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DIÁLOGOS Pessoas com Deficiência, Direitos Humanos e Saúde Fátima Corrêa Oliver Terapia Ocupacional Depto de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional FMUSP I Seminário do Núcleo de Direitos – PRCEU – USP A Universidade e a cidade, na perspectiva dos direitos 1

O CAMPO DA EXCLUSÃO SOCIAL aproximações …...“a pessoa com deficiência se dá conta de sua diferença” “ A diferença é definida pelo outro” e, ... a identidade que surge

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Page 1: O CAMPO DA EXCLUSÃO SOCIAL aproximações …...“a pessoa com deficiência se dá conta de sua diferença” “ A diferença é definida pelo outro” e, ... a identidade que surge

DIÁLOGOS Pessoas com Deficiência, Direitos Humanos e Saúde

Fátima Corrêa Oliver

Terapia Ocupacional

Depto de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional

FMUSP

I Seminário do Núcleo de Direitos – PRCEU – USP

A Universidade e a cidade, na perspectiva dos direitos

1

Page 2: O CAMPO DA EXCLUSÃO SOCIAL aproximações …...“a pessoa com deficiência se dá conta de sua diferença” “ A diferença é definida pelo outro” e, ... a identidade que surge

.. Construção social da Deficiência,

Processos de Exclusão/Inclusão

Social: elementos para debate

Deficiência e Direitos Humanos: a

Convenção sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiências

Cuidados à Saúde das Pessoas com

Deficiência e Atenção Territorial e

Comunitária: desafios para promover

a participação na vida social 2

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Pessoas com Deficiência

Artigo 1 Convenção dos Direitos das

Pessoas com Deficiências

“são aquelas que têm impedimentos de longo

prazo de natureza física, mental, intelectual ou

sensorial, os quais, em interação com diversas

barreiras, podem obstruir sua participação

plena e efetiva na sociedade em igualdade de

condições com as demais pessoas” (Convenção, 2008)

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Pessoas com Deficiência

OMS (2011) altas estimativas de prevalência de

deficiência e incapacidade

• (15% da população mundial)

América Latina, 85 milhões de pessoas com deficiência (3 milhões na América Central)

Envolve quase 1/4 da população latino-americana (laços familiares, rede social e de vizinhança ) (Vásquez, 2006).

A maior parte das pessoas com deficiência está entre as famílias mais pobres, conseqüentemente têm menor poder aquisitivo, grau de instrução e de inserção no mercado de trabalho (Souza, Carneiro, 2007; Santos, 2008, OMS, 2011)

BRASIL (2010) cerca de 45 milhões de pessoas

São Paulo , estado, cerca de 9 milhões de pessoas

São Paulo, capital, cerca de 2,7 milhões de pessoas

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Pessoas com Deficiência

População marcada mundialmente: pelas extremas e crescentes desigualdades nos modos de viver, de trabalhar, de apropriar-se dos bens econômicos e culturais resultantes da hegemonia, desenvolvimento e impactos da economia de livre mercado,

pelas conseqüências dessas desigualdades no perfil de adoecimento e envelhecimento, com impacto sobre as oportunidades de desenvolvimento pessoal e de participação na vida social

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Construção social da deficiência (Ferreira, 2008)

Deficiência e

Identidade social

Identidade de

insuficiência, carência e

falta de autonomia

Identidade imposta a

partir do entorno ....

...implica experiências

de exclusão e de

opressão

“a pessoa com deficiência se dá conta

de sua diferença”

“ A diferença é definida pelo outro” e, ...

a identidade que surge é uma .... “ de

ausencia de traços identitários

relacionados ao outro” ausência de

“normalidade”

“Infinitas” afecções particulares

(visuais, auditivas, motoras, cognitivas):

“impedem e dificultam a construção de

uma imagem coletiva coesa” e

fundamentam as práticas de

reabilitação e o controle feito pelos

outros

O que dificulta/impede a identificação

e produção do comum

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Construção social da deficiência (Ferreira, 2008)

Deficiência

e estratifica-

ção social/

relações

sociais

Em geral 3 fontes principais de desigualdade:

A econômica

A política (de poder e de autoridade)

A normativa (relativa ao reconhecimento e ao

prestígio)

“A deficiência é uma variável que condiciona uma

posição na estrutura social ?”

Sim, pois traz e leva a posições econômicas, políticas e

normativas diferentes

Existem determinantes sociais para a deficiência,

também há diferenças de inserção socioeconômica,

de gênero, de raça, de gerações (OMS, 2012; Ayres, Paiva,

Buchalla, 2012)

Dificuldade de acesso a informação “outra” exclusão

Serviços, programas e políticas se preocupam com

essas dimensões?

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Page 8: O CAMPO DA EXCLUSÃO SOCIAL aproximações …...“a pessoa com deficiência se dá conta de sua diferença” “ A diferença é definida pelo outro” e, ... a identidade que surge

Construção social da deficiência (Medeiros e Diniz, 2004; Oliver, Nicácio, 2007; Ferreira, 2008; Andrade, 2008; Diniz,

2012; )

Dependência

Independência

Interdependên-

cia

Autonomia

estar vivo implica interdependência identificada,

permanente e valorizada:

Escolhas: diferentes interesses, redes pessoais e

sociais todo o tempo e para todos!!

para as pessoas com deficiência se supõe um papel

permanente de “dependente” pelas necessidades

reais de ajuda e de apoio

Mas principalmente para não possibilitar sua

autonomia!

como se constituem os serviços (saúde, educação,

assistência social, cultura, trabalho, reabilitação)?

Espaços de construção da autonomia, de

produção do comum?

Espaços de busca de “cura”, de reiteração da

disfunção, da desigualdade, da invalidação social,

da exclusão?

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Page 9: O CAMPO DA EXCLUSÃO SOCIAL aproximações …...“a pessoa com deficiência se dá conta de sua diferença” “ A diferença é definida pelo outro” e, ... a identidade que surge

Processos de exclusão/ inclusão social:

elementos de debate (Sawaia, 2004)

Exclusão/

Inclusão social

como processo

e como

fenômeno

psicossocial:

Tem dimensões materiais, políticas,

relacionais e subjetivas

Leva à reflexão sobre o sofrimento e a felicidade

no processo

Exige superar a redução dos sujeitos à

necessidade única da sobrevivencia (ou inclusão

precária)

Recoloca a idéia de humanidade e como

temática a pessoa, a maneira como lida com a

família, trabalho, ócio, sociedade

Exige perceber que há “modos de

andar a vida” não conhecidos e

desvalorizados pelos profissionais e

pelos serviços

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Processos de exclusão/ inclusão social:

elementos de debate (Sawaia, 2004)

Exclusão/

Inclusão social

como sofrimento

ético - político

Representa a vivência cotidiana

da :

dor de ser tratado como inferior,

subalterno, sem valor...

dor da negação de apropriar-se

da produção material, cultural e

social de seu tempo…

dor pela imposibilidade de estar

no espaço público, de

expressar desejo, afeto,

presença, valor social

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Deficiência e Direitos Humanos

CONVENCÃO (2008)

(Dussan, 2004; Dhanda, 2008, Maior, Miranda, Bernardes, 2009; Andrade, 2009, Ventura, 2010 )

• Denuncia as desigualdades!!!!

• Reafirma força dos movimentos

sociais - Brasil: CF de 1988, leis

(saúde, educação, trabalho)

• Direitos sociais ou econômicos =

dependentes de recursos, sempre

negociáveis !!!!!!

• Direitos civis e políticos inegociáveis:

para o exercício pleno da vida

• à vida (com diferença/deficiência),

• à liberdade de manifestação,

• à segurança, à integridade física

e mental

• à participação política (tb votar e

ser votado)

• Direito à autonomia e

apoio:

• Para gestão de seus

próprios assuntos

mesmo que com

necessidade de apoio

para exercer sua

capacidade legal,

• uma voz, parte da

sociedade

• Aponta a

interdependência de

todos os seres

humanos.

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CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS

ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS

Saúde Artigo 12 (Gruskin eTarantola , 2012)

Direito à

saúde

depende

das

condições

(política e

econômica)

dos

Estados

garantirem:

Para

Todos

Disponibilidade: serviços, programas,

instalações sanitárias (hospitais, clínicas e

outros), profissionais treinados e medicamentos

Acessibilidade:

Não discriminação

Acessibilidade Física

Acessibilidade Econômica

Aceitabilidade: ética, médica e cultural,

sensibilidade a gênero, ciclos de vida e

confidencialidade

Qualidade: do ponto de vista médico e científico

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Pessoas com Deficiência e os Direitos Humanos: não é

questão caritativa, assistencialista ou humanitária, (Dussan, 2004; Rocha, 2006)

Há necessidade

de regulação do

Estado

É extenso o

arcabouço legal

específico

“Possibilidades/

Armadilha”

no contexto

neoliberal?

Participação das pessoas com

deficiência como sujeito de direitos

Dizer Não! à invisibilidade social ,

estar no espaço público!!!

Construir a Cidadania, apropriar-

se do debate e da construção das

alternativas (Eroles, 2002; Díaz, 2002).

Radicalizar a universalização da

atenção, denunciando a “ética”

das “soluções técnicas” e a “ética

da desassistência”

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REDES DE CUIDADOS ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

NO SUS (Brasil, 2010, 2012)

Para ampliar acesso, integralidade e equidade

Atenção Básica (UBS, NASF, Atenção Odontológica)

Essencial mas com menor disponibilidade de

recursos, profissionais preparados e tecnologias de

cuidado compatíveis para identificar e lidar com

complexidade das necessidades das pessoas com

deficiência

Atenção Especializada em Reabilitação Auditiva, Física,

Intelectual, Visual, Ostomia e em Múltiplas Deficiências

(CER, CEO, Oficinas Ortopédicas, Concessão de Ajudas

Técnicas) – Essencial mas ainda descontextualizada”

com prioridade na recuperação/manutenção ou

compensação das perdas funcionais

Atenção Hospitalar e de Urgência e Emergência.

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REDES DE CUIDADOS ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

NO SUS (Brasil, 2012)

Deverá

orientar-

se

e

Terá

condi-

ções de

Agir ?

Pelo enfrentamento de estigmas e

preconceitos em relação às pessoas com

deficiência;

Pela promoção da equidade;

Pela garantia de acesso a serviços com

cuidado integral, humanizado e singular;

Pelo desenvolvimento de assistência

multiprofissional, interdisciplinar e

intersetorial, para a maximização da

autonomia e independência, inclusão social e

exercício de direitos

As dificuldades de “novos arranjos

institucionais e projetos de ação”

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REDES DE CUIDADOS ÀS PESSOAS COM

DEFICIÊNCIA NO SUS (Brasil, 2012; São Paulo, 2012, Oliver, 2012)

Um

cená-

rio

São

Paulo

Ca-

pital

há:

• Ausência de informações específicas do sistema

de atenção (cadastro, serviços e atendimentos

realizados)

• Grande heterogeneidade das competências técnicas

dos profissionais e das instituições,

• Falta de serviços, de estrutura física e de

materiais, de diretrizes de atenção e insuficiência

da articulação entre os serviços (saúde, transporte,

assistência social)

• Hegemonia do modelo biomédico de atenção em

saúde e reabilitação com baixa cobertura assistencial:

como possibilitar a UNIVERSALIZAÇÃO?

• Políticas centralizadas e pouco permeáveis às

condições e participação cidadã das pessoas

com deficiências

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Atenção Comunitária e Territorial, uma

necessidade e uma possibilidade de ação?

alguns princípios

Das

atividades

assisten-

ciais

e da

interlocu-

ção

com os

diferentes

atores

Produzir espaços permanentes de participação, conversação e negociação sobre desejo, temporalidade, afetividade, e também poder, economia e exercício de direitos

Reconhecer e analisar as formas sutis de espoliação humana presentes nas formas de desigualdade social, injustiça e exploração, discriminação, preconceitos

Dizer não à insensibilidade e ao sofrimento do outro

Dizer não à utopia do corpo perfeito

Ir além da noção de subjetividade atual: emoção e sentido pessoal

Não reduzir o outro a sua condição de exclusão (o enfoque funcional é um meio e não fim)

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Atenção Comunitária e Territorial:

possibilidades na saúde e da articulação

intersetorial (Oliver e Nicácio, 2007)

Conhecer e intervir nas

situações de isolamento e

prisão domiciliar

Estar atento às condições do

“viver” :

Ter local de moradia digna

Ter apropriação material e

simbólica dos espaços de vida

(moradia entre outros)

Construir lugares

de convivencia comunitários e

inclusivos e

e ações para potencializar as

redes sociais e de suporte

Construir itinerários de

vida/atenção para validação

social e exercício de direitos

como

os de ser mulher, ser criança,

ser jovem, ser idoso

de ir e vir,

de brincar, estudar, trabalhar

de participar do universo

cultural, votar

de divertir-se, namorar,

de ter atendimento em saúde,

reabilitação e equipamentos

de ajuda.

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Jardin D Abril (1998-2004)

Jardin Boa Vista (desde 2001)

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I. Identificação, Mapeamento das pessoas e de suas famílias e do contexto

territorial

- Reconhecimento de necessidades, vulnerabilidades individuais e coletivas

- Construção dialogada e contextualizada de possibilidades de cuidado, que

podem incluir orientações, prescrição de equipamentos com participação da

família

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II. Fomentar a visibilidade social das pessoas e de suas demandas Construir espaços de convivência na família e no território e itinerários de participação social

Fomentar grupos e possibilidades de construção de objetos significativos, momentos de

compartilhar, realizar trocas sociais e afetivas

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II. Grupalização e estratégias grupais de atenção

Permitir e produzir a convivência entre pessoas com e sem deficiências

Criar e/ou usufruir de espaços para realizar atividades significativas

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III. Fomentar espaços coletivos para debates sobre a construção do acesso a

direitos

Fóruns local, regional e municipal das pessoas com deficiências

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IV. Fomentar a circulação social, presença e participação em espaços públicos,

como oportunidades mobilizadoras de convivência e mudanças em projetos de

vida

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Atenção Comunitária e Territorial: esforços

institucionais, profissionais e pessoais para

Ampliar, na Universidade e na sociedade, as

oportunidades de reflexão/ação/pesquisa sobre

as necessidades das pessoas com deficiência

Fortalecer a legitimidade social das pessoas

com deficiência e de suas necessidades

também pelo exercício da legitimidade individual

e do compromisso dos serviços

Realizar “bons encontros” (profundidade

emocional e continuidade no tempo e espaço)

apostando no presente e no futuro 25

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obrigada,

Contato: [email protected]

0055 11 3091 7457 ou 3091 8435 26

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Referencia bibliográfica

ANDRADE, JMP Vulnerabilidade e vulneração, quando as pessoas com

deficiência passam a ser questão de direitos humanos? Saúde e Direitos

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AYRES, JR; PAIVA, V; BUCHALLA,C.M. Direitos Humanos e vulnerabilidade na

prevenção e promoção da saúde: uma introdução. In: PAIVA, V; AYRES, J.R.;

BUCHALLA, C.M. (coord) Vulnerabilidade e direitos humanos: prevenção e

promoção da saúde. Livro I. Curutiba: Juruá Editora, 2012 p. 9-22.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Institui

as Redes de Atenção à Saúde.

BRASIL, Portaria 793, de 24 de abril de 2012. Institui a Rede de Cuidados à

Pessoa com Deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúde

CONVENÇÃO sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência Comentada

/Coordenação de Ana Paula Crosara Resende e Flavia Maria de Paiva Vital _

Brasília : Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Coordenadoria Nacional para

Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 2008.

DHANDA, A. Construindo um novo léxico dos direitos humanos: Convenção sobre

Direitos das Pessoas com Deficiências. Sur. Revista Internacional de Direitos

Humanos.5 (8):88-95, 2008

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Page 28: O CAMPO DA EXCLUSÃO SOCIAL aproximações …...“a pessoa com deficiência se dá conta de sua diferença” “ A diferença é definida pelo outro” e, ... a identidade que surge

Referências bibliográficas

DÍAZ, L. Discapacidad y pobreza. In: Eroles C, Ferreres C (ed) La discapacidad:

uma questión de Derechos Humanos. Espacio Editorial, Buenos Aires, 2002 p. 82-

90

DINIZ, D. O que é deficiência. São Paulo: Brasiliense, 2012

DUSSAN , C. P. Derechos Humanos y Discapacidad. Bogotá DC: Centro Editorial

Universidad del Rosario, 2004.

EROLES, C. Discapacidad y Derechos Humanos In: Eroles C, Ferreres C. (ed.) La

discapacidad: una questión de Derechos Humanos. Buenos Aires: Espacio Editorial,

2002 p. 15-39.

FERREIRA, M.A.V. La construcción social de la discapacidad: habitus, estereótipos

y exclusión social. Nómadas. Revista Crítica de Ciencias Sociales y Jurídicas. 21-

138. 2008

GRUSKIN, S.; TARANTOLA, D. Um panorama sobre saúde e direitos humanos. In:

PAIVA, V; AYRES, J.R.; BUCHALLA, C.M. (coord) Vulnerabilidade e direitos

humanos: prevenção e promoção da saúde. Livro I. Curutiba: Juruá Editora, 2012 p.

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MAIOR, I.L.;MIRANDA, J.R.; BERNARDES, L. A Convenção sobre os direitos das

pessoas com deficiência da ONU: reafirmação do direito constitucional à saúde.

Saúde e Direitos Humanos, Ano 6 no. 6 p. 19-28.

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Page 29: O CAMPO DA EXCLUSÃO SOCIAL aproximações …...“a pessoa com deficiência se dá conta de sua diferença” “ A diferença é definida pelo outro” e, ... a identidade que surge

Referências bibliográficas

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OLIVER, F. C., NICÁCIO, F. Autonomia, derechos y participación social:

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SAWAIA, Bader. O sofrimento ético-politico como categoria de análise da dialética

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Referências bibliográficas

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Page 31: O CAMPO DA EXCLUSÃO SOCIAL aproximações …...“a pessoa com deficiência se dá conta de sua diferença” “ A diferença é definida pelo outro” e, ... a identidade que surge

Rehabilitación en el Territorio y

Rehabilitación Psicossocial: Diálogos

... es un proceso que

implica crear espacios

de negociación para la

persona, su familia,

para la comunidad y

para los servicios, que

se ocupan de ellos.

La negociación es

dinamica y continua,

Y por eso no puede

ser decodificada de

una única vez,

porque son muchos

los actores (y los

poderes) en juego

y todavía

reciprocamente

multiplicantes (Saraceno, 1999)

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Page 32: O CAMPO DA EXCLUSÃO SOCIAL aproximações …...“a pessoa com deficiência se dá conta de sua diferença” “ A diferença é definida pelo outro” e, ... a identidade que surge

Rehabilitación en el Territorio y

Rehabilitación Psicossocial: Diálogos

... es un proceso que

implica crear espacios

de negociación para la

persona, su familia,

para la comunidad y

para los servicios, que

se ocupan de ellos.

La negociación es

dinamica y continua,

Y por eso no puede

ser decodificada de

una única vez,

porque son muchos

los actores (y los

poderes) en juego

y todavía

reciprocamente

multiplicantes (Saraceno, 1999)

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Tipo de Deficiência Permanente N Freq (%)

São Paulo – SP Capital

Deficiência visual - não consegue de modo algum 53.068

Deficiência visual - grande dificuldade 292.410

Deficiência visual - alguma dificuldade 1.928.988

Deficiência auditiva - não consegue de modo algum 30.202

Deficiência auditiva - grande dificuldade 90.458

Deficiência auditiva - alguma dificuldade 396.003

Deficiência motora - não consegue de modo algum 45.948

Deficiência motora - grande dificuldade 170.445

Deficiência motora - alguma dificuldade 458.016

Mental/intelectual 127.549

TOTAL Município 2.759.004

TOTAL Estado de SP 9.344.109

TOTAL Região SE 18.499.909

(Brasil, 2012) TOTAL Brasil 45.606.048 33