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06 Circular Técnica Boa Vista, RR Dezembroo de 2002 Autores Francisco Joaci de Freitas Luz Rita de Cassia Cunha Saboya Paulo Roberto Valle da Silva Pereira Pesquisadores da Embrapa Roraima Admar Bezerra Alves TNS da Embrapa Roraima CP 133 CEP 69301-970, Boa Vista – RR - e-mail: [email protected] ISSN 0101 - 9813 O cultivo do tomate em Roraima INTRODUÇÃO E IMPORTÂNCIA ECONÔMICA O tomate é uma hortaliça de consumo universal, tanto in natura como industrializado, com grande expressão econômica no setor primário. Informações publicadas pelo IBGE com base na produção agrícola municipal de 2000, revelam uma área plantada no país de 56.866 ha, com produtividade média de 52,975 t/ha e valor de produção ultrapassando um bilhão de reais. Em Roraima, a produção não atende a demanda por essa hortaliça. A área plantada no ano de 1998 foi de 31,47 ha, totalizando uma produção de 472.057 kg com rendimento de 15 t/ha. O baixo nível tecnológico na condução da cultura é uma das características da atividade no estado que podem explicar o baixo nível de produtividade em relação à média nacional que é, segundo o AGRIANUAL (2002), de 54,22 t/ha. Uma estimativa do consumo para o ano de 1998 apontava para uma demanda de 60.371 kg/semana, ou 3.147,164 t/ano para suprir o mercado local. Com apenas 472,057 toneladas produzidas tem-se um déficit de 2.675,107 toneladas/ano, suprido com importações de outros centros produtores, o que eleva demasiadamente os preços para o consumidor. O alto preço estimula os agricultores a plantar, mas as exigências da cultura dificultam o cultivo do tomate no estado. As causas mais comuns de frustração de safra são doenças, pragas, tratos culturais, adubações inadequadas e uso de variedades não adaptadas à região. Estudos desenvolvidos pela Embrapa Roraima, acrescidos da experiência dos tomaticultores locais, podem estimular o cultivo racional do tomate no Estado, permitindo alcançar níveis de produtividades superiores à média regional.

O Cultivo Do Tomate Em Roraima

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06CircularTécnica

Boa Vista, RRDezembroo de 2002

AutoresFrancisco Joaci de

Freitas LuzRita de Cassia Cunha

SaboyaPaulo Roberto Valle da

Silva PereiraPesquisadores daEmbrapa Roraima

Admar Bezerra Alves

TNS da EmbrapaRoraima

CP 133 CEP 69301-970,Boa Vista – RR - e-mail:[email protected]

ISSN 0101 - 9813

O cultivo do tomate em Roraima

INTRODUÇÃO E IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

O tomate é uma hortaliça de consumo universal, tanto in natura comoindustrializado, com grande expressão econômica no setor primário.Informações publicadas pelo IBGE com base na produção agrícolamunicipal de 2000, revelam uma área plantada no país de 56.866 ha,com produtividade média de 52,975 t/ha e valor de produçãoultrapassando um bilhão de reais.

Em Roraima, a produção não atende a demanda por essa hortaliça. Aárea plantada no ano de 1998 foi de 31,47 ha, totalizando umaprodução de 472.057 kg com rendimento de 15 t/ha. O baixo níveltecnológico na condução da cultura é uma das características daatividade no estado que podem explicar o baixo nível de produtividadeem relação à média nacional que é, segundo o AGRIANUAL (2002), de54,22 t/ha. Uma estimativa do consumo para o ano de 1998 apontavapara uma demanda de 60.371 kg/semana, ou 3.147,164 t/ano parasuprir o mercado local. Com apenas 472,057 toneladas produzidastem-se um déficit de 2.675,107 toneladas/ano, suprido comimportações de outros centros produtores, o que elevademasiadamente os preços para o consumidor.

O alto preço estimula os agricultores a plantar, mas as exigências dacultura dificultam o cultivo do tomate no estado. As causas maiscomuns de frustração de safra são doenças, pragas, tratos culturais,adubações inadequadas e uso de variedades não adaptadas à região.Estudos desenvolvidos pela Embrapa Roraima, acrescidos daexperiência dos tomaticultores locais, podem estimular o cultivoracional do tomate no Estado, permitindo alcançar níveis deprodutividades superiores à média regional.

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O cultivo do tomate em Roraima

CLIMA

O tomateiro (Lycopersiscon esculentum

Mill) é originário da região andina daAmérica do Sul. O clima ideal para seucultivo é aquele com temperatura amenadurante o dia e noites frias. Regiões comtemperatura média acima de 30º não sãorecomendadas para o cultivo dessahortaliça. Acima de 35º há uma tendênciados frutos maduros tornarem-seamarelos e não vermelhos.

Na região amazônica, onde predominamaltas temperaturas e alta umidaderelativa do ar, a tomaticultura torna-seuma atividade problemática, pois altastemperaturas causam redução donúmero de frutos por cacho e a altaumidade do ar favorece a ocorrência dedoenças. Áreas de escape, como asregiões de altitude de Pacaraima,Tepequém e Uiramutã oferecemcondições climáticas propícias para ocultivo do tomate em Roraima.Entretanto, em regiões de mata oulavrado, a tomaticultura exige o plantio devariedades adaptadas a altastemperaturas e resistentes a doenças. Aépoca chuvosa, em qualquer região édesaconselhável para o cultivo, a não sersob cultivo protegido. Ventos fortestambém são prejudiciais à cultura, sendonecessária a instalação de quebra-ventosem locais sujeitos a essa intempérie.

ESCOLHA E PREPARO DA ÁREA

O tomateiro exige solos férteis, porosos,bem drenados e ricos em matériaorgânica. É medianamente tolerante àacidez, mas é exigente em cálcio emagnésio. De maneira geral, os solos deRoraima são pobres e ácidos, exigindo aaplicação de fertilizantes químicos,adubos orgânicos e corretivos para osucesso da tomaticultura.

Além do solo apropriado, a área deve serbem ensolarada, próxima a uma fonte deágua limpa contínua, com topografia umpouco ondulada e situada em local quenão tenha sido cultivado antes comtomate ou outras solanáceas como,pimentão, pimenta, batata ou berinjela.Evitar também áreas com jurubeba, porse tratar de uma planta hospedeira depatógenos do tomate. É aconselhável aretirada de amostras de solo para análisequímica e física, o que definirá asadubações e correções exigidas pelacultura.

Em área de cerrado, a limpeza é umaatividade fácil, bastando a retirada davegetação superficial, composta degramíneas e de poucas árvores. Namata, essa atividade depende daderrubada e queima da vegetação, com oplantio no toco ou mecanizado se feito odestocamento. Em ambos osecossistemas, o que importa é a retiradade plantas que possam interferir no

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preparo da área ou no desenvolvimentoda cultura.

Em áreas mecanizáveis, após a limpezafaz-se uma aração profunda (20 a 30 cm)e duas gradagens cruzadas comprofundidade de 20 cm para eliminar ostorrões. Em seguida, preparam-se ossulcos entre as quais se formarão oscamalhões em cujas bordas serãoabertas as covas para o plantio. Nasáreas não-mecanizáveis abrem-se ascovas manualmente na área limpa,cortando o sentido da declividade doterreno. Essas atividades devem serexecutadas pelo menos um mês antesdo plantio para proporcionar temposuficiente para a incorporação docorretivo de solo e a adubação.

CALAGEM E ADUBAÇÃO MINERAL

Calagem

A maioria dos solos de Roraima é ácida,necessitando a aplicação de corretivos(calcário, cal hidratada) para elevar o pHaté próximo da neutralidade. Deve-se darpreferência ao calcário dolomítico ou acal hidratada com magnésio. Para asfontes de cálcio que contém pouco ounenhum magnésio, é necessária asuplementação da cultura com 40 kg/hade sulfato de Magnésio, em cobertura. Ocalcário deve ser incorporado ao solopelo menos dois meses antes do plantio.A cal hidratada é mais fina e pode serincorporada até 15 dias antes do plantio.

A incorporação do calcário deve ser feitanas covas de plantio para haver ummaior aproveitamento do corretivo. Adosagem recomendada é definida após aanálise do solo.

Adubação Mineral

As recomendações de adubos químicassó devem ser feitas após a análisequímica do solo. Entretanto, na maioriados casos, o plantio de tomate emRoraima é feito em solos de baixafertilidade natural, sendo recomendadasaltas dosagens de fertilizantes para seconseguir maiores rendimentos. Paraaqueles produtores que utilizamformulações, a adubação sugerida noplantio em áreas com baixa fertilidadenatural, como o cerrado, é de: 200 g de04-28-20 + Zn ou 04-30-16 + Zn e 5,0 gde FTE BR 12 por cova. Em se tratandode área de mata virgem ou área querecebera adubação para outros plantios,pode-se reduzir a quantidade de fórmulapara 150 g.

Segundo recomendação de adubaçãofosfatada e potássica, prescrita pelaEmbrapa Hortaliças, com base na análisedo solo, a quantidade de P2O5 para ossolos com menos de 60 ppm de K variade 200 a 250 kg/ha. Quando se utiliza 10a 15 t/ha de esterco de galinha poedeira,a dosagem de P2O5 pode ser reduzidade um terço à metade. A adubaçãonitrogenada sugerida é de 180 kg/ha de

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N, sendo 1/3 aplicado no plantio e orestante em cobertura.

ADUBAÇÃO ORGÂNICA

Os adubos orgânicos mais comuns sãoos estercos de bovino, carneiro e galinhapoedeira, a cama de aviário, o adubo delixo e os compostos orgânico. Aadubação do tomate, incluindo matériaorgânica, propicia acréscimos de até25% na produção e aumenta a proporçãode frutos grandes, segundo resultadosobtidos pela Embrapa Hortaliças.

Estudos em andamento, com utilizaçãode esterco bovino, fertilizantes químicose corretivos, propõem a dosagem de 30t/ha de esterco bovino curtido, ou seja: 3kg/m2 ou 1,5 kg de esterco por cova, noespaçamento de 1,0 x 0,5 m. O estercode galinha e a cama de aviário sãorecomendados na terça parte do estercobovino. A utilização da cinza da casca dearroz também é recomendada para suprira cultura de fósforo e potássio.

Compostagem

O uso agronômico de resíduos orgânicoscomo fonte de nutrientes as plantas ecomo condicionadores dos solos, tem seconstituído em uma alternativa deadubação para os produtores. Ao mesmotempo promovem melhorias dascondições físicas, químicas e biológicasdo solo aumentando sua fertilidade. Háum aumento do pH e da CTC do solo dacapacidade de retenção de água, o que,

conseqüentemente, melhora odesenvolvimento das culturas. Outrosbenefícios são: melhoria da estrutura,porosidade e da aeração; favorecimentoda disponibilidade e da absorção dealguns nutrientes pelas raízes; aumentoda resistência das plantas às pragas edoenças.

Compostagem é um processo naturalpelo qual os microrganismosmetabolizam materiais orgânicos, queserve para recuperar e manter afertilidade do solo. O composto orgânicoé um excelente adubo orgânico, obtidoatravés da fermentação de restosvegetais e esterco animal, que setransformam em húmus, é um excelenteadubo orgânico. Para a sua confecçãosão usados restos vegetais de diferentesespécies, como casca de arroz, bagaçode cana, capim, mato roçado, folhas,sabugo de milho, restos de culturas, lixode cozinha sem plásticos, latas e vidros,resíduos da fabricação de farinha, etc., erestos animais que podem ser adquiridosna propriedade, obtendo-se uma boafonte de adubo de baixo custo. Seja qualfor o tipo de matéria orgânica aplicada aosolo, as quantidades são, em geral, deum mínimo de 10 até o máximo de 50t/ha.

Faz-se pilhas alternadas dessesresíduos, fazendo-a de uma forma que omonte fique fofo e arejado para que omaterial fique bem decomposto, poispara que a compostagem seja efetivada

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de forma satisfatória, é preciso a açãoconjunta de microrganismos, materialorgânico, umidade e oxigênio.

Deve-se seguir o procedimento abaixopara a confecção do composto:

➠ A pilha da compostagem deve ficarlocalizada, preferencialmente, em terrenode fácil acesso e plano, com boadisponibilidade de água. Seu tamanhodeve ser de 1,0 a 3,0 m de largura, comaltura até 1,5 m e comprimento deaproximadamente 3,0 m.

➠ Reunir todo o resto cultural possível e,se houver restos culturais mais grossos,é melhor picá-los para acelerar adecomposição.

➠ O composto é feito em camadas:

✓Na 1ª camada deve-se colocar o mato(capim) cortado, com altura máxima de30 cm, depois regar;

✓Em seguida, coloca-se uma camadafina de esterco. Se utilizar estercodiluído, dispensar a rega. Pode-seadicionar uma camada fina de fosfatonatural (aproximadamente 6kg/m3), paraenriquecer o composto.

✓Depois coloca-se outra camada dematerial vegetal e vai alternando comesterco até atingir a altura apropriada,estruturando o monte de maneira que ocomposto não se desfaça com a chuvaou vento.

Quando colocar cada camada, fazer umarega mas ter cuidado para não deixarencharcar ou escorrer água na base dameda.

✓Cobre o monte já pronto, com palhaou plástico e deixa-se fermentar.

Durante esse processo, há uma intensageração de calor, com temperaturasatingindo até 70ºC no interior da meda,embora a temperatura ideal deva ficarentre 50ºC e 60ºC. Estas altastemperaturas são importantes porque háuma erradicação da maioria dospatógenos. Quando a temperatura seestabiliza e o composto atingetemperatura amena, então o compostoestá pronto para uso. Se durante oprocesso de fermentação a temperaturaficar muito alta, faz-se um revolvimentopara oxigenar o composto e irriga-o, atéa temperatura estabilizar. A viragem éfeita com ancinho, passando o materialde baixo para cima e vice-versa. A cadarevolvimento irriga-se novamente, paradistribuir bem a umidade em todo omonte. Normalmente é feito umrevolvimento semanal, nos primeiros 30dias e depois faz-se revolvimentos acada 15 dias. Esse revolvimento ajuda omaterial a decompor mais rápido e demaneira mais uniforme.

Dependendo do material e do manejoadotados o material deve estar prontoentre 60 e 90 dias, quando o materialestiver homogêneo, com uma coloração

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marrom escura, parecida com a da terravegetal.

Deve-se fazer várias pilhas de compostoe em diferentes épocas, para nunca faltaradubo na propriedade.

Se o material usado for lixo doméstico,pode-se dispensar o uso do esterco.Nesse caso, coloca-se uma camada deserragem ou mato seco para haveroxigenação do composto.

Com a adição de fosfato natural ocomposto será enriquecido, podendo atédispensar a calagem, com o passar dosanos.

O composto é indicado para hortas epequenos pomares, nas doses de 2,0 a4,0 kg por m2 de canteiro, três vezes aoano, ou 10 kg / pé de fruta, uma vez porano.

CULTIVARES

De acordo com o hábito de crescimentoo tomateiro é classificado em“determinado”, para aquelas variedadesde porte baixo desenvolvidas para ocultivo industrial e “indeterminado” paraas variedades que crescemcontinuamente e precisam ser tutoradase podadas. Mais recentemente, devido àlongevidade pós-colheita dos frutosmuitas variedades estão sendo tambémidentificadas pelo termo “longa vida” ou“extra firme”.

Há basicamente quatro grupos diferentesde variedades de tomate, classificadosde acordo com o formato do fruto:

Grupo Santa Cruz – plantas decrescimento indeterminado oudeterminado, com frutos alongados,ovalados ou arredondados, com dois aquatro lóculos; possuem boa resistênciaao transporte. São exemplos ascultivares: Atlas, Santa Cruz Kada,Ângela Gigante 5.100, Santa Clara I -5300 e Jumbo.

Grupo Salada – também conhecidocomo tomate caqui; a planta tem portevariando de médio a alto, apresentandocrescimento indeterminado oudeterminado, frutos grandes,pluriloculares, arredondados ouachatados, com resistência ao transportevariando de baixa a alta para os tipolonga vida; são muito apreciados emsaladas. São exemplos as cultivares:Floradel, Caraíba, Carmem, Seculus eHeat Master.

Grupo Industrial ou Rasteiro –adaptados para a produção de massa,têm porte pequeno, crescimentodeterminado e ciclo curto, com frutospequenos a médios, oblongos ouovalados, muito firmes, biloculares outriloculares; possuem alto teor de sólidossolúveis e acidez acima das variedadespara mesa. Não necessitam tutoramento.Podem ser usados para o consumo in

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natura, exemplo: IPA-6 e tomate regional“do Alto Alegre”.

Grupo Cereja – frutos de tamanhopequeno com peso entre 10 e 20gramas, lisos com consistência, teor desólidos solúveis e acidez típicas detomates industriais; o consumo se dá naforma “in natura”. A variedade Suzutaroapresentou bom comportamento emplantio no lavrado de Roraima, na épocaseca (LUZ et al., 1990).

As seguintes cultivares são sugeridaspara plantio nos diferentes ecossistemasde Roraima:

Mata e Lavrado – Caraíba, Santa CruzKada, Santa Clara I – 5.300, Carmem,Heat Master, regional do “Alto Alegre” eIPA-6.

Região de altitude de Pacaraima,Tepequém e Uiramutã – Santa CruzKada, Santa Clara I – 5.300, ÂngelaGigante 5.100, Jumbo, Atlas, Carmem,Seculus.

A descrição das cultivares indicada parao cultivo em Roraima está assinalada naTabela 1.

Tabela 1. Características dos cultivares de tomate indicadas para cultivo em Roraima.Embrapa Roraima, 2002.

Cultivar Hábito deCrescimento

PesoMédio

(g)

Colheita/dias doplantio

Formatodo

Fruto

Resistência aDoenças

Pós-colheita

Ângela 5.100 Indeterminado 100 100 Ovalado F1; VY média duraçãoAtlas Indeterminado 200 105 Arredondado V1; F1; F2 média duraçãoCaraíba Determinado 100 90 Achatado murcha; PA baixa duraçãoCarmem Indeterminado 200 100 Achatado V1; F1 e 2; TMV longa duraçãoFloradel Indeterminado 150 110 Redondo F1; S média duraçãoHeat Master Determinado 200 80 Achatado V1; F1 e 2; TMV longa duraçãoIPA – 6 Determinado 100 90 Oblongo RA baixa duraçãoJumbo Indeterminado 150 100 Arredondado PA; RA;F; V1;S média duraçãoReg. “Alto Alegre” Determinado 80 90 Oblongo RA baixa duraçãoSanta Clara I-5300

Indeterminado 130 100 Oblongo F1 e 2; V1;TMV; RA; PA

média duração

Séculus Indeterminado 200 100 Achatado V1; F1 e 2; TMV longa duraçãoSt. Cruz Kada Indeterminado 100 100 Arredondado PA; RA

Fonte: Carrijo (1991); Embrapa – CNPH (1993); Luz et al. (1990).Observações: F1= Fusarium spp, Raça 1; F2= Fusarium spp; VY = vírus Y; V1 = Verticilium dahilae, Raça 1; S = Stemphylium; TMV =Vírus do Mosaico do Tabaco; PA = podridão apical; RA = rachadura; MURCHA = murcha bacteriana.

SEMENTES E PRODUÇÃO DE MUDAS

A formação de mudas vigorosas esadias, com sistema radicular bemdesenvolvido é um fator importante nosucesso da tomaticultura. As mudas sãoproduzidas em canteiros ou em

recipientes. Para o plantio de 1 ha sãonecessárias 100 g de sementes.

Caso a opção de plantio seja por híbridostipo “longa vida”, cujas sementes sãocotadas a preços muito altos, é precisoter a certeza de que cada semente vaioriginar uma muda, caso contrário o

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custo de produção torna a atividadeonerosa. Estas variedades são vendidasem pacotes de 1.000 sementes.

Semeadura em canteiros

Pequenos canteiros denominadossementeiras são utilizados para asemeadura e formação das mudas atéque estas atinjam o tamanho ideal para oplantio no local definitivo. O material queforma o leito da sementeira deve sercomposto de : ½ de solo, mais ½ deesterco curtido peneirado e desinfestado.

A desinfestação consiste em colocar amistura esterco e solo umidificados emcamburão de 200 litros sobre fogo delenha durante 2 horas, virando-aconstantemente. Após o resfriamento,transferir a mistura para o canteiro eacrescentar, para cada metro quadrado,a uma altura de 20 cm: 300g desuperfosfato simples, 100g de sulfato deamônio ou 50g de uréia, 100g de cloretode potássio e 200g de cal hidratada. Oscanteiros são preparados uma semanaantes da semeadura e mantidos sobirrigações diárias.

A semeadura é feita distribuindo-se assementes em sulcos de um centímetrode profundidade, distanciados em 15 cm.Após a semeadura, as sementes sãocobertas com material do própriocanteiro, e em seguida procede-se airrigação duas vezes ao dia.

É importante fazer a cobertura dasemeadura com palha ou sombrite, auma altura de 1,0 m, para manter aumidade e reduzir a temperatura do leito,facilitando a germinação. A coberturadeve ser retirada lentamente até próximoà época do transplante, quando asmudas ficam totalmente descobertas.Devem ser feitos os desbastes dasmudas, deixando-se 180 a 190 mudaspor metro quadrado.

Semeadura em Recipientes

Esse plantio é o mais recomendável eprático, pois assegura maioruniformidade e melhor seleção dasmudas. Podem ser usados copos dejornal (10cm) ou copos plásticosdescartáveis de 200 a 300 mililitros, compequeno orifício no fundo, para drenar oexcesso de água.

O substrato dos copinhos deve ter amesma composição do leito dasementeira. No centro de cada copinhosão colocadas três sementes, que sãocobertas com o mesmo substrato doscopinhos, sendo, em seguida, bemirrigados. Faz-se o desbaste umasemana após a germinação, deixando-seuma muda por copinho.

As mudas são mantidas em localsombreado, que aos poucos vai sendodescoberto até chegarem ao ponto dotransplantio, que ocorre de 20 a 30 diasapós a semeadura.

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Bandejas de isopor com substratoscomerciais à base de vermiculitafertilizada ou formulações semelhantessão recomendadas para produtores quepossuem estrutura coberta com plástico(estufa) com irrigação por nebulização.Este sistema permite um melhoraproveitamento de espaço e facilita otransporte das mudas até o local dotransplantio.

Em regiões produtoras com grandeconcentração de plantio de tomate écomum a encomenda das mudas deprodutores especializados nessa tarefa.O produtor de tomate ganha entre 20 a30 dias no ciclo da cultura, preocupando-se apenas com a fase do cultivo àcolheita.

TRANSPLANTIO

Entre 20 e 30 dias da semeadura,quando as mudas apresentam 4 a 6folhas definitivas, faz-se o transplantepara o local definitivo. O plantio é feitoem covas com dimensões de30x30x30cm, previamente adubadas eespaçadas de 30 a 50 cm, na fileira, e 1metro entre filas.

De preferência, essa atividade deve serfeita em dias nublados ou à tardinha,para que as mudas não sofram qualquerestresse. Antes e após o transplantio,faz-se uma rega, suficiente para deixarúmida as covas, proporcionando ummaior índice de pega.

CULTIVO PROTEGIDO

Em regiões sujeitas a baixastemperaturas ou a períodos de chuvaintensos, o cultivo do tomateiro sobcobertura plástica é uma alternativaviável, desde que se planeje a colheitaem épocas de entressafra, quando opreço justifica o alto custo doinvestimento. É comum chamar aestrutura de plantio de estufa. O manejodas plantas nesse ambiente requernovas habilidades para os produtorestradicionais, que cultivam o tomate a céuaberto.

Nas condições de Boa Vista e municípioscom condições climáticas semelhantes, otipo de estufa adequado ao cultivo detomate deve ter o pé direito de 4 metrose de preferência ter uma abertura naparte superior da estrutura para facilitar asaída do ar quente (teto convectivo). Emregiões de microclima, como Pacaraima,Uiramutã e Tepequém, modelos tipo“capela” e “arco” são recomendados. Oaproveitamento da madeira disponível naregião dispensa o uso de estruturas deferro galvanizado.

Devido a predominância de ventos Lestea orientação das estufas deve seguir aolongo do eixo Leste – Oeste, evitando apenetração lateral de chuvas.Teto convectivo (fazer desenho)Capela (fazer desenho)Arco (fazer desenho)

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A Irrigação no interior da estufa é feitaatravés de fita e tubos de polietileno comgotejadores posicionados a cada 30 cm,que permitem uma área molhadacontínua ao longo da fileira de plantas.

O controle fitossanitário das plantas emambiente protegido deve ser rigoroso,uma vez que o microclima criado dentrodas estufas pode favorecer a severosataques de pragas e doenças em curtoespaço de tempo. A estufa deve estarpermanentemente livre de plantasdaninhas. O uso de telas laterais desombrite 20 – 35% evita a entrada deinsetos praga voadores como mariposas.Estas telas têm o inconveniente dereduzir a ventilação interna e aumentar atemperatura dentro das estufas.

O uso de saias de plástico nas bordas daestufa evita a penetração de respingos d´água que podem disseminar patógenospara as plantas que ficam nessa área. Amanutenção constante das telas e saiase o controle do trânsito de pessoasdentro das estufas auxiliam na prevençãoda entrada de pragas e doençaslimitantes da cultura.

IRRIGAÇÃO E FERTIRRIGAÇÃO

O sistema recomendado é o deinfiltração por sulcos, no qual a água émanejada em pequenos canais entre asfileiras de plantas. Na fase de“pegamento” das mudas, pode-se utilizara aspersão em irrigações diárias. Após apega, muda-se para a infiltração em

intervalos de dois ou três dias, desde queseja suficiente para manter úmido o soloem volta das covas de plantio, até umaprofundidade de 40cm.

Usar mangueiras com jato d´águadirigido à base das plantas não érecomendado, pois dissemina patógenoscujos esporos ficam no solo e promove aretirada de nutrientes da área deabsorção do sistema radicular.

Fitas plásticas e tubos de polietileno comgotejadores têm substituído a formatradicional de irrigação, trazendoeconomia de água e de mão-de-obra aosistema de produção. No caso do cultivoprotegido a utilização desse modo deirrigação é imprescindível, especialmentequando se faz fertirrigação (adubaçãodas plantas através da água deirrigação).

Irrigações excessivas são prejudiciais,pois aumentam os gastos com energiaelétrica, combustíveis, equipamentos,mão-de-obra e ainda podem favorecer aocorrência de doenças fúngicas ebacterianas, ou remover nutrientes daárea de exploração do sistema radicular.

Fertirrigação

Para o seu pleno desenvolvimento asplantas necessitam de vários elementosminerais que são classificados comomacro e micronutrientes, requeridos emmaiores e menores quantidades,respectivamente. Estes elementos são

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fornecidos às plantas através do ar e dasolução do solo.

Na fertirrigação, o fornecimento desseselementos é feito dissolvendo-se osadubos através da água de irrigação.Quando bem conduzida essa técnicaproporciona economia em adubos,precisão na dosagem e aplicação,economia de mão de obra, maioreficiência da adubação e menoresperdas por lixiviação, fixação eescorrimento. É preferencialmenteusada nas adubações em cobertura.Para cultivos em substratos, todos osnutrientes, inclusive os micronutrientes,podem ser fornecidos para a plantaatravés da fertirrigação.

As fontes de nutrientes devem sercompletamente solúveis. Fontes dosvários nutrientes podem ser adquiridasseparadamente, observando acompatibilidade entre os fertilizantes, poisnem todos podem ser misturados.Diversas formulações de adubos NPK,sólidos ou líquidos, estão disponíveis nomercado para uso na fertirrigação, assimcomo os adubos isoladamente. Asprincipais fontes de nutrientes são:

N ➼ nitrato de cálcio (7% de N), nitrato depotássio (13%), sulfato de amônio e uréia(45%). Para plantas mais jovens épreferível a forma amoniacal (uréia). Onitrato de cálcio também pode ser usadopara fornecimento de cálcio. Outras fontes

de cálcio podem provocar o entupimentode emissores.

K ➼ cloreto de potássio (50% de K),fosfato monopotássico (28%), nitrato depotássio (36,5%) e sulfato de potássio. Ocloreto de potássio deve ser usado comrestrição, pois pode ser tóxico às plantase provocar salinização do solo. Todo o Ne K pode ser aplicado em fertirrigação,mas a maioria das recomendaçõesapontam para que seja feita aplicação de20% desses elementos em pré-plantio.

P ➼ ácido fosfórico, fosfatomonopotássico (23% de P), MAP (61%) eDAP (53%). Aplicação deste elemento viafertirrigação deve ser separada dos outroselementos e a água não deve ser alcalina.Pode ser aplicado um dia após e depoislimpa todo o sistema. Dependendo dotipo de solo pode variar a retenção defósforo. Desse modo, recomenda-se fazeradubação fosfatada tendo por base aanálise do solo, devendo aplicar 20% a60% da quantidade total de Precomendada como adubação defundação, com Superfosfato Simples ouTermofosfato enriquecido com B e Zn, alanço sobre o canteiro ou incorporandonos sulcos, antes do plantio. O restantepode ser aplicado por fertirrigação, deacordo com a necessidade da cultura.

Deve ser evitada a mistura de adubosfosfatados com os que contenhamprincipalmente Ca e Mg em suacomposição pois pode entupir osgotejadores. Um exemplo disso é a

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O cultivo do tomate em Roraima

mistura do ácido fosfórico com nitrato decálcio, pois pode haver formação eprecipitação de compostos insolúveis quepode entupir os gotejadores e tornaresses elementos indisponíveis para aplanta. O nitrato de cálcio e osuperfosfato simples deixam resíduos naágua. Com isso, é conveniente dissolveresses fertilizantes com antecedência edeixar decantar a solução por algumashoras antes de efetuar a fertirrigação, afim de separar as impurezas.

Deve-se ter cuidado com a dosagem dosnutrientes fornecida pois a deficiência ouo excesso de um elemento influencia aatividade de outros elementos, comconseqüências que repercutem nometabolismo da planta.

Nas fases iniciais da lavoura asnecessidades das plantas em elementosminerais são menores do que na fase

adulta, principalmente na frutificação e poresse motivo a dose necessária é menor.Deve-se fazer um acompanhamento pelacondutividade elétrica da soluçãodrenada, principalmente quando não tiversubstrato (hidroponia). Caso aumente aconcentração de alguns nutrientes nasolução, ocorrerá aumento da salinidadedo meio e da condutividade, comconseqüente redução da absorção. Acondutividade elétrica boa para tomate éem torno de 2,5, podendo ser essaconcentração de nutrientes mantida entre1,0 e 3,0. Se for inferior a 1,0, deve-seaplicar uma nova dose de nutrientes; sefor superior a 3,0, deve-se aumentar ovolume de água fornecido pela irrigação,para não causar salinização. A tabelaabaixo nos mostra a absorção média denutrientes nas diferentes fases dotomateiro.

Tabela 2 – Absorção média de nutrientes pela cultura do tomate, para diferentes períodos após o plantio, em dias.

Período (d.a.p)*

Gramas por planta por dia N P

% do P Total por dia

1-10 0,005 11-20 0,013 21-30 0,027 31-40 0,045 41-50 0,075 51-60 0,089 61-70 0,093 71-80 0,102 81-90 0,130 91-100 0,220101-110 0,275111-120 0,227121-130 0,004131-150 0,002

0,004 0,00 0,005 0,12 0,005 0,20 0,011 0,20 0,214 0,53 0,214 0,69 0,068 0,73 0,089 0,78 0,214 0,87 0,446 1,39 0,464 1,56 0,293 1,88 0,018 0,73 0,018 0,16

* d.a.p. – dias após plantio; Fonte: Bar-Yosef (1991)

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A irrigação a ser feita deve ser bemcriteriosa, pois no intervalo entre asfertirrigações (geralmente semanal), se ovolume de água aplicado for excessivo,lixívia os nutrientes dissolvidos na soluçãoem torno das raízes; se for um volumeinsuficiente, os nutrientes não ficarãodisponíveis à planta.

Na maior parte dos plantios,especialmente quando irrigado porgotejamento, é necessário o uso dosseguintes equipamentos:

- Conjuntos motobombas de acionamentoelétrico, para a pressurização do sistema.Para escolher um conjunto motobomba,deve-se ter conhecimento da vazão totalnecessária em L/s, da altura monométricatotal, em metros de coluna d’água e dorendimento da bomba e do motor;

- Sistema de filtragem, pois geralmente osemissores ficam entupidos;

- Uma válvula reguladora de pressão;

- Um manômetro;

- Um registro, que serve para efetuarmanualmente os turnos de regas, fecharsetores e regular a vazão de água nosistema;

- Uma válvula solenóide, quedesempenha a mesma função do registro,porém com comando eletrônico recebidodo controlador de irrigação outensiômetro;

- Um controlador de irrigação, quecontrola a irrigação mediante umaprogramação feita pelo agricultor, deacordo com a necessidade do cultivo edesenvolvimento da planta. Pode-seprogramar o nível de regas diárias paracada setor, com tempo determinado;

- Um tubo gotejador, que é o principalcomponente do sistema de irrigação porgotejamento, com a função de distribuir aágua ao longo da linha, com a finalidadede perder pressão e uniformizar a vazão.São tubos flexíveis de plástico comgotejadores distanciados entre si, em umadistância geralmente de 20 a 60 cm;

- Um injetor de fertilizantes, tipo Venturi,que injeta água juntamente com osdevidos fertilizantes solúveis no sistemade irrigação;

- Os diversos ramais, de onde saem aslinhas de tubo gotejadores.

Geralmente, o fornecedor dosequipamentos de irrigação fornece oprojeto e a assistência técnica necessáriapara a instalação em áreas maiores. Paraa divisão dos setores, os técnicos levamem conta a topografia e o tamanho daárea, a freqüência de rega e adisponibilidade de água, além de outrasvariáveis.

Dificilmente a cultura, sob um programade fertirrigação bem controlado,apresentará problemas de desordemnutricional. Mas se ocorrerem

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deficiências, devem ser eliminadas comaplicações corretivas, seja através dafertirrigação ou via foliar.

TRATOS CULTURAIS

Desbrota

Consiste em retirar as brotações lateraisindesejáveis que aparecem próximo àinserção das folhas, que também sãochamadas “ramos ladrões”. É umaprática essencial para as cultivares deporte indeterminado, que devem ficarsomente com um ou dois ramosprincipais, dependendo do espaçamentoutilizado. O excesso de brotaçõesprejudica o desenvolvimento dos cachos.Nos tomateiros de porte determinado nãose faz a desbrota. Pelo menos duasvezes por semana, durante o primeiroterço do ciclo do tomateiro deve-serealizar essa prática.

Amontoa

Até 20 dias do transplantio, após acapina, faz-se a adubação de cobertura eem seguida, a amontoa, juntando-seterra para a base da planta. Esta práticaestimula o crescimento de raízesadventícias, contribuindo para umamelhor fixação das plantas e o aumentoda zona de absorção dos nutrientes.

Cobertura Morta

Após a amontoa recomenda-se fazeruma cobertura da cova ao redor dasplantas com materiais inertes como

capim, serragem ou casca de arroz, demodo a evitar a perda de água e impediro crescimento de plantas daninhas.

Em áreas com ocorrência demurchadeira evitar o acúmulo excessivode umidade próximo à base da planta.

Adubação de cobertura

Essa é uma adubação suplementarrecomendada em casos de deficiênciasnutricionais ou de forma complementar àadubação de plantio. As fontes denitrogênio e potássio são mais comunsnas coberturas. Aos 30 e 45 dias dotransplantio faz-se uma aplicação decinco gramas de uréia e de cloreto depotássio por planta, logo após ascapinas.

O uso de adubos foliares comformulações ricas em cálcio emicronutrientes é recomendável. Estesdevem ser pulverizados sobre toda aplanta a cada 15 dias, sempre à tardinha.Cada adubo apresenta uma dosagemespecífica, que deve ser obedecidarigorosamente para evitar fitotoxidade.Não se deve misturar adubos foliarescom agrotóxicos.

Tutoramento

As cultivares de porte indeterminadonecessitam de tutoramento. A técnicamais utilizada chama-se “cerca cruzada”,que consiste na fixação de varas de doismetros próximas às plantas, entre 15 e

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20 dias do transplantio, de forma cruzadae amarradas no ponto de cruzamento.Nas extremidades de cada fileira deplantas, finca-se uma estaca, de ondeserá esticado um arame fino ao longodos pontos do cruzamento entre asestacas. Após o envaramento, as plantassão conduzidas e amarradasfrouxamente na forma de oito às varas.

Em caso de reutilização das varas eestacas, elas devem ser tratadas comimersão em soluções de fungicidas paraeliminar a transmissão de contaminantesde plantio s anteriores.

Em cultivo sob cobertura plástica otutoramento é feito com a fixação dearames bem esticados sobre cada fileirade plantas e na parte basal desta éfixada uma fita de nylon que enrosca aplanta subindo até o arame, onde recebeum laço. À medida em que a plantacresce a fita é ajustada para mantê-laereta.

Rotação de Cultura

Essa prática consiste num rodízio deculturas numa mesma área com oobjetivo de promover o melhoraproveitamento da fertilidade do solo oude reduzir a incidência de pragas edoenças limitantes da produção dotomate.

Em áreas cultivadas com tomate, faz-sea rotação com as seguintes plantas:crucíferas (repolho, couve); liliáceas

(cebolinha e cebola); leguminosas(mucuna-preta e guandu); milho, arroz oucana-de-açúcar no caso de incidência demurchadeira.

Desponte

Consiste em podar o ápice do ramoprincipal da planta quando estaultrapassar a altura do tutor ou quandotiver de seis a oito cachos de frutosformados. Esta prática auxilia nocrescimento dos frutos dos cachos maisaltos. Em tomateiros conduzidos emestufas sob fertirrigação não se faz odesponte, mas é recomendada umapoda das folhas baixeiras após acolheita. Nesse caso a planta continuasendo conduzida ao longo do tutorhorizontal.

MANEJO DE PLANTAS DANINHAS

As capinas evitam a competição deplantas indesejáveis (plantas daninhas,invasoras, inço) com a cultura. Osprimeiros 30 dias após o transplantio sãocríticos para a cultura, que deve sermantida sempre no limpo. Para tanto,recomenda-se a capina manual comenxada, exceto em áreas muito inçadas,onde podem ser utilizadas outrasmedidas de controle, como: aplicação deherbicidas, cobertura morta e capinasmecanizadas.

A aplicação de herbicidas de forma aproporcionar um controle eficientedepende do conhecimento das invasoras,

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das características do solo, docomportamento do produto no solo e naplanta, e de modo de aplicação. Oacompanhamento técnico de umprofissional da área de ciências agráriasé aconselhável ao se optar por estaprática de controle das plantas daninhas.

A tabela 3 apresenta os principaisherbicidas recomendados para o controle

de invasores em tomate. A combinaçãode produtos é indicada para áreasinfestadas com invasoras de folhaslargas e gramíneas. Recomendações daEmbrapa Hortaliças propõem asseguintes combinações como maisrecomendadas: metribuzin + DCPA;metribuzin + difenamid; metribuzin +fluazifop-p; metribuzin + napropamide emetribuzin + trifuralin.

Tabela 3. Herbicidas utilizados na cultura do tomateiro.

NomeTécnico

NomeComercial

ClasseToxicológica

Formulação Aplicação Dose porHectare

Açãodo Produto

Metribuzin Sencor BRSencor 480Lexone Lexone 700

IVPM SCSCPM

PPI 1,0 kg folhas largas

Fluazifop-p Fusilade II CE PÓS 1,5 a 2,0 lit. gramíneas DCPA Dacthal III PM PRÉ 8,0 a 15,0 kg gramíneasDiphenamid Enide 50 III PM PRÉ 8,0 kg gramíneasNapropamide Devrinol 50 III PM PPI 4,0 a 6,0 kg gramíneasPebulate Tillam III CE PPI 5,0 a 6,0 lit. gramíneasTrifluralin Herbiflan

Lifalin BRMarcapTrifluralinaTrifluranTreflanNovolateTrifluralina 600

II CE PPI 1,2 a 2,4 lit. gramíneas

Fonte: Autores DiversosClasse toxicológica – I – muito tóxica; II – mediante tóxico; III – pouco tóxico; IV – muito pouco tóxico.Formulação: PM – pó molhável, SC – solução concentrada; CE - concentrado emulsionável.Aplicação: PRE – pré-emergência; PPI – pré-plantio incorporado; PÓS – pós-emergência.

DOENÇAS E MÉTODOS DECONTROLE

As doenças são causadas por bactérias,vírus, fungos ou nematóides. Otratamento mais eficiente é a prevenção.Evitar plantios no período chuvoso, embaixadas encharcadas, alta densidade deplantas, áreas já cultivadas comsolanáceas, infestadas por nematóides eo uso de cultivares adaptadas, são

práticas recomendadas para evitar asdoenças.

Plantas afetadas por vírus, bacteriosesou nematóides têm uma difícilrecuperação. Algumas doenças comunsao tomateiro são citadas a seguir:

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PINTA PRETA (Alternaria solani)

Lesões necróticas de cor pardo-escura,com zonas concêntricas que aparecemmais nas folhas, mas espalham-se pelocaule e frutos. Além das medidas decontrole preventivo, recomenda-se aaplicação semanal dos produtosindicados na Tabela 4, quando houverincidência da doença.

TOMBAMENTO

Na fase posterior a germinação, ocorre otombamento devido ao ataque de váriosfungos de solo à região do colo daplanta. Ocorre encharcamento do tecidoe afinamento da área atacada, seguidode tombamento da plântula. O melhorcontrole é o preventivo. Evitar o excessode umidade após o transplantio,especialmente em mudas transplantadasem raiz nua e utilizar substrato tratado nasemeadura.

PINTA BACTERIANA (Pseudomonas

syringae)

Manchas individualizadas nas folhas comhalo amarelo em volta da lesão. Nosfrutos aparecem pequenas manchasescuras. A doença é transmitida porsementes e por respingos d´água,provenientes da irrigação por aspersão euso de mangueiras e disseminada pelovento. Há variedades resistentes. Deveser evitado o uso de sementes de frutosprovenientes de lavouras infectadas. Ocontrole químico é feito com aplicações

semanais dos produtos indicados naTabela 4.

TALO-OCO OU PODRIDÃO MOLE(Erwinia spp.)

Apodrecimento do caule e dos frutoscausado pelo excesso de umidade emépocas chuvosas ou sob irrigaçãoexagerada. A bactéria penetra na plantapor ferimentos provocados durante acapina ou a desbrota e insetos. Quandoa planta murcha a doença é reconhecidapelo apodrecimento da parte interna docaule, o que é facilmente notado com acompressão do mesmo entre os dedos.Nos frutos, o patógeno penetra porferimento aberto por insetos, destruindototalmente o mesmo, que fica todoamolecido com cheiro fétido. Plantar emsolos bem drenados, em espaçamentosmaiores e evitar o excesso de adubonitrogenado e de água reduzem aincidência da doença. Fazer pulverizaçãocom cobre conforme indicado na Tabela4, após a desbrota e destruir restos decultura são medidas de controleeficientes.

MURCHA BACTERIANA (Ralstonia

solanacearum)

O patógeno causa a murcha da plantaainda em pé, notada principalmentedurante o dia. O diagnostico da murcha éfeito cortando-se uma parte do caule epressionando-a dentro de um copo comágua limpa, até sair um filete de pusleitoso. O principal controle é o

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preventivo, evitando-se áreas infestadase utilizando-se variedades resistentes.

NEMATÓIDES DAS GALHAS(Meloidogyne spp.)

A formação de galhas ou tumores nosistema radicular do tomateiro indicam oataque de fitonematóides. Outrossintomas observados na planta são:amarelamento e queda prematura dasfolhas; murcha nas horas mais quentesdo dia; nanismo; paralisação docrescimento e redução da produção. Ocontrole consta das seguintesrecomendações: fazer o tratamento dosubstrato da sementeira; eliminar restosde culturas infestados e plantashospedeiras; fazer rotação de cultura;utilizar adubação orgânica e variedadesresistentes.

VIROSES (Vírus-do-vira-cabeça-do-tomateiro – TSWV; vírus-do-mosaico-do-fumo – TMV; vírus-da-batata – PVY;amarelo-baixeiro e topo-amarelo); Brotocrespo; Mosaico comum.

A transmissão de viroses se dá porinsetos vetores, como trips, pulgões ecigarrinhas, por partes vegetaiscontaminadas ou por pessoas einstrumentos que têm contatos com acultura. Os sintomas típicos de virosessão: enrolamento das folhas e hastes;enrugamento e amarelecimento dasfolhas e retardamento dodesenvolvimento da planta. O controlepode ser feito através do uso de

variedades resistentes e a aquisição desementes de boa procedência, além docontrole de insetos vetores.

PRAGAS E MÉTODOS DE CONTROLE

Pode-se considerar praga todos osorganismos que competem com ohomem pelo alimento por ele produzido.Desta maneira, na agricultura, o conceitode praga está diretamente relacionadoaos efeitos econômicos produzidos porestes organismos, no caso, insetos eácaros. Como um único inseto ou ácaronão produz dano que compense a suaeliminação da cultura, podemosconsiderar que o termo praga dependeda densidade populacional do inseto queacarreta estragos e afeta a produção. Ocontrole químico é feito com aplicaçãodos produtos indicados na Tabela 4.

Observações realizadas pela EmbrapaRoraima em áreas produtoras de tomateconsideram de importância econômica asseguintes pragas:

ÁCARO DO BRONZEADO EACRONECROSE

Aculops Lycopersici (Massee, 1937) Arachnida: Acariformes: Eriophyidae

Trata-se de um ácaro alongado,vermiforme, medindo cerca de 0,2milímetros de comprimento, que sedesenvolve nas folhas e hastes dotomateiro e outras solanáceas cultivadase silvestres. A fêmea efetua a postura em

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locais abrigados, como na base dospêlos das folhas ou próximo dasnervuras.

Esse ácaro prefere baixo nível deumidade relativa (UR) do ar etemperatura elevada; condições ótimasde desenvolvimento são 27o C e 30% deUR do ar, quando o ciclo evolutivo secompleta em seis dias.

Sua infestação causa o bronzeamentoseguido de morte das folhas da partesuperior, com o posterior secamento daextremidade da planta. As plantasinfestadas também adquirem um aspectobranco-acinzentado resultante de umaproliferação anormal de pêlos (erinose),principalmente nas hastes; os frutos nãose desenvolvem e ficam com a peleáspera e em infestações altas podeocorrer a morte da planta.

A atenção com este ácaro deve serredobrada no período seco, quandoocorrem as maiores infestações. Ocontrole é feito com o uso de acaricidasespecíficos e os melhores resultados sãoobtidos em plantios estaqueados umavez que se atinge facilmente todas aspartes da planta, inclusive a paginainferior das folhas (FLECHTMANN,1938).

ÁCARO VERMELHO

Tetranychus desertorum Banks, 1900Arachnida: Acariformes: Tetranychidae

As ninfas e fêmeas apresentamcoloração vermelha intensa e formamcompactas colônias na página inferiordas folhas, que recobrem com grandequantidade de teias. Os ovos sãoesféricos e amarelados e postos porentre os fios desta teia (FLECHTMANN,1938).

Em situações de alta infestação, osácaros ocorrem em ambas as superfíciesdas folhas, raspando-as e alimentando-se da seiva que extravasa, causandolesões em forma de manchas decoradasque podem levar ao secamento dasmesmas. A preferência deste ácaro é porfolhas plenamente desenvolvidas e nãovelhas.

O controle é feito através da eliminaçãoda vegetação natural próxima à área deplantio e da destruição dos restos deculturas após a colheita. Recomenda-seo controle químico, pela pulverizaçãocom acaricidas específicos, para adesinfecção das estacas tutoras e paraeliminar os ovos.

A fim de localizar os ataques iniciais,devem ser feitas inspeções regularesexaminando com cuidado a face inferiordas folhas e quando forem observadasas primeiras infestações entrar com ocontrole químico, aplicando sempre naface inferior das folhas. A aplicação deacaricidas quando as populações sãoelevadas tem se mostrado poucoeficiente (FLECHTMANN, 1938).

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BROCA–GRANDE–DOS–FRUTOS

Heliotis zea (Bod., 1850)Insecta: Lepidoptera: Noctuidae

As lagartas quando completamentedesenvolvidas apresentam em média, 40milímetros de comprimento, coloração docorpo variando entre verde e marrom,listas longitudinais escuras e manchaspretas na base das cerdas. O adulto éuma mariposa de 35 a 40 milímetros deenvergadura, com a asa anterioramarelada e com uma mancha em formade rim escura e bem demarcada. A asaposterior é mais clara, com uma faixaescura acompanhando a margem laterale com uma mancha discóide (lúnula) nocentro da asa (ZUCCHI et al. 1993). Oempupamento ocorre no solo, comprofundidade variando de 3 a 20 cm, comas pupas apresentando coloraçãomarrom e tamanho médio de doiscentímetros. O ciclo evolutivo secompleta em aproximadamente 40 dias(ovo: 3 a 5 dias; lagarta: 13 a 25 dias;pupa: 15 dias) e a longevidade do adultoé de cerca de 15 dias (ZUCCHi et al.

1993).

Os danos ocorrem quando as lagartasperfuram os frutos, alimentando-se dapolpa e inviabilizando a comercializaçãoda produção.

Seu controle consiste em eliminar osfrutos perfurados e plantas hospedeiras,como a jurubeba, próximas da área doplantio ou ainda utilizar o controle

químico usando os inseticidasrecomendados.

MINADOR DAS FOLHAS

Liriomyza spp.Insecta: Diptera: Agromyzidae

O adulto é uma pequena mosca de cercade dois milímetros de comprimento,coloração escura e em algumas espéciesse observam manchas amarelas notórax. As larvas, de coloração amarelo-esverdeada, alimentam-se dos tecidosfoliares, entre a epiderme superior e ainferior, abrindo galerias (minas)esbranquiçadas que podem derrubar afolha quando o ataque é intenso. Aduração do ciclo evolutivo pode variar de17 a 29 dias (ovo: 2 a 4 dias; larva: 7 a10 dias; pupa: 8 a 15 dias) (ZUCCHI et

al. 1993).

O controle é feito com o uso deinseticidas específicos, sendoobservados bons resultados com o usodo inseticida fisiológico a base decyromazine na dose de 15 g/100 litros deágua.

MOSCA BRANCA

Bemisia argentifolii Bellows & Perring,1994 e B. tabaci (Gennadius, 1889)Insecta: Hemiptera: Aleyrodidae

O adulto possui dois pares de asasmembranosas brancas cobrindo quasetodo o corpo e mede em média 0,9 mm,a fêmea, e 0,8 mm o macho. São insetos

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sugadores de seiva e permanecem naface inferior da folha onde se alimentame colocam os ovos. As ninfas diferemmuito dos adultos, são translúcidas,achatadas e finas com formato elíptico,passam por 4 ínstares e somente noquarto ínstar, próximo de setransformarem em adultos é queapresentam pigmentação amarelo-esbranquiçada (OLIVEIRA & SILVA,1997). Aparecem em grande quantidadena época seca e sua presença é notadana face abaxial das folhas e verdadeirasnuvens desses insetos são formadasquando as plantas hospedeiras sãotocadas.

Segundo OLIVEIRA & SILVA (1997) osdanos podem ser causados tanto pelosadultos como pelas ninfas, da seguinteforma: ao se alimentarem da seiva dofloema podem causar branqueamento,amarelecimento e amadurecimentoirregular dos frutos; atuar como vetoresde fitopatógenos, principalmente vírus;secretar substância açucarada induzindoo crescimento de fungos saprófitas(fumagina) o que deprecia sobremaneiraos frutos.

Como se trata de uma praga commilhares de espécies hospedeiras, éaconselhável manter-se a cultura dotomateiro livre de plantas daninhas eusar no controle químico os inseticidasrecomendados.

PULGÃO

Myzus persicae (Sulzer, 1776)Insecta: Hemiptera: Aphididae

O M. persicae é um inseto com o corpopouco esclerotinizado, ovalado ou emforma de pêra e coloração amarelo-esverdeada, tamanho médio de 2 mm egrande capacidade de reprodução. Suaspopulações se alojam na parte inferiordas folhas e nos ramos, sugando a seiva.Ao alimentarem-se da seiva inoculamsubstâncias tóxicas, através da saliva,que provocam encarquilhamento dasfolhas. Os pulgões também podem servetores de doenças de vírus como topo-amarelo e amarelo-baixeiro (ZUCCHI et

al. 1993).

Além do controle químico com osinseticidas recomendados, pode-se fazera cobertura do solo com casca de arrozou cal ao redor das plantas,proporcionando um efeito repelente aesses insetos.

TRAÇA-DO-TOMATEIRO

Tuta absoluta (Meirick, 1917)

Insecta: Lepidoptera: Gelechiidae

O adulto é uma pequena mariposa deaproximadamente sete mm deenvergadura e asas franjadas de coracinzentada, vive de 10 a 15 dias e asfêmeas colocam os ovos em grupos nasfolhas e ramos. A lagarta quandocompletamente desenvolvida tem em

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média sete mm, coloração esverdeadaquando se alimenta das folhas ou pardaquando ataca o fruto e esta fase, quedura aproximadamente 13 dias, é aresponsável pelos maiores prejuízos. Oempupamento ocorre fora da planta, apupa tem cor marrom e é protegida porum casulo de seda e detritos vegetais.

A pequena lagarta se alimenta de folhas,tornando transparentes as partesatacadas e também penetra nas hastes efrutos formando minas e galerias,respectivamente. Eliminar restos decultura e frutos brocados, e pulverizar asplantas à tardinha com produtosrecomendados controlam a infestação.

TRIPES

Thrips tabaci (Lindemann, 1888)

Insecta: Thysanoptera: Thripidae

Os adultos medem cerca de 1 mm decomprimento, tem coloração que varia doamarelo-claro ao marrom, apresentamasas franjadas, ovipositor bem distinto evivem cerca de 20 dias. Seus ovos sãoinseridos no tecido foliar,preferencialmente os mais tenros, e cadafêmea oviposita de 20 a 100 ovos(NAKANO et al. 1991). Após 5 diasnascem as formas jovens, de coloraçãoamarelada e sem asas, que se alojam nabainha das folhas e passam a sugar aseiva. Tanto os adultos como as ninfascausam danos ao atacarem a parteaérea das plantas (ramos, folhas, flores efrutos) e como conseqüência as folhas

perdem a coloração e surgem pontosescuros nos locais das picadas. Osataques intensos causam inicialmentelesões de brilho prateado eposteriormente as folhas secam e caem.Podem ainda provocar a queda de frutosrecém-formados ou causar manchas ecicatrizes nos frutos emdesenvolvimento. Este inseto pode sertambém vetor de viroses como a “vira-cabeça-do-tomateiro”.

Evitar plantas daninhas hospedeiras,cultivar em áreas infestadas e usarinseticidas recomendados,especialmente no início da infestaçãotende a manter a praga sob controle.

GRILO

Gryllus assimilis (Fabricius, 1775)Insecta: Orthoptera: Gryllidae

Segundo Nakano et al. (1992), o adultotem coloração marrom, 25 mm decomprimento médio e as pernasposteriores saltatórias. As fêmeascolocam em média 970 ovos. Vivem emgalerias sob pedras e restos culturais,evitando ambientes secos (Gassen,1996).

Segundo Gassen (1996), os griloscausam danos mais severos em plantasjovens, durante períodos de seca e detemperatura elevada. Durante a noite osgrilos cortam as plântulas transportando-as para dentro das galerias. Populaçõesde um grilo/m2 podem causar danos

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consideráveis em milho. Os grilos sãoonívoros e podem predar outros insetosou alimentar-se de sementes.

O controle de grilos em lavourasextensivas é considerado difícil eaplicações de inseticidas na parte aérearesultam em controle insatisfatório. Aaplicação de inseticidas na fase inicial dacultura embora mate poucos grilos, temefeito repelente por alguns dias e permiteo crescimento das plântulas, que passama tolerar as injúrias (Gassen, 1996).

O uso de iscas envenenadas parece sera melhor alternativa para o controle degrilos em áreas extensivas. Um exemplodestas iscas é a mistura de farelo de trigo(1 kg), inseticida – metomil ou triclorfon(100 g), melaço (100 ml) e água (500 ml).Após formar uma massa moldável,distribuir pequenos pedaços na margemdos canteiros atacados (Nakano et al.1992, Gassen, 1996).

PAQUINHA

Neocurtilla hexadactyla (Perty, 1832)Insecta: Orthoptera: Gryllotalpidae

Segundo Ferreira (1998) os adultos têmcoloração marrom-escura e medem de25 a 35 mm de comprimento,apresentam asas do tipo tégmina, pernasanteriores do tipo escavador eposteriores saltatórias. As fêmeas fazemposturas de 20 a 60 ovos em ninhossubterrâneos. O período de incubaçãodura 14 a 21 dias, sendo a fase ninfal deaproximadamente 250 dias. Os adultosvivem entre 240 e 300 dias.

Gostam de solos úmidos, onde escavamgalerias próximas à superfície ealimentam-se de raízes. Atacam asplantas logo abaixo do solo e podemprovocar a morte de um grande númerode plantas.

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O cultivo do tomate em Roraima

Tabela 4. Produtos indicados para o controle de pragas e doenças do tomateiro.

Pragas e doenças ProdutoTécnico

NomeComercial

Dosagem Carência(dias)

Ácaro do Bronzeamento(Aculops lycopersici)

EnxofreTetradifonAbamectinDimetoato

ThiovitTedion 80Vertimec 18 CEAgritoato 400

350 g/100 l H2O300 ml/100 l H2O100 ml/100 l H2O

75 l/ha

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14Ácaro vermelho(Tetranychus desertorum)

AbamectinDimetoato

Vertimec 18 CEDimexionAgritoato 400

75 ml/100 l H2O100 ml/100 l H2O

75 l/ha

31414

Broca-grande-dos-frutos(Hellotis zea)

Paration metilTriclorfonCarbaryl

FolidolDipterexServin

110 ml/100 l H2O270 ml/100 l H2O150 g/100 l H2O

1577

Mosca branca(Bemisia argentifolii)

ImidaclopridThiametoxan

Confidor 700 GRDAActara 250 WG

100 ml/100 l H2O20 g/100 l H2O

73

Pulgão (Myzus persicae)

ThiametoxanImidaclopridEthionAcetamipridParation metil

Actara 250 WGConfidor 700 GRDAEthionMospilanFolidol

15 g/100 l H2O200 ml/100 l H2O150 ml/100 l H2O

25 g/100 l H2O110 ml/100 l H2O

3773

15Minador-das-folhas(Liriomyza sp.)

DeltametrinaCartapAbamectimCyromazine

Decis 25 CEThiobel 500Vertimec 18 CETrigard 750

40 ml/100 l H2O250 g/100 l H2O75 ml/100 l H2O15 g/100 l H2O

31434

Pinta Preta(Altemaria solani)

Oxicloreto de cobre

AgrinoseCupravit Azul BRFunguram 350 PM

500 g/100 l H2O300 g/100 l H2O300 g/100 l H2O

111

IprodioneClorothalonil

Mancozeb

RovralDaconil BRVanox 500 SCManzate 800

150 ml/100 l H2O200 g/100 l H2O

400 ml/100 l H2O3,0 kg/ha

1777

Talo-oco(Erwinia spp.)

Oxicloreto de cobre AgrinoseFunguram 350 PM

500 g/100 l H2O300 g/100 l H2O

11

Hidróxido de cobre Copridol PM 280 g/100 l H2O 1Traça-do-tomateiro(Tutta absoluta)

AbamectimCartapLambdacyalothrin

Vertimec 18 CEThiobel 500Karate 50 CE

100 ml/100 l H2O250 g/100 l H2O50 ml/100 l H2O

3147

Tripes(Trips tabaci)

Imidacloprid Confidor 700 GRDA 100 ml/100 l H2O 7

Fonte: Melo et al. (1992); Embrapa-CNPH (1993); Gimenes-Fernandes et al. (1998)

NORMAS GERAIS SOBRE O USO DEAGROTÓXICOS

Equipamentos de uso pessoal a seremusados:

– use macacão e avental de tecido nãoabsorvente, viseira e boné ou chapéuque proteja a região da cabeça, luvade látex nitrílico, botas de borracha emáscara de carvão ativado.

Precauções gerais:

- mantenha o produto afastado decrianças e animais;

- mantenha o produto afastado dealimentos ou rações animais;

- não coma, beba ou fume durante omanuseio do produto;

- não utilize equipamento de aplicaçãocom vazamento;

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Page 25: O Cultivo Do Tomate Em Roraima

O cultivo do tomate em Roraima

- não desentupa bicos e válvulas com aboca;

- não contamine lagos, fontes, rios edemais coleções de água, lavando asembalagens ou equipamentos deaplicação, bem como lhes lançando seusrestos.

Precauções no manuseio

- evite contato com o nariz, olhos e bocaou qualquer contato com a pele;

- durante a manipulação e preparação dacalda, use macacão e avental de tecidonão absorvente, viseira e boné ouchapéu que proteja a região da cabeça,luva de látex nitrílico, botas de borracha emáscara de carvão ativado.

- trabalhe sempre e lugar arejado;

- ao abrir a embalagem evite a formaçãode poeira ou respingos;

- aplique somente as dosesrecomendadas.

Precauções durante a aplicação

- não aplique o produto contra o vento;

- use todos os equipamentos de proteçãoindividual;

- não distribua o produto com as mãosdesprotegidas;

- se a aplicação produzir neblina useproteção para a cabeça, óculos emáscara cobrindo nariz e boca.

Precauções após a aplicação

- tenha a disposição água e sabão para alavagem as mãos;

- mantenha o restante do produtoadequadamente fechado e armazenadoem local seguro;

- não reutilize embalagens vazias;

- tome banho, troque e lave suas roupas.

DISTÚRBIOS FISIOLÓGICOS

Os frutos do tomateiro podem apresentardefeitos relacionados com distúrbiosfisiológicos causados por desequilíbrioshídricos ou nutricionais, que por vezes,são confundidos com doenças. A seguirsão descritos os distúrbios mais comuns.

PODRIDÃO APICAL: Tambémconhecida como “fundo preto” ou“podridão estilar”. É caracterizada peloaparecimento de uma lesão naextremidade do fruto, em forma de umamancha escura. Estes frutos tornam-seimprestáveis para a comercialização. Adeficiência de cálcio no fruto é a causadesse problema, que ocorre devido osuprimento insuficiente de cálcio no soloou a não absorção desse elemento emquantidade e velocidade necessáriaspela planta. A falta de água ou bruscasvariações hídricas também contribuempara o aparecimento de “fundo preto”. Ocontrole é feito pela calagem do solo,pelo uso de variedades tolerantes, pelaregularidade da irrigação e pelo equilíbrio

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O cultivo do tomate em Roraima

na adubação química. Na fase inicial doaparecimento dos sintomas, pode-sefazer um controle preventivo com umasolução de Cloreto de Cálcio (CaCI2) a0,4%, ou seja: quatro gramas do produtopara um litro de água, pulverizada sobreas plantas.

RACHADURAS: O desequilíbrio hídrico,proporcionado por irrigações irregularesou precipitações pluviométricas fora deépoca, ocasiona rachaduras radiais ouconcêntricas nos frutos, depreciando-os.O uso de variedades resistentes e ocontrole da água de irrigação são asmedidas de controle mais eficientes paraesse problema.

LÓCULO ABERTO: Deformação do frutoconstituída de reentrâncias e cicatrizes,freqüentes em tomates do grupo salada.O controle pode ser feito com uso devariedades tolerantes ou com aplicaçãode bórax a 0,2 ou 0,3%.

COLHEITA E EMBALAGEM

A partir dos 85 dias da semeadura,começa a colheita, podendo estender-se

por até 60 dias. Experimentos realizadospela Embrapa Roraima demonstraramque a produtividade do tomate na regiãopode ficar acima de 50 t/ha.

Os frutos do tomateiro devem sercolhidos “de vez”, quando se nota umaligeira modificação na cor daextremidade. Em seguida sãoclassificados e embalados em caixaspadrões de madeira, de modo a resistirao transporte até o varejista.

O tamanho da caixa de madeira, tipo k, épadronizado pelo Ministério daAgricultura e possuem as seguintesmedidas: 49,5 cm de comprimento, 23,0cm de largura e 35,5 cm de altura,acondicionando, em média, de 21 a 27kg de frutos.

A classificação dos frutos é essencialpara se garantir padrões de vendadiferenciados. A tabela abaixo apresentaas classes por tamanho do diâmetrotransversal.

Tabela 5: Classificação dos frutos de tomate por tamanho do diâmetro transversal. Classificação do fruto por grupoTamanho Grupo Santa Cruz Grupo SaladaGrande maior que 52 mm maior que 120 mmMédio 47 a 52 mm 80 a 120 mmPequeno 40 a 47 mm -Miúdo 33 a 40 mm 50 a 80 mm

Novas embalagens como a desenvolvidapela Embrapa Hortaliças, que possuidimensões menores e outras

características específicas, que reduzemperdas e possibilitam a reutilização

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O cultivo do tomate em Roraima

começam a chegar ao mercado comgrande aceitação.

COEFICIENTES TÉCNICOS PARA OCULTIVO DE 1 HECTARE

Os coeficientes técnicos relacionados aocultivo de um hectare de tomate estão naTabela 6, excetuando-se as despesas decapital.

Tabela 6: Insumos e serviços relacionados ao cultivo de 1,0 ha de tomate. EmbrapaRoraima, 2002.Discriminação Unidade QuantidadeI – Preparo do soloLimpeza da área H/d 15Aração h/tr 02Gradagem h/tr 01Correção (calagem) h/tr 01Sulcamento h/tr 02Coveamento H/d 10Adubação H/d 5II – InsumosSemente kg 0.3Corretivo (calcário) kg 5.000Adubo químico (10-26-26) kg 4.000Uréia kg 120FTE Br 12 kg 100Esterco bovino t. 30Inseticida lt/kg 15Fungicida kg 10Espalhante adesivo lt 2III – ServiçosPreparo do substrato para mudas H/d 5Plantio manual – semeadura e mudas H/d 10Capina e amontoa H/d 20Aplicação de fungicidas e inseticidas H/d 40Adubação de cobertura H/d 10Manejo de irrigação H/d 20Desbaste e desbrota H/d 20Tutoramento H/d 5Colheita (apanha e embalagem) H/d 10Fonte: diversos autores e informações pessoaisObservações: H/d = homem dia; h/tr = hora trator

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CircularTécnica, 06

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