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O FATOR SÓCIO-CULTURAL NA APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA - SEMIEDU 2011

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O FATOR SÓCIO-CULTURAL NA APRENDIZAGEM DE

MATEMÁTICA: UM OLHAR PARA UMA ESCOLA ESTADUAL DE

CAMPO NOVO DO PARECIS-MT

OLIVEIRA, Ana Paula Quadros de1

KABEYA, Renata Barros Abelha2

RESUMO Trabalho de comunicação oral – GT 05: Educação Matemática. O FATOR SÓCIO-CULTURAL NA APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA: UM OLHAR PARA UMA ESCOLA ESTADUAL DE CAMPO NOVO DO PARECIS-MT. OLIVEIRA, Ana Paula Quadros de e KABEYA, Renata Barros Abelha

Este trabalho discute a influência do fator sócio-cultural na aprendizagem da disciplina de Matemática, pois durante a realização dos estágios supervisionados do curso de Licenciatura em Matemática foi possível notar que muitas vezes julgamos de suma importância um aluno aprender a um determinado conteúdo matemático, mas esse não vê a importância desse conteúdo em sua vida. Nessa dissertação de conclusão de curso apresenta-se a fundamentação teórica do trabalho, onde foi dividida em dois tópicos, no primeiro trata-se do âmbito sócio-cultural delimitado por família, amizade e educação sendo descrito um breve histórico dessas relações do século XVII até os adias atuais; já no segundo tópico se trata das concepções de sociólogos da educação franceses sobre o fator sócio-cultural nas escolas, em sala de aula, sendo o qual se destaca Pierre Bourdieu, seguido de Establet-Baudelot e Snyders. Portanto essa pesquisa tem como objetivo de compreender se o fator sócio-cultural contribui ou não de maneira significativa para determinar a aprendizagem da matemática no ensino médio da Escola Estadual Madre Tarcila, no município de Campo Novo do Parecis-MT, no ano de 2011. Palavras – Chave: Sociologia da Educação. Capital sócio-cultural. Aprendizagem.

1 Acadêmica de Graduação no curso de Licenciatura em Matemática na Universidade Estadual de Mato Grosso – UNEMAT, campus de Barra do Bugres. Email: [email protected] 2 Socióloga. Professora Mestre da disciplina de Sociologia no Ensino Superior. Lotada na Universidade Estadual de

Mato Grosso – UNEMAT, campus de Barra do Bugres.

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O FATOR SÓCIO-CULTURAL NA APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA: UM OLHAR PARA UMA ESCOLA ESTADUAL DE CAMPO NOVO DO PARECIS-MT

OLIVEIRA, Ana Paula Quadros de

KABEYA, Renata Barros Abelha

Trata-se de uma pesquisa sociocultural realizada numa turma do Ensino Médio da

Escola Estadual Madre Tarcila, localizada no centro da cidade de Campo Novo do Parecis-

MT neste ano de 2011. Tem como objetivo de compreender se o fator sócio-cultural contribui

ou não de maneira significativa para determinar a aprendizagem da matemática no ensino

médio. Tendo como pergunta norteadora dessa pesquisa: O fator sócio-cultural dos alunos

possui reflexos no processo de aprendizagem da disciplina de Matemática?

A idéia para desenvolver esse trabalho surgiu na realização dos Estágios

Supervisionados do curso de Licenciatura em Matemática, onde foi possível ver que o ensino

da disciplina de Matemática para escolas públicas e na escola em geral apresenta inúmeras

dificuldades para o professor. Um dos problemas que apresenta em destaque é ensinar algo

que se julga importante para um aluno aprender, porém na maioria das vezes esse aluno não

consegue visualizar o significado do estudo desta disciplina em sua vida.

Assim sendo, visualiza-se um espaço oportuno e necessário para relacionar o

ensino da Matemática com o fator sócio-cultural. De acordo com Rodrigues (2001), poucos

alunos têm uma visão da matemática como sendo uma disciplina que pode desenvolver

competências importantes para compreender e de inserir na sociedade moderna. Autores de

propostas curriculares para o ensino de matemática reconhecem a necessidade de se abordar o

cotidiano dos estudantes no processo de ensino-aprendizagem.

“A cultura vem sendo cada vez considerada como um fator constituinte do sujeito,

e não apenas uma variável a mais a ser levada em conta no contexto das pesquisas”

(BRANCO e SMOLKA, p. 77, 2004). Quando se refere ao sócio-cultural engloba o

desenvolvimento humano entrelaçado ao seu caráter histórico, ou seja, a história pessoal,

totalmente articulada a práticas culturais e a história humana. É possível notar uma

significativa preocupação com a dimensão “social” e “cultural” da produção científica devido

à grande abrangência como práticas sociais, contextos sociais, contextos de desenvolvimento

entre outros.

A Sociologia da Educação Matemática, considerada como apoio na investigação,

tem papel chave na problematizarão das práticas escolares em que a matemática está

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envolvida. Devido às perspectivas das práticas de ensino que hoje desafiam o professor no

âmbito escolar, vínculos político, econômico, social e cultural.

Assim, essa pesquisa visa contribuir para a sistematização de elementos inseridos

no contexto social, para que durante o processo de aprendizagem o aluno deixe de ver a

Matemática como uma ciência abstrata e que a compreensão desta exija posturas e habilidades

especiais. De forma que o ensino-aprendizagem se encaixe em quatro pontos fundamentais:

contextualização do ensino, respeito à diversidade, desenvolvimento de habilidades e

reconhecimento das finalidades cientificas, sociais, políticas e histórico-culturais.

Neste artigo, em relação à estrutura, constam dois capítulos sendo um referencial

teórico e o outro a metodologia de pesquisa. No capítulo do referencial teórico apresenta um

breve histórico da família, educação e amizade do século XV até nos dias atuais onde retrata a

relação e a estrutura de cada um desses grupos; há o enfoque sociológico baseada nas

concepções de Pierre Bourdieu, sociólogo francês que possui estudos realizados no sistema de

ensino francês que foram encontrados pontos comuns ao sistema de ensino no Brasil e

também algumas concepções de Establet-Baudelot e Snyders sociólogos franceses que se

dedicam a linguagem utilizada para diferentes alunos. No capítulo da metodologia de

pesquisa apresenta o método da pesquisa, a justificativa da escolha da escola em estudo, a

característica geral da escola, descrição do sujeito, o material para a coleta de dados e o plano

de análise interpretativa.

1 Breve histórico do âmbito sociocultural: família, amizade, educação.

1.1 Família

Até o século XV, segundo Ariès (1981 apud FELLER, 2002, p. 24), as crianças

recém-nascidas eram levadas para casa de outras famílias para serem amamentadas por outras

mulheres que possuíam leite suficiente para amamentá-las, conhecidas como amas de leite,

pois na época não podiam ser amamentadas por leite de vaca devido às condições de higiene.

Após terem supridas as suas necessidades físicas básicas voltavam à sua família. Nessa época

as crianças também não tinham o direito de brincar e conviver com outras crianças de sua

idade. Assim, conforme Feller (2002), a educação não era função da escola, o dever de

introduzir os conhecimentos necessários para a criança conviver com as redes de relações

sociais era a família.

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Só em meados do XVII as crianças começaram a receber uma atenção especial

dos pais. O surgimento da preocupação dos pais em relação aos filhos e a valorização da

infância destes, fez com que desenvolvesse o sentimento afetivo na família. Um dos fatos que

comprovam essa afirmação é:

[...]formação escolar que, desde então, somente os colégios poderiam oferecer para as crianças. Mesmo os filhos ficando em alojamentos fora do espaço escolar, nos dias específicos de visita, Ariès nos conta que nessa ocasião os colégios ficavam repletos de pais que traziam o que seus filhos necessitavam para viver longe de casa (FELLER, 2002, p. 24)

Em meados do século XVIII surge a família moderna. De acordo com Poster

(1979 apud FELLER, 2002, p. 25) a família nuclear moderna (família constituída por homem,

mulher e filhos) predominante nos dias atuais é baseada no modelo familiar burguês, onde se

desenvolve com mais intensidade um padrão emocional entre os membros do grupo familiar.

1.2 Amizade

Para Feller (2002), através de literatura do século XVII, a amizade exercia um

papel de destaque diferentemente do estilo da amizade de hoje em dia. Nesta época davam-se

importância às conversas, onde não podia se falar da vida intima pessoal ou assuntos

domésticos, ou seja, nada do que se passava no meio familiar poderia ser comentado com

pessoas que não pertenciam a esse meio.

1.3 Educação

“Ariès diz que o surgimento de colégios para receber as crianças, os adolescentes

e os jovens, o que não ocorria até o início do século XVII, provocou uma verdadeira

revolução na vida familiar.” (FELLER, 2002, p. 31). Assim, as famílias devido à preocupação

com seus filhos, passaram para a escola o papel de educá-los para que convivessem em

sociedade e escola também começou a atribuir obrigações aos pais em relação à educação de

seus filhos. Deste modo:

[...] a escola deixou de ser reservada aos clérigos para se tornar o instrumento normal da iniciação social, da passagem do estado de infância ao do adulto. Essa evolução correspondeu a uma necessidade nova de rigor moral da parte dos educadores, a uma preocupação de isolar a juventude do mundo sujo dos adultos para mantê-la na inocência primitiva, a um desejo de treiná-la para melhor resistir as tentações dos adultos. Mas ela correspondeu também a uma preocupação dos pais de

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vigiar seus filhos mais de perto, de ficar mais perto deles e de não abandoná-los mais, mesmo temporariamente, aos cuidados de outra família (Ariès, 1981apud FELLER, 2002, p.31).

Nesta época a educação era oferecida somente para meninos, as meninas eram

enviadas conventos ou eram educada em sua própria casa ou recebiam ensinamentos por

alguma vizinha ou uma parenta.

Vale notar que nem todos os pais e educadores concordavam que a educação era

papel da escola, para eles o ensino que a escola repassava não atendia as necessidades das

crianças, pois aprendiam mais na família, onde tinha uma relação social, porém uma relação

mais fechada com a sociedade; mesmo assim eles possuíam uma relação maior do que na

escola, onde os mestres passavam os ensinamentos apoiados em livros. Mas outros

educadores moralistas, segundo Feller (2002), diziam que na escola o aluno teria horário para

estudar o que na casa não ocorria com freqüência devido aos imprevistos como visitas e

também viam a escola como um local onde os alunos perdessem a timidez de falar em

público, o que poderia contribuir em suas vidas futuramente.

2 A estrutura atualmente da família, educação e sociedade

2.1 Família

O nascimento da família nuclear moderna para Poster (1979 apud FELLER,

2002), “é traçado de 1760 a 1780, quando as famílias ficam reduzidas aos pais e aos filhos”.

Assim todos os membros desse novo arranjo familiar começam a ficar mais próximos, possuir

diálogos entre si, possuir preocupação em relação uns com a vida dos demais, passa a existir

um laço afetivo, característica de um dos modelos familiares dos nossos dias atuais. A

burguesia desenvolveu uma forma de família em nítido contraste com o que esse mesmo

grupo experimentou antes do século XVIII.

Com o movimento feminista, em 1698, há um rompimento do elo amor e

sexualidade. Com a popularização de métodos contraceptivos, as mulheres começam a se

tornar independentes, pois começam a controlar a procriação, assim o relacionamento sexual

não passa a ser somente geração de filhos e sim como algo afetivo e prazeroso.

Então Prost (1992) diz que:

[...] o casamento então deixa gradativamente de ser uma instituição para se converter numa formalidade. Com a evolução educacional, os jovens conquistaram uma grande independência dentro da família: já não precisam casar para escapar ao poder

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dos pais. Mas também não é mais necessário casar para manter relações regulares com um parceiro do outro sexo, já que essas relações só terão alguma conseqüência se os parceiros assim quiserem. (apud FELLER, 2002, p. 37).

Logo, para muitas pessoas, a formalização da união entre o casal passa ser algo de

segunda instância. Com o divórcio por acordo mútuo, em 1975, faz com que o casamento

perca a estabilidade que havia. A partir de então o número de divórcio aumenta muito e a

família sofre uma grande mudança: “o laço entre a mãe e o filho tende assim a se tornar a

única relação familiar sólida e estável” (PROST, 1992 apud FELLER, 2002, p. 37).

É possível observar que as pessoas, a partir de meados do século XX, passam a ter

mais autonomia em relação à família. Assim, de acordo com Feller (2002), a família é a

primeira instituição social da qual o indivíduo, antes mesmo de nascer, faz parte. Ao ser

concebido, imediatamente entra em um grupo social denominado família, onde o indivíduo

recebe os primeiros ensinamentos e adquire referenciais para sua vida.

Portanto, a família é, também, uma estrutura que se modifica segundo contextos

sociais, culturais e históricos. Atualmente existem famílias estruturadas de diferentes formas

são: família nuclear como aquela constituída por um homem, uma mulher e filhos; a extensa é

aquela composta por várias pessoas que possuem entre si parentesco, avós, tios, primos, etc.;

a monoparental formada apenas pelo pai ou apenas pela mãe; a reconstituída, as de pais

separados que se uniram com outras pessoas; e família de casal do mesmo sexo.

De acordo com a revista SITUAÇÃO MUNDIAL DA INFÂNCIA (2005, p.26),

“a família constitui a primeira frente de defesa da criança e do adolescente; quanto mais

distantes de sua família, mais vulneráveis se tornam”. Portanto a família é fundamental para o

bom desenvolvimento humano, ou seja, o papel da família em relação às crianças é evidente.

2.2Educação e Sociedade

Feller (2002) diz que “com o surgimento e a expansão das fábricas, as

corporações de ofício desaparecem e, portanto, a aprendizagem de uma profissão não pode

mais ocorrer no espaço doméstico”. Assim os jovens passam a freqüentar as escolas

profissionalizantes, o que era passado pela família torna a ser passado por órgão

especializado.

Com isso a função da escola fica maior perante a sociedade, pois onde as

responsabilidades que eram da família na Idade Média se transferem para a instituição.

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O papel de socialização que a escola passa a exercer, é que as crianças, inclusive

as meninas, desde pequenas são incentivadas pelos pais por vontade própria a freqüentarem o

jardim de infância. Assim “estar na escola se torna melhor do que estar com família, pois lá

passa a ser o local destinado para o aprendizado” (FELLER, 2002). De acordo com Prost:

Se a família é substituída pela escola, e com seu próprio consentimento, é porque ela tem consciência de uma incapacidade estatutária: como toda educação é educação para a vida pública, a família, ao se tornar puramente privada, deixa de ser plenamente educativa. Os pais constatam o fato à sua maneira, mais concreta, ao dizer que não sabem como entreter os filhos. (PROST, 1992 apud FELLER, 2002, p. 40)

A partir de então os filhos começam a freqüentar uma escola, onde formam

grupos de convivência, como amigos e colegas; tonando parte do círculo da vida privada de

cada um. Os amigos não ficam limitados no espaço da instituição, passando a conviver como

se fosse mais um membro da família, onde são confessados segredos que não são contados

para os membros da família.

Logo a família passa o papel de educar seus filhos a escola, mas ainda mantendo

algumas responsabilidade sobre estes, como principalmente a oferecer-lhes condições

econômicas necessárias a sua sobrevivência como comida e roupa e, também, em especial,

condições afetivas para o seu desenvolvimento. De acordo com Feller (2002), a relação

familiar passa a ser com mais liberdade com os membros que a constituem, de forma que os

pais ainda continuam tomando cuidado com seus filhos, mas a interferência direta em sua

vida, principalmente após a adolescência passa a ser restrita. Estes já não podem mais fazer as

escolhas por seus filhos.

Atualmente, conforme Tiba (1996, p. 78):

Os costumes dos nossos filhos não dependem só do que eles aprendem dentro de casa. A educação escapou ao controle da família porque, desde pequena, a criança já recebe influências da escola, dos amigos, da televisão e da Internet. Desse modo, entra em contato com modelos diferentes de funcionamento muito mais cedo.

3 Enfoque sócio-cultural num olhar sociológico da educação

Na Europa no século XVIII, as transformações econômicas, políticas e culturais,

como as Revoluções Industrial e Francesa, devido à transição do Feudalismo para o

capitalismo, colocaram em destaque mudanças significativas da vida em sociedade com

relação a suas formas passadas, baseadas principalmente nas tradições. Assim no século XIX,

nasce a Sociologia com o objetivo, inicial, de restabelecer a ordem perdida do capitalismo.

Assim é possível perceber que a sociologia não é obra de um só autor, mas sim de diversos

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problemas sociais numa determinada época, onde muitos desenvolvem estudos para

interpretar a nova ordem social.

Dentre vários autores Émile Durkheim Karl Marx e Max Weber são os que se

destacaram e foram considerados clássico da Sociologia devido o desenvolvimento de teorias

que foram consideradas fundamentais para o entendimento da sociedade capitalista.

De acordo com Meksenas (1990), vale enfocar que a Educação, nesse período,

não deixou de ser analisada, esses pensadores deixaram contribuições teóricas importantes

para os sociólogos contemporâneos se especializarem no estudo da Educação nomeando de

Sociologia da Educação.

O pluricultarismo é conseqüência da globalização, onde a livre circulação de

pessoas, saberes, informações entre outros. Porém cada sociedade possui seus costumes,

tradição, língua, e o principal a educação nos quais se distinguem uma das outras. Neste

sentindo, Dinis (2009) completa “a educação é sempre portadora das experiências do passado

e transporta projetos de futuro e estes têm em conta o relacionamento com o mundo que a

rodeia”.

Os sistemas educacionais, atualmente, caracterizados pela diversidade cultural não

são reconhecidos pelos educadores e gestores escolares, permanecendo com perfis

monocultural. Stoer (1994 apud GURGEL, 2003, p.256) diz que o professor que vê a

diversidade cultural como obstáculo no ensino- aprendizagem supõe que os alunos recebam

“a cultura oficial como educação comum e igual para todos”, ou seja, reconhecem as

diferentes culturas em sala de aula, porém não as valorizam para o processo ensino-

aprendizagem; esse tipo de visão é conhecida como escola centrista. Ao contrário, um docente

inter/multicultural reconhece essa diversidade cultural como fonte de riqueza para o processo

de ensino–aprendizagem, pois “amplia a oportunidade de promover, na sala de aula,

confrontação entre saberes e culturas”. Deste modo, Gurgel (2003) analisa a escola como um

lugar democrático e comunitário e a prática pedagógica como prática sociocultural, onde o

professor e alunos fazem parte do processo de ensino os alunos são portadores de valores e

crenças fundamentais para sua vida educativa escolar. E a partir dos conhecimentos cientifico

auxiliará o aluno a observar e compreender o seu próprio mundo em sua volta.

Portanto, o currículo é considerado artefato social e cultural, onde está vinculado a

relações de poder, “transmitindo visões sociais particulares e intencionais, influenciando a

construção de identidades individuais e sociais específicas” (SILVA e MONTEIRO, 2000). A

partir da década de 70, do século XX, estudiosos da Sociologia da Educação foram buscar na

teoria crítica e outros referenciais teóricos para desenvolver análises sobre as relações entre

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currículo e mundo. O que resultou a transformação da escola em uma instituição de fator de

inclusão social e de um espaço onde seria possível se criar e reproduzir cultura, dando nova

significação para o currículo, passando ser este admitido como parte integrante da cultura.

3.1 Pierre Bourdieu

Pierre Bourdieu se destacou, a partir dos anos 60, onde formulou uma resposta

original, abrangente e bem fundamentada, teórica e empiricamente, para o problema das

desigualdades escolares. Seus trabalhos constituem uma grande referência na interpretação

sociológica da educação.

Em A Reprodução, Bourdieu e Passeron analisam o método de ensino do sistema

francês na década de 60, apesar do estudo se referir ao sistema de ensino francês foram

encontrados pontos comuns ao sistema de ensino no Brasil.

Para Bourdieu, o indivíduo “[...] é um ator socialmente configurado em seus

mínimos detalhes. [...] a estrutura social conduziria as ações individuais e tenderia a se

reproduzir através delas [...]” (NOGUEIRA e NOGUEIRA, 2002, p. 19). O indivíduo é

caracterizado por uma bagagem socialmente herdada, onde inclui o capital econômico, o

capital social, além do capital cultural.

É notável que a Sociologia da Educação de Bourdieu diminui o peso do fator

econômico em relação ao cultural na justificativa das desigualdades escolares. Para ele a

posse de capital cultural, ou seja, os conhecimentos tragos de casa facilitariam a

aprendizagem de conteúdos e códigos escolares, conseqüentemente, faria com que o aluno

tivesse um bom desempenho na escola da forma que aproveitasse o mundo familiar na cultura

escolar. Já alunos de meios culturalmente favorecidos, seria apenas uma continuação da

educação escolar. Em relação o capital econômico e o social seriam apenas “na maior parte

das vezes, apenas como meios auxiliares na acumulação do capital cultural” (NOGUEIRA e

NOGUEIRA, 2002, p. 22).

A partir de seus estudos, destacaram que no interior das classes sociais há

diferenças de capital cultural, notando-se que nas classes mais altas possuem um determinado

patrimônio cultural e já as classes mais baixas possuem outras características culturais que as

permitem a manutenção enquanto classes.

Para Bourdieu, na classe popular a vida escolar dos seus filhos não haveria uma

cobrança intensiva em relação ao sucesso escolar, a visão era que seus filhos alcançassem

uma escolarização superior à dos pais para manter o erguer-se em relação ao nível sócio-

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econômico dos mesmos, assim privilegiariam um período mais curto nos estudos, que dão

acesso mais rápido à inserção profissional. Na classe média já haveria uma exigência, uma

cobrança intensiva em relação aos estudos, porque viam que por meio da escolarização

poderiam continuar a sua ascensão social em direção às elites. Já na elite era visto que o

sucesso escolar era natural devido aos capitais econômicos, sociais e culturais, assim não era

necessária muita mobilização familiar e também estariam livres da luta de ascensão social,

pois não dependeria do sucesso escolar dos seus filhos para ascender socialmente.

Essas teorias que como o vemos em Durkheim, não fazem se não transpor no caso das sociedades divididas em classes a representação da cultura e da transmissão cultural mais propalada entre os etnólogos , repousam sobre o postulado tácito de que as diferentes ações pedagógicas que se exercem numa formação social colaboram harmoniosamente para a reprodução de um capital cultural concebido como uma propriedade indivisa de toda a “sociedade”. Na realidade, devido ao fato de que elas correspondam aos interesses materiais e simbólicos de grupos ou classes diferentemente situadas nas relações de força essas ações pedagógicas tendem sempre a reproduzir a estrutura da distribuição do capital cultural entre esses grupos ou classes, contribuindo do mesmo modo para a reprodução da estrutura social[...]. (BOURDIEU e PASSERON, p.32, 2010)

Uma das teses centrais da Sociologia da Educação de Bourdieu, Nogueira e

Nogueira (2002) de uma forma resumidamente definem:

Uma das teses centrais da Sociologia da Educação de Bourdieu é a de que os alunos não são indivíduos abstratos que competem em condições relativamente igualitárias na escola, mas atores socialmente constituídos que trazem, em larga medida incorporada, uma bagagem social e cultural diferenciada e mais ou menos rentável no mercado escolar. (NOGUEIRA e NOGUEIRA, 2002, p. 18).

Para Nogueira e Nogueira (2002), Bourdieu supôs que, através da escola pública e

gratuita, resolveria o problema de acesso à educação, assim, garantiria em princípio, a

igualdade de oportunidades em relação a todos. As pessoas iriam competir em condições

iguais, perante o sistema de ensino, e os que se destacassem pelos seus dons individuais

seriam reconhecidos e recompensados de forma que avançariam na carreira escolar e,

posteriormente, ocupariam posições superiores na hierarquia social. Assim, a escola seria,

nessa perspectiva, neutra que propagaria conhecimento e selecionaria seus alunos de acordo

com seu conhecimento racional.

Bourdieu mostrou um novo ponto de vista da escola e da educação, onde pareceu

ser capaz de explicar tudo o que a perspectiva anterior não conseguia. A frustração dos jovens

das camadas médias e populares diante das falsas promessas do sistema de ensino converteu-

se em uma evidência a mais que confirmariam as novas teses propostas por Bourdieu. Onde

se via igualdade de oportunidades, meritocracia, justiça social, Bourdieu passou a ver

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reprodução e legitimação das desigualdades sociais. Conforme Bourdieu apud Oliveira (2009)

define a reprodução e legitimação no sistema escolar assim:

[...] o sistema escolar é uma instância de reprodução e legitimação da cultura da classe dominante, mas exerce esse papel com mais eficácia na medida em que se apresenta formalmente como um espaço neutro de oferta de oportunidades. Assim, a escola ensina como se todos os alunos fossem “iguais”, isto é, pensa o aluno como uma abstração. Em princípio, as aulas devem ser as mesmas, o currículo recomendado é essencialmente o mesmo, os alunos deveriam submeter-se a avaliações mais ou menos padronizadas etc., o que sugere a idéia de que todos teriam, também em princípio, as mesmas oportunidades. (OLIVEIRA, 2009, p.10).

Portanto, para os alunos das classes dominantes, a cultura escolar seria sua própria

cultura, sistematizada e reelaborada. Já para os demais a cultura escolar seria coisa de outro

mundo, como Nogueira e Nogueira (2002) diz seria uma cultura “estrangeira”. Para que a

comunicação pedagógica seja de total aproveito, Bourdieu diz que exigiria implicitamente o

domínio prévio de habilidades e referências culturais e lingüísticas que somente a classe

dominante possuiria. Assim os professores transmitiriam sua mensagem igualmente a todos,

de forma que valorizaria a cultura familiar e aproximaria a cultura escolar e cultura familiar

do aluno.

3.2 Establet-Baudelot e Snyders

Roger Establet e Christian Baudelot dois sociólogos francês que desenvolveram

suas teorias na década de 1970 diz que, segundo Meksenas (1990), ao tratar com a mesma

linguagem pessoas de classes diferentes, a escola reproduz a desigualdade, devido viverem

em outro mundo, em outra realidade, assim enquanto uma aprende com facilidade outra terá

muita dificuldade, conseqüentemente irá tirar nota baixa e, desmotivada, abandonará a escola.

Mas é possível notar que esses autores diminuem o fator sócio-cultural na justificativa da

desigualdade escolar, contrapondo Pierre Bourdieu que diminui o fator sócio-econômico.

Mas Georges Snyders, outro pensador francês que em 1970 fez críticas das teorias

de Establet-Baudelot, segundo Meksenas (1990), onde retrata que existem professores

progressistas que conseguem até se adequar a linguagem dos alunos, onde se obtém êxito na

transmissão de novos conhecimentos, até mesmo desenvolver o lado crítico em relação a

esses conhecimentos. Logo, na visão de Snyders a escola não é só de professores

conservadores, como Establet-Baudelot afirmam, e sim que há professores e alunos que lutam

dentro e fora da escola por um novo modo de vida. Meksenas (1990, p.75) completa:

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O resultado da luta de classes na escola pode ser um dos caminhos para a transformação da sociedade capitalista. Isto, porém, não foi bem percebido por Establet-Baudelot, que viam na escola apenas o seu aspecto de reprodução, pelo que negavam a existência das forças progressistas nessa instituição.

4 Metodologia da pesquisa

O presente estudo de caso faz uma análise qualitativa do fator sócio-cultural em

uma sala de aula do Ensino Médio na Escola Estadual Madre Tarcila. Inicia-se a descrição

deste pela descrição do método, caracterização da escola, seguida pela descrição dos sujeitos,

do material e dos procedimentos utilizados e, finalmente, faz-se uma descrição do plano de

análise dos resultados.

4.1 Método

Para o desenvolvimento deste trabalho será utilizado o estudo de caso como a

metodologia de pesquisa que predomina o caráter qualitativo, onde serão obtidos dados

descritivos e fazer a interpretação desses dados. Neves (1996) sintetiza assim o que faz parte

dessa pesquisa:

Dela faz parte a obtenção de dados descritivo mediante contato direto e interativo do pesquisador com a situação objeto de estudo. Nas pesquisas qualitativas, é freqüente que o pesquisador procure entender os fenômenos, segundo a perspectiva dos participantes da situação estudada e, a partir, daí situe sua interpretação dos fenômenos estudados. (NEVES, 1996, p.1)

Para Lüdke e André (1986) no estudo de caso destacam as características de casos

naturalísticos, ricos em dados descritivos, com um plano aberto e flexível que focaliza a

realidade de modo complexo e contextualizado.

Como nessa pesquisa prioriza a abordagem qualitativa, assim é definido como

estudo de caso naturalístico, as características fundamentais, de acordo com Ventura (2007, p.

384), são as interpretações dos dados feita no contexto a busca constante de novas respostas e

indagações; a retratação completa e profunda da realidade; o uso de uma variedade de fontes

de informação; a possibilidade de generalizações naturalísticas e a revelação dos diferentes

pontos de vista sobre o objeto de estudo.

Para desenvolver este projeto a revisão bibliográfica é de suma importância para

fazer comparações com outros casos semelhantes, buscar fundamentação teórica e também

para reforçar a argumentação sobre o caso. A discussão permite avaliar os caminhos seguidos,

desde a elaboração dos objetivos até as conclusões.

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Conforme já foi dito, o estudo de caso não aceita um roteiro rígido para a sua

delimitação, mas, conforme Gil (1995 apud VENTURA, 2007, p. 385), é possível definir

quatro fases que mostram o seu delineamento: delimitação da unidade-caso; coleta de dados;

seleção, análise e interpretação dos dados; elaboração do relatório.

O presente estudo de caso faz uma análise qualitativa do fator-sócio cultural em

uma sala de aula do Ensino Médio na Escola Estadual Madre Tarcila. A escolha desse local

partiu da característica de escola atender diversos alunos com diferentes perfis social,

econômico e cultural do ensino fundamental ao médio na rede estadual do município de

Campo Novo do Parecis-MT e também devido ter acesso mais facilitado a escola. Assim, a

turma do Ensino Médio que será estudada terá essas diversas características, alunos de

diferentes locais, que possui e não possui apoio dos pais na vida escolar, disciplinados e

indisciplinados, com dificuldades e sem dificuldades de aprendizagem na disciplina de

Matemática.

Inicia-se a descrição deste capítulo pela caracterização da escola, seguida pela

descrição dos sujeitos, do material e dos procedimentos utilizados e, finalmente, faz-se uma

descrição do plano de análise dos resultados.

4.2 Caracterização geral da escola

A Escola Estadual Madre Tarcila está localizada na Rua Goiás esquina com a Rua

Belém S/nº no município de Campo Novo do Parecis-MT. A escola é mantida com recursos

do estado e eventuais verbas obtidas federais.

A Escola Madre Tarcila faz parte do programa Escola Atrativa, implementado

pelo Governo do Estado; possui 15 salas de aula, 01 sala dos professores com banheiro, 01

secretaria com banheiro, 01 sala da coordenação, 01 sala de direção, 01 almoxarifado, 01

biblioteca, 01 laboratório de informática, 01 laboratório de ciências, 01 quadra poliesportiva,

01 refeitório, 01 cozinha, 01 banheiro masculino e 01 banheiro feminino.

As salas de aulas são do mesmo padrão, possuem quatro ventiladores bem

distribuídos proporcionando uma boa ventilação, seis lâmpadas fluorescentes todas

funcionando, duas janelas grandes do tipo basculante, sendo que não possuem ares-

condicionados, pois a energia da escola não agüenta a potência desses aparelhos.

4.3 Sujeitos da pesquisa

Page 14: O FATOR SÓCIO-CULTURAL NA APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA - SEMIEDU 2011

De acordo com o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola a unidade está

inserida num contexto em que a comunidade estudantil é constituída por alunos oriundos de

outros estabelecimentos de ensino locais, bem como alunos que vem de zona rural e

localidades diferentes.

Em conversas informais os professores afirmam que são poucos os pais que

participam da vida escolar dos filhos na escola Madre Tarcila, assim o problema de

indisciplina é comum, onde trazem do lar, da rua, certas posturas que não enquadram nos

valores que a escola apresenta. Como toda instituição de ensino possui regras a obedecer e

responsabilidades a cumprir esta também possui, onde os alunos também possuem direitos e

deveres, no entanto querem mais direitos e menos deveres, assim deixam a desejar, expondo

apenas o professor como responsável por todas as obrigações diárias em sala de aula.

A turma do Ensino Médio que será sujeito da pesquisa estudada terá essas

diversas características, alunos de diferentes locais, que possui e não possui apoio dos pais na

vida escolar, disciplinados e indisciplinados, com dificuldades e sem dificuldades de

aprendizagem.

4.4 Material

A coleta de dados será realizada através de entrevista e questionário de aplicação

individual, construído para o estudo em questão.

A entrevista será realizada com um professor de Matemática do ensino Médio

com intuito de saber qual a turma que satisfaz o perfil que queremos para o desenvolvimento

da pesquisa.

Os questionários são do tipo misto, através desse pretende-se ver se o fator sócio-

cultural dos alunos possui reflexos na aprendizagem da disciplina de Matemática, ou seja,

verificar se os alunos que possuem bom ou mau desempenho na disciplina de Matemática têm

alguma relação com o meio social onde vice; sendo esse fator sócio-cultural está limitado na

relação família e amigos.

4.5 Plano de análise interpretativa

O foco deste trabalho é avaliar se o fator sócio-cultural possui reflexos durante a

aprendizagem de Matemática. Esta análise se refere às relações do aluno dentro e fora da

Page 15: O FATOR SÓCIO-CULTURAL NA APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA - SEMIEDU 2011

escola, como amizade e família, se essas relações possuem alguma influência pelo seu gosto,

desempenho e sua perspectiva em seus estudos, principalmente em Matemática.

Conforme o PPP da escola os alunos dessa instituição são oriundos de diversos

bairros e de zona rural do município, assim optou-se pela turma do Ensino Médio bastante

diversificada, onde apresenta alunos que vem de diversos pontos do município, que possuem

bom/ruim rendimento escolar na disciplina de Matemática, que os pais acompanham ou não o

rendimento dos seus filhos.

O questionário e a entrevista que se pretende realizar, serão passados por uma

etapa de pré-teste, num universo reduzido, para que se possam corrigir eventuais erros de

formulação para que esses instrumentos de coletas de dados sejam validados, assim a pesquisa

desenvolvida seja de confiabilidade, veracidade e embasada adequadamente e coerente com o

setor em questão.

4.5.1 Entrevista

A entrevista será informal do tipo semi-estruturada, ou seja, sugestões de

perguntas e dicas a serem pesquisados para garantir que todos os tópicos de interesse serão

abordados.

Será realizada com um professor do Ensino Médio da disciplina de Matemática,

com o intuito de saber de saber qual a sala de aula possui alunos com bom e mau desempenho

na disciplina de Matemática, o nível sócio-cultural bem diversificado e que possuem presença

e ausência dos pais no processo de ensino-aprendizagem.

4.5.2 Aplicação do Questionário

Com o consentimento do professor, será entregue o questionário para cada aluno,

onde será determinado um tempo de 20 minutos para responder.

Antes dos sujeitos começarem a responder, será explicitado os objetivos do

presente estudo, a fim de motivá-los e conscientizá-los da importância e da responsabilidade

para com a tarefa proposta. Também será explicado para eles que não é necessário identificar-

se e verificar se compreenderam as instruções para o preenchimento.

5 Referencias Bibliográficas

Page 16: O FATOR SÓCIO-CULTURAL NA APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA - SEMIEDU 2011

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