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Porto – 2018
INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DO PORTO
INSTITUTO POLITÉCNICO DO PORTO
O Contabilista Público
Inês Vanessa Fonseca Fernandes
Dissertação de Mestrado
Mestrado em Contabilidade e Finanças
Versão final (Esta versão contém as críticas e sugestões dos elementos do júri)
Porto – 2018
INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DO PORTO
INSTITUTO POLITÉCNICO DO PORTO
O Contabilista Público
Inês Vanessa Fonseca Fernandes
Dissertação de Mestrado apresentado ao Instituto Superior de Contabilidade e
Administração do Porto para a obtenção do grau de Mestre em Contabilidade e
Finanças, sob orientação de Doutora Amélia Silva
i
Resumo
Com o Decreto Lei nº 192/2015, dá-se aprovação do Sistema de Normalização
Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP), cuja entrada em vigor se deu no
dia 1 de janeiro de 2018. O SNC-AP aproxima-se do quadro conceptual do Sistema de
Normalização Contabilística (SNC) e das Normas Internacionais de Contabilidade do Setor
Público (IPSAS), permitindo assim uma maior comparabilidade da informação financeira,
quer a nível nacional quer a nível internacional.
Neste contexto, coloca-se a questão sobre a necessidade e ou obrigação de os serviços
e organismos públicos possuírem um Contabilista, especializado em Contabilidade Pública
que assegure a preparação da prestação de contas. Esta dissertação terá por objetivo explorar
o perfil do Contabilista Público e averiguar se as instituições de ensino superior que formam
os Contabilistas estão preparadas para formar este profissional especializado, a nível de
licenciatura e mestrado.
Através de um estudo descritivo, verificou-se que as universidades e politécnicos
possuem formação em Contabilidade Pública, contudo não foi possível averiguar se as
instituições de ensino superior estão a preparar os alunos para exercerem funções de
Contabilista Certificado nas entidades públicas devido à ausência de resposta por parte dos
peritos ao questionário.
Palavras-Chave
Contabilidade Pública, SNC-AP e Contabilista Público.
ii
Abstract
Upon the entry into force of the Decree-Law 192/2015, the Accounting
Normalisation System for Public Administration (SNC – AP) is approved, whose entry into
force was on January 1st 2018. The SNC-AP is closer to the conceptual board of the
Accounting Normalisation System (SNC) and the International Public Sector Accounting
Standard (IPSAS), allowing it to have a bigger chance of information comparability of the
financial information, whether it is on a national or international level.
In this context, it is up for debate about the necessity or obligation of the services and
public organisms to possess a Public Accountant, specialized in Public Accounting that will
assure the preparation of the provision of accounts. This dissertation has the goal of
exploring the profile of the Public Accountant and determine if college education institutions
that are training the Accountants are ready to train this type of specialized professional, on
a degree and Master’s degree level.
Through a descriptive study it was confirmed that universities and polytechnics hold
training in Public Accounting, however it wasn’t possible to determine if college education
institutions are preparing the students to execute tasks of a Certified Accountant at public
entities given the absence of answers from the experts on the questionnaire.
Keywords
Public Accounting, SNC-AP and Public Accountant.
iii
Agradecimentos
Quero agradecer a todos os meus colegas e professores que tive o prazer de trabalhar
durante a minha licenciatura e mestrado, no ISCAP, em especial à Dra. Amélia Silva pelas
suas orientações. Considero que nesta grande instituição adquiri conhecimentos e
competências que serão essenciais para a minha vida pessoal e profissional.
Quero aqui deixar o meu sincero e puro obrigada a todos os que pertencem à vida,
este trabalho também é vosso. O meu esforço é vosso.
Obrigada Mãe pela confiança incondicional, apoio, amizade e motivação para querer
sempre mais.
Obrigada Pai pelo esforço que fazes por nós.
Matilde, só a tua existência me faz feliz.
Sónia, sempre foste o meu modelo e quis estar sempre ao teu nível, obrigada por
estares lá sempre que precisei.
Daniel, também estiveste sempre que precisei de alguma coisa, obrigada.
Tia, Tio, Madrinha, Padrinho e Avó, espero conseguir um dia compensar-vos.
Quero também dizer um obrigada à família que escolhi: Nuno Sousa, Liliana
Marques, Sandra Ferraz, Helena Camelo, Diana Vieira. Vocês constroem-me e não importa
quanto tempo passemos afastados, sempre que nos encontramos é como se estivéssemos
juntos todos os dias. Às minhas amigas que o trabalho me deu, Maria Gomes e Sara Silva,
fazem-me feliz. Um especial obrigada à Sara porque foi a pessoa com quem mais partilhei
as minhas inseguranças e receios nesta fase, obrigada por teres sempre acreditado.
A ti também Alessandro Santos, pelo apoio técnico e amor.
Amo-vos e a minha vida só faz sentido com vocês.
iv
Dedicatória
À minha mãe, por ser o meu lar.
v
Glossário de abreviaturas
AICPA American Institute of Certified Public Accountants
AECA Asociación Española de Contabilidad y Administración de Empresas
CE Comissão Europeia
CPA Certified Public Accountant
CPAA Certified Public Accountants Association
DGES Direção Geral de Ensino Superior
DL Decreto Lei
EPSAS European Public Sector Standards
FMI Fundo Monetário Internacional
IASB International Accounting Standard Board
IASC Internacional Accounting Standars Comittee
IASCF International Accounting Standars Comittee Foundation
IES Instituições de Ensino Superior
IFAC International Federation of Accounts
IFRS International Financial Reporting Standars
IGF Inspeção Geral das Finanças
INE Instituto Nacional de Estatística
IPSAS International Public Sector Accounting Standards
IPSASB International Public Sector Accounting Standards Board
NGP Nova Gestão Pública
OCC Ordem dos Contabilistas Certificados
OROC Ordem Revisores Oficiais de Contas
POCP Plano Oficial de Contabilidade Pública
SNC Sistema de Normalização Contabilística
SNC-AP Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas
UE União Europeia
vi
Índice Geral
1. Introdução....................................................................................................................... 1
1.1. Motivação e contexto do tema ................................................................................ 1
1.2. Objetivo, questões e metodologia da dissertação ................................................... 1
1.3. Estrutura da dissertação .......................................................................................... 2
2. Contabilidade Pública .................................................................................................... 3
2.1. Nova Gestão Pública e a Contabilidade Pública ..................................................... 3
2.2. A reforma da Contabilidade no Setor Público ........................................................ 4
2.3. Harmonização e Normalização da Contabilidade do Setor Público ....................... 5
2.4. A adoção das International Public Sector Accounting Standards Board:
Importância e principais características ............................................................................. 8
2.5. A adoção das IPSAS a nível dos Estados-Membros Europeus ............................. 10
2.6. A reforma do sistema contabilístico em Portugal ................................................. 11
3. O Profissional de Contabilidade Pública ...................................................................... 17
3.1. O Contabilista Público .......................................................................................... 17
3.2. Formação do Contabilista Público a nível nacional e internacional ..................... 25
3.3. Estudos sobre a figura do Contabilista Público .................................................... 27
4. Método de Investigação ............................................................................................... 31
4.1. Enquadramento do estudo e objetivo da investigação .......................................... 31
4.2. Recolha de informação ......................................................................................... 32
4.3. Caracterização da amostra .................................................................................... 38
5. Apresentação e discussão dos resultados ..................................................................... 40
6. Conclusão ..................................................................................................................... 48
7. Referências Bibliográficas ........................................................................................... 50
8. Apêndice....................................................................................................................... 57
vii
Índice de Figuras, Tabelas e Gráficos
Figuras:
Figura 1 – Classificação dos Sistemas Contabilísticos ......................................................... 6
Figura 2 - Bases da contabilidade no mapa mundo em 2015 ............................................. 12
Tabelas:
Tabela 1 - Impactos económicos e sociais .......................................................................... 15
Tabela 2 - Estrutura da formação para o Contabilista Público ........................................... 22
Tabela 3 - Contacto com os peritos .................................................................................... 35
Tabela 4 - Classificação das Instituições de Ensino Superior ............................................ 40
Tabela 5 - Número de unidades curriculares em cada instituição. ..................................... 43
Tabela 6 - Média de horas de contacto estabelecida pelas IES .......................................... 44
Tabela 7 - Oferta formativa de licenciaturas (1º ciclo) em Contabilidade (2017/2018) ..... 57
Tabela 8 - Oferta formativa de mestrados (2º ciclo) em Contabilidade (2017/2018) ......... 65
Gráficos:
Gráfico 1 - Percentagem de IES que possuem, ou não, Contabilidade Pública nos planos
curriculares de licenciaturas. ............................................................................................... 41
Gráfico 2 - Percentagem de IES que possuem, ou não, Contabilidade Pública nos planos
curriculares de mestrado ...................................................................................................... 42
Gráfico 3 - Contabilidade Pública como unidade curricular obrigatória ou opcional nas
licenciaturas. ........................................................................................................................ 42
Gráfico 4 - Contabilidade pública como unidade curricular obrigatória ou opcional no
mestrado. ............................................................................................................................. 43
Gráfico 5 - Intervalo de horas de trabalho. ......................................................................... 44
Gráfico 6 - Intervalo de horas de trabalho. ......................................................................... 45
1
1. Introdução
O presente capítulo tem como base a contextualização do tema de dissertação, os
objetivos, questões de investigação e respetiva metodologia do estudo, por último, a estrutura
da dissertação.
1.1. Motivação e contexto do tema
Com a entrada em vigor do Sistema de Normalização Contabilística para as
Administrações Públicas (SNC-AP) a 1 de janeiro de 2018, ao abrigo do Decreto Lei (DL)
nº 192/2015 nasce uma nova figura, o Contabilista Público. Por isso, o intuito deste trabalho
passa por desmitificar esta nova figura, identificando as suas funções e competências: soft
skills e hard skills, técnicas e analíticas.
1.2. Objetivo, questões e metodologia da dissertação
Com o objetivo de perceber se os cursos de Contabilidade, de licenciatura, pós-
graduação e mestrado, oferecidos pelas Instituições de Ensino Superior (IES) possuem
formação em Contabilidade Pública formaram-se duas questões de investigação:
1. Qual a oferta formativa em Contabilidade Pública nas licenciaturas, pós-graduações
e nos mestrados?
2. Estão as instituições de ensino superior a preparar os alunos para exercerem funções
de Contabilista Certificado nas entidades públicas?
Para responder às questões de investigação, será realizado um estudo descritivo. Esse
mesmo estudo descritivo consistirá na recolha de informação sobre as licenciaturas, pós-
graduações e mestrados que possuem formação em Contabilidade Pública, bem como na
recolha da opinião de um painel de peritos da área da Contabilidade Pública, de forma a que
as questões de investigação possam ser respondidas.
2
1.3. Estrutura da dissertação
A dissertação é constituída por 5 capítulos mais a Introdução, Conclusão e
Referências Bibliográficas. Após a Introdução, será apresentada a revisão de literatura, com
o objetivo de contextualizar o nascimento da figura do Contabilista Público e perceber quais
as funções da mesma, quais as soft skills e hard skills, técnicas e analíticas (Capítulos 2 e 3).
De seguida é feito o enquadramento do estudo descritivo, começando por ser
explicado o enquadramento do estudo e objetivo da investigação, a recolha de informação,
bem como a caracterização da amostra (Capítulo 4). No Capítulo 5, será feita uma análise
dos principais resultados obtidos com a investigação, tendo em conta os principais objetivos
previamente definidos. Nas considerações finais do estudo serão apresentados os
contributos, sugestões para investigações futuras, bem como as limitações encontradas.
3
2. Contabilidade Pública
Neste capítulo serão abordados temas que constituirão seis subcapítulos: a influência
da Nova Gestão Pública na Contabilidade Pública; a reforma da Contabilidade no Setor
Público; a harmonização e normalização da Contabilidade do Setor Público ( neste
subcapítulo serão abordados dois temas: a diversidade contabilística e harmonização e
normalização); a adoção das IPSAS: importância e principais características; adoção das
IPSAS a nível dos Estados-Membros Europeus; a reforma do sistema contabilístico em
Portugal (onde será abordado o tema das entidades piloto do SNC-AP e o normativo SNC-
AP: traços gerais e principais alterações).
2.1. Nova Gestão Pública e a Contabilidade Pública
Segundo Rodrigues e Araújo (2005), a conceção de Estado tem vindo a modificar-se
ao longo dos tempos e novos modelos de Gestão Pública têm sido associados a essas
modificações. Esses modelos podem ser divididos, segundo Almeida (2017), em dois
grandes modelos: o modelo até início do século XX, onde o Estado se caracteriza pela
intervenção mínima na sociedade e na vida económica (Estado Liberal) e, após a segunda
Guerra Mundial, onde o Estado passa a intervir na sociedade e na vida económica (Estado
de Bem-Estar).
A Nova Gestão Pública (NGP) consiste em adaptar os instrumentos da gestão privada
para a gestão pública de forma haver melhoria da prestação de serviços aos cidadãos,
(Rodrigues e Araújo, 2005). O objetivo é melhorar a eficiência e reduzir os custos e ao
mesmo tempo reestruturara distribuição de recursos de forma a aumentar o bem-estar social
(Almeida, 2017), bem como promover a competição entre os fornecedores de bens e serviços
públicos, ou seja, há uma adaptação dos mecanismos do setor privado para o setor público
(Rodrigues e Araújo, 2005). Segundo Lane (2013), a NGP consiste num conjunto de técnicas
de gestão do setor privado que têm vindo a ser aplicadas ao setor público. O NGP consegue
adaptar-se de acordo com o contexto de cada país, ou seja, aplicar as mesmas reformas com
motivos e objetivos diferentes, com as possíveis e necessárias adaptações, (Pollitt et al.,
2007).
4
Segundo Hood (1995), as mudanças verificadas na contabilidade pública foram
estimuladas pela NGP. A nível mundial verificaram-se reformas na Administração Pública
devido a mudanças sociais, económicas, financeiras e tecnológicas, sendo que estas reformas
buscaram a eficiência, a eficácia e a transparência nos processos (Almeida, 2017). A Nova
Gestão Pública traz o conceito de responsabilidade pública como padrão de confiança,
enfatizando a importância da Contabilidade Pública como elemento essencial para a
responsabilidade (accountability) (Hood, 1995). A contabilidade irá contribuir com
informação financeira fiável, de forma a dar a real posição financeira e o desempenho
financeiro das entidades públicas para melhor tomada de decisão, para tal foi necessário
levar a alterações na Contabilidade Pública (Almeida, 2017).
A recente crise económica e financeira sentida a nível mundial despoletou a discussão
sobre quão ético, transparente e rigorosa deve ser a contabilidade das instituições públicas.
Países como Austrália, Canadá, Estados Unidos da América (EUA), Espanha, Reino Unido,
Nova Zelândia e França têm feito crescer a importância da gestão transparente e ênfase nos
cidadãos. A NGP contribuiu também para que os países implementassem mudanças na
contabilidade, orçamento e prestação de contas (Ribeiro et al., 2013).
2.2. A reforma da Contabilidade no Setor Público
A reforma do sistema normativo contabilístico público teve motivos externos e
internos:
• Internamente, a aprovação do Sistema Nacional Contabilístico (SNC) levou
ao “afastamento entre a contabilidade pública e privada devido à terminologia
diferente, critérios de mensuração diferentes e dificuldades de consolidação
de contas de grupos públicos”. Os planos setoriais não permitiam a
comparabilidade entre as entidades do setor público (agora há um único
referencial para todos os setores da Administração Pública), tal como a
complexidade, ou seja, “muitas contas para o mesmo registo, divergência
entre o classificador económico e o classificador patrimonial”, bem como a
ausência da estrutura conceptual, imperioso para que haja qualidade
(Fernandes, 2016).
5
• Externamente, a união dos países a nível europeu faz revelar a necessidade
de harmonização dos sistemas contabilísticos para que possa haver
comparação, bem para que as entidades financiadoras internacionais
consigam “maior rigor na informação sobre o consumo dos recursos e a sua
fonte” (Fernandes, 2016).
A gestão pública é considerada como um conjunto de decisões destinadas à
coordenação de pessoas para alcançar objetivos individuais e coletivos, através de
ferramentas, técnicas e conhecimento, de forma a aumentar a autonomia, responsabilidade e
gestão de recursos escassos. Os gestores públicos devem ser eficazes e eficientes, prestando
contas sobre o uso de recursos públicos. Devido a esta reforma na administração pública, a
contabilidade pública tem ganho importância para que seja criada informação rigorosa sobre
como os recursos públicos foram usados, se de forma a maximizar o bem-estar e um
desenvolvimento sustentável (Ferreira et al., 2016).
2.3. Harmonização e Normalização da Contabilidade do Setor Público
De acordo com o Relatório da Comissão ao Conselho e ao Parlamento Europeu
(2013), “a crise da dívida soberana sublinhou a necessidade de os governos demonstrarem
claramente a sua estabilidade financeira e de comunicarem de uma forma mais rigorosa e
transparente os dados orçamentais”. De forma simplificada, a Contabilidade tem como
objetivo elaborar informação económica e financeira das entidades, ou seja, quantificar e
divulgar os ativos, passivos, receitas e despesas. Contudo, a Contabilidade insere-se no ramo
das ciências socias, não é uma ciência exata. Isto é, a Contabilidade ajusta-se ao tipo de
informação que a sociedade deseja obter das entidades (Amaral, 2001). Segundo Gadea
(2001), um sistema contabilístico representa um conjunto de práticas contabilísticas de um
país ou de uma determinada região.
A evolução da Contabilidade está inter-relacionada com os desenvolvimentos dos
sistemas socioecónomicos, há necessidade de informação mais complexa, passando-se da
informação isolada e multifacetada para a padronização conceptual. Para Nobes (1996), as
principais causas das diferenças contabilísticas dizem respeito à forma de financiamento das
empresas (se os utentes da informação forem externos à empresa irão querer uma imagem
6
verdadeira e apropriada dos resultados e da posição financeira que os ajude nas tomadas de
decisão, já se os utentes da informação forem internos, irão optar por uma contabilidade
prudente com vista à proteção dos credores e tendo em conta a fiscalidade), a influência da
fiscalidade na contabilidade (alguns países consideram que a informação financeira serve
para calcular o imposto, isto é, a contabilidade subordina-se à fiscalidade, para outros países,
aqueles que consideram que as demonstrações financeiras são para fornecer uma imagem
verdadeira e apropriada da posição financeira, fazem a separação entre as normas
contabilísticas e as fiscais, os critérios fiscais não interferem na informação contabilística)
e, por fim, o sistema legal, isto é, Codified Roman Law (leis que contêm um conjuntos de
obrigações que estabelecem normas mínimas e que o cidadão deve cumprir) e o Common
Law (o objetivo é solucionar casos específico e não formular leis gerais para situações
futuras).
Na Figura 1, abaixo apresentada, é exposta a classificação dos Sistemas
contabilísticos de forma esquemática.
Figura 1 – Classificação dos Sistemas Contabilísticos
Para que seja possível a comparabilidade da informação financeira relatada pelas
entidades públicas, o setor público precisava encontrar uma base contabilística comum.
Nesse sentido, por todo o mundo, os países têm vindo a adaptar as suas normas nacionais
tendo por base as International Public Sector Accounting Standars (IPSAS). A nível
europeu, as IPSAS têm servido como de base para a criação das European Public Sector
Imagem fiel e informativa
Regulamentação pouca
detalhada
Prevalência da substância
sobre a forma
Informação dirigida para os
acionistas e investidores
Legalista
Cálculo e distribuição de
resultados
Elevada regulamentação
Proteção dos credores
Influência fiscal na
informação
Fonte: Adaptado de Pereira (2016).
7
Standards (EPSAS), que têm em conta a realidade das entidades públicas europeias (Pinho,
2014). A nível nacional, também houve a reforma do sistema contabilístico público, e houve
a passagem do Plano Oficial de Contabilidade Pública (POCP) para o Sistema de
Normalização Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP). Contudo, é
importante distinguir harmonização de normalização. Para Luder (1988), citado por Louro
(2007) “a harmonização contabilística pública consiste em providenciar aos financiadores
privados, aos governos e a instituições financeiras internacionais uma imagem fiável e
comparável dos países financiados, bem como modernizar a Contabilidade Pública nos
diversos países, com o fim de reduzir as diferenças entre os sistemas contabilísticos
utilizados nos mesmos”.
Magalhães (2007) refere que a harmonização constitui “um meio indispensável à
necessária comparabilidade da informação financeira, que permitirá aferir da eficácia e
eficiência de cada entidade, seja ela pública ou privada.”
Van der Tas, citado por Rodrigues e Guerreiro (2004) distingue duas áreas da
harmonização: mensuração e divulgação:
Mensuração: o estudo dos métodos de reconhecimento, valorização, determinação
dos resultados, consolidação, estimação e apresentação das transações e acontecimentos
mencionados nas Demonstrações Financeiras;
Divulgação: estudo da extensão e o detalhe da informação incluída nas
Demonstrações Financeiras. A normalização contabilística é definida por Rodrigues &
Guerreiro (2004) como o “movimento no sentido da uniformidade global”. Pinho (2014)
refere-se à normalização como “o emprego de modelos contabilísticos estandardizados para
um conjunto de entidades económicas, cujo sistema de circulação de valor apresenta uma
estrutura homogénea”.
Caiado e Pinto (2002) definem normalização como um conjunto de princípios e
critérios que passarão a ser usados por diferentes organizações económicas em relação à
nomenclatura das contas, âmbito e movimentação e ainda no que diz respeito às regas de
valorização dos elementos, determinação de resultados e respetiva apresentação.
Borges, Rodrigues e Rodrigues (2010) acrescentam que esta metodologia comum,
normalização, permitirá, fundamentalmente, a comparabilidade dos diversos agentes
económicos. Pereira, Estevam e Almeida (2009), citados por Pinho (2014), definem
8
“harmonização contabilística como o processo que tem como principal objetivo fomentar a
comparabilidade de métodos e práticas contabilísticas, enquanto a normalização implica
definir regras únicas que digam respeito aos vários aspetos relacionados com o
reconhecimento, mensuração e políticas contabilísticas, bem como modelos das
demonstrações financeiras”.
Com a aproximação dos sistemas contabilísticos, isto é, harmonizando-se as normas
contabilísticas, os dados estatísticos melhorariam, pois poderiam ser utilizados quadros de
correspondência para compilar as contas. A nível de supervisão e orientação, a harmonização
proporciona transparência de forma atingir estabilidade macroeconómica, comparabilidade
e viabilidade no sentido de obter informações mais completas e melhorar a governação no
setor público (Relatório da Comissão ao Conselho e ao Parlamento Europeu, 2013).
2.4. A adoção das International Public Sector Accounting Standards Board:
Importância e principais características
A normalização contabilística leva à harmonização, sendo que a normalização
internacional da Contabilidade Pública surgiu, segundo Almeida (2017), devido a três razões
principais:
• A globalização e a crise financeira demonstraram a necessidade de avaliar o
desempenho económico e financeiro;
• A informação financeira e contabilística ser vista por entidades externas;
• Pela atualização do normativo contabilístico para o setor privado.
Segundo o Documento de Consulta Pública, elaborado pelo Eurostat (2013), é
objetivo que todas a entidades públicas dos diferentes subsetores tenham normas de
contabilidade harmonizadas e baseadas no princípio da especialização (acréscimo) e normas
de informação financeira de carácter geral, de forma a que:
• Seja possível produzir dados financeiros fiáveis e em tempo útil;
• Haja aumento da transparência orçamental, de forma haver estabilidade
macroeconómica e seja possível coordenação, supervisão e orientação de políticas;
• Aumente a responsabilização, eficiência e eficácia da gestão do setor público;
• Aumente a qualidade da tomada de decisão;
9
• Aumente a comparabilidade da informação sobre a situação e desempenho;
• Se obtenha liquidez nos mercados financeiros mundiais;
• Se melhore a eficiência e eficácia de auditorias públicas.
Ou seja, informação financeira acessível/legível independentemente do seu local de
origem ou atuação. Knok e Sharp (2005) identificam quatro partes interessadas na
normalização:
• Utilizadores das demonstrações financeiras;
• Preparadores da informação financeira;
• Auditores;
• Reguladores nacionais da informação financeira.
Pode-se concluir que a convergência das normas contabilísticas tem como finalidade
satisfazer as necessidades dos diferentes utilizadores da informação, sejam nacionais ou
internacionais, através da comparabilidade das demonstrações financeiras (Choi, 2003).
Para que a harmonização contabilística seja possível, diversos organismos
internacionais têm agido na elaboração de normalização (Almeida, 2017).
Em 1973 deu-se a criação do Internacional Accounting Standars Comittee (IASC),
cujo objetivo passava por formular e publicar novas normas de contabilidade que fossem
aplicadas mundialmente, órgão que foi formado por associações de profissionais de vários
países de forma a que a harmonização fosse possível e que assim os mercados financeiros
conseguissem uma imagem verdadeira e apropriada e, consequentemente, uma ferramenta
de auxílio na tomada das decisões. Mais tarde o IASC sofre alterações a nível de composição
e organização interna, passando a chamar-se International Accounting Standars Comitte
Foundation (IASCF). Dentro do IASCF, surge uma outra estrutura, o International
Accounting Standard Board (IASB), que emite International Financial Reporting Standars
(IFRS). O objetivo das IFRS passa por “proporcionar transparência e comparabilidade das
informações nas demonstrações financeiras e em outros relatórios contabilísticos, facilitando
o entendimento entre os participantes do mercado de capitais e outros utilizadores da
Contabilidade, na tomada de decisões económicas” (Almeida, 2017).
A nível da Contabilidade Pública, foi criado pelo International Federation of
Accounts (IFAC), organismo responsável por incentivar e apoiar a realização de auditorias
de alta qualidade, o International Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB) com
10
o objetivo de desenvolver normas de alta qualidade para o Setor Público, as International
Public Sector Accounting Standards (IPSAS), que procuram a convergência com as IFRS
(Almeida, 2017).
Um crescente número de governos e organizações internacionais por todo o mundo
têm reconhecido a necessidade de transparência e têm adotado as IPSAS. Informação precisa
e fiável é fundamental para que haja accountability no setor público e muitas autoridades
reconhecem as IPSAS como as únicas normas contabilísticas para o setor público que
conseguem fornecer tal informação. As normas providenciam um guia para as diferentes
entidades do setor público em várias situações contabilísticas (Ernst & Young, 2013).
2.5. A adoção das IPSAS a nível dos Estados-Membros Europeus
A Comissão Europeia (CE), no relatório da Comissão ao Conselho e ao Parlamento
Europeu relativo à aplicação de normas de contabilidade harmonizadas do setor público nos
Estados-Membros – adequação das IPSAS para os Estados-Membros – (2013), defende que
sejam desenvolvidas normas contabilísticas tendo em conta as necessidades dos Estados-
Membros da União Europeia (UE), a partir das IPSAS, denominadas por European Public
Sector Accounting Standards (EPSAS).
“A aplicação das EPSAS à escala da UE diminuiria dramaticamente a complexidade
dos métodos e processos de compilação utilizados para transformar esses dados numa base
semi harmonizada e minimizaria os riscos no que diz respeito à fiabilidade dos dados
comunicados pelos Estados-Membros e publicados pelo Eurostat” (Comissão Europeia,
2013).
A Comissão Europeia (2013) ainda aponta um outro motivo para a criação das
EPSAS: as IPSAS encontram-se incompletas no que diz respeito à cobertura na
aplicabilidade prática para certas situações típicas das entidades governamentais.
Segundo EPSAS.UE (2017)1, é necessário complementar as IPSAS com a fase de
elaboração do orçamento, pois é um instrumento de gestão que permite decidir a alocação,
aumentando a eficiência e eficácia das ações por parte das entidades públicas.
1 Consultado no dia 30/06/2018: http://www.epsas.eu/en/what-needs-to-be-done.html
11
Quanto a datas para a introdução das EPSAS, a EPSAS.UE (2017) refere que a
introdução das mesmas será umas das maiores reformas administrativas na história da
Europa, por isso deve ser considerada um projeto de médio a longo prazo.
2.6. A reforma do sistema contabilístico em Portugal
Portugal, à semelhança de demais países, viveu uma crise financeira que se repercutiu
na sociedade e nas empresas. Segundo Monteiro (2016), “as crises financeiras globais
mostram como os governos, sejam eles quais forem, tendem a utilizar práticas contabilísticas
valendo-se do sistema de caixa, com o objetivo de melhorar os indicadores financeiros do
país (nomeadamente os níveis de défice e de dívida) em determinado período sem atender
ao efeito que tais práticas têm em períodos subsequentes”. Ou seja, mais hoje (receita) pode
representar menos no futuro.
Quando a Contabilidade não reporta informação apropriada ou suficiente, ou seja,
uma imagem verdadeira, pode levar à tomada de decisões erradas que podem comprometer
a qualidade e prioridade dos serviços prestados e, por consequência, levar ao desagrado do
contribuinte e degradação dos serviços.
Ao longo dos últimos anos, a Contabilidade Pública começou a mover-se do regime
de caixa para o regime do acréscimo (Cavanagh et al, 2016), tal como se pode verificar na
Figura 2.
12
Figura 2 - Bases da contabilidade no mapa mundo em 2015
Ao abrigo do DL nº 192/2015, dá-se aprovação do Sistema de Normalização
Contabilístico para as Administrações Públicas (SNC-AP), cuja entrada em vigor dá-se a 1
de janeiro de 2018, embora algumas entidades o tivessem adotado já em 2017, chamadas
entidades-piloto. O SNC-AP nasce da necessidade de acompanhamento do SNC e das
IPSAS, de forma haver internacionalização e comparabilidade da informação financeira.
Esta reforma também tem como base a mudança de um sistema contabilístico com pouca
informação, para um sistema que permite a divulgação de informação financeira que permita
melhorar a gestão de entidades públicas. O artigo 3º do mesmo DL define entidades públicas
como aquelas “que, independentemente da sua forma ou designação, tenham sido incluídas
nos subsetores da administração central, regional, local e segurança social das
administrações públicas, no âmbito do Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais,
nas últimas contas setoriais publicadas pela autoridade estatística nacional”.
A implementação do SNC-AP, inicialmente, passaria por uma fase experimental,
durante o ano de 2016, através de entidades piloto, DL nº 85/2016. Esse período foi alargado
para 2017, a Portaria 128/2017 determinou que todas as entidades sujeitas a este normativo
Fonte: Cavanagh et al (2016).
13
passariam por uma fase experimental e, como já o foi mencionado anteriormente, só entrou
em vigor em 1 de janeiro de 2018, revogando assim o POCP e os planos setoriais.
De acordo com o Relatório Intercalar II (2017) do Tribunal de Contas de auditoria à
implementação do SNC-AP, foram convidadas 56 entidades para a fase experimental feita
em 2016 para entidades piloto, sendo que a lista final foi constituída por 53 entidades (12
auto propuseram-se e 41 foram convidadas). Esta escolha teve por base três aspetos que
procuraram facilitar o processo de transição, Almeida (2017):
a) “Diversidade de software houses que atualmente asseguram o apoio tecnológico a
soluções informáticas de suporte aos referencias contabilísticos vigentes nas
administrações públicas;
b) Cobertura dos diversos ministérios que compunham a estrutura orgânica do XIX
Governo Constitucional;
c) Diversos referenciais contabilísticos em vigor.”
Ainda no Relatório Intercalar II (2017) do Tribunal de Contas, o mesmo refere que
as entidades serão acompanhadas em três dimensões: formação em SNC-AP (32 horas),
adaptação dos sistemas de informação contabilística e esclarecimento de questões
contabilísticas quanto à interpretação do SNC-AP num portal online, sendo que essas
questões serão analisadas por um Gabinete Técnico constituído por membros da OCC,
OROC e IGF (Inspeção Geral das Finanças) e as respostas serão aprovadas pelo Comité de
Normalização Contabilística Público.
No Relatório Intercalar III do Tribunal de Contas, de outubro de 2017, chegam à
conclusão que “não existe um ponto de situação fiável quando ao grau de preparação das
entidades”.
Ainda no mesmo, referem que as entidades de administração pública não terão
capacidade para a contratação de soluções técnicas adequadas nem para a fiscalização das
mesmas, visto que o cumprimento nas normas não garante por si só a correção das operações.
Sendo que as entidades públicas consideram que a transação para o novo normativo
contabilístico depende da “adaptação dos sistemas de informação e de formação, não
fazendo referência à necessidade de rever processos e procedimentos internos,
indispensáveis à adequada implementação do SNC-AP”.
14
Quanto à nova figura que nasce, o Contabilista Público, é redigido que existem
lacunas na legislação quanto às funções do mesmo, e permite que este cargo possa ser
assumido por pessoas sem formação na área da contabilidade e “nas freguesias que apliquem
o regime simplificado e não disponham de quadro pessoal adequado, esta função pode ser
exercida por um contabilista certificado”. Ainda propõem ampliação desta medida a outras
entidades de menores dimensões.
Segundo Monteiro (2016):
“o SNC-AP consubstancia alterações nos processos de registo e relato
financeiro das entidades públicas, nos seus vários níveis, algumas delas com um
desafio enorme que é deixarem de pensar a contabilidade apenas na ótica de caixa (o
que a entidade paga e o que recebe) para, também, pensarem a contabilidade na ótica
do acréscimo (que releva quais são os ativos e os direitos da entidade, quais são os
seus passivos e responsabilidade, quais são os seus rendimentos e gastos e os
correspondentes resultados, independentemente dos pagamentos e recebimentos
havidos)”.
Tal, segundo Cavanagh et al (2016), traz benefícios tais como: transparência e
accountability. O valor da transparência diz respeito ao acesso da informação por parte dos
utilizadores de forma a entender as tomadas de decisão e a accountability consiste na
responsabilização (Ijeoma, 2014).
Também para Fernandes (2016), a reforma para o SNC-AP trouxe transparência,
devido à accountability, na divulgação e uso e divulgação dos indicadores de desempenho,
bem como eficiência através de “introdução de novos conceitos de e instrumentos de gestão
consideradas boas práticas, capacidade de resposta às necessidades da população e ganha
relevância a comparação de práticas, políticas e desempenho”.
O quadro resumo da Tabela 1 identifica os impactos sociais e económicos da
implementação das EPSAS.
15
Tabela 1 - Impactos económicos e sociais
Impactos Económicos
• Accountability e transparência Transparência e comparabilidade
Harmonização e vigilância fiscal
Visão fiscal a longo termo
Accountability
• Melhor tomada de decisão Tomada de decisão
Contabilidade de custos e desempenho na
mensuração
Reformas para melhores práticas
• Impactos no controlo e processos
administrativos
Auditoria e melhoramento do controlo
interno
Redução do custo administrativo
Impactos sociais
• Impactos no mercado de trabalho Qualificações
Recrutamento e mobilidade
Fonte: PWC, 2014.2
Em suma:
Do Capítulo 2. Contabilidade Pública, podemos concluir que as mudanças
verificadas na contabilidade pública foram estimuladas pela NGP. Sendo que a reforma do
sistema normativo contabilístico público teve motivos internos e externos: a aprovação do
Sistema Nacional Contabilístico (internamente) e a união dos países a nível europeu faz
revelar a necessidade de harmonização dos sistemas contabilísticos para que possa haver
comparação (externamente). Contudo existem diferenças contabilísticas, que dizem respeito
à forma de financiamento das empresas, à influência da fiscalidade na contabilidade e, por
fim, ao sistema legal. Mas existe necessidade de haver convergência das normas
contabilísticas para satisfazer as necessidades dos diferentes utilizadores da informação,
sejam nacionais ou internacionais, através da comparabilidade das demonstrações
financeiras.
O SNC-AP nasce da necessidade de acompanhamento SNC e das IPSAS, de forma
haver internacionalização e comparabilidade da informação financeira. O mesmo traz
2 Consultado no dia 11/03/2018: http://www. pwc.com/gx/en/psrc/pdf/pwc-implementing-epsas.pdf.
16
alterações a nível do registo, isto é, a contabilidade passa da ótica de caixa (o que a entidade
recebe e paga) para a ótica do regime de acréscimo (registo dos ativos, passivos, bem como
gastos e rendimentos, independentemente do seu pagamento ou recebimento). O conceito de
prestação de contas tem vindo a ganhar mais importância, para administração eficiente e
eficaz através dos registos contabilísticos, que devem ser completos, transparentes e
fidedignos que precisam de chegar aos contribuintes e todos os outros utilizadores de
informação.
17
3. O Profissional de Contabilidade Pública
Este capítulo é constituído por três subcapítulos: o contabilista público, onde será
abordado o nascimento desta nova figura, assim como as finalidades do profissional de
Contabilidade Pública; a formação do Contabilista Público a nível nacional e internacional
onde se pretende fazer o ponto de situação do mesmo através de autores e, por último, alguns
estudos feitos sobre a figura do Contabilista Público.
3.1. O Contabilista Público
A Contabilidade Pública é um ramo da Contabilidade e tem como objetivo registar,
controlar, interpretar e informar sobre a situação patrimonial das entidades públicas (Ribeiro
et al., 2013), como, por exemplo, do Estado, autarquias locais, regiões autónomas, institutos
públicos, entre outros. Segundo Carvalho e Gomes (2017), “a Contabilidade Pública é uma
das atuais linhas de investigação e de publicações por parte dos académicos, sendo também
uma forte área de intervenção dos contabilistas”.
No número 1 do artigo 8º, do DL nº 192/2015, afirma que "a regularidade técnica na
prestação de contas dos serviços e organismos e na execução da contabilidade pública é
assegurada pelo contabilista público”. Nasce então aqui a figura de Contabilista Público,
para que os objetivos do SNC-AP possam ser atingidos. Sendo que a função de contabilista
público será assumida pelo “dirigente intermédio responsável pela contabilidade”, número
2 do mesmo artigo, ou, na sua ausência, “pelo trabalhador selecionado de entre os
trabalhadores integrados na carreira de técnico superior com formação específica em
contabilidade pública”. Põe-se a questão se será necessária formação para assumir este cargo
e o número 3 do artigo 8º vem esclarecer que “estão dispensados da frequência da formação
específica inicial os trabalhadores que, à data da entrada em vigor do presente decreto – lei,
sejam responsáveis pela contabilidade pública”.
O Estatuto dos Contabilistas Certificados, aprovado pelo DL nº 139/2015 de 7 de
setembro, no artigo 10º número 1, esclarece que a inscrição na Ordem dos Contabilistas
Certificados permite “planificar, organizar e coordenar a execução da contabilidade das
entidades, públicas ou privadas, que possuam ou devam possuir contabilidade organizada
18
segundo os planos de contas oficialmente aplicáveis ou o sistema de normalização
contabilística”. O artigo 11º número 1 alínea c) também esclarece que os contabilistas
certificados podem exercer a função “no âmbito de uma relação jurídica de emprego público,
como trabalhadores que exerçam funções públicas”. Assim sendo, até à data não existe ainda
nada que impeça nenhum contabilista certificado de assumir a responsabilidade pela
contabilidade das instituições públicas.
O papel do Contabilista Público passará por cumprir as finalidades do SNC-AP, que
constituem o artigo 6º do DL nº 192/2015:
• “Evidencia a execução orçamental e o respetivo desempenho face aos objetivos da
política orçamental;
• Permite uma imagem verdadeira e apropriada da posição financeira e das respetivas
alterações, do desempenho financeiro e dos fluxos de caixa de determinada entidade;
• Proporciona informação para a determinação dos gastos dos serviços públicos;
• Proporciona informação para a elaboração de todo o tipo de contas, demonstrações e
documentos que tenham de ser enviados à Assembleia da República, ao Tribunal de
Contas e às demais entidades de controlo e supervisão;
• Proporciona informação para a preparação das contas de acordo com o Sistema
Europeu de Contas Nacionais e Regionais;
• Permite o controlo financeiro, de legalidade, de economia, de eficiência e de eficácia
dos gastos públicos;
• Proporciona informação útil para efeitos de tomada de decisões de gestão.”
Segundo Rodrigues (2017), jurista da OCC, esta figura nasceu da necessidade de
legitimação da importância que o contabilista público tem na qualidade de informação e
transparência para a tomada de decisões, por parte dos gestores públicos, para uso de
dinheiro público para satisfação de necessidades públicas. O contribuinte tem o direito à
compreensão da utilidade do dinheiro que é subtraído ao seu património através do
pagamento de impostos. Por isso, o papel do contabilista público nasce da necessidade de
transparência das demonstrações orçamentais e financeiras.
19
Para Domingues Azevedo (2015), bastonário entre 2009 e 2016 da OCC, existirá
credibilidade na economia através da plena aplicação das políticas contabilísticas, assim as
contas do país serão rigorosas e credíveis, possibilitando a consolidação de contas. Para tal,
os Contabilistas Públicos serão o garante da aplicação do SNC-AP no seu pleno e estes serão
acompanhados com formação e acompanhamento para assegurar a transparência e rigor das
contas públicas.
Rodrigues (2017) defende a mudança para o SNC-AP como fundamental para defesa
dos contribuintes. Contudo, a implementação só será bem sucedida se feita por profissionais
competentes, sendo necessário fornecer às Administrações Públicas “Contabilistas Públicos
Certificados com um código deontológico e controlo de qualidade para quem respondam
pelo não cumprimento das normas, só assim haverá mudança efetiva”. Ou seja, não vale a
pena haver sistemas e processos fortes se a informação financeira é deficiente devido à falta
de conhecimento em Contabilidade Pública, se tal acontecer os sistemas contabilísticos não
funcionarão corretamente e as normas não serão implementadas. As IPSAS são normas
aceites internacionalmente e estas são estruturadas de forma a que possam ser adaptadas às
administrações públicas. Quando aplicadas de forma apropriada, existe informação de
qualidade para os políticos e investidores. Se houver adoção e implementação consistente
das IPSAS, os benefícios das mesmas serão alcançados. No entanto, a adoção,
implementação e uso das normas robustas requerem profissionais de contabilidade com
competência e experiência. As administrações públicas devem selecionar contabilistas
cientes das necessidades do setor público, com experiência e especialização (Ball e
Pflugrath, 2012).
Um profissional de Contabilidade, para além de especializado em Contabilidade,
também deve possuir conhecimentos mais abrangentes, pois assim a profissão o exige,
porque está ligada a outras áreas como as finanças, economia, tecnologias de informação,
marketing, auditoria, fiscalidade, entre outras, sendo que a formação dos Contabilistas
também abrange áreas multidisciplinares (Vicente, 2013).
Para além das finalidades que o Contabilista Público deve cumprir, também são
exigidas competências ao nível de trabalho em equipa, de comunicação, capacidade de
raciocínio logico e estratégico, bem como capacidade para interpretar a informação e
capacidade de se adaptar a evolução da tecnologia. Assim sendo, as instituições de ensino
20
superior em Contabilidade têm que preparar os seus alunos com metodologias pedagógicas
que lhes permitam desenvolver estas mesmas capacidades e competências (Maia, 2017).
Devido às necessidades dos utilizadores da informação, a revolução das tecnologias de
informação, desenvolvimento de instrumentos financeiros inovadores e complexos e a
globalização, os sistemas contabilísticos têm que se adaptar e, por consequência, os
profissionais de Contabilidade (Schmutte, 1998). A constante alteração social, cultural e
política modifica a informação contabilística pretendida pelos utilizadores da mesma (Maia,
2017).
Domingos (2017) defende que o Contabilista nos dias atuais é um profissional
altamente especializado, com conhecimento em diversas disciplinas, nomeadamente
Fiscalidade e Contabilidade, o que faz dele o principal conselheiro do empresário pois é o
contabilista que determina o valor patrimonial da empresa, a sua atividade não é mais o ato
de debitar e creditar ou o preenchimento de declarações fiscais.
Segundo Domingos (2017), o AICPA contempla um modelo de competências-chave
que os profissionais de contabilidade devem possuir. De acordo com Bolt-Lee e Foster
(2003), as recomendações para este modelo surgiram depois de questionados mais de três
mil profissionais:
Competências Funcionais: são competências técnicas, ou seja, competências que
corresponderão ao valor criado pelo profissional de contabilidade.
• Modelagem de decisão
• Análise de risco
• Mensuração
• Relatórios
• Pesquisa
• Promover a tecnologia para desenvolver e melhorar as competências funcionais
Competências Pessoais: estão relacionais com atitudes e comportamentos.
Desenvolver competências pessoais irá reforçar a forma como os profissionais se relacionam
e facilitar a aprendizagem individual e melhora continua.
• Comportamento profissional
• Resolução de problemas e tomada de decisão
• Interação
21
• Liderança
• Comunicação
• Gestão de projetos
• Promover a tecnologia para progredir e reforçar competências pessoais
Competências relacionadas com os negócios: estas competências estão relacionadas
com o ambiente em que os profissionais de contabilidade executam o seu trabalho. Devem
ter em consideração e compreensão o ambiente interno e externo das entidades.
• Pensamento crítico/estratégico
• Perspetiva internacional/global
• Gestão de recursos
• Perspetiva legal/regulamentar
• Marketing
• Promover a tecnologia para desenvolver as competências relacionadas com os
negócios
Deal et al. (2015) defendem que o Contabilista Público deve possuir as seguintes
competências:
Competências analíticas – capacidade de analisar e interpretar as demonstrações
financeiras dos governos locais e centrais;
Competências técnicas – preparação de demonstrações financeiras, orçamentação e
auditoria das demonstrações financeiras;
Competências core – pensamento crítico, competências de análise financeira e
comunicação oral e escrita eficaz.
O SNC-AP, baseado nas IPSAS, “exige conhecimentos profundos e estruturais de
contabilidade e, consequentemente, para a obtenção dos resultados pretendidos, só
profissionais devidamente habilitados e permanentemente atualizados, constituem garantia
mínima dos pressupostos para uma mudança qualitativa de enorme relevância para a vida
pública portuguesa” (Memorando sobre a implementação do SNC-AP, 2015).
22
Com a reforma do POCP para o SNC-AP é preciso haver formação para os
contabilistas nas várias matérias de Contabilidade Pública, tal como previsto no diploma que
aprova o SNC-AP, para que possam, posteriormente, ser responsáveis pela contabilidade das
Administrações Públicas.
O Memorando sobre a implementação do SNC-AP (2015) propôs formação em
contabilidade pública, artigo 8º, que visava os seguintes destinatários:
a) Os atuais responsáveis pela contabilidade pública que têm como intenção
seguir a carreira de contabilista especialista em contabilidade pública;
b) Os Contabilistas Certificados que são responsáveis pela contabilidade de
organismos de pequena dimensão e que não se justifica terem um técnico
superior e tempo inteiro;
c) Qualquer Contabilista Certificado que deseje ter esta formação.
Ainda no mesmo artigo, é feita uma proposta de formação cuja estrutura é
apresentada na seguinte tabela:
Tabela 2 - Estrutura da formação para o Contabilista Público
Módulo 1: Estrutura e Organização das Administrações Públicas
- Organização das administrações públicas
- Competências das autarquias locais
Módulo 2: Finanças Públicas
- Compreensão das finanças públicas
- Os objetivos da política orçamental
- As leis de enquadramento financeiro do Estado e Segurança Social, da administração
local e da administração regional
- Os mecanismos de supervisão europeia (semestre europeu)
- As fases do processo orçamental
- O quadro orçamental de médio prazo
- A orçamentação por desempenho
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- A dívida pública
Módulo 3: Sistema de Contabilidade Pública
- Introdução ao SNC-AP
- Contabilidade Orçamental
- Contabilidade Financeira
- Contabilidade de Gestão
Módulo 4: Contratação Pública
- Legislação de enquadramento
- Âmbito de aplicação do Código dos Contratos Públicos
- Tipos de procedimentos pré-contratuais
- Tramitação dos procedimentos concursais
- Leilão eletrónico
- Acordos-quadro
- Plataformas eletrónicas
- Garantias dos interessados
Módulo 5: Contabilidade Nacional
- Os agregados macroeconómicos fundamentais
- Os setores institucionais
- O Sistema Europeu de Contas
- As regras comunitárias sobre défice e dívida
- O INE – Instituto Nacional de Estatística
- A relação entre o SNC-AP e as contas nacionais (objetivos; entidade de relato; critérios
de reconhecimento; diferenças na mensuração; revalorizações)
Módulo 6: Auditoria e Controlo Interno
- As características de um sistema de controlo interno no sector público
- A função de auditoria interna no sector público
- O processo e os objetivos de uma auditoria financeira externa a entidades públicas
- Distinguir os conceitos de controlo financeiro e de controlo orçamental
24
- Compreender os diferentes tipos de controlo orçamental existentes
- Conhecer as competências do Tribunal de Contas sobre o controlo financeiro e
orçamental e bem assim o regime da responsabilidade por infrações financeiras
- Saber quais os mecanismos de supervisão do poder legislativo sobre o poder executivo
Fonte: Memorando sobre a implementação do SNC-AP (2015).
Assim, é necessário que as Administrações Públicas tenham Contabilistas Públicos
certificados e competentes, com um Código Deontológico por trás e controlo de qualidade
(Rodrigues, 2016).
No Estatuto e no Código Deontológico dos Contabilistas Certificados, aprovado pela
Lei n.º 139/2015, de 7 de setembro, encontram-se regulamentados os direitos e deveres dos
contabilistas certificados, onde também se encontra uma mensagem da Bastonária, Filomena
Moreira, que redige: “a consulta frequente do Estatuto e Código Deontológico que regulam
a profissão é fundamental para podermos, em cada dia, exercer a profissão com dignidade,
segurança e elevados padrões éticos”.
Apesar da regulamentação ser importante, não é suficiente para alcançar o objetivo
de qualidade nos serviços de contabilidade. Nenhuma regulamentação pode ser
verdadeiramente eficaz se não for acompanhada por comportamento ético. É o
comportamento ético do profissional de Contabilidade que garante um bom serviço e de
qualidade. A educação e o treino dos valores, através do uso da experiência e julgamento
profissional, são essenciais na promoção do comportamento ético. A qualidade do serviço
de um contabilista é função das normas profissionais, incluindo as normas éticas,
competências pessoais e valores (IFAC, 2011).
Apesar de ainda não haver regulamentação para os profissionais que irão exercer a
sua profissão como contabilistas públicos, seria imperioso regulamentar situações
específicas desta mesma.
25
3.2. Formação do Contabilista Público a nível nacional e internacional
Tanto a nível nacional como a nível internacional, têm-se denotado a importância
que a educação dá ao conceito competência, a formação tem de ter em conta a permanente
mudança que se verifica na sociedade. Desta forma, o ensino pretende desenvolver a
capacidade de o aluno aplicar o seu conhecimento em diferentes contextos, deixando assim
a tradicional reprodução do conhecimento, de memorização de saberes e tarefas. Neste
contexto, além dos aspetos técnicos, as Instituições de Ensino Superior (IES) devem também
transmitir competências científicas, sistémicas e relacionais, de forma que os profissionais
sejam dinâmicos e adaptáveis consoante o mercado de trabalho (Domingos, 2017).
O ensino superior é, assim, essencial para a produção e disseminação do
conhecimento e integração dos alunos na investigação científica, sendo duas áreas
complementares.
O ensino superior português está divido em ensino universitário e em ensino
politécnico. O ensino universitário é vocacionado para a investigação científica, conteúdo
teórico, tem um carácter mais vasto e conceptual e o ensino politécnico para a investigação
com natureza mais profissional, aplicação do saber, sendo que em ambos existe instituições
privadas e públicas (Romão, 2004).
Carr, Chua e Perere (2006) afirmam que os problemas no ensino da Contabilidade
devem-se a dois motivos: à atenção inadequada das necessidades na formulação dos cursos
e na visão reduzida no que diz respeito à abordagem das partes interessadas relativamente às
questões da educação.
No ramo da Contabilidade existem dois normativos: um para a Contabilidade do setor
privado e outro para a Contabilidade do setor público, SNC e SNC-AP, respetivamente. Em
Portugal, não existe a diferenciação na denominação para os contabilistas destas duas áreas.
Por exemplo, nos Estados Unidos da América existe o termo Contabilista e Certified
Public Accountant (CPA). O American Institute of Certified Public Accountants (AICPA)
atribui o título de CPA àqueles que sejam aprovados no Uniform Certified Public Accountant
Examination e tenham a necessária formação académica e experiência. O CPA é considerado
um conselheiro financeiro, cuja finalidade é ajudar indivíduos e entidades no planeamento
de objetivos bem como na sua concretização (AICPA, 2018)
26
É de realçar os CPA são contabilistas, mas nem todos os contabilistas são CPA. Para
ser CPA é necessária formação adicional. Segundo Institute of Public Accountants (2016)
citado por Domingos (2017) “um CPA é um Contabilista Público independente, cujas
principais funções incluem auditoria de relatos financeiros e o planeamento de sistemas
contabilísticos e financeiros, assistindo às funções da Contabilidade de Gestão, prestando
serviços de consultoria de gestão e de preparação de impostos. Os CPA também podem
prestar serviços a qualquer organização do setor privado, ou seja, prestando serviços
diretamente ao público ou funcionários de qualquer organização privada, os CPA podem
trabalhar em praticamente qualquer área financeira. Reconhece-se através desta expressão
um profissional altamente qualificado de elevada qualidade, respeitável no setor ou indústria
a que está dedicado.”
Analisado o 1º artigo do capítulo I do DL 1/72 de 3 de janeiro, ao Revisor Oficial de
Contas (ROC) cabem as funções de “revisão da contabilidade de empresas comerciais ou de
quaisquer outras entidades, o exercício das funções de membro de conselho fiscal ou de
fiscal único e a prestação de serviços de consulta compreendidos no âmbito da sua
especialidade”. Pode-se verificar que o termo anglo-saxónico CPA é o que em Portugal
corresponde ao ROC (Domingos, 2017).
Em Espanha existe a Comisión de Contabilidad y Administración del Sector Público
dentro da Asociación Española de Contabilidad y Administración de Empresas (AECA),
que é responsável pela emissão de normas e princípios contabilísticos. A Comisión de
Contabilidad y Administración del Sector Público tem como objetivo partilhar experiência
e conhecimento de forma haver progresso e melhoria. Contudo não existe a figura do
Contabilista Público, à semelhança de Portugal, apenas existem os Expertos Contables
(AECA, 2018).
Na Irlanda existe também a figura CPA. Para se tornar um CPA neste país, segundo
o Institute of Certified Public Accountants in Ireland (2018) existem quatro etapas de
exames: Formação 1 e 2 e Profissional 1 e 2. Os estudantes devem completar três anos de
estágio para se candidatarem a CPA. Os membros do CPA que desejam se envolver em
prática pública devem possuir um certificado, que requer a conclusão do Practice
Orientation Course e exame, e dois anos de experiência na área pretendida após a admissão
à associação.
27
Em França existe apenas a figura Experts-Comptables instituída (Ordre des Experts-
Comptables, 2018). Contudo, no artigo 13º do decreto lei 2012-1246 de 7 de novembro de
2012, pode-se ler que:
“Contabilistas públicos são agentes de direito público que, nas condições definidas
por este decreto, têm a responsabilidade exclusiva de lidar com os fundos e manter as contas
de pessoas jurídicas. Sujeitos às regras específicas de determinadas pessoas colectivas, os
contabilistas públicos são nomeados pelo Ministro responsável pelo orçamento.”
À semelhança de França e Portugal, o mesmo acontece na Bélgica. Existe apenas
instituída a figura Experts-Comptables e que permite exercer a atividade nas entidades
públicas e privadas (Ordre des Experts-Comptables et Comptables Brevetés de Belgique,
2018).
3.3. Estudos sobre a figura do Contabilista Público
Para que seja possível que as contas públicas espelhem com rigor, integridade,
transparência o emprego do dinheiro público e que haja uma correta previsão correta
orçamental, com dados rigorosos e detalhados, é preciso que os “produtores” dessa
informação sejam qualificados e com formação. Nesse sentido, Antão, Cravo e Carvalho
(2006) questionaram se os Técnicos Oficiais de Contabilidade (atuais Contabilistas
Certificados) têm conhecimentos para exercer a profissão numa entidade pública e se haveria
necessidade de criar um colégio de especialidade em Contabilidade Pública. Quando
analisaram o plano de estudos das IES, verificaram que as unidades curriculares se centram
com temáticas que dizem respeito à informação financeira empresarial e não numa ótica de
Contabilidade. Com a análise feita aos enunciados para acesso à Ordem dos Contabilistas
Certificados, confirmaram que em nenhum exame é abordado qualquer matéria de
Contabilidade Pública.
Tal como foi verificado nos capítulos anterior, para executar a contabilidade no setor
público, para além de conhecimento na área da contabilidade financeira empresarial, também
é necessário conhecimento de finanças e gestão pública. Contudo, os autores
supramencionados também defendem que tal pode ser suprimido com experiência da
profissão em entidades públicas, bem com formações em Contabilidade Pública e com
unidades curriculares em cursos nas IES.
28
Com o objetivo de saber qual o nível de formação em Contabilidade Pública e o
interesse pelo tema, Antão, Cravo e Carvalho (2006) realizaram um inquérito aos membros
da OCC, que exerciam atividade profissional nas Administrações Centrais e Locais, numa
formação da Ordem dos Contabilistas em 2005. Quanto ao conhecimento adequado em
Contabilidade Pública para exercício de profissão numa entidade sujeita ao normativo do
setor público, os resultados demonstram que uma pequena fração demonstra boa formação
em Contabilidade Pública derivada da experiência e participação em ações de formação.
Também se verificou um elevado interesse em aprofundar os conhecimentos na área e
solicitação de realização de mais formação. Em relação à necessidade de criação de um
colégio de especialidade em Contabilidade Pública, os resultados são negativos porque o
setor público cada vez usa mais instrumentos de gestão do setor privado na otimização de
recursos.
Brandalise, Fella e Zamin (2009) também realizaram um estudo, através de
inquéritos, onde questionaram os contabilistas e administradores das entidades públicas. Os
administradores demonstraram que consideram a informação contabilística muito
importante para tomada de decisão e que consideram essa informação essencial e
transparente. Também demonstraram, em maioria, que consideram os contabilistas
importantes pois possuem visão do conjunto, o que auxilia no processo de gestão, e que
possuem espírito de liderança. Em relação aos inquéritos feitos aos Contabilistas, os
resultados denotaram a insatisfação por parte dos contabilistas no que diz respeito à
qualificação, criticando a ausência de formação e orientação para estes profissionais.
Alves (2016), com o objetivo de conhecer o contexto atual dos Contabilistas
Certificados e quais as necessidades sentidas pelos mesmos no exercício da profissão,
realizou questionários e entrevistas a sete contabilistas no exercício da sua atividade em
entidades públicas de natureza diversa. Nas entrevistas, os resultados demonstram que
consideram a informação contabilística importante para a tomada de decisão a nível da
Divisão de Gestão Financeira, Departamento de Administração, Finanças, Recursos
Humanos e Executivo, sendo a maioria considera que os responsáveis pela preparação e
análise de informação financeira não estão preparados para a entrada em vigor do SNC-AP.
Além disso, a autora conclui que seria de relevância as entidades públicas possuírem um
Contabilista Público Certificado. Nos questionários, consideram que as maiores dificuldades
que o Contabilista sente no setor público diz respeito ao cumprimento das leis e normas
contabilísticas bem como ao acompanhamento das frequentes alterações de legislação.
29
Quanto às formas de obter qualificação, a grande maioria defende a promoção de formações,
ficando à frente da melhor preparação académica e certificação profissional pela Ordem.
Em relação às competências alargadas que o Contabilista Público deve possuir,
consideram importante o acompanhamento dos ativos da entidade, o conhecimento das
IPSAS/SNC-AP e conhecimento dos procedimentos do controlo interno e sua aplicação.
Quanto às competências técnicas, salienta-se a o desempenho da gestão, orçamentação e
conhecimento do endividamento e serviço de dívida. Por fim, as competências que
consideram essenciais são: organizar uma situação não estruturada, comunicação escrita
eficaz e análise financeira. Alves (2016) conclui assim que há necessidade manifesta de
formação específica.
Carvalho e Gomes (2017) fazem um estudo para responder às seguintes questões:
• “O que se investiga e ensina atualmente em Contabilidade e, em particular, em
Contabilidade Pública?”; e
• “Qual o papel das IES e da OCC na investigação, no ensino e na profissão de
contabilista?”.
Para tal recolheram informação sobre a oferta formativa de cursos de licenciatura,
mestrado e doutoramento, bem como a publicação de artigos na área de Contabilidade
Pública em revistas portuguesas e, por fim, formação da OCC e organização de congressos.
Ou seja, os politécnicos e as universidades dedicam-se a dar formação de média e longa
duração, com obtenção de grau académico. Já a OCC procura promover formação de curta
duração e esclarecimento de dúvidas. Pode concluir que a oferta formativa em Contabilidade
é bastante significativa, em particular nos politécnicos públicos. Também verificaram que
há um crescimento em investigação nesta área da contabilidade pública, tal como tem
acontecido nos países mais desenvolvidos (Carvalho e Gomes, 2017).
Carvalho e Gomes (2017) ainda salientam que professores investem na investigação
e publicação, devido a valorização curricular, e os Contabilistas procuram antes as
formações, congressos e a leitura de revistas.
“É notório o aumento do número de cursos e de investigação em contabilidade
oferecidos pelas IES, bem como o aumento de participações de contabilistas certificados em
congressos da OCC. Esta realidade evidencia um incremento de engagement profissional
30
medido por esta maior aproximação entre a academia e a profissão que, quer a IES quer a
OCC devem continuar a promover” (Carvalho e Gomes, 2017).
Contudo, os autores também referem aspetos a melhorar, como a extensão das
publicações a outros autores, pois as mesmas dizem respeito, em sua maioria, aos professores
do ensino superior e ainda existe a dúvida de o contabilista público deve ser membro da
OCC.
Em suma:
Com o finalizar do Capítulo 3 pode-se concluir que com a entrada em vigor do DL
nº 192/2015, nasce a obrigação da Contabilidade Pública ser executada por um Contabilista
Público. A função de Contabilista Público será assumida pelo “dirigente intermédio
responsável pela contabilidade”, sendo que o mesmo, para além de possuir conhecimento
em Contabilidade e demais áreas multidisciplinares, também deve competências ao nível de
trabalho em equipa, de comunicação, capacidade de raciocínio logico e estratégico;
O ensino pretende desenvolver a capacidade de o aluno aplicar o seu conhecimento
em diferentes contextos, deixando assim a tradicional reprodução do conhecimento e
memorização de saberes e tarefas e a Contabilidade Pública é uma área em crescente
investigação.
31
4. Método de Investigação
Com a revisão da literatura foi possível enquadrar e perceber a necessidade da
reforma na contabilidade para o Setor Público, tanto a nível internacional como em Portugal,
sendo objetivo chegar ao papel que o Contabilista Público terá nesta adaptação para o SNC-
AP. Com a recolha de dados, pretende-se perceber se os estudantes de contabilidade estão a
ser preparados nas instituições superiores para no futuro serem Contabilistas Públicos.
Neste capítulo será abordada a metodologia que será usada para a recolha e
tratamento dos dados, de forma a responder às questões de investigação.
4.1. Enquadramento do estudo e objetivo da investigação
Quando se propõe fazer uma investigação, a mesma tem como objetivo solucionar
problemas e alargar o conhecimento já existente (Bell, 1997). Por isso, o método de
investigação é fundamental para a investigação, pois a eficácia da pesquisa vai depender do
método de investigação (Ryan et al., 2002). Nesse sentido, Vieira e Major (2009) defendem
que o método de investigação se torna eficaz se tiver em consideração a natureza do objeto
a que será aplicado e o fim a que se tem em vista.
Através da revisão de literatura, realizada nos capítulos anteriores, pode constatar-se
que se tem dado a adoção de um novo sistema contabilístico para as entidades públicas,
através da adaptação das IPSAS. No caso particular de Portugal, a adoção do SNC-AP tem-
se dado com muitos atrasos e, como verificado através de estudos casos, o Contabilista não
se encontra preparado para exercer funções nas entidades públicas, sendo que suprimem
essas lacunas através de formações na área, muitas vezes promovidas pela OCC.
Como se trata se um tema atual, ainda não existe grande número de estudos empíricos
sobre a figura do Contabilista Público, daí torna-se importante perceber se os alunos do
ensino superior estão a ser preparados para mais tarde exercer a função de contabilista em
entidades públicas. Nesse sentido, o estudo descritivo passará por entender se as
licenciaturas, pós-graduações e mestrados em Contabilidade, possuem unidades curriculares
no âmbito da Contabilidade Pública e se as instituições de ensino superior estão a preparar
32
os alunos para exercerem à atividade de Contabilista Certificado nas entidades públicas.
Estando já os objetivos definidos, é essencial definir as questões de investigação, para que
os mesmos sejam cumpridos. Depois da revisão de literatura, as questões de investigação
devem ser formadas de forma clara para que o plano seja executável.
Pode-se, então, formular duas questões de investigação:
1. Qual a oferta formativa em Contabilidade Pública nas licenciaturas, pós-graduações
e nos mestrados?
2. Estão as instituições de ensino superior a preparar os alunos para exercerem funções
de Contabilista Certificado nas entidades públicas?
4.2. Recolha de informação
Antes de se proceder à recolha de informação pertinente, existem aspetos a ter em
atenção (Yin, 2009):
➢ Revisão de literatura: selecionar informação pertinente da área de estudo que se
aplique ao estudo que se planeia realizar;
➢ Qualidade do estudo: as questões de investigação devem ser claras e relevantes. O
investigador deve ser imparcial em relação a teorias já formalizadas se as mesmas
não se verificarem na recolha de informação.
Segundo Vieira et al. (2009), a qualidade de um estudo está relacionada com a
capacidade do investigador conseguir expressar-se de forma cuidada na sua escrita. A
revisão de literatura deve ser relevante e atual e deve servir de suporte teórico e a comparação
com outros casos são formas essenciais para tornar um caso plausível.
Como o objetivo é de apurar se os cursos de Contabilidade, no ensino superior,
possuem unidades curriculares em Contabilidade Pública nos seus planos de estudos, o
presente estudo é sobretudo descritivo e exploratório e baseia-se em dados qualitativos e
quantitativos.
Segundo Raupp e Beuren (2006), o método a utilizar no estudo será determinado pelo
objetivo do mesmo. Os estudos podem recorrer a pesquisa exploratória, descritiva ou
explicativa. Um estudo com pesquisa exploratória ocorre quando há pouco conhecimento
33
sobre a temática e pretende-se conhecer com maior profundidade o assunto de forma a torná-
lo mais claro ou facilitar a delimitação do tema, formular hipóteses ou descobrir um novo
foco sobre a temática. Por isso, para que um estudo exploratório seja assim caracterizado na
Contabilidade, o mesmo deve focar-se em algo que deve ser esclarecido ou explorado. Um
estudo para ser considerado descritivo a pesquisa tem que ter como objetivo descrever
características de uma determinada população ou estabelecer relação entre variáveis. Uma
característica que define o estudo descritivo é a utilização de técnicas padronizadas na
recolha de informação. O estudo descritivo situa-se no meio do estudo exploratório e do
explicativo, isto é, não é tão introdutório como o exploratório, nem tão aprofundado como o
explicativo. Descrever consistirá em identificar, relatar e comparar. A pesquisa descritiva
terá como objetivo observar os factos, registar, analisar, classificar e interpretar sem que haja
manipulação. Com os resultados os resultados obtidos, pretende-se informar sobre situações,
factos ou comportamentos da população analisada. O estudo descritivo implica ainda a
delimitação de técnicas, modelos e teorias que servirão de base para a recolha de dados e
interpretação de dados para conferir validade científica à pesquisa. A polução e a amostra
também devem ser delimitadas, bem como os objetivos, variáveis, hipóteses e questões de
pesquisa. Gil (2008) relata a pesquisa descritiva como aquela que tem como objetivo
primeiro a descrição de características de uma determinada população ou criação de relação
entre variáveis e são utilizadas técnicas de recolha de dados padronizadas. Ainda segundo
Raupp e Beuren (2006), o estudo explicativo tem como princípio identificar os fatores que
determinam ou contribuem para que certos fenómenos ocorram. Para além de registar,
analisar, classificar e interpretar os fenómenos ocorridos, é objetivo encontrar os fatores
determinantes, ou seja, procurar a razão e o porquê para aprofundar o conhecimento.
Por isso, o método de investigação caracteriza-se como sendo um estudo descritivo,
uma vez que:
• Para responder à questão 1:
Haverá o levantamento junto da Direção Geral de Ensino Superior (DGES) de todas
as instituições de ensino superior que possuem licenciaturas e mestrados em Contabilidade,
e, posteriormente, junto das páginas website de cada instituição do seu plano de estudos para
verificar se têm unidades curriculares onde se lecionam contabilidade pública.
34
• Para responder à questão 2:
Pretende-se recorrer à consulta de peritos. Foi definido, para o efeito, um painel de
peritos de modo a ser representativo do domínio em questão e competente para poder
responder às questões de investigação, “sendo normalmente, visto como um mecanismo para
sintetizar a informação proveniente de uma série diversa de fontes, apresentando um
conjunto de pontos de vista no sentido de chegar a conclusões generalizadas. O painel pode
ser visto como um instrumento de avaliação na medida em que existe um procedimento
estandardizado e reproduzível, orientando a sua constituição e conduzindo aos respetivos
resultados” (Manual Técnico II: Métodos e Técnicas Instrumentos de Enquadramento das
Conclusões da Avaliação: Painéis de Peritos, 2013). Na constituição do painel segue-se a
indicação de Jones e Hunter (1995), que defendem que a inclusão de um qualquer indivíduo
deverá obedecer a um critério que de algum modo, no assunto sob análise, possa justificar a
sua condição de perito. Será efetuado um questionário com o intuito de recolher as opiniões
e os membros do painel serão especialistas do domínio em estudo, especialistas qualificados
que tem conhecimento profundo das questões em análise (Vidigal, 2010). A sua constituição
é determinante na qualidade final da investigação.
O Manual Técnico II: Métodos e Técnicas Instrumentos de Enquadramento das
Conclusões da Avaliação: Painéis de Peritos (2013) aponta pontos fortes: instrumento
altamente flexível que pode ser aplicado para produzir uma conclusão sintética, as suas
conclusões gozam de elevado grau de credibilidade quando se trata de um grupo de peritos
reconhecidos; bem como limitações: “os peritos têm de possuir larga experiência na área, e,
como tal, existe o risco de enviesamento e de relutância em criticar a relevância dos objetivos
ou em focar quaisquer efeitos indesejáveis”.
Para recolher a opinião dos peritos foi enviado uma carta3 (via correio eletrónico) a
fazer o convite para integrar o painel de peritos, explicando a razão da sua inclusão no painel,
o estudo que se pretende fazer e os seus objetivos. Para além da carta, também foi enviado
um quadro síntese com todos os peritos selecionados4 e o questionário5. O questionário é
constituído por cinco questões. Na primeira questão são apresentadas algumas competências
associadas ao profissional de contabilidade e é pedido para identificar 5 competências mais
importantes para o “Contabilista Certificado” e para o “Contabilista Público Certificado”.
3 Ver apêndice 3. 4 Ver apêndice 5. 5 Ver apêndice 4.
35
Na segunda questão, é apresentada uma tabela onde constam os argumentos favoráveis à
criação do novo perfil profissional do Contabilista Certificado Público e é pedido o nível de
concordância com cada um desses argumentos. Na terceira questão, interroga-se se as
instituições de ensino superior estão a preparar os alunos para exercerem funções de
Contabilistas nas entidades públicas ou existe necessidade de formação específica
(académica, de nível superior). Na quarta questão, são inquiridas quais as competências
diferenciadoras que um “Contabilista Certificado Pública” deve possuir. E, na última
questão, cinco, é questionado se defende a criação do perfil Contabilista Público Certificado.
A carta, a lista de peritos e o questionário foram enviados via correio eletrónico nos
dias 8 e 9 de setembro. Como não foram obtidas respostas, no dia 27 de setembro foram
realizadas chamadas telefónicas, para os contactos mencionados na lista de peritos, para
verificação de receção dos mesmos. As anotações dos telefonemas encontram-se na Tabela
3.
Tabela 3 - Contacto com os peritos
Perito Contacto telefónico 27/09
Paula Franco 09/09 – Email marcado
como lido
Reencaminho do email para o email
pessoal.
Vanuza Rodrigues 10/09 – Email marcado
como lido
Encontra-se de baixa.
João Costa Carvalho Dificilmente irá responder por motivos
pessoais.
Verónica Ribeiro 27/09 – Email marcado
como lido
Cederam o email pessoal, para o qual
foi reencaminhado o email.
Fernando Magalhães 10/09 – Email marcado
como lido
Deram informação que já tinha
reencaminhado o email para o endereço
de email pessoal e tinha sido entregue.
Elisabete
Simões Vieira
Deram informação que já tinha
reencaminhado o email para o endereço
de email pessoal e tinha sido entregue.
36
Orlando Costa
Gomes6
Não atenderam.
Pedro Miguel Lopes
Nunes da Costa
10/09 – Email marcado
como lido
Deram informação que já tinha
reencaminhado o email para o endereço
de email pessoal e tinha sido entregue.
Maria João Tinoco
Varanda Pereira
Deram informação que já tinha
reencaminhado o email para o endereço
de email pessoal e tinha sido entregue.
Ana Rita Garcia 11/09 – Email marcado
como lido
Deram informação que já tinha
reencaminhado o email para o endereço
de email pessoal e tinha sido entregue.
Clara Silveira Deram informação que já tinha
reencaminhado o email para o endereço
de email pessoal e tinha sido entregue.
Carlos Alexandre
Bento Capela
10/09 - Email marcado
como lido
Deram informação que já tinha
reencaminhado o email para o endereço
de email pessoal e tinha sido entregue.
Vítor Costa Deram informação que o endereço de
email que consta na lista de peritos é o
endereço de email pessoal.
Boguslawa Sardinha Deram informação que já tinha
reencaminhado o email para o email
pessoal e tinha sido entregue.
Francisco Carvalho 10/09 – Email marcado
como lido
Deram informação que já tinha
reencaminhado o email para o endereço
de email pessoal e tinha sido entregue.
João Paulo da Torre
Vieito
10/09 – Email marcado
como lido
Deram informação que o endereço de
email que consta na lista de peritos é o
endereço de email pessoal.
6 Presidente do ISCAL remeteu o questionário para a professora do ISCAL Doutora Paula Gomes dos Santos.
37
Isabel Cristina
Pereira Vieira
Deram informação que o endereço de
email que consta na lista de peritos é o
endereço de email pessoal.
Lúcia Lima
Rodrigues
09/09 – Email marcado
como lido
Deram informação que o endereço de
email que consta na lista de peritos é o
endereço de email pessoal.
Carlos Baptista da
Costa7
Paulo Jorge Seabra
Anjos
Indicaram que o endereço de email
indicado é o email pessoal.
Filomena Abreu
Lima Moreira
09/09 – Email marcado
como lido
Reencaminharam o email para o
endereço de email pessoal.
João Filipe
Gonçalves Pinto
10/09 – Email marcado
como lido
Forneceram um novo email.
José Tavares8 Contacto telefónico
10/09/18: Devido a ser
uma instituição de
colégio, só emite
relatórios, não pode dar
opinião pessoal
António Menezes
Sónia Ramalhinho 27/09 – Email marcado
como lido
Indicaram um novo email.
Fonte: Elaboração própria.
7 Resposta ao email: “Desde 2010 que cessei a minha atividade profissional quer como ROC quer como
professor do ISCAL. Além disso nunca estive envolvido em temas relacionados com a Contabilidade Pública.
Por estes motivos não me sinto em condições de responder ao seu questionário.”.
8 O perito José Tavares remeteu o questionário para ex-auditor coordenador do Tribunal de Contas, Dr. António
de Sousa Menezes.
38
4.3. Caracterização da amostra
O Sistema de Ensino Superior integra universidades e institutos politécnicos,
públicos e privados, com estruturas de organização e dimensão diversificadas e de diferente
natureza jurídica (Pinho, 2014). De acordo com informação disponibilizada na Direção-
Geral de Estatísticas da Educação e Ciência9 para o ano 2016/2017, em Portugal existe um
total de 286 estabelecimentos, sendo que 121 são universitários, dos quais 79 públicos e 42
privados, e 165 politécnicos, dos quais 101 públicos e 64 privados. Atualmente, e no
seguimento da implementação do Processo de Bolonha, são três os graus académicos de
ensino superior oferecidos pelas IES em Portugal: licenciatura, mestrado e doutoramento.
As universidades podem oferecer mestrados integrados, ciclos de estudos com pelo menos
300 ECTS que integram, num único ciclo de estudos, o 1º e o 2º ciclos.
Para que seja possível responder à questão 1, procedeu-se à recolha de todos as
licenciaturas e mestrados em Contabilidade, junto da DGES. Depois, junto das páginas
online de cada instituição, foi recolhida informação se os planos de estudo ofereciam
formação em Contabilidade Pública, bem como se as unidades curriculares em
Contabilidade Pública eram opcionais ou obrigatórias, quantos créditos valiam, bem como,
sempre que possível, quantas horas de contacto são estipuladas, bem como as horas de
trabalho. Apesar de as pós-graduações não conferirem grau, também foi verificado se
existem pós-graduações em Contabilidade Pública e quais os aspetos possuem em comum.
Para a questão 2 será constituída uma lista de 25 peritos cujos cargos são os seguintes:
• Diretores de Instituições de Ensino Superior
• Presidente e vice-presidente da OCC (também foi selecionada uma jurista da
OCC)
• Presidente do Colégio da Especialidade de Contabilidade Pública da OCC
• Conselho técnico da Associação Portuguesa de Contabilistas
• Coordenadora do Comité de Normalização Contabilística Público
• Presidente da Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade
• Direção-Geral das Autarquias Locais
• Ex-Auditor Coordenador do Tribunal de Contas
9 http://w3.dgeec.mec.pt/dse/eef/indicadores/Indicador_5_13.asp
39
• Diretor Geral do Tribunal de Contas
A abordagem seguida para a constituição do painel teve como objetivo a identificação
de um conjunto de especialistas portugueses associados à tomada de decisão nas alterações
da normalização da contabilidade pública, bem como especialistas que serão afetados por
tais mudanças, como os diretores das Instituições de Ensino Superior que terão de
reestruturar os cursos que lecionam Contabilidade. A decisão pela constituição deste painel
resultou da necessidade de obtenção de opiniões, onde existe diversidade de pontos de vista
das diferentes áreas de exercício.
Em suma:
Com o Capítulo 4. Método de Investigação podemos finalizar que o método de
investigação é sobretudo descritivo e exploratório e baseia-se em dados qualitativos e
quantitativos. A amostra deste estudo serão as licenciaturas, pós-graduações e mestrados em
Contabilidade. Foi recolhida informação sobre todas as licenciaturas e mestrados existentes
na DGES e, posteriormente, se planos de estudo oferecem formação em Contabilidade
Pública junto das páginas online de cada instituição. Bem como um painel de 25 peritos para
recolha de opinião sobre a figura do Contabilista Público.
40
5. Apresentação e discussão dos resultados
Recolhida informação sobre quantas instituições possuem licenciaturas em
Contabilidade no ano letivo 2017/2018, contaram-se 31 instituições. Para o ano letivo
2018/2019, a licenciatura Contabilidade e Auditoria no - Instituto Superior Miguel Torga
não consta na lista de licenciaturas da página web oficial, por isso não será considerada para
as estatísticas. Essa informação foi separa em Politécnicos e Universidades, sendo que dentro
dessa classificação, existiu uma subclassificação em Politécnicos Públicos ou Privados e
Universidades Públicas ou Privadas. Essa informação foi sintetizada através da contagem de
Universidades Públicas, Politécnicos Públicos, Universidades Privadas e Politécnicos
Privados. Como podemos verificar na Tabela 4, os Politécnicos lideram na oferta formativa
em Contabilidade. São os Politécnicos Públicos que lideram, com mais de 50%, na oferta de
licenciaturas em Contabilidade. Nos mestrados também se verifica que é nos Politécnicos
Públicos que existe mais oferta em Contabilidade, seguido das Universidades Públicas. Só
uma Universidade Pública tem oferta em mestrado de Contabilidade, os Politécnicos
Privados não possuem mestrados em Contabilidade.
Tabela 4 - Classificação das Instituições de Ensino Superior
Licenciaturas Mestrados
Tipo de Instituição Número de
Instituições Percentagem
Número de
Instituições Percentagem
Universidades
Públicas 3 9,68% 7 33,33%
Politécnicos Públicos 16 51,61% 13 61,90%
Universidades
Privadas 3 9,68% 1 4,76%
Politécnicos Privados 9 29,03% 0 0,00%
TOTAL 31 100,00% 21 100,00%
Depois de recolhida a informação junto da DGES sobre as Instituições de Ensino
Superior que possuem licenciaturas em Contabilidade e respetiva descriminação por tipo de
licenciatura, junto das páginas web oficiais de cada instituição foi recolhida informação nos
planos curriculares se os mesmos continham unidades curriculares em Contabilidade
Pública.
41
Com os nomes de algumas unidades curriculares, pode-se verificar que ainda não
foram atualizados os seus planos curriculares e sua respetiva nomenclatura nas páginas
oficiais das instituições, tanto nas licenciaturas como nos mestrados, pois algumas unidades
e seus respetivos planos ainda se referem aos planos de contas setoriais, contudo os mesmo
já foram revogados pelo SNC-AP, ao abrigo do DL Lei nº 192/2015 de 11 de setembro. No
entanto, as mesmas unidades curriculares foram consideradas no pressuposto da sua
respetiva atualização para o novo normativo contabilístico.
Como podemos verificar no Gráfico 1, apenas uma minoria das Instituições de
Ensino Superior não possui unidades curriculares em Contabilidade Pública, representando
apenas 3%.
Contabilidade Pública?
3%
Não
Sim
Gráfico 1 - Percentagem de IES que possuem, ou não, Contabilidade Pública nos planos curriculares
de licenciaturas.
Essa pequena minoria, de instituições do ensino superior que não possui
Contabilidade Pública nos planos curriculares, aumenta quando se avança para a análise de
mestrados. A percentagem obtida aumenta para 33% como se pode verificar no Gráfico 2.
97%
42
Contabilidade Pública?
Não
Sim
Gráfico 2 - Percentagem de IES que possuem, ou não, Contabilidade Pública nos planos curriculares
de mestrado.
Depois de verificar se as Instituições de Ensino Superior possuem ou não
Contabilidade Pública, é preciso analisar se é opcional ou obrigatória para completar a
licenciatura em Contabilidade. No Gráfico 3, podemos verificar que 80% das instituições
possuem Contabilidade Pública nos seus planos curriculares como unidade curricular
obrigatória.
Contabilidade Pública: Opcional ou Obrigatória?
Gráfico 3 - Contabilidade Pública como unidade curricular obrigatória ou opcional nas licenciaturas.
Nos mestrados as percentagens mudam completamente, Contabilidade Pública passa
a ser maioritariamente opcional, com uma percentagem de 76% como se pode verificar no
Gráfico 4, enquanto nas licenciaturas a percentagem é de 20%.
33%
67%
Opcional
20%
Obrigatória
80%
43
Contabilidade Pública: Opcional ou Obrigatória?
Gráfico 4 - Contabilidade pública como unidade curricular obrigatória ou opcional no mestrado.
Também é de interesse perceber quantas unidades curriculares os planos de estudo
possuem em Contabilidade Pública. Na Tabela 5 podemos verificar que a maioria das
instituições só possuem uma unidade curricular em Contabilidade Pública, tanto nas
licenciaturas como nos mestrados. Nas situações em que as instituições possuíam duas
unidades no mesmo semestre e mesmo ano, em que as mesmas não fossem obrigatórias,
foram consideradas na mesma como duas, com base no pressuposto que os alunos se podem
inscrever para formação complementar.
Tabela 5 - Número de unidades curriculares em cada instituição.
Nº de unidades curriculares em cada
instituição
Licenciaturas Mestrados
1 Unidade Curricular 22 Instituições 8 Instituições
2 Unidades Curriculares 7 Instituições 4 Instituições
3 Unidades Curriculares 0 Instituições 2 Instituições
4 Unidades Curriculares 1 Instituição 1 Instituições
Algumas instituições também fornecem informação sobre o número de horas de
contacto que são estabelecidas para as unidades curriculares de Contabilidade Pública, sendo
que a média de horas é de 55 horas, arredondadas à unidade. No mestrado, essa média baixa
para 47 horas, tal como podemos verificar na Tabela 6. No cálculo da média não foram tidas
em conta as horas do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Coimbra
porque é uma unidade curricular trimestral.
Obrigatória
24%
Opcional
76%
44
Tabela 6 - Média de horas de contacto estabelecida pelas IES.
Licenciaturas Mestrados
Média de horas de contacto 54,77 46,67
A recolha de créditos concedidos a cada unidade curricular teve como objetivo
estabelecer um intervalo de horas a unidade curricular requere de trabalho. O ECTS User’s
Guide (2015) disponibilizado no site oficial da DGES, estabelece que um crédito implica
entre 25 a 30 horas de trabalho. Tendo essa assunção por base, foram multiplicados os
créditos de cada unidade curricular por 25 e depois por 30 para estabelecer um intervalo de
horas de trabalho. Esse mesmo guia ainda estabelece que os créditos não têm relação com a
importância ou dificuldade da unidade curricular, mas sim com a quantidade de trabalho que
cada unidade curricular exige relativamente ao volume global de trabalho.
Horas de Trabalho
14
12
10
8
6
4
2
0 75 - 90 100 - 120 112,5 - 135 125 - 150 137,5 - 165 150 - 180 175 - 210 200 - 240
Gráfico 5 - Intervalo de horas de trabalho.
Através do Gráfico 5 pode verificar-se que a maioria das instituições estabelece entre
125 horas a 150 horas de trabalho.
Nos mestrados, a tendência de horas de trabalho aumenta para 150 a 180 horas, como
se pode verificar no Gráfico 6.
45
Horas de Trabalho por Instituição
12
10
8
6
4
2
0 50 - 60 75 - 90 100 - 120 125 - 150 150 - 180 187,5 - 225 200 - 240
Gráfico 6 - Intervalo de horas de trabalho.
Pós-graduações em Contabilidade Pública
“Pós-graduação é o nome atribuído a um curso a que se acede depois de uma primeira
graduação, por norma a licenciatura, ministrado em estabelecimento de ensino superior, no
âmbito da sua vocação formativa e projeto educativo, mas não conferindo, em todo o caso,
qualquer grau” (DGES, 2018).
Quando recolhida informação sobre quais as pós-graduações existentes em
Contabilidade Pública, verificou-se que apenas existem cinco:
• Contabilidade Pública - SNC-AP - Universidade Lusófona
• Contabilidade e Gestão Pública - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas
(Universidade de Lisboa) em colaboração com o Instituto Superior de Contabilidade
e Administração de Lisboa
• Contabilidade Pública - Escola Superior de Ciências Empresariais (Instituto
Politécnico de Setúbal)
• Contabilidade Pública - Instituto Superior de Contabilidade e Administração da
Universidade de Aveiro
• Sistema de Normalização Contabilística para Administrações Públicas - Escola
Superior de Gestão (Instituto Politécnico do Cávado e Ave)
46
Destinatários – Todas as pós-graduações, na secção dos destinatários, fazem menção
que as mesmas se destinam a quadros médios, superiores e dirigentes da Administração
Pública, bem como fazem menção aos profissionais que exerçam a profissão na área da
contabilidade.
Objetivos – Todas as pós-graduações já possuem os seus objetivos em conformidade
com o normativo em vigor, o SNC-AP. Quanto às áreas de incidência de conhecimento, as
mesmas versam sobre a estrutura conceptual da informação financeira pública, as normas de
contabilidade financeira e orçamental, os novos modelos de demonstrações financeiras, o
plano de contas multidimensional, auditoria, controlo interno e contabilidade de gestão.
Do exposto, podemos que concluir que as universidades e politécnicos possuem
formação em Contabilidade Pública, contudo põe-se a questão se será suficiente para que os
alunos possam executar a Contabilidade em entidades públicas. Como foi verificado, no 1º
ciclo, licenciaturas, quase 100% dos cursos de Contabilidade possuem Contabilidade Pública
nos seus planos curriculares, sendo que em 80% dos cursos, a Contabilidade Pública é
obrigatória para termino desde ciclo. Contudo a maioria das instituições só possuem uma
unidade curricular em Contabilidade Pública. Quando observamos os mestrados, a oferta de
unidades curriculares em Contabilidade Pública diminui quando comparado com as
licenciaturas. Apesar de a maioria dos mestrados em Contabilidade possuírem Contabilidade
Pública, só em 24% desses cursos é necessário frequentar essas mesmas unidades para
poderem concluir o 2º ciclo de estudos e também se verifica que a grande maioria só possui
uma unidade curricular de Contabilidade Pública nos seus planos curriculares. A nível de
pós-graduações, a oferta também é reduzida, havendo só cinco pós-graduações em
Contabilidade Pública.
Segundo Antão, Cravo e Carvalho (2006), aquando da realização de inquéritos da
Ordem dos Contabilistas Certificados, os mesmos demonstraram que uma pequena fração
demonstra boa formação em Contabilidade Pública derivada da experiência e participação
em ações de formação. Também se verificou um elevado interesse em aprofundar os
conhecimentos na área e solicitação de realização de mais formação. Ou seja, a formação a
nível de licenciatura e mestrado revela-se diminuta e há necessidade de recorrer a formação
complementar.
47
A formação de médio/longo prazo oferecida pelas universidades e politécnicos em
Contabilidade Pública revela-se assim reduzida. Segundo Alves (2016), nos questionários
realizados verifica que as maiores dificuldades sentidas por parte do contabilista no setor
público dizem respeito ao cumprimento de leis e normas contabilísticas, bem como o
acompanhamento das frequentes alterações de legislação.
Apesar de se verificar um crescimento em investigação na área da Contabilidade
Pública e formação académica de forma a obter grau académico, os Contabilistas continuam
a procurar formações de curta duração para esclarecimento de dúvidas (Carvalho,2017).
48
6. Conclusão
Síntese do trabalho desenvolvido
Como se pode constatar através da revisão de literatura, existe uma crescente
necessidade de rigor e transparência na aplicação de dinheiro que é do domínio público,
através de um sistema de informação que permita analisar e avaliar as decisões tomadas pela
administração das entidades públicas. Esse mesmo sistema de informação deve, também,
permitir o auxílio da tomada de decisões. Para tal deve ser construída informação
contabilística suscetível de permitir obter informação financeira fiável, de forma a dar a real
posição financeira e o desempenho financeiro das entidades públicas. Nesse sentido, também
promovida pela crise financeira e económica sentida a nível mundial, as Entidades Públicas
viram o seu normativo contabilístico com reformas substanciais para que essa mesma
informação passasse de isolada e multifacetada, para a padronização conceptual. Portugal
não foi exceção e, tendo como base as IPSAS, deu entrada em vigor o SNC-AP em 1 de
janeiro de 2018, revogando assim o normativo contabilístico existente até à data, o POCP, e
decretando a obrigação de a Contabilidade as entidades públicas serem executadas por um
Contabilista Público.
Para que os objetivos do SNC-AP possam ser cumpridos, as entidades públicas
devem possuir profissionais de Contabilidade altamente qualificados, tanto a nível técnico,
em Contabilidade e demais áreas multidisciplinares, bem como em competências de trabalho
em equipa, comunicação, capacidade de raciocínio lógico e estratégico. Dessa forma, os
alunos dos cursos de licenciatura e mestrado de Contabilidade precisam de formação em
Contabilidade Pública durante o percurso académico para posterior ocupar o cargo de
Contabilista Público.
Principais conclusões da investigação
O estudo descritivo permitiu tratar os dados recolhidos e analisar informação que
permitiu concluir que a maioria das instituições de ensino superior, licenciaturas e
mestrados, só possuem uma disciplina em Contabilidade Pública em todo o percurso
curricular. No 1º ciclo, licenciaturas, quase 100% dos cursos de Contabilidade possuem
Contabilidade Pública nos seus planos curriculares, sendo que em 80% dos cursos, a
49
Contabilidade Pública é obrigatória para término desde ciclo, enquanto que nos mestrados,
a oferta de unidades curriculares em Contabilidade Pública diminui quando comparado com
as licenciaturas. Apesar de a maioria dos mestrados em Contabilidade possuírem
Contabilidade Pública, só em 24% desses cursos é necessário frequentar essas mesmas
unidades para poderem concluir o 2º ciclo de estudos. Quando recolhida informação sobre
quais as pós-graduações existentes em Contabilidade Pública, verificou-se que apenas
existem cinco.
Limitações e sugestões para investigação futura
Na revisão de literatura denotou-se a falta de informação sobre esta nova figura, o
Contabilista Público, devido a ser um tema recente.
As limitações do estudo descritivo passaram pelo facto das Instituições de Ensino
Superior não possuíssem planos curriculares atualizados, de acordo com o normativo
contabilístico público em vigor, assim como informação incompleta sobre o plano de
estudos, horas de contacto e de trabalho, por parte de algumas instituições.
Quanto aos questionários, só foi obtida uma resposta, o que tornou impossível
conseguir responder à questão de investigação: estão as instituições de ensino superior a
preparar os alunos para exercerem funções de Contabilista Certificado nas entidades
públicas?
Em relação a possíveis sugestões para investigação futura, seria de interesse dirigir
um questionário para os departamentos de contabilidade das entidades públicas para saber
que necessidades existem quando o profissional de contabilidade assume funções, bem como
se existem ações internas para colmatar essas carências.
50
7. Referências Bibliográficas
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57
8. Apêndice
Apêndice 1
Tabela 7 - Oferta formativa de licenciaturas (1º ciclo) em Contabilidade (2017/2018)
Contabilidade
Pública?
Nome da Unidade
Curricular Ano e Semestre Horas e Créditos
Contabilidade
Universidades
Públicas
- Universidade do Minho Sim –
Obrigatória - Contabilidade
Pública
2º ano, 1º S 6 ECTS
- Universidade de Aveiro -
Instituto Superior de
Contabilidade e Administração de Aveiro
Sim -
Obrigatória
- Contabilidades
Setoriais
3º ano, 2º S 4 ECTS,
3h/semana
Politécnicos
Públicos
- Instituto Politécnico de
Bragança - Escola
Superior de Tecnologia e
de Gestão de Bragança
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade
Pública
3º ano, 1º S
6 ECTS,
60h/Semestre
- Instituto Politécnico do
Cávado e do Ave - Escola
Superior de Gestão
Sim –
Obrigatória
- Aplicações
Setoriais da
Contabilidade
2º ano, 1º S 5 ECTS,
45h/semestre
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade
Pública
3º ano, 1º S 6 ECTS,
60h/semestre
58
- Instituto Politécnico da
Guarda - Escola Superior
de Tecnologia e Gestão
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade e
Gestão Financeira
Sectorial
3º ano, 1º S
5 ECTS,
75h/semestre
- Instituto Politécnico de
Tomar - Escola Superior
de Gestão de Tomar
Sim -
Obrigatória
- Contabilidade
Pública e Bancária
2º ano, 1º S
4 ECTS/
45h/Semestre
- Instituto Politécnico de
Viseu - Escola Superior de
Tecnologia e Gestão de
Viseu
Sim –
Opcional
- Aplicações
Sectoriais de
Contabilidade
2º ano, 2º S
4 ECTS,
39h/semestre
Sim –
Opcional
- Contabilidade
Pública
2º ano, 2º S 4 ECTS,
39h/semestre
Universidades
Privadas
- Universidade Lusíada -
Norte - Vila Nova de
Famalicão
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade
Pública 3º ano, 2º S 6 ECTS
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade de
Seguros
3º ano, 2º S 3 ECTS
Politécnicos
Privados
- Escola Superior de
Tecnologias de Fafe
Sim –
Obrigatória
- Aplicações
Sectoriais de
Contabilidade
3º ano, 2º S
4 ECTS,
38h/Semestre
- Instituto Politécnico da
Maia - Escola Superior de
Tecnologia e Gestão
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade
Pública
3º ano, 2º S
5 ECTS
59
- Instituto Superior de
Entre Douro e Vouga
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade
Pública 3º ano, 1º S 5 ECTS
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade
Bancária e de
Seguros
3º ano, 2º S
3 ECTS
- Instituto Superior
Politécnico Gaya - Escola
Superior de Ciência e
Tecnologia
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade de
Planos Sectoriais
3º ano, 1º S
6 ECTS,
4,5h/semana
Contabilidade
e
Administração
Universidades
Públicas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Públicos
- Instituto Politécnico de
Coimbra - Escola Superior
de Tecnologia e Gestão de
Oliveira do Hospital
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade
Pública
3º ano, 1º S
5,5 ECTS
- Instituto Politécnico de
Lisboa - Instituto Superior
de Contabilidade e
Administração de Lisboa
Sim –
Opcional
- Contabilidade do
Sector Público
3º ano, 2º S
4 ECTS,
3h/Semana
- Instituto Politécnico do
Porto - Instituto Superior
de Contabilidade e
Administração do Porto
Sim –
Opcional
- Contabilidades
Sectoriais 3º ano, 2º S 4 ECTS
Sim –
Opcional
- Contabilidade das
Instituições
Públicas
3º ano, 2º S
4 ECTS
60
Universidades
Privadas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Privados
- Instituto Superior de
Ciências da Administração
Sim –
Obrigatória - Contabilidade
Pública
2º ano, 2º S
4,5 ECTS
- Instituto Superior D.
Dinis
Sim –
Opcional
-Contabilidade
Pública 2º ano, 2º S 4,5 ECTS
Sim –
Opcional
-Contabilidade de
Seguros
3º ano, 2º S 6 ECTS
- Instituto Superior
Politécnico do Oeste
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade
Bancária
3º ano, 2º S
6 ECTS
Contabilidade
e Auditoria
Universidades
Públicas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Públicos
- Instituto Politécnico de
Coimbra - Instituto
Superior de Contabilidade
e Administração de
Coimbra
Sim –
Opcional
- Contabilidade
Pública
3º ano, 1º S
4 ECTS,
45h/Semestre
- Instituto Politécnico de
Viseu - Escola Superior de
Tecnologia e Gestão de
Lamego
Sim -
Obrigatória
- Contabilidade
Pública e das
Instituições
Financeiras
2º ano, 2º S
7 ECTS,
75h/Semestre
Universidades
Privadas (---) (---) (---) (---) (---)
61
Politécnicos
Privados
- Atlântica - Escola
Universitária de Ciências
Empresariais
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade
Pública I
3º ano, 1º S
5 ECTS,
45h/Semestre
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade
Pública II
3º ano, 2º S
5 ECTS,
45h/Semestre
- Instituto Superior Miguel
Torga11
(---)
(---)
(---)
(---)
Contabilidade
e Finanças
Universidades
Públicas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Públicos
- Instituto Politécnico de
Leiria - Escola Superior de
Tecnologia e Gestão
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade
Pública
3º ano, 2º S
5 ECTS,
60h/Semestre
- Instituto Politécnico de
Setúbal - Escola Superior
de Ciências Empresariais
Sim -
Obrigatória
-Contabilidade
Financeira no Setor
Público
3º ano, 2º S
5,5 ECTS,
60h/Semestre
Universidades
Privadas (---)
(---)
(---) (---) (---)
Politécnicos
Privados (---) (---) (---) (---) (---)
Contabilidade
e Fiscalidade
Universidades
Públicas (---) (---) (---) (---) (---)
11 Para o ano letivo 2018/2019, a licenciatura Contabilidade e Auditoria não consta na lista de licenciaturas da página web oficial, por isso não será considerada para as estatísticas.
62
Politécnicos
Públicos
- Instituto Politécnico de
Santarém - Escola
Superior de Gestão e
Tecnologia de Santarém
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade
Pública
3º ano, 2º S
5 ECTS,
60h/Semestre
- Instituto Politécnico de
Viana do Castelo - Escola
Superior de Ciências
Empresariais
Sim -
Obrigatória
- Contabilidade
Pública
3º ano, 1º S
5 ECTS,
64h/Semestre
Universidades
Privadas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos Privados
(---) (---) (---) (---) (---)
Contabilidade
e Gestão
Universidades
Públicas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Públicos (---) (---) (---) (---) (---)
Universidades
Privadas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Privados
- Instituto Superior de
Paços de Brandão
Sim –
Obrigatória
- Aplicações
Sectoriais de Contabilidade
3º ano, 2ºS
6 ECTS
Contabilidade
e Gestão
Financeira
Universidades
Públicas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Públicos
- Instituto Politécnico de
Castelo Branco - Escola
Superior de Gestão de
Idanha-a-Nova
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade
Pública
3º ano, 2ºS
5 ECTS,
65h/Semestre
Universidades
Privadas (---) (---) (---) (---) (---)
63
Politécnicos
Privados (---) (---) (---) (---) (---)
Contabilidade
e Gestão
Pública
Universidades
Públicas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Públicos
- Instituto Politécnico de
Coimbra - Instituto
Superior de Contabilidade
e Administração de
Coimbra
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade e
Finanças Públicas I
2º ano, 1º S
5 ECTS,
67,5h/Semestre
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade e
Finanças Públicas
II
2º ano, 2º S 6 ECTS,
67,5h/Semestre
Sim –
Obrigatória
- Contabilidade de
Gestão do Sector
Público
2º ano, 2º S 5 ECTS,
45h/Semestre
Sim –
Obrigatória
- Prestação de
Contas na
Administração
Pública
3º ano, 2º S
4 ECTS,
45h/Semestre
Universidades
Privadas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Privados (---) (---) (---) (---) (---)
Contabilidade,
Fiscalidade e
Auditoria
Universidades Públicas
(---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Públicos (---) (---) (---) (---) (---)
Universidades
Privadas
- Universidade Lusófona
de Humanidades e
Tecnologias
Sim –
Opcional - Contabilidade
Pública
3º ano, 2º S 5 ECTS,
60h/Semestre
64
Politécnicos
Privados (---) (---) (---) (---) (---)
Finanças e
Contabilidade
Universidades
Públicas
- ISCTE - Instituto
Universitário de Lisboa Não (---) (---) (---)
Politécnicos
Públicos (---) (---) (---) (---) (---)
Universidades
Privadas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Privados (---) (---) (---) (---) (---)
Gestão
Comercial e
Contabilidade
Universidades
Públicas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Públicos (---) (---) (---) (---) (---)
Universidades
Privadas
- Universidade Fernando
Pessoa (unidade de Ponte de Lima)
Sim -
Obrigatória
- Contabilidade do
Sector Público
3º ano, 1º S
8 ECTS
Politécnicos
Privados (---) (---) (---) (---) (---)
Fonte: Elaboração própria com informação extraída da DGES12 e página web das Instituições.
12 http://www.dges.gov.pt/pt/pesquisa_cursos_instituicoes?plid=372
65
Apêndice 2
Tabela 8 - Oferta formativa de mestrados (2º ciclo) em Contabilidade (2017/2018)
Contabilidade
Pública?
Nome da Unidade
Curricular
Ano e
Semestre
Horas e
Créditos
Contabilidade
Universidades
Públicas
- ISCTE – Instituto
Universitário de Lisboa
Sim – Opcional
- Contabilidade Pública
1º ano, 2º S
6 ECTS
- Faculdade de Economia
da Universidade do
Algarve
Sim – Opcional - Contabilidade Pública
e Autárquica
1º ano, 3º Q
7,5 ECTS,
40h/Semestre
Sim – Opcional - Contabilidade
Bancária e Seguradora 1º ano, 3º Q
7,5 ECTS,
40h/Semestre
- Escola de Economia e
Gestão da Universidade do
Minho
Sim – Opcional
- Gestão Orçamental e
Contabilidade Pública
1º ano, 2º S
7,5 ECTS
Politécnicos
Públicos
- Instituto Superior de
Contabilidade e
Administração de Lisboa
Sim – Obrigatória
- Contabilidade Pública
Avançada
1º ano, 1º S
6 ECTS,
2h/Semana
Sim – Opcional
- Contabilidade do
Sector Público
1º ano, 2º S
4 ECTS,
1,5h/semana
66
Sim – Opcional
- Contabilidades
Sectoriais (Seguros e
Bancos)
1º ano, 2º S
4 ECTS,
1,5h/semana
- Instituto Superior de
Contabilidade e
Administração de Aveiro
Não
(---)
(---)
(---)
Universidades
Privadas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Privados (---) (---) (---) (---) (---)
Contabilidade
e Controlo de
Gestão
Universidades
Públicas
- Faculdade de Economia
da Universidade do Porto Não (---) (---) (---)
Politécnicos
Públicos
(---)
(---) (---)
(---)
(---)
Universidades
Privadas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos Privados
(---) (---) (---) (---) (---)
Contabilidade
e Finanças
Universidades
Públicas
- Faculdade de Economia
da Universidade de
Coimbra
Sim – Opcional
- Contabilidade Pública
1º ano, 2º S
6 ECTS
67
Politécnicos
Públicos
- Instituto Politécnico de
Beja - Escola Superior de
Tecnologia e Gestão
Sim - Opcional - Aplicações Sectoriais
da Contabilidade
1º ano, 2º S 5 ECTS
Sim - Opcional
- Contabilidade e
Finanças Públicas
1º ano, 2º S
5 ECTS
- Instituto Politécnico de
Bragança – Escola
Superior de Tecnologia e
Gestão de Bragança
Sim - Opcional
- Complementos de
Contabilidade e
Finanças Públicas
1º ano, 1º S
e 2º S
6 ECTS,
48h/semestre
- Instituto Politécnico de
Portalegre – Escola
Superior de Tecnologia e
Gestão de Portalegre
Não
(---)
(---)
(---)
- Instituto Politécnico de
Santarém - Escola Superior
de Tecnologia e Gestão de
Santarém
Sim – Opcional
-Complementos de
Contabilidade e
Finanças Públicas
1º ano, 1º S
6 ECTS
Sim – Opcional
- Complementos de
Contabilidade e
Finanças Públicas
1º ano, 2º S
6 ECTS
- Instituto Politécnico de
Setúbal - Escola Superior
de Ciências Empresariais
Sim - Obrigatória - Contabilidade Pública
- Uma Ótica de Gestão
1º ano, 2º S 4 ECTS,
24h/semestre
68
- Instituto Politécnico do
Cávado e do Ave - Escola
Superior de Gestão
Sim - Opcional
- Complementos de
Contabilidade e
Finanças Públicas
1º ano, 2º S
6 ECTS
- Instituto Politécnico de
Viana do Castelo – Escola
Superior de Tecnologia e
Gestão
Sim - Opcional
- Complementos de
Contabilidade e
Finanças Públicas
1º ano, 1º e
2º S
6 ECTS,
48h/Semestre
- Instituto Superior de
Contabilidade e
Administração do Porto
Não
(---)
(---)
(---)
Universidades
Privadas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Privados
(---) (---) (---) (---) (---)
Contabilidade
e Fiscalidade
Universidades Públicas
(---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Públicos (---) (---) (---) (---) (---)
Universidades Privadas
- Universidade Lusófona Não (---) (---) (---)
Politécnicos
Privados (---) (---) (---) (---) (---)
Contabilidade
e
Fiscalidade
Empresarial
Universidades
Públicas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Públicos
- Instituto Superior de
Contabilidade e
Administração do Coimbra
Sim - Opcional
- Contabilidade de
Entidades sem Fins
Lucrativos
1º ano, 4º T
3 ECTS,
22h/Trimestre
69
Sim - Opcional
- Contabilidades
Financeiras Sectoriais
1º ano, 4º T
2 ECTS,
14h/Trimestre
Universidades
Privadas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos Privados
(---) (---) (---) (---) (---)
Contabilidade
e Gestão das
Instituições
Financeiras
Universidades
Públicas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Públicos
- Instituto Superior de
Contabilidade e
Administração do Lisboa
Não (---) (---) (---)
Universidades Privadas
(---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Privados
(---) (---) (---) (---) (---)
Contabilidade
e Gestão
Pública
Universidades
Públicas
(---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Públicos
- Instituto Superior de
Contabilidade e
Administração do Coimbra
Sim - Obrigatória - Contabilidade
Orçamental Pública 1º ano, 1º S
6 ECTS,
65h/Semestre
Sim - Obrigatória
- Contabilidade Pública
Avançada 1º ano, 2º S
6 ECTS,
65h/Semestre
Sim - Opcional - Prestação de Contas
no Sector Público 1º ano, 2º S
4 ECTS,
45h/Semestre
70
Sim - Opcional
- Consolidação de
Contas dos Grupos
Públicos
2º ano, 1º S
4 ECTS,
45h/Semestre
Universidades
Privadas
(---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos Privados
(---) (---) (---) (---) (---)
Contabilidade
Pública
Universidades
Públicas
- Universidade de Aveiro -
Instituto Superior de
Contabilidade e
Administração de Aveiro
Sim – Obrigatória
- Contabilidade Pública
1º ano, 1ºS 8 ECTS,
3h/Semana
Sim – Obrigatória
- Contabilidade Pública
Avançada
1º ano, 2ºS
8 ECTS,
3h/Semana
Sim – Opcional
- Contabilidade de
Gestão das Instituições
Públicas
1º ano, 2ºS
6 ECTS,
3h/Semana
Politécnicos
Públicos (---)
(---) (---) (---) (---)
Universidades
Privadas (---) (---) (---) (---) (---)
Politécnicos
Privados (---) (---) (---) (---) (---)
Contabilidade,
Fiscalidade e
Finanças
Empresariais
Universidades
Públicas
- Universidade de Lisboa -
Instituto Superior de
Economia e Gestão
Não
(---)
(---)
(---)
Politécnicos
Públicos (---) (---) (---) (---) (---)
Universidades Privadas
(---) (---) (---) (---) (---)
71
Politécnicos
Privados (---) (---) (---) (---) (---)
Fonte: Elaboração própria com informação extraída da DGES13 e página web das Instituições.
13 http://www.dges.gov.pt/pt/pesquisa_cursos_instituicoes?plid=372
72
Inês Vanessa Fonseca Fernandes
Apêndice 3
Carta
Mestrado em Contabilidade e Finanças (ISCAP)
Assunto: O Contabilista Público
Data: 08 de setembro de 2018
Exmo/a. Sr/a. …
Exmo/a. Dr/a. …
No 2º ano do mestrado de Contabilidade e Finanças no Instituto Superior de
Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP), estou a desenvolver um projeto de
investigação sobre o Contabilista Público Certificado, um novo perfil profissional que surge
associada à entrada em vigor do SNC-AP (Sistema de Normalização Contabilística da
Administração Pública).
Dada a relevância social da questão, pensamos que o reconhecimento desse perfil
profissional deve ser procedido duma discussão aberta com as diversas partes interessadas.
Considerando as funções que V/Exa. assume atualmente, gostaríamos de convidar
V/Exa. a integrar o Painel de Peritos consultados no âmbito desta investigação. Assim,
pedimos que, tão breve quanto lhe for possível, nos dê a sua opinião sobre um conjunto de
questões que envolvem a formação, criação, reconhecimento e legitimação desse “novo”
profissional.
Deste modo, vimos solicitar-lhe que responda a um breve questionário que juntamos
em anexo, ao qual juntamos o Memorando sobre a implementação do SNC-AP.
Grata pela colaboração.
Atentamente,
Inês Fernandes
73
Apêndice 4
Questionário dirigido ao Painel de Peritos sobre a criação do novo perfil
profissional – O Contabilista Certificado Público
1. Na tabela apresentada abaixo, constam algumas das competências
normalmente associadas ao profissional de Contabilista. Por favor, identifique com um X as
5 competências mais importantes para o “Contabilista Certificado” e para o “Contabilista
Público Certificado”:
“Contabilista
Certificado”
“Contabilista Público
Certificado”
Conhecimento da contabilidade orçamental
Elaborar pareceres e relatórios que contribuam para o
desempenho eficiente e eficaz, quaisquer que sejam os
modelos organizacionais
Análise e interpretação
Administrações Públicas.
das contas do Estado e
Conhecer e aplicar os requisitos éticos da profissão
Compreender os contextos em que a Contabilidade opera
(ambiente legal e social, a profissão de contabilista, a
entidade empresarial, os mercados de capitais, o sector
público)
Conhecer e compreender a linguagem técnica contabilística
bem como a prática da Contabilidade
Perceção de atividades fraudulentas no contexto da entidade
Ter capacidade para registar e sintetizar transações e outros
eventos económicos, preparar as demonstrações
contabilísticas, analisar as operações de negócio, fazer
análise financeira e suas projeções.
Conhecimentos dos procedimentos do controlo interno e sua
aplicação.
Ter capacidade de comunicação incluindo a capacidade de
apresentar informação quantitativa e qualitativa em conjunto
com a análise, argumentação e comentários apropriados aos
respetivos destinatários/utente;
Conhecimentos dos ativos e sua capitalização
Ser capaz de estruturar um painel de gestão, preparando
informação (conhecimento útil) para a tomada de decisão
informada participando dessa tomada de decisão
Ser capaz de elaborar o orçamento global que inclui entre
outros o orçamento financeiro, de investimentos, de
74
compras, de produção, de venda, utilizando as diversas
metodologias existentes, bem como a elaboração de
relatórios de acompanhamento
Conhecimento do endividamento e do serviço de dívida
Ser capaz de proceder a uma gestão fiscal com observância
dos processos de infração e atuações fiscais tendo em
atenção o processo de penalização por atrasos, erros e
desconformidade
Outra*:
Outra*:
*Se houver alguma competência que considera importante e que não consta na tabela,
por favor, identifique-a.
2. Na tabela apresentada abaixo, constam os argumentos favoráveis à criação do
novo perfil profissional do Contabilista Certificado Público. Por favor, indique qual o seu
nível de concordância com cada um desses argumentos:
Discordo Concordo Não
Concordo
Nem
discordo
O conceito de accountability e transparência na administração pública é
mais amplo que no setor privado. Por isso, o contabilista público tem de
estar vinculado sobretudo aos interesses do cidadão, que está fora da
organização, enquanto que no setor privado o contabilista está vinculado
sobretudo aos interesses dos acionistas.
As organizações públicas não visam o lucro e por isso a finalidade da
informação contabilística é diferente daquela que é produzida nas
organizações privadas. Logo, o Contabilista terá de ter formação
diferente.
O papel do contabilista público certificado nasce da necessidade de
transparência das demonstrações orçamentais e financeiras.
A Administração Pública tem um enquadramento legal muito específico
que exige formação específica que os contabilistas em geral não
possuem.
Para que seja possível que as contas públicas espelhem com rigor,
integridade, transparência o emprego do dinheiro público e que haja uma
correta previsão orçamental, com dados rigorosos e detalhados, é
75
preciso que a qualificação dos “produtores” dessa informação seja
credenciada pela ordem profissional.
A criação da figura “Contabilista Certificado Público” permitirá
qualificação, formação, bem como orientação para estes profissionais
A credenciação do Contabilista Público através da Ordem Profissional
seria uma garantia de maior rigor ético no exercício da profissão.
A credenciação do Contabilista Público através da Ordem Profissional
seria uma garantia de melhor preparação técnico-científica dos
profissionais que exercem funções no âmbito da contabilidade na
Administração Pública.
3. Considera que as instituições de ensino superior estão a preparar os alunos
para exercerem funções de Contabilistas nas entidades públicas ou existe necessidade de
formação específica (académica, de nível superior)?
4. Considerando o atual perfil do Contabilista Certificado, quais as
competências diferenciadoras que um “Contabilista Certificado Pública” deve possuir?
5. Defende a criação do perfil Contabilista Público Certificado?
76
Reservamos este espaço para que V./Exa. possa exprimir a sua opinião relativamente
a alguma questão relevante que não foi devidamente abordada neste questionário.
77
Apêndice 5
Lista de Peritos
Perito Função Entidade Email Contacto telefónico
Paula Franco Bastonária Ordem dos Contabilistas
Certificados
OCC [email protected] 217 999 725
217 999 764 217 999 707
Vanuza Rodrigues Jurista Ordem dos Contabilistas Certificados OCC [email protected] 217 999 715/9
João Baptista da
Costa Carvalho
Presidente do Colégio da Especialidade de
Contabilidade Pública
OCC [email protected] 217 999 725
217 999 764 217 999 707
Verónica Ribeiro Diretora da Escola Superior de Gestão do
Instituto Politécnico do Cávado e do Ave
ESG
(IPCA)
[email protected] 253 802 500
Fernando
Magalhães
Presidente Instituto Superior de Contabilidade
e Administração do Porto do Instituto
Politécnico do Porto
ISCAP
(IPP)
[email protected] 229 050 008
Elisabete
Simões Vieira
Diretora Instituto Superior de Contabilidade e
Administração de Aveiro da Universidade de
Aveiro
ISCAA
(UA)
[email protected] 234 380 110
Orlando Manuel da
Costa Gomes
Presidente do Instituto Superior de
Contabilidade e Administração de Lisboa do
Instituto Politécnico de Lisboa
ISCAL
(IPL)
[email protected] 217 984 500
Pedro Miguel
Lopes Nunes da
Costa
Presidente Instituto Superior de Contabilidade
e Administração de Coimbra do Instituto
Politécnico de Coimbra
ISCAC
(IPC)
[email protected] 239 802 000
Maria João Tinoco
Varanda Pereira
Diretora Interina Escola Superior de
Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de
Bragança
ESTIG
(IPB)
[email protected] 273 303 000
78
Ana Rita Garcia Diretora Escola Superior de Gestão do Instituto
Politécnico de Castelo Branco
ESG
(IPCB)
[email protected] 910 511 540
Clara Silveira Diretora Escola Superior de Tecnologia e
Gestão do Instituto Politécnico da Guarda
ESTG
(IPG)
[email protected] 271 220 164 271 220 120
Carlos Alexandre Bento Capela
Diretor Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Leiria
ESTG (IPL)
[email protected] 244 830 010
Vítor Costa Diretor Escola Superior de Tecnologia e Gestão
do Instituto Politécnico de Santarém
ESTG
(IPS)
[email protected] 243 303 200/ 10
Boguslawa
Sardinha
Diretora da Escola Superior de Ciências
Empresariais do Instituto Superior de Setúbal
ESCE
(IPS) [email protected] 265 709 300
Francisco Carvalho Diretor da Escola Superior de Gestão de Tomar
do Instituto Politécnico de Tomar
ESGT
(IPT)
[email protected] 249 328 100
João Paulo da Torre
Vieito
Diretor da Escola Superior de Ciências
Empresariais do Instituto Politécnico de Viana
do Castelo
ESCE
(ISVC)
[email protected] 258 809 679
937 300 026
Isabel Cristina
Pereira Vieira
Diretora Escola Superior de Tecnologia e
Gestão de Lamego do Instituto Politécnico de
Viseu
ESTGL
(IPV)
[email protected] 254 615 477
Lúcia Lima
Rodrigues
Coordenadora do Comité de Normalização
Contabilística Público
CNC [email protected] 214 723 385
Carlos Baptista da
Costa
Conselho técnico da Associação Portuguesa de
Contabilistas
Lisboa: 919 927 567
Porto:
222 011 945
933 340 426
936 679 309
Paulo Jorge Seabra
Anjos
Conselho técnico da Associação Portuguesa de
Contabilistas
APC [email protected] Lisboa: 919 927 567
Porto:
222 011 945 933 340 426
79
936 679 309
Filomena Maria
Felgueiras Abreu
Lima Moreira
Vice-presidente da Ordem dos Contabilistas
Certificados
OCC [email protected] 217 999 725
217 999 764 217 999 707
João Filipe
Gonçalves Pinto
Presidente da Associação Portuguesa de
Técnicos de Contabilidade
APOTEC [email protected] 21 355 29 00
José Tavares Diretor Geral do Tribunal de Contas [email protected] 217 945 100
António Menezes Ex-Auditor Coordenador do Tribunal de Contas [email protected]
Sónia Ramalhinho Direção-Geral das Autarquias Locais DGAL [email protected] 213 133 000