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O ANIMADOR 1

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O ANIMADOR

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PARTE UM

Definições...Q u a n d o p e n s a m o s e m

animador vem-nos à ideia aqueleque anima algo (locais, pessoas,acontecimentos, etc.). O que nos dizo dicionário? Que é quem tem alma,vida, que é um ser animado,corajoso, esperançado e que possuianimação e esta revela-se pela suav i v a c i d a d e e e n t u s i a s m o .Resumindo, podemos dizer que é oque estimula espir itualmente,socialmente...

E que nos diz a enciclopédia?Q u e é u m t é c n i c o d edesenvolvimento comunitário, queprocura a participação das pessoasatravés da realização de actosculturais ou similares. O Animadortem como função promover edesenvolver, fora do quadro escolar,a c t i v i d ade s com f i n a l i d ade seducativas (recreativas, culturais oudesportivas). Estas actividades, quetêm como objectivo uma educaçãoglobal e permanente, podem dirigir-se a grupos especiais ou ser abertasa toda a comunidade.

Todos vemos na televisão otrabalho dos animadores do público,guiando a assistência nos programasa fazerem gestos, aplaudindo egritando ou revelando as reacçõesmais convenientes para aqueled e t e rm i n ad o m ome n t o . S ã oprofissionais e o seu trabalho émuito meritório.

Igualmente, também vamosencontrar animadores desportivos,em relvados, alamedas, ringues depatinagem, areais e outros locais, ao r i e n t a r e m o s j o v e n s e m

determinados desportos ou jogos, adirigirem os treinos, a organizaremprovas, competições, formaremequipas, aconselhar o equipamentoe a alimentação, marcarem horáriose programas, arbitrando, registandomarcas, e tc . . Quase sempreanónimo, o seu trabalho é muitopositivo nas comunidades.

Uma outra definição quep o d e m o s d e s t a c a r s ã o : o sanimadores de colónias de férias,com a responsabilidade por gruposde crianças ou adolescentes, av i g i a rem, d i r i g i r em as suasactividades (programadas), bemcomo ocuparem todos os temposlivres.

Todas estas definições têmcomo objectivo sensibilizar osnossos escoteiros para o importantepapel que tem o Animador debando, patrulha ou equipa.

Animador é… o guardião das tradições da

patru lha/equ ipa e tem comoprincipais atribuições: coordenar ascerimónias e rituais; preparar osnovos elementos da patrulha/equipapara estas cerimónias; transmitir ohistor ia l da patru lha/equ ipa;coo r dena r a en cenação da sactividades da patrulha/equipa;planificar e coordenar o protocolo dapatrulha/equipa.

É ainda o responsável pelaanimação dos fogos de conselho,convívios, vigílias, celebrações eoutras festas. Selecciona e preparaos diferentes tipos de animação,bem como os textos, as músicas eos equipamentos audiovisuais.Mantém actualizado o repertório

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cénico da patrulha/equipa, bemcomo o guarda-roupa necessário àsua execução. É o encenador e oensaiador da patrulha/equipa porexcelência.

Parte dois

Perante as definições descritasno capítulo anterior, podemos agorareferir que o oposto de animador é odesanimador, isto é, aquele queanda permanentemente triste,d e p r i m i d o , a b o r r e c i d o ,melancólico... e infeliz, e à sua voltas ó p o de e s p a l h a r u m "clima"pessimista. Ora o Animador éexactamente o contrário, porque éalegre, bem disposto, simpático,sabe agir no momento próprio e àsua volta ajuda a criar um "clima"optimista. Podemos assim dizer que:

Animador é aquele... que nosp io res momentos assob ia ,arranca com uma cantiga, dedilhauns acordes na viola ou uns sonsna flauta, promove um jogodivertido na altura certa, contauma anedota, narra uma piada,faz um truque de ilusionismo...

Animador é aquele... que naspausas dos acampamentos,aproveita esses momentos paraincentivar os seus companheiros,quer seja para obterem uma boapontuação, quer seja para

vencerem um duro obstáculo,encontrar a pista ou o azimuteexacto, quando se sente que ocaminho não está certo e odesânimo aproxima-se...

Animador é aquele... que levauma música gravada, muitoespecial, para os momentos dereflexão ou de partilha, paraajudar a criar um "ambiente"favorável ao recolhimento e àinteriorização...

Animador é aquele... q u esonha com o teatro, com adeclamação de poesia, com amúsica, com os seus intérpretese as suas bandas, com ose s p e c t á c u l o s , c o m a svariedades…

Animador é aquele... q u econstrói e brinca com fantoches em a r i o n e t a s , m a n i p u l a a spersonagens, imita os mimos(aqueles que reproduzem gestose tiques), faz sombras chinesas,constrói gigantones, utiliza adramatização...

Animador é aquele... que gostade ajudar os companheiros nam a q u i l h a g e m o u n aca ra c t e r i z a ção , imp r ov i saguarda-roupa e os adereços,cuida da iluminação e do somdos espectáculos, ensaia e gostade encenar...

Animador é aquele... q u eanima e dirige os fogos deconselho, prepara o local, recolhe

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as actuações e organiza oprograma, conduz o ritmo dof o g o a t é a o m o m e n t o d eoração...

Animador é aquele... q u einventa gritos, aclamações,danças, gestos, hinos e marchas,praxes... fazendo reviver astradições escotistas da unidadeou da história do grupo...

Animador é aquele... que nummau momento colectivo tem umaatenção especial com os seuscompanheiros, oferecendo-lhesum pe da ç o d e c ho c o l a t e ,bombons, gomas, pastilhas,rebuçados... de forma a ajudar aq u e b r a r a q u e l e m o m e n t oocasional e partirem para outra…com outra disposição, maisdoce...

Animador é aquele... que imitaartistas ou figuras públicas maisnotáveis, imita as vozes dosanimais e o piar das aves, imitadiversos sons e ruídos...

Animador é aquele... que gostade comédias, arraiais, festaspopulares... e não se limita aopapel de mero espectador, maspelo contrário procura participare ser útil, ajudar no que forpossível, mesmo que isso não lheseja pedido...

Animador é aquele . . . quecompra os bi lhetes para oc inema, teat ro, concertos ,exposições, visitas, festivais,

torneios desportivos ou qualqueroutro tipo de espectáculo...

Animador é aquele... que estáatento aos jornais, revistas,notícias e outras formas decomunicação, para recolha denotas , recor tes , e tc ., queposteriormente possam seraproveitados com vantagempelos seus companheiros...

Animador é aquele...

Não se assustem com tantas ideiasmencionadas, nem pensem que éum cargo para o "Super-Homem" ou"Super-Mulher"ou qualquer outroSuper-Herói; estamos a abordaruma função para um escoteiro bemd i s p o s t o , a l e g r e , u m b o mcompanheiro, que procura com oseu esforço obter o bom rendimentodo seu pequeno grupo. Se oconseguires parabéns, senão,continua a tentar. Lembra-te do 8ºartigo da Lei do Escoteiro que nospede: "para assobiar perante asdificuldades.

PARTE TRÊS

Os cognomes...

Consoante os seus donspessoais, são várias as facetasassumidas pelo Animador. Estas

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dependem sempre das situações.Aqui deixamos algumas:

"O mágico da cartola"É o escoteiro que deseja ser

um ás da magia; para isso devefazer três coisas: desenvolver aomáximo a imaginação, desenvolverao máximo a habilidade manual epraticar, praticar, praticar. E épraticando que ele consegue ficarcom "as mãos mais rápidas que avista", e é pondo a cabeça afuncionar que ele desenvolve aimaginação.

Entre um número e outro deilusionismo e/ou magia por exemplo,ele deve demonstrar a sua destrezaao manipular um baralho de cartas,argolas, caixas com lenços... e é aíque os seus companheiros vãopoder ver que ele é mesmo ummágico, e não apenas simplesmentealguém que decorou uns truques. O" a r t i s t a " v a i n e c e s s i t a r d acolaboração de alguns elementos,q u e r s e j a p a r a s e r v i r d eapresentador, quer seja comoass i stente. Nestas co isas deilusionismo o segredo é a alma donegócio.

"O mestre dos jogos"E outro sobrenome que o

Animador pode receber. Jogandocom alegria, com certo mistério eint imidade à mistura, o jogoalcançará sem dúvida êxito. Osjogadores estão sempre à espera denovidades. Por isso o "mestre"organiza pequenos jogos durante asreuniões e nos chamados temposmortos. Igualmente gosta decolaborar na organização dos

grandes jogos. Pode também ter aseu cargo a "arca do tesouro", ondese guardam panos, cartolinas,rendas, material de caracterização,cabeleiras, barbas e bigodes,agulhas, alfinetes, linhas, bolas,bandeirolas, espias, giz, redes...

"O guardião dos sucessos"Outro dos cognomes que um

Animador pode receber é de "oguardião dos sucessos". Porquê?Po r q u e e l e é u m e l e m e n t opreocupado com o passado doEscotismo e por isso procura, juntode antigos elementos, reunir no seucaderno de animação, histórias,factos, acontecimentos já vividos emerecedores de serem contados ouapresentados num momentooportuno ou num futuro próximo.

Por estas razões ao efectuar apesquisa sobre estes temas, poderáco l o c a r a s s im a s s e gu i n t e sinterrogações:

Qua i s f o ram a s me l ho r e sactuações que viu em fogos deconselho?

Quais os números que maisapreciou no Jamboree? E noNacional?

Qual o maior êxito que a suaDivisão apresentou?

Que equipamentos utilizaram?

.Etc., etc…

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D e p o i s v ê e m o sapontamentos, os desenhos, asinformações que vão enriquecendo oteu património (caderno).

É com base nestas notas quepodes melhorar o nível de actuaçãoda tua patrulha, nos próximos fogosde conselho ou festas de Escoteiros.

Muitas vezes verificam-seactuações muito fracas, mesmo debaixo nível, repetitivas, com uso deuma l inguagem imprópr ia deEscoteiros, etc. Por isso, tudo o queAnimador possa fazer para corrigiressas situações será positivo, tantopara quem participa como paraquem ass i s t e (pa i s , an t i gosescoteiros, amigos, proprietários dasquintas, populações...).

Bem haja pois "o guardião dossucessos".

" O a g i t a d o r d o smolengões"

Esta alcunha é-lhe atribuídaquando procura evitar que alguémdo seu pequeno grupo se encontreamorfo, estático, desanimado,apagado.

Para isso, recorre a todas assuas capacidades para alterar estasituação.

Normalmente tem um grandealiado (interessado nesta tarefa),que é o seu guia e/ou chefe deequipa. Por isso os primeirosresponsáveis dos pequenos grupos oadmiram e o auxiliam. Juntosprocuram acordar para a acção osmais adormecidos e por isso lhechamam muitas vezes "o agitadordos molengões" (no bom sentido).

"O menestrel"

Também o podem chamarassim. Esta figura medieval eraconhecida como o poeta lírico, otrovador, o músico que encantava asf e s t a s c o m a s s u a s t r o v a s(composições líricas, ligeiras e decarácter mais ou menos popular).Ele é um jogral porque a sua poesiarevela um gosto refinado pelascantigas (algumas muito críticasmas com um forte sentido dehumor). Um dos mais destacadostrovadores foi o nosso rei D. Dinis.O Animador deverá usar essasfaculdades nos fogos de conselho oufestas de Escoteiros, funcionandocomo "o menestrel", arauto da suapatrulha e quem sabe mais tarde dopróprio Grupo. Nos dias de hojepode-se chamar "a alma da festa".

"O senhor... alegrete"É como também chamam em

muitos lados ao Animador. E é muitobom ser chamado assim.

PARTE QUATRO

Esquema de progresso...

Lobitos Saber algumas canções usadas

na Alcateia... Saber alguns gritos de animação

e aplauso Const ru i r um in s t rumento

musical simples

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Participar com o seu bando emjogos...

P r a t i c a r d i v e r s o s j o g o stradicionais...

Contar uma história ou lenda... L e r e p i s ó d i o s e m b a n d a

desenhada... Executar um disfarce... Interpretar uma personagem

-técnica mímica... Cantar canções Escotistas Executar algumas danças dos

Lobitos Ajudar a organ izar provas

desportivas... Dirigir sessões de ginástica

matinal Representar com o bando um

número de mímica Fazer uma representação com o

bando Coordenar um sketch simples Compor uma quadra adaptada a

música conhecida... P r e p a r a r c o m À q u ê l à u m

número... Animar um momento da reunião

Escoteiros juniores Co n h e c e r v á r i a s t é c n i c a s

( i n s t r u m e n t o s m u s i c a i s ,fantoches, máscaras)

Conhecer gritos de animação eagradecimento

Cantar cinco canções Escoteiras Par t i c ipar ac t ivamente em

reuniões, actividades... Actuar numa peça de fogo de

conselho Utilizar expressão corporal num

convívio...

Organizar e animar uma manhãdesportiva...

Cooperar na animação de umaoficina (atelier) de expressão

Elaborar uma peça tipo fogo deconselho...

Animar a patrulha em actividadesde exterior

Criar e animar um momento deoração

Escoteiros Seniores Conhecer técnicas de sombras

chinesas Aplicar caracterização facial Executar traje para teatralização Fazer parte de um coro... Organizar e realizar torneio

desportivo Animar ginástica matinal Animar oficina sobre história da

ONU Participar/animar projecto social

ou cultural Preparar "sketch" para fogo de

conselho/convívio... Conceber um audiovisual... Animar uma acção de serviço... Ajudar a preparar tempo de

animação da fé Animar tempo de oração e

reflexão...

Caminheiros P a r t i c i p a r n u m c u r s o d e

animação de grupos... Fazer a animação de um fogo de

conselho Executar uma caracterização

pessoal... Animar acções informais /

formativas / sensibilização...

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Animar sessões de preparaçãofísica...

Animar oficinas (atelier)... Organizar a festa do Grupo Animar uma oficina (brinquedos,

encadernação...)

Especialidades Actor

Artista

Comediante

Músico

Cantor Litúrgico

PARTE CINCO

Técnicas de animação...

Corno podem ca lcu lar étotalmente impensável abordarmosneste caderno todas as técnicasauxiliares do Animador, para melhordesempenhar as suas funções.

Porém, não deixamos deindicar, embora resumidamente,a l g u m a s d a s t é c n i c a s q u econsideramos importantes e queservirão para estarem "SempreProntos" para um posterior estudo eseu aprofundamento.

A p o s t u r a – Éind ispensáve l manter urnapostura firme mas bem disposta,um sorriso natural para derrotaros pessimistas; isso ajudará atransformá-los em escoteiros

úteis, activos e felizes. Paraajudar deves usar o uniformecom aprumo, demonstrares urnahigiene completa, possuíressimpatia natural e irradiá-la.

A dicção – É outra"arma" que deves utilizar. Falarmal não ajuda nada. Por issotreina a ler compassadamentee m v o z a l t a , f a zconvenientemente a acentuaçãográfica, não omitas as pausas,etc. Tudo num tom que os outrosouçam. Experimenta gravar os"discursos" e ouvi-los váriasve ze s c om a t en ção , p a radescobrir as falhas e corrigi-las.

O cancioneiro – É uma"ferramenta" conveniente paraser usado quando necessário. Seo cancioneiro incluir além dasletras também as músicas, entãotrata de aprender o solfejo (lermúsica), pois isso facilitará nahora dos ensaios. Por vezess a b e m o s a s l e t r a s m a sesquecemos as músicas. Sedesejas ensinar uma cantiganova, distribui uma cópia da letraa cada elemento. Resulta!

A bateria – Se aindan ã o s a b e s t o c a r n e n h u mi n s t r u m e n t o m u s i c a lconvenc ional , es ta técn icaencontra-se v i rada para aconstrução de instrumentosmusicais rudimentares, mas quer e s u l t a m i m e n s o c o m oacompanhamento. São porexemplo: bombos, pandeiretas,

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ferrinhos, castanholas, reco-récos, e tantos outros. Leva osteus companheiros a construí-lose verás como a animação dosfogos de conselho vai melhorar.

A biblioteca – Procuraangariar, pouco a pouco, livros,revistas, jornais... sobre as maisvariadas técnicas de animação.Assuntos como: manuais dejogos , t raba lhos manua is ,p a l h a ç o s e c i r c o , d a n ç a sp o p u l a r e s , m á s c a r a s ,instrumentos musicais, truquesde magia, técnicas desportivas,m o d a e g u a r d a - r o u p a ,maquilhagem e caracterização,cancioneiros, etc., são motivos demuito interesse.

Og u a r d a - r o u p a –Confecciona a tua capa de honra,d e c o r a - a c o m e m b l e m a s ,símbolos e outras recordações.E s t a d a r - t e - à a f i g u r acaracter í s t i ca dos grandesanimadores de fogos de conselho.Junta-lhe um gorro ou chapéuexótico e melhoras ainda mais oteu visual. Para dirigir utiliza umalanterna com duas ou três coresque servirá, ao dividires osdiversos grupos intervenientes,nas suas entradas. Improvisa empapel peças de vestuário paraserem utilizadas nas actuações.

Expressão corporal –É uma técnica física em que aparte gestual e a postura sãoimportantes. Os movimentos docorpo ajudam a enriquecer as

actuações. Nos treinos podesmandar imitar uma árvoreabanada pelo vento, andar àchuva, as ondas do mar, uma avea voar, uma profissão violenta,um atleta em acção, um animalna selva, etc. Estas técnicasdevem ser dirigidas por um"mestre" e são normalmentecolectivas; está-se descalço emovimentam-se ao som de umapandeireta. Vamos treinar!

G rava çõe s e m v í d eo ,cassetes, CD, são meios queajudam a estudar algumastécnicas de animação. Procuraaproveitar todas as formas quea s n o v a s t e c n o l o g i a s t eoferecem, para de las t i rarvantagens.

PARTE SEIS

Características...

Já falámos das qualidades,dos dons e dos talentos que oAnimador deve possuir. Pois bem, sea essas qualidades juntarmosalgumas características pessoais, aseguir indicadas, o desempenhodesta função em muito beneficiará.Vejamos algumas:

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S e r e n t u s i a s t a –Revela-se pela excitação; pelaalegria por vezes ruidosa; dedica-sevivamente às suas tarefas; "exprime-se com entusiasmo; éarrebatador; fica animado com osêxitos obtidos...

Ser brilhante – Toma-se notado pela qualidade do seutrabalho; é perfeccionista no bomsentido...

Ser vivo – Quer-se dizeractivo, aquele que estimula, que épersistente, fervoroso, diligente,ardente, eficaz, rápido, persuasivo...

S e r e s t i m u l a n t e –Porque incita, porque excita, porqueaviva, resumindo, porque espicaça…

Passagens de Divisão – animação dacerimónia, decoração, símbolos...

Atribuição de insígnias de progresso– cânticos, beberete, prendas...

Inauguração Partida – de sede, deembarcações....

Compromissos – de responsáveis,guias, chefes de equipa...

Outros...

Como podes verif icar asocasiões são muitas, por issoprocura estar atento às solicitações,quer seja integrado no teu grupo,

quer seja a nível pessoal. O teulema abrangente será:

" O Melhor Possível estáSempre Pronto"

Ser vivaço – É ter aqualidade de quem é vivaz, activo efinório; usa um modo expressivo afalar ou a gesticular.

Ser curioso – Porquenão se conforma com o medíocre; éum forte opositor às banalidades, àsordinarices; gosta de fazer, deaprender, de ensinar logo que tenhaa t i n g i d o u m m í n i m o d econhecimentos...

Ser imaginativo –Porque pode ajudar os restanteselementos, procurando que a suaactuação seja inédita, moderna,com nível, valorizada; tem muitasideias e algumas na "manga"...

Ser simpático – Bemhumorado; sorri muito; o sorrisoo f e r e c e a q u e m s e d i r i g e ,confiança...

E as ocasiões? São várias as ocasiões em que

o Animador poderá "brilhar". Dessaspodemos destacar as mais vulgares:

Aniversários – d o selementos, da chefia, do Grupo, daAEP, dos patronos e muitos outros...

Festas – Escoteiras ounão; projecções, dramatizações...

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Fogos de conselho –restritos, de Divisão, de Grupo...

V i g í l i a s eCompromissos de Honra - coro,cânticos, música, leituras...

Visitas – a o u t r o sGrupos, oferta de lembrança,discursos...

Agradecimentos – aosvisitantes, "grande uivo", gritos,aclamações...

PARTE SETE

Sabias que...

O Animador é o escoteiro queapoia de forma relevante osmembros da sua patrulha/equipa.

O Animador é aquele quepromove actividades espontâneasna área da animação.

O An imado r é o vu l ga r"carola", que sem qualquerpreparação junta à sua voltav á r i o s e l e m e n t o s , c o m oobjectivo de criar e desenvolveracções que provoquem a boadisposição.

O Animador é o elemento queor ienta , d i r i ge e o rgan i zamomentos recreativos, com afinalidade de obter bom humorentre os seus companheiros.

O Animador é o escoteiro cujotrabalho se reflecte na suapatrulha, divisão ou Grupo.

O Animador é o elemento quet e m a s e u c a r g o a c ç õ e sdesportivas e a "improvisação"de alguns jogos momentâneos,com o intuito de criar umambiente descontraído.

O Animador é o companheiroque procura aprofundar os seusconhecimentos de técnicas deanimação, com os escoteiroschefes, antigos escoteiros eoutras pessoas que estejamligadas a essas áreas.

O Animador é aquele a quema sua "mensagem" não seassemelha a nenhuma outra,dado a grande variedade deassuntos que deve dominar.

O Animador é o escoteiro quedomina e investe no seu porte,aparência geral, tom de voz,articulação, dicção, respiração,gestos (mímica), etc. semprecom a intenção de melhorar oseu desempenho.

O Animador é o elemento quedistrai os outros membros,po rém, não monopo l i z a asituação, nem se sente vexadoquando aparece alguém quedemonstre mais competêncianum determinado assunto.

O Animador é aquele quep r o c u r a c o n s t a n t e m e n t eaumentar as competências,aumentar a sua cultura, porquedeseja que os outros beneficiemda sua experiência.

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O Animador é o escoteiro quereconhece que o perigo destaf u n ç ã o é o c u l t o d aprotagonismo; por isso esforça-se por não retirar aos outros aimportância que cada um possui,no cargo que desempenha.

O Animador é o membro dopequeno grupo que tem maisf a c i l i dade em es t abe l e ce rc o n t a c t o c o m o s o u t r o selementos os e sabe criar umclima amigável dentro dele.

O An imado r t em vá r i o sobstáculos a vencer logo àpartida, como sejam: a timidez(como vou ultrapassar estasituação?); os complexos (comovou vencer estes obstáculos?); aser introvertido, isto é, sermet ido cons igo mesmo ouvoltado muito para dentro de sipróprio (como vou sair desta?);etc.

PARTE OITO

As danças...

A dança é um dos modos deexpressão mais primitivos com queo Homem procura s imbol izarsentimentos, mediante movimentoscorporais, gestuais e mímica. Égera lmente acompanhada deinstrumentos musicais. A Bíblia faz

referências frequentemente adanças sagradas profanas. Muitasdas danças partem, ou partiram, deuma histór ia ou situação emdeterminados povos ou locais. Estasforam evoluindo até aos dias dehoje.

Danças da Selva – Baden-Powell criou cinco danças para osLobitos tiradas de "O Livro daSelva", como forma de animação,b r i n c a de i r a , ima g i n a ç ão o urepresentação, em que , se procuratirar sempre uma lição educativa.Elas são:

A dança de Tábàqui –e s t a d a n ç a p a r t e d a sc a ra c t e r í s t i c a s d o c h a c a l(Tábàqui) e do tigre (Xer Cane),p e r a n t e o s L o b o s . E s t e scomeçam por ficar agachados emobservação a verem o poderosotigre a desafiar todos, depois devárias peripécias. Esta dança émuito engraçada e termina com apresença de Máugli que põe umponto final à dança.

A dança de Bálu – Báluera o urso que ensinava a lei daselva. E uma dança de roda,acompanhada musicalmente, emque os Lobitos uns atrás dosoutros, marcham fazendo gestose olhares engraçados.

A dança de Bàguirà –Bàguirà era a pantera negracaçadora ágil, valente e rija queensina e defende Máugli dos

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perigos da selva. Nesta dança osLob i tos procuram imi tar apantera que procura caçar umantílope. Rastejam, avançam,recuam, etc., até que a um gritocomo sinal todos saltam sobre apeça, imitando a pantera. Estadança tem um misto de imitaçãoe de canto:

A dança de Cá – Cá agrande jibóia luta contra osmacacos (Bândarlougues) paralibertar Máugli que se encontravaencerrado numa velha cidadeabandonada no meio da selva. Adança imita uma grande serpenteformada pelos Lobitos a devorarum a um os macacos, por meiode silvos, gestos e movimentosvagarosos.

A dança da morte deXer Cane – esta dança procurafazer reviver o momento em queMáugli com a colaboração dosbúfalos esmagam o terrível XerCane. É uma dança de roda quetermina quando Máugli tira a peleao tigre e a apresenta na rochado conselho.

Poderás encontrar estas descriçõesmais completas no "Manual doLobito" ou no livro "Alaiii".

Danças Folclóricas –Portugal é um país muito rico emfolclore regional. Através dosseus ranchos estes tem divulgadopor todo o mundo as nossasdanças tradicionais. Os jovens

gostam imenso de as interpretardado serem muito animadas,alegres e cheias de significados.Evidentemente, que necessitamde bastantes ensaios paraatingirem uma apresentaçãosatisfatória em público. O vira, ospauliteiros, a chula, o fandango,o corridinho, o bailinho, asmarchas, etc., são algumas dasdanças mais representativas dacultura portuguesa.

As danças dos Índios– São mito famosas, descritasem l ivros, rev istas, bandadesenhada, cinema e televisão.São normalmente danças de rodaem volta da fogueira, ao som detambores, onde quase sempre osdançarinos usam guizos à voltados tornozelos e agitam as suasarmas. As mais conhecidas são:

A dança-do-Sol – emque o feiticeiro agita um bastãoem círculos enquanto os peles-vermelhas vão dançando batendoforte com os pés no chão;

A dança-da-Chuva –em que os dançarinos imitam obarulho da queda de água;

A dança-da-Guerra -que assinala a cerimónia dodesenterrar o machado deguerra, preparando os bravospara a luta já usando as pinturasde guerra.

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Por várias outras razões também setomaram célebres:

A dança-da-Morte; A d a n ç a - d a s -

Colheitas; A d a n ç a - d o s -

Espectros; tantas outras...

Dança dos Maoris – B Pdescreve assim a dança-de-Guerradestes indígenas da Nova Zelândia:"Quando uma Haka (dança e coro)tem lugar, todos dançam e cantamem perfeito coro, fazendo horríveiscaretas que a pouco e pouco oslevam a um estado de completofrenesim. Os guerreiros empunhamas suas armas na mão direita eformam colunas de dois, dançandojuntos em cadência; saltam no arlevantando o joelho bem alto eerguendo ao mesmo tempo o ombrocorrespondente. Saltam deste modo,de quatro em quatro passos,cantando em coro, ao mesmotempo, muito alto e batendo na coxacom a mão a marcar o ritmo".A descrição que o fundador faz dasmarchas dos Zulus é tambémmagnífica e em parte semelhante. Ocoral "Ingonyama" cantado porquatro mil guerreiros, o bater docacete no escudo, os saltos no ar, ac a d ê n c i a d a m a r c h a , s ã oespectaculares e belo de ver e dei m a g i n a r. I g u a l m e n t e s ã omaravilhosas as danças do povoMassai com os enormes saltos emaltura que dão e os movimentos daslanças.

Danças de Salão – São atéhoje as mais divulgadas e algumasmantém-se mais conservadoras(antigas) e outras mais evoluídas(modernas). Neste leque evolutivotiveram relevo as danças da idademédia e do renascimento. Muitasdas danças apareceram como marcado seu país de origem.

É o caso do Samba do Brasil;o Tango da Argentina; o PassoDoble. o Flamengo e o Bolero daEspanha; a Tarantela de Itália; aValsa da Áustria; o Rock'n'Rol daAmérica do Norte; a Rumba e oMambo de Cuba; a Mazurca daPolónia; as Czardas da Hungria etantas outras.

Danças de Animação – Sãoaquelas que se introduzem nosbailes, como sejam: a dança davassoura; a dança das cadeiras; adança dos arcos; a dança da maçãou da batata; a dança sorteada...

Os bailes mais tradicionaissão: finalistas, máscaras, pinhata,carnaval, debutantes, mandado, etc.

Outras danças – Neste pontoprocuramos dar relevo a dançasmodernas como o sapateado(influenciado pelo Jazz); a dançasobre o gelo (patinagem artística); oballet (dança em ! pontas); asdanças de quadrilhas (do OesteAmericano); e muitas mais.

Resumindo - T o d o s o sescoteiros, de todas as idades,podem encontrar nas danças umaforte componente de animação e desaúde.

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PARTE NOVE

Os fogos de conselho...

Podemos dizer que o sucessoou insucesso de um fogo deconselho depende em grande partedaquele que o orienta e anima.

Ele é verdadeiramente a almado fogo e o fogo das almas. Papeldifícil e cheio de exigências o seu.Por isso diremos que se trata de umartista. E como tal nasce. Demaneira nenhuma se improvisa,podendo entretanto formar-se econstruir-se ao longo de vários anosde treino.

Será ele que criará a unidadee a boa organização do fogo,d i a l o g a n d o c o m o c o r o econseguindo deste harmonia com opúblico.

O entusiasmo comunitário àroda do fogo será resultante da suamagia e do seu talento. Qualidadespróprias? Sem dúvida. Qualidade dechefe – um chefe que não impõenem comanda , mas sus c i t a ,sugestiona e lança na acção.

Para isso terá uma voz, forte eexp r e s s i va ; t e r á am o r p e l aresponsabilidade do seu cargo; umespírito imaginativo, capacidade deimprovisação e oportunidade nasintervenções. Capaz de conseguir otal ritmo progressivo e variedade.Deve ser um verdadeiro "demagogo"de multidões e um bom condutor de

assembleias. A ele se deverá aanimação do fogo de conselho.

Porém, deve acautelar-se paranão parecer um comediante vulgar;muito menos palhaço de circo ou reicarnavalesco disfarçado. Nãoesquecerá que o fogo de conselho éuma transição do dia para a noite,do cómico para o mistério, daalegria para o amor.

Será então um "Homem"entre outros homens, um jovementre outros jovens.

D e s t e m o d o o f o g o d econselho levar-nos-à do mito dachama para o mistério do amor.

Uso da máscaraÉ grande o seu papel de

sugestão, de disfarce e de criarefeito. O jogo mascarado é diferentedo da face descoberta. O actornecessita de maior treino. Exigegrande destreza corporal -o corpojogará de acordo com a expressãoda máscara.

«Tomando inexpress ivasexpressões de rosto, obriga o actora cen t ra r o s eu j ogo sob removimentos do corpo; a mímicaamplifica-se, estende-se a todo oHomem». É o homem inteiro aparticipar na acção. A máscaraexige que se vá até ao fundo dogesto - fazendo-o energicamente.Inutiliza assim toda a trapaça. Mastambém não há dúvida de que amáscara tem uma expressãocongelada. Como não instalar umamonotonia grande e sem interesse?Será o próprio autor que resolveráesta dificuldade. Por ele a máscaradeve viver, animar-se; começará aser "este personagem". Fá-lo-à

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v iver, to rná- lo-à express ivo,explorar-lhe-à todos os sentimentos.« É o p a s s a d o , q u e n ó sinterrogamos, o sonho que seanima.

E ele fala, sem cessar derespirar o ar doutra coisa, semdeixar este rosto fabricado, que foifeito para nos esconder a realidadeque está por trás -o acto queesconde o actor. Quanto mais semostra, tanto mais nos mostraaquilo que ele esconde!».

Encontrarás nas revistas ounos manuais, para Escoteiros,diversas formas da sua construção:máscaras simples, feitas comcartuchos, com cartão, em papelmetalizado, em barro ou gesso...

A bateriaAs c an ç õe s d o f o go d e

conselho devem ser animadas,sustentadas e conduzidas por umabateria com instrumentos musicaisou de barulho. Ela marcará o ritmodos gestos e produzirá os ruídosimitativos!

Ins t rumentos poss í ve i s :acordeão, concertina, clarinete,flauta, harmónica, pífaro, banjo,viola, cavaquinho, bandolim, etc.Estes acompanhão as canções, farãofundo musical, criarão o ritmo dasdanças, lançarão um coro, etc.

NOTADeves possuir um caderno-

arquivo de números de fogos deconselho e festas Escoteiras, queservirá como "base de dados". Épreciso ires variando o tipo deespectáculo quanto ao assunto e

quanto à maneira de os interpretar;mas também é indispensável quecada elemento desempenhe omelhor possível o seu papel.

PARTE DEZ

O que disse o fundador...Resumimos aqui em forma de

notas, o que Baden-Powell nosdescreve sobre o Animador, no seulivro "Mil e Uma Actividades paraEscoteiros":

«Muitos de vocês treinam-senas habilidades de palhaço... têmdiante de vós o Inverno paratrabalhar nelas. Porque não lançar-vos a isso seriamente, de modo apoderem apresentar, chegado omomento, uma trupe em boaforma?»

«Canções cómicas? Nestecaso, o volume ou a qualidade davossa voz não t êm g rande"importância, desde que articulemclara e distintamente as palavras –é este o segredo do sucesso».

«Dirijam-se aos espectadoresda última fila e façam de maneira aeles não perderem uma palavra».

«É muito divertido representarcomédia. Para se ter sucesso tem dese fa lar com c la reza, de se

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representar o nosso papel com amaior naturalidade que for possível,como se estivéssemos a vivê-lo...».

«o ilusionismo? Também já ofiz, e a experiência ensinou-me quesão os truques mais simples os quemais agradam ao público. Mas todosos truques, sejam eles simplessejam eles complicados, devem serrepetidos cem vezes antes de seremexecutados em público».

«Força escoteiros. Aproveitemos serões de Inverno e montembons e spe c t á cu l o s , novos eoriginais. Dêem uma récita paradivertir os vossos amigos ou paraalimentar os fundos do vossogrupo».

«Com um pouco de treino...saltem através de um arco mantidono ar e quando estiverem segurosde vós, estendam um papel pordentro do arco. Executem então avossa cambalhota e depois saltempelo arco».

«Andar sobre uma cordaesticada é uma das habilidades maisúteis e sempre de muito sucesso. Aocomeçarem com a corda esticada apouca distância do solo, depressaganharão confiança e levantá-la-ãoaos poucos...».

«Com cadeiras também sepode fazer habilidades que, emborasimples e fáceis de executar com umpouco de treino, são de bom efeitoquando feitas».

«Em volta do fogo de conselhopodem executar-se pequenas peças,canções e recitativos, e todo oescote i ro deve co labora r noprograma, quer se julgue artistaquer não».

PARTE ONZE

Os fantoches...

Todos se sentem presos doencantamento que um modestopalco de Robertos de Feira podeprovocar. A l i ás os desenhosa n i m a d o s ( c i n e m a , v í d e o ,televisão...) seduzem velhos enovos e podem-se equiparar a estam o d a l i d a d e d e t e a t r o .Simplesmente o encanto do teatrode bonecos é maior.

Em todo o mundo, os ensinosescolares, catequese, escoteiros eoutros, ut i l i zam o teatro defantoches – como todo o , outroteatro -com real proveito educativo.Com sessões de fantoches, ospequenos intervalos tomam-se focosde atenção, e permitem desdobraractividades nos programas dasfestas Escoteiras. Se a figura ouf i gu ras ap resen tam um tomcaricatural, então o caso será faladoe certamente ironizados os diálogos.Aliás, antes mesmo de levantar acortina, já o fantoche foi um centrod e i n t e r e s s e c o m p l e t o , u mesplêndido trabalho de equipa, noaproveitamento das qualidadesnaturais dos participantes.

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Vai ser preciso imaginar aacção, compô-la em pormenor,desenhar, pintar, talhar e coser,modelar ou esculpir, coordenaratitudes e palavras, trazer a fantasiaaté à realidade, transformar amassa amorfa em vida trepidante.Os fantoches tomam-se afinal para agente miúda (e não só...) um meiode expressão livre, um meio dejogar - só ou com alguns amigos.

Depois vêem as técnicas decons t rução dos fantoches , amontagem do teatro, a realização doespectáculo, etc.

Das técnicas da construçãodestacam-se:

com pasta de madeira; com pasta de papel; com uma luva ou meia; com os dedos pintados; com ca ixas de fósforos ,

c a r t ã o , r o l o s d e p a p e lhigiénico;

com um sapato velho; com uma colher de pau; com esferovite; com cartuchos; com sacos de plástico; com cascas de ovo; com cascas de frutos; com frascos; com caixas de ovos; até com legumes...

A tua função de Animadordeve fazer-se sentir em todas asfases, mas poderás ter um papelmais activo na manipulação dosbonecos e na sua voz.

Te n s d e o m o v i m e n t a rprocurando definir acções concretas,

tais como: saltar, dançar, rir,suspirar, chorar, andar (em váriasdirecções), etc.

Marionetas

Nas Marionetas de fios, aconstrução dificulta-se um pouco. Omodelo mais perfeito recorrerá àmadeira com junções articuladas.Urge então construir uma cabeça,um torso, a bacia, os braços, aspernas que se dobrarão ainda pelocotovelo e pelo pulso, pelo joelho epelo tornozelo, se se pretenderrequintar o trabalho.

Ligar-se-ão as peças entre sipor charneiras e movimentar-se-ãomercê de uma cruz de controle; noseu aspecto mais rudimentar umacruz lorena, em que dois fios seprendem aos braços, dois às pernase um terceiro à cabeça. Agorabastará segurar na cruz com a mãoesquerda e dominar os movimentoslevantando e baixando os fios com amão direita...

Resumindo

O teatro de fantoches ou dema r i one t a s s ã o s emp re umpassatempo divertido, seja para osque preparam o espectáculo, sejapara os que assistem a ele.Construir os adereços necessáriosnão é difícil. Deixa-se a decoração ea criação dos personagens ao bomgosto e à inspiração de cada...Animador. As pequenas peças deteatro podem ser inspiradas noreportório das fábulas tradicionaisou em obras originais imaginadaspelo espírito inventivo de quem

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a s s u m e o e n c a r g o d e s e rbonecreiro.

PARTE DOZE

Importante é...

Situamo-nos num grupo queprocuramos animar. Por vezes não éfácil "quebrar o gelo", porquelidamos com pessoas e cada umatem o seu feitio, digo personalidade.Para isso existem algumas receitas ealguns truques: por vezes cantaruma música agitada serve, arrancarcom um jogo que obrigue a algumamovimentação também dá, falaremuns com os outros rapidamente,etc., pode ajudar a criar o "tal"ambiente favorável, para o que viera seguir.

Compete ao Animador fazerrespeitar as regras do jogo desdeque tenha sido ele o organizador.Fora disto é um papel a serdesempenhado pelo guia ou chefede equipa.

O Animador, pela sua atitude,p o d e i n f l u e n c i a r a s u aPatrulha/Equipa, sempre no bomsentido. Deve esforçar-se porconservar a unidade do seu grupo,p o r i s s o o s e u p a p e l épreponderante e se necessáriolembrar as decisões anteriormentetomadas.

A sua responsabilidade baseia-se em três necessidades: querê-lo,ter capacidade e ter possibilidade.

Então podemos dizer que umdos factores fundamentais para oAnimador consiste em não se pôrem cont rad ição, deseja r sersolidário com ele na procura do bemcomum.

O Animador pode sugerirvárias hipóteses de animação, podepropor, mas é o grupo que dispõe eque tem de dar a sua opinião sobreaquilo que o Animador propôs. Odifícil é encontrar o equilíbrio. Poucoimporta o termo que se utilize, querseja o prestígio, quer seja ainfluência, o importante é sempre obom senso.

Quanto ao procedimento empúblico - não é fácil traçar o limiteentre a animação que deve serapoiada, e a balbúrdia incómodapara os outros, mas o limite tem deser traçado e é o conselho deguias/conselho de chefes de equipaque melhor o pode fazer. Como énatural, a maioria das unidadesencontram-se sob os olhares dopúblico, nos transportes públicos,nas deslocações, nas ruas daslocalidades em que vivem, etc. Os"líderes" precisam de estabelecer asnormas de procedimento na cidadee no campo, e talvez de modoespecial quanto aos acampamentosde Verão.

Relativamente à linguagem -poucas coisas se divulgam maisrapidamente numa unidade deescoteiros que o desleixo no falar. O10º artigo da Lei é mesmo para secumprir.

A linguagem obscena é amanifestação de ignorância e degrande pobreza de adjectivos; emvez de empregar a expressividade

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da língua materna cada substantivoé acompanhado sempre pelo mesmoadjectivo.

Mais dicas A expressão e a

cr iat iv idade mult ip l icam asformas mais usuais da expressão,como sejam: música, desenho,tea t ro , v í deo , e t c . ; e s tasoferecem alternativas à escrita eà fala.

Cada um no seulugar e um lugar para cada um, éuma norma a respeitar.

Dar coragemaos outros, praticar a caridade dosorriso, explorar o lado bom dascoisas, são alguns dos objectivosa alcançar.

O riso franconão implica a má educação, bemcomo, não deve perder o sentidode saber quando se deve parar.

Q u a n d o s eanima uma excursão (p. ex. emau toca r r o ) f a z a l o cução ,apresenta os "artistas", faz jogos,conta anedotas, canta músicasconhecidas... para melhor passaro tempo. Anima e arrasta osoutros com entusiasmo.

E m c a m p o ,ajuda a relançar todos os dias oambiente no seu pequeno grupo.P r opõe t emas ou a juda aconcretizá-los.

A v a l i a r odesempenho do próprio cargo,quanto ao cumprimento dosdeveres e quanto à perfeição dasactuações...

O s m a i smaravi lhosos serão sempreaqueles que aparecem comof r u t o e x c l u s i v o d a s u aimaginação e iniciativa.

Quando sabesuma história engraçada ou umaanedota recente e interessante,quando apresentas um truquecom baralhos de cartas... nãotens? desejo imediato de osexecutares diante dos outros? Eesse o espírito do Animador.

O p a p e l d oAnimador é saber tirar todo o"fruto possível" de qualquerreflexão ou partilha que seja feitaem grupo. Não fiques calado!Tem sempre uma opinião! Tomaa iniciativa!

Desenvolve oespírito de iniciativa e de o pôrem execução com energia;mostra alegria de viver (comsentido de bom humor); não éproibido ser audacioso, pois porvezes só imaginar não chega;assobia e canta nas dificuldades,goza a vida com amor alegre eoferece um sorriso amigo aosoutros.

P r o c u r a t e rsempre disponível, isto é, na"manga", um jogo animado paratapar a lgum espaço vaz ioimprevisto que possa vir aprejudicar a reunião ou emcampo (como durante umachuvada inesperada).

Os cargos oufunções nos Escoteiros sãoimportantes dentro do métodoeducativo, já que desenvolvem o

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sentido da responsabilidade emc a d a e s c o t e i r o q u e odesempenha.

Estes ca rgosdevem ser rotativos. Devemexistir funções para todos oselementos. Todos os cargos sãoiguais no seu desempenho e cadaes co t e i r o deve a s sum i r aresponsabilidade do cargo quedesempenha.

Uma montanha de ideias: c e n a s a n i m a d a s ,

palhaçadas, teatro coral mímico(pantomina);

representações de feitosfamosos da história do mundo,do nosso país ou de lendaslocais;

realizações com o auxíliode luz e som - em movimentosrítmicos (poesia e imagem);

d r a m a s c u r t o s(dramatização), improvisações,orquestras, charadas, tentativasde espectáculos mais artísticos(bailados);

concurso de moda comdisfarces feitos de jornais ououtro material reciclável;

truques de magia eprestidigitação;

sombras chinesas; fabrico de disfarces,

máscaras e adereços paraactividades, caracterização;

utilização de fantochesou marionetas;

c a n ç õ e s , c o r o s ,aclamações, gritos, imitações;passatempos;

o r f e ã o , j o g r a i s ,fanfarras, conjuntos musicais;

d a n ç a s , b a i l a d o s ,folclore;

desenhos, caricaturas,fotografias, recortes.

Um monte de ocasiões: f ogos de conse lho ,

celebrações, festas Escoteiras ounão;

encontros,concentrações, desfiles;

torneios, concursos,excursões, campeonatos;

fóruns, feiras, arraiais,exposições, debates;

concertos, fest ivais,c o n s e l h o s , a c t u a ç õ e s e mhospitais, lares, orfanatos...;

projectos de actividades,seminários, congressos, serões.

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O COZINHEIRO…

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Provavelmente já reparaste que aalteração dos programas dasactividades, está intimamente ligadoao tempo da confecção das refeiçõesem campo. Mu i t as vezes asact iv idades são atrasadas ouanuladas, tornando-se em tardesperdidas.Para evitar estes contratempos cávai uma pequena ajuda.

O Cozinheiro é o Escoteiro que tratada alimentação da patrulha (bandoou equipa).Esta função tem direitos e deveres.Dos direitos ressalta o apoio quetodos os companheiros lhe devemdar: - lenha para a fogueira;- água para lavagens e para uso naalimentação;- ajuda directa na execução dastarefas culinárias.

Dos deveres consta:- alimentar convenientemente osseus companheiros;- saber tratar e combinar osnutr ientes de cada uma dasreceitas;- cumprir os horários;- variar as ementas.

Como todos os outros cargos, estedeve ser rotativo, não pode serdemasiado longo, para que possater outras oportunidades (nãocristalize na função). Não deve serdemasiado curto para que possaconsolidar o que foi aprendendo.

O cargo de cozinheiro deveránaturalmente induzir o Escoteiro,Lobito ou Caminheiro, a ultrapassar

a s d i f i c u l d ade s i n e r en t e s àrespectiva divisão:

ALCATEIA

O LOBITO – é o encarregado pelaalimentação do bando, e tem comoprincipais atribuições:

1. Ajuda a montar umapequena fogueira para acozinha, sabendo osperigos da propagaçãode incêndios.

2. A j u d a a c o z i n h a rd u r a n t e u macampamento de fim-de-semana, em fogão agás, sabendo as regrasbásicas de utilização.

3. Abre-latas de conserva,corta legumes e preparaas bebidas e refrescos.

4. Conhece as lenhas boaspara a fogueira.

5. M o s t r a a m á x i m ahigiene na confecção dacomida.

TRIBO

O ESCOTEIRO JÚNIOR – é oespecialista nesta área. O êxito ou ofracasso das actividades dependemem muito da alimentação:- deve possuir noções de dietética(calorias, vitaminas, etc.). - deve prever uma série de menusadequados ao tipo de actividade(não se come num Raid pelosarredores o mesmo que num Hikeem montanha).

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- deve ser o supervisor do materialde cozinha, bem como da instalaçãodesta em campo.- deve organizar as compras dosgéneros alimentícios.- deve ainda:

1. Montar uma cozinhaelevada e saber cuidardo material.

2. Cozinhar para a patrulha3 dias seguidos ou doisfins-de-semana (a lenhaou a gás)

3. Preparar uma peça dec a r n e c r u a ,demonstrando higienena sua confecção.

4. Fazer no mínimo, umarefeição em cozinhaselvagem.

O ESCOTEIRO SÉNIOR – de acordocom princípios dietéticos, elaboraementas para as actividades da suaequipa. Organiza a lista de génerose quantidades necessárias para umaboa confecção. Orienta o pessoaldestacado para a cozinha e distribuit a r e f as neces sá r i a s ao bomfuncionamento da cozinha.

1. Monta uma coz inhae l e va d a e o s s e u sanexos (mesa, guardalouça, despensa, etc.)

2. Cozinhar para a equipadurante 5 dias seguidosou 4 fins-de-semana.

3. Amanha e limpa peixe,prepara peças de carne(frango, coelho, etc.).saber fazer o cálculo dasquantidades dos génerospara cada refeição daequipa.

4. Fazer ementas para umasemana de campo de

acordo com o valorcalórico dos alimentos.

5. Fazer no mínimo, 3refeições em cozinhaselvagem, incluindo opão.

CLÃ

O CAMINHEIRO – é o mestrecozinheiro conhece todos os truquese técnicas para uma boa refeição emcampo. São capazes de cozinharpara grandes grupos e de orientar aconstrução de grandes cozinhass u s c e p t í v e i s d e s u p o r t a r adistribuição em larga escala em casode emergência ou catástrofe (noâmbito da Protecção Civil)

Primeira Colherada

Truques e Técnicas…

TEMPOS DE COZEDURAGÉNEROS TEMPOCarne guisada de vaca 2 a 3 HorasV i t e l a f r a n g o o ucoelho

1.30 Horas

Carne para assar oucarneiro (500g)

15 minutos

Porco ou vitela (500g) 30 minutosAve s d e c apoe i ra(500g)

25 minutos

Ovos (estrelados oumexidos)

3 minutos

Ovos (cozidos) 10 minutosPeixes pequenos ou àposta

10 minutos

Peixe frito 10 minutosL e g u me s s e c o s ebatatas

25 minutos

Hortaliças 25 minutosEmpadão (tempo de 10 minutos

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forno)Arroz 20 minutos

QUANTIDADES POR PESSOAGÉNEROS QUANTIDADESCarne com osso 200gCarne sem osso 120gSalsichas (grandes 2E m p a d ã o o uconservas

50g

Ovos 1Ovos (omoleta oumexidos)

2

Peixe 150gLegumes secos ,batas ou puré

200g

Batatas fritas 300gHortaliças 200gTomate 100gArroz 80gL e i t e ( p e q u e n oalmoço)

1/4litro

Pão (dia) 300g

CALORIAS DIAIDADES CALORIASCrianças de 6 anoa 1400Crianças de 10 anos 2000Adolescentes de 15anos

3200

Jovem 20 anos 3500Homem 3000Mulher 2200

MEDIDAS ESTIMADASOBJECTO QUANTIDADES1 colher de soparasa de farinha

15g

1 colher de soparasa de açúcar

20g

1 colher de sopacheia de farinha

25g

1 colher de sopacheia de açúcar

30g

1 caneca de águaou leite

¼ litro

1 caneca de farinha 130g1 caneca de açúcar 130g1 caneca de cacau 150g1 caneca de arroz 230g1 c a n e c a d elegumes secos

225g

1 caneca de sal fino 225g1 caneca de doceou compota

170g

Segunda Colherada

Cozinha de Campo

Não há actividades bem sucedidassem uma conveniente alimentação. As refeições consecutivas com baseem latas de conserva, em arroz, emmassa mal cozida ou batatasenresinadas, transformam empesadelo, aquele que devia ser umdos momentos mais importantes daActividade, contribuindo para adesmoralização dos elementos daunidade prejudicando a sua formafísica e saúde.Proporcionar uma boa alimentaçãoem campo, é uma das competênciaselementares dos Escoteiros.

A alimentação em campo deve terem conta três factores:

1. deve ser equilibrada.

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2. a sua composição deveestar de acordo com olocal e a época do ano.

3. as ementas devem serseleccionadas de acordocom as condições docampo e do número deelementos.

Para o primeiro factor deve ter-seem conta a roda dos alimentos e osvalores energéticos destes.Relativamente ao segundo factor, éimpo r t an t e uma i n f o rm açãoconveniente sobre os recursos daregião, pratos típicos e produtos daterra.Quanto ao terceiro, apela-se àt é c n i c a n o s e n t i d o d e s econseguirem pratos saborosos eoriginais.

Deve evitar-se: comer qualquer coisa. c o z i n ha r a l ime n t o s

duvidosos. u s a r u t e n s í l i o s d e

cozinha sujos. fazer uso das mãos

sujas. Desperdiçar as sobras. Comer à pressa.

A alimentação deve ser: Simples, mas suficiente. Boa, deve-se comer

co i s a s boas e bemfeitas.

Limpa, deve-se cozinharc o m a s p a n e l a stapadas, a rroz comcinza, frango com terraou massa de caruma,

n ã o a g r a d a m aninguém.

Os segredos do cozinheiro têm porbase:

o conhecimento dosgéneros normalmenteutilizados.

forma de os preparar. quantidades necessárias. custos das refeições.

Terceira Colherada

Avisos Ninguém deve ficar com

fome, mas também nãos e d e v e e s t r a g a rcomida.

Para que não aja percasde tempo, deve manter-se em permanência,uma boa reserva delenha cortada.

Não deixar acabar aágua potável.

N ã o u t i l i z a r r o u p afacilmente inflamável(nylon).

Acondicionarconvenientemente oscondimentos (pimenta,sal, colorau, canela, …).

A cozinha é para todos,independentemente dosexo.

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Ter atenção aos temposde preparação para quee s t a s e a p r e s e n t eagradável à vista.

As frutas e os legumesd e p o i s d econvenientementelavados, devem comer-se crus pois mantêm ossa i s m i n e ra i s e a svitaminas.

A c a r n e p o d e s e rs u b s t i t u í d a c o mvantagem por ovos,queijo ou peixe.

Não é saudável o abusodo pão, das batatas, dofeijão, de conservas, etc.

Alimentos mal cozidossão indigestos.

Os jantares devem serleves e de fácil digestão(cremes, arroz, leite,bolachas, biscoitos…)

Em caso de duvida, aágua deve ser fervida oudesinfectada.

R e s g u a r d a r o salimentos, das moscas,dos ratos, do sol, dachuva … dos gulosos.

Conselhos As ementas devem estar

p r o n t a s c o mantecedência, bem comoo m a p a d a squantidades.

Um bom cozinhado estádirectamenter e l a c i o n a d o c o m aqua l i dade dos seusingredientes.

As ementas e a suaapresentação devemvariar.

Os in i c iados devemcomeçar com receitassimples e ir progredindogradualmente.

Os alimentos devemestar em lugar fresco eseco.

A f r u t a f r e s c a e ahortaliça são essenciaisna alimentação.

Os restos de comidadevem ser devidamenteseparados em sacos ed e p o s i t a d o s n o srespectivos contentores.

O cozinheiro deve estarapresentável, se possívelde avental e barreterespectivo.

A apresentação dasr e f e i ç õ e s a g u ç a oapetite.

D e v i d o a o e s f o r ç oprovocado pele vida decampo, o pequeno-a l m o ç o d e v e s e rabundante e nutritivo.

O jantar não deve serabundante de modo ap e r m i t i r u m a f á c i ld i g e s t ã o a n t e s d orecolher.

Logo que termine aconfecção da refeiçãodeve colocar-se umap a n e l a d e á g u a aaquecer, que poderásutilizar nas lavagens.

A zona de cozinha deveser espaçosa e devee s t a r d e v i d a m e n t edelimitada.

Deve montar-se umafornalha elevada de

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modo a p ro tege r ohúmus do solo.

A l e n h a d e v e s e rarrumada em local ondese possa manter seca.

Deve-se montar umtoldo para proteger acozinha dos raios solaresou da chuva.

Quando se cozinha alenha o exterior dostachos e panelas deveser untado com gordura,facilitando assim a suaposterior lavagem.

O responsáve l pe lam o n t a g e m efuncionamento do sectorda cozinha, é sempre oCOZINHEIRO.

Horário mais conveniente: 08H30 Pequeno-almoço 13H00 Almoço 17H00 Merenda 19H30 Jantar 23H00 Ceia

Material de cozinha: Os tachos e panelas

d e v e m s e r l i m p o s(areados com areia oudetergente) por dentro epor fora.

To d o s o s o u t r o su t e n s í l i o s a p ó s autilização devem serdevidamente lavados emágua quente (pratos,travessas, talheres…).

As facas e os machadosd e v e m e s t a rpermanentementeafiados.

Os recipientes de lonadevem ser guardadosdevidamente secos e det e m p o s a t e m p o slavados com sabão.

Deve existir uma pápara a l impeza dascinzas.

Quarta colherada

Utensílios e material indispensávelpara um acampamento de longaduração

C a n t i n a c o m p l e t a( p a n e l a , t a c h o s ef r i g i d e i r a s , t u d oencaixado).

Marmitas com tampa. Passe-vite Dois baldes de lona ou

dois bidões para a água. Uma concha. Uma escumadeira. Um abre-latas. Um saca-rolhas. Duas bacias para lavar

louça. Fósforos (dentro de

caixa hermética). Um esfregão de loiça e

duas esponjas “palha-de-aço”.

Detergente para loiça. Sabão Pó de arear (ou areia)

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Panos para limpar ejornais velhos.

Sacos de plástico (paralixo, géneros, restos…)

Faca de cozinha. Garfo comprido. Travessas. C a i x a s d e p l á s t i c o

estanques. Pegas. Barras de ferro para

suportar as panelas aolume.

Fogão a gás com cargasde reserva.

Candeeiro. Pá para limpar a cinza. Colher de pau. Toalha de mesa em

plástico. Toldo para protecção

(sol ou chuva).

Quinta colherada

Cozinhar a lenha ou a gás

Para um bom fogo Escolhe um local onde o

vento não leve o fumo e

as faúlhas para cima dastendas.

C r i a u m a z o n a d esegurança em redor dofogo.

O fogo deve ficar isoladodo solo.

O f o g o d e ve e s t a rorientado no sentido dov e n t o , d e m o d o aconseguir-se um folenatural.

O fogo deve respirar,não deves acumularmuita lenha de modo aprejudicar a circulaçãodo ar.

U m a f o g u e i r a b e mordenada faci lmenteacenderá só com umfósforo.

Uma pequena fogueirac o m a l m a t e m avantagem da rapidez,emite pouco fumo eaquece bem. Quando tef o r e s e m b o r a t e n spou co s ve s t í g i o s adisfarçar.

Com o tempo húmido ep r e f e r í v e l a p a n h a rdirectamente a lenhadas árvores (galhosmortos) pois estão maissecos que no solo.

Para acendalha procuraa r b u s t o s , c a r u m a ,pinhas, erva seca… talhac o m o c a n i v e t epedacitos de madeira oucascas de árvore (armacom este material umapirâmide, completa-acom lenha fina e por fimtroncos mais grossos).

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Lenha mole, leve e defibras alongadas, acendefacilmente mas queimadepressa. Lenha dura,de fibras compactas,custa a acender mas fazfogos mais duradouros.

Lenha Húmida ou verdearde mal e provocamuito fumo.

Cozinha a gás…Como precaução aos grandesincêndios que têm assolado osnossos bosques, não é permitidofazer fogo nas nossas matas duranteos meses de Verão e em algunsl o c a i s d u ra n t e t o d o o a n o ,obrigando-nos assim,”sempre quepermitido”, cozinhar a gás.

As garrafas de gás autilizar não podem tercapacidade superior a 5Kg.

A coz inha deve serinstalada à sombra emlocal convenientementelimpo de modo a manteruma zona de segurança.

As garrafas de gás têmde estar sempre de pé.

Ao iniciar o fogo acendeprimeiro fósforo e sódepois abre o gás.

Cert i f i cas te de quefechas a torneira do gásapós cada utilização.

Não expor as garrafasde gás ou os cartuchosa o s o l o u atemperaturas elevadas.

A montagem da cozinhadeve ser feita de modo a

que as panelas fiquem auns 80 cm do solo,assim o fogão deveráe s t a r d e v i d a m e n t eescorado para que nãot o m b e e m q u a n t ofunciona.

Cumpre as regras desegurança como setivesses a cozinhar alenha.

É vedado o uso defogareiros dentro dastendas.

A util ização do gás,reduz o consumo delenha e o r i s co deincêndio, pode utilizar-se em quais querescondições metrológicas,r e d u z o t e m p o d econfecção e de lavagemde louça.

A utilização do gás reduztambémconsideravelmente oimpacto ambiental.

Sexta colherada

Uma boa alimentação é … a base da saúde e um

p r e v e n t i v o c o n t r adoenças.

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a que c o r r e s pondec o r r e c t a m e n t e a snecessidadesenergéticas (calorias),r e q u e r i d a s p e l oorganismo e lhe forneceproteínas, sais mineraise vitaminas.

o objectivo primário doc o z i n h e i r o . É u m aactividade que se vaiaperfeiçoando com aprática.

Raids, Hikes e Expedições

1. C o m i d a f r i a –“ s a n d u í c h e s , f r u t afresca, sumos e água”.

2. C o m i d a q u e n t e –“alimentos desidratados;n e c e s s i t a m d e 2 0m i n u t o s p a r a s u apreparação; necessitamde água.

3. Comida de alto valorenergético – “frutossecos ou passados ,q u a d r a d o s d emarmelada, chocolates,barra energéticas, etc.

4. O mais cómodo para acozinha em marcha, é ofogareiro a gás.

5. Se cozinhares a lenha,assegura-te que no finalapagarásconvenientemente ofogo deitando-lhe águaremexendo as cinzas embusca de brasas vivas.Disfarça bem o local.

6. Após as refeições todosos utensílios devem ser

cuidadosamente lavadose embalados.

Sétima colherada

EMENTAS TIPO

Pequeno-almoço: Le i t e , c e rea i s , pão

integral ou de misturacom manteiga.

Almoço: Arroz de grelos, peixe

frito, salada de alface,fruta e pão.

Merenda: Fruta.

Jantar: Salada de feijão verde,

batatas, cenouras, atume o v o s ( u m p o relemento), temperadacom azeite, azeitonas,fruta e pão.

Ceia: Bolachas com compota,

chá ou cacau.____________________________________

Pequeno-almoço: Café com leite, pão

integral ou de misturacom manteiga.

Almoço: M a s s a ( c o t o v e l o s ,

e s p a r g u e t e , e t c . )guisada com carne,

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sa l ada de a l f a ce etomate, pão e queijo.

Merenda: Fruta.

Jantar: A r r o z d e t o m a t e ,

azeitonas peixinhos dahorta, pão fruta e sumo.

Ceia: Bolos secos, chá ou

chocolate._____________________________________

Pequeno-almoço: Uma laranja, 50g de

figos, café com leite e100g de pão.

Almoço: Sopa de cenoura com

cebola e nabo; feijão-frade e atum, salada dealface e pão

Merenda: Fruta e chá de erva-

cidreira

Jantar: Sopa igual à do almoço;

massa gu isada comcarne, queijo, salada epão.

Ceia: Chá e bolachas.

_____________________________________

Pequeno-almoço: Leite com pão e mel.

Almoço: Caldo verde; arroz de

grelos com chouriço,salada de tomate, pão efruta.

Merenda: Fruta e iogurte.

Jantar: Sopa de cenoura, nabos,

ba ta ta e ve rdu ras ;Almôndegas com puréde batata, salada pão efruta.

Ceia: Bolachas com doce e

leite._____________________________________

Pequeno-almoço: Leite cereais e fruta.

Almoço: Sopa de cenoura, batata

e ag r i ões ; e rv i l hasg u i s a d a s e o v oescalfado, salada dealface, pão e fruta.

Merenda: Fruta e iogurte.

Jantar: S o p a d e e r v i l h a s ,

b a t a t a , c e n o u r ae n g r o s s a d a c o mmassinhas: costeletascom batatas, salada epão.

Ceia:

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Chá e bolos secos._____________________________________

Pequeno-almoço: Café com leite, pão e

manteiga.

Almoço: Sopa de batata com

hortaliça e alho francês;batatas guisadas comca rne e c ogume l o s(enlatados), salada dealface e tomate e pão.

Merenda: Fruta e iogurte.

Jantar: Sopa de batata com

cebola, feijão verde;bacalhau guisado combatatas salada pão efruta.

Ceia: Leite e bolachas.

_____________________________________

Pequeno-almoço: Cacau, pão e manteiga.

Almoço: Sopa de abóbora com

cebola e pão torrado;filetes com batata frita,salada e pão e fruta.

Merenda: Fruta e iogurte.

Jantar: S o p a ( i g u a l à d o

a l m o ç o ) ; a r r o z d e

ervilhas, almôndegas,queijo, salada pão esumo.

Ceia: chá, doce e bolachas.

_____________________________________

Pequeno-almoço: Fruta sumarenta, pão e

queijo.

Almoço: S o p a d e b a t a t a e

cenoura com hortaliça;massa gu isada comfrango, queijo (30 a40g) salada de cenourae tomate, pão e sumo.

Merenda: Fruta e iogurte.

Jantar: S o p a ( i g u a l à d o

a l m o ç o ) ; b a t a t a sguisadas com carne,cenouras e ervilhas,salada, pão e sumo.

Ceia: Bolos cecos e chá

_____________________________________

Pequeno-almoço: Papas de milho à qual se

junta uma colher das dechá cheias de açúcar ecanela (faz-se com águae leite) e fruta.

Almoço:

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Sopa de nabos coma b ó b o r a ; p u r é d ebatata, bife com ovo,salada de agriões ecenoura, queijo, pão esumo.

Merenda: Fruta da época.

Jantar: Arroz de ervilhas com

costeletas fritas, queijo,salada de época, pão esumo.

Ceia: Chá e bolachas.

_____________________________________

Oitava colherada

RECEITAS

Petiscos

Bananas à BrasileiraCorta as bananas em fatias delgadase ao comprido. frita-as em manteigacom muito cuidado para que fiqueminteiras. Depois de fritas coloca-asnum prato e polvilha-as com açúcare canela em pó. Come-as quentes.

Maçarocas assadasTira a palha à massaroca de milhoq u e a i n d a n ã o e s t e j acompletamente feita, deixandosomente a última camada. Abre estacom cuidado e retira a barba; fecha-a e coloca-a entre cinzas quentess o b r e u m a c a m a d a d e 5centímetros, coberta com outra de 2centímetros. Deixa-a na cinzadurante 15 minutos, retira-a elimpa-a para que saia toda a cinza.Come só os grãos. Podes besuntá-lacom manteiga ou temperá-la comsal e alho. As maçarocas de milhosão muito nutritivas e remédioeficaz contra a prisão de ventre.

Ovos de TomatadaDeita numa frigideira azeite, cebolase tomates às rodelas e sal. Deixaestar a cebola e os tomates atécozerem bem. Vai mexendo sempre.Depois estrela sobre este molho,dois ovos.

Pepino com recheio de LegumesCorta o pepino às rodelas, umascom 3 centímetros de espessura,outras com 1 centímetro. A maisgrossas escava-as no meio e enche-as com bocadinhos de tomate cru,cebola picada, azeite, sumo delimão e sal. Tapa-as com rodelasmais finas e serve-as frias.

Cenouras à EscoteiroRaspa, lava e coze levementealgumas cenouras inteiras. Esfria-ase corta-as ao alto, em quartos,retirando-lhe a parte esverdeadainterior. Passa-as depois por ovobatido, envolvendo-as em pãoralado e frita-as em azeite que jáesteja bem quente.

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Batatas fritas com Ovos batidosFrita batatas cortadas às rodelas (jápreviamente tomadas de sal) equando estiverem todas fritas,põem-nas novamente na frigideira.À parte tem já dois ovos batidos,que deitas sobre as batatas,mexendo rapidamente. Não dêstempo a que o ovo passe. Retira dolume e come-as.

Omeleta de Pão fritoPõe na frigideira a doirar sobre asduas faces, pequenas fatias de pão,em azeite. Junta dois ovos batidos,mistura e leva a fritar.

Croquetes de BatataC o z e e m á g u a a s b a t a t a s ,esmagando-as quando cozidas, eacrescenta-lhes salsa picada. Emseparado, bate dois ovos, depois deformados, os croquetes, passa-ospelos ovos batidos, e em seguida,por pão ralado, frita-os em azeite aferver.

Peixinhos da HortaCoze feijões verdes em pouca água,e, quando cozidos, escorre-os eembrulha-os em ovo batido e emseguida, se quiseres passa-os porpão ralado, fritando-os logo emazeite bem quente.

Panados de BatatasCoze um pouco as batatas, corta-asàs rodelas, passa-as por ovo batidoe pão ralado e frita-as em azeitebem quente.

Costeletas VegetarianasCouve-flor cozida, cortada aosbocados, embrulhada em ovo batido

e pão ralado e frito em azeite bemquente.

Pastéis EscotistasCenoura, couve-flor e cebola, tudocozido, miudamente picado euniformizado com ovos batidos efarinha de trigo dissolvida em água.Fazes uns pastéis, embrulha-os empão ralado e frita-os em azeite bemquente, de forma que fiquemcorados.

Arroz DoceLava bem o arroz e põe no a cozercom água, sal e manteiga. Quando oarroz estiver cozido, deita-lhe leite,uma casca de limão e açúcar (igualà quantidade de arroz). depois tira-odo lume e deita a gema, mexendobem. Já não vai ao lume com osovos. Polvilha-o com canela.

Maçãs AssadasColoca-as inteiras entre a cinza dafogueira. depois de assadas deita-lhes açúcar.

Omeleta de AgriõesEscolhe e lava os agriões, mergulha-os em água a ferver durante 5minutos. Tira-os depois, escorre-ose pica-os. Bate com eles dois ovos epõe -nos a f r i t a r em aze i t e ,enrolando a omeleta. A água quee s c a l d o u o s a g r i õ e s p o d e saproveitá-la para arroz ou para pôrpão dentro e fazer caldo.

Puré de Favas secas com AzeitonasQuando já não é tempo das favasverdes (as preferidas) lança mãodas secas, que prepararás daseguinte forma:

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Demolha-as , depo is coze-as ,descamisa-as , passa-as pe lopassador ou na sua falta esmaga-asbem e o puré que resulta deita-onuma vasilha com cebola muitopicada e um fio de azeite ou umpouco de manteiga. Se estiver muitoespesso, junta um pouco de água dacozedura das favas ou um pouco deleite. Antes de as comeres, deita-lhes umas gotas de sumo de limão.

Puré de Ervilhas secas Prepara-o como o de favas.

Puré de Ervilhas verdesCoze uma porção de ervilhas emágua e sal. Passa-as por umpassador. Voltam ao lume, ondeacrescentarás uns bagos de arroz eum pouco de salsa picada.

Filetes de AbóboraCorta a abóbora em talhadas e põea cozer em água e sal. Depois decozida corta-a em filetes, nãodemasiadamente finos, temperando-os com sumo de limão e sal. Esperaum pouco; passa os filetes porfarinha e ovo batido e frita-os emazeite bem quente.

Pastelão de Farinha com recheio deEspinafresDesfaz em água em sal, ou leite, umpouco de farinha e ovo, de maneiraa formar um volume de regularconsistência; vaza a massa nafrigideira que tenha azeite a ferver,e deita sobre ela os espinafres, jácozidos em água e com pouco sal, esobre eles o resto da massa. Emestando alourada a parte de baixo,volta-a.

Souflé de Nabiças

Coze as nabiças, espreme-as daágua, pica-as, mistura em seguidasal, uma cebola picada, 2 ovos comas claras batidas em espuma(castelo), algum azeite e uma colherde farinha. Frigir depois em azeitede forma que fiquem esponjosas.

Filhós de Pimento vermelhoAssa os pimentos, corta-os às tiras,passa-os por polme de farinha(massa pouco consistente) e frita-asem azeite bem quente.

Nabos à EscoteiroCoze os nabos em água e sal,cortados às rodelas; passa por ovo epão ralado e põe na frigideira aalourar. Deita-os num prato e cerca-os de farinha de milho preparadasegundo usual.

Cebolas EstufadasDescasca as cebolas de tamanhoregular e deixa-as alourar em azeitebem quente; junta 2 colheres defarinha e água que cubra as cebolase s a l ; d e i x a - a s e s t u f a rdemoradamente. Não estando omolho bem grosso, acrescenta-lheb a t a t a c o z i d a c o r t a d a a o sbocadinhos.

Couve lombarda EstufadaEstufa a couve lombarda em azeitee sal, uma cebola e um dente dealho picados, e miolo de pãoensopado em água e que depoisjuntas à couve.

Ovos com Farinha de CenteioBate dois ovos com farinha decenteio, desfeita em leite, cebolapicada e salsa; frita em omeleta oupastelão.

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Ovos com TomatesTira a pele e as sementes a doistomates, deita os mesmos em azeitefervente, mexendo-os para não sequeimarem. A parte, bate dois ovose junta-os aos tomates a ferver,mexendo e misturando tudo.

Croquetes de ArrozCoze-se o arroz, devendo ficarbastante seco, deixa arrefecer umpouco, junta azeitonas sem caroçopica-as e adiciona dois ovos. Misturabem; divide a massa em pequenosbocados, a que darás a formacilíndrica ou redonda, embrulha-aem pão ralado e frita em azeite aferver. Os croquetes só devem serdeitados no azeite quando esteestiver bem quente, fervendofortemente. Devem ficar bemdourados, voltando-os amiudamentena frigideira.

Batatas FritasDepois de descascadas e lavadas,corta as batatas às rodelas finas,deixa-as tomar sal, deita-as emazeite fervente e frita-as até ficaremde cor dourada, nem muito brandasnem muito rijas.

Batatas PanadasCoze as batatas com a casca, nãodemasiadamente; descasca-as,corta-as em fatias, molha-as emovos e sal, envolve-as em pãora l ado e de ixa-as t os ta r naf r ig ide i ra , f a t ia sobre fa t i a .Querendo, podes juntar pimentosassados cortados às fatias.

Pimento Frito

Corta os pimentos em bocados aocomprido, frita em azeite como sefossem batatas.

Arroz de Castanhas piladasDemolha em água as castanhas;deita-as a cozer em água suficiente;depois de cozidas deita-lhes cebolapicada e um dente de alho, azeite earroz. Quando cozido e enxuto, podeser servido.

Batatas com pimentosCoze as batatas com a casca edepois de peladas corta-as àsrodelas. Junta- lhes p imentosassados e cortados às tiras e porcima deita bastante cebola cortadaàs rodas finas e frita no azeite, como qual regas tudo.

Torta de BatataCorta às rodelas as batatas cozidas;bate dois ovos em que as envolves,com salsa, sal e cebola picada,formando um pastelão, que levas afritar em azeite bem quente.Quando a torta está loura de umlado, volta-a para alourar do outro.

Linguiças de PimentosBate farinha com água e ovo; cozeou assa os pimentos às tiras largas;envolve-os em farinha e frita emazeite.

Bolinhos de SêmolaEm água ou leite desfaz farinha ousêmola, junta ovo batido, salsapicada e sal. Vai deitando umacolher na frigideira desta massa,que se frita em azeite bem quente.Come-os com agriões.

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Bolos à ElvenseCoze batatas, amassa-as e junta-lhes cebola picada, salsa, farinha decenteio e dois ovos. Mistura tudomuito bem e frita-os em bolos. Sãomuito saborosos.

Fritos EscotistasCorta fatias de pão na forma deq u a d r a d o s e b a r r a - a s c o mmanteiga. Junta-as a duas e duas,mete-lhes pelo meio, fatias dequeijo. Passa depois por ovo batido,em seguida por pão ralado e frita-asem azeite. Para que os fritos nãofiquem muito secos, deves deixá-losembeber bem no ovo. Podes comerestes fritos com um prato delegumes cozidos.

EsparregadoDenominam-se esparregados asiguarias preparadas com ervascozinhadas e temperadas com azeiteou manteiga. Para fazeres um bomesparregado, coze as ervas, escorre-as e pica-as miudamente. Emseguida leva-as ao lume, tempera-as com azeite, alho e louro.Passados momentos, engrossa comum pouco de farinha ou miolo depão duro, ralado. Depois de feito oesparregado, podes enfeitá-lo compalitos de pão frito, azeitonas e ovoscozidos, picados ou cortados àsrodelas.O esparregado pode-se fazer denabiças, espinafres, grelos, urtigas,rama de beterraba ou de cenoura,folhas de alface, etc. Pode ser feitocom uma só erva ou com várias.

Ovos estrelados com PãoDerrete numa frigideira uma porçãode manteiga e polvilha-a com pãoralado. Abre então os ovos e

polvilha-os de sal e deixa-os fritarsobre o pão ralado.

Saladas

À EscoteiroLava cuidadosamente duas alfacesde tamanho regular, pica e junta aduas cenouras picadas (depois de asteres cortado em quatro partes aoalto e de lhes teres extraído o talointerior), algumas azeitonas semcaroço, um fio de azeite e 6 nozesesmagadas.

De AlfaceParte as folhas de alface aosbocados e lava-as; junta-lhe rodelasde cebola. Tempera com azeite, sale sumo de limão. Podes tambémacrescentar um pouco de coentrosou de hortelã picada.

De Alface, Tomate e CebolaCorta a alface e lava-a; parterodelas de tomate e de cebola,tempera com sal, azeite e sumo del imão. Podes juntar a lgumasazeitonas.

De BatatasDepois de cozidas as batatas,descasca-as e corta-as, aindaquentes, em rodas finas.Em água fervente coze dois ovos,que cortas também em rodas finas edispões com as batatas num prato.Tempera com azeite, alguma cebolacrua e salsa picada. Querendo podesenfeitar este prato com rabanetes,rodelas de tomate e azeitonas.

VariadaPrepara e lava cuidadosamente emvárias águas folhas de alface,

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agriões e chicória, junta cenourasraladas, rabanetes, rodelas decebola e azeitonas, que temperascom azeite fino.

De Pepino e TomateCorta pepino às rodelas, deixando-lhe um pouco da casca, escorre-lhea água, junta rodelas de tomate, decebola salsa picada, tudo istotemperado com sal e azeite.

De EsfalfadosCorta alface, tomate, cebola,cenoura e pepino, temperando comsal, azeite e azeitonas.

De AgriõesEscolhe e lava bem os agriões, tira-lhes os talos, junta-lhes olhos dealface e cebola cortada às rodelasfinas; tempera com azeite.

De Cenouras cozidasRaspa e co r ta a quant idadesuficiente de cenouras para fazerum bom prato, tira-lhes o talointerno e junta-lhes 2 cebolascortadas, uma talhada de abóbora eum pouco de azeite. Deita numavasilha e coze na menor quantidadede água possível.Ao resto junta azeitonas, um poucode azeite e o sumo de um limão.Mistura tudo muito bem e come com200 a 250 g ramas de f ru taoleaginosa.

De Ervilhas ou Favas tenrasCoze-se meio quilo de ervilhas oufavas tenras com 2 cenouras, 2cebolas descascadas e cortadas eum pouco de azeite. Depois decozidas, tira-as para um prato e

deita-lhes azeitonas, 2 tomates sempele cortados e azeite. Come comfruta oleaginosa.

De Beterraba cozidaDescasca e corta uma quantidadesuficiente de beterraba para fazerum prato abundante, junta-lhesuma cebola e uma cenoura peladase cortadas e leva ao lume a cozerem pouca água, com um pouco deazeite. Depois de tudo cozido, deita-as num prato e junta-lhes azeitonas,um pouco de azeite "e o sumo de 1limão e come com fruta oleaginosabem pelada (200 a 250 grs.).

De Nabos cozidos( C o m o a r e c e i t a a n t e r i o rsubstituindo a beterraba por nabostenros).

De Feijão verde cozidoTira os fios a 250 grs. de feijãoverde, parte ao meio, junta-lhesuma cebola e uma cenoura e cozeem pouca água, temperando comonas receitas anteriores. Come comfruta oleaginosa.

De TomatePela um ou dois tomates maduros,corta em rodelas finas para umavasilha, juntando rodas de cebola eazeitonas sem caroço. Tempera combom azeite.

De Feijão verde e Ovos cozidosTira os fios e os bicos aos feijõesverdes, corta ao meio e põe ao lumecom cenouras e cebolas, em poucaágua. Quando estiver o feijãocozido, tira-o e escorre-o da água.Tempera no prato com azeite e juntaazeitonas, rodelas de tomate, de

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rabanetes e de cebola, folhas tenrasde alface e rodelas de um ou doisovos cozidos.

VegetarianaCorta em rodelas finas cebolas erabanetes, que juntas a olhos dealface e agriões, temperando comazeite.

De Melão com BananasParte um melão ao meio (dá paraduas pessoas), tira-lhes a parteinterior não comestível e deita-lhedentro rodelas de banana; com umacolher mistura tudo, vai comendo everás como é bom e refrescante.

Salada BrasileiraAgriões, beldroegas, bananascortadas às rodelas, alface, azeite elimão cortado aos quartos, mesmocom a casca.

Salada ReiPica bem duas claras de ovo cozido,1 pepino e 2 cebolas; junta-lhes ummolho, já preparado, com 2 gemasde ovos cozidos, sal, azeite e sumode limão, tudo bem batido. Nessemolho deita as batatas cozidas edescascadas, ainda quentes, misturacom um pouco de leite, deixaarrefecer e come com salsa picadapor cima.

Pratos

Feijão verde guisado com OvosFaz um refogado com cebola etomate em azeite. Quando estiverloura a cebola junta-lhe o feijãoverde (já previamente lavado e

cortado ao meio), com um pouco deágua, para a cozedura.Depois de bem fervido, e doisminutos antes de retirar do lume,quebra dois ovos dentro, escalfa ecome.

Arroz à JaponesaPõe arroz numa vasilha, com a águaapenas suficiente para o cobrir, esal. Coloca ao lume a ferver, e,conforme a água for evaporando, vaiacrescentando de forma a conservarsempre a mesma quantidade delíquido. Mantém a fervura até que oarroz esteja cozido. Cessa então deacrescentar água, mas conserva emlume brando até ficar seco.

Grelos cozidos à EscoteiroDeita os grelos a cozer em águacom sal, a ferver. Conserva a vasilhadestapada, para ficarem os grelosverdes e frescos. Depois de cozidos,côa-os e tempera-os com azeite,alhos e azeitonas.

Arroz de PimentosNum refogado de azeite, cebola,tomate e salsa, deita pedaços dep imentos . Refoga tudo bem,acrescenta aos poucos alguma água,onde se deixa cozer rodo. Deita aágua precisa para cozer arroz e aolevantar fervura, deita o refogado eretira do lume quando cozido.

Cenouras GuisadasNuma vasilha faz um refogado, e,quando a cebola estiver loura, deitaas cenouras às rodas grossas e salsapicada. Mexe muito bem e juntauma porção de farinha desfeita emágua, deixa engrossar o molho ecoze tudo muito bem.

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Favas à MinhotaDescasca-as e lava-as. Põe-nasnuma vasilha com água, azeitesalsa, segurelha e sal.Q u a n d o e s t i v e r e m c o z i d a s ,acrescenta uma ou duas gemas deovo batidas.

Feijão verde de CeboladaQuando o feijão estiver cozido,escorre-o bem e refresca-o comágua fria. Numa vasilha à partedeita azeite, sal, rodelas de cebola ebocadinhos de tomate e um dentede alho esmagado. Apura por 5minutos, junta-lhe o feijão e deixaferver novamente por tempo igual.A c r e s c e n t a a o m o l h o u m aquantidade de farinha de trigo paraengrossar e podes comer.

Arroz de TomateColoca ao lume, numa vasilha comazeite, sal, cebola picada e tomates,limpos da pele e das sementes.deixa a lourar levemente. vaimexendo para não se queimar.Junta- lhe a água necessária.Levantando fervura, deita o arroz(já previamente lavado), que deixascozer em lume brando.

Feijão verde cozido com BatatasCoze feijão verde em tiras, combatatas, que depois de cozidas,cortas também em tiras, dispõesnum prato, e regas com o seguintemolho, que preparas assim: numavasilha com azeite, deita tomatescortados às rodas e leva-os arefogar, esmagando-os com umacolher; à medida que se refogam,acrescenta um pouco de água ondese cozeram os vegetais. Não precisade mais tempero.

Macarrão com CouvesDeita numa vasilha água a ferver,adiciona o macarrão, qualquer couveaos bocados e um re fogadoabundan te . De i xa coze r a tédesaparecer todo o caldo.

Ervilhas com OvosNuma vasilha, faz um refogado comazeite, cebola, alho, salsa oucoentros, tudo picado. Depois derefogado, deita-lhe dentro aservilhas descascadas. Deixa refogaras ervilhas durante algum tempo ev a i m e x e n d o p a r a s e n ã oqueimarem; em seguida acrescenta-lhe água em que se hão-de cozer esal. Quando estiverem já cozidasabre-lhe dois ovos dentro e retira dolume a vasilha.

Arroz de AbóboraFaz um refogado com azeite a fervere cebo la p icada, e mete- lhebocadinhos de abóbora, deixarefogar algum tempo. Vai mexendo.Deita água e deixa ferver. No meioda cozedura deita o arroz. Deixaapurar.

Cozido simples de ArrozNum litro de água põe a cozer umas100 grs. de arroz, uma cenoura euma cebola cortadas muito finas,mexe muito bem, até que levantefervura, depois deixa cozer em lumebrando, durante 15 minutos, demodo que fique enxuto. Come-ocom salada.

Feijão verde guisado com BatatasNuma vas i lha com aze i te oumanteiga, frita descascados oucortados em pequenos bocados:cenoura, um pouco de beterraba,

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alho, um pimento, cebola ou alho-porro e feijão verde.Quando estiver tudo alourado, juntatomate sem pele e cortado aosbocados (quando não houver tomatefresco, podes substituir por calda detomate ), deixa passar um pouco edeita a batata, mexe tudo algunsminutos. Acrescenta então água ese poss í ve l a fe rve r, só emquant idade suf ic iente para acozedura da batata, e deixa apurarem lume brando.

Feijão verde com Abóbora e NabosFaz um refogado com cebola eazeite, sem deixar alourar muito.Junta dois tomates pequenos sempele, depois deita o feijão, abóbora,nabos e batatas, tudo cortado aosbocadinhos.

Macarronete guisado com ErvilhasNuma vasilha deita azeite e cebolapicada, deixa só cozer a cebola noazeite, após, o que juntas a águasuficiente, põe o macarrão, umpunhado de ervilhas tenras e umacenoura às rodelas fazendo ferverem lume brando.

Ervilhas guisadas com BatatasNuma vasilha em azeite a ferver,deita cebola picada, sal e umacenoura partida às rodelas finas. Vaimexendo. Uma vez tudo alourado,junta um tomate cortado, sem pelecom um pouco de água. Deixa cozerbem. Jun ta - l h e ba t a t a s ao sb o c a d i n h o s e a s e r v i l h a sdescascadas e água suficiente.Deixa cozer. Vai mexendo semprepara não se queimar.

Ervilhas à Francesa

Deita manteiga numa vasilha que váao lume; guisa durante algunsminutos uma cebola, sal e depoiservilhas tenras e frescas. Vaimexendo sempre para não sequeimar. Junta salsa e uma folha delouro e um pouco de água. Coze afogo lento, vai juntando água senecessário, para evitar que aservilhas estejam em seco. Juntauma gema de ovo.

Papas de Milho à PortuguesaPõe ao lume uma vasilha com água,azeite e sal. Desfaz à parte, emágua fria a farinha de milho, quedepois a deitarás na vasilha quandoa água estiver a ferver. Ao deitar afarinha vai espalhando e mexendopara não formar grumos. Deixacozer bem e vai mexendo de modoque descubra o fundo da vasilhapara não se pegar. Querendo podesadoçá-las com açúcar ou mel.

Arroz de ManteigaLava o arroz e deita a cozer emágua fervente, com uma cebola euma cenoura cortadas, tendo ocuidado de tirar a parte interior dacenoura, por ser indigesta. Quandocozido, retira do lume e juntamanteiga fresca e uma gema deovo. Mexe bem.

Arroz de ErvilhasPica a cebola e refoga-a em azeite,com alho, salsa e tomate, deitando-os só, depois de a cebola alourar.Acrescenta a água suficiente para acozedura do arroz e junta-lheervilhas descascadas e cenoura àsrodelas deixando ferver. Quandotudo estiver quase cozido, deita oarroz, que deves deixar cozer bem.

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Flocos de Aveia com ErvilhasFaz um refogado de azeite, cebola,alho, salsa picada e bocados detomate l impos de pe le e desementes; quando a cebola alourar,acrescenta um pouco de água, equando ferver, deita ervilhas tenras,acrescentando, pouco a pouco, águafe r ven te , à med i da que f o rdesaparecendo durante a cozedura.Quando as ervilhas estiveremcozidas acrescenta os flocos comalgum sal, deixando ferver.

Flocos de Aveia cozidosCoze flocos, junta-lhes manteiga ouazeite fritos com um alho.

Beterrabas com Ervilhas finasCoze as beterrabas, corta-as àsrodelas, e salteia-as em manteigacom uma cebola picada e um dentede alho. Polvilha ligeiramente comfarinha, deita-lhe sal, ervas finaspicadas e um pouco de sumo delimão. Deixa ferver durante 15minutos.

Favas à TorrejanaDescasca favas e coloca-as numavasilha em azeite, sal e duas folhasde alhos novos. Tapa a vasilha ecoloca no fogão com lume brando,onde permanece até que as favasestejam cozidas. De quando emquando, sacode a vasilha sem adestapar, fazendo com que as favasmudem de posição para que fiquemcozidas e temperadas por igual.

Ervilhas guisadasNum refogado de azeite, cebola,alho, salsa e tomate, põe ervilhastenras a cozer, com um ramo decoentros e a menor quantidade de

água possível. Faz a cozedura com orecipiente tapado, para que sejamais rápido, e ainda para que ovapor produza o molho preciso paranão se queimarem.

Farinha de Milho com TomateFaz um refogado com azeite ecebola picada; deixa corar a gosto.Depois, deita rodelas de tomate sempeles nem sementes, salsa picada esal. Refoga tudo muito bem e vaimexendo sempre para não sequeimar. Vai mexendo aos poucos.Logo que tenhas de deitar a farinha,retira-a do lume. Deita a farinhanecessária num pouco de água fria edepois às colheres liga-a à calda. Vaiao lume a cozer.

Migas à EscoteiroCorta o pão às fatias e escaldas comágua a ferver e já tomada de sal.Numa frigideira põe azeite e alhos afrigir, que depois deitarás por cimado pão que já está ensopado. Podesjuntar um ou dois ovos, que serãocozidos na água que se ensopou opão. Podes juntar também poejos,hortelã ou coentros.

Sopas

Sopa RefrescanteDescasca uma ou duas beterrabas,corta-as em quatro partes ecozinha-as em água com um poucode sal, até amolecerem. Tira-as daágua e corta-as em talhadas finas. Àágua mistura o suco e pedaços dacasca de limão e adoça à vontade.Deita esta mistura fervendo sobreas talhadas. Conforme o teu gosto,podes engrossar com fécula. Podescomer a sopa fria ou quente. Fria

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tem efeito muito refrescante nosdias de calor.

Sopa de Pão com LeiteCorta o pão em fatias finas, deita-lhes depois água a ferver, cobrindo-as para inchar o pão. Tira a águaque sobra e deita-lhes leite fervido.Podes preparar esta sopa só comleite. É muito simples, fortificante esaudável.

Sopa de CastanhasTira as cascas exteriores dascastanhas. Cozinha-as, depois delimpas, em água com um pouco desal e esmaga-as. Frita em azeiteumas cebolas picadas com umpouco de far inha (d isso lv idaprimeiramente num pouco de águafria),juntando depois as castanhasesmagadas. Adiciona-lhe leite,d e i x a n d o f e r v e r t u d o junto,mexendo continuamente. Come-ascom quadradinhos de pão torrado.

Sopa de Pão escuroCorta o pão integral às fatias,mistura-lhe um pouco de alho,cebola picada, sal e azeite. Deita-lheágua a ferver em cima. Cobre asopa e deixa assim estar algumtempo para que inche o pão. Podesadicionar a esta sopa um ovobatido.

Bebidas

Café à EscoteiroPõe água a ferver, quando levantarfervura deita-lhe o pó de café; mexeum pouco e tira do lume. Parasubstituir o coador, uma brasa dofogo ou um pouco de água fria e o

pó depositar-se-á rapidamente nofundo.

Chá à EscoteiroPõe um pouco de chá na vasilha ederrama-lhe água a ferver.

Cacau/Chocolate à EscuteiroDesfaz o pó em água fria ou leite, edepois põe a aquecer.

Outros

Alimentos SelvagensAgriões, aipo, beldroegas, espargos,be te r raba , r ábano- s i l ves t re ,chicória...

Frutas SelvagensMedronhos, amoras, pinhões,cas tanhas , f i gos de p i t e i ra ,cogumelos (só para quem tenhagrande experiência em reconheceros comestíveis e os venenosos),bo lo tas , ave lãs , tâmaras depalmeira...

A todas estas sugestões, junta-lhe a tua criatividade!

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ALIMENTAÇÃO NA MONTANHA

P o d e m o s f a z e r u m adi ferenciação na a l imentaçãoconforme o tipo de actividade quevamos desenvolver.

Assim temos em primeirolugar a alimentação para um dia deactividade isolado, e em segundolugar a alimentação para uma acavidade de vários dias incluindonoites passadas na montanha.

Independentemente do tipo deactividade que vamos realizardevemos considerar que a comida éo combustível que nos vai manterquentes e em movimento. Por estemotivo devemos escolher alimentosricos em calorias.

Se a alimentação não foradequada corremos o risco deexaustão.Este risco é ainda maior em

condições de frio e humidade ou, sepor algum razão a nossa roupa se

mostra incapaz de nos manterquentes.

Assim, a energia perdida sob af o r m a d e c a l o r d e v e s e rrapidamente reposta por meio dealimentos facilmente assimiláveis.

Os al imentos, em geral ,devem ser de rápida e fácil digestão.

Outro factor importante é opeso. Deve-se evitar carregar commuitas conservas e frutas frescaspelo seu elevado peso.

Ass im devemos escolheralimentos que sejam leves, e defácil transporte e conservação. Osalimentos que melhor satisfazemestes requisitos são os secos e osdesidratados ou liofilizados; ex.:puré de batatas em vez de batatas,massa, sopas de pacote e vegetaisliofilizados.

Para actividades de um só dia,algumas sandes serão o suficientese nos tivermos precavido com umbom pequeno-almoço antes do inícioda actividade.

Pelo contrario, se a actividadeé de vários dias devemo-nosassegurar de que a d i e ta érazoavelmente equilibrada, senãocomeçaremos a perder forças.Para este último tipo de actividadesos alimentos devem ser tambémfáceis de cozinhar, poupando assimtempo e combustível. Só por estemotivo aconselhados os alimentospré-cozinhados.

COMO E QUANDO COMER?C o m e r p o u c o m a s

f r e q u e n t e m e n t e é a r e g r afundamental da alimentação namontanha que permite que oorganismo se encontre sempreregularmente, nutrido. O corpo

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possui uma. reserva básica deenergia que deve ser continuamentereposta de modo a que nunca seesgote.

Esta possibilidade é aindamaior em condições de exposição aofrio, chuva e vento, sendo entãonecessária uma maior quantidade dealimentos ricos em açúcar e, sepossível, bebidas quentes.

O p e q u e n o - a l m o ç o é aprimeira refeição do dia e semdúvida a mais importante, pois éatravés dela que vamos adquirir aenergia a necessária para um dia dedura actividade. Um bom pequeno-almoço antes da partida é poisindispensável.

A segunda r e f e i ç ão emimportância é o jantar que terálugar somente no fim do dia, depoisde montado o acampamento.

Durante a actividade marchadevemos ingerir frequentementepequenas quantidades de alimentosde alto valor calórico e energético ede rápida assimilação.

Durante a marcha, a comidado dia deve ir já preparada, devemevitar-se paragens demoradas quetrazem consequentes perdas deritmo, aproveitar as paragensnecessárias para a orientação oupara arranjar uma bota, pararapidamente comermos algumacoisa.QUE BEBER E QUANDO BEBER?

De modo algum se devembeber beb idas a lcoó l i cas emqualquer quantidade. Estas bebidaspe r t u r b am o t e rmós t a t o d oorganismo fazendo com que seperca calor rapidamente e, uma vezpassado o efeito, encontrar-nos-emos bastante mais fracos queantes.

As bebidas aconselhadas são:a água simples ou composta com sale açúcar e o chá.

Não bebe r em demas i adurante o dia, pois com o estômagocheio não se pode caminhar bem equanto mais se bebe mais se sua.D e p o i s d e u m d i a d e d u r aactividade, necessitamos de um adois litros de água, quantidade estaque depende do esforço dispendido,da temperatura e da altitude.

Esta quantidade deve serreposta ao fim do dia por meio desopas ou chás. A composição daágua com sal e açúcar é necessáriaprincipalmente quando a água queutilizamos é proveniente do degelo.

RAÇÃO DE EMERGÊNCIAÉ uma reserva de alimentos a

serem consumidos somente emsituações de emergência.

É de primordial importânciaem marchas programadas para umsó dia em que nos podemosencontrar em necessidade de fazerum bivaque inesperado.

Os alimentos que a compõemdevem ser leves e ocupar poucoespaço e t e r um a l t o va l o renergético (chocolate, ovomaltineem barra, bolo de frutas, torrão efrutos secos).

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LISTA DE ALIMENTOS E SUADISTRIBUIÇÃO PELAS REFEIÇÕES

Pequeno-almoçoMuesli ou flocos de cereaisLeite ou cháAçúcar, marmelada, melCompotas, chocolatePão, bolachas, manteigaOvos, queijoTartex, enchidos

Para o jantar.Sopas, guisados, arrozEsparguete, puré de batataCarne em lata, conservasSalsichas, enchidos, presuntoPasta de fígadoPara durante o diaChocolate, rebuçados, melFrutas secas, salgadinhosTorrão, almendradosSumos de fruta, frutaBolachas, marmeladaCompotas, queijoTartex, enchidos

CeiaQueijo, chocolateBebidas quentesBolachasRebuçados

Esta lista pretende dar aconhecer os possíveis componentesd e c a d a r e f e i ç ã o , n ã o t e mnecessariamente de incluir todos ositens descr i tos. Compete-voscompor cada refeição conforme ovosso gos to, respe i tando osprincípios básicos acima descritos,tendo em conta que vai necessitarem média de 3000 calorias diárias.

QUANTIDADES DIARIAS (exemplo)leite em pó 50gOvomaltine ou chocolate 25gManteiga 50gAçúcar 50gQueijo 100gFruta cristalizada 50gPassas 100gEnchidos 150gCubos de caldo 5Chocolate 30gChá 2gTorrão de frutas 30gAlmendrados 30gFrutas secas 30gSopas de pacote 1

PRINCÍPIOS GERAIS

1 – Vai para a montanha saudável ebem alimentado.

2 - P e n s a e p l a n e i a c o mantecedência o tipo de actividadea d e s e n v o l v e r econsequentemente a alimentaçãoque deverás fazer.

3 - Alimenta-te bem de manhã e ànoite, para o poderes fazer emmelhores condições de tempo ecalma.

4 – Para estas refeições escolhealimentos quentes. De manhãricos em glícidos, à tardinha maisricos em gordura.

5 – Durante a actividade não tesobrecarregues com refeiçõescopiosas, aqui usa de preferênciaalimentos secos, ricos em sal eaçúcar.

6 – Durante as horas de calor e dei n t en sa a c t i v i d ade não t eencharques com água. Bebe bemantes e depois. Nunca uses águasimples no cantil, prefere chá

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f r a c o , s u m o d e f r u t a o upreparações próprias.

7 – Usa de preferência alimentospré cozinhados e conservados(enlatados, enchidos) poupastempo e combustível.

8 – Cumpre rigorosamente asinstruções dos fabricantes quandousares enlatados, desidratados ouliofilizados.

9 – Usa aditivos minero vitamínicosem actividades importantes e delonga duração.

10 – Traz sempre contigo umaração de sobrevivência. Pode ser-te vital.

11 – T e m b o m s e n s o n apreparação da alimentação demontanha. Consulta especialistascompetentes e bibliografia bemelaborada antes de preparares aalimentação para uma actividadede longa duração, ou umaexpedição.

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O GUARDA MATERIAL

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PARTE UM

O Guarda do Material...Guarda do Material é o escuteiro que

vigia todo o material a seu cargo, que sepreocupa com a sua conservação e arrumação,que o distribui e recolhe.

Somente ele o pode emprestar,passando essa ordem pelo guia, emdocumento escrito e assinado, de forma apoder efectuar o seu controlo.Antes de cada acampamento faz minuciosainspecção a cada peça do mater ial(especialmente às tendas). Esta tarefa parece àprimeira vista muito simples, mas narealidade exige trabalho e competência.

Após cada acampamento, solicitacolaboração dos membros da sua Patrulhapara efectuar as reparações detectadas;também é o escuteiro que faz a lista das coisasnecessárias e apresenta-a ao guia, paraposterior tomada de decisão em local próprio.

LobitosÉ o encarregado da conservação do

equipamento e material. Terá como principaisatribuições:

Inventariar e cuidar do material dobando;

Controlar a saída do mesmo ecuidar da sua conservação earrumação;

Propor a compra de equipamento ematerial para o bando.

Escoteiros JunioresÉ o responsável do material de

acampamento da patrulha: a tenda e os seusa c e s s ó r i o s , u t e n s í l i o s d e c o z i n h a ,ferramentas... Dentro das suas atribuiçõesinclui-se:

I n v e n t a r i a r e c a t a l o g a r oequipamento e mater ia l dapatrulha;

Controlar as suas saídas e entradas; Prever o equipamento necessário e

requisitar o mesmo para asactividades da patrulha.

Escoteiros SenioresÉ o pioneiro que tem ao seu cuidado o

património da equipa: material de campo,troféus, galhardetes e outros bens. Dentro dassuas responsabilidades inclui-se:

Manter actualizado o registo domaterial: quantidade, data;

Z e l a r p e l a c o n s e r v a ç ã o emanutenção de todo o materialexistente e guardá-lo em localadequado;

Controlar e coordenar as saídas eentradas do material;

Ser responsável por requisitar aogrupo o material necessário para asactividades.

CaminheirosNas suas atribuições terá principal

relevância: Manter o inventário do património

actualizado; Controlar a distribuição/recepção

dos bens à sua responsabilidade,durante as actividades;

Ordenar e arrumar em localpróprio, as peças do material;

Propor em reunião ou conselho, acompra de material, atribuindo-lheas respectivas prioridades;

Possuir conhecimentos técnicospara a conservação do material eequipamento da equipa;

Saber utilizar eficazmente ainformática (por exemplo numprograma de controle de stocks).

Aviso importante -Se este cargo fordemasiado estável (longo), o seu detentorcorrerá o risco de se "cristalizar", de seespecializar em demasia, não descobrindooutras oportunidades. Se o cargo fordemasiado instável (curto), o seu responsávelnã o t e r á t e m p o d e c o n s u m a r u m aaprendizagem suficiente do mesmo.As funções de Guarda Material do clã,poderão ser exercidas por um caminheiro com

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esta função a nível de equipa, de harmoniacom as características do seu funcionamento.Assim, libertará a Equipa de Animação àsfunções propriamente educativas. Este devesentir-se com responsabilidades sobre aquiloque, na realidade pertence ao clã.

NOTA: É conveniente que esta duplicação defunções, não prejudique o seu trabalho emequipa, onde está inserido.

PARTE DOIS

Esquema de progresso...É vulgar encontrar, tanto nas provas

como nas especialidades, ocasiões paraprivilegiar conhecimentos a serem aplicadosnesta função. Dessas ocasiões destacamos:

Lobitos… Saber enrolar uma espia. Saber a importância de cada

objecto ter o seu devido lugar, emcasa, na escola, na sede.

Saber escovar roupa. Fazer um trabalho de artesanato,

de utilidade para o seu covil. Desempenhar durante um período

(mínimo 3 meses) um cargo nobando.

Fazer um objecto de utilidade paraa alcateia.

Escoteiros Juniores… Saber fazer o botão de falcaçar. Saber as regras de utilização e

limpeza dos utensílios. Arrumar o equipamento da

patrulha. Saber fazer um inventário do

material da patrulha. Utilizar os diversos utensílios de

campo, pondo em prática todas as

regras de segurança e arrumá-losno estaleiro.

Fabricar um objecto de utilidadepara a patrulha.

Fabricar um objecto de utilidadepara a Tribo.

Escoteiros Seniores… Fazer a manutenção da tenda da

sua equipa. Falcaçar a espia... enrolar a corda. Executar numa oficina (atelier) em

que tenha de reparar e afiar asferramentas... executar protecçõesespecíficas para Seniores.

EspecialidadesSão várias as especialidades que

podem reforçar o anteriormente mencionado:

Guia de Região... saber onde fica o banco...

Bom Consumidor...

saber conferir os talões (facturas),com os preços marcados nosprodutos escrever no caderno decaça, os gastos e as receitas que forfazendo semanalmente...

Comunitário...

fazer uma colecção de moedas,no ta s ou se lo s dos pa í se scomunitários...

Informático...

saber para que serve uma folha decálculo.. . saber ut il izar umprograma de base de dados oufolhas de cálculo...

Alfaiate...

Coser um rasgão e passajar; coserà máquina...

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Correeiro...

Coser com duas cerdas; fazer umobjecto de pele à escolha...

Faz-tudo...

Pintar; soldar um arame; construirum objecto de utilidade...

Metalúrgico...

Limar, serrar meta; saber trabalharc o m a l g u m a s f e r r a m e n t a smanuais... Como podes verificar,muitas destas provas, tantoa p a r e c e m n o e s q u e m a d eprogresso como nas competências.Não é necessário duplicar asp r o v a s , e x c e p t o e n q u a n t odesempenhas esta função. Porém,há muitas provas que se repetemao longo da tua permanência destecargo.

PARTE TRÊS

O material

Para todas as actividades, sejam saídasou acampamentos, todos os pequenos gruposdevem possuir material próprio, em seu poder.

Os escuteiros podem e devem tambémfabricar algum desse material.Eis aqui uma lista tipo ideal do material quese deve procurar possuir ou a vir a adquirir,num futuro próximo.

Material de campo:

Tendas (para 4 a 6 pessoas)com prumos e estacas.

Tapetes de chão e duplostectos.

Candeeiros (a petróleo, a gásou a pilhas).

Panos impermeáveis (paratoldos).

Panos de chão (para resguardose latrinas).

Sacos de lona (para transporte).

Utensílios:

D u a s m a c h a d a s c o mresguardo.

Pá. Picareta. Serra ou serrão, para madeira. Trado. Lima triangular. Pedra de afiar. Pedra de óleo. Maço (de madeira ou borracha

dura). Alguns rolos de sisal. Pontas diferentes para o trado Martelo. Fita métrica. Alicate universal. Arame. Espias e cordas. Formão. Grosa...

Material de cozinha:

Cantina completa. Duas frigideiras. Baldes de lona ou bidões, para

água. Faca de cozinha. Concha. Escumadeira. Garfo de fritar. Duas colheres de madeira. Abre-latas. Saca-rolhas. Pegas. Várias caixas de plástico

(farinha, café, açúcar, sal.). Passevite. Fogão a gás.

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Toalha para a mesa.

Sacos de lona para transporte. Ferros para grelha. Alguidares para lavagens. Fósforos. Jornais. palha d'aço. Esfregões. Panos da loiça...

Material de higiene:

Papel higiénico Saboneteira com sabão. Alguidar de plástico ou lona. Sacos para o lixo...

Primeiros socorros:

Bolsa, bornal ou caixa.(Eis uma lista de produtos

indispensáveis que a mesma deveconter)

.Agua oxigenada. .Álcool a 90°. .Tintura de iodo. .Betadine (solução externa). .Éter. Amoníaco (para as picadas). A l g o d ã o , l i g a d u r a s e

compressas (diversas medidase tamanhos).

.Gaze esterilizada e gazegorda.

Tesoura, pinça, alfinetes dedama, agulhas e linhas.

Termómetro. Lamparina e vela. Caixa de fósforos. Moedas para o telefone. Adesivo e pensos rápidos

(diversos). A l g u n s m e d i c a m e n t o s :

aspirinas, aspergic, argirol,bicarbonato de sódio, glicerinalíquida, pomadas...

Material técnico: (*)

Cartas topográficas e bolsa. Bússolas. Duplo decímetro, compasso de

bicos e curvímetro. Lápis preto e de cores. Prancha de desenho, papel e

pioneses. Grelha para panorâmicas. Cordas e espias. Bandeirolas de sinalagem. Chave morse. Diversos: apito, apara-lápis,

xacto, transferidor, régua demilésimos...

(*) Este material por sua vez, pode serdividido em material de instrução,topográfico , desenho, t ransmissões ,fotografia, etc...

Material para Fogos de Conselho:

(Este material depende do estilopróprio das realizações, bem como,dos costumes da Unidade)

Tecidos de cores diversas. Fios para fabricar barbas,

bigodes e cabeleiras. Cartão e papel para máscaras. C a i x a d e m a q u i l h a g e m

(batons, lápis, base, rouge...). Caixa de costura (agulhas,

linhas, botões, alfinetes...). Instrumentos musicais: flautas,

pandeiretas, harmónicas, tan-tan, tambor, guitarra, etc.

Agrafador...

Material para especialização:

Espeleologia -Capacetes ,e s c a d a s , t e l e f o n e s ,candeeiros...

Montanhismo -Cordas, pitons,martelos, piolet, mosquetões...

Mergulho -Garrafas, coletes,barbatanas, máscaras, cintos...

Material para jogos:

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(Este é constituído em função dosjogos que mais gostam e da idade dosparticipantes. Grande parte destematerial também pode ser fabricado,pelos próprios elementos.)

Jogos de pista - Lãs de cores,giz, carvão, papelinhos decarnaval, areia ou gesso,caroços de frutos, vassoura,seixos, sapatos com pregos oubengala ferrada...

Jogos de prisão - Bandeirolas,lenços, números de cartão outecido, cartolinas...

Jogos nocturnos: Apitos,lanternas, bandas reflectoras,relógio despertador...

Jogos desportivos: Bolasgrandes e pequenas, corda,para tracção, bandeirolas paramarcações, rede de voleibol...

Evidentemente que toda estalistagem se encontra, para uns exagerada,para outros incompleta e até para outrosnada a propósito para esta ou aquelaDivisão. Ela apenas procura ajudar-te nassubdivisões que deves efectuar no teuregisto.

Património do Canto: Mesa e bancos Armários Prateleiras

Quadros Arca ou baú Vareiro Painel Candeeiro Rádio Varas Bandeirola Diversos: Livros, material de

e s c r i t ó r i o , p e q u e n a sferramentas, recordações,prémios...

PARTE QUATRO

A relação do material...

Todo o material deve ser dividido porespécies e anotado numa relação (lista deinventário).

( Esta relação pode ser constituída numcaderno liso com capas duras, ou por folhassoltas arquivadas numa pasta ou em capaplástica).

To d a s a s p á g i n a s d e v e m s e rnumeradas, deixando a primeira folha paraíndice. Estabelece determinadas páginas paracada uma espécie dos bens, como sejam decampo, instrução, jogos, etc.

Apresentamos um exemplo:

Todo o material tem um tempolimitado de duração, por isso, o valor(actualizado) deve ser ajustado no início decada ano escutista ou na rotação dos cargosde cada Patrulha. Nessa altura os valoresdevem ser amortizados, de acordo com o seuuso e estado aparente, peça por peça.

Deves possuir ainda um pequenolivro, picotado ao meio, para controlar assaídas e entradas do material.

De cada lado escreves o nome doelemento, a descrição das peças distribuídase a data da sua saída. O elemento leva essetalão ficando em teu poder o livro. Quandoda devolução do material, deves anotar noteu livro essa data, bem como indicar em

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Nº deordem

Data deaquisição

Descrição dos bensValor

dacompra

Vaporactual

Obs.:

1 11 Jan 01 Tenda “Iglo” - 6 lugares € 190 € 1802 16 Mar 01 Cantina com 5 peças € 42,5 € 353 12 Abr 01 Machada c/ resguardo € 21,5 € 19 lona4 26 Abr 01 Candeeiro Campingas € 12,5 € 105 03 Mai 01 Lima triangular c/ cabo € 2,25 € 26 19 Jun 01 Espia de algodão – 10 mt € 19,5 € 17,5

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folha própria, algumas deficiências, faltas ouperdas informadas, ou que tu próprio naaltura possas observar *. Estes dados sãoimportantes, tanto para informar o guia,como também para efectuar as respectivasreparações ou reposições.

* - É o caso da falta de um esticador; dees tacas ou um prumo de a lumínioamachucado, um vidro de candeeiro partido,etc.

FicheirosUma das formas de efectuar o

controlo do material é montar umsistema de fichas.

Por cada peça do equipamento éfeita uma ficha, onde consta: o númerode ordem do inventár io; a suadesignação; data de aquisição; se foicomprada ou emprestada, e neste casopor quem; datas de saída e entrada; aquem foi distribuída; estado deconservação; etc.

As fichas podem estar arquivadasnuma caixa (que constitui o ficheirobase) e quando qualquer peça sai dodepósito, também a ficha sai dessearquivo e vai ocupar outra caixa,designada por "Material em Serviço". Aficha só volta (devidamente anotada)para o ficheiro base, quando a peça fordevolvida.

A separação das espécies, járeferidas, pode ser feita através dacolocação de "cavaleiros" que tomamesta designação porque são colocados naparte superior, em fichas mais grossas,referenciadas, podendo até serem decores diferentes.

NOTA: Atenção muito especial ao

material emprestado. Este deve merecerum tratamento especial: primeiro a suarápida devolução, juntamente com osagradecimentos da cedência e emsegundo lugar o mesmo deve ser

entregue tal como foi recebido, senãoainda melhor. Lavado, seco, escovado,polido...

Atenção! O material é caro e oescuteiro é económico! Como é possívelter boas actividades sem bom material?

O material comprado pela tuapatrulha ou que a Divisão coloque aovosso uso, deve estar sempre pronto aentrar ao serviço.

O importante é que os escuteirosestejam "O Melhor Possível", "SemprePronto".

PARTE CINCO

Definições....

O Guarda do Material é aqueleque vigia para que o material nãose perca nem se estrague.

O Guarda do Material é aqueleque conserva e limpa o material,para que este dure mais.

O Guarda do Material é aqueleque tem sempre em boa ordem o"inventário" de todo o material.

O Guarda do Material é aqueleq u e anualmente fornece à chefiauma cópia do " inventá r io"actualizada.

O Guarda do Material é aqueleque informa o guia das compras aefectuar indicando as suasprioridades.

O Guarda do Material é aqueleq u e distribui o material peloselementos, para o seu transportenas actividades.

O Guarda do Material é aqueleq u e arruma o material de umaforma ordenada e racional, demaneira a poder ser rapidamentelocalizado.

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O Guarda do Material é aqueleque marca peça por peça, todos oscomponentes do seu equipamento,usando as cores dos bandos,patrulhas ou equipas, ou um sinal acombinar.

O Guarda do Material é aqueleq u e efectua as reparaçõesnecessárias, para que este seencontre sempre operacional.

O Guarda do Material é aqueleq u e empresta qualquer objecto àsua guarda, mesmo que fora daU n i d a d e , m a s s ó c o m aautorização da chefia.

O Guarda do Material é aqueleq u e faz minuciosa inspecção acada peça do material, o querequer alguma experiência.

O Guarda do Material é aqueleque solicita apoios e colaborações,quando as peças do material sejammuito, grandes e pesadas oumudem de local.

O Guarda do Material é aqueleq u e para grandes actividades eviagens longas, arruma e encaixotao material para o seu transporte.

O Guarda do Material é aqueleque guarda a chave do local ondeo material está depositado.

O Guarda do Material é aqueleque sempre que lhe seja ordenado,apresenta a sua arrecadação,armário ou depósito, para que sejaefectuada qualquer revista deinspecção, de rotina ou não.

O Guarda do Material é aqueleq u e em campo pode assumir afunção de manter o estaleiro emdevidas condições de utilização ouapoiar o seu responsável.

Guarda do Material é aquele quearrola o património e se encarregade o distribuir pelas diversas áreas,no seu inventário.

O Guarda do Material é aqueleque gosta de utilizar as mãos, para

trabalhos de serrar, limar, polir,pintar, lavar, coser,... e prestaroutros serviços úteis.

O Guarda do Material é aqueleque efectua as compras no S.M.U.,em lojas escutistas ou casas daespecialidade.

O Guarda do Material é aqueleq u e acompanha as novidades domaterial, quer visitando exposiçõesquer a t ravés de ca tá logos ,mostruários ou em revistas.

O Guarda do Material é aqueleq u e na distribuição do materialtem em conta o seu peso, volume,dias de utilização e ainda acapacidade física do portador.

O Guarda do Material é aqueleq u e juntamente com os outrosGuardas do Material, durante osprojectos, formam a comissão doequipamento.

O Guarda do Material é aqueleq u e em caso de necessidadepromove os despachos, seja porcomboio, camião, navio ou avião.

PARTE SEIS

Os inimigos...

Eis a relação dos mais directos"inimigos" do Guarda do Material, a eliminarrapidamente, antes que eles ataquem a fundoo vosso material.

A chuva - Porque cria condições paraaparecerem outros inimigos. Atacamprincipalmente nos tecidos e nas peçasmetálicas...

A humidade - Porque cria condiçõespara apodrecerem as tendas e enferrujar asferramentas...

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O bolor - Porque cria condições paradeteriorar os tecidos, retira-Ihes a cor eenfraquecer a textura...

A ferrugem - Porque cria condiçõespara estragar as peças metálicas, corrói-as eretirar-lhes a operacionalidade...

As bocas - Porque cria condições paratomar inoperante os gumes das ferramentas...

A sujidade - Porque cria condiçõespara o desleixo, falta de higiene e até mausodores…

A gordura - Porque cria condiçõesnegativas, nos utensílios da cozinha, podendotransmitir maus sabores...

A lama - Porque cria condições paradanificar as peças do material, principalmentese seca....

O sol - Porque cria condições paraenfraquecer as fibras das cordas, prejudicardirectamente o material, ressequir e queimar...

O pó - Porque cria condições paracausar danos em peças do equipamento, maissensível...

O ranço - Porque cria condições aomau cheiro e sabor, pela alteração dassubstâncias gordas...

O fogo - Porque cria condições paraque apenas uma faúlha... possa inutilizartotalmente uma tenda ou ainda muito pior...

Estes "inimigos" e possivelmenteoutros que conheças, podem fazer maisestragos num momento, que durante os anosprevistos para a sua duração.

PARTE SETE

Marcar o material...É necessário marcar todas as peças do

material, por exemplo com listas das cores dobando, patrulha ou equipa, a fim de evitartroca de peças, entre os pequenos grupos ouDivisões. Quando a Equipa de Animaçãodistribui peças novas, mais fácil é essaconfusão, se o mesmo não for marcado.

Todo o material não marcado, dáautoridade a bem da Divisão, ser remetido denovo à chefia, para posterior atribuição.

O material poderá ser marcado comum pincel fino, usando tinta ou com uma limatriangular, abrindo uns rasgos e depois pintá-los, ex.: em ferramentas com cabo de madeira.

Só com tinta, marca os utensílios decozinha nas asas, os cordames nas suasextremidades, as tendas no canto das abas, ossacos nos lados, as caixas nas pegas, etc.Podem também utilizar-se, além das barras,letras ou sinais.(*) Este é um sistema simplese vulgar que deve existir de uma formauniforme por todas as Divisões e seuspequenos grupos.

Com efeito, numa grande realizaçãopro l ongada , o ma te r i a l pode rá s e rtransportado junto, numa viatura, e depoisdescarregado todo num determinado local.Se todos os sacos, caixotes, caixas...possuírem essas marcas, fácil se toma a suadistribuição. O contrário vai criar muitaconfusão, grande "bagunça" e atrasos na suarepartição. O material "anónimo" é sempremuito abundante, principalmente recuperadodepois do acampamento; o material,particularmente mais precioso, também deveser marcado.

Se as marcas forem conhecidas portodos os membros do Grupo, o material emcas o de pe rda s e r á i med ia t a me n tereconhecido.As caixas, caixotes ou sacos, além das marcasque acabámos de referir, em caso de perda noseu transporte, devem poder ser identificadas,por etiquetas ou marcas, ex.: “AEP – GrupoNº, localidade região”. Neste caso serápossível voltar aos seus possuidores.

Para efectuar estas marcas, utiliza umcartão grosso, que depois de desenhada amarca, vasa as letras com um x-acto, quefacilita a sua reprodução sobre os volumescom a ajuda de um velho pincel. Ao retirar ocartão (a matriz) as legendas ficam legíveis.

Por tudo o que ficou dito, pensamosque vais ser um fervoroso adepto do materialmarcado.

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* Atenção à marcação dos cordames comtinta, dado que esta altera as fibras ediminuem a sua resistência.

PARTE OITO

Conservação...Ao dedicamos um capítulo inteiro a

este assunto, é sobretudo, para insistir noscuidados que o material e as tendas emespecial requerem. É mais que certo que tendamal cuidada não durará muito tempo, comoaliás sucederá também com os machados, pásou ferramentas metálicas, que enferrujam.Portanto, torna-se necessário ensinar aosescoteiros o valor das coisas, habituá-los aterem cuidado com os utensílios próprios ecom os dos outros em especial, bem como,com o material colectivo, a tratarem dele, arepará-lo...

Com o andar do tempo, o hábito dodesleixo consentido na juventude poderá vir atransformar-se numa negligência contínua enuma desordem lamentável, por toda a vida.

Há-de haver sempre um escuteiroencarregado de cuidar do material; mas issonão impede que todos juntos partilhem dessecuidado a terem com as suas coisas.

Cuidados com as tendas...A conservação das tendas deve ser

uma das preocupações principais, nestafunção. Sem elas não há acampamentos e comelas em mau estado passa-se mal. A duraçãodas tendas está em função do tratamento quese lhe der e dos cuidados que lhe sãodispensados.

Nunca se deve conservar por muitotempo a tenda enrolada, dentro dosaco, sobretudo se estiver húmida.

As tendas devem pôr-se a secarsobre cordas num local ventilado.Assim, evita-se que apodreçam.

Depois de secas devem serescovadas com todo o cuidadopara largarem a lama ou terra quepossam ter agarrada.

Fazer uma inspecção rigorosa nastendas aos rasgões que devem serconsertados, quer aplicandoremendos quer substituindo ospanos.

Rever as espias e a sua solidez. Mastros, prumos, estacas (ferro,

arame ou madeira), devem estarseparados em sacos próprios.

P o r f i m d e v e r ã o s e rcuidadosamente dobradas eguardadas (evitar os ratos e osinsectos).

Devem ser revistas mensalmente. Periodicamente as tendas devem

ser impermeabilizadas, a fim deevitar que a chuva atravesse otecido. É bom repetir este banho detrês em três anos.

Quando desejares lavar a tenda,usa sabão e água morna ou fria,procurando que ela fique todamolhada por igual.

Hoje em dia, com os novos tecidosimpermeáveis, basta utilizar oduplo-tecto, para evitar a chuva ouo muito calor.

Outros cuidados avulso… As cantinas são lavadas com

detergente (não poluente) eesfregão, por dentro e por fora.Depois passá-las por água, bemcomo todos os utensílios. Todoeste material deve ser guardadojunto, em sacos.

Facas, machados... limpá-los, afiá-los e untá-los.

Baldes de lona - lavá-los comsabão ou detergente; passá-los porágua varias vezes e deixá-los secarbem.

Todas as cordas novas ou usadasdevem ser testadas antes do seu

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uso. A vida de uma pessoa podedepender da sua solidez! É umt ra ba lho de ro t i na ; devemencontrar-se em local arejado.Caso estejam molhadas devemficar a secar, suspensas em "pregosde madeira", abrigadas do calor,sol e humidade.

FabricaçãoParte do equipamento de protecção,

deve ser fabricado pelos escuteiros, como porexemplo os resguardos para ferramentas, emcouro ou lona, porta-cartas topográficas,grelhas para as panorâmicas, sacos paratransporte, etc.

Material de conservaçãoLixa de madeira e metal; limas e grosas;pedras de afiar; detergente e sabão, tintas,diluente e pincéis, material de costura, massaconsistente, óleo de linhaça, escova, balde,cera, verniz, panos e desperdício, jornais,petróleo, algumas ferramentas, arame, etc...

Só assim, poderás assumir o teupapel, de fazer a manutenção do material.O material acima mencionado, não temnecessidade de ser para cada pequeno grupo.A Equipa de Animação, deve assim, colocá-lo à tua disposição e dos outros encarregadosdo material, como o ir mantendo ao longo dotempo.

Cada Guarda do Material devepossuir o seu local próprio para arrumar omaterial: banco, caixa, baú, armário,arrecadação, prateleira... numa cave, numsótão, etc, seja onde for. O local deve serfechado à chave, pois só assim poderásassumir a tua responsabilidade.

PARTE NOVE

Concluindo...Por todas as ideias que levantámos,

resta-nos acrescentar algumas "notas soltas": A emba lagem do ma te r i a l

c o l e c t i v o é d a t u aresponsabilidade.

Em campo podes montar oestaleiro, onde se guardam asferramentas e os cordames.Igualmente podes controlar, demanhã a sua distribuição e ao fimdo dia a sua recolha.

Procura na d is t r ibuição domaterial, que não seja sempre omesmo elemento a transportar asmesmas coisas.

Tal como tu tens a tua função,também o material colectivo exigeum responsável. A sua aquisiçãodepende de um plano. Essa lista éapresentada e deliberada pelachefia.

Quinze dias após a recepção domaterial, tudo deve voltar a estarimpecável e pronto a servir denovo.

Evidentemente, que há materialinventariado numa espécie, quepode também encontrar-se noutrolocal, ex.: as varas podem aparecerem material de instrução ou emmaterial para jogos. O importanteé que estejam incluídas noinventário.

Da tua função pode fazer parte( juntamente com os outroselementos):-Fazer planos e projectos para aconstrução ou adorno, do canto.

-Velar pela ordem e limpeza desseespaço.

-Elaborar uma lista de tarefas,distribuindo o trabalho por todos.

- Vi s i t a r o u t r a s U n i d a d e s ,observando os "espaços" ec o n v e r s a r c o m o s o u t r o sescuteiros, com as mesmasfunções.

-Em campo podes encarregar-te dam o n t a g e m e d o s e uembelezamento.

Cuida que nas inspecções ao teucampo, todo o equipamento esteja

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em boa ordem e devidamentearrumado.

No final, quando deixares deexercer o teu cargo, fornece umacópia do inventário actualizado, aoguia/chefe de equipa e ao chefe daDivisão.

De facto a função de Guarda doMaterial, no verdadeiro sentido da palavra,quer dizer aquele que:

Adquire Confere RecebeArranja Conserva ReparteArrecada Deposita RetémArruma Dispõe SeparaCarrega Distribui VelaCompra Embala VigiaConcede Observa Zela.

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O RELAÇÕES PUBLICAS

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PARTE UM

Qualidades...Quais as várias qualidades que um

Escoteiro deve possuir para desempenhar comêxito o cargo de Relações Públicas?

A primeira deve ser falar bem. Paratreinar esta qualidade deverás ler muito e emvoz alta, respeitando a pontuação e as pausas.Outros exercícios complementares que podesacrescentar são os da escrita, lições degramática, vocabulário, redacção, o estudo delínguas estrangeiras, recitações (declamarpoesia), etc. Falar bem reduz o acanhamento,quebra as indiferenças e dá-te confiança.

Experimenta gravares um pedaço deuma das tuas intervenções e depois ouvi-lacom atenção. Só assim poderás corrigir o tomda voz e outras falhas detectadas.

Lembra-te que a tua missão assentaprincipalmente no diálogo. Por isso, aproveitapara conversar com os teus companheiros,pais, amigos, professores, desportistas,vedetas, políticos, dirigentes, sacerdotes,médicos...

Uma outra qualidade a desenvolver é ada tua apresentação (imagem). Isto tem a vercom a forma como te diriges às outraspessoas, quando em representação do teupequeno grupo.

Deves comparecer impecavelmenteuniformizado, de preferência em camisa, comas mangas arregaçadas, o lenço bem dobrado,calções, calças ou saia bem escovados (semnódoas), as meias levantadas, chapéu aoombro, quando dentro de casa...

A higiene é sempre bem notada, acomeçar no cabelo e acabar nas unhas, e nãosó... o cheiro também se sente!

Quando te apresentas deverás fazer asaudação e identificares-te: s o u (nome),escoteiro do Grupo (nº e localidade), venho

em representação do (bando..., patrulha...,equipa ) e desejava (o pedido), etc. Quando tedespedires não deixes de voltar a fazer asaudação e agradeceres. Procura deixar atrásde ti um rasto de simpatia.

Se transportas documentos paraentregar (um relatório, um requerimento apedir alguma coisa ou outros), em vez delevares as folhas soltas ou presas com umclipe, deves transportá-los numa pasta deplástico.

Estas pequenas coisas dão a quem asrecebe, um sentido de organização, isto é,revela que sabes para o que vais, o quedesejas, o que precisas...

A a t i tude corpora l é t ambémimportante quando te diriges a alguém.Mantém uma posição correcta, olha bem aspessoas com quem falas e não te esqueças desorrir.

Espera que seja ele/ela primeiro adirigir-te a palavra, e se te estender a mãopara te cumprimentar, deves faze-lo comalguma energia (nunca com a mão mole).

Se aguardas sentado à espera de seratendido, logo que alguém se dirige para falarcontigo, deves de imediato levantares-te eaguardar que falem. É uma questão derespeito e de boa educação.

Procura expor o teu assunto comclareza, ser preciso e rápido, deixando sempredocumentação sobre a questão, para se nãoesquecerem, dado que a maioria das pessoascom quem vais contactar estão normalmentemuito ocupadas.

Procura ficar com o nome da pessoaque te atendeu e o seu contacto telefónicopa ra , s e necess á r io , v i r e s a s abe rposteriormente algo sobre o andamento doassunto.

É habitual dizer-se: o que as pessoaspensam do Escutismo, depende de ti!Toda a documentação entregue deverá terobrigatoriamente o nome do responsável ouresponsáveis e os seus contactos.

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PARTE DOIS

Definições...De acordo com uma definição mais ou

menos comum, as Relações Públicas (R.P.)são técnicas que têm como objectivodesenvolver a aceitação social de uma dadaorganização (no nosso caso a AEP), lançandomão para esse efeito de um conjunto deactividades destinadas a manter um climafavorável entre essa Associação e os seusdiferentes públicos.

As R.P. significam um eficazinstrumento promocional de trabalho,susceptível de actuar com êxito ao serviço deum país, de uma instituição, de uma empresa,de uma pessoa ou até mesmo de uma ideia.Promocional, porque promove, incentiva,propícia, estimula, encoraja e concretizaperante a opinião pública tudo aquilo que sejalegítimo e autêntico. Legitimidade eautenticidade são a própria substância dasR.P. e do seu conceito actual.

Qualidade de desempenho e imagemEste imperativo de legitimidade e de

autenticidade encontram-se bem expressoneste velho e bem conhecido provérbio:«Consegue-se enganar uma pessoa muitasvezes; consegue-se enganar muitas pessoasuma vez; mas não se consegue enganar toda agente o tempo todo!».

É por isso que as R.P. não podem nemdevem ser confundidas com a propaganda, eusada com o objectivo de "inventar" umai m a g e m c o m " p é s d e b a r r o " , n ã ocorrespondente à realidade da organização.Assim, em R.P. é costume afirmar-se que oproduto é mais importante do que a imagem.

Por outras palavras, um dos mandamentosbásicos das R.P. é o de que a organizaçãodeve preocupar-se primeiro com a qualidadedaquilo que faz, e só depois preocupar-se coma maneira de o saber fazer aos seus públicos.

É bom não esquecer que um maudesempenho, a prestação de um mau serviçoou a entrega de um mau produto, tambémgranjeiam um reconhecimento e uma imagem

à organização - só que serão descritos comonegativos e darão uma má imagem, ou seja,ao estabelecimento de uma má relação e deum clima desfavorável entre a organização eos seus públicos.

Públicos internos e externosDe acordo com as definições dadas no

início, a Associação relaciona-se comdiferentes grupos de pessoas (individuais oucolectivas)cujos os interesses as colocamnuma ligação mais ou menos directa com aorganização em causa.

Uma noção importante é que "nãoexiste um público ou audiência, mas simvários públicos". Esta noção está intimamenterelacionada com a opinião pública. O que é eem que consiste a opinião pública? A opiniãoé um juízo que se manifesta sobre qualquerassunto sujeito à deliberação e ao escrutíniodos interessados, é uma tomada deconhecimento sobre um facto verificado. Ébom esclarecer a relação entre "factos" e"opiniões". Um facto é aquilo que aconteceu.Ninguém pode modificar aquilo que jáaconteceu. Mas daquilo que aconteceu,podemos formar as nossas opiniões sobre osfactos já passados. Há uma frase bastanteconhecida no jornalismo que nos diz: "a

opinião é livre, mas os factos são sagrados ".Nas R.P. são os factos que são

apresentados e é por meio deles que seconquistam opiniões.

É a grupos de opinião que se chamapúblicos de uma dada organização. Restaagora ver quais podem ser estes grupos comopiniões potencialmente afins: os dirigentesde uma dada secção; os pais dos escoteiros; oschefes de grupo; os membros de outrosgrupos paroquiais; o clero diocesano; oscaminheiros; os jovens de um dado escalãoetário; etc.

A partir deste inventário facilmente severifica que estamos em presença de doistipos de público: os que têm um vínculoformal com a Associação, que pertencem aela, a que chamamos públicos internos. Osque não têm vínculo com a Associação e que

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se limitam a acompanhar a sua actuação, sãochamados, públicos externos. Como é óbvio,os interesses de um e de outro tipo sóraramente coincidem.

Interesses da AssociaçãoU m c l i m a f a v o r á v e l e n t r e a

Associação e os seus diferentes públicospassa pela maior ou menor proximidade entreos interesses de uma e de outros.

Pode a s s im a f i rmar- se que aAssociação está a fazer boas R.P. quando écapaz de atingir e manter uma sintonia deinteresses entre ela mesmo e os seusdiferentes públicos.

Obviamente, nesse caso, ela desfrutaráde uma boa imagem e de um clima favoráveljunto dos vários sectores de opinião presentesna comunidade.

Por conseguinte, procurar promoveruma sintonia de interesses com os diversospúblicos significa, por parte da Associação,tentar pôr em relevo junto de cada públicoespecífico os interesses desse público que são,ao mesmo tempo, interesses definidos pelaAssociação. Por outras palavras, trata-se dedirigir a cada público uma mensagemespecífica que demonstre, fora de qualquerdemagogia, quais os domínios em que aquelepúblico e a Associação têm interessescomuns.

No caso do Escutismo, e de umaforma muito genérica, não é difícil identificarpúblicos com interesses afins nas áreas daeducação (os pais...), da conservação doambiente (a comunidade...), na formaçãoreligiosa (os assistentes...), etc.

PARTE TRÊS

Algumas "armas"...

1. As Cartas Que coisa banal! Fácil de

fazer! Mas...será mesmo?

Quantas cartas não deixam oleitor perplexo: "mas o queq u e r i a d i z e r o m e ucorrespondente?"...

Algumas recomendações: Nunca escrever por nada; Escrever para o destinatário; Escrever legivelmente ou

dac t i l og ra f a r ou usa r ocomputador;

Cuidar da ortografia não é umluxo nem uma pretensão.H o u v e E s c o t e i r o s q u eperderam todo o crédito aosolhos de terceiros, devido aerros de ortografia e a máconstrução de frases;

Indicar claramente o objectivoda carta, como por exemplo,não baralhar o programa dom ê s c o m u m a h i s t ó r i arocambolesca. O que interessaaos pais (por exemplo) são asdatas das acções. Se apesar detudo, para criar ambiente,desejam "fazer literatura",s in te t izem no f im (numquadro) as coisas importantes;

I n d i c a r c l a r a m e n t e oremetente;

A s s i n a r e d a r u m am o r a d a / t e l e f o n e p a r acontactos;

Reler antes de fechar a carta(ou antes de a imprimir), nãoe s q u e c e n d o d e s e l a r oenvelope.

2. Os EncontrosSe se trata somente de obter um

serviço em produtos ou em dinheiro, dealguém, ou ainda de recrutar algunselementos, o contacto pessoal será o melhortrunfo.

Pode ser um contacto num cenáriocalmo, como a Sede fora de horas dasreuniões, como um fim de tarde numa

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esplanada, ou numa noite num café ou após ojantar em sua casa. Deve ser um encontroplaneado tipo entrevista.

Em todo o caso, importa estar beminformado sobre a unidade de que fazemosparte e sobretudo apresentar claramente oobjectivo do encontro.

O argumento de género: "é para osEscoteiros", não chega! Será que ointerlocutor conhece o Escotismo?

É preciso acrescentar dados preciososcomo a idade e número de jovens, a naturezado projecto, a sua razão de ser, o local, a data,etc.

Por vezes é bom deixar uma"lembrança" às pessoas convidadas, como porexemplo um folheto de informações sobre oacampamento, uma carta de confirmação, umdesdobrável...

É preciso também, saber aproveitartodos os encontros informais (na rua, à saídada missa, na altura de distribuição deconvocações ou outras), são ocasiões a nãoperder para conhecer as pessoas e serconhecido.

Um certo número de diligências epedidos só podem terminar em encontros.

Nenhuma carta ou "pequeno anúncio"têm virtudes miraculosas, especialmente paraobtenção de um serviço ou dinheiro, pararecrutar, receber conselhos ou apoios...

3. O JornalNos Grupos ou nas Divisões aparece

frequentemente a necessidade ou o desejo defazer um jornal. Questão de difundir as nossasinformações, notícias, anúncios. Questãotambém de economizar no envio deconvocações. Questão ainda, por vezes, decriar um ambiente entre responsáveis eescoteiros. Vontade também de animar umprojecto ou um aniversário. Questão... bem, asquestões são múltiplas e todas boas! Masantes de se lançarem na aventura da imprensa,será melhor parar alguns instantes, parareflectir em algumas questões preliminares.

Para que público?

A quem é destinado estejornal? Aos membros daDivisão/Grupo? Aos pais? Aosantigos escoteiros? Aos jovensda nossa localidade? A respostaa esta questão determinará logoà partida muitos elementos doseu conteúdo.

Para transmitir o quê? As convocações, o programa

de actividades, o relato da vidado grupo, não importa o quê,...para nos darmos a conhecer ereconhecer.

É importante precisar \ oudefinir bem os objectivosp r e t e n d i d o s p o r e s t apublicação.

Com que meios? Os meios financeiros: ter uma

política de meios ou procuraros meios da política; dequalquer modo, saber oorçamento de que se dispõepela venda, pela publicidade,p e l a a s s i n a t u r a , p e l aparticipação nas despesas, pelatesouraria do grupo, etc.

Os colaboradores: não quererfazer tudo sozinho, senãocondenamo-nos à saída deapenas alguns números.

Os meios de impressão:dispomos de um duplicador,dum offset de escritório, dumafotocopiadora...? Gratuitos ounão? " : A e s co l ha se r ádeterminada pelo orçamento,número de exemplares e depáginas, tipo de ilustraçõesdesejadas.

A apresentação: para que oleitor se interesse e tenhavontade de o ler, este tem deser um jornal arejado, claroorganizado. Usar nos títulos:letras desenhadas, letras de

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d e c a l q u e o u f e i t a s e mcomputador.

A distribuição: gratuita ou não?Em mão, no fim das reuniões,pelo correio (neste caso,informarem-se das condiçõesde apresentação e das tarifasdos Correios, antes da ediçãodo primeiro número).

Outros aspectos importantes: A escolha do título. A periodicidade: uma vez

d e t e r m i n a d a , m a n t ê - l a !Querendo fazer um semanário,arriscamo-nos a não aguentar.Pelo contrário, um ou doisnúmeros por ano não chega aser jornal!

Escrever para os leitores,utilizando textos curtos e bemredigidos.

A dactilografia: clara, bonita,sem erros. Uma simplesentrelinha bastará; começarcada parágrafo no princípio dalinha, sem recuo; separar osparágrafos e entrelinhas comum espaço duplo ou triplo.

Fazer uma maqueta - tipo daspáginas: com uma, duascolunas, etc.

Pirataria de desenhos: issopermite que o jornal fique maisagradável. Mas é proibido!A l é m d i s s o , d i m i n u i acriatividade dos elementos:será preferível um desenho "dacasa", se calhar menos bom doque um belo desenho copiado.Isso não é muito escotista.

Uma última coisa:Indicar de forma visível (primeira ou

última página) nome e morada do editorresponsável (ficha técnica).

4. O Desdobrável

Todos os anos o grupo/divisõesdeveriam produzir um desdobrável ou folheto,sobre si próprios. Este meio de RelaçõesPúblicas poderá ser entregue aos pais,colocados à saída da Igreja, distribuídos nassecretárias dos colégios, ou pelas portas oucaixas do correio, acompanhando oscomunicados de imprensa, informando osfuturos escoteiros, etc.

A elaboração: pode ser uma simplesfolha impressa no computador ou reproduzidaem fotocópia ou similar. Actualmenteencontramos sem dificuldade "duplicadores"de escritórios. Assim, poderíamos pedir aimpressão deste folheto por este meio. Senão,resta a fotocópia ou se houver dinheiro a talgráfica... Se o dono for amigo do grupo,provavelmente aceitará imprimi-los de graça.Em troca, aceitar ou sugerir mesmo umpequeno espaço publicitário.

O conteúdo: identificação visível(corpo grande) do grupo.

Composição: número de divisões.

Outras sugestões: m e m b r o d oMovimento Mundial e de uma federaçãonacional (neste caso AEP e CNE ); osprincípios educativos do Escotismo: educaçãopela acção, a tomada de responsabilidade noGrupo pelos seus membros, o sistema depatrulhas, a natureza, a progressão pessoal ede Divisão…

Actividades: j o g o s , a v e n t u r a s ,serviços, acampamentos de Verão e deInverno, etc; lista com as moradas e telefonesdos responsáveis do Grupo e das Divisões...

Tiragem: questão fatídica, quantosfolhetos imprimir?

Tudo depende da dimensão do Grupo,das necessidades, dos projectos, da utilizaçãodo folheto (lançar uma campanha...), da suaduração e ...do dinheiro.

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É óbvio que uma distribuição em todasas portas exige uma tiragem maior. Por outrolado, numa emissão muito pequena é maisque certo que venha a acontecer umareimpressão em pouco tempo.

Duas ideias para determinar a tiragem:quanto maior for a tiragem, menos custarácada desdobrável. Mas também imprimirmuito é investir e empatar dinheiro (claro quese a impressão for oferecida...!); o folhetocontém elementos variáveis (por exemplo osnomes e moradas dos responsáveis).

Será impensável que este folheto sejautilizado mais doque uma vez por ano.

5. Artigo de ImprensaSe for necessário dar a conhecer

através da imprensa local ou regional, umacontecimento ocorrido ou a vir a acontecer,deverá ser enviado um "comunicado deimprensa" aos jornais. E depois não aparecenada como era desejado... Porquê? Asr e d a c ç õ e s e s t ã o s u b m e r s a s c o m"comunicados". E o que é importante para opromotor da act ividade, não o seránecessariamente para o jornalista. É por issoque os comunicados se arriscam a ir pararrapidamente ao caixote do lixo.

De facto os comunicados devem sertextos curtos; os artigos remetidos devemestar prontos a serem publicados, ;eventualmente, até com fotografias dequalidade.

Alguns conselhos:

Redigi-lo tendo em conta oponto de vista o jornalista.

Ser conhecido pelo jornalista:dar-lhe-à maior atenção.

Não pensar só nos "diários"mas também nas rádios locais,pequenos e grandes jornaislocais, boletins, municipais,culturais, etc.

R e f o r ç a r o e n v i o d a sinformações através dumtelefonema ou fax, ou melhor,

deixar pessoalmente o texto naredacção.

Algumas regras:

O texto deverá ser bemdactilografado (entrelinhadupla).

D e v e r á i n f o r m a rc l a r a m e n t e ( u t i l i z a robrigatoriamente as 5questões: O quê? Quem?Quando? Onde? Porquê?).As r espos t as a es t a squestões devem ser vistasimediatamente. Para osdetalhes complementaresserão acrescentados outrosp a r á g r a f o s q u epossivelmente o jornalistapoderá vir a cortar.

Conclusão: quanto maispequeno for o texto, maishipóteses t em de se rpublicado.

Evitar a gíria escotista:palavras como caça, bando,p a t r u l h a , c o n s e l h o ,empreendimento, etc. nadadizem ou pouco dizem forado meio escotista. Por issoexpl ica-as por outraspalavras.

Não esquecer de assinar otexto e deixar nome,morada e telefone parao u t r a s i n f o r m a ç õ e sadicionais.

Devem ser remetidos comantecedência necessária, afim de ser agendados.

Se fizerem um comunicadoantes de um acontecimento,será bom mandar depoisum artigo relatando o quese passou.

Não se e squeçam det r a n s m i t i r e s s a s

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informações ao nossoórgão oficial a "SemprePronto", mas também aosjornais regionais e deGrupo.

Se conseguirmos publicar umou vários artigos num diário,semanário local ou regional, jáé muito bom.

A p a n óp l i a d o p e r f e i t o"Relações Públicas" não ficapor aí.

6. A ExposiçãoUm stand com uma exposição é uma

excelente maneira de nos darmos a conhecerao grande público.

Podemos recorrer a este tipo deRelações Públicas na altura das festas, feiras,no dia de "portas abertas", aniversários,comemorações, etc.

É um meio visual por excelência quecombina todos os registos ao mesmo tempo:visual, escrito e sonoro.

Porém esta forma de comunicaçãodeve obedecer sempre a três exigências:

1. Atrair – utilizando todos os meios

para chamar a atenção, (textos com caracteresgrandes, posters, música, vídeo, animação àvolta do stand, locais de acolhimento e deparagem, fotografias grandes, bons textos,etc).

2. Reter – despertando o interesseatravés duma clareza e concisão deapresentação. Ter princípio, meio e fim.

3. Convencer – argumentando para seconseguir que o público se sinta ligado aoassunto, tema, mensagem... enviando umdesdobrável de informação; distribuindobrochuras, exemplares do jornal do Grupo erev is tas do movimento , ofe recendoautocolantes ou calendários, etc.

Desenvolver uma ideia dentro de umtema principal que se desenvolve e que seexplica; normalmente resulta com muitoagrado.

Questões prévias: Para quê esta exposição? Que pretendemos dizer? Para que público? Onde? (num edifício escolar,

num salão da igreja, numc e n t r o c o m e r c i a l , n u mjardim...)

Quando? (qual o momentomais favorável? haverá outrasexposições ou festas nessaaltura? como prevenir opúblico a tempo?).

Como? (financeiramente, mastambém o material disponível:painéis, luzes, som, verduras,equipamento...).

7. Emissão de Rádio/TVPodíamos lançar uma estação de

rádio...mas já existem muitas estaçõeslegalizadas de que nos podemos socorrer. Umpouco por todo o lado e em todos os estilos.

O Grupo e as Divisões podemenviar as suas informações àsrádios locais que as difundirão;

Podem também realizar umprograma para a rádio local;

-Podem ainda realizar umaemissão regular e mantê-la.

Onde existirem centros de produção datelevisão (Lisboa, Porto, Coimbra, Faro,Funchal, Ponta Delgada...) poderá seracordada uma colaboração e uma presençasimilar dos Escoteiros.

Podemos lançar cinco minutos no ar,basta um gravador, um microfone, umacassete , um en t rev i s tador ( tu) , umentrevistado, uma mesa e cadeiras, umassunto proposto, eventualmente preparado...epronto, carrega-se no botão para gravar e épreciso falar, para obtermos cinco minutos de

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antena de microfone e gravador ou câmara devídeo na mão. A experiência demonstra que éum espaço de tempo ao mesmo tempo longo ecurto, mas vantajoso.

Temos portanto que aproveitar aomáximo, para conseguirmos comunicar oessencial da nossa mensagem, quaisquer quesejam as questões colocadas.

Atenção à nossa linguagem: a gíria domovimento é hermética para o grandepúblico, sem no entanto tirar a originalidadedo Movimento com um conjunto deexpressões, genéricas.

Falar à frente de um microfone oucâmara de vídeo não é lançar um S.O.S. nodeserto; toda a mensagem falada deve visaruma pessoa e não o público; é a próprianatureza dos meios de informação queestabelece essa relação.

8. O Dia das Portas AbertasÉ uma manifestação que pode

concentrar todos os meios. É uma grandemáquina que pode despertar o interesse daimprensa local e do conjunto do meio em queo Grupo está implantado.

A sua forma é que pode variar.Vejamos alguns exemplos:

Uma festa de "Grupo" maiorque o normal e aberta a todosos públicos;

U m d i a d e a c t i v i d a d e s"normais" oferecidas a todas ascrianças e jovens da zona;

Por ocasião duma festa dobairro, etc, o Grupo oferece-separa a animação das crianças ejovens, monta um s tand deapresentação e organiza "jogospopulares", tudo isto nasi n s t a l a ç õ e s p r ó p r i a s o ucomunitárias;

Uma tarde de animação dascrianças do bairro ou dalocalidade em Setembro (como objectivo de recrutamento...);

Um rali, um passeio ao ar livre(piquenique), um serão musicalou teatral;

Etc...

Um número especial do jornal doGrupo pode ser organizado para esta ocasião;pode ser distr ibuído um folheto deinformação; e porque não animar numa rádiolocal esse dia? Com um pouco de imaginação,audácia e ... muita preparação pode ser criadauma festa ou um acontecimento ao qualninguém escape e fique na memória dosparticipantes por muito tempo.

ConclusãoAlém dos meios, dos conselhos e dos

truques, os Relações Públicas do Grupo e dasDivisões pretendem estar presentes no dia-a-dia e mostrar como se vive o Escotismo,quebrar a concha! Revelando a verdade donosso Movimento.

Sem dúvida que pode existir um poucoa esperança secreta de aumentar quer osefectivos quer as finanças. Mas além destebenefício concreto, fazer Relações Públicas ésair dum círculo fechado para testemunhar aexistência do grupo e do Escotismo em geral,para afirmar as opções do Escotismo sobre avida e a sociedade, oferecer aos jovensformação através de entretenimentoseducativos, de jogos, de acção e de serviço emprol dos outros.

Como dissemos atrás, se não tivermosnada de atractivo a propor, nenhuma RelaçãoPública ocupará esse vazio!

PARTE QUATRO

Características...

A grande vantagem da distribuição defunções, dessa descentralização de "governo",será a de desenvolver ao máximo ascapacidades e as aptidões de cada um.

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Por esta razão cada elemento éencarregado de uma missão temporária, quelhe dá ocasião de ser útil aos seuscompanheiros por um lado, e por outro lhe dási próprio uma certa valorização pessoal.

«Procura conhecer um pouco detudo», como aconselha Baden-Powell, «paraque não sintas dificuldades em te apresentaresdiante de qualquer pessoa culta».

As relações pessoais são tudo. Umhomem só não vale nada, só existe pelasvirtudes daqueles que o circundam.

Especialmente pelas funções quedesempenha, o R. P. deve ser uma pessoaextrovertida, isto é, voltada para fora,comunicativo, fácil de estabelecer relaçõescom os outros, até mesmo um poucoexuberante. Por este motivo não pode serintrovertido, pessoa voltada para dentro,fechado ou pouco falador.

Evidentemente que existem outrosaspectos que ajudam a fazer o seu perfil.

Vejamos alguns: Deve ser credível, isto é,

merecer confiança e ter boareputação;

Deve ser optimista, ser umapessoa que encara tudo pelomelhor;

Deve ser prát ico , porquesimplifica e gosta de se por àprova;

Deve ser simpático, porquesabe criar logo de início um"cl ima" favoráve l e fazamizade com facilidade;

Deve ser verdadeiro, serexacto e verídico; não usar afunção para objectivos menosclaros;

Deve ser hábil, saber utilizartácticas e estratégias, para levara água ao seu moinho...;

Deve ser esperto, isto é, serf i n o e a s t u t o . P o s s u i rvivacidade, para dar a volta auma situação difícil;

Deve ser persistente, serperseverante e teimoso deforma a não recuar perante umnão.

Podemos então descrever que oestilo do R.P. se caracteriza por:

Ter qualquer coisa paradizer;

Dizê-lo com honestidade eobjectividade;

Delinear bem o assunto,tratando apenas de umproblema de cada vez;

Verificar bem o que se diz; Adaptar-se ao público; Se r um "me s t r e " em

divulgar ideias; Tomar pública a mensagem

de forma compreensível; Assegurar a sua realização

e " c u i d a r " d a s u aapresentação.

Aviso:Devemos evitar que esta função se

prolongue indefinidamente. Se este cargo fordemasiado estável (longo), o seu detentorcorrerá o risco de "cristalizar", de seespecializar em demasia, não descobrindooutras oportunidades. Se o cargo fordemasiado instável (curto), o seu responsávelnã o t e r á t e m p o d e c o n s u m a r u m aaprendizagem suficiente do mesmo.

PARTE CINCO

O "direct mail"...

Há meios por excelência para divulgar,informar, apoiar, serviços, imagem e atéideias. É o caso do "direct mai!".

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Podemos definir "direct mail" comouma forma de transmitir mensagens,utilizando normalmente os CTT, como meiode distribuição.

Para que serve? Serve por exemplopara:

Promover as boas relações,criando uma boa imagem doEscotismo e, mais do que isso,mantendo actual essa imagem.

Divulgar, uma nova iniciativa,uma actividade especial, umagrande festa, uma campanhaprolongada...

Angariar fundos ou sóciospara o Grupo, melhorar asfinanças tendo em vista criarum fundo de maneio para umasaída ao estrangeiro, etc.

Informar s o b r e ofuncionamento do Grupo locale suas Divisões, serviços,cursos, medidas de caráctersocial ou cívico...

Testar iniciativas, avaliando aviabilidade de um projecto ououtras iniciativas...

Apoiar o recrutamento denovos elementos, a construçãoe/ou reconstrução da sedep r ó p r i a , a q u i s i ç ã o o urenovação de determinado tipode material, enriquecimento dabiblioteca...

Resumindo, o "direct mail" nãoconhece limites: nos usos, na criatividade, noacompanhamento. Como meio, não temlimitações de forma ou conteúdo impostos poroutros meios publicitários.

O necessário indispensável é: U m s o b r e s c r i t o p a r a

endereçar - deve ter umaspecto apelativo, despertarcuriosidade e interesse, levar o

destinatário a abri-lo, sempreque possível personalizado.

Uma carta para explicar -personalizada, substitui ocontacto pessoal. Prender aatenção e mantê-la até ao final;informar o que se deseja. Serexplícita, concisa, interessante;c o n t e r s u b l i n h a d a s o udestacadas, as palavras chave.

U m f o l h e t o p a r apormenorizar - o desdobrávelé menos pessoal que uma carta- nele se divulgam pormenores(programas, horários...) e sea m p l i a o u c o m p l e t a amensagem. Deve transmitir aim a ge m de s e j a da , e s t a rclaramente organizado e serl ó g i c o ; e v i d e n c i a r o sbenefícios/vantagens.

Há dois tipos fundamentais decomunicados:

O curto - (10 linhas) qued e s t a c a u m a s i m p l e sinformação ou o anúncio deum acontecimento.

O longo - (50 linhas) que tantopode ser o desenvolvimento docomunicado curto, como umartigo de fundo.

Uma falha na concepção pode levar aque toda uma campanha tenha de ser suspensaou não se alcance os objectivos traçados.

Por fim aconselhamos a contactaremos correios, se optarem assim.

Há sempre a hipótese mas económicade introduzi-los directamente nas caixas docorreio, rua a rua, prédio a prédio.

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PARTE SEIS

"E-mail"...Nesta era dominada pelas novas

tecno log ias de in fo rmação e pe la scomunicações. Estas desempenham um papelde grande destaque, até pelas enormesa l t e rações que se es tão a r eg i s t a rconstantemente. Quando o acesso ao "E-mail"se iniciou logo se verificou uma explosão nosacessos pela enorme adesão dos utilizadores,pois possibilitou um contacto directo e quasemomentâneo das pessoas, a qualquer hora eem qualquer lugar.

O "E-mai!" é de facto um correioelectrónico para transmitir e recebermensagens personalizadas. A comunicação éum factor constante da nossa sociedade, frutodo processo da globalização entre todos ospontos da terra. O E-mail está em toda a parte.Hoje, muitas pessoas e a maior parte dasempresas já dispõem de endereço electrónico.Uma mensagem de correio electrónico podeter apenas algumas linhas – informar de umencontro, por exemplo, ou conter umaquantidade muito maior de informação – estelivro, por exemplo, ou imagens, ou sons, ouvídeos, etc.

O E-mail é muito mais rápido que ocorreio normal, pode ser enviado em qualqueraltura do dia e mesmo que o destinatário nãoesteja em casa; pode ser recebido em qualquerponto do mundo; uma mensagem pode serenviada simultaneamente a centenas depessoas, e muito mais.

É claro que se o destinatário não tivero hábito de ver regularmente a sua caixa decorreio electrónica pode levar semanas areceber a mensagem...

Resumindo, o "E-mail" é um meio quenão deves deixar de conhecer e se possívelutilizar.

PARTE SETE

A importância do diálogo...

O diálogo é o método privilegiado dodesenvolvimento pessoal e social, porqueentre outros permite:

O exercício de troca de ideias,de ouvir e constatar opiniõesdiferentes e a capacidade paraac e i t a r po n t os d e v i s t adesiguais;

Desenvolve um tipo particularde interacção: a confrontaçãode assuntos diferentes. Talfacto não só favorece o,desenvolvimento afectivocomo permite adquirir novoso u m a i s p r o f u n d o sconhecimentos;

N a m e d i d a e m q u e acomunicação é dialogante, estapermite coordenar opiniõesd i s t i n t a s , p o s s i b i l i t a odesencadear de conflitos o queva i obr iga r a um ce r top r o g r e s s o i n t e l e c t u a l ,constituindo assim um factorimportante na construção doconhecimento;

A comunicação oral entrepessoas cons t i tu i f ac to rdecisivo no desenvolvimentoda autonomia;

É no meio de perspectivasdiferentes que temos que tomaropções e fazer escolhasfundamentadas, ajudando osoutros a escolher e a decidir;

Privilegia o processo deaprendizagem pela descobertaindividual e em grupo, dosproblemas e das soluçõespossíveis;

S u s c i t a a c o o p e r a ç ã ointelectual;

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Cria situações que favorecemrelações construtivas entrepessoas;

Ajuda os outros a mobilizar at o t a l i d a d e d o s s e u sconhecimento para defenderemos seus pontos de vista.

Convém também não esquecer que emqualquer diálogo há sempre uma perda decomunicação, desde a elaboração da ideiapelo emissor até à retenção pelo receptor.

O que se quer dizer, representa oobjectivo de 100%; o que se diz, nãorepresenta mais que 80%; o que se ouve, nãovai além dos 60%; o que se compreende,rondará os 40%; e o que se retém, será cercados 20%.

Vê bem neste exemplo como numamensagem as perdas podem ser tão altas.Por isso, lá diz o povo: "é a falar que a gentese entende".

PARTE OITO

Esquema de progresso...

Muitas são as ocasiões em que atravésdas diversas provas do Esquema de progressoou especialidades, um Escoteiro aprende ouaplica conhecimentos directamente ligadas aesta função.

São oportunidades que o RelaçõesPúblicas, não vai deixar passar em vão.

Lobitos Levar alguns amigos a visitar a

Alcateia e explicar-lhes o locale o que fazem.

Colaborar temporariamentenum jornal de parede.

Desenhar cartões de parabénse/ou boas-festas e/ou convites.

Escoteiros Juniores

Conhecer as técnicas usadaspara a elaboração de cartazes,jornais de parede e painel deaventura.

Tomar parte numa visita deestudo...

Tomar parte numa campanhade angariação de fundos.

S a b e r u t i l i z a r s e r v i ç o spúblicos...

Participar activamente namontagem do pa ine l deaventura.

Elaborar e apresentar umafolha informativa...

Participar activamente numaactividade de jovens...

Narrar para o grupo a históriada patrulha...

Manter um correspondenteEscoteiro.

Escoteiros Seniores Conhecer os serviços ao seu

dispor e o funcionamento doórgão autárquico local...

Conhecer os principios básicosda elaboração de uma notícia.

Saber quais os cuidados a ter eforma de entretenimento dumacriança...

S e r c a p a z d e m a n t e rconversação, usando sinaisconvencionais, com deficienteauditivo.

Visitar com frequência umap e s s o a i d o s a o u u m ainstituição de terceira idade.

Participar numa campanha derecolha de donativos...

Usar sempre o uniformecorrectamente e com aprumo.

Produzir um folheto tipodesdobrável...

Fazer e manter durante umperíodo mínimo de três meses,uma folha informativa.

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Elaborar um artigo tipo "press-release" para o boletim...

Participar na elaboração dopainel de empreendimento...

Levar um grupo de amigos avisitar o Grupo...

M a n t e r u m c o n t a c t ointernacional.

Organizar debates conjuntos... Elaborar um jornal de parede... Debater em equipa uma causa

que prejudique as populações. Preparar uma exposição final

de empreendimento... Fazer uma gravação áudio ou

vídeo... Acompanhar na sua localidade

uma pessoa ou um grupoexterior.

Caminheiros Conhecer o funcionamento de

dois meios de comunicação... Conhecer e saber utilizar duas

técnicas de comunicação... Conhecer qua i s e como

funcionam as instituições decarácter social...

R e a l i z a r u m a a c ç ã o d eRelações Públicas, como:stand, venda, exposição, postoinformativo, etc.

R e a l i z a r u m c i c l o d econferências em conjunto...

Participar activamente noJamboree no Ar (JOTA/JOTI).

Colaborar na preparação de umencontro de jovens...

Elaborar e apresentar umdiaporama...

Planear e execu tar umaexposição para a comunidade...

Colaborar algum tempo comoalfabetizador...

Preparar uma exposição e/oumontagem audiovisual sobreum tema...

Colaborar no sistema deinformação local...

Outras provas existem, quer como asacima mencionadas, quer outras em que apresença do Relações Públicas é muitoimportante.

EspecialidadesEstas insígnias reforçam as provas

anteriormente indicadas. São exemplo dissoas seguintes: Guia de Região; Mensageiro;Informát ico; Inves t igador /Detect ive;Repórter/Jornalista; Intérprete; Radioamador;etc.

PARTE NOVE

Relações...

O dicionário diz-nos que as "RelaçõesDiplomáticas", são contactos permanentes epacíficos entre dois estados. Estas sãoefectuadas normalmente a partir dasembaixadas, pelo representante de um chefede Estado ou Governo, a que ; se chamaembaixador ou embaixatriz. As mesmas"Relações Diplomáticas" podem ser exercidaspor um cônsul, que mais não é que umencarregado dos negócios de um país, emterritório estrangeiro.

Chamam-se "Relações Humanas" asque são estabelecidas entre diferentesindivíduos de um colectivo, ainda que aexpressão se refira especificamente às queexistem entre os componentes de um grupo,por exemplo: de um grupo de escoteiros.Dentro das "Relações Humanas" comoexpressão global, há que distinguir diversos

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tipos de "Relações", como são: pais-filhos;professores-alunos; escoteiros chefes-escoteiros; patrões-empregados; etc.

"Relações Políticas" – são fixadas emregimes democráticos, a partir dos partidospolíticos instituídos e dos seus órgãos eleitoslivremente, junto das populações. Constam deacções concertadas na globalidade e centradasem determinado indivíduo ou grupo, emordem à consecução dos seus fins, quer aacção desenvolvida visando a conquista,conservação e exercício do poder. Isto revela-se pelas campanhas eleitorais e pelosresultados das urnas de voto.

"Relações Públicas" – é definidoassim como o empenho consciente eplanificado de um grupo para adquirir aconfiança da opinião pública. O seu fimprincipal é conseguir ajustar os interesses dosescoteiros com os interesses particulares dogrupo alvo e vice-versa.

"Relações Jurídicas" – é toda arelação da vida social significativa para odireito, da qual resultam efeitos jurídicos. Avida social regulada pelo direito, assenta numbinómio: de um lado, um direito subjectivo(pessoal); do outro, um dever jurídico ou umasujeição ao bem comum (dominação). Poraqui passam evidentemente: as leis, asnormas, os tribunais e os julgamentos, asprisões, os agentes de autoridade...

"Relações Internacionais" – são oscontactos resul tantes dos encontrosestabelecidos entre indivíduos ou grupos,desde que sejam de países diferentes.

"Relações Sociais" – são formadasp o r u m c o n j u n t o d e n o r m a s d ecomportamento de várias pessoas, orientadaspara outros membros da sociedade. Oconteúdo das "Relações Sociais" podem sermuito variáveis (por exemplo: amor, amizade,compaixão...) e incluem também aspectos

como a ompetência, comércio, a inimizade,etc.

PARTE DEZ

Relatórios...

Todos os escoteiros, mais dia, menosdia, são chamados a elaborar relatórios sobreos mais diversos assuntos.

O que é um RELATÓRIO? Umrelatório é uma descrição de factos passados,analisados com o objectivo de orientar oserviço interessado ou o superior imediato,para determinada acção. Tem de juntar asvantagens de uma análise lúcida e daconsideração do objectivo a atingir.

Tr ê s n o r m a s q u e s e d e v e mrespeitar:

1º – O que se espera do relatório é queele relate os factos fielmente, quer sejamdirectamente conhecidos pelo relator ouatravés de testemunhas ou documentos.

2º – Interpretar os factos, dandosentido à realidade descrita. O que se sabe atal respeito? Que se passou? Que pensas sobreo assunto?

Com es tas respos tas faz-se aconstrução do texto, apreciando ainda osdados: Como? Porquê?; encarar as soluçõespossíveis; escolher a solução mais feliz.

3º – Não perder de vista o objectivo dorelatório, referir as soluções possíveis, aescolha, as razões... apresentar propostaspráticas.

Estrutura tipo do relatório:1º Cabeçalho – este deve conter a data

(dia, mês e ano), a origem (quem o fez), anatureza (o assunto, facto) e o destinatário (aquem se destina).

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2º Objecto – este pode começar comuma apresentação, seguido de uma exposiçãoresumida dos factos e dos problemas.

3º Texto – este deve incorporar ohistórico/situação e/ou a demonstração, ametodologia, o sumário, o desenvolvimento etranscrições.

Notas soltas: Todos os relatórios têm um

destinatário, que poderá ser oseu único leitor.

A informação deve preceder op r o j e c t o , a q u i l o a q u echamamos histórico.

A preparação do trabalhobaseia-se na recolha dos factos.Este compreende duas partes: ocorpo (factos + demonstração)e a conclusão.

Q u a l i d a d e s d o s f a c t o s :honestidade; objectividade;imparcialidade; fidelidade;utilidade; seriedade; precisão;método e clareza.

Podem-se usar diagramas,quadros, gráficos, esquemas e"croquis".

Quando chega a altura decomeçar a redigir o relatório,está-se em frente de uma folhade papel sem saber ao certo poronde começar. É necessáriouma certa disciplina e começara deixar correr a pena no papel.Começar imediatamente...

O relatório não é uma obraliterária, por isso, usa apenaspalavras cujo significadodomines inteiramente.

Para uma apresentação correctadivide os assuntos/temas porn u m e r a ç ã o . C u i d a d aortografia e da caligrafia.A v a l i a o t a m a n h o d orelatório...

As páginas do relatório devemser numeradas e possuir umacapa de acordo com o assunto( i l u s t r a d a o u n ã o ) . O sd o c u m e n t o s d e v e m s e rprotegidos por folhas deplástico, furadas com fecho oucom argolas de plástico oumesmo agrafadas.

A apresentação f inal dorelatório é também importante.

PARTE ONZE

Jogos de comunicação...Existem vários jogos de comunicação,

uns muito simples, outros mais complicados,mas todos eles procurando valorizar acomunicação, alertando para várias situaçõesexistentes e as suas soluções. São um bomtreino. Vejamos alguns:

Improvisar um conto – Apartir de uma fábula conhecida,com a condição de modificar of i m o u o p a p e l d a sp e r s o n a g e n s , i n v e n t a rrapidamente um conto paracrianças. Inventar e mimar umah i s t ó r i a o n d e c e r t a spersonagens sejam animais quedeve imitar

Improvisar um discurso –Perante diversas pessoasimprovisar um discurso sobreuma situação conhecida, comoé o caso de: procurar um localpara acampar um fim-de-semana, junto do proprietárioou agradecer no final doacampamento, felicitar alguémp e l o s e u a n i v e r s á r i o . . .É importante deixar escolher

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entre a assembleia outrassoluções ao orador.

A f i g u r a d e s e n h a d a –Desenhar simultaneamentediferentes figuras geométricassobre os cartões, que sãodistribuídos aos membros doseu pequeno grupo. Cada umred ige em segu ida umadescrição do desenho numafolha de papel. Estes textos sãor e d i s t r i b u í d o s e n t r e o sjogadores que devem desenhara figura indicada.

A d o b r a g e m – Conhecerdiversas dobragens (porexemplo, barco, chapéu,avião,..., em papel). Distribuira cada participante uma folhade papel, que tu possuasigualmente, e começar a darexplicações (oralmente) sobrea dobragem. Tu fazes a mesmamas sem ninguém ver. No fimdas explicações, toda a gentedeve ter realizado a figura quetu escolheste. Atenção àssurpresas!

O telefone - O pequeno grupoestá em semi-círculo, com osmembros um pouco afastadosuns dos outros. Ao elementoduma da ponta diz-lhe aoouvido uma mensagem maisou menos complicada, aindaque não muito comprida. Estetransmite-a ao companheiro dolado, sempre do mesmo modosecreto; e assim por diante atéao último, que a diz em vozalta ou a vai escrever numquadro. Terás uma surpresa aoverificares como a mensagemchegou ao fim deformada.

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O SECRETÁRIO

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PARTE UM

O Secretário...

Qualquer que seja a designação que estafunção tome: Secretário, Repórter, Escrivão,Cronista, Administrativo ou outra qualquer, elaé sempre importantíssima, dentro do seupequeno grupo.

Compete-lhe, escrever, relatar, arquivar,anotar, etc., tudo o que se refere a vida ehistória do seu bando, patrulha ou equipa.

Uma das suas responsabilidades maisnotáveis é, ser o guardião dos segredos (algunsmenos secretos), coisa só por si já digna de todaa confiança, que mais o faz destacar entre osrestantes cargos, e merecedor do respeito eadmiração de todos.

Há quem diga que o Secretário é ote rce i ro homem, i s to é , aque le quehierarquicamente ocupa o terceiro posto, aseguir ao guia e ao sub-guia.

Após a reunião, um conselho, umaactividade, lavra as actas, que serão mais tardeassinadas ou elabora os relatos ou relatórios,que ficam como um marco, dos acontecimentosrelevantes, vividos por todos os elementos.

...Os restantes elementos deverãoa s s u m i r f u n ç õ e s d e n t r o d o s e ubando/patrulha/equipa...

LobitoÉ o encarregado pela escrita do bando.

Terá como principais funções: Escrever o "Livro de Bando"

(resumo das actividades ereuniões);

Arquivar documentos do bando; Redigir e expedir convocatórias.

Tribo JúniorÉ o especialista da patrulha na área da

comunicação escrita, oral ou audiovisual. É o

cronista. Ele se encarrega, com o seu bloco denotas e caneta, que sempre o acompanha, derecolher e anotar todos os acontecimentos decerta importância que tenham relação com apatrulha: as conclusões das reuniões depatrulha; as decisões dos conselhos; as saídas;o s C o m p r o m i s s o s d o s n o v o s ; o sacampamentos; etc.

O Secretário será o encarregado de pôrem dia a história da patrulha, confeccionando o"Livro de Ouro" da patrulha; se este não existir,unir-se-á aos outros secretários para, entretodos, escreverem o "Livro de Ouro" do grupo.

Além desta atribuições, terá ainda de: Redigir e expedir convocatórias; Cuidar e ilustrar o "Livro de

Ouro" da patrulha; Arquivar os documentos da

patrulha; Tratar de toda a correspondência

da patrulha.

Tribo SéniorÉ o especialista da equipa na área da

comunicação escrita, oral e audiovisual. Terácomo principais atribuições:

Fazer cobertura, texto, som eimagem, de todas as actividadeslevadas a efeito pela sua equipa,desde as reuniões de equipa atéaos grandes empreendimentos,sempre que o assunto seja temapara algum “apontamento dereportagem”.

Registar o que de importante sepassa nas reuniões e conselhos,em que participa com a equipa;

Ter a seu cargo o tratamento detoda a correspondência (enviadae recebida) da equipa, bem comooutro tipo de documentação;

Ser o correspondente da equipana redacção do jornal do grupo,ou noutros que porventura

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necessitem da sua participaçãoou colaboração;

Ser o responsável pelos meios decomunicação da equipa, jornal,placar, cartazes, audiovisuais,etc.

CaminheiroNesta divisão é o responsável pela

secretaria da equipa, passa pelas suas mãos,tudo o que já foi referido para as outrasDivisões precedentes e ainda:

Fazer processamento de texto,no computador;

Secretariar o Conselho de Clã,quando para isso for designado,com as seguintes atribuições:-Registar em livro próprio as

deliberações tomadas;-Elaborar a respectiva acta e

fornecer os dados para a Ordem deServiço.

Aviso importante: Se este cargo fordemasiado estável (longo), o seu detentorcorrerá o risco de "cristalizar", de seespecializar em demasia, não descobrindooutras oportunidades. Se o cargo for demasiadoinstável (curto), o seu responsável não terátempo de consumar uma aprendizagemsuficiente do mesmo.

As funções de Secretário do clã,poderão ser exercidas por um caminheiro, comesta ou outra função a nível de equipa, deharmonia com as características do seufuncionamento.

Assim, libertará a Equipa de Animaçãopara as funções propriamente educativas. Estecaminheiro deve sentir-se responsável pelo queacontece na vida do clã.

NOTA: É conveniente que es taduplicação de funções não prejudique o seutrabalho em equipa, por essa razão

aconselhamos a sua rotatividade a fim deevitar que esta tarefa, a nível de clã, atinjasempre os mesmos caminheiros.

PARTE DOIS

Definir esta função... Secretário é aquele que escreve

as actas das reuniões ou dosconselhos.

Secretário é aquele que escrevecorrespondência a qualquerpessoa ou entidade.

Secretário é aquele que guardaos segredos do seu pequenogrupo.

Secretário é aquele que faz oexpediente relativo a qualquerserviço.

Secretário é aquele que arquivapapeis e documentos úteis.

Secretário é aquele que redigenotas e documentos in ternos.

Secretário é aquele que podeexercer também as relaçõespúblicas.

Secretário é aquele que afixa osd o c u m e n t o s , r e v i s t a s ,circulares...

Secretário é aquele que escreverelatórios.

Secretário é aquele que redige ascartas dos projectos.

Secretário é aquele que elaboraas convocatórias.

Secretário é aquele que abre acorrespondência geral.

Secretário é aquele que trabalhano "Livro de Ouro" ou "Livro deBordo".

Secretário é aquele que colaboranos jornais ou revistas.

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Secretário é aquele que forneceinformações escritas à chefia.

Secretário é aquele que escreve àmáquina.

Secretário é aquele que trabalhano computador.

Secretário é aquele que sabetrabalhar com o gravador desom.

Secretário é aquele que sabe tirarfotografias de qualidade.

Secretário é aquele que guardaos autógrafos.

Secretário é aquele que mantêmem dia o diário do seu pequenogrupo.

Secretário é aquele que sabetrabalhar com um duplicador.

Secretário é aquele que saberemeter um fax.

Secretário é aquele que trabalhacom ficheiros.

Secretário é aquele que utiliza aestenografia.

Secretário é aquele que ...

Estas e outras funções inerentes a estecargo, vão pouco a pouco, enriquecendo osconhecimentos do Secretário, por que são úteistanto agora como num futuro próximo.

É o apelo à formação que poderásrecolher quer do Secretário do Grupo como deum técnico especialista, de acordo com asvárias áreas de aprendizagem.

Parte três

O "Livro de Ouro"...É uma tradição escotista cada pequeno

grupo possuir o seu "Livro de Ouro".Este livro abriga "coisas" indiscretas,

possui páginas misteriosas e encontra-se em

local secreto ou está exposto perto dos troféuse prémios.

Os aspirantes e noviços enquanto nãomembros oficiais do pequeno grupo, não temacesso a este livro, havendo posteriormenteuma iniciação aos elementos.

O "Livro de Ouro" pode guardar adescrição dos totens, patronos e tradições.Fotografias de diferentes épocas, assinaturasdos seus "hóspedes" ilustres. Serviços,recordes, grandes exemplos, lista de troféus eoutros constam do seu conteúdo.

O " L i v r o d e O u r o " é d aresponsabilidade de todos os que trabalhamnele, e para ele. Compete ao Secretárioacompanhar esse trabalho, de forma que o livromantenha um determinado estilo e bom gosto.

Este livro retrata a história do bando,patrulha ou equipa, com a força dasilustrações, de todas as grandes actividades,cronologicamente descritas.

Podemos defini-lo como um livro bemtrabalhado (deve ser uma obra de arte) esecreto (não o pode abrir qualquer pessoa),porque guarda as tradições quanto à suahistória, costumes, feitos famosos, espírito eantepassados.

Insistimos sobretudo nestas duasqualidades: deve ser uma obra de arte feitacom todo o cuidado e deve ser secreto (só éaberto em grandes cerimónias e seguido de umrito determinado).

Unicamente os escoteiros que tenhamfeito a Promessa ou o Compromisso, dessaDivisão o podem consultar.

Em tempos normais poderá estar numesconderijo que apenas alguns membrosconhecem.

Os dias das suas Promessas ouCompromissos; as assinaturas (ou dedicatórias)dos "grandes Chefes" que os visitam; a listados acampamentos, as vezes que ganhamgrandes jogos ou concursos, prémiosalcançados e primeiros lugares; lista de

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Escoteiros da Pátria, das Insígnias de Mérito, eoutras condecorações que os elementosobtiveram.

A crónica descrita ao longo dos anos,relembrará os grandes projectos e feitosheróicos. Esta última parte deverá serespecialmente acompanhada de fotografias,esboços, caricaturas e desenhos.

O "Diário"O "diário" é um livro mais prático e

vulgar. Não possui as características do "Livrode Ouro" nem o seu secretismo.

O "diário" há-de conter: A cor do bando e a silhueta do

lobo, o totem de patrulha ouequipa, os seus costumes,habitação, descrição, hábitos,i n i m i g o s , d e s c r i ç ã o d a spegadas, etc.

A figura do herói, beneméritoou santo escolhido pela equipa,com os seus dados biográficos.

O escudo, o lema ou divisa, ogrito secreto, o código secreto, aoração e o hino próprio, fazemparte do "diário".

A lista dos antigos chefes deequipa, guias, sub-guias edemais escoteiros, se possível,com as suas fotografias e asassinaturas, também não devemfaltar. O Secretário é o seuescrivão e é o encarregadorecordar a cada elemento, dadospara o seu enriquecimento.

Mais algumas ideias:Parece conveniente que além do "Livro

de Ouro" e do "diário", o pequeno grupopossua ainda um caderno de reportagens, umlivro de actas onde serão resumidas as reuniõese as suas tomadas de decisão, as excursões, as

explorações e os acampamentos. Além disso,também se incluirão nele as presenças, as datase horários e as agendas de trabalhos.

Será muito proveitoso que cadaelemento, às vezes faça essa reportagem, cujasqualidades pedidas são: possuir clareza e serbreve.

O Boletim/JornalQuer seja sob a forma de folhas

fotocopiadas, passadas. no duplicador ouutilizada qualquer outra forma de impressão,serão posteriormente distribuídas a todos osescoteiros da Divisão ou do Grupo, sendoredigidas com a colaboração de todos.

Pode também tomar a forma de umcaderno que vai passando por todos à vez,juntando-lhe cada qual um artigo, quando oreferido caderno lhe chegar ás mãos.

O importante é utilizar em exclusivo atua imaginação e iniciativa.

PARTE QUATRO

Secretariar...Um dos maiores factores do "espírito

escotista" será a participação activa de todos osmembros numa função, onde cada escoteiroterá um cargo à sua responsabilidade.

Deverá dar conta disso ao guia ou chefede equipa, quando lhe for pedido pela chefia.

Como já dissemos é o responsável pelo"Livro de Ouro", e pelo "diário". Vela para queestejam em ordem e actualizados, quer seja ounão a redigi-los e ordená-los, quer encarregue asua execução a outro escoteiro. Vigia para queestes livros nunca sejam violados nem abertosfora das grandes circunstâncias previstas, nastradições escotistas. É por isso que se diz que oSecretário também é o guardião dos segredos.

Pode acumular nas suas atribuições como d e s e m p e n h o d a s f u n ç õ e s d e

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Repórter/Jornalista, isto é, aquele que descreveos diversos acontecimentos escotistas,principalmente nos jornais de parede.

Caso exista, recolhe e guarda o livro deautógrafos.

É o cronista porque faz os relatos,contando os grandes feitos e aventuras. Estesdocumentos devem ser acompanhados defotografias, esboços e desenhos.

É o escrivão porque da sua missão fazparte escrever as actas, as convocatórias, ascartas e outros documentos.

Podemos então afirmar que o Secretárioestá em relação com o Secretário do Grupo.Redigir, escrever, classificar, arquivar, expedirsão parte do seu trabalho. Por isso deveescrever à mão com letra legível, de forma quetodos possam ler os seus textos.

Ainda pode acumular a responsabilidadeda propaganda. Por isso estuda os meios locais,à sua disposição:

- Contactos com jornais locais;-Comerciantes dispostos a ceder as suas

vitrinas, para uma exposição ou colocação deum cartaz;

- M a n t e r r e l a ç õ e s c o m o u t r a sorganizações locais;

-Conhecer o material disponível: vídeos,filmes, cartazes...

- …

Podemos aconselhar, além da boaortografia, evitar os erros e a troca deendereços, que produzem uma má imagem. Oserros de ortografia são uma ameaça à língua,assim como a falta de pontuação, que devemdar "vida" à frase, contribuem em grande partepara isso. Não saber escrever, significa nãosaber a gramática e assim o vocabulário édesastroso na sua utilização.

Existem por isso algumas "ferramentas"que podem ajudar o Secretário nas suas váriasmissões. São eles: dicionários, prontuários

ortográficos, gramáticas, que ajudam a evitaros erros de ortografia, erros de sintaxe, erros deinexactidões, indigência de vocabulário, fracasestruturas verbais e outras coisas mais, quedecerto já ouviste na escola.

Juntamente com os outros Secretáriosde unidade, poderás formar uma comissãoencarregada de redigir as cartas dos projectos.

Ao receber circulares, desdobráveis,avisos, comunicações e outras, encarrega-se deos fixar em local próprio, e mais tarde de osarquivar.

Organizar um pequeno ficheiro com osnomes, moradas, telefones, cargos, escolas eoutros dados importantes, podem serextremamente úteis. Nele poderá transcrever osdados recolhidos da ordem de serviço: noitesde campo, progresso, competências, louvores,etc.

Procura ser muito organizado, anotarcom precisão tudo o que se disse e se passou.

Por todas estas razões, a fuga a estecargo é grande.

PARTE CINCO

As actas...Todos os assuntos das reuniões ou

conselhos, ficam descritos e narrados numdocumento que se chama acta.

As actas são escritas num livro,guardado com zelo pelo Secretário.

Nas actas devem constar: Número de ordem da acta; Data, hora e local da sua

realização; .Nomes dos presentes; Ordem de trabalhos; .Assuntos tratados; Propostas apresentadas; Decisões tomadas;

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Av i s o s e c o m u n i c a ç õ e sefectuadas;

Técnicas (instrução) executadas; Jogos realizados; Canções; Reflexão partilhada; etc.

A feitura destes documentos, têmalgumas regras básicas, que devem serrespeitadas e seguidas. As mais importantessão:

1. Os números são escritospor extenso.

2. Não há espaços embranco, isto é, quando se faz umparágrafo, o resto da linha ériscada com um traço, evitandoa s s i m q u e p o s s a s e racrescentada mais qualquerpalavra ou palavras.

3. No final de cada actaesta é assinada pelo seu autor.

4. Em caso de falta doSecretário a acta é efectuada poroutro elemento.

5. Posteriormente, noutrareunião ou conselho, a acta élida e depois aprovada eassinada, por todos os presentesnessa reunião.

6. O s a p o n t a m e n t o sdurante a reunião ou conselho,.podem ser tomados numcaderno ou folhas soltas edepois o rascunho é passado alimpo para o livro das actas.

7. Caso exista algumaomissão na acta, essa deve seracrescentada na acta seguinte.

Recomendações gerais… O livro de actas deve ser

cartonado, isto porque uma capa

dura protege melhor as suaspáginas.

As folhas devem ser pautadas,isto é, com linhas horizontais, oque facilita a escrita.

Procurar que a caligrafia usadaseja boa, de forma que possams e r l i d a s p o r t o d o s , s enecessário.

Evitar que o texto tenha erros deportuguês.

Não deixar que a sua aprovaçãose atrase mais de quinze dias.

As folhas não devem apresentarnódoas, borrões ou sujidade.

Todas as folhas do livro sãonumeradas.

ExemplosEstes podem ser exemplos da abertura e

encerramento, conhecidos como termos fixos,ao redigir uma acta.

"Nos dias vinte e um de Junho de milnovecentos e noventa e nove, reuniu na suasede pelas vinte horas, a equipa Castor, estandopresentes o guia Rui Abreu, a sub-guia AnaTeresa, os pioneiros Marcos Ricardo, RitaVentura, Cláudia Antunes, Alberto Ribeiro e on o v i ç o N u n o M i g u e l .--------------------------------------------------------------

A ordem de trabalhos foi a seguinte......Por mais nada constar, vai a presente

acta ser assinada pelos membros da equipa, emconformidade com o que se passou e por mimque servindo de secretário a escrevi e li.

Rasurei: (a palavra …)

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PARTE SEIS

Normas para um relatório...Acontece sempre que se realiza uma

actividade, ser elaborado um relatório.Evidentemente que não é uma obrigaçãoexclusiva do Secretário, mas queremos deixaraqui algumas ideias, se o tiveres de fazer.

O objectivo do relatório é servir dedescrição, podendo em alguns casos abordar oantes, durante e depois do acontecimento.

Pensamos que na sua parte final, sedevem narrar os resultados da avaliação, quersejam positivos ou negativos, quer sejaminteressantes ou inovadores. Podem-seapresentar sugestões para outras actividades.

A arte de redigir um relatório é sersintético e objectivo, fornecendo a quem lerelementos necessários.

Os relatórios escotistas são feitosnormalmente para entregar às nossas chefias,por isso devemos primar na sua apresentação.

O relator presta informações verdadeirase nunca deve deturpar o que se passou, por issoo seu valor reside no testemunho verdadeiro doque se passou.

A composição do relatórioJá vimos que um relatório é uma

resposta sobre "que aconteceu?" "que é quenão correu bem?" "quais os factos maisimportantes?" etc. etc.

Porém, o plano do relatório não varia: 1ºo corpo; 2º a conclusão.

O corpo, por sua vez, compõe-se deduas partes: os factos e a demonstração.

Para descrever os factos devemos seguirestas qualidades:

Honestidade Objectividade Imparcialidade Fidelidade Utilidade Sobriedade

Precisão Método Clareza

Estrutura do relatórioPrimeira parte (apresentação)É composto pelo cabeçalho. Neste

destaca-se a data, o local, a natureza daactividade, o destinatário e o órgão ou pessoaque elaborou.

A segunda parte (objectivo) é aexpressão resumida dos factos.

A terceira e última parte (conclusão)pode a partir da avaliação apresentar diversassugestões e críticas construtivas.

D e v e m s e r e n r i q u e c i d o s c o mfotografias, desenhos, mapas, gráficos,bilhetes, e outros documentos adicionais,comprovativos do acontecimento.

ProgressoMuitas são as provas do sistema de

progresso que solicitam a elaboração derelatórios, bem como, vamos encontrar essepedido também em algumas especialidades.

A últimaProcura conseguir: entre a palavra ou

frase, aquilo que pretendes dizer. Casocontrário, o pensamento de quem escreve serámal interpretado - outra perda de tempo.

Comunicar clara e fielmente umpensamento é, pois, a função fundamental danossa linguagem.

Por fim, relê o trabalho para corrigirerros, incorrecções e repetições.

Caso seja importante podes anexaralguns documentos adicionais ao relatório(cartas, inquéritos, circulares, autorizações...).

De cada relatório feito e apresentado,deve ficar uma cópia arquivada, em vossopoder.

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PARTE SETE

O Esquema de progresso...São muitas oportunidades que o

esquema de progresso oferece aos escoteirospara as tarefas que se prendem com estesconhecimentos. Aparecem nas mais variadasprovas, ocasiões que esta função facilita a suarealização. Vejamos alguns exemplos:

Lobitos Descrever uma árvore; mamífero; peixe

ou ave. Desempenhar durante um período, o

cargo no bando. Colaborar num jornal de parede. Fazer um trabalho ilustrado sobre um

facto da história de Portugal.

Escoteiros Juniores Descrever a vida do animal totem. Fazer um trabalho descrevendo a vida

de um grande explorador. Elaborar um resumo sobre os principais

passos da vida do Fundador. Colaborar na elaboração do "Livro de

Ouro". Descrever sumariamente a história da

fundação da AEP. Elaborar e apresentar uma folha

informativa. Resumir factos históricos/culturais, de

maior interesse da sua localidade. Desenvolver um trabalho sobre aves de

rapina. Elaborar e apresentar a reportagem de

uma actividade de campo. Narrar a história da sua patrulha. Resumir os dados mais importantes do

Escotismo em Portugal.

Escoteiros Seniores Conhecer a estrutura orgânica dos

órgãos nacionais da AEP.

Conhecer e identificar um ecossistema. Conhecer os princípios básicos da

elaboração de uma o notícia. Participar numa acção de levantamento

e recolha na área da cultura. Executar um trabalho sobre a história

da UE (União Europeia). Elaborar um trabalho relativo à mística

da divisão. Produzir um folheto tipo desdobrável. Fazer e montar uma folha informativa. C o n h e c e r e m l i n h a s g e r a i s a

organização do CNE e AGP. Elaborar um jornal de parede. Elaborar um trabalho sobre poluição da

natureza, perigos dos pesticidas esimilares.

Caminheiros Descrever os princípios fundamentais

para manter a saúde. Descrever um organismo mundial. Ter conhecimentos gerais sobre

estatutos e regulamentos da AEP. Fazer a relação dos 10 artigos da Lei do

Escoteiro Realizar uma acção de relações

públicas. F a z e r u m l e v a n t a m e n t o

histórico/cultural da sua localidade. Executar um trabalho onde descreva o

quadro institucional da AEP. Elaborar um t raba lho sobre a

importância do exercício físico. Fazer um relatório sobre um problema

social. A p r e s e n t a r u m e s t u d o s o b r e

implantação das sociedades. Elaborar um estudo prévio do local

para o acampamento. Fazer um levantamento de um

concelho.

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Apresentar o sistema de formação dedirigentes em vigor na AEP.

Executar um trabalho que descreva avida de B- P.

Elaborar e apresentar um trabalho sobrea organização de outras associações(escotistas ou não).

T a m b é m v a m o s e n c o n t r a rEspecialidades, onde o desempenho destafunção facilita a sua conquista, como é o casod e : C o m u n i t á r i o ; I n f o r m á t i c o ;Repórter/Jornalista; Fotógrafo; Bibliotecário;Bom cidadão; Guia de região; etc.

Ferramentas do oficioOs utensílios mais vulgares numa

s e c r e t a r i a s ã o : p a p e l e e n v e l o p e s ,esferográficas, agrafador e agrafes, papelquímico, furador, lápis e borracha, apara-lápis,régua, tesoura, caixa de clipes, x-acto, fitagomada, cola, elásticos, papel almaço (liso,quadriculado e pautado), caixas de arquivo,pastas e capas, fichas, corrector, carimbo ealmofada de tinta, livros, dicionário, álbuns,...e um móvel para guardar todo este material.

Para determinados serviços é bom teracesso aos seguintes equipamentos: máquinade escrever, computador com impressora,fo tocop iado ra , dup l i c ado r, má qu inafotográfica, gravador de som, gravador deimagem, ecrã, projectores de slides, fax, etc.

PARTE OITO

As reportagens...Uma técnica moderna para informar os

outros, para dar a conhecer um projecto, umaacção, uma ideia, uma recordação, umahis tór ia , o ú l t imo acampamento , oscompanheiros, ( a vida da unidade, etc., é

utilizar nessas reportagens um gravadorportátil de som.

PreparaçãoEscolher precisamente o que vai ser a

reportagem e arranjar um título. Exemplo"Lisboa -Expo'98".

Documentar-se para ter elementosconcretos sobre o tema e seleccionar asquestões a abordar. Onde se documentar? Embibliotecas, revistas, escolas, familiares,especialistas, livros, enciclopédicas, etc.

Preparar a realização da reportagem,com um encontro com as pessoas a entrevistare escrever as questões, de forma que cadapessoa saiba o papel a desempenhar nareportagem.

Não esquecer nesta preparação aqualidade de interesse da reportagem e dequem depende para esse sucesso.

RealizaçãoMaterial de reportagem

Um gravador portátil de som(atenção às pilhas);

Um micro exterior de cabo(procurar não utilizar os microsincorporados);

Uma ou mais cassetes (tiponormal).

Muito importante Ter o micro fechado, falar a 10

cm. do micro; Evitar o vento e os ruídos

envolventes.

Com o teu material de reportagem regista: Osintervenientes que tu escolheste utilizar nasquestões . Não improvisar. Se o teu

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questionário é bem feito, o entrevistado estaráfortemente interessado em responder.

MontagemUma vez feitas as entrevistas, recolhe e

destaca as melhores passagens que serãoconservadas para a reportagem final. Eliminartodo o material mal gravado, incompreensível,sem interesse, repetido, etc.

Lembra-te que não é o tamanho que fazo interesse da reportagem.

Escreve a partir das cassetes asrespostas, à frente das perguntas efectuadas.

É necessário que antes identifiques aspessoas pelo seu nome, profissão, idade, ...edepois no texto basta colocares as suas iniciais.

Ta m bé m d ev e s o b t e r a l g um a sfotografias dos teus entrevistados, de forma aenriquecer o teu relatório.

PARTE NOVE

Ideias soltas... Caso não exista bibliotecário,

podes encarregar-te de cuidardos livros, revistas, jornais, efazer o seu empréstimo com odevido controle.

Indicar ao Tesoureiro os livros acomprar.

Fazer um classificador paraarrumar a documentação porexemplo: 21X29,7 - protecçãoplás t i ca - re fe renc iando :A=1997; B=1998; C=1999... osnúmeros 1,2,3... podem ordenaros projectos.

Assim, A 1 "Os Romanos", B2"Robin dos Bosques", C3 "OsNavegadores"; cada pasta devecon te r tudo re l a t ivo aos

projectos realizados: data darealização: de __ a __; nomesdos participantes, escolha doprojecto; títulos das páginas:h i s tó r i a , he ró i s , t a r e fa s ,técnicas, festas, fotos, guarda-roupa, contos... Esta é a formade conservar a memória dasactividades da unidade e teru m a a r r u m a ç ã o d adocumentação em ordem. Osanos passam, os escoteirosmudam, mas a história fica.

Toda a correspondência ésempre arquivada por datas; asrevistas pela sua numeração eano.

E x p e r i m e n t a f a z e r u m asondagem ou um inquéritosobre um assunto importante, edepois trabalhar as respostasobtidas, em conjunto com a tuachefia.

Já imaginaste escrever osnomes, moradas e códigospostal dos teus elementos, emetiquetas auto-colantes, a fim dep o d e r e s r e m e t e r u m aconvocatória com mais rapidez.

Deves saber escrever e decifraralgumas mensagens em códigosecreto (cifra).

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O SOCORRISTA

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PARTE UM

Socorrista...

Socorrista é o escoteiro que está"Sempre pronto" em todas as emergências, ese preocupa com a prevenção e segurança – obem estar – de todos os seus companheiros.

Segue o exemplo do bom Samaritano.O Socor r i s ta t em por missão

confeccionar (em vez de comprar) umafarmácia portátil e equipá-la com o necessárioindispensável; transportá-la consigo nosacampamentos, excursões e em todas asactividades; tratar os pequenos ferimentos eprestar os primeiros socorros de maiorgravidade, mediante as técnicas e práticas deSocorrista ao seu alcance e próprias para a suaidade; interessar os outros nas diferentesmatérias de primeiros socorros...

Podemos considerar também oSocorrista como o vigilante da higiene, dalimpeza e da saúde (sobretudo em campo), oorientador das provas físicas (ginástica,natação,...), o responsável pelos tratamentos ecurativos...

Vejamos as principais exigênciasindicadas para cada Divisão:

Lobitos É o encarregado pelos primeiros

socorros do bando, e terá como principaisatribuições:

cuidar e transportar a bolsa deSocorrista;

cuidar da higiene, limpeza e dobem estar dos companheiros;

saber aplicar alguns socorros.

Escoteiros JunioresÉ o técnico de saúde da patrulha, que

deve estar "Sempre Pronto" para prestarauxílio a qualquer membro que necessite.

Para isso deve: ter os fundamentos necessários

de primeiros socorros;

fazer pequenos tratamentos aacidentes menores;

saber cuidar assim comoprevenir acidentes;

saber como comportar-se nasemergências;

organizar s imulações deevacuações em caso desinistro;

conhecer as normas de higienepessoal e de campo;

equipar e cuidar da farmácia dapatrulha.

Escoteiros JunioresÉ o responsável pelos primeiros

socorros da equipa e procurará aprofundartodos os conhecimentos básicos ligados a estafunção, com destaque para:

transporte da farmácia daequipa, sendo o responsávelpelo seu conteúdo e emrenovar os produtos;

tratar de ferimentos, dosdoentes e apoiar regularmenteo encarregado da Divisão nestaárea;

conhecer as principais regrasde segurança e de protecção;

ajudar a formação dos seuselementos na aquisição daespecialidade de Socorrista;

procurar obter um diploma deSocorrista (por exemplo naCruz Vermelha Portuguesa).

CaminheirosProcurará, igualmente, conhecer,

desenvolver e ap rofundar todos osconhecimentos e técnicas, apontadas para asoutras secções, procurando assim cumprircom zelo a sua divisa de "Servir", e colocá-laao serviço dos outros.

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Parte dois

O que é um primeiro socorro? ...Primeiro socorro é o tratamento inicial

e temporário, ministrado a acidentados e/ouvítimas de doença súbita, num esforço depreservar a vida e diminuir a incapacidade eminorar o sofrimento.

O primeiro socorro consiste no acto detratar, conforme a situação que se aplicaimediatamente a uma pessoa que tenhasofrido uma lesão ou que tenha sidoacometida por doença súbita. Se aplicados nosminutos imediatos a um acidente, osprimeiros socorros, estes podem significar adiferença entre a vida e a morte. Casos comoa protecção de feridas, imobilização defracturas, controlo de hemorragias visíveis,desobstrução das vias respiratór ias ,reanimação e ventilação artificial, estão nasua prioridade.

U m Socorrista não substitui nem omédico nem o enfermeiro nem nenhum outrotécnico de saúde, mas pode impedir toda equalquer acção intempestiva, alertar e ajudar,evitando o agravamento do acidentado.

Qualidades do Socorrista: Auto-confiança e sentido de

responsabilidade. C o m p r e e n s ã o , t a c t o e

paciência. Capacidade de deliberação e

decisão. Capacidade de organização. Capacidade de controlo da

situação. C o n s c i ê n c i a d a s s u a s

limitações.

Outras características que devepossuir:

Solidário Oportuno Competente Optimista Rigoroso Rápido

Interessado Simpático Tranquilo Atento

Perante alguém que sofreu umacidente grave que se deve fazer?

Chamar o 112. Indicar claramente o local onde

se encontra a vítima. Explicar como se deu o

acidente. Dar indicações precisas sobre o

estado da vítima. Pedir a quem atendeu a

cham ada pa ra r ep e t i r amensagem, a fim de verificarse es ta foi devidamenteentendida.

Comunicar com a família davítima (de preferência com oencarregado de educação, se setratar de um escuteiro).

Afastar os "mirones" e mandarcalar os comentários.

Interrogar a vítima, se possível,e acalmá-la.

Executar os primeiros socorrosde acordo com o estado dav í t i m a e d a s l e s õ e sapresentadas, segundo osconhecimentos que possui e deacordo com a sua idade.

Limpeza e desinfecção de materiaisUma ve z t e rminado qua lque r

tratamento de feridas sangrantes, há queproceder à eliminação e/ou desinfecção domaterial utilizado e à limpeza das superfíciesou locais eventualmente conspurcados comsangue.

Eliminação e/ou desinfecção domaterial utilizado

Para a eliminação e/ou desinfecção domaterial utilizado no tratamento de feridassangrantes, devem ser seguidas as seguintesorientações, sem esquecer que quem proceder

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a essas operações deve manter sempre asmãos protegidas, com luvas de borracha(luvas de ménage, por exemplo):

O m a t e r i a l d e s c a r t á v e lutilizado no tratamento dasferidas (luvas, compressas,ligaduras, adesivos, etc.) deveser removido para um saco dep l á s t i c o q u e s e a t a r áfirmemente e colocará dentrode um segundo saco deplástico.

O restante material (pinças,tesouras, etc.) logo depois deutilizado, deve ser lavado comá g u a e s a b ã o e d e p o i smergulhado em álcool a 70%ou lixívia comercial durante 30minutos; pode também, em vezdisso, ser fervido durante omesmo espaço de tempo.

Limpeza de superfícies e locaisconspurcados com sangue

Utilizar sempre luvas deborracha não descartáveis( l u v a s d e m é n a g e , porexemplo).

Favorecer a absorção dos a n g u e c o m m a t e r i a lirrecuperável (toalhetes dep a p e l a b s o r v e n t e , p o rexemplo).

Verter por cima das zonascontaminadas lixívia pura (sepossível a 10%) e deixar actuardurante 10 minutos.

Remover tudo para sacos deplástico adequados e atá-los ofirmemente.

Por úl timo lavar toda asuperfície contaminada comágua e detergente ou sabãovulgar.

NOTA: Com a expansão de doenças como aSIDA e a Hepatite B, consideramosparticularmente oportuno recordar estes

cuidados a ter perante feridas com derramede sangue.

Prestação de primeiros socorrosÉ conveniente que a Divisão disponha

de um local assinalado no campo, limpo earrumado onde prestar os primeiros socorrosem caso de ferimento sangrante; nesse localdeverá estar, devidamente arrumado eapetrechado, a bolsa de primeiros socorros eainda material de desinfecção e limpeza.

A bolsa de primeiros socorrosDevem estar disponíveis entre outros,

os seguintes materiais: Luvas de latex descartáveis, as

chamadas luvas de observação(luvas de vinil, PVC ou "luvasd e p a l h a ç o " , n ã o s ã ointeiramente seguras).

Tesoura e pinça. A l g o d ã o , c o m p r e s s a s

esterilizadas, rolos de adesivosde 1 cm e 5 cm.

Sabão (líquido de preferência). Anti-sépticos para desinfecção

de pele e mucosas (Betadine ousimilar).

Álcool a 70% vol. Agua oxigenada (esta não serve

como desinfectante, mas podeser útil para lavar a ferida ediminuir a hemorragia).

Embalagem de esponjas deSpongostan.

Pensos rápidos.

Produtos de desinfecção e limpeza Lixívia comercial; é muito

irritante em contacto com a pele;é um produto perigoso e merecepor isso a máxima atenção ecuidado.

S a b ã o a n t i - s é p t i c o c o miodopovidona a 5% (Betadine oou similar).

Toalhetes descartáveis para asmãos.

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Balde com tampa e pedal (para asede).

Uma bata ou avental de plástico(brancos).

Sacos de plástico apropriadospara produtos eventualmentecontaminados, se possível deparede dupla.

PARTE TRÊS

ESQUEMA DO PROGRESSO…É natural encontramos óptimas

oc as i õ es pa r a a um e n t a r o s n os s o sconhecimentos nesta função, tanto noe s q u e m a d o p r o g r e s s o c o m o n a sespecialidades.

Ve j a m o s a l g u m a s d a s m a i simportantes:

Lobitos Explicar a importância da

higiene pessoal: dentária, mãose unhas, como cuidar do seuc o r p o e c o m o r e s p i r a rcorrectamente.

A importância das vacinas. Como comer saudavelmente. Como estancar o sangue do

nariz. Saber boiar. N a d a r ( e n t r a r n a á g u a

c o r r e c t a m e n t e , b o i a r ,mergulhar...).

Deixar limpo o local onde serealizou a actividade.

Saber identificar as causas quepodem provocar acidentes emcasa.

Saber os cuidados a ter com olume em campo...

Saber o que se deve fazer eporquê em caso de incêndio.

Tratar de uma pequena ferida.

Explicar quais os cuidados ater para evitar constipações einsolações.

Ter noção do perigo dos lixosna via pública e habitação.

Descrever o que fazer empresença dos seguintes casos: equeda de uma pessoa à águas e m s a b e r n a d a r ;atropelamento; acidente emcasa.

Descrever o significado dossinais dos banheiros.

Fazer um cartaz da "roda dosalimentos".

Enunciar alguns cuidados a tercom a alimentação.

E l a b o r a r u m a f a r m á c i acontendo o material necessárioe improv isa r uma macautilizando um cobertor.

Ensinar os outros a pedirauxílio imediato, em caso deacidente.

Aprender a andar de bicicleta. Dirigir algumas sessões de

ginástica matinal. Explicar porque é que certos

descuidos e brincadeiraspodem provocar acidentes.

Auxiliar a sua Àquêlá nas"dentadas" sobre: cuidadoscom o lume; sinalizaçãobalnear; regras de trânsito parapeões.

Escoteiros Juniores Saber tratar uma pequena

ferida, desde a sua limpeza atéà aplicação do penso... e sabertratar picadas de insectos.

Demonstrar e manter regras dehigiene pessoal.

Saber utilizar o lenço deescuteiro como ligadura debraço ao peito.

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Page 95: O ANIMADOR - cne-escutismo.pt

Aplicar ligadura de bandatriangular em ferimentos no pée no joelho e saber comoactuar na presença de umdesmaio.

S a b e r d i s t i n g u i r e n t r equeimadura do 1º e do 2º graue os cuidados a ter. Descrevercomo se podem evitar.

Transportar um companheiroàs cavalitas.

Saber as regras de utilização elimpeza dos utensílios decampo.

Saber utilizar um extintor. Ident i f i ca r as regras de

prevenção contra incêndios emcampo.

Pôr em prática técnicas decombate a incêndios emcampo.

Preparar uma farmácia parauma actividade pontual.

Executar três tipos de macasdiferentes.

Identificar as regras de higieneem campo.

Saber utilizar serviços públicosda sua área (...bombeiros...).

Saber como actuar em caso dep e q u e n a s h e m o r r a g i a sexternas.

Saber como colocar umacidentado em posição lateralde à segurança (PLS).

Organizar e manter a farmáciada patrulha durante um períodode 3 meses.

Saber quais os malefíciosprovocados pelo uso do tabacoe do álcool.

Nadar correctamente e sabermergulhar da prancha.

Planear e executar com a suapatrulha uma simulação decombate a um incêndio.

Elaborar para a sua sede umsistema de segurança.

Em actividades marítimas efluviais saber como procedercaso a sua embarcação se volteou se afunde.

Escoteiros Seniores Identificar os sintomas de

estado de choque. Saber como tratar de feridas. Saber gener icamente o s

malefícios do uso de drogas. Identificar os sinais e sintomas

de fracturas. Conhecer sinais de trânsito. Conhecer diversos tipos de

extintores e a que tipo de fogosse destinam.

Conhecer os perigos dospesticidas e similares noequilíbrio, ecológico.

Aplicar os primeiros socorrosem caso de hemorragiasexternas (situação simulada).

Aplicar primeiros socorrosnum acidentado em estado dechoque (situação simulada).

Fazer manutenção da farmáciado Grupo.

Saber como proceder em casod e a c i d e n t e ( v i a ç ã o ,queimadura e envenenamento).

Descrever como actuar empresença de: sismo, trovoadas einundações.

Arremessar uma bóia para aágua e entrar dentro dela.

Organizar debates conjuntoscujos temas fundamentaissejam:...uso de drogas...

A p l i c a r t é c n i c a s d eimobilizações em membrosque apresentem fracturas.

Conhecer e saber utilizartécnicas de salvamento emc a s o d e a f o g a m e n t o eelectrocussão.

Ensinar outro Escoteiro amedir a tensão arterial.

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Nadar vestido. Mergulhar a uma profundidade

superior a 2 metros. C o n c e b e r u m p l a n o d e

intervenção numa situação deemergência.

Caminheiros Saber sinais, sintomas e

re s pec t ivos socor ros dehemorragias te e fracturas,executando as imobilizações.

Identificar e utilizar diversostipos de ligaduras.

T e r n o ç õ e s s o b r e oplaneamento familiar.

Descrever os p r inc íp iosfundamentais para manter umbom estado de saúde.

Conhecer a estrutura musculardo corpo humano.

Conhecer os perigos queadvêm de: energia nuclear,resíduos das fábricas, usoexcessivo de pesticidas eadubagem na agricultura.

Frequentar acções de formaçãosobre socorrismo.

Cooperar com o organismopróprio em campanhas desaúde pública.

Frequentar acções de formaçãosobre temas específicos desaúde, tais como: nutrição,doenças cardiovasculares,cancro, hepatite B, SIDA...

Realizar na sua comunidadeum ciclo de conferências sobreum dos temas: protecçãoinfantil, vacinação, protecçãocivil, prevenção rodoviária...

Demonstrar que tem noções desocorros a náufragos.

Organizar e animar uma acçãosobre saúde em geral.

O rg a n i z a r e a n i m a r n acomunidade acções que visema s e n s i b i l i z a ç ã o e

esclarecimento em várias áreasda saúde.

Organizar uma campanha deacção pública sobre saúde.

Organizar uma campanha ded e s p i s t a g e m d e H T A(hipertensão arterial) ou outrofactor de risco.

Fazer um levantamento no seuconcelho, relacionado com anão observância das regras desegurança.

Frequentar um curso doIns t i t u to de S oco r ros aNáufragos.

Colaborar com uma instituiçãode Protecção Civil, Bombeiros,Cruz Vermelha, Socorros aNáufragos.

EspecialidadesEntre ,as várias Especialidades

existentes, há algumas mais vocacionadaspara a área do socorrismo ou da prevenção,como sejam: Guia de Região, Mensageiro,Nadador Salvador, Protecção Civil, etc.Evidentemente que a mais abrangente a estecargo é a de Socorrista. Vejamos o que éexigido:

Socorrista

Lobitos Conhecer o fundamental do

conteúdo de uma bolsa desocorrismo.

Saber limpar e tratar umaferida simples.

Sabe r p rocura r socor roimediato numa emergência.

Saber como utilizar a ligaduratriangular (lenço) e aplicar aem: um braço ao peito, nacabeça, no joelho e no pé.

S a b e r t r a t a r d e u m ahemorragia nasal, picadas dei n s e c t o s e s a b e r l e r atemperatura.

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S a b e r t r a t a r d e u m aqueimadura ligeira.

Saber o que se deve fazerq u a n d o e n t r a m c o r p o sestranhos no olhos, assimcomo em caso de sufocaçãoou insolação.

Escoteiros Saber aplicar a respiração

artificial. Saber proceder em casos de

insolação e queimadurassimples.

Improvisar uma maca etransportar alguém nela.

Saber proceder em caso dehemorragias externas.

Saber medir a pulsação(avaliar o pulso).

Saber imobilizar uma fracturainterna, por meio de talas.

Saber proceder em casos dequeimaduras graves e asfixia.

Saber medir a tensão arterial. Transportar um sinistrado ao

ombro (à bombeiro). Saber actuar em casos de

intoxicação a l imentar eenvenenamentos.

NOTA -As provas exigidas aos Escoteirospodem ser substituídas por um curso desocorrismo (Cruz Vermelha. Bombeiros...)

Caminheiros Esta Divisão, está caracterizada pelo

serviço ao próximo, o pertencer a qualquerdestes corpos, efectiva ou temporariamente:Bombeiros, Nadador Salvador, ProtecçãoCivil... com destaque para a de Socorrista daCVP (Cruz Vermelha Portuguesa)

P o d e m s e rcondições para o usod a i n s í g n i a d eProjecto.

Deve possuir,no mínimo, o curso

elementar da CVP)c o n c l u í d o c o maproveitamento.

Pode ainda tentar fazer alguns cursosde sub especialização:

Socorrista Reanimador -p o s s u i r o c u r s o d eoxigenoterapia (reanimação) daCVP;

Socorrista de Montanha -possuir o curso de socorrismode montanha da CVP.

PARTE QUATRO

Missão do Socorrista...Em cada Div isão deve have r

elementos responsáveis pelos primeirossocorros junto dos seus irmãos escuteiros.

O que se pretende é que em qualquersituação de alteração da saúde de umelemento, este possa ser atendido de imediato,acompanhado e sempre que possível tratadode forma eficiente. A tua principal e maisimportante tarefa é a da prevenção. Se esta forbem feita, tudo será mais fácil e estarás emmelhores condições para desempenhares bemo teu papel. Que fazer para prevenir?

Deves: Conhecer os problemas de

saúde dos teus elementos es ab e r s e ne c es s i t a m decuidados especiais.

Garantir que antes de sair decasa, todos os que necessitamde medicamentos os levamconsigo.

Preparar a maleta de primeirossocorros e ter um livro desocorrismo.

Aprender e praticar o quefazer, face aos principaisacidentes e doenças.

.Saber reconhecer situaçõesque necessitem de cuidadosmédicos e saber como obtê-los.

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Não te esqueças que a saúde não é só obem-estar físico: um elemento que não sesinta bem na sua Divisão, que repetidamenteveja frustradas as suas expectativas sobreviagens, acampamentos, actividades, etc., aquem só ocorrem "desgraças", é alguém emrisco de doença, é alguém que não se sentebem. Procura ajudar quem esteja em talsituação e, se necessário, pede ajuda aos teuschefes.

HigieneTodos sabemos como é difícil manter a

higiene pessoal num o acampamento,especialmente se este dura uma semana oumais. ), Escusado será dizer que tu, para alémdos cuidados normais, terás de ter mais algunsespeciais, como sejam: o material deprimeiros socorros deve estar sempre pronto,acessível e limpo; nunca deves observarninguém sem lavares primeiro as mãos (à suafrente, se possível) e após mexer em, outratares de alguém, deves lavar outra vez asmãos sempre com muita água e sabão.

Para além da higiene pessoal, deves terem atenção a higiene colectiva: manter o localde campo limpo, despejar diariamente o lixo,exigir higiene na cozinha, chamar a atençãodos mais resistentes à água e à roupa lavada,colocar produtos desinfectantes na latrina...

Um aspecto particular da higiene é oque diz respeito à alimentação. Os cozinheirosdevem lavar as mãos com frequência e nãodevem estar doentes.

Os alimentos frescos devem serpreparados logo que possível (não osdeixando ao ar por muito tempo), em locaislimpos, com utensílios lavados, e a comidapreparada não deves ser mantida quente àespera, pois isso favorece o desenvolvimentode bactérias. Toda a fruta e legumes devemser bem lavados. Os ovos devem ser partidosum a um para um recipiente, onde se verificase estão bons pelo aspecto e pelo cheiro, antesde se juntarem aos outros.

A louça deve ser lavada o mais brevepossível e não deve haver restos de alimentosna zona da cozinha.

«Os exploradores experimentadosesmeram-se na limpeza da cozinha. Panelas,pratos, garfos e facas apresentam-seimpecavelmente limpos. Eles bem sabem que,se deixarem pelo chão sobras de comida e delixo, as moscas não se farão esperar (...)precisamos portanto, de ter grande cuidadocom o asseio da cozinha. (...). Lembrai-vos deque "o escoteiro é asseado"»

B-P, in "Escotismo para Rapazes"

AlimentaçãoA alimentação num acampamento

pode ser fonte de vários problemas.Deves reparar se as ementas são

escolhidas, tendo em atenção (entre outrosfactores) o necessário equilíbrio alimentar. Sealguém por sistema não comer parte delas(por exemplo: a fruta), como não temalternativas que compensem o que não come,está a fazer uma alimentação desequilibrada.

Se houver alguém que ache aquantidade exagerada e queira comer menos,deve comer um pouco de tudo, e não tudo dealgo e nada do resto.

Atenção à necessidade imperiosa deque durante as viagens e no acampamento secoma muitas frutas e vegetais, para preveniras grandes pragas de saúde nas actividades: adiarreia e a obstipação (prisão de ventre), quepodem só por si retirar o todo o prazer quecada um possa retirar desse acampamento.

Para manter uma boa saúde, éimportante também a ingestão adequada delíquidos: chá, sumos sem gás e muita água.

MedicaçãoDeves informar-te se há algum

elemento que tenha de tomar regularmentequalquer tipo de medicamento. Se for esse ocaso, certifica-te de que ele leva a quantidadede medicamentos necessária para os dias de

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ausência, e no momento é da partida de casaverifica se ele os não esquece...

Deves garantir que o teu pequenogrupo disponha de material de primeirossocorros em quantidade suficiente e qualidadeadequada.

Material da FarmáciaRepetindo algum do material já

mencionado atrás, aqui fica tão completaquanto possível, a relação do conteúdo dafarmácia.

O seu conteúdo depende do critério decada um, mas os produtos básicos deverãonaturalmente incluir:

Tesoura (tipo costura) P e n s o s r á p i d o s ( v á r i o s

tamanhos e formatos) Lanterna (com pilhas novas) C o m p r e s s a s d e g a z e

(esterilizadas) Pinça de pontas redondas Pomada para contusões Termómetro Pomada para queimaduras Agulha com linha Loção de calamina (picadas de

insectos, queimaduras solares) Canivete Garrote Paracetamol e/ou aspirina Livro de Primeiros Socorros Ligaduras de gaze Pomada para picadas Ligadura elástica Pastilhas para a azia Algodão hidrófilo (um maço) Antiemético (para os enjôos) Rolos de adesivo Betadine ou similar Sabão Água oxigenada Pensos higiénicos Álcool Alfinetes de segurança Colirio (pingos para os olhos) Caixa de fósforos

Etiquetas, papel e envelopes Um copo (graduado) Dinheiro trocado (telefone) Uma colher Luvas descartáveis Alguns cotonetes Outros que te lembres...

Podes pedir a colaboração de umfarmacêutico ou técnico de saúde, na escolhados produtos a adquirir.

Este material deve estar dentro de umestojo ou maleta, pequenos, portáteis, bemidentificado por fora com uma cruz vermelhaou outro símbolo similar, e guardado em localvisível e acessível que seja do conhecimentode todos.

Evita deixá-la ao sol ou à chuva ecolocá-la sempre longe de poeira, lama ouhumidade.

Não te deves esquecer de reabastecer afarmácia após cada utilização.

A pior maneira de descobrir a falta dematerial de socorro é precisando dele...

Todos estes artigos podem ser obtidosnas farmácias.

Cinco pontos a memorizar:1. Se não há respiração, isso

significa que o oxigénio nãochega ao sangue.

2. Se não há pulsação, issosignifica que o coração paroude bater.

3. Se o coração não bate, issosignifica que o sangue nãocircula.

4. Se o sangue não circula, issosignifica que o oxigénio nãochega às células.

5. Se as células não têm oxigéniomorrem!

Eis a necess idade de in terv i rrapidamente.

Perante uma situação de emergênciadeves:

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manter a calma actuar metodicamente evitar precipitações ou atitudes

intempestivas

Por isso deverás: parar para pensar utilizar o bom senso não te colocares a ti próprio em

perigo não tentares fazer tudo sozinho

Primeiras medidas (só se estivereshabilitado)

Os princípios básicos são: Estancar o sangue. Manter o doente com espaço

livre para respirar (afastar osmirones).

Chamar um médico ou umaambulância em acidentesgraves.

P r o v i d e n c i a r p a r a q u enenhuma vítima gravementeferida seja transportada semque esteja presente um médicoou técnico de saúde habilitado(paramédico), a não ser quehaja um motivo urgente para aretirar, a fim de não agrava oseu estado.

I m o b i l i z a r o s m e m b r o spartidos.

Cobrir as feridas. Confortar e encorajar a vítima,

mostrando-se calmo. Saber que a função das

ligaduras é fixar os pensos noseu lugar e proteger osmembros e a r t i cu l açõesles ionadas . As l igadurastriangulares são úteis e devemser apertadas pelas suaspróprias extremidades.

Não movimentar uma pessoaferida.

Aplicar a respiração artificialem caso da vítima parar derespirar.

Conservar o acidentado quentecom cobertores ou roupas.

C o r t a r - l h e a r o u p a , s en e c e s s á r i o , p a r a e v i t a rmovimentos ou mais dor.

Não dar líquidos; nem comida.

PARTE CINCO

Primeiros socorros...Já vimos o que é um Socorrista e o que

se espera dele, o que é um primeiro socorro,bem como, as qualidades do Socorrista ecomo proceder em caso de sinistro.

Vimos alguns dos conhecimentos aadquirir no Esquema de Progresso e porúltimo definimos a missão do Socorristaabordando, a higiene, a alimentação, amedicação e o material de farmácia.

Vejamos agora de forma resumida oque são primeiros socorros numa transcriçãoadaptada de uma publicação da especialidade:

«São medidas provisórias, mas comfins determinados, que se põem em práticapara solucionar o perigo imediato até àchegada do médico ou paramédico ou aotransporte do doente para o hospital.

No caso de ferimentos, o mais urgenteé parar a hemorragia por meio de hemóstase(estancar o sangue); quando se trata de umaferida simples, aplica-se a compressão directacom um penso; se houver fractura ou corposestranhos na ferida, usa-se a compressãoindirecta, apertando a artéria que irriga essazona; numa hemorragia interna, coloca-se emposição de repouso com um saco de gelosobre o abdómen.

Caso a vítima não respire, deveiniciar-se o mais rapidamente possível arespiração artificial e continuar seminterrupção até à chegada do médico. Hávários métodos onde os mais conhecidos sãoo método Silvestre e o "boca-a-boca"

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(respiração forçada). Em ferimentos torácicossoprantes não se deve praticar a respiraçãoartificial sem primeiro vedar a ferida.

O socorrismo de ferimentos realiza-secomo cuidados de urgência, colocando umaligadura esterilizada, algodão, compressas eajustando essa ligadura com outra decompressão sobre ela, fixando tudo comadesivo.

As feridas e as ligaduras em contactocom elas não devem tocar-se com as mãos.

Em caso de fractura óssea deveproceder-se, como principal medida deauxílio, à colocação de talas almofadadas, asquais têm de abarcar os extremos do ossofracturado e suas articulações. Se sãofracturas expostas (à vista), atende-seprimeiro ao ferimento e só depois à colocaçãodas talas (*).

Quando se trata de intoxicações,provoca-se o vómito, introduzindo os dedosaté à garganta, mas não em caso decausticação (ingestão de lixívia, ácidoscorrosivos, etc.) nem ia se houver perda desentidos.

Guardar os restos do produto que ;eprovocou a intoxicação, ampolas, vasilhas,líquidos, etc., porque podem dar uma ideia dotipo de veneno ingerido.

O transporte dos feridos deve fazer-secom a máxima precaução.

Geralmente prestam-se os primeirossocorros no local onde se deu o acidente ecom o sinistrado na posição em que ficou eespera-se a oportunidade de o transportar aohospital.

Não é qualquer pessoa que sabecomo efectuar o levantamento do sinistrado(coluna, crânio, fracturas...) dado requereremequipamento e treino especializado.

Só em raras ocasiões se tomammed id a s e xc ep c i on a i s d e s oc or ro(transporte às costas, em cadeirinha entreduas pessoas ou em padiola).

Os acidentes mais vulgares que podemsurgir num acampamento são: os golpes, asqueimaduras, os ferimentos e as quedas.

Qualquer destes males pode dar-seonde não haja médico e o Socorrista podefacilmente aprender a aliviar o paciente atéque se possa recorrer ao médico, se for o caso.

Deve fazer parte da formação de umSocorrista, estar apto a enfrentar situações deemergência.

Por isso ser Socorrista não é fácil.Não te deves deixar influenciar

emocionalmente.Deves reconhecer ou suspeitar das

lesões verdadeiramente graves.Deves agir com profissionalismo e

decisão.Deves es tar a tento às funções

respiratórias e cárdio - circulatórias.

(*) As fracturas devem imobilizar-se naposição em que estão -só se endireitam

no hospital. Deves tratar de lesões agravantes e

proceder ao transporte do ferido.Concluímos dizendo que a diferença

entre um qualquer jovem e um Escoteiro, éque este sem fazer nada de extraordinário,está "Sempre Pronto" e não abandona umaocasião de ajudar.

PARTE SEIS

Doenças mais comuns...

ApendiciteA apendicite - inflamação aguda do

apêndice - pode surgir em qualquer idade,embora os adolescentes sejam os maisvulneráveis.

O apêndice faz parte do intestino e ouestá inflamado ou não - não dói de vez emquando - e quando se trata de uma inflamaçãoaguda, é vital uma intervenção cirúrgicaurgente.

Começa com uma dor abdominalrepentina, normalmente na região do umbigo,que depois de desloca para a zona inferior

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Page 102: O ANIMADOR - cne-escutismo.pt

direita. Pode haver vómitos e diarreia. A febree o mal-estar geral são também comuns.

O seu diagnóstico preciso é difícil.Deve-se levar o elemento ao médico

quando a dor de barriga: se prolongar por mais de três

horas; houver diarreia ou vómitos; o elemento disser que esta dor

é muito "diferente" das doresusuais.

ATENÇÃO: Quem já foi operado aoapêndice, não costuma ter apendicite...

AsmaA asma é uma doença relativamente

comum (atinge 55% da população) e consistenuma inflamação das paredes dos brônquioscom produção aumentada de muco econstrição dos mesmos.

Como resultado o ar tem grandedificuldade em entrar nos pulmões.

As asmas são iguais apenas no que serefere ao resultado final: a obstrução das viasaéreas.

Os factores que a desencadeiam sãodiversos e variam de pessoa para pessoa.

Os mais frequentes são: infecções medicamentos emoções/stress alergias poluição alimentos esforço físico

Se tiveres um elemento com asma, elesabe que medicação deve tomar regularmentee o que fazer em caso de crise. Pergunta-lhe eassegura-te que ao longo da actividade ele faza " medicação regular para evitar oaparecimento de crises.

Deve ainda evitar os factoresdesencadeantes da sua asma e os ambientescom fumo. Se o exercício lhe provocar aasma, ele deve informar-se sobre o que tomarantes de o praticar.

Em caso de crise é importante: iniciaro tratamento da crise precocemente (nãoesquecer de levar os medicamentos para asactividades externas); manter a calma;recorrer ao médico se a crise se prolongar,apesar de tomar a medicação até à dosemáxima prescrita pelo médico de família.

BolhasAs bolhas resultantes de queimaduras

ou de escaldões não devem ser picadas. D e v e m s e r l i m p a s e a p e l e

desinfectada e colocada uma gaze por cima,para as proteger da ruptura acidental.

Se por acaso se romperem, devem sertratadas como se fossem feridas.

As bolhas de fricção, que surgem nospés por atrito com o calçado, podem romper-se para facilitar a cicatrização e diminuir ador. Para tal usamos uma agulha desinfectada,picando em dois sítios opostos. da bolha,pressionando levemente com algodão paraforçar o líquido a sair. Desinfecta-se a pele ecoloca-se sobre a superfície da bolha umpenso rápido ou faz-se um penso com umacompressa e adesivo.

CãibrasA s c ã i b r a s s ã o c o n t r a c t u r a s

involuntárias de um ou mais músculos,passageiras e dolorosas, podendo verificar-seem qualquer região do corpo. Resultamnormalmente de excesso físico ou deexercício físico repetido sem aquecimento.

A situação resolve-se forçando adistensão do músculo afectado e massajando-o suavemente mas com firmeza.

ContusõesPodem ser causadas por uma queda ou

por um objecto contundente que rasga a pele eprovoca equimoses (nódoas negras) nostecidos à volta. Deve ser considerada ahipótese de lesão das estruturas subjacentes(por ex.: fracturas). Deve-se tratar a ferida eem caso de equimose colocar gelo ou águafria para evitar o inchaço, e mais tarde umapomada que facilite a reabsorção do sangue.

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Corpos estranhos nos olhosAreias, poeiras, são as partículas mais

comuns de se alojarem na superfície dos olhosou sob as pálpebras. O olho dói, estávermelho, lacrimejante e inchado e a visãopode estar perturbada.

A vítima não deve esfregar o olho.Senta-a de frente para a luz a, e tenta

ver o corpo estranho. Se estiver na partecolorida, colado ou enterrado no globo ocularnão tentes removê-lo. Se não, humedece aponta de uma compressa e tira-o com ela.

DiarreiaAs diarreias (evacuações líquidas,

frequentes e excessivas), ocorrem comfrequência nos acampamentos principalmentepor duas razões:

a alteração da alimentaçãousual, com excesso de hidratoso de carbono, açúcares ,condimentos, alimentos malcozinhados e fora de horas;

o contacto com bactériasi n o f e n s i v a s , q u e t o d o singerimos normalmente ediariamente, mas de "famílias"deslocadas às quais o nossoorganismo não está habituado(a chamada! "diarreia dosviajantes").

A melhor forma de as evitar é manteruma alimentação tanto quanto possívelsemelhante à de casa, lavar bem os alimentos,cozinhá-los correctamente, comer fruta elegumes e beber muita água.

Quando há diarreia, deve-se: Evitar as bebidas muito doces; Beber muita água (chá fraco e

sumos sem gás); Parar de comer durante duas ou

três refeições, até à situaçãomelhorar, com excepção de pão,arroz simples, batata cozi da,banana e maçã, carne cozida,iogurtes;

recomeçar depois com umaa l i m e n t a ç ã o n o r m a lg r a d u a l m e n t e ; c o m i d a scondimentadas ou gordurosasdevem ser" evitadas até as fezesestarem normais.

DismenorreiaA dismenorreia ou dores menstruais

podem ocorrer a muitas raparigas, em grausvariáveis, logo nos primeiros dias damenstruação.

São dois os tipos básicos de dormenstrual:

Dismenorreia espasmódica:trata-se de uma dor tipoespasmo que surge no 1º ou 2ºdia do período, de formasúbita, semelhante a umacãibra; a rapariga sente-seindisposta e doente, fica pálidae visivelmente perturbada. Omelhor tratamento consiste norepouso durante algumashoras, deitadas na tenda comalgo quente na barriga, e tomaraspirina ou paracetamol.

Dismenorreia congestiva: éuma dor incomodativa nobaixo-ventre e nas costas, eque ocorre um dia ou doisantes do aparecimento damenstruação. Pode trazer umaprofunda indisposição duranteu m o u d o i s d i a s , enormalmente desaparece com ofluxo menstrual. A melhorforma de obter alívio é praticarexercício físico.

É frequente ocorrer um atraso noaparecimento do fluxo menstrual associado àparticipação em grandes actividades. Tal énormal, e é devido ao stress próprio dep r e p a r a ç ã o e p a r t i c i p a ç ã o n e s t e sacontecimentos e podem ir até três semanas.

Dor de cabeça

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As causas mais comuns são: sinusite,insolação, stress, esforço da visão, tensãoarterial alta, falta de dormir, má alimentação,enxaqueca, obstipação.

Procurar identificar e resolver a causada dor de cabeça.

Deitar a vítima na tenda e escurecê-lacom cobertores sobre o duplo-tecto. Se ela odesejar, administrar um analgésico.

Se a dor pers is t i r, ou se foracompanhada de náuseas, vómitos, febre,rigidez do pescoço, perturbação da visão,lesões da cabeça, confusão mental ou perda deconsciência, recorrer ao médico.

EntorsesÉ uma lesão que ocorre numa

articulação quando os ligamentos e tecidos àvolta são torcidos e rasgados.

Deve-se aplicar frio local (gelo ouágua fria), estabilizar a articulação com umaligadura (normal ou elástica) e aconselhar anão usar a articulação afectada durante doisdias.

Se a dor for muito forte e se nãoconsegue usar a articulação ou se suspeitas defractura, imobilizar e levar ao médico.

FebreA febre é um sintoma de algo. Raras

vezes ocorre sozinha, pelo que deves semprepesquisar outras queixas. No entanto, o stress,a falta de dormir e o cansaço podem só por siprovocar uma sensação de mal estar e calor,acompanhada de febrícula (raras vezes chegaaos 38 ºC), que passa com um lanche simplese repouso.

FracturasDe certeza que houve fracturas

quando: A vítima ouviu o osso a estalar; Há deformação anormal do

m e m b r o ( e n c u r t a m e n t o ,desvio, rotação);

Sentes uma ponta do osso a"raspar" no sítio da lesão.

Deves suspeitar de fractura quando,após uma lesão, a vítima:

N ã o c o n s e g u e m e x e rnormalmente a zona lesada;

Há sensibilidade no local aoser aplicada uma ligeirapressão;

Há inchaço e mais tardeequimose;

Há sintomas ou sinais dechoque.

O socorro consiste em imobilizar omembro afectado tal como está (sem procurarendireitá-lo) usando talas fixadas ao membroque imobilizem as articulações acima e abaixoda lesão e nunca fazendo pressão na zona dafractura, transportando de seguida a vítima aohospital mais próximo.

Hemorragia nasal Sentar a vítima com a cabeça

para a frente e alargar-lhe olenço.

Mandar respirar pela boca eapertar a parte mole do " nariz.

Impedi-la de falar, engolir,tossir, fungar ou escarrar.

Mandar cuspir o sangue quetiver na boca, para evitar osvómitos.

Aliviar a pressão passados 10minutos.

Se a hemorragia não parou,continuar por mais 10 minutos.

Quando a hemorragia parar,dizer à vítima para evitaresforços e não se assoar naspróximas 4 horas.

ObstipaçãoA obstipação ou a prisão de ventre é

uma situação muito desagradável mas muitofrequente nos acampamentos.

Acima de tudo deve ser prevenida,comendo alimentos ricos em fibras - frutas elegumes - bebendo muitos líquidos, indo

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regularmente à casa de banho e não adiandoas dejecções "porque não se tem tempo".

Se alguém andar já há três dias "semconseguir", o melhor é dar-lhe um laxativosuave e depois manda-lo ir calmamente àlatrina.

Picadas e mordedurasPicadas:

Retirar o ferrão sem o esmagar. Aplicar uma compressa fria ou

gelo, ou uma solução debicarbonato de sódio, ou umarodela de cebola.

Se for picada de molusco,ap l i ca r uma so lução decalamina.

Se a dor ou o inchaçopersistirem, levá-lo ao médico.

Mordeduras: devem ser tratadas como

feridas, mas devem ser vistaspelo médico.

QueimadurasDo 1º grau:pele vermelha, irritada e seca.Se foi há minutos, aplicar água fria,

passado algum tempo, aplicar um cremeaquoso (para peles secas) ou próprio paraqueimaduras. Não aplicar gorduras.

Do 2º grau:há formação de bolhas.Tratar como as do 1º grau, mas fazer

um penso para proteger as bolhas e evitar querebentem.

Se rebentarem, tratar como se fossemferidas.

Do 3º grau:há destruição da pele.C o b r i r c o m u m a c o m p r e s s a

esterilizada e húmida e levá-lo ao hospitalmais próximo.

As queimaduras do 2º e 3º graus pertode orifícios naturais (olhos, ouvidos, regiãogenital, etc.) e as de 1º grau muito extensasdevem ser vistas por um médico.

PARTE SETE

Actuação em caso de acidentegrave...

PrevenirAlertar

Socorrer

Prevenir que o acidente se agrave. Avaliar os feridos: se houver

quem não respire ou quemsangre abundantemente, tratá-los imediatamente;

Evitar e combater o fogo,desl igando o carro, nãodeixando fumar, imobilizar oveículo;

Sinalizar o acidente, em ambosos sentidos da estrada, sinalizarou remover obstáculos, cobrircom terra o óleo e combustívelderramados;

Se a vítima estiver presa noveículo ou inconsciente, masnão correr riscos, não aremover.

Alertar os técnicos de socorro. Telefonar para o 112 ou usar os

postos avisadores da estrada; Indicar o local exacto, tipo de

acidente, número de vítimas, sehá factores agravantes (fogo,feridos, presos, etc.), número edimensão dos veículos, tipo deferimentos;

No estrangeiro, pedir a algumnatural que pare para alertar:certamente as suas indicaçõesserão melhores que as tuas;

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Usar as pessoas que estejam nolocal; atribuir tarefas concretas,com ordens decididas e claras;procurar saber se entre eles hámédicos ou enfermeiros.

Socorrer as vítimas: Avaliar o tipo de ferimentos; Es tabe lecer p r io r idades :

primeiro quem não respira ouquem sangra;

Nunca dar de beber a umferido na estrada; nunca odeslocar sem ser absolutamentenecessário;

Se a vítima está inconsciente enão respira: libertar as viasaéreas, colocar a cabeça emhiper extensão e fazer aventilação artificial boca-a-boca;

Se está inconsciente e respira:colocar na posição lateral desegurança (PLS);

Se a vítima sangrar: colocarum pano limpo dobrado sobrea ferida e comprimir com amão (se ficar ensopado, nuncaretirar este primeiro penso:colocar outro por cima) seapós, comprimir algum tempoa hemorragia cessa ou diminuinitidamente, fazer um pensocompressivo; se não diminui,tentar a compressão manualindirecta, na raiz do membro;

Não aplicar garrotes, poisnecessitam de cuidadosespeciais.

PARTE OITO

Doenças do comportamento...To d o s n ó s s a b e m o s q u e h á

comportamentos de risco. Nós, pelo facto desermos Escoteiros, estamos (pelo menos em

teoria) menos sujeitos a esses riscos, portermos uma lei a respeitar e um compromissoassumido.

Comportamentos:

Pessoais Hábito de fumar; A exper imentação de

drogas; As atitudes anti-sociais; …

Para com os outros:

Atitudes xenófobas;

Actos persecutórios oudiscriminatórios;

Atitudes racistas;

Atitudes sexistas;

Comportamento sexual;

o Tabaco

«...0 tabaco pode ser considerado umadroga porque causa dependência e prejudica asaúde...».

O Álcool

«...0 álcool é uma substância que temtodas as características das drogas... é a maisgrave toxicodependência em Portugal.».

As Drogas

«... muitas vezes os meios decomunicação social e alguns adultos falam dedroga em termos pouco esclarecidos, ou seja,como sendo uma coisa cujo o únicoinconveniente é fazer mal à saúde.

Quem contacta e conversa comtoxicodependentes percebe que o principalproblema não é esse, mas o da escravidão e daprogressiva diminuição dos outros prazeres einteresses.

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É assim que os amigos, a conversa, odesporto, a leitura, as viagens, a praia, ocinema, tudo vai perdendo significado.

A curiosidade, a sensibilidade, aternura, a amizade, a sexualidade, tudo vaiprogressivamente desaparecendo.

Aliás, é talvez esta a dificuldadeprincipal do tratamento de toxicodependentes.A dificuldade principal não é ultrapassar osofrimento da "ressaca" -consequência dadependência física. É reaprender a viver, areencontrar todos os seus interesses eprazeres...»

Só há uma maneira de dizer não hádependência: é dizer não ao consumo!

(in "Os Jovens e a Sexualidade" de NunoSilva Miguel)

PARTE NOVE

É de ter em conta… Utilizar recipientes de plástico

em vez de vidro porquesãoinquebráveis e mais leves.

Evitar que os recipientes e ascaixas andem soltas dentro dafarmácia; coser algumas cintasà sua volta para as fixar, (porex.: elásticas).

Verificar periodicamente avalidade dos medicamentos oup r o d u t o s , e x i s t e n t e s n afarmácia.

Colar com fita gomada numpedaço de cartão moedas paratelefonemas de urgência.

Para esterilizar uma agulha,espetar a cabeça da agulhanuma rolha de cortiça, para quesirva de suporte, enquanto aponta é aquecida numa chama.

Alguns sacos de plásticometidos uns nos outros, podemsubstituir o saco de gelo.

Rotular todos os recipientes ecaixas claramente, com osrespectivos nomes bem visíveisindicando para que servem.

A temperatura normal daspessoas pode variar entre os 36ºC e 37 ºC, podendo subir até37,5 ºC, em dias quentes oudepois de exercícios ao sol.

Um adulto tem em média 5 a 6litros de sangue; a perda de umlitro ou litro e meio é bastantegrave. É preciso agir semprecom a máxima rapidez.

Não desistir, ao aplicar ar e s p i r a ç ã o bo c a -a - bo c a ,enquanto a vítima não começara respirar. Muitas pessoas têmsido reanimadas depois dehoras de respiração artificial.

Em caso de soluços: cobrir aboca e o nariz com um saco depapel ou plástico e inalar eexalar dentro dele durantealguns minutos (a acumulaçãode dióxido de carbono faz porvezes parar os espasmos).

Conservar todos os recipientesda farmácia bem tapados.

Aconselhar todos os elementosa lavar os pés todos os dias, asecá-los bem e polvilhá-loscom pó talco. Colocar pensosalmofadados nos locais demaior fricção antes que asferidas se desenvolvam.

Os acidentes e as lesõesaco n te ce m em qu a l que rmomento e tem qualquer lugar.Por isso leva sempre contigo atua farmácia.

O tétano é uma doença mortale um risco para quem tem umavida ao ar livre. Todos osescuteiros devem vacinar-secontra ele.

Se o Socorrista puder disporda ajuda de outra pessoa toma-

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se mais fácil a reanimação,porque enquanto um faz seminterrupção a compressãocardíaca, o outro executa aventilação boca-a-boca.

Sabias que o vírus da hepatiteB é cem vezes mais infeccioso,que o da SIDA?

Conheces algumas plantasmedicinais? Sabes para queservem?

Experimenta fazer alguns jogostécnicos sobre pr imeirossocorros.

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O TESOUREIRO

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Parte um

O Tesoureiro...

Tesoureiro, é o Escoteiro que trata dosp r o b l e m a s f i n a n c e i r o s , m a t e r i a i s ,contabilísticos..., da Patrulha.

Como todas as funções, possui direitos edeveres.

Dos seus direitos destaca-se o apoio quetodos os elementos lhe devem dar, quer sejacumprindo as suas obrigações financeiras,quer seja colaborando em campanhas deangariação de fundos.

Dos seus deveres, os mais importantes sãogerir as receitas, orçamentar as despesas,apresentar os seus livros e a caixa, sempreque lhe seja solicitado.

Como todas as funções esta também érotativa, por isso, procura neste espaço detempo, valorizar-te o mais possível.

Nos Lobitos

É o encarregado da área financeira do bando.Terá como principais atribuições:

Anotar no livro, quotas e demaisreceitas e os valores de recolha defundos. Planear campanhas de angariação defundos, do bando. Anotar as despesas e guardar essesdocumentos.

Nos Escoteiros Juniores

As suas prerrogativas são:

Ter a caixa do dinheiro e os livros dascontas, da patrulha. Administrá-los correctamente e sabera todo o momento o dinheiro que apatrulha tem ao seu dispor.

Ser capaz de preparar uma proposta(orçamento) para uma determinadaactividade e saber montar umacontabilidade simples.

Por ele devem passar todas asconsultas e pedidos de compras,

necessárias para a patrulha, sejamaterial, alimentação, fotocópias...

Só ele pode dispor dos fundos eaumentá-los. Apresentar contas perante a patrulhaou outro qualquer órgão, em que sejasolicitada a sua presença.

Quando se trata de actividade que se reporta atoda a Unidade, pode juntar-se com os outrostesoureiros (formando a comissão dostesoureiros ou a comissão económica) e,participar na elaboração de propostas eprevisões de gastos de certas actividades(como Aventuras, saídas, acampamentos...),colaborando com a Equipa de Animação.

Nos Escoteiros Seniores

Além do que se encontra mencionado para asoutras secções antecedentes, podemosresumir a sua actividade em três grandesáreas:

Gerir e controlar as finanças daequipa.

Elaborar o orçamento da equipa,ouvidos todos os seus

membros.

Manter actualizada a contabilidade e aconta-corrente da equipa.

Nos Caminheiros

Nas suas atribuições terá principalrelevância:

Administrar sobre todos os aspectos aequipa.

Gerir os seus bens e promover acçõesde angariação

de fundos. Res po ns ab i l i z a r - s e pe l a v i da

económica da equipa.

Manter uma contabilidade o maisaperfeiçoada possível.

Controlar as despesas e efectuarpagamentos.

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Dec id i r s ob re i nves t i men t os ,eventualmente movimentar contasbancárias.

Aviso importante -Se este cargo fordemasiado estável (longo), o seu detentorcorrerá o risco de "cristalizar", de seespecializar em demasia, não descobrindooutras oportunidades. Se o cargo fordemasiado instável (curto), o seu responsávelnã o t e r á t em po de consuma r umaaprendizagem suficiente do mesmo.

As funções financeiras do clã poderão serexercidas por um Tesoureiro de equipa, deharmonia com as ca rac te r í s t i cas ecircunstâncias do seu funcionamento. Assim,libertará a Equipa de Animação às funçõespropriamente educativas. Este deve sentir-secom responsabilidades sobre aquilo que, narealidade, lhe pertence (o património do clã).Esta função extraordinária deve-lhe conferirdireitos especiais na vida do clã. Essa funçãopode ser estabelecida pelo Conselho deChefes de Equipa, o que lhe dá inteiralegitimidade à sua presença neste conselho.

Nota: É conveniente que esta duplicação defunções, não prejudique o seu trabalho naequipa, onde está inserido.

Parte dois

Esquema de progresso...

Embora não exista uma prova de progressoou insígnias de aptidão (especialidades) coma designação desta função, excepto nasprovas para Escoteiro Sénior (6.3.3.2.2.16 e6.3.3.3.16), são várias as oportunidades deexercer es te cargo ou desenvolverconhecimentos úteis, relativos a ele.

Vejamos:

Lobitos

- Desempenhar durante um período (mínimode 3 meses) um cargo no bando.

Escoteiros Juniores

- Tomar parte numa campanha de angariaçãode fundos, lançada pelo grupo.

Escoteiros Seniores

- Participar numa campanha de recolha dedonativos de uma instituição de solidariedadesocial.

Provas para Escoteiro Sénior- Efectuar a poupança de numerário, queempregue na compra de material eequipamento individual.- Ter uma conta poupança (Caixa EconómicaPostal ou outra)- Fazer o balancete das receitas e despesas daPatrulha.- Escriturar as contas de uma excursão daPatrulha.

Provas de Escoteiro de 1ª Classe- Ter aprofundado os conhecimentosanteriores.

Exis tem ainda out ras provas , querdirectamente como as acima indicadas, queroutras indirectas, em que a necessidade deum tesoureiro é notória.

Insígnias de aptidão

São várias as especialidades que podemreforçar o anteriormente mencionado:

Guia de Região...

- Saber onde fica o banco...

Filatelista...

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- Fazer uma colecção de selos dos paísescomunitários...

Informático... (não existe no POR)

Saber para que serve uma folha de cálculo...- Saber utilizar um programa de base dedados ou folhas de cálculo...

Intendente...

- Saber escolher e comprar os génerosalimentares...- Conhecer os preços usuais dos principaisgéneros alimentares...- Fazer a escrita das receitas/despesas earquivo de documentos...- Estabelecer um orçamento para umacampamento de três dias, no mínimo...- Efectuar o relatório das contas...

Bibliotecário...

- Angariar fundos para a compra de livros:escotistas, formação ou outros...

Parte três

O "trabalho extraordinário"...

É o meio para os escoteiros tomaremconsciência do valor do dinheiro. Tambémlhes permite por os pés na terra, no momentode organizar um projecto. Necessitam dedinheiro e há que ganhá-lo com um trabalhosimples.A prática do "trabalho extraordinário", sópode conceber-se na perspectiva de umagestão efectiva da Unidade, pelos própriosescoteiros; quando é a Equipa de Animaçãoque os manda arranjar as finanças... é inútilapresentar, promover e exigir o "trabalhoextraordinário". Seria um fracasso. Se são osjovens que escolhem e organizam os seusprojectos, e se são eles que fazem a gestão,então aceitarão assumir a responsabilidadefinanceira.

Prática do "trabalho extraordinário"

Numa época de crise económica, o "trabalhoextraordinário", pode ser mal entendido, emredor da Unidade.É importante que a escolha do "trabalhoextraordinário", seja reflectido por todos oselementos e pela Equipa de Animação.A ajuda dos adultos é muito aconselhável.Pode-se também aproveitar uma reunião depais, para lhes apresentar o funcionamento doprojecto e particularmente a sua participaçãona gestão da Unidade. Uns diapositivos,alguns "croquis" ou a apresentação doscartazes do projecto, dirão mais que umlongo discurso.Estas pessoas, se for necessário, comunicarãoa outros adultos a confiança que têm no êxitodo projecto e na actuação dos jovens.Seguidamente, haverá que lançar umacampanha de propaganda e estabelecer umficheiro completo das possibilidades dacomissão de gestão.

Os Tesoureiros (Gestores / Financeiros)

Preparam e levam a efeito acções paraaquisição de fundos, procuram subvenções,ajudas (financeiras ou em espécies),"patrocinadores" para financiar o projecto.

"Às vezes a criatividade evita despesas".

Parte quatro

Mil maneiras de ganhar dinheiro...

Ganhar dinheiro! O sonho de todos os jovens:uma tarefa que nem sempre é muitoedificante. Para os escoteiros que desejamganhar dinheiro para comprar as suas tendas,as suas ferramentas, etc. para equipar o seupequeno grupo, a Unidade ou para oacampamento de Verão, têm de recorrer aalgumas tarefas, para o bem comum e assimganham todos.Eis uma relação de propostas, ideias ousugestões, que já foram experimentadas epermitiram aos Tesoureiros uma solução de

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sucesso financeiro: arrecadar umas "massas"sempre úteis e necessárias:

Serviços rápidos de mensagens,utilizando a bicicleta.

Uma pequena oficina de reparaçõesde bicicletas/motorizadas.

Construção de brinquedos emmadeira.

G u a r d a d e p a r q u e d ebicicletas/motorizadas, durante asfestas locais.

Vender plantas, flores, musgo... nasdiferentes festas ao longo do ano.

Recolha de plantas medicinais paraum ervanário.

Fazer de homem - sandwich,anunciando publicidade.

Montar uma horta e vender os seusprodutos a um fornecedor.

Fazer trabalhos de jardinagem, emcasas conhecidas.

Trabalhos em barro -figuras dopresépio, santos populares, patronos...

Fabricação de postais: boas-festas,aniversários, convites...

Montar capoeira e/ou coelheira evender os seus produtos.

Distribuição de publicidade nas caixasdo correios.

Introduzir circulares/cartas, emenvelopes.

Juntar cartão/ferro, ou outros metais evender no ferro-velho.

Recolher objectos velhos/antigos, erestaurá-los para venda.

Vender sacos de terra para jardins ouvasos de plantas.

Levar a casa, compras efectuadas emlojas, na época do Natal.

Decorar uma garagem para uma festaou baile.

Montar um "atelier" para revelarfotografias.

Fazer peças em estanho ou esmalte:cruzes, medalhas, fios, brincos...

Montar uma "quermesse" numa festado grupo.

Montagem de "barracas de jogostradicionais" numa feira.

Construções em fibra: canoas,pranchas, skates...

Em tempo de chuva, apanhar caracóispara um restaurante.

Fazer tartes, doces, bolos e vendê-losa familiares e amigos.

Participar na campanha de calendáriosda Associação.

Rifar alguns objectos oferecidos. Vender autocolantes escotistas. E s t a m p a r c a m i s o l a s / t - s h i r t s ,

utilizando a serigrafia. Fabricar utensílios úteis e decorativos

em ferro forjado. Fazer baús em madeira, para escolas. Montar uma "tasquinha" para vender

petiscos e refrescos. Lavar automóveis. Apanhar fruta. Introduzir textos em computador. Angariar anúncios para... Fabricar árvores de Natal artificiais. …

Existem muitos outros meios, bem entendido,mas tu terás certamente imensas ideias paraacrescentar a esta lista, que não tem fim.Parte cinco

Contabilidade...

O Tesoureiro é responsável pela caixa ou pelocofre e por todo o movimento de dinheiro.Registará tudo no livro do caixa - o que paraos mais : novos bastará uma folha de papelalmaço ou um caderno quadriculado - queapresenta sempre que o guia o solicite.Deverá mensalmente quer oralmente, quernuma folha de papel (balancete), informar oestado do caixa, isto é, o que se recebeu,gastou e qual o saldo existente (positivo ounegativo).A sua missão compreende: o serviço decobrança das quotas, preenchendo o mapa

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respectivo de descargas, o qual lhe permitevelar pelo pontual pagamento da quotização;encarregar-se-á do movimento do caixa,pagamentos das compras; vendas de coisasfeitas; procura de meios para fazer crescer osrecursos da caixa; etc.

Exemplo simples de como escriturar o livrodo caixa:

RECEITAS

Data Designação Montante

----- Saldo do mês anterior ………… € 5,60

6 Abril02

Donativo ……………………… € 4,00

13 Abril02

Venda de ferro-velho ………… € 8,00

20 Abril02

Quotas ………………………… € 2,50

27 Abril02

Campanha de autocolantes …… € 16,00

29 Abril02

Quotas ………………………… € 1,00

Soma ………………………… € 37,10

DESPESAS

Data Designação Montante

4 Abril02

T i n t a s ( d o c 1 5 ) … … .………………

€ 4,50

13 Abril02

SMU – Livros (doc 16) .…………

€ 13,00

14 Abril02

L â m p a d a ( d o c 1 7 )…………………

€ 1,50

20 Abril02

Pregos e Parafusos (doc 18)………

€ 0,25

27 Abril02

Quotas ao Grupo (doc 19)………

€ 0,70

29 Abril02

Fundo de reserva p/ actividades(doc 20)

€ 1,00

Soma ………………………… € 19,95

Perante o movimento contabilizado, é fácilencontrar o saldo (positivo) para o mêsseguinte, neste resumo:

Receitas de Abril € 37,10

Despesas de Abril € 19,95

Saldo para Maio (+) € 57,05

Previsão

No final de cada trimestre, por exemplo, oTesoureiro deve elaborar um documento,apresentando a posição financeira daqueleperíodo, chamado balancete, isto é, umbalanço ou uma verificação parcial de umaescrituração. É pois um resumo periódico dascontas.Caso tenhas de entregar dinheiro, paraalguém efectuar uma compra ou umpagamento, elabora uma folha de papel (notade despesa), indicando o valor, para queefeito se destina e a data. Essa nota é assinadapela pessoa a quem entregas o dinheiro. Odocumento fica na caixa e só é devolvido(para ser inutilizado), quando o elemento queo assinou te entregar o recibo justificativo e otroco se o houver.

Nota: Quando as facturas/recibos/talões, sãomuito pequenos, o melhor é colá-los ouagrafá-los em folhas de papel, de modo afacilitar o seu arquivo.Cada documento de despesas deve sernumerado, por ordem de datas, e o seunúmero indicado no livro do caixa.

Parte seis

Ser económico...

Ser económico não é só não gastar dinheiro.É também saber aproveitar as oportunidadesque "valem" dinheiro.O ecoteiro é económico pelo cumprimento donono artigo da Lei, pelo custo de vida, pelasdificuldades familiares e sociais, pelasdespesas com os estudos, com o vestir, comos transportes, com o equipamento escotista,etc.Porém, nem sempre as receitas sãocontabilizadas! Queremos com isto dizer, que

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há receitas que não são constituídas pordinheiro "vivo", mas que significam omesmo.São as oferecidas em espécies ou serviços,que se os tivessem de pagar, significaria sairdinheiro "vivo" da caixa.

Ajudas exteriores

Cada bando, cada patrulha, cada equipa, podeobter ajudas exteriores, que representamdinheiro (dinheiro não gasto).

Alguns exemplos

Obter transportes gratuitos (Câmara,Junta, PSP, Bombeiros...).

Obter material desportivo (bolas,equipamentos, prémios...)

Oferta de géneros alimentares para oacampamento de Verão.

Oferta de caixas de fruta ou legumes. Oferta de ferramentas. Oferta de livros e revistas. Oferta de um objecto, passível de ser

sorteado. Oferta de fotografias ou gravações

vídeo. Oferta de madeira para as construções

de campo. Oferta de areia, cimento, cal, tintas,...

para as obras da sede. Qualquer donativo em bens materiais. Receber alimentação durante uma

actividade. Oferta de uma viagem. Oferta de fotocópias. Oferta de disquetes de computador Oferta de trabalhos bordados.

Oferta de trabalhos bordados.

Receber um prémio (material) ganhonum concurso.

Comprar mais barato ou obter desconto numproduto, é já positivo, porque está a sereconómico, a poupar. Lá diz o ditado popular:"No poupar é que está o ganho".

As ajudas mais eficazes dependem dascondições sociais locais. Não são utopias. Hásempre um "filão" a explorar.

Parte sete

Características pessoais...

Naturalmente nem todos os ecoteirospossuem à partida, todas as característicasque devem ter os Tesoureiros, Financeiros ouGestores, mas devem constituir metas aatingir, pelo menos, fazer todo o possívelpor...

Eis uma l is tagem exaust iva dessascaracterísticas, cuja esta função farádesenvolver, acentuar ou aparecer de novo:

Ser activo Ser cumpridorSer agradável Ser diligenteSer atencioso Ser diligenteSer austero Ser dinâmicoSer circunspecto Ser discretoSer comedido Ser económicoSer completo Ser educadoSer conciso Ser enérgico

Ser criativo Ser exactoSer culto Ser exigenteSer expedito Ser perfeitoSer fiel Ser pontualSer firme Ser poupadoSer honesto Ser proboSer honrado Ser prudenteSer idealista Ser puroSer incorrupto Ser rectoSer integro Ser regularSer justo Ser responsávelSer leal Ser restritoSer metódico Ser rigorosoSer ordenado Ser sensatoSer organizado Ser sérioSer original Ser sincero

Podemos resumir todas estas características,embora comum pouco de presunção, em duas

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palavras: Ser Escoteiro, isto é cumprindo aLei.

Parte oito

O equipamento...

O Tesoureiro é o "Ministro das Finanças": eletem os livros, o caixa e muitas outras coisas.As mais importantes para o ajudar na suamissão, são:

Livro de caixa

Caderno quadriculado

Folhas de papel almaço, quadriculado

Caixa ou pasta de arquivo

Agrafador e agrafos

Máquina de furar

Esferográficas, lápis e borrachas

Régua ou duplo decímetro

Calculadora, se possível com fita

Papel A4, liso

Livro de quotas (picotados com talão)

Marcador avivador

Tubo de cola

Máquina de escrever

Caixa de clips

Tesoura Cofre portátil ou caixa com fechadura Mealheiro Caixa com fichas de cartolina Fita gomada Pioneses …e não só...

Formação do Tesoureiro

Nenhum elemento sabe da sua missão, se nãoaprender as técnicas necessárias à suaaplicação.O elemento que assume esta função poderárecolher instrução dada pelo Tesoureiro dogrupo, se existir, ou por um contabilista (pai,amigo ou conhecido), e com ele ocupar

alguns serões, recolhendo ensinamentostécnicos.

O Tesoureiro em campo

Todas as funções em campo, são atribuídaspelo guia, de acordo com as aptidões de cadaum. No caso concreto se o Tesoureirodesempenhar as funções de Intendente, serájuntar o útil ao agradável.O Intendente organiza as contas doacampamento; tais contas serão feitas empormenor e nada se opõe a que sejam atéregistadas no mesmo livro de caixa. OIntendente estará evidentemente encarregadodesta missão, durante a duração doacampamento.Caso não desempenhe este cargo, oTesoureiro poderá acompanhar de perto, ascontas do Intendente.

Parte nove

O material...

A gestão do material é muito delicada. Ela fazpensar em comprar, mas também em entretere amortizar. Quando se compra uma peça deequipamento (ex: uma tenda), deve ser-lheatribuído um tempo de duração, por exemplode sete anos. Portanto, no inventário dosbens, a tenda que nova custou, por exemplo€: 270,00 no final do primeiro ano, valerámenos:

(€ 270,00: 7 = +/- € 38,57)

isto é, deverá ser amortizado pelo uso,daquele valor. Assim, no valor do patrimónioaparecerá a tenda com o valor de:

(€ 270,00-€ 38,57= € 231,43)

e assim sucessivamente.

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Porém, se em cada ano utilizarmos a tendavinte e nove vezes, isto quer dizer que os - €38,57:29 = +/- € 1,33 - valor este atribuídopelo uso da tenda em cada noite de campo.

Chega um dia em que o material estácompletamente usado e amortizado e éabatido à relação do material ou então, érestaurado e assim previsto um novo valor enova duração.

Amortizar o material consiste portanto, noacto da compra prever a duração de utilizaçãodesse material, o que deve ser obrigatório.

O montante do material e a duração daamortização são indicados no momento dadotação.O Tesoureiro deve ter a listagem do materialcom o seu valor actualizado enquanto oGuarda do Material terá o inventário econtrolará a utilização desse material.

Tabela da amortização do material

(Exemplo)

Descrição

do

material

Preço

de

compra

do

material

Nº de

vezes

que o

material

foi

usado

Nº de

anos

previstos

o

material

vir a

servir

Nº de

vezes

totais

ou que o

material

serviu

Dinheiro

a

deduzir

cada vez

que o

material

servir

Umatenda

€ 270,00 29 x 7 203 + / - €1,33

Umamachada

€ 15,00 29 x 2 58 + / - €0,26

Umacantina

€ 30,00 29 x 7 203 + / - €0,15

Um toldo € 60,00 29 x 7 203 + / - €0,30

Duasserras

€ 19,50 29 x 7 203 + / - €0,10

Total a deduzir, cada vez que o material sirva um dia (o que dá +/- € 0, 36 poruma Patrulha de 6 elementos) …………………………………………. € 2,14

Evidentemente que podem existir outrospercalços, enquanto a vigência da duração deuma peça; como por exemplo, a suainutilização antes do período total previsto ouainda a sua perda ou roubo. .Assim, os bens materiais devem merecer umanova relação, todos os anos.Caso a tua contabilidade seja muito avançada,também estes valores das amortizações

podem ser inc lu ídos nos l ivros decontabilidade.Este sistema permite:

um melhor controle contabilístico - ototal da coluna dos montantes deveser igual ao total da coluna dos bens.

um controle apurado de execução doplano financeiro - observa-serapidamente a evolução das receitas edas despesas. Esta evolução devefrequentemente ser comparável comas previsões e o responsável deve tiraras conclusões que se impõem.

P arte dez

Sumário...

Podemos resumir tudo o que atrás ficou dito,no seguinte texto: o que é ser Tesoureiro; estafunção nas Divisões; as oportunidades que oesquema de progresso oferece; o "trabalhoextraordinário" e as suas actuais aplicações;mil maneiras de ganhar dinheiro, através des i tuações já r ea l izadas ; noções decontabilidade com os modelos de receitas edespesas; ser económico, utilizando apoios deoutras pessoas; as características pessoais,que se encontram localizadas na Lei; oequipamento de apoio para este cargo; omaterial, a sua gestão e a tabela deamortizações do património, etc.Muitos outros assuntos poderíamos abordar,mas isso tomaria este caderno muitosobrecarregado de técnicas e termosdemasiado profissionais, que não é a nossaintenção. O indispensável está abordado.Este cargo incita a fazer planos (não hárealizações sem um plano financeiro"realizável"), a inventar situações de angariarfundos e gerir finanças (o que obriga aestabelecer uma ordem de urgência dasdespesas, em função das receitas). Ajuda

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também à formação do carácter, uma dasfinalidades da formação escotista.Em qualquer bando, patrulha ou equipa, estesconstituem uma sociedade de crianças,adolescentes ou jovens, autónomos, senhoresdas suas responsabilidades e dos seusp ro b l e m a s : f i n an c e i r o s , m a t e r i a i s ,administrativos... em que a sua marcha éavaliada, estudada e resolvida, sempre comos "pés na terra" e a trabalhar com precisão. Areceita é não partir às cegas em aventuras,para evitar correr para o "défice".Cada elemento é um elo de uma cadeia; se oelo se romper, toda a cadeia se desfaz. Porisso a grande vantagem da distribuição detarefas, por cada elemento, ajuda por um ladoa descentralização do "governo" e por outrolado ajuda a desenvolver ao máximo ascapacidades e aptidões de cada um. No final,cada um dá conta do seu trabalho e expõe osnovos projectos referentes a ele.Nenhum livro, seja dito em abono daverdade, pode prestar ao leitor mais serviçoque um pequeno manual escotista, neste casodesignado como "Caderno de Função", ondese apontam algumas pistas a aproveitar, parauma melhor execução deste cargo.Podemos, ao concluir, afirmar que em redordum verdadeiro guia se encontra sempre asua equipa, isto é, um grupo de especialistasfiéis, competentes, aos quais ele deixa plenaliberdade, porque sabe que farão em qualquercircunstância tudo o que humanamente forpossível em cumprir.

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