records Management, ela própria desenvolvida a partir da Norma

Australiana AS 4390, Records Management, cujo objetivo é assegurar que os documentos

sejam criados, organizados e arquivados de forma pertinente. A norma portuguesa está

fundamentada nos termos do artigo 13.º do Decreto-Lei 16/93, de 23 de Janeiro, onde

gestão de documentos entende-se como sendo o conjunto de operações e procedimentos

técnicos que visam a racionalização e a eficácia na criação, organização, conservação,

avaliação, selecção e eliminação de documentos, nas fases de arquivo corrente e

intermédio, e na remessa para arquivo definitivo.

O objetivo da aplicação das recomendações, acima citadas, é essencialmente

permitir a utilização integrada e interrelacionada das várias normas, proporcionando a

interligação e a partilha entre os registos descritivos associados a cada uma delas

(ANTÓNIO; SILVA, 2011, [p.6]).

Figura 1 – Conceção e Implementação de Sistema de Arquivo

Fonte: National Archives of Australia and State Records New South Wales

Este modelo evidência várias etapas da gestão de informação, desde a investigação

preliminar (etapa A) cujo propósito é fornecer à organização uma compreensão dos

contextos administrativos, legal, funcional e social em que opera de forma a conseguir

identificar os principais fatores que influenciam a sua necessidade de criar e manter

documentos de arquivo, até à última fase (etapa H) que consiste no controlo, ajustamento

e revisão e cujo objetivo é medir a eficiência do sistema de arquivo para avaliar o processo

do seu desenvolvimento e corrigir as deficiências, bem como estabelecer um regime de

Etapa A: Efetuar investigação preliminar

Etapa B: Efetuar análise funcional

Etapa C: Identificar requesitos de documentos de arquivo

Etapa E: Identificar estratégias para cumprimento de requisitos dos documentos de arquivo

Etapa F: Desenhar o sistema de arquivo

Etapa D: Avaliar os sistemas existentes

Etapa H: Efetuar controlo, ajustamento, revisão

Etapa G: Implementar o sistema de arquivo

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monitorização continua. Completando este processo a organização terá garantias de um

retorno contínuo do investimento no sistema de arquivo e deverá igualmente passar a ter

informação objetiva, capaz de demonstrar que os registos das suas atividades estão a ser

adequadamente criados e geridos (FREITAS, 2011, [p. 3]).

A gestão de documentos de arquivo não inclui apenas a conceção, implementação

e administração de sistemas para gestão de documentos de arquivo. O estabelecimento de

políticas, normas, procedimentos, recomendações e responsabilidades; o fornecimento de

serviços para facilitar o uso e gestão dos documentos e a integração dos SGDA com os

processos de negócio são também essenciais para a gestão eficiente e sistemática dos

documentos de arquivo.

O Electronic Records Management Software Applications Design Criteria

Standard (DoD 5015.2) foi um standard adotado por muitos estados dos EUA e outros

países. Esta norma serviu também como referência de boas práticas para empresas

privadas e organizações que procuram software de gestão documental. É um documento

que define requisitos para a gestão de documentos de arquivo no departamento de defesa

dos Estados Unidos da América e que estabelece requisitos funcionais para a

identificação, classificação, armazenamento, segurança e outros procedimentos para a

gestão da informação (DoD 5015.02-STD, 2007, p. 32).

Os metadados, compatibilidade de versões anteriores, acessibilidade,

extensibilidade, segurança, são recomendações fundamentais para um sistema de gestão

de documentos de arquivo e tem como objetivo o desenvolvimento de registos de

metadados para que através da Web estejam acessíveis e que os mesmos descrevam os

registos e o contexto das informações. O DoD 5015.2 foi a base para standards globais

para a gestão documental como o United Kingdom's Public Record Office (PRO) e o

modelo de requisitos da União europeia MoReq (DoD 5015.02-STD, 2007 p. 32).

A visão do MoReq2010 (Modular Requirements for Records Systems) é que um

SGDA, é um conjunto de módulos que podem ser integrados como uma aplicação

separada que a organização usa ou como parte de outras aplicações responsáveis por gerir

documentos de arquivo. Esta nova perspetiva permite ver a gestão de documentos de

arquivo não como um processo de negócio que tem que ser corrido pelas organizações,

mas sim como parte integrante dos processos de negócio das organizações (VIEIRA;

BORDINHA, 2011, [p.9]).

O MoReq2010 tem como objetivo fornecer um conjunto de requisitos, simples,

mas abrangente, para um sistema de gestão documental, adaptável e aplicável a diferentes

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atividades informativas e de negócio, setores industriais e tipos de organização (DLM

FORUM FOUNDATION, 2011, p. 12).

Um SGDA que cumpra a interoperabilidade com outros sistemas de

documentação em conformidade com o MoReq2010 é designado por MCRS

(MoReq2010 Compliant Record System). O MCRS não só compreende as User; Group;

Role; Class; Record; Record Component, e os seus próprios processos como torna

possível exportá-los para um formato normalizado que pode ser descodificado por outro

MCRS. Isto permite que um conjunto de sistemas bastante diferentes possam todos ser

igualmente MCRS e assim evita perder o histórico dos documentos existentes

(MoReq2010, 2010&2011, p. 21).

O MoReq foi desenvolvido pelo DLM-Forum (Document Lifecycle Management)

para ser aplicado em setores públicos ou privados que pretendam adquirir ou avaliar um

sistema de gestão de documentos de arquivo.

Neste novo mundo inteligente, o arquivo desempenha um papel estratégico,

levando ao desenvolvimento de novos produtos, serviços e novos modelos de negócio

inteligentes (KARGERMANN et. al., 2013, p. 16; KARGERMANN, 2014, p. 603).

Frank Burke aponta que a mudança tecnológica moderna tem sérias implicações para a

prática de arquivamento e de formação profissional (…) apontando para um futuro de

caos arquivístico [Tradução nossa]2. Para evitar tal caos, Hugh Taylor salienta que a

sobrevivência do arquivo depende da prestação de apoio à comunidade, ajudando o

cidadão a valorizar a sua memória, desempenhando funções sociais e cuidando do seu

conteúdo (TAYLOR, 1982-83, p. 118-122). O êxito do arquivo ocorre quando o

arquivista conhece a comunidade, bem como os registos e consegue, com sucesso, a

intermediação entre os dois, [Tradução nossa]3 assim, entende-se que é a comunidade e

não o arquivista que preserva os documentos do arquivo.

No livro de Ernst Wolfgang intitulado Digital memory and the archive menciona

que Michael Wettengel refere que um arquivo digital tem duas encarnações: em

contraste com o arquivo tradicional, a lógica e a estrutura física dos documentos digitais

não estão indissoluvelmente ligados, mas são armazenados independentemente uns dos

outros. As formas nas quais os dados são armazenados e em que são apresentados são

2 Burke points out that modern technological change has serious implications for archival practice and for professional training (…) point to a future of archival chaos (BURKE, citado por CRAIG, 1992, p. 11). 3 Archives succeed when the archivist knows the community as well as the records and successfully mediates between the two (CRAIG, 1992, p. 11).

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distintas. A característica dos arquivos digitais é o fato de que eles podem ser

instantaneamente apagados mais rápido do que por qualquer fogo na biblioteca em

Alexandria. Bernard Stiegler nota que no computador é possível escrever e apagar em

um suporte eletromagnético, como cálculo, o processamento de informações a uma

velocidade próxima da luz (WOLFGANG, 2013, p. 93).

O computador não lê literalmente textos, mas digitaliza-os, assim, entendendo a

escrita como um conjunto de sinais (que podem ou não ser recompostos para formar uma

página de texto ou uma imagem). O processamento de sinal substitui a leitura pura. Ainda

assim, Friedrich Kittler entende que os dois sinais de direção mais importantes que ligam

a unidade de processamento central do computador para a memória externa estão sendo

chamados de LER e ESCREVER (WOLFGANG, 2013, p. 130-131).

A transformação dos objetos físicos em digitais (MAGAUDDA, 2012, p. 111) é

um fenómeno da desmaterialização que vem sendo estudado com o sinónimo de

digitalização (BELK, 2013, p. 478-479) e, tem como principal objetivo, na maioria das

vezes, potenciar a comunicação da informação, anulando as dimensões tempo e espaço,

permitindo o seu acesso remoto (ROLAN, 2015, p. 45).

A ISO 15801:2009 e a ISO 13028: 20104 contêm os elementos essenciais para o

processo de digitalização, nomeadamente boas práticas, metadados, nomenclatura de

ficheiros, controlo de qualidade entre outros.

Os documentos digitalizados dão origem à criação de objetos digitais a partir de

documentos físicos conseguidos através de várias ferramentas como scanner, máquina

fotográfica, de filmar ou digital, entre outros dipositivos eletrónicos que podem ser

guardados tanto em meio digital (computador), como em formato físico (após ser

reproduzido em papel). Os textos digitalizados podem ser criados através da

digitalização, que pode ser feito de duas maneiras diferentes: semi-automática ou

automática, através do Optical Character Recognition (OCR), que identifica texto em

imagens digitais (LOPES, [2008?], [p. 6-7]).

Não são apenas sequência de zeros e uns ou cadeias de bits (bitstream), mas o

conjunto de decisões que definiram a formação básica do objeto informacional como um

objeto único. Isso envolve a descrição de informações que podem ser representadas de

diferentes formatos (TIFF, PDF, XML, etc.) que se subdividem em três classes de

4 ISO 15801:2009 Document Management – Information stored eletronically – Rocomendations for trustworthiness and reliabity, e a ISO 13028: 2010 – Information and documentation – implementation guidelines for digitization of records

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informação: textual, gráfica e sonora (LOPES, [2008?], [p. 7]) mas o seu conteúdo será

sempre interpretado do mesmo modo, no momento da sua recuperação, ou seja, será a

mesma cadeia de bits com seu significado original (ARELLANO, 2008, p. 22).

Segundo as resoluções da United Nations Educational, Scientific and Cultural

Organization (UNESCO), como a “Carta sobre a Preservação do Património Digital”

(2003), pode afirmar-se que existe uma preocupação muito grande em salvar o património

cultural e científico digital, garantindo assim, o acesso a esses recursos às funcionalidades

dos registos eletrónicos autênticos. A literatura da área, na sua maioria, foca alguns

métodos de preservação de documentos digitais e mostra a sua limitação e o enorme

crescimento dos registos digitais. Na área da arquivística, existe ainda o desafio de

estabelecer recomendações, políticas e estratégias para as melhores práticas de

arquivamento digital.

Segundo Miguel Ferreira (2006, p. 66) a definição de uma política de preservação

envolve, geralmente, todas as facetas de um arquivo. Implica a criação de políticas de

avaliação e seleção de materiais, a identificação de esquemas de metainformação

apropriados (metainformação descritiva, técnica, de disseminação, estrutural e de

preservação), a definição de estratégias de preservação adequadas a cada classe de

objetos digitais, a criação de planos de sucessão para a eventualidade da organização

detentora da informação interromper a sua atividade, a utilização de modelos

sustentáveis de financiamento, entre outros.

Edward M. Corrado (2014, p. 30), refere que os sistemas de software de

preservação digital estão melhorando a cada dia fazendo com que a preservação digital

evolua rapidamente. Alguns destes sistemas incluem (1) Rosetta, um sistema proprietário

de Ex Libris, e sucessor de Digitool, (2) Tessellas várias soluções de preservação digital,

(3) DAITSS (Dark Archive in the Sunshine State), na aplicação Open Source

desenvolvido por Florida Center for Library Automation, com financiamento do Instituto

do Museu e biblioteca de serviços, (4) Archivematica no sistema open source projetado

para recomendações com base no acesso a longo prazo para materiais digitais, (5) RODA,

um sistema open source que é um repositório de objetos digitais que tem por base a

plataforma Fedora Commons. Foi concebido com base no modelo de referência OAIS. (6) Figshre, um repositório de open source baseado na cloud para pesquisas.

Existe um interesse crescente à volta dos repositórios e um número cada vez maior

de recursos ou de repositórios de objetos, que estão sendo desenvolvidos e

disponibilizados, tanto em iniciativas de software livre, open source e até alguns com

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aquisição de uma licença de uso. Uma das razões para o aumento do número dos

repositórios é a disponibilidade crescente de plataformas, tais como, (1) EPrints5, open

source, é a plataforma mais utilizada em repositórios institucionais; (2) CKAN6, um

sistema de gestão de dados open source desenvolvido pela Open Knowledge Foundation

(3) Fedora Commons7 (Arquitetura do repositório flexível de repositório de objetos

digitais), originalmente desenvolvido pela Universidade de Cornell para a gestão de

conteúdos digitais; (4) Fedora: Databank, Hydra, VITAL, Islandora, softwares open

source que fornecem um repositório open source por meio de ampla infraestrutura para o

armazenamento, gestão e disseminação de objetos digitais, incluindo o relacionamento

entre eles (Sayão; Marcondes, 2009); (5) Dspace8 software open source que fornece um

repositório com funções de captura, distribuição e preservação da produção intelectual e

científica, dando visibilidade e garante acessibilidade no decorrer do tempo (Sayão;

Marcondes, 2009); (6) Datastar9 um sistema de repositório open source desenvolvido

pela universidade de Cornell e Washington. Projetado para promover a publicação ou

arquivamento de dados e metadados; (7) ContentDM10 um software de repositório

proprietário da OCLC, usado para a gestão de coleções digitais da biblioteca da

Universidade de Sheffield; (8) Digitool11 um software de repositório proprietário de Ex-

Libris, em uso na Universidade de Leeds; (9) Equella12 um repositório proprietário mais

utilizado em repositórios institucionais; (10) Archimede13 um sistema de repositório

open source projetado na biblioteca da Universidade de Laval, baseado no modelo

Dspace. O sistema não é dependente, sendo a plataforma baseada em componentes de

open source – Java, Apache Ant, SQL (recomendado) e Lucerna; (11) ARNO14, um

software desenvolvido pelo projeto ARNO (pesquisa académica nos Países Baixos

Online), que tem como parceiros as universidades de Amsterdam, Twente e Tilburg; é

baseado na arquitetura Apache, Oracle e Perl (LEWIS, 2014, p. 2-5).

5 http://www.eprints.org/ 6 http://ckan.org/ 7 http://www.fedora-commons.org/ 8 http://www.dspace.org/ 9 https://sites.google.com/site/datastarsite/ 10 http://cdm15847.contentdm.oclc.org/cdm/ 11 http://cdm15847.contentdm.oclc.org/cdm/ 12 http://www.equella.com/ 13 http://www.bibl.ulaval.ca/archimede/index.en.html 14 https://www.h-net.org/announce/show.cgi?ID=127076

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É fundamental o uso de normas e recomendações internacionais de arquivamento

de metadados para proporcionar uma gestão mais efetiva de estratégias de preservação de

documentos digitais.

Uma das consequências da preservação digital é que a nossa atenção é mais

direcionada para a estrutura e as operações dos objetos individuais de preservação do

que para os requisitos e características dos repositórios digitais (SCHLATTER, et al.,

1994, p. 239-263). Torna-se crucial encontrar condições ideais para a sua implementação,

mas o “problema” com a preservação digital é a falta de métodos comprovados para

garantir que a informação digital continuará a existir (RUUSALEPP, 2005; GLADNEY

2007).

A preservação de documentos eletrónicos está conduzindo a estudos sobre a

criação, manutenção e recuperação de arquivos a longo prazo, com base no modelo Open

Archive Information System (OAIS). O modelo referencial OAIS foi desenvolvido pelo

Consultative Comitee for Space Data Systems (CCSDS), e foi aprovado para publicação

como ISO 14721:2003, que descreve um enquadramento conceptual para um arquivo

digital, mas que rapidamente passou a ser utilizado na conceptualização de repositórios

digitais genéricos, descerrados a todas as sociedades com garantias de confiabilidade. O

modelo OAIS consiste numa estrutura concetual que disciplina e orienta um sistema de

arquivo dedicado a preservar e manter o acesso à informação digital por longo prazo.

O OAIS é um modelo conceitual que descreve um modelo funcional e um modelo

de informação para a preservação e o acesso aos materiais digitais administrados pelo

repositório.

De acordo com o modelo OAIS, as funcionalidades de um repositório estão

organizadas em seis grandes grupos: admissão (ingest), o armazenamento de arquivo, a

gestão de dados, o planeamento de preservação, a administração e o acesso. As

funcionalidades de cada grupo são detalhadas no modelo funcional e podem ser acessadas

por três tipos de agentes: produtores (pessoas ou sistemas que depositam os objetos

digitais no repositório), consumidores (pessoas ou sistemas que interagem com o OAIS

para acessar os objetos digitais) e administradores (responsáveis pelo estabelecimento das

políticas e pela gestão dos objetos digitais preservados). Nós damos uma breve descrição

de cada uma destas entidades funcionais.

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Quadro 1 – Breve descrição Modelo OAIS

Entidade funcional

Breve descrição A

dmis

são

(In

ges

t)

A entidade permite que os objetos digitais sejam depositados no sistema. Ele aceita Submission Information Packages (SIP) e prepara os conteúdos do SIP para que possa ser objeto de gestão e armazenamento com o arquivo compatível com OAIS. Um SIP geralmente inclui informações de conteúdo e algumas informações Preservation Description Information (PDI)

Arm

azen

amen

to d

e ar

quiv

o

A entidade fornece serviços e funções, relacionadas com o armazenamento, manutenção e recuperação de Archival Information Package (AIP). Serviços de arquivamento de armazenamento incluem colocação AIP no armazenamento permanente, recursos de recuperação de desastres, verificação de erros e fornecendo AIP à entidade funcional de acesso.

Ges

tão

de

dado

s

A entidade fornece serviços e funções relacionadas com o preenchimento, a manutenção e o acesso a metadados descritivos e administrativos. Funcional inclui a manutenção de esquemas e exibições, executando atualizações de database e a realização de consultas e produção de relatórios com base em dados de gestão.

Adm

inis

traç

ão A entidade fornece serviços e funções que suportam o funcionamento geral do sistema. A

administração funcional inclui solicitar e negociar o emaranhado de submissão com os produtores, auditoria submissões para garantir que eles atendam às recomendações de arquivo e manutenção de gestão de configuração do sistema de hardware de e software Além disso, ele fornece funções de engenharia de sistema e é responsável por estabelecer e manter políticas e normas de arquivo, fornecendo apoio ao cliente e ativando os solicitações de arquivo (LAVOIE, p. 12).

Pla

neam

ento

de

pres

erva

ção

A entidade fornece serviços e funções para monitorar o ambiente de OAIS, fornecendo recomendações e um plano de conservação para garantir que as informações armazenadas no OAIS permanecem acessíveis e compreensíveis a longo prazo, para a Comunidade designada mesmo se o ambiente de computação original torna-se obsoleto (LAVOIE, p. 13). As funções incluem recomendações de atualizações de Informação Arquivística, migrando de um formato atual e documentar políticas e recomendações de arquivamento. As funções incluem fornecimento de relatórios de análise de risco e monitorização tecnológico na Comunidade designada são requisitos de serviço.

Ace

sso

A entidade fornece serviços e funções que oferecem suporte a utilizadores finais. Estes incluem ser capaz de determinar a existência, descrição, localização e avaliação de informações armazenadas no OAIS e permitir que os consumidores solicitem e recebam informações de produtos. As funções de acesso incluem a comunicação com os consumidores para receber o pedido, aplicando controlo para limitar o acesso especialmente a conclusão bem-sucedida, gerando respostas (divulgação informações de pacotes de resposta de consulta, relatórios) e fornecer as respostas para consumidores (LAVOIE, p. 13).

Fonte: Brian Lavoie em The Open Archival Information System (OAIS) Reference Model:

Introductory Guide (2014, p. 11-13).

O modelo de referência OAIS é reconhecido como o mais importante

documento conceitual voltado para a preservação digital. O objetivo é

aumentar o grau de consciência e compreensão dos conceitos relevantes para

o arquivamento de objetos digitais, especialmente entre instituições não

arquivísticas (SAYÃO, 2012, p. 28-29).

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Segundo o autor Henry M. Gladney (2007, p. 14), um repositório deve

desempenhar as suas responsabilidades através da negociação e aceitação do conteúdo

dos produtores de informação; da obtenção do controlo do conteúdo jurídico e técnico,

para garantir a preservação a longo prazo; delimitar as pessoas que constituem a

comunidade para a qual o seu conteúdo deve estar disponível; políticas e procedimentos

documentados para preservar o conteúdo contra todas as eventualidades e permitir sua

difusão como cópias autenticadas do original, ou como pesquisáveis.

No âmbito de arquivos digitais, Maria de Lurdes Saramago (2003, p. 5) indica que

para as organizações que pretendem criar repositórios digitais a longo prazo para dar

resposta ao problema dos custos da preservação deve existir uma estratégia de

planeamento ao mais alto nível da organização, uma vez que será necessário identificar

as finalidades da preservação digital no repositório digital e a estrutura do repositório,

no sentido de garantir que o conteúdo do repositório sobreviva à evolução tecnológica,

ou mesmo ao próprio repositório ou à própria instituição ou organização.

No quadro normativo, no qual se destaca, a nível internacional como principais

orientadores da operacionalização exigida a nível da segurança da informação, as

recomendações da ISO/IEC 27001:2005 Segurança da Informação; ISO/IEC 2000-

1:2005 Information technology - Service management - Part 1: Service management

system requirements; ISO/IEC 14721:2012 – Space data and information transfer

systems – Open Archival Information System – Reference Model, a ISO/TR 1492:2005 –

Long-term preservation of electronic document - based information e a ISO 16363:2012

– Space data and information transfer systems – Audit and certification of trustworthy

digital repositories, são auxiliares fundamentais quando se pretende implementar um

repositório digital para que sejam assegurados o armazenamento, a salvaguarda, o acesso

e o uso à informação digital (atualizado SOUSA, 2013; OLIVEIRA, 2014, p. 1).

O surgimento do repositório digital open source possibilitou a disseminação da

informação no meio digital por qualquer utilizador. Os repositórios digitais têm uma

estrutura bem definida para armazenamento de informações na Web, o que tende a

facilitar o processo de recuperação (SEGUNDO, 2010, p. 43), permitem auto-arquivar

documentos pelo próprio autor ou responsável, nos quais devem descrever as informações

que representam o documento em campos específicos de metadados, interferindo na

qualidade da recuperação da informação (LEITE, 2009). Os procedimentos de descrição

do documento podem ser de catalogação, classificação, indexação ou resumo, procurando

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a uniformização e a qualidade das informações e, consequentemente, uma melhor

recuperação no meio tradicional (MONTEIRO, 2008).

As estratégias operacionais de preservação digital visam a criação e utilização de

metadados que versam sobre a conservação de software e hardware, emulação ou

migração, como uma forma de garantir a autenticidade, memorizar a gestão de dados e

de direitos, e para a interação com recursos de procura (ROTHENBERG, 1999). Os

metadados podem ser incorporados num objeto digital ou podem ser armazenados

separadamente. Os metadados são muitas vezes incorporados em documentos HTML

(HyperText Markup Language) e nos cabeçalhos de ficheiros de imagem. Os metadados

registados com descrição do objeto, garante que os metadados da informação não serão

perdidos, evitando problemas de ligação entre dados e metadados, e ajuda a garantir que

os metadados do objeto serão atualizados dentro de novos contextos (NISO, 2004, p. 2-

15).

Todos os métodos estruturais (adoção e elaboração de recomendações

internacionais, metadados, montagem de infra-estruturas, formação de consórcios) e

operacionais (conservação de software e hardware, migração do suporte, conversão de

formatos, emulação e preservação de conteúdos) de preservação digital propostos, usados

e testados noutras circunstâncias, dependem da alteração de, pelo menos, um dos

componentes de um objeto digital (ou seja, a preservação física, lógica, concetual ou

intelectual15). Para Alison Bullock (1999), Intellectual Proprity Rights é uma das

principais barreiras que interferem na preservação dos objetos digitais, e deve considerar

não apenas a capacidade de acesso aos conteúdos dinâmicos independentemente da sua

apresentação, componentes de comunicação, hipertextualidade e interatividade, mas

também qualquer ação relacionada com o software (cópias, encapsulamento de conteúdo,

emulação de software, migração de conteúdo) que envolva atividades que podem infringir

permissões específicas daqueles que mantêm os direitos.

O hardware, o software ou os dados no arquivo precisam de ser alterados ou, em

alguns casos, todos devem ser transformados durante o processo de preservação. Tal

necessidade advém do facto de que no futuro os utilizadores de arquivos digitais

15 A importância da preservação intelectual é maior no caso dos materiais digitais devido principalmente à capacidade de o objeto digital ser passível de modificação no seu desenho (leiaute), apresentação ou interação no formato de publicação. Com isso, a perda do conteúdo intelectual original pode ser declarada inaceitável pelo autor (ARELLANO, 2004, p. 18).

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precisarão de localizar, ler, processar e usar os ficheiros exatamente da mesma forma que

os seus criadores os construiram.

Os metadados são utilizados, não somente para identificar e descrever um objeto

informacional, mas também com o propósito de documentar o comportamento do objeto,

a sua função, a sua utilização e a gestão, assim como a sua relação com outros objetos de

informação. Os metadados permitem assim obter detalhes sobre se a informação está

acessível, onde, como e em que condições se pode chegar a ela, permitindo a recuperação

de conteúdos e auxiliando na tomada de decisões que podem traduzir-se em vantagens

competitivas como estratégia de recuperação de documentos relevantes através da

indexação (VALERIM, 2011, p. 24).

A ideia de recuperação da informação começou provavelmente, no tempo de

Vannevar Bush [1945] e Warren Weaver [1955], onde Weaver escreveu sobre o sucesso

da criptografia durante a guerra e sugeriu que o computador e a criptografia poderiam ser

um meio para traduzir idiomas (BELLCOR, 1996, p. 1) e Bush, cientista do Instituto de

Tecnologia de Massachusetts, reconheceu a necessidade de indexação digital de

documentos, ou seja, associando um código de índice interpretado por um computador

para cada documento, para que seja possível identificar e recuperar um documento

armazenado automaticamente (GANGWAL, 2010).

No entanto, o termo Information Retrieval só surgiu entre 1948 e 1950 por Calvin

Mooers, mencionando que a recuperação da informação engloba os aspetos intelectuais

da descrição de informações e as suas especialidades para a procura, além de quaisquer

outros sistemas, técnicas ou tecnologias de informação e comunicação utilizadas no

desempenho da operação (MOOERS, 1950, p. 1-2F).

O trabalho com a recuperação da informação foi responsável pelo

desenvolvimento de inúmeras aplicações bem-sucedidas (produtos, sistemas, redes,

serviços). Mas, também, foi o responsável por duas outras coisas: pelo desenvolvimento

da CI como um campo onde se interpenetram os componentes científicos e profissionais;

e pela influência da emergência, da forma e da evolução da indústria informacional

(SARACEVIC, 1996, p. 45).

Antes da década de 40, segundo Lancaster (1993, p. 32), o sistema de recuperação

mais rudimentar era um catálogo de fichas. Nestes sistemas manuais de recuperação que

antecedem os sistemas computadorizados, o processo de indexação tinha como produto

o índice impresso ou o catálogo em fichas, denominados sistemas pré-coordenados.

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A fase de maior pesquisa sobre a recuperação de informação iniciou-se na década

de 1950 e início dos anos 1960, com a utilização dos cartões perfurados ou fitas

magnéticas para processamento sequencial de dados como principais meios de

armazenamento (PALMER, 1987).

Durante a década de 60, o número de bases de dados havia crescido de menos de

100 para mais de 600 (PALMER, 1987). Neste período foram realizados estudos de

viabilidade que concluíram pela necessidade de reformatação dos registos em formato

MARC (Machine-Readable Catalog), foi o primeiro formato de intercâmbio de dados

criado para a catalogação informatizada. As décadas de 70 e 80 são consideradas como

épocas de progresso nas pesquisa em bases de dados e na recuperação da informação

probabilística, iniciada por Keith Rijsbergen (BELLCORE, 1995, p. 6).

Com o apoio de novas tecnologias e apoiado pela utilização da Internet, que vêm

mudando a maneira de se pensar sobre a recuperação da informação desde o surgimento

da Web, no início dos anos 90, a procura pelo melhor resultado na recuperação é algo

que já vem sendo abordado na Ciência da Informação há algum tempo possibilitando a

representação, armazenamento, descrição, organização, preservação e acesso à

informação (SEGUNDO, 2010, p. 24-25).

Em suma, o Princípio da Proveniência tem como premissa a gestão de

documentos físicos e de recursos eletrónicos tendo como finalidade a recuperação,

organização e preservação da informação.

O desenvolvimento de diferentes produtos, serviços e sistemas de preservação

digital, permite salvaguardar a informação digital sobre o património cultural e científico

garantindo o acesso por diferentes utilizadores (investigadores, académicos, curiosos,

entre outos).

Uma das motivações para a criação de repositórios tem como finalidade facilitar

a gestão da informação, assegurar que a informação digital permaneça disponível e

acessível por um longo prazo, contribuindo para a construção e a preservação da memória

do SCP. A criação e manutenção de um repositório exigem a participação dos

administradores de sistemas tecnológicos, das chefias e a motivação dos colaboradores.

Os repositórios digitais não substituem os arquivos, pelo contrário, os repositórios

alargam significativamente os seus papéis e representam um sério compromisso com a

preservação da informação digital (OWEN, 2007, p. 49). Deste modo, os repositórios

digitais podem ser considerados as instituições de memória da sociedade digital. Webb

(2003, p. 38-39) apelida-os de safe places onde o património digital deve ser guardado e

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27

protegido de todas as ameaças a que os seus objetos físicos e lógicos estão expostos,

permanecendo acessível a longo prazo. Esta estratégia foi possibilitada pela queda nos

preços no armazenamento, pelo uso de recomendações de metadados da Iniciativa dos

Arquivos Abertos (OAI PMH), e pelos avanços no desenvolvimento das recomendações

de metadados que dão suporte ao modelo de comunicação dos arquivos abertos (VIANA;

et al., [2005?], [p. 3]).

Portanto, os itens que devem ser considerados para a construção e preservação da

memória das instituições a longo prazo são: as recomendações da ISO/OAIS (avalia o

software e a sua capacidade de implementar os modelos de informação e funcional

conforme especificada pelo modelo OAIS; a migração (avalia as ferramentas disponíveis

para o apoio à gestão do processo de migração) e outras estratégias de preservação digital

(avaliam a possibilidade de aplicação de alguma outra estratégia de preservação

(SAYÃO; et al., 2009, p. 40) que visam facilitar o acesso à informação.

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2. METODOLOGIA DE INTERVENÇÃO

Respeitando o Princípio da Ordem Original e o Princípio da Proveniência,

permite ao arquivo refletir sobre o modo de ser e de funcionar da organização que o criou,

as suas atribuições, a sua organização, a sua estrutura e os procedimentos administrativos,

em cada momento, no decorrer da sua atividade e segundo as mudanças que no seu modo

de ser e de funcionar tenham ocorrido ao longo da vida da organização.

No Departamento de Sócios do SCP verifica-se a existência de troca de

informação entre os colaboradores e os Sócios, tratada por via eletrónica através do uso

das tecnologias de informação e comunicação. Por estas razões, o Departamento de

Sócios do SCP está a proceder à alteração de suporte da informação referente aos Sócios,

produzida entre o período de 1906 e 1980 e arquivadas em formato papel para um sistema

de arquivamento digital. Tudo isto conduziu ao desenvolvimento de um estudo orgânico-

funcional, ao desenho de um organograma funcional; à definição de estratégias de

recuperação da informação; à avaliação da informação e à informatização da informação.

Deste modo, o nosso trabalho, como profissionais das Ciências da Documentação e

Informação, terá em consideração as etapas propostas no manual Organização de

Arquivos Definitivos: Manual ARQBASE de Rafael António e Carlos Guardado da Silva

(2006, p. 21-24), tendo presente de que este é apenas um caminho de outros que seriam

igualmente possíveis:

1. Recolha e análise das Leis Orgânicas / Estatutos

Esta tarefa permitirá o conhecimento da história do SCP e a organização da secção.

Todavia as referências históricas, por melhor que sejam, serão sempre insuficientes,

exigindo um estudo empírico das séries, que informam a realidade estrutural do clube e

do seu devir no tempo.

2. Compilação de Planos e Relatórios de Atividades, Ordens de serviço, entre

outros, do Departamento de Sócios, enquanto produtores de documentação

acumulada.

Todas as unidades administrativas serão analisadas para a recolha de informação, cujo

número e localização já estão reconhecidos através dos dados recolhidos na etapa anterior.

Os serviços de cada unidade orgânica caracterizam-se por terem atribuições delimitadas

e tarefas específicas, que dão origem à produção de documentos em séries, resultando

naturalmente do desenvolvimento das suas atividades quotidianas.

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Ainda que o Organograma tenha sido recolhido na primeira etapa, vamos procurar

obter do responsável do Departamento de Sócios e/ou dos seus colaboradores informação

relativa ao organograma do Departamento e a sua estrutura hierárquica entre o período de

1906 e 1982, assim como atribuições desenvolvidas em exclusividade ou partilhadas por

outros serviços, já que podem existir atividades desenvolvidas no âmbito de atribuições

que não estão definidas no Regulamento interno ou que são atribuições de outras unidades

orgânicas.

3. Recolha dos Instrumentos de Gestão, Classificação, Descrição e Pesquisa da

Informação

Uma vez que as séries estão identificadas por números, mas sem qualquer tipo de

informação complementar relativamente às mesmas, propormos um instrumento de

classificação, de descrição e de pesquisa da informação de acordo com as recomendações

internacionais existentes para este efeito. As recomendações a ter em conta são a EAD

(Descrição Arquivística Codificada) ISAD (Norma Internacional Descrição

Arquivística), ISAAR (CPF) (Norma Internacional de Registo de Autoridade

Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias), EAC (Contexto

Arquivístico Codificado), ISDIAH (Norma Internacional para Descrição de Instituições

com Acervo Arquivistico) e ISDF (Norma Internacional para Descrição de Funções). De

qualquer modo, a classificação do acervo consiste no estabelecimento de diversas

classe/subclasses em função da sua procedência, implicando agrupar hierarquicamente os

documentos do fundo mediante classes, desde as mais gerais às mais específicas, de

acordo com os Princípios da Proveniência e da Ordem Original.

4. Entrevistas e inquéritos, formais e informais, aos colaboradores envolvidos

técnica e administrativamente, para um primeiro reconhecimento das

séries/subséries em avaliação

Os documentos produzidos pelo SCP são o reflexo da sua atividade, ou seja, as suas

atribuições. Assim foram utilizadas técnicas de recolha de informação através da

observação direta e indireta e de entrevistas exploratórias.

5. Identificação das unidades de instalação

A identificação das unidades de instalação dá-nos, em primeiro lugar, a sua

localização física. Na unidade de instalação será colocada uma etiqueta com indicação

dos seguintes elementos:

- Identificação do Departamento de Sócios;

- Identificação da Secção;

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- Identificação da Série;

- Identificação das datas de acumulação (na unidade de instalação);

- Identificação do número de ordem (da unidade de instalação na série).

6. Avaliação da documentação organizada

Avaliação será realizada através da análise SWOT, uma vez que estamos perante

documentação de conservação permanente, não podemos abordar os processos de seleção

ou eliminação. O termo SWOT (FOFA) é basicamente um acrónimo das palavras em

inglês: Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e

Ameaças (Threats). Com a técnica de análise SWOT é possível obter uma ampla visão

da realidade da organização, uma vez que ela se propõe a analisar os pontos internos e

externos que afetam a organização.

7. Elaboração de instrumentos de acesso à informação (IAI)

Elaboração de um quadro de classificação para a Secção Departamento de Sócios

baseado nas atribuições e funções do Departamento. De facto, irá manter-se a

classificação já existente com uma adaptação de uma nova classificação, tendo em vista

uma gestão eficaz e eficiente da informação, sobretudo no que concerne à sua

acessibilidade.

8. Organização física do arquivo

A partir da organização intelectual do acervo será proposta uma organização física,

podendo esta não coincidir com a existente.

9. Comunicação e difusão da unidade informacional

Disponibilização de acesso à informação na internet, assim como a pesquisa, de

estudos científicos, que permitam a difusão da unidade informacional, entre outros.

Existe uma multiplicidade de influências em torno da organização e é difícil ter uma

imagem global das influências relevantes. A velocidade da mudança ao nível do ambiente

é cada vez maior, torna-se difícil saber quais são as “tendências que são para ficar”. É

necessário interpretar e analisar todo o contexto em redor das organizações.

Não sendo tarefa fácil, importa analisar os fatores como se fosse uma série de

“camadas”, encontrando-se três: Macro-ambiente (é um meio envolvente, é a camada

mais geral); camada um pouco mais específica, ao nível do Departamento (que inclui um

conjunto de organizações que oferecem o mesmo serviço, que satisfazem as mesmas

necessidades) e um Micro-ambiente (a organização, diagnóstico organizacional e a

capacidade estratégica).

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2.1 O Princípio de Proveniência

Princípio básico da organização, segundo o qual deve ser respeitada a autonomia

de cada arquivo, não misturando os seus documentos com os de outros (NP 4041, IPQ,

2005, p. 16). É a relação entre os documentos, as organizações e/ou indivíduos e as

funções que geraram a necessidade dos documentos (ISDF, 2007, p. 10).

Os utilizadores da informação de arquivo, como, pesquisadores, cientistas,

historiadores, independentemente das suas formações, cada vez mais precisam de saber a

proveniência e a custódia do mundo material e digital que analisam, avaliam, reproduzem,

transmitem, publicam, guardam, a fim de confiar e saber se são autênticos; isto é saber de

onde vieram os dados e para onde foram, como foram os dados criados, recolhidos e que

instrumentos foram utilizados (hardware, software e outros recursos tecnológicos) e

quais os caminhos de emigração utilizados.

Com confiança na proveniência do material digitalizado e na sua autenticidade, os

arquivistas podem fornecer às futuras gerações de investigadores uma linhagem de

material digital seguro (BAUDOIN, 2008, p. 557).

2.2 O Princípio da Ordem Original

Princípio básico segundo o qual os documentos de um mesmo arquivo devem

conservar a organização estabelecida pela entidade produtora, a fim de preservar as

relações entre eles e, consequentemente, a sua autenticidade, integridade e valor

probatório (NP 4041, IPQ, 2005. p. 16).

Quando os arquivistas processam coleções/séries de uma organização ou de um

indivíduo, têm como principio respeitar a organização do criador original. Porque a

organização de documentos e de toda a correspondência fornece um contexto que dá ao

arquivo o seu valor. No mundo digital, a coleção/série pode ser normalmente

discriminada para que uma única carta possa ser recuperada dentro de todo o contexto da

correspondência através de metadados associados à finalidade original (BAUDOIN,

2008, p. 558).

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2.3 O Princípio da Preservação Digital

O Princípio da preservação digital é a combinação dos princípios abordados

anteriormente. Este princípio de preservação digital visa evitar a perda e a corrupção de

informações digitais, bem como evitar práticas que coloquem em risco qualquer ponto do

ciclo de vida dos objetos digitais. Nas estratégias de preservação digital a longo prazo, o

Princípio da Proveniência e da ordem original podem e devem ser traduzidos para o

arquivamento de novos materiais tecnológicos (BAUDOIN, 2008, p. 559).

2.4 Coleção

A ISAD(G) Portuguesa (2002, p. 13) define coleção (collection) como um

conjunto de documentos reunidos artificialmente em função de qualquer característica

comum, independentemente da sua proveniência.

A Norma Portuguesa 4041 (2005, p. 4), editada um ano após a ISAD(G), distingue

“coleções factícias” e “coleções”. As coleções factícias16, segundo a definição

apresentada, opõem-se a arquivo, pois baseiam-se na reunião artificial de documentos em

função de qualquer característica comum, de entre as várias possíveis. O termo coleção17

apresentado opõe-se, por sua vez, a processo, já que, segundo a definição, a coleção é

organizada para servir de referência, modelo ou como forma de arquivagem à produção

de documentos.

Dois reconhecidos arquivistas canadianos expõem a mesma linha de interpretação

do que é uma coleção ao defini-la, numa das suas obras, como um conjunto de

documentos ou dossiers reagrupados em função do acaso, de uma escolha temática ou

outra. A coleção constitui a antítese do fundo (ROUSSEAU; COUTURE, 1998).

Na arquivística o termo espólio é utilizado como sinónimo do termo coleção. Nos

termos da NP 4041 (IPQ, 2005, p. 4), espólio significa um conjunto de documentos de

diversa natureza (de arquivo, bibliográficos, museológicos, papeis pessoais) que

pertenceram a uma pessoa singular ou coletiva.

16 Conjunto de documentos de arquivo reunidos artificialmente em função de qualquer característica comum, nomeadamente o modo de aquisição, o assunto, o suporte, a tipologia documental ou qualquer outro critério dos colecionadores. Opõe-se a arquivo NP 4041, 2005, p. 4 17 Unidade arquivística constituída por um conjunto de documentos do mesmo arquivo, organizada para efeitos de referência (ex: copiadores de correspondência expedida), para servir de modelo à produção de documentos com a mesma finalidade (ex: coleção de formulários), ou de acordo com critérios de arquivagem (ex: coleção de documentos de despesa). Opõe-se a processo.

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Leonor Calvão Borges (1993, p. 90-92) entende por espólio o conjunto de

documentos colecionados por determinada pessoas ao longo da sua vida, referentes a

determinados assuntos e organizados de acordo com esses mesmos assuntos, ou

tipologias, ou datas, etc. e sendo constituídos por qualquer tipo de documento,

independentemente do seu suporte físico, da sua data ou da sua proveniência (…) para

que a partir do conhecimento prévio do colecionador se possa compreender com bastante

mais facilidade a natureza das suas coleção (…) pode (ou deve) ser tratado no âmbito

do tratamento e descrição arquivística, (…) não sendo embora a vocação primeira de

quem tem a seu cargo núcleos arquivísticos.

Uma versão diferente do tradicional é apresentada por Armando Malheiro da Silva

(2006, p. 142-162) representa o termo “coleção” com três sentidos ou acepções, a saber:

(1) Conjunto de obras de arte (pintura e/ou escultura) reunido por um

colecionador que é também perito no tipo de arte colecionada ou ajudado por

peritos;

(2) Um conjunto de livros, grande ou pequeno, mas de preferência raros e/ou

consagrados a temas específicos;

(3) Uma sequência de publicações distintas, ligada entre si por um título comum,

um responsável e uma Casa editora que a promove e gere.

2.5 Série

Série é uma sequência informacional seja qual for o suporte em que está registada

(papel, cassetes áudio, vídeo, cd, recursos electrónicos, entre outros) que tanto pode ser

modelada pelos ditames da produção - série informacional orgânica (seja burocrática ou

administrativa, científica, técnica, lietrária, entre outros), como pela

utilização/recuperação - série informacional funcional, sendo ambos válidos. Em

documentação dos séculos XVIII e XX é possível encontrar séries funcionais na medida

em que por conveniência do uso (mas sempre em contexto orgânico e institucional), em

determinada época, os detentores e os utilizadores dessa documentação procederam a uma

reordenação que anula o primado tipológico e valoriza o funcional: criaram-se gavetas

(reais ou apenas nominais), correspondendo a cada uma um assunto, propriedade ou

negócio, e dentro os documentos que foram separados por maços ou “títulos" mais

específicos (Observatório de Ciência da Informação da Universidade do Porto, 2017).

Perante esta prática, conclui-se que o conjunto das gavetas é uma série funcional, cada

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gaveta é uma subsérie e o maço outra sub-subsérie onde se encontram documentos

simples e compostos que, do ponto de vista informacional orgânico, formariam séries

distintas.

A ISAD(G) Portuguesa (2002, p.14) define série (series) ou série documental

(records series) como um conjunto de documentos organizados (…) que resultem do

mesmo processo de acumulação, da mesma atividade (…) com uma tipologia particular

(…) resultante do processo de produção, receção ou utilização.

A NP 4041 (IPQ, 2005, p. 7) define série como uma unidade arquivística

constituída por um conjunto de documentos simples ou compostos a que,

originariamente, foi dada uma ordenação sequencial, de acordo com um sistema de

recuperação da informação. Em princípio, os documentos de cada série correspondem

ao exercício de uma mesma função ou atividade, dentro de uma mesma área de atuação.

Pode contemplar vários níveis de subdivisão.

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2.6 Breve narrativa sobre Sporting Clube de Portugal

Queremos que o Sporting seja um grande Clube, tão grande quanto os

maiores da Europa. (José Alvalade, 1906)

O primeiro eco da existência do Sporting Clube de Portugal remota a 26 de Agosto

de 1902 no jogo disputado entre residentes de Belas e Sintra. Os Cabouqueiros foram

José Alfredo Holtreman Roquette (José de Alvalade), José Gavazzo, Fernando Barbosa,

José Stromp, Francisco e António Stromp, Eduardo Mendoça, Barjonas Freitas, José

Roquette, Dr. Serrão Moura, Geraldes Barba, Henrique Leite, Afonso Botelho, Frederico

Ferreira, Borges Castro, João Scarlett, que após um encontro para um jogo de futebol, no

Campo Grande Foot-Ball Clube, manifestaram a vontade de fundar um clube

(AZEVEDO, p. 20).

O mais influente dos dissidentes, fora José Holtreman Roquette (José Alvalade),

que recorrera ao seu avô, o Visconde de Alvalade, o Dr. Alfredo Augusto das Neves

Hotreman, bacharel formado em Direito pela Universidade de Coimbra, para ceder um

dos vários terrenos de que era proprietário, para aí nascer o primeiro campo de jogos do

Sporting. Foi designado presidente do novo clube, a título honorífico, pelo apoio dado

aos fundadores do Clube (AZEVEDO, p. 20-21).

Nos estatutos de 1907 está patente o nome atribuído à Associação de Instrução

Exercício denominada Sporting Clube de Portugal, com sede na quinta de Alvalade, os

quais foram autenticados pelas assinaturas do Visconde de Alvalade, António Ferreira

Roquette, José Alfredo Holtreman Roquette, Frederico Seguro Ferreira, Eduardo Quintela

de Mendonça, Fernando Barbosa, Nuno Rego Botelho, José Cordeiro Ferreira Roquette,

Lucio Rolin Geraldes Barba, Augusto Carlos Seguro, Henrique d'Almeida Leite Junior,

José Borges de Castro, Joaquim Avelino Martins, José Avelino Martins Junior, José

Stromp, Carlos Shirley, Guilherme de Lima O'Connor Shirley (ESTATUTOS de 1907)18.

Esta designação foi decidida na Assembleia Geral de 1 de julho de 1906. Ao

fundar o clube, fundou uma comunidade ou uma ordem desportivo-moral, que

prontamente se estendeu a todo o país. O sentimento moral de José Alvalade e de seus

pares lutou contra a rotina dos malefícios do incivismo e do anti desportivismo,

transmitindo o testemunho da ética Sportinguista na pureza das suas atitudes estritamente

aristocráticas e conservadoras. O complexo desportivo integrava um campo de futebol,

18 Ver Anexo 2

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pista de atletismo, dois campos de ténis, um pavilhão com chuveiros e banhos de imersão

e até uma cozinha. O clube nasceu com cinco modalidades: futebol, ténis, corridas, saltos

(atletismo), exercícios físicos (ginástica) e luta de tração à corda. No ano seguinte, surgiu

a prática do críquete, do hóquei em campo e da esgrima. O ciclismo surgiu somente em

1911 (site oficial do SCP, 2017)19.

O Sporting tem como símbolo a figura do leão rompante, é o centro físico e

espiritual, à volta do qual se movem centenas de milhar de sócios e adeptos de todos os

pontos do mundo desportivo. Encontra na cor verde o princípio original das duas formas

da sua esperança: esperança que dura e esperança que consome. A força do seu símbolo,

a esperança da sua cor e o servir do seu ecletismo, são condensações de uma energia

que é simultaneamente eternidade e tempo. O lema Esforço, Dedicação, Devoção e

Glória da “família sportinguista” recordam um passado de glórias ao nível de quase todos

os desportos (AZEVEDO, p. 22).

Ficaram memoráveis reuniões de caráter desportivo, social e cultural leonino, nos

salões da sua sede da Praça dos Restauradores e as festas de fim de ano e do carnaval

quando o clube se encontrava instalado no Palácio da Foz, como consta nas publicações

no Boletim do Sporting Clube de Portugal, as festas realizadas na sede do nosso clube

para comemorar a passagem de ano foram, como de costume, cheias de animação,

alegria, distinção e graça (…) pelo ambiente de calma e elegante familiaridade que as

caracterizam (BOLETIM DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, 1936).

Em 1907, realizou-se o primeiro jogo de futebol do clube leonino. Em 1910, o

Sporting conquistou campeonatos nacionais de ténis por equipa, títulos de salto à vara,

lançamento do peso e do salto em cumprimento; venceu o primeiro jogo internacional

contra o Clube Internacional de Futebol (CIF) de Huelva. Ano complicado para o país

pois decorrera em Portugal a instauração da República e os jogos passaram a ser cobrados

aos aficionados de futebol. Foi neste ano que José Alvalade assumiu a presidência do

clube (site oficial do SCP, 2017).

O equipamento do Sporting era composto pela cor branca das camisolas e dos

calções, e a partir de 1908 as camisolas apresentavam duas cores, verde e branco, o que

aconteceria até 1928. Nesta data, a equipa passou a usar as novas camisolas às riscas

horizontais verdes e brancas e calções pretos de flanela, depois de ter ganhado o jogo

frente ao Benfica em Outubro de 1928. Tendo o equipamento sido muito apreciado em

19 http://www.sporting.pt/pt/modalidades/ciclismo/historia

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Portugal e no estrangeiro, pela sua originalidade. A partir da época 1997/1998, foram

também usadas camisolas alternativas totalmente verdes ou brancas e, após esta época,

todos os anos são apresentadas camisolas diferentes de cores variadas.

Figura 2 – Equipamento do SCP (1908-1927)

Fonte: Imagens da Web

Os anos quarenta e cinquenta foram anos de ouro aquém e além-fronteiras

proporcionados pelos “Cinco Violinos” (Jesus Coreia, Vasques, Peyroteo, Travassos e

Albano) através do espírito coletivo e eficácia em campo, tendo conquistado fama

nacional e internacional, de tal modo que, apesar de não ter conquistado o título de

campeão nacional, o Sporting foi convidado para participar na primeira edição da Taça

dos Clubes Campeões Europeus (site oficial do SCP, 2017).

Durante os primeiros 15 anos de existência do Sporting, não houve disputa de

campeonatos nacionais, uma vez que, os primeiros registos de campeonatos de futebol

datam de 1912, 1913 e 1918, uma competição não oficial organizada pelo Sport Clube

Império com o intuito de jogarem todos os clubes de Portugal, mas somente a partir da

época de 1921/22 foi criado o campeonato de Portugal disputado pelos campeões

distritais, ainda que, nas épocas de 1922 a 1938, a competição nacional que se designava

como Campeonato de Futebol de Portugal, 1938 passou, a partir de 1938, a chamar-se

Taça de Portugal. Assim, em 1915 conquistou a Taça de Honra; nas épocas 1922/23,

1933/34, 1935/36 e 1937/38 – ganhou o Campeonato de Futebol de Portugal; obteve 16

Títulos de Campeão Nacional, nas épocas 1940/41; 1944/45; 1945/46; 1947/48; 1953/54;

1962/63; 1970/71; 1972/73; 1973/74; 1977/78; 1981/82; 1994/95; 2001/02; 2006/07;

2007/07; 2014/15.Conquistou a Taça dos Clubes Campeões Europeus na época 1955/56

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e a Taça dos Vencedores da Taças (atual Taça UEFA) em 1963/64; conquistou ainda por

distrito 16 Títulos (site oficial do SCP, 2017).

As Escolas Academia Sporting possibilitam a prática desportiva junto dos jovens

e priveligiam o desenvolvimento de um estilo de vida saudável pois no “desporto, como

na vida, se deve aprender” seguindo valores e princípios associados a uma cidadania ativa.

O futebol é a imagem da vida e da sociedade, (…) sempre que jogam, vocês

estão a educar e a transmitir valores: o companheirismo, o esforço pessoal,

a beleza do jogo, o jogo de equipa (PAPA FRANCISCO, 2017 publicado por

MIGUEL, 2017).

Em 2017 conquistou a Taça Challenge; Campeonato Nacional de Andebol;

Campeonato Nacional de Corta-Mato e de Pista Coberta Masculino e Feminino;

Campeonato Nacional de Juniores; Taça da Liga; Campeonato Nacional de Ténis de

Mesa; Campeonato Nacional Feminino de Futebol. Assim, o Sporting Clube Portugal

conta com cerca de 20 mil títulos conquistados, 25 taças europeias (em quatro

modalidades distintas), 146 atletas olímpicos e um vasto conjunto de recordes nacionais,

europeus e mundiais ainda em vigor e mais de “3,5 milhões”20 de Sportinguistas:

Estou muito satisfeito por esta gente toda. Não me canso de dizer que foram

eles que nos empurraram para estes dois títulos. (NUNO CRISTÓVÃO,

treinador futebol feminino, 2017)21.

O Sporting Clube de Portugal é o único clube do mundo (atualmente) que, tem

dois museus oficiais, um em Lisboa (no Estádio José de Alvalade) e outro em Leiria (na

rua Mártires do Tarrafal). O museu de Leiria caracteriza-se por ser uma obra desenvolvida

pelo Sócio n. 5631, Bernardes Dinis, que começou por ser uma coleção pessoal de

recordações Sportinguistas, tendo-se transformado num espaço riquíssimo de informação

do SCP. No seu espólio encontramos revistas, posters, medalhas, troféus, camisolas e

outras peças de antigos campeões. Isto demonstra a dedicação e a devoção deste Sócio

pelo seu clube que disponibiliza entradas gratuitas e guiadas no museu de Leiria. Na era

digital em que vivemos, em 2008 surgiu a 8 de Outubro, a enciclopédia temática com a

denominação de Wiki Sporting com o objetivo de preservar a memória do SCP, sendo

que, em 2014, foi ultrapassada a barreira de 10 mil páginas editadas por membros dos

20 Citado no endereço eletrónico disponível na internet em URL: http://www.sporting.pt/pt/clube/historia/palmares [consult. 6 jun. 2017] 21 Retirado do facebook do SCP em outubro de 2016, disponível na internet em URL: https://pt-pt.facebook.com/SportingClubePortugal/

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Fórum SCP (Porta 10-A), sendo atribuído no mesmo ano, o Prémio Stromp22 na categoria

Especial pela Dedicação, Devoção e Esforço. A realização da Gala Honoris Sporting

também é o reconhecimento da Dedicação, Devoção, Esforço e Glória de todos aqueles

que com contribuíram para a difusão e prestígio do clube, realizada anualmente, cujos

Prémios e Galardões (Universo Sporting, Modalidades, Futebol, Honra) são efetuados

pelo Conselho Diretivo por votação dos associados e pelos funcionários do Universo

Sporting. De realçar que tal devoção e dedicação da ‘família leonina’ se verificam ainda

na venda de bilhetes onde semanas antes dos jogos de futebol, a grande ‘família

leonina’os sócios e adeptos esgotam a ocupação do estádio de Alvalade, o que não deixa

indiferente adeptos, sócios, jogadores, treinadores que assistem aos jogos, como consta

nas mensagens deixadas:

Pessoalmente, fiquei fascinado com o ambiente, foi incrível, sobretudo na

segunda parte. Cheguei a ter dores de ouvidos, um zumbido constante (...) foi

fabuloso, fiquei muito impressionado (FELIX PASSALACK, jogador do

Borussia Dortmund, 2016).23

Mais uma vez foi demonstrada a união da ‘grande família leonina’ que através de

donativos fez com que um sonho há muito ambicionado se tornasse realidade. Assim, a

21 de Junho de 2017 foi inaugurada a nova casa das modalidades, o Pavilhão João Rocha

que nasceu do Esforço, Dedicação e Devoção de 22.956 Sportinguistas e de tantos outros

que de alguma forma deram o seu contributo para que este sonho se torna-se realidade

(BRUNO CARVALHO, presidente do SCP, 2017). João Rocha foi, mais uma vez,

homenageado com o seu nome perpetuado numa infraestrutura que ficará para a história

do Clube.

Lembramos que aqui está apenas retratada de forma suscinta parte da vastíssima

e riquíssima história deste Clube, pois para documentar tal história eram necessários mais

de três volumes de livros como foi escrito por Eduardo Azevedo no seu livro intitulado a

História e Vida do Sporting Clube de Portugal.

22 O Grupo Stromp foi fundado em 1940 por um grupo de sportinguistas, com o objectivo de ajudar a implementar o ideal sportinguista e contribuir e colaborar com os Órgãos Sociais do Clube na obtenção de êxitos e na defesa da imagem do Sporting. O Grupo Stromp teve actividade durante cerca de 10 anos, que foi depois interrompida. Após um interregno, foi recuperado a 18 de dezembro de 1962, data que é actualmente considerada como a fundação do atual Grupo Stromp. As condições de admissão no Grupo são a prestação de serviços relevantes ao Clube e 10 anos de filiação (WIKISPORTING). 23 Retirado do facebook do SCP, disponível na internet em URL: https://pt-pt.facebook.com/SportingClubePortugal/

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3. ESTUDO ORGÂNICO FUNCIONAL

Conhecer a orgânica e o funcionamento de uma instituição é essencial para

compreender a produção e utilização da informação. O arquivo deve transparecer o

contexto em que os documentos foram produzidos, porque só conhecendo quem, onde e

por que motivo se concebeu a documentação se compreende com exatidão a informação

que integra a memória da organização (RIBEIRO, 2013, p. 46).

Apesar de o futebol parecer ter sido um dos “F” do Estado Novo – a par do Fado

e de Fátima –, o regime não via com bons olhos quando as massas se reuniam para

assistir aos jogos, pois fazia com que fosse mais difícil exercer controlo sobre elas

(RODRIGUES, 2016). O desenvolvimento organizativo e estrutural esteve longe de

corresponder ao interesse social pelo futebol. As lacunas eram evidentes, faltava um

sistema de regulamentos (…) o estatuto do praticante, ou seja, do futebolista, era

secundarizado e subjugados ao estatuto de amadores (CORNELSEN et al., 2005).

Em 1926 a prática de desporto do futebol já era reconhecida como restritiva

(decreto n.º 11:651), com o decreto n.º 21.034 de 18 de março de 1932 que criou o

Ministério da Instrução, a Direção dos Serviços de Educação Física considerava os jogos

desportivos a “antítese de toda a educação” e um meio de “deformação física” e

“perversão moral”. O Regulamento de Educação Física dos Liceus, aprovado em 1932

pelo decreto n.º 21:110 de 16 de abril, proibia os desportos anglo-saxónicos e os jogos

atléticos, bem como os desafios, especialmente os de foot-ball, visto ser nulo ainda o seu

papel educativo, e cujos malefícios são óbvios (p. 656-657). O Estado impunha o desporto

do futebol como uma prática totalmente amadora e talvez devido a este facto o

profissionalismo do desporto português foi proibido em 1943 (desvirtuava a função do

desporto) e a ginástica, pelo seu caráter terapêutico, racional e disciplinador assume-se

como a modalidade rainha do regime, sendo imposta a todos os programas desportivos

dos clubes.

No entanto, o Mundial de 66 teve o poder de unir a população portuguesa em torno

da seleção, fazendo esquecer por alguns momentos a situação soturno que o país vivia.

“Uma nação fechada aos ventos da modernidade, amordaçada, afetada pelo

analfabetismo, esvaziada pela emigração, em situação de pobreza e amedrontada pela

guerra colonial”, como afirma o historiador César Rodrigues no seu livro Mundial 66:

100 primeiras páginas. César Rodrigues escreve que o Governo do Estado Novo nunca

garantiu condições para que se atingissem bons resultados, sendo que apenas em 1960

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com a Lei n.º 2104, de 30 de Maio (alterado pelo decreto-lei 45750, de 3 de Junho de

1964), o futebol foi profissionalizado, mas que depois se “apropriou dos bons resultados”

que a seleção obteve para dar crédito aos próprios governantes. De referir que só em 1979

foi aprovado o regulamento das transferências dos praticantes amadores de futebol

(portaria n.º 456 de 22 de Agosto), entretanto já revogada.

Em 11 de fevereiro de 1982, foi lavrada por escritura no Cartório Notarial de

Lisboa a substituição integral dos estatutos do Sporting Clube de Portugal e publicados

em 8 de março no Diário da República n.º 5 da III Série, (p. 3480-3485), tendo sido

aprovados em Assembleia Geral Extraordinária a 11 de março de 1981. Também se

efectuou o levantamento de estatutos de 1907, entregues no Governo Civil de Lisboa a

19 de Julho, e aprovados a 22 de Agosto do mesmo ano, assim como os IV Estatutos do

Sorting Clube de Portugal, aprovados em Outubro de 1920, publicados em três números

do Boletim do Sporting no início de 1925.

O acesso aos estatutos de 1907 e 1920 só foi possível porque estes estavam

publicados no endereço eletrónico Wiki Sporting (Enciclopédia online), um fórum do

SCP (Porta 10-A), os estatutos de 1982 foram cedidos pelo colaborador do Departamento

de Sócios.

Organograma 1 – Estrutura organizacional do SCP em 1907

Assembleia GeralPresidente; Vice-Presidente

1º Secretário; 2º Secretário

Sócio beneméritos do sexo masculino;

Sócio Contribuintes; Sócio Ordinários

DirecçãoPresidente; Vice-Presidente

Secretário; Tesoureiro; Vogal

2 Directores efetivos; 2 Directoressuplentes

Conselho Technico3 Sócios Technicos

Directores que sejam Sócios Technicos

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Organograma 2 – Estrutura organizacional do SCP em 1920

Assembleia GeralPresidente; Vice-Presidente

1º Secretario; 2º Secretario

Sócios contribuintes; Sócios beneméritos

Sócios de mérito

DirecçãoPresidente; Vice-Presidente

1º Secretário; 2º Secretário

Tesoureiro; 2 vogais;

7 diretores efetivos; 2 suplentes

Meza da Assembleia Geral

Presidente; Vice-Presidente

1º Secretário; 2º Secretário

Conselho TechnicoPresidente; Secretario relator;

Capitaão Geral de Foot-Ball

3 Membros nomeados pela Direcção

Comissão Sindicancia3 Membros nomeados pela Direcção

Conselho Fiscal3 Sócios nomeados pela Direcção ou

3 Sócios efetivos; 2 Sócios Suplentes

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Organograma 3 – Estrutura organizacional do SCP em 1982

A pesquisa, selecção e análise dos estatutos é um suporte essencial para

compreender as mudanças e a evolução da estrutura organizacional ao longo dos anos de

1907, 1920 e 1982. Para melhor compreensão deste organograma, passamos a descrever

os órgãos estatutários que constituíram o SCP e respectivas competências.

Foram órgãos do SCP:

– Assembleia Geral

– Direcção

– Conselho fiscal

– Conselho Technico

– Comissão sindicância

– Conselho Leonino

Assembleia GeralPresidente; Vice-Presidente

2 Secretario; 2 Vice-Secretario

Sócios contribuintes; Sócios beneméritos

Sócios de mérito

DirecçãoPresidente; 6 Vice-Presidente

1º Secretário; 2º Secretário

Filiais; Delegações; Núcleos

Conselho LeoninoPresidente e Vice-Presidente da A.G.,

Direcção; C.F.D.;

Presidente e Vice-Presidente da A.G.,

Direcção, C.F.D. dos 2 mandatos anteriores;

Membros do Conselho Administração SCP - S.A.R.L.;

Dirigentes de associações e federações das modalidades de alta competição;

Sócios com numeração mais antiga;

50 membros com 10 anos de efectividade

Conselho Fiscal e DisciplinarPresidente; 2 Vice-Presidentes

4 Vogais

Mesa da Assembleia Geral

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O SCP tal como a generalidade das associações de cariz desportivo, desde os

primeiros estatutos sempre teve como órgãos sociais, uma Assembleia Geral, uma

Direção e um Conselho Fiscal (que ao longo dos vários estatutos foi tendo diferentes

denominações).

A 8 de Maio de 1906 reúne-se a primeira Assembleia Geral do SCP, onde é eleita

a primeira Direção do Clube composta por cinco Sócios e dois Sócios suplentes eleitos

em Assembleia Geral, presidida pelo Visconde de Alvalade, e foram instituídas as

primeiras normas do clube, atribuídos privilégios aos dez sócios fundadores principais, e

formulado o histórico voto Queremos um Clube tão grande como os maiores da Europa.

Desconhece-se a data em que terminou esta primeira Direção, embora tudo aponte para

Julho de 1907, altura em que foram criados e aprovados os primeiros estatutos do clube

(WIKI SPORTING).

Nos primeiros estatutos já estava consignada as reuniões da Assembleia Geral que

deveriam realizar-se anualmente onde a direção apresentava o relatório e as contas do seu

mandato e onde eram eleitos os órgãos sociais do ano seguinte, nestas reuniões eram

excluídos das Assembleias Gerais e da eleição para qualquer cargo, todos os Sócios

renumerados pelo SCP. Segundo os primeiros estatutos (art. 29º) e os estatutos de 1920

nos termos do art. 18º, compete ao presidente convocar a Assembleia Geral e dirigir os

seus trabalhos, rubricar os livros de actas da Assembleia Geral e da Direcção e os demais

livros principais da sociedade. Ao primeiro secretário compete prover ao expediente da

mesa, lavrar os autos de posse, lavrar e assinar as actas e os diplomas dos sócios

protectores, beneméritos e honorarios. O segundo secretário tem por dever coadjuvar o

primeiro nos seus serviços e assinar os referidos diplomas. Apesar de existir Sócios de

ambos os sexos, só os homens tinham assento nas Assembleias Gerais (art.º 27º dos

estatutos 1907).

Com o efetivo de 67 sócios ordinários, 47 extraordinários e 8 menores,

perfazendo um total de 122 Sócios, a 4 de Janeiro de 1910, a Mesa da Assembleia Geral,

foi constituído com a presidência atribuída ao Visconde de Alvalade e cujo vice-

presidente e o primeiro e segundo secretário foram o Dr. Pedro de Lacerda, António Dinis

e Eduardo Quintela de Mendonça, nesta ordem respetiva. Durante os primeiros 40 anos

a Assembleia Geral funcionou sem grandes alterações em relação ao inicialmente

instituído (WIKI SPORTING). O presidente da mesa da assembleia geral, nos termos do

art. 39º dos estatutos de 1982, é a entidade mais representativa do clube, competindo-lhe

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a convocação da assembleia geral; presidir às suas reuniões, às do conselho leonino e do

conselho de filiais e delegações; investir sócios eleitos na posse de cargos.

No dia 11 de Setembro de 1981, foi aprovada, em Assembleia Geral, a alteração

estatutária onde estabelecia que para além dos candidatos à presidência dos órgãos sociais

do clube, indigitados pelo Conselho Leonino, todos os outros membros propostos para

integrarem esses órgãos, fossem sujeitos individualmente à aprovação dos sócios, na

Assembleia Geral eleitoral ordinária que acontecia bianualmente para esse efeito, sendo

que as referidas atribuições do Conselho Leonino continuavam a não ser impeditivas de

que sócios efetivos e agora maiores de 18 anos, no gozo dos seus direitos e dispondo de

um mínimo de 1000 votos, organizassem listas diferentes para submeter à Assembleia

Geral, passando a ser atribuídos a cada sócio mais 3 votos por cada 10 anos de

associativismo (WIKI SPORTING).

Esta alteração ocorreu devido ao aumento do número de Sócios e à crise de

1979/80, quando o então Presidente da Direção, João Rocha solicita a Assembleia Geral

a sua saída e após várias reuniões extraordinárias para se encontrar uma nova Direção

para o clube, no dia 31 de Julho de 1980 com votação de 1100 Sócios leoninos, foram

eleitos sem oposição, os Presidentes e Vice-Presidentes da Direção, da Mesa da

Assembleia Geral e para o Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting Clube de Portugal,

para o biénio 80/82, ficando com a presidência da Direção João Rocha (WIKI

SPORTING).

Segundo os estatutos de 1907, 1920 e 1982, a Assembleia Geral pode,

independentemente das diferentes categorias de Sócio atribuir galardões, tais como,

«Leão de ouro» e «Leão de ouro com palma» mediante proposta do Conselho Directivo

ou de duzentos e cinquenta sócios efectivos com mais de dez anos de inscrição e cuja

primeira atribuição remota ao ano de 1971 e 1968, respetivamente, são distinções

honoríficas, com o objetivo de premiar ou distinguir os serviços excecionais, a dedicação

e o mérito associativo ou a contribuição para o engrandecimento do Sporting (WIKI

SPORTING). Quem recebe o «Leão de ouro» é reconhecido como Sócio de mérito (art.º

17.º dos estatutos de 1982).

A Assembleia Geral pode ainda atribuir ao mesmo associado os galardões de

Sócio de mérito, Sócio benemérito e Sócio honorário. As distinções de Sócio Benemérito

e Sócio de Honra foram atribuídas a José Alfredo Holtreman Roquette (José Alvalade)

em 1910 e 1912, respetivamente (WIKI SPORTING).

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Durante o mandato da primeira Direção a única alteração, reporta à entrada de

José Stromp para o lugar de José Gavazzo, quando este foi para França em data incerta.

A segunda Direção apenas foi constituída com Presidente e Vice-presidente e durou até

4 de Janeiro de 1910, momento em que o Visconde de Alvalade passou a presidir à Mesa

da Assembleia Geral que assumiu funções na altura, e em que foram empossados o

primeiro Conselho Fiscal, o primeiro Conselho Technico e uma nova Direção. Neste

período apesar do Visconde de Alvalade ser o Presidente do Clube por direito, quem o

dirigia de facto, era o seu neto José Alvalade, e foi nesta altura em que o Futebol se

assumiu definitivamente como a principal modalidade do clube. A Direção, em 1920 foi

composta por sete sócios efetivos e dois suplentes e competia-lhe eleger elementos que

ocupavam os cargos de Delegado Sportivo, Director de Campo e Director do Posto

Nautico (art. 23º estatutos 1920). Compete à Direção responsabilidades como cumprir e

fazer cumprir os estatutos e as deliberações da assembleia geral; nomear a comissão de

sindicância; admitir ou dispensar os empregados do clube e arbitrar-lhes os vencimentos;

é responsavel pelos seus actos e resoluções; terminará porém, toda a responsabilidade

logo que a assembleia geral aprove a sua gerência e contas; realizar tudo em prol do clube,

entre outras responsabilidades. Compete ao presidente ou ao vice-presidente, dirigir os

trabalhos, convocar a Direção para as suas reuniões, assinar as atas e diplomas dos sócios

contribuintes e qualquer outros documentos juntamente com o secretário. Ao tesoureiro

compete assinar os recibos das jóias e quotas mensais e os cheques, arrecadar os dinheiros

do clube, fiscalizar a cobrança dos rendimentos, e dar contas à Direção (estatutos 1907,

1920 e 1982).

Ao longo dos anos as recomendações sobre a composição da Direção, sofreram

diversas alterações, no que diz respeito ao número e à denominação dos cargos dos

membros que a compunham, e as suas competências também foram sendo alteradas,

conforme as exigências que os novos tempos iam trazendo. Assim a partir de 1915 a

Direção passou a ter sete membros efetivos e dois suplentes, mas com a revisão

estatutária de 1929 regressou-se à fórmula inicial, que se manteve até 1934, altura em

que os novos estatutos alargaram novamente o número de membros da Direção para sete

efetivos e dois suplentes. Os estatutos de 1947 introduziram novas alterações no formato

da Direção, que passou a ter nove membros efetivos, com a curiosidade de dois deles

serem tesoureiros, um para a caixa outro para a contabilidade, e mais dois ou três

suplentes. A Direção, passou a ter onze membros efetivos, três dos quais como vice-

presidentes, com a alterações efetuadas em 1964. A partir de 1947, com a criação do

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Conselho Geral, este passou a ter a competência de indicar os Presidentes dos Órgãos

Sociais do Clube, que escolhiam os restantes membros da sua equipa, que posteriormente

eram ratificados pelos sócios, em reunião magna convocada para o efeito (WIKI

SPORTING, 2011).

Inicialmente o período de duração de cada Direção era de um ano, que deveria

coincidir com o ano económico que terminava a 30 de Junho, a partir de 1946 o início

do mandato passou a coincidir com o inicio do ano civil. Mais tarde por circunstâncias

várias considerou-se que Março ou Abril seria a altura ideal para o arranque das novas

direções, o que passou a acontecer desde 1960. A revisão estatutária de 1968 prolongou

o período de vigência dos mandatos para dois anos (WIKI SPORTING, 2011).

Durante os anos a que se referem os estatutos aqui estudados, o órgão social

designado como Comissão Sindicância foi criado em 1920, sendo mais tarde alterado

para Conselho Fiscal que nos estatutos de 1920 e 1982 foram atribuídas as compências

de reunir em sessão antes da convocação da assembleia geral ordinária; requerer a

convocação da assembleia geral extraordinária; o conselho fiscal subdivide-se em dois

pelouros: fiscalização de contas; disciplinar; competindo-lhe emitir parecer sobre a gestão

do clube; delibrar sobre pedidos de empréstimos monetários; promover inquéritos, entre

outros (art. 51º dos estatutos de 1982).

O Conselho Technico foi um Órgão criado nos Estatutos de 1907, que nos termos

do art. 25º previa que fosse formado por Sócios Technicos, categoria definida como

"muito especial", no n.º 4 do art. 8º destes Estatutos, que no seu art. 26º lhe atribuía

diversas e relevantes funções, que o tornaram num dos Órgãos mais importantes da vida

do Clube nestes primeiros anos, entre as quais, lavrar actas de todas as deliberações e

pareceres emitidos nas reuniões da Direção e assembleia geral; inspecionar e fiscalizar

toda a parte logística do clube; elaborar os programas de ensino de todos os ramos

desportivos do clube, entre outros.

Nos Estatutos de 1920, o Conselho Technico sofreu algumas alterações, passando

a cuidar exclusivamente de assuntos desportivos. Este Órgão era então composto pelo

Delegado Desportivo, pelo Capitão Geral do Futebol e por 3 membros nomeados pela

Direcção, sendo que nele podiam ter assente os Capitães das diversas equipas ou secções

desportivas do Clube. Cabia ao Conselho Technico entre outras atribuições, o

escalonamento das equipas que representavam o Sporting nas diversas modalidades

praticadas pelo Clube, com natural destaque para o Futebol, numa altura em que o cargo

de treinador ainda era pouco relevante e por vezes até inexistente; reunir com a Direção;

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promover a prática de novos desportos (art. 37º). Ao secretário compete organizar o

arquivo das secções desportivas e registar no livro de actas todas as provas realizadas

durante o ano; zelar pelo livro ata; organizar e arquivar a documentação em geral (art.

38º).

O Conselho Leonino foi um Órgão criado em 1968, por altura da elaboração dos

nonos estatutos do clube, que substituiu o conselho geral (criado em 1947) e o conselho

dos presidentes (criado em 1964), herdando do primeiro a competência de indicar os

presidentes da assembleia geral, da direcção e do conselho fiscal (WIKI SPORTING,

2008). Nos termos do art. 43º dos estatutos de 1920, competia ao conselho leonino velar

pela observância dos presentes estatutos; designar os nomes do presidente da mesa da

assembleia geral, da direção e do conselho fiscal e disciplinar; dar o seu parecer, sempre

que solicitado, sobre assuntos da direção; elaborar a sua própria equipa.

Análise de Diagnóstico

Quando a abordagem metodológica ou o tipo de estudo envolver análises de

informações, dados e evidências empíricas, o investigador deverá escolher

técnicas para coleta necessárias ao desenvolvimento e conclusões de sua

pesquisa (MARTINS; THEÓPHILO, 2009).

Para compreender, então, o sistema de informação em questão, o arquivo do

Departamento de Sócios do SCP, fez-se uma primeira análise orgânico-funcional,

entendendo, assim, desde logo, o SCP como um sistema pluricelular dividido pelos seus

vários setores orgânicos funcionais e produtores de informação. Para tal recorreu-se à

análise de estatutos e de questionários24 realizados ao colaborador responsável pela

digitalização. Desta forma, e, através da identificação das coleções e distintas unidades

informacionais que constituíam o arquivo do Departamento, procedeu-se posteriormente

à criação dos devidos instrumentos de organização e recuperação da informação.

Com a elaboração dos organogramas, o passo seguinte foi elaborar uma proposta

de classificação dos documentos para representar a informação. O objectivo principal

passava claramente por facilitar o acesso à informação através de um sistema de

classificação e ordenação, que estaria objetivado num Quadro de Classificação. Neste

caso particular da classificação, a maior preocupação era que esta representasse a

24 Ver Anexo 1

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estrutura orgânico funcional do SCP. O arquivo da organização estava claramente

desorganizado, pelo que não favorecia a localização dos documentos, bem como o seu

acesso. O Plano de Classificação parcial proposto para o acervo do Departamento de

Sócios foi constituído, em primeiro lugar, pelos vários serviços produtores de informação,

estando estes representados numa linha hierárquica, uma vez que esta unidade orgânica

não se encontra isolada. Depois, quando na presença da unidade informacional Registos

de Sócios, ordenámo-los numericamente, por números de Sócios.

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4. ESTRATÉGIAS DE RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO

As origens da recuperação da informação e da própria Ciência da Informação

remontam à época de Paul Otlet, documentalista belga que, na sua obra Traité de

Documentation, escrita em 1934, nos brindou com ideias revolucionárias para o seu

tempo, como o Mundaneum, um centro internacional para armazenamento e

disseminação do conhecimento (OTLET, 1934).

Entre os autores mais relevantes, na área de recuperação da informação, destaca-

se Lancaster (1979), cuja abordagem privilegia o sistema de recuperação da informação.

Para este autor, a principal finalidade deste sistema é assegurar que a necessidade de

informação de um membro da comunidade de utilizadores seja atendida na hora em que

ele necessite. Na sua definição, a recuperação da informação é um processo de procura

de um conjunto de documentos, termo por ele adotado em sentido amplo, de forma a

identificar os documentos relativos a um assunto em particular. Qualquer sistema que seja

empregado para facilitar esta atividade de pesquisa de literatura (literature search) pode

ser legitimamente chamado de sistema de recuperação da informação. Mas o próprio autor

faz a ressalva de que este termo, apesar de ser amplamente utilizado, não é satisfatório

para descrever o tipo de atividade para a qual é normalmente aplicado, pois “um sistema

de informação não recupera informação, já que informação é alguma coisa intangível”

(SANTIAGO, 2004, p. 26).

Figura 3 – Estratégias de Recuperação da Informação

Organização da informação

De acordo com a definição citada na NP 4041 (IPQ, 2005, p. 16), organização

trata-se de um conjunto de operações de classificação e ordenação (...), devendo atender

aos princípios da proveniência e ao princípio do respeito pela ordem original, (…) não

depende de instrumentos de pesquisa de nenhum arquivo específico (ISAD(G), 2000, p.

12).

Organização da informação Classificação Descrição

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As Orientações para a Descrição Arquivística (DGARQ, 2011, p. 163) alargam

os procedimentos da organização, considerando-os como o conjunto de operações

intelectuais e físicas que consistem na análise, estruturação, classificação e ordenação

dos documentos de arquivo, e seu resultado.

A origem do documentos, segundo Heredia Herrera, (2007, p. 100), ligada a um

productor y a sus funciones y atividades, su carácter seriada (…) su condición de único,

que determina su originalidade; su autenticidade (…); mas também, a tipologia

documental, os intervenientes, a(s) data(s), entre outros elementos indispensáveis à

compreensão das relações existentes entre o documento em análise e o seu produtor e as

relações com os restantes documentos do fundo, de modo a determinar a sua posição nos

processos de organização (classificação e ordenação, descrição e comunicação da

informação) (GUEDES, 2015, p. 196).

O processo que compõe a etapa de organização arquivística é a descrição. Por

definição, Bellotto (2004, p. 173) defende que a descrição é uma tarefa típica dos

arquivos permanentes, já que é criada exclusivamente para o acesso da documentação

recolhida para guarda permanente após o processo de avaliação.

Mas o que podemos considerar como marco da descrição arquivística

devidamente uniformizada é a criação da norma geral internacional de descrição

arquvística (ISAD(G)) e a norma internacional de registo de autoridade arquivística

para pessoas coletivas, pessoas singulares e famílias (ISAAR (CPF)) que foram

elaboradas pelo Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) e deu grande impulso à

Arquivística, trazendo consigo novas exigências aos profissionais da área.

Segundo a ISAD(G) (2002, p. 9), o objetivo da descrição arquivística é identificar

e explicar o contexto e o conteúdo da documentação de arquivo a fim de promover o

acesso aos mesmos. Os instrumentos de pesquisa de caráter arquivístico precisam de ser

adaptados às condições e aos objetivos próprios de cada instituição, de cada tipo de

instrumento elaborado, das características do objeto de descrição, além do público ao qual

se destina.

A ISAD(G) (2002, p. 16) propõe quatro regras para a aplicação da descrição

multinível:

– Descrição do geral para o particular;

– Informação relevante para cada nível de descrição;

– Ligação entre as descrições;

– Não repetição de informação.

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A regra da descrição do geral para o particular estabelece que no nível de fundo é

instituído dar informação sobre ele como um todo. Nos níveis seguintes e subsequentes,

dar informações sobre as partes a descrever. Apresentar as descrições resultantes de

uma relação hierárquica entre a parte mais geral (o fundo), para o particular. Sendo que

fundo é entendido como um conjunto de documentos, independente de sua forma ou

suporte, organicamente produzido e/ou acumulado e utilizado por uma pessoa singular,

família ou pessoa coletiva no decurso das suas atividades e funções. E ainda, faz questão

de diferenciar o conceito de fundo do conceito de coleção: conjunto de documentos

reunidos artificialmente em função de qualquer característica comum,

independentemente da sua proveniência (ISAD(G), 2002, p. 16).

A norma estabelece ainda diferenças entre o procedimento e a apresentação. No

que respeita ao procedimento, a própria norma admite a possibilidade de efetuar a

descrição em separado das partes que integram o fundo, mediante a utilização de

elementos apropriados. Em concreto a norma indica: se se justificar a descrição das suas

partes, estas podem ser descritas em separado, usando-se igualmente os elementos

apropriados. Na apresentação, é obrigatório mostrar as descrições relacionadas

hierarquicamente: a soma de todas as descrições assim obtidas, ligadas em uma

hierarquia, representa o fundo e as partes para as quais foram elaboradas descrições.

Segundo esta norma, existem cinco unidades de descrição básicas que são do geral para

o particular: fundo, subfundo, série, registos, unidade documental. As características de

cada unidade de descrição vão determinar o processo descritivo (ISAD(G), 2002, p.16).

Citando Bonal Zazo, o manual de descrição multinível distingue o nível de

descrição intelectual de físico. O nível intelectual localiza-se entre a subsérie e o fundo.

É um nível definido em função do Princípio da Proveniência, de tal forma que a sua

utilização está ligada à identificação, da entidade produtora. O modelo britânico (MAD2,

p. 22-24) define este nível como macrodescrição e como um nível complementar para a

identificação, classificação e informações adicionais, com as seguintes características:

descreve o arquivo como um todo, de forma geral, e não tratam seus itens

separadamente; proporcionam toda a informação comum relativa à entidade produtora;

são representações de unidades de descrição genérica, em que unidades documentais

podem ser pesquisadas, de tal forma que ajudam a restringir as pesquisas de

informações. Os níveis físicos são níveis compreendidos entre a unidade de localização e

o documento simples. São entendidos como microdescrição que descrevem os elementos

constituintes da entidade produtora de forma individual e detalhada sem repetir a

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53

informação dada na macrodescrição. Esta microdescrição deve ser acompanhada de uma

macrodescrição (BONAL ZAZO, 2001, p. 185-186).

A organização intelectual só fica completa com a descrição dos documentos e,

consequentemente, com a elaboração dos instrumentos de descrição documental. Só

assim se pode afirmar que um fundo se encontra realmente organizado e pronto para ser

difundido e consultado.

Organograma 4 – Estrutura do Arquivo do Sporting Clube de Portugal

A contextualização da informação deve ser a operação primordial no tratamento

da informação de um arquivo, já que ela é o que assegura o respeito pelo Princípio da

Proveniência e pela estrutura interna do fundo, através do método analítico

(CARMONA, 2004, p. 42).

A classificação

A classificação é o processo intelectual e físico de arquivos baseada em uma

proposta de hierarquização das informações devendo refletir as funções, as informações

acumuladas e os aspetos materiais e intelectuais do órgão produtor (CRUZ MUNDET,

1994, p. 239).

Por classificação arquivística podemos compreender como a combinação de dois

elementos de acordo com T. R. Schellenberg (1961, p. 13-39) que se referem tanto à sua

estrutura física dos documentos (critérios externos) como ao seu conteúdo substantivo

(critérios externos).

Estrutura do Arquivo Sporting Clube de Portugal

SecçãoDepartamento de

Sócios

Série

Documento simples

Coleção

Documento composto

Secção

Museu de Alvalade

Secção

Recursos Humanos

Secção

Contabilidade

.....

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54

Critérios Externos:

Classe

Tipo

Formato

Quantidade

Forma

Critérios Internos:

Entidade produtora

Origens funcionais

Data e local de produção

Conteúdo substantivo

O conceito ‘classificar’, nas Ciência da Informação, ultrapassa a simples noção de

colocar ordem em artefactos. Assim, entende-se por classificação: o processo pelo qual

se torna possível dispor de, uma forma ordenada, um determinado conjunto de elementos,

representando-os, de modo a facilitar a sua posterior identificação, localização e consulta.

Dito de outra forma, classificar é um método que possibilita organizar diferentes

informações de acordo com as suas particularidades. A classificação é o procedimento

mais determinante na organização de documentos de arquivo, a documentação tem de se

estruturar adequadamente. Um quadro ou plano de classificação é um instrumento que

resulta do recenseamento das séries documentais produzidas, organizadas num sistema

de classes e subclasses, definidas com base na identificação das atividades, transações e

funções de uma organização ou seja, a classificação deve espelhar a sua missão através

da observação das respectivas funções, competências e atribuições de uma organização.

Deste modo, a classificação e a descrição, enquanto funções da arquivística,

caminham paralelamente, contribuindo, entre outros objetivos, para organização dos

arquivos, pois somente a descrição arquivística garante compreensão ampla do conteúdo

de um acervo, possibilitando tanto o conhecimento, como a localização dos documentos

que o integram, assim sendo, a classificação consegue seus objetivos mediante a descrição

documental, desde que adequadamente realizada.

Neste sentido, ao ser adotado, o quadro de classificação será um instrumento

fundamental para a gestão documental do departamento de Sócios do SCP, promovendo:

a) A diminuição dos riscos de erro na classificação;

b) As vantagens da utilização de uniformização de critérios, linguagem e siglas;

c) A pesquisa dos documentos, com o aumento das taxas de recuperação da

informação;

d) O acelerar do processo de tomada de decisão;

e) A salvaguarda dos direitos de acesso;

f) O aumento da estabilidade, continuidade e eficácia administrativa do SCP;

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g) A otimização dos recursos;

h) O assegurar da continuidade da gestão em caso de mudança de recursos

humanos;

i) A diminuição dos custos de tratamento documental ao nível do arquivo.

Existem vários critérios de classificação: funcional, orgânico-funcional, tipologia

documental (relacionada com a função que realiza) e alguns autores admitem, ainda, o

critério temático (indexação) e a classificação facetada. Contudo, a NP 4438-1-2 (IPQ,

2005, p. 17) refere como o mais eficaz no destino de qualquer empreendimento, sendo

indispensável à boa gestão de documentos de arquivo, dotando a organização com uma

ferramenta para organizar, descrever e relacionar entre si os documentos; relacionar e

partilhar documentos de áreas diferentes; melhorar o acesso, a recuperação, a utilização

e a disseminação dos seus documentos.

Segundo o Princípio da Proveniência, Heredia Herrera (1991, p. 267-268)

fragmenta a classificação em dois níveis: um sobre a estrutura ou funcionamento da

organização que corresponde às secções e subsecções; outro sobre as séries documentais,

estas como prova das atividades provenientes da organização, modelo de classificação

que tentaremos adotar é alvo da presente investigação.

Quadro 2 – Relação entre classificação e descrição

Fonte: José Luis Bonal Zazo (2001, p. 179) em La descripción archivística normalizada: origen, fundamentos, princípios y técnicas.

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Ordenação

De acordo com as ODA Portuguesa (DGARQ, 2011 p. 163), ordenação é a

sequência cronológica, numérica, alfabética, temática, hierárquica, etc., atribuída a

dados, informação, documentos de arquivo (…) para efeitos de arquivagem, de registo

ou de descrição.

Os critérios cronológicos e numéricos podem, ainda, ser organizados de forma

inversa (do mais recente para o mais antigo/ do maior para o menor, que é o mais

frequente nos arquivos em fase ativa) e de forma direta (do mais antigo para o mais

recente/ do menor para o maior, utilizado na (re)organização de algumas unidades

arquivísticas em arquivos definitivos).

Este estudo não versa sobre os processos de avaliação, seleção ou eliminação, nem

a elaboração do registo análogo, uma vez que a documentação existente é de conservação

permanente, e assim, cabe-nos efectuar uma investigação sobre o percurso de organização

da informação.

Assim, para a compreensão do contexto da produção dos documentos, da sua

recuperação e do seu acesso, existe uma panóplia de passos que atribuem uma estrutura

intelectual e física à totalidade da secção do arquivo do Departamento de Sócios. Por estas

e outras razões, Simões e Freitas (2013, p. 100) concluem que sem classificar e ordenar

a informação (...) não é possível desencadear a sua descrição enquanto acto

normalizado, indispensável à comunicação da informação existente no arquivo.

A evolução dos sistemas de recuperação da informação depende muito dos

avanços obtidos nas técnicas e métodos empregados com este objetivo, ilustrados por

Saracevic (1996, p. 44) através de “exemplos históricos” que demonstram a evolução da

área:

[...] de cartões perfurados para sistemas online e CD-ROM; de sistemas sem

capacidades interativas para aqueles que oferecem interações múltiplas,

munidos de interfaces inteligentes, transformando a recuperação da

informação em um processo altamente interativo; de bases de documentos

para bases de conhecimento; de textos escritos aos multimédia; de

recuperação de citações à recuperação do texto completo, e até mesmo para

sistemas especializados e de pergunta/resposta (question answering) e assim

por diante.

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A gestão do ciclo de vida da documentação será assegurada desde a sua origem,

até ao seu destino final, evitando-se a acumulação documental.

Para garantir a linguagem semântica, a uniformização do formato para

equivalência a outros formatos, com a finalidade de obter a descrição do conteúdo, os

metadados podem ser descritos separadamente em um sistema de armazenamento de

informações (bancos de dados), como podem estar embebidos nos arquivos digitais,

(PIRES, 2012, p. 4) portanto, a uniformização de critérios descritivos garantem dados

análogos para troca e interoperabilidade da informação.

Nesse sentido, a interoperabilidade semântica, é um processo que visa a

reutilização de informações, permitindo a adopção de ferramentas comuns, como

descrição de metadados e classificações para que novos conhecimentos sejam

transmitidos a partir de diferentes fontes de informação (MILER, 2000; UKOLN, 2005).

Devido às complexidades impostas pelo mundo digital, e principalmente aos

profissionais da área de informação, a Web semântica exigirá um grande esforço para a

estruturação de dados, visando evitar a redundância e garantir a interoperabilidade, de

modo que a partilha de documentos deixa de ser o foco para se centrar na partilha de

dados estruturados.

A contextualização da informação foi elaborada com base nos estatutos que

conseguimos ter acesso, nomeadamente os Estatutos de 1907, 1920 e 1982, assim como

uma estimativa do inventário efetuado pelo Departamento de Sócios, o que permitiu o

entendimento do contexto da criação e/ou acumulação da documentação e a posição de

cada documento na estrutura hierárquica do arquivo o que assegura o seu valor

informacional. Assim, apresentamos uma proposta descrição da informação segundo as

recomendações internacionais da arquivística.

Nos termos da Norma Internacional para Descrição de Instituições com Acervo

Arquivístico – ISDIAH (CIA, 2008, p. 13), o Departamento de Sócios do SCP pode ser

descrito da seguinte forma:

– Identificador: PT/ASCP/SCP/DS

– Forma autorizada do nome: Portugal, Arquivo do Sporting Clube de

Portugal/Sporting Clube de Portugal/Departamento de Sócios

– Endereço: Rua Professor Fernando da Fonseca,

1501-806 Lisboa, Portugal

URL: http://www.sporting.pt/

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Quadro 3 – Campos de descrição com a informação registada correspondente ao nível arquivístico Secção

Elemento de descrição

Orientação

1. Zona de Identificação Código de referência

Identifica de forma unívoca a unidade de descrição e a sua relação hierárquica com a demais.

Título Tem como objetivo a denominação da unidade arquivística. Representada a sua ausência utiliza-se um título atribuído de forma clara, concisa e que reflita a informação essencial.

Datas Inserir as datas de início e fim da unidade arquivística Nível de descrição

Registado no momento da criação de uma nova entrada na base de dados. Uma vez que não existe, manteve-se somente nesta apresentação este campo, no lugar atribuído pela ISAD(G).

Dimensão e suporte

Informar sobre o número de volumes, com referência do número de livros e de folhas de cada volume.

2. Zona do Contexto Nome e função do Produtor

Inserir o nome de quem produziu o documento dos níveis superiores.

História administrativa /biográfica arquivística

Informações sobre a história do conjunto documental, significativo para sua autenticidade, integridade e interpretação. Incluir informações sobre produção e acumulação; transferências de propriedade, responsabilidade e/ou custódia; intervenções técnicas

História custodial e arquivística

Informar do percurso da documentação relativamente à sua guarda física após o encerramento da atividade.

Procedência Setor da entidade produtora, ou pessoa, que acumulou os documentos

3. Zona do Conteúdo e da Estrutura Âmbito e Conteúdo

Informações relevantes que pode incluir nomes de pessoas ou lugares, tipologias documentais, além de outras características significativas do conteúdo.

Avaliação, seleção e eliminação

Indicar se a documentação se encontra sujeita a qualquer atividade de avaliação, seleção ou eliminação. Caso contrário é de conservação.

Ingressos adicionais

Informar se são previstas entradas adicionais de documentação relativa à unidade de descrição ou se, pelo contrário, esta é um fundo fechado

Sistema de organização

Indicar a forma de como se organiza internamente a unidade documental. Relaciona-se diretamente com o Princípio da Proveniência e da Ordem Original.

4. Zona das Condições de Acesso e Utilização Condições de Acesso

Informação sobre a existência, ou não, de restrições de acesso aos documentos (sigilosos, documentos não organizados)

Idioma/Escrita Instrumentos de descrição

Localização de originais

5. Zona de Notas Notas Informação que, por sua especificidade, não podem ser incluídas em nenhum dos

elementos de descrição, ou informações que visam complementar, relativizar ou explicar conteúdo registado em algum dos elementos de descrição anteriores (indicando qual). Conservação do estado documental

Data da descrição Indicação da data da elaboração da descrição e o responsável por essa descrição.

No conceito tradicional da arquivística recomenda-se que a organização dos

documentos respeite o conhecimento que está patente nas suas funções e competências,

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para que o estabelecimento hierárquico das classes e subclasses seja representativo das

suas atividades.

A descrição de funções exerce um papel essencial na explicação da proveniência

de documentos. As descrições de funções podem ajudar a situar os documentos com mais

segurança no contexto de sua produção e uso. Ajudam a explicar como e por que

documentos foram produzidos e subsequentemente usados, o propósito ou papel que

foram destinados a executar numa organização, e como se ajustavam a essa organização

e se ligavam a outros documentos por ela produzidos (ANTÓNIO, 2012 p. 32)

Assim, segundo as recomendações da ISDF a descrição das funções e atividades

da organização podem ser usadas para descrever funções como unidades em um sistema

de descrição arquivístico; para controlar a criação e o uso de pontos de acesso em

descrições arquivísticas; documentar as relações entre as descrições das funções, entre

estas e a descrição da documentação a que deram origem, e entre as descrições das

funções e as descrições dos produtores que as detiveram ou detêm. De salientar que na

referida norma se explicita o termo “função” é usado nesta norma para incluir não

somente funções, mas também qualquer uma das subdivisões de uma função, tal como

subfunção, procedimento operacional, atividade, tarefa, transação ou outro termo de uso

internacional, nacional ou local. A norma pode ser usada para descrever uma função ou

qualquer das suas subdivisões (CIA, 2007, p. 7).

Tais descrições permitem ao utilizador uma melhor compreensão do contexto de

produção da documentação de arquivo.

[…] descrição contextual destaca o produtor dos fundos, ou seja, a

organização ou a pessoa que constituiu os fundos dos arquivos; as suas

missões ou atribuições que explicam a génese dos seus arquivos; o modo de

classificação ou conservação adotada pelo produtor [tradução nossa]25.

Os elementos informacionais não estão presentes apenas no conteúdo e nas

características extrínsecas dos documentos. A inexistência de qualquer esquema sobre a

organização original do arquivo do Departamento de Sócios ou de instrumentos

regulamentares que auxiliassem no processo de identificação da produção documental,

relacionando cada tipo de documento com o seu contexto, fez com que fosse necessário

25 (…) description contextuelle met en valeur le producteur du fonds, c’est-à-dire l’organisme ou la personne qui a constitué le fonds d’archives; ses missions ou atributions, qui expliquent la genèse de ses archives; le mode de classement ou de conservation adopté par le producteur (NOUGARET, 2004, p. 338).

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o estudo da ação do produtor, a fim de esclarecer sobre as atividades desenvolvidas, as

funções, as séries produzidas.

Porém, este caminho não foi fácil, devido à falta de informação em suporte legal

(diplomas, regulamentos, entre outros) no qual tenha sido publicada a sua estrutura

orgânica, missão e atividades, de modo a permitir-nos identificar as relações existentes

entre o produtor e a informação produzida. Perante tal situação recorremos a fontes

existentes no endereço eletrónico Wiki Sporting, no qual partimos do pressuposto que são

fidedignas e aos estatutos de 1907, 1920 e 1982.

Uma vez que não foi possível encontrar documentação das funções do produtor

da secção de arquivo relativa aos Sócios, achamos pertinente descrever as suas várias

nomenclaturas, pois são os Sócios que de certo modo, foram responsáveis pela

criação/desenvolvimento de funções como a criação de documentação de identificação

de cada um, que foi à posterior organizada e armazenada pelo produtor responsável por

tal tarefa.

São considerados Sócios as pessoas singulares e coletivas que tenham sido

propostas e satifaçam os condicionalismo: é impedido na sua atividade e nas suas

instalações manifestações de natureza proselitismo religioso e estão sujeita a

regulamentação específica definidora dos respetivos direitos e deveres, eleborada pela

direção (art. 12.º dos estatutos 1982).

Os Estatutos do SCP definem como competência da Assembleia Geral mediante

proposta do Conselho Diretivo ou de duzentos e cinquenta sócios efetivos com mais de

dez anos a atribuição das categorias de Sócios de mérito, Sócios benemérito e Sócios

honorário, sendo que os Sócios de mérito são todos os associados que tenham dedicado

às especialidades atléticas pelas suas “performances” consigam merecer esta distinção ou

tenham prestado serviços relevantes ao clube. Os associados que hajam tornado credores

da gratidão do clube, nomeadamente por dádivas ou outras ajudas materiais, são

considerados Sócios beneméritos. São Sócios honorários todos aqueles que tenham

serviços relevantes, ajudas materiais ou dádivas, que não pretencem à grande família de

Sócios.

São várias as classificações atribuídas aos Sócios em 1907, entre as quais

encontramos, Sócio Protetor, Technicos, Contribuintes (ordinário, extraordinário,

temporário) que em 1920 passou a designar-se Contribuinte (maiores e menores),

acrescentando os Sócios Correspondentes, Remidos, Filiados, competindo à Direção a

sua admissão. Com os estatutos de 1982, algumas destas categorias foram substituídas,

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dando lugar às seguintes categorias: Sócio efetivos; Sócio auxiliar (com as subcategorias:

familiares, infantis, juvenis, correspondentes); Sócio atletas.

São Sócios efetivos os que integram de modo mais significativo a vida do Clube,

aos quais cabe a plenitude dos direitos estabelecidos nos estatutos; são Sócios auxiliares,

os que não fruem a plenitude de direitos previstos e beneficiam da correlativa redução

dos seus deveres, por virtude de menor escalão etário, relação de parentesco com sócios

efetivos ou local de residência. As subcategorias de Sócios auxiliares são: familiares

(descendentes de Sócios com mais de 10 anos de idade), infantis (descendentes de Sócios

com menos de 12 anos de idade), juvenis (descendentes de Sócios com menos de 10 anos

de idade até aos 16 anos de idade; 12 e 16 anos de idade, os não descendentes de

familiares) e os correspondentes (os com residência habitual a mais de 100 Km de

Lisboa e que não pertençam à categoria de Sócio efetivo). São Sócios atletas os que

pratiquem qualquer modalidade desportiva dentro do clube. O que distingue as categorias

das subcategorias entre os Sócios é o valor do pagamento da quota e a atribuição de

lugares no estádio do SCP.

De salientar que em 1907 não era permitida a entrada de Sócios do sexo feminino,

e nem a participação dos Sócios honorários na Assembleia Geral em 1982.

A revisão numérica dos Sócios ainda não estava consagrada nos estatutos de 1907

e 1920.

4.1. Modelo de Sistemas Arquivístico

Para auxiliar na tomada de decisão, otimizar o processo de negócio e adequar os

custos aos benefícios, a ISO 11620 (2014, p. 5) Information and Documentation: Libary

performance indicators ostenta 52 indicadores de desempenho com o objetivo de

comparar o desempenho com metas pré-definidas26 procurando a eficácia, eficiência,

efetividade, equidade e a economia dos processos.

Quando observados do ponto de vista quantitativo e qualitativo, os indicadores se

referem aos aspetos tangíveis27 e intangíveis28 da realidade. Os indicadores qualitativos

26 Expressão numérica, simbólica ou verbal aplicada para caracterizar as atividades (acontecimentos, objetos, pessoas), em termos quantitativos e qualitativos, com o objetivo de obter o valor das atividades s (ISO 11620:2014, p. 5). 27 Tangíveis são os elementos facilmente observáveis (forma de organização e gestão, legislação, mecanismos de divulgação). 28 Intangíveis são os atributos que só podem ser captados indiretamente por meio de suas formas de manifestação (incremento da consciência social, autoestima, valores, atitudes, liderança, protagonismo e cidadania).

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podem ser diretos ou indiretos que podem ser construídos por meio de escalas, índices,

gráficos, números, dígitos, termómetros ou indicadores a partir de uma visão quantitativa

das representações e práticas dos sujeitos envolvidos na investigação (MINAYO, 2009,

p. 85).

Segundo Harrison-Walker e Neeley (2004, p. 22), o processo de decisão poderá

ser definido em seis fases distintas29:

1. Reconhecer uma inexistência;

2. Determinar as especificações do produto;

3. Encontrar os fornecedores qualificados;

4. Solicitar e avaliar propostas;

5. Emitir pedidos de compra ou estabelecer contratos;

6. Avaliar o desempenho do produto adquirido.

As primeiras duas decisões são, efetuadas pelos colaboradores do SCP e

determinam as especificações do produto que pretendem adquirir. As duas decisões

seguintes envolvem um estudo de mercado, uma pré-aquisição e uma análise do

desempenho do produto. A quinta decisão traduz-se na transição da pré-aquisição para a

aquisição onde já está solificada a qualidade e os requisitos da aquisição do produto. A

última decisão diz respeito à pós-aquisição e inclui todos os requsitos associados à

utilização do produto, assim como a avaliação do SCP em relação à entidade que fez a

venda e ao produto adquirido.

A ISO/IEC 25010:2010 Systems and software engineering – Systems and software

Quality Requirements and Evaluation (SQuaRE) System and software quality models

descreve um modelo de qualidade do sistema e software, propondo atributos que estão

distribuídos em oito características principais (adequação funcional, utilização de

recursos, compatibilidade, utilidade, confiabilidade, segurança, manutenção,

adaptabilidade), e cada uma delas divididas em subcritérios de avaliação de software.

Na perspetiva do utilizador, os atributos de qualidade (ISO/IEC 9126-1:2001) são

classificados em quatro características: eficácia, produtividade, satisfação, risco e

segurança. Normalmente são necessárias medidas na obtenção da qualidade de utilização,

pois para atender aos critérios de medidas internas, em geral, não é suficiente para garantir

o atendimento aos critérios para medidas externas, e atender aos critérios para medidas

29 (…) problem recognition, determining product specifications, finding qualified suppliers, requesting and evaluating proposals, selecting na order process, and conducting performance evaluation (HARRISON- WALKER; NEELEY, 2004, p. 22).

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externas de subcaracterísticas não é suficiente para garantir o atendimento aos critérios

para qualidade na perspetiva do utilizador. Alguns exemplos de métricas de qualidade de

utilização estão expressos na ISO/IEC 25010: 2011 System and software quality models.

Organograma 5 – Modelo qualidade na perspetiva do utilizador

Fonte: ISO/IEC 9126-1:2001 Software engineering - Product quality - Part 1: Quality model

Os modelos de qualidade podem ser usados para apoiar a especificação e a

avaliação de um software em diferentes prespectivas, quanto à aquisição, requisitos,

desenvolvimento, utilização, avaliação, suporte, manutenção, garantia de qualidade e

auditoria do software. Existem três modelos de qualidade: qualidade de utilização –

ISO/IEC 25010; qualidade do produto – ISO/IEC 25010; qualidade dos dados – ISO/IEC

25012. Cada modelo fornece características de software para diferentes utilizadores:

criadores de software, sistemas com indicações contínuas, sistema de aquisição,

avaliadores de qualidade, entre outros. Cada categoria de stakeholders conclui com um

conjunto de características de qualidade de acordo com a sua relevância.

A ISO/IEC 14598-1 Information technology – Software produt evaluation é uma

norma internacional que oferece um processo para implementação prática de

avaliações de produtos de software. O processo de avaliação proposto pela norma pode

ser utilizado para avaliar produtos já existentes ou produtos intermediários, isto é, em

desenvolvimento. O processo inclui quatro etapas de avaliação que por sua vez, estas

quatro etapas definem dez atributos/atividades, estabelecidos na ISO, 2001 a):

1) Estabelecer requisitos de avaliação (identificar produtos a serem avaliados;

especificar o modelo de qualidade);

Qualidade de utilização

Eficácia

Eficácia

Produtividade

Eficiência

Satisfação

Utilidade

Confiança

Conforto

Risco

Atenuação de riscos

económicos, de saúde e de

segurança ambiental

Segurança

Integridade do contexto

Flexibilidade

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2) Especificar a avaliação (selecionar métricas do modelo de qualidade, estabelecer

níveis de pontuação para as métricas e para os critérios de avaliação);

3) Projetar a avaliação (produzir um plano de avaliação);

4) Executar a avaliação (comparar com critérios, avaliar resultados, obter medidas).

A importância e a necessidade de se adotar indicadores para a avaliação de

serviços de software é inegável, uma vez que a informação, per se, é a fonte primordial

da geração e apropriação do conhecimento:

Quantos menos indicadores aplicamos, mais adequados e pertinentes são,

mais simples será o resultado entre a avaliação e o desempenho e o sucesso

do nosso arquivo. Não se trata de publicar más estatísticas que provem do

nosso trabalho, mas relaciona-lo entre si e, assim obter dados credíveis que

nos permitem melhorar o serviço fornecido e modificar, sempre que

necessário, os nossos indicadores [Tradução nossa]30.

Neste processo de decisão, o nosso trabalho, como arquivistas, consiste na

orientação de programas de software de gestão para arquivos definitivos disponíveis no

mercado que facilitem a preservação digital e a gestão da informação e do conhecimento.

Para tal há que ter em conta modelos de workflow para a sua implementação; os

riscos aderentes na escolha de um software e possíveis sistemas de gestão de documentos.

Workflow orientado para o objeto, sendo que um objeto é o conjunto de atributos,

ou dados, e instruções sobre como os dados e os atributos devem ser processados,

guardados, recuperados e visualizados pelo utilizador, isto é, na mudança de regra, os

documentos passam a ser tratados e processados com a nova regra sem afetar os

documentos da regra antiga. O modelo baseado no conhecimento aprende-se com os

próprios erros e soluções da implantação deste. Vai além da execução pura e simples das

regras pré-estabelecidas e incorpora exceções nos seus procedimentos. Exemplo disto é a

inteligência artificial ou sistemas desenvolvidos para poderem inferir soluções a partir da

vivência de ocorrência do dia-a-dia (WfMC, 2002).

Um modelo de workflow não é definitivo e, vai sem dúvida evoluir pois não existe

“uma única solução” (HIGGINS, 2008, p. 136). A elaboração ou adaptação de modelos

já existentes depende de diferentes aspetos, como o tipo de utilizadores, aplicação de

30 Cuantos menos indicadores tengamos y más adecuados y pertinentes sean, más sencillo nos resultará contrastar y evaluar el rendimiento y éxito de nuestro archivo. No se trata de poseer más estadísticas que prueben nuestro que hacer, sino relacionarlas entre sí y, de esta forma, tener datos creíbles que nos permitan mejorar el servicio prestado y modificar nuestras pautas de actuación cuando sea preciso (Mesa de trabajo de Archivos de la Administración Local 2010, p. 19)

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princípios, boas práticas e a determinação metadados necessários para descrever

informações. Um modelo de worflow corretamente implementado pode ser usado como

meio de garantia de qualidade e pode ser aplicado em diferentes tipos de dados e fontes

(WISSIK; DURCO, 2015, p. 2).

No entendimento de Eli Rogrigues (2013) em Gestão de Projetos na Prática, os

riscos em projetos de escolha de um software podem ser, riscos técnicos (segurança da

informação, infraestrutura, domínio tecnológico, entre outros), qualidade do software

(funcionalidade, confiabilidade, eficiência, manutenção), organizacionais (estrutura,

estratégia, apoio financeiro e dos gestores), externos (fornecedores, legislação, economia,

política, mercado de trabalho) e de gestão de projeto (mudança de objetivos, prazos

inadequados, derrapagem de orçamentos, entre outros).

Não descorando estes riscos, um dos critérios de análise de softwares é a sua

disponibilidade numa página eletrónica (Web), uma vez que é o meio mais veloz de se ter

acesso a eles. Outro critério é a polivalência das ferramentas existentes, isto é, software

livre31 que não exige licença ou software proprietário32 que não pode ter seu código fonte

alterado e são protegidos por uma licença.

A fim de apresentar soluções que visam a gestão de documentos em suporte

eletrónico, importa analisar apenas as ferramentas criadas para a gestão de documentos

de arquivos definitivos. Através do trabalho realizado pelos autores Sérgio Lampert e

Daniel Flores (2010, p. 222-229), foi possível exibir uma nova e atualizada lista com

características de algumas ferramentas e as suas respetivas descrições para a gestão de

documentos.

31 As principais vantagens dos sistemas operacionais livres são: o custo onde para a sua utilização, não se precisa de pagar nada pelo software, ainda que tenha, regra geral, outros custos associados; por serem menos utilizados eles são menos visados por hackers, vírus e outros programas maliciosos; esses sistemas requerem pouquíssima memória; oferecem diversas opções de interfaces gráficas para os utilizadores e podem ter seu código alterado por qualquer utilizador. As suas desvantagens são: a baixa disponibilidade de aplicativos; instalação e configuração complicada; má estabilidade; incompatibilidade e dificuldade na utilização por parte de alguns utilizadores (Lucas Dias em Comparação entre sistemas operacionais proprietários e sistemas operacionais livres). 32 As principais vantagens dos sistemas operativos proprietários são: Fácil manuseio, mais fácil de instalar e configurar, tem uma maior quantidade de aplicativos disponíveis, interface mais intuitiva e ele possui suporte técnico do desenvolvedor. As suas desvantagens são: o seu custo é elevado, ele não é tão seguro, as atualizações são feitas em longos espaços de tempo em relação aos livres, seu código não pode ser alterado, requerem um número maior de memória (Lucas Dias em Comparação entre sistemas operacionais proprietários e sistemas operacionais livres).

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Quadro 4 – Lista das ferramentas encontradas

Características das ferramentas Descrições Ferramentas

Sistemas Gestão de Documentos

Agorum

Agorum Core Server

Agorum Core Client

Alfresco

Alfresco Enterprise Edition

Alfresco Community Edition

ArchivistaBox ArchivistaBox

KnowledgeTree KnowledgeTree 3,7

KnowledgeTree Community Edition

Maarch Maarch

DigitArq DigitArq

Archeevo Archeevo

Sistema de controlo de informações

descritivas

AtoM33 (Access to Memory)

Fonte: Construção adaptada de Sérgio Lampert e Daniel Flores em Os sistemas de workflow em arquivística (2010, p.224-228)

Encontrados os diferentes softwares, analisaremos cada um individualmente,

segundo alguns critérios: ferramentas com um sistema de workflow; requisitos de

instalação; compatibilidade com o sistema operacional; necessidade do conhecimento

de uma língua estrangeira para operar o software; opção em linha para testar a

ferramenta; número de sistemas operacionais disponíveis; realização de apresentações

e divulgação das funcionalidades do software em linha ou presencialmente (LAMPERT;

FLORES, 2010, p. 222).

33 Disponível na internet em URL: https://www.accesstomemory.org/pt/download/

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67

Quadro 5 – Critérios de análise de Sistemas Gestão de Documentos vs Sistema de controlo de informações descritivas

Ago

rum

Cor

e

Alf

resc

o

Arc

hivi

staB

ox

Kn

owle

dge

Tre

e

Maa

rch

Arc

heev

o

Contém Sistema

workflow Sim Sim Não Sim Sim Sim

Idioma Alemão

Inglês Francês Italiano

Espanhol Alemão

Alemão ou

Inglês

Não há necessidade de língua

estrangeira

Francês ou

Inglês

Português Inglês

Outro idioma

Opção de teste em linha

Não Sim Sim Sim Sim Sim

Sistemas Operacionais Disponíveis

Windows Linux

Windows Linux Mac

Windows Linux

Windows Linux Mac

Windows Linux Mac

Windows 7 e 8

Compatibilidade com o Sistema

Operacional

Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Realização e divulgação na

página eletrónica

Não Sim Não Sim Não Sim

Requisitos de instalação

Apache SQL PHP

Apache SQL

Apache SQL PHP Perl

Apache SQL PHP

Apache SQL PHP

MS SQL Server 2008 e 201234

MS SQL Server 2012 Express

Fonte: Construção adaptada de Sérgio Lampert e Daniel Flores em Os sistemas de workflow em arquivística (2010, p.229)

Para além dos softwares mencionados existe uma grande quantidade de softwares,

visando a racionalização de processos de negócios e sistemas de gestão de documentos.

Nicholas Fearn, em 7 de janeiro de 2017, publicou no endereço eletrónico Techradar os

cinco melhores softwares de gestão de documentos: Templafy35, M-Files36,

MasterControl Document Control37, XaitPorter38, Dokmee39. Como se pode verificar,

34 O Archeevo pode também operar com o “Microsoft SQL Server 2012 Express with Advanced Services” (sem custos de licenciamento) com as seguintes limitações: utilização de apenas 1 CPU, utiliza até 1 GB de RAM, bases de dados inferiores a 10 GB e não permite agendamento de backups. 35 https://www.templafy.com/ 36 https://www.m-files.com/en 37 http://www.mastercontrol.com/document-control-software/?lne=nmm&nlc=docconmm 38 https://www.xait.com/xaitporter/ 39 https://www.dokmee.com/en-us/home.aspx

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neste campo das novas tecnologias, o que agora é considerado o melhor entre os melhores,

passando alguns meses deixam de estar no top dos melhores.

Exemplo disso é o software DigitArq que foi desenvolvido pelo Arquivo Distrital

do Porto sob a administração da Direção-Geral de Arquivos e com o apoio técnico da

Universidade do Minho. Ao projeto de digitalização do Arquivo Distrital do Porto foi

atribuido o Prémio Fernandes Costa pela Agência para a Sociedade do Conhecimento em

2004, por considerar o que melhor responde à inovação e contributo para o

desenvolvimento da Sociedade da Informação, disponível na internet em URL:

http://www.adporto.pt/index.php/sliders/projectos

A empresa KEEP SOLUTIONS, a partir do DigitArq desenvolveu o Archeevo

acrescentado a este software novas funcionalidades (descrição arquivística, gestão de

objetos digitais, gestão de depósito, arquivo intermédio, conservação e restauro, catálogo

em linha, balcão eletrónico, administração e configuração, entre outras). O Archeevo está

presente nos arquivos de muitas entidades que têm como preocupação a gestão do seu

arquivo na fase semi-ativa (arquivo intermédio) e inativa (arquivo definitivo) da

documentação. O software permite delimitar os prazos de retenção da documentação ao

nível das séries documentais. As características e requisitos técnicos deste software de

gestão integrada de arquivo estão disponíveis na internet em URL:

https://www.keep.pt/wp-content/uploads/2013/01/WP15567-Whitepaper-Archeevo-

4_PT_v6.pdf

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5. AVALIAÇÃO DA INFORMAÇÃO

A avaliação, enquanto função arquivística, condiciona determinadas opções

consoante o valor dos documentos, assim como os prazos de conservação administrativa.

Os documentos e os processos que à partida são de conservação permanente serão

agrupados em séries próprias, enquanto aqueles cujos prazos de vida são menores

constituirão séries distintas, como se pode constatar, no entendimento dos seguintes

autores:

Rousseau e Couture (1998, pp. 113; 123) introduzem a seguinte proposta

terminológica quanto à abordagem da avaliação e da eliminação: “arquivos correntes”,

que são constituídos por documentos ativos, “arquivos intermédios”, compostos por

documentos semi ativos e “arquivos definitivos”, que agrupam os documentos inativos

com valor de testemunho. Estes autores refugiam-se na expressão “valor testemunhal” e

reconhecem, ao tratarem dos arquivos definitivos, que a equação relativa à utilização de

arquivos definitivos (arquivos definitivos = valor secundário = necessidade histórica)

contém uma restrição que é primordial matizar. Assim, não se deve associar o valor

secundário à necessidade exclusivamente histórica, uma vez que se prova que os

documentos conservados por essa razão são utilizados para toda a espécie de fins e que

a necessidade puramente histórica é apenas uma entre outras. Já a peruana Aida Luz

Mendoza Navarro (1997, p. 47) define avaliação como a determinação do valor dos

documentos segundo critérios que permitam discernir entre os quais são para eliminar a

breve prazo, a médio ou a conservar-se indefinidamente. Ieda Pimenta Bernardes (2008,

p. 35), entende a avaliação é um trabalho multidisciplinar que consiste em identificar

valores para os documentos (imediato e mediato) e analisar o seu ciclo de vida, com vista

a estabelecer prazos para a sua guarda ou eliminação, contribuindo para a

racionalização dos arquivos e eficiência administrativa, bem como a preservação do

património documental.

Alguns autores defendem ainda, que qualquer aspeto do funcionamento de um

sistema de informação, enquanto entidade orgânica, é passível de ser avaliado. Segundo

Tom Wilson [1980], que da seguinte forma à questão What can we evaluate? Qualquer

aspeto do funcionamento organizacional pode ser objeto de avaliação, assim, no

entendimento do autor pode ser avaliado: o método de funcionamento da estrutura de

gestão; operações internas relativas aos materiais de informação, tais como a

catalogação e classificação, indexação, etc.; serviços de biblioteca/informações aos

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utilizadores; novos programas de prestação de serviços; novas possibilidades de apoio

tecnológico aos serviços; possíveis opções para mudar alguma coisa; o funcionamento

de um sistema total antes de planear uma mudança [Tradução nossa]40.

Em 1999, Daniel Moody e Peter Walsh apresentaram, durante a Conferência

Europeia de Sistemas de Informação, um estudo sobre a mensuração do valor da

informação, avaliando-a como um bem ou ativo, mas admitiram que a informação não

obedece às leis económicas como os outros tipos de bens, porque suas propriedades são

únicas. Por essa razão, definiram as sete leis para melhor entendimento desse ativo

intangível de modo a tornar possível a mensuração do seu valor. São elas:

1) a informação é infinitamente compartilhável;

2) o valor da informação aumenta com o uso;

3) a informação é perecível;

4) o valor da informação aumenta com a precisão, a exatidão;

5) o valor da informação aumenta quando há confrontação de informações;

6) mais informação não é necessariamente melhor;

7) a informação não esgota com o consumo.

A metodologia proposta pela arquivística ibero-americana de documentos

administrativos, da qual participaram Espanha, Portugal, Brasil e México, visava

recuperar a fluidez do sistema de arquivos, evidenciando a avaliação das séries de

documentos desde o momento de sua produção até à acumulação indiscriminada nos

depósitos dos arquivos (CARMONA, 2004, p. 45- 46).

Podemos, assim, perante o conhecimento do valor que os documentos assumem,

traçar um “ciclo de vida” baseados nos valores, que podem ser,

administrativos/probatórios, legal/fiscal ou ainda histórico.

Do ponto de vista legal é de referir dois diplomas que marcaram a implementação

de políticas de avaliação: Lei 107/2001, de 30 de Agosto, e o Decreto-lei n.º 447/88, de

10 de Dezembro. O primeiro estabelece as bases da política e do regime de proteção e

valorização do património cultural. Para além das disposições genéricas sobre o

Património Cultural Português tem particular relevância para as áreas de arquivo o

disposto nos artigos 72.º a 90.º que se refere aos regimes especiais de proteção e

40 the way the management structure functions; internal operations relating to information materials, such as cataloguing and classification, indexing, etc.; library/information services to users; new programs of service delivery; new possibilities for technological support to services; alternative possibilities for doing anything; the functioning of a total system prior to planning change (WILSON [1980]).

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valorização dos bens culturais, em especial o artigo 80º, que define como património

arquivístico todos os arquivos produzidos por entidades de nacionalidade portuguesa que

se revistam de interesse cultural relevante. Para tal, há que distinguir arquivos públicos

de arquivos privados (art.81º), para ser objeto de classificação ou de inventário (art.82º)

de acordo com as Normas Gerais Internacionais de Descrição Arquivística (art.83º). O

segundo diploma, regula as recomendações relativas à pré-arquivagem da documentação,

estabelecendo orientações para a avaliação, seleção, eliminação e transferências de

documentação de arquivo na posse de, entre outros, entidades públicas ou privadas cujos

arquivos sejam declarados de relevante interesse cultural.

Dicotomia consagrada na NP 4041 (IPQ, 2005, p. 13) sobre avaliação, surge

expressamente como determinação do valor arquivístico de documentos ou arquivos,

com vista à fixação do seu destino final: conservação permanente ou eliminação.

A importância da uniformização das tipologias documentais aplicada à

compreensão da génese dos documentos de arquivo é um meio pelo qual se garante a

análise das características da organização produtora, dos documentos e das séries

documentais, permitindo normalizar os parâmetros de descrição, análise, avaliação e

indexação de documentos de arquivo.

Em arquivística existem princípios fundamentais como, o Princípio de

Territorialidade, o Princípio do Respeito pelos Fundos e pela Ordem Original, Princípio

da Proveniência, Princípio da Pertinência, Princípio do Respeito pela Estrutura. Pedro

López Gómez (1998, p. 39) entende que é importante que as tarefas da avaliação se

apoiem no princípio básico da arquivística, isto é, no Princípio da Proveniência. O autor

ressalta que o método da arquivística deve ser combinado com a análise documental:

[…] Que mediante um processo analítico dos documentos, nos permite, a

partir do conhecimento das suas características externas e internas, chegar

à identificação das séries documentais a que pertencem, e mediante um

processo de síntese, pelo estudo das agregações documentais, reconstituir

tanto a organicidade como a funcionalidade dos arquivos e

consequentemente das instituições que os produziram [Tradução nossa]41.

41 […] que mediante un proceso analítico de los documentos, nos permite, a partir del conocimiento de sus características internas y externas, llegar a la identificación de las series documentales a que pertenecen, y mediante un proceso de síntesis, por el estudio de sus agrupaciones documentales, reconstruir tanto la orgánica como la funcionalidad de los archivos y consiguientemente de las instituciones que los originaron (GÓMEZ, 1998, p. 39).

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Para avaliar a organização e a representação da informação, ou seja, a qualidade

do seu tratamento técnico medida em função das necessidades específicas dos utilizadores

(comportamento informacional), é necessário avaliar e quantificar os fatores que afetam

o desempenho dos sistemas de recuperação da informação, testar a eficácia de sistemas

concretos ou avaliar resultados da recuperação da informação para determinar a qualidade

dos instrumentos de pesquisa. Para tal é necessário seguir alguns critérios como: sucesso,

eficiência, eficácia, benefícios custos (que podem ser avaliados de forma independente).

A avaliação permite a redução do volume documental acumulado; a agilidade na

recuperação das informações; melhorar a conservação dos documentos permanentes;

organização da produção e do fluxo de documentos (SILVA; RIBEIRO, 2000, p. 60-61).

A análise SWOT é uma ferramenta utilizada para fazer análises de cenários

(ou análises de ambiente), sendo usada como base para a gestão e o

planeamento estratégico de uma organização. É um sistema simples para

posicionar ou verificar a posição estratégica da empresa no ambiente em

questão (DAYCHOUW, 2010, p. 7).

O modelo das cinco forças de Michael Porter é utilizado no ambiente mais

específico ao nível da organização. O modelo das cinco forças inclui os compradores e

os fornecedores (quando o mercado é dominado por um pequeno número de empresas),

substitutos (substituição de software, de necessidade ou genérica), novos “entrantes”

(legislação, experiência, restrições logísticas, diferenciação, entre outros), rivalidade

competitiva (produtos similares), mas convém ter em conta que elas não são estáticas,

deve ser feito uma análise dinâmica. Acima de tudo, o modelo das cinco forças é um

instrumento para compreender as forças de uma indústria/organização e tentar entender

essas forças no desenvolvimento da estratégia. Esta estratégia vai depender de um

diagnóstico da organização e da capacidade estratégica (ambiente interno), isto é, vai

depender dos recursos físicos, humanos, financeiros e do capital intelectual. Uma vez

analisado o ambiente (externo) que engloba o clube, e uma vez feito o diagnóstico

organizacional (interno), estamos em condições para passar ao estudo da análise SWOT,

relativamente ao estudo do valor estratégico da informação do Departamento de Sócios

segundo quatro variáveis: Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades

(Opportunities) e Ameaças (Threats). Mas importa também saber quais os fatores críticos

de sucesso do mercado onde o departamento atua, nomeadamente quanto à utilização dos

documentos depositados no arquivo, pois qualquer utilizador perante um dado serviço

quer ver as suas necessidades satisfeitas.

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73

Quadro 6 – Análise SWOT da informação

Forças Fraquezas

Recursos Humanos;

A ‘família leonina’ (Sócios e Adeptos);

Constituição de arquivos por cada

departamento (Sócios, Comunicação,

Museu, entre outros);

O valor estratégico da informação

acumulada no SCP.

Falta de ‘catalogação’ de acordo com as

recomendações internacionais para os

arquivos;

Desorganização do arquivo do

Departamento de Sócios;

Inexistência de um plano de classificação;

Inexistência de interligação de todas as

partes que integram o Sistema de

Informação.

Oportunidades Ameaças

Redução do volume documental;

Agilidade na recuperação da informação;

Oferta de novos serviços.

Degradação da informação em suporte

analógico;

Perda de informação sobre as memórias

do clube.

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6. A INFORMATIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO

Qualquer estratégia de informatização da informação exige um conjunto de passos

essenciais para que um sistema de gestão de documentos digitais guarde a memória,

outrora, arquivada em suporte físico. Para tal, é necessário proceder à desmaterialização

da informação que deve ser armazenada e acompanhada por metadados, que ajudam na

gestão de preservação dos objetos de informação digital, o que implica custos tanto na

desmaterialização da informação como na gestão de um repositório.

6.1 Desmaterialização da Informação

O termo desmaterialização, em economia, refere-se à redução absoluta ou relativa

da quantidade de materiais necessários para atender as funções económicas na sociedade.

Em termos comuns, significa “fazer mais com menos”42 (FULLER, 1971, p. 253-254),

ou seja, a desmaterialização surge como um processo de tornar as tarefas menos

dependentes da circulação do papel, de forma eficiente e eficaz.

A desmaterialização é a perda da forma material do documento físico,

rematerializado em suporte digital, mantendo o valor imaterial, garantindo o acesso,

salvaguardando a singularidade do documento. A desmaterialização permite:

a) Eliminação total ou parcial de documentos em papel;

b) Aumento de produtividade e qualidade nos processos de trabalho;

c) Rápida automatização dos procedimentos e princípios da empresa;

d) Economia de tempo e redução substancial de custos diretos e indiretos;

e) Maior eficácia no controle da gestão de informação institucional;

f) Serviço melhorado de atendimento ao cliente;

g) Introdução de novos procedimentos e eficiência na gestão de documentos;

h) Tempos de resposta melhorados em todos os ciclos de processamentos;

i) Renovação tecnológica;

j) Utilização simplificada para os colaboradores;

k) Qualidade.

Com a desmaterialização de documentos físicos, a informação fica disponível e

arquivada em formato digital, através de aplicações tecnológicas, possibilitando o acesso

por inúmeros utilizadores.

42 R. Buckminster Fuller usa este conceito como uma proposta de ephemeralization

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6.2 Objeto Digital

Objeto digital é um termo geralmente usado para o material digital que está

sujeito à preservação digital, tanto em publicações nados-digitais como em documentos

digitalizados; que podem estar online e offline [Tradução nossa]43. Os objetos do tipo

nado-digitais (Word, Excel, fotografia digital) são objetos que já são produzidos em

suporte digital.

Organograma 6 – Modelo de informação OAIS

Fonte: CCSDS – Reference model for na Open Archival Information System (OAIS): magento book,

2012, p. 4-36

No contexto do modelo de informação OAIS, a interpretação de objetos de dados

pode ser obtida através da união de informações contidas tanto em objetos físicos como

em objetos digitais. Um objeto de dados também pode ser a informação auxiliar do objeto

preservado (e.g. metadados do Dublin Core) (WEBB, et al., 2001, p. 10-11).

A descrição do que é um objeto digital pode ser definida como todo e qualquer

objeto de informação criado através da combinação de fragmentos de informação, que

podem ser fragmentos de outros objetos, representado através de uma sequência de dígitos

binários (bit stream), transmitidas por meio de um objeto físico, um objeto lógico e um

objeto concetual. (THIBODEAU, 2005, [p. 3- 4]). Desta forma, as informações serão

reutilizadas em outro contexto.

43 Digital objects is a general term used for the body of digital material that is subject to digital preservation, both digital publications and digital records; both online and offline; both born-digital and digitized (VERHEUL, et al., 2007, p. 21).

Base de conhecimento

Objeto digital

Objeto físico

Objeto de informação

Informação de representação

Informação descritiva

Informação de conteúdo

Informação de descrição de preservação

Informação de pacote

Pacote de informação

Pacote de submissão de informação

Pacote de arquivamento de informação

Pacote de disseminação de

informação

Objeto de dados

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Modelo de Referência OAIS é um modelo concetual desenvolvido pela NASA

que passou a ser uma ISO em 2002, que descreve as informações e as funções necessárias

para a preservação a longo prazo (SAYÃO, 2006) e disponibiliza-as para uma designada

comunidade, mesmo se o OAIS não for permanente (WATERS; GARRETT 1996), que

queiram preservar e fornecer acesso à informação digital de acordo com as boas práticas

de arquivamento; é um modelo bastante genérico, independente do domínio e que fornece

um vocabulário destinado a descrever as aplicações comuns; é um modelo funcional

recomendado para realizar o arquivamento com responsabilidades (CORRADO, et al.,

2014, p. 56).

Qualquer que seja o método de preservação, o objetivo principal deve ser

preservar a integridade da informação; ou seja, definir e preservar as

características de um objeto de informação que o distinguem como um

trabalho inteiro e singular [Tradução nossa]44.

As informações digitais podem viajar do seu produtor para arquivos por qualquer

um dos vários caminhos disponíveis, quer seja pela internet, por repositórios ou

documentos digitais, e ambos desejam que o conteúdo e formato dos documentos que

publicam ou que rececione cheguem até eles independentemente da rota de transmissão

(LAVOIE, 2014, p. 28).

David Bearman (1997, p. 272) define o documento digital como um objecto

encapsulado em metadados, estabelecendo os metadados necessários para cumprir os

requisitos funcionais arquivísticos, os quais organizou em seis níveis:

• Registo – informação relativa à captura do documento;

• Termos e condições – disponível para leitura, por quem e em que

condições;

• Estrutura – informação sobre a dependência do software necessário para a

sua representação e as possibilidades de interoperabilidade com outros

sistemas em função das recomendações seguidas no seu desenho;

• Contexto – metadados que precedem o conteúdo e cumprem a função de

mostrar a procedência, o ambiente em que o documento foi criado;

• Conteúdo – dados;

44 Whatever preservation method is applied, the central goal must be to preserve information integrity; that is, to define and preserve those features of an information object that distinguish it as a whole and singular work (GARRETT et al., 1996, p.12).

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• Histórico – informação sobre quando, como e de que modo foi arquivado,

classificado, valorizado, selecionado e usado.

Miguel Ferreira (2006, p. 21), define objeto digital como todo e qualquer objeto

de informação que possa ser representado através de uma sequência de dígitos binários.

Esta definição é suficientemente lata para acomodar tanto, informação nascida num

contexto tecnológico digital (objetos nato-digitais), como informação digital obtida a

partir de suportes analógicos (objetos digitalizados). Assim um documento digital pode ser entendido como todo o registo criado ou

recebido por uma entidade pública ou privada, no desempenhar das suas atividades,

podendo ser armazenado e disponibilizado ou não, através das tecnologias (WEBB, et al.,

2001, p. 10-11).

Para a digitalização da informação no Departamento de Sócios do SCP estão a ser

utilizados nos formatos PDF. A tecnologia PDF tornou-se um formato para a distribuição

de documentos, principalmente por permitir a integridade dos arquivos e uma compressão

eficiente. Quando um ficheiro é convertido em PDF, todo o seu conteúdo é

disponibilizado como se fosse uma imagem, não permitindo que os textos sejam alterados

e as figuras sejam tiradas, mantendo assim a integridade dos arquivos, incluindo a

formatação, recomendação de metadados, entre outros. A característica deste formato é

que ele tem diferentes formatos (PDF, PDF/A, entre outros).

O OCR é um recurso extra necessário no processo de desmaterialização, sendo

utilizado na digitalização de um documento de texto impresso, que permite, através do

reconhecimento dos caracteres, obter um ficheiro de texto editável a partir dessa imagem.

O processo de conversão do documento analógico em digital é realizado através do OCR,

o que permite que os conteúdos dos documentos impressos de carácter textual sejam

rapidamente convertidos em formatos interpretados pelo software como, por exemplo, a

tradução automática, a pesquisa rápida, a indexação, a verificação da qualidade do

software, realizando ajustes de cor, contraste, corte de partes indesejáveis, sequência das

páginas, entre outros (WIKIPÉDIA, 2017).

De acordo com a Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, o

formato PDF/A e TIFF são os únicos voltados especificamente para o arquivo histórico e

preservação digital a longo prazo que, em projetos de digitalização, constitui a matriz do

objeto digital a partir do qual se geram derivados de JPEG para, por exemplo,

disponibilização na internet. Por seu turno o objetivo da ISO 19005 (International

Standards Organization) é definir um formato de ficheiro baseado em PDF, conhecido

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como PDF/A, o qual fornece um mecanismo para representar documentos eletrónicos de

forma a preservar o seu aspeto visual ao longo do tempo, independentemente das

ferramentas e sistemas usados para criar, armazenar ou processar os documentos.

Pretende, também, fornecer um quadro para a preservação do contexto e do histórico dos

documentos eletrónicos nos metadados dos próprios documentos. Por outro lado, visa

definir o enquadramento para representar a estrutura lógica e outra informação semântica

dos documentos eletrónicos (ISO/TR 19005 -1:2005; ISO/TR 19005-2:2011, p.5; ISO/TR

19005-3: 2012, Document management – Eletronic document file format for long-term

preservation – Parte 2 e 3: use of ISO 32000-1 PDF/A-2 e PDF/A-3 para preservar a

representação visual estática de página com base em documentos eletrónicos ao longo do

tempo).

Este formato é considerado como o que mais garantias oferece para manter os

documentos acessíveis por longos períodos de tempo e através de várias tecnologias

mantendo a aparência original dos documentos bem como a sua organização interna. Um

documento de texto em formato PDF oferece uma aparência de unidade próxima da

imagem de um documento em papel. Neste tipo de formato permite conter várias páginas,

ao passo que o ficheiro de imagem contém apenas uma página; cada página de ficheiro

PDF, tendo em conta o material original, a profundidade de bits da cor, a resolução e

matriz de pixel da imagem, formato do arquivo, este ocupa um tamanho de 50% menor

que um ficheiro de imagem; documentos que contêm diversas páginas ocasionariam

diversos arquivos de imagem, ao passo que este mesmo documento, em formato PDF,

gera apenas um arquivo digital, melhorando assim o tempo de consulta do mesmo; o

formato PDF mantém o layout original dos documentos digitalizados, não sendo possível

a edição do documento digitalizado; o formato PDF permite a procura de textos

específicos contidos no documento, apresentando-se assim como uma vantagem ao

recuperar informação contida nos documentos.

6.3 Gestão da Informação

No entendimento de Maria Manuela Pinto (2005, p. 101), a área de atuação do

ciclo de vida dos documentos, muitas vezes separadas como a Gestão da Informação, a

Gestão de Conteúdos, a Gestão de Arquivos (trata-se do mesmo ciclo de gestão!).

Utilizando os termos em inglês, podemos encontrar para designar o termo “gestão

documental” se utilizam expressões como: record management ou document

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management. Normalmente, a sua tradução literal para o português significa praticamente

o mesmo. Neste caso a diferença que a maioria dos autores entende é a seguinte:

Quadro 7 – Record Management vs Document Management Record management (gestão de informação) Document management (gestão de documentos)

Reflete mais a organização e conservação dos

documentos ao longo do seu ciclo de vida.

É um tipo de documentação que proporciona

informação sobre a atividade da organização.

Centra a sua atenção em:

- controlo administrativo

- armazenamento

- quadro de classificação

- conservação

- regulamentos e legislação

- meios de armazenamento

- integração das séries

Baseia-se na natureza dinâmica e transacional da

informação contida no documento.

O conteúdo do documento é importante para os

utilizadores que a consultam.

Centra a sua atenção em:

- uso operacional

- workflow

- indexação

- revisão e controlo de versões

- conteúdo informativo

- documentos individuais

Fonte: WIGGINS, B. em Effective document management: unlocking corpote knowledge, 2000

Como se pode verificar, ambas as expressões podem ser usadas como gestão

documental ou gestão da informação, mas cada uma com algumas pequenas diferenças.

A gestão documental contribui para o aumento da competitividade do SCP e

envolve desde o profissional de informação à chefia deste clube desportivo. A gestão tem

como finalidade a criação, o encaminhamento, o controlo e o arquivamento da

informação, muitas vezes materializada em documentos.

Segundo a NP 4438 (IPQ, 2005, p.13), uma gestão responsável implica todos os

colaboradores da organização, incluindo os arquivistas e outros profissionais de

informação, chefias, administradores de sistemas e todos os que produzem documentos

como parte do seu trabalho devendo ser refletidas nas definições de competências de

cada unidade funcional ou posto de trabalho. Sendo esquecida muitas vezes, é, no

entanto, uma responsabilidade que não pode ser alienada, sem o risco se perder um ativo

fundamental para a gestão da informação.

Na atualidade a gestão da informação é entendida como um processo global,

corporativo e integral do processo documental da organização. O sistema de gestão da

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80

informação visa o controlo da produção, da circulação, do armazenamento e da

recuperação de qualquer tipo de informação [Tradução nossa]45.

A gestão da estratégia informacional é essencial para a tomada de decisão, uma

vez que as suas características e funcionalidades apresentam um elevado valor intrínseco

que representa um pilar básico para fornecer vantagens competitivas ao Departamento de

Sócios do SCP.

O modelo de gestão de informação parte de um conjunto de princípios: a

informação como matéria-prima, a ideia de que o valor acrescentado está mais no

processo do que no produto/serviço, não ignorando a complexidade, o dinamismo e a

continuidade que o caracterizam; o papel de destaque das tecnologias de informação, da

comunicação e da inovação. É necessário um modelo que se reporte a um ciclo que vai

desde a fase de conceção da plataforma tecnológica (hardware e software), até à

produção, circulação, avaliação, armazenamento, disponibilização e preservação da

informação, abarcando toda a organização e os seus processos de negócio, integrando

tecnologias do tipo data warehouse (repositório da informação) e, eventualmente,

ferramentas de data mining (repositório com informação relevante) (PINTO, 2005, p.

108).

Segundo M. A. E. Navarro (1997, p. 286) gerenciar e controlar de forma

conjunta, com ajuda da informática, todos os tipos de dados, documentos, conhecimento

e competências no âmbito da organização na qual é aplicado46.

A gestão do sistema de informação gerado pela estrutura organizacional e

sustentado por uma eficaz plataforma tecnológica é, assim, uma das principais bases do

processo de mudança e de melhoria da organização. Bases que só poderão ser solidamente

construídas se tiverem em mente que é um fenómeno transversal a toda a organização,

envolvendo o recurso a conhecimentos interdisciplinares (PINTO; SILVA, 2005, p. 21).

45 Pero en la actualidad la gestión documental es entendida como un processo global, corporativo e integral del proceso documental de una organización. Es por ello más acertado hablar de Sistemas de Gestión Integrada de la Documentación, los cuales controlan la producción, la circulación, el almacenamiento y la recuperación de cualquier tipo de información (CABALLERO; GALÁN, 1999, [p. 2]. 46 Administrar y controlar de modo conjunto, mediante el auxilio de la informática, todo o tipo de datos, documentos, conocimento y habilidades existentes en la organización en la que se aplica

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81

Figura 4 – Ciclo de Gestão da Informação

Fonte: 2.º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação. 2005, p.

21 em Um Modelo Sistémico e Integral de Gestão da Informação nas Organizações.

A integração da gestão do sistema de informação visa a integração de dois

processos: o processo de produção e o processo de receção dos documentos que resulta

do processo de realização da missão da organização, cuja gestão integrada se torna

indispensável para a formação e racionalização das decisões, para a eficiência e eficácia

do serviço a prestar aos Sócios do SCP, uma vez que em tal gestão insere-se gestão de

conteúdos, gestão de workflow, gestão do correio eletrónico, gestão da imagem e da

informação de bases de dados, gestão growpware, data mining, data warehouse (PINTO;

SILVA, 2005, p. 21). Com a gestão integrada do sistema de informação é possível

promover a mudança na organização, interligando-a ao processo histórico que ela se

insere.

Sendo o SCP um clube desportivo, constituído como pessoa coletiva de direito

privado, produziu e produz ao longo da sua atividade desportiva um conjunto orgânico

de documentos independentemente da sua data, forma e suporte material, conservados a

título de prova e de informação, visam fundamentar a evolução histórica. Olhar para os

documentos como processos de criação, encaminhamento, certificação, arquivamento e

otimizados dá início ao sistema de gestão documental. Com a gestão de documentos, o

SCP melhora o processo interno de negócios ou o que é definido como workflow (fluxo

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de trabalho), rentabilizando o tempo, dinheiro, dando respostas mais rápidas de forma

eficaz e eficiente. Isto é o reconhecimento de um novo paradigma que requer o recurso a

novas ferramentas, técnicas e métodos de trabalho. O SCP dispõe de equipamento

tecnológico que permite o fluxo da atividade que, associado à gestão da informação, irá

oferecer uma base para obter uma maior rentabilidade e uma melhor gestão de operações

quotidianas e, consequentemente, um serviço aos Sócios mais eficiente, uma vez que, os

documentos estarão depositados num arquivo central onde se pode aceder à informação

em qualquer momento através da Web; a informação está protegida das condições

climáticas adversas que possam surgir e, ainda, devido ao fluxo de trabalho permite uma

consulta rápida de forma eficaz e eficiente da informação.

6.4 Preservação Digital

Grande parte da literatura sobre as revoluções da informação ao longo dos tempos

mostra como o conhecimento humano é comunicado. A maioria das mudanças não

eliminou os métodos de comunicação, mas, em vez disso, suplementaram com meios

mais eficazes e eficientes, melhorando a velocidade e a precisão com que a informação é

transmitida. Assim, torna-se essencial avaliar a informação no meio digital e, deste modo,

elaborar uma estratégia que defina as ações necessárias de preservação envolvendo as

várias dimensões a preservar (PINTO, 2009).

A preservação digital consiste na capacidade de garantir que a informação

digital permaneça acessível e com qualidades de autenticidade suficientes

para que possa ser interpretada no futuro recorrendo a uma plataforma

tecnológica diferente da utilizada no momento da sua criação (FERREIRA,

2006, p. 20).

Qualquer responsável por uma determinada organização deve ter em mente que a

informação gerada pela organização ao longo do tempo é vital para a mesma, visto que,

se alguma informação se perder, pode trazer graves problemas para a organização

(GLAGNEY, 2006). Para tal, torna-se crucial estabelecer, desde o primeiro momento,

alguns princípios aptos para a preservação digital, que poderão ser observadas de acordo

com um conjunto de atividades desenvolvidas com o fim de aumentar a vida útil da

informação de arquivo (iARQ), salvaguardando a utilização operacional e protegendo-

os das falhas de suportes, perda física e obsolescência tecnológica; que promovem a

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acessibilidade continuada dos materiais digitais quanto à intelectualidade, forma, estilo,

aparência e funcionalidade. (BARBEDO; CORUJO; SANT’ANA, 2011, p. 8).

Para Miguel Ferreira (2006, p. 66), a escolha de estratégias de preservação digital

visa a preservação dos níveis de abstração físicos (suporte), lógico (software e formatos)

e concetual (conteúdo) do objeto no seu formato original, mas também níveis superiores,

como o social, o económico e o organizacional. As diferentes estratégias de preservação

digital do objeto lógico e concetual, apresentadas pelo autor podemos observar que a

migração consiste na “(…) transparência periódica de material digital de uma dada

configuração de hardware/software para uma outra, ou de uma geração de tecnologia para

outra subsequente”47, é uma estratégia que mais evolui na preservação da informação

digital pois preserva o objeto digital no seu contexto juntamente com o hardware e o

software (FERREIRA, 2006, p. 38). A migração ainda poderá ser executada como

estratégia auxiliar do refrescamento, neste caso, os documentos são extraídos do suporte

físico (e.g. disquete, disco rígido, CD-ROM), em seguida são migrados e finalmente são

gravados no suporte mais atual.

O refrescamento é uma estratégia que deve ser utilizada em caso de

obsolescência dos suportes e dos hardwares necessários para a sua escrita e leitura; deverá

considerar questões como a durabilidade, os custos, as tendências futuras e a

disponibilidade de um acondicionamento adequado dos suportes (SANTOS; FLORES,

2015, p. 97).

A emulação necessita da criação de um ambiente de software e hardware igual

ao original e está sujeito aos custos de licença e desenvolvimento logo, os recursos

necessários para emulação devem ser considerados na escolha da estratégia. A emulação

engloba informações sobre o contexto tecnológico permitindo conhecer melhor o objeto

que se deseja converter a fim de obter a conversão mais próxima do esperado (SANTOS;

FLORES, 2015, p. 96). Dentro das diferentes abordagens de encapsulamento, destaca-

se a utilização do PDF/A1 (PDF arquivístico). Com o PDF/A1 é possível obter o acesso

imediato ao documento encapsulado, pois reúne as fontes utilizadas em um único objeto

digital. Portanto, dependerá de tecnologias futuras capazes de recuperar os objetos

digitais encapsulados no passado. Importa referir que para estratégias de preservação a

47 Task Force on Archiving of Digital Information, Commission on Preservation and Acess and Research Libaries Group, Preserving digital information: report of the Task Force on Archiving of Digital Information. Washington, D.C.:Commission on Preservation and Access, 1996

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curto prazo deve ser considerada a migração, para longos períodos de tempo recomenda-

se o encapsulamento (FERREIRA, 2006. p. 93).

À medida que desenvolvemos nossa capacidade de preservar informações digitais

através de técnicas como a migração e a emulação, o processo de tomar a decisão e

quando tomá-la é cada vez mais complexo. Até à data, nenhuma das estratégias e ações

de preservação apresentadas se afigura, por si só, suficiente e completa, pelo que,

possivelmente, a preservação da informação digital só terá sucesso com a combinação de

todas elas.

Arqueologia digital é o processo de recuperação de informação armazenada em

suportes danificados, degradados ou obsoletos e/ou formatos obsoletos. Este resgate da

informação consiste na recuperação dos dados registados nos suportes em forma de bits

e na aplicação de medidas que permitam a sua inteligibilidade (WEBB, 2003 p. 144-145).

À semelhança do que aconteceu com a descodificação da Pedra de Roseta, que permitiu

a tradução dos hieróglifos egípcios, Heminger e Robertson (2004), propõem a utilização

de uma estratégia semelhante para recuperar objetos digitais para os quais não existe

informação suficiente sobre o seu formato, designando-a Pedra de Roseta Digital. Nesta

estratégia, em vez de se preservar as regras que permitem descodificar o objeto digital,

são reunidas amostras de objetos que sejam representativas do formato que se pretende

recuperar. Estas amostras deverão existir em um formato que possa ser diretamente

interpretado pelo ser humano (FERREIRA, 2009, p. 33). A grande vantagem da

arqueologia digital está na sua capacidade de recuperação de dados que, de outro modo,

estariam irremediavelmente perdidos. Por ser demasiado dispendiosa, a arqueologia

digital é recomendada apenas para a recuperação e o restauro de dados contidos em

suportes danificados ou formatos obsoletos cujo valor ou importância dos dados justifique

esse investimento, pois, por vezes, o valor da informação não justifica o custo da operação

(WEBB, 2003, p. 145). Assim esta ferramenta apenas deverá ser considerada em

situações em que todos os outros esforços de preservação fracassaram.

O problema da preservação da informação digital para o futuro não é

apenas, ou mesmo, principalmente, um problema de ajustar um conjunto

estreito de variáveis técnicas. Não é um problema claramente definido (...)

antes pelo contrário, é um problema maior de organizarmo-nos como uma

sociedade ao longo do tempo, para navegar efetivamente num “digital

landscape” (...) É um problema de construção de (...) vários suportes

sistemáticos (...) que permitir-nos-á dominar as ansiedades e mover os nossos

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85

arquivos culturais naturalmente e com confiança no futuro [Tradução

nossa]48.

Outros investigadores de diversas partes do mundo desenvolveram modelos para

promover a preservação da informação a longo prazo em meio digital. Cunha e Lima

(2007, p. 9-11) desenvolveram uma síntese das principais estratégias de preservação

digital, as suas descrições, as suas vantagens e desvantagens. Neil Beagrie e Daniel

Greenstein (1998); Feeney (1999, p. 107-121) indicam estratégias básicas de preservação

tecnológica que visam reduzir o perigo da perda das informações digitais.

Os National Archives (Reino Unido) afirmam que para a implementação de uma

estratégia de preservação de informação digital deve haver um mecanismo formal de

aceitação de documentos (records) incluindo uma norma aceite para formatos de ficheiro

e níveis de descrição para a informação; verificação da integridade e a gestão adequada

da transferência de documentos.

Um dos maiores desafios na implementação de estratégias de preservação digital

é o tempo que se deve manter os documentos digitais, pois este supera a durabilidade do

hardware e do software (SANTOS; FLORES, 2015, p. 97). Outro desafio é garantir que

a cópia49 de cada documento preservado sobreviva “para sempre”; garantir que o

utilizador final possa decidir se deve ou não confiar no documento; e ainda, garantir que

os utilizadores finais possam explorar qualquer documento preservado de acordo com a

vontade dos seus autores (GLADNEY, 2007, p. 21).

Rauch (2004) e Rauber (2005) desenvolveram um método capaz de comparar e

selecionar alternativas de preservação, tendo em conta as necessidades individuais de

cada organização.

48 The problem of preserving digital information for the future is not only, or even primarily, a problem of fine tuning a narrow set of technical variables. It is not a clearly defined problem (...) rather, it is a grander problem of organizing ourselves over time and as a society to maneuver effectively in a digital landscape. It is a problem of building (...) the various systematic supports (...) that will enable us to tame the anxieties and move our cultural records naturally and confidently into the future (GARRETT; WATERS, 1996, p. 7). 49 É prudente ter cópias de segurança de dados armazenados em diferentes regiões geográficas em vez de colocar em diferentes salas ou edifícios, pois Lisboa já foi um local de terramoto.

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Organograma 7 – Preservação de Coleção

Fonte: Rauch; Rauber (2004, p. 5); Ferreira (2006. p. 58) – Exemplo de uma árvore-objectivo

A figura reúne um conjunto de critérios para a avaliação de estratégias de

preservação digital aplicadas a documentos de texto. Nela podemos encontrar critérios

relativos ao processo de preservação (e.g. disponibilidade, estabilidade, débito, custo,

entre outros), aos formatos envolvidos na preservação (e.g. cota ou taxa de penetração no

mercado, nível do suporte, se se trata de um formato normalizado, entre outros) e critérios

relativos aos objetos propriamente ditos (e.g. conteúdo textual, dimensão da página,

número de páginas, entre outros). O último conjunto de critérios pode ser entendido como

o conjunto das propriedades significativas relevantes para esta classe de objetos digitais,

isto é, documentos de texto.

A preservação digital traz valor para o SCP devido às múltiplas formas existentes

para preservar. O valor não é apenas demonstrado pela preservação dos objetos digitais,

mas também pelos conteúdos com valor histórico preservados em anos transatos. Assim

demonstra APARSEN (Alliance Permanet Access to the Records of Science in Europe

Network):

Preservação de coleção

Características do processo

Características do formato

Características do objeto

Disponibilidade

Estabilidade

Débito

Custo

Tamanho do resultado

N.º de Objetos

Cota de mercado

Nível de suporte

Norma

Especificação aberta

Suporta compressão

Conteúdo textual

Dimensão da página

N.º de página

Disposição gráfica

Tipo de letra

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Muitas organizações entendem a importância, e aplicam o seu investimento

de tempo, dinheiro e esforço para garantir a preservação dos documentos

digitalizados e nado digitais, enquanto outras organizações têm coleções e

valiosos ativos intelectuais em formato digital, precisam de garantir que

estarão disponíveis no futuro [Tradução nossa]50.

A UNESCO, em Junho de 2007, publica um documento intitulado Towards an

Open Source Repository and Preservation System – Recommendations on the

Implementation of an Open Source Digital Archival and Preservation System and on

Related Software Development, no âmbito do programa Memory of the World. Neste

documento declara o seguinte:

[…] para objetos digitais simples, a solução para a preservação digital é

compreendida, e o que é necessário são ferramentas acessíveis, tecnologia e

treinamento na utilização desses sistemas (...). Não há nenhum meio de

armazenamento permanente, nem haverá no futuro próximo. Em vez disso

são necessários novos sistemas para gerir a inevitável mudança de sistema

para sistema. O maior objetivo em preservação digital é construir sistemas

sustentáveis, em vez de suportes permanentes (...). É apenas uma questão de

encontrar uma solução para este problema que será encontrado um método

sustentável para atender às necessidades de muitas comunidades [Tradução

nossa]51.

6.5 Custo

Preservação digital é um processo essencialmente compartilhado por diferentes

stakeholders (…) que se envolvem com recursos digitais em determinadas fases do seu

ciclo de vida. Para aumentar as perspetivas de preservação digital e reduzir os custos,

50 Quite a lot of organisations understand the need to protect their investment of time, money, and effort put into crating digitized and born digital content, while others organizations have valuable intellectual assets and importante collections now in digital format and need to ensure that they are available in the future (GIARETTA, 2012, p. 4). 51 for simple digital objects, the solution to digital preservation is relatively well understood, and that what is needed are affordable tools, technology and training in using those systems. (...) there is no ultimate, permanent storage media, nor will there be in the foreseeable future. It is instead necessar y to design systems to manage the inevitable change from system to system. The aim and emphasis in digital preservation is to build sustainable systems rather than permanent carriers (...). It is only in finding a solution to this problem that a sustainable approach will be found to meet the needs of many communities (BRADLEY, et al. 2007, p. 3).

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diferentes grupos de stakeholders contribuem para que um ficheiro digital ramifica em

todo o seu ciclo de vida, ramifique [Tradução nossa]52.

Em grandes empresas, o custo da garantia de sustentabilidade do planeamento de

estratégias de preservação digital é dividido por vários departamentos, uma vez que os

recursos humanos e recursos materiais são mais elevados do que numa empresa de

menores dimensões (Pequenas Médias Empresas). Os custos de armazenagem são

normalmente uma pequena parte de um projeto de preservação ou de uma estratégia de

preservação, os quais “estão caindo 50% a cada dezoito meses” (WRIGHT; ADDIS;

MILLER, 2009, p. 105).

No estudo de Neil Beagrie (2012, diapositivo 14) sobre The Costs of Keeping

Research Data Safe conclui que em termos nacionais (Reino Unido), em alguns casos, o

factor mais significativo nos custos de preservação digital em repositórios, não é o custo

do hardware e software, mas sim o custo com o pessoal, os quais representam 70%,

aquisição e admissão representa 42%, arquivamento e preservação 23% e para o acesso

aos dados, os custos representam somente 35%.

O projeto LIFE3 (Life Cycle Information for E-literature) produziu uma série de

modelos de custo para cada fase e o elemento da digital lifecyde (WHEATLEY; HOLE,

2008, p. 2). Baseado no estudo de casos reais, o modelo visa capturar procedimentos

comuns sobre o ciclo de vida de objetos digitais, atuando como guardião desses objetos.

O modelo consiste em seis procedimentos que vão desde a criação até ao acesso de

preservação de um determinado objeto digital, pode ser dividido em diferentes

procedimentos e que poderam ser organizados em ordem cronológica, ou sobrepor-se uns

com os outros, ou ainda, serem realizados de uma diferente ordenação.

52 Digital preservation is an essentially distributed process including a range of different (…) stakeholders who become involved with digital resources at particular phases of their life-cycle. (…). To increase the prospects for digital preservation and reduce the costs, different groups of stakeholders need to become more aware of how their particular involvement with a digital resource ramifies across its life-cycle (AHDS, 2001, p. 3).

Page 89: O acesso à informação no Departamento de Sócios do Sporting … · 2020. 2. 12. · informação, apresentam-se estratégias de recuperação da informação e sugerem-se algumas

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Quadro 8 – Modelo LIFE3

Lifecycle

Criação ou Compra

Aquisição Admissão Criação

Metadados Preservação do

fluxo de bits Preservação de conteúdo

Acesso

Elem

entos Lifecycle

Criar actividade*

Seleção Garantia de qualidade

RE-usar Metadados existentes

Administração de repositório

Observação constante

Disposição

Seleção e Preparação *

Acordo de submissão

Depósito Criação Metadados

Provisão de armazenamento

Planeamento de

preservação

Controlo

Digitalização*

Direitos de Propriedade Intelectual &

Licenciamento

Segurança e atualização

Extração Metadados

Refrescamento Ação de preservação

Apoio ao utilizador

Qualidade da digitalização*

Ordenação & Faturação

Referência de

vinculação

Backup Re-admissão

Obtenção Inspeção

Check-in

*Itens opcionais em projetos de digitalização

Fonte: The LIFE3 Project: Bringing digital preservation to LIFE, 2009/2010, [p. 7].

O modelo Life tenta descrever um conjunto de elementos com os quais a maioria

dos ciclos de vida dos objetos digitais pode ser facilmente mapeada, e faculta informações

de custo que auxiliam no planeamento, avaliação ou comparação. Os sub-elementos

representam apenas orientações para os componentes específicos de um elemento do ciclo

de vida do objeto digital, no entanto é possível que os ciclos de vida alterem de um para

outro objeto digital (AYRIS, et al., 2009/2010, p. 7-8).

A biblioteca digital da California realizou estudos sobre o custo da preservação

digital baseando-se no custo específico (serviço da assinatura); custos fixos e variáveis

(número de unidades, serviços, servidores, pessoal, produtor, workflows, tipos de

conteúdo, armazenamento, monitoramento, intervenções e supervisão) (ABRAMS, et al.,

2012).

Na empresa Xerox, Miguel Nunes (2003) lembra que para ser possível avaliar os

reais benefícios (…) é preciso identificar o custo total da propriedade, gestão e exploração

da infra-estrutura como um todo. As empresas ainda dependem muito do papel, mas é na

transição que reside um aspeto especialmente importante: o mais valioso dos documentos

é o conhecimento e a informação que contêm. Os ganhos mais relevantes conseguem-se

quando se tira partido da informação contida nos documentos que se otimiza, acede,

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distribui, gere e reutiliza a informação, reduzindo o desperdício e acelerando os

processos (COMPUTERWORLD, 2003, p. 4).

A combinação de custos e benefícios permite que todos eles afetem o planeamento

da preservação, o financiamento e a gestão são considerados um conjunto de interações

tomadas de uma só vez.

A preservação digital é um tópico diferente da gestão de repositórios. Qualquer

estratégia de preservação digital deve abordar as ameaças sugeridas no seguinte quadro

(Adaptado de ROSENTHAL, et al., 2005 em Requirements for Digital Preservation

Systems: A Bottom-Up Approach).

Quadro 9 – Preservação de ameaças genéricas à informação

Generic threats to preserved information

Media and

Hardware

Failures

Failure causes include random bit errors and recording track blemishes, breakdown of embedded electronic components, burnout, and misplaced off-line HDDs, DVDs, and tapes.

Software

Failures

All practical software has design and implementation bugs that might distort communicated data.

Communication

Channel Errors

Failures include detected errors (IP packet error probability of 16 million) and undetected errors (at a bit rate of 10 billion), and also network deliveries that do not complete within a specified time interval.

Network Service

Failures

Accessibility to information might be lost from failures in name resolution, misplaced directories, and administrative lapses.

Component

Obsolescence

Before media and hardware components fail they might become incompatible with other system components, possibly within a decade of being introduced. Software might fail because of format obsolescence which prevents information decoding and rendering within a decade.

Operator Errors Operator actions in handling any system component might introduce irrecoverable errors, particularly at times of stress during execution of system recovery tasks.

Natural Disasters Floods, fires, and earthquakes. External Attacks Deliberate information destruction or corruption by network attacks,

terrorism, or war. Internal Attacks Misfeasance by employees and other insiders for fraud, revenge, or

malicious amusement. Economic and

Organization

Failures

A repository institution might become unable to afford the running costs of repositories, or might vanish entirely, perhaps through bankruptcy, or mission change so that preserved information suddenly is of no value to the previous custodian

Estas ameaças não são únicas para a preservação digital. Para que os repositórios

assumam com plenitude a sua missão de preservação e acesso à informação, é

imprescindível que sejam sujeitos a monitorização e manutenção. O controlo de ameaças

e riscos deve estar implícito na estratégia, em conformidade com a ISO 16363:2012 Audit

and Certification of Trustworthy Digital Repositories, que estabelece três áreas principais

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a serem avaliadas, as quais estão divididas por 109 critérios que versam sobre o

armazenamento, migração e acesso a acervos digitais através de um repositório confiável:

infraestrutura organizacional (25 critérios); gestão de objetos digitais (60 critérios);

infraestrutura e gestão de riscos de segurança (24 critérios). Segundo a ISO 16363:2012,

a política de preservação deverá estar em conformidade com o plano estratégico de

preservação, no qual devem estar descritos os procedimentos que necessitam ser tomados

pela administração do repositório para promover a preservação dos objetos digitais

(SANTOS, 2015, p. 20).

Quadro 10 – Princípios vs Política de Preservação Digital

Princípios de Preservação Digital53 Política de Preservação Digital54

Produtores de dados (criadores, fornecedores e proprietários) são responsáveis pelo arquivamento do seu conteúdo digital para garantir que os objetos sejam preservados.

Fornecer uma explicação clara das relações acordadas entre o arquivamento e outras áreas de negócios, necessárias para auxiliar a preservação digital

Produtores de dados podem cumprir essa obrigação através do depósito de dados a ser preservado em um arquivo digital certificado (um que satisfaz a definição atual de um repositório digital confiável)

Identificar a estratégia de preservação digital como uma autoridade sobre a abordagem preferencial para atividades de preservação digital.

Produtores de dados (ou arquivos digitais) devem selecionar dados para preservação ao longo do tempo

Identificar os riscos e os objetos digitais a serem preservados.

Dados selecionados a serem preservados devem ser preparados para preservação com metadados suficientes e em formatos que possam ser preservados (por exemplo, evitando formatos dependente de software, sempre que possível, utilizando ASCII e formatos XML)

Nomear um administrador de gestão responsável para efetuar a gestão da preservação digital.

Produtores de dados (ou os arquivos digitais) devem identificar um ambiente de tecnologia (combinação de software e hardware) suficiente em escala e segurança para gestão dos dados

Estar acessível no idioma e publicamente disponível.

Torna-se necessário mapear processos para capturar a metainformação descritiva

em uma base de dados pesquisável ligada aos documentos, permitindo que permaneçam

localizáveis; um mecanismo formal para fornecer aos utilizadores o conteúdo dos

documentos preservados no formato mais apropriado para os mesmos; e ainda

53 The 1996 Preserving Digital Information: Report of the Task Force on Archiving of Digital Information report marked the starting point of the digital preservation community citado em p. 5 http://www.ihsn.org/sites/default/files/resources/IHSN-WP003.pdf 54 The National Archives (2011, p. 16) em Digital Preservation Policies: Guidance for archives.

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implementar um rigoroso sistema de monitorização das atividades de preservação que

possa produzir dados de auditoria utilizáveis (National Archives, 2011, p. 8-11).

De acordo com Ferreira (2009, p. 46), uma política de preservação envolve,

geralmente, todas as facetas de um arquivo. Implica a criação de políticas de avaliação

e seleção de materiais, a identificação de esquemas de meta-informação apropriados

(e.g. meta-informação descritiva, técnica, de disseminação, estrutural e de preservação),

a definição de estratégias de preservação adequadas a cada classe de objetos digitais, a

criação de planos de sucessão (para a eventualidade da organização detentora da

informação cessar a sua atividade, a utilização de modelos sustentáveis de

financiamento, entre outros.

Observadas as características destas estratégias de preservação, somos levados a

considerá-las como meramente preventivas na implementação de sistemas de preservação

digital, cujo maior desafio é o tempo que se devem manter os documentos digitais, uma

vez que, como já referimos, supera a durabilidade do hardware e do software, que no

entendimento de Wright, Addis e Miller (2009) são realizadas através da utilização fatores

como, custos, benefícios e incertezas.

6.6 Gestão do Repositório

Não é possível, proceder à preservação digital, sem uso de tecnologia

complexa. Embora os conceitos e as tecnologias subjacentes sejam em muitos

casos complicados, a tecnologia envolvida não tem de ser esmagadora

(CORRADO, 2014, p. 30).

Devido à falta de soluções comerciais acessíveis, muitas ferramentas de software

estão sendo desenvolvidas em projetos de software de código aberto como é o caso dos

repositórios, um modelo de referência e também uma norma internacional, para um

sistema de informação de arquivamento aberto, o Open Archival Information System

(OAIS), um modelo concetual criado pelo Consultive Committee for Space Data Systems

– CCSDS55 que resultou na ISO 14721:2003 (CONARQ, 2014, p. 8).

Open Archival Information System é um arquivo, abrange uma organização de

pessoas e sistemas, que aceitou a responsabilidade de preservar informações e

disponibilizá-las para uma designada comunidade. (...). A informação deve ser suportada

55 Comité formado pelas maiores agências espaciais do mundo, com o objetivo de oferecer um fórum para discussão de problemas comuns sobre o desenvolvimento e a operação de sistemas de dados espaciais.

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por um longo prazo de preservação, mesmo se o OAIS não for permanente (WATERS;

GARRETT, 1996). Modelo de referência OAIS define "arquivo digital" como a

organização responsável pela preservação digital; utiliza “arquivo” no lugar de

“repositório” somente quando “arquivo” é levado diretamente a partir do modelo OAIS

[Tradução nossa]56.

O repositório Arquivístico Digital é diferente de um banco de dados com objetos

digitais inseridos, tem mecanismos próprios de preservação digital, tem requisitos

arquivísticos como Normas, ISDF, ISAD(G), Dublin Core, XML, entre outros, mas

também pode ser uma implementação a partir de um repositório digital que não tenha os

requisitos arquivísticos, como o Dspace, Fedora, Eprints, entre outros.

O sistema informatizado de gestão arquivística de documentos (SIGAD’s) realiza

operações técnicas de gestão arquivística de documentos digitais desde a sua produção

até ao seu destino final. Quanto aos documentos digitalizados haverá uma declaração de

autenticação, mas nunca serão originais acompanhadas por metainformação que poderá

ser efetuada através Concurrent Version System, Dublin Core, ou MIP. Os documentos

passam, assim, do ambiente que permite eliminar para a administração de arquivos

permanentes sem interrupção, através do SIGAD’s em ambientes autênticos, controlados,

seguros, por meio de pacotes de submissão da informação e metadados que garantem a

sua integridade.

Um dos parâmetros mais utilizados como principal ferramenta de gestão de

repositórios é Dspace, por oferecer um ambiente altamente configurável, que pode ser

utilizado tanto para o desenvolvimento de pequenos repositórios até em ambientes

complexos de tramitação científico avaliado por pares. O Dspace nasceu de um esforço

conjunto de investigação do Massachusetts Institute of Technology e da Hewlett Packard,

com a sua primeira versão disponibilizada em novembro de 2002. Cabe sublinhar que o

Dspace está sendo abordado apenas como ferramenta auxiliadora no processo de

construção de um modelo que tem como principal objetivo considerar, no seu contexto

tecnológico e concetual, todos os tipos de ferramentas que permitam a constituição de

repositórios digitais informacionais. Portanto, algumas características técnicas estarão

direcionadas ao Dspace, porém poderão ser facilmente adaptadas, quando não

compatíveis, com qualquer outra ferramenta. O Dspace trabalha com um modelo de

56 OAIS Reference Model uses “digital archive” to mean the organization responsible for digital preservation; this paper uses “archive” in place of “repository” only when “archive” is taken directly from the OAIS Model (RLG; OCLC, 2002, p. 3).

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dados baseado em comunidades e coleções, possibilitando aos utilizadores pesquisar e

navegar nas publicações, através de ferramenta de procura interna. É possível verificar os

repositórios implementados com a ferramenta através do endereço eletrónico oficial do

Dspace (SEGUNDO, 2010, p. 156).

Para o autor Wheatley (2004, [p. 12]), o método para a escolha de um repositório,

passa pelo planeamento por camadas (aplicacional; base de dados e armazenamento) e a

escolha de tecnologias estáveis na construção do repositório. Ao planear cuidadosamente

as interfaces entre estas camadas, as tecnologias usadas nas camadas (aplicacional e de

armazenamento), podem ser modificadas sem grande impacto para o repositório. A

escolha desse planeamento poderá prevenir qualquer perda de dados no processo

(CORUJO, 2014, p. 44).

A criação de um repositório digital, confiável e acessível a longo prazo configura-

se como um passo decisivo para a gestão da segurança e da preservação da informação,

exigindo a adoção de uma abordagem sistémica e integrada, no âmbito de uma gestão da

informação organizacional teoricamente sustentada que abarque todo o ciclo de vida da

informação e na qual assuma a função de preservação e segurança como variáveis

incontornáveis.

Neste sentido, a política de segurança constitui-se como um documento de

excelência que define as regras de segurança, apontando como um conjunto de

procedimentos, princípios, recomendações e diretrizes que explicitam os requisitos do

negócio de uma organização, protegendo por isso a informação da mesma. Esta deve

alinhar-se com a gestão de risco de maneira a garantir o controlo e avaliação, tendo de ser

revista periodicamente para adequar a eventuais alterações na organização (SOUSA,

2013).

A concentração de esforços relativa à segurança e à preservação da informação é

uma condição sine qua non para se assegurar que o SCP estabeleça eficazmente os seus

objetivos, a sua missão e a sua estratégia de preservação da informação.

6.7 Metadados

Rachel Herry (2005, p. 1-2) entende que os repositórios de open source podem

distinguir-se pelas seguintes características:

- acesso livre ao conteúdo (a menos que haja restrições legais);

- acesso livre aos metadados.

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Quem já tentou procurar por ficheiros de imagem na Web sabe que os

metadados são um elemento essencial de armazenamento e recuperação de

informações. Os metadados dependem do sistema de preservação digital

escolhido, das necessidades dos utilizadores, do conteúdo que está sendo

preservado e dos recursos, financeiros e humanos, da organização na sua

criação [Tradução nossa]57.

Em 1999, Paul Ginsparg, Rick Luce e Herbert Van de Sompel (KURAMOTO, et

al., 2005, p. 150) convocaram uma reunião de responsáveis por repositórios de e-prints

académicos, na Convenção de Santa Fé, da qual se originou a Open Archives Initiative

(OAI). Os repositórios OAI-compliant58 partilham os mesmos metadados, tornando assim

os seus conteúdos interoperáveis com outros.

Os metadados são desenvolvidos a partir e em função da informação, por isso são

definidos como “dados sobre dados” ou “informação sobre a informação”.

Tem-se tentado criar nos últimos anos, em termos da semântica, meios que

facilitem a gestão dos documentos, a sua localização, recuperação, interpretação e o

destino a atribuir-lhe. A DGARQ criou a MIP com o principal objetivo de promover a

interoperabilidade da informação. O objetivo da MIP enquanto esquema de descrição de

elementos de metainformação é eliminar as barreiras na pesquisa, utilização, gestão e

possível migração de recursos informativos, tendo em conta a partilha de informação

entre diversas entidades. Para que este seja garantido, é necessário que a linguagem

semântica seja normalizada. Com a descrição normativa a MIP para além de permitir a

migração de dados, assegurando a transparência na troca de informação entre sistemas,

em particular, informatizados, a DGARQ pretende que gradualmente se atinja não só uma

sintaxe, mas, também, um significado que seja comum aos diferentes serviços e

organismos, criando-se uma classificação documental que se generalize entre entidades.

Existe um conjunto de formatos de metainformação como: Dublin Core; Library

of Congress; IMS Project (Instructional Management System Project); LOM (Learning

57 Anyone who has ever tried to search for image files on the Web knows that metadata is an essential aspect of information storage and retrieval. Metadata will depend on a variety of aspects, including the digital preservation system chosen, the needs of the users, the content being preserved, and the capacities of the institution for devoting resources, financial and human, to its creation (CORRADO; MOULAISON, 2014, p. 33). 58 “OAI-compliance significa usar as tags de metadados OAI. Um documento pode ser OAI-compliant e um repositório pode ser OAI-compliant. Todos os documentos OAI-compliant em repositórios OAI-compliant são interoperáveis. Isto significa que os documentos distribuídos podem ser tratados como se estivessem todos no mesmo lugar e com o mesmo formato (RCAAP – Repositório Cientifico de Acesso Aberto de Portugal).

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Object Metadata do IEEE LTSC); PREMIS (Presservation Metadata: Implementation

Strategies); ETD-ms (ETD-ms: an Interoperability Metadata Standard for Electronic

Theses and Dissertations); MTD-BR (Recomendações Brasileiras de Metadados para

Teses e Dissertações); Library of Congress; FGDC (Federal Data Geographic

Committee); FITS (Flexible Image Transport System); FDA (Foundation for Documents

of Architecture); REACH (Record Export for Art and Cultural Heritage); SAIF (Spatial

archieve and interchange format); GILS (Global Information Locator System)

(WIPÉDIA, 2017). Estes são alguns dos instrumentos que visam records management, a

procura, a descrição e recuperação da informação em qualquer sistema de arquivo ou

gestão documental. Outros formatos possíveis como, MARC (Machine Readable

Cataloging); SGML (Standard Generalized Markup Language); XML (Extensible

Markup Language) e RDF (Resource Description Framework) são armazenados em

bases de dados locais, mas trocados com outros sistemas, utilizando estes formatos como

sintaxes de transporte.

Sendo a informação essencial para a sobrevivência da organização, o acesso a este

tipo de formatos, facilita a recuperação e o acesso das diferentes bases de dados

(informações). A recuperação da informação é fulcral para que o conhecimento sobre a

evolução histórica passe para as gerações futuras e auxilie a tomada de decisões que

podem traduzir-se em vantagens competitivas como estratégia de recuperação de

documentos relevantes. As técnicas e procedimentos provenientes da Ciência da

Informação apresentam-se como mecanismos auxiliares no tratamento da recuperação da

informação, nomeadamente, comportamento informacional, bancos de dados, modelos

quantitativos, sendo um meio de ligação entre a apresentação da informação recuperada

e a necessidade do utilizador, no menor espaço de tempo possível (LUZ; SANTOS, 2015,

p. 8-11).

Dublin Core é o formato mais utilizado para metainformação, em organizações

onde a interoperabilidade de metainformação descritiva seja um requisito fundamental.

O Dublin Core é um conjunto de elementos de metadados estruturados para

facilitar a identificação de recursos eletrônicos. Originalmente concebido

para a descrição gerada pelo autor dos recursos da Web, tem atraído a

atenção das comunidades de descrição de recursos formais tais como

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museus, bibliotecas, instituições governamentais e organizações comerciais

[Tradução nossa]59.

O Dublin Core propõe um conjunto de elementos, através de metadados

uniformizados, que visam facilitar a descrição dos objetos informacionais por todos

aqueles que pretendam descrever a informação de acordo com os requisitos pré-

estabelecidos para a organização do arquivo (MARCONDES, 2005, p.5). O formato

Dublin Core é composto por 15 elementos, que são necessários para catalogação de

recursos de internet, elementos esses que podem ser preenchidos automaticamente.

Quadro 11 – Metadados propostos pelo Dublin Core Metadata Initiative

Metadados propostos pelo Dublin Core Metadata Initiative Title (Tíulo) O nome dado ao recurso

Creator (Criador) A entidade principalmente responsável por fazer o recurso Subject (Assunto) O tópico do recurso

Description (descrição)

A classififcação do recurso

Publisher (Editor) A entidade responsável pela disponibilização do recurso Contributor

(Contribuidor) A entidade responsável por fazer contribuições para o recurso

Date (Data) Data ou período de tempo, associado a um evento do ciclo de vida do recurso

Type (Tipo) A natureza ou género do recurso Format (Formato) O formato de arquivo, suporte físico ou dimensões do recurso

Identifier (Identificador)

Uma referência inequívoca para o recurso em um determinado contexto

Source (Origem) Um recurso relacionado, do qual deriva o recurso descrito Language (Idioma)

O idioma do recurso

Relation (Relação) Um recurso relacionado Coverage

(Abrangência) O tema espacial ou temporal do recurso, a aplicabilidade espacial do recurso, ou a jurisdição em que o recurso é relevante

Rights (Direitos) Informações sobre direitos detidos do recurso Fonte: The Dublin Core Metadata Element Set em ANSI/NISO Z39.85-2012

Estes elementos de formato do Dublin Core incluem recomendações para a

descrição arquivística, que visa: assegurar a criação de descrições consistentes,

apropriadas e autoexplicativas; facilitar a recuperação e a troca de informação sobre

documentos arquivísticos; possibilitar o compartilhamento de dados de autoridade; e

tornam possível a integração de descrições de diferentes arquivos num sistema unificado

de informação (ISAD(G), 2000, p. 11).

59 The Dublin Core is a metadata element set intended to facilitate discovery of electronic resources. Originally conceived for author-generated description of Web resources, it has attracted the attention of formal resource description communities such as museums, libraries, government agencies, and commercial organizations (JUHA, [2000?] p. 4).

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Alguns elementos podem ser classificadores, tendo a função de aprimorar ou

tornar mais peculiar o objeto informacional descrito, selecionando um formato simples

ou qualificado a utilizar. Além das informações de contexto, de criação, autoridade,

fornece metainformação sobre seu criador, sua data de criação, bem como o método de

criação. Existe ainda a possibilidade de elaborar novos metadados no Dublin Core, como

por exemplo, a criação do elemento observações.

Os dados adicionais podem ser completados com as informações de conteúdo para

ajudar a identificar, pesquisar, reconstruir, interpretar ou documentar a integridade e a

autenticidade do conteúdo e gerenciar os seus direitos de utilização. Esses metadados

podem ser criados em vários momentos dentro do ciclo de vida de objetos digitais (e. g.,

durante a produção, arquivamento ou a utilização). Metadados são interpretados como

sendo parte da unidade lógica “objeto digital” e podem ser fisicamente vinculados aos

dados de conteúdo ou separadamente (DOBRATZ, 2006, p. 2). O modelo de informação

OAIS [Organograma 4] inclui metadados inseridos no objeto de dados, objeto de

informação e no pacote de informação, onde podem estar descritos os processos técnicos

associados à preservação, os direitos de acesso e a autenticidade do conteúdo digital,

assim como, o registo e identificação da custódia de um objecto digital de forma única,

interna e externamente, em relação ao arquivo ao qual pertence.

Assim a qualificação dos documentos digitais tornou-se fundamental para a

preservação, pois é preciso considerar a necessidade de desenvolver um corpo de

conhecimentos sobre a preservação destes registos (SANTOS; FLORES, 2015, p. 48).

De acordo com a National Information Standards Organization (NISO), é

possível distinguir alguns tipos fundamentais de metadados, segundo os quais Taylor

(2004), entende que os metadados administrativos, descritivos e estruturais podem ser

utilizados para encontrar ou compreender um recurso.

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Quadro 12 – Tipos de Metadados

Tipos Metadados

Propriedades (Jenn Rilley, 2017)

Principais usos (Jenn Rilley, 2017)

Para encontrar ou compreender um

recurso (Taylor, 2004)

Metadados descritivos

Título Autor Assunto Gênero Data de publicação

Descoberta Exposição Interoperabilidade -----

Metadados administrativos

Para decodificação e processamento de arquivos Gestão a longo prazo de arquivos Direitos de propriedade intelectual anexado ao conteúdo

Metadados técnicos

Tipo de ficheiro; Tamanho do ficheiro; Data/hora de criação; Compression scheme

Preservação de objetos digitais; Interoperabilidade

Metadados de preservação

Checksum Evento de Preservação

Preservação da gestão de objetos digitais; Interoperabilidade

Metadados de direitos

Direitos autorais Termos de licença Titular de direitos

Gestão de objetos digitais; Interoperabilidade

Metadados da estrutura

Sequência Lugar na hierarquia

Navegação Relação de partes de recursos para um outro

Linguagens de marcação

Paragrafos Títulos/Cabeçalhos Lista Nome Data

Navegação; Interoperabilidade

Integra metadados e sinalizadores para outras estruturas ou recursos semânticos dentro do conteúdo

Fonte: Construção baseada nos autores Jenn Riley (2017, p. 6) e Taylor (2004).

Estas diversas categorias de metadados apoiam os diferentes sistemas de

informação. Os metadados administrativos documentam os dados de gestão ao longo do

tempo. Incluem informação sobre requisitos de armazenamento, reprodução e acesso;

processos de migração dos objetos digitais; aquisição/proveniência (como e quando foi

criado o pacote de informação, quando foi adquirido, modificado, entre outros); direitos

de autor; localização e identificação do objeto digital e sobre a preservação (FERREIRA,

2011, p. 79).

Os metadados estruturais correspondem à informação de como um objeto pode

ser exibido e disseminado nos vários sistemas (FERREIRA, 2011, p. 80). São designados

por metadados técnicos, metadados de exibição ou metadados de uso (lidam com aquilo

que um objeto é, o que ele faz e como funciona). Incluem informação sobre o software e

o hardware, informação técnica (tamanho dos ficheiros, comprimento de bit, formato,

regras de apresentação, sequência da informação, mapas estruturais, compressão do

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ficheiro, entre outros), controlo de versões, informação sobre a digitalização (dados

relacionados com a criação da imagem digitalizada – scanner utilizado, por exemplo),

informação sobre autenticação e dados de segurança, protocolos de pesquisa associados

(Information Retrieval Z39.50).

Os metadados descritivos incluem dados que identificam o pacote de informação

(título, autor, data de criação/publicação), dados sobre a organização intelectual (controlo

de autoridade, assunto(s)), dados sobre o acesso intelectual (cabeçalhos de assunto,

classificação, categorização) (SARAMAGO, 2004, p. 2).

Para além destes tipos de metadados, alguns autores defendem a existência de uma

outra classe de metadados: os metadados de preservação. Estes tipos de metadados são

considerados por Taylor (2004) como uma subclasse de metadados administrativos60 e

propõem apoiar e facilitar a retenção a longo prazo da informação digital (OCLC/RLG,

2001), cuja leitura é realizada através de um conjunto de tecnologias que estão em

constante mudança. Muito diferente da leitura de forma direta, que acontece com os

documentos em formato de papel. Para Colin Webb (2003, p. 94) os metadados de

preservação correspondem à informação estruturada sobre objeto digital que: (1)

identifica o material sobre o qual o programa de preservação tem responsabilidade; (2)

indica o que é necessário para manter e proteger os dados; (3) indica ao utilizador aquilo

que é necessário para representar o objeto digital pretendido, independentemente das

evoluções que tenham ocorrido nas tecnologias de armazenamento e acesso; (4) regista

o histórico do objeto, bem como as consequências das operações que tem sofrido; (5)

documenta a identidade e a integridade do objeto para certificar a sua autenticidade; (6)

permite ao utilizador e ao programa de preservação compreenderem o contexto do objeto

digital armazenado.

Metadados descrevem os recursos da Web com a finalidade de facilitar a sua

descoberta, localização e utilização. Motores de procura, ao utilizarem estes metadados,

60 Taylor (2004) subdivide os metadados administrativos em: metadados de preservação, metadados de acesso/direitos, metametadados. Os metadados de preservação correspondem à informação necessária para assegurar o armazenamento e usabilidade a longo prazo do conteúdo digital (informação sobre os processos de preservação utilizados – reformatação, migração, emulação, integridade do ficheiro, proveniência (...) descrição do ficheiro, tamanho, propriedades, ambiente tecnológico, fonte de informação, historial do objeto (...). Os metadados de acesso/direitos correspondem à informação sobre quem tem acesso aos pacotes de informação, quem pode utilizá-los, em que circunstâncias e para que fins. Lidam com a propriedade intelectual e copyright e com os acordos legais que permitem aos utilizadores aceder à informação e à instituição que os tem sob custódia preservá-los. Os metametadados são, como a própria palavra indica, os dados sobre os metadados, ou seja, correspondem à informação sobre os próprios metadados. A sua principal função é assegurar a autenticidade dos metadados (FERREIRA, 2011, p. 79)

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proporcionam consultas bem mais precisas, envolvendo não somente palavras, mas

propriedades descritas, como o autor, o formato, a data do recurso, entre outros (ROCHA,

2004, p. 5).

A riqueza das descrições, detalhadas ou simples, de metadados será determinada

por políticas e práticas recomendadas pelos criadores de metadados, através de requisitos

funcionais dos serviços ou aplicativos (DUVAL; et al., 2002). Assim cabe aos

profissionais da informação tomar decisões sobre se um registo deve ser criado para um

conjunto de volumes ou para cada volume em particular.

O MoReq2010 define metadados de sistema (não têm em conta a especificidade

de cada organização, isto é, não têm em conta os metadados de contexto) e o tipo de

entidade (User; Group; Role; Class; Record; Record Component) na organização da

informação. A gestão de documentação eletrónica tem características essenciais, como a

autenticidade, confiabilidade, integridade e utilização, definidas pela ISO 15498. O

MCRS assegura que estas características estejam presentes na descrição dos documentos,

e que possam interagir apenas com instrumentos (sistema de negócios), com o produtor

das descrições ou com ambos e assim quando se muda de tecnologia através da

exportação do sistema em formato standard, fica garantida a continuidade do arquivo,

mantendo as características do documento eletrónico e a continuidade do arquivo

(MoReq2010, 2010&2011, p. 22-23).

O MoReq2010 estabelece recomendações de requisitos funcionais e não

funcionais, para o desenvolvimento de uma aplicação de gestão documental, cumprindo

as principais normas e boas práticas definidas para esta área. A captura dos documentos

para o sistema de gestão documental é uma das funcionalidades desta aplicação.

Os requisitos funcionais (denominados serviços) no MoReq2010 estão

organizados em nove serviços. O conjunto destes nove serviços descreve a funcionalidade

requerida por um MCRS (serviços do sistema, do utilizador /grupo, perfil, classificação,

de registo de documento de arquivo, de metadados, de seleção e eliminação, de retenção,

exportação e serviço de pesquisa). Os requisitos não-funcionais são importantes num

Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo Compatível com o MoReq2010 e estão

organizados em dezassete requisitos tais como, performance; escalabilidade;

gerenciamento; portabilidade; segurança; privacidade; usabilidade; acessibilidade;

disponibilidade; confiabilidade; recuperabilidade; manutenção; suporte; garantia e

conformidade (MoReq2010, 2010&2011, p. 3-4).

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O MoReq2010 permite ainda, acrescentar mais funcionalidades e mais metadados,

definidos como metadados de contexto, para que se possam desenvolver aplicações que

respondam às necessidades de cada organização.

Esta estrutura de serviços vai permitir abranger todo o ciclo de vida dos

documentos de arquivo; garantir as características específicas dos documentos de

arquivo; controlar os prazos de conservação estabelecidos no plano de classificação

documental; desenvolver estratégias de preservação digital dos documentos e

disponibilizar o acesso aos documentos de arquivo (SILVA; ANTÓNIO, 2012, [p. 7]).

Em vários outros países, a importância dos SGDA tem outra relevância para a

sociedade, uma vez que foram estabelecidos requisitos de conformidade obrigatórios.

Nos Estados Unidos foi elaborado em 1997, pelo Departamento de Defesa, um

critério de desenho de aplicações para gestão de documentos eletrónicos (Design Criteria

Standard for Electronic Records Management Software Applications) conhecido por

DoD5015.02-STD (ESTADOS UNIDOS, 2007), cuja versão mais atual data de 2007 e

circunscreve as funcionalidades exigidas, sendo determinante os testes de conformidade

que são publicados através do Joint Interoperability Test Command (ESTADOS

UNIDOS, 2015).

O DIRKS (Designing and Implementing Recordkeeping Systems) foi um manual

desenvolvido pela National Archives of Australia (NAA) em colaboração com a State

Records Authority, de Nova Gales do Sul, foi substituída em 2007 no nível da

Commonwealth australiana, mas continua a ser usado no nível estadual em Nova Gales

do Sul como uma ferramenta que não ajuda o setor público (WIKIPÉDIA, 2017).

Agrega um conjunto de boas práticas e orientações para o correto

desenvolvimento de um sistema de gestão de arquivos, que consiste em oito etapas

(investigação preliminar; análise da atividade de negócios; identificação dos requisitos

dos registos; avaliação dos sistemas existentes; identificação de estratégias de registos;

design de um sistema de registos; implementação de um sistema de registos; revisão pos-

implementação) (ARMS, 2006, p. 10). O DIRKS tem como objectivo garantir que a

informação e os documentos estão baseados e alinhados com os requisitos de negócio

apresentando para isso um processo que procura assegurar eficiência e eficácia à gestão

documental garantindo que os documentos são precisos, fidedignos, legíveis,

significativos e de longa duração (ARMS, 2006).

Na Europa o DLM Forum foi criado com o apoio da União Europeia para a gestão

do ciclo de vida dos documentos através do MoReq2010.

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De referir que como orientações principais destes critérios existe a necessidade

de garantir que os documentos de arquivo sejam: identificáveis por meio de um conjunto

estruturado de metadados; acessíveis através de serviços Web com interfaces

normalizadas e inteligíveis tanto ao nível do contexto como de conteúdo (APDSI, 2014,

p. 22).

Os metadados acompanham cada objeto digital e fornecem informações sobre a

estrutura, o conteúdo, a autenticidade e outro tipo de informações. Estes metadados serão

mantidos de formato para formato, independentemente do objeto base que ele descreve,

com o objetivo de ajudar os utilizadores a encontrar informações mais eficazmente e

eficientemente.

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7. PROPOSTA

Devido à limitação de tempo para a realização deste projeto, não nos foi possível

testar as propostas aqui referidas. Assim sendo, com base em estudos já efetuados,

apresentamos algumas propostas que poderão ser uma mais-valia para a gestão, a

recuperação e o armazenamento de informações digitais e analógicas sobre os Sócios do

SCP.

Os repositórios são sistemas de informação que abrigam um conjunto de coleções

digitalizadas que, a partir da decisão tomada pela organização ou administrador,

contribuem para a organização e o autoarquivamento da informação. São coletivamente

responsáveis pelo acesso a longo prazo, pelo armazenamento e pela gestão de qualquer

documento.

Propomos a criação de um repositório temático61 para armazenar e preservar toda

a documentação existente sobre os Sócios do SCP. Um repositório temático utiliza

tecnologias abertas e seguem a filosofia da Iniciativa dos Arquivos Abertos, promovendo

a maior acessibilidade à produção dos pesquisadores e à discussão entre seus pares. As

suas principais características são o processamento automático dos mecanismos de

discussão entre os pares; geração de versões de um mesmo documento; tipologia variada

de documentos; auto-arquivamento; interoperabilidade entre todos os repositórios

temáticos e seus serviços agregados (CAFÉ et al., 2002, p. 3-9)

Para a sua implementação técnica, são vários os softwares disponíveis. Entre os

vários estudos analisados, a principal ferramenta utilizada é Dspace, por oferecer um

ambiente altamente configurável, que pode ser empregado tanto para o desenvolvimento

de pequenos repositórios, como para ambientes complexos de tramitação de material de

caracter cientifico avaliado por pares. O Dspace trabalha com um modelo de dados

baseado em coleções possibilitando aos colaboradores do Departamentos de Sócios

pesquisar através de ferramentas de procura interna. Dspace já traz na sua estrutura o

modelo de metadados acreditado, mas também dá oportunidade para os administradores

proporem outro tipo de modelo de metadados, mas não permite o uso do protocolo OAI-

PMH (SEGUNDO, 2010, p. 154-156). Com este software de gestão do arquivo é possível

61 Estudos efetuados por José Eduardo Santarém Segundo em Representação Iterativa: um modelo para Repositórios Digitais 2010, p. 152-153; Lígia Café et al. em Repositórios institucionais: nova estratégia para publicação científica na Rede em 2003, p. 5-8; Karina Toledo Solha em Repositório Temático Digital: construindo rede colaborativa em Turismo Rural em 2009; Simone da Rocha Weitzel em O papel dos repositórios institucionais e temáticosna estrutura da produção científica, em 2006.

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ao Departamento de Sócios a construção de um motor de pesquisa, uma ferramenta para

uso interno e externo, à semelhança do já se faz em outros arquivos históricos a nível

nacional.

A estratégia organizacional, para a gestão da informação e para os documentos

digitais em particular, deve considerar: todo o ciclo de vida dos documentos digitais;

localizar a gestão tecnológica na ordem organizacional; integrar as políticas da

qualidade e da gestão documental, uma vez que abordam a gestão por processos;

potenciar o acesso para fora e a gestão para dentro, dando visibilidade à organização

através dos ambientes Web; transformar a arquivística de uma função terminal numa

função antecipada, sobretudo no que se refere à organização, seleção e acessibilidade

dos documentos digitais antes mesmo destes serem criados para lhes incorporar os

metadados; integrar de forma continuada os modelos de gestão do papel, misto e digital,

como nova forma de gerir a memória histórica (SILVA, Carlos Guardado da, 2008, p.

18).

Propomos a utilização do software Archeevo62 para a gestão de arquivo definitivo

do acervo. Tendo como objetivo racionalizar e simplificar os processos de

desmaterialização; modernizar e agilizar a gestão documental; aumentar a facilidade e

rapidez da difusão documental e da sua acessibilidade via Web, contemplando os

cidadãos com necessidades especiais; melhorar o atendimento presencial; diminuir os

custos; preservar os documentos (FREITAS; SOUSA, 2009, p. 98).

O software Archeevo63 visa a gestão integrada de arquivo nas fases semi-ativa e

inativa da documentação, na medida em que apresenta caraterísticas que simplificam as

tarefas de tratamento, gestão e publicação dos recursos documentais ao longo destas fases.

A sua primeira versão surgiu em 2002 e conta já com a quarta versão publicada em 2015.

O Archeevo é compatível com um conjunto de recomendações internacionais e boas

práticas para o arquivamento, entre as quais se destacam a ISAD(G); EAD; ISAAR

(CPF); ODA; OAI-PMH – Open Archives Initiative Protocol for Metadata Harvesting;

Formato BagIt - The BagIt File Packaging Format.64 Assim a recuperação da informação

em repositórios apresenta-se como uma estratégia de preservação dos objetos digitais

62 O software Archeevo é utilizado por um vasto número de entidades (mais de 40), tais como o arquivo da Presidência da República, dos Farmacêuticos, Dioceses, Arquivos Municipais, entre outros. 63 A KEEP SOLUTIONS, tirou partido do desenvolvimento do software DigitArq e desenvolveu o seu próprio produto designado de Archeevo. Disponível na internet em URL: https://www.keep.pt/wp-content/uploads/2013/01/WP15567-Whitepaper-Archeevo-4_PT_v6.pdf 64 Visa a transferência de registos de descrição e documentação digital associada entre sistemas de informação.

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(informação sobre os Sócios) a longo prazo. Além de permitir a recuperação da

informação baseada em simples expressões, podem ser apresentados cruzamento de

informação dentro do contexto das informações armazenadas, com a apresentação de

rankings de pesquisa. Esta recuperação rápida permite ao Departamento de Sócios criar

uma nova ferramenta para aumentar a receita do clube, através da criação da construção

da árvore genealógica sportinguista de cada Sócio (caso este solicite). Tudo isto só é

possível tendo em conta o direito de propriedade, assim, seria ocultado o nome do Sócio

no acesso ao repositório, sendo de acesso os outros itens que o Departamento de Sócios

ache pertinente apresentar em repositório open source.

Para uma pesquisa mais rápida e eficaz, independentemente do suporte em que a

informação se encontra, é de extrema importância a sua identificação. O sistema de

recuperação da informação mais direcionado para recuperar a informação no

Departamento de Sócios do SCP, no nosso entender, deve ser de acordo com as

orientações ISAD(G) e ISAAR (CPF), ISDIAH e ISDF.

O método de classificação começa com a criação de um quadro de classificação

tendo em conta as áreas temático-funcionais da entidade produtora da documentação a

classificar, propomos:

Quadro 13 – Campos de descrição com a informação registada correspondente ao nível arquivístico Secção

Elemento de descrição Elementos de descrição sugeridos Código de referência PT/ASCP/ASCP/SCP/SR01 Título Arquivo do Departamento de Sócios do Sporting Clube de Portugal Datas 1906-1980 Nível de descrição Sub-fundo Dimensão e suporte 45 livros com cerca de 100 folhas

100.000 fichas Nome e função do Produtor Departamento de Sócios do SCP História administrativa /biográfica arquivística

História custodial e arquivística

Procedência Âmbito e Conteúdo Livro onde consta o número, o nome, data admissão de Sócio Avaliação, seleção e eliminação

Conservação permanente

Ingressos adicionais Fundo aberto Sistema de organização Funcional e numérico Condições de Acesso Restrito, só o colaborador responsável pelo arquivo do Departamento

de Sócios tem acesso Idioma/Escrita Português Instrumentos de descrição ISAD(G) Localização de originais Sala no piso -1 Notas Data da descrição

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Quadro 14 – Proposta do modelo de descrição para a documentação (nível série, documento composto, documento simples)

Código de referência PT/ASCP/SCP/DS/SR/02 Título Fichas de Sócios Data de produção inicial 1906 Data de produção final 1980 Nível de descrição Série Dimensão e suporte 100.000 Fichas Nome do produtor Departamento de Sócios Âmbito e conteúdo Ficha com nome, morada, local de cobrança. Datas de nascimento,

admissões, eliminação. Classe e número de Sócio, Número do bilhete do A.I., profissão, motivo da eliminação, última cota paga. Cargos ou prémios ou distinções ou honrarias e sanções

Sistema de organização Numérico Data de descrição

Para os documentos de suporte analógico, a identificação das lombadas das

unidades de informação tem um caráter muito importante, quanto mais correta for a sua

identificação, mais rapidamente se acede ao documento pretendido.

Assim apresentamos uma proposta com regras para uma correta identificação de

pastas, fornecendo um modelo que poderá ser alterado e adaptado.

Logótipo: o nome ou logótipo da entidade detentora. É o campo destinado à

identificação da entidade produtora / detentora da Documentação.

Departamento ou Unidade Orgânica: é o campo destinado à identificação do

departamento ou unidade orgânica do qual o arquivo pretence, ou seja, de onde a

documentação é oriunda. Pode ser preenchido com a abreviatura que a entidade use para

identificar os seus departamentos ou unidades orgânicas.

Classificação: preenchido apenas quando exista um quadro de classificação

sistémico, apoiado num estudo orgânico-funcional exaustivo. Até à sua existência, apenas

se descreve o assunto como abaixo se apresenta.

Assunto: título que representa o tema principal da documentação em questão

poderá ser uma entidade, um tema, uma localização, entre outros.

Número: inscreve-se o número atribuído aquando da admissão do Sócio.

Datas Extremas: regista-se neste campo, as datas limite da documentação.

Volumes: número do volume em numeração romana, quando existir a necessidade

de abrir mais do que uma pasta.

Data de Eliminação: é o campo destinado à identificação do ano de destruição

da documentação em análise. Caso a documentação seja de conservação permanente,

indicar neste campo: “Não Destruir” ou “Conservação Permanente”.

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Exemplo:

Propomos ainda a criação de caixas de arquivo, para guardar as séries sem

lombada e assim poderem identificar mais eficazmente.

Sporting Clube de Portugal

Departamento

Sócios

N.º 100-900

De 1906 a 1920

Vol. I

Ano de Eliminação: Conservação Permanente

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CONCLUSÃO

Um projeto visa uma mudança na organização onde tem lugar. A construção deste

projeto nasceu da necessidade de melhorar a gestão documental do arquivo do

Departamento de Sócios do SCP.

Os documentos encerram dentro de si o conhecimento de outros tempos. A

continuidade da sua história só é possível se a informação estiver inscrita em suporte

materializado e não-materializado que preserve a memória de acontecimentos passados,

como a informação relativa a sócios, convívios, galas, glórias, fundadores, atividades

desportivas e sociais, que contribuíram tanto para o crescimento do SCP enquanto clube,

como para a acumulação de informação que ilumina o seu passado.

No mundo globalizado de hoje, desmaterializar torna-se a palavra de ordem, já

que, a desmaterialização pode permitir a separação física dos materiais, mantendo o valor

imaterial e garantindo o acesso para que ele não seja esquecido, deixando um legado para

as futuras gerações. A desmaterialização da informação pode assim ser vista como uma

forma complementar de preservação da memória, porque torna possível restringir o

acesso ao documento original, liberando para consulta apenas sobre o material nado-

digital. Além disso, a possibilidade da transmissão das informações nado-digitais por

meio de uma rede de computadores, como a Internet ou os repositórios digitais, permite

um maior acesso e agilidade às solicitações de conteúdo pelos seus utilizadores.

Os sistemas de gestão de informação assumem uma função digna de destaque

enquanto centros de apoio à decisão em tempo útil, nomeadamente permite ao

Departamento de Sócios preservar a memória das suas origens, das suas atividades,

racionalizar os seus investimentos na área da documentação e informação, garantir que a

todos os documentos é dada a atenção e proteção adequadas, e que o valor probatório e

informativo que eles contêm pode ser mantido de forma mais eficaz e eficiente.

Enquanto gestores da informação, para pautarmos a nossa ação de acordo com as

exigências atuais, devemos apostar em sistemas com uma organização funcional da

informação para garantir a sua estabilidade e capacidade de adaptação à mudança. Por

outro lado, devemos valorizar plataformas interoperáveis com requisitos que permitam

reutilizar a informação e garantir o seu acesso a longo prazo.

Não há, ainda, nenhuma única estratégia de preservação digital a longo prazo que serviria

para preservar a informação digital. O maior desafio na implementação de estratégias de

preservação digital é o tempo que se deve manter os documentos digitais, pois este supera

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a durabilidade do hardware e do software, assim como a sua substituição ou alteração. A

escolha de métodos para a preservação depende da mudança pelo menos um dos

componentes de um objeto digital (e. g., componente física, lógica ou conceptual), no

entanto, a principal preocupação da preservação digital é definir critérios, requisitos e

propriedades significativas para a preservação da autenticidade, da integridade e da

originalidade dos objetos digitais em contexto de produção.

O reconhecimento de que o problema da preservação digital não é estático, que

vai continuar a evoluir como tecnologia da informação e sua aplicação na produção da

mudança de informações valiosas reforça o paradoxo para o ponto de que qualquer

solução para o desafio da preservação digital deve ser inerentemente evolutiva. Este

paradoxo pode ser resolvido apenas através da elaboração de uma estrutura que permita

identificar e analisar tudo o que está envolvido no processo de preservação digital.

Felizmente, esse quadro tem sido articulado nos últimos anos e tornou-se um modelo

internacional de referência OAIS. O modelo OAIS fornece um quadro de referência em

que pode equilibrar a necessidade de preservação de objetos digitais inalterados para

abranger novas classes de objetos digitais e capitalizar tecnologia avança para melhorar

os serviços de preservação. Estas estratégias são meramente preventivas e pressupõem

uma intervenção junto dos materiais, na fase em que as condições de acesso sejam

possíveis (THIBODEAU, 2005, [p. 27-28]).

A análise do contexto em que foi e é gerada e usada a informação vai permitir

desenhar estratégias de atuação futuras (criação, circulação, armazenamento, recuperação

e difusão da informação), planeando os recursos necessários, os métodos e as técnicas a

aplicar, com parâmetros e critérios seguramente estabelecidos, ou seja, a forma de

pesquisar, utilizar e avaliar a informação dentro do contexto organizacional contribui para

dinamizar as atividades de prospeção e controlo informacional, proporcionando um

melhor desempenho, melhor competitividade e melhora a própria compreensão sobre a

organização. Assim a eficácia no acesso à informação pelos colaboradores, bem como

para a preservação da memória, será uma mais-valia na celeridade da gestão do arquivo.

Espera-se que os resultados deste trabalho se constituam válidos e permitam criar

condições para melhorar o acesso à informação no Departamento de Sócios do SCP.

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ANEXOS

Anexo 1 – Questionário

Há um inventário da documentação que estão a digitalizar?

Re: Não existe um inventário, existe um cálculo aproximado.

Se sim, qual o volume de documentação a digitalizar?

Re: O volume de documentação a digitalizar é de mais ou menos 45 livros de cerca de

100 folhas, e 100.000 fichas.

Há quantos anos foi produzida a informação que estão a digitalizar e os cartões de sócio?

Re: A informação produzida tem cerca de 80 anos, os cartões de sócio desde 1906.

Foi alguma vez objeto de conservação a documentação em papel que estão a digitalizar?

Re: Existia uma pessoa que era responsável pela manutenção dos arquivos.

O que espera atingir com a digitalização?

Re: Juntar a maior informação possível para uma consulta mais rápida.

Quem é o destinatário da informação digitalizada, ou seja, só os colaboradores do SCP

vão ter acesso à informação ou os sócios também vão ter acesso?

Re: O destinatário da informação serão os funcionários do SCP, e os sócios através do

recuperador de sócios.

Quem está a realizar a digitalização? São só estagiários?

Re: A digitalização está a ser realizada só por estagiários.

Entre 1906 e 1982 existia contagem do número total de sócios?

Re: Sim, existe uma norma estatutária em que, de 5 em 5 anos, é feita uma renumeração

de sócios. Retiram-se os sócios inactivos e renumeram-se os activos.

Há uma estratégia como preservar/armazenar a informação depois de digitalizada?

Informação contida no papel como a contida em formato eletrónico.

Re: A ideia é armazenar a informação para garantirmos que não sofra mais deterioração.

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Anexo 2 – Primeiros Estatutos do Sporting Clube de Portugal

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M.mo Ex.mo Drº

Nos termos do nº 8 do art.º 252 do Codigo administrativo, remecto a

alEx.ª e incluro exemplar dos estatutos da associação de instrução e

recreio denominada Sporting Club de Portugal, com sede na quinta

de Alvalade, com serventia pela Alameda do Lumiar nos 12 e 15,

acompanhado da cópia do respetivo alvará de aprovação datado de

22 do corrente mês.

Sua Grande alEx.ª Lisboa

24 de agosto de 1907.

M.mo Ex.mo Dr.º Ministro de Secretario

de Estado dos Negocíos do Reino

O Governador Civil

Pela Direcção Geral de Administação

Publica e Civil

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Logam do selo branco do imposto de cem réis=Governo Civel

do Lisboa ato Administrativo de Lisboa ato.

Lendo-me presentes os estatutos com que pretende constituir-

se legalmente a Associação de instrução exercício denominada

Sporting Clube de Portugal, com sede na quinta de Alvalade, como

serventia pela Alameda do Lumiar n.os 12 e 15, atendendo a que as

disposições dos mesmos estatutos são conformes á lei, usando da

authorisação apreme confere o art.º 252 n.º 8 do código

administrativo aprovo os referidos estatutos do Sporting Club de

Portugal que conttem trita e oito artigos escriptos em dose meias

folhas de papel selado, autenticado com a rubrica do Secretario Geral

deste Governo Civil, e fazem porte do presente alvará.

Fica esta associação, nos termos de direito, sujeita á

fiscalização administrativa e a sendo retirada a presente aprovação,

quando se desvir dos fins para que se constitui ondeixe de observam

os estatutos

Dado no Governo Civil de Lisboa

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aos 22 de agosto de 1907. (a) Eduardo Segurado.

Pagou mil reis de imposto copecial, por leis de 4 de julho de

1889 e 14 de maio de 1901 dusentos mil centos oitenta e seis réis de

direitos de mercê e addicionaes des mil e duzentos e cincoenta réis

de sellos e addicionaes e desoito mil e setenta e um réis de

emolumentos das secretarias de Estado e adicionais; conforme

respetivamente consta dos recibos passados pela Recebedoria de

Recita Eventual em 14 do cossente, com os números 463-464-836-e

443, os quaes ficam archivados nesta secretaria.

E pagou dois mil réis de emolumentos deste alvará. Lisboa 22

de agosto de 1907= Secretaria Geral (a) Alberto Cardoso de Meneses

Está conforme

Secretaria so Governo Civil de Lisboa

24 de agosto de 1907.

O Secretario Geral

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Estatutos do

Sporting Club de Portugal

Capitulo I Natureza da Associação e seus intuitos

Artigo 1º

Sporting Club de Portugal é o título d'uma associação composta d'individuos d'ambos os sexos de boa sociedade e conducta irreprahensivel

Artigo 2º

Tem principalmente por fim a educação physica dos socios e dos seus filhos e tutelados por meio de exercícios de gymnastica hygienica ao ar livre e poderá igualmente dedicar-se á gymnastica applicada, á esgrima, á equitação, á natação, aos jogos athleticos, aos exercicios de remo e de tiro e a outros destinados ao desenvolvimento e conservação das forças musculares.

Artigo 3º

Estabelecerá para os socios e alunos cursos dos mencionados exercicios, dirigidos por individuos competentes, beneficiará consoante os seus recursos instituições de beneficencia publica, empregará os seus esforços para organisar cursos praticos gratuitos destinados á frequencia de individuos que por sua posição social não estejam nas condições de serem inscriptos socios cooperando por esta forma para a resolução do utilissimo problema

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do avigoramento da raça portugueza e pelo auxilio que se propõem a prestar, no limite dos seus meios ao bem das classes desprotegidas o Sporting Club de Portugal é uma perfeita associação de utilidade publica

Artigo 4º

Para demonstrar a utilidade dos exercícios a que se destina poderá o Sporting Club de Portugal organisar concursos e certamente sportivos estabelecendo premios.

Ser-lhe-ha tambem facultado quando as circunstancias financeiras do Club o exijam; ou quando a direcção entenda necessario como meio de propaganda poder apresentar os seus exercicios em espectaculo publico sendo pelo menos metade do produto liquido em favôr de alguma instituição de beneficencia quando a entrada não fôr gratuita ou esse espectaculo organisado por qualquer outra associação sportiva.

Capítulo II Sede da associação

Artigo 5º

O Sporting Club de Portugal terá a sua sede provisoria em casas e terrenos da Quinta de Alvalade, com serventia pela Alameda do Lumiar 12 e 15 e quando as circunstancias não permittam a sua continuação ali, será transferida para outro local apropriado que possa obter-se

Artigo 6º

O Sporting Club de Portugal poderá, quando os seus meios o per-

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mitam e o seu desenvolvimento assim o exija, estabelecer succursaes destinadas exclusivamente aos exercícios de sport mencionados no artº 2º mediante licença da respectiva autoridade quando necessaria.

Artigo 7º

As casas e terrenos do club nunca, sob qualquer pretexto poderão ser cedidos para comicios politicos ou outras reuniões que não sejam a apresentação dos exercicios a que o Club se destina.

Capítulo III Classificação e admissão dos socios

Artigo 8º

O Sporting Club de Portugal compõe-se de cinco classes de socios: protectores, contribuintes, benemeritos, honorarios e technicos.

§ 1º A classificação de socio protector só poderá competir a SS Magestades ou Altezas quando hajam por bem fazer a graça de acceital-a.

§ 2º Socios contribuintes são os que fornecem ao Club os meios ordinarios de receita. Dividem-se em ordinarios, extraordinários e temporarios.

§ 3º São socios benemeritos ou honorarios os que nos termos do

artº 10º e seus §§ forem como taes considerados pela assemblêa geral.

§ 4º A classificação de socios technicos é muito especial e

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só poderá competir a socios de algumas das outras classes que tenham as condições dos nºs 1, 2, 3, seguintes.

1º ) Os precisos conhecimentos geraes de qualquer dos exercicios a que o Club se dedique e do seu ensino.

2º ) Reconhecida comprehensão das vantagens d'esses exercicios e manifesta dedicação pelo Club como associação especialmente consagrada aos progressos da educação physica. 3º ) Conhecimentos geraes de gynastica hygienica.

§ 5º É compatível a qualidade de socio honorario com a de socio contribuinte.

Artigo 9º A admissão de socios contribuintes compete á direcção. Devem estar nos casos prescriptos pelo artº 1º d'estes estatutos,

serem maiores de 12 annos, e sendo praças de pret é forçoso que possam legalmente usar os distintivos de alguma escola superior.

Artigo 10º A classificação ou admissão dos socios benemeritos e dos

honorarios é da competencia da assemblêa geral. § 1º Podem ser classificados socios benemeritos os individuos já

pertencentes ao Club ou a elle estranhos que lhe tenham prestado serviços relevantes.

§ 2º A classificação como socio honorario poderá competir a qualquer individuo que possua reconhecido merecimento em alguma das especialidades a que o Club se dedique ou que esteja,

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em relação ao mesmo Club, n 'outras condições notavelmente recommendaveis

§ 3º São privativas da direcção do Club as propostas, perante a assemblêa geral, para a classificação ou admissão dos socios, benemeritos e dos honorarios.

Artigo 11º

A classificação de socio technico compete exclusivamente ao conselho technico, ao qual cumprirá investigar, pelos meios que julgar mais conveniente, se o socio de qualquer das outras classes que lhe affigure estar nos casos de merecer aquella classificação possue de facto os requesitos exigidos pelo § 4º do artº 8º

Capítulo IV Dos socios contribuintes ordinarios e extraordinarios

Artigo 12º

O socio contribuinte ordinario deve ser maior de 16 annos e pagará DEZ MIL REIS de joia pela sua admissão e QUINHENTOS REIS de quota mensal.

O socio contribuinte extraordinario maior de 16 annos pagará MIL REIS de joia e a quota mensal de QUINHENTOS REIS.

O socio contribuinte extraordinario de edade menor que 16 annos está sujeito a condições epeciaes incluidas no Capº V d'estes estatutos.

§ 1º O pagamento da joia dos sócios contribuintes ordinários poderá ser feito em duas prestações, das quaes a primeira deve ser paga no prazo de 15 dias a contar da data da sua admissão e a

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segunda no praso de 60 dias a contar da mesma data. O pagamento da joia dos socios contribuintes extraordinarios deverá effectuar-se no praso de 8 dias a contar da data da sua approvação e será feito por uma só vez.

§ 2º Os socios contribuintes ordinarios só poderão entrar no goso dos seus direitos depois do pagamento da 1ª prestação da sua joia. Os socios contribuintes extraordinarios depois de terem effectuado o pagamento da joia poderão immediatamente entrar no goso dos direitos conferidos pelo artº 13º d'estes estatutos.

§ 3º O socio ordinario que, decorridos os 60 dias de praso não tenha pago a segunda prestação da sua joia será avisado por escripto pela direcção para effectuar esse pagamento dentro de 15 dias, não o fazendo passará da cathegoria de socio contribuinte ordinario á cathegoria de socio contribuinte extraordinario não tendo direito a qualquer reclamação relativa á 1ª prestação da joia já paga.

§ 4º As quotas mensaes serão satisfeitas dentro do mez a que disserem respeito.

§ 5º Quando a data da admissão. fôr posterior ao dia 15 do mez a primeira quota a satisfazer será a do mez seguinte.

§ 6º O socio que completar o atraso de dois mezes no pagamento das quotas, será avisado por escripto pela direcção para o effectuar no praso de 15 dias, não o fazendo será excluido de socio e não poderá ser readmittido sem que pague alem de nova joia, que será de MIL REIS tanto para os socios ordinarios como para os

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socios extraordinarios, a importancia que ficou devendo até ao mez, inclusivé em que a direcção lhe houver expedido aviso.

§ 7º Quando a direcção determinar que em qualquer dia a entrada no Club seja por meio de bilhete especial poderá, se julgar necessario, exigir a apresentação da quota do mez anterior para passar o referido bilhete, entendendo-se que o socio deve ter pelo menos um mez de antiguidade.

§ 8º O socio que quizer deixar de pertencer ao Club deve participal-o, por escripto, á direcção, podendo, caso queira, exigir documento do seu pedido de demissão.

§ 9º Os socios são obrigados a fazer o pagamento da joia e quotas na sede do Club. A direcção pode dispensal-os d'este dever quando tenha cobrador especial, mas, n'este caso, não faz fé a alegação por parte do socio de que o cobrador os não procurou para ficar isento das penalidades dos §§ 3º e 6º.

Artigo 13º

Os socios contribuintes ordinarios e extraordinarios, teem direito:

§ 1º Ao ingresso nas salas, terrenos e mais dependencias do Club salvo o caso previsto no §§ 7º do artigo anterior.

§ 2º A servir-se ali para os exercicios a que se destinem, dos apparelhos, armas e mais artigos e utensilios pertencentes á sociedade.

§ 3º A frequentar as classes de gymnastica, esgrima ou quaes quer outras regularmente estabelecidas quando queiram aprender metho-

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dicamente os respectivos exercícios.

§ 4º A tomar parte nos differentes jogos permitidos no Club mediante pagamento das contribuições marcadas nos regulamentos especiaes, quando não forem gratuitos, e só serão permitidos jogos licitos.

§ 5º Apresentar qualquer individuo, por quem se responsabilisem e que não tenha sido regeitado ou excluido de socio; não podendo porem o mesmo individuo frequentar o Club mais de quatro dias em cada anno civil.

§ 6º A apresentar á frequencia das classes gymnasticas ou sportivas seus filhos ou tutelados menores de 12 annos.

Os socios do sexo masculino teem mais os seguintes direitos.

§ 7º A submetter á aprovação da direcção propostas para a admissão de socios contribuintes.

§ 8º A apresentar ao Conselho technico a sua candidatura a socio technico.

§ 9º A fazer parte do Conselho technico.

São privativos dos socios contribuintes ordinarios do sexo masculino mais os direitos seguintes:

§ 10º A submeter á consideração da direcção propostas para a admissão como socios benemeritos ou honorarios, de individuos que estejam nas condições prescriptas pelos §§ 1º e 2º do artº 10º sendo só admissiveis estas propostas quando assignadas por 10 socios.

§ 11º A tomar parte nas deliberações e mais actos da assemblêa geral e a serem eleitos para os cargos do Club quando tenham pelo menos

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3 mezes de antiguidade de socio.

§ 12º A requerer a convocação da assemblêa geral assinando o

requerimento vinte socios e declarando-se n'elle os fins para que é convocada.

§ único O gôso dos direitos conferidos pelos nºs 1º e 2º, 3º e 4º d’este

artigo 13º fica sujeito a prescripção de regulamentos especiaes.

Capítulo V Dos socios contribuintes extraordinarios menos de 16 annos

Artigo 14º

Os socios contribuintes extraordinarios menores de 16 anos não pagam joia de admissão e a sua quota mensal é de 300 reis.

§ 1º O pagamento da primeira quota deverá effectuar-se dentro de 8 dias a

contar da data de admissão e as seguintes quotas serão pagas dentro dos mezes a que disserem respeito.

§ 2º O candidato a socio que durante 8 dias a contar da data da admissão

não tiver effectuado o pagamento da sua quota não fará parte da associação.

§ 3º Os socios contribuintes extraordinarios menores ficam, sujeitos ás

disposições dos §§ 7º e 8º do artº 12º d’estes estatutos.

§ 4º O socio que completar o atraso de dois mezes no pagamento das

quotas será suspenso dos seus direitos e regalias até que tenha effectuado o pagamento de todo o seu debito.

§ 5º Os socios contribuintes extraordinarios menores são

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obrigados a fazer o pagamento das quotas na sede do Club.

§ 6º Os socios, logo que completem 16 anos, passarão á categoria de socios extraordinarios maiores ficando obrigados ao cumprimento dos deveres impostos a essa cathegoria pelo artº 12º não gosando dos respectivos direitos enquanto não effectuarem o pagamento da joia.

Artigo 15º

O socio contribuinte extraordinario menor, logo que tenha pago a sua primeira quota gosa dos direitos conferidos pelos nºs 1º, 2º, 3º e 4º do artº 13º ficando obrigado a cumprir as prescrições dos regulamentos especiaes a que esses direitos estão sujeitos.

Capítulo VI Dos sócios contribuintes temporários

Artigo 16º

O socio contribuinte temporario deve ser maior de 16 anos, não pagará joia d’admissão e a sua quota mensal será de mil reis.

§ 1º A primeira quota deve ser paga no praso de 8 dias a contar da data da admissão.

§ 2º O pagamento das quotas seguintes será sempre efectuado adeantadamente nos primeiros 8 dias do mez a que disserem respeito sob pena de suspensão de todos os seus direitos.

§ 3º O pagamento das quotas será efectuado na sede do Club.

Artigo 17º

O socio contribuinte temporario depois de ter effectuado o

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pagamento da sua quota gosa immediatamente dos direitos conferidos pelos nºs 1º, 2º, 3º, 4º e 6º ficando no entanto obrigado a cumprir os regulamentos especiaes a que os nºs 1º, 2º, 3º e 4º, ficam sujeitos.

Artigo 18º

A assemblêa geral poderá alterar as importancias das joias e quotas fixadas pelos artº 12º, 14º e 16º, attendendo-se ao § 2º do artº 27º.

Capítulo VII Dos socios beneméritos e dos socios honorarios

Artigo 19º

Os socios benemeritos e os honorarios não pagam joia admissão nem quotas mensaes.

Artigo 20º

Os socios benemeritos gosam de todos os direitos conferidos pelo artº 13º aos socios contribuintes ordinarios; os honorarios gosam apenas dos direitos conferidos pelos nºs 1º, 2º, 3º, 4º, 5º e 8º do referido artigo.

Capítulo VIII Da Direcção

Artigo 21º

A Direcção será composta de 5 socios eleitos em assemblêa geral.

§ 1º Alem dos 5 directores effectivos serão eleitos 2 suplentes. Havendo empate será a preferencia determinada á sorte.

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Artigo 22º

A direcção, entre si, nomeará presidente, vice-presidente, secretario, thesoureiro e vogal, e distribuirá as superintendencias nos diversos ramos de exercicios.

§ 1º Em caso urgente, na ausencia do director superintendente em qualquer dos ramos especiaes, fará as suas vezes qualquer outro presente.

§ 2º Se algum dos directores não poder continuar a servir será substituido pelo suplente mais votado.

§ 3º As resoluções da direcção só terão valimento quando approvadas por tres votos, pelo menos, e ficarão consignadas num livro de actas. O presidente poderá ter voto de qualidade mas somente quando o numero de directores presentes fôr de 4 e haja empate na votação.

§ 4º A direcção poderá nomear, de entre os socios, delegados para as differentes salas e dependencias do Club, aos quaes competirá na ausencia dos directores, promover a observancia dos regulamentos especiaes, e os nomes dos delegados serão expostos n’um quadro que estará patente aos socios.

Artigo 23º

Compete em geral á direcção:

1º Cumprir e fazer cumprir os estatutos e as deliberações das assemblêas geraes, velar pela conservação da ordem e promover zelosamente o desenvolvimento e prosperidade do Club.

2º Reunir em sessão sempre que seja preciso, tendo pelo menos uma

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sessão mensal.

3º Cobrar os rendimentos e dispendel-os como julgar de interesse para a sociedade.

4º Admitir ou despedir os professores e empregados menores do Club e arbitrar-lhes os vencimentos.

5º Resolver sobre a admissão dos socios contribuintes e informando-se previa e cuidadosamente das suas qualidades morais e posição social.

6º Comunicar immediatamente aos candidatos approvados á sua admissão ou dar conhecimento da rejeição ao socio proponente, sem contudo, ser obrigado a declarar a sua causa.

7º Requerer ao presidente da assemblêa geral a convocação extraordinaria da mesma.

8º Propor á assemblêa geral, nos termos do artº 10º e seus §§ a admissão de socios benemeritos e honorarios.

9º Dar integral cumprimento ás penalidades impostas aos socios que não cumpram com os seus deveres.

10º Suspender todos ou alguns dos direitos de socio por tempo não superior a trinta dias, aquelles que deixem de cumprir os deveres impostos pelo artº 35º ou que por seu máu comportamento prejudiquem a bôa ordem da associação e se affastem das suas condições marcadas no artº 1º, e finalmente aos que por qualquer forma irregular prejudiquem a acção do corpo gerente, obstando ao exercício dos seus direitos e consequentemente, ao cumprimento dos seus deveres.

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O socio suspenso de todos os seus direitos que violar a suspensão, apresentando-se no Club ou suas dependencias fica implicitamente excluido de socio sem intervenção da assemblêa geral.

11º Quando em vista dos motivos que hajam determinado a suspensão, a direcção julgar que o sócio suspenso deva, ser excluido da sociedade, assim o proporá á assemblêa geral da qual só poderão fazer parte socios que tenham pelo menos 6 mezes de antiguidade ininterrompida. Esta assemblêa será convocada a requerimento da direcção, deverá effectuar-se dentro do praso da suspensão, e para essa assemblêa, será pela meza, convidado o socio suspenso para n’ella apresentar a sua defesa verbal ou por escripto. Depois de ouvidos a direcção e o socio suspenso, a assemblêa apresentará o seu parecer que será discutido e votado n’essa mesma sessão ou n’outra se assim fôr requerido.

12º Organisar os precisos regulamentos que submetterá á approvação da assemblêa geral, procurando n’elles estabelecer todas as prescripções tendentes a obstar aos desastres que possam resultar da incuria ou imprevisão de qualquer socio.

13º Permitir em circunstâncias especiais, a frequencia do Club a individuos ou mesmo estranhos sem que fiquem sujeitos ao prescripto na segunda parte do nº 5 do artº 13º.

14º Assignar como representante do Club, as escripturas publicas ou contractos previamente autorizados pela assemblêa geral.

15º Facultar os livros de escripturação e os documentos que lhe servirem de base, ao exame de todos os socios que tenham direito

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a fazer parte da assemblêa geral durante os oito dias que antecederem a reunião, da mesma assemblêa.

17 Resolver qualquer caso urgente, não previsto n’estes estatutos.

§ 1º Para a nomeação dos professores e instrutores para a organisação de regulamentos, programas, horarios dos cursos d’instrução e consequentes provas publicas, para a escolha e collocação dos aparelhos de gymnastica, para tudo enfim quando diga respeito a assumptos technicos, tem a Direcção o rigoroso dever de consultar, previamente o respectivo Conselho.

§ 2º A direcção é responsavel pelas suas resoluções; cessar-lhe-á, porém, toda a responsabilidade logo que a Assemblêa geral aprove a sua gerencia e contas.

Artigo 24º

Compete em especial

Ao presidente-fiscalizar os actos da direcção, convocal-a para as suas reuniões, rubricar as ordens de pagamento, assignar as actas, os diplomas e cartões de identidade dos socios e juntamente com o secretario e thesoureiro, os cheques ou quaesquer outros documentos para levantar quantias que estejam depositadas, pertencentes á associação.

Ao secretario-lavrar e assignar as actas e todo o mais expediente, escriturar ou dirigir a escripturação dos livros da sociedade e assignar os cheques.

Ao thesoureiro-assignar os recibos das joias e quotas men-

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saes e os cheques, arrecadar os dinheiros do Club, ou, quando a direcção resolva deposital-os em algum estabelecimento bancario, fiscalizar a cobrança dos rendimentos, satisfazer as despezas autorisadas e dar contas á direcção sempre que lhe forem exigidas.

Ao Vogal-coadjuvar os restantes directores e substituil-os nas suas faltas temporarias.

Capítulo IX Do Conselho Technico

Artigo 25º

O conselho technico será composto

1º Por tres socios technicos eleitos especialmente e annualmente pela assemblêa geral.

2º Por todos os directores que forem socios technicos.

§ 1º O conselho nomeará entre sí presidente, vice-presidente e secretario.

§ 2º As deliberações do conselho serão validas quando tomadas pela maioria absoluta dos seus membros. Se o seu numero total fôr par, terá o presidente, voto de desempate.

§ 3º As listas para a eleição do conselho technico conterão cinco nomes, sendo nomeados effectivos os tres mais votados e suplentes os dois que se lhe seguirem em votos. Havendo empate será a preferencia determinada á sorte. Os supplentes serão chamados á effectividade dos cargos quando por ausencia dos effectivos, ficando o conselho com tres membros dos eleitos pela assemblêa geral.

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§ 4º O cargo de membro eleito do conselho technico é accumulavel com os da meza da assemblêa geral.

Artigo 26º

Cumpre o conselho technico vigiar cuidadosamente as normas vitaes da associação e obstar a que ella se desvie ou distanceie dos fins que positivamente lhe são marcados n’estes estatutos. Para este fim procurará pelos meios persuasivos ao seu alcance prevenir ou destruir quaesquer procedimentos das direcções que manifestamente prejudiquem a indole organica do Club, appellará para a assemblêa geral caso o julgue necessario.

Compete mais ao conselho technico:

1º Reunir-se sempre que tenha de admitir parecer a pedido da Direcção ou do Presidente da Assemblêa Geral e sempre que seja convocado por qualquer dos seus membros.

2º Lavrar actas de todas as deliberações e pareceres e apresentar á assemblêa geral ordinaria o relatorio dos seus trabalhos e o parecer sobre os trabalhos da direcção no que diga respeito á parte technica do Club.

3º Inspeccionar e fiscalizar tudo quanto diga especialmente respeito á parte technica do Club tendo em vista a bôa organisação dos cursos, o bom estado, segurança e conveniencia dos apparelhos e utensilios e finalmente tudo quanto possa e deva evitar prejuisos physicos dos socios e dos alunos que se entregarem aos exercicios reclamando da direcção as providencias que entender necessarias.

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4º Examinar os individuos que desejem ser professores d’este Club quer sejam socios quer alheios á associação.

5º Elaborar os programas de ensino de todos os ramos de Sport a que o Club se dedique.

6º Dar parecer, a pedido da direcção, sobre todos os assuntos technicos e solicitar da mesma quaesquer procedimentos que julgue precisos á vida e consideração do Club; cumprindo-lhe investigar as opiniões dos mais abalisados especialistas, quando tenha de opinar em assumptos de esgrima, nauticos, etc.

7º Requerer a convocação da assemblêa geral quando o julgar preciso.

8º Apreciar as candidaturas a socios technicos.

9º Apresentar á direcção até 30 de junho de cada anno a Relação dos socios technicos então existentes, a qual será formada pelos que já se acharem inscriptos em relações anteriores e continuem a ser socios e por outros que o Conselho entenda dever assim classificar. Esta relação conservar-se-ha sempre patente aos socios do Club para os orientar na eleição dos membros do Conselho technico.

§ unico A classificação de socio technico será permanente e absolutamente irrevogável enquanto o classificado pertencer a algumas das outras classes de socios.

Capitulo X

Da assemblêa geral

Artigo 27º

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A assemblêa geral é a reunião dos socios do sexo masculino benemeritos e contribuintes ordinarios, no gôso pleno dos seus direitos, e quer a reunião em sessão seja ordinaria quer extraordinaria, são indispensaveis convocações directas a todos os socios que tenham direito a fazer parte da mesma assemblêa, com antecedencia de 8 dias pelo menos

§ 1º As decisões da assemblêa geral ficarão consignadas n’um livro das actas, sendo necessario para se constituir a assemblêa geral pela primeira convocação a maioria dos respectivos socios; e se não houver numero faz-se segunda convocação para sete dias depois pelo menos, e então pode constituir-se e funcionar com qualquer numero.

§ 2º Qualquer proposta apresentada a assemblêa geral, que importe reforma de estatutos ou regulamentos internos ou dissolução da sociedade, só poderá, sendo admittida, entrar em discussão e ser votada em outra sessão, para a qual serão directos os convites designando-se n’elles o fim da reunião.

§ 3º A reforma dos estatutos carece de accordo da maioria dos respectivos socios e da subsequente aprovação do Governador Civil.

Artigo 28º

A meza da assemblêa geral compor-se-ha de um presidente, um vice presidente, um primeiro e um segundo secretario, eleitos anualmente.

§ unico As listas para esta eleição conterão um nome para

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Cada um dos dois primeiros cargos e três nomes para secretarios, sendo estes classificados 1º e 2º em rasão do numero de votos obtidos e ficando suplente o menos votado. No caso de empate decidirá a sorte.

Artigo 29º

Compete ao presidente convocar a assemblêa geral e dirigir os seus trabalhos, rubricar os livros de actas da assemblêa geral e da direcção e os demais livros principaes da sociedade, assignando os respectivos termos de abertura e encerramento, investir nos respectivos cargos do Club os socios eleitos, assignando com elles os autos de posse que mandara lavrar, assignar juntamente com o primeiro secretario as actas da assemblêa geral e com ambos os secretarios os diplomas dos socios protectores, benemeritos e honorarios.

Compete ao 1º secretario prover ao expediente da meza, lavrar os autos de posse, lavrar e assinar as actas e os diplomas dos socios protectores, benemeritos e honorarios.

O 2º secretario tem por dever coadjuvar o 1º nos seus serviços e assinar os referidos diplomas.

§ unico O vice-presidente substitue o presidente, na impossibilidade de ambos, o 1º secretario fará as suas vezes, em caso de necessidade, serão nomeados ad hoc pela assemblêa geral, presidente e secretario para a composição da meza.

Artigo 30º

Terá a assemblêa geral anualmente, uma sessão ordinaria, no

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mez de julho ou principios de agosto. Reunirá extraordinariamente, quando a meza o julgar preciso, a direcção ou o conselho technico o reclamarem ou quando fôr requerido por 30 ou mais socios, e n’este caso a assemblêa geral só funcionará quando a ella assistam dois terços pelo menos dos requerentes, e será encerrada logo que este numero de socios não subsista.

Artigo 31º

Na sessão ordinaria apresentará a Direcção o relatorio e as contas da sua gerencia, e o conselho technico e o seu parecer e relatorio que serão votados pela assemblêa. Proceder-se-ha em seguida ás eleições da meza, direcção e conselho technico.

Artigo 32º

As eleições serão feitas por maioria relativa de votos, e o presidente da meza fixará depois dia e hora para a entrega e posse dos diferentes cargos, o que deverá efectuar-se no praso de 8 dias. A falta de comparecimento, não justificada, no acto da posse, considerar-se-ha recusa a aceitar o cargo, sendo as vagas resultantes das recusas preenchidas pelos socios que seguidamente tiverem sido mais votados, e, procedendo-se em caso de necessidade a eleições suplementares.

Artigo 33º

A assemblêa geral, nos limites do prescripto n’estes estatutos e nos casos que elles sejam omissos, é soberana nas suas resoluções.

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Capitulo XI Disposições complementares

Artigo 34º

O anno económico do Club começa em 1 de julho e termina em 30 de junho de cada anno.

Artigo 35º

Nenhum socio remunerado pelo Club poderá tomar parte nas assemblêas geraes nem ser eleito para qualquer cargo e nenhum individuo que haja sido destituido de todos os seus direitos por uma assemblêa geral ou pelo disposto nos nºs 10 e 11 do artigo 23º poderá ser novamente readmittido socio, salvo se uma assemblêa geral especialmente convocada para esse fim, a pedido da direcção, votar por unanemidade a sua readmissão.

Artigo 36º

O socio que sem previa autorização da direcção, se exhibir em qualquer festa publica para a qual em cartazes ou anuncios o seu nome seja indicado como socio do Club, ficará por esse facto implicitamente suspenso dos seus direitos durante 30 dias.

Artigo 37º

Nas salas e dependencias do Club, ou em qualquer parte onde os seus socios como taes se apresentem, é dos mesmos rigoroso dever o respeito pelas instituições vigentes, sendo-lhes expressamente prohibido quaesquer discussões ou manifestações acerca da politica militante.

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Artigo 38º

O Club poderá dissolver-se:

1º Quando assim o determine a autoridade competente

2º Quando os meios de receita não cheguem para as inadiáveis despezas

3º Quando seja assim resolvido por tres quartas partes do numero total dos socios que poderem compor a assemblêa geral

4º Dissolvido o Club os seus bens terão a applicação determinada pelo artº 36 do Cdigo Civil.

Visconde de Alvalade

Antonio Ferreira Roquette

José Alfredo Holtreman Roquette

Frederico Seguro Ferreira

Eduardo Quintela de Mendonça

Fernando Barbosa

Nuno Rego Botelho

José Cordeiro Ferreira Roquette

Lucio Rolin Geraldes Barba

Augusto Carlos Seguro

Henrique d'Almeida Leite Junior

José Borges de Castro

Joaquim Avelino Martins

José Avelino Martins Junior

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José Stromp

Carlos Shirley

Guilherme de Lima O'Connor Shirley