32
Seja bem-vindo ao Curso de Capacitação de Expositores da Oficina de Parentalidade! Estamos muito felizes de contar com a sua participação e de poder compartilhar com você a nossa experiência com a Oficina da Parentalidade, projeto tão importante para a harmonização e a estabilização das relações familiares, e que tem como principais objetivos: instrumentalizar as famílias que enfrentam conflitos relacionados ao exercício da parentalidade dissociado da conjugalidade, para que todos seus integrantes sejam beneficiados; empoderar os pais para que eles possam protagonizar a solução de seus próprios conflitos, sem a necessidade de intervenção constante do Poder Judiciário; prevenir a alienação parental, na medida em que procura conscientizar os pais da importância da presença de ambos na vida dos filhos e dos malefícios que a perda parental lhes ocasiona; buscar uma comunicação aberta e construtiva entre os pais e entre estes e os filhos; fornecer aos pais informações úteis acerca das questões jurídicas em que estão envolvidos; prover os pais de informações úteis e relevantes durante o trabalho de auxílio no desenvolvimento de suas qualidades e conhecimentos para o devido crescimento individual dos membros da família que se reconstrói; levar uma mensagem de esperança e encorajamento, demonstrando que os pais, através de seu comportamento, podem fazer a diferença na capacidade dos filhos para superarem o período de crise; transmitir confiança aos pais em relação ao Poder Judiciário, mostrando-lhes que as decisões emanadas daquele órgão sempre visam à solução mais adequada às suas divergências e ao bem estar de seus filhos; proporcionar aos filhos um ambiente seguro para a expressão adequada das emoções; transmitir aos filhos estratégias para superarem as dificuldades inerentes a esta fase de transição familiar.

O curso acontecerá em um tempo relativamente curto para ... · Triste. A estória do martelo Um homem queria pendurar um quadro. O prego ele já tinha, só faltava o martelo

Embed Size (px)

Citation preview

Seja bem-vindo ao Curso de Capacitação de Expositores da Oficina de Parentalidade!

Estamos muito felizes de contar com a sua participação e de poder compartilhar com você a nossa experiência com a Oficina da Parentalidade, projeto tão importante para a harmonização e a estabilização das relações familiares, e que tem como principais objetivos:

• instrumentalizar as famílias que enfrentam conflitos relacionados ao exercício da parentalidade dissociado da conjugalidade, para que todos seus integrantes sejam beneficiados;

• empoderar os pais para que eles possam protagonizar a solução de seus próprios conflitos, sem a necessidade de intervenção constante do Poder Judiciário;

• prevenir a alienação parental, na medida em que procura conscientizar os pais da importância da presença de ambos na vida dos filhos e dos malefícios que a perda parental lhes ocasiona;

• buscar uma comunicação aberta e construtiva entre os pais e entre estes e os filhos;

• fornecer aos pais informações úteis acerca das questões jurídicas em que estão envolvidos;

• prover os pais de informações úteis e relevantes durante o trabalho de auxílio no desenvolvimento de suas qualidades e conhecimentos para o devido crescimento individual dos membros da família que se reconstrói;

• levar uma mensagem de esperança e encorajamento, demonstrando que os pais, através de seu comportamento, podem fazer a diferença na capacidade dos filhos para superarem o período de crise;

• transmitir confiança aos pais em relação ao Poder Judiciário, mostrando-lhes que as decisões emanadas daquele órgão sempre visam à solução mais adequada às suas divergências e ao bem estar de seus filhos;

• proporcionar aos filhos um ambiente seguro para a expressão adequada das emoções;

• transmitir aos filhos estratégias para superarem as dificuldades inerentes a esta fase de transição familiar.

O curso acontecerá em um tempo relativamente curto para que o aprendizado a respeito da Oficina da Parentalidade seja exaurido. Todavia, acreditamos que será o tempo suficiente para sensibilizá-lo a respeito da necessidade de uma abordagem diferente do conflito familiar, que a Oficina de Parentalidade proporciona, e, ainda, para a apreensão dos conceitos e metodologia desse projeto educacional.

Esse curso visa a contribuir para a efetiva implantação da Oficina da Parentalidade como política pública de prevenção e resolução de conflitos familiares em nosso país, possibilitando que mais famílias se beneficiem pelos conhecimentos nela transmitidos, e tem como principais objetivos:

• Capacitar pessoas para implantar e ministrar a Oficina de Parentalidade em suas Comarcas; atuarem como instrutores da Oficina de Parentalidade e Divórcio, que tem como objetivos principais:

• Possibilitar que os alunos acessem informações que contribuam com a compreensão sobre as dinâmicas familiares, sobretudo na fase de reorganização familiar, ampliando seu conhecimento acerca deste assunto;

• Incentivar e aperfeiçoar os mecanismos consensuais de solução e prevenção de conflitos familiares;

• Inspirar os alunos a substituir a cultura do litígio por uma cultura de paz, baseada em tolerância e solidariedade, e que procura resolver os problemas por meio do diálogo, da negociação e da mediação, notadamente no tocante aos conflitos familiares oriundos do exercício da parentalidade dissociado da conjugalidade.

Para tanto, serão trabalhados os seguintes conteúdos:

• Oficina da Parentalidade: Importante Instrumento para a Propagação da Cultura de Paz • Conceito, Inspiração, Objetivos, Metodologia, Recursos, Recrutamento dos Participantes,

Formação dos Grupos• O que o instrutor precisa saber sobre a Alienação Parental, a Empatia e a Comunicação Não

Violenta • Apresentação: Oficina de Pais, Oficina das Crianças, Oficina dos Adolescentes• Como lidar com situações difíceis• Melhores momentos da Oficina• Resultados Práticos

Com esses conteúdos, queremos abordar as informações mais relevantes, ainda que básicas, para a apreensão da essência da Oficina de Parentalidade.

Segue, em anexo, o material complementar que você poderá imprimir e trazer ao curso para um melhor aproveitamento. Você também poderá acessar a cartilha do instrutor através do link https://drive.google.com/folderview?id=0B1--3Bo7zwJNMTlhU3A1QmVGNEkHYPERLINK "https://drive.google.com/folderview?id=0B1--3Bo7zwJNMTlhU3A1QmVGNEk&usp=sharing"&HYPERLINK "https://drive.google.com/folderview?

id=0B1--3Bo7zwJNMTlhU3A1QmVGNEk&usp=sharing"usp=HYPERLINK "https://drive.google.com/folderview?id=0B1--3Bo7zwJNMTlhU3A1QmVGNEk&usp=sharing"sharing, imprimi-la e trazer ao curso. Posteriormente, você também receberá o link de todos os materiais apresentados no curso e necessários para a implantação da Oficina.

A Oficina de Parentalidade é um projeto em constante elaboração e se constrói artesanalmente conforme as necessidades e as peculiaridades de cada local. Contar com a sua participação e o seu envolvimento é fundamental para levar a cultura de paz e os valores a ela inerentes às famílias de sua região e construir uma sociedade mais dialógica, solidária e afetuosa.

Muito obrigada!

Cristina Palason Moreira Cotrim – [email protected]

Fabiana Cristina Aidar da Silva – [email protected]

Vanessa Aufiero da Rocha – [email protected]

MATERIAL DE APOIO

Oficina de PaisCasais se separam, pais e filhos são para sempre. Veronica A. da MottaNão te amo mais. O Ladrão de Biscoitos. Valerie CoxLista de Necessidades

Lista de SentimentosA estória do martelo. Paul WatzlawickExercício “Reconhecendo os sentimentos”Exercício “Ajudando o nosso filho”Exercício “Como reduzir o nível de conflito”Exercício “Comunicação não violenta”Exercício “Você é um pai ou uma mãe alienadora?”

Oficina de Filhos - AdolescentesQuestionário: Como lidar com meus sentimentos sobre o divórcio de meus pais?Palavras CruzadasLetra da Música “Pais e Filhos”

CASAIS SE SEPARAM - PAIS E FILHOS SÃO PARA SEMPRE – Verônica A. da Motta - In “Família, separação e mediação: uma visão psicojurídica”. São Paulo: Editora Método, 2007.

É possível que eu já não te queria mais,Como você a mim. Não é o que importa.Dá dor e dói, mas a dor se suporta,Nem que seja preciso analgisar.É possível que apenas um de nós

Não queira ao outro e isso inda é mais triste,Deixando num dos dois a frustração,No outro, um fogo fátuo de alívio,Pelo desmoronar do duplo sonho.O que não é possível é que nos acusemos,Que nos apontemos, dedo em riste,Que nos fulminemos com o olhar,Esquecendo tudo o que de bom já houve.O que não é possível é que nos destruamos,A nós, que, em outros tempos, nos amamos,E cada qual, a si, p'ra ver o outro morto,Desmerecendo os braços que, um dia, foram um porto,Jogando pelo ar tudo o que construímos.E construímos mais que sonhos, nessa estrada,Transportamos amor por esses trilhos,Deixamos marcas, por onde passamos,E a mais viva delas são os nossos filhos.Que continuarão nossos, vida toda,Precisando de nós, em cada idade,Como seu nome e bússola, rumo à felicidade,Sua rosa-dos-ventos, o seu cais.Seremos pai e mãe por todo o sempre,Mesmo entrando p'ro rol dos ex-casais.Isso nada nos tirará, nem mesmo a morte,Relação eterna e sem corte,Que a nossos filhos só beneficiará.Se fomos meios de procriação,Que na criação sejamos timoneiros,Guiando com firmeza, a quatro mãos,O barco da vida de nossos herdeiros.E até que, sós, o possam conduzir,E, para sempre, em evento, idade ou estado,Possamos nós, ainda que ex-casal,Enquanto pais, andarmos, lado a lado.

Não te amo mais

Não te amo mais.

Estarei mentindo dizendo que

Ainda te quero como sempre quis.

Tenho certeza que

Nada foi em vão.

Sinto dentro de mim que

Você não significa nada.

Não poderia dizer jamais que

Alimento um grande amor.

Sinto cada vez mais que

Já te esqueci!

E jamais usarei a frase:

EU TE AMO!

Sinto, mas tenho que dizer a verdade

É tarde demais...

O Ladrão de Biscoitos – Valerie Cox

Uma noite, uma mulher estava esperando no aeroporto por longas horas até o horário do seu voo.

Passeou pela livraria, comprou um livro, um pacote de biscoitos e procurou um lugar para se assentar.

Estava envolvida com a sua leitura quando percebeu que o homem sentado ao seu lado, enfiava a mão no pacote de biscoitos que estava entre os dois e pegava um

biscoito ou dois. Ela fez um esforço para evitar uma cena e tentou ignorar, enquanto mastigava os biscoitos e olhava impaciente ao relógio. Enquanto o insolente ladrão de biscoitos baixava o seu estoque de biscoitos, ela ficava mais irritada com o passar dos minutos, pensando – se eu não fosse uma pessoa educada, esse cara ia ganhar uns olhos roxos. E para cada biscoito que ela pegava, ele pegava outro também. E quando um único biscoito restava no pacote, ela ficou preocupada e atenta para o que ele faria. Com um sorriso nos lábios e meio nervoso, ele pegou o biscoito, dividiu no meio e ofereceu a ela enquanto comia a sua metade. Ela pegou bruscamente a sua metade e pensou – esse grosseiro cara de pau nem mesmo mostra qualquer sinal de gratidão. Ela nem se lembra de qualquer ocasião em que foi tão humilhada, enquanto sentia o alívio do chamado do seu voo. Pegou as suas coisas, se recusando a olhar para trás para o ladrão ingrato, ela embarcou e finalmente se acomodou no seu assento. Quando procurou, revirando na sua bolsa por seu livro cuja leitura já havia quase concluído, se surpreendeu com o seu achado, ali, em frente dos seus olhos, intacto, o seu pacote de biscoitos. Se o meu está aqui, resmungou em desespero, então o outro era dele, que ele se dispôs a compartilhar. Muito tarde para se desculpar, ela se deu conta, com tristeza, de que no final, a grosseira, a ingrata e a ladra era ela.

LISTA DE NECESSIDADES

AUTONOMIA• Escolher seus próprios sonhos, objetivos e valores• Escolher seu próprio plano para realizar esses sonhos, objetivos e valores

CELEBRAÇÃO

• Celebrar a criação da vida e os sonhos realizados

• Elaborar as perdas: entes queridos, sonhos etc.

INTEGRIDADE

• Autenticidade

• Autovalorização

• Criatividade

• Significado

INTERDEPENDÊNCIA

• Aceitação• Amor• Apoio• Apreciação• Calor humano• Compreensão• Comunhão• Confiança• Consideração• Contribuição para o enriquecimento da vida• Empatia• Encorajamento• Honestidade• Proximidade• Respeito• Segurança emocional

LAZER

• Diversão

• Riso

COMUNHÃO ESPIRITUAL

• Beleza

• Harmonia

• Inspiração

• Ordem

• Paz

NECESSIDADES FÍSICAS

• Abrigo

• Água

• Alimento

• Ar

• Descanso

• Expressão sexual

• Movimento, exercício

• Proteção contra formas de vida ameaçadoras: vírus, bactérias, insetos, predadores

• Toque

LISTA DE SENTIMENTOS QUANDO AS NECESSIDADES ESTÃO SENDO SATISFEITAS

À vontadeAbsortoAgradecidoAlegreAlertaAliviadoAmistosoAmorosoAnimadoÁvidoBem-humoradoCalmoCarinhosoComplacenteCompreensivoConcentradoConfiante

ConfiávelConscienteContenteCriativoCuriosoDespreocupadoEmocionadoEmpolgadoEncantadoEncorajadoEngraçadoEntretidoEntusiasmadoEnvolvidoEquilibradoEsperançosoEsplêndidoEstimuladoExcitadoExuberanteExultanteFalanteFascinadoFelizGloriosoGratificadoGratoInspiradoInteressadoLivreMaravilhadoMaravilhosoMotivadoOrgulhosoOtimistaOusadoPacíficoPlácidoPlenoRadianteRelaxadoResplandecente

RevigoradoSatisfeitoSeguroSensívelSerenoSurpresoternoTocadoTranquiloÚtilVigorosoVivoAbandonadoAbatidoAflitoAgitadoAlvoroçado

LISTA DE SENTIMENTOS QUANDO AS NECESSIDADES NÃO ESTÃO SENDO SATISFEITAS

AmargoAmarguradoAmedrontadoAngustiadoAnsiosoApáticoApavoradoApreensivoArrependidoAssustadoAterrorizadoAtormentadoAusteroBravoCansadoCéticoChateadoChatoChocado

CiumentoConfusoConsternadoCulpadoDeprimidoDesamparadoDesanimadoDesapontadoDesatentoDesconfiadoDesconfortávelDescontenteDesesperadoDesencorajadoDesiludidoDesoladoDespreocupadoEncabuladoEncrencadoEnojadoEntediadoEnvergonhadoExageradoExaltadoExaustoFracoFrustradoFuloFuriosoHesitanteHorrorizadoHostilImpacienteImpassívelIncomodadoIndiferenteInfelizInquietoInseguroInsensível

InstávelIradoIrritadoIrritanteIrritávelLetárgicoMagoadoMal-humoradoMalvadoMelancólicoMonótonoMortificadoNervosoObcecadoOprimidoPerplexoPerturbadoPesarosoPessimistaPéssimoPreguiçosoPreocupadoRancorosoReceosoRejeitadoRelutanteRessentidoSegregadoSem graçaSensívelSolitárioSonolentoSoturnoSurpresoTaciturnoTemerosoTensoTriste

A estória do martelo

Um homem queria pendurar um quadro. O prego ele já tinha, só faltava o martelo. O vizinho possuía um, e o nosso homem resolveu ir até lá pedi-lo emprestado. Mas ficou em dúvida: “E se o vizinho não quiser me emprestar o martelo? Ontem ele me cumprimentou meio secamente. Talvez estivesse com pressa. Mas isso devia ser só uma desculpa. Ele deve ter alguma coisa contra mim. Mas por quê? Eu não fiz nada! Ele deve estar imaginando coisas. Se alguém quisesse emprestar alguma ferramenta minha eu emprestaria imediatamente. Por que ele não quer me emprestar o martelo? Como é que alguém pode recusar um simples favor desses a um semelhante? Gente dessa laia só complica a nossa vida. Na certa, ele imagina que eu dependo dele só porque ele tem um martelo. Mas, agora chega!”

E correu até o apartamento do vizinho, tocou a campainha, o vizinho abriu a porta. Mas antes que pudesse dizer “Bom Dia”, o nosso homem berrou: “Pode ficar com o seu martelo, seu imbecil!”

Do livro: “Sempre pode piorar” ou “A arte de ser (in)feliz – Uma abordagem psicológica”, de Paul Watzlawick, Editora Pedagógica e Universitária Ltda.

EXERCÍCIO

RECONHECENDO OS SENTIMENTOS(“Como falar para seu filho ouvir e como ouvir para seu filho falar”, Adele Faber e Elaine Mazlish, São Paulo: Summus Editorial, 2003, pg. 37)

O filho diz:Uma palavra que descreve o que ele pode estar sentindo

Use a palavra em uma frase que mostre que você entendeu o sentimento (não faça perguntas ou dê conselhos)

Exemplo: “ O motorista do ônibus gritou comigo e todo mundo riu.”

Vergonha

“Isso deve ter causado muita vergonha em você.” ou “Parece que isso o envergonhou.”

1. “Eu gostaria de dar um soco na cara do Michael!” _______________ _____________________

_____________________

2. “Só por causa de uma chuva fraca, a minha professora disse que não poderíamos ir ao passeio. Ela é estúpida”

_______________ __________________________________________

3.”Mariana me convidou para a festa, mas sei lá” _______________ _____________________

_____________________

4. “ Eu não sei por que os professores têm de encher a gente com tanta lição para o fim de semana.”

_______________ __________________________________________

5. “Janete está se mudando e ela é minha melhor amiga.”

______________ __________________________________________

EXERCÍCIO: AJUDANDO NOSSO FILHO

Veja esta lista e verifique como você já está ajudando seu filho a se adaptar ao divórcio dos pais e a crescer em um ambiente saudável. Circule as habilidades que você gostaria de desenvolver mais:

- Eu digo ao nosso filho que o divórcio não foi culpa dele.- Eu não falo mal sobre o meu ex para o nosso filho ou na presença dele.

- Eu tento evitar discutir na frente do nosso filho.- Eu não peço para nosso filho dar recados ao nosso ex.- Eu tento trabalhar com o meu ex uma forma consistente de disciplinar nosso filho.- Eu estou me esforçando para passar tempo com cada um de nossos filhos.- Eu digo ao nosso filho que é bom ele amar o pai/a mãe.- Eu não comparo o nosso filho com meu ex.- Eu não fico culpando o meu ex pelas preocupações, medos e problemas do nosso filho.- Eu estou tentando ajudar nosso filho a não se sentir envergonhado por causa do divórcio.- Eu entendo que o divórcio não me torna um fracassado.- Eu avisei os professores de nosso filho sobre o divórcio para que eles possam ajuda-lo.- Eu não estou fazendo muitas mudanças na vida de nosso filho de uma só vez.- Eu não pergunto ao nosso filho com quem ele quer viver ou quem ele ama mais.- Eu estou encorajando o nosso filho a se dedicar às suas atividades normais.- Eu estou tentando manter o controle emocional o máximo que eu posso.- Eu não estou despejando todas as minhas emoções sobre o nosso filho.- Eu estou encorajando o convívio de nosso filho com meu ex.- Eu sei que as coisas vão melhorar.

EXERCÍCIO – COMO REDUZIR O NÍVEL DE CONFLITO João e Maria sempre brigam quando João vai retirar o Pedrinho, filho do casal, da casa de Maria, o que deixa Pedrinho muito triste. O que eles podem fazer para reduzir o conflito durante a convivência familiar?____________________________________________________________________________________________________________________________________________João e Maria sempre brigam quando conversam pessoalmente ou pelo telefone. Como eles podem se comunicar melhor sem brigas?_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

João e Maria sempre brigam quando se encontram. Qual a melhor forma de João pagar a pensão alimentíca para o Pedrinho, sem precisar encontrar Maria?____________________________________________________________________________________________________________________________________________

EXERCÍCIO: COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTALembre-se. A Comunicação Não Violenta tem quatro componentes, embora nem sempre todos eles precisem estar presentes:1. OBSERVAÇÃO2. SENTIMENTO3. NECESSIDADE4. PEDIDOPratique transformar essas frases, que apenas aumentam o conflito, em Comunicação Não Violenta: “Seu irresponsável! Você sempre chega atrasado no dia de convivência e deixa todo mundo à sua disposição. Parece que nem liga para o próprio filho! Se isso acontecer novamente eu não vou mais permitir que você conviva com nosso filho!” COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________“Sua maluca! Você falou para o nosso filho que eu não estou nem aí para ele? Agora ele está com frescura para sair comigo. Eu vou tirar a guarda dele de você! COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

EXERCÍCIO “VOCÊ É UMA MÃE OU UM PAI ALIENADOR(A)?” Veja esta lista e verifique se você já está ajudando seu filho a manter uma ligação saudável com o pai/mãe. Circule as habilidades que você gostaria de desenvolver mais:• Eu permito que nosso filho fale negativamente ou desrespeitosa sobre o outro pai/mãe. • Eu dou ao nosso filho alternativas tentadoras que possam interferir com o tempo do outro pai/mãe com ele (por exemplo: filho, seria tão bom se pudéssemos ir à loja de brinquedos neste final de semana (justamente o final de semana reservado à convivência com o pai/a mãe)) • Eu dou ao nosso filho poder de decisão sobre o tempo gasto com o outro pai/mãe. • Eu mostro para nosso filho como fico magoado e traído se ele apresenta quaisquer sentimentos positivos em relação ao outro pai/mãe. • Eu uso nosso filho como um mensageiro, ou espião. • Eu peço para nosso filho mentir para o outro pai/mãe ou trair a confiança dele. • Eu fico sem jantar e depois digo ao filho que o outro pai/mãe não dá dinheiro suficiente para que todos possam jantar. • Eu infrinjo o tempo do outro pai/mãe com telefonemas excessivos ou atividades programadas.• Eu intercepto presente de aniversário do outro pai/mãe e digo ao nosso filho que ele/ela não

enviou nenhum presente.• Eu não passo a ligação do outro pai/mãe ao nosso filho e digo-lhe que o pai/mãe não ligou.

QUESTIONÁRIO

“COMO LIDAR COM OS MEUS SENTIMENTOS SOBRE O DIVÓRCIO DE MEUS PAIS?”

1.ANDRE SENTE RAIVA POR SEUS PAIS TEREM SE SEPARADO. QUAL SERIA A MELHOR FORMA DE ANDRE SUPERAR ESTE PROBLEMA?

• LIBERAR A RAIVA BATENDO NO IRMÃO MAIS NOVO

• FINGIR QUE SE SENTE BEM, ESPERANDO A RAIVA PASSAR

• EXPRESSAR SUA RAIVA FALANDO COM ALGUÉM QUE OUVISSE O QUE ELE ESTÁ SENTINDO

• OUTRO_________________________________________________________________________________________________________________________

2.O PAI DE RUTE LHE CONTOU COISAS RUINS SOBRE SUA MÃE. MUITAS VEZES ELA ACHA QUE NÃO PODE SER VERDADE O QUE O PAI LHE CONTA, MAS AO MESMO TEMPO, ELA ACREDITA NO PAI PORQUE ELE NUNCA MENTIU PARA ELA ANTES. QUAL A MELHOR FORMA DE RUTE RESOLVER ESTE PROBLEMA?

• NUNCA MAIS FALAR COM A MÃE PORQUE NÃO CONCORDA COM O QUE,

SEGUNDO O PAI LHE DISSE, ELA FEZ A ELE.

• DIZER CALMAMENTE AO PAI “PARE DE FALAR ESTAS COISAS DA MÃE, ISSO ME MAGOA. VOU CONTINUAR A AMAR VOCÊS DOIS”

• COLOCAR O RÁDIO NO VOLUME MÁXIMO E NÃO OUVIR NADA DO QUE O PAI DISSER

• OUTRO_________________________________________________________________________________________________________________________

3.SONIA ODEIA ANDAR ENTRE A CASA DO PAI E DA MÃE. COMO SONIA PODE RESOLVER SEU PROBLEMA?

• TER SUAS COISAS (ESCOVA DE DENTES, ROUPAS, JOGOS) NA CASA DOS DOIS, PARA SE SENTIR BEM NAS DUAS CASAS

• RECUSAR-SE A IR À CASA DO PAI PORQUE É MUITO DIFÍCIL ANDAR DE UM LADO PARA OUTRO CARREGANDO TUDO O QUE PRECISA

• FALAR COM OS PAIS SOBRE O PROBLEMA PARA VER SE ELES PODEM AJUDAR

• OUTRO_________________________________________________________________________________________________________________________

4.ANTONIO ACHA QUE OS PAIS SE DIVORCIARAM POR CAUSA DELE, PORQUE ELE ESTAVA O TEMPO TODO METIDO EM CONFUSÃO E OS PAIS SEMPRE DISCUTIAM COM ELE. COMO ANTONIO PODE ULTRAPASSAR ESTE PROBLEMA?

• ADMITIR QUE A CULPA É SUA E PEDIR AOS PAIS QUE SE JUNTEM NOVAMENTE, PROMETENDO SE COMPORTAR MELHOR

• CONVERSAR COM ALGUÉM DE CONFIANÇA PARA FALAR SOBRE O SEU SENTIMENTO DE CULPA

• CONVERSAR COM OS PAIS PARA TENTAR ENTENDER O VERDADEIRO MOTIVO DO DIVÓRCIO

• OUTRO_________________________________________________________________________________________________________________________

5.LUIZ NÃO GOSTA DA NAMORADA DO PAI E TEM CIÚMES DO TEMPO QUE O PAI PASSA COM ELA. ELE ACHA QUE QUANDO O PAI ESTÁ COM A NAMORADA NÃO LHE DÁ ATENÇÃO. QUAL A MELHOR FORMA DE LUIZ RESOLVER ESTE PROBLEMA?

• TRATAR MAL A NAMORADA DO PAI PARA QUE ELA VÁ EMBORA

• FALAR COM O PAI SOBRE O QUE ESTÁ SENTINDO

• RECUSAR-SE A VER O PAI ATÉ ELE TERMINAR O NAMORO

• OUTRO________________________________________________________________________________________________________________________________________

6.OS PAIS DE SARA DISCUTEM MUITO E GRITAM UM COM O OUTRO. O QUE SARA PODE FAZER PARA MELHORAR ESTA SITUAÇÃO?

• GRITAR TAMBÉM E COLOCAR-SE NO MEIO DOS PAIS

• IR PARA O QUARTO E TENTAR SE DISTRAIR OUVINDO MÚSICA, LENDO OU JOGANDO UM JOGO

• CONVERSAR COM OS PAIS, QUANDO ELES ESTIVEREM MAIS CALMOS, SOBRE O QUANTO ELA FICA TRISTE E ASSUSTADA VENDO OS DOIS BRIGAREM DESTA FORMA

• OUTRO________________________________________________________________________________________________________________________________________

Questionário extraído da obra: “Os meus pais já não vivem juntos: intervenção em grupo com crianças e jovens de pais divorciados”; Lisboa: Coisas de Ler; 2012; de Nelly Almeida e Susana Monteiro.

PALAVRAS CRUZADASHORIZONTAIS1.Eu, meu pai e minha mãe continuamos sendo uma______________.2.Eu tenho o direito de expressar meus ____________________.3.Eu posso ______________ igualmente meu pai e minha mãe.4.Tudo vai dar ____________.5.Eu continuo sendo a pessoa _____________ que sempre fui.6.Para me sentir melhor, quando eu estiver triste, posso escutar minhas _____________ favoritas.

VERTICAIS1.Conforme a música do Legião Urbana, “Pais e Filhos”, “você vive criticando seus pais por tudo.

Isto é um ___________. Eles são crianças como você. O que você vai ser quando você crescer?”2.Eu tenho o direito de não levar __________________ de um pai para o outro.3.Eu tenho o direito de não ouvir afirmações ________________ de um pai sobre o outro ou sobre outro membro de minha família.4.Eu posso continuar convivendo com meu pai ou minha mãe com quem não moro mais através da _____________.5.Eu não sou _____________ pelo divórcio de meus pais.

Pais e Filhos - Legião Urbana

Estátuas e cofres e paredes pintadasNinguém sabe o que aconteceuEla se jogou da janela do quinto andarNada é fácil de entenderDorme agoraÉ só o vento lá foraQuero colo! Vou fugir de casaPosso dormir aqui com vocês?Estou com medo, tive um pesadeloSó vou voltar depois das trêsMeu filho vai ter nome de santoQuero o nome mais bonito

É preciso amar as pessoasComo se não houvesse amanhãPorque se você parar pra pensarNa verdade não háMe diz, por que que o céu é azul?Explica a grande fúria do mundoSão meus filhosQue tomam conta de mimEu moro com a minha mãeMas meu pai vem me visitarEu moro na rua, não tenho ninguémEu moro em qualquer lugarJá morei em tanta casaQue nem me lembro maisEu moro com os meus paisÉ preciso amar as pessoasComo se não houvesse amanhãPorque se você parar pra pensarNa verdade não háSou uma gota d'águaSou um grão de areiaVocê me diz que seus pais não te entendemMas você não entende seus paisVocê culpa seus pais por tudo, isso é absurdoSão crianças como vocêO que você vai serQuando você crescer

Depende de nós.

Ivan Lins

Depende de nósQuem já foi ou ainda é criançaQue acredita ou tem esperançaQuem faz tudo pra um mundo melhorDepende de nósQue o circo esteja armadoQue o palhaço esteja engraçadoQue o riso esteja no arSem que a gente precise sonharQue os ventos cantem nos galhosQue as folhas bebam orvalhosQue o sol descortine mais as manhãs

Depende de nósSe esse mundo ainda tem jeitoApesar do que o homem tem feitoSe a vida sobreviveráQue os ventos cantem nos galhosQue as folhas bebam orvalhosQue o sol descortine mais as manhãsDepende de nósSe esse mundo ainda tem jeitoApesar do que o homem tem feitoSe a vida sobreviveráDepende de nósQuem já foi ou ainda é criançaQue acredita ou tem esperançaQuem faz tudo pra um mundo melhor

REGULAMENTO PARA OS CURSOS DE FORMAÇÃO DE INSTRUTORES DAS OFICINAS DE DIVÓRCIO E PARENTALIDADE

Art. 1º Nos termos da Resolução n. 125, de 29 de novembro de 2010, e da Recomendação n. 50, de 08 de maio de 2014, visando auxiliar os tribunais na capacitação de instrutores para a implantação e a execução das Oficinas de Divórcio e Parentalidade, o Comitê Gestor Nacional da Conciliação define as diretrizes dos Cursos de Formação de Instrutores das Oficinas de Divórcio e Parentalidade.

Art. 2º As Oficinas serão ministradas com base em material pedagógico fornecido aos participantes do treinamento pelo Comitê Gestor Nacional da Conciliação.

§1º O material pedagógico consiste em apresentações de slides (em arquivo powerpoint), Cartilha do Instrutor, Cartilha do Divórcio para os Pais, Cartilha do Divórcio para os Filhos Adolescentes e Gibi Turminha do Enzo para as Crianças.

§2º O material pode ser utilizado por quaisquer pessoas ou entidades interessadas, sem fins lucrativos, porém, a certificação ocorrerá somente nos cursos oficiais promovidos por tribunais e entidades parceiras.

Parágrafo 3º.A Cartilha do Instrutor, a Cartilha do Divórcio para os Pais, a Cartilha do Divórcio para os Filhos Adolescentes e o Gibi “Turminha do Enzo” para as crianças poderão ser reproduzidos e impressos pelos Tribunais ou entidades parceiras, sem fins lucrativos, com a inserção do logo e de carta de apresentação do Tribunal e/ou da entidade, a ser providenciada pelo Setor de Comunicação Social do Conselho Nacional

de Justiça, mediante solicitação prévia.

Art. 3º A seleção dos inscritos será de responsabilidade dos Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (NUPEMEC), de acordo com os seguintes critérios:

I – ser servidor público vinculado ao tribunal ou voluntário preferencialmente com histórico de contribuição para o programa de conciliação ou mediação judicial.

II – ter habilidade docente.

§1º O Comitê Gestor Nacional de Conciliação poderá, em caráter excepcional, convocar servidores para o curso, dependendo da demanda por formação no local.

§2º As instituições que desejarem formar instrutores para ministrar as Oficinas devem celebrar instrumento de parceria com o tribunal local.

Art. 4º A seleção de que trata o caput do art. 3º implica compromisso do respectivo tribunal em manter os participantes em função que os permita ministrar as Oficinas de Divórcio e Parentalidade, inclusive em outros Tribunais.

Art. 5º A participação no curso implica o compromisso de ministrar, no prazo de 01 (um) ano após a conclusão da parte teórica, ao menos 05 (cinco) Oficinas de Divórcio e Parentalidade, não remuneradas, observando as diretrizes da Oficina definidas no art. 9º.

Art. 6º O NUPEMEC de cada Tribunal emitirá declaração de comparecimento aos participantes do treinamento, a ser entregue imediatamente ao término de cada evento, qualificando o cursista como “Instrutor da Oficina de Divórcio e Parentalidade em formação”.

§1º Para receber a declaração, os participantes deverão ter frequência de 100% (cem por cento).

§2º A carga horária do curso será de, no mínimo, 8 (oito) horas, em formato sempre presencial.

Art. 7º A certificação definitiva como instrutor da Oficina de Divórcio e Parentalidade ocorrerá após o implemento da condição referida no art. 5º.

§1º A comprovação se dará mediante envio da lista de presença e das avaliações dos participantes da Oficina, para cada uma das oficinas ministradas, referendadas pelo NUPEMEC do respectivo Tribunal.

§2º Os documentos listados no §1º deverão ser inseridos pelos instrutores em formação no sistema Cadastro Nacional de Instrutores da Justiça, conforme orientações posteriores.

Art. 8º A certificação terá validade por um ano, contado do implemento das condições para a respectiva emissão.

§1º Vencida a certificação, o instrutor deverá ministrar pelo menos 01(uma) Oficina gratuita por ano, nas mesmas condições definidas no art. 9º.

Art. 9º As Oficinas de Divórcio e Parentalidade a serem ministradas pelo instrutor em formação deverão observar as seguintes diretrizes:

I - O público alvo da Oficina de Divórcio e Parentalidade são famílias em fase de reorganização familiar, motivada pela ruptura do relacionamento dos pais, com filhos menores, com ou sem processos judiciais.

II – A Oficina de Divórcio e Parentalidade é composta pela Oficina de Pais e pela Oficina de Filhos, sendo esta composta pela Oficina dos Filhos Adolescentes (entre doze e dezoito anos de idade) e pela Oficina dos Filhos Crianças (entre seis e doze anos de idade, incompletos).

III - A Oficina de Divórcio e Parentalidade a ser ministrada pelo instrutor em formação poderá compreender apenas a Oficina dos Pais ou apenas a Oficina dos Filhos, mas os filhos não poderão participar da Oficina dos Pais nem os pais poderão participar da Oficina dos Filhos.

IV - A Oficina dos Filhos, principalmente a Oficina dos Filhos Crianças, deve ser executada preferencialmente com o auxílio de pessoas que tenham experiência em lidar com crianças, como psicólogos, assistentes sociais e pedagogos.

V - O instrutor não deve dar conselhos pessoais ou jurídicos aos participantes da Oficina, já que esta consiste em um programa educacional e preventivo, não se prestando à orientação de casos específicos.

Art. 10. Os casos omissos serão apreciados e decididos pelo Comitê Gestor Nacional da Conciliação.

Brasília, maio de 2015.

COMITÊ GESTOR NACIONAL DA CONCILIAÇÃO

MOVIMENTO PERMANENTE PELA CONCILIAÇÃO

PROVIMENTO CSM Nº 2327/2016Dispõe sobre a implantação da Oficina da Parentalidade nos CENTROS JUDICIÁRIOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS E CIDADANIA do Estado de São Paulo visando à estabilização, harmonização e pacificação das relações familiares.

O CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA, no exercício de suas atribuições legais;CONSIDERANDO que o direito de acesso à Justiça previsto no art. 5º, XXXV da Constituição Federal suplanta o simples aspecto de acesso à decisão judicial, franqueando o escopo do acesso à ordem jurídica justa,CONSIDERANDO que, por isso, cabe ao Judiciário estabelecer política pública de tratamento adequado dos problemas jurídicos e dos conflitos de interesses de forma a organizar mecanismos de solução e prevenção de conflitos fora da adjudicação, em especial dos consensuais, como as práticas colaborativas, CONSIDERANDO a necessidade de incentivar e aperfeiçoar os mecanismos consensuais de solução e prevenção de litígios,CONSIDERANDO que nos conflitos de Direito de Família, as partes mantêm relações continuativas que exigem a estabilização e a pacificação das relações familiares com a transformação qualitativa dessas relações, atividade que vai bem além do escopo da solução adjudicada do conflito,CONSIDERANDO que o processo tradicional, de cunho adversarial, incentiva troca de imputação de violações jurídicas pelas partes, e como tal, se põe como instrumento que exacerba e polariza o conteúdo da disputa familiar, ao invés de pacificála,CONSIDERANDO que a litigiosidade intensa no momento em que há ruptura do vínculo conjugal prejudica o desenvolvimento emocional dos filhos menores,CONSIDERANDO que o Poder Judiciário tem o escopo de harmonizar e pacificar as relações humanas, inclusive as relações familiares,CONSIDERANDO que a ruptura do laço conjugal é um dos momentos mais difíceis e estressantes para todos os envolvidos no processo ao impor reorganizações,CONSIDERANDO que estudos mostram que a resiliência dos filhos diante das transições familiares está diretamente relacionada à quantidade e à qualidade do contato com a figura parental

que deixou de residir com a prole e ao nível de conflito entre os pais após a ruptura, sendo imprescindível para proteção dos filhos a conscientização dos pais de que a parentalidade não termina ou diminui após o rompimento do vínculo afetivo entre eles, havendo a necessidade de continuidade e estabilidade das relações afetivas das crianças e dos adolescentes com o pai e a mãe, o que exige adequado entendimento e respeito entre estes,CONSIDERANDO que a experiência forense mostra que nesta etapa do ciclo de vida muitos pais e mães abordam seus conflitos de forma destrutiva, causando intenso sofrimento aos próprios filhos, arrastando-os para o meio do conflito,CONSIDERANDO que a comunicação entre os pais é tomada pelo conflito, e a comunicação dos genitores com os filhos se vê contaminada pela agressividade, não sabendo os genitores diferenciar a relação comunicativa entre si e a relação comunicativa com os filhos,CONSIDERANDO que alguns conflitos sobrevivem às decisões judiciais que põem fim terminativo ao processo sem resolver em profundidade a lide subjacente, a saber, o conflito psicoemocional entre os pais, permanecendo os filhos reféns dos conflitos dos próprios pais,CONSIDERANDO que a substituição da cultura de imputações de culpas recíprocas e antagonismos por uma cultura de paz, baseada em tolerância, solidariedade, aprendizado recíproco e diálogo, através da negociação e da mediação, é imprescindívelpara a humanização do Direito de Família e para a satisfação do escopo de acesso a uma ordem jurídica, justa qualificada e apta à solução efetiva do conflito,CONSIDERANDO que a Oficina da Parentalidade, desenvolvida pelo Conselho Nacional de Justiça, com base na experiência de outros países e de alguns Estados Brasileiros, surge como um relevante instrumento para a harmonização e pacificação das relações familiares, auxiliando os pais a protegerem seus filhos dos efeitos danosos de uma abordagem destrutiva de seus conflitos e reduzindo traumas decorrentes da reestruturação familiar,CONSIDERANDO o teor da Resolução n. 125, de 29 de novembro de 2010, e da Recomendação n. 50, de 8 de maio de 2014, do Conselho Nacional de Justiça, que recomenda aos Tribunais que adotem as Oficinas de Parentalidade como políticapública de prevenção e resolução de conflitos familiares,CONSIDERANDO que o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente, insculpido no artigo 227 da Constituição da República, é diretriz determinante nas relações da criança e do adolescente com seus pais, com sua família, com a sociedadee com o Estado,RESOLVE fixar as diretrizes a serem observadas pelos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania do Estado de São Paulo para a implantação das Oficinas de Parentalidade e Divórcio, nos moldes que seguem:DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE A OFICINA DA PARENTALIDADEArt. 1º. Este provimento dispõe sobre a Oficina da Parentalidade, programa educacional, multidisciplinar e preventivo, conforme Regulamento desenvolvido pelo Conselho Nacional de Justiça para os Cursos de Formação de Expositores das Oficinas de Divórcio e Pais e Filhos, com o intuito de harmonizar e estabilizar as relações familiares na fase de transição familiar, oriunda do rompimento do relacionamento que redundou no nascimento de filhos.PÚBLICO ALVOArt. 2º. A Oficina da Parentalidade destina-se a famílias em que a parentalidade em relação aos filhos menores está dissociada da conjugalidade, ou porque esta foi dissolvida ou porque nunca se estabeleceu.§1º. Os pais, mães e filhos entre 6 a 17 anos que estejam em conflitos surgidos em decorrência da mudança estrutural familiar podem ser encaminhados para a Oficina.§2º. A oficina poderá ser realizada sempre que detectada a presença de conflito, pouco importa a fase de judicialização de seu tratamento, seja ela extraprocessual, processual pendente, ou ainda, com sentença ou acordo já celebrado.OBJETIVOSArt. 3º. A Oficina da Parentalidade tem como objetivos:

I – ofertar instrumentos de adaptação à transição familiar para as famílias que enfrentam conflitos relacionados à extinção da conjugalidade;II - empoderar os pais para que eles possam protagonizar a solução de seus próprios conflitos, sem a necessidade de intervenção constante do Poder Judiciário;III - prevenir a alienação parental através da conscientização dos pais da importância da presença de ambos os genitores na vida dos filhos e dos malefícios que a falta de um deles ocasiona;IV- fomentar a construção de comunicação aberta e construtiva entre os pais;V – diferenciar as vias comunicativas existentes entre os pais daquelas utilizadas para os filhos;VI- fornecer aos participantes informações úteis acerca das questões jurídicas que emergem na relação;VII- induzir nos pais o desenvolvimento de habilidades, qualidades e conhecimentos, para criação de ambiente saudável de remodelação da família;VIII- levar mensagem de esperança e encorajamento ao apontar que a finalização de uma relação conjugal conflitiva levará, a longo prazo, à melhora da relação entre os próprios pais e seus filhos, bastando para tanto a reconstrução da relação com diálogo e respeito mútuo;IX – conscientizar os pais de que, através de seu comportamento, podem fazer a diferença na capacidade dos filhos para superação do período de crise;X – esclarecer aos pais que o Poder Judiciário sempre visa a solução mais adequada às suas divergências e ao bem estar de seus filhos;XI- proporcionar aos filhos um ambiente seguro para a expressão adequada das emoções, isentando-os da sensação de culpa pelo fim do relacionamento dos pais;XII - transmitir aos filhos estratégias para superação das dificuldades inerentes a esta fase de transição familiar.Art. 4º. A Oficina da Parentalidade é desdobrada em Oficina de Pais e Oficina de Filhos.§1º. A Oficina de Pais destina-se aos pais ou responsáveis pelos frutos de seu relacionamento, podendo ser incluídos avós ou outros responsáveis que necessitem de reformulação de seus discursos e atitudes em relação aos demais parentes e aos incapazes sob seus cuidados.§2º. A Oficina de Filhos é composta pela Oficina de Crianças, destinada às crianças de seis a onze anos de idade, e pela Oficina de Adolescentes, destinada aos jovens de doze a dezessete anos de idade.§3º. A Oficina de Divórcio e Parentalidade a ser implantada no CEJUSC poderá compreender apenas a Oficina dos Pais.§4º. Os filhos não deverão participar da Oficina de Pais e os pais não deverão participar da Oficina de filhos, uma vez que cada grupo tem metodologia diferenciada de trabalho, evitando-se a exposição de uns perante o grupo de discussões de outros.INSTRUTORESArt. 5º. A Oficina da Parentalidade pode ser executada por Assistentes Sociais, Psicólogos, Pedagogos, Advogados, Conciliadores, Mediadores, Juízes de Direito, Promotores de Justiça ou outros profissionais, com formação como Instrutores de Oficinas, que apresentem o perfil adequado e nomeados pelo Juiz coordenador da atividade, conforme termo de compromisso constante do Anexo I deste Provimento.§1º. A Oficina também pode ser executada pela Equipe Multidisciplinar do Fórum, nos termos do artigo 151 do Estatuto da Criança e do Adolescente.§2º. A Oficina de Filhos deve ser executada preferencialmente por profissionais capacitados a lidar com crianças e adolescentes, como psicólogos, assistentes sociais e pedagogos.§3º. É permitida a celebração de termo de cooperação técnica com Faculdades e outras entidades públicas e privadas para ministrar as oficinas, nos moldes do artigo 5º da Resolução 125/2010.§4º. A Oficina poderá ser ministrada nos CEJUSCs ou outros locais aptos para tanto, a critério do juiz coordenador da atividade.Art. 6º. O instrutor deverá observar os seguintes princípios em sua atividade:I - Independência e autonomia. O instrutor tem a liberdade de atuar sem pressão interna ou externa, sendo permitido recusar, suspender ou interromper a sessão se ausentes as condições necessárias

para seu bom desenvolvimento;II – Imparcialidade. O instrutor tem o dever de agir sem favoritismo, preferência ou preconceito, assegurando que valores e conceitos pessoais não interfiram no resultado do trabalho, compreendendo a realidade dos envolvidos no conflito familiar;III – Autonomia da vontade dos envolvidos. O instrutor deve respeitar a vontade das partes de participar do procedimento;IV – Confidencialidade. O instrutor deve manter sigilo sobre as informações obtidas durante a realização da Oficina, salvo autorização expressa das partes, violação à ordem pública ou às leis vigentes;V – Validação. O instrutor deve estimular os participantes a perceberem-se reciprocamente como seres humanos merecedores de atenção e respeito;VI – Neutralidade. O instrutor não pode impor, orientar ou formular sugestões quanto ao mérito da disputa concreta dos participantes da Oficina, segundo a sua própria escala de valores;VII – Empoderamento. O instrutor deve estimular os participantes a entenderem que a melhor forma de resolução de seus conflitos é a autocomposição.Parágrafo único. É vedado ao instrutor emitir conselhos pessoais ou jurídicos aos participantes da Oficina, por se tratar de programa educacional e preventivo não destinado à orientação de casos específicos.Art. 7º. A Oficina será executada em um único encontro com a duração de aproximadamente quatro horas, mas pode ser flexibilizada e adaptada por cada CEJUSC ou unidade coordenadora, conforme as peculiaridades, necessidades e possibilidades de cada localidade.Parágrafo único. Em caráter excepcional, não sendo viável o comparecimento das partes para a dinâmica de grupo, recomenda-se sua realização por via da rede mundial de computadores (www.cnj.jus.br/eadcnj).Art. 8º. As Oficinas serão ministradas com base em material pedagógico fornecido pelo Comitê Gestor Nacional da Conciliação e disponível para download.Parágrafo único. O material pedagógico consiste em apresentações de slides (em arquivo PowerPoint), Cartilha do Instrutor, Cartilha do Divórcio para os Pais, Cartilha do Divórcio para os Filhos Adolescentes, Gibi do Divórcio para as Crianças e Cartilhade Atividades para as Crianças. Art. 9º. Os CEJUSCs ou unidades coordenadoras deverão informar ao NUPEMEC eventual implementação da Oficina, bem como fornecer dados semestrais acerca do número de pessoas atendidas e seu grau de satisfação, conforme formulário anexo, para fins de estatística.Art. 10. Este provimento entrará em vigor na data de sua publicação.São Paulo, 25 de fevereiro de 2016.

ANEXO ICENTRO JUDICIÁRIO DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS E CIDADANIA

COMARCA DE ___________PODER JUDICIÁRIO

São PauloTERMO DE COMPROMISSO DE INSTRUTOR DA OFICINA DE PAIS E FILHOS

Aos ____________________________, nesta cidade e Comarca de___________, Estado de São Paulo, no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania de _____________________, na presença da Coordenação do CEJUSC, Dr(a). ___________________, comigo o Escrevente/Chefe de Seção Judiciário de seu cargo e adiante assinado, compareceu ______________, portador(a) da cédula de identidade RG/SP nº________ e inscrito(a) no CPF nº____________, a quem se deferiu o compromisso de bem e fielmente desempenhar as funções de INSTRUTOR(A) DA OFICINA DE PAIS E FILHOS, nas sessões realizadas neste “Centro”, em especial observando-se os seguintes princípios:I - Independência e autonomia. O instrutor tem a liberdade de atuar sem pressão interna ou externa, sendo permitido recusar, suspender ou interromper a sessão se ausentes as condições necessárias

para seu bom desenvolvimento;II – Imparcialidade. O instrutor tem o dever de agir sem favoritismo, preferência ou preconceito, assegurando que valores e conceitos pessoais não interfiram no resultado do trabalho, compreendendo a realidade dos envolvidos no conflito familiar;III – Autonomia da vontade dos envolvidos. O instrutor deve respeitar a vontade das partes de participar do procedimento;IV – Confidencialidade. O instrutor deve manter sigilo sobre as informações obtidas durante a realização da Oficina, salvo autorização expressa das partes, violação à ordem pública ou às leis vigentes;V – Validação. O instrutor deve estimular os participantes a perceberem-se reciprocamente como seres humanos merecedores de atenção e respeito;VI – Neutralidade. O instrutor não pode impor, orientar ou formular sugestões quanto ao mérito da disputa concreta dos participantes da Oficina, segundo a sua própria escala de valores;VII – Empoderamento. O instrutor deve estimular os participantes a entenderem que a melhor forma de resolução de seus conflitos é a autocomposição.Compromete-se também o instrutor a não emitir conselhos pessoais ou jurídicos aos participantes da Oficina, por se tratar de programa educacional e preventivo não destinado à orientação de casos específicos.Prestado, assim, o compromisso, prometeu cumprir com fidelidade, sob as penas da lei, dando-se por ciente da natureza gratuita dos trabalhos e de que esta função honorária não gera vínculo trabalhista e de nenhuma natureza com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e, por consequência com o Estado. Do que para constar lavrei o presente termo que, lido e achado conforme, vai devidamente assinado. Eu, ____________ (______________, matrícula ________), Escrevente Técnico Judiciário/Chefe do Centro Judiciário de Solução de Conflitos, digitei, providenciei a impressão, conferi e subscrevi.________________________Juiz(a) de Direito________________________Instrutor

ANEXO IIAVALIAÇÃO INICIALObrigado por aceitar o convite para participar da Oficina de Pais e filhos! Sua avaliação é muito importante para oaprimoramento do nosso trabalho, para isso contamos com a sua colaboração respondendo este questionário.____________,_________DE________________DE 2016NOME: _______________________________________________(IDENTIFICAÇÃO OPCIONAL)1. Você já ouviu falar da Oficina?

( ) Sim ( ) Não2. Como você ficou sabendo?( ) audiência ( ) amigos ( ) alguém que já participou ( ) outros3. Como você define o seu relacionamento com o seu ex parceiro?( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) péssimo4. Como você define o seu relacionamento com seu (s) filho (s)?( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) péssimo5. O que você espera da Oficina?___________________________________________________________________6. Seu filho tem alguma restrição alimentar? Qual?________________________________Obrigado e boa Oficina!

ANEXO IIIAVALIAÇÃO FINAL

AVALIAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Obrigado por aceitar o convite para participar da Oficina de Pais e filhos! Sua avaliação é muito importante para o aprimoramento do nosso trabalho, para isso contamos com a sua colaboração respondendo este questionário._____________,_________DE________________DE _________

NOME: __________________________________________________ (IDENTIFICAÇÃO OPCIONAL)

1.QUAL SEU GRAU DE SATISFAÇÃO COM A OFICINA:

( )Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Pouco satisfeito ( )Insatisfeito

2. AVALIE A OFICINA SEGUNDO ESTES ASPECTOS:

APRESENTAÇÃO:

( )Muito bom ( ) Bom ( ) Regular ( ) Fraco

MATERIAL

( )Muito bom ( ) Bom ( ) Regular ( )Fraco

INSTRUTOR

( )Muito bom ( ) Bom ( ) Regular ( )Fraco

ESPAÇO

( )Muito bom ( ) Bom ( ) Regular ( )Fraco

DURAÇÃO

( )Muito bom ( ) Bom ( ) Regular ( )Fraco

3.INDICARIA A OFICINA A ALGUÉM?

( )SIM ( )NÃO

4. ALGUMA OBSERVAÇÃO, RECLAMAÇÃO OU SUGESTÃO SOBRE O TRABALHO REALIZADO?_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. VOCÊ ACHA QUE A OFICINA O AJUDOU A REFLETIR SOBRE A FORMA DE AGIR EM RELAÇÃO AO SEU EX-PARCEIRO?

( ) Sim ( ) Não

Se desejar comente sua resposta________________________________________________________

6. VOCÊ ACHA QUE A OFICINA O AJUDOU A REFLETIR SOBRE A FORMA DE AGIR EM RELAÇÃO A SEUS FILHOS? ( ) SIM ( ) NÃO

Se desejar comente sua resposta:__________________________________________________________

7. PARA MIM A OFICINA DE PAIS E FILHOS SIGNIFICOU:________________________________________

__________________________________________________________________________________

OBRIGADO!