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O Doce Mel - Final

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  • O Doce Mel apicultura e produo artesanal de mel

    Cmara Municipal de Vale de Cambra

    Alexandre Rodrigues

    Novembro de 2012

  • NDICE

    1. Introduo ..................................................................................................................................... 3

    2. O mel dos tempos... .................................................................................................................. 4

    3. As abelhas .................................................................................................................................... 8

    3.1. Anatomia ............................................................................................................................... 8

    3.2. As colnias .......................................................................................................................... 10

    3.3. Fecundao e postura ....................................................................................................... 11

    3.4. Ecloso, desenvolvimento de larvas e suas metamorfoses ...................................... 12

    4. A Apicultura ................................................................................................................................ 13

    4.1. Fixismo .................................................................................................................................. 15

    4.2. Mobilismo ............................................................................................................................ 19

    5. O Padre Manuel Sousa ........................................................................................................... 23

    6. Guio para uma exposio .................................................................................................... 25

    7. Bibliografia .................................................................................................................................. 26

  • 1. INTRODUO O conhecimento e registo das tcnicas artesanais uma das competncias consagradas no projeto instaurador do Museu Municipal, no sentido de proteger e valorizar o patrimnio material e imaterial do concelho de Vale de Cambra.

    Tirando a ltima metade do sculo XX at ao presente, Vale de Cambra foi sempre eminentemente rural, ligado explorao dos recursos agrcolas e pecurios. da que vem toda a atual prosperidade e toda a sua fora.

    No fossem, por exemplos, os manteigueiros obstinados no existiria o desenvolvimento de uma indstria de laticnios como aquela que existiu em Vale de Cambra. Com o tempo e as suas mudanas, da decadncia dos derivados do leite, da demanda de mo-de-obra dos campos para o tecido empresarial que se foi desenvolvendo no concelho e da emigrao, o vale dos laticnios tornou-se no vale do ao inoxidvel.

    Da ser importante esta viso de preservao de um conjunto de tradies identitrias da populao cambrense, cuja cola enquanto corpo social est a. Ainda temos na memria muito destes dois mundos, um olhar que dificilmente as geraes futuras conseguiro ter.

    O mel e a apicultura, embora no seja atividade exclusiva do nosso concelho (tal como tambm no o era a produo de manteiga e de laticnios), acaba por ser uma prtica comum e a diferentes escalas. Uma ao nvel do uso privado, normalmente associado aos cortios e a umas quantas colmeias mobilistas. Outra ao nvel das produes mais alargadas, de cuidado mais profissional e otimizao dos enxames.

    Assim propomos que se conhea mais a fundo este mundo das abelhas e das artes de produo do mel, com vista realizao de uma exposio sobre este tema no Museu Municipal de Vale de Cambra.

    Finalmente um agradecimento ao sr. Ernesto Sousa, apicultor de Vila (Freguesia de Cepelos, pelo auxilio prestado na realizao deste trabalho.

  • 2. O MEL DOS TEMPOS... A produo e utilizao do mel tm uma histria muito longa e variada, cujo uso em grande parte das culturas vai alm da alimentao. Facilmente percebemos um certo fascnio pelas abelhas, cujo labor oculto resulta no doce dos doces o mel.

    Eva Crane, no seu livro The Archaeology of Beekeeping, refere que a recoleo do mel ter ocorrido h pelo menos 10.000 anos. Vrias so as descobertas arqueolgicas associadas atividade, como uma pintura encontrada na gruta de Cuevas de la Araa, Valncia (Espanha), datada do Mesoltico, representando mulheres que colhem mel de colmeias naturais.

    Para se obter o mel organizavam-se autnticas caadas, tarefa rdua uma vez que as colnias de abelhas se instalavam em locais de difcil acesso, alm do facto de no existirem protees significativas contra as suas picadas.

    Os primeiros apicultores tero sido os Egpcios, por volta de 2.400 anos a.C.. Construam colmeias feitas de lama espalhada sobre ripas de madeira que se dobravam dentro de um tubo onde secavam e adquiriam a forma cilndrica caracterstica dessas colmeias. Sobrepostas poderiam chegar a 400, correspondendo a uma altura entre os 2 e os 3 metros. No antigo Egito utilizavam o mel para adocicar bolos e os biscoitos, no entanto era tambm um dos principais componentes utilizados no embalsamento.

    Figura 1 - Selo dos correios espanhis celebrando as

    gravuras de Cuevas de la Araa.

    Figura 2 - Colmeias do antigo Egito.

    Embora os gregos fossem dedicados produo de mel no desenvolveram to bem a tcnica como os romanos. Diz-se que o primeiro a educar as abelhas foi Aristeu, filho de Apolo e Cirene, que na mitologia grega recebia os eptetos de pastor, o melhor e o apicultor. Os gregos tinham especial devoo pelas abelhas do

  • monte Ida (o ponto mais alto de Creta), onde Jpiter se fornecia de mel, cuja origem se dever ninfa Melissa1.

    No mundo romano, para alm de alimento, o mel tambm era moeda para o pagamento de impostos. Segundo Virglio os romanos foram os introdutores das colmeias feitas em casca de sobro, de palha e de verga, tipos que ainda hoje so utilizados. Alm destas, tambm faziam uso de colmeias de barro, seguindo a tradio grega.

    Na antiga palestina a abundncia de mel era de tal modo evidente que at faz crer que era um alimento corrente, ao alcance dos mais pobres. Encontram-se passagens na Bblia que assim fazem crer:

    Fomos terra a que nos enviaste e, na verdade, ela produz leite e mel (Nm, 13, 27);

    E os fartou de mel da pedra (Ps, LXXX, 17); Achaste mel, come o que te baste, para no te fartares dele e tenhas de

    vomitar (Pr, XXV, 16); O seu alimento eram gafanhotos e mel silvestre (Mt, III, 4; Mc, 1, 6); Favos de mel esto correndo dos teus lbios... Mel e leite esto debaixo da

    tua lngua (Ct, 18, 11);

    Durante a Idade Mdia a apicultura sofreu um enorme retrocesso e no Renascimento, com a generalizao do acar, quase foi esquecida. O processo de extrao passava pelo sufocamento das abelhas (apicdio), o que demonstra o total desconhecimento das tcnicas apcolas que apenas algumas congregaes religiosas souberam preservar.

    A produo de mel s voltar a ser encarada como indstria a partir do sculo XIX, com a revalorizao do preo do mel e da cera, em consequncia da Revoluo Industrial.

    O mel celebrado e assume papis simblicos relevantes para algumas culturas.

    A tradio hindu inclui o Madhu (mel) na lista dos cinco elixires da imortalidade (Panchamrita). profusamente utilizado como oferenda aos deuses e vertido sobre

    1 Melissa era uma ninfa, filha de Melisso de Creta e irm de Amalteia. Melissa escondeu Zeus, ainda criana, de seu pai Cronos, no monte Ida, alimentando-o com leite de cabra e mel. Cronos, sabedor da ousadia de Melissa transformou-a numa minhoca. Zeus, tendo piedade da ninfa, transformou-a numa bela abelha.

  • as divindades num ritual chamado Madhu abhisheka. Alm disso, nos textos vedas e noutros escritos antigos, realado o efeito medicinal do mel.

    Na tradio judaica o mel, como o alimento tradicional do ano novo judaico2, saboreado com mas s fatias na festa do Rosh Hashan para que o novo ano seja doce.

    No budismo o mel tambm merece especial relevo, pois de acordo com a lenda do festival Madhu Purmina, celebrado na ndia e no Bangladesh, Buda retirou-se para o deserto a fim de proporcionar a paz entre dois dos seus discpulos. Durante esse tempo foi alimentado por um macaco, que lhe trazia favos de mel, e um elefante que o presenteava com frutas. O macaco, ao ver que Buda aceitou o seu presente de bom grado, festejou efusivamente saltando de galho em galho at que caiu e morreu. Graas sua generosidade para com Buda, renasceu imediatamente no Tavatimsa, o segundo cu budista. Desde ento, no dia de Madhu Purmina, festeja-se a unidade e a caridade, sendo comum a oferta de mel e frutas aos mosteiros.

    Figura 3 - Smbolos do Rosh Hashan.

    Figura 4 - Buda e o macaco que lhe oferece favos

    de mel.

    A mitologia finlandesa coloca as abelhas para l de todos os astros, no cu empreo3, de onde trs o mel que tem a especial virtude de poder curar as feridas causadas pelo ferro ou fogo. Uma lenda rabe, de Ibrahim ben Edhen, conta que uma abelha costumava ir buscar as migalhas da mesa do soberano e as levava para sustento de um pobre cego.

    2 Rosh Hashan (em hebraico , literalmente "cabea do ano") o nome dado ao ano-novo judaico. Rosh Hashan ocorre no primeiro dia do ms de Tishrei (Setembro/Outubro), primeiro ms do ano no calendrio judaico rabnico e stimo ms no calendrio bblico. 3 Cu Empreo o lugar mais alto dos cus, (reservado para anjos, deuses, santos e seres abenoados) que em cosmologias antigas deveria ser ocupado pelo elemento fogo (ou ter na filosofia natural de Aristteles).

  • fcil depreender o fascnio que este inseto, e o seu fruto, exerce sobre a imaginao humana. Talvez por, durante muitos sculos, ter sido um perfeito mistrio perceber os mecanismos que possibilitam abelha fazer o mel.

    De to importante que era, e , para as comunidades e o facto de ser um recurso ali mo e sem mais demandas, faz das abelhas smbolos de trabalho, unio e generosidade, associadas aos mais nobres valores, sendo estandarte de reis, prncipes, reinos e terras.

    Mas que inseto este? Como vive? Como faz o mel?

  • 3. AS ABELHAS

    3.1. ANATOMIA A abelha pertence ao gnero Apis, da ordem dos himenpteros, que so insetos com quatro asas com membranas transparentes e corpo composto por cabea, trax e abdmen.

    Na cabea possui duas antenas, que so o principal rgo do tacto e de comunicao entre si. De cada lado da cabea existem dois olhos ovalares que permitem a visualizao dos objetos.

    A boca composta por um lbio superior transversal, de duas fortes mandbulas, e ainda de um lbio inferior que se prolonga em forma de tromba linear, permitindo que a abelha sugue o mel, ao mesmo tempo que as mandbulas, juntamente com as patas posteriores, servem para modelar a cera e executar todos os trabalhos da construo dos favos. Quanto maior for a tromba da abelha mais produtiva esta ser, uma vez ter maior facilidade em extrair o mel. A medio das trombas feita com o glossmetro.

    O trax, que se encontra ligado cabea por um curto pescoo, compe-se essencialmente por trs partes: o prototrax, o mesotrax e o metatrax. nele que se encontram dois pares de asas (4 asas), cada uma com funes especficas na ao do voo. As asas so formadas por duas membranas finas, aplicadas uma contra a outra, e sustentadas por meio de nervuras ramificadas, chamadas o esqueleto das asas.

    Na parte inferior do trax esto trs pares de patas, seis patas, de comprimentos diferentes e possuindo na extremidade escovas que agarram o plen. Cada pata formada pela coxa, perna e tarso.

    O abdmen est ligado ao trax por um pedculo fino. constitudo por seis segmentos ou anis entre os quais se encontram quatro pares de glndulas que segregam a cera sob a forma de finssimas lminas. revestido por doze lminas escamiformes sobrepostas umas s outras e contm dois estmagos dispostos no prolongamento um do outro.

    Na parte inferior do abdmen e do trax abrem-se os estigmatos, aberturas destinadas entrada do ar para a respirao, figurados exteriormente por catorze pequenos orifcios hermeticamente dispostos em duas linhas ligando com as traqueias que distribuem o ar respirado por todo o organismo da abelha.

  • Na extremidade do abdmen existe o aguilho ou dardo. Possui duas glndulas, em que uma segrega um lquido cido e outra, um lquido alcalino que misturados originam o veneno. Quando usado pela abelha para se defender, fica preso ao agressor originando a morte da mesma.

    Figura 5 - Anatomia da abelha4.

    4 1 - Lngua (ou Probscide); 2 - Orifcio do tubo excretor da glndula da mandbula posterior; 3 - Mandbula inferior; 4 - Mandbula superior; 5 - Lbio superior; 6 - Lbio inferior; 7 - Glndula da mandbula frontal (glndula mandibular); 8 - Glndula da mandbula posterior; 9 - Abertura da boca; 10 - Glndula da faringe; 11 - Crebro; 12 - Ocelos; 13 - Glndulas salivares; 14 - Msculos; torcicos; 15 - Postfragma; 16 - Ala frontal; 17 - Ala posterior; 18 - Corao; 19 Estigmas; 20 - Saco areo; 21 - Intestino mdio (intestino quiloso, estmago); 22 - Vlvulas cardacas; 23 - Intestino delgado; 24 - Tubos de Malpighi; 25 - Glndulas rectais; 26 - Bolsa de excrementos; 27 - nus; 28 - Canal do ferro; 29 - Bolsa de veneno; 30 - Glndulas de veneno; 31 - Arcos do canal do ferro; 32 - Pequena glndula; 33 - Vescula seminal; 34 - Glndulas cerferas; 35 - Gnglios abdominais; 36 - Tubo da vlvula; 37 - Intestino intermdio; 38 - Copa (entrada do estmago); 39 - Bolsa do mel (bucho); 40 - Aorta; 41 - Tubo digestivo; 42 - Cordo neuronal; 43 - Palpe labia; 44 - Metatarso.

  • Sendo esta uma breve descrio das principais partes de uma abelha comum, devemos ter em conta que cada colmeia tem trs espcies diferentes de abelha, diferenciando-se todas nas funes: a abelha-mestra, as obreiras e os zangos.

    A abelha-mestra aquela que assegura o futuro da colnia atravs da postura de ovos que daro origem a novas abelhas. As obreiras garantem todos os trabalhos necessrios que vo desde a alimentao das abelhas novas, ao aquecimento da colmeia, defesa da entrada e ao aprovisionamento da colmeia com gua, mel, plen, nctar, entre outras necessidades. Os zangos so os machos que asseguram a fecundao das mestras, sendo esse o seu nico papel.

    Figura 6 - Tipos de abelha existentes numa colmeia.

    3.2. AS COLNIAS O estado originrio das abelhas selvagem, em que os enxames se instalam nos buracos das rvores, nos rochedos ou em qualquer local que rena as condies ideais. Por outro lado, existem aquelas domesticadas que so instaladas em colmeias ou cortios. Seja como for, em ambos os casos dedicam-se produo de mel.

    Logo que se instalam iniciam o trabalho de limpeza do espao e estabelecem os meios de defesa da colnia. Uma parte das obreiras inicia a busca de rvores como o choupo, o castanheiro-da-ndia e os salgueiros das quais retiram uma substncia resinosa chamada prpole que serve para tapar as fendas existentes no ninho. Esse prpole tambm se presta cobertura de animais mortos que possam existir e evitar que a sua decomposio contamine o ar.

  • Simultaneamente, ou aps os trabalhos prvios, as obreiras iniciam a produo de cera cuja composio consiste em plen, gua e mel. Logo que as primeiras abelhas voltam do campo suspendem-se umas nas outras, no teto do ninho, formando cachos mais ou menos compactos, permanecendo assim imveis at que o mel contido no estmago se transforme em cera pela transudao5.

    Na construo dos favos as abelhas aplicam sempre cera nova, reservando a velha para a construo das clulas reais e para suportar os favos sempre que necessrio. Os favos nascem a partir de pequenos blocos informes que vo sendo sucessivamente polidos e alisados at assumirem a forma que lhes conhecida.

    As clulas dos favos possuem dimenses diferentes, distinguindo-se facilmente trs, tantas quantos os tipos de abelha. As mais numerosas e mais pequenas so as das obreiras e localizam-se, na sua maioria, no centro da colmeia, e tm 12 mm de profundidade e um dimetro aproximado de 5mm. As clulas dos machos so mais largas e maiores, tendo geralmente 18 mm de profundidade e cerca de 7 a 8 mm de dimetro. Finalmente as terceiras designam-se por clulas reais, alongadas e lisas no interior, e so limitadas a um pequeno nmero e construdas com uma mistura de cera e prpole. As clulas reais encontram-se suspensas verticalmente e localizam-se algumas vezes no meio e outras vezes na parte inferior.

    A fase de preparao da colmeia das mais fatigantes para a abelha, indo e vindo com plen e gua.

    3.3. FECUNDAO E POSTURA A fecundao sempre feita fora do ninho, em pleno voo, que ocorrendo permanente, coincidindo com a entrada da primavera e que se prolonga pelo vero. A postura s interrompida no incio do outono, quando as flores tm quase desaparecido dos campos, sendo retomada no incio da primavera.

    Antes de iniciar a postura a abelha-mestra percorre a colmeia na sua totalidade e, nas clulas vazias, deposita um pequeno ovo. A primeira postura corresponde aos ovos de abelhas obreiras, seguindo-se-lhe a postura dos ovos de machos, enquanto as obreiras constroem clulas reais. Segue-se um novo ciclo de postura de ovos de obreira e de machos a que se segue a deposio de um ovo em cada uma das clulas reais previamente construdas de onde nascero novas abelhas-mestras.

    5 Transudao a passagem (de causa inflamatria ou no) de um lquido orgnico ou de uma serosidade atravs de uma membrana ou de uma superfcie delgada do organismo. (Infopdia - http://goo.gl/m3AW5).

  • Enquanto faz a postura, a abelhas mestra seguida por uma escolta que a fornece de todas as necessidades.

    3.4. ECLOSO, DESENVOLVIMENTO DE LARVAS E SUAS METAMORFOSES A temperatura normal no interior da colmeia nunca dever descer abaixo dos 23 centgrados, independentemente da temperatura exterior. Quando se eleva aos 36 centgrados, determina principalmente a ecloso dos ovos.

    Independentemente do sexo, todas as abelhas saem do ovo treze dias depois da postura. Nesse momento tem o aspeto de um verme desprovido de patas, enrolado sobre si prprio ao fundo da clula.

    At ao quinto dia a alimentao constituda por uma calda esbranquiada e ligeiramente cida, preparada no estmago das obreiras. Depois desse quinto dia, para as obreiras, e ao stimo dia para os machos, passam a comer uma mistura de mel e plen, continuando apenas as larvas reais a receber o primeiro alimento.

    Seis dias aps a sada do ovo, as larvas sofrem a primeira metamorfose, perdendo a posio circular e alongando-se e fiando, em seu torno, um casulo sedoso onde se encerram com uma tampa de cera que as obreiras colocam. Aps trs dias transformam-se em crislidas ou ninfas. Nesta segunda fase a larva no se alimenta e desenvolvem-se as antenas, a tromba e as patas.

    Passados sete dias, vinte e um dias aps a postura, j se encontra no estado perfeito e rasga o casulo e ri a tampa e sai para o exterior.

    O processo das rainhas diferente, ficando cinco dias sob a forma de larvas. O casulo construdo pelas obreiras e no envolve totalmente o corpo da futura abelha-mestra. Passados dois dias e meio transformam-se em crislidas. Ao fim de quatro dias aparecem-lhes as asas, tornando-se em inseto perfeito.

    Em todo o caso, as novas abelhas-mestras no saem, principalmente se a colnia ainda tiver rainha. So mantidas no casulo, vigiadas pelas obreiras, que lhes tapam a parte superior do casulo, deixando-lhes apenas um pequeno orifcio para as alimentar.

  • 4. A APICULTURA A primeira abordagem cientfica s abelhas e produo do mel ocorreu no sculo XVII. Atravs dos estudos do naturalista Clutius, soube-se que a abelha-mestra era essencial para a renovao das colnias. At aqui pensava-se que a abelha-mestra era uma espcie de entidade real servida pelas restantes.

    Mais tarde Jan Swammerdam, holands, recorreu ao recm-inventado microscpio para observar abelhas dissecadas levando-o a descobrir os ovrios da abelha-mestra e a perceber alguns mecanismos de funcionamento das colnias. Entretanto comeam a publicar-se os primeiros tratados apcolas, como o de John Subbock com o ttulo Investigaes sobre as abelhas e formigas.

    O silesiano Johann Dzierzon (1845) e o americano Lorenzo Lorraine Langstroth (1861) desenvolveram as colmeias com quadros mveis que rapidamente se foram disseminando e adaptadas/aperfeioadas por Charles Dadant, Root, Georges Layens, Blatt, entre outros. De facto as colmeias com quadros mveis permitiram triplicar a capacidade produtora de mel, acabar com a mortandade intil de abelhas, que at aqui ocorria durante a extrao do mel, simplificando o tratamento das doenas que afetam as abelhas, entre outras melhorias.

    Figura 7 - Johann Dzierzon.

    Figura 8 - Lorenzo Lorraine Langstroth.

    A abordagem emprica produo de mel vai marcar a diviso entre duas formas diferentes de a fazer. A primeira, mais arcaica e artesanal (apicultura fixista) e aquela que pretende otimizar todo o processo, garantindo abelha todas as condies necessrias para que se dedique exclusivamente produo (apicultura mobilista).

    A cultura mobilista est intimamente relacionada com a cincia apcola, pois resulta do estudo, no s dos comportamentos das abelhas, como da experimentao de

  • novas tcnicas e aperfeioamentos constantes, no s ao nvel das colmeias como da otimizao dos enxames, adequao da utensilagem, da extrao do mel e do tratamento das doenas que afetam as colnias.

    s observaes microscpicas de Jan Swammerdam no sculo XVII, juntaram-se as de Antoine Raumur, por volta de 1730, sobre os comportamentos sociais das abelhas e proporcionadas pela sua observao atravs de colmeias com paredes de vidro.

    Figura 9 - Jan Swammerdam.

    Figura 10 - Antoine Raumur.

    Essas inovaes chegaram a Portugal com a publicao, em 1804, dos volumes do Diccionario de agricultura : extrahido em grande parte do Cours d' agriculture de Rosier : com muitas mudanas principalmente realtivas a' theoria, e ao clima de Portugal, uma traduo de Francisco Soares Franco adaptada do popular Cours d agriculture de Rosier.

    A d-se notcia dos novos saberes, das inovaes e benefcios da aplicao sistemtica das colmeias de alas e desmistificam-se dados adquiridos como a reproduo assexuada das abelhas, tal como j antes Francisco de Faria e Arago havia noticiado no seu livro Tratado histrico, e fysico das abelhas, de 1800.

    Com a vulgarizao da colmeia com quadros mveis dado a conhecer por Johann Dzierzon, foi amplamente melhorada pelo americano Lorenzo Lorraine Langstroth que registou a patente em 1852.

    Parecendo quase um detalhe, o melhoramento de Langstroth consistiu em determinar um espaamento de aproximadamente 7 mm entre os quadros para que as abelhas se movimentassem livremente e no unissem s paredes da colmeia e os

  • quadros entre si. Assim o apicultor tinha a possibilidade de avaliar os quadros sem os destruir e perturbar em demasia as abelhas.

    Em 1857 surge outro melhoramento. Johann Mehring aplica no quadro uma lmina de cera moldada na prensa que serviria de fundao para os favos a construir pelas abelhas. Deste modo, alm de se obterem alvolos mais regulares, as abelhas despendiam menos tempo no seu fabrico, iniciando mais cedo a produo do mel (SOEIRO, T. 2006-2007, p. 125).

    Em Portugal a difuso destes avanos segue o seu caminho, embora ignorando este avano preconizado por Mehring, em 1871 o agrnomo Ferreira da Lapa j se refere ao uso da mscara de rede de arame, do fumigador de fole e dos novos melificadores de Bennet, de menor dimenso, e o de Annier.

    Figura 11 Fumigador de fole, do tipo americano.

    Contudo, em 1865, j havia sido inventado o extrator centrfugo para os quadros mveis das colmeias, que retiravam o mel dos favos desoperculados, no os danificando e permitindo s abelhas a sua reutilizao.

    4.1. FIXISMO Neste tipo de cultura utiliza-se para ninho o cortio feito a partir de um tronco oco ou casca de sobreiro, cujas extremidades se unem por tornos ou pinos de madeira, os saraos, ou so cozidas com arame.

    Como uma tampa, no topo, utiliza-se uma rodela de cortia, tambm presa com arames ou pregos de madeira, sobre a qual se pode colocar uma lousa, pedras ou

  • telhas que, alm de lhe proporcionarem maior estabilidade, auxiliam na proteo da chuva. Existem locais onde estes cortios so cobertos com um chapu de colmo para os proteger da chuva.

    No topo do cortio so abertos dois orifcios para permitirem a entrada e sada das abelhas. No interior colocam-se trs cruzes, ou trancas, feitas de ramos finos e que servem de suporte para a construo dos favos.

    Figura 12 - Cortio.

    Figura 13 - Interior do cortio com as cruzes de suporte para os favos.

    O cortio no assenta diretamente no solo, mas sim sobre uma pedra aplanada, chamada alvado, e so colocados isolados numa parede, junto aos campos, meio do monte ou agrupados nas encostas voltadas a nascente, aquelas normalmente mais resguardadas dos climas nefastos para as abelhas. Nalguns locais agrupavam-se inmeros cortios abrigados por um mero penedo ou dentro de muros apirios, mais ou menos altos, com o fim de os proteger dos ventos e dos animais.

    Regies havia em que era prtica comum deslocar os cortios para locais onde a flora fosse mais propcia, originando uma unidade de medida conhecida como carro de abelhas e que valia a quantidade de vinte cortios (SOEIRO, T. 2006-2007, p. 123).

    Todos estes cuidados eram proporcionados pelo abelheiro, apicultor mais recentemente, que na altura de manusear as colmeias apenas tinha como proteo panos enrolados em torno das mos e um leno, suficientemente grande para tapar a cara e o pescoo, por baixo do chapu. Havia aqueles mais habilidosos que

  • tratavam de se munir com uma mscara mais eficaz: aproveitando roupa velha, faziam uma espcie de saco com um orifcio onde colocavam uma rede de malha fina que lhes permitia ver.

    Figura 14 - Silha ou muro apirio (Fonte: blog "Notas para o meu dirio" @ http://goo.gl/XrlzD).

    Em todo o caso no se dispensava o uso do morro cujo fumo, resultante da combusto de bogalhos de carvalho, sarapilheira ou sabugos de milho, era lanado na direo do cortio para entorpecer as abelhas e evitar que atacassem o abelheiro.

    Em mdia, um bom cortio poder conter entre 10 a 15.000 abelhas que se dedicam construo do ninho e dos favos.

    A cresta6 ocorre a partir do fim da primavera, por alturas do S. Joo, sabendo-se que altura da recolha quando se verifica a ausncia dos zanges, aumento do barulho no interior do cortio.

    6 Colheita do mel.

  • Figura 15 - Cortio e faca de crestar.

    Para crestar necessrio fumigar e afastar o enxame. De seguida levanta-se a tampa e retira-se um tero dos favos, at s primeiras cruzes e evitando as clulas de criao, com uma crestadeira, colher/esptula de ponta arredondada. Deste modo evitava-se a destruio do enxame. Neste caso s se consegue obter uma mdia de 2 a 3 litros de mel e cerca de 300g de cera, o que evidencia a pouca produtividade deste tipo de cultura (SOEIRO, T. 2006-2007, p. 136).

    Havia aqueles que enxameavam as abelhas para o exterior do cortio, desmontavam o interior na totalidade (matando toda a criao) a fim de poderem retirar todo o mel e toda a cera. Alternativamente podiam passar o enxame para um cortio que estivesse fraco ou para um cortio novo. No entanto esta prtica ilegal.

    O procedimento de enxameamento consiste no borcamento do cortio tapando-o na parte inferior, agora voltada para cima, com um cortio vazio e tapando a unio com um pano. Batia-se e fumigava-se para fazer o enxame passar para o cortio vazio.

    O mel que escorria dos favos, apenas desoperculados, era considerado de primeira qualidade, sendo coado para evitar a passagem de impurezas. Aquele que ficasse retido na cera era extrado com recurso a uma prensa.

    No seu aspeto tradicional so em tudo semelhantes s do vinho, excetuando a dimenso por serem mais pequenas. Consistem num parafuso metlico central aplicado sobre uma base de madeira com um bico para fazer escoar o mel. O contentor constitudo por pedaos de madeira, separados entre si, presos a duas barras metlicas circulares. Os favos eram a colocados e exprimidos pela tampa que

  • era empurrada pelas voltas dadas rosca. Em todo o caso, para facilitar a prensagem, os favos eram aquecidos ao sol ou junto ao forno do po, at ao ponto em que ficando morno a cera no derretesse.

    Figura 16 - Prensa e molde de cera (favos) depois de prensada.

    O mel, depois de coado, era guardado num local fresco e seco, dentro de latas, potes de barro vidrado ou frascos de vidro, tapados com rolhas de cortia, panos de estopa ou lacrados com cera.

    Sendo certo que quase todas as casas possuam um cortio, para autossustento, a cultura fixista associa-se muito economia de subsistncia dada a sua fraca produtividade em comparao com os resultados obtidos pelas culturas mobilistas.

    4.2. MOBILISMO A prtica mobilista resulta dos aperfeioamentos alcanados durante o processo de melhoramento das formas tradicionais de produo do mel.

    Como j referimos atrs, um cortio com uma colnia saudvel pode atingir uma populao entre 10 a 15.000 abelhas enquanto, com a utilizao das colmeias com quadros mveis, se pode alcanar uma populao entre as 40 e as 70.000 abelhas.

    Tal possvel devido exatamente estrutura do das colmeias. A caixa inferior destina-se ao ninho, onde as abelhas constroem os favos destinados deposio dos ovos da abelha-mestra, constituem reservas alimentares para a colnia, cuidam da criao. Por cima desta colocam-se as chamadas alas do mel, possuindo quadros com cera prensada onde as abelhas produzem mel.

  • Cada colmeia necessita de um territrio com plantas melferas suficientes para abundem os recursos necessrios sobrevivncia da colnia e produo do mel, da que se deve ter em ateno o nmero de colmeias agrupadas para que se evitem situaes de enfraquecimento dos enxames, por falta de reservas, ou a pilhagem das colmeias mais fracas pelas abelhas das colmeias mais fortes.

    Figura 17 - Esquema de uma colmeia Langstroth (SOEIRO, T. 2006-2007, p. 144).

    Figura 18 - Vrias colmeias mobilistas: 1 - Colmeia vertical de Gariel; 2 - Colmeia vertical Sequeira; 3 - Colmeia vertical reversvel; 4 - Colmeia vertical Dadant-Blatt; 5 - Colmeia horizontal Layens; 6 - Colmeia horizontal Gayton (SOEIRO, T. 2006-2007, p. 145).

    As observaes sistemticas dos exames permitem estabelecer os consumos mdios das colmeias: cerca de 50 kg de nctar, sob a forma de mel, 30 kg de plen e, no mnimo, 20 litros de gua (SOEIRO, T. 2006-2007, p. 127).

    Muitas vezes o clima no permite a florao atempada, colocando em risco o enxame, pelo que necessrio aliment-lo. O apicultor pode faz-lo colocando quadros de mel no interior da colmeia, provisionando assim o enxame de reservas que lhe permitam sobreviver. Tambm pode recorrer aos alimentadores onde

  • coloca um xarope ou papada feita de kg de acar amarelo, litro de gua e litro de mel.

    Figura 19 - Alimentador posterior Gariel (SOEIRO, T.,

    2006-2007, p. 149).

    Figura 20 - Alimentador superior, do tipo ingls

    (SOEIRO, T., 2006-2007, p. 149).

    As principais plantas melferas so a borragem, o pampilho, macela, girassol, soagem, serralha, saramago, trevo branco, malva, alecrim, madressilva, sargao, urze, rosmaninho, alfazema, manjerona, serpo, giesta, tojo, alfarrobeira, amendoeira, ameixoeira, pereira, cerejeira, macieira, piteira, accia, austrlia, mimosa, olaia, tlia, carvalho, eucalipto, salgueiro, ulmeiro, lcia-lima e trevo de cheiro melilot.

    Nos apirios, dada a grande quantidade de abelhas, necessrio orientar adequadamente cada colmeia para reduzir o risco de que estas se confundam em entrem noutra colmeia que no a sua.

    Dada a grande quantidade de mel que esta cultura produz, o apicultor tem que dispor de um local higinico, arejado, abrigado da luz, do calor e com pouca humidade para instalar o seu melrio.

    Estando os favos nos quadros das alas saturados so retirados, sendo repostos quadros novos em seu lugar, e levados para o melrio para, numa mesa ou sobre uma grade com um recipiente por baixo, serem desoperculados com uma faca ou um garfo de desopercular.

  • Figura 21 - Desopercular os favos utilizando um garfo.

    De seguida os quadros so colocados no centrifugador, manual ou eltrico, cujo movimento circular retira o mel dos favos sem os destruir e possibilita a sua reutilizao, com a particularidade de que estando os alvolos j abertos poupar grandes trabalhos s abelhas.

    Existiam tambm os extratores unilaterais, que requerem que os quadros sejam voltados para uma extrao completa, e os bilaterais cuja extrao se faz dos dois lados. Existem de vrios tamanhos e o mecanismo semelhante ao da bicicleta.

    Figura 22 - Extrator de mel unilateral.

    tambm no melrio que se procede ao embalamento do mel.

  • 5. O PADRE MANUEL SOUSA Manuel Tavares de Sousa nasceu, em Cepelos, a 20 de Agosto 1872. Aps concluir o ensino primrio ter ingressado na ordem beneditina de Cucujes, ordenando-se padre com 24 anos, embora a tenha permanecido at 1903.

    Figura 23 - Padre Manuel Sousa.

    Em Janeiro de 1904 foi designado, pelo bispo do Porto, para coadjuvar o abade da Parquia de S. Paulo de Sebolido, tomando conta da capelania de Rio Mau a 25 de Fevereiro desse mesmo ano.

    Paralelamente sua atividade religiosa, o padre Manuel Sousa dedicava-se apicultura, tendo na sua residncia uma oficina dedicada indstria do Mel. Por esse motivo lhe chamavam o padre Manuel das Abelhas. Este multifacetado padre era tambm uma espcie de arquiteto, uma vez que foi ele que projetou a sua prpria residncia, assim como algumas habitaes da freguesia de Rio Mau.

    Aos 86, no dia 21 de Janeiro de 1958, o padre Manuel Tavares de Sousa faleceu na freguesia de Rio Mau, concelho de Penafiel.

    Uma das mais extraordinrias aventuras apcolas do padre Manuel Sousa est ligada importao de uma colmeia do tipo Dadant dos Estados Unidos da Amrica. No se sabe ao certo se o padre e o seu scio, o Dr. Manuel Amorim, se tero mesmo deslocado a esse pais para a adquirirem (SOEIRO, T., 2006-2007).

  • O certo que a utilizaram e concluram que as suas dimenses (50x50 cm e com capacidade para 12 quadros) eram demasiado grandes para o tipo de apicultura que praticavam, tendo para o efeito cortado 2 quadros, reduzindo-a s dimenses de 50cm de comprimento e 43 de largura e baptizando-a como colmeia Prtica.

    Figura 24 - Colmeia Lusitana

    No satisfeito com o resultado, o padre Manuel Sousa observou que a relao altura/largura dos quadros se adaptava mal postura da rainha. Resolveu ento reduzir o ninho da colmeia Prtica, inventando assim a colmeia Lusitana (Soeiro 2006-2007), ou utilizando a relao inventor/modificador, a colmeia Dadant-Sousa.

    Assim o padre Manuel Sousa, natural de Vale de Cambra, inscreve-se na histria da apicultura portuguesa, uma vez que as colmeias mais utilizadas atualmente so a Lusitana e a Langstroth.

  • 6. GUIO PARA UMA EXPOSIO

    Nesta exposio pretendemos demonstrar as diferentes fases da produo do mel. Sendo um produto natural necessrio enquadr-lo na sua origem. O conceito que apresentamos visa, inicialmente, partir de um macrouniverso, do mundo tal como o conhecemos, para o microuniverso das abelhas.

    De seguida, com a recriao de um apirio, desvendar a cincia apcola fixista e mobilista, confrontando-as nos processos e nos equipamentos.

    Finalmente a recriao do espao onde se extrai o mel, a melaria, evidenciando as tcnicas de extrao do mel, armazenamento e distribuio.

    1. O mundo exterior a. A flora

    i. Importncia da flora para a vida das abelhas e consequente produo do mel.

    b. As abelhas i. Como so as abelhas e como se organizam.

    2. O apirio a. Onde so instalados b. Para que servem c. Como se organizam d. A colmeia e o trabalho do apicultor

    3. O melrio a. Recriao de um melrio artesanal.

  • 7. BIBLIOGRAFIA

    Almeida, J. E. Carvalho (1977). Abelhas: manual prtico do apicultor. Lisboa. Livraria Popular Francisco Franco.

    Arago, Francisco de Faria e (1800). Tratado histrico, e fysico das abelhas. Lisboa. Na Offic. Da Casa Litteraria do Arco do Cego.

    Enciclopdia Portuguesa e Brasileira. Editorial Enciclopdia, Lda. Lisboa e Rio de Janeiro (Termos: apicultura, apirio, colmeia, abelha).

    Morse, Roger e Hooper, Ted (1988). Enciclopdia Ilustrada de Apicultura. Vol. 1. Lisboa. Publicaes Europa-Amrica.

    Pifano, Joaquim (2007). Lusitana, a colmeia do Padre Manuel Sousa. O Apicultor. N. 75, p. 17-22.

    Soeiro, Teresa (2006-2007). Em busca do doce sabor. Portugalia. Nova Srie. Vols XXVII-XXVIII. Porto. Faculdade de Letras da Universidade do Porto, p. 120-158.

    1. Introduo2. O mel dos tempos...3. As abelhas3.1. Anatomia3.2. As colnias3.3. Fecundao e postura3.4. Ecloso, desenvolvimento de larvas e suas metamorfoses

    4. A Apicultura4.1. Fixismo4.2. Mobilismo

    5. O Padre Manuel Sousa6. Guio para uma exposio7. Bibliografia