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ANO VI - EDIÇÃO N o 344 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 1 o de julho de 2014 Quem quer ser o próprio patrão pode (e deve) investir no meio ambiente. Nem sempre é fácil. Pág. 3 VISÃO GLOBAL Fórum Político de Alto Nível Começa a principal plataforma da ONU para lidar com o desafios do crescimento com sustentabilidade em Nova York. CERTIFICAÇÃO Gestão ambiental sobre e sob rodas Pela primeira vez, uma empresa do setor de transporte de passageiros do Ceará recebe a acreditação Selo ISO 14001. Págs. 9 e 10 Págs. 5, 6 e 7 GESTÃO EMPRESARIAL DIVULGAÇÃO Desafios e vantagens de inserir a sustentabilidade nos negócios FOTO: VIAÇÃO URBANA

O Estado Verde - Edição 22288 - 01 de julho de 2014

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Jornal O Estado (Ceará)

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Page 1: O Estado Verde - Edição 22288 - 01 de julho de 2014

ANO VI - EDIÇÃO No 344FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL

Terça-feira, 1o de julho de 2014

Quem quer ser o próprio patrão pode (e deve) investir no meio ambiente. Nem sempre é fácil.

Pág. 3

VISÃO GLOBALFórum Político de Alto Nível Começa a principal plataforma da ONU para l idar com o desafios do crescimento com sustentabilidade em Nova York.

CERTIFICAÇÃOGestão ambiental sobre e sob rodasPela primeira vez, uma empresa do setor de transpor te de passageiros do Ceará recebe a acreditação Selo ISO 14001.

Págs. 9 e 10

Págs. 5, 6 e 7

GESTÃO EMPRESARIAL

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Desafios e vantagens de inserir a sustentabilidade

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O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Wevertghom B. Bastos. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Sheryda Lopes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873Verde

TARCILIA [email protected]

UM PROBLEMAOs resíduos plásticos provocam per-

das econômicas de US$ 13 bilhões após lançados no mar que a cada dia é mais ameaçado pelos “microplásticos”, adverte o 11o Anuário Pnuma, relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente lançado dia 23 de ju-nho. Um problema.

DESEMPENHO AMBIENTALAs inscrições para a 11a edição do Prê-

mio Fiec por Desempenho Ambiental es-tão abertas até o fi nal de julho. A iniciativa do Núcleo de Meio Ambiente (Numa) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) que tem à frente o coorde-nador do Núcleo, Renato Aragão e a ad-vogada Elaine Pereira, conta com todo o meu apoio. Considero o Prêmio, um es-paço de excelência para divulgar os bons exemplos em gestão socioambiental na comunidade empresarial cearense, uma oportunidade de tornar o empresariado mais consciente acerca da questão.

Participar do certame signifi ca que a organização entende que os riscos am-bientais, ao lado dos riscos econômicos são desafi os da agenda empresarial e da sociedade como um todo e por isso, devem ser enfrentados em conjunto.

Gosto sempre de lembrar que adquirir

o conceito de empresa “verde” ou com bom desempenho ambiental, não passa pelo tamanho do empreendimento, tudo começa pela vontade política dos deci-sores de tornar a empresa “mais limpa”.

É preciso ter o entendimento de que toda ação empresarial em busca da sus-tentabilidade e empreendida no âmbito de um negócio, de alguma forma, impacta sobre todas as partes interessadas e por menor que seja essa ação e por menor que seja a empresa, com certeza, a ação é um grande e bom exemplo para a socie-dade como um todo e por isso deve ser divulgado, ou melhor, compartilhado.

Os projetos podem ser inscritos nas modalidades: Produção mais Limpa, Reúso de Água, Educação Ambiental e Integração com a Sociedade. Confi ra edital completo em: http://www.fi ec.org.br/meioambiente/premio_fi ec.asp.

Reflexão: “O futuro é a única fase do tempo em que os sonhos de ontem e de hoje podem se transformar em realida-de. Sendo impossível mudar o passado, e considerando que as transformações do presente foram imaginadas antes, cabe aos indivíduos responsáveis zelar, nos dias de hoje, pelo ambiente em que viverão seus descendentes”. Estrategis-ta Jacques Marcovitch.

A Sinobras, do Grupo Aço Cearense, está entre as empresas listadas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) no Diário Ofi cial da União de 23/6 como empresa doadora de créditos de carbono para compensação das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) emitidos em função da Copa do Mundo. A empresa é detentora de “Certifi cados de Emissões Reduzidas” (CER’s) e doou 35 mil toneladas de CO2eq (carbono equivalente).

A unidade dos créditos de carbono nos CER’s é padronizada em toneladas de “eq”, porque os CER’s não levam em conta só a redução das emissões de dióxido de carbono (CO2), mas também das emissões dos outros GEE: meta-no (CH4), óxido nitroso (N2O), perfl uorcarbonetos (PFCs), hidrofl uorcarbonetos (HFCs) e hexafl uoreto de enxofre (SF6).

Como contrapartida, a Sinobras terá o direito de usar o Selo Sustentabilidade - Baixo Carbono, emitido pelo MMA. O certifi cado é um reconhecimento à gestão responsável da empresa que tem como premissa assegurar a sustentabilidade de seus negócios com produtos competitivos e inovadores; proteger o meio am-biente; utilizar racionalmente os recursos naturais e promover o desenvolvimento social com os stakeholders. A ideia de crédito de carbono partiu do Protocolo de Quioto, assinado em 1997 e vigora desde 2005.

GEE NA COPA DO MUNDO

Coluna Verde

2 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 1o de julho de 2014

VERDE

02 DE JULHODIA NACIONAL DO BOMBEIRO• Ofi cialmente, a data foi decretada no Brasil no ano de 1954. Hoje, a Cor-poração da Defesa Civil e diretamente ligada à Polícia Militar, soma cento e cinquenta e dois anos de existência. Os primeiros registros dos serviços do Corpo de Bombeiro no País surgi-ram no ano de 1856. “Antes da criação da corporação, as pessoas apagavam os incêndios contando com a ajuda de vizinhos e amigos, além de contar com a boa sorte de se encontrar água em abundância na localidade”. Para acessar o serviço do Corpo de Bombeiros o cidadão deve ligar para o número 193.

DIA 13 DE JULHOMOSTRA NO CLIMA DA CAATINGA

• Segue em cartaz no 1o piso do Shopping Benfi ca, até o dia 13 de julho, a mostra “No Clima da Ca-atinga”, resultado do projeto que traz o mesmo nome e de iniciativa da Associação Caatinga com o ob-jetivo de promover a divulgação da biodiversidade, riqueza e bele-zas do mais brasileiro dos biomas.

Através da exposição que es-tampa imagens de animais e fl o-restas em cartazes e textos expli-cativos, o visitante poderá fazer um passeio pela fauna, fl ora, paisagens e tecnologias sustentáveis de convívio harmônico com o Semiárido e familiarizar-se com as belezas da Caatinga nor-destina. A Exposição é grátis.

INSCRIÇÕES ABERTAS36O PRÊMIO JORNALÍSTICO VLADIMIR HERZOG

• Até o dia 5 de agosto, jornalistas de todo o Brasil poderão inscrever suas matérias para concorrer ao 36º Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Considerado entre as mais signifi cativas distinções jornalísticas do país, o Prêmio Vladimir Herzog re-conhece, ano a ano, trabalhos que va-lorizam a democracia, a cidadania e os direitos humanos em oito categorias: Artes (ilustrações, charges, cartuns, ca-ricaturas e quadrinhos), Fotografi a, Do-cumentário de TV, Reportagem de TV, Rádio, Jornal, Revista e Internet.

Para concorrer, os candidatos de-vem inscrever-se através do site www.premiovladimirherzog.org.br preen-

chendo a fi cha cadastral e anexando sua obra publicada no período com-preendido entre 5 de agosto de 2013 e 5 de agosto de 2014.

AGENDA VERDE

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POR TARCILIA [email protected]

Sob os auspícios do Conselho Eco-nômico e Social da Organização das Nações Unidas - ONU (Eco-soc), começou ontem (30/6), a

segunda reunião do Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sus-tentável (HLPF, sigla em inglês), na sede da ONU, em Nova York, EUA. O tema do segundo Fórum que segue até o dia 9 de julho é: “Alcançar os Objetivos de Desen-volvimento do Milênio e traçar o caminho para uma agenda de desenvolvimento pós-2015 ambicioso, incluindo os Objeti-vos de Desenvolvimento Sustentável”.

O Fórum de Alto Nível é a principal plataforma das Nações Unidas para lidar com o desenvolvimento sustentável, re-úne líderes mundiais com o objetivo de injetar um novo ânimo no esforço global para implementar o desenvolvimento com sustentabilidade. Anualmente, a reu-nião acontece sob os auspícios do Ecosoc.

Segundo o secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, “o Fórum irá ana-lisar os progressos, gerar um impulso político e parcerias e ações para fazer avançar objetivos comuns”. O encontro fornece a liderança política e orientação; acompanha e rever o progresso para a

implementação dos compromissos de desenvolvimento sustentável e o ende-reçamento dos novos e emergentes de-safi os de desenvolvimento sustentável além de aumentar a integração das di-mensões econômica, social e ambiental.

Para a primeira semana são espera-dos, moderados Diálogos sobre uma série de temas, desde a agenda de de-senvolvimento sustentável, tais como: consumo e produção sustentável; meios de implementação; o papel da ciência; parcerias; países em situações especiais; progresso na implementação da Confe-rência das Nações Unidas sobre Desen-volvimento Sustentável (Rio +20) e re-sultados; o futuro da HLPF; e a agenda

de desenvolvimento pós-2015. A segunda semana contará com um

segmento de alto nível, com diálogos ministeriais sobre a agenda de desenvol-vimento pós-2015, a implementação de Rio+ 20 resultados, mudanças climáticas, erradicação da pobreza, parcerias multi--stakeholders [stakeholders é o mesmo que partes interessadas] , cooperação in-ternacional, e preparação do HLPF para a implementação da agenda de desenvol-vimento pós-2015 e revisão do progresso.

UMA BREVE HISTÓRIA DA HLPF A criação do Fórum Político de Alto

Nível sobre Desenvolvimento Susten-tável é resultado da Rio +20 (junho

de 2012, na cidade do Rio de Janeiro), como consta no parágrafo 84 (refe-rente aos estados) no documento fi nal da cimeira, O Futuro Que Queremos: “Decidimos estabelecer um fórum po-lítico de alto nível intergovernamental universal, com base nos pontos fortes, experiências, recursos e modalidades de participação inclusivas da Comis-são de Desenvolvimento Sustentável, e, posteriormente, substituindo a Co-missão. O fórum político de alto nível deve acompanhar a implementação do desenvolvimento sustentável e deve evitar a sobreposição com as estrutu-ras existentes, os órgãos e entidades de uma forma rentável”.

3FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 1o de julho de 2014

VERDE

Principal plataforma da ONU para lidar com os desafios do crescimento com sustentabilidade inicia reunião de 10 dias em Nova York

Começa o Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável

VISÃO GLOBAL

IMAGENS: DIVULGAÇÃO

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4 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 1o de julho de 2014

VERDE

Titular da Secretaria Especial da Copa, Ferrucio Feitosa, exaltou as medidas ambientais aplicadas no estádio durante coletiva de imprensa no Centro de Eventos

POR SHERYDA [email protected]

O legado da Copa do Mundo no Brasil tem sido bastante contestado, mas pelo menos na área ambiental o Governo

não titubeia ao afi rmar: O Castelão é o legado ambiental que a Copa do Mundo deixa para Fortaleza. A declaração foi dada pelo titular da Secretaria Especial da Copa do Governo do Estado (Seco-pa), Ferrúccio Feitosa, durante coletiva de imprensa na última quinta-feira, 26, no Centro de Eventos. Na ocasião, Secopa, Prefeitura e representantes de órgãos ligados à segurança, mobilidade e aviação divulgaram o balanço dos quatro jogos do Mundial que ocorre-ram em Fortaleza até a data.

Ferruccio exaltou os benefícios ambi-entais e medidas que foram tomados na reforma do Estádio. “Todos os resíduos da demolição foram reciclados, as por-tas são de madeira de refl orestamento, foi aplicada tecnologia que capta água da chuva e há também o importante tra-balho realizado pelos catadores cadas-trados no evento durante os jogos”. O estádio de Fortaleza foi o primeiro das 12 cidades-sede a fi car pronto, além de ser o primeiro da América Latina a receber o selo LEED – Leadership in Energy and Environmental Design ou Liderança em Energia e Projeto Ambiental, do USGBC

– U.S. Green Building Council (Conselho Americano de Edifícios Verdes).

Segundo a assessoria de imprensa da Secopa, com 46 pontos obtidos, o Castelão foi classifi cado na categoria Verde. Mas de acordo com o GBC Brasil, o Castelão está acreditado na categoria Certifi cado. O nível da acreditação é defi nido conforme a quantidade de pontos, podendo variar de 40 a mais de 80 créditos. Os quatro níveis e pontuação correspondentes são: Cer-tifi cado (40- 49 créditos); Prata (50-59 créditos); Ouro (60-79 créditos) e Platina (80- mais créditos).

O Estado Verde perguntou à asses-soria da Secopa porque não foram implantados sistemas de produção de energia limpa dentro do estádio, mas não obteve resposta.

RESÍDUOSOutra ação constantemente exaltada

pelos órgãos públicos durante o Megae-vento em Fortaleza é a coleta de resíduos sólidos. No entorno da Arena Castelão e da Fifa Fan Fest, a ação é de responsabi-lidade da Prefeitura, que divulgou que nos primeiros dias do Mundial foram mais de 20 mil toneladas coletadas. Já dentro do Estádio, a responsabilidade da coleta é da Fifa e, segundo a assesso-ria da Secopa, foram sete toneladas em cada um dos quatro jogos, somando 28 toneladas no total. O trabalho envolve 170 catadores cadastrados.

MAURÍCIO SAMPAIO*

Lidar com as novas gerações não é simples, isso todos já sabemos, mas também não quer dizer que abandoná-los é o melhor caminho. Muitos líderes estão perdendo a chance de construir um futuro de sucesso em parceria com os jovens, e isso acontece porque os ges-tores não dão atenção a um chamado ou a um grito dessa rapaziada.

As recentes pesquisas com os jovens apontam que um dos motivos deles abandonarem seus líderes não é por conta dos salários e bônus, até porque esses itens estão valorizados, mas pelo fato de não conseguirem enxergar na empresa um futuro profi ssional. E, ainda, por não terem líderes que os acompanhem nessa jornada.

Lendo isso, lembrei-me da minha ju-ventude, na qual eu tive a infelicidade de perder um pai por motivo de doen-ça, e sei o quanto isso fez falta. Talvez ele não tivesse sido um grande consel-heiro, o mais catedrático e habilitado, mas certamente a sua presença, os seus valores, as suas intenções já teri-am me ajudado bastante!

Mas o que está acontecendo é que muitos líderes estão abandonando essa oportunidade. Para mim, ainda é uma incógnita se isso acontece por falta de conhecimento técnico ou de tempo e motivação.

Recentemente, conversando com uma jovem da chamada geração Y, ela me disse: “Fiquei largada lá (na empresa), me senti meio abandonada,

mas agora achei uma líder sênior para me ajudar. Mesmo assim, acho que falta uma preparação para isso.” Detalhe: ela me revelou sua vontade de abandonar a empresa mesmo com um alto salário, aos 22 anos de idade.

Costumo falar que os líderes têm um grande DESAFIO: conquistar e engajar seus alunos, dentro e fora da empresa, ajudando a construir um grande projeto de vida. E esse DESA-FIO pode ser colocado em prática no dia a dia através do acrônimo:

Desafiar = Criar desafi os constantesEstabelecer objetivos = Criar objetivos em comumSonhar = Dividir os sonhosAutoconhecimento = Ajudar os mais jovens a se descobriremFormar = Investir em educação e capacitaçãoInteresse = Demonstrar atenção e tempo disponívelOrganização = Ajudar o jovem na organização e planejamento

Tenho certeza que, com esse DESA-FIO, líderes, empresas e jovens for-marão uma equipe incrível.

* Educador, coach e especialista em orientação vocacional. Exerceu o car-go de coordenador de Programas para Juventude do Governo do Estado de São Paulo e já publicou os livros “Es-colha Certa”, “Infl uência Positiva - Pais & Filhos: construindo um futuro de su-cesso” e “Coaching de Carreira”. Site: www.mauriciosampaio.com.br

Castelão é o legado ambiental da Copa 2014

Empresas e líderes, ajudem seus jovens a crescer (e cresçam também)!

BALANÇO ARTIGO

TIAGO STILLE

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5FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 1o de julho de 2014

VERDE

POR: SHERYDA [email protected]

O desejo de possuir a própria empresa é cultivado por muitos brasileiros. Porém, quando passam a ser o pró-

prio patrão, nem sempre os novos empreendedores atentam para o im-pacto ambiental que o negócio pode gerar. Quem não procura ir além dos lucros e não aplica uma gestão volta-da para a sustentabilidade pode dar um tiro no pé, pois ser ecologicamen-te correto é obrigatório para quem deseja sobreviver no mercado. Mas os novos empresários muitas vezes não sabem como implementar ações em prol do meio ambiente.

A coordenadora da Incubadora de Empresas do Instituto Federal do Ceará (IFCE), Socorro Ribeiro, considera que boa parte dos desafi os de uma gestão sustentável deve-se ao fato de que a im-portância ambiental foi tardiamente ab-sorvida pelo meio empresarial. Por isso, o meio acadêmico torna-se uma oportu-nidade para trabalhar esses valores. “Um dos grandes desafi os das incubadoras é abordar e discutir as possibilidades e potencialidades de adoção da gestão am-biental, mesmo que em termos parciais, nas empresas nascentes”, afi rma.

Segundo o Sebrae, levando em consi-deração as diferenças entre os empre-endimentos, em muitos casos, inserir a sustentabilidade na gestão de pequenas e médias empresas pode ser mais sim-ples do que nas grandes. Isso porque os processos são menos complexos. Mes-mo assim, há resistência. “As pesquisas mostram que as micro e pequenas em-presas investem muito pouco em ações ambientais. Quando elas investem, rea-gem mais a estímulos de ordem econô-mica do que a Educação Ambiental ou consciência”, aponta Socorro.

FALTA DE INFORMAÇÃO É ENTRAVE Outra razão para a negligência com

essas questões pode ser a desinforma-ção. Segundo a análise do interlocutor de assuntos ambientais do Sebrae no Ceará, Welington Ribeiro, a maior par-te dos empreendedores se envolve em todas as atividades do negócio, e aca-bam não tendo condições, nem tempo, de se informar sobre leis ambientais e regulamentações. Assim, correm o ris-co de ser multados. Também, há quem

prefi ra atuar na clandestinidade ao in-vés de investir para adequar os proces-sos da empresa, mas para ele, não vale a pena correr esse risco.

Para informar e conscientizar os novos empreendedores, o Sebrae tem um pro-grama que orienta sobre como inserir as ações de sustentabilidade em seus negó-cios. É o Centro Sebrae de Sustentabili-dade, que, segundo Welington, tem pro-dutos e serviços ligados aos processos de regulamentação e certifi cação que podem

sair até 80% mais baratos que o habitual. O problema é que às vezes a procura pelo suporte ocorre para remediar as conse--quências da falta de planejamento.

“Geralmente, o empresário só vem de-pois que o incêndio já começou: ou ele foi multado ou advertido, e só poderá conti-nuar a atuar depois de se adequar ao que pede a lei”, explica. Os investimentos para se adequar com a ajuda do Sebrae podem ajudar o empreendedor a fugir não só de multas, mas também de crises de imagem.

Os desafios e vantagens de começar uma empresa sustentável

GESTÃO EMPRESARIAL

Especialistas explicam porque muitos novos empreendedores não sabem como implementar ações em prol do meio ambiente em seus negócios

DIVULGAÇÃO/SEBRAE

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6 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 1o de julho de 2014

VERDE

MAS, POR ONDE COMEÇAR?Mesmo quem se sente um pouco per-

dido sobre questões ambientais pode aplicar medidas para tornar o negócio mais sustentável. O primeiro passo é poupar recursos naturais, principal-mente energia e água, além de evitar o desperdício em todos os sentidos. “A efi ciência energética, por exemplo, pode resultar em, pelo menos, 30% de economia”, afi rma Welington.

Para obter mais resultados, em muitos casos, é preciso investir em programas de Educação Ambiental ou ainda, na aplicação de tecnologias inovadoras. Segundo Welington, a porcentagem do investimento inicial necessário varia, pois depende mui-to de cada negócio. Ele afirma que as

empresas que mais devem ter atenção são as mais poluentes. E, geralmen-te, quanto maior o impacto, maior é o investimento necessário. “Quando começam seus processos já com uma visão ambientalmente correta, maio-res as chances de essas empresas não serem multadas”, destaca Welington.

O empresário Renato Furtado é sócio da PolivalenTI – Tecnologia e Inova-ção, uma das empresas incubadas no programa do IFCE, o negócio surgiu há dois anos. Como os sócios envolvi-dos na criação da empresa que atua na área de desenvolvimento de softwares, inovação e educação, “tinham um olhar muito técnico”, a questão ambiental passava batido. Porém, após participar de discussões sobre o assunto, Renato

atentou para a necessidade de fazer algo. “Nossa missão estabelecida é im-pactar a sociedade, então resolvemos impactar também o meio ambiente, mas de forma benéfi ca”, conta.

Como utilizam pouco papel, por tra-balhar principalmente com computado-res, os jovens empresários resolveram aplicar ações de educação ambiental no próprio ambiente de trabalho. As medi-das incluem economia de água e ener-gia elétrica, uso de papel reciclado entre outras. Porém, não acharam sufi ciente e resolveram criar um sistema que visa diminuir o uso de papel pelo setor de Recursos Humanos (RH) das empresas.

“Percebemos que a quantidade de currículos acumulados nesses setores é enorme, e muitas vezes do mesmo

candidato, que o envia diversas vezes ao ano”, explica. O programa que está sendo desenvolvido por eles, o Vita e Job, permite que o currículo seja en-viado pela Internet e pode ser acessa-do com mais facilidade pelas empresas que o recebe, otimizando a organização e economizando o uso de papel.

Segundo Renato, há interesse de no-vas ações, mas confessa que encontra difi culdades de mensurar impactos ambientais e os resultados gerados, e por isso fi rmou parceria com uma em-presa que presta consultoria ambien-tal. “Acredito que isso vai nos ajudar a desenvolver novas ações e também utilizar os resultados no marketing de nossa empresa, além de claro, fazer um bem maior ao meio ambiente”, diz.

Empresa está desenvolvendo software, que permite, que setor de Recursos Humanos das empresas acumule menos papel

FOTO: TIAGO STILLE

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7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 1o de julho de 2014

VERDE

MUDANÇA DE HÁBITOSAdote novas posturas que podem fazer a diferença no impacto de sua empresa ao meio ambiente:- Elimine copos descartáveis;- Faça opção por brindes ecológicos;- Abasteça a frota de veículos com combustível “verde” e lave os carros a seco;- Trate os resíduos gerados durante o processo produtivo;- Reduza o desperdício de papel, confi gurando a impressora para a função frente e verso;- Racionalize o uso de energia;- Adote o sistema de coleta seletiva;- Cancele o recebimento e evite o envio de correspondências inúteis;- Dê preferências aos produtos locais e regionais.

INOVAÇÃONo caso da empresa Isotermas, do

setor de isolantes térmicos para tu-bulações, segundo o diretor técnico Marcos Sombra, desde o surgimento sempre utilizou um modo mais lim-po e econômico de produção. “Nós já agíamos de forma ambientalmente correta, mas só fomos descobrir isso numa capacitação sobre meio ambi-ente”, afirma o sócio, reforçando que sequer usavam a vantagem como uma forma de marketing.

O diferencial da empresa, explica Sombra, é o uso do ar parado em siste-mas com lâminas muito finas, feitas de alumínio reciclado e que podem ser recicladas novamente. “Os isolantes térmicos residuais comuns precisam ser monitorados por muitos anos, e são muito poluentes. O nosso não gera impacto”, afirma.

Outra vantagem da postura susten-tável da empresa é o uso de matéria-prima mais efi ciente. “Antes, utilizar o alumínio era impraticável, pois era

um material muito caro. Agora, como vendemos um volume de resíduo muito grande e compramos de volta o recicla-do, é possível utilizá-lo”, diz. Além de contribuir com a economia da empre-sa, parte da renda obtida com a venda do material usado é destinada a três in-stituições de caridade.

VANTAGEM COMPETITIVASegundo Marcos, ter os processos

ambientalmente corretos renderam reconhecimentos como a entrada da empresa na Rede Petro, associação de empresas fornecedoras da indústria

petroleira, e o Prêmio Chico Mendes, da ONG Instituto Chico Mendes na categoria Produto Amigo da Natureza em 2013. “Tanto para o meio ambiente quanto para o mercado, a gestão ambi-ental é fundamental: Garantimos o fu-turo, nossa sobrevivência e até mesmo a matéria-prima para o nosso negócio. Além disso, o peso de nossas ações é in-discutível na hora de fechar um negó-cio”, garante o empresário.

SERVIÇO: Centro Sebrae de Sustentabilidade:www.sustentabilidade.sebrae.com.br

Sistema de isolamento térmico com ar parado e alumínio gera pouco resíduo e muito reconhecimento

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POR SHERYDA [email protected]

Na edição anterior do Caderno Verde, falamos sobre a im-portância das calçadas para a Cidade e seus habitantes e

também para os turistas. Hoje, traze-mos um caso que reforça a importância da via para os pedestres e que, espera-mos, terá um fi nal feliz: Moradores de parte de um quarteirão da Avenida An-tônio Sales, a maioria idosos, há cerca de um ano, queixavam-se de uma obra que deixou sequelas. Após o contato do Caderno Verde com a Prefeitura, os re-paros no local foram iniciados.

Segundo a dona de casa Lucineide Ri-beiro, 65, além de um buraco no asfalto, a calçada de sua casa e de outros mora-dores foi completamente danifi cada du-rante a colocação de anéis de concreto no subsolo, em 2013. “Há muitos idosos que moram aqui e quem é cadeirante ou defi ciente visual, nem sai mais de casa. Espero realmente que o problema seja resolvido”, desabafa Lucineide.

O medo é justifi cável: dois idosos já caíram na calçada e um deles chegou a quebrar a perna. Outra senhora que tem a locomoção prejudicada é a aposentada Francisca do Nascimento, 77, que cami-nha com o auxílio de anda – já. “Deus me livre botar meu pé fora de casa e cair”, exclama a idosa.

NEM TODO BURACO É DA CAGECEEm frente à calçada danifi cada há

uma unidade da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e os mora-dores achavam que a obra era da Com-panhia, mas não é. A assessoria de im-prensa da Cagece afi rmou que se trata de uma obra de drenagem, que não é de responsabilidade da empresa. A Secre-taria Regional II (SER II) em articula-ção com a Secretaria de Infraestrutura

(Seinf) confi rmou a informação, assu-miu a obra como da Prefeitura e enviou uma equipe ao local para concluir o ser-viço de drenagem e restaurar a calçada.

“Posteriormente, após a realização do serviço, o passeio será padronizado de acordo com o que estabelece o Progra-ma de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor)”, informa a nota enviada ao Caderno O Estado Verde. O prazo para o término da obra não foi informado. A obra faz parte do Programa de Drena-gem Urbana de Fortaleza (Drenurb).

FIQUE ATENTOSegundo o Código de Normas e Pos-

turas, embora a responsabilidade pela manutenção das calçadas seja do pro-prietário do imóvel, quando há danos ocasionados por obras da gestão pública é dever das empresas e setores envolvi-dos realizar a reconstrução do passeio.

Verifique se a sua calçada está de acordo com algumas das regras da legislação municipal:

- É proibida a colocação de obstácu-los que interfi ram no espaço destinado à passagem de pedestres, como batentes e escadas na frente da porta;

- Em vias locais, a largura da calçada pode variar entre 1,20m e 2m;

- Em vias arteriais, o tamanho deve variar entre 3m a 3,5m.

8 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 1o de julho de 2014

VERDE

• O Programa de Drenagem Urbana de Fortaleza (Drenurb) executa ações para am-pliação e recuperação de sistemas de drenagem, limpeza e urbanização de lagoas, instalação de ecopontos, desapropriação e reassentamento de famílias residentes em áreas de risco. O Drenurb tem também a fi nalidade de contribuir para melhorar a qualidade de vida e as condições sanitárias e ambientais da população, mediante o desenvolvimento de ações para o controle de enchentes, para a recuperação e a preservação do meio ambiente natural e para o saneamento de bacias hidrográfi cas.

Fonte: http://www.fortaleza.ce.gov.br/seinf/institucional/drenurb

Francisca do Nascimento não sai de casa pois tem medo de cair na calçada

Serviço de drenagem foi retomado após contato do Caderno O estado Verde com a Prefeitura. Município não informou quando a obra será concluída

Obra inacabada deixa idosos sem calçadas por um ano

ACESSIBILIDADE

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Page 9: O Estado Verde - Edição 22288 - 01 de julho de 2014

POR SHERYDA [email protected]

O transporte público urbano já contribui naturalmente com o meio ambiente ao diminuir a quantidade de carros nas ruas,

mas pode contribuir ainda mais. Prova disso é o fato de pela primeira vez no Ce-ará, uma empresa do setor é acreditada com a certifi cação ISO 14001:2004, por seu Sistema de Gestão Ambiental (SGA).

A norma internacional que tem a fun-ção de atestar que a organização man-tém o equilíbrio entre a manutenção da rentabilidade e a mitigação do impacto ambiental, por meio do envolvimento e comprometimento de todos os fun-cionários foi conquistada pela Viação Urbana. “Isso demonstra a preocupa-ção com as questões ambientais, mini-mizando e até eliminando os possíveis impactos ao meio ambiente na prática de suas atividades”, informa a nota en-viada ao Caderno O estado Verde.

O diretor da empresa, Gustavo Por-to, explica que o cumprimento da le-gislação, o controle de indicadores e a melhoria contínua dos processos foram somente alguns dos pontos que permitiram a certificação, “o mais de-safiador é envolver todos os colabo-radores, fazendo com que entendam a importância do cuidado com o am-biente no qual estamos inseridos”.

RASTREAMENTO DA CADEIAOutro desafi o é apontado pelo gerente

de manutenção Valdir dos Santos, repre-sentante da diretoria da Viação Urbana no processo de certifi cação ISO 14.001: o rastreamento da cadeia. “Precisávamos nos certifi car de que todos os fornecedo-res eram regulamentados, uma das exi-gências da norma”, explica.

O passo a passo para obter o reco-nhecimento, também é detalhado pelo gerente. “Primeiro mensuramos o im-

pacto. Depois, traçamos ações para separar o lixo, inclusive material peri-goso como estopas sujas de óleo, óleo queimado dos veículos, restos de gra-xa, fi ltros dos carros, lâmpadas usadas; também cuidamos de aspectos relacio-nados à gestão de recursos hídricos, entre outros pontos”, elenca.

MOTIVAÇÃOA motivação para a busca pela ISO,

segundo Valdir, é o reconhecimento

de que os ônibus impactam o meio ambiente devido à emissão de gases e portanto, era preciso tomar pro-vidências para compensar. Algumas das ações que já aconteciam foram otimizadas após a implantação do sistema, como o canteiro de ervas e a área verde, que agora recebem a água tratada que sobra da lavagem dos veículos. O líquido reaproveita-do também pode ser utilizado para a limpeza de ambientes.

RESULTADOSO retorno fi nanceiro das ações não foi

mensurado pela empresa, mas os resul-tados são visíveis na atitude dos funcio-nários e nos ambientes. “Tudo está mais limpo e organizado e as pessoas fi cam sa-tisfeitas com isso”, afi rma o representan-te. A certifi cação é válida por dois anos, e a próxima auditoria ocorrerá em novem-bro. Para garantir a efi ciência das ações, Valdir informa que será realizada uma auditoria interna a cada quatro meses.

Cumprimento da legislação, controle de indicadores e melhoria contínua dos processos são alguns dos pontos da ferramenta. Um SGA passa pela mudança de valores

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A certificação que vai além da mitigação dos impactos ambientais

ISO 14001

A água que sobra da lavagem dos veículos é tratada e reutilizada para regar áreas verdes da empresa

DIVULGAÇÃO/ VIAÇÃO URBANA

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POR TARCILIA [email protected]

A Gestão Ambiental (GA) é um siste-ma que não vê a consciência ambiental como mais uma restrição às atividades empresariais, muito pelo contrário, en-tende a questão, como fator decisivo para a criação de um novo conceito es-tético e funcional de uma empresa.

Por isso, a gestão das questões am-bientais em um empreendimento já é reconhecida como uma função orga-nizacional independente e necessária, reforçando que a conformidade com padrões de certifi cação ambiental, es-pecialmente da Série ISO 14000, já impacta signifi cativamente, sobre a competitividade da indústria, comércio e serviços.

A Série 14000 é um conjunto de normas que defi nem parâmetros e di-retrizes para a gestão ambiental, seja empresa privada ou pública. Estas nor-mas foram defi nidas pela International Organization for Standardization - ISO (Organização Internacional para Pa-dronização). Durante

O primeiro passo para a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) – certifi ca com o Selo 14001 – é a incorporação dos conceitos de Susten-tabilidade e da Conservação Ambiental no dia a dia de uma empresa e requer uma mudança de cultura em todos os níveis funcionais do negócio. A norma

exige que os aspectos ambientais sejam administrados de forma a mitigar os impactos.

É preciso, estimular e sensibilizar funcionários, prestadores de serviços e fornecedores, a desejarem “esverde-ar” a empresa, especialmente, os deci-sores. Atenção! Não deve fi car apenas na cabeça da alta administração, novos valores devem ser passados, ou me-lhor, apreendidos por todas as partes interessadas do negócio. Esta incor-poração de valores faz nascer o com-prometimento público da empresa que passa a declarar quais as intenções e os princípios em relação ao seu desempe-nho ambiental.

Fazendo um paralelo, a GA funciona como uma troca idêntica à que fazemos quando inspiramos oxigênio e expira-mos gás carbônico. A empresa também interage, e como sistema vivo, conso-me, opera, produz e dejeta rejeitos, que já não são mais considerados, pela or-ganização certifi cada, como inaprovei-táveis e sim, matéria-prima.

Parece aberto, mas é um sistema fe-chado de melhoria contínua. Começa pelo compromisso público da organi-zação através da Política Ambiental, passa por todos os processos criativos e produtivos e termina com a revisão da norma e principalmente, com o forta-lecimento da consciência ambiental, só que agora, ampliada a todas as partes interessadas do empreendimento.

A Coleta Seletiva faz parte da rotina da Viação Urbana, que também segrega resíduos perigosos como os restos de graxa e óleo queimado dos ônibus

GESTÃO AMBIENTAL

ESQUEMA GERAL DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

ARTIGO

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O mais novo serviço de trans-porte madrileno é o “Bici-Mad”. Lançado dia 23 de ju-nho, o sistema é diferente dos

demais pelo fato de ter como caracterís-tica principal, a disponibilização de bici-cletas movidas à eletricidade. O objetivo da iniciativa é promover cada vez mais, o ato de pedalar entre os madrilenos e oferecer mais uma alternativa de serviço limpo ao cidadão daquela Cidade.

O “BiciMad” foi projetado da mesma forma que o bem sucedido “Velibs” em Paris e o “Boris bikes” em Londres. Na primeira etapa foram distribuídas 1.580 bikes elétricas, disponíveis durante 24 horas por 123 estações localizadas no Centro, Moncloa, Salamanca, Retiro, Pa-cífi co e Arganzuela, ou através de dispo-sitivos móveis: iOS, Android e Windows P. Os estacionamentos e instalações das bicicletas estão sendo conduzidos pela

empresa espanhola BonoPark.O modelo de bicicleta escolhido é o

Booster Bikes, tem pedal elétrico auxi-liar que facilita subidas e tem três ní-veis de assistência, três velocidades e ainda um GPS embutido para prevenir roubos. O alcance das “motocas” é de 70 quilômetros e as mesmas têm prio-ridade sobre os veículos motorizados que, obrigatoriamente, devem reduzir velocidade máxima a 30 km/h, duran-te o processo de implantação e imple-mentação do novo sistema.

Usar o sistema por até 30 minutos implica numa tarifa de cinquenta cen-tavos de euros, cada hora adicional mais quatro euros. Todas as tarifas in-cluem um seguro que cobre qualquer tipo de acidente sofrido durante a utili-zação do serviço. Os atrasos e mau uso associados à utilização do serviço esta-rão sujeitos à multa.

A maior usina solar integrada a um edifício público da América Latina, foi inaugurada dia 27 de junho em Flo-rianópolis (SC). Com uma potência instalada de 1 megawatt-pico (MWp), o projeto desenvolvido pela Eletrosul, com o apoio técnico da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e do Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina (Ideal),denominado Megawatt Solar, é capaz de produzir energia su-fi ciente para o consumo de mais de 1,8 mil pessoas, ou o equivalente ao abas-tecimento de 540 residências.

O Instituto Ideal contribuiu para a estratégia de comercialização da energia que será gerada no projeto e ajudou no processo de viabilização da usina. Para o presidente do Instituto Ideal, Mauro Passos, o Megawatt So-lar é um marco para a difusão da ins-talação de geradores fotovoltaicos in-tegrados à arquitetura de edifi cações urbanas no Brasil.

“A nossa ideia é mostrar a potencia-lidade e a viabilidade técnica e econô-mica da energia solar no meio urbano para toda a América Latina e o projeto da Eletrosul é o modelo que faltava para

convencer governantes e investidores nessa tecnologia”, comenta Passos.

A energia gerada pelo usina será escoada para a rede elétrica local e comercializada a consumidores livres – como grandes empresas e shoppin-gs – por meio de leilões. O projeto foi fi nanciado pelo banco de fomento ale-mão KfW, em um investimento total de R$ 9,5 milhões, além de receber apoio da Cooperação Alemã para o Desen-volvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internatio-nale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.

Fonte: Instituto Ideal

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O modelo é o Booster Bikes, tem pedal elétrico auxiliar que facilita subidas e tem três níveis de assistência, três velocidades e ainda um GPS embutido para prevenir roubos

Cidade lança sistema de mobilidade que utiliza bikes elétricas

Inaugurada a maior usina solar integrada em um edifício público

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ENERGIA

O “BiciMad” foi projetado da mesma forma que o bem sucedido “Velibs” em Paris e o “Boris bikes” em Londres

Entre as fontes renováveis de energia, a solar fotovoltaica destaca-se. Além de gerar eletri-cidade de forma distribuída, di-ferenciando-se da forma como se constitui o setor elétrico brasilei-ro, é inesgotável, silenciosa, está-tica, extremamente simples e pos-sui característica modular. Além disso, pode integrar-se ao envelo-pe da edifi cação, agregando valor estético a esta, não ocupando área extra, fi cando, portanto, próxima ao ponto de consumo.

Fonte:labeee.ufsc.br/

SOLAR FOTOVOLTAICA

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Existem três tipos de pessoas: aqueles que já experimenta-ram a impressão 3D, os que são fascinados por ela e aque-

les que não têm ideia do que seja a nova tecnologia. Imagine, agora, com o sur-gimento de uma impressora que tem a capacidade de imprimir em três dimen-sões a partir da garrafa PET.

A tecnologia permite aos usuários do-mésticos a capacidade de criar novos ob-jetos tendo como matéria-prima o plás-tico reciclável pós-consumo, exatamente aquela garrafa de refrigerante que antes ia para o lixo ou para a reciclagem tradi-cional. Apelidada de Ekocycle Cube 3D, a invenção deve chegar ao mercado no segundo semestre deste ano.

A impressora está sendo feito pela 3D Systems, fabricante norte-americana que anunciou, em janeiro deste ano, o rapper e produtor musical Will.i.am como o seu diretor de criação. O voca-lista do grupo The Black Eyed Peas é um músico multifacetado, que estudou no início de sua carreira, no Fashion Insti-tute of Design e Merchandising (FIDM), em Los Angeles (EUA), o que faz dele bem versado no mundo do design.

A Coca-Cola, também, é parceira do empreendimento. A Ekocycle Cube 3D é um desdobramento de um projeto da fabricante de bebidas que já existia e de-nominado de Ekocycle. O objetivo do programa, como Will.i.am explica em seu portal (http://will.i.am/), é “uma parceira com as marcas mais infl uentes do mundo para através do uso de tecno-logia, arte e estilo e inspiração, mudar toda uma cultura e estilo de vida. Criare-

mos produtos feitos a partir da utilização de resíduos pós-consumo”, destaca.

Os cartuchos que alimentam a im-pressora 3D são preenchidos com o material plástico reci-clável, e o resultado é um fi lamento plástico ex-clusivo para a nova im-p r e s s o r a que é ca-paz de im-primir em uma área de 6 cm x 6 cm x 6 polegadas. Segundo release da Coca-Cola, a tecnolo-gia “leva a impressão 3D para o pró-ximo nível, dando às pessoas de todo o mundo a capacidade de transformar resíduos descartados em objetos úteis, funcionais e elegantes”.

Mas até que ponto a tecnologia pode afetar e ser considerada uma grande revolução na indústria de transforma-ção, especialmente a de reciclagem?

Já é possível mensurar o impacto de uma tec-

nologia, assim? Foi o que pergunta-

mos ao diretor executivo do Compromisso E m p r e s a r i a l Para a Recicla-gem (Cempre),

Andre Vilhena, que considerou

“sem dúvida uma inovação que inspira o

futuro”, respondeu. “Difícil dizer, entretanto, em quanto

tempo trará resultados signifi cativos em termos de volume (peso reciclado). No início, o custo unitário de impressão deverá ser um fator limitante, mas uma

barreira que poderá ser transposta com ganho de escala. Acredito que o segre-do será descobrir um nicho de aplica-ção com produto(s) que possa(m) ser produzido(s) em larga escala, com gran-de adesão da população e empresas”.

O Cempre é uma associação sem fi ns lucrativos dedicada à promoção da re-ciclagem dentro do conceito de geren-ciamento integrado do lixo. Fundado em 1992, com sede na Capital paulista, é mantido por empresas privadas de di-versos setores, dentre elas a Coca-Cola.

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A Ekocycle Cube, sem dúvida uma inovação que inspira o futuro. Já imprime reciclando, a cada cartucho transforma o plástico reciclado em uma variedade de produtos

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TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTEPara imprimir impressora 3D usa plástico de garrafas PET pós-consumo

Cada cartucho do equipamento que utiliza 25% de materiais reciclá-veis transforma o plástico reciclado em uma variedade de produtos, in-cluindo moda e música acessórios portáteis. De acordo com a empre-sa, isso é equivalente a três garra-fas plásticas reaproveitadas.

Mais informações: www.cubify.com/ekocycle