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12º Domingo depois da Trindade O Fariseu e o Publicano V.31 De novo se retirou das terras de Tiro, e foi por Sidom até ao mar da Galileia, através do território de Decápolis. Um primeiro ponto a observar neste verso é o trajeto que Jesus escolheu para ir de Tiro até o Mar da Galiléia. Ele não foi diretamente para esta última região que ficava a sudeste de Tiro, mas tomou o rumo do norte, em direção a Sidom e, somente depois, voltou-se para o sul, em direção ao Mar da Galiléia, através do território de Decápolis. Esta grande região fica a leste do rio Jordão e do Mar da Galiléia. Foi um percurso bastante longo, e um estudioso do Novo Testamento sugere que pode ter demorado até oito meses percorrê-lo. Isto justifica o fato d’Ele manter -se afastado das multidões, para ter tranquilidade e maior comunhão com os discípulos. era necessário prepará-los para os acontecimentos finais do seu ministério que já estava para encerrar -se (8:31). Tudo isto era importante para que os discípulos chegassem à convicção de que Ele é o Messias (8:29). 1 O Báculo FOLHETO DOMINICAL | 14/08/2016 LEITURAS DOMINICAIS 2 Coríntios 3:4-9 Marcos 7:31-37 Oração Dominical

O Báculo - igrejaanglicana.com.brigrejaanglicana.com.br/wp-content/uploads/2016/07/O-Báculo-14-08... · NOTAS LITURGICAS ORAÇÃO COMUM Um Subsídio Histórico ao Livro de Oração

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12º Domingo depois da Trindade

O Fariseu e o PublicanoV.31 – De novo se retirou das terras de Tiro, e foi por Sidom até ao mar da Galileia, através do território de Decápolis.

Um primeiro ponto a observar neste verso é o trajeto que Jesus escolheu para ir de Tiro até o Mar da Galiléia. Ele não foi diretamente para esta última região que ficava a sudeste de Tiro, mas tomou o rumo do norte, em direção a Sidom e, somente depois, voltou-se para o sul, em direção ao Mar da Galiléia, através do território de Decápolis. Esta grande região fica a leste do rio Jordão e do Mar da Galiléia. Foi um percurso bastante longo, e um estudioso do Novo Testamento sugere que pode ter demorado até oito meses percorrê-lo. Isto justifica o fato d’Ele manter-se afastado das multidões, para ter tranquilidade e maior comunhão com os discípulos. era necessário prepará-los para os acontecimentos finais do seu ministério que já estava para encerrar-se (8:31). Tudo isto era importante para que os discípulos chegassem à convicção de que Ele é o Messias (8:29).

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O BáculoFOLHETO DOMINICAL | 14/08/2016

LEITURAS DOMINICAIS

2 Coríntios 3:4-9

Marcos 7:31-37

Oração Dominical

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Decápolis era aquela região em que Jesus curou o endemoninhado geraseno. Era um território habitado por um povo esquisito pelos seus costumes e superstições. Era, mesmo, um território gentio, embora houvesse muitas colônias de judeus radicados lá. Desde o inicio do Seu ministério Jesus era acompanhado por numerosas multidões vindas de várias partes da Palestina, inclusive de Decápolis (Mateus 4:25).

V.32 – Então lhe trouxeram um surdo e gago, e lhe suplicaram que impusesse a mão sobre ele.

V.33 – Jesus, tirando-o da multidão, à parte, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e lhe tocou a língua com saliva;

V.34 – depois, erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá, que quer dizer: Abre-te.

V.35 – Abriram-se lhe os ouvidos, e logo se lhe soltou o empecilho da língua e falava desembaraçadamente.

O surdo e gago que trouxeram para ser curado quando Jesus chegou em Decápolis não sabia falar, porque sendo surdo, não conseguia aprender. O que ele podia fazer era emitir alguns sons imprecisos, imitando pessoas que ele via falando.

No caso desta cura deve-se observar a fé das pessoas que trouxeram aquele homem a Jesus (cp 2:3), e também os gestos do Mestre, colocando os dedos em seus ouvidos e tocando-lhe a língua com saliva para indicar os órgãos a serem curados. Depois, elevando os olhos aos céus e suspirando, para demonstrar que Ele estava orando. Tudo isto visava despertar a fé daquele homem. Pelo que parece, Jesus esperava uma resposta dele, juntamente com a fé daqueles que o trouxeram.

Ele deu a ordem “Efatá”, em aramaico, certamente uma palavra que ele poderia compreender. Agora perguntamos: Ele ouviu? Uma de duas cousas pode ter acontecido: ou a ordem de Jesus e a cura ocorreram ao mesmo tempo e ele ouviu, ou ele leu nos lábios de Jesus a primeira consoante fricativa “f ” e a segunda, linguodental, “t”, ambas fáceis de ser identificadas. Seja como for, seus ouvidos foram abertos, sua língua foi desimpedida e ele passou a falar fluentemente. O fato de Jesus ter falado em aramaico pode indicar que ele fosse um judeu e não um gentio.

V.36 – Mas lhes ordenou que a ninguém o dissessem; contudo, quanto mais recomendava, tanto mais eles o divulgavam.

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No caso desta cura deve-se observar a fé das pessoas que trouxeram aquele homem a Jesus

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V.37 – Maravilhavam-se sobremaneira, dizendo: Tudo ele tem feito esplendidamente bem: não somente faz ouvir os surdos, como falar os mudos.

Muitas vezes Jesus advertiu as pessoas curadas para não divulgarem o milagre. Havia duas razões para isso: Em primeiro lugar, a notícia provocava maior afluxo de gente, o que dificultava o Seu trabalho que consistia, em grande parte, do ensino e da pregação. Em segundo lugar, porque Ele não queria ser conhecido como um milagreiro, mas como o enviado de Deus (cf 1:44-45; 5:43).

A exclamação do povo que ficou maravilhado pela atuação de Jesus naquele milagre faz pensar que Ele foi considerado como Deus que, depois de ter acabado a obra da criação, viu que tudo era muito bom (Gênesis 1:31). 

Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.

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NOTAS LITURGICAS

ORAÇÃO COMUMUm Subsídio Histórico ao Livro de Oração Comum

Por quanto tempo o povo de Deus tem debatido sobre a linguagem e a ordem do Culto? Por quase tanto quanto ele tem se reunido para orar e louvar a Deus.

A história da Igreja cristã tem sido marcada por épocas de estabilidade, quebradas por períodos de reforma. Quase sem exceção, o repensar da fé da Igreja (Teologia) tem inspirado a revisão do culto da Igreja (Liturgia), nem sempre nesta ordem. A oração, em uma tradição, precisa ser extemporânea (espontânea), ou não será considerada autêntica. Um século depois, aqueles que herdaram a tradição da oração extemporânea estão publicando livros de oração em um esforço para render ações de graças e intercessão a Deus em um estilo e forma considerados mais dignos da atenção divina. Os salmos metrificados de uma geração são os hinos empolados da próxima. Livros de oração, hinários, ordens de culto e lecionários vêm e vão. Governos e denominações ascendem e caem. E através disso tudo, alguns elementos da fé histórica

e do culto da Igreja persistem.

O Pentecostes de 1999 marcou o 450.º aniversário do Livro de Oração Comum (LOC). Anglicanos fazem lembrar, com desculpável orgulho, que este é o mais antigo livro de culto em uso contínuo na Igreja de língua inglesa. Estantes de biblioteca, índices de periódicos e páginas da internet estão repletos da história detalhada e da análise exaustiva d'O Livro de Oração.

Mas esse aniversário não é simples curiosidade histórica, nem sua comemoração deve ser limitada aos cristãos que respondem

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a Cantuária. Historiadores da Igreja e teólogos do culto rapidamente nos lembrarão que muita da linguagem do LOC é familiar para incontáveis cristãos que nunca nem mesmo seguraram um exemplar em suas mãos. Esse livro de culto tão incomum, originalmente concebido uma geração antes de Shakespeare, continua a moldar a vida e a fé de cristãos de todo o mundo.

Origens do Livro de Oração Comum

Embora cristãos reformados, luteranos e anglicanos todos derivem uma porção significante de sua teologia e culto das reformas que aconteceram no século XVI, a Igreja da Inglaterra foi única tanto na origem como no resultado de sua reforma. O infame rei britânico Henrique VIII desafiou a autoridade do Papa e conduziu a Igreja da Inglaterra para fora de Roma por motivos tanto pessoais quanto políticos. Liturgia e oração estavam bem embaixo na lista das reclamações do rei. Como resultado, a reforma litúrgica seguiu a separação política a uma distância segura.

Não foi senão com a morte de Henrique em 1547 e a coroação de Eduardo VI (que ocorreu entre uma sonequinha e uma troca de fraldas do novo rei) que a reforma da Igreja inglesa floresceu. Em janeiro de 1549, dois breves anos após a morte de Henrique, uma comissão presidida por Thomas Cranmer, o longevo Arcebispo de Cantuária, compilou e apresentou um livro de oração para a aprovação da Convocação da Igreja e do Parlamento. Essa primeira edição do LOC seria extensamente revisada três anos após (1552) e subseqüentemente, banida durante o reinado de Maria I, "a Sanguinária" (1553-1558). Porém, a influência de sua estrutura e o poder de seu texto mudaram a Igreja.

Católico e Reformado

Embora pareça ser grosseria discutir genealogias em uma festa de aniversário, cristãos reformados e luteranos devem se lembrar de que, de muitas maneiras, o LOC é, em parte, nosso livro também. O Arcebispo Cranmer estava bem a par do progresso da reforma da Igreja no continente. Ao longo das décadas de 1520 e 1530, ele viajou pela Europa a serviço de

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Henrique VIII, e tomou contato com os ensinamentos dos reformadores, dentre os quais Lutero e Calvino, e aprendeu a política da reforma. Cumpre dizer que Cranmer foi essencial para a ida de intelectuais luteranos, calvinistas e zwinglianos para postos-chave das universidades da Inglaterra. As ordens de culto, as posturas e a linguagem das orações, e o entendimento dos sacramentos contidos no Livro de 1549 refletem uma síntese complexa das teologias e práticas católicas e reformadas.

Enquanto muito possa ser dito sobre a estrutura, o estilo e a influência do LOC, talvez mais importante para cristãos da tradição reformada seja a linguagem de suas orações e a centralidade que ele dá à Ceia do Senhor. De certa forma, o Livro conservou certos aspectos da herança de Calvino para seus descendentes diretos, até que estivéssemos prontos para recebê-los.

A linguagem das orações

No século XVI, a linguagem do culto era uma preocupação central. O culto na língua do povo não era um debate novo nos anos de 1500, nem era o ponto inicial de atrito para muitos dos reformadores. Mas a tradução do culto do latim para o alemão, francês, inglês e muitas outras línguas locais rapidamente seguiram-se às disputas iniciais. Cada reformador teve o seu poeta. Cranmer não foi exceção (embrora o seu possa ter sido uma comissão inteira!). De qualquer forma, desde a primeira edição em 1549, uma marca do LOC foi a beleza de seu texto.

As Coletas (orações curtas que reunem as preces silenciosas do povo nos diversos momentos do culto) são uma marca registrada do LOC. Muitas destas encontraram lugar em publicações reformadas, como o Livro de Culto Comum (PCUSA, 1993). Nos exemplos abaixo, note-se o uso das palavras e imagens que tornam essas orações simples, elegantes e sinceras (confira também o quadro ao final).

Oração ao fim do dia

Mantém vigia, amado Senhor, sobre aqueles que trabalham, vigiam ou velam nesta noite, e encarrega seus anjos daqueles que dormem. Atende os enfermos, Senhor Jesus, e concede descanso aos que se encontram

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fatigados, abençoa os que se encontram à morte, alivia os que sofrem, consola os aflitos, defende os que se alegram, tudo isso por amor do teu nome. Amém.

Coleta para a Quinta-feira Santa

Senhor Jesus Cristo, que estendeste teus braços de amor sobre a dura madeira da cruz, de modo que todos pudessem se aproximar de teu abraço salvador; veste-nos de teu Espírito, de modo que, estendendo nossas mãos em amor, possamos trazer aqueles que não te conhecem que te conheçam e te amem, para a honra de teu nome. Amém.

Uma oração pelos enfermos

Ó Deus, força dos fracos e conforto dos que sofrem, atende com misericórdia as nossas orações, e concede ao teu servo N. o auxílio do teu poder, de modo que sua enfermidade se torne em saúde, e nosso pesar em alegrias, por Cristo Jesus. Amém.

Nós, na tradição reformada, ainda pelejaríamos por mais quatrocentos anos com a linguagem da oração, criando padrões de intercessão que, se não por outra coisa, se tornariam memoráveis pela sua prolixidade, antes de retornarmos para o estilo do LOC como inspiração para uma nova geração de publicações de auxílio para o culto.

A centralidade da Santa Comunhão

De caráter central para o LOC, embora nem sempre para a prática de muitos anglicanos, foi o entendimento do Culto Dominical Central fundado tanto na Palavra quanto no Sacramento. O Livro de 1549 oferecia uma síntese do padrão romano, com os ofícios diários de oração matinal e vespertina, coroados pela Eucaristia no Dia do Senhor. Ao longo dos séculos seguintes, muitas igrejas não-romanas adaptaram suas práticas para se amoldarem à compreensão da época.

Cristãos da tradição reformada ainda celebram a Ceia do Senhor em ciclos trimestrais, mensais ou semanais, dependendo dos costumes e tradições regionais e locais das congregações. O LOC tem servido como um lembrete constante da intenção dos reformadores, e como um cutucão

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perpétuo para aqueles que elaboram os manuais de culto a cada nova geração.

E daí?

Um aniversário dessa magnitude é importante para os cristãos atuais, pois serve para nos lembrar de que as lutas que encaramos como oficiantes de culto em 1999 não são nada novas. As reformas da igreja que abalaram a Europa do século XVI não foram, de modo algum, únicas ou surpreendentes. Uma retomada do ensino e da pesquisa passaram a questinoar muita da tradição que evoluiu com a Igreja. Enquanto isso, o poder das Escrituras estava sendo redescoberto por aqueles na Igreja que não estavam contentes em ver os trapos da condição humana desacreditarem a Palavra de Deus. A Reforma era inevitável.

A Reforma da igreja, que continua a abalar a América do Norte nestes últimos dias do século XX não é única ou surpreendente, pelos mesmos motivos. A mudança continua inevitável.

Em tempos de reforma, aqueles que guiam a Igreja têm muito a aprender e a relembrar. O LOC de 1549 reuniu orações e salmos, litanias e ordens de culto de uma vasta gama de fontes separadas, organizando-as para que fossem úteis nos cultos público e doméstico, e traduzindo textos históricos do latim para a língua do povo. Se a publicação do LOC não tivesse realizado nada mais, isso mesmo já seria digno de nota. Porém, no transcurso do reinado de um infante-rei e em uma era de profunda reestruturação religiosa, o LOC ancorou a reforma da Igreja da Inglaterra dentro da

tradição da Igreja histórica. Graças a Deus por esses 450 anos de oração comum, e pelas graças que ainda não conhecemos.

As Coletas de Thomas Cranmer

Para aqueles que se interessam por mais da contribuição do LOC de 1549 de Thomas Cranmer, confiram The collects of Thomas Cranmer, um novo livro de Frederick Barbee e Paul F. M. Zahl. As coletas se encontram na linguagem original, e cada

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uma é seguida de um comentário sobre seu contexto histórico e uma meditação voltada aos cristãos contemporâneos.

ORAÇÕES PARA O ADVENTO, NATAL E EPIFANIA, DO LIVRO DE ORAÇÃO COMUM

As seguintes coletas são da edição de 1979 do Livro de Oração Comum da Igreja Episcopal dos Estados Unidos. (Sobre essa forma de oração que conclui, ou "coleta" as orações individuais do povo, confira Reformed Worship n. 52, p 44). A edição de 1979 do LOC inclui ordens de culto e orações tanto na linguagem histórica quanto na contemporânea; um dos seguintes exemplos está na forma histórica, os demais, na contemporânea.

Primeiro Domingo do Advento

Deus Todo-Poderoso, concede-nos a graça de lançar fora as obras das trevas, e de revestir-nos da armadura de luz agora, neste tempo da vida mortal em que teu Filho Jesus Cristo veio para visitar-nos em grande humildade; concede-nos que, no último dia, quando ele vier novamente em sua majestosa glória para julgar os vivos e os mortos, nós possamos ascender à vida imortal; por meio dele, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e para sempre. Amém.

Segundo Domingo do Advento

Deus de misericórdia, que enviaste teus arautos, os profetas, para pregar o arrependimento e preparar o caminho para nossa salvação; concede-nos a graça de ouvir seus alertas e abandonar nossos pecados, de modo que possamos reeber com alegria a vinda de Jesus Cristo, nosso Redentor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e para sempre. Amém.

Terceiro Domingo do Advento

Manifesta teu poder, ó Senhor, e com grande força vem entre nós; e, porquanto somos amargamente abalados por nossos pecados, concede que tua abundante graça e misericórdia prontamente nos socorra e nos salve; por Cristo Jesus, Nosso Senhor, a quem, contigo e o Espírito Santo, sejam toda honra e toda glória, hoje e para sempre. Amém.

Quarto Domingo do Advento

Purifica nossas consciências, ó Deus Todo-Poderoso, pela tua visitação diária, de modo que teu Filho Jesus Cristo, em sua vinda, encontre em nós uma mansão para ele preparada, o qual vive e reina contigo, na unidade do Espírito Santo, um só Deus, agora e para sempre. Amém.

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A Natividade de Nosso Senhor: Noite de Natal

Ó Deus, que fizeste esta santa noite resplandecer com o brilho da verdadeira Luz; concede que nós, que conhecemos o mistério desta Luz na terra, possamos também gozá-lo perfeitamente no céu, onde, contigo e o Espírito Santo, ele vive e reina, um só Deus, em glória sempiterna. Amém.

Primeiro Domingo após o Natal

Deus Todo-Poderoso, que espargiste sobre nós a nova luz de teu Verbo encarnado; concede que esta luz, alimentada em nossos corações, possa brilhar em nossas vidas; por Jesus Cristo, Nosso Senhor, o qual vive e reina contigo, na unidade do Espírito Santo, um só Deus, agora e para sempre. Amém.

O Santo Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo: 1.º de janeiro

Pai Eterno, que deste ao teu Filho encarnado o nome santo de Jesus para sinal da nossa salvação; planta em cada coração o amor a ele, que é o Salvador do mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo, o qual vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, em glória sempiterna. Amém.

A Epifania: 6 de janeiro

Ó Deus, que pela condução de uma estrela manifestaste teu único Filho aos povos da terra; guia-nos a nós, que conhecemos a ti pela fé, à tua presença, onde possamos ver tua glória face a face. Por Cristo Jesus, Nosso Senhor, o qual vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e para sempre. Amém.

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Paul Detterman é conferencista, músico eclesiástico e Ministro da Palavra e Sacramentos da Presbyterian Church (USA). Ele trabalha como diretor executivo da Presbyterians for Renewal, um ministério nacional sediado em Louisville, Kentucky.

NOTA: O artigo de hoje, foi originalmente publicado em inglês na revista Reformed Worship, n.º 53, Setembro de 1999; traduzido para o português pelo irmão Eduardo Chagas, presbiteriano, editor do blog Sociedade Pela Liturgia Reformada.

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ESTUDOS BÍBLICOSDIA DOS PAIS

Um dia de festa e reflexão

De acordo com os relatos históricos, o dia dos pais surgiu nos Estados Unidos no ano de 1909. Ao ouvir um sermão para as mães, Sonora Louise Smart Dodd teve a ideia de celebrar o Dia dos Pais. Seu propósito era homenagear o próprio pai que, após perder a esposa em trabalho de parto, criou sozinho os seis filhos. A partir daí, a ideia se espalhou por vários países e foi instituída no Brasil em 14 de agosto de 1953.

O segundo domingo de agosto é um convite para refletir neste personagem tão importante na estrutura familiar. A paternidade é um atributo divino e existente desde a eternidade. No entanto, aprouve ao soberano Criador permitir que os homens acessassem esta dádiva, estabelecendo vínculos com seus filhos, nutrindo-os de amor, proteção e sustento. Por isso, o cumprimento do papel paterno precisa ser espelhado no Pai Eterno.

A parábola do filho pródigo (Lucas 15.11-31) descreve com precisão as características que devem ser encontradas naqueles que buscam a aprovação de Deus neste ofício. São homens mansos, amorosos, misericordiosos, reconciliadores e esperançosos. Mantidos por uma permanente expectativa de ver a progressiva ação de Deus na vida dos seus filhos. Para isso, buscam a verdadeira consagração, servindo de modelo no lar e apontando o caminho para o temor a Deus e a piedade, conforme o registro de Deuteronômio 6.6,7: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te”.

Por outro lado, o segundo domingo de agosto é uma excelente oportunidade para que filhos reavaliem a postura e os sentimentos que estão cultivando em relação aos seus pais. Independente da história de vida e dos tropeços daqueles que servem de referência, o mandamento divino é para que estes sejam alvo de honra: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá.” Ex 20.12. Este mandamento se manifesta quando a obediência é exercida com prazer e alegria.

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Ao olhar para seu pai, Sonora Louise sentiu-se motivada a criar o Dia dos Pais. E hoje, muitos filhos podem externar em frases e presentes o amor a estes que têm nos ombros a responsabilidade de apontar o caminho, suprir de carinho e proteção suas casas. No entanto, o respeito e a submissão, frutos de um amor sincero aos pais, deve encher os corações dos filhos que buscam agradar. Que o Espírito Santo de Deus capacite pais e filhos no cumprimento dos seus papeis e no desenvolvimento do verdadeiro amor.

Rev. Alexandre Rodrigues Sena

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A decisão de servir a Deus na família

Sua família é o maior patrimônio que você possui. Bens, diplomas e sucesso  profissional perdem o significado para você sem a felicidade de sua família. Na verdade, nenhum sucesso compensa o fracasso da sua família. Não podemos construir nossa felicidade sobre os escombros da nossa família. Não é prudente alçarmos vôos solitários, fazendo carreira solo, deixando a família para trás. Não é coerente ser uma pessoa acessível para os estranhos e incomunicável dentro de casa. Não é racional sermos amáveis com os estranhos e truculentos dentro do lar. Não é consistente sermos piedosos na igreja e profanos no recesso da família. Nossa família precisa estar a serviço de Deus dentro e fora dos portões.

Há muitas famílias doentes e feridas. Há muitas famílias precisando de cura e restauração. Deus ama a família, pois a instituiu. Deus não abre mão da família, pois esta é uma agência do seu Reino na terra. Josué, o grande líder que substituiu Moisés e introduziu o povo de Israel na terra da promessa, deu testemunho diante de toda a nação que ele e sua casa serviriam ao Senhor (Js 24.15). A essas alturas, Josué tinha prestígio e bens, sucesso e fama, mas nenhuma conquista pessoal diminuiu seu propósito de consagrar sua família a Deus. Corremos o risco de priorizarmos outras coisas na família. Buscamos a prosperidade financeira. Cobiçamos o sucesso profissional. Investimos na formação intelectual dos nossos filhos. Disputamos o nosso lugar ao sol. Embora, essas bandeiras sejam legítimas, nada disso nos aproveitará se descuidarmos do principal, que é colocar nossa família no altar de Deus para o servirmos com alegria e fervor. De que maneira nós podemos servir a Deus na família?

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1. Podemos servir a Deus na família através de relacionamentos orientados pelas Escrituras – Não podemos servir a Deus, sendo uma bênção para o mundo se não somos um exemplo dentro de casa. O que somos no lar é o que refletimos no mundo. A nossa vida familiar é o alicerce do nosso testemunho para fora dos portões. Uma família onde o marido agride a esposa com palavras e atitudes; uma família onde a esposa não se submete ao marido, antes o trata com desprezo. Uma família onde os pais provocam os filhos à ira e os tratam com amargura, deixando-os desanimados. Uma família onde os filhos desonram os pais e rejeitam seu ensino e exemplo não pode servir a Deus nem ser luz para outras famílias. Precisamos de famílias que vivam em harmonia, que cultivem relacionamentos saudáveis, que andem segundo as balizas da própria Palavra de Deus.

2. Podemos servir a Deus na família através do abandono de práticas que desonram ao Senhor – O povo de Israel ao entrar na terra prometida começou a se esquecer de Deus, a murmurar contra Deus e a imitar o culto dos povos pagãos. Entregaram-se à imoralidade e à idolatria. Capitularam-se a várias práticas pecaminosas e fizeram alianças perigosas que acabaram destruindo a própria nação. O pecado é sorrateiro e sutil. O diabo é um estelionatário e o pecado é uma fraude. O pecado parece inofensivo e aparentemente apetitoso. Mas, aqueles que se rendem a ele, acabam prisioneiros e atados com grossas correntes. Uma família feliz é aquela que busca a santificação. Que lança fora de sua casa aquilo que é abominável ao Senhor. Que não põe diante dos seus olhos coisa imunda. Que não introduz dentro de sua casa bens mal adquiridos. Que não transforma o lar num ambiente de intriga, discussões amargas e maledicências sem fim. A família feliz ama a Deus e odeia o pecado. A família bem-aventurada abandona toda forma de mal e busca ansiosamente as coisas lá do alto, onde Cristo vive.

3. Podemos servir a Deus na família através da renovação de propósitos elevados que glorificam ao Senhor – Precisamos constantemente rever nossos conceitos e valores e ter coragem de mudar, buscando sempre re-alinhar nossa vida aos princípios da Palavra de Deus. Devemos restabelecer na família a prática do culto doméstico. Devemos manter sempre acesa no altar da família a chama da oração. Precisamos amar a Casa de Deus, tendo prazer de buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça. Devemos restabelecer no lar a prática do diálogo regado de compreensão e amor.Precisamos ser cautelosos nas

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críticas e, pródigos nos elogios. Precisamos ter disposição para perdoar e jamais guardar mágoas no coração. Precisamos investir mais e cobrar menos. Precisamos fazer da nossa casa o melhor ambiente para se viver. Precisamos, à semelhança de Josué dizer: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15).

Rev. Hernandes Dias Lopes

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Aprendendo com Alguns Pais da Bíblia

Chegamos ao mês de Agosto, e como é costume neste mês, comemoramos o Dia dos Pais. É um momento especial onde nos reunimos como família para almoçar juntos e presentear os pais. Todavia, gostaria de deixar esta mensagem aos pais no sentido de que pudéssemos refletir sobre o que Deus espera de nós como pais. Pensei em alguns pais cujas histórias estão relatadas na Bíblia, histórias das quais podemos tirar lições para nossa responsabilidade paterna atual.

Quero começar com Abraão. Certamente Abraão foi uma influência muito positiva na vida de seu filho Isaque. Ensinou-o a temer a Deus e também lhe ensinou preciosas lições sobre a fé. Todavia, uma coisa que me chama muito a atenção em relação à vida de Abraão e que terminou sendo uma influência negativa da vida de seu filho, foi o fato de por duas vezes Abraão ter mentido, dizendo ser Sara sua irmã, quando na verdade era sua esposa (Gn 12.10-20; 20.1-18). Embora possivelmente Isaque ainda não fosse nascido quando Abraão mentiu quanto à sua esposa Sara, esta atitude de Abraão foi uma influência negativa da vida de seu filho. Isaque deve ter ficado sabendo deste comportamento de seu pai, pois anos depois, submetido a uma situação de pressão, Isaque imitou seu pai cometendo o mesmo erro, ou seja, mentindo sobre o fato de Rebeca ser sua esposa (Gn 26.6-11). Através deste exemplo podemos ver como os filhos imitam os pais em suas ações, tanto positivas como negativas.

Outro pai interessante foi o patriarca Jacó. Teve doze filhos, e seu erro, que lhe custou muita dor, foi o fato de dar preferência a um de seus filhos, no caso José, em detrimento dos outros. Por causa desta preferência de Jacó em relação a José, os irmãos de José, tomados de ciúmes, o venderam como escravo ao Egito, e simularam sua morte para o pai Jacó que por muitos anos sofreu a perda do filho, achando que este estivesse morto

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(Gn 37.2-35). Esta história é uma lição para nós hoje. Nós pais, devemos evitar a parcialidade paterna, ou seja, devemos amar a cada um de nossos filhos da mesma maneira, evitando dar preferência para um em detrimento de outro, sob pena de sofrermos muitas dores no futuro.

O exemplo de Josué como pai, é o exemplo do líder do lar que está decidido a levar sua família a servir ao Senhor. Em seu discurso buscando levar o povo a renovar sua Aliança com Deus, Josué disse: “… escolhei hoje, a quem sirvais … Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15). Infelizmente, temos visto hoje muitos pais que não estão nem um pouco interessados em conduzirem suas famílias de forma firme no sentido de servirem ao Senhor. Esta atitude certamente trará tristes resultados no futuro. Como precisamos de homens com a atitude de Josué em nossos dias!

Samuel, também nos traz uma história a ser considerada. Quando criança, Samuel foi usado por Deus para repreender o sacerdote Eli quanto à maneira errada que ele criara seus filhos e quanto ao fato de como Eli era negligente em relação aos pecados de seus filhos (1 Sm 3.1-18). Todavia, embora Samuel tenha sido um grande profeta, sacerdote e juiz em Israel, Samuel caiu no mesmo erro que o Senhor lhe tinha usado para repreender o sacerdote Eli, ou seja, falha na criação de seus filhos (veja 1 Sm 8.1-3). Que como pais, tomemos este exemplo e não venhamos a falhar na criação de nossos filhos para evitarmos dores futuras. Devemos criar nossos filhos na disciplina e admoestação do Senhor (Ef 6.4).

Permita-me agora falar sobre Jó, um pai exemplar, um pai sacerdote. Jó é o exemplo de um pai intercessor, que sempre se preocupava com o bem estar espiritual de seus filhos diante de Deus, um pai que orava e clamava por seus filhos. O texto bíblico nos diz: “… chamava Jó a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles … Assim o fazia Jó continuamente” (Jó 1.5). Que à semelhança de Jó, nós como pais possamos ser intercessores de nossos filhos e verdadeiros sacerdotes de nossos lares!

Quero encerrar esta reflexão, lembrando de um pai que representa o próprio Deus, que deve ser nossa inspiração máxima com pai. O pai do filho pródigo, da memorável parábola contada por Jesus, é o exemplo de um pai amoroso, gracioso e perdoador (Lc 15.11-24). Apesar de seu filho tê-lo

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12º Domingo depois da Trindade

desprezado, pedindo sua parte na herança antes de seu falecimento, e tê-lo abandonado, gastando todo o seu dinheiro de forma dissoluta, o pai esteve de braços abertos para recebê-lo de volta e perdoá-lo quando o filho voltou arrependido. Esta história ilustra o amor de Deus para conosco, que está sempre pronto a nos receber de volta, mesmo depois de nossos desvios. Que como pais, procuremos imitar o pai do filho pródigo, ou seja, imitar o próprio Deus: que sempre estejamos de braços abertos para acolher nossos filhos e ampará-los em seus momentos de necessidade, de vergonha, de dor e até mesmo de desvio. Que o Senhor Deus nos ajude a sermos pais segundo o seu coração. Feliz Dia dos Pais e que Deus nos abençoe!

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