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Coletâneas de contos. O coronel em (QUEM ACREDITA EM FANTASMA.) De BETO RAMI. O coronel estava sentado no degrau da escada da varanda picando seu fumo sossegado Quando alguém o chamou. __Bão dia, coronel. estou atrapaiando? __vamo chegando homem, olha que eu tava falando quase a agora de você. O MARIA Olha QUEM CHEGÔ. __Gerardão, como vai à cumadre Zica, ela num veio por quê?Perguntou a Maria procurando a comadre. __Ta na casa do nho lao .a coisa ta feia lá.adespois ela vem. Coroné, que mar Le pergunte, mais pensei ter visto vois mecê fazendo um cigarrim. Que se lembro o medico proibiu. __O medico disse preu não fumar, não proibiu de picar fumo. Então cumpadre o que ta acontecendo na casa do nho lao? __Nho Lao, deu pra ver arma penada. Há um mês que num dorme. Ta só o esqueleto, parece um graveto. o padre Giglio foi La benze a casa mais num deu resultado.então ele chamou a pastor zaqueu mais também num a resolveu.chamou mãe nina do terreiro da Lá capitar mais o tar do fantasmas

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Coletâneas de contos.

O coronel em (QUEM ACREDITA EM FANTASMA.)

De BETO RAMI.

O coronel estava sentado no degrau da escada da varanda picando seu fumo sossegado

Quando alguém o chamou.

__Bão dia, coronel. estou atrapaiando?

__vamo chegando homem, olha que eu tava falando quase a agora de você. O MARIA Olha QUEM

CHEGÔ.

__Gerardão, como vai à cumadre Zica, ela num veio por quê?Perguntou a Maria procurando a

comadre.

__Ta na casa do nho lao .a coisa ta feia lá.adespois ela vem.

Coroné, que mar Le pergunte, mais pensei ter visto vois mecê fazendo um cigarrim.

Que se lembro o medico proibiu.

__O medico disse preu não fumar, não proibiu de picar fumo.

Então cumpadre o que ta acontecendo na casa do nho lao?

__Nho Lao, deu pra ver arma penada. Há um mês que num dorme. Ta só o esqueleto, parece um

graveto. o padre Giglio foi La benze a casa mais num deu resultado.então ele chamou a pastor zaqueu

mais também num a resolveu.chamou mãe nina do terreiro da Lá capitar mais o tar do fantasmas

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num arreda o pé.o homem perdeu a fé. cumadre santinha foi morar com a mãe e levou as

crianças.nho lao ta arrasado,mais diz que se a arma num redá o pé ele também não.

__Cabra macho esse nho lao, esses é dos meus. disse o coronel

__Pois é coroné, o trem num dá trégua. Da dó de ver, nho lao de carabina na mão pra acerta o

fantasma.

_Oras, onde já se viu matar um morto. Disse o coronel rindo.

_O home ta desesperado coroné. num sabe o que fazer ,e se fosse vóis mece?O senhor ta ai assim por

que num é na sua casa. o coroné num acridita em fantasma?

_Eu?É claro que não!Maria acredita. eu, não. eles são muito mentirosos.

Pois saiba coroné que o senhor não devia brincá ansim.

-Oras acreditar eu acreditava mais num acredito mais. depois que a gente os conhecem de perto

,perde a confiança.

_ O coronel já viu um fantasma?

-Um não dois.

-Ai, meu Jesuizinho. conta como foi.

_Bobagera, coisa atoua. num vale nem comenta.

_Por favor, coroné, conta.

_Só um minuto. O MARIA PASSA UM CAFEZINHO.

Bem foi mais ou menos nos anos 50 assim que eu mais Maria nos casamos, eu soube que tinha uma

fazenda pra vender. e resolvi compra .usei toda minha lábia de negociante pra fechar o negocio o

dono da fazenda apenas perguntou quanto eu tinha.assim que eu disse o quanto eu tinha.ele fechou

negocio e se mandou mais que rápido possivel.

Voltei pra cidade e contei a Maria que tinha fechado o negocio. ela ficou toda prosa num sabe.

Pegamos então nossas coisas coloquemos num caminhão e fomos de mudança pra fazenda nova. no

caminho paramos num vilarejo pra comprar mantimentos ,assim que cheguei todos me

olharam.alguns cochichavam preu num ouvir.foi quando um sujeito se aproximou e disse;

_O senhor é o novo otário da fazenda Viva Flor.

_Desculpe cidadão acho que o senhor quis dizer novo proprietário não.

_Não é novo otário mesmo. disse rindo com um couro risos.

O senhor foi enganado.

_Enganado?A fazenda não existe?

_Oh, sim existe. mais não há vivo que more lá ,ela é assombrada.

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_E eu sou homem que teme o que já morreu.

_Isso é bom, pois nos já fizemos aposta pra saber quanto tempo tu fica lá.

Eu acho que num fica dois dias.

Sai de La cuspindo fogo num sabe. No caminho encontrei o safado que me vendeu a fazenda. Ele disse

que teria o maior prazer de comprala de volta. Pela metade do que paguei. ia dar lhe uns safanões

mais Maria num deixou.mais logo que chegamos a fazenda e vimos aquela belezura nosso coração se

acalmou.

mais a noite foi difícil, um barulho dos infernos.gritos ,uivos,gemidos. num preguei o olho.Maria

acendeu velas ,rezou terço.depois de tanto barulho achei que tinham destruído a fazenda toda.mais

não,tava tudo igual o dia passou tranqüilo ,mais na hora do jantar Maria tinha assado um

frango.mais assim que ela o colocou na mesa ele começou a ciscar e a bicar o milho cozido._Acho que

ficou mal passado. Disse eu enquanto segurava o frango que pulava jogando farofa pra todo lado. a

noite tudo se repetiu novamente uma barulheira só.Maria acordava toda madrugada pra fazer café.e

aquela madrugada não seria diferente se não fosse pelo que se deu.ela estava na cozinha coando o

café quando ouve um assovio e todo telhado da cozinha foi embora telha por telha.

_Nossa coroné, Deus me livre. O que foi que o senhor fez?

Quando Maria me gritou soltei um assovio mais alto ainda e o telhado voltou.

Logo clareou e tudo voltou ao normal. Então fui à cidade e todos novamente me olharam.

_O senhor já esta pronto pra partir? Disse-me um homem debruçado no balcão.

_Não por quê?

_É que assim aumentam as apostas, sabe ninguém durou tanto ali. A maioria ficou só dois dias. Nem o

padre tem coragem de ficar por ali. aquelas terras foram doadas a igreja mais o padre não quis e a

vendeu ao homem que lhe vendeu .e ele faz isso a 20 anos .

_Pois é, pois eu aposto que eu fico. e dobro a aposta de todos.fiquem sabendo que eu não arredo o pé.

Naquele dia fiquei na vila ate tarde cuidando dos negócios da fazenda. E quando percebi já era noite.

Nem o cavalo queria voltar empacou feito uma mula. e não foi de jeito nenhum .todos insistiram que

eu passasse a noite na vila.voltar seria burrice já que ate o cavalo sabia o que a noite escondia._E a

Maria disse eu?Não posso a deixar sozinha. E La me fui. ao olhar para trás ainda vi alguns deles se

benzendo.

Quando cheguei a cede tudo estava calmo, diferente dos outros dias. fiquei preocupado ate

rezei.entrei pé ante pé.a respiração estava mais rápida,meu coração batia tão alto que se ouvia ao

longe._Cadê Maria.pensei eu .fui ate o quarto e nada.a respiração aumentou ,uma lagrima escorreu.

Então ouvi um barulho na cozinha e corri pra lá, antes peguei minha carabina. ao abrir a porta eu vi.

_Ai, meu deus coroné. Vou ter um treco, me diga o que você viu?

_Vi a Maria e ela esta, sim ela estava.

_Tava o que home!

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_Tava assando um bolo, e de fubá. Coisa que ela nunca conseguiu fazer. E pior cumpadre do lado dela

esta uma fantasma de avental toda suja de farinha. ao me ver Maria disse _Oi amor,demorou .a

fantasma me cumprimentou com a cabeça.eu chamei a Maria num canto e tampando a boca falando

entre os dentes perguntei.que ta acontecendo?-ah essa é Zulmira respondeu a Maria apontando para

a fantasma. Ela e o marido é que assombram a fazenda. Senta ai come um pedaço de bolo de fubá

que ela me ensinou a fazer. Nesse instante chegou o fantasma homem vendo a esposa conversando

conosco ficou irado. Mais a esposa deu um olhar tão meigo ao marido que ele se derreteu todo e

disse._negocio que mulher se mete tudo acontece. ai eu já o chamei pra tomar uma ele disse que num

bebia ._Isso é um veneno disse ele.eu então perguntei ._que mal lhe pergunte.por mode que, tão

assombrando a nossa fazenda?_oras quem disse que é sua!

Mostrei a escritura._bem mais estou aqui há mais tempo disse ele. -isso não se discute disse eu. mais

agora ela é minha ,que podemos fazer?Eu tive uma idéia. então contei a ele sobre o homem que me

vendeu a fazenda e como ele vinha a vinte anos vivendo as suas custas.

-Se a coisa é assim como o senhor diz, tudo que ele tem pertence a mim, não é?

Então o melhor a fazer é tomar posse do que é meu.

Hoje mesmo vamos embora, fique com a fazenda. E seja feliz.

Nisso pegou a mulher despediu-se da gente e foi assombrar a fazenda do sujeito que havia me

vendido aquela fazenda. Nunca mais os vimos.

_NOSSA, CORONÈ! Que causo. mais tem algo que eu não entendi.

_ O Que cumpadre?

_Vós mecê disse que num acreditava em fantasma.

_ E num acredito, homem! Pois num é que a Maria quando fez amizade com a fantasma, comentou

pra ela que nos não podíamos ter filhos. e ela prometeu a Maria que o primeiro filho que ela tivesse

daria pra gente batizar.e até hoje nada.por isso disse que num acredito em fantasma.Maria acredita e

ainda espera o afilhado.VIU COMO SÃO MENTIROSOS?QUEM ACREDITA EM FANTASMA.

______________________________fim.____________________________________________

Mais uma do Nequias. ( TÁ COM DÓ .) De Beto rami.

Eram quase seis da tarde. para alguns, hora da ave Maria. para outros a hora do jantar,e é sobre esse

ultimo que vou falar.

Em uma casa simples da vila dos sonhos, uma família simples preparasse para jantar quando ouve

uma batida na porta.

_Quem será?Perguntou a esposa.

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_Vou ver. disse o filinho.

_NAO! Disse o pai levantando se bruscamente. Eu vou, pode ser ceis sabem quem.

E ao olhar pelo buraco da fechadura .porque casa de pobre fechadura ainda tem buraco, cerrou as

mãos e falou entre os dentes. -Num falei é ele esconde tudo.

A mulher com muita pratica recolheu a mesa, enquanto o marido sujava alguns pratos.

Depois de espalhar um pouco de molho de macarrão pelos cantos da boca abriu a porta.

-_Nequias, como vai?Estou surpreso em velo.

Bem, o visitante inusitado em questão era Nequias de pitibiriba. Pra quem o conhece dispensa

apresentações. mais quem não o conhece basta saber que ele é o rei dos malandros.

E como sempre procurava um lugar para filar a bóia. mais o dono da casa já vacinado contra as

armações de Nequias foi mais esperto.

_Que te traz aqui amigo?Te convidaria para jantar, mais..., já terminamos, e estava tão bom que não

sobrou nem pros cachorros. dito isto deu aquela clássica chupada de dente ,como quem busca

escondido um pouco doque se perdeu.__To com fome .disse o menino puxando a camisa do pai.

__Ta vendo como é casa de pobre. se come e ainda fica com fome.então?

_Ah, só passei pra te cumprimentar. boa noite

_Ufa!Respirou fundo o pai de família. (querida, ele já foi bota a mesa de novo.)

Nisso, La se foi Nequias, com a barriga roncando de fome. sei que muitos de vocês recriminaram a

atitude desse pobre pai de família.e dirão .—negar um prato de comida.é coisa que não se faz.

Bem é fácil recriminar, ou condenar, quando não se conhecem os fatos. ou conhece o Nequias.

Em outros casos contados aqui da entender seu caráter, ou sua falta dele.

Mais se você pensa que o sujeito ficou com fome, é porque realmente não o conhece mesmo.

Saindo dali ele foi direto a casa do Sr.Manoel, o dono da padaria. ao saber o nome da próxima vitima

o leitor pode pensar .(Sr.manoel dono de padaria ,só pode ser português?)(BINGO!)

Ao velo pelo olho mágico, apertando a campainha. Seu Manoel disse. -Raios!Esse gajo me põe aos

nervos. E em seguida continuou com toda sua delicadeza costumeira._SE VISTE FILAR, A BOIA. saiba o

gajo, que não caio mais nos seu golpes.

_Que é isso Seu Mané. ta me estranhando?Só passei pra pedir um favor.

_IHH, esses seus favo ires, só me põem em confusão.

_Que é isso, Seu Manoel. Só preciso de uma panela com água, e do seu fogão.

_Oras, pois. pra que?

_Tenho uma receita..., de dar água na boca só de pensar.

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_Sei que vou me arrepender de perguntar, mais que tipo de sopa é essa que num leva ingrediente, o

gajo.

_é claro que vai.

-E donde que estão que não vejo!Se estiver a me enganaire o gajo.

_Que é isso, ta aqui.

__tais com piadas, isso é a fivela do cinto de sua calça.

_Isso, mais também dá uma bela sopa.

_O gajo esta louco?

_Seu Mané, só preciso de uma panela, água e fogo. Alem do mais quem vai comer sou eu. pode me

fazer esse favor.

_Eu diria não. Mais estou curioso, pra saber no que vai dar, entre já conhece a cozinha. Mais... só

panela ,água e fogo.

_Tudo bem.

E nisso, pois mão a massa ou fivela. Lavou-a bem como se lava um legume. e colocou com todo

cuidado na panela.sempre sobre o olhar do português,que mostravas se atento.e disse agora é mexer

e esperar.

dez minutos depois seu Manoel perguntou.

_E ai gajo, esta pronto.

Nequias pegou uma colher retirou um pouco e provou.

_Quase, ta um pouco sem sal.mais vai ficar uma delicia.

_Oras, pois, tem sal ai no armário. um pouco de sal não faz mal.

Nequias, pois o sal e disse._Ah, agora ficou melhor.

_Esta gostoso?Perguntou seu Mané enquanto enrolava o bigode.

_Hum, sem palavras, mais a que meu tiofez outro dia tinha cenorinha. olha, era ótimo.

_ORA, POIS, tem cenoirinha ai na geladeira. pegue o gajo.

_Seu Mané, hum,hum,manjar dos deuses. ai se acaso tivéssemos batata.daria um gostinho, otimo.

_batata?Tens ai no armário. ta ficando bom mesmo?

_Cada vez melhor. nabo e chuchu caiam bem aqui.eu ouvi dizer que são muito nutritivos.

_São uma delícia, também tenho põe ai.

Nisso seu Mané já participava do cozido. Deu coxão mole, azeite, espaguete e lambia os beiços

quando Nequias disse.

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_Pronto, nossa sopa de fivela (de cinto) esta perfeita. seu Mané ,eu lhe convido a comer uma obra

prima da culinária .aceita .

__O gajo, se não me convidasse eu me convidaria. estou louco pra saber o gosto.

_Pois se sirva. Mais deixemos a fivela pro Gran finale.

Seu mane foi buscar pão e disse.__Sopa sem pão e como padaria sem padeiro.

Nisso foram se servindo ate que só sobrou à fivela no fundo da panela. seu mane arregalou os olhos e

disse.

_A sopa estava ótima, mais num vejo a hora de provar a fivela.

_Não seu Mané, a fivela a gente não come. só serve pra dar nome a sopa.

Então lavou a fivela, pois no cinto e foi embora. (AINDA TÁ COM DÓ DO SUJEITO?)

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Esse conto contem a adaptação de um conto europeu também já

adaptado ao Pedro malazarte. em sopa de pedra.

leia o original.

_____________________FIM.____________________________________________________________

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o inspetor frances.

DE BETO RAMI

Meu nome arcbald mullier sou inspetor em meus pais, França.

Estava de férias no Brasil terra de meus pais.

Apesar de viver a vida toda em meu país natal, falava bem o português. E passava despercebido pelos

nativos, já que em um império tão grande se falavam vários dialetos.

Hospedei-me na ´´viva o império``. Uma hospedaria no centro do rio de janeiro, e capital desse exótico

país. Tudo corria bem eu percorria pelas ruas como se já a conhecesse, meu pai varias vezes me falara

sobre sua infância nessas ruas, que parece que era eu que corria aqui. Depois de conhecer a culinária

um tanto apimenta. Voltei à hospedaria para descalçar um pouco já que a noite pretendia ir ao

teatro.

Mais ao chegar foi informado que era aguardado por um oficial de policia.

__Inspetor Mullier! Bonsoir, Je m´appelle Ubaldo pimenta.

__Boa tarde senhor Ubaldo, fique a vontade.

__Não sabia que se aprendia português na França.

__e não se aprende, meus pais eram brasileiros e fizeram questão que eu aprendesse.

__Ah, então não percamos tempo, o imperador nos aguarda.

__Não pensei que conheceria o imperador em pessoa.

__Bem vamos, ele explicará pessoalmente.

Meia hora depois. Já no palácio.fomos levados a uma sala onde eramos aguardados.

__Imperador, com licença.o inspetor francês e o delegado estão aqui. disse um serviçal

__Faça-o entrar. Oh, inspetor Arcbald Mullier. Bonne nuit, Comment vas-tu?

__honrado em conhecelo. Alteza.

-_Fala minha língua, veja delegado como o povo francês é evoluído, adoro a França. E agora que ela

fala português e do Brasil, eu a adoro mais.

__Meus pais eram súditos de vossa alteza. E fizeram questão que aprendesse a língua. Em casa só se

falava em português o que facilitou o aprendizado. Bem, mais como soube de mim alteza?

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_Ah, não somos tão atrasados assim como pensa o mundo, temos nossos segredos.

__mais alteza em que posso ser útil?

__Bem, o caso é delicado. O barão do Iguaçu acabou de morrer.

__Meus pêsames, majestade.

__Ele era muito amigo meu, meu conselheiro pessoal na verdade. Segundo o delegado pimenta ele

suicidou-se. Amanha estará em todos os jornais do império, mais eu gostaria de saber o motivo. bem

o delegado já me deu alguns ,mais eu conhecia bem o barão e sei que ele jamais se mataria ,ele

amava demais a esposa e os filhos.sei que esta de férias inspetor,mais eu apreciaria muito a opinião

de um homem tão experiente.não que nossos homens não sejam capazes mais eu devo isso a ele .e o

delegado também apreciara a ajuda.

__Imperador, será uma honra contribuir.

__Obrigado, bem agora vamos jantar.

__Eu adoraria imperador, mais quanto mais cedo eu chegar ao lugar onde ouve o suicídio mais cedo

chegaremos à solução do caso.

__Esta vendo delegado?É disso que eu falo profissionalismo.

Vão, vão. Que Deus os acompanhe.

Assim nos despedimos do monarca e seguimos para o cabriole que nos levaria ao local do crime.

O delegado pimenta parecia encomodado.

__Nos despedimos aqui inspetor. Disse o delegado. Para mim isso é perda de tempo. Aqui no Brasil se

um homem é encontrado com uma corda no pescoço balançando por sobre uma cadeira sabemos que

é suicídio.

__Pensei que me levaria à casa do barão.

__Tenho muito o que fazer.(SARGENTO!)

-----Aqui, senhor.

---por favor, acompanhe o inspetor a casa do barão e fique sob seu comando.

__Sim, senhor.

__Bem inspetor, esse é o sargento silva ele estará a seu dispor. Boa noite.

Então subimos no cabriole o sargento e eu. A casa do barão não ficava muito longe tanto que não

demorou muito a chegar. O sargento logo tocou a campainha fiquei esperando na calçada e pedi que

o cocheiro nos esperasse. A porta foi aberta por um mulato que logo reconheceu o sargento. suas

feições eram pesadas e não poderiam ser diferente era muito apegado ao barão.o sargento acenou

me indicando que deveria entrar.

__inspector, esse é o senhor costa, o criado do barão.

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__Bem senhor costa, sei que esta abalado com o acontecimento mais preciso que o senhor relate a

semana do barão.

__Sinto muito senhor, mais nós criados não costumamos falar sobre nossos senhores.

__Bem senhor, então tenho de lembrar que estou aqui em nome do imperador. Aprecio sua discrição

mais, o sargento esta aqui para prendelo se for preciso.

__Então que seja senhor. Disse o criado calando-se em seguida.

__Se prefere assim. Disse o inspector. Sargento cumpra seu dever.

__Por favor, costa, não vamos complicar mais do que já esta complicado. Disse uma senhora ao

adentrar ao salão.

__Sim senhora baronesa.

__Perdoe inspector, existe muita especulação aqui. Ele só quer nos proteger.

__Eu que peço perdão senhora, sou um desconhecido. Mais garanto que só quero ajudar.

Meu nome é arcbald mullier sou um inspector Frances. Estou aqui a mando do imperador. Vim

investigar o caso.

__meu marido se matou....disse a baronesa abaixando a cabeça.bem, assim deduziu o delegado.

__Ele tinha motivo para isso?

__podemos conversar no escritório,inspetor?Tem coisas que não gostaria de falar a outros.

__Ah, sim me perdoe. Eu a acompanho.

Já no escritório ela começou.

__Bem inspector, não é preciso pedir discrição, (Claro.) o senhor não conhece meu marido, mais eu

garanto que ele é bem mais velho que eu. A mim isso não causa problema. Mais de uns tempos pra cá

meu marido deu pra ter muito ciúmes. Tanto que não me permitia sair da fazenda tornei-me uma

prisioneira. aceitei o cárcere pois sabia que qualquer hora ele perceberias que o amo de verdade e

voltasse a ser o marido e pai carinhoso que sempre foi.mais isso não aconteceu,ele estava cada vez

mais nervoso.nós brigamos e ele veio pra cá .a razão de tanto ciúme ?Não sei, nunca dei motivos.mais

acho que alguem vinha envenenando nosso relacionamento.

`__Obrigado senhora, só me responda mais uma coisa, acha realmente que ele se matou?

__Não sei, ele andava muito estranho. Mais tenho certeza que ele me amava, assim como amava as

crianças. Não ,a resposta é não.ele era muito religioso e isso iria contra.

_sei que isso é embaraçoso,mais o que fazia aqui o barão?

_Quando o barão vem à capital sempre fica aqui, é mais perto do palácio. Mais acredito que quer

saber o que fazia aqui agora. bem,tivemos uma descuçao .ele me questionou sobre o meu

passado.alguém contou lhe coisas horríveis.ele queria saber se eram verdades.eu calei-me,não

confirmei nem neguei.Ele então chamou o Costa,e veio pra cá.

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__Bem posso falar com o criado?Tenho umas perguntas e preciso da sinceridade dele.é muito

importante.

__E a terá inpetor. (COSTA!)

__Sim, Baronesa.

__O inspector esta aqui para nos ajudar, não esconda nada dele.

Ele acenou com a cabeça e eu lhe falei.

__Bem sei começamos errado, mais preciso muito do seu auxílio. Vou ser sincero, não acho que o

barão se matou e sim foi assassinado. Mais para existem fatos que estão faltando. Por isso preciso

que me diga como foi à semana do barão. Conte tudo o que lembrar.por menor ou sem importancia

que lhe parecer.

__Sim, vou cooperar. Bem acredito que a senhora Baronesa já lhe colocou a par de certos fatos. E os

motivos do barão se encontrar aqui. o barão andava muito nervoso chegou a gritar comigo ,coisa que

nunca havia feito antes, ele era um bom homem, muito bom mesmo.em que posso ajudar?

_Bem creio que a baronesa me, pois a par de alguns detalhes, então poderia me levar ao local do

incidente.

-Local do que?

_Do suposto suicídio.

_Por aqui, senhores. O sargento já esteve lá.

O local já havia sido limpo a corda já tinha sido retirada e o corpo estava sendo preparado para o

enterro.

_É infelizmente tudo foi limpo. Disse ao sargento. Seria muito mais fácil se chegássemos antes da

faxineira. O senhor já esteve aqui sargento, diga o que viu.

-Bem senhor, foi uma cena pertubadora. O barão estava sobre a cadeira pendurado e ainda

balançava.

_Como você acha que aconteceu?

_Bem ele jogou acorda sobre aquela viga de madeira, aquela ali. Subiu em uma cadeira que estava

bem aqui, colocou acorda no pescoço e pulou.quando chegamos ele ainda balançava.

-concorda com ele senhor Costa?

_Sim,senhor,fui eu quem o encontrou e mandei chamar a policia e a baronesa. assim como o sargento

descreveu.a cadeira ainda estava debaixo dele.

_Não entendi?Pode me explicar melhor?

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_Não entendeu o que,senhor?

_Como estava à cadeira.

_Estava debaixo dele senhor.

_Caída, virada, deitada.

_Não senhor, em pé. Como aquela ali.

_Algum medico examinou o corpo?

_Não senhor.o delegado disse que não era necessário. Que o mais digno a fazer era retirar logo o

corpo dali e levalo.eram amigos.

-Gostaria de ver o corpo. Pode nos levar a ele?

O corpo jazia em um dos quartos. E para nossa sorte ninguém o havia trocado continuava com as

mesmas roupas.

_Bem senhor Costas, pode nos deixar a sós. Preciso me concentrar no caso, e quanto menos pessoas

melhor.

_Vou buscar algo pros senhores beber.

_Bem sargento, se o que o senhor costa disse é o fato. acredito que ouve um assassinato aqui. o

assassino é um conhecido.mais vejamos o que diz o corpo.vasculhe seus bolsos e guarde tudo que

encontrar.

_Estão vazios. Disse o sargento.

_Olhe aqui no pescoço, o que acha que é isso?

_A marca da corda. certo?Disse o sargento.

_Todos os dias temos enforcamento na frança, e nenhuma corda deixa uma marca dessa. Essa aqui é

a marca da corda, veja. essa outra não.

_O que isso significa inspetor?

_O caso esta cada vez mais claro quanto assassinato.

_E agora que faremos?

_Na verdade não sei se acaso tivesse chegado antes que limpassem a cena. Teríamos pista. mais acho

que tive uma idéia.peça ao senhor costa que traga a pessoa que faz a faxina.

Quando o senhor costa voltou trouxe uma senhora bem velha, que deu um sorriso meio triste quando

lhe cumprimentei.

_Foi à senhora que limpou a sala?

_Sim. Disse ela sem levantar os olhos.

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_Olhe pra mim, isso é muito importante. Havia algo no chão, ou algo que não devia estar ali. moveis

fora do lugar ,alguma mancha,ou coisa assim.

_ estava Tudo como deixei quando sai senhor. Fora a cadeira e o barão..., desculpe ainda...

Estou ...coitado do barão... Sinto muito.

_Tudo bem, eu entendo. Pode ir.

_ o corpo será levado agora senhores. A baronesa os aguarda.

_Não entendo seus métodos inspetor. Mais acredito no que esta fazendo,quando tiraram meu

marido,caiu algo que acredito estava em suas mãos. Não sei o porquê ele estava segurando isso,

mais... esta aqui.acho que é algo sem importância...mais...

_Um botão?Disse o sargento. Pertencia a alguma roupa do barão?

_Não, e não sei a quem pertence. Mais como o inspetor perguntou sobre qualquer coisa.

_Obrigado senhora, isso vai ajudar bastante. Vamos sargento, temos muito que fazer.

Já estando fora da casa o sargento perguntou.

_E agora inspetor, pra onde?Tem alguma idéia do que ouve. confesso que estou confuso.

_Bem sargento, a resposta esta aqui em minha mão. Já esta quase amanhecendo o senhor sabe onde

encontro um alfaiate?

_Tem o Agulha de ouro. A melhor e única alfaiataria da cidade. o dono dele é o senhor Rachid.ele faz

a roupa de toda aristocracia.

_Então vamos.

Voltamos ao cabriole onde o cocheiro ainda dormia. O sargento lhe informou o endereço e fomos.

encontramos o senhor Rachid abrindo o ateliê.o sargento o cumprimentou e avisou que eu queria velo

ele disse estar a disposição.

_Em que posso ajudalos.

-Estou procurando algo em especial e espero que possa me ajudar. veja esse botão o que me diz.

_È uma obra prima, não?Feito sobre encomenda se o senhor quiser posso encomendar também pro

senhor.

_Esse botão é seu?

_Sim, eu encomendei e o costurei num casaco magnífico, o delegado deve ter enganchado em algo

muito forte. Meus botões não caem assim tão fácil, a costura é bem reforçada.

_Esse botão é do casaco do delegado pimenta?

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_Isso, ele me encomendou para uma festa em sua homenagem, que seria realizada na câmara. não

estou entendendo o que esta acontecendo?

_Muito obrigado senhor, volto outro dia.

_Tanto por nada, no fim o delegado deve ter derrubado quando fomos ver o corpo. E agora?

_Quando foi a comemoração?

_Ontem à tarde, ele ainda estava lá quando o comuniquei do caso.

_Bem, vá à casa do delegado e diga que me espere que preciso velo.

_E o senhor?

_Tenho que ver algumas pessoas. Pegue outro carro eu usarei o cabriole.

Horas depois na casa do delegado o encontrei muito zangado.

_Quem o senhor pensa que é pra me dizer pra esperalo?Lá na frança talvez o senhor manda e

desmanda. aqui não ,só porque o imperador gosta dos franceses...

_Desculpe-me delegado não achei que criaria tanta confusão. Acontece que os rumos das

investigações mudaram. O barão não cometeu suicídio, e sim foi assassinado.

_Como pode dizer isso, eu estive lá e vi. Poderia então dizer o que aconteceu.

_Posso. O barão vinha tendo problemas com a esposa por que alguém lhe contou algo sobre o

passado dela. isso o deixou muito perturbado ,acredito que essa pessoa o chantageou de alguma

forma talvez dizendo que faria um artigo no jornal .ou qualquer coisa assim .ele amava demais a

esposa e não deixaria que nada lhe acontecesse. Essa pessoa era uma pessoa conhecida. Por isso ele

dispensou os empregados e o esperou sozinho, talvez se não chegasse a um acordo ele mataria o

homem. E assim foi não ouve acordo, os dois brigaram. o barão foi enforcado pelas mãos do visitante

se por maldade ou por tentar se defender não sei.o visitante então arrumou toda a bagunça da sala e

armou a cena para parecer um suicídio.mais esse homem apesar de esperto nunca havia visto um .e

cometeu erros primários.

_Isso é apenas, especulações inspetor. disse o delegado olhando firme .

_Bem, mais não é só isso. na briga o barão arrancou um botão do casaco visitante.

_Reconhece esse botão, delegado?

_Deveria?

_Sim, esse botão é do seu casaco.

_Esta me acusando?Por acaso lhe passou pela cabeça que pode ter caído do casaco quando fui à cena

do crime;

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_Com certeza. Por isso fui ao jornal, e procurei o fotografo que esteve na comemoração. Aqui esta a

foto que ele tirou na entrada da câmara. uma foto de corpo inteiro.e seu casaco esta faltando um

botão.o que diz que o perdeu antes de ir a cena do crime.

__Muito esperto, inspetor estou admirado. o senhor tem valor.e esse valor eu posso pagar,é só dizer

quanto.alem do mais o senhor nem daqui é ,o imperador jamais acreditaria no senhor.logo eu

ocuparei o lugar do barão,pense o senhor só tem a ganhar.

__Verdade o imperador jamais acreditaria em um estranho, por isso eu o trouxe para ouvir de sua

própria boca, ele esta aqui e ouviu tudo.

_Por que, delegado?Disse o imperador levantando se de uma poltrona da blibioteca.

Estou decepcionado, tinha tantos planos para o senhor. por que?

_Só gostaria de dizer que foi um acidente. O inspetor estava certo. Ele tentou me matar eu só me

defendi. não era pra ser assim.

_ (SARGENTO!) Gritou o imperador. Leve esse homem sob custodia. Inspetor, apesar de estar chocado

com o desfecho, lhe agradeço e gostaria que ficasse e nos ajudasse a melhorar a nossa policia.

_Eu me sinto honrando, majestade. Mais tenho de voltar à frança. Deixei alguns casos pendentes.

mais senhor, temo que o caso não tenha terminado.e o império esteja em risco.sugiro cautela .bem

senhor se me permite,terminarei as minhas férias.

------------------------------------------- FIM -------------------------------------------------------------------------------------

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Um riso falho ri um riso mudo.

DE BETO RAMI

Houve um tempo onde a noite era mais escura, as bruxas e ogros dominavam as florestas. A igreja

tinha o poder de mandar todos ao inferno, e assim fazia com todos que atravessassem seu caminho. A

peste enchia as ruas de cadáveres o ar era irrespirável. E os homens eram simples instrumentos de

guerra. Devastando tudo que a peste deixava. E nessa hora adentra os portões da cidade vencida o

novo conquistador. e quando olha as arvores que a circundam vê as viúvas enforcadas balançando

ao vento como frutos.

Eis que o bispo que abençoava a nova conquista diz. -quem dera todas as arvores dessem tão

saborosos frutos. Uma gargalhada é ouvida.

A morte deixa alguns para trás, assim o carrasco terá um pouco de serviço.

Uma mão se levanta entre os corpos com um grito tão assustador que congelaria o sangue do mais

corajoso dos homens, mais é calado pela visão da espada que vem em sua direção, e que em único

golpe trás de volta o silencio. O fogo é ateado assim tudo será renovado por ele, os que se

esconderam serão carbonizados pelo fogo renovador. Os padres piedosos abençoam os mortos

enquanto recolhem seus pertences. Vão-se os dedos ficam os anéis, que são arrancados assim como os

dentes de ouro. Um riso falho ri um riso mudo.

O que parece ser tão assustador é apenas um dia normal nos anos da graça do senhor. onde o papa

em nome do cristo. matava em nome da fé,até quem dizia acreditar somente em D`eus.

_____________________FIM.____________________________________________________________

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só podia ser mais uma do Zé goiaba.

DE BETO RAMI.

Já ia anoitecendo e Zé goiaba ainda não tinha voltado para o jantar, todos estavam preocupados Zé

não era dado a isso. Era muito responsável, apesar do que diziam.

Vocês sabem..., não, vocês não conhecem o Zé goiaba?Bem devem ser estrangeiros o doidos por

novela. Sei lá.

Pois não há quem não o conheça. (pelo menos nesse mundão de DEUS.)

Voltemos à estória. A noite foi seguindo seu caminho natural adentro, e nada do Zé.

Veio à madrugada, os primeiros raios de sol e nada, na hora do almoço o cabo xexél foi chamado. Era

choro pra cá, choro pra lá.

as mulheres reunidas para rezar o terço puxado por Ana beata que já encomendava a alma do Zé

Goiaba.

os homens bebendo o corpo e contando piadas,mesmo sem existir um corpo ali. Era tradição e foi

assim que tantas vezes o Zé tinha feito e queria que fizessem por ele. Quando o padre chegou já

anoitinha, Ana beata já tinha preparado o caminho para que Zé goiaba fosse direto para o céu. O

padre acenou pro sacristão e disse __Prepare o corpo pra extrema unção. Então de olhos fechados se

dirigiu ao quarto onde supostamente estaria o corpo do Zé. E continuou._Senhor receba alma dessa

pobre criatura que apesar de não freqüentar a igreja, não ser batizado e nunca dar o dizimo, sempre

foi um bom cristão. Mesmo não guardando o domingo, nunca tendo comungado nem confessado. ou

ajudado na paróquia, sempre foi um homem de valor. Trabalhador honesto, corajoso e, sobretudo um

amante da verdade.......

_ (Hum, hum.) desculpe padre. Disse o sacristão interrompendo o sermão.

_Tudo bem. Disse o padre nervoso. sei que ele não era grande coisa. era um mentiroso e

preguiçoso,mais o que mais podia dizer?Por mim ele não entra no céu. Mais tenho de fazer meu

serviço, então...

_Não é isso, padre. É que não tem corpo ai, olha!

_U É Cadê o corpo?Perguntou o padre assustado.

_Que corpo?Respondeu a viúva que não era viúva ou era, e ainda não sabia. Ou achava que era, pois

todos diziam que era. sei lá, também estou confuso.

_O corpo do Zé goiaba, Cadê?como posso encomendar um corpo que não está presente.

_Ói, é claro que eu to aqui. Disse Zé goiaba adentrando o quarto. Vixi quem morreu seu padre??

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_Tú..,homem.só podia ser mais uma do Zé goiaba.disse o padre acendo ao sacristão para que fossem

embora.

Ana beata saiu chorando, pra ela sua reza resultou em um milagre. Pois Zé goiaba havia voltado da

terra dos pé junto. Os homens aproveitavam agora pra beber ainda mais, já que o Zé voltou ao mundo

dos vivos. a ex viúva se é que existe ,olhou para o Zé e perguntou._Onde tu tava homem?

Ai já foram logo acendendo uma fogueira,pois sabiam que vinha estória.

Ele foi até o fogo e começou a mexer na brasa, seu rosto ficou iluminado assim como seus olhos.

assoprou as estrelinhas que subiam. deu uma golada no café que lhe foi dado.

Levantou a cabeça para o céu como quem busca inspiração e começou.

Logo de manha eu sai pra esticar as pernas como faço todas as manhãs. sai pensando na vida. ai

andei. Andei... e andei e quando dei por mim,estava em um lugar que nunca tinha visto.foi quando

Então

havistei um sujeito no meio do mato e gritei._OI! Bas tarde,seu moço.

_Boa. respondeu ele.enquanto mexia no mato.

_O senhor sabe onde estou?Continuei perguntando.

_Sei. Respondeu ele. aqui no mato .e continuou procurando algo.

Acho que não me entendeu, pensei e cheguei mais perto pra prosear melhor.

_Que tu ta fazendo ai no meio do mato? perguntei.

_O prefeito veio obrar por aqui e acabou perdendo as botas.

_Que cabra desastrado, como ele chama.

_ (Judas.)

_tem certeza que é aqui que o Judas perdeu as botas... Epa pizei.

_NAS BOTAS?

_não, a obra. mais cadê o prefeito?

_Ele tá ali ta vendo, ali onde o vento faz a curva.

_Eu me chamo Zé goiaba e você?

_Eu não, sou o nho Barbino. Funcionário publico, secretario de obras e assistente do prefeito.

Foi quando lá longe o prefeito gritou._OIA A ONÇA!

Eu de primeira dei um salto de mais de dez metros para trás e cai encima do galho da arvore.

(MAIS DE DEZ METROS?perguntou um dos ouvintes.) ou mais, na hora não medi.

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nho Barbino ficou preso ao chão,a onça veio em sua direção já lambendo os beiços, deu tres voltas ao

seu redor e sentou-se.

_ME ACODE, ZÉ GOIABA!! Gritou ele.

Nem precisei ir acudir, ao ouvir meu nome,a onça miou*...(Porque onça não fala.) _*Zé Goiaba to

fora.

E se mandou mata adentro. ai pense que raio de lugar era aquele,onde os bichos me conheciam e os

homens não.

Acho que andei muito, estava perdido ,coisa que nunca me aconteceu. Foi quando vi que uma turma

de evangélicos vinha em nossa direção. Muito educadamente nos cumprimentaram e nos deram

santinhos. então eu disse ao pastor .Um homem alinhado ,de terno bem engomado e um olhar

bondoso.

-Eu sou Zé Goiaba, num sou daqui. E esse é o Nho Barbino o secretaro do prefeito.

_Do Judas?Aquele traidor!Disse o pastor quase com raiva.

_Já isso num sei ,em política e religião num meto a mão. mais que mau lhe pergunte,o senhor anda

muito por essas bandas?

_É claro tenho de levar a palavra por todos os cantos de imenso país. Essa é a vida do evangelizador.

disse ele com uma voz suave e doce.

_É que eu acabei me perdendo, o senhor sabe caminho que leva a fazenda boi bão.

_Não meu filho, desconheço. mais já que esta perdido porque não vem conosco a congregação.

Lá ensinaremos os caminhos que levam a casa do senhor.

(O Senhor foi compadre?) perguntou um dos ouvintes.

-EU NÃO! Nho barbino foi. eu não.

Pois se ele não sabia o caminho que levava a fazenda boi bão, como saberia o caminho pra minha

casa.

_______________________FIM.__________________________________________________________

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No fim tudo acaba.

De BETO RAMI.

_Por favor, por aqui. disse um senhor organizando a fila.

_Onde estou?Que esta acontecendo, quem é você, por que estou aqui?

_Vamos andando, todas as respostas serão respondidas ,eu acho ,vamos seguindo, sem parar.

_O senhor sabe onde estamos?Continuou perguntando agora ao companheiro de fila.

_Ainda não sabe, logo saberá. acredito que no final da viagem tudo será respondido.

_Eu devo estar sonhando, não é?Daqui a pouco eu acordo e tudo terminara estarei de volta a minha

cama confortável. Hei, aquele é o Dr.menelau*., MENELAU OLHA SOU EU .LEMBRA DE MIM?

Menelau deu-lhe apenas um leve sorriso, aquilo era estranho pensou. Havia algo errado. Algo que ele

não conseguia entender.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

X

*(Menelau era o diretor do hospital onde ele trabalhava. Um homem de vontade forte. Que

acreditava que todos eram iguais e cuidava de todos que procuravam o hospital,conveniados ou

não.alguns discordavam de sua conduta ,pois caridade não era negocio.

Antes de Menelau o hospital era publico e ele cansou de ver os doentes morrerem por causa das

greves. _não atender alguém por estar em greve é desumano. dizia ele. Fizemos um juramento. _os

estudos foram caros assim como os livros, não nos tornamos médicos para fazer caridades. sempre

respondiam.mais ele sempre dava um jeito.)

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxXXXXXXXXXX

XX

Todos da fila foram levados a uma grande sala. foi lhes mostrado assentos e dito que aguardassem.

_Agora aguardem aqui, ao ouvirem seus nomes vá à mesa de quem lhe chamou.

_Doutor Mario, é o senhor?Perguntou um sujeito que estava ali sentado aguardando.

_Sim sou o DR.Mario Jose Borja. Responde ele.e quem é você?

_Sou o Jorge. nos conhecemos lembra? olhe bem ,não lembra?

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-Não me lembro, estudamos juntos, trabalhamos no mesmo hospital. Bem, seu rosto não é estranho

,mais não me lembro.

-_Sou Jorge, o sujo. lembra eu morava na rua ,de frente ao hospital.o senhor algumas vezes me deu

uns trocados,lembra?

_Na verdade não, são tantos mendigos. todos tem a mesma cara pra mim.

_Mais eu me lembro do senhor, uma vez eu fiquei muito mal, o doutor Menelau me levou ao hospital

e o senhor doutor cuidou de mim. Nem pude agradecer ,o senhor saiu com tanta pressa. O senhor

disse que era a bebida lembra, eu disse que não bebia e o senhor disse preu parar de beber senão ia

acabar morrendo. Fiquei feliz com sua preocupação ninguém nunca se preocupou comigo. (será que

vão nos chamar logo?) o senhor com certeza merece um bom lugar,sempre tão bom com os seres

humanos.

`__Obrigado .disse Mario secamente e continuou.

O senhor pode chegar um pouco mais pra lá, esta me apertando... droga quando iram me

chamar.estou impaciente,não devia estar aqui tenho uma reunião importante.serei o novo diretor do

hospital.

_Parabéns doutor. Deus sabe o que faz, um homem tão bondoso quanto o senhor, sempre será

recompensado.

_ (SENHOR JORGE.) chamou o homem da mesa. e ele foi.

E ficaram conversando e rindo. Pareciam amigos íntimos e antigos, foram horas de risos e Dr.Mario

impaciente. O que teriam tanto pra conversar, ele era um pedinte, um mendigo, um misero

desocupado. um imprestável para sociedade.e no entanto era tratado como um ....como um...

_(SENHOR <DOUTOR MARIO JOSE BORJA>)chamou o homem da mesa enquanto se despedia do Jorge

o sujo.é assim que gosta de ser chamado.eu disse certo,sente se ai por favor.

Mario ficou em pé olhando em volta e por fim perguntou.

_O senhor tem um pano preu limpar o cadeira?O senhor viu que estava aqui sentado, vai saber onde

ele andou,não é?. ufa com essa gente não se pode facilitar,não é mesmo.bem,creio ter havido um

engano eu não deveria estar aqui,tenho um compromisso muito importante.vou ser o novo diretor do

hospital onde trabalho,foram anos de dedicação.

o senhor Menelau esta ali..cade ele?Bem....em algum lugar ,sei que o vi .seja como for ele dirá quem

sou...

_Mais eu sei quem é você, e não houve nenhum engano. Senhor Doutor Mario Jose Borja. Infelizmente

houve uma fatalidade. seu carro estourou um dos pneus e bateu em um poste, tente lembrar. o

senhor foi levado ao hospital. infelizmente um hospital publico,com médicos sem muito

comprometimento com as pessoas ou seres humanos,sei que o senhor tinha um caro convenio medico.

Daqueles com cobertura total, mais o senhor sabe, em caso de acidente o hospital mais perto é a

melhor opção.

Infelizmente, senhor não sobreviveu à operação. Foi atendido por um estagiário, mais preocupado

com o currículo que com a vida do paciente...

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isso o lembra alguém?Bem,apesar do senhor Jorge dizer maravilhas sobre o senhor ,cá entre nós

sabemos que só o tratou para agradar o Dr. Menelau o diretor ao qual iria substituir pois estava

dando prejuízo ao cuidar do lixo humano (._Deixem que os lixeiros limpem seus próprios lixos .)lembra

dessas palavras ,suas palavras,não é mesmo?.bem aqui o lixo é bem vindo.nós somos agradecidos por

isso, pois eles são o instrumento do aprendizado humano.realmente acredito que o senhor deveria

limpar o banco pois não é digno de sentar se nele.tenho novidades para o senhor doutor o senhor é

que precisa de pela reciclagem.(por favor levem no.)

_Mais..,mais ...eu não sabia!

-Isso não é desculpa. Teve sua chance e não aproveitou. Agora seja humilde e aceite o que vira. teve

tudo para melhorar a vida do seu próximo e preferiu cuidar de si mesmo.só fez o bem quando sabia

que tiraria vantagens,agora é a vez deles gozarem do melhor .tenha um bom dia doutor Mario Jose

Borja.

_________________FIM.____________________________________________________________

A visagem.

De Beto rami.

Teófilo Braga era um simples morador de uma pequena cidade do triangulo, mineiro mais ficou

conhecido mundialmente pelo estranho caso que testemunhou, esse caso foi explorado por todos os

meios de comunicações e é lembrado até hoje.

Bem o caso começa no dia em que Teófilo resolveu ir ao cinema que naquela noite iria passar a versão

colorizada do clássico do cinema ´´Casa blanca``.

Então Teófilo pegou sua bicicleta e dirigiu-se ao cinema, e como sempre chegou cedo para escolher o

melhor lugar. Comprou pipoca e guaraná e sentou-se confortavelmente em um lugar privilegiado e

esperou o inicio do filme.

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Tudo corria maravilhosamente bem Teófilo adorava esse tipo de filme romântico, na semana passada

havia assistido ´´...E o vento levou``.era um romântico incorrigível.e havia ficado feliz do cinema ter

colocado em circuito esses filmes geniais.as luzes se apagaram e começou seção. Ele estava

empolgado aquilo pra ele era algo divino era a melhor atuação de Humphrey bogart ,Ingrid Bergman

estava divina e aquela musica "As Time Goes By" o fazia sonhar.foi quando do nada a fita quebrou .o

publico que ate então se comportava dignamente bem começou a vaiar e gritar ,assoviar e tudo mais.

Nesse momento as luzes se acenderam e o projetista veio se desculpar,dizendo não ser mais possível

continuar com a projeção do filme.nesse momento foi um Deus nos acuda,gritaria ,xingos ,ameaças de

fogo,ate que o dono do cinema resolveu também se desculpar .depois de dar varias explicações para o

acontecido disse que devolveria o dinheiro do ingresso e ainda passaria outro filme totalmente

grátis.o filme escolhido foi a versão colorida de ´´A guerra dos mundos``, De H.G Wells, um clássico da

ficção cientifica.

Teófilo que em nenhum momento tomou parte da baderna,tinha ate pensado em ir embora.esses

filmecos de ficção não tinham nenhum valor para ele, era tudo mentira onde já se viu homens do

espaço invadindo a terra .e enquanto ainda estava pensando se ia embora ou não as luzes se

apagaram e começou a projeção do novo filme.

Teófilo resolver ficar, mais assistia ao filme sem muito interesse ,ele tinha vindo assistir um filme de

amor queria se sentir apaixonado .e aquele filme sobre seres de outro planeta era mera especulação.

Mais quem olhasse em seu semblante ao passar certas cenas do filme veria que algumas chegaram a

lhe perturbar.

Quando o filme terminou e acenderam as luzes,o dono do cinema novamente se desculpou e pediu

que retirassem o reembolso do ingresso na portaria.aquela era ultima seção a noite já ia longe,e o

Teófilo não morava tão perto do cinema já eram quase duas da manhã. ele pegou sua bicicleta e

seguiu pele estrada principal que levava a uma pequena trilha ,essa sim o levaria ate sua casa.

Ele então seguiu pela estrada ,a noite era úmida e um nevoeiro tomava conta de tudo.ele seguia

pensando no filme que acabara de ver e ria de ter gente que acreditava naquilo.

A noite estava um breu ,e quase não se enxergava nada o silencio tomava conta de tudo.Teófilo ia

empurrando a bicicleta já que montala era praticamente impossível devido a falta de visão,mesmo ele

que tantas vezes já seguira aquele caminho e o conhecia de olhos fechados .

E foi no momento em que ia chegando à trilha que algo estranho aconteceu.foi assim.

Parado enfrente a trilha estava um objeto de estrutura grande, com grandes faróis que iluminavam o

caminho cortando como facas a espessa nevoa.

Nesse momento ele vacilou em seguir adiante,depois pensou ._Deve ser um ônibus .já aquele era o

caminho da rodoviária.foi quando luzes começaram a dançar por sobre os faróis ,eram as cores do

arco-íres se revezando, como se quisesse criar algum desenho ou palavra.ele ficou olhando a

seqüência das cores se revezando buscando algo lógico.nesse momento lembrou-se do filme que

acabara de ver .tudo batia ,uma estrada vazia,um grande objeto,nevoeiro ,o silencio e as luzes

coloridas.só faltava o ser interplanetário sugador de almas.

Seus olhos estavam esbugalhados o coração batia acelerado,ele não podia acreditar ,mais era

verdade.foi quando a porta do objeto se abriu causando um ruído estranho.

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Teófilo olhava aquilo mais não podia acreditar no que via,um ser de estatura baixa desceu e apontou

em sua direção.ele pode velo bem e o descreveu assim.

Era um ser de estatura baixa mais ou menos um metro e meio de altura ,tinha um cabeça grande

desproporcional ao corpo,longos ombros e cintura fina.percebeu bem os traços pois o ser usava uma

vestimenta bem justa ao corpo.

De repente o ser veio em sua direção com uma das mãos erguidas e a outra escondia atrás das

costas.foi quando olhou para os pés do ser e constatou que esses derretiam e misturavam-se ao

chão.Nesse momento sentiu seu sangue gelar ,todos os pelos de seu corpo estavam arrepiados

.Teófilo já não seguia mais adiante ,estava estático.apesar de mover as pernas não conseguia sair do

lugar.

__Devo estar preso no tar ,campo de força!Pensou ele enquanto tentava se mover.

O ser continuava vindo em sua direção,passo a passo como se aqueles pequenos metros fossem

kilometros.foi quando pensou._Se não posso ir pra frente,talvez consiga ir para trás.

E assim fez conseguindo se livrar do campo magnetico que o prendia.foi quando o ser lhe disse algo

numa língua estranha e inteligível.ele então nada respondeu ,apenas enfiou-se no mato e correu

como um desesperado.

No outro dia foi encontrado por um senhor que levava o seu neto a escola.horas depois a estória

corria a cidade.chegaram repórteres de todos os países ,todos queriam entrevistar o homem que viu o

E T. no fim os repórteres decidiram fazer uma coletiva com Teófilo,o velho e seu neto.

A coletiva ocorreu como descrevo abaixo.

(Repórter.) __Bom dia senhores ouvintes e tele espectadores estamos aqui numa trasmisao

simultânea radio televisão e internet, com uma das mais estranhas e sensasiononais estórias já

acontecidas no Brasil. Estamos aqui com Teófilo Braga que nos contara todo o caso.

_Uai?Já num disse. Respondeu Teófilo coçando a cabeça.

(Repórter.) __Disse para nós,mais diga de novo, para os que não ouviram ousam como o caso se deu.

(Teófilo.) _Uai?Pera ai,quem foi que deu alguma coisa?Oia ,isso o ocê quim ta dizenu.quero decha

bem craro que ninguém deu nada.o caso foi ansim.

Vinha eu Du cinema cum minha bicicreta,caminhava pela estrada principar que leva até a tria que

leva a minha casa.e enfrente a tria que vi o trem.

(Repórter.) _ESPERA Ai,não era um disco voador ?Agora é um trem voador.

(Teófilo.) _Lavem vance de novo tentando mi cunfundi,o santa irgunorança.

Nisso um outro repórter explicou aos outros repórteres e ouvintes que trem era termo regional

mineiro que quer dizer ´´coisa``.com isso a entrevista pode continuar.

(Teófilo.) _Bem como ia dizenu,eu vi um trem parado difrente a tria que leva a minha casa.a noite

tava um breu só,uma cerração doida cubria tudu.num sinchergava um parmo do a frente do nariz.só

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arreparei dois faror desses de mia me cegano as vista.eu inté a pensei diqui era um oinbus ,pro mode

qui tem uma rordoviaria a um tirim daqui.

Ai uma luzeira doida começou a dançar por sobre os faror,pareciam luzes de arve de natar mais

piscavam em uma sequencia diferente,uai.foi ai que vi que anum era oimbus ,era outro trem qualquer

,menos oinbus.e as lampadinhas coloridas já num tava só nois faror,agora giravam por todo trem.

A di repenti eu orvi um baruio irritante,e miemo de longe eu apersebi que uma poita se abriu,foi

cando eu o vi.

_UM E T?Disse o reporte o interrompendo.

(Teófilo.) _Não....,uma jumentinha .e vinha vestida de noiva.e me convidou pra ser o padrim.

Dito isso ouve uma tremenda gargalhada e o Teófilo irritado com a intromiçao decidiu não dizer mais

nada.

Então resolveram entrevistar o senhor que encontrou o Teófilo enquanto ia levar o neto a escola,seu

nome era Antonio da figueira.mais era conhecido como totoim e assim também o chamaremos.

(Repórter.) _Bem totim,conte nos como encontrou o Teófilo.

(Totoim.)__Ia eu levando meu neto pra escola,quando no caminho eu senti um fudum disgraçado.ai

eu disse eitá cagaro no mundo.o muleque porco!(FUI EU NÃO,VO)disse meu neto.ai eu percebi que

quanto mais a gente se aproximava da trilha,mais o fudum aumentava.foi quando eu vi um bosteiro

danado....

(Repórter.)__por favor senhor Antonio,sei que é uma pessoa humilde,um homem do povo e

desprovido de um linguajar mais refinado.mais quando o senhor se referir a bosteiro use o termo

fezes,certo?

(Totoim.)__Tudo bem ,mais onde eu estava mesmo?

_O senhor tava no bosteiro,vô.disse o neto mostrando que prestava atenção a estória.

(Teófilo.)_Ah é.como eu ia dizendo,eu avistei um bostero danado de ´´fezes``...(dito isto olhou pro

repórter como quem espera aprovação.esse por sua vez limitou-se a passar as mãos pelo rosto.)o

cheiro era insuportável ,foi quando olhei pro mato e vi o teofi atolado no meio de uma mistura de

lama bosta e mijo...(e como fedia .disse fazendo careta de repulsa.)

(Repórter.)__O senhor quer dizer que com o medo ele defecou na roupa.

(Totoim.)__Oia,se ele defecou não sei,mais ele se cagou todo.....

Não muito longe dali algumas horas atrás em um posto de gasolina, encosta um desses caminhões

ultramoderno e todo enfeitado e com uma frase escrita com letras garrafais no pára-lama. ´´Baiano é

a mãe.``

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A porta se abre fazendo um ruído irritante e eis que desse um nordestino. estatura media ombros

largos e cintura fina.

_O Merda! Tenho de mandá arruma essa porta. Ele parecia estar em choque, algo o incomodava. Suas

pernas por vezes perdiam o passo e quase o derrubavam. o macacão colado ao corpo o incomodava

assim como um mal jeito na coluna.

Ele entra no bar que fica no posto e pede.

_Mim de a pinga mais forte que tu tivé ai, tu vissi.

_a essa hora? Perguntou o balconista já puxando conversa.

_Oxente?E tem hora pra bebe agora? Alem do mais do jeito que to, bebo toda essa garrafa numa só

golada.

_Uai so, aconteceu algo?

_Oxe? Se Aconteceu?Tu nem imagina bichim. Eu que sou devoto do meu padim padi ciço. (dito isso

benseu-se.)achei que tinha visto tudo nesse mundão de meu Deus.mais o acontecido dessa noite

mexeu com meus nervos.

_Ora home, estão conta. disse o balconista curioso.

_Bem vinha eu por essa estrada, essa mesma da qual fica o posto. Eu já dirigia a seis horas seguidas e

já estava muito cansado, o corpo doía todo. Já era alta madrugada e um nevoeiro doido cobriu tudo.

então parei no acostamento já que seria burrice dirigir sem enxergar num sabe.

eu nunca tinha vindo por essas bandas e essa estrada parece que é abandonada , num tem nem

restaurante nem boteco,pelo menos num vi.

a fome já estava fazendo um buraco no meu buxo,então aproveitei pra cume e descansar um

tiquinho.

E La estava eu no acostamento cumeno um naco de jabá com pão caseiro que minha patroa tinha

feito com todo carim pra mim.

quando eu vi um vulto na estrada.então acendi o os faroi de mia pra mode enxergar mior e vi alguém

parado na estrada, oia num sei se era home ou muié.

Só sei era alto e magro, então pensei se tem gente na estrada é melhor aproveitar pra pergunta se

tem algum restaurante por ali, num sabe. Então acendi também as luzes colorias do painel pra chama

mais a atenção daquela pessoa. Fiquei dentro da cabine esperando que ela se aproximasse. mais

aconteceu algo estranho,tu vissi.

pois eu tinha certeza que ela se mexia ,mais não saia do lugar.

curioso com aquilo abri a porta do caminhão que fez um baita barulho pois esta quebrada e pro meu

azar pisei num atoleiro e senti as costas .com um pouco de esforço sai do atoleiro ,apoiei uma das

mãos nas costas pra aliviar a dor e com a outra acenei pra aquela pessoa.

foi nessa hora que percebi que a visagem num era uma pessoa ,ou pelo menos não viva.

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Nessa hora o balconista o interrompeu, e lhe deu mais uma bebida.

_meu jisuis cristinho!Essa é por conta. Disse enchendo o copo que transbordou molhando todo o

balcão. por favor continue.insistiu.

Eu estava a poucos metros daquela visagem alta e branca. Seu corpo se sacolejava, seus braços

giravam como se fosse voar ou jogar um encantamento. Balbuciava coisas que eu não conseguia

entender. nisso eu também já estava apavorado,eu que sempre fui devoto do meu padim pade

ciço.(Dito isso benseu-se.)e achava que já havia visto tudo nesta vida, estava diante de algo que eu

nunca acreditei que existisse.meus cabelos estavam em pé ,senti arrepiar ate o cabelo do sovaco,num

sabe.

ate a dor de minha costa sarou.mais como sou cristão me apiedei daquela triste alma que parecia

estar sofrendo uma dor horrível ,então lhe disse.---não se desespere eu acenderei uma vela pela sua

alma,e meu padim pade ciço . (Dito isso benseu-se.) ha de te tirar desse sofrimento.

Quando terminei de falar senti um mau cheiro horrível quase não consegui respirar, parecia algo

podre como se o corpo daquela criatura estivesse em decomposição. Mesmo assim não me intimidei,

pois nordestino é assim não tem medo de nada. E eu sou um nordestino honrado. por isso não me

detive e continuei.

Segui em sua direção, mais quando eu dava um passo à frente, ela dava dois para trás. eu não

agüentava mais aquele fedo que aumentava cada vez mais.foi quando diante dos meus olhos eu vi

aquela coisa sumir para o nada.

(Silencio.)

_Santo Deus, home! Disse o balconista se benzendo e agora enchendo também seu copo. já ouvi

muitas estórias de assombração ,mais como essa não.que sufoco.

_Pois é. Disse o nordestino agora com um ar de superior.e limpando a boca depois de mais uma

golada.

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Bem agora vou resumir o que aconteceu aos dois depois dessa traumática visão.

Teófilo Braga, nunca mais superou o acontecido, agora quando atravessa a rua olha para os cinco

lados. Ou seja, pra frente, pra trás, direita esquerda e agora também para cima. Virou ate celebridade

naquela pequena cidade, agora todos o chamam de.

´´ ET.ofilo Braga.``

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O nordestino finalmente consertou a porta da cabine e voltando a juazeiro foi agradecer ao seu

padrinho padre Cícero. Suas costas não doeram mais e acreditando que era um milagre daquela

visagem prometeu que toda vez que passasse por aquela estrada acenderia velas pela alma

milagrosa.e assim fez varias vezes.

Quanto a mim o locutor dessa estranha estória coloquei-me a pensar depois desse mal entendido.será

que o azul que vejo é igual ao azul que você vê?

___________________FIM._________________________________________________

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