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LEVY & SALOMÃO A D V O G A D O S
O FATCA no Direito Brasileiro
Apresentação para ABBC, 15/9/2015
Vinicius Branco
LEVY & SALOMÃO A D V O G A D O S
www.levysalomao.com.br
Legislação Aplicável
• Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de
2001
• Decreto Legislativo nº146, de 25 de junho de 2015
• Decreto nº 8.506, de 24 de agosto de 2015
• Instrução Normativa SRF nº 1.571, de 2 de julho
de 2015
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Finalidade da Norma
Prover as Autoridades Fiscais dos
dois países (USA e Brasil) com
informações tributárias relevantes,
visando prevenir a evasão e elisão
fiscal
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Destinatários da Norma no Brasil • Instituições supervisionadas pelo BACEN, CVM,
SUSEP e PREVIC
• Gestoras de Recursos (Asset Managers)
• Administradores de Consórcios, Fundos, Carteiras, e
Clubes de Investimento
• Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
• Instituições Custodiantes
• Controladores e Sócios de Pessoas Jurídicas não
Financeiras consideradas passivas, com
participação superior a 10% do capital
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Titulares de Dados a serem Informados
• Cidadãos, residentes, domiciliados ou
contribuintes norte-americanos
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Informações Exigidas
• Identificação do beneficiário final, feita a partir de
dados cadastrais e informações gerenciais que
permitam reunir indícios da existência de investidor
contribuinte nos USA
• No caso de contas de alto valor, se o resultado da
pesquisa preliminar, feita em banco de dados, não
for satisfatório, é exigida a busca em arquivos
físicos, além de investigação feita pelo gerente de
relacionamento para conhecimento dos fatos
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Nova Forma de Envio das
Informações • Introdução do sistema e-financeira (IN SRF
1.571/15)
• Substituirá sistema atualmente utilizado para
reportar o FATCA
• Formato será definido em layout a ser divulgado
pela SRF até 18/9/15
• Preenchimento do formulário deve ser feito de
acordo com manual de orientação a ser divulgado
pela SRF até 5/10/15
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Penalidades Previstas para Instituições Financeiras
nas Normas Brasileiras
• R$ 50,00 por grupo de informações inexatas,
incompletas ou omitidas
• R$ 5.000,00 por mês calendário ou fração, sem
prejuízo da penalidade acima, em caso de atraso
na entrega de declaração ou de declaração que
não atenda às especificações da norma (Art. 30
da Lei 10.637/2002)
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Penalidades Previstas para entidades não financeiras
nas Normas Brasileiras
• Multa no valor 1,5% no caso de pessoa física,
de 3%, no caso de jurídica, não inferiores a
R$ 50,00 e R$ 100,00, respectivamente, no
caso da informação ser prestada por
responsável tributário (fonte pagadora) (Art.
57 da MP 2.158-35/01
• Informações relativas ao ano de 2014,
corrigidas no prazo de 20 dias contados da
identificação do fato, não geram multa
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Impactos Provocados pela Introdução
das Regras do FATCA no Brasil
• Restrição ao uso de instrumentos
internacionais de elisão e evasão fiscal
• Aumento significativo de custos
administrativos com implantação de controles
gerenciais, governança corporativa,
modificação ou implantação de sistemas, e
contratação ou treinamento de pessoal
• Valorização das áreas de compliance
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Penalidades Previstas no FATCA
• Entidades brasileiras que, por qualquer razão,
deixem de observar as regras previstas no
FATCA passam a ser consideradas como
Instituição não Participante (do acordo),
passando a sujeitar-se à tributação na fonte
sobre todos e qualquer pagamento a seu
favor, sem prejuízo de outras sanções
previstas na lei interna dos USA
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Pontos para Discussão • A prestação de informações no âmbito do FATCA
fere o direito ao sigilo bancário?
• O direito ao sigilo bancário é protegido no plano
constitucional?
• Art. 5º, XII, da C.F. “É inviolável o sigilo da
correspondência e das comunicações telegráficas, de
dados e das comunicações telefônicas, salvo, no
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na
forma que a lei estabelecer para fins de investigação
criminal ou instrução processual penal;”
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A Discussão sobre a extensão e o alcance
do Direito ao Sigilo Bancário
• Precedente STF – RE - 389808
• Por maioria de votos (5x4) o STF decidiu que
o sigilo bancário não pode ser quebrado pelo
fisco sem autorização judicial
• Decisão precária, sem efeitos amplos, sujeita
à revisão
• Possibilidade de modulação para evitar
problemas com a retroação da decisão
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LEI 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996
• Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para
prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o
disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal,
sob segredo de justiça.
• Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de
comunicações em sistemas de informática e telemática.
• Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando
ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:
• I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
• II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
• III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de
detenção.
• Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação
objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados,
salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada.
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Pontos para Discussão Manifestação do STF sobre a força de
Tratados Internacionais:
Encontram-se no mesmo plano da legislação
interna. Sua aplicação a cada caso concreto
não ocorre por uma questão de hierarquia,
mas de cronologia (lei nova revoga anterior
que dispunha em contrário) e de especialidade
(norma especial prevalece sobre a norma de
caráter geral) – Precedente – Extradição 662-2
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Possíveis Consequências do Cumprimento do
Acordo pelas Autoridades Brasileiras
• Ação Judicial movida pelo suposto prejudicado contra a
instituição brasileira e/ou o governo brasileiro que preste
informações à SRF, alegando quebra de sigilo.
• Ação Judicial movida por brasileiro que tenha sigilo quebrado
no exterior, visando impedir a sua fiscalização, por quebra de
sigilo sem autorização judicial
• Em caso de informação equivocada – Ação por perdas e
danos, além de quebra de sigilo, contra instituição financeira
no Brasil ou no exterior que tenha transmitido as informações
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Provável Cenário
• Judiciário deve rever a posição sobre a
necessidade de ordem judicial para a quebra
de sigilo para evitar exclusão do Brasil dos
demais tratados e acordos internacionais
firmados no âmbito da OECD/BEPS, OCDE,
G-20, etc. e passe a ser considerado um
paraíso fiscal
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Esta apresentação não representa aconselhamento
legal, que deverá ser obtido especificamente para
qualquer operação que se pretenda realizar. Este
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para terceiro sem o consentimento prévio e
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