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O estado e as Redes de Atenção à Saúde – 1ª Mostra Nacional de Experiências 25 Cadernos de informação técnica e memória do CONASS CONASS O Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS), instituído em fevereiro de 1982, congrega os secretários de saúde dos Estados e do Distrito Federal em uma uma associação civil sem fins lucrativos, de direito privado, que se pauta pelos princípios do direito público, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial. Missão do CONASS Promover a articulação e a representação política da gestão estadual do SUS, proporcionando apoio técnico às Secretarias de Estado da Saúde (SES), coletiva e individualmente, de acordo com suas necessidades, por meio da disseminação de informações, produção e difusão de conhecimento, inovação e incentivo à troca de experiências e boas práticas. O estado e as Redes de Atenção à Saúde – 1ª Mostra Nacional de Experiências 25

O estado e as Redes de Atenção à Saúde – 1ª Mostra Nacional de

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  • O estado e as Redes de Ateno Sade 1 Mostra Nacional de Experincias

    25

    Cadernos de informao tcnica e memria do CONASS

    CONASS

    O Conselho Nacional dos Secretrios de Sade (CONASS), institudo em fevereiro de 1982, congrega os secretrios de sade dos Estados e do Distrito Federal em uma uma associao civil sem fins lucrativos, de direito privado, que se pauta pelos princpios do direito pblico, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial.

    Misso do CONASS

    Promover a articulao e a representao poltica da gesto estadual do SUS, proporcionando apoio tcnico s Secretarias de Estado da Sade (SES), coletiva e individualmente, de acordo com suas necessidades, por meio da disseminao de informaes, produo e difuso de conhecimento, inovao e incentivo troca de experincias e boas prticas.

    O estado e as Redes de A

    teno Sade 1 Mostra N

    acional de Experincias

    25

  • O EStAdO E AS REdES dE AtENO SAdE 1 MOStRA NACiONAl dE ExpERiNCiAS

    25

  • O EStAdO E AS REdES dE AtENO SAdE 1 MOStRA NACiONAl dE ExpERiNCiAS

    Braslia, 2012 | 1 edio

    25

  • 2012 1.a edioCONSELHO NACIONAL DE SECRETRIOS DE SADE

    permitida a reproduo parcial ou total desta obra desde que citada a fonte e a autoria.

    TIRAGEM: 3 mil exemplares

    CONASS DOCUMENTA n. 25Braslia, dezembro de 2012. ISBN 978-85-8071-006-9

    Brasil. Conselho Nacional de Secretrios de Sade.O estado e as Redes de Ateno Sade 1 Mostra Nacional de Experincias /

    Conselho Nacional de Secretrios de Sade. Braslia : CONASS, 2012.318 p. (CONASS Documenta, 25)

    ISBN 978-85-8071-006-9

    Sistema de Sade I. Ateno Primria Sade nos Estados

    NLM WA 525

    AC Suely de Souza Melo da CostaAL Alexandre de Melo ToledoAP Lineu FagundesAM Wilson Duarte AlecrimBA Jorge Jos Santos Pereira SollaCE Raimundo Jos Arruda BastosDF Rafael de Aguiar BarbosaES Jos Tadeu MarinoGO Antnio Faleiros FilhoMA Ricardo MuradMT Vander FernandesMS Beatriz Figueiredo DobashiMG Antnio Jorge de Souza MarquesPA Hlio Franco de Macedo Jnior

    SECREtRIOS DE EStADO DA SADE

    PRESIDENTEWilson Duarte Alecrim (AM)

    VICE-PRESIDENTES

    Regio Centro-Oeste

    Beatriz Dobashi (MS)

    Regio Nordeste

    Jorge Jos Santos Pereira Sola (BA)

    Regio Norte

    Hlio Franco de Macedo Jnior (PA)

    Regio Sudeste

    Srgio Crtes (RJ)

    Regio Sul

    Ciro Simoni (RS)

    DIREtORIA DO CONASS

  • 2012 1.a edioCONSELHO NACIONAL DE SECRETRIOS DE SADE

    permitida a reproduo parcial ou total desta obra desde que citada a fonte e a autoria.

    TIRAGEM: 3 mil exemplares

    CONASS DOCUMENTA n. 25Braslia, dezembro de 2012. ISBN 978-85-8071-006-9

    AC Suely de Souza Melo da CostaAL Alexandre de Melo ToledoAP Lineu FagundesAM Wilson Duarte AlecrimBA Jorge Jos Santos Pereira SollaCE Raimundo Jos Arruda BastosDF Rafael de Aguiar BarbosaES Jos Tadeu MarinoGO Antnio Faleiros FilhoMA Ricardo MuradMT Vander FernandesMS Beatriz Figueiredo DobashiMG Antnio Jorge de Souza MarquesPA Hlio Franco de Macedo Jnior

    PB Waldson Dias de SouzaPR Michele Caputo NetoPE Antnio Carlos dos Santos FigueiraPI Ernani MaiaRJ Srgio Luiz CrtesRN Isa Gerino Vilela da SilvaRS Ciro Carlos Emerim SimoniRO Gilvan Ramos de AlmeidaRR Antnio Leocdio Vasconcelos FilhoSP Giovanni Guido CerriSC Dalmo Claro de OliveiraSE Silvio Alves dos SantosTO Vanda Maria Gonalves Paiva

    SECREtRIOS DE EStADO DA SADE

    PRESIDENTEWilson Duarte Alecrim (AM)

    VICE-PRESIDENTES

    Regio Centro-Oeste

    Beatriz Dobashi (MS)

    Regio Nordeste

    Jorge Jos Santos Pereira Sola (BA)

    Regio Norte

    Hlio Franco de Macedo Jnior (PA)

    Regio Sudeste

    Srgio Crtes (RJ)

    Regio Sul

    Ciro Simoni (RS)

    COMISSO FISCAL TITULARESLineu Facundes (AP)Waldson Dias de Souza (PB)

    COMISSO FISCAL SUPLENTESMichele Caputo Neto (PR)Raimundo Jos Arruda Bastos (CE)

    REPRESENTANTE DO CONASS NA HEMOBRSAntnio Carlos Figueira (PE)

    REPRESENTANTES DO CONASS ANVISATitular

    Michele Caputo Neto (PR)Viviane Rocha de Luiz (Assessora Tcnica do CONASS)

    REPRESENTANTE DO CONASS NA ANSRaimundo Jos Arruda Bastos (CE)

    DIREtORIA DO CONASS

  • ORGANIzADORESMaria Jos de Oliveira EvangelistaRita de Cssia Berto Cataneli

    COLABORADORESRegina Helena Arroio NicoletiSilvia Takeda

    ELABORAO

    SECRETRIO ExECUTIVOJurandi Frutuoso

    COORDENADORESRicardo F. ScottiRita de Cssia Berto Cataneli

    ASSESSORIA ESPECIALRen Santos

    ASSESSORIA DE RELAES INTERNACIONAISFernando Cupertino

    ASSESSORIA JURDICAAlethele de Oliveira Santos

    ASSESSORIA DE COMUNICAO SOCIAL Adriane CruzLuiza Tin

    Tatiana Rosa

    COORDENAO DE NCLEOS TCNICOSRita de Cssia Berto Cataneli

    COORDENAO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Ricardo de Freitas Scotti

    ASSESSORIA TCNICAAlessandra SchneiderEliana Maria Ribeiro DouradoGilson CantarinoLore LambLourdes AlmeidaMaria Jos EvangelistaNereu Herique MansanoTereza Cristina AmaralViviane Rocha De Luiz

    GERNCIA ADMINISTRATIVAAna Lcia do Amaral MeloCleomar Dias da FunoAdriano Salgado de FariasEverton de Oliveira BastidaGabriela BarcellosGutemberg SilvaGabriella SouzaJanara Alexandre NunesTatiane Toledo

    GERNCIA FINANCEIRALuciana Toledo LopesGiseli Neves DiasIlka Mendes da CostaEmanuela Marques Ferreira

    UNIDADE DE GESTO DE PROJETOSCirlene Rossi

    GERNCIA DE COMPRAS E CONTRATOSRodrigo Fagundes SouzaThatiana Cristina Rodrigues LimaAndria Rocha

    EquIPE DO CONASS

  • ORGANIzADORESMaria Jos de Oliveira EvangelistaRita de Cssia Berto Cataneli

    COLABORADORESRegina Helena Arroio NicoletiSilvia Takeda

    REVISO ORTOGRFICACarmem Ceclia C. Galvo de Menezes

    EDIOAdriane Cruz

    PROJETO GRFICOClarice LacerdaThales Amorim

    DIAGRAMAO Renovacio Criao

    ELABORAO

    ASSESSORIA TCNICAAlessandra SchneiderEliana Maria Ribeiro DouradoGilson CantarinoLore LambLourdes AlmeidaMaria Jos EvangelistaNereu Herique MansanoTereza Cristina AmaralViviane Rocha De Luiz

    GERNCIA ADMINISTRATIVAAna Lcia do Amaral MeloCleomar Dias da FunoAdriano Salgado de FariasEverton de Oliveira BastidaGabriela BarcellosGutemberg SilvaGabriella SouzaJanara Alexandre NunesTatiane Toledo

    GERNCIA FINANCEIRALuciana Toledo LopesGiseli Neves DiasIlka Mendes da CostaEmanuela Marques Ferreira

    UNIDADE DE GESTO DE PROJETOSCirlene Rossi

    GERNCIA DE COMPRAS E CONTRATOSRodrigo Fagundes SouzaThatiana Cristina Rodrigues LimaAndria Rocha

  • SuMRiO

    APRESENtAO 11INtRODuO 15PARtE IREDES DE AtENO SAuDE NO BRASIL 1. MOStRA NACIONAL DE EXPERINCIAS 19PARtE II AS EXPERINCIAS EStADuAIS APRESENtADAS NA 1. MOStRA NACIONAL DE EXPERINCIAS 35

  • SuMRiO

    APRESENtAO 11INtRODuO 15PARtE IREDES DE AtENO SAuDE NO BRASIL 1. MOStRA NACIONAL DE EXPERINCIAS 19PARtE II AS EXPERINCIAS EStADuAIS APRESENtADAS NA 1. MOStRA NACIONAL DE EXPERINCIAS 35

  • APRESENTAO

  • 1. APRESENTAO

    Por ocasio das festividades dos 30 anos do CONASS, realizou-se,

    em Braslia/DF, nos dias 24 e 25 de abril de 2012, o Seminrio Internacional:

    Ateno Primria Sade, Acesso Universal e Proteo Social. Concomi-

    tantemente, ocorreu a 1. Mostra Nacional de Experincias: O Estado e as

    Redes de Ateno Sade, com a finalidade de reunir as experincias dos

    estados com a organizao regional dos servios de sade, propiciando, as-

    sim, a troca de experincias e a identificao dos avanos e das dificuldades

    no caminho percorrido ao organizar redes.

    O Conselho Nacional dos Secretrios de Sade (CONASS) e a Orga-

    nizao Pan-Americana da Sade (Opas) convidaram todas as Secretarias

    Estaduais de Sade (SES) a participarem, apresentando as experincias de

    construo de Redes de Ateno Sade (RAS) e de Redes Temticas (RT), e

    este CONASS Documenta traz uma breve anlise dos 80 trabalhos apresen-

    tados nessa 1. Mostra Nacional.

    Convido-os leitura de todas as experincias, enfatizando que no

    possuem rigor acadmico, mas traduzem os esforos das SES no apoio e no

    estmulo introduo de novas tecnologias, aos avanos na organizao dos

    sistemas de sade e ao aperfeioamento do SUS.

    Wilson AlecrimPRESIDENTE DO CONASS

  • 11

    1. APRESENTAO

    Por ocasio das festividades dos 30 anos do CONASS, realizou-se,

    em Braslia/DF, nos dias 24 e 25 de abril de 2012, o Seminrio Internacional:

    Ateno Primria Sade, Acesso Universal e Proteo Social. Concomi-

    tantemente, ocorreu a 1. Mostra Nacional de Experincias: O Estado e as

    Redes de Ateno Sade, com a finalidade de reunir as experincias dos

    estados com a organizao regional dos servios de sade, propiciando, as-

    sim, a troca de experincias e a identificao dos avanos e das dificuldades

    no caminho percorrido ao organizar redes.

    O Conselho Nacional dos Secretrios de Sade (CONASS) e a Orga-

    nizao Pan-Americana da Sade (Opas) convidaram todas as Secretarias

    Estaduais de Sade (SES) a participarem, apresentando as experincias de

    construo de Redes de Ateno Sade (RAS) e de Redes Temticas (RT), e

    este CONASS Documenta traz uma breve anlise dos 80 trabalhos apresen-

    tados nessa 1. Mostra Nacional.

    Convido-os leitura de todas as experincias, enfatizando que no

    possuem rigor acadmico, mas traduzem os esforos das SES no apoio e no

    estmulo introduo de novas tecnologias, aos avanos na organizao dos

    sistemas de sade e ao aperfeioamento do SUS.

    Wilson AlecrimPRESIDENTE DO CONASS

  • INTRODUO

  • 1. INTRODUO

    As Redes de Ateno Sade (RASs) so fundamentais para a co-

    ordenao e a integrao dos servios e das aes de sade, para a inte-

    gralidade e para a qualidade da ateno sade da populao. A organiza-

    o dos servios e dos recursos em redes nos diversos pases evidencia

    melhores resultados em sade, menos internaes, maior satisfao dos

    usurios, melhor uso dos recursos, servios mais custo-efetivos e de melhor

    qualidade, maior cooperao entre gestores de diferentes servios, entre

    outras vantagens.1,2

    O Brasil destaca-se no cenrio latino-americano pelo acmulo terico

    e pela diversidade de cenrios no desenvolvimento de RAS,1 mas as experi-

    ncias esto dispersas no territrio nacional, no havendo ainda a necess-

    ria disseminao e o reconhecimento dos aspectos que contribuem para o

    alcance dos seus objetivos nem das dificuldades em desenvolv-las.

    Os trabalhos aqui apresentados refletem a riqueza de vivncias e a

    complexidade enfrentada pelas organizaes da sade, visando aperfeioar

    os sistemas de sade. O tema das RASs integra e destaca-se na pauta da

    maioria das SES, embora se observem muito diferentes estgios de reorga-

    nizao dos sistemas e dos servios, com o objetivo de conformar redes.

    Os relatos demonstram o claro papel do CONASS como agente fun-

    damental, indutor do tema das redes nas SES, instrumentalizando, assesso-

    rando, apoiando tecnicamente as equipes estaduais. Esse papel desempe-

    nhado por meio do desenvolvimento de oficinas3,4 e consultorias locais.

    Este CONASS Documenta est estruturado em duas partes. A pri-

    meira faz uma anlise dos trabalhos inscritos, apresentando os diferentes

    estgios da implantao das redes nas vrias regies e nos estados do Pas,

    bem como o papel das Secretarias Estaduais e os aspectos que devem ser

    levados em considerao nesse processo. A segunda parte relata as experi-

    ncias, descrevendo as principais estratgias e atividades, aspectos facilita-

    dores, dificuldades, avanos e desafios.

  • 15

    1. INTRODUO

    As Redes de Ateno Sade (RASs) so fundamentais para a co-

    ordenao e a integrao dos servios e das aes de sade, para a inte-

    gralidade e para a qualidade da ateno sade da populao. A organiza-

    o dos servios e dos recursos em redes nos diversos pases evidencia

    melhores resultados em sade, menos internaes, maior satisfao dos

    usurios, melhor uso dos recursos, servios mais custo-efetivos e de melhor

    qualidade, maior cooperao entre gestores de diferentes servios, entre

    outras vantagens.1,2

    O Brasil destaca-se no cenrio latino-americano pelo acmulo terico

    e pela diversidade de cenrios no desenvolvimento de RAS,1 mas as experi-

    ncias esto dispersas no territrio nacional, no havendo ainda a necess-

    ria disseminao e o reconhecimento dos aspectos que contribuem para o

    alcance dos seus objetivos nem das dificuldades em desenvolv-las.

    Os trabalhos aqui apresentados refletem a riqueza de vivncias e a

    complexidade enfrentada pelas organizaes da sade, visando aperfeioar

    os sistemas de sade. O tema das RASs integra e destaca-se na pauta da

    maioria das SES, embora se observem muito diferentes estgios de reorga-

    nizao dos sistemas e dos servios, com o objetivo de conformar redes.

    Os relatos demonstram o claro papel do CONASS como agente fun-

    damental, indutor do tema das redes nas SES, instrumentalizando, assesso-

    rando, apoiando tecnicamente as equipes estaduais. Esse papel desempe-

    nhado por meio do desenvolvimento de oficinas3,4 e consultorias locais.

    Este CONASS Documenta est estruturado em duas partes. A pri-

    meira faz uma anlise dos trabalhos inscritos, apresentando os diferentes

    estgios da implantao das redes nas vrias regies e nos estados do Pas,

    bem como o papel das Secretarias Estaduais e os aspectos que devem ser

    levados em considerao nesse processo. A segunda parte relata as experi-

    ncias, descrevendo as principais estratgias e atividades, aspectos facilita-

    dores, dificuldades, avanos e desafios.

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    n. 25O estado e as Redes de

    Ateno Sade 1 Mostra Nacional de

    Experincias

    Agradecemos a todos os autores dos trabalhos, enfatizando a grande

    mobilizao que houve nas SES, e aos secretrios estaduais, atores polticos

    fundamentais na organizao das RASs nas diversas e diferentes regies

    desse grande pas.

  • PARTE I REDES DE ATENO SAUDE NO BRASIL 1. MOSTRA NACIONAL DE ExPERINCIAS

    Agradecemos a todos os autores dos trabalhos, enfatizando a grande

    mobilizao que houve nas SES, e aos secretrios estaduais, atores polticos

    fundamentais na organizao das RASs nas diversas e diferentes regies

    desse grande pas.

  • 1. 1. Redes de Ateno Saude no Brasil 1. Mostra Nacional de Experincias

    Por ocasio das festividades dos 30 anos do CONASS, realizou-se,

    em Braslia/DF, o Seminrio Internacional Ateno Primria em Sade, e,

    concomitantemente a ele, ocorreu a 1. Mostra Nacional de Redes: O Estado

    e as Redes de Ateno Sade.

    A Mostra teve a finalidade de reunir as experincias dos estados

    com a organizao regional dos servios de sade, propiciando assim a troca

    de experincias e a identificao dos avanos e das dificuldades no caminho

    percorrido ao organizar redes.

    O Conselho Nacional dos Secretrios de Sade (CONASS) e a Or-

    ganizao Pan-Americana da Sade (Opas) convidaram todas as Secreta-

    rias Estaduais de Sade (SES) a participar, apresentando as experincias

    de construo de Redes de Ateno Sade (RASs) e de Redes Temti-

    cas (RT).

    As Redes de Ateno Sade so fundamentais para a coordenao

    e a integrao dos servios e das aes de sade, para a integralidade e

    para a qualidade da ateno sade da populao. A organizao dos servi-

    os e dos recursos em redes nos diversos pases evidencia melhores resul-

    tados em sade, menos internaes, maior satisfao dos usurios, melhor

    uso dos recursos, servios mais custo-efetivos e de melhor qualidade, maior

    cooperao entre gestores de diferentes servios, entre outras vantagens.1,2

    O Brasil destaca-se no cenrio latino-americano pelo acmulo terico

    e pela diversidade de cenrios no desenvolvimento de RAS,1 mas as experi-

    ncias esto dispersas no territrio nacional, no havendo ainda a necess-

    ria disseminao e o reconhecimento dos aspectos que contribuem para que

    alcancem seus objetivos e nem das dificuldades em desenvolv-las.

    Este texto traz breve anlise dos 80 trabalhos apresentados na 1.

    Mostra Nacional de Redes, convidando leitura de todas as experincias

    que traduzem os esforos das SES no apoio e no estmulo introduo de

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    1. 1. Redes de Ateno Saude no Brasil 1. Mostra Nacional de Experincias

    Por ocasio das festividades dos 30 anos do CONASS, realizou-se,

    em Braslia/DF, o Seminrio Internacional Ateno Primria em Sade, e,

    concomitantemente a ele, ocorreu a 1. Mostra Nacional de Redes: O Estado

    e as Redes de Ateno Sade.

    A Mostra teve a finalidade de reunir as experincias dos estados

    com a organizao regional dos servios de sade, propiciando assim a troca

    de experincias e a identificao dos avanos e das dificuldades no caminho

    percorrido ao organizar redes.

    O Conselho Nacional dos Secretrios de Sade (CONASS) e a Or-

    ganizao Pan-Americana da Sade (Opas) convidaram todas as Secreta-

    rias Estaduais de Sade (SES) a participar, apresentando as experincias

    de construo de Redes de Ateno Sade (RASs) e de Redes Temti-

    cas (RT).

    As Redes de Ateno Sade so fundamentais para a coordenao

    e a integrao dos servios e das aes de sade, para a integralidade e

    para a qualidade da ateno sade da populao. A organizao dos servi-

    os e dos recursos em redes nos diversos pases evidencia melhores resul-

    tados em sade, menos internaes, maior satisfao dos usurios, melhor

    uso dos recursos, servios mais custo-efetivos e de melhor qualidade, maior

    cooperao entre gestores de diferentes servios, entre outras vantagens.1,2

    O Brasil destaca-se no cenrio latino-americano pelo acmulo terico

    e pela diversidade de cenrios no desenvolvimento de RAS,1 mas as experi-

    ncias esto dispersas no territrio nacional, no havendo ainda a necess-

    ria disseminao e o reconhecimento dos aspectos que contribuem para que

    alcancem seus objetivos e nem das dificuldades em desenvolv-las.

    Este texto traz breve anlise dos 80 trabalhos apresentados na 1.

    Mostra Nacional de Redes, convidando leitura de todas as experincias

    que traduzem os esforos das SES no apoio e no estmulo introduo de

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    n. 25O estado e as Redes de

    Ateno Sade 1 Mostra Nacional de

    Experincias

    novas tecnologias, aos avanos na organizao dos sistemas de sade e ao

    aperfeioamento o SUS.

    Participaram da Mostra 22 estados, e para cada uma das 80 expe-

    rincias foi apresentado um banner e um artigo, que compem esta publica-

    o. A Tabela 2 descreve o nmero de experincias apresentadas por estado.

    Os temas centrais das experincias relatadas so descritos na Tabela 3.

    Os trabalhos refletem a riqueza de vivncias e a complexidade en-

    frentada pelas organizaes da sade, visando aperfeioar os sistemas de

    sade. O tema das RASs integra e destaca-se na pauta da maioria das SES,

    embora se observem diferentes estgios de reorganizao dos sistemas e

    dos servios, com o objetivo de conformar redes.

    Os relatos demonstram o claro papel do CONASS como agente fun-

    damental, indutor do tema das redes nas SES, instrumentalizando, assesso-

    rando, apoiando tecnicamente as equipes estaduais. Esse papel desempe-

    nhado por meio do desenvolvimento de oficinas3,4 e consultorias locais.

    A referncia terica presente na grande maioria dos trabalhos a

    obra de Eugnio Vilaa Mendes, que se encontra sistematizada na publica-

    o As Redes de Ateno Sade1.

    Os autores tiveram o cuidado de descrever as dificuldades enfren-

    tadas e a generosidade de compartilhar as formas de superao destas

    dificuldades, o que pode ser muito til na aprendizagem de como encurtar

    caminhos, evitando esforos e tempo desnecessrios. Tiveram ainda o zelo

    de compartilhar os xitos, assinalando as razes de seu alcance.

    Alguns poucos trabalhos demonstram estgios adiantados de organi-

    zao dos servios e dos recursos de sade, j operando em redes, e nestes

    j se encontram descritas mudanas positivas nos resultados dos indicado-

    res de sade, de custo e de organizao dos processos de trabalho, refletin-

    do o alcance de objetivos: maior integralidade do cuidado, maior qualidade,

    maior satisfao da populao e dos profissionais de sade, menores custos.

    Em outros estados, a maioria neste momento, as equipes das Se-

    cretarias Estaduais de Sade realizam esforos para incorporar e disseminar

    os conceitos-chave s RASs; demonstrar as evidncias da eficcia destas; e

    indicar caminhos a serem seguidos para a sua constituio5,6.

    Acredita-se que o conjunto das experincias apresentadas na Mostra

    reflita o atual cenrio de desenvolvimento das RASs no Brasil.

    A ORgANIzAO DE REDES DE ATENO E OS TEMAS APRESENTADOS NA MOSTRA

    A Tabela 3 descreve os temas centrais dos trabalhos apresentados.

    Ainda que o convite participao da Mostra assinalasse para a apresen-

    tao de experincias com Redes de Ateno Sade e Redes Temticas,

    alguns trabalhos descreveram importantes processos educativos coordena-

    dos pelas SES, mas que no foram mencionados como integrantes do con-

    texto da organizao de redes. Em sua maioria, so processos dirigidos ao

    fortalecimento da Ateno Primria Sade no estado.

    Dos 80 trabalhos, 36 (45%) tem como tema central as estratgias

    e as atividades que as SES esto realizando com o objetivo de construo

    e aperfeioamento de Redes de Ateno Sade. Destes, h trabalhos que

    descrevem a organizao dos sistemas de apoio (assistncia farmacutica)

    e dos sistemas logsticos (sistema de transporte, acesso regulado aten-

    o) e a governana das redes. O tema central de 32 (40%) trabalhos a

    organizao de redes temticas, dos quais um tero refere-se organizao

    da rede cegonha (Tabela 2). Os demais trabalhos (15%) no focalizam RASs.

  • 21

    novas tecnologias, aos avanos na organizao dos sistemas de sade e ao

    aperfeioamento o SUS.

    Participaram da Mostra 22 estados, e para cada uma das 80 expe-rincias foi apresentado um banner e um artigo, que compem esta publica-o. A Tabela 2 descreve o nmero de experincias apresentadas por estado.

    Os temas centrais das experincias relatadas so descritos na Tabela 3.

    Os trabalhos refletem a riqueza de vivncias e a complexidade en-frentada pelas organizaes da sade, visando aperfeioar os sistemas de

    sade. O tema das RASs integra e destaca-se na pauta da maioria das SES,

    embora se observem diferentes estgios de reorganizao dos sistemas e

    dos servios, com o objetivo de conformar redes.

    Os relatos demonstram o claro papel do CONASS como agente fun-damental, indutor do tema das redes nas SES, instrumentalizando, assesso-rando, apoiando tecnicamente as equipes estaduais. Esse papel desempe-nhado por meio do desenvolvimento de oficinas3,4 e consultorias locais.

    A referncia terica presente na grande maioria dos trabalhos a

    obra de Eugnio Vilaa Mendes, que se encontra sistematizada na publica-o As Redes de Ateno Sade1.

    Os autores tiveram o cuidado de descrever as dificuldades enfren-tadas e a generosidade de compartilhar as formas de superao destas

    dificuldades, o que pode ser muito til na aprendizagem de como encurtar

    caminhos, evitando esforos e tempo desnecessrios. Tiveram ainda o zelo

    de compartilhar os xitos, assinalando as razes de seu alcance.

    Alguns poucos trabalhos demonstram estgios adiantados de organi-zao dos servios e dos recursos de sade, j operando em redes, e nestes

    j se encontram descritas mudanas positivas nos resultados dos indicado-res de sade, de custo e de organizao dos processos de trabalho, refletin-do o alcance de objetivos: maior integralidade do cuidado, maior qualidade,

    maior satisfao da populao e dos profissionais de sade, menores custos.

    Em outros estados, a maioria neste momento, as equipes das Se-cretarias Estaduais de Sade realizam esforos para incorporar e disseminar

    os conceitos-chave s RASs; demonstrar as evidncias da eficcia destas; e

    indicar caminhos a serem seguidos para a sua constituio5,6.

    Acredita-se que o conjunto das experincias apresentadas na Mostra

    reflita o atual cenrio de desenvolvimento das RASs no Brasil.

    A ORgANIzAO DE REDES DE ATENO E OS TEMAS APRESENTADOS NA MOSTRA

    A Tabela 3 descreve os temas centrais dos trabalhos apresentados.

    Ainda que o convite participao da Mostra assinalasse para a apresen-

    tao de experincias com Redes de Ateno Sade e Redes Temticas,

    alguns trabalhos descreveram importantes processos educativos coordena-

    dos pelas SES, mas que no foram mencionados como integrantes do con-

    texto da organizao de redes. Em sua maioria, so processos dirigidos ao

    fortalecimento da Ateno Primria Sade no estado.

    Dos 80 trabalhos, 36 (45%) tem como tema central as estratgias

    e as atividades que as SES esto realizando com o objetivo de construo

    e aperfeioamento de Redes de Ateno Sade. Destes, h trabalhos que

    descrevem a organizao dos sistemas de apoio (assistncia farmacutica)

    e dos sistemas logsticos (sistema de transporte, acesso regulado aten-

    o) e a governana das redes. O tema central de 32 (40%) trabalhos a

    organizao de redes temticas, dos quais um tero refere-se organizao

    da rede cegonha (Tabela 2). Os demais trabalhos (15%) no focalizam RASs.

  • 22

    n. 25O estado e as Redes de

    Ateno Sade 1 Mostra Nacional de

    Experincias

    TABELA 1 Aspectos observados nas experincias que participaram da mostra: O Estado e as Redes de Ateno Sade e nmero de trabalhos apresentados por estado. CONASS, 1. Mostra Nacional de Redes de Ateno Sade. braslia, 2012.

    idENTifiCAO NMERO dO TRABAlhO: _ _ ESTAdO: _ _ _ _ _ _ _ _ - TTulO:

    Tema principal (1) Rede de Ateno Sade (2) Rede Temtica (3) Outro _ _ _ _ _ _ _

    Subtema* Conforme lista enviada aos participantes da Mostra de Redes CONASS.

    Fase da implantao Em que fase/estgio de desenvolvimento* encontra-se a experincia?

    Abrangncia do projeto Estadual, regional, macrorregies, microrregies, municipal, interestadual...

    Abrangncia do que j foi implantado

    Destacar a abrangncia do que est implementado at o momento (esta-dual, regional, macrorregies, microrregies, municipal...).

    Objetivos Descrio dos objetivos do trabalho apresentado

    Avaliao da etapa percorrida

    Descrio dos passos/etapas do processo de construo das Redes, anlise das dificuldades deste processo e dos aspectos positivos/avanos.

    Indicadores Mecanismos e/ou indicadores para avaliar o andamento da construo das Redes e o alcance dos objetivos. Avaliao dos indicadores propos-tos.

    *CATEGORIzADOS SEGUNDO MENDES1. VER QUADRO 1.

    TABELA 2 Estados que participaram da Mostra: O Estado e as Redes de Ateno Sade e nmero de trabalhos apresentados por estado. CONASS, 1. Mostra Nacional de Redes de Ateno Sade. Braslia, 2012.

    ESTAdO N. dE ExPERiNCiAS APRESENTAdAS NA MOSTRA

    Acre 1

    Alagoas 2

    Amazonas 8

    Bahia 4

    Cear 3

    Distrito Federal 2

    Esprito Santo 3

    Gois 3

    Maranho 1

    Mato Grosso do Sul 1

    Minas Gerais 19

    Par 2

    Paran 1

    Pernambuco 5

    Piau 1

    Rio de Janeiro 6

    Rio Grande do Norte 5

    Rio Grande do Sul 8

    Roraima 1

    Santa Catarina 2

    Sergipe 1

    Tocantins 1

    TOTAl 80

  • 23

    TABELA 1 Aspectos observados nas experincias que participaram da mostra: O Estado e as Redes de Ateno Sade e nmero de trabalhos apresentados por estado. CONASS, 1. Mostra Nacional de Redes de Ateno Sade. braslia, 2012.

    idENTifiCAO NMERO dO TRABAlhO: _ _ ESTAdO: _ _ _ _ _ _ _ _ - TTulO:

    Tema principal (1) Rede de Ateno Sade (2) Rede Temtica (3) Outro _ _ _ _ _ _ _

    Subtema* Conforme lista enviada aos participantes da Mostra de Redes CONASS.

    Fase da implantao Em que fase/estgio de desenvolvimento* encontra-se a experincia?

    Abrangncia do projeto Estadual, regional, macrorregies, microrregies, municipal, interestadual...

    Abrangncia do que j foi implantado

    Destacar a abrangncia do que est implementado at o momento (esta-dual, regional, macrorregies, microrregies, municipal...).

    Objetivos Descrio dos objetivos do trabalho apresentado

    Avaliao da etapa percorrida

    Descrio dos passos/etapas do processo de construo das Redes, anlise das dificuldades deste processo e dos aspectos positivos/avanos.

    Indicadores Mecanismos e/ou indicadores para avaliar o andamento da construo das Redes e o alcance dos objetivos. Avaliao dos indicadores propos-tos.

    *CATEGORIzADOS SEGUNDO MENDES1. VER QUADRO 1.

    TABELA 2 Estados que participaram da Mostra: O Estado e as Redes de Ateno Sade e nmero de trabalhos apresentados por estado. CONASS, 1. Mostra Nacional de Redes de Ateno Sade. Braslia, 2012.

    ESTAdO N. dE ExPERiNCiAS APRESENTAdAS NA MOSTRA

    Acre 1

    Alagoas 2

    Amazonas 8

    Bahia 4

    Cear 3

    Distrito Federal 2

    Esprito Santo 3

    Gois 3

    Maranho 1

    Mato Grosso do Sul 1

    Minas Gerais 19

    Par 2

    Paran 1

    Pernambuco 5

    Piau 1

    Rio de Janeiro 6

    Rio Grande do Norte 5

    Rio Grande do Sul 8

    Roraima 1

    Santa Catarina 2

    Sergipe 1

    Tocantins 1

    TOTAl 80

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    n. 25O estado e as Redes de

    Ateno Sade 1 Mostra Nacional de

    Experincias

    TABELA 3 Distribuio das experincias, segundo o tema central do trabalho apresentado. CONASS, 1. Mostra Nacional de Redes de Ateno Sade. Braslia, 2012.

    TEMA PRINCIPAL N TOTAl

    1. REdES dE ATENO SAdEComponentes das RAS- A Ateno Primria, os pontos de ateno secundrios e tercirios 30- Sistemas de apoio s Redes (assistncia farmacutica) 3 - Sistemas logsticos (sistema de transporte, acesso regulado) 2 - Sistema de governana 1

    36

    2. REdES TEMTiCAS dE ATENO SAdE- Rede Cegonha 13- Rede de urgncias e emergncias 4- Rede materno-infantil 3- Rede de ateno psicossocial 3- Rede de hospitais 1- Rede de cuidados em dengue 1- Rede auditiva 1- Rede de ateno aos idosos 1- Rede de ateno s condies crnicas 1- Rede em transplantes 1- A vigilncia em sade nas redes 1- Rede de ateno aos usurios de crack e outras drogas 1- Rede ateno em violncia em mulheres e crianas 1

    32

    3. PROCESSOS EduCATiVOS visando qualificao das equipes tcnicas dos nveis centrais das secretarias estaduais, municipais e equipes locais de sade.

    10

    4. OuTROS Relato de experincias de qualificao da ateno sade, no relacionados a um contexto de RAS: reorganizao da ateno a pessoas em presdios (1) e ateno materno-infantil (1)

    2

    O PAPEl DO ESTADO NA IMPlANTAO DE RAS

    A organizao de RASs est ocorrendo, em grande maioria, com par-

    ticipao das Secretarias Estaduais de Sade1, que buscam exercer o papel de indutor e coordenador da reorganizao do sistema de sade. As SES tm

    incorporado e disseminado as tecnologias de planejamento da ateno

    sade, da organizao dos processos de trabalho, da capacitao das equi-

    pes estaduais para adequao e reproduo locorregional de oficinas para

    os municpios. As atividades que vm sendo desenvolvidas pelas SES podem

    ser agrupadas em: (a) processos educativos, em sua maioria oficinas, com

    preparao de facilitadores que disseminem os conceitos, as leis e as por-

    tarias, as recomendaes e as etapas indicadas pelo Ministrio da Sade5,6

    para a organizao de RASs, e reforando a importncia da organizao de

    redes para o alcance de melhores resultados em sade, melhor qualidade e

    menores custos; (b) promoo da articulao entre os diversos atores (ins-

    tituies das diferentes esferas de gesto, os diversos nveis de ateno,

    Conasems, CIRs etc.); (c) induo elaborao e implantao de instru-

    mentos de planejamento e gesto, entre eles o Plano Diretor de Regionaliza-

    o (PDR), o Plano Diretor de Investimento (PDI) e a Programao Pactuada e

    Integrada da Ateno em Sade (PPI); e (d) promoo da formao de grupos

    condutores e facilitadores/apoiadores desses processos nas regies e nos

    municpios. Em sua maioria, as SES tm dispendido esforos estimulando e

    apoiando por meio dessas atividades. Contudo, h estados nos quais a orga-

    nizao de redes j se encontra em fase adiantada, em que as regies foram

    definidas; foi definido o rol de aes e servios com base nas necessidades

    da populao e nos recursos disponveis; foram organizadas e integradas as

    aes e os servios que compem a RAS; foram estabelecidos os fluxos e

    definidas as responsabilidades nas regies de sade, visando coordenao

    do cuidado aos usurios; foram definidos os critrios de acessibilidade e

    escala; discutida a presena e a adequao/qualidade dos elementos es-

    truturais das RAS e em que medida esto operando como preconizado (APS

    fortalecida, porta de entrada do sistema de sade e cumpridora do seu pa-

    pel de coordenao do cuidado aos indivduos; integrao das informaes

    dos diferentes pontos de ateno sade; ateno secundria e terciria

    compondo a RAS e propiciando cuidado integral; h coordenao na oferta

    de servios dos diversos nveis de ateno sade; os sistemas de apoio

    (sistema diagnstico e teraputico, assistncia farmacutica, sistema de in-

    formaes) operam de maneira integrada; os sistemas logsticos (transporte,

    regulao da ateno, carto de identificao do usurio na rede) permitem

    cumprimento de fluxos e identificao dos usurios na rede; governana da

    rede). Nestes, o estado tomou para si a misso de implantar, conduzir e man-

    ter as Redes de Ateno Sade no estado. O exemplo o estado de Minas

    Gerais, no qual todos os aspectos do desenvolvimento de RAS no estado

    (Quadro 1) tm sido abordados pela SES.

  • 25

    TABELA 3 Distribuio das experincias, segundo o tema central do trabalho apresentado. CONASS, 1. Mostra Nacional de Redes de Ateno Sade. Braslia, 2012.

    TEMA PRINCIPAL N TOTAl

    1. REdES dE ATENO SAdEComponentes das RAS- A Ateno Primria, os pontos de ateno secundrios e tercirios 30- Sistemas de apoio s Redes (assistncia farmacutica) 3 - Sistemas logsticos (sistema de transporte, acesso regulado) 2 - Sistema de governana 1

    36

    2. REdES TEMTiCAS dE ATENO SAdE- Rede Cegonha 13- Rede de urgncias e emergncias 4- Rede materno-infantil 3- Rede de ateno psicossocial 3- Rede de hospitais 1- Rede de cuidados em dengue 1- Rede auditiva 1- Rede de ateno aos idosos 1- Rede de ateno s condies crnicas 1- Rede em transplantes 1- A vigilncia em sade nas redes 1- Rede de ateno aos usurios de crack e outras drogas 1- Rede ateno em violncia em mulheres e crianas 1

    32

    3. PROCESSOS EduCATiVOS visando qualificao das equipes tcnicas dos nveis centrais das secretarias estaduais, municipais e equipes locais de sade.

    10

    4. OuTROS Relato de experincias de qualificao da ateno sade, no relacionados a um contexto de RAS: reorganizao da ateno a pessoas em presdios (1) e ateno materno-infantil (1)

    2

    O PAPEl DO ESTADO NA IMPlANTAO DE RAS

    A organizao de RASs est ocorrendo, em grande maioria, com par-ticipao das Secretarias Estaduais de Sade1, que buscam exercer o papel de indutor e coordenador da reorganizao do sistema de sade. As SES tm

    incorporado e disseminado as tecnologias de planejamento da ateno

    sade, da organizao dos processos de trabalho, da capacitao das equi-pes estaduais para adequao e reproduo locorregional de oficinas para

    os municpios. As atividades que vm sendo desenvolvidas pelas SES podem

    ser agrupadas em: (a) processos educativos, em sua maioria oficinas, com

    preparao de facilitadores que disseminem os conceitos, as leis e as por-

    tarias, as recomendaes e as etapas indicadas pelo Ministrio da Sade5,6

    para a organizao de RASs, e reforando a importncia da organizao de

    redes para o alcance de melhores resultados em sade, melhor qualidade e

    menores custos; (b) promoo da articulao entre os diversos atores (ins-

    tituies das diferentes esferas de gesto, os diversos nveis de ateno,

    Conasems, CIRs etc.); (c) induo elaborao e implantao de instru-

    mentos de planejamento e gesto, entre eles o Plano Diretor de Regionaliza-

    o (PDR), o Plano Diretor de Investimento (PDI) e a Programao Pactuada e

    Integrada da Ateno em Sade (PPI); e (d) promoo da formao de grupos

    condutores e facilitadores/apoiadores desses processos nas regies e nos

    municpios. Em sua maioria, as SES tm dispendido esforos estimulando e

    apoiando por meio dessas atividades. Contudo, h estados nos quais a orga-

    nizao de redes j se encontra em fase adiantada, em que as regies foram

    definidas; foi definido o rol de aes e servios com base nas necessidades

    da populao e nos recursos disponveis; foram organizadas e integradas as

    aes e os servios que compem a RAS; foram estabelecidos os fluxos e

    definidas as responsabilidades nas regies de sade, visando coordenao

    do cuidado aos usurios; foram definidos os critrios de acessibilidade e

    escala; discutida a presena e a adequao/qualidade dos elementos es-

    truturais das RAS e em que medida esto operando como preconizado (APS

    fortalecida, porta de entrada do sistema de sade e cumpridora do seu pa-

    pel de coordenao do cuidado aos indivduos; integrao das informaes

    dos diferentes pontos de ateno sade; ateno secundria e terciria

    compondo a RAS e propiciando cuidado integral; h coordenao na oferta

    de servios dos diversos nveis de ateno sade; os sistemas de apoio

    (sistema diagnstico e teraputico, assistncia farmacutica, sistema de in-

    formaes) operam de maneira integrada; os sistemas logsticos (transporte,

    regulao da ateno, carto de identificao do usurio na rede) permitem

    cumprimento de fluxos e identificao dos usurios na rede; governana da

    rede). Nestes, o estado tomou para si a misso de implantar, conduzir e man-

    ter as Redes de Ateno Sade no estado. O exemplo o estado de Minas

    Gerais, no qual todos os aspectos do desenvolvimento de RAS no estado

    (Quadro 1) tm sido abordados pela SES.

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    n. 25O estado e as Redes de

    Ateno Sade 1 Mostra Nacional de

    Experincias

    QUADRO 1 Aspectos da construo de Redes de Ateno Sade, organizados segundo Mendes1

    1. O PAPEL DO ESTADO/SES NA CONSTRUO DE REDES; o estmulo e o apoio aos municpios para se organizarem em Redes de Ateno.

    2. O FORTALECIMENTO DA ATENO PRIMRIA SADE (APS) como porta de entrada e primeiro contato dos usurios com o sistema de sade.

    3. O PROCESSO DE DEFINIO DAS REGIES DE SADE, com estabelecimento de limites geogrfi-cos e populao usuria.

    4. A DEFINIO DO ROL DE AES E SERVIOS, com base nas necessidades da populao e nos recursos disponveis.

    5. A ORGANIzAO E A INTEGRAO DAS AES E DOS SERVIOS QUE COMPEM A RAS.

    6. O ESTABELECIMENTO DOS FLUxOS E A DEFINIO DE RESPONSABILIDADES NAS REGIES DE SADE, visando coordenao do cuidado aos usurios.

    7. A DEFINIO DE CRITRIOS DE ACESSIBILIDADE E ESCALA.

    8. A PRESENA DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS DAS RAS (e em que medida esto operando como preconizado): A APS est fortalecida, porta de entrada e cumpre seu papel de coordenao do cuidado aos indivduos, integrando as informaes dos diferentes pontos de ateno sade? A Ateno Secundria e Terciria compem a RAS e propicia cuidado integral? A oferta de servios dos diversos nveis de ateno sade coordenada? Os Sistemas de Apoio (sistema diagnstico e teraputico, assistncia farmacutica, sistema de informaes) operam de maneira integrada? Os Sistemas Logsticos (transporte, regulao da ateno, carto de identificao do usurio na rede) permitem cumprimento de fluxos e identificao dos usurios na Rede? Como se d a governana da Rede?

    9. SISTEMAS DE APOIO: Sistema de informaes as informaes so integradas por sistemas eletrnicos de informao? Sistema diagnstico e teraputico. Assistncia farmacutica.

    10. SISTEMAS LOGSTICOS: Transporte. Regulao. Carto de identificao do usurio.

    11. GOVERNANA

    12. ESCOLHA DOS CRITRIOS DE AVALIAO DE DESEMPENHO E DE RESULTADOS. Estabelecimento de mecanismos de controle e fiscalizao das aes e dos servios. Definio de indicadores e metas para monitoramento e avaliao das redes.

    13. FINANCIAMENTO

    14. INTERSETORIALIDADE: a rede alm da sade.

    15. REDE TEMTICA: qual rede temtica?

    16. OUTROS: atividades educativas etc.

    ABRANgNCIA E SITUAO DE DESENvOlvIMENTO DAS RAS

    A grande maioria das experincias apresentadas refere-se a regies

    do estado, envolvendo alguns municpios ou uma macrorregio. Em uma Uni-

    dade da Federao a abrangncia estadual. interessante observar que h

    experincias interestaduais.

    A tabela 4 apresenta uma tentativa de agrupar os estados segundo a

    situao de desenvolvimento das redes, considerando trs situaes: inicial,

    intermediria e adiantada.

    TABELA 4 O desenvolvimento das Redes de Ateno Sade

    Situao 1:A maioria dos trabalhos apresentados, referente a 14 estados.

    Situao 2:Os trabalhos apresentados por dois estados.

    Situao 3:Os trabalhos apresentados por seis estados.

    As equipes das SES discutem interna-mente o que so RAS, realizam proces-sos educativos para o nvel central das secretarias estaduais e so envolvidos tcnicos das regionais de sade. Esto sendo formados educadores/faci-litadores para realizar apoio institucional s secretarias municipais.

    As SES coordenam oficinas para tcnicos das regionais e secretarias municipais, com objetivos de disseminar conhecimentos sobre RAS e APS e esti-mular o desenvolvimento dos primeiros passos na organizao de RAS: defini-o de regies de sade; mapeamento de recursos e necessidades; criao de grupos condutores; aproximao com outros atores/Cosems; criao dos planos; instituio das CIBs.Reunio de colegiados para definio de rol das diferentes instituies e nveis de ateno.Definio de fluxos.

    Rede em ao, funcionando.

    Avaliao dos indicadores de monitora-mento e avaliao das RAS.

    DESAfIOS E SUCESSOS NO DESENvOlvIMENTO DAS REDES

    Uma srie de dificuldades para o desenvolvimento das redes foi reve-

    lada, assim como o alcance de sucessos. Entre os sucessos mencionados, destacam-se:

    Aproximao e integrao entre as diversas reas tcnicas das SESs, para planejamento articulado e execuo compartilhada das estratgias e

    das aes. Aproximao, no interior da prpria secretaria estadual, dos di-

    ferentes nveis hierrquicos e reviso das atividades de planejamento das

    aes e da formulao das polticas de sade.

  • 27

    QUADRO 1 Aspectos da construo de Redes de Ateno Sade, organizados segundo Mendes1

    1. O PAPEL DO ESTADO/SES NA CONSTRUO DE REDES; o estmulo e o apoio aos municpios para se organizarem em Redes de Ateno.

    2. O FORTALECIMENTO DA ATENO PRIMRIA SADE (APS) como porta de entrada e primeiro contato dos usurios com o sistema de sade.

    3. O PROCESSO DE DEFINIO DAS REGIES DE SADE, com estabelecimento de limites geogrfi-cos e populao usuria.

    4. A DEFINIO DO ROL DE AES E SERVIOS, com base nas necessidades da populao e nos recursos disponveis.

    5. A ORGANIzAO E A INTEGRAO DAS AES E DOS SERVIOS QUE COMPEM A RAS.

    6. O ESTABELECIMENTO DOS FLUxOS E A DEFINIO DE RESPONSABILIDADES NAS REGIES DE SADE, visando coordenao do cuidado aos usurios.

    7. A DEFINIO DE CRITRIOS DE ACESSIBILIDADE E ESCALA.

    8. A PRESENA DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS DAS RAS (e em que medida esto operando como preconizado): A APS est fortalecida, porta de entrada e cumpre seu papel de coordenao do cuidado aos indivduos, integrando as informaes dos diferentes pontos de ateno sade? A Ateno Secundria e Terciria compem a RAS e propicia cuidado integral? A oferta de servios dos diversos nveis de ateno sade coordenada? Os Sistemas de Apoio (sistema diagnstico e teraputico, assistncia farmacutica, sistema de informaes) operam de maneira integrada? Os Sistemas Logsticos (transporte, regulao da ateno, carto de identificao do usurio na rede) permitem cumprimento de fluxos e identificao dos usurios na Rede? Como se d a governana da Rede?

    9. SISTEMAS DE APOIO: Sistema de informaes as informaes so integradas por sistemas eletrnicos de informao? Sistema diagnstico e teraputico. Assistncia farmacutica.

    10. SISTEMAS LOGSTICOS: Transporte. Regulao. Carto de identificao do usurio.

    11. GOVERNANA

    12. ESCOLHA DOS CRITRIOS DE AVALIAO DE DESEMPENHO E DE RESULTADOS. Estabelecimento de mecanismos de controle e fiscalizao das aes e dos servios. Definio de indicadores e metas para monitoramento e avaliao das redes.

    13. FINANCIAMENTO

    14. INTERSETORIALIDADE: a rede alm da sade.

    15. REDE TEMTICA: qual rede temtica?

    16. OUTROS: atividades educativas etc.

    ABRANgNCIA E SITUAO DE DESENvOlvIMENTO DAS RAS

    A grande maioria das experincias apresentadas refere-se a regies

    do estado, envolvendo alguns municpios ou uma macrorregio. Em uma Uni-

    dade da Federao a abrangncia estadual. interessante observar que h

    experincias interestaduais.

    A tabela 4 apresenta uma tentativa de agrupar os estados segundo a

    situao de desenvolvimento das redes, considerando trs situaes: inicial,

    intermediria e adiantada.

    TABELA 4 O desenvolvimento das Redes de Ateno Sade

    Situao 1:A maioria dos trabalhos apresentados, referente a 14 estados.

    Situao 2:Os trabalhos apresentados por dois estados.

    Situao 3:Os trabalhos apresentados por seis estados.

    As equipes das SES discutem interna-mente o que so RAS, realizam proces-sos educativos para o nvel central das secretarias estaduais e so envolvidos tcnicos das regionais de sade. Esto sendo formados educadores/faci-litadores para realizar apoio institucional s secretarias municipais.

    As SES coordenam oficinas para tcnicos das regionais e secretarias municipais, com objetivos de disseminar conhecimentos sobre RAS e APS e esti-mular o desenvolvimento dos primeiros passos na organizao de RAS: defini-o de regies de sade; mapeamento de recursos e necessidades; criao de grupos condutores; aproximao com outros atores/Cosems; criao dos planos; instituio das CIBs.Reunio de colegiados para definio de rol das diferentes instituies e nveis de ateno.Definio de fluxos.

    Rede em ao, funcionando.

    Avaliao dos indicadores de monitora-mento e avaliao das RAS.

    DESAfIOS E SUCESSOS NO DESENvOlvIMENTO DAS REDES

    Uma srie de dificuldades para o desenvolvimento das redes foi reve-

    lada, assim como o alcance de sucessos. Entre os sucessos mencionados, destacam-se:

    Aproximao e integrao entre as diversas reas tcnicas das SESs, para planejamento articulado e execuo compartilhada das estratgias e

    das aes. Aproximao, no interior da prpria secretaria estadual, dos di-

    ferentes nveis hierrquicos e reviso das atividades de planejamento das

    aes e da formulao das polticas de sade.

  • 28

    n. 25O estado e as Redes de

    Ateno Sade 1 Mostra Nacional de

    Experincias

    O trabalho conjunto desenvolvido pelas diferentes subsecretarias,

    superintendncias e reas tcnicas foi crucial para o estabelecimento de

    Redes de Ateno Sade e consequente melhora no acesso e na resoluti-

    vidade aos usurios do SUS.

    Integrao de diferentes projetos e programas desenvolvidos pelas reas tcnicas, potencializando o uso dos recursos materiais e a gesto de

    pessoas.

    Integrao entre as diversas esferas de gesto, municipal, regional, e estadual e junto aos tcnicos do Ministrio da Sade (apoiadores temticos

    e de servios).

    Integrao dos planos regionais para as redes temticas e convergn-cia do subprojeto com iniciativas operadas pelos entes estadual e municipais.

    Articulao entre servios e instituies tendo como centralidade o planejamento, a cooperao e a governana regional.

    Dilogo e participao dos gestores municipais de sade. Elaborao e/ou atualizao e implantao dos instrumentos de plane-

    jamento, gesto, regulao, controle/avaliao, educao permanente, fun-

    damentais para a atuao em RAS, entre eles o Plano Diretor de Regionaliza-

    o (PDR), o Plano Diretor de Investimento (PDI) e a Programao Pactuada e

    Integrada da Ateno em Sade (PPI).

    Anlise rica de indicadores socioeconmicos, demogrficos, epide-miolgicos e de gesto, os quais evidenciaram as demandas/necessidades

    da regio.

    Fortalecimento da gesto regional e municipal, possibilitando at mes-mo direcionar investimentos para projetos regionais.

    Fortalecimento do controle social. Sobre as Oficinas: os conhecimentos adquiridos so passveis de apli-

    cao imediata na realidade; ressalta-se a participao de profissionais de

    sade que atuam na assistncia, que comumente ficam margem das ativi-

    dades de planejamento das aes que executam.

    Ampliao e otimizao do acesso aos usurios. Aumento na qualidade da ateno. Formao de rede solidria de apoio e corresponsabilizao entre sujeitos

    e instituies, ampliando o dilogo institucional entre gestores, tcnicos da SES

    e equipes de sade.

    Socializao das experincias existentes nas diversas instituies/pontos de ateno sade, na gesto e na gerncia dos servios, na criao de estra-

    tgias na assistncia.

    Entre as dificuldades mencionadas, destacam-se: Dificuldade de exercer cogesto e apoio institucional de forma mais demo-

    crtica e participativa.

    Estabelecimento de critrios para definir as regies sanitrias a iniciar as atividades.

    Insuficincia de informaes para anlise diagnstica dos servios das redes temticas.

    Realizar regulao em todos os nveis: local, micro e macrorregional. Escassez de estrutura das SES, seja de recursos humanos com sobrecar-

    ga de trabalho dos tcnicos, seja de dificuldade logstica, principalmente no que

    se refere ao deslocamento dos tcnicos para cumprimento de agendas presen-

    ciais pactuadas.

    Falta de compromisso de alguns municpios com as atividades de planificao

    No incorporao dos Plano Diretor de Regionalizao como tema de dis-cusso ou mesmo acompanhamento nos Conselhos Municipais de Sade.

    Fragmentao das aes nas diferentes diretorias que compem a secre-taria estadual.

    Secretarias de sade dos municpios, sede de macrorregio, assumirem papel diferenciado, no sentido da organizao e da garantia de acesso dos ser-

    vios de referncia macrorregional.

    Divergncia do duplo comando: dos programas organizados por ciclos de vida e da organizao em redes.

    Implementao simultnea de diferentes projetos, no caso o Qualisus e a proposta de organizao de RAS, confundindo equipes e dispersando recursos.

    Necessidade de melhoria na comunicao entre as reas tcnicas do Mi-nistrio da Sade e a SES.

    Dificuldades com o sistema informatizado do plano de ao das redes temticas, ferramenta eletrnica no adequada para o desenho da rede. O siste-

    ma no permitiu referncia interregional, gerando problemas nas programaes.

    Conflito de orientaes entre diversos interlocutores do Ministrio da Sade, muitas vezes em desacordo com o texto das portarias.

  • 29

    O trabalho conjunto desenvolvido pelas diferentes subsecretarias,

    superintendncias e reas tcnicas foi crucial para o estabelecimento de

    Redes de Ateno Sade e consequente melhora no acesso e na resoluti-vidade aos usurios do SUS.

    Integrao de diferentes projetos e programas desenvolvidos pelas reas tcnicas, potencializando o uso dos recursos materiais e a gesto de

    pessoas.

    Integrao entre as diversas esferas de gesto, municipal, regional, e estadual e junto aos tcnicos do Ministrio da Sade (apoiadores temticos

    e de servios).

    Integrao dos planos regionais para as redes temticas e convergn-cia do subprojeto com iniciativas operadas pelos entes estadual e municipais.

    Articulao entre servios e instituies tendo como centralidade o planejamento, a cooperao e a governana regional.

    Dilogo e participao dos gestores municipais de sade. Elaborao e/ou atualizao e implantao dos instrumentos de plane-

    jamento, gesto, regulao, controle/avaliao, educao permanente, fun-damentais para a atuao em RAS, entre eles o Plano Diretor de Regionaliza-o (PDR), o Plano Diretor de Investimento (PDI) e a Programao Pactuada e

    Integrada da Ateno em Sade (PPI).

    Anlise rica de indicadores socioeconmicos, demogrficos, epide-miolgicos e de gesto, os quais evidenciaram as demandas/necessidades

    da regio.

    Fortalecimento da gesto regional e municipal, possibilitando at mes-mo direcionar investimentos para projetos regionais.

    Fortalecimento do controle social. Sobre as Oficinas: os conhecimentos adquiridos so passveis de apli-

    cao imediata na realidade; ressalta-se a participao de profissionais de

    sade que atuam na assistncia, que comumente ficam margem das ativi-dades de planejamento das aes que executam.

    Ampliao e otimizao do acesso aos usurios. Aumento na qualidade da ateno. Formao de rede solidria de apoio e corresponsabilizao entre sujeitos

    e instituies, ampliando o dilogo institucional entre gestores, tcnicos da SES

    e equipes de sade.

    Socializao das experincias existentes nas diversas instituies/pontos de ateno sade, na gesto e na gerncia dos servios, na criao de estra-

    tgias na assistncia.

    Entre as dificuldades mencionadas, destacam-se: Dificuldade de exercer cogesto e apoio institucional de forma mais demo-

    crtica e participativa.

    Estabelecimento de critrios para definir as regies sanitrias a iniciar as atividades.

    Insuficincia de informaes para anlise diagnstica dos servios das redes temticas.

    Realizar regulao em todos os nveis: local, micro e macrorregional. Escassez de estrutura das SES, seja de recursos humanos com sobrecar-

    ga de trabalho dos tcnicos, seja de dificuldade logstica, principalmente no que

    se refere ao deslocamento dos tcnicos para cumprimento de agendas presen-

    ciais pactuadas.

    Falta de compromisso de alguns municpios com as atividades de planificao

    No incorporao dos Plano Diretor de Regionalizao como tema de dis-cusso ou mesmo acompanhamento nos Conselhos Municipais de Sade.

    Fragmentao das aes nas diferentes diretorias que compem a secre-taria estadual.

    Secretarias de sade dos municpios, sede de macrorregio, assumirem papel diferenciado, no sentido da organizao e da garantia de acesso dos ser-

    vios de referncia macrorregional.

    Divergncia do duplo comando: dos programas organizados por ciclos de vida e da organizao em redes.

    Implementao simultnea de diferentes projetos, no caso o Qualisus e a proposta de organizao de RAS, confundindo equipes e dispersando recursos.

    Necessidade de melhoria na comunicao entre as reas tcnicas do Mi-nistrio da Sade e a SES.

    Dificuldades com o sistema informatizado do plano de ao das redes temticas, ferramenta eletrnica no adequada para o desenho da rede. O siste-

    ma no permitiu referncia interregional, gerando problemas nas programaes.

    Conflito de orientaes entre diversos interlocutores do Ministrio da Sade, muitas vezes em desacordo com o texto das portarias.

  • 30

    n. 25O estado e as Redes de

    Ateno Sade 1 Mostra Nacional de

    Experincias

    Nem sempre o texto das portarias pactuadas est adequado realida-de estadual e municipal.

    Descontinuidade no apoio institucional do Ministrio da Sade. Reduo dos incentivos previstos por limitaes oramentrias e finan-

    ceiras, prejudicando a lgica do desenho j estabelecido.

    Comunicao entre os servios de sade. Demora da normalizao do repasse do cofinanciamento da APS aos

    municpios.

    Concretizao da solidariedade regional no estado, com entraves nas pactuaes intermunicipais em razo das diferenas poltico-partidrias, na

    pouca comunicao e articulao entre os servios e na fragilidade na forma-

    o dos profissionais para o SUS.

    Necessidade de definio do modelo de governana da rede. Rever os critrios de financiamento que permanecem fragmentados e dissociados

    dessa nova forma de organizao do sistema e construir de forma tripartite

    as prticas de contratualizao e monitoramento e avaliao de redes.

    Necessidade de articulao e comunicao mais afinada nas relaes interfederativas, envolvendo governo federal, estados e municpios.

    MECANISMOS DE MONITORAMENTO E AvAlIAO DA INSTITUIO DE RAS

    Ainda que boa proporo dos trabalhos apresentados tenha clara a

    importncia de superar a fragmentao dos cuidados, diminuir os custos,

    adequar a escala dos recursos ao tamanho da populao e de suas

    necessidades, melhorar a qualidade dos servios e alcanar melhores

    resultados nos indicadores de sade, alguns textos no explicitam

    esses objetivos nem apresentam indicadores de avaliao que permitam

    verificar em que medida esses aspectos esto sendo superados.

    COMENTRIOS

    Os 80 trabalhos apresentados demonstram amplo compromisso

    com a busca em aperfeioar os sistemas de sade e refletem dificuldades

    e avanos. A Mostra trouxe a oportunidade de conhecer as inmeras reali-

    dades de construo de Redes de Ateno Sade e Redes Temticas no

    Brasil, refletir sobre as nossas experincias e aprender com os exemplos

    apresentados.

    A experincia da implantao de redes integradas traz lies que nos

    ajudam a formular a implementao de estratgias bem-sucedidas. Entre as

    lies aprendidas, a Opas2 destaca:

    os processos de integrao so difceis, complexos e de longo prazo. Integrao deve ser pensada em termos de uma evoluo ao longo do tempo;

    os processos de integrao requerem mudanas sistmicas amplas, e no apenas intervenes isoladas e pontuais;

    h mais exemplos de polticas de integrao de servios do que exemplos de implementao real. A gesto da mudana exigir ao em

    vrios nveis, incluindo o compromisso dos trabalhadores de sade, dos

    gestores e dos formuladores de polticas;

    a integrao dos servios no significa necessariamente que tudo deve ser integrado em um nico esquema. Existem muitas formas e nveis de in-

    tegrao que podem ocorrer dentro do sistema;

    vrios estudos sugerem que a integrao do pessoal de sade com o sistema, a integrao de sistemas de informaes e a integrao clnica so

    percebidas pelos gestores e pelos prestadores do SUS e como o mais difcil

    de alcanar;

    estruturas clnicas, de gesto e de governana do sistema devem estar alinhadas e se apoiam mutuamente;

    o alinhamento dos incentivos financeiros essencial. Na medida em que os mecanismos de pagamento/compensao entre o hospital e a aten-

    o primria sejam diferenciados, surgiro problemas e tenses e os incen-

    tivos para integrao sero prejudicados; e

    a integrao no uma cura para a falta de recursos.Convidamos a todos a ler os trabalhos apresentados! Boa leitura!

    Referncias bibliogrficas

    1. Mendes EV. As Redes de Ateno Sade. Braslia: Organizao Pan-Americana da Sade: 2011. 549 p.

    2. Organizao Pan-Americana da Sade. Redes integradas de servicios de salud: conceptos, opciones de poltica y hoja de ruta para su implementacin en las Amricas. Washington:

  • 31

    Nem sempre o texto das portarias pactuadas est adequado realida-de estadual e municipal.

    Descontinuidade no apoio institucional do Ministrio da Sade. Reduo dos incentivos previstos por limitaes oramentrias e finan-

    ceiras, prejudicando a lgica do desenho j estabelecido.

    Comunicao entre os servios de sade. Demora da normalizao do repasse do cofinanciamento da APS aos

    municpios.

    Concretizao da solidariedade regional no estado, com entraves nas pactuaes intermunicipais em razo das diferenas poltico-partidrias, na

    pouca comunicao e articulao entre os servios e na fragilidade na forma-o dos profissionais para o SUS.

    Necessidade de definio do modelo de governana da rede. Rever os critrios de financiamento que permanecem fragmentados e dissociados

    dessa nova forma de organizao do sistema e construir de forma tripartite

    as prticas de contratualizao e monitoramento e avaliao de redes.

    Necessidade de articulao e comunicao mais afinada nas relaes interfederativas, envolvendo governo federal, estados e municpios.

    MECANISMOS DE MONITORAMENTO E AvAlIAO DA INSTITUIO DE RAS

    Ainda que boa proporo dos trabalhos apresentados tenha clara a

    importncia de superar a fragmentao dos cuidados, diminuir os custos,

    adequar a escala dos recursos ao tamanho da populao e de suas

    necessidades, melhorar a qualidade dos servios e alcanar melhores

    resultados nos indicadores de sade, alguns textos no explicitam

    esses objetivos nem apresentam indicadores de avaliao que permitam

    verificar em que medida esses aspectos esto sendo superados.

    COMENTRIOS

    Os 80 trabalhos apresentados demonstram amplo compromisso

    com a busca em aperfeioar os sistemas de sade e refletem dificuldades

    e avanos. A Mostra trouxe a oportunidade de conhecer as inmeras reali-

    dades de construo de Redes de Ateno Sade e Redes Temticas no

    Brasil, refletir sobre as nossas experincias e aprender com os exemplos

    apresentados.

    A experincia da implantao de redes integradas traz lies que nos

    ajudam a formular a implementao de estratgias bem-sucedidas. Entre as

    lies aprendidas, a Opas2 destaca:

    os processos de integrao so difceis, complexos e de longo prazo. Integrao deve ser pensada em termos de uma evoluo ao longo do tempo;

    os processos de integrao requerem mudanas sistmicas amplas, e no apenas intervenes isoladas e pontuais;

    h mais exemplos de polticas de integrao de servios do que exemplos de implementao real. A gesto da mudana exigir ao em

    vrios nveis, incluindo o compromisso dos trabalhadores de sade, dos

    gestores e dos formuladores de polticas;

    a integrao dos servios no significa necessariamente que tudo deve ser integrado em um nico esquema. Existem muitas formas e nveis de in-

    tegrao que podem ocorrer dentro do sistema;

    vrios estudos sugerem que a integrao do pessoal de sade com o sistema, a integrao de sistemas de informaes e a integrao clnica so

    percebidas pelos gestores e pelos prestadores do SUS e como o mais difcil

    de alcanar;

    estruturas clnicas, de gesto e de governana do sistema devem estar alinhadas e se apoiam mutuamente;

    o alinhamento dos incentivos financeiros essencial. Na medida em que os mecanismos de pagamento/compensao entre o hospital e a aten-

    o primria sejam diferenciados, surgiro problemas e tenses e os incen-

    tivos para integrao sero prejudicados; e

    a integrao no uma cura para a falta de recursos.Convidamos a todos a ler os trabalhos apresentados! Boa leitura!

    Referncias bibliogrficas

    1. Mendes EV. As Redes de Ateno Sade. Braslia: Organizao Pan-Americana da Sade: 2011. 549 p.

    2. Organizao Pan-Americana da Sade. Redes integradas de servicios de salud: conceptos, opciones de poltica y hoja de ruta para su implementacin en las Amricas. Washington:

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    n. 25O estado e as Redes de

    Ateno Sade 1 Mostra Nacional de

    Experincias

    Organizao Pan-Americana da Sade: 2010. Serie: La renovacin de la atencin primaria de salud en las Amricas n. 4.

    3. As oficinas para a organizao das Redes de Ateno Sade. Conass Documenta [peri-dico na Internet]. 2010; n. 21. Disponvel em: http://www.conass.org.br/conassdocumenta/conass_documenta_21.pdf

    4. Planificao da Ateno Primria Sade nos estados. Conass Documenta [peridico na Internet]. 2011; n. 23. Disponvel em: http://www.conass.org.br/conassdocumenta/cd_23_fi-nal_erratas.pdf

    5. BRASIL. Ministrio da Sade. Portaria n. 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Dispe sobre posicionamento do Ministrio da Sade, do CONASS e do Conasems sobre RASs, que estabe-lece diretrizes para a organizao da Rede de Ateno Sade no mbito do SUS.

    6. BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa. Decreto n. 7.508, de 28 de junho de 2001. Dispe sobre a regulamentao da Lei n. 8.080/1990. 1. ed. Braslia: Ministrio da Sade: 2011. 16 p. Srie: E. Legislao de Sade.

  • PARTE II AS ExPERINCIAS ESTADUAIS APRESENTADAS NA 1. MOSTRA NACIONAL DE ExPERINCIAS

    Organizao Pan-Americana da Sade: 2010. Serie: La renovacin de la atencin primaria de salud en las Amricas n. 4.

    3. As oficinas para a organizao das Redes de Ateno Sade. Conass Documenta [peri-dico na Internet]. 2010; n. 21. Disponvel em: http://www.conass.org.br/conassdocumenta/conass_documenta_21.pdf

    4. Planificao da Ateno Primria Sade nos estados. Conass Documenta [peridico na Internet]. 2011; n. 23. Disponvel em: http://www.conass.org.br/conassdocumenta/cd_23_fi-nal_erratas.pdf

    5. BRASIL. Ministrio da Sade. Portaria n. 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Dispe sobre posicionamento do Ministrio da Sade, do CONASS e do Conasems sobre RASs, que estabe-lece diretrizes para a organizao da Rede de Ateno Sade no mbito do SUS.

    6. BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa. Decreto n. 7.508, de 28 de junho de 2001. Dispe sobre a regulamentao da Lei n. 8.080/1990. 1. ed. Braslia: Ministrio da Sade: 2011. 16 p. Srie: E. Legislao de Sade.

  • 1. As Experincias Estaduais Apresentadas na 1. Mostra Nacional de Experincias

    ACRE

    TTULO DA ExPERINCIA: Melhoria da Ateno Primria: ao

    articulada da SES na construo da Rede de Ateno

    AUTORES: Elizete do Nascimento Arajo, Maria Luiza Escudeiro Leite,

    ximena Luiza Cataln Pavez, Adriana Maria Lobo, Rosangela Maia Rodri-

    guez, Vernica Maria Barbosa Fernandes, Adriana Evangelista, Marize Barbo-

    za Freire de Lucena.

    SETORES/INSTITUIES ENVOLVIDOS: reas tcnicas da Secretaria

    Estadual de Sade: Diviso de Sade Bucal; Diviso de Sade do Idoso;

    Diviso de Sade da Mulher; Diviso de Sade da Criana e do Adolescen-

    te; Diviso de Doenas Crnicas No Transmissveis; Diviso de Tabagismo;

    Diviso de Alimentao e Nutrio; Diviso de Sade Mental; e Diviso de

    Doenas e Agravaos No Transmissveis (Dant).

    Resumo:

    Ateno Bsica uma estratgia que vem desconstruir a prtica de

    ateno sade tradicional baseada no modelo biomdico tradicional. Nes-

    ta estratgia, valorizam-se a promoo e a preveno de agravos por meio

    de aes de cuidado junto com educao em sade, promovendo assim a

    qualidade de vida das pessoas no seu territrio. Com base nesse princpio,

    a equipe responsvel por mapear sua rea de abrangncia, diagnosticando

    os quadros epidemiolgicos relevantes e pactuando suas aes e responsa-

    bilidades no seu territrio. A poltica de ateno bsica resulta em uma linha

    de cuidados e promoo de aes compartilhadas de protagonismo, condu-

    zindo populao a prticas de vida saudvel de acordo com as condies

    sociodemogrficas e culturais locais.

  • 35

    1. As Experincias Estaduais Apresentadas na 1. Mostra Nacional de Experincias

    ACRE

    TTULO DA ExPERINCIA: Melhoria da Ateno Primria: ao

    articulada da SES na construo da Rede de Ateno

    AUTORES: Elizete do Nascimento Arajo, Maria Luiza Escudeiro Leite,

    ximena Luiza Cataln Pavez, Adriana Maria Lobo, Rosangela Maia Rodri-

    guez, Vernica Maria Barbosa Fernandes, Adriana Evangelista, Marize Barbo-

    za Freire de Lucena.

    SETORES/INSTITUIES ENVOLVIDOS: reas tcnicas da Secretaria

    Estadual de Sade: Diviso de Sade Bucal; Diviso de Sade do Idoso;

    Diviso de Sade da Mulher; Diviso de Sade da Criana e do Adolescen-

    te; Diviso de Doenas Crnicas No Transmissveis; Diviso de Tabagismo;

    Diviso de Alimentao e Nutrio; Diviso de Sade Mental; e Diviso de

    Doenas e Agravaos No Transmissveis (Dant).

    Resumo:

    Ateno Bsica uma estratgia que vem desconstruir a prtica de

    ateno sade tradicional baseada no modelo biomdico tradicional. Nes-

    ta estratgia, valorizam-se a promoo e a preveno de agravos por meio

    de aes de cuidado junto com educao em sade, promovendo assim a

    qualidade de vida das pessoas no seu territrio. Com base nesse princpio,

    a equipe responsvel por mapear sua rea de abrangncia, diagnosticando

    os quadros epidemiolgicos relevantes e pactuando suas aes e responsa-

    bilidades no seu territrio. A poltica de ateno bsica resulta em uma linha

    de cuidados e promoo de aes compartilhadas de protagonismo, condu-

    zindo populao a prticas de vida saudvel de acordo com as condies

    sociodemogrficas e culturais locais.

  • 36

    n. 25O estado e as Redes de

    Ateno Sade 1 Mostra Nacional de

    Experincias

    A ampliao de compreenso da sade, no apenas como ausncia

    de doenas, mas entendida como produto e produtor de uma rede de sabe-

    res e poderes permite defender a sade como um direito, no apenas pela

    Constituio Federal de 1988, mas pelo convite construo de redes que

    fortalecem a condio de enfrentamento dos processos de sade-doena.

    O desafio de conquistar os princpios fundamentais do SUS, de des-

    centralizao e regionalizao, indo para alm das condies administrativas

    e de recursos, possibilita uma discusso ampliada com os espaos tcnico-

    polticos, nos nveis de governo, de instncias de pactuao e de participao

    da sociedade, permitindo a construo de redes que efetivem a integralidade.

    Nesse sentido, a promoo e a preveno de agravos, concomitan-

    temente s aes de cuidado e qualidade de vida no territrio, passam por

    profundas mudanas, que devem ser acompanhadas por metodologias de

    trabalho que promovam o protagonismo dos sujeitos, sua autonomia nos mo-

    dos de levar a vida, buscando a corresponsabilidade na produo de sade.

    Pensando no territrio, o estado do Acre, localizado na Amaznia

    ocidental, limita suas divisas com Peru e Bolvia. Composto por 22 muni-

    cpios de pequeno porte, na sua maioria com menos de 20 mil habitantes,

    separados por quilmetros de mata virgem, dos quais 70% fazem fronteira

    com pases com histrico de trfico. Seus habitantes so, principalmente,

    ribeirinhos, populao extrativista e ndios, alm de haver fazendas de gado

    e seus trabalhadores.

    No estado do Acre, a organizao da rede de ateno intensificou-se

    durante o ano de 2009, com a primeira Oficina das Redes de Ateno, orga-

    nizada pelo CONASS, definindo a realizao das demais oficinas:

    I. As Redes de Ateno SadeII. Ateno Primria Sade no estadoIII. TerritorializaoIv. A organizao dos processos de trabalho em sade

    Em abril de 2010, foi realizada a 1. Oficina de Redes de Ateno

    na Regio do Alto Acre, envolvendo os municpios de Assis Brasil, Brasilia,

    Epitaciolndia e xapuri, seguindo a proposta do CONASS. A partir das ofici-

    nas, retomou-se a necessidade de reorganizao e integrao das diferentes

    reas tcnicas da Secretaria de Sade do Estado do Acre, por meio da Divi-

    so de Ateno Primria/Sade da Famlia com o Departamento de Aes

    Programticas e Estratgicas, considerando o movimento da nova Poltica da

    Ateno Bsica, das aes j desenvolvidas e incorporadas pelo Programa

    de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ), partindo do pressuposto de

    qualificao da ateno primria, organizando a rede de cuidados no terri-

    trio. Um grupo de trabalho foi formalizado por meio de portaria estadual,

    constituindo um espao de articulao e integrao das reas tcnicas para

    apoio institucional aos municpios, trabalhando a compreenso das linhas e

    das redes de ateno sade.

    Objetivos:

    Assessorar as equipes dos municpios na construo de planos de ao e estratgias para a qualidade da ateno;

    oferecer apoio institucional nas propostas de mapas de rede e nos processos de trabalho.

    Estratgias:

    Articulao com as reas tcnicas do Dape/SES/AC para planejamen-to das aes integradas e sua execuo compartilhada por meio de oficinas

    e apoio matricial;

    integrao dos diferentes projetos e programas desenvolvidos pelas reas tcnicas, potencializando recursos materiais e gesto de pessoas;

    organizao de calendrio compartilhado para a execuo de atividades.

    Atividades:

    Articulao cotidiana por meio de reunies e oficinas com as reas tcnicas da SES;

    dilogo permanente com gestores municipais de sade da importncia da estratgia de acesso dos usurios com as redes de ateno;

    realizao de oficinas de redes de ateno nos municpios e regionais; realizao das oficinas municipais de autoavaliao; oficinas da linha de cuidado (intersetorial).

  • 37

    A ampliao de compreenso da sade, no apenas como ausncia

    de doenas, mas entendida como produto e produtor de uma rede de sabe-res e poderes permite defender a sade como um direito, no apenas pela

    Constituio Federal de 1988, mas pelo convite construo de redes que

    fortalecem a condio de enfrentamento dos processos de sade-doena.

    O desafio de conquistar os princpios fundamentais do SUS, de des-centralizao e regionalizao, indo para alm das condies administrativas

    e de recursos, possibilita uma discusso ampliada com os espaos tcnico-

    polticos, nos nveis de governo, de instncias de pactuao e de participao

    da sociedade, permitindo a construo de redes que efetivem a integralidade.

    Nesse sentido, a promoo e a preveno de agravos, concomitan-temente s aes de cuidado e qualidade de vida no territrio, passam por

    profundas mudanas, que devem ser acompanhadas por metodologias de

    trabalho que promovam o protagonismo dos sujeitos, sua autonomia nos mo-dos de levar a vida, buscando a corresponsabilidade na produo de sade.

    Pensando no territrio, o estado do Acre, localizado na Amaznia

    ocidental, limita suas divisas com Peru e Bolvia. Composto por 22 muni-cpios de pequeno porte, na sua maioria com menos de 20 mil habitantes,

    separados por quilmetros de mata virgem, dos quais 70% fazem fronteira

    com pases com histrico de trfico. Seus habitantes so, principalmente,

    ribeirinhos, populao extrativista e ndios, alm de haver fazendas de gado

    e seus trabalhadores.

    No estado do Acre, a organizao da rede de ateno intensificou-se

    durante o ano de 2009, com a primeira Oficina das Redes de Ateno, orga-nizada pelo CONASS, definindo a realizao das demais oficinas:

    I. As Redes de Ateno SadeII. Ateno Primria Sade no estadoIII. TerritorializaoIv. A organizao dos processos de trabalho em sade

    Em abril de 2010, foi realizada a 1. Oficina de Redes de Ateno

    na Regio do Alto Acre, envolvendo os municpios de Assis Brasil, Brasilia,

    Epitaciolndia e xapuri, seguindo a proposta do CONASS. A partir das ofici-nas, retomou-se a necessidade de reorganizao e integrao das diferentes

    reas tcnicas da Secretaria de Sade do Estado do Acre, por meio da Divi-

    so de Ateno Primria/Sade da Famlia com o Departamento de Aes

    Programticas e Estratgicas, considerando o movimento da nova Poltica da

    Ateno Bsica, das aes j desenvolvidas e incorporadas pelo Programa

    de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ), partindo do pressuposto de

    qualificao da ateno primria, organizando a rede de cuidados no terri-

    trio. Um grupo de trabalho foi formalizado por meio de portaria estadual,

    constituindo um espao de articulao e integrao das reas tcnicas para

    apoio institucional aos municpios, trabalhando a compreenso das linhas e

    das redes de ateno sade.

    Objetivos:

    Assessorar as equipes dos municpios na construo de planos de ao e estratgias para a qualidade da ateno;

    oferecer apoio institucional nas propostas de mapas de rede e nos processos de trabalho.

    Estratgias:

    Articulao com as reas tcnicas do Dape/SES/AC para planejamen-to das aes integradas e sua execuo compartilhada por meio de oficinas

    e apoio matricial;

    integrao dos diferentes projetos e programas desenvolvidos pelas reas tcnicas, potencializando recursos materiais e gesto de pessoas;

    organizao de calendrio compartilhado para a execuo de atividades.

    Atividades:

    Articulao cotidiana por meio de reunies e oficinas com as reas tcnicas da SES;

    dilogo permanente com gestores municipais de sade da importncia da estratgia de acesso dos usurios com as redes de ateno;

    realizao de oficinas de redes de ateno nos municpios e regionais; realizao das oficinas municipais de autoavaliao; oficinas da linha de cuidado (intersetorial).

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    n. 25O estado e as Redes de

    Ateno Sade 1 Mostra Nacional de

    Experincias

    Ao:

    Agenda compartilhada das reas tcnicas na realizao das oficinas do PMAQ, na construo de estratgias de melhoria do acesso e da qualidade

    de sade dos municpios;

    execuo do Programa Rede Cegonha, como potencializador dos direi-tos da mulher e da criana;

    suporte tcnico para problematizao e compartilhamento de propo-sies nos processos de trabalho e apoio institucional gesto municipal.

    Recursos:

    Uma das questes que impulsionaram o movimento foi o compar-

    tilhamento dos recursos disponibilizados pelos programas e pelos projetos

    (portarias), contabilizando 60% dos custos programados anualmente, envol-

    vendo financiamento de Proesf, Educao Permanente, ParticipaSUS e recur-

    sos prprios.

    Adequao dos diferentes projetos desenvolvidos pelas reas tcni-

    cas, potencializando recursos materiais e financeiros.

    Resultados esperados e alcanados:

    articulao com as reas tcnicas dos diversos departamentos da SES/AC e com as equipes dos municpios, na anlise dos indicadores e nas

    necessidades locorregionais;

    monitoramento e avaliao trimestral dos indicadores e das aes de sade;

    construo de calendrio integrado das aes e das estratgias; potencializao das propostas de planos temticos; reorganizao da rede de ateno, priorizando e fortalecendo a Aten-

    o Primria como ordenadora das aes no territrio de sade.

    AlAgOAS

    TTULO DA ExPERINCIA: O Fortalecimento da Ateno Primria ten-

    do como estratgias as Redes de Ateno Sade

    AUTORES: Fernanda Roseane Duarte dos Santos e Myrna Pimentel

    Ribeiro Villas Bas.

    Apresentao e Justificativa:

    A Ateno Primria em Sade, ainda que se constitua como primei-

    ro nvel de ateno, tem papel de organizao e integrao das Redes de

    Ateno Sade, de promoo, preveno e recuperao da sade, garan-

    tindo a coordenao e a continuidade do cuidado, tendo como atribuies:

    a garantia de acesso; a porta de entrada; a longitudinalidade (assegurando

    o vnculo); o elenco integral de servios; a coordenao de servios; o en-

    foque familiar; e a orientao da comunidade, (STARFIELD, 2002).

    Para esta coordenao do cuidado, uma das estratgias recomen-

    dadas, a fim de operacionalizar a Ateno Primria, a Estratgia Sade da

    Famlia (ESF), dentro de regulamentao ministerial por meio da Portaria n.

    2.488, de 21 de outubro de 2011.

    Compreender a organizao do sistema de sade sob essa tica de

    coordenadora da ateno representa reconhecer a Ateno Primria como

    eixo ordenador de um modelo de ateno sade, construda na perspecti-

    va da ateno integral (MATTOS, 2001), estruturadas em nveis de ateno,

    com diferentes densidades tecnolgicas: Ateno Primria, Secundria e

    Terciria.

    Alagoas est dividido em duas macrorregies, a primeira macro

    com 2.093.801 habitantes e a segunda com 1.026.693 habitantes. Est

    subdividido em 10 regies de sade, conforme o novo Plano Diretor de

    Regionalizao, desenhadas administrativamente, porm sem descentrali-

    zao administrativa e financeira.

    A cobertura populacional do estado pela Estratgia Sade da Fa-

    mlia de 66,52%, sendo 60,12% na primeira macro e 79,30% na segun-

    da macro (Fonte: IBGE 2010). A Sesau por meio das suas reas tcnicas

    realiza o apoio institucional aos municpios, tendo a superintendncia de

  • 39

    Ao:

    Agenda compartilhada das reas tcnicas na realizao das oficinas do PMAQ, na construo de estratgias de melhoria do acesso e da qualidade

    de sade dos municpios;

    execuo do Programa Rede Cegonha, como potencializador dos direi-tos da mulher e da criana;

    suporte tcnico para problematizao e compartilhamento de propo-sies nos processos de trabalho e apoio institucional gesto municipal.

    Recursos:

    Uma das questes que impulsionaram o movimento foi o compar-tilhamento dos recursos disponibilizados pelos programas e pelos projetos

    (portarias), contabilizando 60% dos custos programados anualmente, envol-vendo financiamento de Proesf, Educao Permanente, ParticipaSUS e recur-sos prprios.

    Adequao dos diferentes projetos desenvolvidos pelas reas tcni-cas, potencializando recursos materiais e financeiros.

    Resultados esperados e alcanados:

    articulao com as reas tcnicas dos diversos departamentos da SES/AC e com as equipes dos municpios, na anlise dos indicadores e nas

    necessidades locorregionais;

    monitoramento e avaliao trimestral dos indicadores e das aes de sade;

    construo de calendrio integrado das aes e das estratgias; potencializao das propostas de planos temticos; reorganizao da rede de ateno, priorizando e fortalecendo a Aten-

    o Primria como ordenadora das aes no territrio de sade.

    AlAgOAS

    TTULO DA ExPERINCIA: O Fortalecimento da Ateno Primria ten-

    do como estratgias as Redes de Ateno Sade

    AUTORES: Fernanda Roseane Duarte dos Santos e Myrna Pimentel

    Ribeiro Villas Bas.

    Apresentao e Justificativa:

    A Ateno Primria em Sade, ainda que se constitua como primei-

    ro nvel de ateno, tem papel de organizao e integrao das Redes de

    Ateno Sade, de promoo, preveno e recuperao da sade, garan-

    tindo a coordenao e a continuidade do cuidado, tendo como atribuies:

    a garantia de acesso; a porta de entrada; a longitudinalidade (assegurando

    o vnculo); o elenco integral de servios; a coordenao de servios; o en-

    foque familiar; e a orientao da comunidade, (STARFIELD, 2002).

    Para esta coordenao do cuidado, uma das estratgias recomen-

    dadas, a fim de operacionalizar a Ateno Primria, a Estratgia Sade da

    Famlia (ESF), dentro de regulamentao ministerial por meio da Portaria n.

    2.488, de 21 de outubro de 2011.

    Compreender a organizao do sistema de sade sob essa tica de

    coordenadora da ateno representa reconhecer a Ateno Primria como

    eixo ordenador de um modelo de ateno sade, construda na perspecti-

    va da ateno integral (MATTOS, 2001), estruturadas em nveis de ateno,

    com diferentes densidades tecnolgicas: Ateno Primria, Secundria e

    Terciria.

    Alagoas est dividido em duas macrorregies, a primeira macro

    com 2.093.801 habitantes e a segunda com 1.026.693 habitantes. Est

    subdividido em 10 regies de sade, conforme o novo Plano Diretor de

    Regionalizao, desenhadas administrativamente, porm sem descentrali-

    zao administrativa e financeira.

    A cobertura populacional do estado pela Estratgia Sade da Fa-

    mlia de 66,52%, sendo 60,12% na primeira macro e 79,30% na segun-

    da macro (Fonte: IBGE 2010). A Sesau por meio das suas reas tcnicas

    realiza o apoio institucional aos municpios, tendo a superintendncia de

  • 40

    n. 25O estado e as Redes de

    Ateno Sade 1 Mostra Nacional de

    Experincias

    ateno sade, por intermdio da diretoria de ateno bsica, o papel de

    articuladora do processo de melhoria do acesso e da qualidade da assis-

    tncia.

    Projeto:

    Como projeto estruturante do governo do estado para a sade, foi

    definido como prioridade de gesto, o fortalecimento e a valorizao da

    Ateno Primria Sade, tendo como eixo norteador a estruturao das

    Redes de Ateno Sade. Assim, a Secretaria de Estado de Sade, em

    parceria com o CONASS e o Cosems, iniciou um processo de sensibilizao

    com todos os atores sociais que fazem parte do processo, por meio de

    oficinas de planificao da Ateno Primria, sendo iniciada pela oficina I

    Redes de Ateno Sade, seguida pela oficina II A Ateno Primria

    Sade no estado.

    Operacionalizao:

    Para o processo inicial de operacionalizao da Rede de Ateno

    Sade, foram definidas como prioritrias a primeira regio de sade, com

    cobertura populacional de 42,67% pela ESF, e a stima regio de sade,

    com 72,36% de cobertura. Essa definio baseou-se no quesito das duas

    regies possurem a sede dos dois maiores municpios, Macei e Arapiraca,

    respectivamente, tanto em nmero de habitantes quanto em infraestrutura,

    bem como maior oferta de servios de sade, nos diferentes nveis de aten-

    o, que aumentam a possibilidade de maior resoluo dos problemas mais

    comuns e tambm daqueles que exigem a concentrao de maior densida-

    de tecnolgica, oportunizando laboratrio privilegiado para a configurao da

    Rede. Esse exerccio torna-se fundamental e imperioso para a expanso do

    processo s demais regies de sade.Foram realizadas oficinas de sensibilizao, as quais ocorreram da

    seguinte forma: uma oficina para prefeitos e secretrios de sade com a pre-

    sena do governador do estado, demonstrando o interesse da gesto. Uma

    oficina para tcnicos que operacionalizam a sade nos municpios, incluindo

    os setores estratgicos, como planejamento, ateno bsica e vigilncia em

    sade, tendo como produto de disperso dos municpios o preenchimento da

    matriz lgica da rede cegonha, que fora devolvida, devidamente preenchida

    por todos os municpios do estado.

    Cronograma:

    O processo de planificao tem cronograma em execuo, continuan-

    do com a realizao de mais quatro oficinas (ateno primria, territorializa-

    o, vigilncia em sade e organizao dos processos de trabalho) durante o

    ano de 2012 e demais oficinas a serem realizadas em 2013. Compreende-se

    desde j que, em virtude das eleies municipais do ano em curso, com a

    incluso de novos gestores e outros atores sociais em 2013, haja a necessi-

    dade de reproduzir as oficinas realizadas em 2012.

    Concluses:

    Concluem-se que essas oficinas oportunizam uma reflexo do coti-

    diano no cotidiano, o repensar do processo de trabalho e de suas prticas

    no individual e no coletivo e que possvel garantir os atributos da Ateno