O Efeito Espelho

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A vida vai sempre nos oferecendo meios de informação e de reflexão sobre o que se passa conosco até que todas as possibilidades se esgotem. O que é, pois, esse efeito espelho? Trata-se de um dos conceitos filosóficos mais difíceis de aceitar

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O efeito espelhoPublicado em 04/06/2010A vida vai sempre nos oferecendo meios de informao e de reflexo sobre o que se passa conosco at que todas as possibilidades se esgotem. A cada instante o nosso meio ambiente nos envia essas mensagens que nos fornecem constantemente informaes corretas e profundas. Esse primeiro nvel de mensagens mandadas pela vida para nos ajudar a compreender quem somos e o que temos de viver se chama o efeito espelho. Na verdade, a vida busca apoio em numerosos suportes, a fim de se comunicar conosco e nos guiar, e cabe somente a ns escut-la. Observando o que se passa ao redor de ns e o que os outros representam no nosso meio biolgico, contamos com um campo inesgotvel de compreenso a respeito de ns mesmos. nessa compreenso da vida que se insere esse efeito espelho, sobre o qual Carl Gustav Jung dizia: Percebemos nos outros as outras mil facetas de ns mesmos.O que , pois, esse efeito espelho? Trata-se de um dos conceitos filosficos mais difceis de aceitar durante a minha busca pessoal.

Na verdade, significa que tudo aquilo que vemos nos outros apenas um reflexo de ns mesmos. Quando algo nos agrada em algum, geralmente se trata de uma parte de ns mesmos na qual no ousamos acreditar ou queno ousamos exprimir. At ento, o princpio aceitvel. Vamos mais longe. Quando no suportamos algo no outro, isso quer dizer que se trata de uma polaridade que tambm nos pertence, mas que no suportamos.Recusamo-nos a v-la, a aceit-la, e no podemos toler-la no outro porque ela nos remete a ns mesmos. isso que se toma muito mais difcil de admitir. Reflitamos, no entanto, sinceramente a esse respeito. Qual anica parte do nosso corpo que jamais poderemos ver com nossos prprios olhos, mesmo sendo o melhor contorcionista do mundo? Trata-se do nosso rosto! Ora, o que representa esse rosto, para que serve? Representa nossa identidade e, alis, a sua foto que est colocada nas cdulas ditas de identidade. A nica maneira que encontramos para ver o nosso rosto seria olh-lo no espelho. Vemos, ento, o nosso reflexo, a imagem que ele nosdevolve. Na vida, o nosso espelho o outro. O que vemos e a imagem que ele nos devolve so o reflexo fiel de ns mesmos, do que se passa conosco.Isso ganha ainda mais fora se acrescentarmos o fato de que escolhemos as pessoas que encontramos. Trata-se, ento, de um tapa na cara! Trata-se de um tapa quando, por exemplo, encontramos pessoas injustas comfreqncia. Isso nos obriga a refletir a respeito da nossa prpria injustia em relao aos outros. Reflitamos sobre a nossa avidez se encontrarmos pessoas vidas com freqncia, sobre a nossa infidelidade se formos constantemente trados.Naturalmente, como eu mesmo j o fiz muitas vezes, no vemos, no encontramos em ns mesmos aquilo que somos, que nos desagrada ou nos incomoda no outro. Mas se formos totalmente sinceros, se aceitarmos nos observar realmente sem fazer julgamentos, logo descobriremos em qu o outro se parece conosco e quando fomos como ele. A vida feita de forma que s vemos, s percebemos, s somos atrados por aquilo que nos interessa, nos diz respeito.O segundo elemento desse efeito espelho que a nossa Conscincia Hologrfica, o nosso No-Consciente, o nosso Mestre ou Guia Interior nos levam ao encontro de pessoas que convm. Esse princpio funciona tanto no sentido negativo como tambm no positivo.Quando realmente queremos alguma coisa, ele que faz com que encontremos, como que por acaso, as pessoas, os livros ou as emisses de radio ou de televiso que vo nos ajudar. Porm, tambm o princpio que C. G. Jung chamava de fenmeno da sincronicidade que faz com que encontremos as pessoas que nos des-convm, quando temos que compreender, mudar alguma coisa quanto nossa atitude de vida. Alis, s vezes difcil perceber ou aceitar mas, em todo caso, a nica pergunta que podemos nos fazer : O que que eu tenho que compreender nesta situao?, ou mesmo: O que que este encontro, esta situao pode me ensinar? Se formos sinceros, a resposta vem rapidamente. Alis, os sacerdotes e budistas tibetanos dizem que na vida os nossos melhores mestres (os que nos fazem agir, progredir) so os nossos piores inimigos, aqueles que nos fazem sofrer maisMas, infelizmente, muitas vezes permanecemos surdos ou equivocados no que diz respeito a essas mensagens que atentam para nos prevenir do que acontece e do que devemos trabalhar na nossa vida. Ento, somos obrigados a ir mais adiante, ao encontro dos atos falhos, dos traumatismos, ou mesmo das doenas. Eles falam conosco mas preciso aprender a decodificar a sua linguagem. Ns o faremos na terceira parte desta obra, estudando os diferentes elementos do nosso corpo, especialmente a funo deles. Isso pode parecer intil, pois se espera que todos saibam para que serve um brao, uma perna, um estmago ou um pulmo. Mas tudo o que temos uma imagem parcial dessas partes de ns mesmos, das quais s compreendemos e s conhecemos a funo mecnica.Vale a pena ampliar a significao global dessa funo, particularmente a sua representao, a sua projeo psicolgica. Poderemos assim extrair da a significao das tenses que se manifestam em um ponto ou outro do corpo. Se voc est interessado somente nisso, deve ento passar diretamente para a Terceira Parte.Antes me parece til explicar como e graas a que isso acontece.Acabamos de ver por que as coisas se desenrolam dessa forma atravs da apresentao global da realidade humana. Vamos agora abordar de que maneira elas funcionam em ns. o domnio da energia, da compreenso energtica do ser humano. A minha proposta a codificao taosta dessas energias e, particularmente, a suaestruturao no corpo. Yin, Yang, meridianos de acupuntura, Chacras, todos esses conceitos vo permitir que localizemos as coisas no interior do nosso corpo e que percebamos as inter-relaes que a existem. Graas aeles, vamos poder unir entre si todas essas partes que nos pertencem, que a cincia moderna separa e segmenta. Poderemos assim lhes dar novamente um sentido do qual, provavelmente, nos esquecemos um pouco.

Michael Odoul, Diga-me onde Di e Eu Te Direi Porqu. Editorao Eletrnica Futuro. Pp.59 a 62