O Cinema e a Invenção Da Vida Moderna

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  • 8/10/2019 O Cinema e a Inveno Da Vida Moderna

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    O cinema e a inveno da vida moderna

    O cinema e a inveno da vida moderna (Leo Charney e Vanessa Schwartz 2003)

    Resenhas

    s ori!ens do cinema

    Lucia Nagib

    "O Cinema e a Inveno da Vida Moderna", reunindo 13 ensaios de origem americana em quase

    600 !ginas, abre a coeo Cinema, #ea$ro e Modernidade, dirigida or Ismai %avier& O ivro

    merece a$eno '! ea c(ancea de %avier, a maior au$oridade em $eoria do cinema no

    )rasi& "* +eri-ncia do Cinema", an$oogia organi.ada or ee, e "O /iscurso

    Cinema$ogr!ico", de sua au$oria, ermanecem (! quase duas dcadas reer-ncias b!sicas na!rea ara os brasieiros&

    /es$a ve., orm, o ei$or recisar! vencer agumas surresas iniciais an$es de areciar o

    verdadeiro vaor da obra& Leo C(arne2 e Vanessa c(4ar$. so, mesmo ara os "eer$s",

    ius$res descon(ecidos& /uas es$reas de rimeira grande.a, #om 5unning e Miriam ansen,

    com7em a modura (onor8ica, abrindo e ec(ando o voume, e (! ainda aguns nomes

    amiiares, como 9ona$(an Crar2 e )en inger, mas v!rios au$ores encon$ram:se no in8cio da

    carreira acad-mica& ;, or$an$o, no m8nimo ousada a oo de $radu.ir es$e voume ara

    abrir uma coeo $e $er sido idos e comen$ados recirocamen$e, conerindo:(es uma

    comemen$aridade e uma organicidade que, sem ecuir a discord?ncia, cercam o robema

    or $odos os ados& 5raas a isso, gan(a ora a roos$a inusi$ada de um ivro que, embora

    con$en(a "cinema" no $8$uo, quase no ae de imes& Cinema, aqui, um concei$o mais

    amo, cu'a origem remon$a a um er8odo an$erior a seu r

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    o$ogramas em movimen$o, o cinema seria o r

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    moderno& + amia o racioc8nio ara incuir a moda e a in$roduo reguar da novidade =a

    mercadoria> como mecanismos ara man$er a a$eno&

    Aec(ando es$a rimeira ar$e do voume, )en inger anaisa o sensacionaismo ouar a

    ar$ir de uma conceo neuro come$ava o car!$er ese$acuar do oca&

    Aec(a o voume o ensaio bri(an$e e o-mico de Miriam ansen, que arece ee$ivamen$e $er

    sido escri$o a ar$ir da ei$ura dos demais, ois romove uma reeaborao cr8$ica dees&

    /ierindo dos ou$ros au$ores, ansen con$es$a a conceo de uma "modernidade

    (egemnica", igada ao scuo 1B e D viso ben'aminiana da Faris de )audeaire& +m seu ugar,

    ro7e um concei$o de dieren$es modernidades, e$ra8do da obra de iegried Jracauer que,

    segundo ea, $in(a um ensamen$o vo$ado ara o con$emor?neo e, or$an$o, ara o scuo

    0& Frounda con(ecedora de Jracauer, ansen acredi$a que sua obra oerece "uma rouso

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    de observa7es e ree7es sobre cinema e cu$ura de massa que no encon$ramos em

    )en'amin"&

    em anuar os argumen$os dos ben'aminianos convic$os, essa viso enriquece o voume com

    uma nova ersec$iva, eimindo:o de um dogma$ismo anacrnico numa era que '! se $emc(amado de "

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    grandes mudanas ocorridas no in$ers$8cio dos scuos %I% e %%, quando, 'un$o aos assos

    rimevos da c(amada modernidade, surgia o cinema&

    O abru$o desenvovimen$o $ecno

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    aos ares de indiv8duos isoados das me$r

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    Men$a"&

    /os "cu$ura s$udies" do ivro "O Cinema e a Inveno da Vida Moderna", os me(ores no so

    $an$o os que ar$em de uma conceo socioeconmica da modernidade, mas aquees que

    ar$em de seu desdobramen$o em uma conceo neuro a essa nova es$$ica de

    eci$ao e es$imuao sensoriais decorren$e da vida moderna& +ra o que di.ia Ha$er

    )en'amimG "O cinema corresonde a mudanas roundas no aare(o erce$ivo, mudanas

    que so eerimen$adas, em escaa individua, eo (omem na rua, no $r!ego da cidade

    grande e, em escaa (is$& O "c(oque" o resen$e sens,

    a sensao uga. de es$ar resen$e no resen$e& O "c(oque" o ins$an$e =em que o assado e

    o u$uro coidem>, e o cinema a sua ar$e&

    /a8 ser o "c(oque" a on$e en$re o rimeiro cinema e a "avan$:garde" dos anos 0G a "es$$ica

    do esan$o" e a "cu$ura do ins$an$e" do "cinema de a$ra7es" desdobram:se, com o

    vanguardismo, no concei$o eisens$einiano de "mon$agem de a$ra7es" e na noo de

    "o$ogenia" de +s$ein&

    Fara 9ean +s$ein, como nos embra C(arne2, a ess-ncia do cinema no residia na

    narra$ividade, mas em momen$os evanescen$es de sensa7es or$es que cer$as imagens

    roiciariam, escies de "$rancos de a$eno"& O cinema de +s$ein si$ua:se nessa $-nue

    ron$eira en$re a$eno e dis$rao que 9ona$(an Crar2 aon$a na eeri-ncia

    modernaen$ando surreender num quadro de Mane$ ="Na +s$ua"> o con$inuum en$re

    a$eno e desa$eno ineren$e D vida moderna, Crar2 ressa$a que oi 'us$amen$e no

    momen$o em que enraqueciam dras$icamen$e as es$ru$uras es$!veis de erceo que a

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    D "an$asmagoria da iden$idade" gerada or uma modernidade descon$8nua& O cai$a assaria

    a $ransormar em ago revis8ve e, or$an$o, ren$!ve a ren$ica circuao de imagens que

    criara&

    ; o nascimen$o da sociedade de ese$!cuo& #omando os ese$!cuos r:cinema$ogr!icos da

    Faris do im do scuo 1B =os anoramas, os museus de cera e a$ mesmo o necro$rio

    bico> como "coro!rios visuais da imrensa ouar", Vanessa c(4ar$. rova que os

    rimeiros esec$adores de cinema '! es$avam acos$umados ao eei$o:reaidade dos

    ese$!cuos modernos e a uma reaidade que se $ornava cada ve. mais ese$acuar&

    Fara $ransormar esse bico numa massa de consumidores iis, a =en$o inciien$e>

    inds$ria de cinema $ender! cada ve. mais a camuar =em orma de narra$iva> essa

    descon$inuidade ineren$e D ar$e cinema$ogr!ica& er! reciso eserar os imes =modernos>

    do