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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA CURSO DE BIBLIOTECONOMIA EUNICE CÂMARA DE OLIVEIRA O BIBLIOTECÁRIO COMO EMPREENDEDOR: delineando seu sucesso profissional NATAL – RN 2006.2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTECENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIACURSO DE BIBLIOTECONOMIA

EUNICE CÂMARA DE OLIVEIRA

O BIBLIOTECÁRIO COMO EMPREENDEDOR: delineando seu sucesso profissional

NATAL – RN 2006.2

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EUNICE CÂMARA DE OLIVEIRA

O BIBLIOTECÁRIO COMO EMPREENDEDOR: delineando seu sucesso profissional

Orientadora: Profª MSc. Luciana Moreira Carvalho

NATAL– RN 2006.2

Monografia apresentada à disciplina Monografia, ministrada pela professora Maria do Socorro de Azevedo Borba para fins de avaliação da disciplina e como requisito parcial para a conclusão do curso de Biblioteconomia do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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Catalogação da publicação na fonte

O48b Oliveira, Eunice Câmara de. O bibliotecário como empreendedor: delineando seu sucesso profissional / Eunice Câmara de Oliveira - Natal, RN, 2006. 58 f.

Orientadora: Prof ª MSc. Luciana Moreira Carvalho.

Monografia (Bacharelado). – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Biblioteconomia.

1. Administração de bibliotecas - Monografia. 2. Mercado de trabalho – Monografia. 3. Empreendedorismo - Monografia. 4. Empreendedor – Monografia. 5. Perfil bibliotecário – Monografia. I. Carvalho, Luciana Moreira (Orient.). II. Título.

RN/UF/DEBIB CDU:

023:658

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EUNICE CÂMARA DE OLIVEIRA

O BIBLIOTECÁRIO COMO EMPREENDEDOR: delineando seu sucesso profissional

MONOGRAFIA APROVADA EM ___/ ___2006

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________________Profª MSc Luciana Moreira Carvalho

(Orientadora)

_________________________________________________________________

Profª MSc Maria do Socorro de Azevedo Borba(Profª da disciplina)

_________________________________________________________________

Profª MSc Mônica Marques Carvalho(Membro)

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Dedico essa Monografia especialmente a Deus Pai, pois sem a Sua presença constante em minha vida não teria realizado este trabalho. Ao meu pai e amigo Francisco Tavares de Oliveira que sempre me apoiou em todas as minhas decisões e ao meu querido filho Leonardo Oliveira de Almeida, pela paciência e compreensão nos momentos difíceis.

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AGRADECIMENTOS

A todos os meus colegas de turma e especialmente as minhas queridas

amigas e companheiras de grupo Eliane Bezerra, Eliane Leal, Gerlanny, Jaqueline

Araújo, Maria Conceição, Maria Claudia, Maria Solange, Mônica Reis e Ogna

Pereira, sempre presentes.

A minha avó Joana Gomes de Oliveira, que sempre tive como uma verdadeira

mãe, (homenagem póstuma) e que apesar de não estar presente fisicamente, vive

constantemente em minha memória.

Agradeço a Vera Lúcia França, que sempre me incentivou nos estudos, que

torce pelo meu sucesso e por quem tenho um carinho especial.

Aos meus queridos sobrinhos Deyse Oliveira de Almeida e João Maria de

Oliveira Martins pela ajuda, companheirismo e amizade.

A todas as professoras do Curso de Biblioteconomia, em especial a Luciana

Moreira Carvalho de quem recebi valiosa orientação, cuja tranqüilidade e serenidade

contribuíram, sobremaneira, para a realização desse trabalho, a Terezinha Anibas

por quem tenho muita afeição, a professora Mônica pela simplicidade e sinceridade

e a Socorro Borba, sempre muito prestativa.

Agradeço ainda a todos que fazem a Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM)

que se mostraram dispostos a passar seus conhecimentos aos estagiários durante a

disciplina do Estágio Supervisionado.

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Pequenas oportunidades são, muitas vezes, o princípio de grandes empreendimentos.

Demóstenes

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RESUMO

Analisa habilidades empreendedoras em bibliotecários lotados em bibliotecas das universidades de Natal-RN, sendo uma pública e outra privada. Discorre de forma sucinta a brilhante história de Irineu Evangelista de Souza, o maior empreendedor brasileiro na época do Brasil Império. Em seguida apresenta os diversos conceitos do empreendedor e do empreendedorismo, bem como as principais características do empreendedor, evidenciando a sua importância para o desenvolvimento de determinado contexto sócio/econômico. Destaca as principais competências e habilidades que devem compor o perfil do bibliotecário empreendedor no atual cenário de rápidas mudanças. Apresenta as possibilidades de atuação e inserção para o bibliotecário empreendedor no mercado de trabalho, listando os principais vazios existentes com orientações para que ele opte pelo aprendizado contínuo, evitando assim, que profissionais de outras áreas desenvolvam atividades que só competem ao mesmo. A partir dos resultados obtidos através da aplicação do questionário, conclui-se que os sujeitos respondentes desenvolvem atividades empreendedoras com freqüência e que estas fazem parte do seu cotidiano e apresentam características voltadas para as mudanças e a identificação de oportunidades.

Palavras-chave: Empreendedor/empreendedorismo. Perfil bibliotecário. Mercado de trabalho Educação continuada.

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO1 Gênero....................................................................................... 37GRÁFICO2 Faixa etária................................................................................ 38GRÁFICO 3 Ano de conclusão do curso....................................................... 39GRÁFICO 4 Tempo que em atua na empresa............................................... 39GRÁFICO 5 Especialização ou mestrado em outra área.............................. 41GRÁFICO 6 Considera-se uma pessoa de perfil empreendedor................... 44GRÁFICO 7 Se a experiência ajuda a desenvolver o espírito empreendedor 44

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 92 EMPREENDEDORISMO: CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA.............. 122.1 CONCEITOS DE EMPREENDEDOR E EMPREENDEDORISMO.............. 162.2 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR.............................................. 203.O BIBLIOTECÁRIO DE PERFIL EMPREENDEDOR..................................... 234 MERCADO DE TRABALHO BIBLIOTECÁRIO............................................. 285 METODOLOGIA............................................................................................. 346 ANÁLISE DOS DADOS.................................................................................. 367 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 47REFERENCIAS.................................................................................................. 49APÊNDICE......................................................................................................... 52ANEXOS............................................................................................................ 56

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Eunice Câmara de OliveiraO bibliotecário como empreendedor: delineando seu sucesso profissional

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1 INTRODUÇÃO

Este estudo trata do empreendedor e do empreendedorismo voltado,

principalmente, para as atividades realizadas por bibliotecários empreendedores em

bibliotecas e/ou unidades de informação. Para tanto, utilizou-se os diversos

conceitos abordados por estudiosos que tratam sobre o tema.

Comumente associado ao ramo da Administração de empresas e ao

desenvolvimento econômico e, portanto, à geração de riquezas, culminando com o

desenvolvimento econômico, o empreendedorismo pode ser praticado e aprendido,

ou seja, qualquer pessoa pode realizar atividades empreendedoras e tornar-se um

empreendedor, porém, com características distintas que o torna único,

independentemente, do seu ramo de atividade.

O empreendedorismo não é um tema novo, contudo, devido a alguns

fatores como o advento das novas tecnologias e a globalização dos mercados, o

tema ganhou força propulsora, uma vez que estar no ápice do sucesso e do

desenvolvimento é o sonho de todo empreendedor. É atribuído ao empreendedor

habilidades voltadas para a inovação, de como aproveitar oportunidades e contribuir

para o desenvolvimento de um determinado contexto socioeconômico. O

empreendedorismo, afirma Dolabela (1999, p. 45) “deve conduzir ao

desenvolvimento econômico, gerando e distribuindo riquezas e benefícios para a

sociedade”.

A partir dessa asserção percebe-se a importância da participação do

empreendedor nos diversos campos de atividades, com habilidades e características

que fazem desse ator um agente indispensável para o sucesso de qualquer

empreendimento.

O interesse pelo empreendedorismo se fez suscitar a partir de leituras

sobre o tema, bem como a atuação em um estágio extracurricular oferecido a alunos

do Curso de Biblioteconomia da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do

Norte), na biblioteca da Faculdade União Americana. A partir de então, através da

convivência com a gestora daquela unidade de informação, observando sua postura

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e características empreendedoras voltadas para a inovação, firmeza e determinação

na distribuição das tarefas, associadas as atitudes de um líder, me motivou a realizar

esse estudo.

Esse trabalho tem como objetivo geral identificar habilidades

empreendedoras em bibliotecários da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da Biblioteca da Universidade

Potiguar (UnP). E como objetivos específicos buscou-se: 1) identificar o perfil do

bibliotecário empreendedor; 2) verificar as possíveis dificuldades enfrentadas pelo

bibliotecário empreendedor; 3) verificar como o bibliotecário identifica oportunidades

e as transforma em algo inovador.

Para a realização desse trabalho foram utilizadas como embasamento

teórico a pesquisa bibliográfica e a eletrônica sobre o tema, com maior enfoque nos

conceitos do professor mineiro Fernando Dolabela (1999), nos quais se obteve

embasamento necessário para o entendimento do que seja o empreendedor e o

empreendedorismo.

Foram escolhidas as duas universidades acima referidas por alocarem

um maior número de bibliotecários. Esse segmento de mercado em bibliotecas

universitárias se configura em um setor que absorve uma grande demanda de

profissionais bibliotecários o que contribui para se alcançar os objetivos específicos

dessa monografia, bem como o objetivo geral.

A presente monografia está estruturada da seguinte maneira: após esta

introdução, temos o capítulo dois que faz uma reflexão mais real do que seja o

empreendedorismo, abordando a história de Irineu Evangelista de Souza (o barão

de Mauá), um homem de brilhante espírito empreendedor e que plantou no Brasil a

semente do empreendedorismo. Em seguida, destacam-se os principais conceitos

de empreendedor e empreendedorismo, bem como as características do

empreendedor, não sendo estas inerentes à personalidade do empreendedor.

No capítulo três buscou-se identificar na literatura qual é o novo perfil

do bibliotecário, no qual se apresentam inúmeras características que não mais

correspondem com as do bibliotecário voltado exclusivamente para o gerenciamento

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e guarda do acervo constituído somente pelo objeto “o livro”. O novo perfil

empreendedor só será possível através do aprimoramento do aprendizado e

interação constante com as diversas áreas do conhecimento humano e com as

várias tecnologias, configurando-se no perfil necessário e ideal do moderno

profissional da informação.

No capítulo quatro apresentam-se as principais exigências do atual

mercado de trabalho para o profissional bibliotecário. Dentre essas exigências

destacam-se a do perfil do bibliotecário empreendedor, enfatizando a relevância de

seu domínio no uso das novas tecnologias, dentre outras habilidades

imprescindíveis na atuação do bibliotecário, mais consciente do seu papel como

organizador e acima de tudo, um disseminador da informação.

No quinto capítulo apresentam-se a metodologia utilizada para a

obtenção dos dados da pesquisa e no sexto e último capítulo, estão a análise e a

interpretação dos resultados da pesquisa, que apontam para profissionais

desenvolvendo atividades empreendedoras com características voltadas para as

mudanças, identificando e aproveitando oportunidades, apesar de apontarem

algumas dificuldades com que se deparam constantemente. Mas com um crescente

compromisso em desenvolver, de fato, um perfil empreendedor.

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2 EMPREENDEDORISMO: CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Para falarmos de empreendedorismo, um tema tão atual e

característico da sociedade contemporânea, que tanto valoriza a informação, optou-

se por abordá-lo através de um exemplo real. Iremos falar de Irineu Evangelista de

Souza, aquele que viria a ser um dos maiores empreendedores do Brasil e que ficou

conhecido como Barão de Mauá. Foi ele quem impulsionou o desenvolvimento do

país através de sua visão futurista e do seu brilhante espírito empreendedor.

No início do século XIX, mais precisamente em 1813, em Arroio

Grande, Rio Grande – RS nasceu aquele que viria a ser o mais notável

empreendedor brasileiro, Irineu Evangelista de Souza, tornando-se décadas depois,

o Barão de Mauá, na época do Brasil Império. Com a morte do pai, seis anos mais

tarde, sua mãe resolve mandá-lo ao Rio de Janeiro, em companhia do seu tio.

De acordo com Caldeira (1995 apud CORCETTI, 2006)1 após trabalhar

anos para um comerciante escocês, Irineu Evangelista é declarado, em 1835, seu

sucessor. Recebendo uma procuração que lhe dava autonomia para “tocar” os

negócios, como também uma participação no capital da empresa.

Em 1846, o futuro Barão de Mauá troca o comércio pela indústria,

comprando o estabelecimento de fundição e estaleiros da cidade de Ponta de Areia.

Irineu Evangelista correu esse grande risco, pois trocar o comércio pela indústria

naquela época era quase loucura. No Brasil só existiam fábricas artesanais e a

maior parte delas estava instalada no meio das fazendas. Nos idos de 1840 era

muito difícil encontrar trabalhadores que estivessem dispostos a trabalhar numa

fábrica, porque o trabalho manual era considerado uma tarefa humilhante para as

pessoas livres. Este foi seu primeiro desafio: encontrar trabalhadores para a sua

empresa.

A opção que ele encontrou foi a importação de trabalhadores europeus

que estavam dispostos a cruzar oceanos e ganhar a vida em uma terra

1 Texto disponível na internet no site: http://www.anprotec.org.br/habitats/trabalhos/A-05.pd

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desconhecida. Surge assim, a primeira fábrica do Brasil e seu primeiro cliente era o

próprio governo.

Ainda de acordo com Caldeira (1995 apud CORCETTI, 2006), em 1851

Irineu Evangelista funda o Banco do Comércio e da indústria no Brasil. Tinha um

capital cinco vezes maior que seu único concorrente na praça, o Banco comercial.

Seu objetivo com a fundação do banco era juntar capital de terceiros, financiar a

formação de grandes empresas para promover o desenvolvimento do seu país.

Funda ainda em 1852, com 26 economistas, a Imperial Companhia de

Navegação a Vapor, a Companhia de Gás, a Estrada de Ferro de Petrópolis e a

Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas. E assim, ia investindo seu

dinheiro em grandes projetos, enquanto o modelo de riqueza do país era o de

grandes proprietários de fazendas com suas plantações de café, ele trabalhava com

conceitos que iam muito além do seu tempo e no período de 1850 a 1853, tinha sob

seu controle um aumento de capitais de cerca de 6500%; isso porque, dentre outros

fatores:

Ele montava as empresas, a Companhia de Gás e a Empresa de

Navegação tomando dinheiro emprestado e o pagamento era efetuado

com os lucros do negócio.

Analisava o potencial de mercado e realizava estudos técnicos antes

de constituir suas empresas, investindo cuidadosamente, avaliando os

riscos e as dificuldades.

Passados quase dois séculos, Irineu Evangelista foi muito além do seu

tempo, com várias características empreendedoras, tão atuais como as

características apresentadas pelos estudiosos contemporâneos do

empreendedorismo, o que prova que ele foi um homem de atitudes pró-ativas tão

referenciadas atualmente. Sobre tais características iremos abordar mais adiante.

Apesar das dificuldades, Irineu Evangelista consegue, em 1854,

inaugurar a ferrovia e a usina de gás. É na inauguração da usina, acendendo os

lampiões da cidade do Rio de Janeiro, que ele recebe o título de Barão de Mauá.

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Ainda em 1854, juntamente com 182 investidores, funda a Mauá, Mac

Gregor e Cia – um banco internacional. Em 1857, tinha o comando de 10 empresas

e vislumbrou a possibilidade de investir em empresas no exterior, tendo já em 1861

dezessete empresas instaladas em 6 países, três estradas de ferro no interior do

Brasil, estaleiros no Brasil e no Uruguai, uma fundição que locava 700 operários,

uma grande companhia de navegação, empresas de comércio exterior, mineradoras,

usinas de gás e fazendas.

Contudo, em 1863 fecha a primeira fábrica no Brasil, perde 2 empresas

de pequeno porte e sofre forte concorrência de seus bancos na Inglaterra, Brasil,

Uruguai e Argentina. Começa então as grandes dificuldades que culminaram com

sua falência. Em 1868 Mauá pede falência, mas ainda consegue pagar todas as

suas dívidas e continua um homem bastante rico com ações da Companhia Agrícola

Pastoril, uma empresa de Corretagem e dinheiro da liquidação do banco uruguaio.

O Barão de Mauá morre aos 71 anos em 1889. Apesar disso, deixou

como exemplo aos futuros empreendedores brasileiros, a coragem de correr riscos

com cautela, a ousadia, a inovação, a capacidade de saber aproveitar as

oportunidades, apostando na diversificação com otimismo visando o

desenvolvimento do seu país. Depois de Irineu Evangelista de Souza, a história do

empreendedorismo brasileiro teve suas ramificações e hoje, de acordo com Corcetti

(2006) citando o GEM (2001), em pesquisa realizada em 2001, o Brasil se encontra

em 5º lugar entre os povos que mais investem em novos negócios.

Fazendo um recorte histórico, em relação as grandes revoluções da

humanidade, temos como primeiro destaque a Primeira Revolução Industrial que

aconteceu na Inglaterra entre 1760 e 18502; uma década depois, a partir de 1860,

surge a Segunda Revolução Industrial. Estes foram, portanto, períodos históricos

dos quais o Barão de Mauá vivenciou e realizou brilhantes empreendimentos.

Concomitante a esta última Revolução aconteceu a Primeira e a

Segunda Guerra Mundial que surgiram nos períodos de 1914 a 1918 e 1939 a 1942,

respectivamente. Entretanto, é na Terceira Revolução Industrial, logo após a

2 Disponível na internet através do site: www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=52.

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Segunda Grande Guerra que o mundo assiste a uma série de grandes

transformações que mudaram drasticamente a vida das pessoas.

Com a Terceira Revolução Industrial o mundo foi alvo de muitas

mudanças em vários segmentos, principalmente no social e no econômico. Com

isso, novas formas de organização social e econômica foram adotadas, as

tecnologias do mundo globalizado passaram a representar um enorme potencial de

desenvolvimento econômico; e essas transformações, em grande parte, foram

causadas por este fenômeno tecnológico, que através do qual o mundo passou a ser

”um só”. Não existem mais fronteiras que impeçam o homem de realizar projetos e

empreendimentos, a distância não é mais obstáculo para a resolução de problemas;

podendo ele obter e acompanhar, de extremo a extremo do planeta, por meio da

Internet, da televisão e outros meios de comunicação, informações que possam

direcioná-lo e subsidiá-lo na execução ou na implementação de um novo negócio ou

ajudá-lo a tomar decisões importantes. Segundo Silva (1998 apud SILVA, 2006,

p.198),

o mundo passa por transformações que afetam diretamente a vida da humanidade. A revolução tecnológica mudou a vida das organizações. O casamento das telecomunicações com a informática tornou a informação uma poderosa arma para se atingir o sucesso de qualquer empreendimento.

Grande parte da população mundial procura efetivamente, e de forma

quase que abrupta, acompanhar as mudanças meteóricas que ocorrem

constantemente e aceitando o novo paradigma de desenvolvimento que atualmente

é imposto, caso contrário, as pessoas tenderão a estagnar-se e não acompanhar as

mudanças no mesmo ritmo em que estas acontecem.

Essa nova realidade, que é mesclada com as tão conhecidas

diferenças sociais, tão graves no Brasil e presentes, mesmo que em menor

proporção, em muitos países desenvolvidos, leva as pessoas a enfrentarem novos

desafios, procurando obstinadamente, obter sucesso e realização, tanto na vida

profissional quanto na pessoal. Os desafios são grandes, pois o mercado de

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trabalho apresenta-se cruelmente competitivo e limitado, ao mesmo tempo em que

oferece excelentes oportunidades para pessoas que buscam se reciclar e procuram

se manter atualizadas, buscando informações e conhecimento e acima de tudo, se

adaptando às mudanças, assumindo riscos e inovando.

Diante desse cenário de grandes transformações, surge, com mais

ênfase a figura do empreendedor, que segundo os estudiosos do campo do

empreendedorismo, é alguém que apresenta características distintas. O

empreendedor é inovador, criativo, pró-ativo, dinâmico, perseverante, isto é, não

desiste nunca, tem visão e vê nos problemas uma oportunidade de negócio, dentre

muitas outras características. A seguir veremos com mais detalhes os conceitos de

empreendedor e empreendedorismo.

2.1 CONCEITOS DE EMPREENDEDOR E EMPREENDEDORISMO

De origem francesa, empreendedorismo vem de entrepreneur, que de

acordo com Ferreira, Reis e Pereira (2000), foi inventado pelo economista francês

Jean-Baptiste Say, por volta do final do século XVIII, e era utilizado para nomear

pessoa que transfere recursos econômicos de um setor de produtividade menor,

para outro setor de produtividade de maior rendimento.

O significado do termo empreendedorismo é comumente associado às

atividades relacionadas à geração de riquezas e ao ramo da administração de

empresas, contudo, qualquer pessoa que queira, pode aprender a ser um

empreendedor. Derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship é utilizado

para designar os estudos relacionados ao indivíduo empreendedor, suas

características, perfil, comportamento, campo de atuação, seu sistema de

atividades.

Apesar da atividade de empreender não ser recente ainda não existe

concordância para a definição do termo empreendedor, visto que o mesmo pode ter

emprego amplo.

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O termo empreendedorismo encontra consenso para a sua definição

de acordo com a área de atuação. De acordo com Dolabela (1999), os economistas

vêem os empreendedores como àqueles que inovam e que apresentam um papel

fundamental para o desenvolvimento econômico; os engenheiros de produção

associam os empreendedores como bons distribuidores e coordenadores de

recursos; financistas atribuem ao empreendedor a capacidade de calcular riscos;

especialistas em gerenciamento vêem os empreendedores como organizadores; o

pessoal de marketing atribui ao empreendedor a capacidade de identificar

oportunidades e de se preocupar muito com o consumidor. Fica demonstrado que

não existe uma definição única para o termo empreendedor. No entanto, serão

apresentadas algumas delas a seguir.

Segundo Fillion ([199-?] citado por Dolabela 1999, p. 68) “um

empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões”. Por sua

vez, Fernando Dolabela, um grande estudioso do empreendedorismo vai mais além

quando afirma que:

O empreendedor é aquele que define por si mesmo o que vai fazer e em que contexto será feito. Ao definir o que vai fazer, ele leva em conta seus sonhos, desejos, preferências, o estilo de vida que quer ter. Dessa forma consegue dedicar-se intensamente, já que seu trabalho se confunde com prazer. (DOLABELA, 1999, p. 68)

Contudo, Dias (1991 apud CARVALHO, 2003, p. 4) apresenta um

conceito que parece bastante completo e apropriado para o empreendedor. O

indivíduo empreendedor é aquele que, “ao criar ou montar seu próprio negócio,

demonstra certas características que o distinguem de outros que também têm o seu

próprio negócio e, no entanto, não são considerados empreendedores”.

Segundo Drucker (1987 apud CORCETTI, 2006), o empreendedor é

freqüentemente definido como aquele que começa seu próprio, novo e pequeno

negócio. No entanto, nem todos os novos, pequenos negócios são empreendedores

ou representam empreendedorismo.

Visto através de tantos prismas, o empreendedor, pode-se inferir, é

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alguém dotado de enorme capacidade de contornar situações embaraçosas, que

não apenas cria seu próprio negócio, mas cria algo novo que o distingue dos seus

concorrentes, ele tem imensa visão do mundo e vê em um problema uma

oportunidade de negócio, procura sempre se relacionar, obtendo e transmitindo

conhecimentos. Desse modo, ser empreendedor não significa apenas montar ou

abrir seu próprio negócio, é preciso, portanto, criar algo novo.

Ao referir-se ao empreendedor, não apenas àquele ligado às

instituições econômicas, conforme Drucker (1987 apud FERREIRA; REIS;

PEREIRA, 2000, p. 181) afirma que:

Ele cria algo novo, algo diferente, ele muda ou transforma valores, não restringindo o seu empreendimento a instituições exclusivamente econômicas. Ele é capaz de conviver com os riscos e incertezas envolvidos nas decisões. Ela inova. Contudo, seu espírito empreendedor não é uma característica de personalidade. Qualquer indivíduo que tenha à frente uma decisão a tomar pode aprender e se comportar de forma empreendedora. (Grifo nosso)

Sendo assim, o empreendedor pode ser aquele sujeito que aprende a

empreender, pode ser aquele que ao se deparar com situações embaraçosas,

problemáticas, obtém experiências com as decisões tomadas para as resoluções

daqueles problemas e que, sendo estas resoluções satisfatórias; aquele indivíduo

passa a se comportar como um empreendedor, seja por meio das experiências do

cotidiano, seja através dos conhecimentos adquiridos no seu dia a dia, procurando

por meio daquelas decisões tomadas de forma adequada, desenvolver cada vez

mais o seu espírito empreendedor.

Partindo dessas afirmações BIirley e Muzyka (2004, p. 6) são da

mesma opinião de que ”[...] os empreendedores têm suas próprias formas de lidar

com os problemas da vida cotidiana”.

Isso permite afirmar que a prática e a experiência diária podem ter forte

influência no desenvolvimento do espírito empreendedor.

Dolabela (1999) entende que o empreendedor deve desenvolver o

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Eunice Câmara de OliveiraO bibliotecário como empreendedor: delineando seu sucesso profissional

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aprendizado e este deve ser baseado essencialmente em ações. Esse autor observa

ainda que, “empreender com sucesso significa desenvolver um potencial de

aprendizado e criatividade, junto com a capacidade de implementá-lo em velocidade

maior que o ritmo de mudanças no mercado”. (DOLABELA, 1999, p. 36).

Nesse sentido, Birley e Muzyka (2004, p. 23) são da mesma linha de

pensamento quando consideram que: “O pensamento criativo é maravilhoso, mas se

não leva à ação é somente um desperdício de energia”.

Vários autores são unânimes ao associar o empreendedor com a

capacidade de saber aproveitar oportunidades, de ter forte tendência para a

inovação e que ele é propício às mudanças.

Para Birley e Muzyka (2004, p. 4), “os empreendedores, parecem ser

orientados para realizações, gostam de assumir a responsabilidade por suas

decisões e não gostam de trabalho repetitivo e rotineiro”. Segundo Drucker (1997, p.

36) “o empreendedor sempre está buscando a mudança, reage a ela, e a explora

como sendo uma oportunidade”. Para esse autor o empreendedor vê a mudança

como sendo uma norma e como sendo sadia. De modo similar Say, citado por

Dolabela (1999, p. 47.), também vê o empreendedor como “alguém que inova e é

agente de mudanças”. Por sua vez, Souza (2000 apud SOUZA, 2005, p. 5) entende

que “a inovação é o instrumento específico dos empreendedores, o meio pelo qual

eles exploram a mudança como uma oportunidade, [...] podendo ser aprendida e

praticada”.

A rotina, a mesmice, portanto, não fazem parte do cotidiano do

empreendedor. A única rotina que deve fazer parte da vida do empreendedor e das

organizações é a inovação e o gosto pela mudança constante. A esse respeito

Drucker (1987, p. 210), observa que:

Quando a inovação é percebida pela organização como algo contra a sua natureza, como nadar contra a corrente, ou senão um feitio heróico, não haverá inovação. Inovação deve ser parte essencial do rotineiro, a norma, senão a rotina.

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Eunice Câmara de OliveiraO bibliotecário como empreendedor: delineando seu sucesso profissional

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No que diz respeito à capacidade que os empreendedores têm de

saber aproveitar as oportunidades, Birley e Muzyka (2004, p. 22) afirmam que:

Os empreendedores existem para explorar oportunidades. Sem isto perdem a razão de ser. Ninguém pode se chamar empreendedor até que tenha identificado ou ao menos começado a explorar uma oportunidade

Neste trabalho enfoca-se com mais ênfase a capacidade que o

empreendedor apresenta: a de saber explorar as oportunidades. Mas então o que é

uma “oportunidade”?

As oportunidades em si constituem algo que existe no papel ou como uma idéia. As oportunidades são aquelas que alguém transformou em negócios lucrativos e operantes. A oportunidade, em termos práticos, pode portanto ser definida como um conceito negocial que, se transformado em produto ou serviço tangível oferecido por uma empresa, resultará em lucro financeiro. (BIRLEY; MUZYKA, 2001, p. 22).

Em linhas gerais, fica demonstrado que saber aproveitar oportunidades

e ser inovador são fatores fundamentais para o bom desempenho do empreendedor

que quer chegar ao sucesso. Ao inovar ele está sendo favorável às mudanças,

quando aproveita oportunidades e dela tira vantagens, está contribuindo para o

desenvolvimento das organizações, pois tirar proveito das oportunidades implica

está contribuindo para o desenvolvimento econômico, de um país, de uma

sociedade. Portanto, o empreendedor é aquele que vê uma oportunidade onde

outras pessoas não vêem. Ele apresenta também muitas características, e é sobre

elas que trataremos a seguir.

2.2 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR

São muitas as características do empreendedor e estas não são

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Eunice Câmara de OliveiraO bibliotecário como empreendedor: delineando seu sucesso profissional

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inerentes à sua personalidade. Como são variadas, estas características podem se

apresentar em pessoas de personalidades distintas e em lugares diversos. Por ser

dinâmico, o empreendedor consegue vislumbrar situações de risco ou de uma

oportunidade com as quais possa desempenhar suas habilidades empreendedoras,

quer seja administrando o próprio negócio, quer seja como funcionário de uma

empresa.

A esse respeito, Birley e Muzyka (2004) observam que os

empreendedores constituem um grupo heterogêneo, apresentam formas

diversificadas, cada um apresenta as características que lhes são peculiares. Filion

[1997] apud Dolabela (1999), acredita que as características do empreendedor

variam de acordo com as atividades que executa em uma determinada época ou em

função da etapa de progresso da empresa. Segundo Dolabela (1999, p. 70), “o

candidato a empreendedor deve identificar as características que seu futuro trabalho

irá exigir e avaliar seu potencial em ralação a elas”.

Este mesmo autor destaca vinte e seis características do

empreendedor, no entanto, neste trabalho, são abordadas parte destas, apenas a

título de conhecimento. Dentre elas estão:

Perseverança e tenacidade para vencer obstáculos.

Considera o fracasso um resultado como outro qualquer; pois

aprende com os próprios erros.

É inovador e criativo. (inovação é relacionada ao produto. É

diferente da invenção, que pode não dar conseqüência).

Define o que aprender (a partir do não definido) para realizar suas

visões. É pró-ativo: define o que quer e onde quer chegar; depois

busca o conhecimento que lhe permitirá atingir o objetivo.

Assume riscos moderados: gosta do risco, mas faz tudo para

minimizá-lo. É inovador e criativo. (Inovação é relacionada ao

produto. É diferente da invenção que pode não dar conseqüência a

um produto).

Mantém um alto nível de consciência do ambiente em que vive,

usando-a para detectar oportunidades de negócio.

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Eunice Câmara de OliveiraO bibliotecário como empreendedor: delineando seu sucesso profissional

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Cria um sistema próprio de relações com empregados. É

comparado a um “líder de banda”, que dá liberdade a todos os

músicos, mas consegue transformar o conjunto em algo harmônico,

seguindo um objetivo.

Cria um método próprio de aprendizagem: aprende a partir do que

faz; emoção e afeto são determinantes para explicar seu interesse.

Aprende indefinidamente.

Tem alto grau de “internalidade”, que significa a capacidade de

influenciar as pessoas com as quais lida e a crença de que

conseguirá provocar mudanças nos sistemas em que atua.

Tece “redes de relações” (contatos, amizades) moderadas, mas

utilizadas intensamente como suporte para alcançar seus objetivos;

considera a rede de relações internas (com sócios, colaboradores)

mais importante que a externa.

É esse novo ator, com enorme potencial, que assume muitas funções e

atividades e a quem é atribuída uma gama de características, competências e

habilidades que o mercado exige e almeja. São fatores de desempenho essenciais

para a conquista do mercado de trabalho.

E o profissional da informação, o bibliotecário, como ele vem

encarando a nova realidade e qual o novo perfil que deve adotar para atender as

exigências do século XXI? Exigências estas que a cada dia aumentam em virtude da

imensa importância atribuída à informação, já que estamos na era do conhecimento,

onde a informação representa um produto de valor incalculável. É sobre esse

assunto que trata o capítulo seguinte.

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Eunice Câmara de OliveiraO bibliotecário como empreendedor: delineando seu sucesso profissional

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3 O BIBLIOTECÁRIO DE PERFIL EMPREENDEDOR

Foram tantas as transformações ocorridas no mundo e no contexto

das instituições, causadas, sobretudo, pelo advento das novas tecnologias de

informação, que não se pode mais pensar o bibliotecário, o profissional da informação, apenas como um mero guardião dos livros de uma biblioteca,

principalmente porque:

As novas tecnologias de informação alteraram a rotina de vários segmentos e instituições sociais e, nessa esteira, também provocaram impacto na forma de organização, disseminação e uso das bibliotecas e outras unidades de informação. Tais alterações repercutiram incisivamente na formação e no perfil de bibliotecários e demais especialistas em informação. Tais profissionais passaram a se deparar com um novo contexto que lhes exigia e exige, não só um corpo de conhecimentos, mas também conhecimentos e habilidades no uso de tecnologias para organizar, processar, recuperar e disseminar informações [...]. (MOTA; OLIVEIRA, 2005, p. 99)

O bibliotecário foi assim caracterizado “profissional da informação” pelo Bureau of Labor Statistics – U.S. Departamento of Labor, em seu Ocupational

Outlook Handbook (2004), quando da redefinição do conceito de biblioteca, passou

a redesenhar suas atividades cotidianas, através da inserção das tecnologias.

(MOTA; OLIVEIRA, 2005).

Nesse contexto mutante, causado pelas tecnologias, incide sobre o

profissional da informação, uma série de novas exigências, tendo este a missão de

buscar o aprimoramento constante, no uso e domínio das tecnologias, uma vez que

os conhecimentos adquiridos na graduação, não são suficientes. A esse respeito

Santos (2000, p. 114), sugere que:

É necessário um investimento importante na capacitação e atualização, neste setor, onde o que foi aprendido hoje pode estar ultrapassado amanhã. A espantosa velocidade com que surgem e

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Eunice Câmara de OliveiraO bibliotecário como empreendedor: delineando seu sucesso profissional

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são superadas as tecnologias coloca todos, profissionais e usuários, em permanente desvantagem. E o usuário/especialista exige as informações certas, na hora certa. Nem antes nem depois.

O termo profissional da informação se aplica aos profissionais que

abarcam as diferentes habilidades que se vinculam às atividades de informação, no

entanto, o que os distingue de fato, é a natureza das ocupações e a área de

formação desses indivíduos. A definição de Le Coadic (1996, p. 106) se aplica muito

bem aos modernos profissionais da informação e às atividades atuais

desempenhadas pelos mesmos. O autor entende como profissionais da informação,

aqueles que “adquirem informação registrada em qualquer suporte, organizam,

descrevem, indexam, armazenam, recuperam e distribuem essa informação em sua

forma original ou como produtos elaborados a partir dela”. (LE COADIC, 1996, p.

106)

Surgiram novas profissões ligadas à informação, bem como novas

denominações relacionadas às mesmas, dada a grande importância atribuída

àquela, sendo hoje, um ativo de grande valor. Compreender a complexidade das

inúmeras funções e atividades que precisa desempenhar com competência e

segurança envolvendo tecnologias avançadas é ser um profissional da informação.

Uma importante pesquisa foi realizada por Tarapanoff (1997) apud

Santos (2000), baseada em metodologia da Federação Internacional de

Documentação (FID) abrangendo todas as regiões brasileiras, e em especial o

Distrito Federal, e teve, dentre outros resultados significativos que:

O perfil do profissional da informação no Brasil, aparece como o do bibliotecário desenvolvendo e assumindo papéis tradicionais, mas com um crescente envolvimento em novas tecnologias e novos procedimentos administrativos. (SANTOS, 2000, p. 110).

De acordo com a autora, dentre os outros resultados da pesquisa,

apontam como defasados os cursos de graduação em Biblioteconomia e a

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Eunice Câmara de OliveiraO bibliotecário como empreendedor: delineando seu sucesso profissional

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inadequação e relutância do bibliotecário em desempenhar novos papéis. Outro

ponto que chama a atenção nos resultados da pesquisa é a forte tendência da

entrada de outros profissionais em atividades que, por definição legal, devem ser

desempenhadas pelos bibliotecários. A partir disso, Mota e Oliveira (2005, p. 101)

recomendam que é necessário “uma formação sólida que propicie o

desenvolvimento de habilidades e perfil compatíveis com as exigências da

sociedade”.

Para garantir a sua sobrevivência como profissional, é necessário que

o bibliotecário desenvolva características empreendedoras, tomando decisões

importantes, possua senso crítico, seja criativo, dinâmico, ousado, pró-ativo, que

esteja preparado para as mudanças e, ser um líder, é fundamental.

Para Santos (2000, p. 115) “ser líder, é trabalhar no sentido de

eliminar os motivos que levam os indivíduos a resistirem à mudança”. Lancaster

(1994) citado por Mota e Oliveira (2005, p. 101) acredita que “a falta de fortes

lideranças na área emperra seu desenvolvimento, visto que este é um quesito

fundamental para que a profissão se firme perante a sociedade”.

A partir destas considerações fica demonstrado que as organizações

não devem prescindir da constante presença e participação de um líder,

considerando que ele fomenta o desenvolvimento e o sucesso organizacional

através de sua valiosa interação com seus pares.

O perfil do bibliotecário empreendedor deve ser correspondente ao

contexto da unidade de informação e/ou biblioteca onde atua, já que para cada

instituição, as demandas por informação variam conforme as exigências e

necessidades dos usuários. A responsabilidade social do bibliotecário, no contexto

das bibliotecas públicas e escolares segundo Santos (2000, p. 112) é mais voltada

para um perfil de:

Comunicador efetivo;

Organizador de informação registrada para sua pronta recuperação e

uso;

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Eunice Câmara de OliveiraO bibliotecário como empreendedor: delineando seu sucesso profissional

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Mediador no processo de transferência da informação das

comunidades;

Criador de estratégias específicas para o atendimento de necessidades

especiais;

Educador no que tange à criação de hábitos de leitura, estudo e

pesquisa, e competência para a escrita;

Líder no sentido de impulsionar o desenvolvimento dos indivíduos e da

sociedade, criando novos líderes;

Dinamizador de bibliotecas, como espaços de informação e

convivência.

Ainda segundo a autora, as exigências são outras nas áreas

especializadas, quer em institutos de pesquisa, em unidades de informação de

universidades, quer em organizações governamentais e empresariais. Nessas áreas

o bibliotecário com perfil empreendedor deve:

Ser um especialista na área de conhecimento onde atua;

Ser um profundo conhecedor dos recursos informacionais disponíveis e

das técnicas de tratamento da documentação, com domínio das

tecnologias mais avançadas;

Ser um gerente efetivo;

Ser um líder para enfrentar as mudanças e suas conseqüências.

Como visto anteriormente, nos resultados da pesquisa de Tarapanoff,

(1997 apud Santos, 2000), os cursos de biblioteconomia ainda não preparam para

uma formação sólida, os futuros profissionais da informação que pretendem atuar

com competência no mercado de trabalho. Nesse sentido, é preciso repensar os

currículos do curso de graduação em biblioteconomia, para que os egressos da área

possam exercer sua profissão com bastante segurança e dignidade, bem como estar

preparados para atender as exigências da sociedade da informação, mais

consciente de suas necessidades informacionais. Nesse sentido é fundamental;

[...] a interação dos bibliotecários com profissionais e disciplinas de outras áreas são, no momento, parte dos requisitos necessários e

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Eunice Câmara de OliveiraO bibliotecário como empreendedor: delineando seu sucesso profissional

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fundamentais ao acompanhamento das modificações tecnológicas, paradigmáticas e instrumentais na área de informação, de maneira a capacitarem-se e identificarem-se como profissionais de informação inseridos em equipes multidisciplinar. (BERTO, 1996, apud ARAÚJO, 2005, p. 37)

Partindo dessas considerações, se faz necessário que o bibliotecário

adote um perfil empreendedor, como proposto por alguns autores no início deste

capítulo. É premente a necessidade de preparar-se para as mudanças, ser um

gerente efetivo e buscar a capacitação contínua, dessa maneira, suscitam no

mercado todas as possibilidades de atuação profissional. Portanto, o perfil

necessário para o bibliotecário empreendedor para a sua efetiva inserção no

mercado de trabalho, envolve uma série de características, e estas, podem ser

inerentes à sua personalidade ou podem ser adquiridas no decorrer da sua vida

profissional.

No capítulo seguinte serão abordadas quais as possibilidades de

atuação para o bibliotecário nesse contexto de mudanças e como se apresenta hoje

o mercado de trabalho para esse profissional.

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Eunice Câmara de OliveiraO bibliotecário como empreendedor: delineando seu sucesso profissional

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4 MERCADO DE TRABALHO BIBLIOTECÁRIO

Com o advento das tão decantadas tecnologias, profissionais de todos

os setores vêm procurando acompanhar o ritmo cada vez mais acelerado com que

as mudanças acontecem, principalmente, no mercado de trabalho. Esse mercado

restrito que não absorve a enorme demanda por uma oportunidade de trabalho, vem

afetando não apenas o bibliotecário, mas todos os outros profissionais. Tal situação

implica que, profissionais da informação, dentre os quais se destacam os

bibliotecários, devem investir ainda mais no reforço de suas habilidades. Habilidades

que na visão de Silva (2004, p. 23) constituem-se de:

Habilidades como capacidade de inovação, de liderança, de comunicação, de relacionamento interpessoal e de flexibilidade para lidar com mudanças, configuram-se como qualificações demandadas pelo mercado de trabalho de qualquer profissional em qualquer área do conhecimento.

O Bibliotecário, o mais antigo profissional da área da informação, vem

paulatinamente, introduzindo no âmbito das bibliotecas e centros de informação, os

novos registros tecnológicos. As exigências do seu domínio no uso destes são

maiores, pois a razão do seu fazer repousa no entendimento de que deve atender as

necessidades de seus usuários, e estes, mais cônscios de seus diretos, passam a

exigir mais quanto ao acesso e uso da informação através das tecnologias.

Os profissionais da informação aplicam seus conhecimentos sobre informação e tecnologia com uma finalidade básica em mente: obter a informação certa, a partir da fonte certa, para o cliente certo, no tempo certo e na forma mais adequada para o uso a que se destina e a um custo que seja justificado pelo seu uso. (MASON, 1990, apud SANTOS, 2000, p. 108).

Ainda há bibliotecários que não trabalham no sentido de buscar o

aprimoramento de suas atividades através do uso dos computadores conectados a

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Internet e de softwares que podem facilitar, sobremaneira, o seu trabalho, pois ainda

estão amarrados a forma tradicional de tratamento e guarda do acervo; pois há

ainda alguma relutância em aceitar o novo. De acordo com Santos (2000), o

profissional da informação deve ser atualizado, conhecer as tecnologias disponíveis,

procurar ampliar o universo de sua biblioteca e colocar as redes e os recursos

informacionais a disposição de seus usuários. Nesse sentido, Silva (2004) ressalta

que:

É necessário que as bibliotecas se mantenham capacitadas para o devido atendimento às diferentes e cada vez mais sofisticadas demandas de informação e, que da mesma forma, desenvolvam serviços adequados a essas demandas. O desenvolvimento da internet propicia mudanças e transformações de várias sortes. Conseqüentemente, o uso dos seus recursos de comunicação [...] gera mudanças comportamentais, que necessitam de adequada formação de recursos humanos, tanto na área gerencial como na produção e atendimento ao público, não se esquecendo a literacia no uso da informação e da informática pelos usuários. (SILVA, 2004, p.86).

No entanto, é preciso que o profissional bibliotecário analise as

condições da instituição na qual está atuando, pois nem sempre os recursos

financeiros são suficientes para a aquisição de novos produtos informacionais. “O

profissional da informação precisa, antes de tudo, perceber qual realidade está

vivenciando, primeiramente entender o ambiente em que atua” [...]. (VALENTIM,

2000, p. 136).

A formação profissional no Brasil é ainda bastante deficiente se

comparada com a dupla formação na França, (Ciência da Informação e outra

especialidade).

Conforme Cunha (2000), existem naquele país formações profissionais

em nível de Ciência da Informação em três ciclos. O primeiro, com duração de dois

anos, corresponde a um curso de formação de técnico superior. O segundo ciclo se

compara aos níveis brasileiros de graduação e de mestrado, e o último, o terceiro

ciclo, apresenta uma opção profissional e outra de pesquisa que leva ao doutorado.

Todas as formações oferecem estágios que possibilitam a prática e estes, variam

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Eunice Câmara de OliveiraO bibliotecário como empreendedor: delineando seu sucesso profissional

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entre dois a seis meses. Somente o DEA (Diplome d` Etudes Apprafondies) – que

corresponde ao primeiro ano de doutorado e que no final do curso o aluno deve

apresentar um trabalho de conclusão – não tem estágio.

Ainda de acordo com a autora, a criação dos cursos profissionais no

Brasil, (Biblioteconomia, Ciência da Informação e Documentação) aconteceu antes

da criação das profissões. Na França, contrariamente, esses cursos representam o

desenvolvimento natural de uma profissão bastante antiga. Nesse sentido, o modelo

de formação profissional do Brasil veio do exterior, já que não existia no país uma

tradição profissional. Apesar da excelência do modelo francês, os cursos brasileiros

de Biblioteconomia, tiveram adaptações e modificações que se fizeram necessárias

ao longo dos anos e a partir do próprio desenvolvimento dos mesmos.

Quanto ao ensino da graduação dos cursos de Biblioteconomia no

Brasil, Rodrigues (2004, p. 156) comenta que “os cursos que formam profissionais

de informação, em nível de graduação, se notabilizam pela ministração de um

ensino ainda limitado [...]”, porque “formam profissionais considerados mais de nível

técnico do que científico ou trabalhadores intelectuais”. (RODRIGUES, 2004, p. 156)

Diante dessas considerações observa-se que há no Brasil uma imensa

lacuna no que concerne às habilidades e conhecimentos necessários para o efetivo

desempenho do profissional da informação.

Quanto às possibilidades de atuação profissional, de acordo com

Machiori (1996), a dinâmica do campo de atividades apresenta nichos de mercado

ainda inexplorados. Essa autora sugere alguns produtos e serviços de informação

que podem ser oferecidos por bibliotecários que pretendem realizar suas atividades

além das quatro paredes de uma biblioteca.

Design de sistemas de informação;

Desenvolvimento e consultoria em bases de dados e acesso a fontes

de informação;

Treinamento para utilização de fontes tradicionais e/ou eletrônicas;

Pesquisas complexas (que incluam análise e síntese da informação);

Consultoria (mercado, produtos e serviços de informação);

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Eunice Câmara de OliveiraO bibliotecário como empreendedor: delineando seu sucesso profissional

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Intermediação da informação (com adição de valor e qualidade);

Disseminação seletiva de informação (“pacotes” de informação “sob

medida”);

Elaboração e estruturação de materiais de referência.

Para essa autora, esses são alguns dos vazios existentes no mercado

de trabalho bibliotecário que precisa ser ocupado. Para isso, se faz necessário uma

formação mais consistente nos cursos de Biblioteconomia no Brasil, como também

maior compromisso por parte dos bibliotecários no sentido de compreender que a

educação continuada é o mais importante passo para eliminar os vazios que

precisam ser preenchidos para as funções de Profissional da informação. A falta

de preparação mais voltada para as tecnologias avançadas, torna tal situação

inadmissível, em razão da grande demanda por uma vaga no mercado de trabalho,

que exige profissionais cada vez mais capacitados.

Stefanov (2006)3 acredita que o mercado está descobrindo o

bibliotecário, no entanto, a sua formação não está acompanhando as mudanças na

velocidade que seria desejável. Para a autora, a situação se torna ainda mais crítica

quando profissionais de outras áreas ocupam cargos e funções que, por direito,

devem ser ocupados por profissionais bibliotecários. A autora coloca que há uma

certa acomodação por parte daqueles, porém diz ser a ausência de fiscalização

efetiva no exercício da profissão que torna a situação ainda mais cruciante.

Mota e Oliveira (2005) chamam a atenção para a necessidade de se

repensar a Lei que regula o exercício profissional do bibliotecário. A legislação da

área de Biblioteconomia, a Lei nº 4.084 de 30 de junho de 1962, tende a limitar o

exercício profissional, pois não vem acompanhando as mudanças que ocorreram e

estão ocorrendo no cenário profissional, outrossim, não abre possibilidades para o

profissional lidar com a informação nos diferentes contextos com que a mesma

passou a se manifestar.

As autoras consideram o parecer CNE/CES nº 492/2001, da Lei de

Diretrizes e Bases do MEC – Ministério da Educação e Cultura, como um importante

3 Texto disponível no site: http://www.sinbiesp.org.br./detartigo.asp?cod=43

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Eunice Câmara de OliveiraO bibliotecário como empreendedor: delineando seu sucesso profissional

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avanço no sentido de mudar a visão limitada que os brasileiros ainda possuem sobre

a atuação do bibliotecário. Tal Lei é considerada de extrema relevância porque

descreve as habilidades específicas do bibliotecário, quando diz que compete a

este:

Interagir a agregar valor aos processos de geração, transferência e uso

da informação, em todo e qualquer ambiente;

Criticar, investigar, propor, planejar, executar e avaliar recursos e

produtos de informação;

Trabalhar com fontes de informação de qualquer natureza;

Processar a informação registrada em diferentes tipos de suporte,

mediante a aplicação de conhecimentos teóricos e práticos de coleta,

processamento, armazenamento e difusão da informação;

Realizar pesquisas relativas a produtos, processamento, transferência,

e uso da informação.

Tais habilidades implicam forte comprometimento por parte do

bibliotecário, no sentido de não ficar fadado à desvalorização como profissional,

nesse caso, “é necessário um profissional da informação mais empreendedor, mais

ousado”. (VALENTIM, 2000, p. 144).

Essa mesma autora divide o mercado de trabalho bibliotecário em três

grandes grupos:

1. Mercado Informacional tradicional – onde estão incluídas as bibliotecas

públicas, universitárias, escolares, especializadas, os centros culturais

e os arquivos.

2. Mercado Informacional existente e não ocupado – nele estão incluídas

as editoras, livrarias, empresas privadas, provedores de Internet,

bancos e bases de dados;

3. Mercado Informacional de Tendências – é o que compreende a

atuação em centros de informação/documentação em empresas

privadas, bancos e bases de dados eletrônicos e digitais, portais de

conteúdo e portais de acesso na Internet e redes institucionais

internas, a intranet.

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Santos (2000) em seu estudo sobre o perfil do profissional bibliotecário,

coloca como conclusão que:

Todas as oportunidades de mercado de trabalho estão abertas para o bibliotecário que possuir um projeto de vida profissional onde a educação continuada seja meta permanente. Nenhum currículo universitário fornece tudo o que é necessário saber assim como nenhum curso de pós-graduação conterá todo o saber e atualização necessários para uma carreira bem-sucedida em tempos de mudanças rápidas e irreversíveis. O perfil ideal do profissional bibliotecário é contingencial ao ambiente e à sociedade onde atua, o que significa que, traçar um perfil é delinear as possibilidades de desempenho e crescimento pessoais e profissionais. (SANTOS, 2000, p. 116)

Assim sendo, cabe ao bibliotecário desenvolver outras competências

além dos conhecimentos adquiridos durante a sua formação, sendo a educação

continuada a sua meta primordial. Mas também é preciso que haja mais rigor nos

órgãos de classe de biblioteconomia no que concerne à fiscalização do exercício da

profissão, bem como mais iniciativa por parte dos bibliotecários em cobrar mais dos

conselhos os direitos do exercício oficial da profissão que só a estes competem.

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5 METODOLOGIA

Etimologicamente, metodologia significa o estudo dos caminhos, dos

instrumentos usados para se fazer pesquisa científica, os quais respondem o como

fazê-la de forma eficiente. (TEIXEIRA, 2006?)4.

A metodologia é ainda, segundo esse autor, uma disciplina normativa

definida como o estudo sistemático e lógico dos princípios que conduzem a pesquisa

científica, desde suposições básicas até técnicas de indagação. Não deve ser

confundida com a teoria, pois só se interessa pela validade e não pelo conteúdo,

nem pelos procedimentos (métodos e técnicas), à medida que o interesse e o valor

destes estão na capacidade de fornecer certos conhecimentos.

Sendo assim, pretendeu-se identificar as habilidades empreendedoras

dos bibliotecários locados em duas bibliotecas universitárias, sendo a biblioteca da

Unp uma instituição privada e a BCZM/UFRN, uma instituição pública, ambas

localizadas em Natal/RN. A metodologia utilizada foi, em primeiro lugar, a pesquisa

bibliográfica e eletrônica em torno do tema a ser pesquisado e em segundo lugar, a

aplicação de questionários (Apêndice A) aos sujeitos da pesquisa, para a obtenção

dos dados necessários para o alcance dos objetivos desse estudo.

Anterior a aplicação dos questionários procurou-se contactar com

funcionários das duas instituições para o levantamento do número de bibliotecários

que lá atuam e ainda a autorização da direção das referidas instituições, através da

apresentação dos ofícios (Anexos A e B) devidamente assinados pela Coordenação

do Curso de Biblioteconomia. As direções se responsabilizaram pela entrega dos

questionários aos demais colegas, e determinaram o dia para o recolhimento dos

mesmos.

Ficou estabelecido que os questionários fossem aplicados para uma

amostra de 50% dos dois universos, sendo que na instituição A o total de

bibliotecários concursados é em número de dezoito (com exceção dos

terceirizados), e na instituição B o total desses profissionais é em número de dez. 4 Texto disponível na internet através do site: www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=21&texto=1338.

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Eunice Câmara de OliveiraO bibliotecário como empreendedor: delineando seu sucesso profissional

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Nesse caso, nos dois universos a população seria de quatorze sujeitos, sendo nove

e cinco respectivamente. No entanto, um dos sujeitos da população respondeu

somente 05 das 12 questões, o que corresponde a menos de 50% das mesmas; e

optou-se por não considerá-lo em virtude da falta de coesão das respostas. Outro

ponto a ser destacado foi que um sujeito da mesma população não entregou o

questionário, por esse motivo, serão analisados os dados de sete respondentes.

Após esses ajustes, a população ficou em número de doze sujeitos sendo sete em

uma instituição e cinco em outra.

Para a fidedignidade da pesquisa, utilizou-se o sorteio aleatório dos

nomes dos bibliotecários, excluindo do sorteio, as diretoras daquelas bibliotecas,

preferindo-se incluí-las naturalmente como sujeitos da pesquisa pela importância

que elas representam na administração das mesmas e por serem notadamente

reconhecidas como bibliotecárias empreendedoras.

Por fim, de posse dos questionários, as respostas foram devidamente

analisadas e comparadas quanto à forma como cada profissional das duas

instituições vêm desenvolvendo habilidades e atividades empreendedoras. No

capítulo seguinte serão expostos os resultados dessa análise.

6 ANÁLISE DOS DADOS

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Para se atingir os objetivos propostos no início desse trabalho, foram

feitas as análises dos dados obtidos através da aplicação dos questionários. Vale

salientar que os resultados obtidos são resultantes de uma amostra do total de

bibliotecários atuantes em bibliotecas de universidades do Rio Grande do Norte.

Para uma melhor visualização dos resultados, eles estão dispostos em forma de

gráficos e quadros, os quais se apresentam a seguir, de acordo com a ordem das

questões elaboradas no questionário.

Tem-se nas duas primeiras questões os dados referentes ao sexo e a

faixa etária dos bibliotecários. Os dados obtidos na questão 01 apontam para uma

maioria dos respondentes do sexo feminino.

GRÁFICO 1 – Gênero

0

2

4

6

8

Masculino Feminino

A B

O resultado unânime de bibliotecários do gênero feminino é também

um dado já comprovado em outros estudos a exemplo de Cunha (1981), de Oliveira

(1983), além de trabalhos mais recentes como os de Silva (2004) e Borba (2004),

que ratificam resultados semelhantes nos dias atuais.

No gráfico 02 está representada a faixa etária dos respondentes

GRÁFICO 2 – Faixa etária

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0

1

2

3

4

5

21 e 25anos

26 e 30anos

31 e 35anos

Acima de35 anos

A B

Observa-se no gráfico a concentração de profissionais com faixa etária

acima de 35 anos e com relativo grau de maturidade atuando na instituição A,

podendo-se inferir que eles apresentam bastante experiência profissional. Na

instituição B, a concentração de idade desses profissionais é entre 21 e 25 anos,

portanto, uma geração de bibliotecários bastante jovens inserindo-se no mercado de

trabalho, logo após a sua formação.

Nas questões 03 e 04 os respondentes informaram o ano que

concluíram o curso de Biblioteconomia e o tempo em que atuam na empresa,

conforme mostram os dois gráficos seguintes.

GRÁFICO 3 – Ano da conclusão do curso

0

0,5

1

1,5

2

1981 1985 1990 1992 1993 2000 2001 2002 2004 2005

A B

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Verifica-se uma concentração de bibliotecários que concluíram o Curso

de Biblioteconomia nas décadas de 1980 e 1990 na instituição A. Esse dado

comprova a maturidade dos bibliotecários com idade acima de 35 anos conforme

mostrou os dados do gráfico 01. Da mesma forma verifica-se a concentração de

profissionais mais jovens atuando na B. Esses bibliotecários concluíram o curso

entre 2000 e 2005 e apresentam idade entre 21 e 26 anos.

GRÁFICO 4 – Tempo em que atua na empresa

00,5

11,5

22,5

33,5

44,5

5

1 e 2 anos 2 e 3 anos 3 e 4 anos Mais de 4anos

A B

Como mostra o gráfico 4, existem bibliotecários com tempo superior a 4

anos atuando na instituição A. Esse fato é comprovado em virtude do tempo em que

concluíram o curso (a maioria nas décadas de 1980 e 1990), além da questão

referente à forma de admissão, que é unicamente através de concurso público.

Contrariamente, na instituição B, o tempo de atuação dos profissionais é menor,

visto que a maioria dos respondentes concluiu o curso entre 2000 e 2005. Fazendo-

se a comparação entre o ano de conclusão do curso e o tempo em que atuam na

empresa, percebe-se que os profissionais que atuam na instituição B, se inseriram

rapidamente no mercado de trabalho.

A esse respeito Valentim (2000) considera que as bibliotecas

universitárias apresentam consolidação de mercado, pois vêm sendo ocupadas por

grande concentração de profissionais bibliotecários. Talvez porque esses

profissionais estão mais conscientes do seu papel como Moderno Profissional da Informação (MIP) buscando, gradualmente, conforme visto na literatura, um perfil

de um profissional da informação com um crescente envolvimento em novas

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tecnologias e novos procedimentos administrativos. Procurando ser também um

gerente efetivo, sempre preparado para a mudança, considerada como a principal

característica de um MIP. (SANTOS, 2000).

As bibliotecas universitárias se caracterizam, portanto, como um

excelente mercado de atuação do bibliotecário.

O gráfico seguinte refere-se à questão 05 em que os sujeitos foram

questionados quanto a possuírem especialização ou mestrado em outra área além

de Biblioteconomia. Caso a resposta fosse positiva, os sujeitos deveriam especificar

qual a outra área.

GRÁFICO 5 – Especialização ou mestrado em outra área

00,5

1

1,52

2,5

33,5

4

A B

Como se pode observar no gráfico, apesar da instituição B alocar um

número menor de bibliotecários, eles estão ratificando o que a literatura recomenda

em relação à educação continuada. Na instituição A, o número de respondentes

com pós-graduação é menor. Considerando que esta aloca maior número de

profissionais, bem como a facilidade que os mesmos têm por serem funcionários, de

concorrer a uma pós-graduação na própria instituição, é bem provável que este

quadro mude em breve, principalmente por já ter sido apontado na literatura sobre a

importância da educação continuada, elevando assim, o reconhecimento profissional

do bibliotecário. Porque “é necessário um profissional da informação mais

empreendedor, mais ousado”. Afirma (VALENTIM, 2000, p. 144).

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Na questão 06 os respondentes foram questionados sobre as duas

grandes dificuldades com que se deparam constantemente, e as respostas foram

bem diversificadas.

QUESTÃO 06 - QUADRO 1 – Dificuldades encontradas constantemente

AQUNTIDADE RESPOSTAS

03 Falta de recursos humanos02 Falta de recursos materiais02 Desvalorização do profissional01 Falta de ética01 Necessidade de infra-estrutura01 Falta de cooperação humana01 Entraves burocráticos para a liberação de recursos01 Não encontra dificuldades para realizar o trabalho

BQUNTIDADE RESPOSTAS

03 Domínio em outras línguas02 Reconhecimento do profissional01 Falta de especialização na área em Natal-RN01 Tempo para participar de eventos com mais freqüência01 Falta de apoio institucional para a realização de projetos

01Falta de formação acadêmica com mais disciplinas votadas para a administração empreendedora e gestão de pessoas

01Grau alto de rotatividade de pessoal o que dificulta ações com eficiência e eficácia constantes

A falta de recursos humanos e materiais é o grande dilema das

bibliotecas e instituições públicas de todo o Brasil. Esse fato é comprovado pelas

respostas dos bibliotecários da instituição A no quadro acima.

Sendo B uma instituição privada, percebe-se, contrariamente a

instituição A, que nenhum profissional ressentiu-se da falta de recursos humanos ou

materiais; a dificuldade daqueles bibliotecários está na falta de domínio em outra

língua. Já a falta de reconhecimento, ou a desvalorização do profissional tiveram o

mesmo número de respostas dos bibliotecários das duas instituições. Quanto às

demais dificuldades encontradas, essas foram de vários tipos, conforme se pode ver

nos dois quadros acima.

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No quadro 2 que se refere a questão 7 os bibliotecários responderam a

freqüência com que realizam atividades empreendedoras nas unidades de

informação onde atualmente trabalham.

QUESTÃO 7 - QUADRO 2 – Freqüência com que realiza atividades empreendedoras

A B

a) Nunca realiza atividades empreendedoras 0 0

b) Realiza atividades empreendedoras raramente 1 0

c) Realiza atividades empreendedoras com periodicidade 1 5

d) As atividades empreendedoras fazem parte do cotidiano 5 0

Como se pode observar foi quase unânime a resposta dos

bibliotecários quanto à realização de atividades empreendedoras, pois os cinco

bibliotecários da instituição B realizam atividades empreendedoras com certa

periodicidade; e cinco dos sete bibliotecários da A afirmaram que as atividades

empreendedoras fazem parte do seu cotidiano. Diante disso se observa a tendência

dos profissionais bibliotecários em desempenhar funções voltadas para o

empreendedorismo. Esse fato mostra claramente a mudança do perfil do

bibliotecário, que se depara no seu dia-a-dia com decisões rápidas, ousadas e

seguras. Este fato é comprovado por Valentim (2000) quando afirma que,

Nestes últimos anos verificou-se um crescimento na atuação do profissional da informação como consultor, assessor, profissional autônomo, ou mesmo terceirizado. [...] Nesse mercado livre é necessário um profissional da informação mais empreendedor, mais ousado. (VALENTIM, 2000, p. 144)

Nas questões 8 e 9 respectivamente, os respondentes informaram

quanto a possuírem ou não perfil empreendedor e se a experiência ajuda ou não a

desenvolvê-lo, conforme mostra os dois gráficos abaixo.

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QUESTÃO 08 - GRÁFICO 6 – Considera-se uma pessoa de perfil empreendedor?

0

1

2

3

4

5

6

Sim Não

A B

Questão 09 - GRÁFICO 7 – Se a experiência ajuda a desenvolver o espírito empreendedor

0

1

2

3

4

5

6

Sim Não

A B

Dos doze bibliotecários pesquisados, onze afirmaram possuir perfil

empreendedor e apenas um considera que não possui tal perfil, conforme mostra o

gráfico 6. No gráfico 7 referente a questão 09 - se a experiência profissional ajuda a

desenvolver o espírito empreendedor as respostas foram unânimes; todos

responderam positivamente.

Conforme visto na literatura, “o empreendedor deve desenvolver o

aprendizado e este deve ser baseado essencialmente em ações”. Dolabela (1999).

Além disso, pode-se observar a coerência das respostas do quadro 2

com o gráfico 6 respectivamente, no qual os bibliotecários responderam que

realizam atividades empreendedoras com periodicidade e que as atividades

empreendedoras fazem parte do cotidiano; tanto na instituição A, quanto na B.

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Desse modo, o total das respostas positivas do quadro 2 foram 11, e apenas 1

realiza raramente atividades empreendedoras. Da mesma forma, no gráfico 6, onze

bibliotecários afirmaram possuir perfil empreendedor e somente um respondeu que

não possui. Isso demonstra a seriedade dos profissionais em suas respostas, bem

como o da mudança no comportamento dos bibliotecários no que se refere às

práticas profissionais, antes voltadas para o tratamento e guarda do acervo.

Sobre isso Valentim (2000, p. 136), recomenda que “a grande mudança

paradigmática para o profissional da informação é a mudança do paradigma do

acervo para o paradigma da informação”. Constituindo-se esta, um ativo de grande

valor para a moderna e atual sociedade da informação, e, portanto, do

conhecimento.

Na questão 10 os bibliotecários responderam que características

melhor os identificam como profissionais empreendedores. A maioria respondeu

duas opções. No quadro seguinte têm-se as respostas e estas são bastante

satisfatórias.

QUESTÃO 10 - QUADRO 3 – Características com que melhor se identifica

A Ba) Características de um líder e voltadas para a tomada de decisão 3 0b) Características que se adequam às mudanças 5 3

c) Características voltadas para a identificação de boas oportunidades 5 3d) Apresenta todas as características 2 1

Para uma melhor compreensão de como foram as respostas, iremos

analisá-las detalhadamente: dos cinco respondentes da instituição B, dois

bibliotecários marcaram às duas letras (b) e (c), um respondeu somente a letra (b), outro somente a letra (d) e o outro a letra (c).

Na instituição A, dois dos sete pesquisados, responderam a letra b); outros dois a letra d), um as letras a) e c) e quanto aos dois últimos, um respondeu

somente a letra c) e o outro respondeu as letras b) e c).

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Conforme mostra o quadro acima, a predominância foi a de

bibliotecários com características que se adequam às mudanças e para a

identificação de boas oportunidades, identificadas respectivamente, nas letras b) e

c). Em segundo lugar, está a letra a), em que três dos respondentes da instituição A apresentam características de um líder e voltadas para a tomada de decisão e em

terceiro, a letra d) em que dois bibliotecários da A e um da B responderam que

apresentam todas essas características. Observa-se a partir das respostas, a

postura consciente dos bibliotecários da instituição A em se adequar às mudanças e

aproveitar oportunidades. Pode-se afirmar que essa postura é caracterizada,

sobretudo, pela maturidade profissional dos mesmos.

Perguntou-se aos profissionais bibliotecários na questão 11 como eles

definem seu perfil profissional. Na instituição A, as asserções foram as seguintes:

Todos os questionados emitiram considerações positivas acerca do

seu perfil e atuação profissional, cujos atributos principais consistiram no espírito de

liderança procurando sempre motivar a equipe. Outro destaque foi o de procurar

desempenhar suas funções da melhor forma possível, bem como identificar boas

oportunidades e realização de algumas inovações nos setores onde atuam.

A seguir destacou-se a resposta da questão 11 de um dos sujeitos da

instituição A e outra de um dos sujeitos da B referente a definição do perfil

profissional.

RESPONDENTE DA INSTITUIÇÃO A – “Sempre conectado com as

novas tecnologias de informação. Procuro estar sempre bem informado com o que

ocorre internamente e externamente na organização. Busco a integração entre os

setores administrativos da instituição”

RESPONDENTE DA INSTITUIÇÃO B – “Diante das atividades que

desempenho, posso definir-me como tendo uma boa liderança, onde procuro

motivar a equipe que coordeno de uma forma participativa com sugestões de todos

nas decisões que atendam a missão da organização. Mantenho um ambiente

saudável onde haja respeito, responsabilidade e confiança”.

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Outro ponto importante que merece também ser destacado, diz

respeito à preocupação dos bibliotecários da instituição A em manter um clima

saudável no ambiente de trabalho, no qual observaram a importância da integração,

harmonia, respeito e bom relacionamento com os colegas de profissão. Outros tipos

de perfis foram definidos, identificados como o de gostar de desafios, fazer uso da

criatividade, de estar aberto para mudanças, procurar tomar decisões certas, etc.

Os pesquisados da instituição B, também definiram de forma positiva

seu perfil profissional, dentre essas definições destacou-se a preocupação dos

mesmos em acompanhar as mudanças e de estarem atentos a elas. Preocupação

com a educação continuada, de estarem sempre bem informados seja através de

eventos, participação em congressos e conectados com as novas tecnologias, foram

outras definições abordadas sobre o perfil profissional. Perfil de liderança, apto a

novas oportunidades, pró-atividade e grau de escolaridade alto, foi a definição do

perfil de um dos respondentes. Denota-se nesse profissional, as várias

características de um bibliotecário empreendedor.

Não houve diferenças marcantes no que concerne ao perfil profissional

dos bibliotecários das duas instituições. O que se observou foi uma diversidade de

perfis profissionais e que na instituição A, o que foi bem focado, foi a questão da

harmonia no ambiente de trabalho, conceito bastante valorizado atualmente nas

organizações, contrariamente, da B, nenhum dos questionados mencionou tal fato.

Contudo, de um modo geral, o resultado foi gratificante: o de um profissional

bibliotecário adotando, gradualmente, um perfil que se adapta as novas exigências

do mercado, envolvido com as novas formas de gestão e ciente do seu papel na

sociedade da informação.

A última questão consistiu em identificar a forma como os sujeitos

desse estudo identificam e aproveitam as oportunidades que surgem e as

transforma em algo inovador. Novamente os sujeitos das duas instituições

responderam que estão de alguma forma identificando e aproveitando as

oportunidades. No quadro 4 as letras das opções, a), b) e c) foram marcadas mais

de uma vez como no QUADRO 3.

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QUESTÃO 12 - QUADRO 4 – A forma como costuma identificar e aproveitar

oportunidades

A Ba) Através dos problemas e suas soluções no ambiente de trabalho 6 3b) Através dos contatos internos e externos 4 1

c) Por meio de informações em congressos e eventos, bem como por

meio de leituras nos suportes impressos e eletrônicos 6 4d) Não tenho oportunidade de colocar em prática meu lado inovador 0 0

Na instituição B, dos cinco sujeitos questionados, um deles respondeu

a letra a) e a c); dois, a letra c); outro respondeu as três primeiras letras; e o último

respondeu a letra a).

Dos sete questionados na instituição A, quatro deles marcaram as três

primeiras letras, isso evidencia que os profissionais encontram vários meios de

colocar em prática o seu lado inovador. Quanto aos outros três, um marcou as letras

a) e a c); outro a letra a) e o último a letra c).

Conforme mostra o quadro, nas duas instituições o que predominou foi

que a forma com que identificam oportunidades é através de informações em

congressos, eventos e por meio de leituras. Em segundo lugar, através dos

problemas e suas soluções, e em terceiro, através dos contatos internos e externos.

Ninguém marcou que não tem oportunidade de colocar em prática o lado inovador,

ou seja, de alguma forma, todos os sujeitos identificam e aproveitam oportunidades.

Mais uma vez fica evidente a preocupação com a educação continuada, já que a

participação em eventos se caracteriza como uma forma rápida de adquirir novos

conhecimentos, fazer novos contatos etc. Havendo, portanto, uma conexão entre as

respostas, mostrando que realmente as pessoas estão em busca de novas

oportunidades no seu dia-a-dia.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Diante dos resultados obtidos nesse estudo, através da pesquisa

bibliográfica e de campo, pôde-se identificar, como objetivo geral, as habilidades

empreendedoras nos profissionais da biblioteca da BCZM/UFRN e da UnP.

Nas bibliotecas das duas Universidades - uma pública federal e a outra

privada - observou-se que do total dos profissionais bibliotecários sobressaiu-se os

do gênero feminino, tendo em uma das instituições a maioria com idade superior a

35 anos e na outra sobressaiu uma quantidade de profissionais mais jovens com

idade entre 21 e 25 anos. Na instituição pública e na instituição privada

respectivamente, três dos sete respondentes possuem pós-graduação e três dos

cinco respondentes possuem pós-graduação. A maior parte dos bibliotecários da

instituição pública encontra dificuldades constantes em relação à falta de recursos

humanos e materiais; na outra, a dificuldade que os respondentes encontram está

em dominar outra língua, bem como no reconhecimento do profissional, sendo esta

última dificuldade observada pelos sujeitos das duas instituições.

Apesar de ser bastante antiga, a profissão ainda é desvalorizada. Essa

falta de reconhecimento profissional é talvez o resultado de atitudes anteriores do

profissional que não tinha consciência interior do seu papel perante a sociedade.

Para obter reconhecimento profissional, “é preciso mudar a mentalidade. É preciso

ser outro tipo de profissional, mais preocupado com a realização profissional, mais

consciente do seu papel, sobretudo com mais curiosidade intelectual”. (OLIVEIRA,

1983, p. 9).

Apesar das diversas dificuldades com que os bibliotecários se

deparam, eles desafiam estes obstáculos e realizam atividades empreendedoras

com periodicidade e alguns afirmaram que estas fazem parte do cotidiano.

Foram quase unânimes as respostas dos bibliotecários que afirmaram

ter perfil empreendedor e que de fato a experiência ajuda a desenvolver o espírito

empreendedor. Sabe-se que nas instituições de um modo geral, a tomada decisão

faz parte da rotina dos seus administradores, sejam estas de natureza simples até

às mais complexas.

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A maioria respondeu que as características com que melhor se

identificam como bibliotecários empreendedores são àquelas voltadas para as

mudanças e para identificar oportunidades e que a forma como costumam identificar

oportunidades é através da solução dos problemas no ambiente de trabalho, bem

como de informações em congressos e eventos e por meio de leituras nos suportes

impressos e eletrônicos.

A falta de reconhecimento profissional destacado pelos sujeitos das

duas bibliotecas implica uma necessidade premente da educação continuada como

forma de se manterem atualizados e com perfis profissionais que se enquadrem no

contexto no qual esses profissionais pretendem executar suas atividades. As

dificuldades de toda sorte serão encontradas no decorrer do exercício profissional,

pois nem sempre a biblioteca ou unidade de informação na qual o profissional atua

dispõe de recursos suficientes, sejam estes humanos, materiais ou financeiro. A

região onde esses profissionais atuam é também outro aspecto que deve ser

considerado.

Além disso, outro ponto que merece ser destacado é que não basta

aos profissionais, quer sejam de instituições públicas, quer sejam de instituições

privadas, possuírem características e espírito empreendedor. Apesar de serem

pontos bastante positivos, é necessário mais que isso; é preciso que haja mais

vontade, e querer de fato, praticar as atividades e habilidades empreendedoras para

que assim, não somente alguns, mas todos os bibliotecários possam delinear o seu

sucesso profissional.

Apesar da metade dos respondentes não possuírem pós-graduação,

eles vêm desenvolvendo atividades empreendedoras com bastante freqüência

fazendo destas, parte do seu cotidiano. Isso denota a importância atribuída por

esses profissionais ao empreendedorismo e as atividades ligadas a inovação,

mudanças e identificação de oportunidades.

REFERÊNCIAS

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Eunice Câmara de OliveiraO bibliotecário como empreendedor: delineando seu sucesso profissional

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