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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
O Espaço Geográfico da Cidade Universitária
Campus I na UFPB
CLEYTIANE SANTOS DA SILVA
João Pessoa 2011
CLEYTIANE SANTOS DA SILVA
O Espaço Geográfico da Cidade Universitária
Campus I na UFPB
João Pessoa
2011
SILVA, Cleytiane Santos da.
O Espaço Geográfico da Cidade Universitária Campus I na
UFPB
SILVA, Cleytiane Santos da. João Pessoa: UFPB, 2011.
53p.
Monografia (Graduação em Geografia) Centro de
Ciências Exatas e da Natureza – Universidade Federal
da Paraíba.
CLEYTIANE SANTOS DA SILVA
O Espaço Geográfico da Cidade Universitária
Campus I na UFPB
Monografia apresentada à
Coordenação do Curso de Geografia
da Universidade Federal da Paraíba,
para obtenção do grau de bacharel
no curso de Geografia.
Orientador: Prof. Ms. Paulo Roberto de Oliveira Rosa
Co-orientadora: Profª Bel. Lic. Fransuelda Vieira de Farias
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
DGEOC
CLEYTIANE SANTOS DA SILVA
O Espaço Geográfico da Cidade Universitária
Campus I na UFPB
Aprovada em:_____/_____/_2011
O Espaço Geográfico da Cidade Universitária Campus I na
UFPB
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Prof. Paulo Roberto de Oliveira Rosa
Orientador
________________________________________
Prof. Msc. Pablo Rodrigues Rosa
Professor da FIP – Faculdades Integradas de Patos
Examinador
________________________________________
Prof. Msc. Maria Odete Teixeira do Nascimento
Professor da FIP – Faculdades Integradas de Patos
Examinador Convidado
João Pessoa
2011
EPIGRAFE
As geografias, disse o geógrafo,
são livros de mais valor. Nunca
ficam fora de moda. E muito raro
que um monte troque de lugar. É
muito raro um oceano esvaziar-se.
Nós escrevemos coisas eternas.
(Antoine De Saint-Exupery)
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao Grupo de Estudo Metodologia e Aplicação
– GEMA no qual estive incubada adquirindo habilidades e
experiência que serão de suma importância para a minha vida
profissional e sem as quais este trabalho não teria sido
desenvolvido. Sendo assim fica este trabalho dedicado aos
componentes que fazem parte deste grupo em 2011 e aos demais
componentes que passaram pelo mesmo durante os últimos dois
anos, e que de forma direta e/ou indiretamente me auxiliaram
durante a construção deste trabalho, mostrando assim que a
monografia não é necessariamente um trabalho solitário e
desmistificando sua monstruosidade, pois para quem tem e teve o
prazer de trabalhar e estudar ou lado de uma equipe como essa,
tudo se torna mais fácil.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente quero agradecer a Deus por ter me concedido condições psicológicas e
físicas para desenvolver este trabalho.
Gostaria de agradecer ainda aos meus pais que me criaram para enfrentar as adversidades
da vida de cabeça erguida, não me dando por vencida e me mostraram que sempre temos a
capacidade de lutar.
Agradeço ao Prof. Paulo Rosa por ter visto em mim potencial para executar todas as
atividades que exerci, sempre tecendo elogios quando ocorreram acertos e fazendo as
críticas construtivas quando necessário.
Agradeço aos amigos mais chegados que contribuíram de forma direta ou indireta para a
construção desse trabalho.
Agradeço em especial a 3 pessoas que se tornaram muito especiais para mim, onde sem o
apoio e ânimo que elas me passavam não teria conseguido, sendo elas:
Italo Ramon que com sua alegria me contagiou por varias vezes em meio a essa caminhada,
amigo para todas as horas com quem compartilhei momentos tristes, engraçados e
dramáticos. Menino que com o tempo se tornou um irmão que mesmo com a distância
sempre continuará sendo;
Francicléa Avelino que sempre esteve a me apoiar e ajudar nesse periodo de atividades,
pessoa que sempre que precisei esteve perto com paciência para escutar minhas
preocupações, minha companheira de campo e de risadas. Menina se tiver como base a
idade, mas em força, superação e persistência uma verdadeira guerreira;
Fransuelda Vieira por sempre que precisei e me deu ânimo e por achar que era capaz,
mesmo eu pensando o inverso, por estar disposta a ajudar todas as vezes que precisei e por
escutar meus lamentos e reclamações. Para quem não a percebe direito é frágil, mas quem a
conhece torna-se fácil ver sua impulsividade, iniciativa e coragem.
Por fim agradeço aos componentes que fazem parte do Grupo de Estudo Metodologia e
Aplicação – GEMA em 2011 e aos demais componentes que passaram pelo mesmo durante
os últimos dois anos, e que de forma direta e/ou indiretamente me auxiliaram durante a
construção deste trabalho, sendo eles:
Prof. Ms Paulo Roberto de Oliveira Rosa
Geógrafo Pablo Rodrigues Rosa
Geógrafo Conrad Rodrigues Rosa
Geógrafa Maria José Vicente de Barros
Geógrafa Maria Odete Teixeira do
Nascimento
Geógrafa Fransuelda Vieira de Farias
Geógrafa Cristiane de Melo Neves
Geógrafo Henrique Elias
Bel. Ivonaldo Lacerda da Silva
Bel. Ana Maria Ferreira Cosme
Bel. Rabá Sousa da Silva
Italo Ramon Valentin da Silva
Francicléa Avelino Ribeiro
Hawick Arnaud do Nascimento Lopes
Gutemberg de Barros Barbosa
Diego Nunes Valadares
Diandra Soares de Araújo
Paulo Rafael e Silva Vasconcelos
Antonio Marcos de Souza Santos
Evanize Pereira dos Santos
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO 14
PRIMEIRA PARTE
2 – ABORDAGEM CONCEITUAL 16
3 – MÉTODOLOGIA 19
SEGUNDA PARTE
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO 21
4.1. Área da cidade universitária do Campus I da UFPB com suas diferenças 21
4.2. As áreas ocupadas tanto pelas formas naturais como pelas formas humanas a
partir da imagem disponível 24
4.3. MNT do relevo da Cidade Universitária do Campus I da UFPB destacando a
drenagem 28
4.4. Dinâmica dos corpos florestais a partir da leitura fitossociológica dos
fragmentos 30
4.5. Dinâmica térmica dentro da Cidade Universitária do Campus I da UFPB 36
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 38
5 - REFERÊNCIAS 39
6 - ANEXOS A, B e C 40
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 -
Fig. 01 – Cidade Universitária e os Setores geográficos 21
Fig. 02 – Macrozona da Cidade Universitária segundo o Plano Diretor em caminhamento 22
Fig. 03 – Área edificada na Cidade Universitária 24
Fig. 04 – Área edificada em 2011 25
Fig. 05 – Pontos de coleta do tempo de infiltração de água no solo 26
Fig. 06 – Cidade Universitária 28
Fig. 07 – MNT 29
Fig. 08 - Discriminação da área da Macrozona de Expansão da Paisagem Natural
existente no Campus da Cidade Universitária em 2006
31
Fig. 09 – Em 2010 foi computado o fragmento externo à Cidade Universitária 32
Fig. 10 - Os quatro fragmentos que serviram para trabalhos de dendrometria 35
Fig. 11 - Pontos de coleta do tempo de infiltração de água no solo 37
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 – Dez fragmentos em 2006 32
TABELA 02 – Fragmentos em 2010 – ampliação com o fragmento externo à Cidade
Universitária
33
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Acréscimo do fragmento externo 33
Gráfico 2– Fragmentos da Mata Atlântica no Campus I 34
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo compreender os elementos geográficos físicos que compõe
a paisagem "natural" da Cidade Universitária do Campus I da UFPB, sendo o Campus I um
espaço em transformação, mas também um espaço vivido onde ocorrem relações sociais e
naturais. Para realizar esse estudo foi utilizado o método indutivo, em que a paisagem será
observada para a realização de um estudo analítico de seus fenômenos particulares e que se
estabeleça proposições de caráter geral inferidas dessa observação. Para isso foi feito o
mapeamento da área estudada utilizando-se de SIG’s como o Spring e de programas de desenho
digital como o Auto CAD, foram efetuadas coletas de dados de temperatura, coletados também
dados de infiltração de água no solo e inventários de indivíduos vegetais. O Campus
Universitário compreende o Campus I da UFPB e o NUPPA, para ordenação do uso e ocupação
do solo, o território do Campus fica dividido em: Macrozona da Cidade Universitária e
Macrozona de Expansão da Paisagem Natural. O Campus I da UFPB está inserido em um
sistema florestal de Mata Atlântica e áreas urbanizadas, e em sua infra-estrutura possui: rede de
água, rede elétrica, rede de esgoto, rede de drenagem e tecnologias da informação e
comunicação. Devido à expansão das áreas edificadas observamos que a temperatura apresenta-
se mais acentuada o que diminui o conforto térmico, já que a energia luminosa que incidem
sobre esses equipamentos urbanos é refletida como energia térmica. Portanto, perante isso,
afirma-se a necessidade de planejamento, principalmente no que tange a tomada de decisões
futuras visando às possíveis vulnerabilidades ambientais, sendo para tal indispensável o
embasamento teórico para dar sustentação aos argumentos propostos que formarão os objetivos e
as estratégias nas decisões a respeito a uma gestão ambiental responsável e de um planejamento
coerente com as ações que intervenham no meio ambiente.
Palavras Chave: Cidade Universitária, Equipamentos urbanos, Conforto térmico, Áreas
vulneráveis
INTRODUÇÃO
O trabalho que realizado incidiu em uma visita a diversos setores e áreas do Campus I da
UFPB com intuito de construir um estudo comportamental da temperatura e das condições
climáticas, infiltração da água no solo, recarga dos aqüíferos, distribuição vegetal e
biodiversidade animal existente no Campus I da Cidade Universitária.
No Campus I da UFPB fazendo-se uma análise comparativa com a temperatura do
respectivo clima da localidade onde a instituição se encontra, é possível relacionar divergências
na temperatura com as alterações na paisagem do Campus, que interferem no conforto ou
desconforto térmico dos seus usuários.
A infiltração da água no solo depende do tipo de sedimentação, da vegetação, do relevo,
da litologia do solo e em que nível de interferência humana está inserido a localidade. Os fatores
naturais, como a precipitação, ligada às ações antrópicas promovem a impermeabilização do
solo, o que converge para degradação do ambiente, nos mostrando que é de suma importância
preservar a vegetação para conservação dos solos e estabelecer novos meios de sua ocupação,
para que não ocorra uma forte pressão sobre a paisagem.
Com a interferência do homem por meio da retirada da cobertura vegetal, ocorre a
compactação e impermeabilização do solo havendo menos infiltração de água no mesmo,
deixando a paisagem instável, ou seja, fora do seu equilíbrio.
A devastação da Mata Atlântica e a inserção de árvores exóticas na UFPB causam
muitos males à biodiversidade tanto vegetal como animal, pois não há uma forma de prevenção
quanto aos problemas que tais espécies possam causar a vegetação nativa existente. Detectar os
problemas é uma maneira de compreender o que é necessário fazer para a proteção e a
sobrevivência desse resquício vegetal que faz parte de um importante bioma brasileiro.
Com base na situação atual, levando em consideração a discussão aqui levantada, surge o
seguinte problema: Quais os elementos geográficos físicos que compõe a paisagem "natural" da
Cidade Universitária no Campus I da UFPB? Em que o estudo da transformação da paisagem
pelos usuários tornou-se indispensável para essa pesquisa, sendo o Campus um espaço em
transformação, mas também um espaço vivido onde ocorrem relações sociais e naturais.
Diante do exposto, como objetivo geral, buscou
-se compreender os elementos geográficos físicos que compõe a paisagem "natural" da Cidade
Universitária do Campus I da UFPB, com a seguinte hipótese:
Os elementos geográficos físicos que compõe a paisagem "natural" na Cidade
Universitária do Campus I da UFPB são: clima, relevo, hidrografia, flora e fauna.
2 – ABORDAGEM-CONCEITUAL
A paisagem é a representação visível de vários aspectos do espaço geográfico. Segundo
ALMEIDA & RIGOLIN (2005), é nas paisagens que estão inseridos todos os elementos
presentes no espaço geográfico: os elementos naturais (clima, relevo, hidrografia, flora e fauna) e
os elementos humanos ou culturais (que são os produzidos pela sociedade: carros, edifícios,
estradas, etc).
Toda paisagem é composta. É formada de elementos geográficos que se
articulam uns em relação aos outros. Pertencem alguns ao domínio natural,
abióticos, como o substrato geológico, o clima, as águas. Os demais constituem
o domínio vivo, a biosfera formada pelo conjunto das comunidades vegetais e
animais que nascem, se desenvolvem e se dissolvem utilizando o suporte
constituído pelo domínio natural abiótico (DOLFUSS, 1973, p.45)
Partindo desse principio é possível afirmar que os elementos geográficos físicos que
compõe a paisagem "natural" na Cidade Universitária do Campus I da UFPB são: clima, relevo,
hidrografia, flora e fauna, sendo abordados apenas os quatro primeiros elementos.
Sendo a temperatura um elemento climático, que nos permite descrever as medidas de
energia cinética associada à vibração aleatória das partículas que compõem um dado sistema
físico, ou seja, é um elemento físico que nos permite descrever às noções de frio e calor, bem
como às transferências de energia térmica de uma determinada área. Sendo assim, torna-se de
vital importância analisar a situação térmica de uma dada área, especificando as causas que
contribuem para a alteração de sua temperatura, que irá atuar diretamente em relação ao
conforto/desconforto ambiental do seu usuário.
Torna-se perceptível que nas áreas onde não se tem alterações na vegetação as
temperaturas são mais baixas e nos ambientes onde a vegetação foi retirada ocorre um aumento
das áreas impermeabilizadas, do número das edificações e do tamanho das áreas de recepção da
energia luminosa, permitindo a sua transformação em energia térmica, fazendo com que se eleve
a temperatura.
O processo de urbanização que a Cidade Universitária vem passando nos últimos anos
acaba por proporcionar uma inter-relação entre os elementos climáticos nela contidos,
temperatura do ar ligada à insolação, radiação solar, ventos e umidade do ar, afeta o conforto ou
desconforto térmico dos seus usuários.
Com essas alterações da paisagem ocorrem implicações na percolação da água no solo,
pois à inclusão de edificações construídas nessa, área afeta a drenagem pluvial no Campus I da
UFPB, influenciando para formação de uma nova dinâmica para a drenagem, pois com os canais
interrompidos as águas terão que encontrar um novo caminho na superfície ou utilizar os canais
ordenados pela construção civil.
Essa nova dispersão causa o enfraquecimento do conjunto geomorfológico através do
empobrecimento do solo causando danos na distribuição vegetal, que é de fundamental
importância no escoamento da água. Tendo que se fazer um registro da ocorrência e distribuição
dos fenômenos e os mesmos divididos em climáticos (precipitação) e geomorfológicos
(topografia, drenagem e movimento de massa).
A urbanização, construção de prédios e desmatamento causou a compactação do solo
enquanto o desnudamento e impermeabilização aumentaram a concentração do volume hídrico
nos canais de escoamento ocasionando maior fluxo de água e erosão, além de uma diminuição
das águas que fariam a recarga do aqüífero.
A Mata Atlântica é um dos vários tipos de biomas existentes no país, já chegou a possuir
15% do território nacional, sendo que a Paraíba tinha 12% de sua vegetação coberta pela Mata
Atlântica que está contida em um bioma de mesmo nome. A devastação deste bioma começou na
época da colonização portuguesa com a retirada da madeira, sobre tudo do pau-brasil para fins
comerciais e posteriormente a derrubada da mata para o plantio agrícola como o cultivo da cana-
de-açúcar e a criação de gato para a ocupação sem limites da floresta.
O Campus I da UFPB localiza-se nesse bioma e apresenta 10 fragmentos de Mata
espalhados em sua área de abrangência interna. Nesse espaço também pode ser encontrados
indivíduos vegetais exóticos, oriundos de outros países, como é o caso da mangueira proveniente
da Índia, ou até mesmo de outros biomas do país como o cajueiro que foi trazido do cerrado.
Esses individuos exóticos a Mata atlântica são encontrados na UFPB Campus I e além de ocupar
o espaço da vegetação nativa ainda pode liberar uma espécie de fungo que agride a vegetação
nativa promovendo desequilibrio, se tornando uma ameaça para a vegetação local.
A relação sociedade natureza no Campus I da UFPB também se encontra em conflito
tendo em vista a presença de animais exóticos aos existentes nesses fragmentos de Mata
Atlântica. Com o aumento significativo de animais domésticos dentro do Campus inicia-se outra
forma de conflito, já que com a diminuição da disponibilidade de alimento para esses animais,
acaba por causar uma predação, pelos mesmos, dos animais endógenos da Mata Atlântica,
interferindo assim na biodiversidade da fauna nativa e na proliferação dos indivíduos vegetais
endógenos, já que eles necessitam de alguns desses animais que são predados para que isso
aconteça.
Portanto, perante a existência desses conflitos torna-se necessário compreender os
elementos geográficos físicos que compõe a paisagem "natural" da Cidade Universitária do
Campus I da UFPB e podendo assim apresentar possíveis soluções para que se promova a
resolução desses problemas.
3 – MÉTODOLOGIA
Para realizar esse estudo utilizamos o método indutivo, em que a paisagem foi observada
para a realização de um estudo analítico de seus fenômenos particulares e que se estabeleceu
proposições de caráter geral inferidas nessa observação.
Para isso foi realizado mapeamento da área estudada utilizando-se de SIG’s como o
Spring e de programas de desenho digital como o Auto CAD, para chegarmos a visualização da
área como um todo, promovendo uma localização tanto da área objeto de estudo,como das
estações de coleta de dados que foram distribuídas em vários pontos diferenciados e os
fragmentos de Mata Atlântica, fazendo ainda uma distinção entre as partes urbanizadas e a
vegetação remanescente de Mata.
Foram efetuadas coletas de dados de temperatura, utilizando termômetros de ambiente e
formulários de apontamento dos dados, para obtenção das temperaturas de cada ponto de coleta
no Campus I da UFPB, fazendo uma análise comparativa com a temperatura do respectivo clima
da localidade, relacionando possíveis divergências na temperatura com as alterações na paisagem
do Campus, que interferiam no conforto ou desconforto térmico dos seus usuários.
Foram coletados também dados de infiltração de água no solo, utilizando-se de um
infiltrômetro onde foi adicionado água e um cronômetro para indicar o tempo de percolação da
água no solo, observando assim como se comporta a infiltração da água em solo com diferentes
tipos de uso, fazendo relação ao tempo de infiltração e a capacidade de absorção dos solos em
ambientes naturais e antropizados.
Foi ainda utilizada à dendrometria, onde por meio da técnica amostral do octaedro se
pode-se enumerar, medir o diâmetro e aferir a altura dos indivíduos vegetais nos fragmentos de
Mata Atlântica, com a finalidade de por meio de parcelas amostrais da vegetação, identificar a
possível faixa etária dos indivíduos dos fragmentos, evidenciando assim a situação de renovação
dos mesmos. Na monitoria do componente curricular Geografia Física Aplicada auxiliamos na
orientação de trabalhos de campo e na construção dos relatórios dessa atividade, a qual trago os
resultados para demonstrar a dinâmica florestal dentro dos fragmentos florestais da Cidade
Universitária do Campus I da UFPB.
Foram realizados inventários de indivíduos vegetais e outros elementos que compõem a
paisagem por meio de formulários e mapas de localização, para que se identifiquem as suas
posições no Campus, já que podem ser possíveis focos de conflitos entre a sociedade e os
elementos naturais.
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Área da cidade universitária do Campus I da UFPB com suas
diferenças (Fig. 01)
Fig. 01 – Cidade Universitária e os Setores geográficos
O Campus I Universitário pode ser dividido por setores geográficos, de acordo com sua
orientação pelos pontos cardeais e colaterais. Sendo assim o Campus ficou dividido em 4
(quatro) setores são eles: Setor I – Nordeste; Setor II – Sudeste; Setor III – Sudoeste; e Setor IV
– Noroeste, onde seu território está delimitado fora do anel externo (ver Anexo D).
O Campus Universitário compreende o Campus I da UFPB, para ordenação do uso e
ocupação do solo, o território do Campus fica dividido em: Macrozona da Cidade Universitária e
Macrozona de Expansão da Paisagem Natural. Onde, a Macrozona da Cidade Universitária é a
porção do território do Campus apropriada predominantemente às funções urbanas e a
Macrozona de Expansão da Paisagem Natural é a porção do território do Campus destinada à
proteção ambiental dos Remanescentes de Mata Atlântica (Fig. 02), dos mananciais existentes e
das cabeceiras de drenagem, sendo imprópria ao desenvolvimento urbano.
Fig. 02 – Macrozona da Cidade Universitária segundo o Plano Diretor em caminhamento
De acordo como Plano diretor da UFPB, A Macrozona da Cidade Universitária
subdivide-se em: Macrozona de Expansão I - é a porção da Cidade Universitária indicada ao
desenvolvimento urbano e à implantação de obras viárias, sendo também apropriada para
implementação de estações experimentais e florestais associados a práticas conservacionistas do
solo; Macrozona de Expansão II - é a porção da Cidade Universitária apropriada a atividades
recreativas como: Bosques e Sub-Bosques, Remanescentes de Mata Atlântica.
A Região territorializada do Campus é identificada resultante na divisão da Região
inicialmente em duas situações distintas: região nodal - é uma entidade que estabelece
interconexão entre unidades produtivas, compreendendo os órgãos Suplementares; e região
funcional - é a região de produção especializada, compreendendo os Centros Acadêmicos, as
Florestas e Jardins.
Sendo assim se estabelecem duas Unidades Territoriais que faz parte integrante desta
Resolução: Unidade Territorial 1 – Região Funcional que compreende a Paisagem Florestal com
remanescentes de Mata Atlântica, Bosques e Sub-Bosques do Campus e do NUPPA; e Unidade
Territorial 2 – Região que compreende os Equipamentos Urbanos, a Infra-estrutura e o Sistema
Viário.
4.2. As áreas ocupadas tanto pelas formas naturais como pelas
formas humanas a partir da imagem disponível
A UFPB fica entre os vales dos rios Jaguaribe e o subafluente do rio Timbó e riacho
Timbó, onde possui uma padronização nas suas edificações seguindo um modelo horizontal. O
fator determinante na alteração do fluxo de drenagem superficial é o aumento de edificações,
pois além do relevo a vegetação é de fundamental importância no escoamento da água.
A urbanização, construção de prédios e desmatamento causaram a compactação do solo
enquanto o desnudamento e impermeabilização aumentaram a concentração do volume hídrico
nos canais de escoamento ocasionando maior fluxo de água e erosão. As implicações dessa
vulnerabilidade interferem diretamente no solo, trazendo ao ambiente conseqüências como
enfraquecimento e empobrecimento, situações que passam a não permitir o desenvolvimento de
plantas, coibindo a regeneração da área (Fig. 03).
Fig. 03 – Área edificada na Cidade Universitária – 2010
A figura 04 área edificada da Cidade Universitária no ano de 2011 demonstrada pelos
campos de cor cinza, onde a mesma possui aproximadamente 185.614,391m², em 2010 possuía
uma área edificada de 159.495,6m² possuindo assim um aumento da área edificada de 2010 para
2011 de 26.118,791m², proveniente do aumento da urbanização existente no Campus I nesse
último ano.
A infiltração do solo se da pela penetração da água através das camadas superficiais se
movendo para baixo através dos vazios pela ação da gravidade, até atingir uma camada
impermeável. A capacidade de infiltração do solo pode sofrer a interferência de diversos fatores,
um fator que interfere diretamente é o tipo de solo, porém outros fatores também são importantes
como a cobertura vegetal, a compactação e a umidade do solo.
A capacidade de infiltração varia muito de acordo com a porosidade e com os tamanhos
das partículas do solo como também com a umidade do solo já que se aplicarmos água em um
Fig. 04 – Área edificada em 2011
solo seco ela só vai infiltrar quando as partículas estiverem envolvidas por uma fina camada de
água, a vegetação é outro fator importante, pois se o solo estiver coberto por grama ou floresta
estas retiram umidade do solo e impedem que este se torne um solo compactado e por fim a
compactação causada pela falta de cobertura vegetal e pelo constante fluxo de pessoas e animais,
um solo compactado torna difícil a sua infiltração.
A Figura 05 demonstra a distribuição dos 17 pontos de coleta do tempo de infiltração de
água no solo que forma dentro da Cidade Universitária, com o intuito de observar como se
comporta a infiltração da água em solo com diferentes tipos de uso, fazendo relação ao tempo de
infiltração e a capacidade de absorção dos solos em ambientes naturais e os antropizados.
Fig. 05 – Pontos de coleta do tempo de infiltração de água no solo
A transcrição do relatório de trabalho de campo de geomorfologia com base no tempo de
percolação da água no solo da Cidade universitária, realizado pelos alunos de GFA Akene
Shionara e Camila G. Gomes, ao qual eu trago transcrito no Anexo A na integra.
4.3. MNT do relevo da Cidade Universitária do Campus I da UFPB
destacando a drenagem
Segundo ROSA (2004), a Universidade Federal da Paraíba foi elaborada e construída
sobre relevo referente aos baixos planaltos costeiros, nesse caso em uma superfície de baixa
rugosidade entre os vales dos rios Jaguaribe e o subafluente do rio Timbó e riacho Timbó,
possuindo uma feição de baixa declividade, quase uma situação tabular cuja altimetria não
ultrapassa a altitude de 50 metros Figura 06.
A drenagem é o escoamento das águas das chuvas sobre uma superfície
topograficamente, por meio de canais superficiais até sua infiltração para recarrega de aqüíferos
e lençóis freáticos, chegar a um rio, ou a um determinado local onde será realizada sua captação
e reuso.
Ao observar o escoamento superficial por meio dos canais percorridos pelas águas das
chuvas foi possível verificar pelas declividades da topografia que em sua maioria essas águas
tendem a escoar no sentido sudeste do Campus em direção ao riacho Timbó e em sua menor
Fig. 06 – Cidade Universitária
Fonte: Google Earth
parte para o Rio Jaguaribe. Com isso foi verificada a rede de drenagem do Campus I da UFPB
onde foi possível constatar essa idéia já que as tubulações de suas galerias, que seguem o
direcionamento do modelado, transportam por meio da gravidade as águas das chuvas coletadas
na parte noroeste do Campus, nas proximidades do Departamento de Comunicação e de Música,
para o Rio Jaguaribe e as das demais localidades direcionam para o Riacho Timbó Figura 07.
Com essas observações da rede de drenagem propiciou uma melhor compreensão a
respeito das áreas vulneráveis e também a pontuação das possíveis áreas de risco geradas devido
à falta de atuação dessa rede e/ou falta de manutenção da mesma, favorecendo a atuação dos
gestores dessa instituição para um melhor planejamento e gestão dos recursos naturais, nesse
caso em especial água e solo.
Fig. 07 – MNT da Cidade Universitária
Autor - Geógrafo Pablo Rodrigues Rosa
4.4. Dinâmica dos corpos florestais a partir da leitura
fitossociológica dos fragmentos
A Cidade Universitária se encontra dentro de um sistema florestal de Mata Atlântica,
onde está fragmentada e intercalada pelas edificações implantadas no território do Campus I da
UFPB, esse sistema florestal no qual existem populações endógenas que compõem sua
biodiversidade natural e outras espécies exóticas que persistem na vivência dentro e no entorno
de tais fragmentos.
A mata atlântica é um bioma cujo nível de fragmentação das florestas nos dias atuais é
muito alto, considerando que esta vegetação ocupou vastas áreas litorâneas do território
brasileiro indo desde o Rio Grande do Norte até os estados sulinos, sendo representada pela
“floresta tropical plena, associada aos ecossistemas costeiros de mangues nas enseadas, foz dos
grandes rios, baías e lagunas de influência de marés, matas de restinga nas baixadas arenosas do
litoral; às florestas de pinheirais no planalto, (...); e em campos de altitude (...)” (Reserva da
Biosfera da Mata Atlântica: 1992).
A urbanização causa a fragmentação vegetal que é um determinante no que se refere à
Biodiversidade, pois, afeta direta ou indiretamente o futuro de várias populações, sejam elas
vegetais ou animais, vindo a ameaçar de extinção várias espécies que dependem do contato com
determinados ambientes e condições para se perpetuarem, ainda causando a poluição e
degradação através da retirada da mata para eventuais construções.
A Figura 08 corresponde à discriminação da área da Macrozona de Expansão da
Paisagem Natural existente no Campus da Cidade Universitária em 2006, em que essa
macrozona é composta por 10 fragmentos (Tabela 01) de indivíduos do bioma de Mata Atlântica,
onde a área total do Campus Universitário é de 108.017ha e a cobertura vegetal da macrozona
natural é de 42.410ha sendo as áreas e as localizações dos fragmentos as seguintes:
Fig. 08 - Discriminação da área da Macrozona de Expansão da Paisagem Natural existente no
Campus da Cidade Universitária em 2006
ÁREA - 01 =
4,866 ha
ÁREA - 02 =
8,036 ha
ÁREA - 06 =
6,835 ha
ÁREA - 09 =
2,687 ha
ÁREA - 07 =
3,374 ha
ÁREA - 10 =
2,844 haÁREA - 08 =
1,639 ha
ÁREA - 05 =
8,177 ha
ÁREA - 04 =
1,875 haÁREA - 03 =
2,077 ha
287000286800286600286400
9211200
9211000
9211400286200286000285800285600285400
9210600
9210400
9210800
9209800
9210200
9210000
100 0 100 200 m
Áreas do Imóvel:
Prancha
Desenho
PLANTA DAS ÁREAS DE MATA DA UFPB
Responsável TécnicoSoftware
Data
AutoCAD 2006
Escala
ÚNICA
Desenhista
Cel: (83) 9978-4874
E-mail: [email protected]
Rogério Antônio de Souto
CIDADE UNIVERSITÁRIO - JOÃO PESSOA/PB
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
08/2006
Áreas de mata - 42,409 ha
LEGENDA
Limite do Campus I (cerca)
PLANTA DAS ÁREAS DE MATAS EXISTENTES NO CAMPUS I DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - JOAO PESSOA/PB
TABELA 01 – Dez fragmentos em 2006
Fragmentos Áreas ha Localização
1 4.866 Setor III - Sudoeste;
2 8.036 Setor III - Sudoeste;
3 2.077 Setor IV - Nordeste;
4 1.875 Setor IV - Nordeste;
5 8.177 Setor IV - Nordeste;
6 6.835 Setor II - Sudeste;
7 3.374 Setor II - Sudeste;
8 1.639 Setor I – Nordeste;
9 2.687 Setor I – Nordeste;
10 2.844 Setor II – Sudeste.
Fig. 09 – Em 2010 foi computado o fragmento externo à Cidade Universitária
Já em 2010 foi realizada uma nova verificação desses fragmentos vegetais, tendo o
acréscimo de mais um fragmento (Fig. 09 e Tabela 02) sendo esse externo a delimitação da
macrozona da Cidade Universitária, mas está contido no Campus Universitário na macrozona de
Expansão da Paisagem Natural, onde foi possível ver uma variação na área de cada fragmento já
existente e na área total da vegetação do Campus. Sendo assim a cobertura vegetal total desses
indivíduos nos 10 fragmentos após essa verificação de 2010 fica sendo de 44.870ha (Gráfico 01)
e as dos fragmentos individualmente são:
TABELA 02 – Fragmentos em 2010 – ampliação com o fragmento externos à Cidade
Universitária
Fragmentos Áreas ha Localização
1 4.084 Setor III - Sudoeste;
2 8.274 Setor III - Sudoeste;
3 2.326 Setor IV - Nordeste;
4 2.008 Setor IV - Nordeste;
5 8.294 Setor IV - Nordeste;
6 8.009 Setor II - Sudeste;
7 3.932 Setor II - Sudeste;
8 1.691 Setor I – Nordeste;
9 2.937 Setor I – Nordeste;
10 3.311 Setor II – Sudeste.
Externo 43.725 Setor III - Sudoeste;
Gráfico 1 – Acréscimo do
fragmento externo
Observando o gráfico 01 fica nítido o crescimento vegetal da Mata Atlântica existente
dentro do Campus I da UFPB, onde em 4 anos ocorreu um aumento na densidade populacional
de 2.450ha sendo o foco apenas os 10 fragmentos internos do existentes.
Perante o que está exposto no gráfico 02 pode se observar que todos os fragmentos
sofreram mudança quanto à densidade populacional seja para mais ou para menos, onde se
destacam os fragmentos 1 e 6 que sofre uma diminuição no numero de indivíduos e o maior
aumento populacional respectivamente. O fragmentos 1, localizado no Setor III a sudoeste no
Campus, sofre uma diminuição de 0,782ha de seus indivíduos vegetais, enquanto o fragmento 6,
localizado no Setor II a sudeste no Campus, teve um aumento populacional de 1,174ha em seus
indivíduos vegetais.
Gráfico 2 –
No Brasil a dendrometria ganhou destaque pelo fato de contribuir de maneira
significativa para o conhecimento e avaliação dos indivíduos vegetais das áreas florestais. A
figura 10 é a planta que demonstra os quatro fragmentos de Mata Atlântica que estão contidos no
interior do Campus I da Cidade Universitária, onde foi realizada uma atividade de fitogeografia
pelos alunos do componente curricular Geografia Física Aplicada, sendo eles o 2, 6, 8 e o 10,
onde os mesmos encontram-se com o desenho dos octaedros. Essa atividade tinha como fim
identificar a possível faixa etária dos indivíduos de alguns fragmentos do Campus, foi realizada a
dendrometria, onde por meio de uma parcela amostral da vegetação foram quantificados e
medidos os diâmetros e aferida a altura dos indivíduos vegetais nos fragmentos de Mata
Atlântica.
No Anexo B segue a transcrição do relatório de trabalho de campo de fitogeografia com
base na variação de densidade dos indivíduos que compõem a formação vegetal da Cidade
universitária, realizado pelos alunos de GFA Daivson Moreira Garcia e Júlio Moraes, ao qual
trazemos transcrito na integra.
Fig. 10 - Os quatro fragmentos que serviram para trabalhos de dendrometria
4.5. Dinâmica térmica dentro da Cidade Universitária do Campus I
da UFPB
No Campus I, nota-se a presença de diferentes ambientes como a presença dos resquícios
de Mata atlântica ao lado de conglomerados arquitetônicos. Esses aspectos atuam incisivamente
na variação de temperatura dentro do Campus e desperta o interesse em realizar pesquisas neste
âmbito.
Segundo NASCIMENTO (2002), o clima é um fator determinante na existência de todo
e qualquer individuo, e terminando os ecossistemas que podem ou não haver nos espaços. O
Clima está intrínseco ao conforto térmico, está ligada a satisfação do individuo com o espaço
externo, ou seja, a sensação de conforto ou desconforto gerada num determinado lugar. São
notórias as variações no conforto térmico dentro da UFPB dependendo do local onde o individuo
se encontra.
A figura 11 é o mapa que demonstra a distribuição dos 17 pontos de coleta de
temperatura que forma dentro da Cidade Universitária, para indicar as variações de temperatura
existente no Campus em varias localidades, fazendo uma analise comparativa com a temperatura
do respectivo clima da localidade onde se encontra a UFPB, relacionando possíveis divergências
na temperatura com as alterações na paisagem do Campus, que interfiram no conforto ou
desconforto térmico dos seus usuários.
Fig. 11 - Pontos de coleta do tempo de infiltração de água no solo
No Anexo C segue a transcrição do relatório de trabalho de campo de climatologia com
base na variação de temperatura da Cidade universitária, realizado pelos alunos de GFA Nielson
Polucena e Thiago Sousa Veras, ao qual eu trazemos transcrito na integra.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Campus I da UFPB está inserido em um sistema florestal de Mata Atlântica e áreas
urbanizadas, e em sua infra-estrutura possui: rede de água, rede elétrica, rede de esgoto, rede de
drenagem e tecnologias da informação e comunicação. Como foi visto por meio dos dados, o
campus vem sofrendo um grande aumento em sua área urbanizada e esse crescimento gera a
impermeabilização de algumas áreas sendo considerada como um fator importante na mudança
da dinâmica da infiltração e escoamento superficial das águas precipitadas, pois as mesmas não
terão como seguir seu curso normal, promovendo o seu direcionamento e a diminuição da
recarga de aqüíferos.
Devido à expansão das áreas edificadas observou-se que a temperatura apresenta-se mais
acentuada e também é notória que a impermeabilização por pavimentações e vias asfálticas, o
que intensifica o fluxo de veículos e de certa maneira a poluição e diminui o conforto térmico, já
que a energia luminosa que incidem sobre esses equipamentos urbanos é refletida como energia
térmica. Assim tem-se percebido sensivelmente essa variação da temperatura no interior do
Campus I quando comparadas as áreas florestadas compostas pelas ilhas florestais e as áreas com
as instalações de equipamentos urbanos. Percebe-se nesse meio que os locais que se encontram
sob as árvores ou protegidos pela sombra que a árvore fornece, o ambiente é mais confortável em
relação àqueles que estão longe da zona de sua proteção.
Portanto, perante o que já se observou, afirma-se da necessidade de mapeamentos das
redes que compõem a infra-estrutura e as áreas naturais da Cidade Universitária para que os
mesmos sejam utilizados para um melhor planejamento, principalmente no que tange a tomada
de decisões futuras visando às possíveis vulnerabilidades ambientais, sendo para tal
indispensável o embasamento teórico para dar sustentação aos argumentos propostos que
formarão os objetivos e as estratégias nas decisões a respeito a uma gestão ambiental responsável
e de um planejamento coerente com as ações que intervenham no meio ambiente.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, L. M. A.; RIGOLIN, T. B. Geografia. São Paulo. Ática, 2002. FILIZOLA, R.
Geografia. São Paulo. IBEP, 2005.
BARROS, M. J. V. de. Estrutura das formações vegetais na Reserva Biológica Guaribas –
PB. Monografia de graduação. Cap. 2 e 3. UFPB 2002.
DOLFUSS, Olivier. A análise geográfica. São Paulo, Difusão Européia do Livro, 1973.
MEDEIROS, R. B. de. Distribuição espacial de árvores exóticas no Campus I da UFPB: o
caso das mangueiras. Monografia de Graduação. UFPB, 2008.
NASCIMENTO, M. O. T. do. Estudo de temperatura e conforto térmico: o caso da área do
Campus I na UFPB. Monografia de graduação. UFPB-2002.
ROSA, C. R. Instabilidade ambiental em micro bacia urbana: o caso da urbanização na
cidade universitária da UFPB. Monografia de Graduação. Cap 2 e 3 . UFPB-2004
ROSA, P.R. de Oliveira. Parecer à solicitação da PU: Identificação da poligonal limítrofe do
Campus I. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA/Rede Brasileira de Visualização. 24 de
março de 2010
STRABLER, Arthur N. & STRABLER, Alan H. Geografia Física. Barcelona: Ediciones
Omega , S. A. 1989. Capítulo 25
VENTURI, Luis Antonio Bittar. Praticando Geografia: Técnicas de campo e laboratório.
Técnicas de Biogeografia . São Paulo: Oficina de textos, 2005. Capítulo 7
ANEXOS
Anexo A
Verificação da Capacidade de Infiltração de água do solo no Campus I da UFPB
A atividade de verificação da capacidade do solo de infiltrar á água foi realizada próximo ao
Laboratório de combustível que está localizado no CCEN/UFPB, os dias escolhidos para a
realização da atividade foram: 15 e 19 de setembro de 2011 no horário das 10:00.
Essa análise apóia-se nos dados presentes no trabalho monográfico “Instabilidade
estabilidade ambiental em micro bacia urbana: o caso da urbanização da Cidade
Universitária – UFPB” do graduando em geografia Conrad Rodrigues Rosa.
Os procedimentos metodológicos utilizados para a realização da atividade foram: um
infiltrômetro; uma régua; duas garrafinhas de 500 ml; uma prancheta; e um cronômetro.
Primeiramente, fizemos um buraco de dez centímetros de profundidade no solo, depois
encaixamos o infiltrônomo nessa abertura, e, em seguida, retiramos o excesso de terra; após
a retirada do excesso de material arenoso despejamos no infiltrômetro um litro de água, e a
partir daí começamos o processo de verificação de quanto tempo leva para a água infiltrar no
solo nesse ambiente.
Foto: Akene Shionara 19/09/2011 Foto: Akene Shionara 19/09/2011
A presente atividade foi realizada em uma área de bosque, que também é utilizada
como uma área de estacionamento, além de apresentar algumas pequenas edificações que
deduzimos ser de uso de laboratório. O solo nesse ambiente não é pavimentado, porém
apresenta pouca cobertura vegetal, além de sofrer com a pressão que os veículos exercem
sobre esse solo diariamente impedindo o nascimento de uma cobertura vegetal. O
infiltrômetro foi colocado na zona de proteção das árvores, que dificultavam a entrada dos
raios solares nesse ambiente amenizando a ação dos raios solares, tornando o ambiente
agradável no que diz respeito à sensação térmica.
Foto: Akene Shionara 15/09/2011 Foto: Akene Shionara 15/09/2011
No primeiro dia da realização da atividade, o solo encontrava-se encharcado, pois tinha
chovido durante a madruga e no decorrer da atividade ocorreram algumas chuvas
passageiras. E, isso, veio a dificultar o processo de infiltração da água pelo solo, que ficou
bastante lento. A atividade nesse dia durou 100 minutos para terminar, o que equivale há
uma hora e quarenta minutos. Em contraposição, o segundo dia encontrava-se ensolarado e a
atividade teve uma durabilidade de 18 minutos. Essa diferença pode ser vista nos quadros
abaixo.
Podemos observar nos quadro a cima que com o passa do tempo á água vai decrescendo, e
no primeiro dia esse processo vai se dando mais vagarosamente. Nos gráficos abaixo
mostramos o comportamento da água onde num primeiro momento ela infiltra com um
pouco mais de velocidade, porém vai ficando cada vez mais lenta com o passar do tempo. E
no primeiro caso o comportamento anormal da água se deu devido a precipitação da
madrugada e algumas leves no momento da nossa coleta de informações.
Área de bosque-CCEN
(15/09/2011)
TEMPO
(min) Centímetros
0 14
4 12
8 12
12 11
16 11
20 11
24 10
30 9
36 8
42 7,5
48 7
56 6
64 5
72 4,5
80 4,5
90 3
100 0
Área de bosque-CCEN
(19/09/2011)
TEMPO
(min) Centímetros
0 12
2 7
4 6,5
6 5
8 4,5
10 4
12 4
14 4
16 2
18 0
Fonte: Pesquisa de campo realizada nos dias 15 e 19 de setembro de 2011; gráficos feitos no
CorelDRAW X.
Anexo B
Experiência de mapeamento amostral da vegetação - Dendometria
O presente trabalho de campo consiste em visitar um dos fragmentos de Mata Atlântica no
Campus I da UFPB com o intuito de fazer a dendrometria de uma parcela de um octaedro
previamente sinalizado pelos monitores da disciplina de Geografia Física Aplicada do curso
de Geografia da UFPB. O fragmento visitado pela equipe foi o de número 8 dos dez
existentes no Campus I da UFPB.
Este trabalho tem como objetivo enumerar, medir o diâmetro e aferir a altura dos indivíduos
vegetais nos fragmentos de Mata Atlântica, buscando identificar a possível faixa etária dos
indivíduos desse fragmento por meio de uma parcela amostral da vegetação.
O material utilizado para o levantamento foi uma trena de 20m, um paquímetro, um
clinômetro artesanal, papel milimetrado, lápis, régua, transferidor escolar de 360°, bússola e
ficha de campo para preenchimento dos dados. Após a coleta dos dados em campo,
utilizamos um software de desenho CAD e planilhas do Excel para a quantificação dos dados
recolhidos e criação de gráficos com os dados obtidos.
O local escolhido, fragmento de número 8, fica localizado próximo ao campo de futebol da
UFPB e também da entrada do Castelo Branco. Seguimos por uma trilha e logo na entrada
pudemos constatar alguns resíduos sólidos como garrafas pet, sacos plásticos e embalagens
diversas, denotando a presença de pessoas no local. Também observamos um grande tronco
caído na trilha e alguns troncos caídos nas proximidades não aparentando terem sido
derrubados por ação antrópica. Nas bordas da trilha de acesso medimos algumas vezes a
profundidade da serrapilheira que variava de 5 a 10 cm. Não observamos plantas exóticas
durante o percurso, e chegando ao octaedro iniciamos a coleta dos dados. (Figura 1)
Figura1 - Localização do fragmento no Campus
Iniciamos os procedimentos de medição com a intenção de obtermos as dimensões da nossa
área de estudo começando pelo azimute a partir do indivíduo determinante até um dos
vértices e medindo a distância entre os pontos. Em seguida, prosseguimos com os azimutes e
distâncias entre as outras vértices, desenhando no papel milimetrado em escala 1:100 onde
cada centímetro no papel equivale a um metro no campo. Partindo do indivíduo determinante
no rumo 220° da bússola andamos 14,8m até o primeiro vértice onde mudamos o rumo para
100° e atingimos o segundo vértice a 14,5m, em seguida viramos para o rumo 340° até
atingirmos o determinante a 14,5m. A parcela pesquisada possui 92,2m² de área. O croqui
desenhado no papel milimetrado (FIGURA 3) foi feito na escala 1:100, facilitando assim a
inserção dos pontos de localização de cada indivíduo. Com o auxílio do paquímetro foram
colhidas as espessuras dos indivíduos e posteriormente fizemos a medição da altura com o
clinômetro artesanal. Após o término do levantamento, o croqui resultante foi digitalizado e
a imagem JPG utilizada como raster no AutoCAD 2006 para a vetorização. Junto com os
dados quantificados e trabalhados em planilhas de Excel e os desenhos feitos no AutoCAD
foi possível construir um modelo gráfico representando a parcela em estudo.
Figura 2 - Coleta de dados: medição de altura e espessura dos indivíduos vegetais. Foto:
Geysa Suênia (abril/10)
Anexo C
Estudo das variações de temperatura no Campus I da Universidade Federal da Paraíba - João
Pessoa/PB
O trabalho por ora apresentado incide em uma visita a diversos setores e áreas do Campus I
da UFPB com intuito de realizar um estudo comportamental da temperatura e das condições
climáticas que ocorrem no interior da instituição, assim como a sua relação com o conforto e
o desconforto ambiental dos usuários do Campus universitário. Tudo isso baseado nos
assuntos ministrados na disciplina de Geografia Física Aplicada do curso de Geografia da
UFPB.
Indicar as temperaturas estacionamento CCEN/DGOC no Campus I da UFPB, fazendo uma
analise comparativa com a temperatura do respectivo clima da localidade onde se encontra a
UFPB, relacionando possíveis divergências na temperatura com as alterações na paisagem
do Campus, que interfiram no conforto ou desconforto térmico dos seus usuários.
Para a realização do trabalho foi utilizado termômetros da marca INCOTERM, GPS de
marca MAGELLAN, câmera fotográfica, planta baixa do Campus I da UFPB, formulários
para coleta de dados, imagens do Google Earth e informações quantitativas climáticas do
INMET. Após a coleta dos dados, utilizamos o software Excel para a quantificação dos
mesmos e como na confecção de gráficos e tabelas.
O local escolhido localiza-se no estacionamento do CCEN/DGOC, próximo ao bloco do
NEPREMAR entre as coordenadas geográficas 07° 08’ 22’’ LS e 34° 50’ 43’’LW. É
caracterizado pela presença de diversos equipamentos urbanos, como edificações horizontais
e verticais, com cobertura de amianto, área para estacionamento totalmente
impermeabilizado, por paralelepípedos e asfalto, e a existência de poucas espécies vegetais
sendo que as que lá se encontram são indivíduos de baixo porte e de copa esparsa
(apresentam aberturas entre os galhos facilitando uma maior penetração dos raios solares)
(NASCIMENTO, 2002).
Imagens 01 e 02 – Estacionamento do CCEN/DGOC
Iniciamos as medições de temperatura nos dias 24,25 e 26 de agosto de 2010 com a intenção
de obtermos dados referentes ao comportamento climático da área estudada a partir de
horários pré estabelecidos. A princípio estes horários seriam os seguintes: 07h00min,
09h00min, 12h00min, 15h00min, 17h00min e 19h00min, no entanto, não foi possível
cumprir as medições das 07h00min, devido às condições adversas do tempo, desta forma, foi
estabelecido outro horário, dando início às medições a partir 07h30min. Vale salientar que os
demais horários não tiveram alterações. Em seguida, colocamos o termômetro em uma altura
aproximada de 1m, para este não sofrer influência direta da temperatura do solo e depois
deixamos o mesmo durante 15 min. para que se adapte as condições térmicas do local. Para a
coleta dos dados foi de fundamental importância o uso de formulários, para a posteriori
armazená-los em planilhas eletrônicas que foram convertidos em gráficos.
Imagem 03: Coleta de dados: Medição da temperatura ambiente.
Foto: Thiago Veras (agosto/2010)
Imagem 04: Estacionamento CCEN/DGOC.
Foto: Thiago Veras (agosto/2010)
Tabela I: Variação da temperatura por dia
Gráfico I: Variação da temperatura nos dias 24,25 e 26/agosto
Hora Temperatura (°C)
07:15 25 26 26
09:15 29 28 30
12:15 31 30 29
15:15 28 30 29
17:15 26 26 25
19:15 25 25 27
Dia 24.08.10 25.08.10 26.08.10