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A474 Alves, Silvio Dutra O amor e a perfeição / Silvio Dutra Rio de Janeiro, 2018. 28p.; 14,8 x21cm 1. Teologia. 2. Amor. 3. Alves, Silvio Dutra. I. Título. CDD 252
3
“Acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é
o vínculo da perfeição.” (Colossenses 3.14)
Tudo o que é perfeito é amarrado, ligado, pelo
amor. Todas as virtudes espirituais e faculdades
da alma e do espírito, santificadas e movidas
pelo Espírito Santo, tornam-se perfeitas
somente quando estão unidas umas às outras
pelo amor.
Bondade, sem estar vinculada à misericórdia, é
de pouco valor. De igual modo ser ativo em
muitas obras para servir o próximo, mas sem ter
um caráter refinado. E na mesma linha correm
a diligência sem sabedoria; o auxílio, mas com
maledicência; a inteligência e conhecimento
onde há impureza; enfim, onde há mistura do
que é vil com o que é precioso.
O amor é ouro puro sem mistura, e por isso
somos colocados na fornalha da aflição para a
provação da fé, para que seja refinada como o
ouro, removendo-se de nós toda sorte de
restolho e impurezas que são contrários à
santidade exigida pelo amor.
“13 até que todos cheguemos à unidade da fé e
do pleno conhecimento do Filho de Deus, à
4
perfeita varonilidade, à medida da estatura da
plenitude de Cristo,
14 para que não mais sejamos como meninos,
agitados de um lado para outro e levados ao
redor por todo vento de doutrina, pela
artimanha dos homens, pela astúcia com que
induzem ao erro.
15 Mas, seguindo a verdade em amor,
cresçamos em tudo naquele que é a cabeça,
Cristo,
16 de quem todo o corpo, bem ajustado e
consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo
a justa cooperação de cada parte, efetua o seu
próprio aumento para a edificação de si mesmo
em amor.” (Efésios 4.13-16)
Imagine uma família em que todos são
sinceramente e efetivamente determinados e
interessados no bem estar um do outro. Em que
todos têm o mesmo sentimento de humildade,
serviço, socorro, auxílio, cuidado, bondade,
amizade, afeto, unidade e tudo o que contribui
para uma efetiva comunhão, paz e harmonia
entre todos.
Conhecemos alguma família que seja assim?
5
Todavia, até mais do que isto, como veremos
adiante, é justamente esta família que Deus
planejou ter antes mesmo da fundação do
mundo, e a qual ele está trazendo à existência
através de Jesus Cristo.
Deus é amor, e tem gerado esta família para
viver no amor, com o mesmo amor que há na
Trindade.
O amor requer perfeição de caráter, de
pensamento, de atitude, de comportamento,
porque sem isto, não pode ser pleno e maduro
em toda a sua extensão.
Por isso, aos crentes é ordenado e é necessário
que cresçam neste amor.
“14 Por esta causa, me ponho de joelhos diante
do Pai,
15 de quem toma o nome toda família, tanto no
céu como sobre a terra,
16 para que, segundo a riqueza da sua glória, vos
conceda que sejais fortalecidos com poder,
mediante o seu Espírito no homem interior;
17 e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela
fé, estando vós arraigados e alicerçados em
amor,
6
18 a fim de poderdes compreender, com todos
os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a
altura, e a profundidade
19 e conhecer o amor de Cristo, que excede todo
entendimento, para que sejais tomados de toda
a plenitude de Deus.” (Efésios 3.14-19)
É Deus, pela operação do Espírito Santo, que
realiza este crescimento no amor, de maneira
que o apóstolo orava em favor dos crentes para a
realização deste Seu propósito eterno que Ele
propusera em Cristo.
Deus planejou ter uma família, e esta família
deve ser espiritual e santa, assim como Ele, em
razão de que de outra forma o amor não pode
existir e nem mesmo se expressar, no que tange
ao vínculo que gera entre todos os que dele
participam.
O impuro deve se tornar puro.
O avarento e egoísta deve se tornar liberal e
gracioso.
O iracundo deve se tornar manso.
O grosseiro, gentil.
O incrédulo, crente.
7
O endurecido, perdoador.
O cruel, bondoso.
O precipitado, longânimo.
O melancólico, alegre.
O ingrato, grato.
Enfim, tudo o que não for virtuoso e precioso,
deve ser rejeitado, tudo o que é vil e carnal, deve
dar lugar ao que é santo e espiritual.
Isto não é alcançado sem esforço e disciplina.
Sem a busca do poder do Espírito Santo, em
obediência aos mandamentos de Cristo.
Muita vigilância, oração, meditação da Palavra
de Deus, comunhão na Igreja, e todos os demais
meios de santificação, estão envolvidos nisto.
Por tudo isso se vê quão distante está da verdade
o pensamento de que a religião cristã admite a
prática de prazeres carnais e de determinados
pecados que não sejam prejudiciais ao próximo.
Quão distante está do propósito eterno de Deus
de ter uma família que viva no Seu amor, pois
como este amor seria possível sem um andar na
verdade e em santificação?
8
Isto não é tão evidente aos olhos de qualquer
pessoa sensata e provida de um mínimo de
juízo?
Afinal, como fluirá o doce do que é amargo? O
bom do que é ruim? O puro do que é impuro?
E o amor com toda a certeza é a coisa mais pura
que existe, porque a essência de Deus é o
próprio amor.
Somente este amor ágape (espiritual, celestial e
divino) é eterno e permanecerá para sempre.
Não estamos tratando aqui do amor Filéo, entre
amigos, e nem do amor Eros, que é o amor
sensual, pois estes não requerem perfeição para
a sua concretização, mas do amor ágape, porque
deste é dito que devemos ser perfeitos, assim
como Deus é perfeito, pois é esta a vocação deste
amor, pois tudo canaliza para a perfeição, para a
plenitude da sua própria expressão.
Com vistas a tal propósito foi feita uma aliança
eterna, com base neste amor eterno, para que
sejamos purificados e santificados
progressivamente até que venhamos a atingir
aquela maturidade espiritual relativa ao
amadurecimento do amor.
9
“3 De longe se me deixou ver o SENHOR,
dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso,
com benignidade te atraí.” (Jeremias 31.1-3)
“31 Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que
firmarei nova aliança com a casa de Israel e com
a casa de Judá.
32 Não conforme a aliança que fiz com seus pais,
no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da
terra do Egito; porquanto eles anularam a minha
aliança, não obstante eu os haver desposado, diz
o SENHOR.
33 Porque esta é a aliança que firmarei com a
casa de Israel, depois daqueles dias, diz o
SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas
leis, também no coração lhas inscreverei; eu
serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
34 Não ensinará jamais cada um ao seu próximo,
nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece
ao SENHOR, porque todos me conhecerão,
desde o menor até ao maior deles, diz o
SENHOR. Pois perdoarei as suas iniquidades e
dos seus pecados jamais me lembrarei.
35 Assim diz o SENHOR, que dá o sol para a luz
do dia e as leis fixas à lua e às estrelas para a luz
10
da noite, que agita o mar e faz bramir as suas
ondas; SENHOR dos Exércitos é o seu nome.
36 Se falharem estas leis fixas diante de mim, diz
o SENHOR, deixará também a descendência de
Israel de ser uma nação diante de mim para
sempre.
37 Assim diz o SENHOR: Se puderem ser
medidos os céus lá em cima e sondados os
fundamentos da terra cá embaixo, também eu
rejeitarei toda a descendência de Israel, por
tudo quanto fizeram, diz o SENHOR.” (Jeremias
31.31-37)
“38 Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
39 Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho,
para que me temam todos os dias, para seu bem
e bem de seus filhos.
40 Farei com eles aliança eterna, segundo a qual
não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu
temor no seu coração, para que nunca se
apartem de mim.
41 Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei
bem; plantá-los-ei firmemente nesta terra, de
todo o meu coração e de toda a minha alma.”
(Jeremias 32.38-41)
11
“25 Então, aspergirei água pura sobre vós, e
ficareis purificados; de todas as vossas
imundícias e de todos os vossos ídolos vos
purificarei.
26 Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós
espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e
vos darei coração de carne.
27 Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que
andeis nos meus estatutos, guardeis os meus
juízos e os observeis.
28 Habitareis na terra que eu dei a vossos pais;
vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus.
29 Livrar-vos-ei de todas as vossas imundícias;
farei vir o trigo, e o multiplicarei, e não trarei
fome sobre vós.
30 Multiplicarei o fruto das árvores e a novidade
do campo, para que jamais recebais o opróbrio
da fome entre as nações.
31 Então, vos lembrareis dos vossos maus
caminhos e dos vossos feitos que não foram
bons; tereis nojo de vós mesmos por causa das
vossas iniquidades e das vossas abominações.
32 Não é por amor de vós, fique bem entendido,
que eu faço isto, diz o SENHOR Deus.
12
Envergonhai-vos e confundi-vos por causa dos
vossos caminhos, ó casa de Israel.
33 Assim diz o SENHOR Deus: No dia em que eu
vos purificar de todas as vossas iniquidades,
então, farei que sejam habitadas as cidades e
sejam edificados os lugares desertos.” (Ezequiel
36.25-33)
Por tudo isto, e vários outros textos bíblicos de
igual teor, vemos que quando se fala de
perfeição associada ao plano eterno de Deus, o
que está em foco é muito mais do que mera
perfeição moral, mas, sobretudo da perfeição de
amor, de misericórdia, de devoção a Deus, de
espírito, e de tudo o mais que pertence ao reino
de Deus.
Como se poderia obter isto sem o trabalho de
Jesus Cristo e do Espírito Santo em nós e por
nós?
Quem pode justificar a si mesmo e obter o
perdão total de seus pecados e a plena aceitação
por Deus na condição de ser seu filho amado?
Quem pode fazer-se nova criatura, nascido de
novo do Espírito Santo, pelo próprio poder e
méritos?
13
Quem pode santificar-se, removendo inclusive
os desejos pecaminosos de seu coração, e andar
na justiça que é requerida por Deus de nós em
sua Palavra?
Quem conhece o caminho que conduz para a
vida do céu?
Quem poderia alcançar tudo isto a não ser pela
exclusiva graça de Deus em nos revelar e
conduzir a Jesus Cristo, pela operação do
Espírito Santo?
Quem poderia quebrar a resistência e inimizade
natural a Deus e à Sua vontade que há no
homem natural, antes de se converter a Cristo?
Como Deus poderia se mostrar favorável a nós,
pecadores, vivendo por tanto tempo em
pecados, se não fosse pelo amor eterno e eletivo
com que nos amou desde antes da fundação do
mundo?
Fora então com o pensamento de que é
indiferente para Deus se nos santifiquemos ou
não, se vivemos em pecado ou não.
Na verdade, em todo aquele que nasceu
realmente de novo do Espírito Santo, habita a
impulsão da graça que o inclina para o que é
14
espiritual e santo, e que o faz abominar e rejeitar
o que é pecaminoso.
Ainda que fraco, há de lamentar ser vencido
pelo pecado, pois percebe o quanto isto dificulta
e até mesmo impede a comunhão com Deus, e
assim, dói no seu coração sofrer a perda da
preciosa presença refrigerante do Senhor, que
traz alento e paz à sua alma.
Somos ordenados assim a confessarmos os
nossos pecados e abandoná-los para
permanecer em comunhão com Deus e com
nossos irmãos na fé.
O amor requer isto.
E alguém dirá: “Mas é possível não mais cair em
tentação e pecar?”, e ainda, “como agradar a
Deus em caso contrário?”
Aqui reside a maior dificuldade para se
encontrar um ponto de equilíbrio na vida cristã,
pois há muita confusão de entendimento
quanto a esta questão da frequência com que o
pecado e os pesos assediam os crentes, e como
eles devem lidar com isto em suas consciências,
de modo que não se sintam acusados e
definitivamente derrotados, ou então, por
15
muito tempo, quando eles pecam, ainda que
contra a própria vontade deles.
A Palavra nos ensina que devemos nos livrar
destes pesos e pecados pela mesma fé com a
qual fomos salvos no princípio, e isto, deve ser
feito olhando somente para Jesus, e confiando
na Sua justiça que nos justificou de uma vez para
sempre. É questão de confiança no poder do seu
sangue para nos purificar, sobretudo nossas
consciências, para nos reerguemos de nossos
fracassos.
“Olhando para Jesus, o autor e o consumador da
fé.”
Temos um ensino muito prático dado a nós pelo
próprio Senhor, para como devemos lidar com
estes pecados que nos assediam depois da nossa
conversão.
Ele demonstrou isto quando lavou os pés dos
apóstolos e disse que eles já estavam limpos pela
Sua Palavra, isto é, já haviam sido justificados e
regenerados e recebido uma grande parte de
santificação, mas pelo fato de estarem ainda no
mundo, necessitariam lavar os pés do seu
contato com a impureza que nos rodeia e nos
atinge aqui embaixo.
16
Ele disse que estava dando um exemplo para que
fosse seguido pelos crentes, a saber, que eles
devem lavar os pés uns dos outros, e isto farão
confessando seus pecados mutuamente,
orando uns pelos outros, reunindo-se para a
adoração pública, para se colocarem sob a
pregação da Palavra que os santificará, e pelo
exercício de todos os demais meios e dons dados
a eles pelo Espírito Santo para tal propósito de se
edificarem mutuamente em amor.
Este é um exercício necessário na vida cristã, e
deve ser repetido quantas vezes seja necessário,
no que se chama de prática da perseverança na
fé.
Esta é a parte prática de se guardar os
mandamentos de Jesus, pois ao se levantar de
nossos pecados demonstramos de forma efetiva
que confiamos no poder do seu sangue para nos
perdoar os pecados e nos purificar de toda
injustiça.
Sem esta obediência à vontade de Deus revelada
em Sua Palavra, o amor morre, e por isso Jesus
diz que aquele que o ama é quem guarda os seus
mandamentos.
17
O amor de Cristo derramado em nossos
corações pelo Espírito Santo nos constrange a
viver de modo santo e agradável a Deus.
Em todo aquele que ama de fato a Cristo há
portanto, a luta permanente entre a carne e o
Espírito, opondo-se um ao outro, e onde houver
o Espírito Santo, não haverá por conseguinte
qualquer boa acolhida ao que é pecaminoso.
Enquanto houver em nós este sentimento de
resistência ao pecado, sempre haverá também
boa esperança para nós, de sermos bem
sucedidos nesta batalha contra o pecado.
Já dissemos que isto não se trata de uma mera
questão moral, ou exigência de mero cunho
religioso, mas nisto reside a questão da própria
essência da vida, a qual, como temos visto é o
amor.
Aquele que ama vive eternamente.
Aquele que ama venceu a morte.
Aquele que ama é semelhante a Cristo.
Aquele que ama com o mesmo amor de Deus
alcançou o propósito da sua criação.
18
Depois de toda esta excursão pela Palavra de
Deus, retornamos à nossa indagação proposta
inicialmente de se imaginar uma família que
viva plenamente unida, na busca dos mesmos
objetivos, servindo uns aos outros em amor e
harmonia.
Seria possível encontrar isto fora deste plano
eterno que Deus propôs e está realizando
através de toda a história da humanidade?
Alguém objetará que isto não é visto na Terra e
na verdade nunca foi visto na perfeição em que
está sendo colocada.
É verdade, a plenitude não é vista aqui, mas
temos tido as primícias do cumprimento desta
promessa, e isto não pode ser negado, que
quando alguma igreja anda de acordo com esta
regra, a unidade aqui citada é imediatamente
observada. Não foi o caso dos crentes da Igreja
Primitiva dos quais se dá o seguinte
testemunho?
“32 Da multidão dos que creram era um o
coração e a alma. Ninguém considerava
exclusivamente sua nem uma das coisas que
possuía; tudo, porém, lhes era comum.
19
33 Com grande poder, os apóstolos davam
testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e
em todos eles havia abundante graça.
34 Pois nenhum necessitado havia entre eles,
porquanto os que possuíam terras ou casas,
vendendo-as, traziam os valores
correspondentes
35 e depositavam aos pés dos apóstolos; então,
se distribuía a qualquer um à medida que
alguém tinha necessidade.” (Atos 4.32-35)
“42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos e
na comunhão, no partir do pão e nas orações.
43 Em cada alma havia temor; e muitos
prodígios e sinais eram feitos por intermédio
dos apóstolos.
44 Todos os que creram estavam juntos e
tinham tudo em comum.
45 Vendiam as suas propriedades e bens,
distribuindo o produto entre todos, à medida
que alguém tinha necessidade.
46 Diariamente perseveravam unânimes no
templo, partiam pão de casa em casa e tomavam
as suas refeições com alegria e singeleza de
coração,
20
47 louvando a Deus e contando com a simpatia
de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-
lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo
salvos.” (Atos 2.42-47)
Todavia, não importa responder aos céticos,
pois é certo que esta unidade de perfeição em
amor se não pode ser vista na Terra em
plenitude, nada argumenta contra ela, pois ao
contrário, isto a confirma, pois mostra que de
fato é o pecado o grande fator impeditivo de se
viver em tal vida de amor. Mas com toda a
certeza, o plano eterno de Deus não pode e não
será frustrado, porque no por vir, quando não
mais haverá o pecado, o amor de todos os filhos
de Deus será perfeito neles. Mas isto não os
isenta de buscarem esta perfeição em amor
enquanto vivem aqui na Terra, pois esta é a
vontade de Deus para todos eles.
“9 E também faço esta oração: que o vosso amor
aumente mais e mais em pleno conhecimento e
toda a percepção,
10 para aprovardes as coisas excelentes e serdes
sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo,
11 cheios do fruto de justiça, o qual é mediante
Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus.”
(Filipenses 1.9-11)
21
“8 o qual também nos relatou do vosso amor no
Espírito.” (Colossenses 1.8)
“3 Irmãos, cumpre-nos dar sempre graças a
Deus no tocante a vós outros, como é justo, pois
a vossa fé cresce sobremaneira, e o vosso mútuo
amor de uns para com os outros vai
aumentando,
4 a tal ponto que nós mesmos nos gloriamos de
vós nas igrejas de Deus, à vista da vossa
constância e fé, em todas as vossas perseguições
e nas tribulações que suportais,” (2
Tessalonicenses 1.3,4)
É evidente que quanto mais se cresce em
virtude mais digno nos tornamos de ser amados,
pois o amor aprova o que é justo, verdadeiro e
bom, e se alegra somente com o que é
verdadeiramente santo e bom.
O amor pode suportar muitas faltas, fraquezas e
cobrir multidões de pecados, mas não pode
achar motivo de alegria nisto, senão tristeza e
dor.
Mas onde houver o que for justo, santo e bom, o
amor se manifestará em alegria, aprovação e
comunhão, e é por isso que se requer que o céu
seja sem pecado, pois, o amor que lá existe é
22
perfeito e puro, e não admite a presença de
manchas e imperfeições.
Por isso se diz que o crente deve se comportar de
modo condigno com esta vocação à perfeição à
qual foi chamado por Cristo, com vistas ao
cumprimento do plano eterno de Deus de ter
muitos filhos que vivam com ele em perfeito
amor. Um família unida na verdade. Lembram
da proposição inicial que fizemos sobre tal
família?
“16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil
para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça,
17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra.” (1
Timóteo 3.16,17)
“1 Por isso, pondo de parte os princípios
elementares da doutrina de Cristo, deixemo-
nos levar para o que é perfeito, não lançando, de
novo, a base do arrependimento de obras
mortas e da fé em Deus,” (Hebreus 6.1)
“2 Meus irmãos, tende por motivo de toda
alegria o passardes por várias provações,
3 sabendo que a provação da vossa fé, uma vez
confirmada, produz perseverança.
23
4 Ora, a perseverança deve ter ação completa,
para que sejais perfeitos e íntegros, em nada
deficientes.” (Tiago 1.2-4)
“16 E nós conhecemos e cremos no amor que
Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que
permanece no amor permanece em Deus, e
Deus, nele.
17 Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que,
no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois,
segundo ele é, também nós somos neste mundo.
18 No amor não existe medo; antes, o perfeito
amor lança fora o medo. Ora, o medo produz
tormento; logo, aquele que teme não é
aperfeiçoado no amor.
19 Nós amamos porque ele nos amou primeiro.”
(1 João 4.16-19)
“1 Quando atingiu Abrão a idade de noventa e
nove anos, apareceu-lhe o SENHOR e disse-lhe:
Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha
presença e sê perfeito.” (Gên 17.1)
“13 Perfeito serás para com o SENHOR, teu
Deus.” (Deuteronômio 18.13)
24
“31 O caminho de Deus é perfeito; a palavra do
SENHOR é provada; ele é escudo para todos os
que nele se refugiam.” (2 Samuel 22.31)
“61 Seja perfeito o vosso coração para com o
SENHOR, nosso Deus, para andardes nos seus
estatutos e guardardes os seus mandamentos,
como hoje o fazeis.” (1 Reis 8.61)
Já por estes poucos textos pode-se ver que de
fato onde não há a busca da perfeição espiritual
não pode haver a aprovação de Deus, pois este
comportamento é antes de tudo contrário à
realização do amor, que demanda tal busca de
perfeição.
“18 Mas a vereda dos justos é como a luz da
aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia
perfeito.” (Provérbios 4.18)
“48 Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é
o vosso Pai celeste.” (Mateus 5.48)
“4 O amor é paciente, é benigno; o amor não
arde em ciúmes, não se ufana, não se
ensoberbece,
5 não se conduz inconvenientemente, não
procura os seus interesses, não se exaspera, não
se ressente do mal;
25
6 não se alegra com a injustiça, mas regozija-se
com a verdade;
7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 O amor jamais acaba; mas, havendo profecias,
desaparecerão; havendo línguas, cessarão;
havendo ciência, passará;
9 porque, em parte, conhecemos e, em parte,
profetizamos.
10 Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o
que é em parte será aniquilado.
11 Quando eu era menino, falava como menino,
sentia como menino, pensava como menino;
quando cheguei a ser homem, desisti das coisas
próprias de menino.
12 Porque, agora, vemos como em espelho,
obscuramente; então, veremos face a face.
Agora, conheço em parte; então, conhecerei
como também sou conhecido.
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e
o amor, estes três; porém o maior destes é o
amor.” (1 Coríntios 13.4-13)
“15 Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos
este sentimento; e, se, porventura, pensais
26
doutro modo, também isto Deus vos
esclarecerá.” (Filipenses 3.15)
“12 Saúda-vos Epafras, que é dentre vós, servo de
Cristo Jesus, o qual se esforça sobremaneira,
continuamente, por vós nas orações, para que
vos conserveis perfeitos e plenamente
convictos em toda a vontade de Deus.”
(Colossenses 4.12)
“1 Cantarei a bondade e a justiça; a ti, SENHOR,
cantarei.
2 Atentarei sabiamente ao caminho da
perfeição. Oh! Quando virás ter comigo? Portas
a dentro, em minha casa, terei coração sincero.
3 Não porei coisa injusta diante dos meus olhos;
aborreço o proceder dos que se desviam; nada
disto se me pegará.
4 Longe de mim o coração perverso; não quero
conhecer o mal.” (Salmo 101.1-4)
Todos estes textos comprovam que a perfeição
de que se fala na Bíblia não é a mera perfeição
moral, porque desta, os filósofos falaram e ainda
falam, mas trata-se sobretudo da perfeição
espiritual em amor, em santidade, perfeição do
coração para com Deus, em sincera devoção a
Ele.
27
É nisto que se cumpre o propósito da nova
criação espiritual que está sendo trazida à
existência através da fé em Jesus Cristo.
É muito mais do que simplesmente atingir boas
maneiras, bons modos para um relacionamento
menos conturbado no lar, no trabalho, ou onde
quer que seja, senão de um amor ardente e
sincero de uns pelos outros, onde for necessário
e possível, pela participação no mesmo Sangue
purificador e justificador do Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo.
“22 Tendo purificado a vossa alma, pela vossa
obediência à verdade, tendo em vista o amor
fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns
aos outros ardentemente.” (1 Pedro 1.22)
Veja como o apóstolo associa diretamente a
purificação da alma pela santificação pela
Palavra, ao amor fraternal não fingido, com um
amor ardente de coração de uns aos outros.
O propósito da santificação portanto, visa ao
viver em amor com Deus e com os irmãos na fé.
Onde falta isto, falta tudo o mais, daí o apóstolo
Paulo ter afirmado categoricamente que o amor
é superior a todos os dons espirituais
28
sobrenaturais, cuja existência está relacionada
também à realização do amor.
Tanto o Senhor Jesus quanto seus apóstolos
afirmam expressamente que a lei de Deus é
cumprida plenamente pelo amor a Deus e ao
próximo. Aquele que ama com tal amor tem
cumprido a lei, ou seja, tem atingido o propósito
de Deus em nos ter dado a lei.
Tudo o que somos e fazemos no corpo de Cristo,
deve portanto, almejar este alvo do amor, de
sermos aperfeiçoados no amor, que busca
sempre o bem do próximo, conforme este bem
é definido na Palavra, e que luta em oração e em
serviço prático para livrá-lo de todo o mal,
principalmente o que é decorrente da prática e
de um viver em pecado.
O amor que procede do coração de Deus para
aqueles que são espiritualmente fortes e
também para aqueles que são fracos, e que faz
com que os fortes não somente suportem os
fracos, mas que também os ajudem em amor.
Graças a Deus pelo seu dom inefável!