O CASO XIMENES LOPES E AS VIOLAÇÕES AOS ARTIGOS 8.1 E 25.1 DA CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS - DERECHO PUBLICO.doc

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UNIVERSIDAD DEL MUSEO SOCIAL ARGENTINO

DEPARTAMENTO DE POSGRADO

DOCTORADO EN CIENCIAS JURÍDICAS Y SOCIALES

DERECHO PUBLICO

AÑO DE INGRESO AL DOCTORADO:

2010

FECHA/PERIODO DE CURSADA DE LA ASIGNATURA:

2011.1

PROFESOR A CARGO:

DR. EMILIO FERNANDEZ

NOMBRE Y APELLIDO DEL DOCTORANDO:

ALEXANDRE PINTO MOREIRA

TÍTULO DEL TRABAJO:

O CASO XIMENES LOPES E AS VIOLAÇÕES AOS ARTIGOS 8.1 E25.1 DA CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

FECHA DE PRESENTACIÓN DEL TRABAJO:

JULIO2011



1

UNIVERSIDAD DEL MUSEO SOCIAL ARGENTINO

DEPARTAMENTO DE POSGRADO

DOCTORADO EN CIENCIAS JURÍDICAS Y SOCIALES

DERECHO PUBLICO

FOTOGRAFÍA DEL DOCTORANDO:



2

O CASO XIMENES LOPES E AS VIOLAÇÕES AOS ARTIGOS 8.1 E 25.1DA CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

Alexandre Pinto Moreira1

RESUMO

O Brasil nunca foi sido condenado por violação aos Direitos Humanos junto

!orte "nteramericana de Direitos Humanos# Ocorre $ue% em 1&&&% o 'stado

Brasileiro permitiu em seu territ(rio $ue )ouvesse uma violação de direitos

)umanos com repercussão internacional% $ue inclusive ensejou sua condenação

junto a !orte "nteramericana# A morte do paciente DAM"*O +"M','- .OP'-

nas depend/ncias do Hospital Psi$uitrico uararapes% localiado na cidade de

-o3ral% no interior do !ear% repercutiu com a violação do direito sa4de% direito

vida e o direito s 5arantias judiciais% fato este $ue ensejou o presente tra3al)o%

pois o su3scritor teve oportunidade de participar de vrios atos% desde a den4ncia

para instauração do processo criminal at6 a defesa do 'stado Brasileiro durante as

audi/ncias na !orte de -an 7os6#

Palavras8c)ave9 Direitos Humanos: !orte "nteramericana de Direitos Humanos:Direito sa4de% direito vida% Direito s 5arantias judiciais#

ABSTRACT

Brail )as never 3een condemned of violation of Human ;i5)ts 3< t)e "nter8

American !ourt of Human ;i5)ts# "t )appens t)at% in 1&&&% t)e Brailian -tate

allo=ed in its territor< t)ere =as a violation of )uman ri5)ts =it) international

repercussions% includin5 t)at occasioned )is condemnation 3< t)e !ourt# >)edeat) of Damião +imenes .opes patient in t)e Ps<c)iatric Hospital uararapes%

located in t)e cit< of -o3ral% in !ear% violatin5 t)e ri5)t to )ealt)% ri5)t to life and

ri5)t to a fair trial% a fact t)at encoura5ed t)e present =or? 3ecause t)e su3scri3er

)ad t)e opportunit< to participate in various acts% since t)e esta3lis)ment of t)e

criminal process to t)e defense of t)e Brailian -tate durin5 t)e court )earin5s in

-an 7ose#

1 Promotor de 7ustiça% 'specialista em Processo 7udicial e Professor 'fetivo da @niversidade'stadual ale do Acara4#



Ce<=ords9 Human ;i5)ts% "nter8American !ourt of Human ;i5)ts% ;i5)t to

)ealt)% ri5)t to life% ri5)t to a fair trial#

INTRODUÇÃO

"nicialmente 6 importante $ue se ressalte $ue todo o material $ue tem sido

produido no $ue di respeito ao caso +imenes .opes sempre adota o prisma dos

direitos )umanos% mais especificamente a violação destes direitos $ue ensejaram a

condenação do 'stado Brasileiro de forma em3lemtica em virtude de )aver sido

a primeira#

'ste estudo procurar traer uma descrição fidedi5na do fato atrav6s da anlise dainvesti5ação realiada acerca da morte de Damião% com a instauração do in$u6rito

at6 a propositura da den4ncia pelo Minist6rio P43lico#

importante $ue se ressalte a /nfase $ue a !orte de Direitos Humanos apresentou

situação $ue determinou o aditamento da den4ncia% $ue foi su5erido lo5o no

inEcio da ação e $ue somente ocorreu no momento das ale5açFes finais#

.o5o ap(s ser apresentada a estrat65ia adotada pelo 'stado Brasileiro em sua

defesa durante a audi/ncia na !orte "nteramericana% notadamente $uanto ao

recon)ecimento de violaçFes do direito vida e sa4de e a tentativa de re3ater a

violação ao direito s 5arantias judiciais#

'% finalmente ser feita uma anlise da sentença da !orte "nteramericana de

Direitos Humanos% $ue determinou a condenação do Brasil por violação a $uatroarti5os da !onvenção Americana de Direitos Humanos% o direito vida%

inte5ridade fEsica% proteção judicial e s 5arantias judiciais% especificamente no

$ue di respeito necessidade do Poder 7udicirio recon)ecer o seu papel para

promover os Direitos Humanos no Brasil#



G

1. A MORTE DE DAMIÃO XIMENES LOPES E O INQUÉRITO

POLICIAL

,o m/s de outu3ro de 1&&&% a famElia de Damião +imenes .opes% paciente

portador de transtorno psi$uitrico% ap(s mais uma de suas crises% decidiu intern8

lo na 4nica clEnica referenciada para este tipo de atendimento em toda a ona

,orte do 'stado do !ear% localiado na ;e5ião ,ordeste do Brasil#

!omo em outras vees anteriores% os familiares levaram Damião at6 a !asa de;epouso uararapes e o internaram em uma sexta8feira para $ue fossem

administrados os medicamentos necessrios para $ue fosse controlada mais uma

de suas crises#

O $ue a famElia de Damião não esperava era $ue ao retornar na se5unda8feira

posterior Damião jaia morto em uma das macas da enfermaria em $ue rece3era

atendimento% tendo sido acionada não s( a polEcia para iniciar a investi5açãoacerca da responsa3ilidade criminal% como tam36m a secretaria de sa4de do

municEpio% responsvel pela permissão de funcionamento dos esta3elecimentos de

sa4de no territ(rio do municEpio de -o3ral#

Al6m das atitudes tomadas pela polEcia e pela -ecretaria de -a4de Municipal a

famElia de Damião acionou diversas entidades protetoras dos direitos )umanos%

dentre elas a !omissão de Direitos Humanos da Assem3l6ia .e5islativa do 'stadodo !ear% (r5ão $ue compFe o Poder .e5islativo desta @nidade da Iederação e o

!entro de Apoio Operacional aos rupos -ocialmente Discriminados da

Procuradoria eral de 7ustiça% (r5ão do Minist6rio P43lico do 'stado do !ear#

>al id6ia de 3uscar apoio de entidades $ue 3uscavam a luta em favor dos direitos

)umanos foi essencial para um desdo3ramento mais ade$uado das investi5açFes e

posteriormente da propositura da ação penal% pois o $ue se perce3ia 6 $ue o

tratamento dado pela polEcia judiciria era como se fosse mais um caso dentre

muitos% notadamente não dando uma feição de violação de direitos )umanos#



J

A primeira dificuldade $ue sur5iu foi exatamente a inefici/ncia do (r5ão

encarre5ado das perEcias le5ais em -o3ral% o exame realiado na vEtima Damião

+imenes .opes foi deficiente% pois se$uer )ouve a a3ertura do corpo para a

anlise dos (r5ãos internos% $ue tem o condão de se detectar o 5rau das lesFes

sofridas% nem tampouco a possi3ilidade de se detectar a prescrição de um

medicamento de forma exa5erada e $ue pudesse )aver ocasionado a vEtima#

>ão incipiente era o exame cadav6rico $ue este mencionou a exist/ncia de lesFes

nos 3raços $ue ap(s re$uisição de dili5/ncias esclarecedoras pelo Minist6rio

P43lico foi dito $ue as mesmas poderiam ser compatEveis com um ato de

contenção do paciente pelos enfermeiros ou auxiliares de enferma5em#

Ap(s o esclarecimento% D"A8-' PO@!O '-!.A;'!'DO;% no exame

cadav6rico este su3scritor se deparou com a necessidade de tipificação delitiva%

pois como se detectava das informaçFes dos familiares e mesmo dos 5rupos de

apoio aos direitos )umanos estes co5itavam a ocorr/ncia de um )omicEdio% fosse

ele culposo ou mesmo doloso#

O )omicEdio doloso com dolo direto pareceu um tanto invivel para o Minist6rio

P43lico% por$ue mesmo $ue tivesse )avido o animus necandi ficaria muito difEcil

de provar em virtude da dificuldade decorrente da prova testemun)al% por$ue

somente os denunciados teriam tido acesso a Damião nos 4ltimos momentos antes

deste morrer% não )avendo provas mais ro3ustas $ue atestassem a intenção de

matar a vEtima% tal decisão encontra amparo no entendimento de Heleno !ludio

Ira5oso9KH dolo direto $uando o a5ente se propFe realiação daconduta tEpica# O dolo a$ui se confunde com a intenção# Avontade se diri5e realiação do fato $ue confi5ura odelito#L 2

O se5undo momento traria a possi3ilidade da ocorr/ncia de um dolo eventual%

caracteriado pelo fato do a5ente não $uerer o evento morte% no entanto assume o

risco de produir o resultado% cuja primeira dificuldade% tam36m existente em

2 I;AO-O% Heleno !ludio# .içFes de Direito Penal 8 A ,ova Parte eral# & 'd# ;io de7aneiro9 Iorense# P# 1



N

relação ao crime doloso direito% seria de apontar a conduta individualiada de um

a5ente $ue ten)a contri3uEdo de al5uma forma para a morte do ofendido e $ue em

al5um momento tivesse a5ido assumindo este risco% conforme dito por ,e< Moura

>eles9

KO dolo eventual% em $ue o a5ente não deseja o resultado previsto% mas o aceita% se ele% eventualmente% acontecer#Ocorre $uando o a5ente% mesmo não $uerendo o resultado%assume% aceita o risco de sua produção# -ua vontade nãose diri5e ao resultado% mas% se este acontecer% ser aceito

pelo a5ente#!om vontade de alcançar o resultado ou apenas aceitando8o% a conduta 6 dolosa% o fato 6 doloso% i5ualmente#L

Poder8se8ia ainda tra3al)ar com a possi3ilidade de ocorr/ncia de um delito

culposo% mas foi imediatamente afastado em virtude da pena aplicada ao crime ser

muito pe$uena e $ue ensejaria a possi3ilidade de suspensão condicional do

processo e facilitaria a extinção da puni3ilidade dos a5entes% lem3rando $ue

tam36m )averia uma 5rande dificuldade em se determinar $uem realmente teria

ceifado a vida da vEtima#

A solução para o caso $ue pareceu mais ade$uada na 6poca foi a previsão do

arti5o 1N do !(di5o Penal Brasileiro% $ue confi5ura o crime de maus8tratos com

a $ualificadora da morte da vEtima cuja pena mxima seria de 12 doe anos 3em

maior do $ue a prevista para o )omicEdio culposo e $ue tam36m excluiria um

jul5amento para j4ri popular#

O panorama encontrado era de um in$u6rito pouco instruEdo% pouco elucidativo e

$ue em virtude das limitaçFes t6cnicas e de recursos )umanos $uanto mais tempo

passasse menos ele resolveria e não conse5uiria traer elementos $ue indicassem aocorr/ncia de um )omicEdio doloso% com as dificuldades inerentes ao

procedimento do j4ri% onde )averia um s6rio risco de a3solvição dos denunciados#

A peça delat(ria então foi feita com vrios acusados e todos eles devendo

responder pelo crime de maus8tratos% com uma ressalva no corpo da pr(pria

den4ncia $ue se em al5um momento do processo )ouvesse a coleta de prova $ue

>'.'-% ,e< Moura# Direito Penal Parte eral% volume ". 2 'd# -ão Paulo9Atlas# p# 1G&



pudesse acrescentar denunciados ou mesmo modificar a tipificação do delito

)averia a possi3ilidade do aditamento da den4ncia#

A an54stia pela escol)a da conduta delitiva foi lo5o afastada ap(s o jui $ue

presidiria o processo )aver rece3ido a den4ncia% ou seja% entender $ue estavam

presentes os re$uisitos necessrios para a propositura de uma ação penal#

O $ue aconteceu então Q O processo penal passou a ter um acompan)amento i5ual

a $ual$uer outro sem $ue fosse analisada a $uestão relevante de $ue )ouve uma

fla5rante violação dos direitos )umanos e esta merecia uma solução c6lere#

A $uestão do aditamento da den4ncia tam36m merece menção% pois o

representante do Minist6rio P43lico $ue atuava no processo criminal rece3eu emmarço de 2000 uma recomendação do !entro de Apoio Operacional dos rupos

-ocialmente Discriminados da Procuradoria eral de 7ustiça para $ue j fosse feito o

aditamento da den4ncia% mas somente em 22 de setem3ro de 200% ao apresentar as

ale5açFes finais $ue a peça delat(ria passou a incluir mais duas outras pessoas#

Ruanto ao rece3imento do aditamento da den4ncia 6 interessante $ue se

transcreva o $ue foi dito pelo 7ui !ançado >rindade em seu voto proferido no!aso +imenes .opes9

K2J# A morosidade na tramitação tão s( do aditamento daden4ncia se prolon5ou ainda mais% por$uanto somente aos1#0N#200G o 7ui de Direito da !omarca de -o3ral orece3eu# Ao fa/8lo% 3uscou justificar seu pr(prio atraso peloSvolume de serviço pr(prio da a# ara da !omarca de-o3ralS% ademais do 5oo de S0 dias de f6riasS% somados aSN0 dias de licença m6dicaS# Ou seja% o aditamento daden4ncia s( foi rece3ido T meses e 2J dias depois de ter sido

este apresentado# ,a ocasião% o referido 7ui de Direitodesi5nou a citação dos novos acusados e determinou aintimação Scom a máxima urgênciaS do assistente deacusação e dos advo5ados de defesa para apresentar suasale5açFes finais# Ou seja% a assim8c)amada Smáxima

urgênciaS era para os demais% não para si pr(prio%conformando um retrato do ritual da SjustiçaS do direitointerno não s( do 'stado demandado ante esta !orte% mastam36m de tantos outros 'stados em distintas latitudes#

,a$uele momento% o processo penal no cas d'espèce

completava mais de G anos e 2 meses sem $ue tivesse sido

emitida se$uer a sentença de primeira instUncia#LG

4 !orte "nteramericana de Direitos Humanos V!t"ADHW% >ranscrição do oto -eparado do 7ui A#A#



T

>al assertiva fulminou $ual$uer possi3ilidade do 'stado Brasileiro o3ter um

jul5amento favorvel% sendo concluEdo pela !orte $ue realmente a condenação era

ca3Evel e a famElia de Damião +imenes .opes deveria ser devidamente indeniada

pela violação de $uatro arti5os da !onvenção "nteramericana de Direitos

Humanos#

!ançado >rindade no !aso +imenes .opes versus Brasil% p# &#



&

2. A PARTICIPAÇÃO NO JULGAMENTO PERANTE A CORTE

INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

!onforme se deixou claro no inEcio deste tra3al)o o $ue se est faendo 6 um

testemun)o do $ue ocorreu com a participação deste autor% $ue participou da fase

in$uisitorial e posteriormente foi convocado para compor a dele5ação 3rasileira

$ue faria a defesa do Brasil perante a$uela !orte#

Ioi surpreendido com a demora pois o processo estava tramitando em uma ara

diferente da titularidade% inclusive pensava $ue o feito j deveria ter sidoconcluEdo% $uando em outu3ro de 200J foi contactado pelo Procurador8eral de

7ustiça do 'stado do !ear% por$ue este foi procurado pelo Minist6rio das

;elaçFes 'xteriores em BrasElia 3uscando su3sEdios para $ue fosse feita a defesa

do 'stado Brasileiro na audi/ncia $ue ocorreria na !orte "nteramericana de

Direitos Humanos em -an 7os6 na !osta ;ica% $ue ocorreria em 0 de novem3ro e

1X de deem3ro de 200J#

O su3scritor então entrou em contato com a representante da dele5ação 3rasileira%

Ministra Maria .uia iotti e esta solicitou sua presença para $ue ajudasse na

ela3oração e tam36m na realiação da defesa perante a$uela !orte "nteramericana

de Direitos Humanos#

Ioi feita uma c(pia do processo e de repente o primeiro pensamento $ue sur5iu

foi9 Kou ajudar a defender o indefensvel QL% ou seja% estava muito claro $ue o'stado Brasileiro tin)a responsa3ilidade por todas a$uelas violaçFes% no entanto% o

fato de ser um desafio determinou um inEcio de estudo em direitos )umanos#

Damião )avia morrido% tin)a sido maltratado% o processo foi instaurado aos

trancos e 3arrancos em virtude de uma investi5ação amadora e de3ilitada e para

piorar a situação )avia diversas situaçFes no seu decorrer $ue se perce3ia $ue o

mesmo )avia passado meses na prateleira da Y ara da !omarca de -o3ral sem

nen)um tipo de manifestação do jui#



10

Ocorreu a via5em e na antev6spera da audi/ncia perante a !orte "nteramericana

de Direitos Humanos )ouve uma reunião da$ueles $ue tra3al)ariam durante a

audi/ncia $ue iria ouvir testemun)as e posteriormente col)eria as ale5açFes orais

das partes#

O primeiro alEvio foi sa3er $ue o 'stado Brasileiro j recon)eceria a fal)a no $ue

di respeito violação ao direito vida e inte5ridade fEsica% al5o $ue todos $ue

compun)am a dele5ação 3rasileira sa3iam $ue era impossEvel de se defender% pois

realmente por omissão dos (r5ãos responsveis pela fiscaliação da sa4de no

Brasil% notadamente a sa4de mental% Damião teve sua inte5ridade fEsica e sua

sa4de afetadas#

Acrescentando o $ue foi dito acima% o 'stado Brasileiro tanto tin)a ci/ncia dos

seus erros $ue a morte de Damião defla5rou um movimento nacional contra os

internamentos para tratamento de doentes mentais% em virtude da 5rande

$uantidade de instituiçFes $ue realiavam internaçFes desnecessrias% tal

movimento culminou com a promul5ação da .ei nX 10#21N de 2001#

interessante $ue esta novel le5islação 3rasileira% j 3aseada nas convençFes deDireitos Humanos serviu como modelo para utiliação em outros paEses% como se

pode ver pela .ei nX 2NN% promul5ada em 2Z12Z2010 pela ;ep43lica Ar5entina%

onde o novo re5ramento representa a aprovação da reforma psi$uitrica na$uele

paEs% $ue preconia a desospitaliação e )umaniação no atendimento% conforme

se depreende dos arti5os &X e 1GX9

K[el proceso de atenci(n de3e realiarse preferentementefuera del m3ito de internaci(n )ospitalario V###W e: a

internaci(n es considerada como un recurso terap6utico de

carcter restrictivo% < s(lo puede llevarse a ca3o cuando

aporte ma<ores 3eneficios terap6uticos $ue el resto de las

intervenciones realia3les en su entorno familiar%

comunitario o social#L

>al situação muito se assemel)a lei 3rasileira% como por exemplo% o amplo

acesso do paciente aos seus pronturios% a 5arantia de atendimento



11

multidisciplinar e a reserva de leitos para tratamento de sa4de mental em )ospitais

5erais# Havendo tam36m a previsão de dispositivos especiais para possi3ilitar a

internação involuntria de um paciente% como a presença da situação de risco e a

necessidade de notificação o3ri5at(ria#

!omo se v/ no $ue tan5e a aplicação dos Direitos Humanos aos deficientes

mentais% o caso +imenes .opes trouxe uma contri3uição não s( ao Brasil% mas

tam36m Ar5entina e j se espera $ue esta polEtica de sa4de mental se alastre por

todo o continente americano% ou seja% a violação dos arti5os GX e JX j estava

devidamente resolvida#

DaE em diante s( restou o tra3al)o $ue 3uscasse isentar o Brasil por )aver violadoo direito proteção judicial e s 5arantias judiciais% tudo em virtude da demora

para a conclusão do processo penal% $ue serviria de 3ase para uma condenação

tam36m em uma ação reparat(ria cEvel#

Rual$uer justificativa era inca3Evel% perce3ia8se o $uadro de in6rcia em $ue estava

su3mersa a dele5ação 3rasileira% dier $ue o jui não jul5ou o processo por$ue a

ara tam36m era competente pela "nfUncia e 7uventude podia isentar o jui% masresponsa3iliaria o Poder 7udicirio do 'stado do !ear% e conse$uentemente o

'stado Brasileiro#

Dier $ue )ouve perEodo de f6rias e licença para tratamento de sa4de do

ma5istrado faia incorrer na mesma situação descrita acima% o $ue se perce3ia era

$ue realmente o processo estava parado e $ue não )avia interesse nen)um $ue o

mesmo fosse concluEdo% tanto 6 $ue o mesmo s( se encerrou ap(s a mudança de jui e a condenação do Brasil pela !orte "nteramericana de Direitos Humanos#

A defesa 3rasileira tentou apresentar aos Mem3ros da !orte de -an 7os6 $ue a

demora ocorreu em virtude das 5arantias processuais $ue os acusados teriam% e

$ue se estas não fossem concedidas tam36m se estaria violando os mesmos arti5os

da !onvenção "nteramericana% s( $ue desta ve para 3em pior% por$ue repercutiria

em uma condenação $ue ensejaria a restrição de li3erdade dos eventuais

condenados#



12

>udo $ue foi dito perante a !orte foi rec)açado somente com uma per5unta

efetuada pelo culto Professor !ançado >rindade9 K###s( $ueria entender como um

processo ficou seis meses em uma prateleira para um mero despac)o do jui

mandando intimar as partes% o 'stado Brasileiro tem como explicar isso Q###L# O

Advo5ado da @nião $ue defendia o Brasil% respondeu com o sentimento $ue j

)avia tomado conta de todos os $ue compun)am a dele5ação 3rasileira e

perce3eram $ue nada mais poderia mudar o veredito9 K###não ) como explicar \L#

>al situação permitiu $ue se analisasse de forma t6cnica e fria uma 5rande

diferença de resolutividade para violaçFes de direitos )umanos# 'n$uanto a

violação inte5ridade fEsica e vida rece3eu uma atenção do Poder 'xecutivo%

inclusive com a criação de uma PolEtica ,acional de -a4de Mental completamentevinculada aos >ratados de Direitos Humanos% o mesmo não ocorreu no $ue tan5e

$uestão judicial#

Do ano 2000 at6 )oje o $ue se perce3e $ue somente em 200J tentou8se faer al5o

com o intuito de provocar o Poder 7udicirio 3rasileiro para $ue assumisse o seu

importante papel de transformador social e não s( a$uela mscara do Poder

A3soluto do 7ui $ue se$uer deve con)ecer os pro3lemas da comunidade#

O Poder 7udicirio do Brasil não con)ece Direitos Humanos% lo5icamente

encontra8se em seus $uadros valorosos profissionais $ue procuram se aprimorar e

aplicar as !onvençFes "nternacionais# Mas $uando se di $ue este dito Poder não

con)ece os direitos )umanos 6 facilmente confirmado com o a3arrotamento de

prateleiras pelo Brasil afora com processos $ue não são concluEdos e resolvidos

dando população 3rasileira a sensação de injustiça#

;ecentemente se teve um caso $ue o -upremo >ri3unal Iederal de maneira c6lere

e com 3ase nos ensinamentos de direitos )umanos editou uma -4mula inculante

para limitar a utiliação de al5emas para transporte de presos% notadamente os

provis(rios% o $ue se perce3eu foi uma resposta rpida e eficiente para 3eneficiar

um 3an$ueiro $ue durante muito tempo manipulou o mercado financeiro

3rasileiro% e o restante do povo% rece3e o mesmo tratamento Q



1

O (3vio 6 $ue não \ O !onsel)o ,acional de 7ustiça foi criado com o intuito de

tornar o Poder 7udicirio efica% o $ue não ocorreu% pois por mais $ue esta3eleça

metas a serem atin5idas 6 necessrio $ue se mude o perfil da ma5istratura em sua

inte5ralidade% uma ma5istratura $ue se enxer5ue como funcionrios do povo% pois

o dito Poder 7udicirio% conforme o conceito moderno de !i/ncia PolEtica decorre

da função estatal de dirimir conflitos% se 6 uma função do estado% $uem compFe

este Poder% por mais difEcil $ue ac)em de aceitar% devem tra3al)ar para a

sociedade e não exi5ir veneração da mesma#

Para ressaltar deve8se lem3rar $ue a outra violação $ue o 'stado Brasileiro teve

$ue se su3meter !orte "nteramericana de Direitos Humanos tam36m se deveu ao

$ue aconteceu no noroeste do estado do Paran% $uando uma juEa violou direitos)umanos de inte5rantes do Movimento dos -em8>erra#

'sta anlise 6 completamente ratificada pelo voto proferido por !ançado >rindade

para a sentença do caso +imenes .opes% onde primeiramente este douto jurista

defende a indissocia3ilidade dos arti5os T e 2J da !onvenção "nteramericana de

Direitos Humanos% $ue foi 3atiado por ele como acesso justiça lato sensu%

sendo inclusive mencionado9

K### e concluE $ue tal indissocia3ilidade% consa5rada na jurisprudence constante da !orte at6 o presente pars# J8G% constitui Sum patrim]nio jurEdico do sistemainteramericano de proteção e dos povos de nossa re5iãoS%raão pela $ual Sme opon)o firmemente a $ual$uer tentativade desconstruE8loSJ #

"nclusive 6 interessante o $ue o referido jurista escreveu em seu voto proferido nocaso do Massacre de Pueblo Bello:

S'n los Informes $ue present6% como entonces Presidente dela !orte "nteramericana% a los (r5anos competentes de laOr5aniaci(n de los 'stados Americanos O'A% e#5#% losdEas 1&#0G#2002 < 1N#10#2002% sostuve mi entendimiento enel sentido del amplio alcance del derec)o de acceso a la

justicia a nivel internacional% del derec)o de acceso a la

5 !orte "nteramericana de Direitos Humanos V!t"ADHW% >ranscrição do oto -eparado do 7ui A#A#!ançado >rindade no !aso +imenes .opes versus Brasil% par# #



1G

justicia lato sensu N# >al derec)o no se reduce al accesoformal% stricto sensu% a la instancia judicial tanto internacomo internacional% sino comprende% adems% el derec)o ala prestaci(n jurisdiccional% < encu6ntrase su3<acente adisposiciones interrelacionadas de la !onvenci(n Americanacomo los artEculos 2J < T% adems de permear el derec)ointerno de los 'stados Partes # 'l derec)o de acceso a la

justicia% dotado de contenido jurEdico propio% si5nifica% lato

sensu% el derec)o a o3tener justicia# !onfi54rase% asE% ensuma% como el derec)o a la propia realización de la justicia#

@no de los componentes principales de ese derec)o es precisamente el acceso directo a un tri3unal competente%mediante un recurso efectivo < rpido% < el derec)o a ser

prontamente oEdo por dic)o tri3unal% independiente eimparcial% a niveles tanto nacional como internacionalartEculos 2J < T de la !onvenci(n Americana# !omo me

permitE se^alar en una o3ra reciente% podemos a$uivisualiar un verdadero derecho al Derecho% o sea% elderec)o a un ordenamiento jurEdico 8 a niveles tantonacional como internacional 8 $ue efectivamentesalva5uarde los derec)os fundamentales de la persona)umana TS prrs# N18N2#

O voto de !ançado >rindade foi uma verdadeira aula de como o Poder 7udicirio

deve estar preparado para a utiliação dos Direitos Humanos% e ratificou o $ue foi

dito anteriormente% no $ue tan5e necessidade de uma formação da ma5istratura para este novo entendimento% podendo8se constatar pelo $ue se extraiu do seu

voto9

KPermito8me a$ui recordar uma advert/ncia% na mesmalin)a de pensamento% formulada ) uma d6cada e meia emum -eminrio )ist(rico e pioneiro% de mo3iliação nacionalem torno da adesão do Brasil !onvenção Americana e aosdois Pactos de Direitos Humanos das ,açFes @nidas: naocasião% o em6rito Professor _as)in5ton Peluso Al3ino de

-oua% ao referir8se Ssistemtica de or5aniação do poder judicirioS orientada ScarreiraS e ao tipo de SformaçãoS

6# !f# tam3i6n A#A# !ançado >rindade% S'l Derec)o de Acceso a la 7usticia "nternacional < las!ondiciones para -u ;ealiaci(n en el -istema "nteramericano de Protecci(n de los Derec)osHumanosS% Revista del Instituto Interamericano de Derechos umanos 200 pp# J8T: A#A#!ançado >rindade% SHacia la !onsolidaci(n de la !apacidad 7urEdica "nternacional de losPeticionarios en el -istema "nteramericano de Protecci(n de los Derec)os HumanosS% Revista del

Instituto Interamericano de Derechos umanos 200 pp# 18J2#

7# 'n ese sentido% cf# '#A# Al?ema% SAccess to 7ustice under t)e '!H; and 7udicial Polic< 8 A ,et)erlands ie=S% in !fmaelisrit pór "ilhjálmsson% ;e<?javE?% B(?a4t5afa Orators% 2000% pp# 218#

8# A#A# !ançado >rindade% #ratado de Direito Internacional dos Direitos umanos% tomo """%Porto Ale5reZBrasil% -#A# Ia3ris 'd#% 2002% cap# ++% p# J2G% prr# 1T#



1J

oferecida pelas Iaculdades de Direito% ponderou com particular lucide no decorrer dos de3ates9

S;aramente se infunde a necessidade de penetração darealidade para o con)ecimento do Direito# Pratica8se om6todo do5mtico formando juEes le5alistas por convicção#Ora% se a lei 6 alienada da realidade% a sentença decorrentenão pode deixar de s/8lo# !oncretia8se desta forma% com

plena se5urança profissional% a injustiça em nome doDireito# DaE a descrença do cidadão na justiça em nosso

paEs% com ad5ios correntes% como o de $ue K6 mel)or ummau acordo do $ue uma 3oa demandaL K &#L

!onforme o j exposto deve8se perce3er $ue o intuito deste tra3al)o 6 uma

apresentação diferenciada do caso +imenes .opes% tenta8se contri3uir faendo8se

uma anlise mais do Um3ito jurEdico do $ue propriamente de sa4de p43lica#

Perce3e8se uma profusão de tra3al)os cientEficos acerca deste caso% mas $ue

nunca o3servaram o espectro da responsa3ilidade do Poder 7udicirio em tornar o

Brasil cumpridor dos >ratados de Direitos Humanos $ue 6 si5natrio% ) uma

omissão deste Poder em relação a isso#

H o sur5imento de movimentos con)ecidos como ativismo judicial ou judicialiação da polEtica onde se tenta aplicar os direitos fundamentais existentes

na !onstituição sem $ue se recorra lei% no entanto% tais movimentos t/m

ocorrido de forma individual e sem $ue se promova um de3ate social acerca da

conveni/ncia desta politiação do judicirio% na realidade deve8se procurar formar

toda uma ma5istratura para $ue ten)a uma cultura de Direitos Humanos% a fim de

se 3eneficiar toda a sociedade#

9. Cit. in! A.A. C"#$"%& T'(#%"%)* A Proteção dos Direitos Humanos nos Planos

Nacional e Internacional: Perspectivas Brasileiras +A,"- %& S)(#/'(& %) '"-(" %)13314* '"-("S"# J&- %) C&-," R(6"* IIDHF.7N""##7S,(9,#:* 1332* ;. 1<0+(#,)'=)#$>& %& P'&9. ?"-@(#:,&# P. A(#& %) S&B"4.



1N

CONCLUSÃO

O caso +imenes .opes vs Brasil 6 um caso em3lemtico para os estudiosos de

Direitos Humanos por$ue foi a primeira ve $ue o Brasil foi levado !orte

"nteramericana de Direitos Humanos pela violação dos direitos vida%

inte5ridade fEsica e justiça lato sensu.

,ormalmente se analisa este caso no $ue di respeito ao atendimento psi$uitrico%

$ue costuma se5uir a D'!.A;A`*O D' D";'">O- DO D'I"!"',>'

M',>A.% $ue foi proclamada pela Assem3l6ia eral das ,açFes @nidas em 20

de deem3ro de 1&1# Analisa8se a internação manicomial $ue muitas vees se parecia com campos de concentração% mas $ue no Um3ito do Brasil ap(s a morte

de Damião +imenes teve sua polEtica totalmente reformulada inclusive com a

edição da .ei $ue definiu a PolEtica ,acional de -a4de Mental#

Perce3e8se $ue pouco se discute a condenação do 'stado Brasileiro em virtude da

aus/ncia das 5arantias judiciais e da proteção judicial por$ue sempre toca em um

ponto nevrl5ico do Brasil% a atuação deficiente do Poder 7udicirio% seja por sua

morosidade seja por seu descon)ecimento de Direitos Humanos#

O Brasil recon)eceu a violação dos arti5os GX e JX% do direito vida e

inte5ridade fEsica% no entanto% tentou por todos os meios ainda se isentar da fal)a

de um Poder considerado importante para a formação do 'stado Democrtico de

Direito% $ue tem a missão de 5arantir os direitos fundamentais e reparar as

violaçFes de $uais$uer direitos#

O Poder 7udicirio 3rasileiro ainda est a3sorto em um conceito desde a 6poca do

"mp6rio em $ue os juEes faiam parte de uma elite e $ue tudo deveriam faer para

preservar o status $uo dominante# "nfelimente ainda existem jul5adores $ue se

v/em desta forma% sem cora5em de enfrentar 5randes 5rupos polEticos e

econ]micos e muito menos coi3ir as violaçFes dos direitos )umanos#

O $ue se perce3e 6 a necessidade de mudança de feição dos nossos juEes%

inclusive $uanto formação dos mesmos nas academias% 3uscando um



1

con)ecimento $ue envolva responsa3ilidade social e procure diminuir todas as

desi5ualdades sociais e aca3ar com as violaçFes de direitos )umanos#

O processo penal instaurado tin)a como acusados pessoas $ue faem parte de

famElias influentes da cidade de -o3ral e não 6 leviandade dier $ue se fossemapenas os empre5ados do manic]mio talve o processo tivesse sido 3em mais

rpido 3uscando uma satisfação social#

Mas isto não ocorreu% e a !orte "nteramericana detectou muito 3em esta violação

e por diversas vees mencionou a inexplicvel omissão do Poder 7udicirio# ,ão

ca3e a !orte dier $ue isto ocorreu por falta de infra8estrutura% defici/ncia de

juEes% falta de funcionrios% o $ue falta 6 uma cultura $ue 3us$ue a c6lere solução

de conflitos não importando $uem seja o autor e o r6u#

O !onsel)o ,acional de 7ustiça foi criado com este intuito de determinar o

cumprimento da lei% com a solução de processos e% por conse5uinte esta3elecer

diretries para se afastar o cUncer da morosidade judiciria% por6m isto não est

ocorrendo por$ue muitas vees esta lentidão 6 utiliada em 3enefEcio pr(prio% este

sim o desafio a ser vencido% lem3rar $ue uma justiça plena não permite a escol)a

de 3ons e maus jurisdicionados#



1T

REER!NCIAS

AL"EMA# '#A#

2000 Access to 7ustice under t)e '!H; and 7udicial Polic< 8 A ,et)erlands ie=S% in !fmaelisrit pór "ilhjálmsson% ;e<?javE?%B(?a4t5afa Orators#

$C%IADH& !orte "nteramericana de Direitos Humanos

200N !aso +imenes .opes versus Brasil# -entença de G de jul)o de200N#

200N >ranscrição do oto -eparado do 7ui A#A# !ançado >rindade no!aso +imenes .opes versus Brasil#

RAGOSO% Heleno !ludio

1&TJ .içFes de Direito Penal 8 A ,ova Parte eral# & 'd# ;io de 7aneiro9Iorense#

TELES% ,e< Moura

200N Direito Penal Parte eral% volume ". 2 'd# -ão Paulo9 Atlas#

TRINDADE% A#A# !ançado

1&&2 ! %rote&o dos Direitos umanos nos %lanos (acional e

Internacional) %erspectivas *rasileiras Atas do -eminrio deBrasElia de 1&&1% BrasEliaZ-an 7os6 de !osta ;ica% ""DHZI#8

,aumann8-tiftun5% 1&&2% p# 10 intervenção do Prof# _as)in5ton P#Al3ino de -oua#

2002 >ratado de Direito "nternacional dos Direitos Humanos% tomo """%Porto Ale5re9 -6r5io Antonio Ia3ris#

200 +l Derecho de !cceso a la ,usticia Internacional - las ondiciones

para /u Realización en el /istema Interamericano de %rotección de

los Derechos umanos% pu3licado na Revista del Instituto

Interamericano de Derechos umanos pp# J8T#

200 acia la onsolidación de la apacidad ,ur0dica Internacional de

los %eticionarios en el /istema Interamericano de %rotección de los Derechos umanos% pu3licado na Revista del Instituto

Interamericano de Derechos umanos pp# 18J2#

Documents

O CASO XIMENES LOPES E AS VIOLAÇÕES AOS ARTIGOS 8.1 E 25.1 DA CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS - DERECHO PUBLICO.doc