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O Diário da Liberdade Reflexões sobre a existência, a verdade e a vida. 1ª edição, junho de 2018. 1

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O Diário da Liberdade

Reflexões sobre a existência, a verdade e a vida.

1ª edição, junho de 2018.

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O Diário da Liberdade

Reflexões sobre a existência, a verdade e a vida.

1ª edição, junho de 2018.

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CLEITON S. D. LIRA

._______________***________________.

O DIÁRIO DA LIBERDADE REFLEXÕES SOBRE A EXISTÊNCIA, A VERDADE E A VIDA

Serra da Raiz

Junho de 2018

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O Diário da Liberdade

Reflexões sobre a existência, a verdade e a vida.

1ª edição, junho de 2018.

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*

Organização

.________________________________.

Cleiton S. D. Lira

Publicação independente

Serra da Raiz, Paraíba, Brasil.

._________________________________.

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O Diário da Liberdade

Reflexões sobre a existência, a verdade e a vida.

1ª edição, junho de 2018.

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ORGANIZAÇÃO

O DIÁRIO DA LIBERDADE REFLEXÕES SOBRE A EXISTÊNCIA, A VERDADE E A VIDA

SERRA DA RAIZ JUNHO DE 2018

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O Diário da Liberdade

Reflexões sobre a existência, a verdade e a vida.

1ª edição, junho de 2018.

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Copyright Page

Página de Direitos Autorais

Copyright © by Cleiton Duarte

Copyright © 2018 by Cleiton S. D. Lira

1ª edição, 2018

Direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998,

É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização,

Por escrito, dos detentores dos direitos.

Printed in Brasil.

Impresso no Brasil.

Material protegido pelo Creative Commons Brasil.

Direitos reservados à

Cleiton S. D. Lira

Rua Largo da Matriz, S/N – Serra da Raiz

CEP: 58260-000 – Serra da Raiz, PB, Brasil.

Tel. (83) 99339-7911

E-mail: [email protected]

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Reflexões sobre a existência, a verdade e a vida.

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Nada é mais imortal do que descobrir a imortalidade enquanto ser humano.

Assim sendo, o homem se torna imortal duas vezes: a primeira na dimensão da matéria,

E a segunda na dimensão espiritual.

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Reflexões sobre a existência, a verdade e a vida.

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Dedico este livro a todas as almas que buscam a verdade,

Assim como eu.

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Reflexões sobre a existência, a verdade e a vida.

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SUMÁRIO

.____________***____________.

Introdução._______________________________________________________________09

Parte I: A Verdade e a Incerteza da Verdade_____________11

Parte II: A Luta Interna e as Mentiras__________________________________________16

Parte III: Entre Luzes e Sombras______________________ 20

Parte IV: O Nosso Valor Para o Mundo________________________________________24

Parte V: As Vozes de Satã e da Inocência_______________ 28

Parte VI: A Viagem da Sabedoria_____________________________________________33

Parte VII: Arte, Lirismo e Catarse: O Símbolo da Mulher__ 37

Parte VIII: O Sacrifício e a Humanidade_______________________________________40

Nota Importante___________________________________42

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Reflexões sobre a existência, a verdade e a vida.

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APRESENTAÇÃO

.____________***____________.

Não há tantas palavras para serem ditas a respeito deste lacônico diário cujas

palavras eu depositei a natureza das minhas reflexões sobre a vida, sobre a incerteza das

coisas, sobre a verdade. Ocorre que este livreto não estabelece o paradigma absolutista da

verdade no mundo, como também não fornece as respostas para os principais mistérios da

vida: como a morte, a tristeza, o bem, o mal, o céu ou o inferno. Logo depois que este breve

livro alcançou o seu objetivo final, tive acentuadas dificuldades em escolher um nome que

representasse toda a amálgama complexa que envolvia a filosofia pessoal que, com muito

trabalho, tive o mérito de construir. No tocante a isso, acredito que o “Diário da Liberdade”

(Título) seguida do subtema (Reflexões sobre a existência, a verdade e a vida) venha a ser, a

título assertivo, ao que me prestei a construir, isto é, o nome mais adequado para representar

todos os traços que constituem a minha personalidade, tanto de escritor, como de pensador.

Não me cobrem o esclarecimento quanto ao sentido das assertivas que com tanta

pujência declaro em todo o livro. Assim como a arte não assume a responsabilidade de

fornecer provas cabais sobre a sua razão de existência, bem como o que dela provém, também

não tenho nenhuma obrigação em fornecer as provas do que acredito. Há duas correntes de

existência paralelas ao indivíduo: uma é a individualidade (intrínseca) e a outra a coletividade

(extrínseca). Somos seres individuais por dois motivos: primeiro porque geneticamente

salientando, nenhum ser humano terrestre possui as digitais – tanto das mãos, quanto dos pés,

iguais. Nem os parentes familiares possuem digitais iguais, exceto, esporadicamente, o „tipo

sanguíneo‟. A segunda colocação de nossa individualidade é a ideologia, a filosofia de vida

que nos rege. Ou seja, por mais que vivamos em sociedade, nunca seguimos a verdade de

outrem, exceto pela coercitividade do sistema.

O livro no geral busca discutir temas profundos sobre a posição do indivíduo com ele

mesmo, com a sociedade e, não menos importante, com o universo. Em minha concepção,

ainda simplória por sinal, estabeleço três sentidos de existência que engloba o ser humano: a

primeira delas é que nós existimos para outras pessoas e para todas as coisas criadas; a

segunda é que nós existimos por nós mesmos, na finalidade de buscarmos coisas para si –

marca de nossa individualidade. E a terceira é que nós existimos por que antes de nós já

existia uma existência, uma inteligência que nos criou. Involuntariamente o homem é levado à

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Reflexões sobre a existência, a verdade e a vida.

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busca de uma inteligência superior, de um Deus. E é essa busca que dá sentido a nossa vida, a

possibilidade de saber que todos nós irremediavelmente iremos morrer, mas que existe vida

após a morte. Para adentrar na esfera que me propus a fazer parte, é mister que você passe a

enxergar toda a humanidade como uma luta entre Luzes e Sombras – uma guerra que acontece

e que se vê, e uma guerra que acontece e que não se vê. Tente adentrar nessa guerra que não

se vê, mas que se sente.

O Diário da Liberdade representa, primeiramente, a liberdade do escritor que o

escreveu dia após dia. Representa o meu poder de criar, de inserir novas ideias, de

ressignificar a minha realidade, de construir mundos e destruir mundos em segundos.

Representa o meu potencial espiritual, o meu segredo íntimo que tenho com a vida, com a

dor, com a tristeza, com a felicidade. É a luta que desencadeia guerras sem precedentes,

filosofias que fazem pensar sobre quem somos o que somos e para quem somos. A liberdade é

positiva, todos nós queremos. No entanto, qual o preço da liberdade? Aonde tudo isso vai

parar? Qual será o desfecho dessa história? Final feliz, ou final trágico? O que é a verdade?

Onde está a verdade? Quem detém a verdade? Eis o mistério de nossa reflexão, de nossos

conflitos interiores, de nossas lágrimas derramadas em segredo. Eis por fim, o universo visto

da brecha de uma fechadura.

Cleiton da Silva Duarte Lira, Serra da Raiz, PB, Brasil.

28 de junho de 2018

A verdade absoluta é a diversidade!

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PARTE I

A Verdade e a Incerteza da Verdade

Não há verdade no mundo! Se há me diz que verdade é esta?

Ando errante por entre esses corações vazios...

Anseio por uma luz. Dá-me essa luz para que eu tenha vida!

Ora, que tantos universos são esses? Quantas almas doentes.

Gritem todas as vozes! Soem todas as badaladas desse sino...

Anunciem: o homem foi vencido!

– Eis louco? Que dizes disto? Quanta profanação.

Não consigo ouvir! Alguém por favor, por favor, ouça-me!

O tempo está querendo me encerrar! Não grite. Silencie-se...

Meus pais morreram; as casas de minha rua foram destruídas!

Não há mais arquitetos, nem pedreiros, nem homens e nem mulheres.

Já era madrugada de um dia que não prometia ser dia.

Não sei o que está havendo comigo!

Eu vivo! Porém, eles não me veem.

O que há? Diga-me! – “Não tens a verdade”...

Qual o segredo dessa mecânica misteriosa? Como ela se move?

Qual o sustento de vossas colunas?

Onde se foram todos? Onde estão os anjos? Os demônios?

E o amor? E a esperança? Pensei que tivessem alguma importância.

Tão trêmulo estou! Deito-me agora; fecho os meus olhos!

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A distância parece-me não ser nada...

Contudo, os loucos gritam por relatividade, gritam por socorro!

Longe de mim, os monstros me humilham! Dizem assim:

– Estás sonhando! Vê estas coisas? Não sabe o que é...

– Vê a singularidade das dimensões? Qual a razão de ser?

Pelo que somos motivados? Há existência? Se há o que é?

Há inexistência? Se há o que é?

Os nossos sonhos recriam todas as coisas...

Os nossos sonhos são a ciência da composição e da decomposição!

As lágrimas que escorreram por entre os meus olhos,

São as vossas lágrimas! É a expressão do que sinto, do que enxergo...

Perturbação, confusão, nada se propõe a simbiose esquemática entre nós!

O criador uno fez a criação diferente...

Aqui, sozinho e terno; transformo-me na chama de uma vela!

Sou aquele fogo! Sou intenso e, ainda, limitado.

A parafina chega ao fim, tal como a sua chama...

Disseram-me, para que eu não tenha medo:

– Haverá outras velas filho! Donde venho, sempre somos alimentados...

O nosso mestre sempre nos indica a origem do fogo!

Tudo isso é verdade? Tudo isso é real?

Até que ponto poderá vós, comprovar que tu mesmo existe?

Pensar é a prova que se existe? E quanto aos animais? Eles não pensam,

Pelo menos racionalmente... Eles existem?

Esqueçam essas perguntas difíceis!

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Faça-se uma viagem! É bom sonhar...

O mundo nos tira tudo: a nossa alegria, as nossas esperanças,

A nossa dignidade... Contudo, ainda podemos sonhar!

Todas as palavras são fabricadas para significar as coisas...

As coisas não existem! Nem as palavras que a significam.

Não existe inferno e nem céu...

O medo, talvez, nos faz sentir mais real!

Não dá para ter certeza! É lastimável...

Viver deve, com efeito, ser mais fácil!

Enganei-me! Enganei-me! Não consigo acreditar nisto...

Tanto pessimismo, tanto mistério, tantos cânticos tristes!

– Por que isto tudo? Não há motivos para sorrir?

Não! Ainda não. Alguns pássaros ainda estão presos!

A criança ainda não pode voar; o trem ainda não veio me pegar...

As nuvens parecem diferentes hoje! Nossa! Unie-me a grandeza.

Somos um! – Tolo! Será que eis cego? Não há conúbio, por que “tudo está em tudo”!

O sentido está em tudo, está no movimento, está no fluxo e no refluxo!

Não há mais verdade e nem menos amor do que abraço...

É tarde! Não quero mais pensar, quero desapegar-me das coisas!

Vê as pessoas? Elas estão sempre nos magoando.

Quero que me esqueçam! A lógica do mundo permanece imutável.

Dizem que tudo se transforma; isso é verdade.

Mas a natureza lança no tocante a sua criação, a diversidade!

É uma forma, talvez, de manifestar o poder do não-gerado!

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O Deus que sirvo não pode estar no mundo, nas corrupções!

O Deus que sirvo; que obedeço, não pode estar nas religiões,

Na boca de um mendigo, de um padre, de um pastor, de um monge;

O Deus que sirvo tem que ser mais que isso...

O Deus que sirvo não pode servir aos meus interesses;

Não pode ser autoadaptável! Não poder ser...

O Deus que sirvo não pode ser contradição, não pode ser mentira!

Ele não está ligado aos séculos, por conseguinte ao tempo!

Ele deve ser maior que isso! A ciência que existe – quer seja religiosa,

Quer seja científica, não pode expressar a ideia de Deus...

Se pudesse, o que seria Deus? O que seria essa ideia que é mais antiga e,

Sobretudo mais velha que o homem?

O infinito, a mortalidade, o intangível, seriam apenas palavras poéticas...

O Deus que sirvo não pode ser expresso por essas coisas;

Em face disso, digo: ele não pode ser expresso por nada, posto que nada o explique!

A luz é perene! Todos os rios levam ao mar...

Os planetas menores ficam sempre em torno do seu sol!

A gravidade maior é, por assim dizer, o exímio da singularidade...

Os séculos se repetem! As coisas, por sua natureza, são cíclicas.

A dizibilidade no âmbito das grandezas é vazia...

Uma pessoa pode tornar-se como morta mesmo estando viva.

A terra de nosso tempo e dos tempos anteriores são cemitérios não ditos!

As músicas entonam a tessitura da desgraça! Estúpido, louco!

As óperas dos tempos áureos da terra eram mais belas...

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O que houve com toda essa beleza?

A terra onde eu vivo transfigurou-se num bactéria, num vírus, numa doença!

As estações do ano não obedecem mais a nossa percepção!

As flores estão menos poéticas do que outrora.

Eu tento não ser louco, mas sou obrigado a isso!

Mergulhar nas tumbas do infinito tem um preço.

Você está pronto para pagar esse preço?

Anjos e demônios te aguardam!

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PARTE II

A Luta Interna e as Mentiras

Falaram-me em guerras, em impérios que se gladiam!

Disse, em razão do que parecia saber: – quero lutar com todos.

É preciso que eu me torne o mais forte. Alguém perguntou –

“ora, e por que queres se tornar o mais forte”?

Respondi-o – os mais fracos já foram mortos; expulsos do mundo!

Tão tenaz! Límpido e, sobretudo, transpõe-se a puerilidade de seus atos.

Mas é preferível que sejamos hábeis a mecânica do labor, do afã escravo.

O ofício do construtor é mais escravo e libertador do que a contemplação!

Imbecis! Hipócritas! Quereis enfrentar o que não tem razão de ser?

Quereis teorizar o interiorizável? Quereis, porventura, reconstituir a verdade?

A incerteza é o seu demônio reverso. Não podereis, hoje, afirmar nada...

A lógica do invisível funciona como um espelho!

Neste espelho transitam a sutileza do que talvez nós possamos ser;

Mas será que somos alguma coisa? E se não for alguma coisa?

O que será? Permeando pelo recôndito dessa magistral esfera,

Entorpeço-me na embriaguez dessa imensa luz.

Não obstante, infimamente chega até mim um fio dessa existência!

A loucura dos homens, disse os deuses, – se dá em razão da deficiência...

Há o esquecimento! Há o limbo...

Abstração essa que, na sua gentil função, incide venenos que matam homens!

Tudo parece ser explicado por palavras!

Nós não podemos aceitar outras coisas senão o que vemos.

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Não podemos falar de coisas que não sabemos, mas apenas das que conhecemos!

Deus não pode existir para vós, por que vós sois crentes no que vês!

– Não generalize! Há os que acreditam...

Podereis provar para nós o que acreditas? O que em verdade acreditas?

Acreditas em anjos que adornam o trono de Deus, numa ordem exímia?

Se crerdes na tua crença, sacrificar-se-á por Deus?

Diz-nos o que fazes no teu dia? O que fazes de ti?

Como podereis, vós, saber a extensão do que acreditas?

Falas em consciência, mas não sabes o que ela significa!

Falas em fé, mas não entendes o princípio da fé...

A prata dos mendigos da rua tem o seu valor maior que o deles...

Não tenho contra ti coisa alguma... O juiz julga! E a assembleia assiste!

O contubérnio do mundo enlouquece; a loucura produzida se multiplica.

Casas abandonadas! Que faz aquela pacata família morando na floresta?

Quem, por conseguinte, é capaz de sobrepor-se ao mal todos os dias?

O homem é um reprodutor de erros; nele, porém, tem selado verdades universais.

Entretanto, decorrente de seu sono ignorante, de nada ele sabe...

Há quem o desperte! Mas há, com efeito, quem o impeça!

Não são as coisas visíveis que nos preocupam, pois estas podem ser vencidas!

São, contudo, as que não vemos. É tempo de abdicar a inteligência!

É emergente a absorção da sabedoria em nossos magros corpos.

A energia ferve! O monstro quer sair para causar medo...

Não deixarei! Protegerei a mim, as pessoas.

O espírito luta numa feroz combate!

Quem vencerá? O que tiver mais força; sempre é assim.

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Não alimente o monstro, enfraqueça-o!

Eu caminhei pelas sombras, eu não sabia que havia luz!

De tanto andar, resolvi parar um pouco.

Logo descobri que eram as montanhas que estavam encobrindo o horizonte.

A luz do Sol, assim que viu as células da terra que se haviam ressuscitado,

Despontou no firmamento. Seus raios negligenciaram as montanhas!

Nove raios desciam por entre as montanhas para abençoar-me...

Vi que a luz existe! A escuridão é apenas um estado a que chegamos!

Com um desdém aterrador, meus inimigos me perseguem!

Por que me perseguem? Por que passei o fogo para as velas.

Sou um bruxo, faço magias e feitiços! Sou condenado pela ordem do erro...

Culpem-se todos aqueles que não tinham o fogo!

A história de morte conta as lendas e faz os mitos e as tradições!

Que ponto de nossa existência a origem do erro pode ter dado certo?

Com um declive imperador, o erro se transformou e Satã o vestiu com outras vestes;

Assim sendo, o homem ama o erro pelo império da inconsciência!

Somos escravos mesmos sem sabermos de nossa escravidão.

Parece-me que a transformação é vil; cruel a si própria!

Qual será o preço por essa evolução? “Tudo evolui”, conclama a massa...

Todavia, será que não houve uma naturalização do erro?

Na vanguarda de minha solidão perpétua, ordeno que se erga a haste,

Para que decretem imponentemente o progresso da profanação sobre o mundo!

Supõe-se que Satã venceu, ante o afã de suas lutas pela terra...

Ah! Quanto sangue já fora derramado!

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Nesse declive ordinário e sem precedentes,

Conservaram-se nas culturas, o ofício do Diabo!

Tudo parece revelar que o homem sempre lutou pela liberdade.

Jesus venceu o Diabo no deserto, Buda alcançou o Nirvana e venceu o carma... Eu nada!

Não sei para onde quero ir! Eu posso decidir?

Das torneiras de meu rústico banheiro, saem às águas que enchem os rios.

Mas essas águas podem ser facilmente contaminadas, pois a fonte é sinuosa!

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PARTE III

Entre Luzes e Sombras

Adora-se a sombra por que não se conhece a luz!

Se soubesses de onde vem à luz, adorá-la-ia...

Não conhecendo, encerrar-se-á nas trevas!

Procuro a luz! Ainda estou tentando.

O mestre disse que tudo está em mim!

Assim sendo, eu não poderia encontrá-la-ia,

Mas a despertaria. É crível? Mostra-se na fé!

Os meus pesadelos são consequências, são desvios.

Os demônios só existem por que os criamos!

Deus criou o homem e o homem os demônios.

Caim marcou a terra com o sangue e o sofrimento;

Iniciou-se, por sua natureza, o infortúnio e as doenças!

Há cicatrizes que nunca se curam, pelo menos na terra.

De onde vêm as ideias que compõem esses versos?

De que ruptura temporal e universal jaz tanta veemência?

Quero, doravante, que se torne preferível à dor!

Precisamos nos lembrar! Nunca devemos esquecer.

Em algum recanto ínfimo e opaco, o nosso cérebro armazena a nossa vida!

Quero lutar comigo mesmo para me lembrar de quem eu era; quem eu sou.

O que poderei eu tornar-me?

Estou cansado do futuro, do passado.

Eles nunca chegam! Parecem-se fundir em camadas.

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Não quero viver no passado e nem esperar o futuro!

A vida é agora! Quero vivê-la.

O pensamento sobre a morte nos finda; retrai-nos a decomposição!

As noites em que não durmo direito, penso no fim ao qual se destinam os corpos.

Dizem-me que tenho espírito e que sou imortal! Já sei disso...

Sinto verdadeiramente que deva existir estados de consciências!

No entanto, não quero apenas saber o que a palavra “imortal” designa,

Quero sentir a sua potência, a sua autoridade.

Quero sentir que ela está em mim, pulsando nas minhas veias;

Quero fazer milagres! Expulsar demônios. Quero, por fim, transpor o meu espírito!

Não sei o que me tornei e tampouco saberei o que me tornarei...

É irrisório! Não podemos ter certeza.

O mundo é um lugar de opiniões; todos estão defendendo uma verdade!

E na resolução desse algoritmo complexo, o resultado é sempre um: estamos errados!

Universos que se chocam e não decodificam a singularidade diversa!

Guerras se iniciam! Revoluções se iniciam! O sangue é derramado.

Numa conversa com amigos sob um convidativo café,

Talvez eu encontre mais verdade que na escola e na igreja de pedra!

Uma oração em um sítio de cajueiro sob a ordem dos ventos,

Talvez cure mais doenças que toda a ciência dos homens...

O doce abraço de minha esposa me proporciona mais amor!

Posso sentir o universo acontecendo em um beijo de amor.

E daí se eu não tiver nenhuma verdade? E daí se eu tiver a verdade?

Serei mártir de qualquer forma...

Mataram Jesus Cristo e certamente o matariam hoje!

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O mundo odeia a luz! Eu luto para não nega-la.

Quero ser salvo, como dizem os evangélicos!

Todos nós queremos! O nosso Deus “deve fazer a nossa vontade”!

A lógica do mundo é diferente da lógica de Deus.

Jogo de ironias, peripécias lúdicas! Ah! Ah! Ah!

Sedes justos uns com os outros!

Descobri que não há justiça no mundo, apenas a reprodução do erro...

A repetição orgânica do erro tornara-se uma prática, um dogmatismo!

Classifica-se o bom homem pelo chavão: “o que nos torna humanos são os erros”.

Em face disso, nunca tentamos ser melhor que nossos erros; caímos no ócio!

O homem se conformou com o erro e por isso já está condenado...

Legitima-se quase tudo; o preconceito, a carnificina, tudo!

O que é ser humano? Dominar o poder da comunicação se apossando da arte da linguagem,

Como afirma com tanta altivez os teóricos da literatura, da linguística e da Semiótica?

Produziram milhares de livros sobre a comunicação,

Mas nenhum sobre a transcendência disso...

Dá-se ênfase para inúteis e supérfluas ideias!

Em suma, os dias passam e elas de nada serviram...

Submergiu-se a luz, a beleza; deu-se lugar as cinzas!

Aos frangalhos espalhados pelo chão de uma rua qualquer.

A ciência é o brilho do novo mundo, o mundo ama a ciência!

Somos seres evoluídos! Os dados comprovam que a saúde melhorou...

A educação melhorou! Hoje estar melhor que outrora...

É verdade! Indubitável!

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Reflexões sobre a existência, a verdade e a vida.

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Uma coisa é sempre resultado da ação conjunta de outras coisas!

Bem, Jesus dizia exaustivamente – “O Fim está próximo”.

Que fim é este? De que? De quem?

De que broto incidiu essas consequências atuais?

A reincidência deste erro deve ter se fundido, por convenção.

Que besta do apocalipse é essa que São João fala?

A resposta para tal pode ser: o homem destruirá a si mesmo.

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PARTE IV

O Nosso Valor Para o Mundo

Sobre as suas patologias mentais, não quero comentá-las.

Do que vale o que sei, se o que sei não vale nada para vós?

Somos elevados ao cume do esplendor por outrem; no entanto,

No dia seguinte somos reduzidos a esterco!

Qual a minha importância? Que relevância, pois eu tenho para o mundo?

Entre bilhões de corpos, agindo diferente, pensando diferente,

Vejo! Não o sentido, mas uma desordem... Ora lágrimas, ora sorrisos!

Somos recriados e vestidos por outros homens! Eles nos ressignificam.

Mata o que somos e depois nos possui!

O princípio nunca foi de tentar, de lutar mais vezes;

De esclarecer e de ser esclarecido. Ao contrário!

Queremos ser livres; viver bem...

Devo ter nascido no tempo errado, em século errado!

Na reencarnação cíclica de meu espírito,

Ele deve ter pulado uns degraus a mais no futuro!

Esqueceu-se de reencarnar em um camponês do século IV a.C.

– Porventura estarás louco agora? Como podes dizer isto?

Oh meu amigo! Se acalme. A expressão da minha loucura,

É a demonstração ínfima de minha imperfeição!

A terra é um plano denso de contradições carnais...

O mal, por sua vez, é feito de carne!

O diabo talvez seja mais de carne do que espírito.

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Os raciocínios se gladiam; a razão é confundida.

Nunca chegamos a uma certeza... Somos movidos pela incerteza!

Um milagre não pode ser tão real a menos que se prove.

Uma teoria não transpõe a experiência, mas a ideia!

Os corpos não brilham, tal como os sentimentos áureos.

E se pudéssemos saber o que o outro sente?

– Não represe essa premissa em face de uma simplória questão!

Falo de provas cabais... Uma das razões de o julgamento existir é este:

Não somos capazes, ainda, de saber absolutamente o que outro sente!

Deus, hierarquias de anjos, universos infinitos, e etc., não são reais,

Uma vez que estão presos temporalmente pelas teorias!

As civilizações não foram edificadas para se absolutizar em Deuses.

Se fosse, até o dado momento seria normal crer em Deus, conversar face a face...

Todavia, não é assim que se procederam as coisas!

É possível sentir a potência de nossa existência?

Digo-lhes que sim. Um mestre me disse que eu tenho que fugir para dentro;

Experimentar a natureza da minha imortalidade, da minha singularidade!

Ah! Eu vivi... Posso dizer que vivi; experimentei, sem dúvida, a imortalidade...

Entretanto, senti-a por um curto período de tempo!

Para mantê-la é preciso que se eternize a sua união com a fonte.

Todo sol tem um núcleo! Todo enigma tem uma resposta.

Busco essa resposta, esse núcleo para resolver esse enigma!

Falemos um pouco mais desse enigma!

Imaginem estar preso dentro de uma caixa;

Em seguida, você sai da caixa e ver que envolta existe um mar...

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Esse mar é a liberdade! É o infinito.

O criador tirou-me da caixa em muitos momentos!

Vi o mar, as belezas, os anjos...

Contemplação! Paz! Harmonia! Equilíbrio! Nada o qualifica...

Nós só temos que responder a uma pergunta:

Como posso viver no paraíso, estando no inferno?

Interprete-se como quiser! O enigma foi dado...

Quando encontrares a resposta, terás encontrado a imortalidade!

Todas as coisas são apenas ideias; mas quando elas se manifestam,

Deixam de serem ideias e se tornam justiça, verdade, às vezes!

A verdade é isso: a perfeição sem contradição.

É quando uma ideia vem à luz sem o ímpeto das trevas!

Vê-se por que a “verdade” do homem não pode ser verdade.

Vê-se por que o mundo não pode ter verdade...

Porém, quando a perfeição vier, tudo se transformará!

O fim de uma coisa deveria ser comemorado, uma vez que não é fim.

Se o fim existisse, então todo o universo está morrendo!

Não existirá, deste ponto de vista, a regeneração.

Não acredito nessa gente de pouca fé!

Creio na vida! Creio no que o criador fez-me conhecer.

Já voltei muito! Blasfemei demais o santo caminho.

O meu sofrimento, a minha crise existencial, multiplica-se...

E não há ninguém nesta terra que a cure!

Pois o meu espírito anseia pela luz.

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Temos tão pouco tempo para encontrar essa luz...

Os dias passam e me pego numa tristeza muito grande!

Tenho medo! Medo de não conseguir; de partir sem vê a luz!

Mas não desistirei! Sei que estou no caminho certo.

Sofrerei em nome do amor!

Pelo amor eu sofrerei.

O que quereis a mais que o amor? Ele é absoluto.

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PARTE V

As Vozes de Satã e da Inocência

Quem eu sou? Quem eu era? Perdi-me.

Ah! Talvez eu tenha mergulhado muito profundo;

Ao passo que não sei mais por onde voltar!

Aqui onde estou não há ninguém...

Não há nada além do escuro; estou com frio!

O vento que não é vento respira medonhamente.

Tento não perceber a sua presença;

Pois a sua presença é estranha!

Satã quer vencer! E como ele quer vencer?

Sempre que transgrido os meus limites, há um preço.

Portais são abertos; demônios ficam envoltos de mim!

Parece-me que o suicídio, algo diabólico, é o preço...

Acalmem-se todas as vozes! Não sou tão imbecil assim.

Satã tem a espada da fatalidade, apenas.

Eu tenho a espada da vida e da fatalidade para governá-lo!

O espírito de verdade é a lanterna de que preciso.

Rasguei meus livros, minhas roupas e tudo que me veste!

Fiz poemas novos, poemas de vigor; quando pensei que o inferno estava vencendo.

Ele, na verdade, estava se dissolvendo! Diluindo-se lentamente...

Sabe o tempo? Ele é uma maçã boa que vai apodrecendo.

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Vi quando criaram o tempo! Nós homens, precisamos destas coisas.

Estranho demais tudo isso.

Deus é atemporal! Nossos corpos são temporais.

Nosso espírito é atemporal, porém, não temos consciência.

Quem eu sou? Sou resultado do afã dos “Eus”.

Sou possuído, preciso de um exorcista!

A humanidade precisa de exorcistas...

A sociedade me contaminou!

Mas sabe o que percebi? A vida é mais simples que isso.

A lógica do mundo me ressignificou.

Quando eu era criança eu não era assim, eu era feliz!

Quer dizer que a singularidade da felicidade está na humildade.

Uma criança em nada se preocupa! Não julga o que vê,

Não condena ninguém; não sente raiva, nem orgulho.

Não é vaidosa e nem perturbada... É a plenitude!

A criança fala a língua esquecida por nós: o amor!

Devemos aprender com as crianças!

Não deveria ser o adulto aquele quem ensina as crianças,

Elas que deveriam nos ensinar...

Vivíamos num paraíso! Fomos expulsos por que pecamos.

O pecado de nossos semelhantes, vindo de suas tradições,

Mata não apenas o corpo, mas a alma e o espírito!

O tempo passa, a criança cresce e se esquece do que ela era.

O paradoxo é esse: devemos retornar ao estado de criança para nascer!

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Nascer de novo significa vencer o mundo e incorporar a serenidade!

Significa dizer ao mundo o que Jesus Cristo disse: “eu superei este mundo”.

Superar o mundo é superar a si mesmo. Eis a razão por que somos o próprio Diabo!

Só temos consciência do diabo quando se levantamos contra ele.

Temos pecados tão enraizados, tão profundos que eles habitam na inconsciência!

Para vê-lo, senti-lo, é necessário olhar para dentro...

Ele não irá falar! Pois a ideia de pecado é permanecer, roer-nos!

Viciar-se no pecado é uma fatalidade a que nos sujeitamos!

Mas acredito na beleza. Nem tudo está perdido...

O canto dos pássaros, o vento batendo nos coqueiros às 5h da manhã,

Faz-me lembrar do quanto à vida, em sua essência, é perfeita!

Peguei as minhas sandálias e as queimei no fogo.

Decidi ser mártir ao tempo que me reste no seio da terra...

Ao fazê-lo, corro o mais rápido possível, até os meus pés calejarem!

Chegando a um cemitério, pego uma pedra que está no chão, e com a pedra eu falo:

Eu estou pensando em você, ou é você que está pensando em mim?

O que me difere da natureza de uma pedra?

Talvez seja por que ela é imóvel e nós, ativos...

Tudo o que conhecemos, são coisas que existem em nós mesmos.

Ao mesmo tempo em que somos imitadores, somos reprodutores;

Mas não é apenas isso, somos também assassinos de corpos e de sonhos!

As palavras são como flechas, elas podem matar tanto quanto uma arma mortal.

A minha existência, baseada no que eu vejo, não enseja o sentido da vida.

A morte é bela, é implacável e inevitável ao nosso destino.

O determinismo só é absoluto na morte!

Não existe unidade perfeita!

Como eu descobri o que é perfeito e absoluto?

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Num dia de domingo peguei o machado e cortei uma árvore,

Naturalmente ela veio ao chão...

Quando ela caiu, eu poderia associar diversas teorias sobre o corte da árvore.

No entanto, foi aí que eu percebi a diversidade das possibilidades.

Assim sendo, a diversidade é o absoluto! Isso explica por que tudo é diferente.

Mas essa diferença só serve de consolo para a inteligência, para a ciência.

E quanto às coisas primordiais? E quanto ao que realmente dar sentido?

Ainda triste pelo movimento da inconsciência sobre o mundo,

Fui até uma praia... Cheguei à praia e fiquei fronte ao mar!

Agachei-me e pus um pouco da areia sobre as mãos,

E soprei o mais forte que pude com o ar que guardei em meus pulmões.

Depois que toda a poeira se foi, eu vi uma grande pedra de fogo cair no mar!

E lá longe, bem além do horizonte distante, uma onda gigantesca se formava.

Eu sabia desde então que não adiantava mais correr, por que eu ia morrer.

Eu não tinha mãe, nem esposa, nem amigos e nem conhecidos e nem inimigos!

Ninguém, pois estava comigo... Eu ia morrer sozinho...

E o que importa? Tudo o que importa; tudo o que é verdade, é o momento que se vive.

Naquele momento nada mais me importava, aquele momento era absoluto!

Mas tudo foi um sonho! Acordei antes de morrer...

A minha voz profere palavras sem sentido, sem nexo.

De essência, tudo o que existe, existe para si e não por outra coisa!

Criamos as palavras e damos-lhes sentido. Criamos teorias, hipóteses...

Um conhecimento querendo provar outro conhecimento.

Nada é real totalmente! O real é só uma palavra e sempre vai ser.

Quando esse planeta se explodir, terá se perdido para sempre toda a história,

Cultura, conhecimento, razão, tudo... A verdade morre! A ciência,

Bem como a religião morre.

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É triste saber que não irei mais ouvir aquela música dos anos 80...

Sempre entre 22h e 00h00 da noite, ouvia os romances internacionais.

Música que dava gosto de ouvir. Despertava-me a nostalgia do passado!

Sabe aquela saudade do que não se viveu? Eu tenho dessas coisas.

As minhas palavras podem ajudar ou destruir alguém...

E o medo? Ah, esse demônio das ruinas que a todos assusta!

Mesmo sabendo disso, não tenho medo, mas tenho coragem!

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PARTE VI

A Viagem da Sabedoria

Numa viagem despretensiosa a uma cidade qualquer,

Fui para enganar-me e ilusionar-se com a minha tristeza, o meu vazio.

No caminho, sentado no quinto banco do ônibus, vinha-me ideias adversas sobre a vida!

Aonde quer que eu fosse o dissabor fundido com a amálgama atroz do mundo,

Declarava guerra contra a minha vontade em meus próprios pensamentos...

A minha existência é tão profunda, que nem mesmo o pensamento de suicídio daria sentido.

A morte voluntária é sempre o resultado do limite superado da dor numa vida humana!

Busco o meu limite, mas ainda não encontrei... Tenho medo de encontrá-lo!

Eu não vivo por mim, eu vivo por outras coisas!

Aqui na terra temos de se apegar as coisas para que elas tenham sentido, valor.

Casar-se, ter dinheiro e riquezas, trabalhar, divertir-se; tudo parece artístico.

Já faz tempo que não penso nessas coisas, que não sonho com essas coisas.

É como se essas coisas tivessem sido apagadas, incinerada de dentro de mim!

A vida tal como se sonha, tal como se percebe aos nossos olhos, é um teatro!

Estamos sempre trabalhando e trabalhando, para ser livre...

Se as coisas não são o que são, então o que são?

É irrisório pensar nessas coisas! Talvez nunca cheguemos a uma resposta.

Ninguém quer ser herói, pois os heróis morrem.

Mas antes de serem mortos, são torturados, humilhados e presos.

O maior infortúnio que um herói recebe quando chega a sua patente,

É a consciência! Diria um mártir “Queria nunca ter tido consciência”.

Seria a consciência o veículo primeiro do casulo?

E de tanto falar na minha mente, ali sentado no ônibus,

Pedi para que o condutor parasse para eu descer...

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O ônibus foi embora e eu fiquei no meio da estrada, com um cigarro,

Umas bolachas e um fósforo. Vários carros passavam, mas eu não queria carona.

Segui andando e andando... Encontrei uma enorme extensão de terra repleta de trigo.

O sol estava radiante, mais radiante é o brilho dourado com que atingia o trigo!

E o que eu fiz? Fui ser criança... Olhei para tudo ali e imaginei a humanidade.

Gritei o mais alto que pude: será que tem alguém me ouvindo?

Alguém aí com a verdade poderia vir até aqui e me dá-la?

Ninguém respondeu! Então me tornei um Deus, pois eu tinha a arma exterminadora.

Acendi um fósforo e pus fogo em todos aqueles hectares de trigo.

E quando as chamas ardiam em colossais labaredas, eu dizia:

Eu sou Deus! Eu sou Deus. Vocês não vieram até mim, mas o meu fogo foi até vocês.

Dias depois, aquele campo extenso adornado pelo amarelo-ouro, ficara escuro.

E é essa escuridão que eu vejo entre os homens, todos estão errados.

Andei um pouco mais e cheguei até a cidade que eu escolhi ir.

Comprei um suco e sentei num banco em baixo de uma árvore e olhei as coisas.

Vi um cachorro doente, um velho homem sentado no muro de uma padaria,

E a moça grávida sentada em baixo de uma tenda.

Vendo isto pensei: que escolhas o levaram até ali?

De onde veio o cachorro? Quem o abandonou? Por que ninguém o salva?

Há tantas pessoas com tantas riquezas... Por que não dividem?

E o velho homem? Onde estão seus filhos, esposa, amigos?

Por que as pessoas não o ajudam? E a moça grávida?

Onde está o pai da criança? Onde está a humanidade?

As propagandas da TV não são verdade?

Ao ver aquele cenário desolador que se orquestrava perfeitamente,

Mais raiva eu sentia de nós mesmos... Foi aí que decidi acreditar numa coisa:

O planeta terra seria mais bonito e belo, apenas com os animais.

Se não existem homens, não existiam guerras, nem doenças, nem coisa coercitiva alguma.

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Certamente aquele cão abandonado estaria forte e robusto, e não passando fome.

Certamente não existiria nem uma mulher abandonada com o bebê em baixo daquela tenda!

E o que dizer daquele velho? Ele também não estaria ali.

Será que vale mesmo apena ser um ser humano?

Os mesmos que defendem a humanidade são os mesmos que defendem o erro.

Ora, eu não defendo a humanidade, sou contra ela.

Eu não defendo o erro, eu mostro como ele é!

Uma vida sem sentido talvez seja a melhor vida que podemos ter.

Aqui a materialidade se encerra junto com a possibilidade do subjetivo!

Tentei salvar muitas pessoas, mas fui morto por elas!

Eu poderia ter vivido tantas coisas, ter sido jovem, criança e adolescente.

Perdi tudo isso! Tudo eu perdi por querer ajudar a humanidade.

E a humanidade, por sua vez, não queria ser ajudada de forma alguma!

E como não tinha mais volta, fui execrado pelas forças invisíveis!

Tudo corria diante de minhas mãos. Por mais que fosse exímio num ofício qualquer,

Tudo sempre dava errado! O erro tornou-se a verdade.

E quando bateu às 17h15 da tarde, peguei o ônibus e segui o mesmo trajeto.

Para onde eu vou apenas algumas pessoas conseguem ir.

Mandei-o parar num lugar qualquer entre o sol e as constelações de meteoros.

Resolvi andar pelo tecido do universo para sentir a ausência de ar,

E a homogeneidade do infinito... Do que não é nem frio e nem quente!

Tudo é alguma coisa! Os nomes, os sentidos, são alguma coisa.

E quanto mais nós investigamos essas coisas, chegamos à conclusão do supra-humano.

E lá de longe, há alguns anos-luz da terra, enxerguei-a como uma poeira,

Uma célula abandonada. O que somos? Nós só somos grandes entre os homens.

Enquanto estivermos resumidos a materialidade térrea, não seremos mais nada, além disso!

Sentir a incompetência, uma espécie de ceticismo absoluto, é fácil.

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Transcender entre a humanidade deve ser o maior desafio de um espírito!

Todos os mestres falavam e ainda falam de infernos interiores.

Mas a interioridade não existe por si própria, senão por uma causa exterior.

Uma esponja não contém água por si só, ela teve de absorver para concentrar a água.

Assim somos nós, seres estranhos, absorvedores, imitadores e reprodutores de agonia.

Não é a nossa essência, é uma consciência das deficiências que temos,

E que esporadicamente conseguimos superá-las.

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PARTE VII

Arte, Lirismo e Catarse:

O Símbolo da Mulher

Escrever sobre a expressão, a forma e o símbolo da mulher, é insano.

Pois em respeito a exímia beleza, não tendo a inteligência para o arranjo de palavras seletas,

Tornar-se-á um insulto, um pecado expressar em palavras o intangível.

O que Deus estava pensando quando criou a mulher?

Teria ele moldado com as próprias mãos tal criatura virginal?

Teria Deus criado uma sustância única e inédita para a mulher?

Não sei bem responder a tais questionamentos.

E não conheço, é de se afirmar, ninguém que seja tão ousado para responder!

Os traços do corpo deste ser antagônico ao homem,

Delineia a concepção da genuína inspiração...

Que homem atreveria a dizer: eu não preciso de uma mulher?

A razão primeira, no prisma da grandeza universal,

Moldou este ser cuja forma é a energia oposta ao homem,

E que sem essa outra metade, o homem nada seria!

Ao tocarem-se os corpos contrários, sente-se a energia condensada;

Volátil, instável... É o espírito inconsciente querendo dobrar o tempo,

Quebrar as correntes orgânicas da matéria e unir-se a luz desta ciência desconhecida:

O amor entre o homem e a mulher.

Nas minhas orações matinais, sob o hibernal vento e o cantochão da natureza,

Deixo escancaradas as janelas da cozinha, em seguida, direciono os meus olhos para o

horizonte.

E o que vejo? E o que sinto? Sem a companhia de um amor, de uma mulher,

Aquele horizonte não tem brilho... É como se aquele fogo disseminado pelos céus,

Fossem, a meu ver, cinzas de um vulcão; rondando pelo céu sem saber para onde ir.

No entanto, ao abraço de minha mulher, novamente direciono os meus olhos para o horizonte.

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E o que enxergo? Sabe aquelas correntes de fogo desenhado por entre as colinas,

Tenho dentro de mim que são os cabelos da alma duma mulher que,

Deixando transparecer um pouco de sua verdadeira forma, encanta-nos como uma verdadeira

magia. Algo transcendental.

O beijo sincero duma mulher que cativa o amor,

É como a experimentação de todos os sabores existentes no mundo!

Viajam-se mundos parado num mesmo lugar...

A magia transposta, quase que de forma inconsciente,

Num abraço de uma mulher que lhe ama,

É a experiência mais real com a natureza do divino...

O inferno some! As preocupações se dispersam.

O coração orgânico interpreta as informações do sistema nervoso,

A adrenalina aumenta e o coração acelera.

É sinal de que lá no âmago existe o epicentro do que é a verdade!

Mas como assim? Toda verdade tem um centro, tem uma razão de ser.

Tal como a literatura, a verdade responde por ela mesma, é única e imutável!

Não há variações, posto que ela seja invariável.

A excentricidade é a marca do homem, a passividade é a marca da mulher!

É passiva não no sentido “feminino”, mas no poder sentimental.

O homem complica tudo... A mulher descomplica!

O homem é complicado, bruto como uma rocha. A mulher não;

A mulher não dá muita importância para o conhecimento pragmático!

Esporadicamente se há as que se apegam ao excêntrico,

É por que certamente se desvencilharam da sua real natureza.

A mulher é a ponte de equilíbrio que “desconcerta” o homem.

É a ciência cujo mistério a matemática mais avançada não enseja uma solução.

É mais filosófica do que científica, e mais divina do que profana!

Ah, a maldita história do Gênese...

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O preconceito hierárquico provém dum livro cujo autor se perdeu no tempo,

Cuja veracidade pode ser contestada, pode ser sinuosa.

“O homem deve dominar e a mulher deve obedecer”.

Frase que perde o seu sentido até para a razão do próprio Deus.

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PARTE VIII

O Sacrifício e a Humanidade

O sacrifício pelo outro é uma forma suprema de humanidade.

A transformação depende muito do que somos capazes de fazer de nós mesmos!

Andei o mundo, visitei a comunidade mais pobre até a comunidade mais rica;

O que eu vi? Quais são as minhas conclusões a respeito?

Aluguei um quarto e acendi o meu cigarro como de costume.

Em seguida traguei-o até o fim, por conseguinte,

Pus as cinzas que sobraram no cinzeiro.

Vê as cinzas que estão no cinzeiro sobre o centro da sala?

Eles são todos aqueles que vivem no relento, perdidos e fadados ao fracasso.

São pessoas – seres humanos – que vivem entre nós, mas que,

No entanto, são invisíveis a própria sociedade!

– Meu Deus, aonde nós chegamos...

Ouço o sussurro dos inocentes, dos teus filhos.

Logo pelas horas mortas da madrugada peguei meu casaco e sai.

As luzes dos postes arquejavam fracas, revelando a imortalidade da noite!

Deitei-me no asfalto de uma rua qualquer, mandei o guarda apagar as luzes.

Para que deste modo eu pudesse contemplar a soberania dos céus: as estrelas.

Olhando para elas, perguntei-me se elas pensavam da mesma forma que eu!

Mas é claro que não pensam, e nem poderiam...

Tudo é diferente, aleatório.

A vontade que dá na gente, bem lá no âmago,

É de sair voando por aí, como as borboletas e as aves.

Dá vontade de unir-se ao universo... Ser um sol, uma energia!

É uma tortura sentir a imortalidade das coisas, e não sentir a própria...

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Queria ter consciência da minha existência, do meu poder!

Queria ser alguém importante, alguém que pudesse abalar o mundo.

Queria fazer grandes coisas... E não apenas ficar fadado ao simplório!

Eu não nasci para encerrar-me em coisas tão pequenas; eu nasci para vencer!

Todo o conhecimento produzido entre os homens,

Nunca guardará a verdade fundamental da vida.

Pois são esses mesmos conhecimentos que nos matam,

Abandonam-nos, nos fazem sofrer.

O conhecimento entre os homens não tem sentido algum.

Duvido até do que escrevo, do que penso, do que sinto!

Seriam mui contraditórias as assertivas que proponho como paradigma da verdade.

O objetivo nunca foi de introduzir uma verdade absoluta sobre o nosso mundo,

Mas de descontruir todo o conhecimento humano, feito por homens...

As nossas leis, a nossa cultura, crenças, costumes e etc., não servem para dizer o que somos.

Está longe disso! Tudo isso serve para limitar o que nós somos: seres espirituais.

Não falo de religiões, seitas, ordens secretas ou algo do gênero,

Falo de coisas que estão aí, espalhadas pelo globo.

Nós sofremos por que não conhecemos a ciência da dor.

Qual o sentido de chorarmos ou lamentarmos a morte de outrem?

O sentimento de perda é inconsciente, ou seja, a inconsciência é natural.

E isso está errado! Se aprendêssemos a sofrer, não lamentaríamos a morte.

Se aprendêssemos a sofrer, não perderíamos tempo com tanta besteira...

Se ao menos fôssemos humanos: odiaríamos as festas.

A que estás comemorando mesmo?

Para suportar o infortúnio das coisas, temos de nos distrair.

Para tanto é que criamos o mundo das possibilidades...

A luxúria e o deleite nos prazeres da carne.

Tudo uma forma estratégica de camuflar a nossa dor.

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O Diário da Liberdade

Reflexões sobre a existência, a verdade e a vida.

1ª edição, junho de 2018.

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Nós deveríamos estar mudando o mundo para melhor!

E o que estamos fazendo? Estamos tentando provar o que?

Se Deus existe e se, por isso mesmo, ele pode rir,

Então ele deve estar rindo com demasia de sua criação...

Por que somos a única espécie consciente que consegue destruir a vida,

Quando podíamos aprimorá-la e compartilhá-la com o próximo.

NOTA IMPORTANTE

Perdoem-me todos se porventura notarem alguns erros de grafia ou acento gráfico.

Dado as muitas obrigações com a vida rotineira na universidade, não tive tanto tempo para

realizar as correções devidas. Tendo esta primeira edição certo número de erros, será

publicada uma nova edição contendo as devidas correções. Se caso detectarem erros nesta

obra, comuniquem-se comigo pelo e-mail: [email protected]. Estarei à disposição para

responder a todos.