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O Amor e a Perfeição Por Silvio Dutra Jun/2018

O Amor e a Perfeição · “38 Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. 39 Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem

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O Amor e a Perfeição

Por Silvio Dutra

Jun/2018

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A474 Alves, Silvio Dutra O amor e a perfeição / Silvio Dutra Rio de Janeiro, 2018. 28p.; 14,8 x21cm 1. Teologia. 2. Amor. 3. Alves, Silvio Dutra. I. Título. CDD 252

3

“Acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é

o vínculo da perfeição.” (Colossenses 3.14)

Tudo o que é perfeito é amarrado, ligado, pelo

amor. Todas as virtudes espirituais e faculdades

da alma e do espírito, santificadas e movidas

pelo Espírito Santo, tornam-se perfeitas

somente quando estão unidas umas às outras

pelo amor.

Bondade, sem estar vinculada à misericórdia, é

de pouco valor. De igual modo ser ativo em

muitas obras para servir o próximo, mas sem ter

um caráter refinado. E na mesma linha correm

a diligência sem sabedoria; o auxílio, mas com

maledicência; a inteligência e conhecimento

onde há impureza; enfim, onde há mistura do

que é vil com o que é precioso.

O amor é ouro puro sem mistura, e por isso

somos colocados na fornalha da aflição para a

provação da fé, para que seja refinada como o

ouro, removendo-se de nós toda sorte de

restolho e impurezas que são contrários à

santidade exigida pelo amor.

“13 até que todos cheguemos à unidade da fé e

do pleno conhecimento do Filho de Deus, à

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perfeita varonilidade, à medida da estatura da

plenitude de Cristo,

14 para que não mais sejamos como meninos,

agitados de um lado para outro e levados ao

redor por todo vento de doutrina, pela

artimanha dos homens, pela astúcia com que

induzem ao erro.

15 Mas, seguindo a verdade em amor,

cresçamos em tudo naquele que é a cabeça,

Cristo,

16 de quem todo o corpo, bem ajustado e

consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo

a justa cooperação de cada parte, efetua o seu

próprio aumento para a edificação de si mesmo

em amor.” (Efésios 4.13-16)

Imagine uma família em que todos são

sinceramente e efetivamente determinados e

interessados no bem estar um do outro. Em que

todos têm o mesmo sentimento de humildade,

serviço, socorro, auxílio, cuidado, bondade,

amizade, afeto, unidade e tudo o que contribui

para uma efetiva comunhão, paz e harmonia

entre todos.

Conhecemos alguma família que seja assim?

5

Todavia, até mais do que isto, como veremos

adiante, é justamente esta família que Deus

planejou ter antes mesmo da fundação do

mundo, e a qual ele está trazendo à existência

através de Jesus Cristo.

Deus é amor, e tem gerado esta família para

viver no amor, com o mesmo amor que há na

Trindade.

O amor requer perfeição de caráter, de

pensamento, de atitude, de comportamento,

porque sem isto, não pode ser pleno e maduro

em toda a sua extensão.

Por isso, aos crentes é ordenado e é necessário

que cresçam neste amor.

“14 Por esta causa, me ponho de joelhos diante

do Pai,

15 de quem toma o nome toda família, tanto no

céu como sobre a terra,

16 para que, segundo a riqueza da sua glória, vos

conceda que sejais fortalecidos com poder,

mediante o seu Espírito no homem interior;

17 e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela

fé, estando vós arraigados e alicerçados em

amor,

6

18 a fim de poderdes compreender, com todos

os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a

altura, e a profundidade

19 e conhecer o amor de Cristo, que excede todo

entendimento, para que sejais tomados de toda

a plenitude de Deus.” (Efésios 3.14-19)

É Deus, pela operação do Espírito Santo, que

realiza este crescimento no amor, de maneira

que o apóstolo orava em favor dos crentes para a

realização deste Seu propósito eterno que Ele

propusera em Cristo.

Deus planejou ter uma família, e esta família

deve ser espiritual e santa, assim como Ele, em

razão de que de outra forma o amor não pode

existir e nem mesmo se expressar, no que tange

ao vínculo que gera entre todos os que dele

participam.

O impuro deve se tornar puro.

O avarento e egoísta deve se tornar liberal e

gracioso.

O iracundo deve se tornar manso.

O grosseiro, gentil.

O incrédulo, crente.

7

O endurecido, perdoador.

O cruel, bondoso.

O precipitado, longânimo.

O melancólico, alegre.

O ingrato, grato.

Enfim, tudo o que não for virtuoso e precioso,

deve ser rejeitado, tudo o que é vil e carnal, deve

dar lugar ao que é santo e espiritual.

Isto não é alcançado sem esforço e disciplina.

Sem a busca do poder do Espírito Santo, em

obediência aos mandamentos de Cristo.

Muita vigilância, oração, meditação da Palavra

de Deus, comunhão na Igreja, e todos os demais

meios de santificação, estão envolvidos nisto.

Por tudo isso se vê quão distante está da verdade

o pensamento de que a religião cristã admite a

prática de prazeres carnais e de determinados

pecados que não sejam prejudiciais ao próximo.

Quão distante está do propósito eterno de Deus

de ter uma família que viva no Seu amor, pois

como este amor seria possível sem um andar na

verdade e em santificação?

8

Isto não é tão evidente aos olhos de qualquer

pessoa sensata e provida de um mínimo de

juízo?

Afinal, como fluirá o doce do que é amargo? O

bom do que é ruim? O puro do que é impuro?

E o amor com toda a certeza é a coisa mais pura

que existe, porque a essência de Deus é o

próprio amor.

Somente este amor ágape (espiritual, celestial e

divino) é eterno e permanecerá para sempre.

Não estamos tratando aqui do amor Filéo, entre

amigos, e nem do amor Eros, que é o amor

sensual, pois estes não requerem perfeição para

a sua concretização, mas do amor ágape, porque

deste é dito que devemos ser perfeitos, assim

como Deus é perfeito, pois é esta a vocação deste

amor, pois tudo canaliza para a perfeição, para a

plenitude da sua própria expressão.

Com vistas a tal propósito foi feita uma aliança

eterna, com base neste amor eterno, para que

sejamos purificados e santificados

progressivamente até que venhamos a atingir

aquela maturidade espiritual relativa ao

amadurecimento do amor.

9

“3 De longe se me deixou ver o SENHOR,

dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso,

com benignidade te atraí.” (Jeremias 31.1-3)

“31 Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que

firmarei nova aliança com a casa de Israel e com

a casa de Judá.

32 Não conforme a aliança que fiz com seus pais,

no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da

terra do Egito; porquanto eles anularam a minha

aliança, não obstante eu os haver desposado, diz

o SENHOR.

33 Porque esta é a aliança que firmarei com a

casa de Israel, depois daqueles dias, diz o

SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas

leis, também no coração lhas inscreverei; eu

serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.

34 Não ensinará jamais cada um ao seu próximo,

nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece

ao SENHOR, porque todos me conhecerão,

desde o menor até ao maior deles, diz o

SENHOR. Pois perdoarei as suas iniquidades e

dos seus pecados jamais me lembrarei.

35 Assim diz o SENHOR, que dá o sol para a luz

do dia e as leis fixas à lua e às estrelas para a luz

10

da noite, que agita o mar e faz bramir as suas

ondas; SENHOR dos Exércitos é o seu nome.

36 Se falharem estas leis fixas diante de mim, diz

o SENHOR, deixará também a descendência de

Israel de ser uma nação diante de mim para

sempre.

37 Assim diz o SENHOR: Se puderem ser

medidos os céus lá em cima e sondados os

fundamentos da terra cá embaixo, também eu

rejeitarei toda a descendência de Israel, por

tudo quanto fizeram, diz o SENHOR.” (Jeremias

31.31-37)

“38 Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.

39 Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho,

para que me temam todos os dias, para seu bem

e bem de seus filhos.

40 Farei com eles aliança eterna, segundo a qual

não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu

temor no seu coração, para que nunca se

apartem de mim.

41 Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei

bem; plantá-los-ei firmemente nesta terra, de

todo o meu coração e de toda a minha alma.”

(Jeremias 32.38-41)

11

“25 Então, aspergirei água pura sobre vós, e

ficareis purificados; de todas as vossas

imundícias e de todos os vossos ídolos vos

purificarei.

26 Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós

espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e

vos darei coração de carne.

27 Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que

andeis nos meus estatutos, guardeis os meus

juízos e os observeis.

28 Habitareis na terra que eu dei a vossos pais;

vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus.

29 Livrar-vos-ei de todas as vossas imundícias;

farei vir o trigo, e o multiplicarei, e não trarei

fome sobre vós.

30 Multiplicarei o fruto das árvores e a novidade

do campo, para que jamais recebais o opróbrio

da fome entre as nações.

31 Então, vos lembrareis dos vossos maus

caminhos e dos vossos feitos que não foram

bons; tereis nojo de vós mesmos por causa das

vossas iniquidades e das vossas abominações.

32 Não é por amor de vós, fique bem entendido,

que eu faço isto, diz o SENHOR Deus.

12

Envergonhai-vos e confundi-vos por causa dos

vossos caminhos, ó casa de Israel.

33 Assim diz o SENHOR Deus: No dia em que eu

vos purificar de todas as vossas iniquidades,

então, farei que sejam habitadas as cidades e

sejam edificados os lugares desertos.” (Ezequiel

36.25-33)

Por tudo isto, e vários outros textos bíblicos de

igual teor, vemos que quando se fala de

perfeição associada ao plano eterno de Deus, o

que está em foco é muito mais do que mera

perfeição moral, mas, sobretudo da perfeição de

amor, de misericórdia, de devoção a Deus, de

espírito, e de tudo o mais que pertence ao reino

de Deus.

Como se poderia obter isto sem o trabalho de

Jesus Cristo e do Espírito Santo em nós e por

nós?

Quem pode justificar a si mesmo e obter o

perdão total de seus pecados e a plena aceitação

por Deus na condição de ser seu filho amado?

Quem pode fazer-se nova criatura, nascido de

novo do Espírito Santo, pelo próprio poder e

méritos?

13

Quem pode santificar-se, removendo inclusive

os desejos pecaminosos de seu coração, e andar

na justiça que é requerida por Deus de nós em

sua Palavra?

Quem conhece o caminho que conduz para a

vida do céu?

Quem poderia alcançar tudo isto a não ser pela

exclusiva graça de Deus em nos revelar e

conduzir a Jesus Cristo, pela operação do

Espírito Santo?

Quem poderia quebrar a resistência e inimizade

natural a Deus e à Sua vontade que há no

homem natural, antes de se converter a Cristo?

Como Deus poderia se mostrar favorável a nós,

pecadores, vivendo por tanto tempo em

pecados, se não fosse pelo amor eterno e eletivo

com que nos amou desde antes da fundação do

mundo?

Fora então com o pensamento de que é

indiferente para Deus se nos santifiquemos ou

não, se vivemos em pecado ou não.

Na verdade, em todo aquele que nasceu

realmente de novo do Espírito Santo, habita a

impulsão da graça que o inclina para o que é

14

espiritual e santo, e que o faz abominar e rejeitar

o que é pecaminoso.

Ainda que fraco, há de lamentar ser vencido

pelo pecado, pois percebe o quanto isto dificulta

e até mesmo impede a comunhão com Deus, e

assim, dói no seu coração sofrer a perda da

preciosa presença refrigerante do Senhor, que

traz alento e paz à sua alma.

Somos ordenados assim a confessarmos os

nossos pecados e abandoná-los para

permanecer em comunhão com Deus e com

nossos irmãos na fé.

O amor requer isto.

E alguém dirá: “Mas é possível não mais cair em

tentação e pecar?”, e ainda, “como agradar a

Deus em caso contrário?”

Aqui reside a maior dificuldade para se

encontrar um ponto de equilíbrio na vida cristã,

pois há muita confusão de entendimento

quanto a esta questão da frequência com que o

pecado e os pesos assediam os crentes, e como

eles devem lidar com isto em suas consciências,

de modo que não se sintam acusados e

definitivamente derrotados, ou então, por

15

muito tempo, quando eles pecam, ainda que

contra a própria vontade deles.

A Palavra nos ensina que devemos nos livrar

destes pesos e pecados pela mesma fé com a

qual fomos salvos no princípio, e isto, deve ser

feito olhando somente para Jesus, e confiando

na Sua justiça que nos justificou de uma vez para

sempre. É questão de confiança no poder do seu

sangue para nos purificar, sobretudo nossas

consciências, para nos reerguemos de nossos

fracassos.

“Olhando para Jesus, o autor e o consumador da

fé.”

Temos um ensino muito prático dado a nós pelo

próprio Senhor, para como devemos lidar com

estes pecados que nos assediam depois da nossa

conversão.

Ele demonstrou isto quando lavou os pés dos

apóstolos e disse que eles já estavam limpos pela

Sua Palavra, isto é, já haviam sido justificados e

regenerados e recebido uma grande parte de

santificação, mas pelo fato de estarem ainda no

mundo, necessitariam lavar os pés do seu

contato com a impureza que nos rodeia e nos

atinge aqui embaixo.

16

Ele disse que estava dando um exemplo para que

fosse seguido pelos crentes, a saber, que eles

devem lavar os pés uns dos outros, e isto farão

confessando seus pecados mutuamente,

orando uns pelos outros, reunindo-se para a

adoração pública, para se colocarem sob a

pregação da Palavra que os santificará, e pelo

exercício de todos os demais meios e dons dados

a eles pelo Espírito Santo para tal propósito de se

edificarem mutuamente em amor.

Este é um exercício necessário na vida cristã, e

deve ser repetido quantas vezes seja necessário,

no que se chama de prática da perseverança na

fé.

Esta é a parte prática de se guardar os

mandamentos de Jesus, pois ao se levantar de

nossos pecados demonstramos de forma efetiva

que confiamos no poder do seu sangue para nos

perdoar os pecados e nos purificar de toda

injustiça.

Sem esta obediência à vontade de Deus revelada

em Sua Palavra, o amor morre, e por isso Jesus

diz que aquele que o ama é quem guarda os seus

mandamentos.

17

O amor de Cristo derramado em nossos

corações pelo Espírito Santo nos constrange a

viver de modo santo e agradável a Deus.

Em todo aquele que ama de fato a Cristo há

portanto, a luta permanente entre a carne e o

Espírito, opondo-se um ao outro, e onde houver

o Espírito Santo, não haverá por conseguinte

qualquer boa acolhida ao que é pecaminoso.

Enquanto houver em nós este sentimento de

resistência ao pecado, sempre haverá também

boa esperança para nós, de sermos bem

sucedidos nesta batalha contra o pecado.

Já dissemos que isto não se trata de uma mera

questão moral, ou exigência de mero cunho

religioso, mas nisto reside a questão da própria

essência da vida, a qual, como temos visto é o

amor.

Aquele que ama vive eternamente.

Aquele que ama venceu a morte.

Aquele que ama é semelhante a Cristo.

Aquele que ama com o mesmo amor de Deus

alcançou o propósito da sua criação.

18

Depois de toda esta excursão pela Palavra de

Deus, retornamos à nossa indagação proposta

inicialmente de se imaginar uma família que

viva plenamente unida, na busca dos mesmos

objetivos, servindo uns aos outros em amor e

harmonia.

Seria possível encontrar isto fora deste plano

eterno que Deus propôs e está realizando

através de toda a história da humanidade?

Alguém objetará que isto não é visto na Terra e

na verdade nunca foi visto na perfeição em que

está sendo colocada.

É verdade, a plenitude não é vista aqui, mas

temos tido as primícias do cumprimento desta

promessa, e isto não pode ser negado, que

quando alguma igreja anda de acordo com esta

regra, a unidade aqui citada é imediatamente

observada. Não foi o caso dos crentes da Igreja

Primitiva dos quais se dá o seguinte

testemunho?

“32 Da multidão dos que creram era um o

coração e a alma. Ninguém considerava

exclusivamente sua nem uma das coisas que

possuía; tudo, porém, lhes era comum.

19

33 Com grande poder, os apóstolos davam

testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e

em todos eles havia abundante graça.

34 Pois nenhum necessitado havia entre eles,

porquanto os que possuíam terras ou casas,

vendendo-as, traziam os valores

correspondentes

35 e depositavam aos pés dos apóstolos; então,

se distribuía a qualquer um à medida que

alguém tinha necessidade.” (Atos 4.32-35)

“42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos e

na comunhão, no partir do pão e nas orações.

43 Em cada alma havia temor; e muitos

prodígios e sinais eram feitos por intermédio

dos apóstolos.

44 Todos os que creram estavam juntos e

tinham tudo em comum.

45 Vendiam as suas propriedades e bens,

distribuindo o produto entre todos, à medida

que alguém tinha necessidade.

46 Diariamente perseveravam unânimes no

templo, partiam pão de casa em casa e tomavam

as suas refeições com alegria e singeleza de

coração,

20

47 louvando a Deus e contando com a simpatia

de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-

lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo

salvos.” (Atos 2.42-47)

Todavia, não importa responder aos céticos,

pois é certo que esta unidade de perfeição em

amor se não pode ser vista na Terra em

plenitude, nada argumenta contra ela, pois ao

contrário, isto a confirma, pois mostra que de

fato é o pecado o grande fator impeditivo de se

viver em tal vida de amor. Mas com toda a

certeza, o plano eterno de Deus não pode e não

será frustrado, porque no por vir, quando não

mais haverá o pecado, o amor de todos os filhos

de Deus será perfeito neles. Mas isto não os

isenta de buscarem esta perfeição em amor

enquanto vivem aqui na Terra, pois esta é a

vontade de Deus para todos eles.

“9 E também faço esta oração: que o vosso amor

aumente mais e mais em pleno conhecimento e

toda a percepção,

10 para aprovardes as coisas excelentes e serdes

sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo,

11 cheios do fruto de justiça, o qual é mediante

Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus.”

(Filipenses 1.9-11)

21

“8 o qual também nos relatou do vosso amor no

Espírito.” (Colossenses 1.8)

“3 Irmãos, cumpre-nos dar sempre graças a

Deus no tocante a vós outros, como é justo, pois

a vossa fé cresce sobremaneira, e o vosso mútuo

amor de uns para com os outros vai

aumentando,

4 a tal ponto que nós mesmos nos gloriamos de

vós nas igrejas de Deus, à vista da vossa

constância e fé, em todas as vossas perseguições

e nas tribulações que suportais,” (2

Tessalonicenses 1.3,4)

É evidente que quanto mais se cresce em

virtude mais digno nos tornamos de ser amados,

pois o amor aprova o que é justo, verdadeiro e

bom, e se alegra somente com o que é

verdadeiramente santo e bom.

O amor pode suportar muitas faltas, fraquezas e

cobrir multidões de pecados, mas não pode

achar motivo de alegria nisto, senão tristeza e

dor.

Mas onde houver o que for justo, santo e bom, o

amor se manifestará em alegria, aprovação e

comunhão, e é por isso que se requer que o céu

seja sem pecado, pois, o amor que lá existe é

22

perfeito e puro, e não admite a presença de

manchas e imperfeições.

Por isso se diz que o crente deve se comportar de

modo condigno com esta vocação à perfeição à

qual foi chamado por Cristo, com vistas ao

cumprimento do plano eterno de Deus de ter

muitos filhos que vivam com ele em perfeito

amor. Um família unida na verdade. Lembram

da proposição inicial que fizemos sobre tal

família?

“16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil

para o ensino, para a repreensão, para a

correção, para a educação na justiça,

17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e

perfeitamente habilitado para toda boa obra.” (1

Timóteo 3.16,17)

“1 Por isso, pondo de parte os princípios

elementares da doutrina de Cristo, deixemo-

nos levar para o que é perfeito, não lançando, de

novo, a base do arrependimento de obras

mortas e da fé em Deus,” (Hebreus 6.1)

“2 Meus irmãos, tende por motivo de toda

alegria o passardes por várias provações,

3 sabendo que a provação da vossa fé, uma vez

confirmada, produz perseverança.

23

4 Ora, a perseverança deve ter ação completa,

para que sejais perfeitos e íntegros, em nada

deficientes.” (Tiago 1.2-4)

“16 E nós conhecemos e cremos no amor que

Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que

permanece no amor permanece em Deus, e

Deus, nele.

17 Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que,

no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois,

segundo ele é, também nós somos neste mundo.

18 No amor não existe medo; antes, o perfeito

amor lança fora o medo. Ora, o medo produz

tormento; logo, aquele que teme não é

aperfeiçoado no amor.

19 Nós amamos porque ele nos amou primeiro.”

(1 João 4.16-19)

“1 Quando atingiu Abrão a idade de noventa e

nove anos, apareceu-lhe o SENHOR e disse-lhe:

Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha

presença e sê perfeito.” (Gên 17.1)

“13 Perfeito serás para com o SENHOR, teu

Deus.” (Deuteronômio 18.13)

24

“31 O caminho de Deus é perfeito; a palavra do

SENHOR é provada; ele é escudo para todos os

que nele se refugiam.” (2 Samuel 22.31)

“61 Seja perfeito o vosso coração para com o

SENHOR, nosso Deus, para andardes nos seus

estatutos e guardardes os seus mandamentos,

como hoje o fazeis.” (1 Reis 8.61)

Já por estes poucos textos pode-se ver que de

fato onde não há a busca da perfeição espiritual

não pode haver a aprovação de Deus, pois este

comportamento é antes de tudo contrário à

realização do amor, que demanda tal busca de

perfeição.

“18 Mas a vereda dos justos é como a luz da

aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia

perfeito.” (Provérbios 4.18)

“48 Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é

o vosso Pai celeste.” (Mateus 5.48)

“4 O amor é paciente, é benigno; o amor não

arde em ciúmes, não se ufana, não se

ensoberbece,

5 não se conduz inconvenientemente, não

procura os seus interesses, não se exaspera, não

se ressente do mal;

25

6 não se alegra com a injustiça, mas regozija-se

com a verdade;

7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

8 O amor jamais acaba; mas, havendo profecias,

desaparecerão; havendo línguas, cessarão;

havendo ciência, passará;

9 porque, em parte, conhecemos e, em parte,

profetizamos.

10 Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o

que é em parte será aniquilado.

11 Quando eu era menino, falava como menino,

sentia como menino, pensava como menino;

quando cheguei a ser homem, desisti das coisas

próprias de menino.

12 Porque, agora, vemos como em espelho,

obscuramente; então, veremos face a face.

Agora, conheço em parte; então, conhecerei

como também sou conhecido.

13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e

o amor, estes três; porém o maior destes é o

amor.” (1 Coríntios 13.4-13)

“15 Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos

este sentimento; e, se, porventura, pensais

26

doutro modo, também isto Deus vos

esclarecerá.” (Filipenses 3.15)

“12 Saúda-vos Epafras, que é dentre vós, servo de

Cristo Jesus, o qual se esforça sobremaneira,

continuamente, por vós nas orações, para que

vos conserveis perfeitos e plenamente

convictos em toda a vontade de Deus.”

(Colossenses 4.12)

“1 Cantarei a bondade e a justiça; a ti, SENHOR,

cantarei.

2 Atentarei sabiamente ao caminho da

perfeição. Oh! Quando virás ter comigo? Portas

a dentro, em minha casa, terei coração sincero.

3 Não porei coisa injusta diante dos meus olhos;

aborreço o proceder dos que se desviam; nada

disto se me pegará.

4 Longe de mim o coração perverso; não quero

conhecer o mal.” (Salmo 101.1-4)

Todos estes textos comprovam que a perfeição

de que se fala na Bíblia não é a mera perfeição

moral, porque desta, os filósofos falaram e ainda

falam, mas trata-se sobretudo da perfeição

espiritual em amor, em santidade, perfeição do

coração para com Deus, em sincera devoção a

Ele.

27

É nisto que se cumpre o propósito da nova

criação espiritual que está sendo trazida à

existência através da fé em Jesus Cristo.

É muito mais do que simplesmente atingir boas

maneiras, bons modos para um relacionamento

menos conturbado no lar, no trabalho, ou onde

quer que seja, senão de um amor ardente e

sincero de uns pelos outros, onde for necessário

e possível, pela participação no mesmo Sangue

purificador e justificador do Cordeiro de Deus

que tira o pecado do mundo.

“22 Tendo purificado a vossa alma, pela vossa

obediência à verdade, tendo em vista o amor

fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns

aos outros ardentemente.” (1 Pedro 1.22)

Veja como o apóstolo associa diretamente a

purificação da alma pela santificação pela

Palavra, ao amor fraternal não fingido, com um

amor ardente de coração de uns aos outros.

O propósito da santificação portanto, visa ao

viver em amor com Deus e com os irmãos na fé.

Onde falta isto, falta tudo o mais, daí o apóstolo

Paulo ter afirmado categoricamente que o amor

é superior a todos os dons espirituais

28

sobrenaturais, cuja existência está relacionada

também à realização do amor.

Tanto o Senhor Jesus quanto seus apóstolos

afirmam expressamente que a lei de Deus é

cumprida plenamente pelo amor a Deus e ao

próximo. Aquele que ama com tal amor tem

cumprido a lei, ou seja, tem atingido o propósito

de Deus em nos ter dado a lei.

Tudo o que somos e fazemos no corpo de Cristo,

deve portanto, almejar este alvo do amor, de

sermos aperfeiçoados no amor, que busca

sempre o bem do próximo, conforme este bem

é definido na Palavra, e que luta em oração e em

serviço prático para livrá-lo de todo o mal,

principalmente o que é decorrente da prática e

de um viver em pecado.

O amor que procede do coração de Deus para

aqueles que são espiritualmente fortes e

também para aqueles que são fracos, e que faz

com que os fortes não somente suportem os

fracos, mas que também os ajudem em amor.

Graças a Deus pelo seu dom inefável!