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Atribuições de educadores e ações de promoção da auto- estima e identidade sócio-cultural de adolescentes. Mara Regina Domingues1 Resumo Este trabalho trata de conceitos, do relato de experiências e da reflexão, visando à promoção da auto-estima e integração social no redirecionamento de novos caminhos. Instrumenta educadores com princípios, metodologias e técnicas para desenvolver nos adolescentes uma série de habilidades pessoais e sociais, preparando-os para melhor compreensão e enfrentamento das próprias emoções e as voltadas ao convívio social. Foram realizadas atividades que resgatam a auto-estima, melhoram a capacidade de comunicação e de convívio, de respeito às diferenças individuais e culturais, de amar e de se envolver na luta para o bem comum. Trabalhando como um fator de prevenção às manifestações depressivas, facilitando o desenvolvimento integral. Palavras chaves: auto-estima – depressão – sistema nervoso - integração Abstract This work deals with concepts, the reporting of experience and reflection, aimed at promoting self-esteem and social integration in redirecting new ways. Educational tool with principles, methodologies and techniques to develop a number of adolescents in personal and social skills, preparing them to better understand and confront their own emotions and those focusing on social living. Activities that were undertaken to recover self-esteem, improve the capacity of communication and coexistence, respect for individual and cultural differences, to love and to be involved in the fight for the common good. Working as a factor in prevention of depressive events, facilitating the full development. Key words : self-esteem - depression - nervous system - interactions ________________ 1 Professora da rede pública do Paraná.

Ações de promoção da auto-estima e identidade sócio …§ões de educadores e ações de promoção da auto-estima e identidade sócio-cultural de adolescentes. Mara Regina Domingues1

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Atribuições de educadores e ações de promoção da auto-estima e identidade sócio-cultural de adolescentes.

Mara Regina Domingues1

Resumo

Este trabalho trata de conceitos, do relato de experiências e da

reflexão, visando à promoção da auto-estima e integração social no

redirecionamento de novos caminhos. Instrumenta educadores com

princípios, metodologias e técnicas para desenvolver nos adolescentes

uma série de habilidades pessoais e sociais, preparando-os para

melhor compreensão e enfrentamento das próprias emoções e as

voltadas ao convívio social. Foram realizadas atividades que resgatam

a auto-estima, melhoram a capacidade de comunicação e de convívio,

de respeito às diferenças individuais e culturais, de amar e de se

envolver na luta para o bem comum. Trabalhando como um fator de

prevenção às manifestações depressivas, facilitando o

desenvolvimento integral.

Palavras chaves: auto-estima – depressão – sistema nervoso - integração

Abstract

This work deals with concepts, the reporting of experience and reflection, aimed at promoting self-esteem and social integration in redirecting new ways. Educational tool with principles, methodologies and techniques to develop a number of adolescents in personal and social skills, preparing them to better understand and confront their own emotions and those focusing on social living. Activities that were undertaken to recover self-esteem, improve the capacity of communication and coexistence, respect for individual and cultural differences, to love and to be involved in the fight for the common good. Working as a factor in prevention of depressive events, facilitating the full development.

Key words: self-esteem - depression - nervous system - interactions

________________

1 Professora da rede pública do Paraná.

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Introdução

Graças ao convívio com grupos sociais das mais diversas origens e personalidades, no decorrer de nossas vidas, vivemos situações que nos constrangem ou enaltecem, sofremos frustrações e muitas vezes aprendemos com nossos erros e acertos. Através de comparações e reflexões sobre experiências vividas, vamos elaborando nossa personalidade, nossas emoções e construindo nossa interação com o meio de inserção. As relações humanas, embora complexas, são imprescindíveis na realização de mudanças em nível profissional e comportamental. Novos rumos passaram a ser dados a educação e a aprendizagem a partir das relações entre integrantes da comunidade escolar.

Mudanças constantemente ocorrem nas pessoas e no contexto em que estão inseridas. O construir de novas emoções para um novo conviver no mundo a partir de novas relações é um desafio em longo prazo. O vínculo que se deve estabelecer entre educador e aluno abre possibilidades para novas formas de sentir, querer e agir. É dentro de nós que a chave está – desejo e força, mesmo que quase só em potencial, existem em cada indivíduo.

Recordando a complexidade da função exercida pelo educador, um mestre vai além de transmitir conhecimentos, e também sujeito no estabelecimento de relações. Pode criar uma interação mais harmônica e agradável tanto na construção do conhecimento como no desenvolvimento integral e pessoal do educando. A respeito dessa complexidade, Veiga escreve : “o professor socializa, inculta modos de ver a vida, proporciona e reforça a identidade nos a qual, como se sabe, é antes de tudo social”(Veiga,1998, p.37).

Segundo o relatório de Jacques Delors, os quatro pilares da educação para o século XXI são: o aprender a ser, a conviver, a fazer e a conhecer. A partir disto o educando passa a dividir o espaço de transmissão de conhecimentos ou conteúdos, com práticas e vivências que concretizam e expressam o desenvolvimento das competências pessoais e sociais.

Mesmo contando com os atributos: coragem, intuição e compromisso; apostar numa idéia somente tendo em vista consolidações inseguras, é imprudente. Uma estrutura embasada em pensadores respeitáveis, é fundamental. Atualmente prefiguram algumas tendências que parecem se afirmarem crescentemente na educação brasileira. .........

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Diante das idéias apresentadas e iniciando o trabalho com os alunos, antes do estabelecimento de regras, é vital uma atmosfera de motivações. Conseguir sensibilizar conquistando através da sinceridade na preocupação com o outro, é um aspecto psicológico da aprendizagem. Motivar e encontrar a chave que liga e propulsiona a máquina interior. Despertar, sintonizar, dar sentido, emocionar. Perceber se como um integrante dinâmico de um todo organizado e compreender o sentido da sua unidade pessoal. Parece incoerência dizer que regras precisam conviver com aspectos tão mutáveis no encaminhamento das motivações. Certo uso racional do potencial das emoções com inspiração e humanismo sustentado por conhecimentos especializados. Realmente, não há como citar fórmulas mágicas quando se trata de motivação. Mas vale lembrar que se o educador estiver abastecido da própria auto-estima, o dar de si na convivência gera um sistema de trocas e reabastecimentos.

O educador precisa acreditar na capacidade de transformação e crescimento do adolescente. Valorizar o potencial existente em cada indivíduo, propiciando uma evolução pessoal refletida nas interações sociais.

É verdadeiramente o início de um convencer para o processo ensino-aprendizagem. Processo que implica os níveis: organismo, corpo, desejo e inteligência. Um alvo certo de nossos desejos é o bem-estar ou o sanar de nossos distúrbios afetivos. Sem os quais, a perda de interesse é evidente.

As relações entre a escola e o adolescente com baixa-estima e distúrbios afetivos, reflete toda uma complexidade que emana de outras complexidades orgânicas, psíquicas, sociais, culturais e simbólicas, sejam estas manifestas ou latentes.

É importante destacar que, independente de como seja o desempenho do educador perante os adolescentes, deixará direta ou indiretamente, marcas dessa relação. Paulo Freire diz: “O professor irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca (Freire, 1996, p.73).”

Um dos paradoxos que mais contribuem na dificuldade de se atingir os objetivos perante as ações propostas reside justamente no fato de que um espaço de liberdade somente pode sobreviver com o respaldo de regras básicas.

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Sem dúvida, uma das relações mais difíceis de ser exercida em nossa sociedade é a entre professor-aluno. Sobre esse referencial, muito já se discutiu e se discute. Um caminho para tal entendimento está relacionado com a história de vida. É preciso saber um pouco da história de vida do adolescente para conhecer suas potencialidades e dificuldades. O sentido e o significado das ações do educador são constantemente avaliados de formas mais significativas. Com a conquista do respeito e confiança ha sensibilização da afetividade refletindo na motivação, no acreditar para alcançar. Crer na possibilidade do diálogo entre educador e adolescente e entre os próprios adolescentes como método de trabalho no desenvolvimento pessoal e social. Vínculos de confiança e respeito libertam mais que discussões formais sobre um tema. A soma das diferenças resulta em algo maior do que individualidades. É algo mais que a soma de cada um de seus membros. Contudo e impossível determinar com exatidão aonde chegar, já que os grupos de adolescentes são fartos em peculiaridades.

As vivências induzem à imersão em afetividades que incluem uma vasta gama de emoções que vão do amor ao ódio, da inveja a solidariedade.

Sabemos que nem sempre o adolescente aceita o que vê na mira do espelho. A negação guardada há de despertar tempos depois. As contrariedades são freqüentes entre o que se deseja e o que pode ser atendido. A realidade que amedronta tende a condicionar à projeções ineficazes de resultados. Deve haver a consciência da falta de certos resultados significativos, pelo menos em curto prazo, mas que não seja motivo de desânimo. É sabido que alguns resultados precisam de tempo para se consolidarem. Construir e reconstruir para realizar o mínimo possível, porém, é realizar. Surpresas e descobertas positivas também ocorrem no decorrer do processo.

Fazem-se necessárias prioridades, pois e fácil se perder em ações que envolvem emoções, situação de incertezas e lacunas. Perante esse quadro, é preciso clareza na função e objetivos proposto nas ações, havendo um direcionamento profissional e diferenciado por parte do educador.

Um dos maiores desafios dessa proposta de trabalho é o estabelecimento de limites. É encontrarmos o ponto intermediário que se localize entre as posições de super exigência, rigidez e autoritarismo, em um extremo, e descuido, negligência e desinteresse, em outro. Ser firme com os limites preestabelecidos e objetivos é fundamental. Pois não há como imaginar qualquer tipo de sustentação

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para o crescimento, sem certa firmeza. Neste sentido, limite não e sinônimo de rigidez, mas algo consistente e, portanto confiável. Intervir de modo delicado, relembrando regras e conseqüências para o educador e aos outros. Todavia, limites quando bem processados pelo educador, favorecem o contágio dos demais.

Cabe a cada educador se enveredar ao encontro de modos de caminhar na aventura de aos poucos transformar a si próprio, o aluno e as relações entre as outras pessoas. Que um dia isso possibilite perceber melhor a dignidade da existência humana.

Informações de embasamento para a realização do trabalho:

O sistema nervoso

O sistema nervoso central recebe, analisa e integra informações (juntamente com o sistema endócrino). É o local onde ocorre a tomada de decisões e o envio de ordens. O sistema nervoso periférico carrega informações dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso central e do sistema nervoso central para os órgãos efetores (músculos e glândulas).

O sistema nervoso central: divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo corresponde ao telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco cefálico, que se divide em: bulbo, mesencéfalo e ponte.

A seguir, algumas funções das porções do sistema nervoso central:

Córtex cerebral: pensamento, movimento voluntário, linguagem, julgamento e percepção.

Cerebelo: movimento, equilíbrio, postura e tônus muscular.

Tálamo: integração sensorial e motora.

Tronco encefálico: respiração, ritmo dos batimentos cardíacos e pressão arterial.

Mesencéfalo: visão, audição, movimento dos olhos e movimento do corpo.

Bulbo: centro nervoso e condutor de impulsos nervosos.

Ponte: centro nervoso e condutor de impulsos nervosos e está relacionada com as emoções.

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O diencéfalo (tálamo e hipotálamo)

Todas as mensagens sensoriais, com exceção das provenientes dos receptores do olfato, passam pelo tálamo antes de atingir o córtex cerebral. Esta é uma região de substância cinzenta localizada entre o tronco encefálico e o cérebro. O tálamo atua como estação retransmissora de impulsos nervosos para o córtex cerebral. Ele é responsável pela condução dos impulsos às regiões apropriadas do cérebro onde eles devem ser processados. O tálamo também está relacionado com alterações no comportamento emocional; que decorre, não só da própria atividade, mas também de conexões com outras estruturas do sistema límbico (que regula as emoções).

O hipotálamo, também constituído por substância cinzenta, é o principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais, sendo um dos principais responsáveis pela homeostase corporal. Ele faz ligação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas endócrinas. É o hipotálamo que controla a temperatura corporal, regula o apetite e o balanço de água no corpo, o sono e está envolvido na emoção e no comportamento sexual. Tem amplas conexões com as demais áreas do prosencéfalo e com o mesencéfalo. Se aceita que o hipotálamo desempenha, ainda, um papel nas emoções. Especificamente, as partes laterais parecem envolvidas com o prazer e a raiva, enquanto que a porção mediana parece mais ligada à aversão, ao desprazer e à tendência ao riso (gargalhada) incontrolável. De um modo geral, contudo, a participação do hipotálamo é menor na gênese (“criação”) do que na expressão (manifestações sintomáticas) dos estados emocionais.

O sistema límbico é um grupo de estruturas que inclui hipotálamo, tálamo, amígdala, hipocampo, os corpos mamilares e o giro do cíngulo. Todas estas áreas são muito importantes para a emoção e reações emocionais. O hipocampo também é importante para a memória e o aprendizado.

Funções do sistema límbico: comportamento emocional, memória, aprendizado e emoções.

Depressão, ansiedade e neurotransmissores

A ação terapêutica das drogas antidepressivas tem lugar no sistema límbico, o principal centro cerebral das emoções. Este efeito terapêutico é conseqüência de um aumento funcional dos neurotransmissores na fenda sináptica, principalmente da noradrenalina, da serotonina e/ou da dopamina, bem como alteração no número e sensibilidade dos neuroreceptores. O aumento de neurotransmissores na fenda sináptica pode se dar através do bloqueio da recaptação desses neurotransmissores no neurônio pré-sináptico ou ainda, através da inibição da Monoaminaoxidase, enzima responsável pela inativação destes neurotransmissores.

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A vontade de comer doces e a sensação de já estar satisfeito com o que comeu dependem de uma região cerebral localizada no hipotálamo. Com taxas normais de serotonina a pessoa sente-se satisfeita com mais facilidade e tem maior controle na vontade de comer doce.

Havendo diminuição da serotonina, como ocorre na depressão, a pessoa pode ter uma tendência ao ganho de peso. É por isso que medicamentos que aumentam a serotonina estão sendo cada vez mais utilizados nas dietas para perda de peso.

Um estudo, que foi “publicado na revista Journal of Neuroscience, os pesquisadores da Universidade Franklin Rosalind, nos Estados Unidos, verificaram uma importante pista de como pode se desenvolver os episódios de depressão. Eles observaram que um único episódio de estresse extremo pode ser o suficiente para destruir novas células nervosas no cérebro, e acreditam que a perda dessas células possa ser uma das causas da depressão”.

O estresse é um mecanismo natural do corpo humano, mas que se repetido com freqüência desencadeia um quadro debilitante para o organismo humano e de perdas para sua fisiologia.

“Os cientistas descobriram que o estresse afeta as células do hipocampo, a área do cérebro responsável pelo aprendizado, memória e emoção. O hipocampo é uma das regiões cerebrais que continua a desenvolver células nervosas durante a vida. O estresse não impediu a produção de novas células, como acreditavam alguns cientistas. Mas as células tiveram mais dificuldade em sobreviver, o que significa que houve uma redução no número de neurônios novos para processar sentimentos e emoções”.

“Os pesquisadores acreditam que a perda de células nervosas pode ser uma causa de depressão. Uma semana após o teste, apenas um terço das novas células produzidas havia sobrevivido. A sobrevivência dos neurônios em longo prazo também foi comprometida. Os pesquisadores acreditam que o estudo possa ajudar no desenvolvimento de tratamentos para impedir que situações muito estressantes causem problemas de depressão”.

Com essas conclusões alguns fatos da fisiologia da depressão podem ser mais bem entendidos; a perda de elementos como o zinco pode estar relacionada com essa destruição dos neurônios. Essa destruição celular pode provocar uma perda do zinco intracelular e que acaba não sendo reposto por dieta ou reposição fisiológica. A administração do Zinco por medicamento não é eficiente e causa uma série de problemas de ajustes. Além deste outros problemas fisiológicos são evidentes e se elucidam com o fato da destruição celular dos neurônios.

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Depressão na adolescência - implicações no ambiente escolar

O aluno dito deprimido e aquele que, apesar de apresentar freqüentemente queda em seu desempenho escolar, pode não chamar a atenção do professor. Ele e desanimado e parece não se importar com o que passa ao seu redor. Pode estar repleto de sentimentos de desvalorização. Entretanto, o problema e complexo. A depressão e diagnosticada como um conjunto particular de sintomas, sendo o humor deprimido e a perda de interesse os mais evidentes. Esses sintomas podem mudar com o tempo. Pode resultar uma variabilidade incrível no nível individual do paciente.

A adolescência e um período de reordenação interior, que coincide com o aumento das exigências externas de um mundo adulto. Podem trilhar caminhos repletos de inseguranças e frustrações, ainda desorientados pelas mudanças externas e internas. E uma passagem caracterizada por uma crise de identidade na qual se debatem entre questionamentos relativos ao seu corpo, aos valores existentes, as escolhas, ao que e exigido deles, ao seu lugar na sociedade.

O que o sistema de educação necessita fazer e, antes de tudo, trabalhar como um fator de prevenção, facilitando ao aluno desenvolver-se de forma integral. Num segundo momento, cabe a correta identificação do aluno triste ou deprimido patologicamente, quando então, uma intervenção precoce pode resultar numa melhora prognostica.

A prática dos educadores impulsiona ao reconhecimento do problema e sua amplitude, propiciando uma abordagem dinâmica dos múltiplos desenvolvimentos que se processam na escola. Inclui compreender a dinâmica de suas relações interpessoais como intuito de orientar o encaminhamento apropriado.

Podemos pensar a escola como um meio de abertura de possibilidades de vivencias mais amplas e saudáveis, do que às vezes, o ambiente familiar original. Neste sentido, oferecer atividades de respeito da individualidade, diálogos e promoção da criatividade.

Certamente isso não e uma receita de como evitar completa e definitivamente as condutas autodestrutivas entre os alunos, pois tal solução mágica infelizmente ainda não existe e, o problema não pode ser resolvido de forma desvinculada de uma questão social mais ampla.

Geralmente muitos fatores familiares e sócio-ambientais estão relacionados com sinais depressivos. Os sintomas mais freqüentes

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observados no meio escolar e que servem de alerta aos educadores, são: piora do rendimento escolar, humor deprimido, diminuição da capacidade de concentração, fadiga, alterações de sono e apetite, baixa auto-estima, idéias de culpa e queixas somáticas.

É evidente que o melhor conhecimento sobre o assunto, facilita a detecção e encaminhamento para tratamento médico e psicológico por parte dos responsáveis pelos jovens.

Auto-estima - enfoque psicológico

Os psicólogos são unânimes em afirmar que a auto-estima e a principal ferramenta com que o ser humano conta para enfrentar os desafios do cotidiano, numa espécie de sistema imunológico emocional. Ela determina, em ultima analise, a forma como nos relacionamos com o mundo. “A pior desgraça para nos e desdenhar daquilo que somos”, escreveu o filosofo Michel de Montaigne, ainda no sec. XVI. Resume o historiador inglês Peter Burke: “A auto-estima e o conceito mais estudado na psicologia social, e ha um bom motivo para isso. Ela e a chave para a convivência harmoniosa no mundo civilizado”.

O filosofo grego Aristóteles já observava que a esperança e o entusiasmo, juntos formam a centelha da autoconfiança, sem a qual os jovens não teriam futuro.

Nos últimos anos a psicologia derrubou a teoria de que o grau de auto-estima de uma pessoa era determinado na infância e se preservava intocado pelo resto da vida. Hoje se sabe que e possível desenvolver a auto-estima em outras idades. Outra revelação da psicologia, e que algumas das características que compõem a auto-estima, podem ser hereditárias.

O primeiro paço para melhorar a auto-estima, segundo médicos e psicólogos, e identificar os comportamentos e as crenças negativas que foram construídos durante a vida. Segundo os psicólogos, são os pensamentos e as atitudes próprios – e não os eventos externos – que moldam os sentimentos. Ter baixa auto-estima não significa necessariamente, ter depressão, mas uma coisa pode levar a outra. “Um individuo com depressão sempre tem auto-estima baixa, pois essa sensação de incapacidade e um dos aspectos que podem torná-lo depressivo”, diz a psicóloga Eliana Mel Cher Martins da Unifesp.

A moderna psicologia não aceita mais a idéia de que alguém pode ter auto-estima em excesso. Muitas vezes a arrogância e confundida

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com auto-estima. O poeta e escritor Goethe (1749 – 1832), dizia com a solenidade característica que “um erro grave e tanto se julgar mais do que se e quanto se estimar menos do que se merece.”

O contato, uma urgência no nosso mundo desumanizado - abordagem Gestalt

Um dos fatos dominantes de nossa época é o prodigioso

desenvolvimento dos meios de comunicação. Precisamos considerar

que assim como na educação, a comunicação se vale de tecnologias

com aplicações cientificas, de conhecimentos de diversas áreas que se

combinam, para tornar mais conseqüente, consistente, eficientes a

emissão e a recepção das mensagens. As transformações tecnológicas

e educacionais se caracterizam por avanços múltiplos, por processo

cultural e científico e por uma transposição ao regime tradicional.

Entretanto, a tecnologia e a mídia desnaturam o contato, ele não e mais o fruto deliberado de um desejo de relação autêntica com o outro, mas um simples acidente de percurso, pelo qual dificilmente as pessoas se sentem responsáveis. Em graus variados, a afirmativa, é aplicada à avalanche de informações que invadem os lares, sem seletividade e análise interferem nas intimidades. Tragédias e distúrbios de conduta vêm até as pessoas sem que elas precisem fazer qualquer opção ou sem a necessidade de envolvimento. E o mais agravante é a naturalidade crescente com que são tratados. Paradoxalmente, em tempo algum as gentes se sentiram tão sós, e os distúrbios emocionais como a depressão atingem uma gama cada vez maior da população. Em face dessa invasão despersonalizante, como desenvolver o afeto nas relações humanas? Como mobilizar a criatividade, valorizando o direito as diferenças e permitir o reconhecimento da especificidade individual? Antes da análise, compreensão, interpretação de eventos, comportamentos ou sentimentos, há a necessidade de se tratar o favorecimento da tomada de consciência global. Da maneira como seres humanos funcionam, de seus processos de ajustamentos com o ambiente, de integração da experiência presente, de suas invitações e mecanismos de defesa.

Nem compreender, nem aprender, mas experimentar, a fim de alargar o máximo o campo de experiência vivida e na liberdade de escolha e assim, tentar escapar do determinismo alienante do passado e do meio. A fim de encontrar uma praia de liberdade e

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responsabilidade. ‘“O importante não é o se fez de mim, mas o que eu mesmo faço do que se fez de mim” (Sartre, 1966).

Num primeiro tempo, a Gestalt incita principalmente ao conhecer melhor e ao aceitar como se é. Ser o que sou em vez de querer tornar-me o que não sou é a “teoria paradoxal da mudança” (Beisser, 1970).

O essencial não esta nas técnicas, mas no espírito geral do qual ela procede e que as justifica. Seu papel e, em suma, permitir e favorecer, mais do que compreender ou mandar fazer.

A Gestalt não reivindica o estatuto de ciência, mas honra-se de continuar sendo uma arte – acompanhando o impulso de pesquisa contemporâneo que atravessa a física, a biologia e a filosofia, todas na busca da unidade da matéria e da energia, isto e, do corpo e do espírito.

A necessidade da arte

A partir da leitura de publicações como o livro de Ernest Fisher, A necessidade da arte (biblioteca do professor), volta-se um olhar para a arte como ¨substituto da vida¨, como forma de colocar o ser humano em estado de equilíbrio com o meio circundante. A idéia contém o reconhecimento parcial da natureza da arte e de sua necessidade.

A arte como diversão, cultura, relaxação não resolve o problema. A identificação com os problemas dos outros (no romance, música, teatro...) é uma intensificação de emoções, um escape da nossa realidade, sem corre riscos ou insatisfação com nossa própria existência? Poderia a arte completar parte de nossas lacunas existenciais? Por o fictício nos absorve e encanta?

Esta instigante viagem pode proporcionar ¨insights¨ com perspectivas de atuação através da arte no ambiente escolar.

Realmente diversas poderiam ser as sugestões de atividades no ambiente escolar, entretanto, salientaremos as práticas artísticas como mecanismo de escape e regulação da energia vital.

Atividades desenvolvidas:

O grupo trabalhado era de adolescentes da terceira série do ensino médio do período matutino de um colégio estadual. A maioria residia em regiões periféricas. Com distribuição equilibrada de ambos os sexos. Alguns já inseridos no mercado de trabalho, reflexo das limitações financeiras da maioria.

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A intervenção inicial constituiu em trabalhar com dinâmicas, vídeos e teatros, a fim de se ampliar as percepções de autoconhecimento, vivências pessoais e interações com o grupo. Propiciando assim, reflexões e redirecionamentos no desenvolvimento da especificidade individual, contribuindo na renovação de valores.

Nas dinâmicas foram trabalhadas as seguintes temáticas: identidade (autoconhecimento e auto-estima), integração (dimensões sensoriais, emotivas, sociais e intelectuais), comunicação (verbal e não-verbal, valores e mídia) e grupo (papeis individuais e coletivos).

O fortalecimento da auto-estima e o ponto essencial da abordagem da temática – identidade. Pois fundamenta as escolhas individuais, influenciando os adolescentes nas questões preventivas. Também permeiam todo desenvolvimento pessoal e social, questões de identidade cultural e ética.

A temática integração visa o estabelecimento de regras básicas de relacionamento e convivência, para que um clima de respeito mútuo se instale. Conceito fundamental em todos os processos.

A comunicação possibilita trocas interpessoais através das quais os padrões e normas de convivência são incorporados, permitindo a escuta e a expressão dos pensamentos e emoções.

As questões discutidas no decorrer das atividades visaram uma reflexão acerca do autoconhecimento e das formas de vivenciar as emoções, redefinindo conceitos que orientavam a evolução de cada individuo do grupo.

O fortalecimento da auto-estima e autoconhecimento é bastante trabalhado nas atividades em grupo, buscando novas formas de relacionamentos com o grupo e consigo mesmo.

As metodologias utilizadas no decorrer das dinâmicas estimulavam a participação, permitindo a vivência das atividades, valorizando as experiências, emoções e sentimentos de cada um. Construindo um novo saber coletivo na promoção de mudanças. Realmente as dinâmicas são bastante motivadoras e proporcionam momentos muito agradáveis.

As reflexões sobre as emoções continuaram através da analise do vídeo: “Amor, processo de continuidade” do padre Fábio de Melo (Comunidade Canção Nova), que trouxe um confrontamento entre o amor do ponto de vista religioso com o amor romântico e utópico

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propagado pela mídia. Considerando sua religiosidade inegável, o vídeo foi direcionado a interpretações pessoais livres e a reflexões independentes das crenças individuais dos alunos. A profundidade emocional, cultural e o valor qualitativo da palestra colaborou bastante para a motivação e discussões dos alunos. Músicas e poesias estavam incluídas no roteiro.

Logo no início da implementação das atividades voltadas à auto-estima, foi proporcionado um encontro de jovens no colégio, durante uma tarde sábado. Uma tarde de louvor com músicas animadas, palestras e atividades em grupos, sobre amor próprio e ao próximo. Houve a participação livre de alunos de diversas séries, alguns professores, funcionários e principalmente com o comando de um grande grupo religioso da comunidade local. Essa atividade embora direcionada a um determinado credo, têm boa aprovação por grande parte dos adolescentes da comunidade. Foi uma proposta que ajudou a validar a implementação das idéias deste trabalho. Atividades que envolvam outras crenças foram devidamente respeitadas e poderão ainda ser proporcionadas.

Há quem julgue que a religiosidade não seja fundamental nos trabalhos de auto-estima em jovens. Não estão portanto em julgamento as crenças pessoais dos indivíduos, mas os resultados obtidos diante das diversas ações realizadas com o intuito original deste trabalho.

Conjuntamente com o projeto ”Vamos colorir a cidade”, aplicado no abrigo do menor, por vários alunos do colégio, incluindo alguns do grupo de implantação deste trabalho, diversas atividades artísticas foram apresentadas. Foram feitas visitas mensais com diálogos, jogos, brincadeiras, canções, coreografias e teatro. O objetivo principal foi o estabelecimento de interações sócio-culturais que proporcionadas por afeto e bem-estar, partindo de ações simples. Primeiramente era lançado um dado com mensagens sobre amor fraterno e incondicional. Depois era incentivada a prática da mensagem, partindo de diálogos com exposição de experiências pessoais. A cada encontro também haviam determinados jogos, brincadeiras, canções e coreografias com a participação das crianças e adolescentes do abrigo. No final, os alunos do colégio apresentaram um teatro de fantoches sobre as experiências relatadas.

Com a preocupação de elevar a auto-estima de jovens carentes, há uma notável retribuição na elevação da própria auto-estima dos alunos do projeto. O relacionar é uma arte que pode ser aprendida e apurada na convivência.

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Limites pré-estabelecidos para o desenvolvimento das atividades:

- Todos devem se expressar sem constrangimentos, ninguém tem o direito de ridicularizar ou oprimir;

- Todas as opiniões merecem respeito – sem imposições;

- Sentimentos e ações de colegas do grupo não precisam ser revelados;

- Ouvir o outro atentamente;

- Não falar de alguém, mas de fatos e opiniões impessoais;

- A não participação de alguém da equipe e vista como descaso ou rejeição e o grupo tem a sua auto-estima abalada;

- Evitar preconceitos e discriminações.

Respeitar limites, desde que coerentes, são atos de amadurecimento e evolução. Se forem claros, objetivos, justos, se estabelecidas de modo firme e amoroso, se elaborados com a participação do grupo com distribuição de responsabilidades, enfim, se os limites forem respeitados, perceber-se-á um contorno par a boa convivência.

Embora os limites citados se estendam também ao educador, este também deve valorizar o potencial de cada indivíduo, favorecer a troca de experiências, evitar resultados avaliativos que geram comparações, competividade e recompensas. Ter em vista sempre a evolução pessoal, nos seus vários níveis, que e refletida como conseqüência no grupo.

No desenvolvimento também ha atividades envolvendo vídeos e expressões artísticas (teatros e danças). Todos direcionados de acordo com o planejamento citado.

O tempo sugerido para um projeto de desenvolvimento pessoal e social deveria se estender por anos, com freqüências semanais ou quinzenais. O período de duração de cada dinâmica e atividades com vídeos são de trinta minutos a duas horas, em média. As atividades teatrais requerem um tempo especial. Porem o tempo disponível pode limitar bastante o andamento dos trabalhos. A adequação deve ser contornada dentro das possibilidades.

Lembrando que as metodologias e técnicas apresentadas se estendem alem das atividades propostas, se bem incorporadas pelo

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educador, passarão a permear as demais atividades regulares ou elaboradas com a comunidade escolar

Algumas técnicas da Gestalt-terapia:

Apesar de ocupar uma posição diferenciada no grupo, no que lhe diz respeito, o educador participa atentamente e por conseqüência, também se transforma.

O aluno deve buscar projetar na cena exterior o que estava em jogo na cena interior, com a observação atenta do educador, incluindo as reações emocionais subjacentes. No desempenho sucessivo de diferentes papéis e situações, como na representação de si mesmo e de outros, explorar, reconhecer e integrar melhor as polaridades das relações.

Muito presentes também nas atividades artísticas teatrais, o dar vazão a emoções intensas e contraditórias, representando a si mesmo ou a outros, de certa forma esclarecem e somam na nossa compreensão. Há a tendência de assim melhorar o equilíbrio dessas emoções e do complexo sistema humano.

A descarga emocional permite liberar emoções reprimidas e doentias, transformando percepções internas, uma reelaboração da percepção individual e de sua própria representação mental.

Incentivar uma consciência crescente das sensações físicas, emocionais, imaginárias, racionais e comporta mentais, favorecem a tomada de consciência global.

Evitar falar de alguém (presente ou ausente), de preferência dirigir se a pessoa diretamente. A relação direta “face a face” cria maior envolvimento e compromisso com esclarecimentos.

Avaliação

Ao educador cabe um acompanhamento contínuo e sistemático, sustentado por objetivos básicos, reavaliando e aprimorando sempre que necessário. Observando comportamentos, registrando presenças, interesses, participação individual e em grupos.

Alguns instrumentos sugeridos no trabalho com os alunos: entrevistas, observações e comentários escritos, produção de idéias em grupos e expressões artísticas. Outros modos de avaliação,

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entretanto podem surgir desde que estejam de acordo com a metodologia deste trabalho.

Quando se trata de avaliar comportamentos e mudanças, em curto prazo os resultados geralmente não são muito perceptíveis. Questões complexas e sem respostas exatas estão em jogo. Não são característicos os aspectos imediatistas e mensuráveis. Superando a tendência imediatista e de posse de atributos essenciais às ações aplicadas, há mais esperança que validações se consolidem.

Observações sobre o grupo de adolescentes participantes das atividades

Não é atribuição do educador uma análise psicológica profunda dos alunos numa sala de aula, muito menos análises individualizadas e tratamentos. É certo que as observações sobre os alunos requerem certo nível de conhecimentos, sensibilidade e envolvimento, mas num nível adequado à função de um educador. Conceitos gerais e ações próprias ao meio escolar são bem vindos quando visam identificar melhor os distúrbios afetivos, propiciando a minimização do tempo de procura dos tratamentos adequados. O investimento em ações de auto-conhecimento e vivências em grupo foi uma via de ações nesse sentido.

Alguns sinais que indicam auto-estima baixa, foram notados em intensidades diferentes, em parte dos alunos: inconformidade com certas características físicas e comportamentais, desânimo constante, sorrir raramente, preferir ficar sozinho ou ter dificuldade de relacionar-se, negativismo, desvalorização, evitar fitar os olhos quando fala com os outros e medo de incomodar ou errar.

Ponderando as atribuições da escola perante o quadro depressivo e o diagnóstico complexo aplicado à indivíduos com essas manifestações, não foram sinalizados sintomas depressivos evidentes entre o grupo de adolescentes que participou das atividades. Lembrando que a intervenção esperou atingir primeiramente o reconhecimento do problema e a prevenção. Considerando o relato de crescentes incidências de transtornos depressivos em jovens, bem como suas implicações no meio escolar, este estudo se justifica. Pois direta ou indiretamente e em prevalências diversas, os adolescentes em estudo convivem com a realidade depressiva.

No contexto das observações sobre auto-estima e depressão, dentre as manifestações comportamentais que foram notadas no

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decorrer das atividades realizadas e merecem ser salientadas as descritas a seguir.

A maioria dos adolescentes oferece certa resistência e desconfiança em atividades que lhes exijam maior exposição. Alguns simplesmente se negam a participar de algumas atividades. Conquistar a confiança dos alunos e explicitar encaminhamentos e objetivos é fundamental, mas alterar comportamentos enraizados, é um processo que requer certo tempo. O medo do ridículo é uma insegurança comum que dificulta a evolução do desenvolvimento.

Existe a necessidade de aceitação perante o grupo, mesmo quando já há um convívio prévio. Inicialmente alguns colegas de sala realmente não colaboram muito para que seus companheiros se sintam mais seguros. Nota-se a carência de oportunidades e estímulos para o desenvolvimento do expressar-se. Entretanto, há uma diversidade de comportamentos em uma sala heterogênea, o que não deixa de enriquecer o trabalho entre as relações humanas.

Há uma dificuldade de reconhecer as próprias inseguranças, se colocando no lugar do outro. Muitas vezes partem para o ataque, tentando fugir do problema. Muitas questões sérias como preconceitos e valores, não são devidamente reconhecidos quando se tornam alvo de brincadeiras. Valores, preconceitos e discriminações sofrem bastante influência do meio familiar e do contexto social, todavia, estão ainda em consolidação no adolescente em formação.

Há certa desvinculação de conceitos e valores com a vida diária. Muito do que se atende como atitude de normalidade pode ser entendido como ações de desrespeito e de carências provindas de um histórico de convivências. Lamentavelmente as relações de competividade egocêntricas parecem mais estimadas do que os reais ideais de socialização. Estimular o envolvimento sem esses interesses evidentes é mais do desafiante, a curto período de tempo é muitas vezes desanimador.

Embora todos os alunos almejassem alcançar um futuro de realizações, muitas vezes parece incoerente a descrença ou falta de impulso realista para que suas ações fossem capazes de interferir no cursos dos acontecimentos.

Em geral, foram notadas visões fantasiosas das projeções futuras. Uma certa distância entre o mundo real com suas condições limitantes perante o modelo social divulgado como ”ideal”. É lamentável que a mídia interfira tanto nesses modelos, sem que haja um salutar senso crítico. Os comportamentos da “moda” e seus ideais são comumente

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motivos de comparações e frustrações. Uma crise de identidade se instala aos poucos, desmerecendo os seus referenciais legítimos.

Entretanto, os alunos tiveram reações dentro da normalidade segundo a média dos adolescentes. Pode se disser que não houveram casos extremos relacionados à auto-estima e o processo rendeu bons momentos e experiências.

Houve uma sensível mudança de postura dos alunos, chegando ate mesmo a surpreender com suas potencialidades pessoais e diversas, perante os novos métodos aplicados, com maior interesse do que nas praticas tradicionais. Muito se argumentou e se questionou apesar das limitações do tempo e de respostas conclusivas, o percurso de uma “viagem”, se devidamente desfrutado, pode render significâncias surpreendentes.

O clima de novidade, de novas estratégias que denotam preocupação com o bem-estar dos alunos, em si já desperta a motivação. Elogios personalizados são facilitados quando ha melhor conhecimento de cada aluno e valorizar seu potencial além de estimular sua positividade, deveria se tornar uma pratica mais constante do educador.

As expressões artísticas se notam mais afloradas naturalmente em certos alunos. A musicalidade e muito presente nos adolescentes em geral. Músicas "de fundo” são muito bem vindas. O ritmo como manifestação das emoções internas, explicita a espontaneidades peculiares. A expressão corporal se mostra bem desenvolvida em boa parte das alunas, porem, não muito desenvolvidas na maior parte dos alunos

A dificuldade no estabelecimento de unidade no grupo de trabalho, e melhorada em atividades divertidas como em vídeos bem-humorados, danças e teatros. Um escape imediatista que permite ao grupo se refazer de um cotidiano sofrido. Comemorar a vida em vez de reforçar conceitos negativistas, e um modo indireto de reconhecimento de valores diversos, principalmente os voltados ao positivismo almejado. Imagens refletidas revelam-se e remodelam. Ser sendo e ser convivendo.

Alguns sinais que indicam auto-estima baixa, foram notados em intensidades diferentes, em parte dos alunos: inconformidade com certas características físicas e comportamentais, desânimo constante, sorrir raramente, preferir ficar sozinho ou ter dificuldade de relacionar-

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se, negativismo, desvalorização, evitar fitar os olhos quando fala com os outros e medo de incomodar ou errar.

Ponderando as atribuições da escola perante o quadro depressivo e o diagnóstico complexo aplicado à indivíduos com essas manifestações, não foram sinalizados sintomas depressivos evidentes entre o grupo de adolescentes que participou das atividades. Lembrando que a intervenção esperou atingir primeiramente o reconhecimento do problema e a prevenção. Considerando o relato de crescentes incidências de transtornos depressivos em jovens, bem como suas implicações no meio escolar, este estudo se justifica. Pois direta ou indiretamente e em prevalências diversas, os adolescentes em estudo convivem com a realidade depressiva.

É evidente que o melhor conhecimento sobre o assunto, já como mencionado, facilita a detecção e encaminhamento para tratamento médico e psicológico por parte dos responsáveis pelos jovens. As práticas sugeridas são idéias de aprofundamento pessoal que também podem ser indicadas segundo adequações.

Referências bibliográficas

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GINGER, Serge. Geltalt: a arte do contato. Petrópolis, RJ. Vozes, 2007.

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BACON, and Allyn. Physicology of Behavior. Copyright 2001. Edição brasileira, 2002. Barueri, SP. Editora Manole Ltda, 2002.

VEIGA, Ilma. Caminhos da profissionalização do magistério. Campinas, SP. Papirus,1998.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários á prática educativa. São Paulo, SP. Paz e Terra, 1996.

FRITZEN, Silvino José. Exercícios práticos de dinâmica de grupo. Petrópolis, RJ. Vozes, 1981.

www.pepsic.bvs.psi.org.br

www.diaadiaeducação.gov.

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ACOES DE PROMOCAO DA AUTO-ESTIMA E IDENTIDADE SOCIO-CULTURAL DE ADOLESCENTES E ATRIBUICOES DE EDUCADORES ANTE MANIFESTACOES DEPRESSIVAS.-

RESUMO

Este trabalho trata de conceitos, do relato de experiências e da reflexao, visando a promocao da auto-estima e integracao social no redirecionamento de novos caminhos. Instrumenta educadores com principios , metodologias e tecnicas para desenvolver nos adolescentes uma serie de habilidades pessoais e sociais, preparando-os para melhor compreensao e enfrentamento das proprias emocoes e as

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voltadas ao convivio social. Foram realizadas atitividades que resgatam a auto-estima, melhoram a capacidade de comunicacao e de convivio, de respeito as diferencas individuais e culturais, de amar e de se envolver na luta para o bem comum. Tematicas= identidade (auto-conhecimento e auto-estima), integracao (dimensoes sensoriais, emotivas, sociais e intelectuais), comunicacao (verbal e nao-verbal, valores e midia) e grupo ( papeis individuais e coletivos).

Tematicas= identidade (auto-conhecimento e auto-estima), integracao (dimensoes sensoriais, emotivas, sociais e intelectuais), comunicacao (verbal e nao-verbal, valores e midia) e grupo ( papeis individuais e coletivos).

Cabe a cada educador se enveredar ao encontro de modos de caminhar na aventura de aos poucos transformar a si proprio, o aluno e as relacoes entre as outras pessoas. Que um dia isso possibilite perceber melhor a dignidade da existencia humana.

Gracas ao convivio com grupos sociais das mais diversas origens e personalidades, no decorrer de nossas vidas, vivemos situacoes que nos constrangem ou enaltecem, sofremos frustracoes e muitas vezes aprendemos com nossos erros e acertos. Atraves de comparacoes e reflexoes sobre experiencias vividas, vamos elaborando nossa personalidade, .nossas emocoes e construindo nossa interacao com o meio de insercao. As relacoes humanas, embora complexas, sao imprescindiveis na realizacao de mudancas em nivel profissinal e comportamental. Novos rumos passaram a ser dados a educacao e a aprendizagem a partir das relacoes entre integrantes da comunidade escolar.

Mudancas constantemente ocorrem nas pessoas e no contexto em que estao inseridas. O construir de novas

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emocoes para um novo conviver no mundo a partir de novas relacoes e um desafio a longo prazo. O vinculo que se deve estabelecer entre educador e aluno abre possibilidades para novas formas de sentir, querer e agir. E dentro de nos que a chave esta – desejo e forca, mesmo que quase so em potencial, existem em cada individuo

Recordando a complexidade da funcao exercida pelo educador, um mestre vai alem de transmitir conhecimentos, e tambem sujeito no estabelecimento de relacoes. Pode criar uma interacao mais harmonica e agradavel tanto na construcao do conhecimento como no desenvolvimento integral e pessoal do educando.

Antes do estabelecimento de regras, e vital uma atmosfera de motivacoes. Conseguir sensibilizar conquistando atraves da sinceridade na preocupacao com o outro, e um aspecto psicologico da aprendizagem. Motivar e encontrar a chave que liga e propulsiona a maquina interior. Despertar, sintonizar, dar sentido, emocionar. Perceber se como um integrante dinamico de um todo organizado e compreender o sentido.da sua unidade pessoal. Parece incoerencia dizer que regras precisam conviver com aspectos tao mutaveis no encaminhamento das motivacoes. Um certo uso racional do potencial das emocoes com inspiracao e humanismo sustentado s por conhecimentos especializados. Realmente, nao ha como citar formulas magicas quando se trata de motivacao. Mas vale lembrar que se o educador estiver abastecido da propria auto-estima, o dar de si na convivencia gera um sistema de trocas e reabastecimentos.

O educador precisa acreditar na capacidade de transformacao e crescimento do adolescente. Valorizar o potencial existente em cada individuo, propiciando uma evolucao pessoal refletida nas interacoes sociais.

E verdadeiramente o inicio de um convencer para o processo ensino-aprendizagem. Processo que implica os niveis = organismo, corpo, desejo e inteligencia. Um alvo

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certo de nossos desejos e o bem-estar ou o sanar de nossos disturbios afetivos. Sem os quais, a perda de interesse e evidente.

As relacoes entre a escola e o adolescente com baixa-estima e , disturbios afetivos, .reflete.toda uma complexidade que emana de outras complexidades organicas, psiquicas, sociais, culturais e simbolicas, sejam estas manifestas ou latentes.

E importante destacar que, independente de como seja o desempenho do educador perante os adolescentes, deixara direta ou indiretamente, marcas dessa relacao. Paulo Freire diz= “O professor irresponsavel, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocratico, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca (Freire, 1996, p.73).”

Um dos paradoxos que mais contribuem na dificuldade de se atingir os objetivos perante as acoes propostas, reside justamente no fato de que um espaco de liberdade so pode sobreviver com o respaldo de regras basicas.

Sem duvida, uma das relacoes mais dificeis de ser exercida em nossa sociedade e a entre professor-aluno. Sobre esse referencial, muito ja se discutiu e se discute. Um caminho para tal entendimento, esta relacionado com a historia de vida. E preciso saber um pouco da historia de vida do adolescente para conhecer suas potencilidades e dificuldades. O sentido e o significado das acoes do educador sao constantemente avaliados de formas mais significativas. Com a conquista do respeito e confianca ha sensibilizacao da afetividade refletindo na motivacao, no

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acreditar para alcancar. Crer na possibilidade do dialogo entre educador e adolescente e entre elesproprios como metodo de trabalho no desenvolvimento pessoal e social. Vinculos de confianca e respeito libertam mais que discussoes formais sobre um tema. A soma das diferencas resulta em algo maior do que individualidades. E algo mais que a soma de cada um de seus membros. Contudo e impossivel determinar com exatidão aonde chegar, ja que os grupos de adolescentes sao fartos em peculiariedades.

As vivencias induzem a emercao de afetividades que incluem uma vasta gama de emocoes que vao do amor ao odio, da inveja a solidariedade.Sabemos que nem sempre o adolescente aceita o que ve na mira doespelho. A negacao guardada ha de despertar tempos depois. As contrariedades sao frequentes entre o que se deseja e o que pode ser atendido. Arealidade que amedronta condiciona a projecoes ineficazes de resultados. Deve haver a consciencia da falta de certos resultados significativos, pelo menos a curto prazo. E sabido que alguns resultados precisam de tempo para se consolidarem. Construir e reconstruir para realizar o minimo possivel, porem, e realizar. Surpresas e descobertas positivas tambem ocorrem no decorrer do processo.

Faz-se necessarias prioridades, pois e facil se perder em acoes que envolvem emocoes, situacao de incertezas e lacunas.

Perante esse quadro, e preciso clareza na funcao e objetivos propostos nas acoes, havendo um direcionamento profissional e diferenciado por parte do educador.

Um dos maiores desafios dessa proposta de trabalho, e o estabelecimento de limites. E encontrarmos o ponto intermediario que se localize entre as posicoes de superexigencia, rigidez e autoritarismo, em um extremo, e descuido, negligencia e desinteresse, em outro. Ser firme

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com os limites pre-estabelecidos e objetivos e fundamental. Pois nao ha como imaginar qualquer tipo de sustentacao, para o crescimento, sem certa firmeza. Neste sentido, nao e sinonimo de rigidez, mas algo consistente e, portanto confiavel. Intervir de modo delicado, relembrando regras e consequencias para o educador e aos outros. Todavia, limites quando bem processados pelo educador, favorecem o contagio aos demais.

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO GOVERNO DO PARANA – PDE

Tal politica tem como objetivos, o reconhecimento dos professores como elaboradores de saberes sobre o processo de ensino aprendizagem e a criacao de espacos para discussoes e reflexoes sobre teoria e pratica, a fim de oportunizar condicoes, no interior da escola, para o debate e para a construcao coletiva do saber.

Esse programa proporciona aos professores, por meio do retorno as atividades discentes nas universidades, a oportunidade de aprofundar seus estudos de formcao inicial, assim como a atualizacao sobre novas estrategias de ensino e o uso das tecnologias, visando a melhora na qualidade do ensino oferecida aos estudantes.

Sob a supervisao de professores orientadores das instituicoes de Ensino Superior, a partir da definicao do objeto de estudo, o Professor PDE tem a funcao de elaborar um plano de trabalho e material didatico,- visando a intervencao pedagogica na escola. Alem disso, no final do programa, e nesserario produzir um artigo cientifico, o qual consite na etapa conclusiva da atividade de aprofundamento teorico-pratico. Portanto, este trabalho tem como objetivo, por meio do relato das atividades previamente preparadas, a vinculacao entre a teoria estudada

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INFORMACOES DE EMBASAMENTO PARA A REALIZACAO DO TRABALHO

AUTO-ESTIMA enfoque psicologico -

Os psicologos sao unanimes em afirmar que a auto-estima e a principal ferramenta com que o ser humano conta para enfrentar os desafios do cotidiano, numa especie de sistema imunologico emocional. Ela determina, em ultima analise, a forma como nos relacionamos com o mundo. “A pior desgraca para nos e desdenhar daquilo que somos”, escreveu o filosofo Michel de Montaigne , ainda no sec. XVI. Resume o historiador ingles Peter Burke= “A auto-estima e o conceito mais estudado na psicologia social, e ha um bom motivo para isso. Ela e a chave para a convivencia harmoniosa no mundo civilizado”.

O filosofo grego Aristoteles ja observava que a esperanca e o entusiasmo, juntos.formam a centelha da autoconfianca, sem a qual os jovens nao teriam futuro.

Nos ultimos anos a psicologia derrubou a teoria de que o grau de auto-estima de uma pessoa era determinado na infancia e se preservava intocado pelo resto da vida. Hoje se sabe que e possivel desenvolver a auto-estima em outras idades. Uma outra revelacao da psicologia, e que algumas das caracteristicas que compoem a auto-estima, podem ser hereditarias.

O primeiro passo paa melhorar a auto-estima, segundo medicos e psicologos, e identificar os comportamentos e as crencas negativas que foram construidos durante a vida. Segundo os psicologos, sao os pensamentos e as atitudes proprios – e nao os eventos externos – que moldam os sentimentos. Ter baixa auto-estima nao significa necessariamente, ter depressao, mas uma coisa pode levar

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a outra. “ Um individuo com depressao sempre tem auto-estima baixa, pois essa sensacao de incapacidade e um dos aspectos que podem torna-lo depressivo”, diz apsicologa Eliana melcher martins da Unifesp.

A moderna psicologia nao aceita mais a ideia de que algem pode ter auto-estima em excesso. Muitas vezes a arrogancia e confundida com auto-estima. O poeta e escritor Goethe (1749 – 1832), dizia com a solenidade caracteristica que “um erro grave e tanto se julgar mais do que se e quanto se estimar menos do que se merece.”

DEPRESSAO NA ADOLESCENCIA - implicacoes no ambiente escolar

O aluno dito deprimido e aquele que, apesar de apresentar frequentemente queda em seu desempenho escolar, pode nao chamar a atencao do professor. Ele e desanimado e parece nao se importar com o que passa ao seu redor.Pode estar repleto de sentimentos de desvalorizacao. Entretanto, o problema e complexo. A depressao e diagnosticada como um conjunto particular de sintomas , sendo o humor deprimido e a perda de interesse os mais evidentes. Esses sintomas podem mudar com o tempo.Podem resultar uma variabilidade incrivel no nivel individual do paciente.

A adolescencia e um periodo de reordenacao interior, que coincide com o aumento das exigencias externas de um mundo adulto.Podem trilhar caminhos repletos de insegurancas e frustracoes, ainda desorientados pelas mudancas externas e internas. E uma passagem caracterizada por uma crise de identidade na qual se debatem entre questionamentos relativos ao seu corpo, aos valores existentes, as escolhas, ao que e exigido deles, ao seu lugar na sociedade.

O que o sistema de educacao necessita fazer e, antes de tudo, trabalhar como um fator de prevencao, facilitando ao aluno desenvolver-se de forma integral. Num segundo

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momento, cabe a correta identificacao do aluno triste ou deprimido patologicamente, quando entao, uma intervencao precoce pode resultar numa melhora prognostica.

A pratica dos educadores impulsiona ao reconhecimento do problema e sua amplitude, propiciando uma abordagem dinamica dos multiplos desenvolvimentos que se processam na escola. Inclui compreender a dinamica de suas relacoes interpessoais como intuito de orientar o encaminhamento apropriado.

Podemos pensar a escola como um meio de abertura de possibilidades de vivencias mais amplas e saudaveis, do que as vezes, o ambiente familiar original. Neste sentido, oferecer atividades de respeito da individualidade, dialogos e promocao da criatividade.

Certamente isso nao e uma receita de como evitar completa e definitivamente as condutas autodestrutivas entre os alunos, pois tal solucao magica infelizmente ainda nao existe e, o problema nao pode ser resolvido de forma desvinculada de uma questao social mais ampla.

Sintomas como sinal de alerta ao professor= piora do rendimento escolar, humor deprimido,diminuicao da capacidade de concentracao e fadiga, alteracoes do sono e apetite, baixa auto-estima e ideias de culpa e queixas somaticas.

O CONTATO, UMA URGENCIA NO NOSSO MUNDO DESUMANIZADO- abordagem Gestalt

Um dos fatos dominantes de nossa epoca e o prodigioso desenvolvimento dos meios de comunicacao. Precisamos considerar que assim como na educacao, a comunicacao se vale de.tecnologia com aplicacoes relacao cientificas, de conhecimentos de diversas areas que se combinam, para

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tornar mais consequente, consistente, eficientes a emissao e a recepcao das mensagens. As transformacoes tecnologicas e educacionais se caracterizam por avancos multiplos, por procesos culturais e cientificos e por uma transposicao ao regime tradicional.

Entretanto, a tecnologia e a midia desnaturam o contato, ele nao e mais o fruto deliberado de um desejo de relacao autentica com o outro, mas um simples acidente de percurso, pelo qual dificilmente nos sentimos responsaveis. Em graus variados, a afirmativa, e aplicada a avalanche de informacoes que invadem nossa vida, sem seletividade e analise interferem nas intimidades. Tragedias e disturbios de conduta, vem ate nos sem precisarmos fazer qualquer qualquer opcao ou sem necessitar de nosso envolvimento. E o mais agravante e a naturalidade crescente com que sao tratados.. Paradoxalmente, em tempo algum nos sentimos tao sos, e os disturbios emocionais e a depressao atingem uma gama cada vez maior da populacao. Face a essa invasao despersonalizante, como desenvolver o afeto nas relacoes humanas como mobilizar a criatividade, valorizando o direito as diferencas e permitir o reconhecimento da especificidade individual Como evitar a ilusao do imediatismo e facilidades de solucoes

Antes da analise, compreenssao, interpretacao de eventos,comportamentos ou sentimentos, tratar favorescer a tomada de consciencia global. Da maneira como funcionamos, de nossos processos de ajustamentos com o ambiente, de integracao da experiencia presente, de nossas invitacoes e nossos mecanismos de defesa.

Nem compreender, nem aprender ,mas experimentar, a fim de alargar o maximo nosso campo de experiencia vivida e nossa liberdade de escolha e assim tentar escapar do determinismo alienante do passado e do meio. A fim de encontrar uma praia de liberdade e responsabilidade. ‘O

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importante nao e o se fez de mim, mas o que eu mesmo faco do que se fez de mim” ( Sartre, 1966).

Num primeiro tempo, a Gestalt nos incita principalmente a nos conhecer melhor e nos aceitar como somos. Ser o que sou em vez de querer tornar-me o que nao sou e a “teoria paradoxal da mudanca” (Beisser, 1970).

O essencial nao esta nas tecnicas, mas no espirito geral do qual ela procede e que as justifica. Seu papel e, em suma, permitir e favorecer, mais do que compreender ou mandar fazer.

A Gestalt nao reivindica o estatuto de ciencia, mas honra-se de continuar sendo uma arte – acompanhando o impulso de pesquisa contemporaneo que atravessa a fisica, a biologia e a filosofia, todas a busca da unidade da materia e da energia, isto e, do corpo e do espirito.

ATIVIDADES DESENVOLVIDADES

O grupo trabalhado era de adolescentes da 3 serie do ensino medio do periodo matutino de um colegio estadual. A maioria residia em regioes perifericas.. Com distribuicao equilibrada de ambos os sexos. Alguns ja inseridos no mercado de trabalho, reflexo das limitacoes financeiras da maioria.

A intervencao inicial constituiu em trabalhar com dinamicas, videos e teatros, a fim de se ampliar as percepcoes de auto-conhecimento , vivencias pessoais e interacoes com o grupo. Propiciando assim, reflexoes e redirecionamentos no desenvolvimento da especificidade individual, contribuindo na renovacao de valores.

Nas dinamicas foram trabalhadas as seguintes tematicas= identidade (auto-conhecimento e auto-estima), integracao (dimensoes sensoriais, emotivas, sociais e intelectuais), comunicacao (verbal e nao-verbal, valores e midia) e grupo ( papeis individuais e coletivos).

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O fortalecimento da auto-estima e o ponto essencial da abordagem da tematica – identidade. Pois fundamenta as escolhas individuais, influenciando os adolescentes nas questoes preventivas.Tambem permeiam t odo desenvolviimento pessoal e social, questoes de identidade cultural e etica.

A tematica integracao visa o estabelecimento de regras basicas de relacionamento e convivencia, para que um clima de respeito mutuo se instale. Conceito fundamental em todos osprocessos .

A comunicacao possibilita trocas interpessoais atraves das quais os padroes e normas de convivencia sao incorporados, permitindo a escuta e a expressao dos pensamentos e emocoes.

As questoes discutidas no decorrer das atividades visaram uma reflexao acerca do autoconhecimento e das formas de vivenciar as emocoes, redefinindo conceitos que orientavam a evoluçao de cada individuo do grupo.

O fortalecimento da auto-estima e autoconhecimento sao bastante trabalhados nas atividades em grupo, buscando novas formas de relacionamentos com o grupo e consigo mesmo.

As metodologias utilizadas no decorrer das dinamicas,estimulavam a participaçao, permitindo a vivencia das atividades, valorizando as experiencias, emocoes e sentimentos de cada um. Construindo um novo saber coletivo na promocao de mudancas.

As reflexoes sobre as emocoes continuaram atraves da analise do video (nome do video) que traz um confrontamento entre o amor do ponto de vista religioso com o amor romantico e utopico propagado pela midia.

ALGUMAS TECNICAS DA GESTALT-TERAPIA

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Apesar de ocupar uma posicao diferenciada no grupo, no que lhe diz respeito, o educador participa atentamente e por consequencia, tambem se transforma.

Buscar projetar na cena exterior do que estava em jogo na cena interior, com a observacao atenta do educador, incluindo as reacoes emocionais subjacentes. No desempenho sucessivo de diferentes papeis e situacoes, como na representacao de si mesmo e de outros, explorar, reconhecer e integrar melhor as polaridades das relacoes.

Muito presentes tambem nas atividades artisticas teatrais, o dar vasao a emocoes intensas e contraditorias, representando a si mesmo ou a outros, de certa forma esclarecem e somam na nossa compreensao. Ha a tendencia de assim melhorar o equilibrio dessas emocoes e do complexo sistema humano.

A descarga emocional permite liberar emocoes reprimidas e doentias, transformando percepcoes internas, uma reelaboracao da percepcao individual e de sua propria representacao mental.

Incentivar uma consciencia crescente das sensacoes fisicas, emocionais,imaginarias, racionais ou compotamentais., favorecem a tomada de consciencia global .

Evitar falar de alguem (presente ou ausente), de preferencia dirigir se a pessoa diretamente. A relacao direta “face a face” cria maior envolvimento e compromisso com esclarecimentos.

LIMITES PRE- ESTABELECIDOS

Respeitar limites, desde que coerentes, sao atos de amadurecimento e evolucao. Se forem claros, objetivos, justos, se estabelecidaos de modo firme e amoroso, se elaborados com a participacao do grupo com distribuicao de responsabilidades, enfim, se os limites forem

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respeitados, perceber-se-a um contorno par a boa convivencia.

- Todos devem se expressar sem constrangimentos, ninguem tem o direito de ridicularizar ou oprimir.

- Todas as opinioes merecem respeito – sem imposicoes.

- Sentimentos e acoes de colegas do grupo nao precisam ser revelados.

- Ouvir o outro atentamente.

- Nao falar de alguem, mas de fatos e opinioes impessoais.

- A nao participacao de alguem da equipe e vista como descaso ou rejeicao e o grupo tem a sua auto-estima abalada.

- Evitar preconceitos. e discriminacoes.

Embora os limites citados se estendam tambem ao educador, este tambem deve valorizar o potencial de cada individuo, favorecer a troca de experiencias, evitar resultados avaliativos que geram comparacoes, competividade e recompensas. Ter em vista sempre a evolucao pessoal, nos seus varios niveis, que e refletida como consequencia no grupo.

As dinamicas aplicadas explicitam bem os passos a serem seguidos.

No desenvolvimento tambem ha atividades envolvendo videos e expressoes artisticas (teatros e dancas). Todos direcionados de acordo com o planejamento citado.

O tempo sugerido para um projeto de desenvolvimento pessoal e social, deve ria se estender por anos, com frequencias semanais ou quinzenais. O periodo de duracao de cada dinamica e atividades com videos, sao de 30 minutos a duas horas, em media. As atividades teatrais requerem um tempo especial. Porem o tempo disponivel

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pode limitar bastante o andamento dos trabalhos. A adequacao deve ser contornada dentro das possibilidades.

Lembrando que as metodologias e tecnicas.apresentadas se estendem alem das atividades propostas, se bem incorporadas pelo educador, passarao a permear as demais atividades regulares ou elaboradas com a comunidade escolar.

7. AVALIACAO

Ao educador cabe um acompanhamento continuo e sistematico, sustentado por objetivos basicos, reavalindo e aprimorando sempre que necessario. Observando comportamentos, registrando presencas, interesses, participacao individual e em grupos.

Alguns instrumentos sugeridos no trabalho com os alunos = entrevistas, observacoes e comentarios escritos, producao de ideias em grupos e expressoes artisticas. Outros modos de avaliacao, entretanto podem surgir, desde que estejam de acordo com a metodologia deste trabalho.

Quando se trata de avaliar comportamentos e mudancas, a curto prazo os resultados geralmente nao sao muito perceptiveis. Questoes complexas e sem respostas exatas estao em jogo. Nao sao caracteristicos os aspectos imediatistas e mensuraveis.

OBSERVACOES SOBRE O GRUPO

Nao e atribuicao do educador uma analise psicologica profunda dos alunos numa sala de aula, muito menos analises individualizadas. As observacoes sobre os alunos requerem certo nivel de conhecimentos, sensibilidade e envolvimento, mas num nivel adequado a funcao de um educador.

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A maioria dos adolescentes oferece certa resistencia e desconfianca em atividades que lhes exijam maior exposicao. Alguns simplesmente se negam a participar de certas atividades. Conquistar a confianca dos alunos e explicitar encaminhamentos e objetivos e fundamental, mas alterar comportamentos enraigados, e um processo que requer certo tempo. O medo do ridiculo e uma inseguranca comum que dificulta a evolucao do desenvolvimento. Ha uma necessidade de aceitacao perante o grupo, mesmo quando ja existe um convivio previo. Inicialmente alguns colegas de sala realmente nao colaboram muito para que seus companheiros se sintam mais seguros. Nota-se que ha carencia de oportunidades e estimulos para o desenvolvimento do expressar-se. Entretando, ha uma diversidade de comportamentos em uma sala heterogenea.,o que nao deixa de enriquecer o trabalho entre as relacoes humanas.

Ha uma dificuldade de reconhecer as proprias insegurancas, se colocando no lugar do outro. Muitas vezes partem para o ataque, tentando fugir do problema. Muitas questoes serias como preconceitos e valores, nao sao devidamente reconhecidos quando se tornam alvo de brincadeiras. Valores, preconceitos e discriminacoes sofrem bastante influencia do meio familiar e do contexto social, todavia, estao ainda em consolidaçao no adolescente em formacao.

Ha certa desvinculaçao de conceitos e valores com a vida diaria. Muito do que se atende como atitude de normalidade pode ser entendido como acoes de desrespeito e de carencias provindas de um historico de convivencias. Lamentavelmente as relaçoes de competividade egocentricas parecem mais estimadas do que os reais ideais de socializaçao. Estimular o envolvimento sem esses interesses evidentes, e mais do desafiante, a curto periodo de tempo e muitas vezes desanimador.

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Embora todos os alunos almejassem alcançar um futuro de realizaçoes, muitas vezes nos.parece incoerente a descrença ou falta de impulso realista para que suas açoes fossem capazes de interferir no cursos dos acontecimentos.

Nota-se em geral, uma visao fantasiosa das projecoes futuras. Ha uma distancia entre o mundo real com suas condicoes limitantes perante o modelo social divulgado como ” ideal”. E lamentavel que a midia interfira tanto nesses modelos, sem que haja um salutar senso critico. Os comportamentos da “moda” e seus ideais sao comumente motivos de comparacoes e frustracoes. Uma crise de identidade se instala aos poucos, desmerecendo os seus referenciais ligitimos.

Alguns sinais que indicam auto-estima baixa, foram notados em intensidads diferentes, em parte dos alunos= inconformidade com certas caracteristicas fisicas e comportamentais, desanimo constante, sorrir raramente, preferir ficar sozinho ou ter dificuldade de relacionar-se, negativismo, desvalorizacao, evitar fitar os olhos quando fala com os outros e medo de incomodar ou errar.

Entretando, os alunos tiveram reacoes dentro da normalidade segundo a media dos adolescentes. Pode se dizer que nao houve casos extremos relacionados a autoestima e o processo rendeu bons momentos e experiencias.

Houve uma sensivel mudanca de postura dos alunos, chegando ate mesmo a surpreender com suas potencialidades pessoais e diversas, perante os novos metodos aplicados, com maior interesse do que nas praticas tradicionais. Muito se argumentou , se questionou e ........ apesar das limitacoes do tempo e de respostas conclusivas, o percurso de uma “viagem”, se devidamente desfrutado, pode render significancias surpreendentes.

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O clima de novidade, de novas estrategias que denotam preocupaçao com com o bem-estar dos alunos, em si ja despertam .a motivaçao. Elogios personalizados sao facilitados quando ha melhor conhecimento de cada aluno e valorizar seu potencial, alem de estimular sua positividade, deveria se tornar uma pratica mais constante do educador.

As expressoes artisticas se notam mais afloradas naturalmente em certos alunos. A musicalidade e muito presente nos adolescentes em geral. Musicas” de fundo” sao muito bem vindas. O ritmo como manifestaçao das emoçoes internas, explicita a expontaneidades peculiares. A expressao corporal se mostra bem desenvolvida em boa parte das alunas, porem, nao muito desenvolvidas na maior parte dos alunos

A dificuldade no estabelecimento de unidade no grupo de trabalho, e melhorada em atividades divertidas como em videos bem-humorados, danças e teatros. Um escape imediatista que permite ao grupo se refazer de um cotidiano .....sofrido. Comemorar a vida em vez de reforçar conceitos negativistas, e um modo indireto de reconhecimento de valores diversos, principalmente os voltados ao positivismo almejado. Imagens refletidas revelam-se e remoldam-se. Ser sendo e convivendo.

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