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SUMÁRIO
UNIDADE 1: INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 3
UNIDADE 2: A ATMOSFERA TERRESTRE ............................................................................................. 4
UNIDADE 3: METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA ............................................................................ 8
UNIDADE 4: CONCEITOS FUNDAMENTAIS: CLIMA, ESTADOS ATMOSFÉRICOS, FATORES
DO CLIMA E ATRIBUTOS .......................................................................................................................... 9
UNIDADE 5: ESCALAS DO CLIMA ......................................................................................................... 12
UNIDADE 6: ENERGIA SOLAR E TRANSFERÊNCIA DE CALOR ................................................... 17
UNIDADE 7: AS FLORESTAS E O CLIMA ............................................................................................. 21
UNIDADE 8: A INFLUÊNCIA OCEÂNICA E DAS ÁGUAS NO CLIMA ............................................ 29
UNIDADE 9: MASSAS DE AR E AS FRENTES ....................................................................................... 31
UNIDADE 10: AS PRINCIPAIS MASSAS DE AR ATUANTES NA AMÉRICA DO SUL .................. 36
UNIDADE 11: DOMÍNIOS CLIMÁTICOS DO BRASIL ........................................................................ 39
UNIDADE 12: MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E DESEQUILÍBRIO AMBIENTAL ................. 48
UNIDADE 13: ANOMALIAS CLIMÁTICAS ........................................................................................... 53
UNIDADE 14: CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 56
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................ 58
3
UNIDADE 1: INTRODUÇÃO
A Geografia realiza o estudo do clima analisando dados que expressam o
resultado das dinâmicas naturais: a temperatura, a pressão atmosférica, a
umidade do ar, etc. Esta apostila tráz um conjunto de elementos fundamentais
para compreender a formação dos principais tipos de clima em diversas escalas
de análise.
Abordar um tema tão complexo em tão poucas páginas é como querer
abraçar o mundo com as mãos, e é mais ou menos isso que teremos que fazer
para realizar este estudo. Inicialmente serão apresentados alguns aspectos gerais
da atmosfera do planeta, seguindo da explicação dos conceitos da climatologia,
fatores que influenciam o clima, para finalmente chegar a compreender a
dinâmica global e local dos fenômenos atmosféricos, além da caracterização dos
domínios climáticos do Brasil e as causas do chamado aquecimento global.
Para auxiliar a compreensão de palavras possivelmente novas, elaborou-se
notas de rodapé que apresentam mais detalhes sobre os termos e assuntos
menos conhecidos, o conteúdo das notas podem ser visualizadas ao final da
apostila.
Contudo, espera-se contribuir com a formação do estudante apresentando
novos horizontes, novas paisagens, enfim, novas formas de olhar o mundo.
O Planeta Terra
A Terra pode ser considerada, de um ponto de vista científico e didático,
uma série de esferas concêntricas (uma dentro da outra). A litosfera, a esfera
central, constitui a parte sólida do planeta1. No entanto, três quartos da litosfera é
recoberta de água, que forma a hidrosfera. A terceira grande esfera, a biosfera, é
um ambiente intermediário em que estão reunidos todos os seres vivos.
Envolvendo as três esferas existe um manto transparente móvel e impalpável,
com espessura ainda não bem definida e da qual depende toda forma de vida: a
atmosfera.
4
UNIDADE 2: A ATMOSFERA TERRESTRE
Para chegar a ter as características atuais que propiciaram a vida humana, o
planeta terra passou por várias modificações. A atmosfera terrestre, segundo as
teorias modernas, originou-se lentamente durante um longo tempo geológico. Um
dos eventos que contribuiu para isso ocorreu a 4,5 milhões de anos, quando o Sol
emitiu uma onda de energia violentíssima, que varreu a superfície dos planetas,
eliminado possíveis atmosferas e volatilizando rochas recém solidificadas. Assim
a atual atmosfera teria nascido do carbono, nitrogênio e água liberados pela terra
tempos depois de sua formação, durante o processo de resfriamento. O interior
do planeta ainda conserva certa quantidade desses gases em combinações
químicas. Durante milhões de anos esses gases permaneceram no interior da
terra, sendo posteriormente expelidos pelos vulcões, passando a flutuar sobre a
crosta que resfriava e acumulando-se aos poucos. O oxigênio, elemento
fundamental à vida, teria sido o resultado de um processo muito lento, prolongado
e vinculado à evolução dos vegetais, que são as principais fontes de oxigênio na
terra. Todavia, algum oxigênio deve ter existido antes de qualquer vida vegetal. A
decomposição do vapor de água (H2O) pelas descargas elétricas e pela radiação
solar, deve ter formado nas camadas superiores da atmosfera pequenas
quantidades de oxigênio, suficientes para possibilitar a existência de plantas
primitivas. Existem fósseis de algas com 1 bilhão de anos e 400 milhões de anos,
os quais devem ter sido as primeiras plantas da terra e os primeiros produtores de
oxigênio em larga escala (Tarifa, 1997).
Durante esse processo, também se desenvolveu um número de organismos
consumidores de oxigênio, resultando em um equilíbrio entre a produção e
consumo de oxigênio. Com o passar do tempo, o carbono em excesso foi fixado
em combustíveis fósseis, pedras sedimentares (notavelmente pedra calcária), e
conchas animais.
O oxigênio livre na atmosfera reagiu com o amoníaco, foi liberado azoto,
simultaneamente as bactérias também iniciaram a conversão do amoníaco em
azoto. Aumentando a população vegetal, os níveis de oxigénio cresceram
significativamente (enquanto níveis de dióxido de carbono diminuíram). No
5
princípio o oxigênio combinou com vários elementos, mas eventualmente
acumulou-se na atmosfera resultando em extinções em massa.
Com o aparecimento de uma camada de ozônio (O3), a Ozonosfera, as
formas de vida no planeta ficaram mais bem protegidas da radiação ultravioleta.
Esta atmosfera de oxigênio-azoto é um tipo de terceira atmosfera Esta última, tem
uma estrutura complexa que age como reguladora da temperatura e umidade da
superfície.
Desde o período geológico denominado Cambriano, que a composição da
atmosfera continua a mesma.
Composição química da Atmosfera
A atmosfera compreende uma mistura de gases mais ou menos uniforme até
a altitude de 160 km. Os gases mais importantes são: o Nitrogênio que
corresponde a 78,8 % do volume global, e o Oxigênio que ocupa 20,95% do
referido volume. Além desses há o Argônio, com 0,93%, o Dióxido de carbono
(CO2), com 0,03% e, em proporção menos significativa o Hélio, Hidrogênio,
neônio, Criptônio. Próximo à superfície da terra existem também partículas sólidas
orgânicas e inorgânicas. As partículas nocivas aos organismos vivos são
denominadas poluentes. As partículas sólidas existentes no ar são levantadas
pelos ventos e caem em virtude de seu próprio peso, um movimento incessante
determinado pelas correntes ascendentes e descendentes. As partículas sólidas
desempenham um papel importante nos processos atmosféricos, principalmente
aqueles relativos à precipitação, ativando a formação de gotas de chuva ou de
cristais de neve. (Tarifa, op. cit.)
No ar pode haver uma quantidade variável de vapor da água, segundo a
temperatura do ar e disponibilidade de água no solo, sendo que pode chegar ao
volume de máximo de 4% (nos trópicos úmidos). Em estado gasoso a água é
imperceptível ao olho humano. Em estado líquido, em forma de gotas forma as
nuvens e os nevoeiros e em estados sólidos formam os cristais de neve ou grãos
de gelo. No estado líquido, a água logo volta para terra sob forma de chuva, neve
ou granizo.
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O ozônio está concentrado entre as altitudes de 15 e 35 quilômetros da
atmosfera. O conteúdo de ozônio da atmosfera é baixo sobre o Equador e alto na
direção dos pólos, nas latitudes maiores que 50° o ozônio é formado quando, sob
a influência da radiação ultravioleta, as moléculas de oxigênio se rompem e os
átomos separados combinam-se individualmente com outras moléculas de
oxigênio. O modelo da distribuição do ozônio dentro da atmosfera é considerado
como sendo o resultado de algum mecanismo de circulação, que transporta o
ozônio para níveis adequados onde sua destruição é menos provável e sua
concentração é desta forma, assegurada.
Tabela 1.1 – Composição média da atmosfera seca abaixo de 25
quilômetros (segundo Barry e Chorley, 1976).
Gases Volume % (ar seco)
Nitrogênio (N²) 78,08
Oxigênio (O2) 20,94
Argônio (Ar) 0,93
Dióxido de carbono (CO2) 0,03 (variável)
Neônio (Ne) 0,0018
Hélio (He) 0,0005
Ozônio (O³) 0,00006
Hidrogênio (H) 0,00005
Criptônio (Kr) Indícios
Xenônio (Xe) Indícios
Metano (Me) Indícios
Estrutura vertical da atmosfera segundo processos físicos
À medida que a altitude aumenta, as moléculas gasosas que compõe a
atmosfera tornam-se cada vez mais escassas e a distância entre elas aumenta,
isto é, diminui a densidade. Para cada milhão de moléculas ao nível do mar existe
apenas uma a 95.000 metros de altura.
A atmosfera está estruturada em camadas relativamente quentes, separadas
por duas camadas relativamente frias. Os contatos entre essas camadas são
áreas de descontinuidade, e recebem o sufixo "pausa", após o nome da camada
subjacente.
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Podemos separar as camadas segundo suas propriedades físicas em:
- Troposfera é a camada atmosférica que se estende da superfície da Terra até a
base da estratosfera (0 - 7/17 km). Esta camada responde por oitenta por cento
do peso atmosférico e é a única camada em que os seres vivos podem respirar
normalmente. A sua espessura média é de aproximadamente 12km, atingindo até
17km nos trópicos e reduzindo-se para em torno de sete quilômetros nos pólos.
- Tropopausa, é uma zona de transição de espessura entre 3 e 5 km,
caracterizada pela isotermia.
- Estratosfera tem altura média de 70 km, sua temperatura aumenta de acordo
com a altitude até 46 km, desta faixa em diante é isotermal até 52 km, onde inicia
a estratopausa. Muitos aviões a jacto circulam na estratosfera porque ela é muito
estável.
- Estratopausa coincide com a Ozonosfera, apresenta pequena concentração de
vapor d'água. É nesta camada que existe a camada de ozônio e onde começa a
difusão da luz solar (que origina o azul do céu).
- Mesosfera, nesta a temperatura diminui com a altitude, esta é a camada
atmosférica onde há uma substancial queda de temperatura chegando até a -90º
C em seu topo. Está situada entre a estratopausa em sua parte inferior e
mesopausa em sua parte
superior, entre 50 a 85 km
de altitude. É na
mesosfera que ocorre o
fenômeno da
aeroluminescência das
emissões da hidroxila e é
nela que se dá a
combustão dos
meteoróides.
- Mesopausa é a região
da atmosfera que
determina o limite entre
uma atmosfera com massa
molecular constante de outra onde predomina a difusão molecular.
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- Termosfera (80/85 - 640+ km) nesta a temperatura aumenta com a altitude
rápida e monotonicamente as moléculas se movem em trajetórias aleatórias tal,
que raramente se chocam. É a camada onde ocorrem as auroras e onde se
realiza orbitas espaciais.
Também existem classificações segundo a absorção de energia
eletromagnética, denominado de distribuição iônica. Nela temos a Ionosfera que
abrange a região a partir da mesoesfera até altura de 550 km na termosfera. A
asborção dos raios é maior nas camadas mais baixas, sendo nas altas alto indice
de reflexão2.
UNIDADE 3: METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Os principais pontos do debate em torno do objeto e o método da
Climatologia é destacado no texto a seguir, produzido a partir das contribuições
9
de M. Sorre (2006, p.89).
“(...) Os fenômenos que tem como teatro a atmosfera podem ser
estudados sob muitos pontos de vista. A condensação do vapor d´ água, a chuva
a descarga elétrica, o relâmpago são fenômenos físicos cujo estudo pertence ao
ramo da física que se denomina de meteorologia. Esta se preocupa com a
medida desses fenômenos, determina as condições físicas em que são
produzidos, investiga a natureza das relações que existe entre eles e os fatores
que os condicionam e tenta prever a repetição dos mesmos. Aí está toda a tarefa
da meteorologia sob o seu duplo aspecto, estático e dinâmico: definição
quantitativa dos fenômenos, pesquisa de suas leis, previsão. Quando estudamos
as variações geográficas da lamina de água precipitada na superfície do solo,
quando comparamos as diferenças de ritmo de oscilação térmica de uma região
para outra, quando caracterizamos a atmosfera de determinado lugar pela
combinação dos meteoros, quando investigamos a relação entre esses fatos e
outros fatos geográficos, tais como distribuição dos vegetais, animais ou homens,
nós trabalhamos imbuídos de outro espírito. Fazemos climatologia, geral,
descritiva conforme o caso. (...)”
“(...) meteorologistas e climatólogos3 podem fazer observações com os
mesmos instrumentos, sobre os mesmo fenômenos, a temperatura, por exemplo.
Eles elaboram séries registradas nos mesmos arquivos. Todavia, a apreciação da
justeza, da sensibilidade dos aparelhos, a crítica matemática das séries, o estudo
das variações tendo em vista a previsão, tudo isso é essencialmente da alçada do
meteorologista. Ele é preparado para essa tarefa, já que possui a formação de
físico. Aos olhos do climatólogo essas variações termométricas aparecem
primeiro como um elemento da particularidade climática de um lugar ou de uma
região. Esta particularidade climática é, apenas um elemento das características
geográficas, as quais compreendem ainda, a forma do terreno, as águas, o
mundo vivo. (...)”.
UNIDADE 4: CONCEITOS FUNDAMENTAIS: CLIMA,
ESTADOS ATMOSFÉRICOS, FATORES DO CLIMA E
ATRIBUTOS
10
A definição de clima neste contexto é fundamental para diferenciação da
meteorologia.
Definição clássica de clima, segundo Hann (1884) é o estado médio da
atmosfera sobre um lugar, mais exatamente “o conjunto dos fenômenos
meteorológicos que caracterizam a condição média da atmosfera em cada lugar
da terra”.
A média aritmética é apenas uma abstração, destituída de realidade. Ela
apresenta um caráter estático, artificial, não menciona o desenvolvimento dos
fenômenos no tempo. A definição de Hann omitiu um fator fundamental: a noção
de ritmo, um elemento fundamental na climatologia. O ritmo irá se tornar um fator
de análise, o fator tempo (duração). A constância de um estado atmosférico não
deverá ser negligenciando, pois cada momento de duração modifica um terreno,
um estado fisiológico de um ser vivo, e este também influencia o meio climático (
pode-se pensar da perda de cobertura vegetal em períodos de seca).
Uma melhor definição de clima é dada por Sorre (2006, p. 89), “uma série
de estados atmosféricos, sobre um determinado lugar em sua sucessão habitual.
Cada um desses estados atmosféricos caracteriza-se pelas suas propriedades
dinâmicas e estáticas da coluna atmosférica, composição química, pressão,
tensão dos gases, temperatura grau de saturação, comportamento quanto aos
raios solares, poeiras ou matéria orgânicas em suspensão, etc. É o que a
linguagem comum denomina de tempo.
Cada um dos atributos do clima: a temperatura, a pressão, o estado
elétrico, só podem ser separados por um artifício de análise, pois na realidade se
encontram juntos e atuam em conjunto sobre os seres vivos.
O que determina o clima, as circunstâncias que o regulam, são
considerados fatores do clima, por exemplo: latitude, altitude, situação relativa às
massas oceânicas e continentais, aos centros de ação e aos movimentos gerais
da atmosfera, exposição e declividade, etc.
Fatores do clima
A sucessão das mudanças nos tipos de tempo (weather) que ocorre dia a
dia, mês a mês, e anos para ano, na superfície da terá é fundamentalmente o
11
resultado do movimento do ar, que por usa vez resulta da ação de várias forças
sobre as partículas de ar. A origem principal dessas forças é a energia recebida
do sol.
Esta energia aquece a atmosfera e coloca em movimento o que se pode
chamar de máquina atmosfera. O vapor d´água é um dos principais meios ou
veículos para fazer circular essa energia, através das mudanças de estado que
ora consomem, ora liberam energia. Os processos que intervém são complexos,
mas, de modo geral, a circulação geral da atmosfera é uma conseqüência do
aquecimento diferencial ou desigual da superfície da terra e da própria atmosfera ,
fruto das diferentes estações do ano e da latitude, assim como da rotação da
terra.
O resultado é que a energia radiante do sol se transforma em energia
cinética do ar em movimento ou vento. A componente vertical do vento é pequena
e na maioria dos casos pode ser desprezada em comparação aos valores dos
movimentos horizontais ou advectivos. Entretanto, temos que admitir que os
levantamentos ou movimentos verticais do ar são a causa principal de quase
todas as formas de precipitação, da formação da nebulosidade e, porque não
dizer, de quase todas as modalidades de tipos de tempo.
Ainda resta-nos concluir como os elementos ou variáveis importantes, a
distribuição de terras e águas, a distância dos oceanos, o relevo (orientação,
exposição), a altitude, a topografia e a ação antrópica, principalmente nas escalas
menores.
“(...) em cada instante em cada ponto do globo, a atmosfera é uma
combinação singular que tem muita pouca chance de se reproduzir de uma
maneira perfeitamente idêntica.” Os atributos climáticos, temperatura,
luminosidade, estado higrométrico (presença de água), não são os mesmos.”
(Sorre, 2006, p. 91) Entretanto, é possível comparar-se os diversos estados,
agrupá-los em tipos característicos, de cada período do ano. Para isso os fatores
dos quais dependem a sucessão, deverão estar estáveis ou pelo menos
apresentando uma regularidade relativa. Esta análise deve ser restrita a
condições geográficas específicas o que contribui para definição de escalas do
clima.
12
UNIDADE 5: ESCALAS DO CLIMA
A realidade climática pode objetivamente ser caracterizada por unidades
espaciais com grandezas escalares completamente diferenciadas, que variam
desde o nível do globo atmosfera como um todo, até o nível interno dos espaços
urbanos ou agrários.
A partir do momento que aproxima-se a unidade de análise da superfície
da terra o números de variáveis que intervém no processo tornam-se maiores.
13
Categorias taxonômicas do clima
Nível Zonal
Os principais fatores que atuam nesse nível de organização climática são:
latitude, altitude, distância dos oceanos (continentalidade) e o próprio movimento
de rotação da terra. Torna-se pois, nesse nível importante a estruturação do globo
em faixas ou grandes zonas climáticas (faixas latitudinais). Os climas zonais
resultam do equilíbrio resultante entre a recepção diferencial de calor entre as
várias faixas de latitude, dos deslocamentos dos ventos para oeste provocados
pelo movimento de rotação da terra, pela distribuição das terras e águas.
Ex: mapeamento de temperatura da superfície terrestre
Ilustração – Fonte: www.Wikipédia.com.br
A Terra tem um sistema de compensações de temperatura, pressão e
umidade, que mantém um equilíbrio dinâmico natural, em todas as suas regiões.
A exceção à regra são os chamados climas azonais, ocorrem onde são
menores a quantidade de água, e a espessura da troposfera, como nos desertos
e cordilheiras de grande altitude. Por exemplo: a presença da cadeia montanhosa
dos Andes causando a formação de um clima de montanha ou de neve constante
dentro da zona equatorial.
Nesse nível de abordagem torna-se geralmente necessário um longo
período de observações meteorológicas (30 anos conforme recomenda a
Organização Meteorológica Mundial). Para explicação da gênese dos climas
zonais, busca-se estudar a circulação geral da atmosfera, caracterizando os
grandes movimentos ondulatórios, quer sejam dos ventos de oeste ou dos ventos
14
alísios4. O nível da documentação cartográfica, as bases em mapas utilizados
oscilam entre 1:50.000 a 1:10.000. (Tarifa, 1997)
Nível regional
A grandeza escalar, tamanho ou extensão espacial num estudo de clima
regional, varia bastante, surgem muitas vezes “climas intraregionais” dependendo
da combinação dos fatores.
Nos estudos de clima de caráter regional são variáveis importantes: a
exposição, forma e orientação do relevo. Principalmente porque nesse nível que
as variações, ano a ano na localização e freqüência dos centros de alta e baixa
pressão organizados em células de circulação geral definem o ritmo da variação
anual, sazonal, e mensal dos principais elementos climáticos. A irregularidade
climática sobre determinada região, resulta interação entre os fluxos tropicais e
extratropicais.
Nesta abordagem é importante analisar as médias de um longo período e
acompanhá-las com estudos de variação mês a mês ou estação por estação,
durante, por exemplo, cinco ou dez anos. De acordo com a representatividade
dentro da série de 30 ou mais anos, seleciona-se o que será chamado de “anos
padrão”. (Tarifa, op.cit.)
A definição abstrata de “clima regional”, segundo Sorre (2006) é uma forma
de aproxima-se da realidade concreta de uma região geográfica, onde o
dinamismo atmosférico apresenta-se simples, e a topografia bastante uniforme.
Podem ser enquadradas nesta situação as regiões intertropicais de grandes
extensões. A uniformidade do clima, e ao mesmo tempo a regularidade da
sucessão dos estados atmosféricos através do ano, caracterizam, com efeito,
essas áreas, em oposição às regiões temperadas. O clima estacional, como das
montanhas, também pode ser caracterizado como um clima regional.
Limite climático
O “limite climático”, não é linear, no entanto, há casos em que um
obstáculo, como uma montanha pode constituir uma espécie de limite. De modo
15
geral formam-se manchas, onde se deve fazer a combinação de elementos
característicos das regiões climáticas de contato, o que pode resultar em
surgimento de um outro clima na vizinhança constituindo uma transição.
Clima local
O clima local é uma combinação singular, irredutível (Sorre, 2006). A ação
dos fatores do clima é possível de ser generalizada, e, portanto, pode-se agrupar
os climas locais em climas regionais.
A influência das alterações provocadas pelas atividades do homem no
clima, exige a introdução de novos instrumentos, adotando a variação diária dos
elementos climáticos como objeto de análise. O estudo do clima local deve
apoiar-se nos conhecimentos do relevo, da forma de ocupação e uso do solo, e
de espécies que possam ser bioindicadoras.
Microclima
Em uma escala mais reduzida pode-se falar a existência de “microclimas”.
Notadamente pode-se se falar de clima típico de “Poços de Caldas”. No entanto, a
temperatura e os movimentos de ar não são os mesmos na praça central e nas
que se dirigem a ela. Pode-se encontrar também diferenças de um lado a outro de
uma mesma rua, da zona urbana para um campo de trigo, de um bosque mais
adensado para outro menos denso. O que se observa num microclima são
variações imperceptíveis de uma coluna atmosférica, é uma análise detalhada,
formando um recorte aprofundado além do clima local. Nesse nível de análise é
preciso realizar medições locais, trabalho de campo com uso de equipamentos
(radiômetros, albedômetros5, etc...).
Natureza e campo da climatologia
Vale repetir a definição de clima segundo Sorre (2006, p. 90) “uma série de
estados atmosféricos sobre um lugar em sua sucessão habitual”. Esta definição
16
destaca o importante papel da noção sintética de “tipos de tempos”.
A climatologia utiliza-se de dois grandes métodos de trabalho, o método
separativo analítico, e a climatologia sintética ou dinâmica.
O método separativo analítico consiste em registrar e analisar elementos
climáticos de um determinado lugar com o objetivo de calcular médias aritméticas,
baseadas em longas séries de observações. É também o chamado método
estatístico. Tem a vantagem de permitir determinar os valores extremos,
necessários para a escolha dos cultivos agrícolas e de outras finalidades. Não
explica, contudo, a gênese do clima nem acompanha a sua variação cotidiana.
O método da climatologia sintética ou dinâmica é a mais complexa,
implicando no estudo do perfil vertical da atmosfera e na caracterização dos tipos
de tempo e sua sucessão habitual. Procura explicar os climas em função da
freqüência dos tipos de tempo.
A climatologia trata da classificação dos tipos de tempo, do estudo de sua
repartição espacial e temporal.
O tipo de tempo é um estado transitório, mas que necessita de “memória”,
um registro, para ser conservado, ou seja, é preciso realizar medidas periódicas
dos elementos: temperatura, umidade, pluviosidade (chuvas), vento, insolação,
etc.
Para registrar esta complexidade são usadas algumas técnicas, como a
construção de cartas (mapas) onde os elementos aparecem representados em
conjunto ou a proposição de índices que combinam elementos significativos,
como a pluviosidade e a temperatura em determinado espaço geográfico.
Os tipos de tempo por sua vez, resultam de uma série de encadeamentos
de causa e efeito extremamente complexos. Para explicá-los é preciso recuar o
mais longe possível nesta cadeia de relações causais.
Em primeiro lugar, o tempo, é determinado pelo tipo de ar existente num
determinado ponto e esse tem diferentes características conforme a origem e a
evolução sofrida. Os movimentos de ar dependem dos campos de pressão nos
diversos níveis da atmosfera.
As grandes correntes de ar são influenciadas pelos sistemas de relevo,
repartição de terras e águas, rotação do globo e quantidade de energia solar.
De todos esses fatores decorre que a climatologia é um estudo
17
eminentemente geográfico, constituindo uma das tarefas mais importantes do
geógrafo na sua investigação da superfície do globo. Para compreender melhor
os processos que influenciam a formação do clima, segue a explicação detalhada
de cada um dos itens: energia solar e transferência de calor, a latitude e
movimento da terra, pressão atmosférica, a floresta e o clima, massas de ar e
tipos de clima no Brasil.
UNIDADE 6: ENERGIA SOLAR E TRANSFERÊNCIA DE
CALOR
Quase todos os fenômenos atmosféricos dependem da ação do sol. Sua
energia chega a terra através de um movimento ondulatório que se propaga no
espaço em diferentes comprimentos de ondas, constituindo o espectro
eletromagnético.
A energia do espectro eletro magnético é absorvida e refratada ao chegar a
atmosfera terrestre o processo de transferência de calor envolve diversas formas
e variáveis que será detalhado a seguir.
Processos de transferência de calor
18
Condução: transferência por contato de molécula para molécula.
Convecção: movimento de massas de ar que esquenta em contato com
superfície, e se expande. Ao ficar menos denso, o ar quente é substituído por ar
frio. Este movimento que evita o aquecimento excessivo da atmosfera, difunde o
calor horizontalmente ou verticalmente.
Radiação de ondas curtas: por exemplo, a energia radiante do sol que
não exige meio ou massa para transporte, ocorre mesmo no vácuo, por
intermédio de ondas eletromagnéticas curtas.
Radiação de ondas longas: por exemplo, a parcela que deixa a terra após
o balanço energético do que á absorvido e emitido.
A energia solar
A energia solar é composta por diferentes radiações, que variam segundo o
comprimento de onda (medido pela unidade microns). De 0,2 a 0,4 microns são
os raios chamados de ultravioleta que formam 9% do total. De 0,4 a 0,7 é a luz
visível responsável por 41%. De 0,7 a 4 microns são os raios infravermelhos, que
constituem 50% do total. O sol transita calor sob a forma de ondas curtas (não
sensíveis), ao chocar-se com a terra, o calor retorna a atmosfera sob forma de
ondas longas (sensíveis).
Diferença entre calor e temperatura
O calor é energia que se transfere por convecção ou condução. È um
efeito vibratório das moléculas. Quanto mais rápido o movimento delas maior será
a temperatura do corpo. Temperatura, portanto, é medida de energia, de
movimento das moléculas que constituem um corpo.
A energia percebida como luz é resultado de um movimento ondulatório de
comprimento de ondas entre 0,4 a 0,8 microns. Os elétrons, por serem menores
19
que os átomos ou moléculas, efetuam saltos curtos e rápidos de uma órbita para
outra. Esses saltos produzem como conseqüência, vibrações de alta freqüência,
ondas curtas e bastante penetrantes.
Balanço de radiação na atmosfera
Ao penetrar na atmosfera terrestre, a radiação solar é parcialmente
refletida ou absorvida pelos gases atmosféricos.
As camadas superiores do planeta refletem em torno de quarenta por cento
da radiação solar. Destes, aproximadamente 17% são absorvidos pelas camadas
inferiores, sendo que o ozônio interage e absorve os raios ultravioleta, o dióxido
de carbono e o vapor d' água absorvem os raios infravermelhos. Restam 43% da
energia, esta alcança a superfície do planeta. Que por sua vez reflete dez por
cento das radiações solares de volta (Wikipédia, 2006).
A quantidade de radiação solar que incide na superfície terrestre também
poderá variar em função dos seguintes fatores:
Latitude do lugar - inclinação dos raios solares em função da latitude
define a penetração da energia solar, que por sua vez tem aproximadamente 33%
da energia absorvida por toda a superfície atingida durante o dia, sendo uma
parte muito pequena desta re-irradiada durante a noite.
Declinação do sol – a variação é pequena cerca de 3%, predominando a
constante solar da ordem de 1,94 cal/cm3/min. (Conti, J.B.; Furlan, S.A., 1998, p.
92)
Vapor d´água - além dos efeitos descritos, existe ainda a influência do
vapor d'água e sua concentração variável. (o vapor dá água é mais conhecido
como nuvens, podem chegar a ocupar cerca de metade da troposfera, portanto,
refletindo até 30% do calor recebido pelo sol) (Tarifa, 1997)
Índice de absorvicidade
Os diferentes materiais possuem capacidade diferente de absorção da
radiação solar que chega à superfície terrestre. A radiação que pode ser
20
absorvida é indicada por uma fração tendo como incide máximo 1 representado
por um corpo negro. Já um material branco, por exemplo, a neve, não absorve
quase nada o índice de absorção será baixo.
Este mesmo índice, pode ser usado para compreender a capacidade do
material em emitir energia radiante, pois segundo o físico Kirchhoff: a
absorvicidade de um material é igual a sua emissividade para um mesmo
comprimento de onda e uma mesma temperatura.
Índice de reflexividade
O contrário da absorção é a reflexão. O coeficiente de reflexão é
denominado albedo (radiação visível refletida). Este índice indica a proporção de
reflexão da energia solar pela superfície, o que varia conforme o comprimento de
onda, o ângulo dos raios incidentes e a natureza da superfície refletora.
Exemplos: a neve 75%, areia 25%, campo cultivado 20- 25%; nuvens mais de
60% . (Tarifa, 1997)
Este índice é importante, por exemplo, para medir a reflexão diferenciada
por cobertura vegetal, ou diferentes formas de ocupação do solo.
Ao penetrar na atmosfera a energia solar aquece o ar, particularmente o
vapor d´água, mas a maior parte da energia alcança a superfície da terra,
aquecendo-a também. Essa superfície não é plana nem homogênea, pois os
solos, as rochas e as plantas absorvem diferentemente essa energia. Uma parte
dela é convertida em calor, que é reemitido para a atmosfera. (Conti, J. B.; Furlan,
S. A.,1998)
Os oceanos e outros ambientes aquáticos absorvem maior parte da
energia que chega à superfície. A produção de calor na água, no entanto, atinge
somente as camadas superficiais. As florestas, comparadas ao solo nu, também
absorvem muita energia e emitem menos calor. (Conti, J. B.; Furlan, S. A., op. cit.)
O papel das florestas na determinação do clima foi durante muito tempo
bastante menosprezado pelos estudos geográficos, que restringiram a
importância das florestas somente ano nível local. Entretanto, este quadro está
mudando, devido ao agravamento da situação climática no globo e dos alertas de
um ambientalismo com bases científicas.
21
O próximo típico irá exemplificar melhor os processos pelos quais as
florestas devem ser consideradas um fator climático.
UNIDADE 7: AS FLORESTAS E O CLIMA
Segundo Primavesi, (1997, p. 22) “Antigamente as florestas ocupavam
cerca de 60% a 80% da superfície da terra, desde bosques ralos até florestas
impenetráveis. A floresta sempre foi abrigo de inúmeros animais, continham a
fonte de alimento do homem para a caça e de outros seres vivos. Hoje as
florestas quase desapareceram, e muitas vezes não era para dar lugar à
agricultura, derrubava-se indiscrimadamente áreas de encosta de montanha,
planícies arenosas ou terrenos rochosos inutilizáveis.”
A derrubada da floresta abre caminho para ação dos ventos, algumas
vezes, esse se torna tão insistente e secador, que impede praticamente a
agricultura e qualquer reflorestamento. A exposição dos solos aos efeitos
erosivos, acabam destruindo a fertilidade dos solos, que são lixiviados6 pelas
chuvas o que impede a fixação das sementes.
As florestas nos trópicos úmidos são excelentes termostatos. Segundo
Primavesi (1997, p. 22), “até 1500 m de altura a temperatura sobre a floresta é
menor, e dentro da selva as flutuações de temperatura são mínimas, mais ou
22
menos 10° C. também a incidência do vento na Hiléia Amazônica é zero. Mas
embora não influa no macroclima, ela influi intensamente no estado higrométrico
que produz em determinadas superfície, provocando neblina, orvalho e chuvas
locais. E como impede a livre circulação do vento, evita o dessecamento regional.
O vento leva a umidade e o gás carbônico, fazendo diminuir consideravelmente o
crescimento das culturas. E como as árvores não somente impedem um excesso
de insolação, mas igualmente a irradiação do solo, de dia é mais fresco embaixo
delas e a noite é mais quente. Nos países de clima temperado usam-se renques
de árvores como “filtro de ar”, uma vez que o ar frio possui tendência de correr
para baixo nas ladeiras. Ao passar pelo renque de arvores, aquece-se 1° a 3° C
podendo isso ser decisivo para evitar uma geada nas partes inferiores da encosta.
As florestas têm grande importância na regulação das águas, tanto de
chuvas como também na manutenção do nível freático dos rios e das nascentes.
Enquanto existiam florestas em abundância o clima tropical era regular, chovia-se
mais frequentemente e com menos violência. Havia uma época definida para
começar e encerrar as chuvas, atualmente já não há mais datas definidas. Na
floresta amazônica nunca houve enchentes, entretanto com a derrubada da mata
elas passaram a ocorrer.
As florestas de montanha contribuem para a infiltração das águas,
garantindo a perenidade das fontes, riachos, e rios. As árvores protegem o solo
das regiões de captação de águas. Sem as florestas os ventos secam a
paisagem, as chuvas causam inundações, pois o solo deixa de ser permeável
sem cobertura vegetal e, portanto, as águas não abastecem mais os rios e fontes
(Primavesi, op. cit.).
O fato de existir uma ligação entre as florestas e a regulação das águas,
fenômenos de absorção de radiação solar, deve-se atribuir a ela um papel
importante na manutenção e regulação do clima.
Ainda segundo Primavesi (1997, p. 28) “Desde que derrubaram entre 12 e
14% da mata amazônica, descobriu-se que sua vocação não era para pastagens.
Mas, a chuva nos Andes diminuiu em 40%. E como eram parcas, mais ou menos
300 mm/ano, a situação começou a se tornar crítica”.
Para compreender a diferenciação do clima na escala mais ampla, serão
destacados outros aspectos globais de determinação dos tipos de tempo.
23
Latitude e movimento da terra
Segundo as observações de Conti,J.B.; Furlan,S.A. (1998), inicialmente é
importante compreender a divisão dos hemisférios em latitudes:
0° - 30°C – baixas latitudes
30°C – 60°C – médias latitudes
60°C – 90°C – altas latitudes
A influência da latitude na temperatura é muito importante e decorre
principalmente das diferentes quantidades de calor solar recebido. A maior
incidência de energia sobre uma superfície ocorre quando os raios luminosos
estão em posição perpendicular à mesma. No equador e nos trópicos (nos
solstícios de verão), os raios luminosos atingem esta posição. Quando isso
ocorre, a camada de ar que está entre o sol e a superfície é menor nessas
regiões, ou seja, os raios solares percorrem uma distância menor, portanto as
perdas de energia são menores. Esse fato explica porque as temperaturas nos
trópicos são mais altas do que nos pólos.
Nas regiões tropicais de intensa nebulosidade, a média térmica tende a
diminuir. Portanto, embora a região do equador receba doze horas de luz por dia
durante o ano, segundo Conti,J.B.; Furlan, S.A. (1998), a luz que atinge
diretamente a vegetação é bem menor do que nas regiões subtropicais, onde há
menor cobertura de nuvens.
A dinâmica atmosférica das baixas latitudes é controlada pela ZCIT, pelo
“Doldrum” e pelas altas pressões tropicais. A Zona de Convergência Intertropical,
é a área do globo que recebe maior incidência de sol, e região para onde
convergem os ventos alísios originados na rotação da terra para oeste. Nesta
faixa está a área de formação do “doldrum” que corresponde às áreas de máxima
pluviosidade do globo, devido à umidade original da região, planícies cobertas de
rios, florestas, sujeita a influencia oceânica, e intensa formação de nuvens. É
nesta latitude, no continente Asiático que ocorre também o clima de monção,
marcado por mudanças sazonais muito pronunciadas determinando o forte
24
contraste entre a estação seca e chuvosa.
Fonte : http://www.master.iag.usp.br/ensino/Sinotica , 2007.
A região dos pólos, altas latitudes contam com temperaturas médias
bastante baixas, assim como o nível de pluviosidade. Há uma alternância entre
um inverno bastante rigoroso de massas frias polares e grandes turbulências
atmosféricas, e um verão curto. O recorde de frio nesta região foi registrado em
Vostok na Antártida no dia 24 de agosto de 1960, cerca de 88,3 °C negativo. No
verão a temperatura média chega a 10 °C onde predomina a vegetação de
coníferas. Em áreas onde a temperatura é mais baixa, há predomínio da
vegetação conhecida como tundra, onde ocorre o solo conhecido como
permafrost.
Nas latitudes médias o clima é influenciado pelas massas frias polares e
massas quentes equatoriais e tropicais. Esta região possui as quatro estações do
ano bem caracterizadas. As médias de temperatura oscilam entre 10°C e 20° C.
Rotação da terra
Outro fator importante que interagem na formação de fluxos de ar é o
movimento de rotação da terra de oeste. Segundo o astrônomo inglês Halley este
movimento dá origem a chamada força de Coriolis, que determina a trajetória dos
ventos alíseos de nordeste no hemisfério norte e de Sudeste no hemisfério Sul. A
25
velocidade de rotação em torno da vertical é máxima nos pólos e nula no
equador. Cada ponto da terra tem portanto seu turbilhão local, que é proporcional
ao seno da latitude. (Conti, J.B.; Furlan, S.A.,1997)
Antes de compreender o funcionamento das massas de ar e frentes, é
importante compreender a relação entre a latitude e a pressão atmosférica na
formação de diferentes fenômenos climáticos.
A pressão atmosférica
A pressão atmosférica é a força
por unidade de área, exercida pelo ar
contra uma superfície. Se a força
exercida pelo ar aumenta num
determinado ponto, a pressão também
aumentará neste ponto. A pressão
atmosférica é medida através de um
equipamento conhecido como barômetro.
As unidades de medida utilizadas são: polegadas ou milímetros de mercúrio,
kilopascal, atmosfera, milibar (mb) e hectopascal (hPa), sendo os dois últimos
mais usados entre os cientistas.
A Terra atrai as moléculas dos gases constituintes da atmosfera. O peso do
ar exerce pressão sobre todos os corpos à superfície da Terra.
Fatores que influenciam a
pressão atmosférica:
Altitude – a pressão atmosférica diminui à medida que a altitude aumenta.
Com o aumento da altitude, o ar torna-se mais rarefeito exercendo uma
menor pressão, há também uma menor quantidade de atmosfera por cima.
Latitude – Na figura pode observar-se a existência de faixas de pressão à
superfície terrestre.
Fonte : http://web.rcts.pt/~pr1085/index.html,2007.
26
As altas pressões polares são anticiclones de origem térmica. Nas
regiões polares, o Sol incide mais
obliquamente, fazendo com que a
intensidade das radiações solares sejam
menores, originando um menor
aquecimento do solo. O ar em contacto
com o solo muito frio tem um intenso
arrefecimento contraindo-se, e a pressão
por ele exercida, aumenta. Estes
anticiclones formam-se sobre os
continentes, nas regiões frias como a
Sibéria, a Escandinávia, o Canadá e a
Finlândia.
As baixas pressões equatoriais são depressões barométricas de origem
térmica e dinâmica. O Sol nestas regiões incide mais perpendicularmente,
fazendo com que a intensidade das radiações solares seja maior, originando um
maior aquecimento do solo. O ar em contacto com o solo tem um grande
aquecimento, o que o torna menos denso e, associado à convergência dos
ventos, sobe na atmosfera.
As altas pressões subtropicais são anticiclones de origem dinâmica
que resultam de um movimento descendente do ar que, tendo subido nas regiões
equatoriais, arrefeceu e ficou mais denso, e vai descer nas regiões tropicais.
Localizam-se a uma latitude aproximada de 30º Norte ou Sul.
As baixas pressões das regiões temperadas ou subpolares são
depressões barométricas de origem térmica que têm origem no aquecimento do
ar em contacto com superfícies quentes. O ar frio e denso proveniente dos pólos,
à medida que se desloca para latitudes inferiores aquece, torna-se menos denso
e sobe na atmosfera. Estes centros de ação formam-se sobre os continentes
durante o Verão e sobre os oceanos durante o Inverno e localizam-se a uma
latitude aproximada de 60º Norte ou Sul.
Temperatura – Quando a temperatura do ar aumenta, a pressão
atmosférica diminui. Com o aumento de temperatura, as moléculas de um dado
volume de ar agitam-se cada vez mais, distanciando-se uns dos outros, tornando
Fonte : http://web.rcts.pt/~pr1085/index.html,2007.
27
o ar menos denso, exercendo assim menor pressão.
Umidade – um aumento da umidade absoluta faz diminuir a pressão
atmosférica.
Centros de alta e
baixa pressão
A pressão do ar é um
dos fatores determinantes
das condições do tempo. A
figura abaixo ilustra um sistema de baixa e um
sistema de alta pressão. Centros de altas pressões ou anticiclones (A) – partes da
atmosfera em que os valores da pressão crescem da periferia para o centro.
Nestes centros, o ar tende descer próximo do centro de alta pressão, onde são
encontrados os maiores valores de pressão. Os ventos giram no sentido dos
ponteiros do relógio (no Hemisfério Norte, no hemisfério sul gira no sentido anti-
horário). Normalmente o tempo é
estável, a formação de nuvens e
chuvas são inibidas nesses sistemas.
Centros de baixas pressões, depressões ou ciclones (B) – partes da
Fonte: http://web.rcts.pt/~pr1085/index.html, 2007.
28
atmosfera em que os valores da pressão crescem do centro para a periferia.
Nestes centros, o ar tende subir próximo do centro de baixa pressão. Os ventos
giram no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio (no Hemisfério Norte, no
Hemisfério Sul gira no sentido horário) ao redor de seu centro. Normalmente o
tempo é instável, nele ocorre a formação de tempestade e os ventos são mais
intensos.
De um modo geral:
A subida gradual da Pressão atmosférica permite prever tempo bom e seco.
Uma descida nos valores da Pressão atmosférica anuncia tempo úmido e
chuva.
Um aumento lento e contínuo da pressão atmosférica, acompanhado de uma
melhoria progressiva do estado do tempo, deixa prever um período de bom tempo
relativamente prolongado (ter em conta a possível formação de nevoeiros no
Inverno).
Se estiver tempo bom e a pressão atmosférica elevada (pelo menos 1020
hPa) e se o barômetro não oscilar significativamente em torno dessa valor, não
haverá mudança de tempo.
A chegada de nuvens de tipo cúmulos (carneirinho) e uma queda acentuada
da pressão atmosférica, muitas vezes acompanhada de rajadas de vento,
anunciam geralmente aguaceiros com certa violência, e mesmo tempestades.
Se a chegada de ar frio se conjuga com um aumento excepcionalmente rápido
da pressão atmosférica, então a melhoria do estado do tempo será apenas de
curta duração.
Se as nuvens passam à baixa altitude, podemos dizer que a chuva está
eminente.
29
UNIDADE 8: A INFLUÊNCIA OCEÂNICA E DAS ÁGUAS
NO CLIMA
O oceano recobre 70,8% do planeta, e da biosfera interagindo com a
massa atmosférica e outros componentes do quadro natural sendo de relevante
influencia no clima, principalmente pelo mecanismo de aquecimento diferencial,
que será explicado a seguir.
Segundo Tarifa (1997), os oceanos são menos frios no inverno,
particularmente nas médias latitudes. Em outras palavras, os mares e as regiões
litorâneas sob sua influencia direta são mais frescos no verão e ligeiramente mais
quentes no inverno em relação às áreas situadas mais para o interior. Em escala
menor este fenômeno se verifica nas margens de lagos de grandes dimensões,
como, por exemplo, os grandes lagos Americanos. Esta inércia térmica da água
tem um papel regulador sobre os climas oceânicos e é explicada por três razões:
1. A água tem um calor específico bem superior ao da terra, para elevar um
certo valor da temperatura de duas massas idênticas de terra e de água, é
necessário fornecer mais calor a água do que a terra, ou se o calor for o mesmo
será necessário um tempo mais longo para aquecer a água do que a terra. O
resfriamento da água também será mais lento.
2. As ondas, as correntes e os movimentos de convecção permitem aos
oceanos armazenar, uma grande quantidade de calor numa espessura
considerável. A energia solar na água, ao contrário da terra, só se propaga por
condução, e só atinge pequenas profundidades.
3. Os poderosos mecanismos de evaporação e de condensação que atuam na
30
superfície dos oceanos implicam numa transferência de energia do mar para o ar,
ao mesmo tempo, que esta se torna mais tímida e mais “opaca”, às radiações de
ondas longas provenientes do Sol.
Por essas razões a amplitude térmica anual (diferença entre o verão e o
inverno) é mais acentuada em regiões distantes do mar. A amplitude térmica
anual varia também com a latitude, sendo muito fraca nas zonas equatoriais e
mais pronunciadas nas altas e médias latitudes, principalmente pela variação
entre a duração do dia e da noite, fato provocado pela inclinação do eixo da terra
em direção ao plano da Elíptica (do qual decorre as estações do ano).
31
UNIDADE 9: MASSAS DE AR E AS FRENTES
Os movimentos de ar, massas de ar e ventos resultam da distribuição
desigual de energia solar na atmosfera terrestre, resultado de sua curvatura. A
diferença de temperatura exerce uma função muito importante na formação de
áreas de baixa e alta pressão atmosférica e, conseqüentemente, no movimento
das massas de ar e dos ventos, pois os deslocamentos do ar ocorrem de uma
área de alta pressão (fria) para uma área de baixa pressão (quente).
O ar aquecido das zonas de baixas latitudes próximas ao equador se
expande, torna-se leve e sobe (ascende), criando uma área de baixa pressão ou
ciclonal. O ar mais frio e denso das áreas de médias e altas latitudes, desce,
fazendo surgir uma área de alta pressão. Nas baixas latitudes a ZCIT (Zona de
Convergência Intertropical, próximo ao equador) corresponde a área de baixa
pressão entre as latitudes de 25° e 35°, faixa onde ocorre os anticiclones
subtropicais e encontro dos ventos alísios.
32
Figura: ZCIT, Fonte:http://www.master.iag.usp.br/ensino/Sinotica/AULA15/AULA15.HTML, 2007.
As massas de ar apresentam horizontalmente características físicas mais
ou menos uniformes (temperatura e umidade). Formam-se em grandes zonas
planas onde o ar pode estar suficientemente tempo parado para tomar as
características físicas próprias da superfície em baixo dele. Podem ter vários
quilômetros de espessura. Conforme a zona em que se desenvolvem são
classificadas como equatoriais (quentes e muito úmidas), tropicais (quentes) e
polares (frias) ou massas de ar marítimas (geralmente muito úmidas) e massas de
ar continentais (geralmente secas).
Uma vez que as massas apresentam uma tendência para igualar a
pressão, estabelece-se, assim, uma dinâmica atmosférica, ou seja, uma
circulação geral de ar quente entre os trópicos e os pólos, passando pelas zonas
de médias latitudes.
Quando uma massa de ar se desloca sobre uma superfície mais fria do que
ela, é chamada uma massa de ar quente. Se a superfície está mais quente do
que ela, é chamada uma massa de ar frio.
As massas de ar frias são mais instáveis, apresentam boa visibilidade e
permitem a formação de trovoadas e de nuvens cumuliformes. As massas de ar
quentes são mais estáveis e estão associadas a uma visibilidade mais restrita
favorecendo a formação de neblinas e nevoeiros e nuvens do tipo estratificado.
As áreas frias ou de alta pressão, como as polares, e as subtropicais ou de
latitudes médias são dispersoras de massas de ar e ventos, e recebem o nome de
áreas anticiclonais; as quentes ou de baixa pressão atmosférica (de baixa
latitude), como as equatoriais, são receptoras de massas de ar e ventos e são
chamadas de áreas ciclonais. (Wikipédia,2007)
As massas de ar são veículos da transferência de calor na atmosfera
através do globo. Quando uma massa de ar se desloca, a sua parte dianteira
passa a ser conhecida por frente. A massa de ar em deslocamento vai-se
modificando, porque encontra condições de superfície diferentes, e o seu
movimento provoca variações de pressão. As massas de ar acabam por chocar
umas com as outras, normalmente nas latitudes médias, produzindo a maioria dos
33
fenômenos meteorológicos mais interessantes.
O ar de um lado da frente sopra tipicamente numa direcção diferente da
outro lado o que faz com que o ar convirja (embata um no outro) ou se empilhe na
zona da superfície frontal. Como o ar tem que ir para algum lado, acaba por subir
e o vapor de água condensa. Se há umidade suficiente (quantidade de vapor de
água) no ar, há uma probabilidade de que as gotas aumentem de tamanho e
acabem precipitando, caindo no solo sob a forma de chuva.
Fonte: Wikipédia, 2007
Legenda:
1. frente fria 2. frente quente 3. frente oclusa 4. frente estacionária
O chamado sistema frontal é composto, de um modo geral, por uma frente
fria, o uma frente quente que a antecede. As frentes oclusas surgem quando a
frente fria, movendo-se mais depressa, ultrapassa a frente quente e ambas se
encontram à superfície, na fase final do sistema. (Wikipédia, 2007)
Frente fria é a borda dianteira de uma massa de ar frio, em movimento ou
estacionária. Em geral a massa de ar frio apresenta-se na atmosfera como um
domo de ar frio sobre a superfície. O ar frio, relativamente denso, introduz-se
abaixo do ar mais quente e menos denso, provocando uma queda rápida de
temperatura junto ao solo, seguindo-se tempestades e também trovoadas. A
chuva para abruptamente após a passagem da frente. As frentes frias chegam a
deslocar-se a 64 Km/h. Uma frente fria é uma zona de transição onde uma massa
34
de ar frio (polar, movendo-se para o equador) está a substituir uma massa de ar
mais quente e úmido (tropical, movendo-se para o pólo).
Fonte: Wikipédia, 2007
As frentes são prenunciadas por ventos de noroeste no hemisfério norte e
suldoeste no hemifério sul. As frentes frias se movem rapidamente e podem
baixar a temperatura do ar na primeira hora cerca de 5 °C.
O ar frio eleva o ar quente à sua frente e este vai arrefecendo à medida que
é obrigado a subir. Desde que seja suficientemente úmido, o ar quente condensa
formando cumulus e depois cumulonimbus, que produzem uma frente de
trovoadas e cargas de água fortes com rajadas.
Os ventos altos soprando nos cristais de gelo no topo dos cumulonimbus
geram cirrus e cirrostratus que anunciam a frente que se aproxima. Depois de a
frente passar, o céu acaba por clarear aparecendo alguns cumulus de bom tempo
(cumulus humilis). Ocorre também uma considerável queda na temperatura do ar,
uma vez que a massa de ar frio passa então a dominar a dinâmica atmosférica
desta região.
Se o ar que se eleva é quente e estável, as nuvens predominantes são
stratus e nimbostratus, podendo-se formar nevoeiro na área de chuva. Se o ar for
seco e estável, o teor de umidade no ar aumentará e aparecerão somente nuvens
esparsas, sem precipitação.
Frente quente é a parte dianteira de uma massa de ar quente em
movimento. O ar frio é relativamente denso e o ar quente tende a dominá-lo,
produzindo uma larga faixa de nuvens e uma chuva fraca e persistente e às vezes
nevoeiro esparso.
35
Figura: Nuvens associadas a frentes quentes Fonte: Wikipédia, 2007.
As frentes quentes tendem a deslocar-se lentamente e podem ser
facilmente alcançadas por frentes frias, formando frentes oclusas. Quando uma
frente deixa de se mover, designa-se por frente estacionária. Uma frente quente é
uma zona de transição onde uma massa de ar quente e úmido que está para
substituir uma massa de ar fria. As frentes quentes deslocam-se do equador para
os pólos. Como o ar quente é menos denso que o ar frio, a massa de ar quente
sobe por cima da massa de ar mais frio e geralmente ocorre precipitação. Muitas
vezes, uma camada de nuvens finas (cirrus) é observada a mais de 1000 km à
frente da superfície da frente quente (umas 48 horas antes dela chegar a esse
local). Depois surgem cirrostratus e altostratus. A uns 300 km antes da frente
surgem então stratus e nimbostratus e eventualmente começará a cair uma chuva
leve. Depois da frente passar, observam-se nuvens do tipo cumulus de bom
tempo.
A temperatura eleva-se já ligeiramente antes da chegada da frente quente,
porque as nuvens aumentam localmente o "efeito de estufa" na atmosfera,
absorvendo radiação da superfície terrestre e emitindo radiação de volta à
superfície.
36
UNIDADE 10: AS PRINCIPAIS MASSAS DE AR ATUANTES
NA AMÉRICA DO SUL
Conhecendo a dinâmica das áreas de baixa pressão e alta pressão torna-se
mais facil compreender os sitemas atmosféricos atuantes em nosso continente e
como eles colaboram na formação dos tipos de tempo.
Dependendo da estação do ano, as massas avançam para o território
brasileiro ou dele recuam. O avanço ou recuo dessas é que irá determinar o
clima, associado com os fatores do relevo e umidade local.
A palavra massa de ar pode ser substituída por “sistemas e subsistemas
atmosféricos” e permitem análise em unidades menores, como os sistemas
frontais, ou de descontinuidades ou perturbações presentes nesses sistemas.
As características das formas de relevo da América do Sul fomentam um
número reduzido de massas de ar continentais. Apenas a planície amazônica, em
caráter mais definido e permanente e o setor central da planície platina – o Chaco
funciona como fontes restritas de massas de ar. As massas de ar marítimas
sobrepõem-se interferindo muito mais no continente, principalmente na vertente
atlântica, já que na vertente do pacífico as interferências são barradas pela
cordilheira dos Andes. (Monteiro, C.A.F. 1963)
A classificação das massas de ar baseia-se nas diferenças de temperatura
(polar ou tropical) e umidade (continental ou marítima); os perfis verticais dessas
variáveis indicam o processo de formação da massa de ar;
Polar Atlântica
Participa na circulação regional principalmente durante o inverno. A
orientação meridiana da Cordilheira andina divide essa em duas massas: a
Pa (Polar atlântica) e a Pp (Polar pacífica).
Forma-se sobre áreas oceânicas em latitudes altas como transformação da
polar continental
Fria, úmida, instável e profunda (estende-se através da troposfera)
Penetram no continente sul-americano pelo oeste ou pelo sul/sudoeste
37
Mantém interferência no Brasil meridional durante todo o ano. Sobre outras
regiões é mais expressiva no inverno.
É representada na classificação internacional de Bergeson como mP, e
quando sua trajetória é no continente utiliza-se cP.
Massa Equatorial Continental ( Ec)
Origina-se na planície amazônica.
É uma célula divergente dos alísios.
Mantêm-se durante todo o ano na região amazônica
Massa de ar quente e de umidade específica
No verão austral (sul) é tende a avançar para noroeste ou sudeste, sudeste
de acordo com a posição da frente Polar Atlântica (Pa).
Massa Tropical Continental (Tc)
Pouco freqüente
Restrita ao verão
Ocorre pela influencia da Frente Polar Atlântica (Pa) na depressão do
Chaco.
O ar seco e quente da planície ganha movimento divergente ao ar frio.
A mesma sinalização Tc em cartas sinóticas, em outras épocas do ano,
referem-se a Pa modificada, chamada também de “ Polar velha”
Localiza-se no corredor de planícies centrais do continente
Massa Tropical Atlântica (Ta ou Tm)
Individualiza-se do anticiclone semifixo do Atlântico Sul
Massa quente, úmida, estável graças ao sistema de alta pressão de
emissão contra-horário daquele anticiclone.
Grande poder de penetração para o interior do continente
Atividade constante o ano inteiro na região Leste, Sul e Centro Oeste.
38
Influencia oscila segundo latitude e alterações na fonte do anticiclone.
No verão se torna instável devido ao aquecimento basal em contato com
continente, e pelo efeito orográfico (contato com relevo acentuado)
Monteiro, C.A.F. (1963), realiza a descrição mais usual do processo, quase
clássico de atuação das frentes de inverno no Brasil:
Durante o inverno, após o solstício, o anticiclone semifixo do Atlântico
avança para o leste do continente até altura do meridiano 55°, seus avanços e
recuos são regulados pelo sistema de depressões ao longo da frente Polar
Atlântica. O anticiclone do Pacífico, mais próximo do continente entra em choque
frequentemente, com o anticiclone migratório Polar, em seus avanços para o
norte do continente, implicando em atividade para frente polar Pacífica e reforço
do anticiclone Polar. Com o fortalecimento deste anticiclone há o avanço dele
para o norte provocando intensas ondas de frio no sul. E o fato do hemisfério
norte estar no verão, há um recuo da ZCIT para cima do equador.
A Massa Tropical Atlântica irá contrapor-se a Massa Polar Atlântica, que age
na região a partir do sul, deste encontro decorre fenômenos frontológicos que
regulam estados atmosféricos que se sucedem.
Na carta sinótica abaixo, pode-se notar áreas de alta pressão representadas
pela letra A, e a área de triângulos marcando o avanço da frente fria no
continente.
39
Fonte: Fuvest, s.d.
A atuação desses sistemas atmosféricos é um importante fator na
diferenciação dos tipos de clima no Brasil, marcando diferenças entre o domínio
equatorial da região norte amazônica, o clima tropical do centro oeste, nordeste
sudeste, o semi-árido, as áreas serranas do sudeste, e o domínio subtropical.
UNIDADE 11: DOMÍNIOS CLIMÁTICOS DO BRASIL
Este capítulo foi elaborado como um resumo do trabalho de Furlan, S. e
Conti, J. B. (1998), este recorte didático inclui também alguns acréscimos a fim de
contemplar às rápidas mudanças e avanços nas pesquisas ambientais. Com
objetivo de auxiliar a compreensão da definição de clima no Brasil, segue o texto
proposto.
O território brasileiro compreende uma área situada a partir de 5º16' de
latitude norte a 33º45' de latitude sul, logo, predominando nas baixas latitudes.
Esta grande extensão tem uma pequena parcela acima da linha do equador, que
divide os dois hemisférios terrestres, mais ao sul será atravessado pelo trópico de
Capricórnio, que sinaliza o limite meridional da declinação anual do Sol.
40
Por estar nesta faixa o país é marcado pelas características da
tropicalidade:
- temperaturas médias superiores a 18ºC e diferenças sazonais marcadas
pelo regime de chuvas em 95% do território.
- desde limite o norte até o paralelo 20° de latitude sul possui a amplitude
térmica anual é inferior a 6°C.
- na faixa do Equador ao trópico de Capricórnio tem a circulação
atmosférica controlada pela ZCIT (Zona de Convergência Intertropical), alísios e
altas pressões subtropicais.
- o alto índice pluviométrico controla os regimes fluviais, em quase todas as
bacias hidrográficas, com exceção da Amazônica que é controlada pelo degelo
dos Andes.
Entretanto, há muitas diferenças que precisam ser destacadas, fatores de
escala local e regional que influenciam na determinação dos tipos de climas.
O domínio equatorial
Na área mais próxima a linha do equador, predomina a influência de
fatores zonais, como a ZCIT, a ação dos alísios e da baixa pressão equatoriais
(doldrums). A massa equatorial continental (Ec), quente e instável, exerce grande
influência na Amazônia ocidental ao passo que a massa equatorial marítima (Em)
e a ZCIT afetam, com maior intensidade, o médio e baixo Amazonas e o litoral.
Devido à permanência da célula de alta pressão (Ec) a Amazônia Ocidental
tem grande índice de pluviosidade. A cidade de ltaranquá, situada à margem do
rio Negro, na Amazônia ocidental, tem precipitação anual média de 3496 mm. As
médias térmicas estão acima de 24ºC em toda a região, exceto o planalto das
Guianas.
Por outro lado, há uma diagonal subúmida que se estende de Roraima ao
sul do Pará, chegando até Rondônia e parte do Acre, cujas médias pluviométricas
são menos elevadas, apresentando alternância da estação seca e da chuvosa e
caracterizando um clima equatorial subúmido. Faz parte desta região cidades
como Santarém, no médio Amazonas, onde foi registrada uma média
41
pluviométrica de 1973 mm.
No baixo Amazonas, os totais anuais de precipitação aumentam em
relação à região subúmida. Esta área possui um período de estiagem de apenas
dois meses, como resultado da ação da massa equatorial marítima e da
circulação de leste (alísios) ex: Belém, no baixo curso, teve 2204 mm de
precipitação.
A influência da massa polar atlântica, embora rara, pode ocorrer no trecho
mais interiorizado, favorecido pelo "corredor" de terras baixas do interior do
continente (depressão do Paraguai), que canaliza o ar frio de procedência
meridional favorecendo a chegada do frio até cidades do estado do Acre no
extremo norte do país.
42
O domínio tropical
O restante da região Centro-Oeste, o Nordeste e o Sudeste constituem o
domínio do clima tropical, o qual, por sua vez, apresenta variações segundo a
atuação dos diversos sistemas atmosféricos e dos fatores geográficos.
Praticamente em toda essa imensa área do espaço brasileiro as
temperaturas médias anuais estão acima de 18°C e há uma nítida alternância
entre estação seca e estação chuvosa. A época da estiagem, porém, não é a
mesma. Na maior parte do Brasil central as chuvas ocorrem de outubro a março,
e a seca, de abril a setembro.
No Brasil central a dinâmica é controlada pela ZCIT, massa equatorial
continental (Ec), massa tropical marítima (Tm) e anticiclone migratório polar. É
freqüente, também, a presença das chamadas linhas de instabilidade tropicais
(IT), alongadas depressões que se movem de noroeste para sudeste, na
vanguarda da frente polar atlântica (FPA), quase sempre causadoras de
tempestades e turbulências. É significativa, ainda, a atuação da massa tropical
continental (Tc), cuja área geográfica mais importante é a depressão do Paraguai,
onde determina longas estiagens.
O Pantanal mato-grossense localizado na depressão do Paraguai, aparece
com marcante individualidade, por se tratar de uma área de clima muito quente,
dominada pelas baixas pressões do centro do continente, possui índice de
pluviosidade relativamente modesto (inferior a 1 200 mm). Em sua porção mais
ocidental já se observam características próximas da semi-aridez, denotando a
transição para o domínio natural do Chaco.
A cidade de Corumbá, no estado de Mato Grosso do Sul, está na divisa do
Brasil com a Bolívia, a 145 m de altitude sobre o nível do mar, apresentando uma
média térmica de 14,6ºC e uma precipitação anual de apenas 1121 mm.
O litoral oriental do Nordeste, bem como seu trecho setentrional, são climas
atípicos quanto à distribuição anual das chuvas, apresentando máximos entre
março e agosto, no período de outono/inverno, sendo determinado por fatores
orogênicos (relevo) e a ação da massa Tropical Atlântica (Ta).
A mancha semi-árida
43
Área de escassa pluviosidade (inferior a 600 mm anuais) dentro do domínio
tropical, é conhecida como “sertão nordestino” abrange quase 1 milhão de km,
desde os litorais dos Estados do Ceará e Rio Grande do Norte até o médio São
Francisco, prevalece o domínio da seca.
As chuvas, além de escassas, são irregulares, quando ocorre são
fenômenos turbulentos e torrenciais, em grandes quantidades concentradas em
pouco tempo, provocando desequilíbrios ambientais. Em virtude de se registrarem
aí as médias térmicas mais altas do país (acima de 26ºC), o déficit hídrico é
severo e há alguns indícios de desertificação (exemplo, região do Serindó, no Rio
Grande do Norte; Raso da Catarina, na Bahia). Na Bahia na região conhecida
como Sertão de Canudos (margem direita do rio São Francisco, próximo às
cabeceiras do rio Vaza Barris), aparece uma das mais extensas manchas áridas,
com pluviosidade anual muito reduzida. Exemplos: Cocorobó, 457 mm e
Formosa, 403 mm.
A vegetação da caatinga (xerofítica) presente na região, retrata este quadro
de escassez hídrica. A paisagem é de solos pedregosos sendo denominado pelos
geólogos de “campos de inselbergs”. O domínio do semi-árido não se apresenta,
porém de forma homogênea, exibindo grande diversidade de um ponto para
outro.
O período da estiagem não é o mesmo em toda a região, em virtude das
diferenças na dinâmica atmosférica.
As causas da escassez de precipitação naquele ponto do território
brasileiro são explicadas por diferentes hipóteses. Entretanto, a mais aceita
atualmente é de que seja causada pela influência oceânica da temperatura da
superfície do mar.
44
As águas do Atlântico equatorial são menos quentes ao sul do equador não
só em virtude do desequilíbrio térmico entre os dois hemisférios como também
porque são alimentadas pela corrente fria procedente da costa sul-africana, a
corrente de Benguela. O giro anti-horário (sentido anticiclônico) da massa
oceânica do Atlântico sul transporta essas águas para latitudes mais baixas,
provocando redução da chuva em toda a sua área de influência: costas da
Namíbia, de Angola, arquipélagos de Santa Helena, de Ascensão, de Fernando
de Noronha e Nordeste brasileiro, especialmente os litorais do Ceará e do Rio
Grande do Norte. A mancha semi-árida, que se estende por quase 10º de latitude,
seria um prolongamento dessa área de fraca pluviosidade que afeta o Atlântico
subtropical, fenômeno que na escala global não constitui exceção, sendo também
registrado no oceano Pacífico. Por exemplo, a ilha de Malden, que apesar de
estar situada em pleno Pacífico equatorial (4º lat. S), apresenta uma precipitação
anual de apenas 730 mm e as ilhas Galápagos (0º de latitude) recebem 367 mm.
O domínio subtropical
O trópico de Capricórnio, linha imaginária que marca o limite meridional da
declinação anual do Sol, sinaliza também o início da área de clima subtropical.
Naturalmente, as fronteiras climáticas são referências dinâmicas já que
dependente de variações naturais.
45
O Brasil subtropical começa numa faixa de latitude correspondente à
posição dos Estados de São Paulo e Paraná, a partir da qual há o domínio da
massa polar Atlântica e dos sistemas atmosféricos extratropicais. Do ponto de
vista da dinâmica atmosférica, o Brasil meridional apresenta características que o
aproximam das latitudes médias. Apesar disso, os sistemas intertropicais também
se fazem presentes no Sul do Brasil.
A massa tropical atlântica atua com vigor ao longo da costa, especialmente
ao norte da desembocadura do rio Itajaí em Santa Catarina, intensificando a
precipitação nas encostas voltadas para o oceano. A massa equatorial continental
(úmida), a tropical continental (seca) e as linhas de instabilidade tropicais
(designadas pelas letras IT) exercem uma ação periférica, restringindo-se ao setor
oeste e ao norte.
O anticiclone migratório polar, com sua linha de descontinuidade frontal
(frente polar), afeta com regularidade a região, principalmente durante o outono e
o inverno, seguindo várias trajetórias. Sua atuação pode provocar formação de
geadas e quedas de neve que podem comprometer as safras agrícolas quando
ocorrem em momentos inoportunos. As nevascas atuam principalmente no
planalto catarinense e com relativa freqüência, sobre a serra gaúchas. As cidades
mais conhecidas por este fenômeno são: São Joaquim e Friburgo em Santa
Catarina e Caxias do Sul, Gramado e Canela no Rio Grande do Sul.
46
Fonte: Ross, 1998.
As médias térmicas no Sul do Brasil caracterizam-se por apresentar
valores anuais geralmente inferiores a 18ºC, com variações determinadas pela
altitude e distância do mar. A amplitude térmica atual é mais acentuada que no
restante do país, aproximando-a, também nesse particular, das médias latitudes.
As precipitações são superiores a 1250 mm e distribuem-se com relativa
uniformidade ao longo do ano. A cidade de Curitiba no Paraná, por exemplo,
possui temperatura média de 16,5° C está situada a 947 de altitude com média de
precipitação de1412 mm. Já na cidade de Alegrete a 104 m de altitude do nível do
mar, a média da temperatura é de 18,6°C e a média de precipitação chega a 2610
mm. Apesar de não se definir uma estação seca, as máximas tendem a se situar
em dezembro/janeiro no norte da região, passando para junho/julho no extremo
sul.
Nas planícies do Rio Grande do Sul verificam-se ocasionalmente a
47
ocorrência de "tornados", violentos movimentos turbilhonares com alguns metros
de diâmetro, havendo convergência do ar seguida de ascensão em forma de funil.
Verificam-se, preferencialmente, nos meses de primavera e resultam de súbitas e
acentuadas baixas de pressão. Manifestam-se por ventos com velocidade acima
de 100 km/h, causando grandes estragos.
As áreas serranas do sudeste
Dentro do domínio tropical, outra área que aparece com marcante
individualidade são os planaltos e serras do Sudeste. Abrangem o sul de Minas
Gerais e do Espírito Santo e partes dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro,
onde altitudes acima de 1000 m determinam condições especiais de clima. Trata-
se de um clima azonal, que não pode ser explicado em virtude da latitude. É o
chamado clima tropical de altitude, no qual as temperaturas médias anuais caem
para menos de 18ºC e a pluviosidade se acentua, sobretudo nas encostas
litorâneas, em posição de barlavento (face que está na frente ao vento).
Os diferentes climas azonais do globo dependem dos níveis de altitude e
sua incidência coincide com as grandes cadeias de montanhas: Andes,
Montanhas Rochosas, Alpes, Cáucaso, Himalaia etc. Além de mais frios,
concentram maior umidade em relação às regiões baixas adjacentes.
Os maciços montanhosos exibem grande variedade de microclimas, pois
em virtude das diferentes exposições das vertentes, muda-se a insolação e a
ação dos ventos dominantes. As características paisagísticas refletem esses
contrastes. As que estão expostas aos ventos úmidos (vertentes a barlavento)
são chuvosas e recobertas por florestas exuberantes, ao passo que as que se
encontram em situação inversa (vertentes a sotavento) são mais secas e
apresentam cobertura vegetal menos exuberante. Em nosso país, apesar da
pouca expressividade das altitudes do relevo, a Mata Atlântica, que recobre a
serra do Mar, é um bom exemplo de floresta de encosta a barlavento.
Nas áreas de relevo muito dessecado, os fundos de vale estão sujeitos a
freqüentes episódios de inversão térmica em virtude da ação do vento de
montanha, denominado catabático, que transporta o ar frio para as partes mais
baixas. Em áreas industrializadas, a inversão térmica concorre para agravar a
48
poluição atmosférica em virtude da ação de bloqueio que exerce sobre os
mecanismos de dispersão dos gases com micropartículas.
O clima nas áreas serranas do sudeste é em grande parte, controlado pela
ação da massa tropical marítima (Tm) e é afetada, ocasionalmente, pela:
equatorial marítima (Em), oscilações da ZCIT e linhas de instabilidade tropicais
(IT). Porém, são as massas polares (MP), dinamizadoras da frente polar atlântica
(FPA), as principais responsáveis por seu regime pluviométrico, caracterizado
pela concentração das chuvas no verão.
Durante a estação fria, as massas polares chegam até aí reforçadas pelo
ar polar do pacífico, através de uma trajetória predominantemente continental,
sendo, portanto, menos úmidas e mais estáveis. No verão, ao contrário, são
desviadas para o litoral, na altura do estuário do rio da Prata, em virtude do
grande aquecimento do continente e vão atingir, freqüentemente, as áreas
serranas do Sudeste, onde provocam intensas precipitações. Muitas vezes
permanecem aí semi-estacionadas, em virtude da resistência oferecida pela
massa tropical atlântica, e são responsáveis por chuvas continuadas que
desencadeiam grandes transtornos: enchentes, deslizamentos de encostas e
destruições de áreas habitadas.
As médias pluviométricas mais elevadas aparecem no trecho paulista da
serra do Mar próximo à cidade de Bertioga, onde se assinala 4000 mm de índice
médio de pluviosidade. Esse valor só é comparável ao das áreas mais chuvosas
do globo, como, por exemplo, a Ásia das monções.
A altitude proporciona boas condições de salubridade e aí se situam
conhecidas estações de saúde, como Campos de Jordão-SP situada a 1600m de
altitude com temperatura média de 13,6 C e precipitação de 1.563 mm, Poços de
Caldas-SP cerca de 1200 m de altitude com precipitação de 1745 mm e média
térmica de 17,5 C; entre outras.
UNIDADE 12: MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E
DESEQUILÍBRIO AMBIENTAL
O clima é regulado pela dinâmica atmosférica, a qual obedece a modelos
49
clássicos conhecidos. Fatores como a latitude ou a estação do ano determinam
os fluxos zonais (direção leste-oeste) e nos meridianos (norte-sul); ambos, por
sua vez, são impulsionados pelos grandes anticiclones estacionários.
Uma mudança significativa do clima supõe, portanto, variação nesse
arcabouço global.
Analisando as grandes mudanças climáticas no tempo geológico,
especialistas atribuem as causas das alterações na circulação atmosférica a
fatores externos ao sistema climático, como, por exemplo, nas flutuações no fluxo
de energia solar, em decorrência de fenômenos planetários ou de perturbações
na órbita da Terra. Entretanto, também se constata causas em fonte internas do
sistema climático. Nesta categoria estão as mudanças atuais provocadas pela
ação humana que interfere nos padrões de absorção de energia pela atmosfera.
Segundo relatórios do IPCC, Painel Intergovernamental sobre as
mudanças Climáticas, estabelecido pela ONU e pela Organização Mundial de
Meteorologia, em 1988 com objetivo e pesquisar o aquecimento global e seu
impacto, os países terão que adotar medidas para eliminar ou pelo menos
diminuir os danos ambientais provocados pelas ações humanas para evitar
grandes catástrofes ambientais. Este grupo, integrado por importantes cientistas
do mundo inteiro já lançou diversos relatórios e publicará em 2007 o seu quarto
número (Davis, 2007). Devido à confiabilidade de suas projeções e dados, desde
que lançou seu primeiro relatório, tornou-se uma grande polêmica mundial,
despertando grande parte da sociedade para a necessidade de mudanças
urgentes no padrão de desenvolvimento e da efetivação de acordos internacionais
para resolução dos problemas que estão afetando todo o globo.
Compreendendo o Aquecimento Global
A atmosfera atual tem uma concentração de gases que é mantida pelas
atividades biológicas na biosfera. Essa inter-relação se dá em diferentes escalas.
Uma floresta tropical e um campo, ou a superfície dos oceanos, por exemplo,
produzem e consomem volumes diferentes de O² e CO² no processo da
fotossíntese. Outro exemplo da inter-relação do clima com a biosfera refere-se à
quantidade de energia absorvida e devolvida à atmosfera. Um ecossistema com
50
uma quantidade elevada de matéria orgânica (biomassa), como uma floresta
tropical, absorve grandes quantidades de energia e devolve à atmosfera, sob a
forma de calor, uma quantidade dessa energia menor do que a devolvida por um
deserto (Conti, J. B., et. al., 1998). Logo, pode-se afirmar que as alterações
humanas provocadas na superfície terrestre pelas práticas agrícolas,
desmatamento, urbanização afetam significativamente as trocas energéticas
atmosféricas.
A mudança nos processos de absorção e reflexão dos raios solares, atua
desequilibrando o balanço de energia nas camadas baixas, além de influir na
força e na direção dos ventos de superfície e nos valores da umidade relativa no
regime de chuvas.
A floresta tem papel fundamental na dinâmica local dos ciclos de chuva,
principalmente na Amazônia. A eliminação da cobertura vegetal diminui a
capacidade de retenção de energia solar pela superfície inibindo a formação de
fluxos de ar ascendentes, chamados “correntes térmicas”. A estabilidade
atmosférica tende a se acentuar, diminuindo a possibilidade de formação de
nuvens e, portanto, da ocorrência de chuvas ( Conti, J.B. et. al. , 1998).
O efeito estufa
As atividades antrópicas atuam sobre o clima através de mudanças na
composição atmosférica, particularmente no C02, ozônio e aerosóis. Há evidência
inequívoca de que o conteúdo de C02 da atmosfera está aumentando ao longo
dos anos, como resultado do uso de combustíveis fósseis para a produção de
energia (Barry e Chorley, 1976). A emissão dos gases CFC´s, presentes
principalmente nos aerosóis causam danos na camada de ozônio, e tornaram-se
proibidos desde a década de 70 com o acordo internacional de Montreal. Logo, o
buraco na camada de ozônio atribuída aos usos desses gases atualmente está
controlado. (Gore, 2006). Entretanto o mesmo não ocorre com o dióxido de
carbono.
Figura: Concentração mensal de gás carbônico na atmosfera, medida em Mauna Loa, Havaí, de 1958 a
1998.
51
Fonte: http://earthobservatory.nasa.gov/Library/Giants/Revelle/revelle_2.html ,2007
A acumulação de consideráveis volumes de resíduos industriais na baixa
atmosfera, principalmente de dióxido de carbono, forma uma espécie de barreira
impedindo a saída do calor emitido pela terra (ondas longas) e, portanto,
causando o aumento da temperatura
global, o efeito estufa.
Segundo os relatórios dos
cientistas do IPCC (Painel Internacional
sobre Mudança Climática), as
temperaturas globais médias têm
variado menos de 1ºC desde o começo
da civilização. Atualmente a previsão é
que ocorra um aumento global de
temperatura entre 1,4ºC e 5,8ºC até o
ano 2100. A década de 90 segundo o IPCC, foi a mais quente desde que os
registros sobre o clima começaram a feitos, no mundo todo.
Fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/2253_graficosclima/page5.shtml dióxido de carbono, 2007.
52
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/2253_graficosclima/page5.shtml dióxido de carbono
Urbanização e mudanças climáticas
O processo de urbanização e industrialização produziu em todo mundo um
fenômeno climático especifico, dos grandes aglomerados urbanos. Cidades
cosmopolitas como Nova York e São Paulo modificaram drasticamente a
paisagem natural, o que alterou os processos de absorção, difusão e reflexão da
energia solar, além de aumentar consideravelmente a concentração de poluentes
que perturbam o mecanismo atmosférico, produzindo o que se chama de clima
urbano.
A alteração na superfície com a ocupação urbana em detrimentos de solos
permeáveis causa principalmente no verão, o fenômeno conhecido como Ilhas de
calor, que se estabelecem sobre áreas urbanizadas, causando desconforto
térmico, além de trazer conseqüências indesejáveis.
Um fenômeno muito comum nos meses de inverno é a ocorrência das
Inversões térmicas, responsáveis pelo agravamento da poluição atmosférica em
virtude do papel de bloqueio que exercem, dificultando a dispersão dos resíduos e
micropartículas. Os vales ou as bacias comprimidas entre montanhas tendem a
apresentar uma alta freqüência de condições de inversão térmica, o que dificulta a
dispersão dos poluentes. Em noites claras e calmas, que sucedem a um período
de excessiva radiação terrestre para o espaço das vertentes montanhosas, o ar
se torna frio e denso e desce vertente abaixo empurrando o ar mais quente do
fundo do vale, criando uma condição de inversão térmica. Tal fenômeno pode ser
53
observado nas cidades do vale do Paraíba, na divisa entre os estados de São
Paulo e Rio de Janeiro.
As Enchentes urbanas
Há uma tendência de aumento da precipitação sobre as áreas urbanas, e
esse fato deve-se parcialmente aos poluentes que asseguram uma abundância
de núcleos de condensação. Outros fatores que auxiliam a explicação da
incidência de maior precipitação sobre as áreas urbanas são: o acréscimo de
vapor d'água devido aos vários processos de combustão, a convecção térmica
sobre a ilha de calor urbano e a turbulência mecânica criada pelo efeito de fricção
das estruturas da cidade sobre os fluxos de ar.
As enchentes urbanas são produzidas por chuvas torrenciais agravadas pela
impermeabilização do solo urbano que levam ao colapso a rede de escoamento,
produzindo extravasamentos e danos em extensas áreas. Na cidade de São
Paulo o número de pontos críticos de inundações aumentou consideravelmente
nos últimos anos.
UNIDADE 13: ANOMALIAS CLIMÁTICAS
O fenômeno “El Niño” representa o aquecimento anormal das águas
superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. A palavra El Niño é
derivada do espanhol, e refere-se à presença de águas quentes que todos os
54
anos aparecem na costa norte de Peru na época de Natal. Os pescadores do
Peru e Equador chamaram a esta presença de águas mais quentes de Corriente
de El Niño em referência ao Niño Jesus ou Menino Jesus. Na atualidade, as
anomalias do sistema climático conhecidas como El Niño e La Niña representam
uma alteração do sistema oceano-atmosfera no Oceano Pacífico tropical, que tem
conseqüências no tempo e no clima em todo o planeta. Nesta definição,
considera-se não somente a presença das águas quentes da Corrente El Nino,
mas também as mudanças na atmosfera próxima à superfície do oceano, com o
enfraquecimento dos ventos alísios (que sopram de leste para oeste) na região
equatorial. Com aquecimento do oceano e com o enfraquecimento dos ventos,
começam a ser observadas mudanças da circulação da atmosfera nos níveis
baixos e altos, determinando mudanças nos padrões de transporte de umidade, e
por tanto, variações na
distribuição das chuvas em
regiões tropicais e de latitudes
médias e altas. Em algumas
regiões do globo também são
observados aumento ou queda
de temperatura. A figura abaixo
mostra a situação observada
em dezembro de 1997, no pico
do fenômeno El Niño 1997/98
(Oliveira, G.S. 2001)
No El Niño, águas mais
quentes são observadas no Oceano Pacífico Equatorial
Oeste e as mais frias na costa oeste da América do Sul.
Águas mais quentes no Oceano Pacífico, provocam mais evaporação, formação
de nuvens numa grande área. O ar que sobe no Pacífico Equatorial Central e
Oeste descerá no Pacífico Leste (junto à costa oeste da América do Sul),
juntamente com os ventos alísios em baixos níveis da atmosfera (de leste para
oeste).
Outro ponto importante é que os ventos alísios, junto à costa da América do
Sul, favorecem um mecanismo chamado pelos oceanógrafos de ressurgência,
Fonte: INPE/CPTEC, 2007
55
que seria o afloramento de águas mais profundas do oceano. Estas águas mais
frias têm mais oxigênio dissolvido e vêm carregadas de nutrientes e micro-
organismos vindos de maiores profundidades do mar, que vão servir de alimento
para os peixes daquela região. Não é por acaso que a costa oeste da América do
Sul é uma das regiões mais piscosas do mundo. O que surge também é uma
cadeia alimentar, pois os pássaros que vivem naquela região se alimentam dos
peixes, que por sua vez se alimentam dos microorganismos e nutrientes daquela
região. (Oliveira, op. cit.)
O evento de El Niño e La Niña tem uma tendência a se alternar cada 3-7
anos. Porém, de um evento ao seguinte o intervalo pode mudar de 1 a 10 anos;
As intensidades dos eventos variam bastante de caso a caso. Algumas vezes, os
eventos El Niño e La Niña tendem a ser intercalado por condições normais.
(INPE/CPTEC, 2007)
Quando o ocorre o evento La Niña, os ventos alísios tornam-se mais
intensos, e a água torna-se mais quente no Pacífico Equatorial Oeste criando um
desnível entre o Pacífico Ocidental e Oriental. A ressurgência também irá
aumentar no Pacífico Equatorial Oriental, e portanto virão mais nutrientes das
profundezas para a superfície do Oceano, ou seja, aumenta a chamada
ressurgência no lado Leste do Pacífico Equatorial.
Fonte: Oliveira, 2001.
Por outro lado, devido a maior intensidade dos ventos alísios as águas mais
quentes irão ficar represadas mais a oeste do que o normal, portanto, novamente
teríamos aquela velha história: águas mais quentes geram evaporação e
56
consequentemente movimentos ascendentes, que por sua vez geram nuvens de
chuva e que geram a célula de Walker, que em anos de La Niña fica mais
alongada que o normal. A região com grande quantidade de chuvas é do nordeste
do Oceano Índico à oeste do Oceano Pacífico passando pela Indonésia, e a
região com movimentos descendentes da célula de Walker é no Pacífico
Equatorial Central e Oriental. É importante ressaltar que tais movimentos
descendentes da célula de Walker no Pacífico Equatorial Oriental ficam mais
intensos que o normal o que inibe, e muito, a formação de nuvens de chuva
(Oliveira,op.cit.).
UNIDADE 14: CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento da dinâmica climática oferece uma visão importante dos
processos naturais e traz a compreensão de que realmente existem ligações, não
só invisíveis, mas visíveis entre os diversos fatores que compõe o planeta terra,
uma interação entre a biosfera, (a vida que compõe o planeta) e a atmosfera
(camada de gases que envolve a Terra). Na análise de climas locais, observam-
se interações entre os fatores do local e os globais que se entrelaçam resultando
em ambientes e paisagens únicas e insubstituíveis.
As mudanças climáticas podem afetar de forma importante a vida na terra,
as atividades agrícolas, que garantem a alimentação, a geração de energia em
grande escala, a economia, a vida nas cidades, e a saúde humana.
O clima é apenas um dos reflexos da complexa dinâmica do planeta Terra,
e de importância vital para ser humano. Cada vez mais, as pesquisas científicas
57
têm demonstrado o descaso das ações humanas com danos ambientais, e que tal
postura, se não for revertida urgentemente pode comprometer toda a vida na
terra.
Espera-se, contudo, que não seja tarde demais para podermos atuar e
reverter os efeitos negativos, evitar mortes, catástrofes, e finalmente garantir um
futuro sustentável para humanidade e para o planeta.
58
REFERÊNCIAS
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maio de 2007.
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Bibliografia Sugerida:
AB’ SABER, Aziz Os domínios da natureza no Brasil; potencialidades
paisagísticas, SP: Ateliê editorial, 2003.
GORE, Al. Uma Verdade inconveniente: o que devemos saber (e fazer) sobre o
aquecimento global. Barueri-SP: Editora Manole, 2006.
60
OLIVEIRA, G.S. O El Niño e você – o fenômeno climático. São José dos Campos-
SP: Editora Transtec, 2001.
PRIMAVESI, ANA Agroecologia: ecosfera, tecnosfera e agricultura. São
Paulo: Nobel, 1997.
ROSS, J. (org.) Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996.
SORRE, M. O objeto e o método da climatologia. Revista do Departamento de
Geografia, São Paulo: [s.n.] n. 18, p. 89-94, maio 2006.
1 Embora não seja totalmente sólida pela presença do magma, é recoberta por parte sólida.
2 A reflexão é o processo oposto a absorção.
3 O climatólogo é aquele profissional que trabalha com a ciência climatologia.
4 Os ventos Alísios são ventos que ocorrem durante todo o ano nas regiões tropicais, sendo muito comum na
América Central. São resultado da ascensão de massas de ar que convergem de zonas de alta pressão
(anticiclônicas), nos trópicos, para as zonas de baixa pressão (ciclônicas) no Equador, formando um ciclo.
São ventos úmidos, provocando chuvas nos locais onde convergem. Por esta razão, a zona equatorial é a
região das calmarias equatoriais chuvosas. O alísio de hemisfério norte sopra de nordeste para sudoeste,
enquanto o do hemisfério sul sopra do sudeste para noroeste. A sua influencia é marcante no clima de
regiões costeiras e de baixas latitudes, exercendo grande importância na meteorologia insular. Os contra
alísios são ventos que sopram do Equador para os trópicos, em altitudes elevadas. Os contra alísios são
ventos secos e responsáveis pelas calmarias tropicais secas que geralmente ocorrem ao longo dos trópicos.
Os maiores desertos da terra encontram-se junto a essas zonas.(Wikipédia, 2007).
5 Um albedrômetro é um aparelho que mede a radiação refletida por uma superfície.
6 Lixiviado é o termo usado para definir a erosão no solo causada pela água, trata-se de um solo “lavado”
pelas águas.
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
QUESTÃO 1
A atmosfera terrestre consiste num manto transparente móvel e impalpável, com espessura
ainda não bem definida e da qual depende toda forma de vida. Para ter essas
características, passou por diversos processos modificando-se ao longo do tempo
geológico. O aparecimento das primeiras moléculas oxigênio na superfície terrestre é
atribuído:
a) as ondas de energia
b) as bactérias
c) a decomposição do vapor de água (H2O) pelas descargas elétricas e pela radiação solar
d) as algas
QUESTÃO 2
A Ozonosfera, camada de ozônio (O3) possibilitou o aparecimento de novos seres vivos,
esta tem como principal função:
a) bloquear os raios ultravioletas
b) concentrar núcleos de precipitação
c) bloquear a emissão de energia p/ fora da atmosfera
d) combustão dos meteoróides
QUESTÃO 03
A atmosfera está estruturada em camadas relativamente quentes, separadas por duas
camadas relativamente frias, São chamadas de Troposfera, estratosfera, mesosfera, e a
termosfera. As camadas frias intermediárias entre as quentes são: tropopausa,
estratopausa e mesopausa. Em quais dessas camadas é possível respirar?
a) troposfera
b) mesosfera
c) estratosfera
d) termosfera
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QUESTÃO 04
Segundo a definição de clima de Sorre “uma série de estados atmosféricos, sobre um
determinado lugar em sua sucessão habitual” podemos afirmar que:
a) o tempo é independente do clima
b) o clima é uma sucessão dos tipos tempos.
c) tempo é diferente de estado atmosférico.
d) a duração do estado atmosférico não influencia o clima
QUESTÃO 05
Elementos que influenciam na sucessão dos tipos de tempo, portanto no clima são
chamados de fatores do clima. Podem ser considerados fatores do clima:
a)a o índice de umidade
b) as médias de temperatura
c) o índice de precipitação
d) latitude, altitude, situação relativa às massas oceânicas
QUESTÃO 06
A realidade climática pode objetivamente ser caracterizada por unidades espaciais com
grandezas escalares completamente diferenciadas. Quando analizamos como um dos
fatores determinantes do clima a latitude so podemos estar realizando uma análise de nível:
a) zonal ou global
b) regional
c) microclimática
d) azonal
QUESTÃO 07
A presença da cadeia montanhosa dos Andes causando a formação de um clima de
montanha ou de neve constante dentro da zona equatorial é também definido como um tipo
de clima:
a) tropical de altitude típico
b) clima zonal
c) azonal, e regional
d) equatorial úmido
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QUESTÃO 08
O estudo de diferenças climáticas de um lado a outro de uma mesma rua, da zona urbana
para um campo de trigo, de um bosque mais adensado para outro menos denso. É um tipo
de análise:
a) Regional
b) Zonal
c) Local
d) Microclimática
QUESTÃO 09
Sobre a radiação solar e os processos de transferência de calor é falso afirmar:
a) Toda onda de energia emitida pelo sol chega a superfície terrestre.
b) Nem toda onda de energia emitida pelo sol chega à superfície terrestre.
c) Parte das ondas de energia é filtrada pela atmosfera.
d) Parte das ondas eletromagnéticas chega a superfície da terra e são re-emitidas para fora da
atmosfera.
O papel das florestas na determinação do clima foi durante muito tempo bastante menosprezado
pelos estudos geográficos, que restringiram sua importância ao nível local. Entretanto, este quadro
está mudando, pelo agravamento da situação climática no globo.
QUESTÃO 10
São fatores atribuídos a ação da floresta no equilíbrio climático, EXCETO:
a) Amenizam a ação dos ventos na superfície evitando o dessecamento.
b) Protegem o solo dos processos erosivos
c) Retém o frio e favorecem o calor
d) Regulação das águas
QUESTÃO 11
A ZCIT, Zona de Convergência Intertropical, pode ser caracterizada pelos seguintes
elementos, exceto:
a) Área do globo que recebe maior incidência do sol
b) Região para onde convergem os ventos alísios
c) Área que recebe raios solares perpendicularmente
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d) Área de alta pressão equatorial
QUESTÃO 12
A pressão atmosférica pode ser definida como a força da coluna de ar sobre determinada
superfície. A pressão é regulada também pela temperatura, quanto mais alta, menor a
pressão, e também pela umidade, que quanto maior é a umidade, menor é a pressão.
Segundo esta definição pode-se concluir que:
a) A pressão atmosférica aumenta à medida que a altitude aumenta.
b) As áreas de baixa pressão são mais suscetíveis a precipitação
c) Nas altas pressões subtropicais o ar tem movimento ascendente
d) Área de alta pressão apresenta tendências a ter mais instabilidade
QUESTÃO 13
A influência do oceano e das águas ocorre a partir do seguinte mecanismo: a água tem um
calor específico bem superior ao da terra, portanto, é necessário um tempo mais longo para
aquecer a água do que a terra. Da mesma forma, o tempo de resfriamento da água também
será mais lento. De acordo com as considerações acima é possível afirmar que:
a) As cidades mais próximas do oceano apresentam amplitude térmica mais alta
b) As cidades mais distantes dos oceanos apresentam amplitude térmica mais baixa
c) As cidades mais distantes do oceano apresentam amplitude térmica mais alta do que as mais
próximas do mar.
d) A energia solar propaga-se com maior facilidade na água
QUESTÃO 14
As massas de ar carregam as características de seus locais de origem, considerando que
as massas de ar têm a tendência de igualar a pressão, estabelece-se uma dinâmica
atmosférica dos trópicos aos pólos e vice e versa. Sobre a dinâmica das massas de ar
atuantes na América do sul é possível afirmar, EXCETO:
a) No verão predomina a ação da massa tropical Atlântica
b) A massa tropical continental atua somente no verão
c) A massa equatorial mantém-se durante todo ano na planície amazônica
d) A massa polar Atlântica não interfere no clima é barrada pelos Andes
QUESTÃO 15
O “El Niño”, uma anomalia climática caracterizada pelos seguintes fatores, EXCETO:
a) Fortalecimento dos ventos alísios
b) As águas se tornam mais quentes no oceano Pacífico Equatorial Oeste
c) As águas da costa oeste da América do Sul se tornam mais frias
d) Ocorre o fenômeno da ressurgência na costa da América do Sul