20
R$ 13,90 Revista ANO 40 – Nº 467 | www.comunidadeemanuel.org.br A Revista da Renovação Carismática Católica A CAMINHO DOS ALTARES Dom Estêvão Beencourt Comissão brasileira recebe permissão para a abertura do processo de beaficação do monge benedino. COMUNHÃO ECLESIAL Católicos e Ortodoxos Papa Francisco e o Patriarca Tawadros III assinam declara- ção comum e estreitam laços entre o oriente e o ocidente. MATÉRIA ESPECIAL Profanações Os atos contra a Santa Eucarisa têm aumentado no Brasil e no mundo. Crise moral e de fé. O ESPÍRITO SANTO Aqueles que vêm a Jesus, serão, não só mergulhados em água e lavados de seus pecados, mas também submergidos no Espírito de Deus e cheios de seu poder e amor

O ESPÍRITO SANTO - Dom Ciprianodomcipriano.org.br/wp-content/uploads/2017/06/JV467_Degustacao.pdf · morar no meio de nós. E nos manifestais na vossa maravilha de amor, no vosso

Embed Size (px)

Citation preview

R$ 13,90

Revi

sta

ANO 40 – Nº 467 | www.comunidadeemanuel.org.brA Revista da Renovação Carismática Católica

A CAMINHO DOS ALTARES

Dom Estêvão Bettencourt Comissão brasileira recebe

permissão para a abertura do processo de beatificação do

monge beneditino.

COMUNHÃO ECLESIAL

Católicos e OrtodoxosPapa Francisco e o Patriarca

Tawadros III assinam declara-ção comum e estreitam laços entre o oriente e o ocidente.

MATÉRIA ESPECIAL Profanações

Os atos contra a Santa Eucaristia têm aumentado

no Brasil e no mundo. Crise moral e de fé.

O ESPÍRITO SANTOAqueles que vêm a Jesus, serão, não só mergulhados

em água e lavados de seus pecados, mas também submergidos no Espírito de Deus e cheios de seu poder e amor

DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB

Oração Inicial

Com minha bênção sacerdotal

Dom Cipriano Chagas, OSB

PEDINDO AO PAI, A GRAÇA DO ESPÍRITO SANTO

P ai santo, Vós sois maravilhoso e bom. Ama-nos infinitamente e nos quereis junto de Vós. Agrade-cemo-Vos tudo o que tendes feito em nós e por nós. Agradecemos e bendizemos porque viestes

morar no meio de nós. E nos manifestais na vossa maravilha de amor, no vosso poder, na vossa graça, para mostrar-nos quem Vós sois e para atrair-nos a Vós pelo vosso amor.

Pai Santo, Vós nos chamais a ser vossos filhos, sermos vossa família, vosso povo, sob a ação de vosso Espírito Santo. A fim de que vosso plano se realize em nós. Vós nos dais o vosso Espírito Santo para que nos transforme, em tudo o que é necessário para essa filiação divina, essa participação de vossa natureza e essa qualidade de filhos, com que Vós nos agraciais, por vosso amor, por vossa bondade e generosidade.

Pedimo-Vos, Pai Santo, que nos ilumineis com vosso Espírito Santo, para que possamos compreender as vossas coisas e vos amar e ser gratos e conhecer os vossos mistérios. E assim, pedimo-vos que sejamos sempre livres e abertos à moção do vosso Espírito, a fim de que a maravilha de vosso

plano de amor se realize em cada um de nós e em todos, para que o vosso Reino venha e se estabeleça no meio de nós. Viestes morar em nossos corações e entre nós, e tudo realizais para que encontremos o ambiente favorável à nossa vida, a essa nova maneira de ser que Vós nos destes com a ressurreição de Jesus e o derramamento do Espírito Santo, a fim de sermos verdadeiramente vossos filhos, como Vós quereis.

Vós nos revelais os vossos mistérios, e Vós nos ensinais, passo a passo, tudo aquilo que Vós quereis que aprendamos, para nos preparar, cada vez mais e cada vez melhor, para essa união convosco, que Vós quereis que nós tenhamos, desde já, mas que será realizada, em plenitude, quando es-tivermos, junto a Vós, contemplando-vos, face a face, como Vós quereis. Vós sois nosso Deus e nós somos vosso povo.

Transformai-nos totalmente para que possamos realizar tudo o que Vós quereis. Realizai em nós, Senhor, vosso plano de amor e fortalecei-nos na vossa graça.

Muito obrigado, Senhor. Glória a Vós, Senhor! Amém.

2 Jesus Vive e é o Senhor • edição 467 • 2017

A revista “JESUS VIVE E É SENHOR” é uma publicação mensal da Comunidade Emanuel, entidade sem fins lucrativos, declarada de Utilidade Pública pelo Decreto 8.969 de 13/05/86. A COMUNIDADE EMANUEL tem entre seus Ministérios a Evangelização através da Palavra escrita, servindo à Renova-ção Carismática da Igreja. Sua espiritualidade é centrada em Jesus Cristo, guiada pelo Espírito Santo de Deus, incentivan-do os seus leitores à vida sacramental, à oração pessoal e ao uso comunitário dos Dons e Carismas.Orientação da COMUNIDADE EMANUEL. Uma Associação Particular de Fiéis Leigos, assim reconhe-cida por Decreto, pela Arquidiocese do Rio de Janeiro. Revista com Aprovação Eclesiástica.® Copyright 1996 – Direitos ReservadosCOMUNIDADE EMANUEL CNPJ 29.983.269/0001-17 - ISSN:0103-8133- Rua Cortines Laxe, nº 2 Centro - CEP 20090-020 - Caixa Postal 941 CEP 20001-970 - Rio de Janeiro - RJ Brasil - Tel.: 0+XX+21 2263-3725 Fax: 0+XX+21+2233-7596.

Órgão Fundador da Associação Latino-americana de Revistas de Renovação no Espírito Santo.

• Fundador: DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB.

• Diretor-Presidente: Dom Cipriano Chagas, OSB• Diretor Responsável: Mauro Moitinho Malta• Conselho de Redação: Dom Cipriano Chagas, Maria Teresa Malta, Anna Gabriela Malta, Alexandre Honorato D. Ferreira

• Redator Responsável: Jeannine Leal• Revisor: Dom Antonio Augusto Dias Duarte, Bispo Auxiliar• Coordenador de Edição: Comunidade Emanuel• Projeto Gráfico e Diagramação: Comunidade Emanuel• Revisão e Tradução: Comunidade EmanuelOs artigos publicados nesta revista são de responsabilidade dos autores. Todo material para a revista, sendo publicado ou não, não será devolvido.“A este Jesus, Deus o ressuscitou, e disto nós todos somos testemunhas. Portanto, exaltado pela direita de Deus, ele recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e o derramou, e é isto o que vedes e ouvis” (At 2,32-33).

“Saiba, portanto, com certeza, toda a casa de Israel: Deus o constituiu Senhor e Cristo, a este Jesus a quem vós crucificastes” (At 2,36).

Impressão:ROTAPLAN GRÁFICA E EDITORA LTDA

FALE CONOSCO

CARTAS À REDAÇÃO

[email protected]

• Cartas à redação, Jesus Vive e é o Senhor, Caixa Postal 941, 20001-970, Rio de Janeiro, RJ

Inclua seu nome completo, endereço, e-mail e número de telefone. As cartas e e-mails poderão ser editadas e usadas em mídia impressa e eletrônica.

ECONOMIZE TEMPO PELA INTERNETPara assinaturas e livros acesse www.comunidadeemanuel.org.br

ASSINATURAS

[email protected]• 21 2263-3725

EDIÇÕES ANTERIORES [email protected] www.comunidadeemanuel.org.br

MAURO MOITINHO MALTA

Mauro Moitinho Malta Membro do conselho da Comu-nidade Emanuel, autor do livro “Perdão, o caminho da felicidade”.

Carta ao Leitor

O Papa Francisco viajou em abril para o Egito. Viagem perigosa pelos conflitos ocorridos naque-la região entre católicos copta e

muçulmanos. Isso, no entanto, não impediu o Papa de ir ao encontro do irmão Papa da Igreja Ortodoxa Copta, Papa Tawadros II, depois de 16 séculos de afastamento. Como resultado dessa visita, os religiosos assinaram a segunda “declaração comum”, prosseguindo o diálogo ecumênico entre ortodoxos coptas e católicos, reconhecendo o sacramento do Batismo comum às duas Igrejas e a celebração da Páscoa na mesma data.

O padre Raniero Cantalamessa, por sua vez, lembra o episódio de Pentecostes, comparando o Espírito Santo com o sopro divino que dá vida à nova criação. E vai além, ao afirmar: “Proclamar que o Espírito Santo é criador, significa dizer que sua esfera de ação não se restringe somente à Igreja, mas se estende a toda criação. Ele atua na Bíblia e fora dela; atua antes de Cristo, no tempo de Cristo e depois de Cristo, se bem que nunca separadamente dele. “Toda verdade, de onde quer que venha dita – escreveu São Tomás de Aquino –, vem do Espírito Santo”. Certo: a ação do Espírito de Cristo fora da Igreja não é a mesma que dentro da Igreja e nos sacramen-tos. Ali, ele atua por poder, aqui por presença, em pessoa.” E ressalta que o mais importante não é compreender ou explicar as implicações de seu poder criativo, mas experimentá-lo.”

Dom Cipriano, por outro lado, enfatiza que “Deus quer dar-se a você. Quer morar em você, pondo seu próprio Espírito dentro de você.” Explica que os discípulos haviam visto Jesus atuar sob o poder do Espírito Santo, ou seja, “o Espírito Santo tinha estado com eles. Agora o Senhor lhes promete que o Espírito estaria dentro deles.” Em outro artigo, o autor lembra que “Deus quis que todo o seu povo ouvisse a Palavra por eles mesmos, através do próprio Espírito de Deus vivendo dentro de-les.” E mais ainda, “Ouvir as palavras de Jesus não era bastante para receber essa vida; essas palavras tinham que ser acreditadas.” Lembra que “Jesus vem para guiar os homens para o Reino de seu Pai. Ensina-os a orar: “Venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu.” Finaliza seu

artigo dizendo: “O Espírito Santo não vai sim-plesmente encher nossas vidas, mas jorrará de nós. Rios de amor, de alegria, de paz, de poder, de perdão, de cura, de fé. Rio da vida de Jesus.” Por isso Dom Cipriano nos aconselha sempre a fortalecer nosso relacionamento com Jesus através da oração pois só ela pode, com cer-teza, trazer à terra os tesouros e o poder do céu. Ela é indispensável e irresistível. Há poder e bênçãos desconhecidos e não divulgados, armazenados no céu para nós. Esse poder fará de nós uma bênção para os homens, e nos preparará para realizarmos qualquer trabalho e enfrentarmos qualquer perigo.”

É importante ressaltar tudo isso porque vivemos uma época de “perda do senso do sa-grado, da intolerância, da diminuição do temor pelas coisas sagradas e da fé;” diz a articulista Jeannine Leal que especifica os diversos casos de profanação da Santa Eucaristia ocorridos na Igreja, alguns bem recentes. “Em uma época com tanta profanação é importante reverenciar nossos santos e Jeannine lembra que “a beatificação de Dom Estêvão Tavares Bettencourt está cada vez mais próxima. Falecido em 2008, aos 89 anos de idade, esse monge beneditino é considerado um dos teólogos e intelectuais católicos mais importantes do Brasil.”

Meus irmãos e irmãs, vivemos tempos difíceis, com modificações profundas nos comportamentos do ser humano. Uma das forças que mais tem crescido é a luta pelo reconhecimento da mulher, de seu papel na sociedade e na história da civilização. O artigo de Anna Gabriela aborda essa questão de forma apaixonada, dando como exemplos notáveis Nossa Senhora, Santa Teresa D’Ávila, Santa Joana D’Arc. Precisamos cada vez mais dar voz as mulheres que nos geraram.

4 Jesus Vive e é o Senhor • edição 467 • 2017

Revista Jesus Vive On Line

Nossa SenhoraA MULHER, SÍMBOLO RELIGIOSO DA CRIAÇÃOPor Pe. Angel L. Strada

Curso de IntercessãoO AMOR NOS IMPELIRÁ À ORAÇÃOCONTINUAÇÃOPor Dom Cipriano Chagas, OSB

EnsinoA PALAVRA FEITA CARNEDom Cipriano Chagas, OSB

Capa

28 O Espírito SantoAqueles que vêm a Jesus, serão, não só mergulhados em água e lavados de seus pecados, mas também submergidos no Espírito de Deus e cheios de seu poder e amor

3 Carta ao leitor Por Mauro Moitinho Malta

1 Oração Inicial PEDINDO AO PAI, A GRAÇA DO ESPÍRITO SANTOPor Dom Cipriano Chagas, OSB

6 Alma FemininaA DISCÍPULA DE JESUSPor Anna Gabriela Malta

8 Em PautaDOM ESTÊVÃO BETTENCOURT A CAMINHO DA BEATIFICAÇÃOPor Jeannine Leal

30 EnsinoRIOS DE ÁGUA VIVAPor Jeannine Leal

36 SantoBEATA NHÁ CHICAPor Jeannine Leal

35 Espaço musicalEM ESPÍRITO E EM VERDADE, JÁ NÃO SOMOS MAIS OS MESMOSPor Alexandre Honorato

34 Point jovemA MENSAGEM DA CRUZ DE CRISTO AO CORAÇÃO DA JUVENTUDEPapa Francisco

Colunistas

14

16

18

Seleção 40 anosA EVANGELIZAÇÃO FUNDAMENTALPor José H. Prado Flores

SACRAMENTOS E CURAPor Pe. Emiliano Tardiff

A ÁGUA VIVA DO ESPÍRITO SANTOSão Cirilo de Jerusalém

Seções5 Testemunho | Frases

39 EducaçãoNINGUÉM É TÃO POBRE QUE NÃO POSSA DARPor Alexandre Honorato

41 Agenda

40 CatequeseA INSTITUIÇÃO DE CORPUS CHRISTIDa Redação

HomiliaO ESPÍRITO SANTO ATUA NO MUNDO Por Pe. Raniero Cantalamessa, OFMCAP

22

24

26

Entre o Céu e a terraPROFANAÇÕESPor Jeannine LealFELIZ PENTECOSTES!Por Bianca Leite

32 Nossa SenhoraMARIA É A ALEGRIA DE DEUS QUE CRIA A ALEGRIA Por Papa emérito Bento XVI

38 Curso de intercessãoO AMOR NOS IMPELIRÁ À ORAÇÃO Por Dom Cipriano Chagas, OSB

10 Comunhão EclesialUM SÓ SENHOR, UMA SÓ FÉ, UM SÓ BATISMODa Redação

Vida e Conhecimento19 O ENCONTRO DE JESUS COM A MULHER PECADORA

Por Dom Anselmo Chagas de Paiva, OSB

8 Jesus Vive e é o Senhor • edição 467 • 2017

Em pauta

POR JEANNINE LEAL

Dom Estêvão Bettencourt a caminho da beatificação

A beatificação de Dom Estêvão Tavares Bettencourt está cada vez mais próxima. Falecido em 2008, aos 89 anos de idade,

esse monge beneditino é considerado um dos teólogos e intelectuais católicos mais importantes do Brasil. Na verdade, a Igreja Católica começou a coletar

assinaturas para iniciar o processo de beatificação ao se completarem sete anos de sua morte.

A beatificação, ato pelo qual o Sumo Pontífice permite seja tributado culto público a um servo de Deus em certa região ou certa família religiosa (excep-cionalmente na Igreja universal), é um

processo demorado: depois da fase de coletas de assinaturas, é necessário reu-nir depoimentos das virtudes do monge, encaminhar todo o material ao Vaticano, que dá o veredito. Além disso, para que seja considerado beato é necessário que seja comprovado pelo menos um milagre de Dom Estêvão. Só após a beatificação, poderá ser considerado santo, ou seja, canonizado.

O carioca, que morreu em decorrên-cia de um infarto agudo do miocárdio, é, para muitos fiéis, um exemplo de amor e doação à Igreja. O monge entra numa lista que já tem outros cariocas: a estu-dante Odetinha, o médico e seminarista Guido Schaffer e o casal Jerônimo e Zélia Magalhães. Os quatro são considerados Servos de Deus, porque os processos de beatificação já começaram..

Vida e ObraDom Estêvão nasceu em 1919, no

Rio de Janeiro. Aos quatro anos, porém, mudou-se com a família para Paris (França), onde iniciou seus estudos no Lyceé Buffon. Retornando ao Brasil em 1928, continuou estudando no Colégio São Bento do Rio de Janeiro, tempo em que conheceu mais de perto a vida monástica.

Batizado Flávio Tavares Betten-court, trocou de nome assim que en-trou para o noviciado, homenageando Santo Estêvão, primeiro mártir da Igreja Católica. Fez os estudos fundamentais no Colégio São Bento e entrou para o Mosteiro em 1º de fevereiro de 1936, recebendo o hábito no mês de outubro do ano seguinte, quando realizou seus primeiros votos.

A FÉ DESCOBRE VALORES ONDE A RAZÃO NÃO OS PERCEBEDom Estêvão Bettencourt, OSB

10 Jesus Vive e é o Senhor • edição 467 • 2017

UM SÓ SENHOR, UMA SÓ FÉ,

UM SÓ BATISMO

Comunhão eclesial

O s discursos do Papa Fran-cisco e do Papa Tawadros II demonstram o estreita-mento do amor fraterno

entre as duas Igrejas. O cisma entre as igrejas teve origem em 451. Depois de 16 séculos de afastamento, em 1973, após o Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI e o Papa Shenouda III assinaram a primeira declaração comum, iniciando um diálogo ecumênico entre ortodoxos coptas e católicos.

DA REDAÇÃO

Igreja Católica e Igreja Ortodoxa Copta assinam documento que reconhece o sacra-mento do Batismo comum às duas Igrejas e a celebração da Páscoa na mesma data.

Durante a viagem apostólica ao Egito, no final de abril, o Papa Francisco e o Papa Tawadros II assinaram a “declaração comum”. O documento é o segundo do gênero,

desde o Papa Paulo VI e aproxima as duas Igrejas, Católica e Ortodoxa Copta.

Trechos dos discursosPAPA FRANCISCO

A Páscoa ComumOcorreu há poucos dias a grande so-

lenidade da Páscoa, centro da vida cristã, que, este ano, tivemos a graça de celebrar no mesmo dia. Assim, proclamamos em uníssono o anúncio da Ressurreição, revivendo, de certo modo, a experiência dos primeiros discípulos, que naquele dia, juntos, “se encheram de alegria por verem o

2017 • edição 467 • Jesus Vive e é o Senhor 11

Continuação

SOMOS CHAMADOS A TESTEMUNHÁ-LO, A LEVAR AO MUNDO A NOSSA FÉ, ANTES DE TUDO SEGUNDO O MODO

QUE É PRÓPRIO DA FÉ: VIVENDO-A

Senhor” (Jo 20,20). Hoje, esta alegria pascal é enriquecida pelo dom de adorarmos, juntos, o Ressuscitado na oração e por tro-carmos novamente, em seu nome, o ósculo santo e o abraço de paz. Sinto-me muito grato por isto: ao chegar aqui como pere-grino, tinha a certeza de receber a bênção dum Irmão que me esperava. Grande era a expectativa de nos encontrarmos: com efeito, conservo bem viva a lembrança da visita de Vossa Santidade a Roma, pouco depois da minha eleição, no dia 10 de maio de 2013, uma data que, felizmente, se tornou ocasião para celebrar anualmente o Dia da Amizade Copto-Católica.

A primeira declaração comumNa alegria de continuar fraternalmente

o nosso caminho ecumênico, desejo recor-dar, antes de mais nada, aquele marco nas relações entre a Sé de Pedro e a de Marcos, que é a Declaração Comum assinada pelos nossos Predecessores, há mais de quarenta anos, em 10 de maio de 1973. Naquele dia, depois de “séculos de história difícil”, em que “surgiram diferenças teológicas, que foram alimentadas e acentuadas por fatores de caráter não-teológico” e por uma difidência cada vez mais generalizada nas relações, com a ajuda de Deus chegou-se a reconhecer, juntos, que Cristo é “perfeito Deus, quanto à sua divindade, e perfeito homem, quanto à sua humanidade” (De-claração Comum, assinada pelo Santo Padre Paulo VI e por Sua Santidade Amba Shenouda III, 10 de maio 1973). Mas, não menos importantes e atuais são as pala-vras imediatamente anteriores, com que reconhecemos “Nosso Senhor e Deus e Salvador e Rei de todos nós, Jesus Cristo”.

Unidade dos cristãosNa presença do Senhor, que nos dese-

ja “perfeitos na unidade” (Jo 17,23), já não podemos esconder-nos atrás de desculpas de divergências de interpretação, nem atrás de séculos de história e tradições que nos tornaram estranhos. Como aqui disse Sua Santidade João Paulo II: “Não devemos perder tempo a este propósito! A nossa comunhão no único Senhor Jesus Cristo, no único Espírito Santo e no único Batismo já representa uma realidade profunda e essencial” (Discurso durante o Encontro Ecumênico, 25 de fevereiro de 2000,4-5). Neste sentido, há não só um ecumenismo feito de gestos, palavras e compromisso, mas uma comunhão já efetiva, que cresce dia-a-dia no relacionamento vivo com o Se-nhor Jesus, está enraizada na fé professada e funda-se realmente no nosso Batismo, em sermos Nele “novas criaturas” (cf. 2ªCor 5,17): em suma, “um só Senhor, uma só fé, um só Batismo” (Ef 4,5).

Amadurecendo o caminho ecumênicoA maturação do nosso caminho ecu-

mênico é sustentada, de modo misterioso e muito atual, também por um verdadeiro e próprio ecumenismo do sangue. São João escreve que Jesus veio “com água e com sangue” (1ªJo 5,6); quem acredita Nele, assim “vence o mundo” (1ªJo 5,5). Com água e sangue: vivendo uma vida nova no nosso Batismo comum, uma vida de amor incessante e por todos, mesmo à custa do sacrifício do sangue. Desde os primeiros séculos do cristianismo, nesta terra, quan-tos mártires viveram a fé heroicamente e até ao extremo, preferindo derramar o sangue que negar o Senhor e ceder às adulações do mal ou mesmo só à tentação de responder ao mal com o mal! Bem o testemunha o venerável Martirológio da Igreja Copta.

PAPA TAWADROS II

Papa Francisco

ESTA EXPERIÊNCIA COMUM DE COMUNHÃO, ANTERIOR AO TEMPO DE SEPARAÇÃO, ASSUME UM SIGNIFICADO ESPECIAL NA NOSSA BUSCA

ATUAL DO RESTABELECIMENTO DA PLENA COMUNHÃOPapa Tawadros II

Solidez do relacionamentoNós, Francisco, Bispo de Roma e

Papa da Igreja Católica, e Tawadros II, Papa de Alexandria e Patriarca da Sé de São Marcos, no Espírito Santo damos graças a Deus por nos ter concedido a feliz oportunidade de nos encontrar-mos mais uma vez, trocarmos o abraço fraterno e juntarmo-nos novamente em oração comum. Damos glória ao Todo Poderoso pelos laços de fraternidade e amizade existentes entre a Sé de São Pedro e a Sé de São Marcos. O privilégio de estar juntos aqui no Egito é um sinal de que a solidez do nosso relacionamen-to tem aumentado de ano para ano e de que estamos a crescer na proximidade, na fé e no amor de Cristo nosso Senhor.

O tempo da unidadeO nosso vínculo profundo de ami-

zade e fraternidade tem a sua origem na plena comunhão que existia entre as nossas Igrejas nos primeiros séculos, tendo-se expressado de várias maneiras nos primeiros Concílios ecumênicos, a começar pelo Concílio de Niceia em 325 e a contribuição de Santo Atanásio, corajoso Padre da Igreja que mereceu o título de “Protetor da Fé”. A nossa comu-nhão manifestava-se através da oração e práticas litúrgicas semelhantes, da ve-neração dos mesmos mártires e santos, e no fomento e difusão do monaquismo, seguindo o exemplo do grande Santo Antão, conhecido como o pai de todos os monges.

14 Jesus Vive e é o Senhor • edição 467 • 2017

O que devemos proclamar na evangelização fundamental?

CONTEÚDO E OBJETIVOS DO QUERIGMA – ESTUDO BÍBLICO

A evangelização tem duas eta-pas bem claras e sucessivas e não está ao nosso alcance alterar a ordem dessas etapas.

Creio que o problema principal da Igreja, desde há muitos anos, tem sido o de ministrar demasiada catequese a quem não nasceu de novo. Enchemos as pessoas de doutrina, de moral, de dogma, de liturgia, de muitas coisas por si mesmas muito importantes, que não podem, porém, ocupar o primeiro lugar. A primeira coisa necessária é nascer de novo; depois vem o crescimento. Se uma pessoa não nasceu de novo, não pode assimilar a doutrina, nem a moral, nem o dogma, nem a teologia.

O que, em primeiro lugar deve ser transmitido e entregue é JESUS, a pes-soa de Jesus.

Foi isto o que fizeram os primeiros evangelistas e apóstolos. Ensinavam eles sempre a mesma coisa: JESUS.

E Jesus, o que dava? Deu-se a si mesmo, antes de dar uma doutrina; deu sua vida, entregou-se a nós porque sabia que era dele que o mundo precisava.

No começo da vida da Igreja, o ba-tismo era ministrado apenas aos que se tinham convertido, aos que tinham tido um encontro com Jesus. Creio que hoje a tarefa deve processar-se inversamente: os batizados devem ser evangelizados. Porque muitos não vivem seu batismo. Este foi certamente eficaz quanto ao rito,

porém não foi vivido em seguida. Muitos batizados estão espiritualmente mortos.

Não nos cabe inventar o que é a evangelização, nem quais são suas eta-pas. É necessário olharmos para trás, para os começos da Igreja, quando o Es-pírito estava presente de modo especial. O testemunho de tudo está na Sagrada Escritura. Por isso, teremos de procurar nas Escrituras, para ver como evange-lizavam os primeiros evangelizadores.

A evangelização de JesusO primeiro e maior de todos os

evangelizadores foi o próprio Jesus. Ele não foi apenas evangelizador, mas foi o Evangelho em pessoa.

Como Jesus evangelizou? Jesus proclamava uma palavra viva e eficaz, capaz de transformar e mudar o homem. Ele ia proclamando uma mensagem, mensagem do Reino de Deus: que ha-via chegado o tempo da salvação e era urgente crer e converter-se.

Encontramos uma síntese mara-

vilhosa da primeira evangelização de Jesus, no mais antigo dos quatro evan-gelhos: o de São Marcos. Em Marcos 1,15, lemos que “JESUS PROCLAMAVA A BOA NOVA DE DEUS”. E ouçamos o que diz. Quatro coisas:

• Completou-se o tempo;

• O Reino de Deus está próximo;

• Convertam-se;

• Creiam na Boa Nova;

A mensagem central de Jesus: vá-rias coisas tornam-se urgentes. Porque o Reino de Deus está aí, é URGENTE converter-se. Esta conversão é para hoje. Neste momento, exige-se uma resposta à mensagem de Jesus, que é ele mesmo, em pessoa. O Reino de Deus é semelhante a uma pérola preciosa, a um tesouro escondido. É necessário vender tudo para comprá-lo.

A mensagem de Jesus coloca os ho-mens diante de uma decisão, SIM ou NÃO.

Seleção

A evangelização fundamentalPOR JOSÉ H. PRADO FLORES

“Extraído de palestra de José Prado Flores no decurso do 6º Encontro Nacional da Renovação Carismática chilena, em Tralca. Transcrito, com autorização da revista “Pentecostes”.

PARTE 1

José H. Prado Flores pregando durante retiro para 200 sacerdotes na Polônia, novembro de 2014.

16 Jesus Vive e é o Senhor • edição 467 • 2017

Seleção

N o evangelho, vemos que Je-sus uniu estes dois ministé-rios: Proclamar o Evangelho e curar os enfermos. Este

ministério de cura acompanha a evan-gelização.

“Alguém dentre vós está enfermo? Chame os sacerdotes da Igreja, para que orem sobre ele e o unjam com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o enfermo e o Senhor o restabelecerá. Se tiver cometido pecados, ser-lhes-ão perdoados.” Este texto é a base do Sa-cramento da Unção.

Quando tomamos a Palavra de Deus a sério, o Senhor também nos leva a sé-rio. Vemos manifestar-se a compaixão de Deus neste sacramento dos enfermos, que, em meu país (Canadá), costumamos chamar de último sacramento, por admi-nistrá-lo no fim da vida. Com o Concílio Vaticano II, a Igreja convida-nos a admi-nistrá-lo não somente aos moribundos, mas também aos enfermos.

Este sacramento deve ser posto a serviço dos enfermos. Às vezes, em algumas paróquias, o temos deixado um pouco de lado, mas o evangelho e a carta de São Tiago convidam-nos a ungir com óleo bento e consagrado. O Espírito Santo está revitalizando todos os sacra-mentos. O Povo de Deus descobre que os sete sacramentos são os sete canais da graça de Deus à sua Igreja. Todos eles são sacramentos de cura. Jesus comunica-se conosco com amor; ele é a plenitude da Ressurreição e da Vida.

Na cura não há receitasA única regra: ter compaixão pelo

enfermo e crer na Palavra de Deus. Nossa esperança não se apoia sobre nossa capacidade de ação, mas sobre o amor de Jesus, que nos ama e ajuda em nossa debilidade, com o poder do Espírito Santo.

O Senhor só nos pede uma coisa: que reconheçamos a imensa neces-sidade que temos dele e tenhamos confiança. Temos que ser audazes e ir às situações delicadas, às pessoas que sofrem, que têm ódio. Mas, não apoia-dos em nós mesmos e, sim, no Espírito Santo, para penetrar o coração das

pessoas. Jesus quer dar-nos o poder da Palavra para curar. Ele envia-nos a Boa Nova para curar. Dá-nos credibilidade da Palavra de Deus, o poder dos carismas e da oração. Todos os sacramentos são, portanto, de cura, e nos vêm dar a Vida em abundância.

O erro em alguns meios católicos é rechaçar os carismas por ter os Sacra-mentos. Jesus oferece sinais gratuitos para acompanhar a evangelização. Em Marcos 16,17, Jesus oferece-nos a cre-dibilidade de sua palavra. Dá-se também outro erro entre alguns carismáticos, ao cultivar os carismas como sinais extraordinários (os Pentecostais), mas eliminando alguns sacramentos.

Sacramentos e curaPOR PE. EMILIANO TARDIFF

“Convocando os Doze, deu-lhes autoridade e poder sobre todos os demônios, e para curar enfermidades.

Enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos”

Jesus presente na Eucaristia manifesta sua glória curando os enfermos. dando-nos sinais claros de seu poder e de seu amor.

18 Jesus Vive e é o Senhor • edição 467 • 2017

A água viva do Espírito SantoSÃO CIRILO DE JERUSALÉM

De maneira semelhante, o Espírito Santo, sendo um só e sempre o mesmo e indizível, reparte a cada pessoa, suas graças, segundo seu beneplácito. Do mesmo modo que a árvore seca germina ao receber a água, assim também a alma pecadora, ao receber do Espírito Santo o dom do arrependimento, produz frutos de justiça. Sendo ele, pois, sempre igual e o mesmo, produz diversos efeitos, se-gundo o beneplácito de Deus e no nome de Jesus Cristo. Serve-se, com efeito, da língua de um para comunicar a sabedo-ria; a outro, ilumina-lhe a mente com o dom de profecia; a este, dá o poder de

expulsar os demônios; àquele, concede o dom de interpretar as Escrituras. A um confirma na temperança; a outro, instrui no que é pertinente à misericórdia; a este, ensina a jejuar e suportar o esforço da vida ascética; àquele, a desprezar as coisas materiais; a outro faz apto para o martírio. Assim se manifesta diver-samente em cada um, permanecendo, porém, ele próprio, sempre igual a si mesmo, tal como está escrito: a cada um se lhe outorga a manifestação do Espírito para o bem comum.

Sua atuação na alma é suave e aprazível, sua experiência é agradável e prazerosa e seu jugo é levíssimo. Sua vinda é precedida dos raios brilhantes de sua luz e de sua ciência. Vem com a bondade de genuíno protetor, pois vem para salvar, para curar, para ensinar, para aconselhar, para fortalecer, para consolar, para iluminar, em primeiro lugar, a mente do que o recebe e depois, pelas palavras deste, a mente dos demais. Do mesmo modo que o que se achava nas trevas, ao sair ao sol, recebe sua luz nos olhos do corpo e contempla com toda clareza o que antes não via, assim também ao que é achado digno do dom do Espírito Santo, se lhe ilumina a alma e, elevado acima da sua razão natural, vê o que antes ignorava.

Fonte: Catequese 16, sobre o Espírito Santo, 1,11-12: Pág. 33,931-935,939-943.

Seleção

A água viva que eu lhe dou converter-se-á nele em um manancial de água viva, que brota para comunicar vida

eterna. Fala-se, aqui, de um novo gê-nero de água, uma água sobre os que são dignos dela. Porque o Senhor dá o nome de água à graça do Espírito? Porque a água é condição necessária à sobrevivência de todas as coisas, porque a água é a origem das plantas e dos seres vivos, porque a água da chuva desce do céu, porque, deslizando por um curso sempre igual, produz efeitos diferentes. É diferente, com efeito, sua virtualidade em uma palmeira ou em uma videira, ainda que em todos, ela faça tudo. Ela é sempre a mesma em qualquer de suas manifestações, pois a chuva, apesar de cair sempre do mesmo modo, acomoda-se à estrutura dos seres que a recebem, dando a cada um deles o que necessita.

SUA ATUAÇÃO NA ALMA É SUAVE E APRAZÍVEL, SUA EXPERIÊNCIA É AGRADÁVEL E PRAZEROSA

E SEU JUGO É LEVÍSSIMO

Bispo da Igreja de Jerusalém, em sucessão ao bispo Máximo III, entre 350 e 386. Foi declarado Doutor da Igreja pelo papa Leão XIII

22 Jesus Vive e é o Senhor • edição 467 • 2017

N a tarde de Páscoa, Jesus “soprou sobre eles (seus dis-cípulos) e lhes disse: ‘Recebei o Espírito Santo’” (Jo 20,19-

23). Este sopro de Cristo evoca o gesto, de Deus que, na criação, “inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente” (Gn 2,7). Com aquele gesto Jesus quer dizer, portanto, que Espírito Santo é o sopro divino que dá vida à nova criação, como disse na primeira criação. O Salmo responsorial sublinha este tema: “Se enviais, porém, o vosso sopro, eles revivem e renovais a face da terra” (Sl 103[104],30).

Proclamar que o Espírito Santo é criador significa dizer que sua esfera de ação não se restringe somente à Igreja, mas se estende a toda criação. Nenhum tempo, nenhum lugar estão privados de sua presença ativa. Ele atua na Bíblia e fora dela; atua antes de Cristo, no tem-po de Cristo e depois de Cristo, se bem que nunca separadamente dele. “Toda verdade, de onde quer que venha dita –

Homilia

escreveu São Tomás de Aquino –, vem do Espírito Santo”. Certo: a ação do Espírito de Cristo fora da Igreja não é a mesma que dentro da Igreja e nos sacramentos. Ali ele atua por poder, aqui por presença, em pessoa.

Mais importante ainda, sobre o po-der criativo do Espírito Santo não é, no entanto, compreender ou explicar suas implicações, mas experimentá-lo. E o quê significa experimentar o Espírito como criador? Para descobri-lo, partimos do relato da criação. “No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gn 1,1-2). Deduz-se que o universo existia já no momento em que o Espírito intervém, mas ainda era informe e tenebroso, caos. É depois de sua ação, quando o criado assume contornos precisos; a luz se separa das trevas, a terra do mar, e tudo adquire uma forma definida.

Portanto, é o Espírito Santo aquele que permite passar – a criação – do caos ao cosmos, o que faz assim algo belo, ordenado, limpo (cosmos vem da mesma raiz que cosmético, e quer dizer belo!), realiza assim um “mundo”, segundo o duplo significado desta palavra. A ciência nos ensina, hoje, que este processo du-rou bilhões de anos, o que a Bíblia quer dizer-nos, com linguagem simples e ima-ginativa, obedecendo a impulsos cegos da matéria, mas por um projeto aplicado nele, desde o início, pelo Criador.

A ação criadora de Deus não se limita ao instante inicial; Ele está sem-pre no ato de criar. Aplicado ao Espírito Santo, isto significa que Ele é sempre o que faz passar do caos ao cosmos, isto é, da desordem à ordem, da confusão à harmonia, da deformidade à beleza, da velhice à juventude. Isto a todos os níveis: no macrocosmos e no microcos-mos, ou seja, no universo inteiro assim como em cada homem.

Devemos crer que, apesar das aparências, o Espírito Santo está na construção do mundo e o faz progredir. Quantas novas descobertas, não só no campo da física, mas também na evolu-ção da ordem social do mundo (Gaudium et spes, 26). Não é somente o mal que cresce, mas o bem também, com a dife-rença de que o mal se elimina, termina em si mesmo, enquanto que o bem se acumula, permanece. Certamente, ainda existe muito caos ao nosso redor: caos moral, político, social. O mundo tem, todavia, muita necessidade do Espírito Santo; por ele não devemos nos cansar de invocar-lhe com as palavras do Salmo: “Envia teu Espírito, Senhor, e renova a face da terra!” (Sl 103[104],30).

O Espírito Santo atua no mundoPOR FREI RANIERO CANTALAMESSA, OFMCAP

Frei Raniero Cantalamessa, ofmcap, fran-ciscano Capuchinho, Doutor em teologia e em literatura. Em 1977 deixou o ensino acadêmico para dedicar-se inteiramente ao serviço da Palavra de Deus. Em 1980 foi nomeado Pregador da Casa Pontifícia.

Devemos crer que, apesar das aparências, o Espírito Santo está na construção do mundo e o faz progredir.

26 Jesus Vive e é o Senhor • edição 467 • 2017

T odos os anos, quando chega a época de Pentecostes, cele-bramos a descida do Espírito Santo, ocorrida cinquenta dias

após a Páscoa.

Após ressuscitar na Páscoa e nos dar a maior prova de amor que já existiu, ao morrer por nós e, com a ressureição, nos mostrar o caminho da Salvação, novamente, ganhamos outra prova de amor de Nosso Senhor. Teríamos dali para a frente a companhia do Espírito Santo ! Tem início a ação evangelizadora dos apóstolos, para que todos tivessem acesso ao Evangelho e à Salvação em Cristo Jesus!

Como é lindo esse plano de amor de Deus por nós, como é bela a nossa religião, como é bonita a nossa fé e rica a nossa Escritura Sagrada!

É realmente incrível ter a experiên-cia de ler inúmeras vezes o mesmo texto da Bíblia e se deparar sempre com um aspecto novo, uma outra reflexão a res-peito de palavras já lidas e relidas tantas vezes. E, paradoxalmente, todas as inter-pretações invariavelmente convergem à maravilha que é o amor de Deus por nós.

Deus nos ama tanto que, desde o iní-cio de nossa vida cristã somos chamados para ser filhos. Recebemos Jesus como Salvador e, pelo Batismo, fazemos parte do Corpo Místico de Cristo. O amor de Deus por nós não tem limites e somos diariamente convidados à santidade.

A nossa Igreja tem incontáveis exemplos de santidade. São milhares de pessoas, os santos, das mais diversas épocas, lugares e estilos de vida que levaram uma vida considerada santa. Ao nos familiarizarmos com suas ex-periências humanas, percebemos que ser santo é uma meta possível para um homem normal, é, na verdade, a vocação de todos nós. Basta obedecermos. O

diferencial dos santos foi justamente a opção consciente por viver sempre na graça de Deus, por obedecer.

De todos os exemplos de santidade da Igreja, Maria é, sem dúvida, o maior. Por seu amor imenso, por sua iniciativa em ajudar os necessitados, sua insis-tência em nos advertir a obedecer a Jesus, seus constantes pedidos para

Feliz Pentecostes!POR BIANCA LEITE

Entre o céu e a terra

DEUS NOS AMA TANTO QUE, DESDE O INÍCIO DE NOSSA VIDA CRISTÃ SOMOS CHAMADOS PARA SER FILHOS. RECEBEMOS JESUS COMO SALVADOR E,

PELO BATISMO, FAZEMOS PARTE DO CORPO MÍSTICO DE CRISTO

28 Jesus Vive e é o Senhor • edição 467 • 2017

D eus quer dar-se a você. Quer morar em você, pondo seu próprio Espírito dentro de você. O Espírito Santo.

A promessa que ele faz, a respeito da Nova Aliança é:

“Dar-vos-ei um coração novo e um espírito novo porei dentro de vós. Porei o meu Espírito em vós. Porei o meu Es-pírito em vós e vivereis”.

João Batista estava “pregando um batismo de arrependimento para o per-dão dos pecados” (Mc 1,4). Mas declarou firmemente que “depois de mim, vem Aquele que é mais poderoso do que eu” (Mc 1,7). E prometeu, a respeito deste:

“Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo” (Mc 1,8).

O verbo “batizar” significa cobrir completamente, “submergir”. Em grego, esse verbo era empregado também para os navios que afundavam: submergiam, ficavam completamente cobertos de água. Aqueles que vinham a João eram mergulhados em água para mostrar que Deus os estava lavando de seus pecados.

Aqueles que vêm a Jesus, serão, não só mergulhados em água e lavados de seus pecados, mas também submergi-dos no Espírito de Deus e cheios de seu poder e amor. Jesus disse:

“Em verdade, em verdade eu te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3,5).

Pelo ato de crer em Jesus, Deus nos dá a vida eterna: nascemos do Espírito e recebemos “o poder de nos tornarmos filhos de Deus” (Jo 1,12).

“Deus tanto amou o mundo que deu seu Filho único para que todo aquele que nele creia não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).

Entretanto, o propósito de Deus é que não somente nasçamos do Espírito, mas também sejamos mergulhados nele, envolvidos completamente por ele e repletos; numa palavra, “batizados no Espírito Santo” a ponto de transbordar com seu amor, vida e poder.

O ConselheiroOs discípulos tinham acostumado-

se à presença física de Jesus com eles. A perspectiva de sua morte iminente fez com que se enchessem de pesar. Jesus assegurou-lhes que não seriam abandonados:

“Pedirei ao Pai e ele vos dará outro Conselheiro para ficar sempre convosco, o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; vós o conheceis, pois ele habita em vós e estará em vós” (Jo 14,16-17).

Eles tinham conhecido a obra do Espírito na vida e no ministério de Jesus, bem como no trabalho que ele lhes ti-nha confiado, de pregar o Evangelho do Reino de Deus e curar os enfermos. O Espírito de Jesus, o Espírito Santo, tinha estado com eles. Agora o Senhor lhes promete que o Espírito estaria dentro deles.

“O Conselheiro, o Espírito Santo que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e trará a vossa me-mória tudo o que eu vos disse” (Jo 14,26).

O Espírito SantoPOR DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB

Ensino

AQUELES QUE VÊM A JESUS, SERÃO, NÃO SÓ MERGULHADOS EM ÁGUA E LAVADOS DE SEUS PECADOS, MAS TAMBÉM SUBMERGIDOS

NO ESPÍRITO DE DEUS E CHEIOS DE SEU PODER E AMOR

30 Jesus Vive e é o Senhor • edição 467 • 2017

“Jesus levantou-se e exclamou: ‘Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva.’ Ele disse isto aludindo ao Espírito que os que nele cressem iriam receber, pois o Espírito ainda não fora dado porque Jesus não tinha ainda sido glorificado.” (Jo 7,37-39)

D esses novos corações que Deus dá aos seus filhos da Nova Aliança hão de jorrar “rios de água viva”. O Espírito

Santo não vai simplesmente encher nos-sas vidas, mas jorrará de nós. Não como um pequeno fio d’água, nem como um grande rio. Será como rios. Rios de amor, de alegria, de paz, de poder, de perdão, de cura, de fé. Rio da vida de Jesus.

Mas o Espírito de Jesus não podia ser dado para viver no povo de Deus antes que Jesus tivesse dado sua vida na Cruz, ressuscitado dos mortos e voltado para o Pai, no céu. Ele receberia sua gló-ria, e aqueles que nele cressem poderiam então receber o Espírito Santo.

“Jesus apareceu aos seus discípulos em seu corpo ressuscitado. E enquanto estava com eles, ordenou-lhes que não saíssem de Jerusalém, mas que espe-rassem a Promessa do Pai, a qual (disse) de mim ouvistes, pois João batizou com água, mas dentro de não muitos dias vós sereis batizados com o Espírito Santo” (At 1,4-5).

E lhes disse o que isso significaria para eles:

“Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a

Judéia e Samaria, e até as extremidades da terra.” (At 1,8).

“Recebereis poder…” No relato de Lucas, no Evangelho, lemos:

“Eis que vou enviar sobre vós a Promessa de meu Pai; mas permanecei na cidade até que sejais revestidos do poder do alto.” (Lc 24,49).

Viver como filhos da Nova Aliança é viver com o poder de Deus dentro de nós; é conhecê-lo como nosso Pai que nos ama e protege. São Paulo diz:

“Porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho

que clama: ‘Abba! Pai!’ Assim, não és mais escravo e sim filho, mas, se filhos, também herdeiros por Deus.”(Gl 4,6-7)

Herdeiros de todas as promessas de aliança de Deus, tanto no Antigo como no Novo Testamento!

Jesus nos diz para pedirmos ao Pai, e ele nos dará o Espírito Santo

“Pedi e recebereis; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e ao que bate, abrir-se-lhe-á. Qual de vós é o pai que, se o filho pede peixe, lhe dará uma serpente? Ou se pedir um ovo lhe

Rios de água VivaPOR DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB

Ensino

SÃO SURPREENDENTES AS PALAVRAS DE JESUS QUANDO NOS ANUNCIA A PROMESSA DO PAI, A VINDA DO ESPÍRITO SANTO EM NÓS

32 Jesus Vive e é o Senhor • edição 467 • 2017

Nossa Senhora

Maria é a visita de Deus que cria alegria!

E m 1º de novembro de 1950, o Venerável Papa Pio XII procla-mava como dogma que a Vir-gem Maria “terminado o curso

da vida terrena, foi assunta à glória ce-leste em alma e corpo”. Esta verdade de fé era conhecida pela Tradição, afirmada pelos Padres da Igreja, e era, sobretudo, um aspecto relevante do culto rendido à Mãe de Cristo. O elemento cultual constitui, por assim dizer, a força moto-ra que determinou a formulação deste dogma: o dogma parece um ato de lou-vor e de exaltação em relação à Virgem Santa. Este emerge também do próprio texto da Constituição apostólica, onde se afirma que o dogma é proclamado “em honra ao Filho, para a glorificação da Mãe e a alegria de toda a Igreja”. É expresso assim na forma dogmática algo que já foi celebrado no culto da devoção do Povo de Deus como a mais alta e estável glorificação de Maria: o ato de proclamação da Assunta se apresentou quase como uma liturgia da fé. E no Evangelho que escutamos agora, Ma-ria mesma pronuncia profeticamente algumas palavras que orientam nesta perspectiva. Diz: “Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz” (Lc 1,48). é uma profecia para toda a história da Igreja. Esta expressão do Magnificat, referida por São Lucas, indica que o louvor à Virgem Santa, Mãe de Deus, intimamente unida a Cristo, seu filho, diz respeito à Igreja de todos os tem-pos e de todos os lugares. E a anotação destas palavras da parte do Evangelista

pressupõe que a glorificação de Maria estivesse já presente no período de São Lucas e ele a considerou um dever e um compromisso da comunidade cristã para todas as gerações. As palavras de Maria indicam que é um dever da Igreja recordar a grandeza de Nossa Senhora para a fé. Esta solenidade é um convite, portanto, a louvar Deus, e a olhar para a grandeza de Nossa Senhora, para que conheçamos Deus na face dos seus.

Mas, por que Maria é glorificada na assunção ao Céu?

São Lucas, como ouvimos, vê a raiz da exaltação e do louvor à Maria na ex-pressão de Isabel: “Feliz aquela que acre-ditou” (Lc 1, 45). E o Magnificat, este can-to ao Deus vivo e operante na história é um hino de fé e de amor, que brota do coração da Virgem. Ela viveu com fideli-dade exemplar e guardou no mais íntimo

PAPA EMÉRITO BENTO XVI

2017 • edição 467 • Jesus Vive e é o Senhor 39

Educação

Ninguém é tão pobre que não possa dar

POR ALEXANDRE HONORATO

OU VOCÊ É VOLUNTÁRIO POR COMPLETO OU É MELHOR NÃO SER NADA E, ASSIM, TODO MUNDO DEVERIA SER

Marineide Alves da Silva há dois anos encontrou no voluntariado da Escola Dom, a realização de seu

coração: ajudar os irmãos.

O voluntariado é uma expressão desse mandamento do amor. Muitas pessoas já se engajaram em escolas, asilos, hospitais, orfanatos etc. Na Escola Dom temos diversos desses casos. Um deles, é o de Marineide. Ao olhar sua simplicidade, não nos damos conta da força dessa mulher. Mas ao começarmos a conversar, seu jeito alegre e sua palavra assertiva, demonstram a personalidade forte e, ao mesmo tempo doce.

Natural do Amazonas, onde seu pai tinha um pequeno sítio. Aos cinco anos de idade foi para o Recife, onde foi registrada. Aos oito anos veio para o Rio de Janeiro. Mais tarde casou-se com Marlon, união que já dura 29 anos; o casal não têm filhos. Marineide mora no Centro do Rio, na rua República do Líbano e, nos dias do trabalho voluntário, vai para Escola Dom andando – uma hora de caminhada até Botafogo (nove km) – e não aceita ajuda para o transporte. Marineide disse que não foi a procura de em-prego ou benefícios, mas ajudar: “Ou você é voluntário por completo ou é melhor não ser nada e, assim, todo mundo deveria ser”.

Marineide tem um histórico de cola-boração. Faz doações para um asilo que visita mensalmente. Mas foi na casa da sra. Assunção (voluntária na Comunidade Emanuel), uma das casas em que trabalha como diarista, que perguntou se ela co-nhecia algum lugar em que poderia realizar um trabalho voluntário com crianças. Foi quando Assunção lhe falou sobre a Escola Dom Cipriano, em Botafogo.

Marineide ligou para a escola, marcou uma entrevista com a coordenadora pedagó-gica da Escola Dom, Lígia Benjamim – ou “Tia Lígia”, como é chamada pelos alunos. Ao che-gar, o som das crianças brincando e o ambien-te a cativaram. Durante a entrevista, Tia Lígia lhe perguntou quais eram suas habilidades ou em que gostaria de ajudar. Marineide pron-tamente respondeu: “o que precisar eu faço, posso limpar, ajudar na cozinha, acompanhar uma criança ao banheiro”. E, assim, foi incor-porada ao grupo de voluntários, em outubro de 2015. Em seu primeiro dia, a aluna Alana lhe mostrou a escola. Desde então ajuda nos

trabalhos da cozinha. Marineide afirma: “sem-pre quando estou na Escola é o dia mais feliz da minha vida”. O acolhimento e a aceitação das crianças no dia a dia é evidente. Mas no dia 29 de setembro – do ano passado –, esse carinho foi expresso pelos alunos através de uma festa de aniversário surpresa.

Tia Lígia revelou que, além de trabalhar como voluntária, Marineide, traz seus “tem-perinhos especiais” para incrementar ainda mais as refeições dos alunos. As alunas do primeiro ano, Maria Eduarda e Ana, de oito anos, gostam da Tia Marineide “porque ela é muito legal”. E Gabriel, também aluno do primeiro ano, disse que come mais quando a comida é feita por ela: “Eu gosto da Tia Marineide porque a comida dela é muito gostosa. Queria comer dez vezes!”

Seu marido, Marlon, também ajuda a Escola Dom nas festas juninas e é colabo-rador em uma escola no morro do Andaraí.

Para Marineide, as pessoas precisam tomar coragem e se voluntariar, na Escola Dom ou em outros trabalhos sociais. Na sua opinião, muitos que sofrem de depressão poderiam melhorar se ajudassem o próximo: “As pessoas que não compartilham nada com ninguém acabam sozinhas, depressi-vas ou doentes. As pessoas que sofrem de depressão poderiam melhorar se ajudassem outras.” E completa: “Acho que depressão é pra quem tem tempo, eu não tenho tempo pra essas coisas”.

Quando perguntada por que ajuda a Escola Dom Cipriano, respondeu: “Eu ajudo a Escola Dom porque amo meus irmãos, porque sou feliz dessa maneira, porque minha felicidade vem de dentro, não é uma felicidade falsa. Não sorrio porque os outros sorriem. Deus me dá força, coragem e resig-nação para aceitar as coisas como elas são. E porque Deus me ajuda.”

Marineide Alves com os alunos do ensino fundamental da Escola Dom Cipriano Chagas.

dias 9,1 0 e 11Retiro DE CURA

dia 1ºRetiro para a família

AgendaSEMANAL

Agenda mensal casa de maria e josé

/comunidade_emanuel @comEMa_RJ

Dom Cipriano Chagas, OSBMonge beneditino do Mosteiro de São Bento do Rio de

Janeiro, um dos precursores da Renovação Carismática

no Brasil e Presidente-fundador da Comunidade Emanuel

e da revista Jesus Vive e é o Senhor

Casa de Maria e JoséSede da Comunidade Emanuel – Rio de Janeiro

rua cortines laxe, nº 2, centro - rio de janeiro – (21) 2263-3725

ATENDIMENTO E ACONSELHAMENTOcom hora marcada | 13h às 16h

ORAÇÃO PELO PAPA FRANCISCONa capela | 15h às 16h

GRUPO DE ORAÇÃO EMANUEL19h às 20h30O grupo emanuel é um dos primeiros grupos da de oracão do rio de janeiro

ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMONa capela | 11h às 15h

GRUPO DE ORAÇÃO DE SÃO PADRE PIONa capela | 14h às 16h30Toda terceira quarta-feira do mês

TERÇO DOS HOMENSNa capela | 12h30 às 13h

TARDE DE CURANa capela | 14h às 15h30 Toda primeira quinta-feira do mês

ORELHÃO ESPIRITUALNa capela | 14h às 16hATENDIMENTO E ACONSELHAMENTO – por ordem de chegada

GRUPO DE ORAÇÃO ALMOÇO COM JESUSNa capela | 12h30 às 13h30TODAS ÀS QUINTAS, EXCETO FERIADOS

MISSA COM ORAÇÃO DE CURACelebrante Dom Cipriano Chagas, osbtransmissão ao vivo pela internet – www.comunidadeemanuel.org.br12h

PREGADOR Martinsrefúgio NOSSA SENHORA DAS GRAçASem Teresópolis

Como ser uma família de Deus no mundoComunidade EmanuelHorário: 8h30 às 17h30

JUNHO JULHO