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O CURRÍCULO DO ENSINO TÉCNICO INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO:

DESAFIOS E PERSPECTIVAS

BORGES, Ana Paula Noemy Dantas Saito1

LOPES, Rodrigo Touso Dias2

Eixo Temático: Relatos de Pesquisa Completa ou em Andamento.

RESUMO

A presente comunicação é parte do projeto de pesquisa desenvolvido no âmbito do Mestrado

Profissional em Análise e Planejamento de Políticas da Unesp Franca, com o objetivo geral de

investigar a proposta curricular do ensino técnico em administração, integrado ao ensino

médio, das escolas técnicas do Centro Paula Souza, regional de Ribeirão Preto. Na pesquisa

analisamos a integração curricular do ensino médio e técnico e seu impacto na formação

profissional do aluno, realizando também o levantamento histórico da educação profissional,

contextualizando-a com a política pública de educação, por meio de estudo bibliográfico, que

será complementado com questionário qualitativo e quantitativo direcionado para os

coordenadores de curso, coordenação pedagógica e professores do Centro Paula Souza. A

intenção é compreender a organização curricular do ensino integrado, a qualidade da

formação do aluno para o mercado de trabalho e a prática da realização do ensino nesse

contexto.

Palavras-Chave: currículo, ensino integrado, levantamento histórico e análise curricular.

ABSTRACT

This communication is part of the research project developed under the Professional Master

Degree in Analysis and Policy Planning Unesp Franca, with the overall objective to

investigate the proposed curriculum of technical education in administration, integrated into

high school, at the Centro Paula Souza technical schools, area of Ribeirão Preto. In this

survey it was analyzed the curricular integration of secondary and technical education and its

impact on the student professional qualification, also performing the historical survey of the

professional education, contextualizing it with the public policy of education through

1 Unesp. Mestranda em Planejamento e Análise de Políticas Públicas. paula_noemy@yahoo.com.br 2 Unesp. Mestre em História. rtouso@gmail.com

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bibliographical study, which will be complemented with a qualitative and a quantitative

survey directed to the course coordination, pedagogic coordination and teachers of the Centro

Paula Souza. The intention is to understand the curricular organization of integrated

education, the quality of training of the students to the market and the practice of teaching in

this context.

Keywords: curriculum, integrated education, historical survey and curriculum analysis.

1 INTRODUÇÃO

Para a escola, basicamente, o currículo é o caminho percorrido pelo professor em sala

de aula, ou seja, a organização das disciplinas e conteúdos para a formação do aluno, baseada

em legislação vigente.

De acordo com Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005), o sentido do termo integrado na

formação do aluno no ensino técnico integrado ao ensino médio é da totalidade, na

compreensão do todo, analisando as partes, a educação fica considerada como completude

social.

O ensino integrado busca a formação do aluno englobando o ensino médio e ensino

técnico, ao mesmo tempo, fazendo com que o aluno egresso tem as competências e

habilidades necessárias para a inserção no mercado de trabalho. Para reforçar essa afirmação,

há o Decreto de lei n. 5.154/2004, que prevê no artigo 4º, § 1º, inciso I – Integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma instituição de ensino, contando com matrícula única para cada aluno (BRASIL, 2004, sn).

As Escolas Técnicas Estaduais do Centro Paula Souza que oferecem a modalidade de

ensino técnico integrado ao ensino médio, apresentam o currículo corresponde à união da

formação geral, referente à Base Nacional Comum e formação técnica profissional. Em

diversos eixos tecnológicos, o ensino integrado busca atender o mercado de trabalho nas

diversas áreas, devido à formação completa oferecida ao aluno, conforme regimento comum

das escolas técnicas. Artigo 35: § 1º - Na Educação Profissional Técnica de Nível Médio na forma integrada, o curso será desenvolvido de modo a assegurar, simultaneamente, o cumprimento das finalidades estabelecidas para a formação geral e as condições de preparação para o exercício de profissões técnicas, observada a legislação vigente (CEETEPS, 2013, p. 9 e 10).

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A Supervisão Regional de Ribeirão Preto, localizada na Etec Dr. Júlio Cardoso no

município de Franca, é responsável em acompanhar e orientar as questões pedagógicas das

Unidades Escolares que compõem a regional, que totalizam dezessete escolas técnicas. À

partir do ano de dois mil e dezesseis todas as escolas técnicas estão oferecendo o Ensino

Técnico Integrado ao Ensino Médio, em diversas habilitações profissionais, mas o foco deste

artigo científico é trabalhar a Habilitação Profissional de Técnico em Administração Integrado

ao Ensino Médio, que atualmente, é oferecido em oito escolas técnicas.

Este artigo tem como objetivo analisar, o Plano de Curso da Habilitação Profissional

de Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio, análise bibliográfica/ documental,

a situação atual, ou seja, como o currículo integrado ocorre na prática na sala de aula das

escolas técnicas da regional de Ribeirão Preto e a idealização da aplicação deste currículo por

parte da equipe gestora. Ele é parte do estudo realizado para a dissertação do mestrado

profissional intitulada “O Currículo do Ensino Técnico Integrado ao Ensino Médio: desafios e

perspectivas”. A análise aqui apresentada traz fragmentos do estudo relacionado à aplicação

do ensino integrado e o cumprimento do Plano de Curso da Habilitação Profissional de

Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio.

2 DESENVOLVIMENTO

Para Oliveira (2012), atualmente, a educação tem atendido as transformações no

mundo capitalista e as novas demandas no mercado de trabalho, os jovens estão se adaptando

aos novos desafios e as políticas de qualificação profissional. Em diferentes contextos,

projetos pedagógicos alinhados em projetos sociais e outros que objetivam a inovação e a

emancipação da juventude.

A educação profissional busca adequar os planos de curso e currículo para atender as

demandas do mundo do trabalho e do contexto socioeconômico e humano, assim, o foco não

é apenas a formação puramente técnica, a discussão é mais abrangente, com o objetivo

principal de qualificar e encaminhar os alunos para o mercado de trabalho e com qualidade de

vida.

De acordo com Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005), na educação profissional, devido à

complexidade do trabalho industrial, a aprendizagem focada na formação profissional é

apenas voltada para a habilidade técnica, mas o saber deve ir além disso, pois o aluno precisa

de diversos profissionais para completar sua certificação profissional, assim, além da

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valorização da habilidade técnica, o aluno também precisa dominar a teoria para compreender

a rotina dos diferentes profissionais.

Segundo Oliveira (2012), para o entendimento efetivo da prática na integração do

ensino, ao planejar o projeto político pedagógico, é necessário refletir não somente as

questões voltadas para o currículo e a capacitação docente, há a necessidade da compreensão

pedagógica para o funcionamento e aplicação do currículo na prática. [...] sustentamos que a ideia de um ensino médio integrado pressupõe, também um coerente projeto de financiamento capaz de promover a qualificação da estrutura física dos espaços formativos, de modo que os alunos possuam espaços para o desenvolvimento da experimentação e das práticas de estudo e investigação, projeto este compreendido como meio eficaz de aprendizagem, articulador do fazer com o pensar, e que pressupõe, ainda, práticas de gestão democrática capazes de assegurar o envolvimento efetivo dos diferentes profissionais da educação e da comunidade com a sua construção (OLIVEIRA, 2012, p. 111).

Para a aplicação do Plano de Curso e do currículo do ensino integrado, a escola precisa

se estruturar tanto fisicamente quanto pedagogicamente, pois, além da formação docente, para

trabalhar o currículo de forma integrada, a escola precisa adequar o espaço físico para realizar

as aulas práticas, fazendo com que os alunos vivenciem o mais próximo da realidade do

mercado de trabalho e adquiram as competências, habilidades e atitudes necessárias para a

formação profissional e cidadã. [...] carrega sentidos diversos entre os jovens, desde a possibilidade de se tornarem independentes dos pais até o desejo de entrarem no universo do consumo, o que é importante para apreender a relação que eles estabelecem com as políticas que lhes são endereçadas, explicitando como esses indivíduos e suas famílias estão vivendo a situação seja de emprego ou de desemprego – uma questão necessária para que não se responsabilizem os próprios jovens pelo desemprego, em conformidade com o discurso da ausência da qualificação (OLIVEIRA, 2012, p. 196).

Para Gracioli (2016), os alunos com formação profissional também arreceiam o

desemprego, ao finalizar os estudos os jovens buscam imediatamente a inserção no mercado

de trabalho e projetam ascensão social. Infelizmente, há deficiência na formação profissional

para o encaminhamento do aluno para o arranjo local e regional, de forma a garantir a

formação continuada do profissional, com autonomia profissional e aplicação da cidadania.

Assim, as políticas públicas relacionadas a educação e encaminhamento para o primeiro

emprego devem ter prioridade.

2.1 A formação integrada

Conforme Souza e Oliveira (2005), o ensino profissional está relacionado diretamente

com o saber-fazer, desenvolvendo competências necessárias para o aluno ingressar no

mercado de trabalho, mas a integração com a formação humana auxilia na reorganização do

saber do trabalhador.

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Educação geral e formação profissional são faces distintas da mesma moeda. A boa formação profissional assenta-se sobre a sólida educação geral. Também não dá para colocar a formação profissional no lugar da educação geral. Também não é possível profissionalizar as pessoas com pseudoconteúdos de educação profissional no lugar da educação geral, porque muito do que se exige no mundo do trabalho consiste em conhecimentos desenvolvidos na educação geral. Portanto, não dá para separar a educação geral da formação profissional, e todas as tentativas de separação resultaram infrutíferas. Essa simbiose entre as duas é inevitável, mesmo que se dê em espaços diferentes, em momentos diferentes (REGATTIERE, 2010, p. 38).

Segundo Frigotto; Ciavatta e Ramos (2005), a proposta com relação à integração e

formação do aluno, é fazer com que os alunos consigam relacionar o aprendizado em sala de

aula com o entorno produtivo local, assim, os conteúdos não tem um objetivo voltado para si

mesmo ou fechada somente para aquisição da competência, o ensino deve estar relacionado

com o meio social em que se encontra, trazendo a realidade social para o aluno. A ideia do trabalho como princípio educativo tem inspirado diferentes projetos de educação destinada a trabalhadores, projetos estes que buscam se caracterizar pelo seu compromisso, que têm com a utopia a sociedade futura dos trabalhadores, socialista, opondo-se a concepções pedagógicas de cunho liberal que buscam, em essência, condicionar o trabalho somente ao domínio dos procedimentos técnicos necessários ao seu desempenho profissional e à conseqüente reprodução do capital. Tais concepções reduzem a imersão dos trabalhadores no interior das relações político-sociais que permeiam o mundo do trabalho, da ciência, da cultura, do desporto, restringindo a possibilidade de que esses sujeitos se tornem indivíduos autônomos do ponto de vista intelectual, político e profissional (OLIVEIRA, 2012, p. 109).

No currículo do ensino profissional, a formação humana é fundamental para o aluno.

“Como formação humana, o que se busca é garantir ao adolescente, ao jovem e ao adulto

trabalhador o direito a uma formação completa para a leitura do mundo e para a atuação como

cidadão pertencente a um país, integrado dignamente à sua sociedade política”. (FRIGOTTO;

CIAVATTA; RAMOS, 2005, p. 85).

A escola tem papel importante em planejar de acordo com a realidade do seu entorno,

adequando os currículos e a proposta de gestão política pedagógica de forma participativa. A política curricular é um processo de seleção e de produção de saberes, de visões de mundo, de habilidades, de valores, de símbolos e significados – em suma de culturas. É também a maneira de instituir formas de organizar o que é selecionado, tornando-o ensinável. (...) Tais políticas podem ou não ser registradas em documentos escritos, mas sempre são planejadas, vivenciadas e reconstruídas em múltiplos espaços e por múltiplos sujeitos no corpo social da educação (BRASIL, 2003, p. 35 apud FRIGOTTO; CIAVATTA; RAMOS, 2005, p. 93).

Conforme Santomé (1998 apud Frigotto; Ciavatta e Ramos, 2005), o currículo

integrado tem sido considerado como forma de promover a compreensão global relacionada

ao conhecimento e de alavancar a interdisciplinaridade.

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2.2 Habilitação Profissional de Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio:

características do plano de curso e currículo

O currículo da Habilitação Profissional de Técnico em Administração Integrado ao

Ensino Médio é oferecido durante o período de três anos, separado por séries, com calendário

escolar que abrange duzentos dias letivos e na matriz curricular, sem oferecimento do

componente curricular de espanhol, carga horária em hora/aula, na soma das três séries

totalizam 4320 (quatro mil trezentos e vinte horas/aulas) e a matriz curricular com

oferecimento do componente curricular de espanhol consta, 4400 (quatro mil e quatrocentas

horas/aulas), de acordo com as informações do Plano de Curso da Habilitação Profissional de

Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio. O currículo da Habilitação Profissional de TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO foi organizado dando atendimento ao que determina a Resolução CNE/CEB nº 04/99 atualizada pela Resolução CNE/CEB nº 01/2005, Resolução CNE/CEB 03/98, Resolução CNE/CEB 04/2010, a Resolução CNE/CEB nº 03/2008, a Deliberação CEE nº 105/2011 e as Indicações CEE nº 08/2000 e 108/2011, assim como as competências profissionais que foram identificadas pelo Ceeteps, com a participação da comunidade escolar. (ESTADO DE SÃO PAULO, 2012, p. 22).

A matriz curricular é composta por duas partes: os componentes curriculares da

Formação Geral referente ao Ensino Médio e os componentes curriculares da Formação

Profissional, que corresponde ao Ensino Técnico.

“As funções e as competências referentes aos componentes curriculares da Formação

Geral (Base Nacional Comum e da Parte Diversificada) são direcionadas para” (ESTADO DE

SÃO PAULO, 2012, pg.22) como segue abaixo: O desenvolvimento do aluno em seus aspectos físico, intelectual, emocional e moral; a formação da sua identidade pessoal e social; a sua inclusão como cidadão participativo nas comunidades onde atuará; a incorporação dos bens do patrimônio cultural da humanidade em seu acervo cultural pessoal; a fruição das artes, da literatura, da ciência e das tecnologias; a preparação para escolher uma profissão e formas de atuar produtiva e solidariamente na sociedade; a aquisição de bases científicas requisitadas pelas bases tecnológicas que constituem a organização curricular da parte técnica.

A construção da aprendizagem na Formação Profissional está relacionada a cada série

concluída pelo aluno, assim, os componentes curriculares serão trabalhados de acordo com

aquisição das competências e habilidades necessárias para a formação de cada série.

A organização curricular da Habilitação Profissional de Técnico em Administração

Integrado ao Ensino Médio está relacionada ao eixo tecnológico de Gestão e Negócios e ao

finalizar cada série o aluno tem uma formação profissional, como: a primeira série a

qualificação é em Auxiliar Administrativo, na 2ª série em Assistente Administrativo e na

terceira série o aluno é certificado como Técnico em Administração.

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Conforme o Plano de Curso da Habilitação Profissional de Técnico em Administração

Integrado ao Ensino Médio, o objetivo do curso é formar profissionais que saibam enfrentar o

mercado de trabalho e a sociedade com competência, habilidade e atitude (ética). Capacitar os

profissionais para entender o cenário socioeconômico, empreender nas empresas, ou seja,

planejar, gerir, avaliar e controlar as organizações, habilidades para resolução de problemas,

atuando de forma crítica, participativa e criativa, respeitando o próximo e transformando

significativamente as organizações.

Com relação à organização do curso, o Centro Estadual de Educação Tecnológica

Paula Souza, instituiu o “Laboratório de Currículo”, em busca da atualização constante do

Plano de Curso, devido às mudanças no mercado de trabalho, adequações da formação

profissional e conforme os princípios da LDB e legislação. No Laboratório de Currículo foram reunidos profissionais da área, docentes, especialistas, supervisão educacional para estudo do material produzido pela CBO – Classificação Brasileira de Ocupações – e para análise das necessidades do próprio mercado de trabalho, assim como o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Uma sequência de encontros de trabalho previamente planejados possibilitou uma reflexão maior e produziu a construção de um currículo mais afinado com esse mercado (BRASIL, 2012, p. 6).

Além da proposta da construção dos Planos de Curso, o Laboratório de Currículo está

em constante reflexão sobre as metodologias adequadas para o planejamento do processo de

ensino aprendizagem e as questões relacionadas ao processo de avaliação, fazendo com que o

aluno adquira as competências necessárias para a inserção no mercado de trabalho.

2.3 A prática do ensino integrado na escola técnica

O grande desafio da escola que oferece a modalidade de ensino integrado é

proporcionar ao aluno o conhecimento integrado, sendo este voltado a aprendizagem do aluno

e os docentes e a equipe gestora precisam empenhar-se para oferecer esta integração

curricular. Não basta a escola ter toda a infraestrutura de laboratórios e equipamentos para as

aulas práticas, ter todo o material didático e pedagógico, se os professores não planejam as

aulas em conjunto, se não conversam sobre as bases tecnológicas e bases científicas, se não

fazem o levantamento daquilo que se pode aprender em conjunto.

Por exemplo: o que a matemática poderá contribuir para o componente curricular de

Gestão Empresarial? E Cálculos Financeiros e Estatísticos? O que a Língua Portuguesa,

Literatura e Comunicação Profissional contribuirá para a aprendizagem da Legislação

Empresarial? É de suma importância que estes professores realizem o planejamento em

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conjunto e que há as trocas de informações do plano de curso para enriquecer e integrar o

plano de trabalho docente, para que isso seja refletido em sala de aula. [...] O fato de aparecer integrada não significa, necessariamente, integração no mesmo espaço e tempo curricular, mas oferta na perspectiva do desenvolvimento de um conhecimento integrado (REGATTIERI, 2010, p. 38).

Na prática, ao realizar a reunião de planejamento no início do ano letivo, a equipe

gestora, no papel da Coordenação de Projetos responsável pela Coordenação Pedagógica,

reuni-se com os docentes que irão ministrar aulas na Habilitação Profissional de Técnico em

Administração Integrado ao Ensino Médio, apresentando e analisando todo Plano de Curso e

o desenvolvimento do currículo, para que a integração ocorra na prática. E planejar o plano de

trabalho docente, para que o docente já consiga ter uma visão de quais componentes

curriculares que estão relacionados entre si e propor atividades e projetos interdisciplinares

para que o aluno tenha a formação profissional adequada para o mundo do trabalho e a

formação humana.

Avaliação também faz parte do processo de ensino aprendizagem e de acordo com o

Plano de Curso da Habilitação Profissional de Técnico em Administração Integrado ao Ensino

Médio, segundo Estado de São Paulo (2012), fica evidente a orientação quanto o processo

avaliativo, sendo que na Formação Geral (Ensino Médio), os instrumentos de avaliação

devem ser teóricos e com o objetivo de avaliar o conhecimento, já na avaliação dos

componentes curriculares da parte específica, os instrumentos devem ser propícios à prática,

avaliando a habilidade do aluno.

Importante evidenciar que a matriz curricular possui uma quantidade significativa de

componentes curriculares (Formação Geral + Formação Profissional), totalizando em média

entre 16 (dezesseis) a 18 (dezoito) componentes curriculares, em cada série cursada, assim o

professor precisa realizar projetos interdisciplinares para o processo de avaliação do aluno.

Os projetos interdisciplinares são de fundamental importância para que a integração

entre os componentes curriculares ocorra e é uma forma do aluno relacionar o seu

aprendizado teórico com a prática e o arranjo produtivo local. [...] A seleção dos que serão trabalhados em uma ou outra série dependerá da integração que se fará, por meio de projetos interdisciplinares, entre os diversos componentes de uma mesma área de estudos, de áreas diferentes e das partes constituintes da Formação Geral (Ensino Médio) com as constituintes da Formação Profissional, neste último caso relacionando bases científicas com bases tecnológicas e teoria com a prática em atividades na área de ADMINISTRAÇÃO. Também o destaque dado aos Valores e Atitudes justifica-se porque, desenvolvê-los é um dos objetivos importantes do curso (ESTADO DE SÃO PAULO, 2012, pg. 23).

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A equipe gestora composta pela Direção, Coordenação de Projetos Responsável pela

Coordenação Pedagógica, Coordenação de Projetos Responsável pela Orientação Educacional

e Coordenação de Curso necessita planejar as reuniões orientando seus docentes para a

integração do currículo, apresentando caminhos pedagógicos para que o professor tenha a

oportunidade de conhecer os componentes curriculares que compõe o plano de curso e colocar

em prática todas as propostas, realizando o acompanhamento e orientação contínua para que o

professor proporcione a formação das competências de Técnico em Administração e

alinhados com o projeto político pedagógico.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em face ao exposto, segundo Regattieri e Castro (2010), a educação profissional deve

garantir ao aluno a formação cidadã, formação geral e profissional, norteada para o mundo do

trabalho que se encontra em constante atualização, fazendo com o que o aluno tenha a

habilidade de adaptar-se a este mercado com conexão entre trabalho, ciência e tecnologia.

O ensino integrado deve ser proporcionado de maneira que o aluno tenha a visão de

relacionar o aprendizado teórico dos componentes curriculares da formação geral, com as

competências e habilidades adquiridas nos componentes curriculares da formação

profissional, aplicado na realidade do mercado de trabalho e autonomia para o exercício da

cidadania.

A aplicação do currículo da Habilitação Profissional de Técnico em Administração

Integrado ao Ensino Médio deve ser realizada de acordo com a proposta do Plano de Curso,

assim, os docentes precisam integrar de fato a formação geral com a formação profissional

através de um projeto articulado e interdisciplinar. Proporcionando ao aluno a autonomia

pessoal e profissional, formando um aluno crítico, participativo e criativo.

O questionário qualitativo e quantitativo direcionado aos coordenadores de curso,

coordenação pedagógica e professores do Centro será realizado em meados do 2º semestre de

2016.

“A educação não pode ser uma mercadoria e apenas para a formação profissional,

como se o homem não tivesse outras dimensões. Assim, a opção por uma escola criativa e

viva é fundamental.” (FRIGOTTO; CIAVATTA, 2005, pg. 275).

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4 REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto Nº 5.154 de 23 de julho de 2004. Regulamenta o § 2º do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 26 de julho de 2004. _______. Diário Oficial Poder Executivo. Aprova o Regimento Comum das Escolas Técnicas Estaduais do Centro Paula Souza. Deliberação CEETEPS nº 003, 18-07-2013, São Paulo, capítulo VII, 2013. Disponível em <http://www.centropaulasouza.sp.gov.br/etec/regimento-comum/regimento-comum-2013.pdf>. Acesso em: 05 de julho de 2016. ESTADO DE SÃO PAULO, Centro Paula Souza. Plano de Curso da Habilitação Profissional de Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio. São Paulo, 2012. FRIGOTTO, Gaudêncio; CIAVATTA, Maria. A Formação do Cidadão Produtivo: A Cultura de Mercado no Ensino Médio Técnico. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2006. __________, Gaudêncio; CIAVATTA, Maria; RAMOS, Marise (Orgs.). Ensino Médio Integrado: Concepção e contradições. São Paulo: Cortez, 2005. GRACIOLI, Maria (Org.). Juventude, Trabalho e Emprego: Políticas públicas, desafios e perspectivas. Curitiba: CRV, 2016. OLIVEIRA, Ramon (Org). Jovens, Ensino Médio e Educação Profissional – Políticas Públicas em Debate. Campinas: Papirus, 2012.

REGATTIERI, Marilza; CASTRO, Jane (Orgs.). Ensino Médio e Educação Profissional – desafios da integração. Brasília: UNESCO, 2010. SOUZA, Antônio; OLIVEIRA, Elenice (Orgs.). Educação Profissional Análise Contextualizada. Fortaleza: CEFET-CE, 2005.