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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ AMIR GONÇALVES DOS SANTOS O Fundo de Pensão e o Impacto da Comunicação no Conhecimento do Plano Previdenciário Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

AMIR GONÇALVES DOS SANTOS

O Fundo de Pensão e o Impacto da Comunicação no Conhecimento do Plano Previdenciário

Rio de Janeiro 2010

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AMIR GONÇALVES DOS SANTOS

O Fundo de Pensão e o Impacto da Comunicação no Conhecimento

do Plano Previdenciário

Dissertação apresentada à Universidade Estácio de Sá como requisito parcial para obtenção do grau de mestre em Administração e Desenvolvimento Empresarial

MADE: Mestrado em Administração e Desenvolvimento Empresarial

Orientador: Prof. Dr. Jorge Augusto de Sá Brito e Freitas

Rio de Janeiro

2010

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S237

Santos, Amir Gonçalves dos O fundo de pensão e o impacto da comunicação no conhecimento do Plano

Previdenciário. / Amir Gonçlaves dos Santos. - Rio de Janeiro, 2010.

125 f.

Dissertação (Mestrado em Administração e Desenvolvimento Empresarial) –

Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, 2010.

Bibliografia: p. -

1. Comunicação. 2. Conhecimento. 3. Previdência Social. I. Título.

CDD: 658.8

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Dedico este trabalho aos meus pais, pelo

incansável cuidado com a educação dos filhos, a

meus irmãos, pelo apoio incondicional, à minha

esposa, pelo apoio e paciência indispensáveis e

aos meus filhos, pela compreensão e carinho.

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AGRADECIMENTOS

A DEUS, meu criador e mantenedor, sentido maior da minha existência.

A minha querida esposa Maria e a meus filhos Aline, André e Artur, que sempre me

apoiaram e torceram pelo sucesso deste trabalho.

Ao meu orientador, prof. Freitas, pela dedicação, pelas grandes contribuições críticas,

sempre buscando garantir que o trabalho refletisse o melhor do orientando.

Aos meus professores do MADE, pelo interesse e atenção dispensados a todos os

mestrandos e pelos conhecimentos compartilhados.

A Previ, pela oportunidade e pelo incentivo à realização deste trabalho, pelas aberturas

e apoio à pesquisa.

Aos meus colegas de trabalho, pelo apoio, por participarem dos debates e por

contribuírem de forma efetiva para que o resultado fosse o melhor possível.

Aos participantes do Previ Futuro que responderam ao questionário proposto e àqueles

que participaram das entrevistas coletivas, pelo externado interesse de participar e por

transmitirem muita motivação ao pesquisador.

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RESUMO

A disseminação do tema Educação Previdenciária tem sido objeto de grande esforço

das entidades fechadas de previdência complementar e das instituições financeiras que

atuam com previdência complementar aberta. A comunicação dessas instituições com

seus públicos é determinante para o alcance dos objetivos. Esta dissertação objetiva

identificar o impacto da comunicação no desenvolvimento da educação previdenciária

junto aos participantes da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil –

Previ. O estudo foca a percepção dos participantes do plano Previ Futuro, o mais novo

dos dois grandes planos administrados pela Previ. A metodologia utilizada foi a

abordagem quanti-qualitativa, com ênfase qualitativa, através de estudo de caso. A

coleta de dados foi realizada em duas fases: a primeira, por meio de aplicação de um

questionário com perguntas objetivas, respondido por 267 participantes; a segunda fase

foi através de entrevistas coletivas com três grupos focais totalizando 18 participantes.

Na análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo. A pesquisa revelou

categorias que apontam um distanciamento dos participantes dos assuntos

previdenciários ou ligados à gestão da entidade. Os participantes depositam confiança

na administradora do plano, mas apontam não terem sido alcançados pelos esforços de

comunicação da instituição. A conclusão ressalta a necessidade da reestruturação da

comunicação com mudanças na linguagem e na forma de se comunicar com os novos

participantes, despertando interesse por maior conhecimento sobre as regras dos

planos e do estatuto da entidade; produzindo decisões mais conscientes na fase de

contribuição ou acumulação; e maior participação na gestão da entidade.

Palavras-chave: comunicação, conhecimento, previdência complementar.

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Abstract

The dissemination of education on social security themes has been the subject of great

emphasis of the closed pension funds and financial institutions that work with

supplementary pension. The communication of these institutions with their audiences is

crucial to the achievement of their goals. This thesis aims at identifying the impact of

communication in the development of Social Security Education issues with the

participants of Banco do Brasil employees’ pension fund. The study focuses on of the

Previ Futuro plan’s participant perceptions, the younger of the two major plans

administered by Previ. The methodology used was the mixed methods approach, with

emphasis on a qualitative view, through a case-study. The data collection was

conducted in two phases: first, through a questionnaire with objective questions

answered by 267 participants; the second phase through group interviews with three

focus groups, totaling 18 participants. For data treatment and analysis, content analysis

was used. The survey revealed categories that indicate remoteness from the

participants of the issues related to social security or management of the organization.

The participants trust the administration of the plan, but they showed they had not been

achieved by institutional communication efforts. The conclusion emphasizes the need

for restructuring institution-participants communication, changing language and way of

communicating with new participants, attracting interest for deeper knowledge about the

rules of the plans and the current issues of the organization, fostering more informed

decisions in the process of contribution or accumulation and greater participation in the

management of the organization.

Keywords: communication, knowledge, pension funds.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇAO .................................................................................. 15 1.1 APRESENTAÇAO INICIAL ...................................................................... 15 1.2 QUESTÃO PROBLEMA ........................................................................... 19 1.3 OBJETIVOS ............................................................................................. 19 1.3.1 Objetivo Principal .................................................................................... 19 1.3.2 Objetivos Intermediários ........................................................................... 20 1.4 RELEVÂNCIA ........................................................................................... 20 1.4.1 Relevância para a Previ e as Entidades Fechadas de Previdência

Complementar ...........................................................................................20 1.4.2 Relevância para o Banco do Brasil ...........................................................21 1.4.3 Relevância para o Participante em Atividade .......................................... 21 1.4.4 Relevância para o Participante Aposentado ou Assistido ........................22 1.4.5 Relevância para a Academia ................................................................... 22 1.5 DELIMITAÇÃO ......................................................................................... 22 1.5.1 Delimitação Geográfica ............................................................................ 22 1.5.2 Delimitação Temporal .............................................................................. 22 1.5.3 Delimitação Teórica ..................................................................................23 1.6 Definição dos Termos .............................................................................. 23 2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................... 26 2.1 BREVE HISTÓRICO DA PREVIDÊNCIA NO BRASIL ............................. 26 2.1.1 Surgimento da Previdência Social no Brasil ............................................ 26

2.1.2 Surgimento da Previdência Complementar no Brasil .............................. 27

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2.2 COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO ......................................................... 28 2.3 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ..................................................... 33 2.4 COMUNICAÇÃO E CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL ................... 49 3 METODOLOGIA ...................................................................................... 57 3.1 ABORDAGEM PELO MÉTODO MISTO .................................................. 57 3.2 QUANTO AOS FINS E QUANTOS AOS MEIOS ..................................... 58 3.3 ESTRATÉGIA ESCOLHIDA ..................................................................... 58 3.4 UNIDADE DE ANÁLISE ........................................................................... 59 3.5 SELEÇÃO DOS SUJEITOS ..................................................................... 60 3.6 COLETA DE DADOS ............................................................................... 60 3.7 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS ................................................. 62

3.8 LIMITAÇÕES ........................................................................................... 63 4 RESULTADOS E ANÁLISES .................................................................. 65 4.1 CONHECENDO A UNIDADE DE ANÁLISE..............................................65 4.1.1 Sobre a Previ ............................................................................................ 65 4.1.2 Sobre o Banco do Brasil .......................................................................... 67 4.2 PERFIL DOS RESPONDENTES DO QUESTIONÁRIO .......................... 68 4.2.1 Gênero ..................................................................................................... 69 4.2.2 Cargo ....................................................................................................... 70 4.2.3 Tempo de Plano ...................................................................................... 70 4.3 PERFIL DOS PARTICIPANTES DAS ENTREVISTAS COLETIVAS ....... 71 4.3.1 Gênero ..................................................................................................... 71 4.3.2 Cargo ....................................................................................................... 71

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4.3.3 Tempo de Plano ....................................................................................... 72 4.4 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS .......................................................... 72 4.4.1 Conhecimento sobre previdência e sobre o plano ................................... 74 4.4.2 Simulando a aposentadoria ..................................................................... 75 4.4.3 Comparando os planos oferecidos pelo patrocinador ............................. 76 4.4.4 Participando da escolha dos dirigentes ................................................... 77 4.4.5 A comunicação institucional da Previ ....................................................... 77 4.4.6 Em contato com a Previ ........................................................................... 78 4.5 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS COLETIVAS ........................................... 79 4.5.1 Categoria 1 A Previdência Complementar na perspectiva do participante ........................................................................................................................................ 79 4.5.2 Categoria 2 Preparação para a aposentadoria ...................................... 80 4.5.3 Categoria 3 A imagem da Previ junto aos participantes ......................... 82 4.5.4 Categoria 4 Conhecimento quanto ao plano de previdência .................. 83 4.5.5 Categoria 5 A comunicação da Previ com os participantes .................... 86 4.5.6 Categoria 6 A escolha dos dirigentes da entidade .................................. 89 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................ 92 5.1 CONCLUSÕES ........................................................................................ 92 5.2 RECOMENDAÇÕES ................................................................................ 97 REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 98 APÊNDICES .................................................................................................................103

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Canais de comunicação e problemas comuns ....................................... 45

Quadro 2 O novo mundo do trabalho na globalização 3.0 ...................................... 47

Quadro 3 Diferença entre dados, informação e conhecimento ................................ 51

Quadro 4 Questões sobre conhecimento a respeito do plano ................................. 74

Quadro 5 Questões sobre planejamento da aposentadoria .................................... 75 Quadro 6 Comparando os planos ............................................................................ 76 Quadro 7 Questão sobre escolhas de representantes ............................................ 77 Quadro 8 Questões sobre a comunicação da entidade ........................................... 77 Quadro 9 Em contato com a entidade ..................................................................... 78

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Plano de Benefícios 1 ............................................................................. 66

Tabela 2 Plano Previ Futuro .................................................................................. 66

Tabela 3 Amostra utilizada na pesquisa quantitativa ............................................. 69

Tabela 4 Respondentes, conforme gênero ............................................................ 69

Tabela 5 Cargo dos respondentes ......................................................................... 70

Tabela 6 Tempo de Plano ....................................................................................... 70

Tabela 7 Gênero dos entrevistados no grupo focal ................................................ 71 Tabela 8 Cargo dos entrevistados no grupo focal .................................................. 71

Tabela 9 Tempo de plano dos entrevistados no grupo focal .................................. 72

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Composto da comunicação ..................................................................... 41

Figura 2 Espiral do conhecimento ......................................................................... 52

Figura 3 Convergência e não convergência de várias fontes de evidências ......... 61

Figura 4 Organograma da Previ ............................................................................ 67

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1 INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO INICIAL

Para as teorias de gestão modernas um ponto fundamental em qualquer

organização é sua articulação com todos os seus públicos. Esses públicos podem ter

diferentes interesses e se relacionam de diferentes formas. Em um ambiente

organizacional, é comum relações de interdependência entre os diversos componentes

ambientais e a organização. Tais relações são marcadas por influências recíprocas e

são consideradas para as decisões estratégicas da organização. Assim um estudo

sobre uma organização deve considerar que a mesma pertence a um sistema aberto

com múltiplas relações de influências.

O processo de comunicação, seja formal ou informal, é fundamental para o

desenvolvimento da inter-relação da organização com os stakeholders e o alcance dos

objetivos comuns. Vivemos, hoje, um ritmo acelerado de transformações e evoluções

num contexto cada vez mais complexo, o que faz com que as organizações busquem

novos modelos ou lógicas de gestão. Tal complexidade exige uma profunda reflexão

sobre os processos comunicacionais na gestão estratégica de qualquer organização.

O estudo proposto tem como foco a identificação da influência da comunicação

da entidade administradora do plano Previ Futuro no desenvolvimento do conhecimento

previdenciário e sobre o plano de previdência, por parte dos participantes do Previ

Futuro, plano de previdência complementar patrocinado pelo Banco do Brasil e

administrado pela Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil - Previ. O

tema educação previdenciária tem sido objeto de grande destaque e profundas

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discussões tanto entre as entidades de previdência complementar, como no Governo

Federal, que tem se esforçado para popularizar essa forma de poupança e seguro de

renda voltada para garantir uma situação financeira razoável no período pós-laboral.

Nos últimos anos a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico –

OCDE, precursora em incentivar a educação financeira, tem se dedicado a fomentar a

educação previdenciária entre os seus países membros e não membros, e

recentemente lançou um projeto para incentivar a cultura previdenciária no mundo,

enfatizando ainda mais sua importância no cenário atual.

O fundo de pensão oferece um relacionamento que se propõe durar pelo

restante da vida do participante titular e ainda perdurar enquanto existir beneficiário.

Pelo longuíssimo prazo contratual, é grande o grau de incerteza, bem como sua

dependência de engenharias financeiras e atuariais e de regras e regulamentos

relativamente complexos. Isso se reveste de grande importância e, ao mesmo tempo,

se torna fator de desestímulo para o participante, que normalmente adere a um fundo

de pensão ou a uma entidade de previdência aberta, ainda muito jovem, quando não

está ainda preocupado realmente com sua aposentadoria. Faz-se, portanto, imperioso

reconhecer que o fortalecimento das relações entre a entidade de previdência e seus

participantes, é fundamental para se consolidar um modelo participativo de gestão que

tenha significado para as partes envolvidas e que garanta a sustentabilidade dos

planos. Estabelecer formas, metodologias ou sistemas que permitam criar e manter

cultura previdenciária junto aos participantes torna-se, assim, um grande desafio para

qualquer entidade fechada de previdência complementar.

Outro ponto que se deve salientar é a peculiaridade das condições de

funcionamento de uma Entidade de Previdência Complementar - EFPC, que exige

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conhecimentos especializados sobre o mercado financeiro, de atuária e ainda é

fortemente impactado pela rígida regulação e fiscalização imposta pelo estado através

de vários órgãos dentre os quais se destacam: a Secretaria da Previdência

Complementar – SPC, o Conselho de Gestão da Previdência Complementar – CGPC,

Ministério da Previdência Social – MPAS, além de várias entidades representativas

como: Associação das Entidades de Previdência Complementar Fechada – ABRAPP e

Associação Nacional dos Participantes em Fundo de Pensão – ANAPAR e outras.

Entre o fundo de pensão e seus participantes - ativos, assistidos e beneficiários -

normalmente predomina um comprometimento com a questão da confiança. Todo

participante, ao aderir a um plano de previdência complementar, acredita que o fundo

de pensão vai administrar corretamente seus recursos e que, no futuro, ele receberá

seus benefícios. Na Previ, a gestão do plano é compartilhada entre o patrocinador, que

indica metade dos dirigentes e os participantes que indicam a outra metade.

É de fundamental importância, portanto, a correta compreensão ou

aprendizagem financeira e previdenciária dos participantes de Entidades Fechadas de

Previdência Complementar (EFPC), no tocante aos conhecimentos básicos necessários

para o entendimento dos benefícios e custos oferecidos pelos fundos de pensão e à

necessidade de participação dos associados na gestão dos fundos e nas decisões da

entidade.

Nos últimos anos houve aumento considerável no número de empresas que

oferecem planos de previdência aos seus funcionários. Do mesmo modo, a cada dia

cresce a participação das EFPC na economia do País. Segundo o Relatório de

Atividades 2008, da Secretaria de Previdência Complementar (SPC), existiam, no

Brasil, 372 entidades fechadas de previdência complementar, que atendem 2.491

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patrocinadores, entre públicos e privados, abrangendo um total de 2,4 milhões de

pessoas, entre participantes ativos, assistidos e pensionistas e administram R$ 442

bilhões de ativos totais, distribuídos em três modalidades de planos: Contribuição

Variável, ou Misto (CV); Contribuição Definida (CD); e Benefício Definido (BD). Esses

números, quando contrastados com o total de trabalhadores com carteira assinada (30

milhões), mostram o potencial do sistema frente à realidade do nosso país.

Nesse cenário, a PREVI, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil,

um dos mais importantes atores nesse segmento, tem se projetado, não somente pelo

expressivo número de participantes e patrimônio, como pelo seu modelo de governança

que busca ampliar a democracia e a transparência da gestão dos seus planos.

As Diretrizes e Objetivos Estratégicos da PREVI do quinquênio 2004/2008

buscam valorizar e intensificar o relacionamento com os participantes, facilitando o

acesso e a participação, visando criar uma cultura previdenciária e incentivando um

maior envolvimento com a entidade. Internamente, isso se expressa pela criação do

Comitê de Relacionamento com o Participante, do Comitê de Responsabilidade

Socioambiental (RSA), pela ampliação dos canais de atendimento, pela melhoria

significativa na comunicação com os participantes, através do site e de periódicos, entre

outras ações.

Desde sua criação, o Plano de Benefício 1 tem sofrido várias alterações, sem

falar no Estatuto e outros regulamentos, que tiveram sensíveis mudanças. No final de

1997, com a criação do Plano Previ Futuro, surge um novo grupo de associados com

uma demanda diferente de informações, contribuindo para uma diluição ainda maior do

conhecimento previdenciário, seja pela complexidade do tema seja pelas mudanças

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introduzidas, além do fato de a legislação que rege o sistema de previdência

complementar vir sofrendo profundas renovações na última década.

A Previ foi a pioneira no Brasil, tendo sido criada em 1904, e é hoje a maior

Entidade Fechada de Previdência Complementar da América do Sul, administrando

dois planos de previdência com características distintas, embora voltados para um

mesmo público. Este estudo pretende identificar percepções do plano Previ-Futuro que,

até abril de 2009, já contava com mais de 55.000 participantes.

1.1 QUESTÃO-PROBLEMA

Vivemos na era do conhecimento e experimentamos uma evolução

extraordinária nos meios de comunicação. Assim, cada organização procura

desenvolver um modelo de comunicação com seu público de interesse visando uma

maior aproximação para alcançar seus objetivos estratégicos. O Fundo de Pensão, por

ser uma Entidade Fechada de Previdência Complementar (EFPC) e não ter fins

lucrativos, tem uma característica peculiar que exige uma estratégia de comunicação

própria, o que torna o desafio ainda maior para essas instituições. Neste contexto, este

estudo propõe a seguinte questão:

Como a comunicação na Previ influencia o desenvolvimento do

conhecimento previdenciário junto aos participantes do Previ Futuro?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Principal

O objetivo deste estudo de caso é descrever como a comunicação na Previ

influencia o desenvolvimento conhecimento previdenciário junto aos participantes do

Previ Futuro.

1.3.2 Objetivos Intermediários

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� Avaliar o conhecimento dos participantes sobre as estratégias adotadas

pelo fundo de pensão para disseminação de conhecimentos

previdenciários e sobre as regras específicas do plano a que estão

associados.

� Avaliar os diversos aspectos do processo de comunicação da Previ com

os associados do Previ Futuro.

� Analisar as possíveis barreiras existentes entre a Previ e os participantes

do plano Previ Futuro, que dificultam a comunicação entre as partes.

1.4 RELEVÂNCIA

O tema previdência social pública e privada tem merecido destaque em todas as

esferas de governo em quase todos os países do mundo. Os economistas têm se

debruçado sobre o assunto e o colocado como uma questão crucial para a estabilidade

econômica. Os administradores percebem cada vez mais a importância do tema na

gestão de pessoas.

1.4.1 Relevância para a Previ e para as Entidades Fechadas de Previdência

Complementar

É grande o número de participantes em fundos de pensão que, pelo

desconhecimento do tema, tomam decisões inadequadas e sofrem prejuízos

irreversíveis. Na Gerência de Atendimento ao Associado da Previ (GERAT), a partir do

grande número de consultas recebidas, seja por telefone ou por e-mail, verifica-se um

desnivelamento (alguns sabem muito e muitos sabem pouco) no grau de compreensão

dos assuntos previdenciários e produtos oferecidos pela entidade; tal situação também

é percebida nos encontros realizados com os participantes. Esse baixo ou parcial

conhecimento tem onerado a Previ, que se vê obrigada a criar rotinas, ampliar serviços

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de atendimento e prestação de esclarecimentos numa demanda crescente. O mesmo

custo se verifica quanto à atração e fidelização de novos participantes e nos

lançamentos de produtos. A identificação e a reversão do quadro poderão trazer

ganhos para a Previ e para os participantes além de fortalecer o relacionamento com os

participantes e alcançar seus objetivos estratégicos. Nos encontros entre fundos de

pensão do Brasil e do exterior é muito fácil perceber que a situação se repete em todas

as entidades de previdência.

A Previ tem se esforçado para se comunicar com os participantes do plano CV e

principalmente com os funcionários do Banco do Brasil que ainda não se associaram ao

fundo de pensão. Este estudo busca identificar dificuldades ou barreiras nesse

processo de comunicação, examinando as percepções dos funcionários em relação à

entidade. As entidades poderão encontrar subsídios para apoiar decisões em futuras

alterações de regulamentos, na política de comunicação ou mesmo na concepção de

novos planos.

1.4.2 Relevância para o Banco do Brasil

O Banco do Brasil, na condição de patrocinador do plano CV para os seus

funcionários, dentre todas as políticas relacionadas à gestão de pessoas, credita

importância ao plano de previdência. Portanto, é grande o interesse do Banco do Brasil,

não somente por procurar adesão plena ao plano de previdência, quanto por fomentar o

conhecimento e participação de todos junto à Previ.

1.4.3 Relevância para o Participante em Atividade

Por se tratar de um plano de previdência relativamente novo (10 anos) e com

previsão de início de pagamento de complemento para daqui a 20 anos, é importante

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que os participantes conheçam muito bem o plano e a entidade para tomarem decisões

de forma consciente e tempestiva, que impactarão sensivelmente sua vida pós-laboral.

1.4.4 Relevância para o Participante Aposentado ou Assistido

Embora o plano ainda esteja na sua fase inicial, já existem participantes que se

aposentaram por invalidez e estão na condição de assistidos. Tanto para esses quanto

para aqueles que no futuro serão aposentados este estudo pretende contribuir com a

ampliação da visão dos participantes quanto aos seus benefícios regulamentares.

1.4.5 Relevância para a Academia

O estudo possui aplicações na área de comunicação organizacional, marketing

de relacionamento e outras áreas afins, promovendo a interface e o desenvolvimento

do conhecimento sobre as relações entre as organizações previdenciárias,

principalmente as instituições de previdência fechada e seus participantes.

1.5 DELIMITAÇÃO

O tema objeto do estudo é bastante vasto e vem se ampliando cada vez mais

pela velocidade de transformação da sociedade, principalmente em função do aumento

significativo da expectativa de vida, porém o estudo proposto se limita a um recorte bem

delimitado do fenômeno, tanto nos aspectos teóricos quanto nas pesquisas de campo.

1.5.1 Delimitação Geográfica

Embora o Banco do Brasil esteja presente em todos os estados do País e em

mais de quatro mil municípios, o estudo foi realizado em quatro regiões: Sul, Sudeste,

Nordeste e Centro Oeste do Brasil.

1.5.2 Delimitação temporal

O estudo contemplou, em seu escopo, o período desde a criação do plano Previ

Futuro, em 24/12/1997, até o mês de outubro de 2009. A pesquisa buscou identificar as

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percepções dos participantes a partir das visões que os mesmos tinham no início da

oferta do plano até como o veem hoje.

1.5.3 Delimitação Teórica

Para efeito deste estudo, foram utilizados trabalhos acadêmicos que versam

sobre comunicação, aprendizagem organizacional e marketing que tenham

aplicabilidade a entidades sem fins lucrativos.

Segundo Cooper e Schindler (2003), fato e teoria precisam um do outro para ter

valor, pois nossa capacidade de tomar decisões racionais, bem como de desenvolver

conhecimento científico, é avaliada pelo grau em que combinamos fato e teoria.

Este estudo não abordou aspectos mercadológicos do relacionamento das

organizações com seus clientes ou consumidores nem tampouco qualquer abordagem

teórica voltada para relacionamentos transacionais ou financeiros que visem

rentabilidade, produtividade ou lucro.

1.6 DEFINIÇÃO DOS TERMOS

ABRAPP - Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada

ANAPAR – Associação Nacional dos Participantes em Fundo de Pensão.

Assistido - pessoa física em gozo de benefício sob a forma de renda.

Benefício Definido - BD - Plano em que o valor do benefício é pré-estabelecido

quando o participante ingressa no fundo. Não guarda, necessariamente, nenhuma

relação com as reservas feitas pelo participante. Sua contribuição mensal é

determinada atuarialmente, de forma a assegurar sua concessão e manutenção.

Beneficiário – pessoa(s) física(s) indicada(s) livremente pelo participante para receber

os valores de benefício ou resgate, na hipótese de seu falecimento;

CGPC – Conselho Gestor da Previdência Complementar

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CNPC – Conselho Nacional de Previdência Complementar

Contribuição Definida – CD - Modalidade de plano de previdência complementar que

é um programa de acumulação de capital, onde a contribuição é definida em percentual

do salário e o benefício será diretamente proporcional ao que foi acumulado e

capitalizado.

Contribuição Variável – CV - planos em que o valor e o prazo de pagamento das

contribuições podem ser definidos previamente e o valor do benefício, pagável de uma

única vez ou sob a forma de renda, por ocasião da sobrevivência do participante ao

período de diferimento; é calculado com base no saldo acumulado da respectiva

provisão matemática de benefícios a conceder e no fator de cálculo.

Cota – Valor de uma unidade da conta de aposentadoria. Ao fazer uma contribuição

para o plano, o participante adquire um determinado número de cotas. O saldo da

reserva é dado pelo número de cotas vezes o valor da cota.

EFPC – Entidade Fechada de Previdência Complementar – Instituição autorizada a

instituir e administrar plano de previdência exclusivamente para funcionários de uma

determinada empresa.

FAPI - Fundo de Aposentadoria Programada Individual - Fundo regulamentado pela

Lei nº 9477, de 24 de julho de 1997. O FAPI tem como objetivo a acumulação de

recursos e, após um período estabelecido por lei, os contribuintes poderão transformar

o saldo acumulado em um plano efetivo de aposentadoria.

OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - é uma

organização internacional e intergovernamental que agrupa os países mais

industrializados da economia do mercado. Tem sua sede em Paris, França. Na OCDE,

os representantes dos países membros se reúnem para trocar informações e definir

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políticas com o objetivo de maximizar o crescimento econômico e o desenvolvimento

dos países membros.

MPS – Ministério da Previdência Social

Participante - Empregado que adere ao plano de previdência e contribui com parte de

seu salário para a formação da poupança previdenciária.

Patrocinador - Empregador que oferece ao empregado plano de previdência

complementar e contribui com a parte patronal, em geral igual à dos participantes.

PGBL - Plano Gerador de Benefícios Livre. Modalidade de plano de previdência

complementar do tipo contribuição definida. As contribuições realizadas nesta

modalidade permitem a dedução da base de cálculo do Imposto de Renda, até o limite

de 12% da renda bruta anual. No caso de resgate do recurso ou pagamento de

benefício, o Imposto de Renda incidirá sobre todo o valor resgatado.

PREVIC – Superintendência Nacional de Previdência Complementar – Autarquia

criada em 2009 com a finalidade de substituir e complementar parte das funções da

SPC, principalmente a supervisão e a fiscalização das EFPCs.

VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre - Modalidade de plano de previdência

complementar. Nessa modalidade não há benefício fiscal e, por isso, há incidência de

imposto de renda apenas sobre a rentabilidade alcançada com os recursos

depositados, não sendo possível deduzir as contribuições da base de cálculo para o

Imposto de Renda.

SPC – Secretaria da Previdência Complementar - Órgão do Ministério da Previdência

Social, responsável por fiscalizar as atividades das Entidades Fechadas de Previdência

Complementar (fundos de pensão).

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 BREVE HISTÓRICO DA PREVIDÊNCIA NO BRASIL

2.1.1 Surgimento da Previdência Social no Brasil

Segundo o Panorama da Previdência Social Brasileira (2008), a origem da

Previdência brasileira, na concepção que temos hoje, teve um de seus marcos na lei

Eloy Chaves, de 1923, que previa a criação de uma Caixa de Aposentadoria e Pensão

para cada empresa de estrada de ferro. Na década de 30, o sistema previdenciário

passou por uma reestruturação, de modo a responder ao dinamismo político-econômico

do início do processo de industrialização brasileiro. Além das Caixas, surgiram vários

Institutos de Aposentadorias e Pensões, restritos aos trabalhadores urbanos: Instituto

de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM) e Instituto de Aposentadoria e

Pensões dos Comerciários (IAPC), em 1933; Instituto de Aposentadoria e Pensões dos

Bancários (IAPB), em 1934; Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários

(IAPI), em 1936; Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado

(IPASE), em 1938. Os institutos, porém, tinham estruturas próprias e específicas de

benefícios e contribuições, o que criava grande disparidade entre os níveis de proteção

social oferecido por cada um deles.

Na década de 50, os recursos da Previdência Social, por intermédio dos

Institutos, foram utilizados no financiamento da construção de Brasília, a nova capital da

República. Em agosto de 1960, foi sancionada a Lei Orgânica da Previdência Social -

LOPS (Lei 3.807/60) que unificou a legislação aplicável aos institutos e, em 1966, com

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a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), se deu a unificação da

gestão e consequentemente a extinção dos institutos existentes.

Em 1988, a atual Constituição implantou o conceito de Seguridade Social,

composto de três segmentos básicos: Previdência Social, Saúde e Assistência Social,

estendendo os benefícios e serviços a toda a população brasileira, inclusive aos

trabalhadores rurais que tiveram seus benefícios equiparados aos trabalhadores

urbanos.

Hoje a previdência pública está estruturada em três regimes específicos: a) o

Regime Geral de Previdência Social, gerenciado pelo INSS, é compulsório e,

atualmente com teto de R$ 3.038,99, atende ao setor privado. Nesse regime, as

aposentadorias são concedidas aos homens com 65 anos e às mulheres com 60 anos

na área urbana; b) o Regime de Previdência dos Servidores Públicos, compulsório, com

tetos estabelecidos pela emenda Constitucional nº 41/2003; e c) a Previdência

Complementar, caracterizada por adesão voluntária e administração privada. A

Previdência Complementar possui diversos arranjos, podendo ser aberta ou fechada e

constitui-se em complemento ao benefício oriundo da Previdência Pública.

2.1.2 Surgimento da Previdência Complementar no Brasil

A regulamentação da Previdência complementar no Brasil se deu com a

aprovação da Lei 6.435/77, a primeira a tratar especificamente das entidades de

Previdência Privada, buscando dar mais segurança aos contribuintes. Porém, muito

antes da legislação, já existiam os montepios que, por décadas, já garantiam a diversas

categorias de trabalhadores benefícios adicionais principalmente na invalidez ou no

período pós-laboral. A primeira entidade fechada foi a Previ em 1904, posteriormente

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surgindo a Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobrás, em 1970, e, a partir

de 1974, surgiram várias entidades principalmente na estrutura estatal.

O crescimento exponencial da previdência complementar no Brasil ocorreu após

a Constituição de 1988, principalmente com o início dos planos de Contribuição

Definida (CD) e Contribuição Variável (CV), cujo modelo transfere o risco para o

participante e garante previsibilidade para o patrocinador. A Previdência Complementar

Aberta teve seu salto em 1997, com a criação do Fundo de Aposentadoria e Pensão

Individual - FAPI e do Plano Gerador de Benefício Livre - PGBL.

2.2 COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO

Para Shulman (2004), grande parte dos estudiosos da comunicação possui uma

visão comum e compartilha da mesma compreensão de informação e comunicação.

Para esse autor, a maioria parece seguir a definição de Shannon e Weaver (1949) de

que a informação é o sinal enviado ou recebido, sendo a comunicação um processo de

enviar e receber informações ou mensagens. Shulman (2004) evidencia sua visão

sobre informação e comunicação na citação:

“Na visão comumente aceita da informação enquanto entidade, tudo o que

existe no mundo físico é fonte potencial de informação. Dessa maneira, a

informação tem as propriedades do mundo físico e existe independentemente

de nossa percepção dele. Em outras palavras, a informação é algo

independente dos seres humanos. Ela é inanimada, incapaz de agir ou realizar

uma atividade. Quando o agente humano entra em cena e lê a informação,

algo novo é criado, o que geralmente chamamos de significado. A informação

não contém significado por si só. O significado é trazido à tona na relação entre

o leitor e a informação que é lida.” (SHULMAN, 2004 p. 405).

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Assim, os significados gerados nesse processo surgem com base em padrões

únicos de interação entre os participantes e tais significados estão sujeitos a constantes

modificações com a evolução do contexto temporal. Desse modo, ações comunicativas

conjuntas e os consequentes significados são sempre emergentes e nunca acabados.

Stumpf e Weber (2003) registram que os termos ‘comunicação’ e ‘informação’

têm sido utilizados para demarcar a contemporaneidade, caracterizada como a era das

tecnologias de informação e comunicação (TIC), sociedade informacional, era da mídia

e outros. Para essas autoras, aparentemente, comunicação e informação poderiam ser

entendidas quase como sinônimos, devido a sua interdependência, pois se, por um

lado, a Informação só existe quando é comunicada, por outro lado a comunicação não

existe sem a informação. Informação e comunicação interferem diretamente no modo

de entender, registrar e intervir no mundo, num processo contínuo e indispensável para

qualquer área do conhecimento e atividade humana.

Para Duarte (2003), um veículo de informação não traz, a priori, a condição de

ser um meio de comunicação, pois o fato de disponibilizar informações num site ou

emitir frequências de ondas de uma emissora de TV não cria por si só um meio de

comunicação, embora seja um evidente vetor da transmissão da informação. Esse autor

distingue objetos de mídia e objetos de comunicação, argumentando que se tomarmos

a comunicação como um fenômeno de percepção e troca, ela não pode ser reduzida a

uma simples transmissão de informação, ou seja, os meios não são necessariamente

de comunicação, os meios veiculam informação, e isso é uma etapa para se

estabelecer a comunicação.

Para Marcondes Filho (2004), comunicação é muito mais do que a simples

difusão de informações e reforça a ideia de troca:

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[A comunicação] é um acontecimento, um encontro feliz, o

momento mágico entre duas intencionalidades, que se produz no

“atrito dos corpos” (se tomarmos palavras, músicas, ideias também

como corpos); ela vem da criação de um ambiente comum em que

os dois lados participam e extraem de sua participação algo novo,

inesperado, que não estava em nenhum deles, e que altera o

estatuto anterior de ambos, apesar de as diferenças individuais se

manterem. Ela não funde duas pessoas numa só, pois é

impossível que o outro me veja a partir do meu interior, mas é o

fato de ambos participarem de um mesmo e único mundo no qual

entram e que neles também entra. A comunicação intrapessoal é

a forma mais extensa e básica da comunicação humana. Em nível

intrapessoal pensamos e processamos a informação.

(MARCONDES FILHO, 2004, p. 15).

Para esse autor, o “acontecimento” é um processo de troca, ação compartilhada,

interação e não apenas um processo de transmissão de mensagens. No processo de

comunicação, a compreensão é condicionada pela dinâmica social que reconhece e

legitima o uso das palavras. A linguagem como representação do pensamento é

totalmente dependente dos significados e convenções definidos pela comunidade

social.

Shulman (2004) destaca que existe pouca evidência de que a tecnologia de

informação possa agir como um substituto para a comunicação humana, embora possa

evoluir nessa direção. Esse autor chama a atenção para as falsas expectativas sobre a

tecnologia da informação como uma ferramenta de comunicação, que tem levado a

muitas decisões administrativas ineficazes e custosas.

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A teoria da informação, na visão de Cardoso (2006), compreende os problemas

de transmissão de informação e reside principalmente no interesse por ruído, código,

canal, capacidade, redundância e outras propriedades estatísticas da linguagem. Para

esse autor, mesmo sendo possível transmitir símbolos com exatidão sintática, eles

permanecem desprovidos de significação caso o emissor e o receptor não tenham

antecipadamente concordado sobre a sua significação.

Cardoso (2006) argumenta que o uso da linguagem pelos interlocutores

apresenta lacunas e ambiguidades que necessitam de ajustes para avançar o diálogo

comunicacional. Cardoso (2006, p. 1131), fala do impacto de uma mensagem sobre o

receptor e os diferentes componentes presentes numa análise e decodificação:

“O receptor analisa uma mensagem de acordo com três

componentes: literal, situacional e interpretativo. O componente

literal é a propriedade das palavras em evocar uma significação. A

comunicação supõe a esse nível o uso de um mesmo sistema de

codificação. Já o componente situacional recupera os lugares, o

tempo e as pessoas que estão envolvidas na situação. Não há

correspondência automática entre as palavras e a sensação. As

condições nas quais as palavras são expressas, ou nas quais são

ouvidas, condicionam a sua sensação. O componente

interpretativo, por sua vez, requer uma confrontação com as

estruturas de representações de intenções, de esquemas

cognitivos para poder liberar uma significação”.

Para esse autor, cada vez mais, torna-se claro como os processos de

comunicação contribuem para desenvolver formas de inter-relação mais participativas

e, portanto, mais comprometidas, facilitando a interação social conjugando interesses e

condições sociais.

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Portanto, o processo de comunicação não é algo simples e direto, é um processo

complexo, cheio de imprevistos, sutilezas e recursividade entre o emissor e o receptor.

Hoje, muito mais do que em épocas passadas, torna-se necessário entender a

complexidade que envolve a informação e os processos comunicacionais na gestão da

estratégia das organizações. Afinal, vivemos numa era de ritmo acelerado de

transformações e contextos cada vez mais complexos, onde as organizações precisam

buscar novas lógicas de gestão para ganhar competitividade. Para o autor é

necessário enxergar a importância da informação e comunicação como instrumentos e

processos poderosos para a realização das potencialidades estratégicas e para a

ampliação e integração das estruturas organizacionais.

Genelot (2001, p. 164) destaca que “no mundo atual, sendo caracterizado pela

complexidade, não está surpreendendo que as apostas de poder sejam deslocadas

para o controle do sistema nervoso das organizações complexas: a informação e a

comunicação".

Maia e França (2003) destacam a comunicação como confluência de vários

elementos e dinâmicas como: relação dos interlocutores, a construção discursiva, a

produção e interpretação de sentidos e outros. Para essas autoras, o que tem marcado

as práticas comunicativas é a ênfase nos produtos, nos meios e nas formas pelos quais

as trocas simbólicas se estabelecem.

Existe um “fora do texto” que, em nossos estudos, requer um olhar

talvez mais específico e, de fato, para além do texto. O sujeito da

comunicação é o sujeito da linguagem - mas é mais; é um sujeito

social, um sujeito em relação. E tal relação é mediada pelo texto,

mas não se resume a ele. Enfim, nossas indagações não são

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respondidas sem o aporte das ciências sociais e da linguagem –

mas também não são bem ou totalmente por elas (ou outras que

formam nossa base de origem, digamos assim). Em suma: o olhar

comunicativo se apoia e é herdeiro das diferentes tradições que

recortam os vários elementos que compõem o processo

comunicativo. Mas se distingue delas exatamente porque busca a

sua soma e convergência: estudar a comunicação é estudar a

relação entre sujeitos interlocutores; a construção conjunta de

sentidos no âmbito de trocas simbólicas mediadas por diferentes

dispositivos – uma prática viva que reconfigura seus elementos e

reconfigura o social (MAIA e FRANÇA, 2003, p. 119).

Para Zeithaml e Bitner (2003) hoje em dia são muitas as formas e variadas as

fontes de informações, aumentando a complexidade e com grande risco de provocar

conflito de mensagens, resultando em imagens e promessas confusas sobre a

organização. Para essas autoras, qualquer organização que divulgue informação por

meio de canais diferentes deve estar preocupada em integrá-los, de modo que o cliente

receba mensagens unificadas. Consideram que, no caso de serviços especializados,

de difícil avaliação, a organização deve assumir a responsabilidade pela educação de

seus clientes, evitando distorções na percepção de qualidade e aumentando a

satisfação dos clientes em relação aos serviços recebidos.

2.3 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

Srour (1998) considera as organizações como sistemas abertos e campos de

diferentes forças sociais que se defrontam numa espécie de arena. Em termos

simbólicos, as relações de saber articulam uma espécie de palco em que se elaboram e

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difundem representações imaginárias, discursos ou mensagens. Para ele, as

organizações processam insumos e geram produtos; administram pressões e

dependem da credibilidade que vão construindo. Segundo Srour (1998, p. 126) “as

organizações navegam, então, em mar tempestuoso e, mesmo sem sabê-lo,

administram uma complexa equação de interesses. Se não conseguirem dar conta do

desafio e preservar suas finalidades ou sua razão de ser, tendem a definhar e até a

soçobrar”.

Kreps (1995) considera a comunicação organizacional como um processo por

meio do qual os membros recebem informação pertinente acerca de sua organização e

as mudanças que ocorrem dentro dela. Para o autor a comunicação e a organização

são atividades humanas fortemente relacionadas. O autor considera que a

comunicação humana ocorre quando uma pessoa responde a uma mensagem e lhe dá

significado.

Ainda segundo Kreps (1995), o modo como uma organização se comunica está

intimamente ligada a sua cultura, ou seja, aos valores, às atitudes e ao comportamento

de seus colaboradores. A partir dessa díade – comunicação e cultura - são

estabelecidas as formas de relação e retroalimentação nos fluxos comunicacionais.

Nesse contexto, considera que a comunicação é um canal primário utilizado para

promover o desenvolvimento e manter a cultura organizacional, estabelecendo uma

forte relação entre ambas. A comunicação aliada à cultura organizacional torna-se um

mecanismo importante para reduzir equívocos por parte dos indivíduos da organização,

dando a ideia de ordem frente à interpretação da grande quantidade de processos,

metas e procedimentos apresentados pela organização.

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Kreps (1995), também define a comunicação organizacional como um processo

contínuo cujo fim não se dá no ato de receber e enviar a informação, mas, sim, na ação

de compilar as informações que enfoquem dados relativos às mudanças que ocorrem

no ambiente interno da empresa. Verifica-se que, a partir dessa junção de informações

relevantes à empresa, o conhecimento pode ser gerado. Na visão desse autor, o

significado da comunicação está na interpretação da pessoa que a recebe, e não nas

palavras que ela contém.

Kreps (1995) aborda os níveis de comunicação nas organizações e considera

que a comunicação humana é um processo complexo e amplo. Para ele, a

comunicação acontece em vários níveis da vida da organização: comunicação

intrapessoal, interpessoal, de pequenos grupos e de multigrupos. Assim:

A comunicação interpessoal se constrói sobre o nível intrapessoal,

somando outra pessoa à situação comunicativa e introduzindo a

dupla relação. A comunicação de grupos pequenos, por sua vez,

se constrói sobre a interação interpessoal, utilizando vários

comunicadores e somando as dimensões das dinâmicas grupais e

relações interpessoais múltiplas para a situação de comunicação.

A comunicação de multigrupos existe através da combinação dos

outros três níveis de comunicação, ao coordenar um grande

número de pessoas para cumprir os objetivos complexos

compartidos. (KREPS, 1995, p. 56-57).

Outra forma de examinar a ligação entre comunicação e organização pode ser

encontrada em Morgan (1996), sendo a comunicação concebida pelas pessoas através

de imagens mentais. A mesma organização pode ser vista de forma peculiar por

diferentes pessoas, ou a mesma pessoa pode conceber uma organização de diferentes

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maneiras. Esse autor analisa a imagem das organizações como: máquina, organismo

vivo, cérebro, cultura, sistema político, prisões psíquicas, sistemas em fluxo e

transformação, e instrumentos de dominação. Para ele, conhecer as imagens mentais

permite entender e consequentemente administrar melhor as organizações. Pela

complexidade das organizações, que são muitas coisas ao mesmo tempo, o autor

propõe o uso da metáfora para desenvolver capacidade criativa e encontrar novas

formas de organizar, focalizar e resolver problemas organizacionais:

Nas organizações vistas como máquinas a hierarquia delineia as

responsabilidades e quem tem autoridade sobre quem. Nessa imagem a empresa se

revela como um conjunto de partes interligadas em que cada uma desempenha um

papel claramente definido no funcionamento do todo. Para Morgan (1996), o enfoque é

o mesmo das máquinas reais. Seu ponto fraco é a desumanização do trabalho, com

ênfase no sistema mecanicista. O conhecimento privilegiado nesse modelo de

organização é aquele relacionado à busca de habilidades que tornam o ser humano

mais parecido com uma máquina. A tecnologia também constrói redes de

competências, em que as pessoas conseguem saber quem é especialista em

determinado assunto, criando uma rede virtual de solução de problemas e troca de

informações.

A imagem de organizações vistas como cérebros aplica-se às organizações

em que a inteligência e o conhecimento estão espalhados em todos os lugares. “Sob

circunstâncias que mudam, é importante que os elementos da organização sejam

capazes de questionar a propriedade daquilo que estão fazendo e modifiquem sua ação

para levar em conta novas situações” (MORGAN, 1996, p.82). Nessa situação, o

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conhecimento privilegiado é aquele que consegue estabelecer conexões, associações,

que acessa e decodifica informações.

A visão das organizações como organismos vivos é a metáfora biológica das

organizações. É compreendê-las como seres vivos, abertos, ou naturais, que trazem

conceitos de sobrevivência, adaptação ao ambiente e necessidades organizacionais.

Esta metáfora chama a atenção para a importância do processamento da informação,

aprendizado e inteligência e oferece uma estrutura de referência para a compreensão e

avaliação das modernas organizações.

O enfoque das organizações vistas como culturas, pontua a ideia de que a

organização é um fenômeno cultural que varia de acordo com o desenvolvimento da

sociedade e também de uma organização para outra. Os padrões de cultura são

criados e mantidos, e como as organizações, são realidades socialmente construídas.

Nessa visão, há uma ênfase no compartilhamento do conhecimento, onde não só o

conhecimento prático é valorizado, mas também a habilidade de se relacionar com

outros profissionais ligados a outras subculturas profissionais existentes numa

organização.

A imagem das organizações vistas como sistemas políticos está ligada às

organizações caracterizadas por interesses de vários tipos: pessoais, grupais,

departamentais e outros. Esse tipo de organização enfoca os diferentes conjuntos de

interesses, conflitos e jogos de poder que determinam as atividades organizacionais.

Para uma organização que se vê como um sistema político, ter o controle do

conhecimento e da informação é ter poder.

O enfoque das organizações vistas como prisões psíquicas se reflete na

maneira pela qual as pessoas são aprisionadas por paradigmas de raciocínio já

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assumidos ou por processos inconscientes que possuem para as pessoas um

significado oculto. Nesse tipo de organização as pessoas caem nas armadilhas dos

seus próprios pensamentos, ideias e crenças.

As organizações vistas como fluxo e transformação aparentam estabilidade,

mas são sustentadas por fluxo e mudança. Nessa imagem é possível ver nas

organizações a necessidade de adaptação para a sobrevivência. A lógica da mudança

compreende a existência de processos ocultos à realidade.

Por último, surge a metáfora das organizações vistas como instrumento de

dominação, isto é, as organizações olhadas da perspectiva dos grupos explorados e

para o entendimento de como as ações que são racionais de um ponto de vista podem

serem vistas como exploradoras de outro.

O tema comunicação organizacional tem sido objeto de pesquisas e debates na

academia e o assunto se apresenta sob muitas diferentes perspectivas. Uma das mais

abrangentes se deve a Putnam et al. (2004), resgatando a trajetória da comunicação

organizacional e se propondo a estudá-la a partir de sete linhas de metáforas,

representando os vários ramos de pesquisa:

1 - Conduto: é o encaminhamento da comunicação, considerando as organizações

como canais ou contêineres e a comunicação entendida como transmissão. De acordo

com essa visão, os receptores são tipicamente passivos e reativos. A metáfora do

conduto trata a comunicação como algo que flui de uma fonte a um receptor. A

comunicação é um canal, uma tecnologia de que os membros da organização dispõem

ou uma tarefa que devem realizar.

2 - Lente: as organizações “filtram” a comunicação, considerando como sistemas

perceptuais ou “olhos” que tudo “veem e percebem”. Nesta metáfora, a comunicação é

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igualada ao processo de filtragem: busca, recuperação e encaminhamento da

informação. Um pressuposto básico da metáfora da lente é que a informação é

incompleta. A má percepção, então, é inevitável e a aquisição da informação é lenta.

Consequentemente, a questão não é mais precisão/exatidão, mas plausibilidade.

3 - Vínculo: por esta metáfora, entende-se que as organizações são redes

interconectadas cujo vínculo se dá através da comunicação. Nesta perspectiva, as

organizações não são entidades com estruturas e fronteiras fixas. Os interagentes

estão entrelaçados por meio de processos diádicos que residem nos relacionamentos,

e não nos sistemas perceptivos. Estudos sobre redes, porém, variam entre dois

extremos: num, as organizações produzem a comunicação; noutro, a comunicação

produz as organizações.

4 - Desempenho: projeta a comunicação como interação social e as organizações

como ações coordenadas. A realidade organizacional nasce no desempenho

comunicativo. A comunicação consiste em intercâmbios conectados como, por

exemplo, mensagem-feedback-resposta; ação-reação-ajuste; ação-interpretação-

reflexão simbólica; e ação-atribuição de significado.

5 - Símbolo: as organizações emergem da cultura organizacional, com esta metáfora

encarando a comunicação como interpretação das formas literárias, tais como

narrativas, ritos e os paradoxos. Na metáfora dos símbolos, a comunicação funciona

como a criação, a manutenção e a transformação de sentidos. Nesta metáfora, a

comunicação é interpretação, pela produção de símbolos que dão sentido ao mundo.

As estórias, scripts, mitos, lendas e sagas dão conta de eventos usualmente

desenvolvidos cronológica e sequencialmente para indicar causalidade.

6 - Voz: a comunicação é a expressão e a organização é um coro de vozes, abafadas

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ou tonitruantes. Ter voz é ser capaz de falar no contexto da organização. Entretanto,

nem todos os membros da organização têm voz igual.

7 - Discurso: a comunicação como conversação, onde as organizações aparecem

como textos que consistem em gêneros e diálogos. A conversação é imediata em sua

exigência de atenção; é instantânea em sua ocorrência, momento a momento; é fugaz

ou efêmera em sua forma. Contudo, o discurso é o primeiro plano da linguagem,

formando como um nexo para desembaraçar as relações entre o significado, o contexto

e a práxis.

Para Kunsch (2003), a comunicação organizacional engloba o sistema, o

funcionamento e o processo de comunicação entre a organização e seus diversos

públicos. Para essa autora, é importante entender como se processa o fenômeno

comunicacional dentro das organizações. Tal fenômeno é inerente aos agrupamentos

de pessoas que integram uma organização ou a ela se ligam. Logo, é fundamental

compreender as grandes áreas da comunicação organizacional integrada e preocupar-

se para que tais modalidades não sejam vistas isoladamente. É necessário que haja

uma ação conjugada das atividades de comunicação que formam o composto da

comunicação organizacional.

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Fig. 1. Composto da comunicação

Fonte: Kunsch (2003)

Na Figura 1, Kunsch (2003) mostra as grandes áreas da comunicação

organizacional integrada que são: a comunicação institucional, a comunicação

mercadológica, a comunicação interna e a comunicação administrativa. Através dessas

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formas de comunicação as organizações se relacionam com seus públicos e com a

sociedade em geral:

Comunicação administrativa – é aquela que se processa dentro da organização,

basicamente no âmbito das funções administrativas. Ela pode ser definida como o

intercâmbio de informações dentro de uma mesma empresa, tendo em vista sua maior

eficiência.

Comunicação interna – é aquela que garante o funcionamento da comunicação no

sistema organizacional. Trata-se de um setor planejado, cujo objetivo é viabilizar toda a

interação possível entre a empresa e seus empregados.

Comunicação mercadológica – é a comunicação responsável por toda a produção

comunicativa em torno dos objetivos mercadológicos. Essa área da comunicação cuida

da divulgação publicitária dos produtos ou serviços de uma empresa.

Comunicação institucional – é a responsável pela construção e formatação de uma

imagem e identidade corporativa forte e positiva a respeito da organização.

Kunsch (2003) encara a comunicação com um ato de comunhão de ideias e o

estabelecimento de diálogo. Comunicação não é simplesmente uma transmissão de

informação. A eficácia da comunicação nas organizações passa pela valorização das

pessoas como indivíduos e cidadãos e é função da organização desenvolver confiança

entre emissores e receptores.

Kunsch (2003 p. 72) pontua a diferença entre o desejo do emissor e a resposta

do receptor e a importância dos aspectos relacionais e a complexidade do processo

comunicativo:

“As organizações em geral, como fontes emissoras de informações

para seus diversos públicos, não devem ter a ilusão de que todos

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os seus atos comunicativos causam os efeitos positivos desejados

ou são automaticamente respondidos e aceitos da forma como

foram intencionados. É preciso levar em conta os aspectos

relacionais, os contextos, os condicionamentos internos e

externos, bem como a complexidade que permeia todo o processo

comunicativo. Daí a necessidade de ultrapassarmos a visão

meramente mecanicista da comunicação para outra mais

interpretativa e crítica”.

Kunsch (2003) destaca também que o sistema de comunicação das

organizações flui por meio de duas redes: a formal e a informal, sendo que o sistema

informal emerge das relações entre as pessoas. Surgem “lideranças” fora da estrutura

formal e elas exercem papéis relevantes na comunicação. Um dos produtos mais

conhecidos na rede informal é o boato ou rumor, formado às vezes por interesses

discutíveis, mas decorrente, muitas vezes, da ansiedade. e principalmente, da falta de

informação. Já a comunicação formal é a que vem da estrutura organizacional

propriamente dita, disponibilizada pelos mais diferentes veículos impressos, visuais,

auditivos, eletrônicos, telemáticos e outros.

Na visão de Cardoso (2006), é necessário entender a comunicação como um

processo estratégico para a ação em uma realidade plural, dinâmica e complexa,

visando provocar comportamentos inovadores, criativos e dinâmicos do ponto de vista

estratégico, funcionando de maneira ampla, disseminando objetivos e valores da

organização para públicos internos e externos. A dimensão estratégica que a

comunicação vem assumindo modifica paulatinamente antigos limites. Não mais se

restringe à simples produção de instrumentos de comunicação. Uma estratégia de

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comunicação é algo intrínseco à estratégia global da organização. Da comunicação,

espera-se que cumpra o seu papel social envolvendo emissor e receptor em um diálogo

aberto e democrático, sendo a estratégia de gestão da organização construída com

base em princípios sociais e éticos.

Cardoso (2006) acrescenta ainda que a comunicação organizacional deve

desempenhar seu papel, sem impor aos outros seu ponto de vista. Deve construir um

projeto comum fazendo com que o conhecimento seja compartilhado entre todos os

participantes.

Para Genelot (2001), o conceito de comunicação empresarial tornou-se tão

esvaziado que o melhor caminho é destruir o repertório existente e repensar a

comunicação como instrumento de gestão que cria e desenvolve cultura organizacional,

fazendo que todos se sintam envolvidos e participantes. Para ele, é preciso que as

abordagens da comunicação organizacional se modernizem, assumindo um caráter

multidimensional e dialógico. Na sua visão, para que o gerenciamento estratégico

realmente aconteça é preciso criar na organização uma consciência estratégica que só

se concretiza quando toda a organização compartilha dos objetivos, mas que não pode

ser imposta.

Segundo Torquato (2008), o planejamento estratégico da comunicação deve

levar em conta a natureza dos canais jornalísticos e sua integração aos canais das

comunicações institucionais e administrativas. Na definição ou escolha do canal a

organização deve levar em conta a realidade de todas as formas de comunicação e o

seu alcance junto ao público. No Quadro 01, esse autor apresenta os principais canais

utilizados pelas empresas e os problemas mais comuns de cada um.

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Quadro 01 - Canais de comunicação e problemas comuns

Canais de comunicação Problemas mais comuns

Jornais e revistas � Temas muito descendentes

� Linguagem imprópria fria

� Visual inadequado

� Retrato pouco convincente da instituição

Boletins � Muito normativos

� Pouco envolventes

� Pouco explicativos

� Incompletos

Reuniões/encontros � Cansativas e longas

� Falta de clareza e de objetivos

� Exposições fracas

� Pouca motivação

Conversas individuais � Domínio do poder normativo

� Pouca empatia

� Falta de credibilidade

Caixa de sugestões – fluxo ascendente � Receio do poder coercitivo

� Incredibilidade

� Falta de retorno

� Pressão do macroambiente

Fonte: Torquato (2008)

Para Torquato (2008), algumas características determinam a condição

jornalística: a atualidade, a periodicidade, a universalidade e a difusão coletiva. Na

visão desse autor, os canais da comunicação social da organização estão a serviço dos

subsistemas técnicos e funcionais, promovendo ação de reforço e desenvolvimento

organizacionais. É estratégico escolher adequadamente o tipo de canal para cada

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propósito específico, ponderando as vantagens e buscando reduzir o impacto dos

problemas comuns em cada canal.

Outro aspecto que merece a atenção estratégica das organizações, dentro do

contexto de mudança, é a cibercultura. Vale destacar a colocação feita por Cardoso

(2006, p. 1128), citando Levy (2000):

Levy (2000) defende que estamos assistindo, na entrada do novo

milênio, ao nascimento da cibercultura, uma transformação radical

nas culturas humanas, ocasionada por uma rede digital que

conecta tudo a todos: o ciberespaço. Nesse contexto, as culturas

nacionais fundem-se em uma cultura cibernética e globalizada,

mantendo-se, todavia, a velha dicotomia entre países pobres e

ricos. Mas o autor acredita que o ciberespaço também pode ser

um agente de democratização. Como a cibercultura, com seu

caráter democrático, leva-nos a questionar as abordagens

centralizadoras e verticais dos processos comunicativos, essas

idéias sem dúvida nos ajudam a pensar na democratização da

comunicação no ambiente das organizações.”

Para Cardoso (2006), a comunicação sem o compromisso estratégico

dificilmente conseguirá legitimar-se no novo cenário competitivo, o que a tornaria

irrelevante, trazendo pouco valor para a organização. Nesse novo papel estratégico, a

comunicação não pode ser responsabilidade de um único órgão ou setor; ela se torna

função de toda a instituição, incorporando-se, definitivamente, à gestão estratégica da

organização.

Para Hall (2000), o próprio termo ‘globalização’ é um complexo de forças e

mudanças onde as comunidades e organizações, em diferentes e novas combinações,

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estão se tornando cada dia mais interconectadas. As organizações estão mudando em

todas as direções, quando confrontam com a realidade. neste cenário turbulento e

incerto as organizações alteram a forma de ver e de agir.

Segundo Thomas (2007), alguns dos facilitadores da comunicação

organizacional incluem uma necessidade de colaborar, estabelecendo um objetivo, que

é o desenvolvimento do capital social, a construção de mecanismos para uma

comunicação eficaz, o intercâmbio de informações, dentre outros. As barreiras incluem

a falta de familiaridade com as organizações participantes, a incapacidade de se

comunicar através de fronteiras organizacionais, a concorrência de recursos e a

territorialidade. A comunicação empresarial é cada vez mais intercultural, virtual,

horizontal, estratégica e focada na mudança. Esse autor apresenta as principais

mudanças na comunicação organizacional e suas relações com as mudanças no

mundo do trabalho.

Quadro 02: O novo mundo do trabalho na globalização 3.0

Mudanças organizacionais

Mudanças no trabalho Mudanças na comunicação organizacional

Da manufatura para o serviço

Menos hierarquias e regras

Relacionamentos virtuais

Globalização Redução da supervisão Comunicação eletrônica Foco no capital humano

Maior utilização da tecnologia da informação

Comunicação intercultural

Complexas estruturas organizacionais

Trabalho transnacional Comunicação horizontal

Novo modelo de propriedade das empresas

Mudanças constantes Comunicação estratégica e focada na mudança

Fonte: adaptado de Thomas (2007, p.287)

• Relacionamentos virtuais – o trabalho virtual é feito por funcionários situados em

distantes locais, usando novas tecnologias, simplificando as tarefas

organizacionais. Os trabalhadores virtuais podem raramente ou nunca se ver

frente a frente, mas estão vinculados pelas mesmas medidas de desempenho

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dos demais trabalhadores. Como o trabalho organizacional se torna cada vez

mais global e como o ritmo da tecnologia acelera, sem dúvida as relações

virtuais vão aumentar, e as organizações vão se interessar cada vez mais por

relacionamentos virtuais mais eficazes.

• Comunicação eletrônica – estudos mostram que o e-mail e mensagens

instantâneas vão superar a comunicação face a face. São muitas as vantagens

da comunicação eletrônica: baixo custo, conveniência, disponibilidade e

velocidade, etc. A comunicação no futuro será muito influenciada pela nova

geração de trabalhadores que possuem preferências por e facilidades em

relação às novas mídias.

• Comunicação Intercultural - como o trabalho está mais desagregado e deslocado

ao redor do mundo, as equipes de trabalho estão cada vez mais diversificadas

culturalmente. Isso significa que os trabalhadores precisam desenvolver

sensibilidade no tocante à comunicação com superiores, colaboradores,

fornecedores e clientes de países de todo o mundo.

• Comunicação horizontal – a comunicação tradicional, de cima para baixo, é

insuficiente na economia de hoje. Cresce a comunicação lateral ou horizontal no

ambiente organizacional, favorecendo a coordenação e a colaboração,

promovendo inovação e forçando os trabalhadores a interagir de forma integrada

nas organizações.

• Comunicação estratégica – Com menor dependência de regras e hierarquias, os

dirigentes terão de evoluir continuamente suas estratégias para comunicar a

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visão, reformular propósito organizacional e criar sentidos para as partes

interessadas internas e externas.

Em artigo recentemente publicado no exterior, Marchiori e Oliveira (2009) falam

das perspectivas, desafios e direções futuras para a comunicação organizacional no

Brasil, e destacam a necessidade que os estudos sobre o tema têm de dialogar com

outros campos de pesquisa que podem contribuir para o desenvolvimento dessa ciência

social. Assim, a teoria, os aspectos conceituais e apoio metodológico empregado por

outras disciplinas das ciências sociais podem enriquecer a análise e compreensão dos

processos comunicacionais e práticas na comunicação organizacional (MATTOS,

2008).

2.4 COMUNICAÇÃO E CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL

O conhecimento e a comunicação dentro das organizações é um fator

determinante para a qualidade das decisões, Cardoso (2006, p. 1125), destaca a

informação e a comunicação como instrumentos estratégicos e poderosos para uma

estrutura organizacional:

No âmbito dessas novas lógicas, salientamos exatamente a

importância da informação e comunicação como instrumentos e

processos poderosos para a realização das potencialidades

estratégicas e para a ampliação e integração das estruturas

organizacionais. É por meio desses instrumentos que as

organizações desenvolvem funções, tomam decisões e

estabelecem contatos com clientes, fornecedores e parceiros.

Isso significa que as organizações precisam repensar,

complementar e aprimorar seus referenciais teóricos e

metodológicos tradicionais, formulando e disseminando

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estratégias que levem em conta os processos comunicacionais

como suportes eficazes e competentes para o agir e existir delas.

Para esse autor, a dimensão estratégica que a comunicação vem assumindo nas

organizações, sendo vista inclusive como parte da cultura organizacional, vem

modificando, dia a dia, os antigos limites. A comunicação organizacional não mais se

restringe à simples produção de instrumentos de comunicação, a partir de agora ela

assume um papel muito mais abrangente que diz respeito ao posicionamento da

organização junto à sociedade e ao próprio funcionamento da organização, tanto

internamente como nas suas relações institucionais.

Paralelamente ao tema comunicação empresarial, muito se tem pesquisado

sobre o conhecimento nas organizações. Em estudo que tem merecido destaque,

Nonaka e Takeuchi (1997), apontam que o indivíduo é o principal agente que possui e

processa o conhecimento. A interação entre o indivíduo e a organização se dá pelo

conhecimento existente, seja ele tácito ou explícito.

Davenport e Prusak (1998, p.6), destacados estudiosos do conhecimento

organizacional, conceituam o conhecimento como:

O conhecimento é uma mistura fluída de experiência condensada,

valores, informação contextual, insight experimentado, a qual

proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de

novas experiências e informações. Ele tem origem e é aplicado na

mente dos conhecedores. Nas organizações, ele – conhecimento -

costuma estar embutido não só em documentos ou repositórios,

mas também em rotinas, processos, práticas e normas

organizacionais.

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Num ambiente de profundas exigências da sociedade do conhecimento,

Davenport e Prusak (1998) apontam que a gestão do conhecimento é um processo

integrado destinado a criar, organizar, disseminar e intensificar o conhecimento para

melhorar o desempenho global da organização. Classificam o conhecimento como um

recurso e descrevem que seu valor econômico não é tão facilmente entendido,

classificado e medido. O conhecimento é um recurso, invisível, intangível e difícil de

imitar, além de ser altamente reutilizável. Outro ponto que merece destaque é a

necessidade que as organizações possuem de aprimorarem a sua capacidade de

distinguir entre dados, informação e conhecimento, identificando corretamente o que,

de fato, agrega valor ao processo de aprendizagem. Davenport e Prusak (1998)

apresentam as diferenças entre dados, informação e conhecimento, conforme Quadro

3.

Quadro 3: Diferença entre dados, informação e conhecimento

Dados Informação Conhecimento

Simples observação sobre o

estado do mundo

� Facilmente estruturável e

transferível

� Facilmente obtido por

máquinas

� Frequentemente

quantificado

� O dado é inerte

� Independe da atuação

humana

Dados dotados de relevância e

propósito

� Requer unidade de

análise

� Carece de interpretação

� Exige consenso em

relação ao significado

� A informação é dinâmica

� Exige necessariamente a

mediação humana

Informação valiosa da mente humana

� Inclui reflexão, sintaxe,

contexto

� De difícil estruturação e

transferência

� De difícil captura por máquinas

� Frequentemente tácito

� Quando devidamente tratado,

muda o comportamento do

sistema

Fonte: adaptado de Davenport e Prusak (1998)

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Segundo Nonaka e Takeuchi (1997), a informação é um fluxo de mensagens e

por meio dela não só se extrai, como também se constrói o conhecimento.

De acordo com o modelo de conhecimento de Nonaka e Takeuchi (1997), o

conhecimento, diferentemente da informação, refere-se a crenças, valores e

compromisso. A partir dessas diferenças, encontramos dois tipos de conhecimento: o

tácito, mais ligado à individualidade de cada um, às experiências que obtivemos e está

muito próximo dos fatores intangíveis do cotidiano. Esse tipo de conhecimento é muito

valorizado nas organizações, já que é único e difícil de ser replicado. O outro tipo de

conhecimento é o explícito, que está mais próximo do conhecimento científico. Tem

grande possibilidade de ser repassado através de um aprendizado didático. Esses

autores apresentam a dinâmica do conhecimento nas organizações através do modelo

chamado por eles de “espiral do conhecimento”, apresentado na Figura 2, abaixo:

Figura 2: Espiral do conhecimento (fonte: Nonaka e Takeuchi, 1997)

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No primeiro quadrante temos o processo de socialização, que provém do contato

de conhecimento tácito com tácito. A seguir, temos a externalização, que é a passagem

de conhecimento tácito para explícito, de modo a poder passar o aprendizado inerente

à individualidade para uma forma coletiva. Num outro ponto, temos a combinação, que

é a transformação do conhecimento explícito em explícito, criando regras e referências

a serem seguidas. E, por último, temos a internalização, que é a passagem do

conhecimento explícito em tácito, de forma que a informação possa ser contextualizada

à necessidade de cada indivíduo da organização, assim completando o primeiro ciclo

de conversão do conhecimento que, em função de ser em espiral, se repete

indefinidamente.

O conhecimento internalizado e o seu compartilhamento produzem o que Senge

(1990) chama de organizações de aprendizagem, ou seja, aquelas nas quais as

pessoas expandem continuamente sua capacidade de criar os resultados que

realmente desejam, onde surgem novos e elevados padrões de raciocínio, onde a

aspiração coletiva é libertada e onde as pessoas aprendem continuamente a aprender

em grupo. Um passo importante para o envolvimento das pessoas é a existência de

uma visão genuína, pois as pessoas dão tudo de si e aprendem, não porque são

obrigadas, mas porque querem. O compartilhamento da visão impulsiona a

aprendizagem na organização. A aprendizagem ocorre não por uma determinação da

alta administração, mas pela interação, pelo desenvolvimento de uma aprendizagem

em equipe, o que é muito mais desafiador.

Senge conceitua as organizações de aprendizagem como aquelas organizações

que têm dentro de si o embrião da aprendizagem e da inovação. Para ele, as

organizações só aprendem através de indivíduos que aprendem, isto é, há uma

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necessidade de competências individuais de aprendizagem, que funcionariam como

condição para que uma competência coletiva, organizacional, de aprendizagem fosse

adquirida e compartilhada na organização.

Segundo Argyris (1994), a opção por iniciativas de caráter apenas informativo

não leva os agentes de mudança à reflexão sobre seu comportamento, não convida

para o engajamento nem contribui para que haja motivação para o aprendizado ou

mudança real.

Davenport e Prusak (1998) destacam que a única vantagem sustentável que a

empresa tem é aquilo que ela coletivamente sabe, a eficiência com que ela usa o que

sabe e a prontidão com que ela adquire e usa novos conhecimentos. Para eles, o

conhecimento pode ser comparado a um sistema vivo, que cresce e se modifica à

medida que interage com o meio ambiente.

Garvin (1993) descreve organizações de aprendizagem como as que possuem

habilidades para criar, adquirir, transferir conhecimentos e modificar comportamentos,

além da capacidade de refletir o novo conhecimento e as novas percepções. Segundo o

autor, as organizações de aprendizagem cultivam a arte de ouvir com abertura e

atenção e possuem habilidades em cinco principais atividades:

• Resolução sistemática de problemas.

• Experimentação de novas abordagens.

• Aprendizado a partir da própria experiência e história passada.

• Aprendizado através de experiências e melhores práticas de outros.

• Transferência do conhecimento de forma rápida e eficiente por toda

a organização.

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Para esse autor, uma alavanca poderosa para se promover um ambiente

propício ao aprendizado é a abertura das fronteiras, bem como o estímulo ao

intercâmbio de ideias (comunicação). São essas as fronteiras que inibem o fluxo de

informações, isolando os indivíduos e grupos.

Barker e Camarata (1998) afirmam que o aprendizado organizacional pode ser

desenvolvido através do enriquecimento das relações que são criadas e permitidas pela

comunicação.

Patriotta (2003) fala sobre o ciclo do conhecimento e adverte que até aqui foi

dada excessiva atenção à criação do conhecimento, mas pouco se tem olhado para a

sua institucionalização propriamente dita. Defende que há três momentos-chave que

incorrem na aprendizagem organizacional, até que o conhecimento seja legítima e

socialmente aceito pelos indivíduos da organização. Quando essa aceitação pelo grupo

acontece, o conhecimento encapsula-se em uma “caixa preta” acessível mediante as

práticas sustentadas pelos indivíduos do grupo, compondo, dessa forma, um

conhecimento de bastidores. Com forte natureza institucionalizada, os três momentos

correspondem a um processo sequenciado de:

1. Criação do conhecimento: parte geradora do processo de institucionalização do

conhecimento na qual, a partir da interação entre recursos materiais e agência humana,

desencadeia-se uma série de tensões entre situações corriqueiras e contradições

emergenciais, processo que gera questionamentos, contestações, ambiguidades,

refutações ou aceitações. Nessa fase, o conhecimento se cristaliza em estruturas

estáveis de significado mediante processos de inscrição e delegação da agência

humana a dispositivos organizacionais.

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2. Utilização: refere-se à aplicação de um estoque específico de conhecimentos em

situações concretas, compondo um modus operandi na organização, padronizando ou

convencionando fluxos de ação dos procedimentos apreendidos das práticas sociais via

práxis cotidiana. Nessa etapa, o conhecimento existente é manipulado, reprisado,

transformado, resultando em outros processos de criação de conhecimento, que

novamente serão formados via a dialética subjacente à etapa anterior.

3. Institucionalização: etapa na qual o conhecimento criado e a sua utilização são

progressivamente delegados à organização, inscrevendo-os em estruturas estáveis de

significados. A institucionalização do conhecimento implica a aceitação social de certos

códigos, padrões, convenções, estruturas e práticas inerentes ao conhecimento criado

na esfera organizacional, concedendo-lhe legitimidade, reconhecimento, característica

“canônica” e validade, por ser aceito como uma “verdade dada como certa” entre os

indivíduos que dele fazem uso na organização. Tal conhecimento é tornado “visível” por

intermédio da articulação, ou seja, do ato de manifestar o conhecimento na práxis

cotidiana, e dessa mesma forma, é sempre passível de nova configuração por seu

questionamento, refutação e surgimento de nova e melhores práticas, criando sempre

novos conhecimentos.

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Para alcançar os objetivos, empreendeu-se pesquisa em fontes teóricas e

estatísticas, públicas e privadas, que tratam das relações entre EFPC e seus

participantes; da criação de conhecimento nas organizações; e da comunicação

organizacional.

Foi realizada pesquisa quantitativa/qualitativa (estudo de caso) através de

levantamentos efetuados junto aos participantes (aplicação de questionários e grupos

focais), considerando, em princípio, uma seleção de sujeitos que levasse em conta a

localização geográfica, o cargo e o tempo de filiação ao plano ou tempo de serviço.

3.1 ABORDAGEM PELO MÉTODO MISTO

Para Creswell (2007), a pesquisa quantitativa parte de uma estratégia

experimental de investigação e de mensuração, enquanto que a pesquisa qualitativa

nasce de uma suposição construtivista onde o pesquisador tenta estabelecer o

significado de um fenômeno a partir do ponto de vista dos participantes. A técnica de

pesquisa pelo método misto integra os dois métodos dentro de uma consideração

prática.

A razão pela escolha do método misto - abordagem quantitativa e qualitativa - se

explica pelo desejo de identificar as percepções dos sujeitos pesquisados,

primeiramente numa coleta quantitativa através de questionário aplicado a uma amostra

maior e, posteriormente, coletaram-se e analisaram-se evidências qualitativas por meio

de grupos focais. As evidências foram integradas durante a segunda fase da pesquisa,

quando se fez a coleta de dados nos grupos focais, onde foi informado o resultado da

pesquisa quantitativa e colheram-se as percepções dos participantes dos grupos.

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Segundo Minayo (2002), a pesquisa qualitativa se preocupa com o nível de

realidade que não pode ser quantificado. Busca compreender o universo dos

significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, os quais não podem ser

reduzidos à operacionalização de variáveis.

3.2 QUANTO AOS FINS E QUANTOS AOS MEIOS

A pesquisa se apresenta, quanto aos fins, descritiva para melhor compreensão

do fenômeno. Para Gil (1999) as pesquisas descritivas possuem, como principal

objetivo, a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o

estabelecimento de relações entre variáveis.

Quanto aos meios, a mesma foi elaborada em duas etapas: a primeira através de

revisão bibliográfica acerca dos temas: comunicação organizacional, aprendizagem e

conhecimento organizacional; a segunda, por meio de levantamento de dados primários

através de pesquisa de campo com aplicação de questionários e grupos focais.

3.3 ESTRATÉGIA ESCOLHIDA

A estratégia escolhida para o projeto de pesquisa foi o estudo de caso único, por

se tratar de uma pesquisa cujo objeto que se busca interpretar e analisar mais

profundamente se encontra numa unidade de análise ou instituição bem definida. O

estudo busca conhecer e analisar a percepção de um grupo específico sobre um

assunto também muito específico, no caso, como o participante percebe alguns

aspectos relativos ao seu plano de previdência. Para Yin (2005), um fundamento lógico

para se optar por um caso único é o aspecto representativo ou típico, onde o objetivo é

capturar as circunstâncias e condições de uma situação ou do dia a dia, partindo do

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princípio de que as lições que se aprendem desses casos fornecem muitas informações

sobre as experiências da instituição ou pessoas.

Conforme Yin (2005), o estudo de caso, como estratégia de pesquisa, aplica-se a

estudos organizacionais e gerenciais, e é cada vez mais utilizado como ferramenta de

pesquisa. Segundo ele, o estudo de caso é uma estratégia que permite um amplo

entendimento do tema que está sendo abordado pelo pesquisador. O estudo de caso

representa a estratégia apropriada quando se colocam questões do tipo “como?” e “por

quê?”, situações em que o pesquisador tem pouco controle sobre os acontecimentos e

onde o foco da análise recai sobre fenômenos inseridos em algum contexto da vida

real.

3.4 UNIDADE DE ANÁLISE

A unidade de análise escolhida para o estudo de caso é o Plano Previ Futuro, um

plano de previdência fechado criado em dezembro de 1997 pela PREVI – Caixa de

Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, Entidade Fechada de Previdência

Complementar fundada em 1904. Todos os titulares desse plano de previdência

administrado pela Previ são ou foram funcionários do Banco do Brasil. O plano é

normalmente oferecido no momento da posse do novo funcionário e nesse plano cada

participante contribui com uma parte e o Banco do Brasil, na qualidade de patrocinador,

contribui com outra parte de igual valor. Atualmente, o Plano Previ Futuro conta com

mais de 55.000 participantes espalhados por todo o território brasileiro em função da

grande capilaridade do Banco do Brasil, que possui mais de 4.500 agências distribuídas

em todas as regiões e estados brasileiros.

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3.5 SELEÇÃO DOS SUJEITOS

A escolha dos participantes, que responderam ao questionário, foi feita a partir

de uma amostra separada por critério geográfico que considerou os Estados da

Federação que possuíam o maior número de participantes no plano Previ Futuro: São

Paulo, Brasília, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul. Dessa

amostra, foram separados aleatoriamente e proporcionalmente 400 participantes,

considerando perfil que contemplou: tempo de adesão ao plano, localização geográfica

e gênero. Para essa fase de escolha dos sujeitos foram utilizados ferramentas e

conhecimentos técnicos da área especializada em cadastro e atuária da Previ.

A seleção dos sujeitos convidados a participar da fase qualitativa da pesquisa foi

feita por critério de conveniência ou proposital.

3.6 COLETA DE DADOS

Para este estudo foram feitas análises de documentos públicos, registros

internos da Previ, regulamentos, estatutos, estatísticas, site da Previ, materiais

impressos relativos a educação previdenciária ou comunicação, pesquisas, artigos

científicos e dissertações ligados ao tema deste estudo. Também foram buscados

dados primários, através de aplicação de questionários e entrevistas coletivas. Desta

forma foi possível efetivar a convergência de várias fontes de evidências para compor a

fundamentação teórica e empírica, conforme Figura 3.

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Figura 03: Convergência e não convergência de várias fontes de evidências

Fonte: COSMOS Corporation (apud YIN, 2005, p. 127) Na fase quantitativa, foi oferecido um questionário a 400 participantes

previamente identificados e selecionados pelos parâmetros de seleção dos sujeitos, dos

quais 267 responderam; os demais não foram localizados ou não puderam responder

por outros motivos. Esse questionário se deu por meio de consulta telefônica, feita por

cinco profissionais atendentes que também são participantes do Previ Futuro. Antes de

submeter o questionário aos participantes, o mesmo foi submetido à apreciação de

cinco participantes, na condição de teste prévio, que verificou a compreensão e a

aplicabilidade das questões. Após a avaliação do piloto foram feitas as devidas

correções para a aplicação aos demais participantes previamente escolhidos.

Entrevistas Focais

Documentos Entrevistas

Entrevistas e Levantamentos Estruturados

FATO

Observações (direta e participante)

Registros em Arquivos

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O tempo útil de cada entrevista telefônica foi de sete minutos, em média. Todas

as entrevistas se deram de forma agradável e descontraída.

Posteriormente, na segunda fase da pesquisa, a partir dos dados tratados e

analisados da primeira fase, foram realizados três grupos focais, totalizando 18

participantes. Um grupo se deu em São Paulo, com participantes escolhidos

aleatoriamente entre as agências próximas à Avenida Paulista, e os outros dois grupos

foram no Rio de Janeiro, sendo um feito em Botafogo e o outro em Ramos, com

participantes lotados nas agências das Zonas Sul e Suburbana, respectivamente.

Todos os participantes dos grupos se mostraram motivados a participarem das

entrevistas e o clima foi muito agradável durante as entrevistas com muita participação

e envolvimento dos entrevistados.

Buscou-se garantir o anonimato ao participantes dos grupos para propiciar maior

conforto, segurança e tranquilidade para a exposição de opiniões, críticas e

comentários durante a pesquisa. Assim, a referência aos entrevistados será feita

através de um código simples, utilizando o “P” de participante, seguido de um número

seqüencial(P1, P2..., A1, A2....).

3.7 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS

Após a coleta dos dados quantitativos, os mesmos foram analisados pela

aplicação das ferramentas da estatística puramente descritiva, tendo em vista que

nesta fase se buscou produzir um levantamento que servisse de base para enriquecer a

fase das entrevistas coletivas em grupos focais. Para descrição da análise as 19

perguntas do questionário foram agrupadas, por afinidades, em seis grupos: 1)

conhecimento sobre previdência e sobre o plano (perguntas 1, 2, 3, 5 e 17); 2)

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simulando a aposentadoria (perguntas 4, 6, 7 e 8); 3) comparando os planos oferecidos

pela patrocinadora (pergunta 10); 4) participando da escolha dos dirigentes (pergunta

11); 5) a comunicação institucional da Previ (perguntas 12 a 16); e 6) contato com a

Previ (perguntas 18 e 19)

Os dados coletados através dos grupos de foco foram analisados de acordo com

a metodologia categorial de análise de conteúdo e buscou seguir os padrões de

investigação qualitativa recorrendo às falas e manifestações dos entrevistados e

complementados por dados secundários.

3.8 LIMITAÇÕES

Embora o estudo de caso seja uma forma distintiva de investigação empírica, o

método está sujeito à possível falta de rigor da pesquisa, como, por exemplo, aceitar

evidências equivocadas, o que pode alterar o significado das constatações e

conclusões. Para Yin (2005), outra preocupação em relação a esse método é que o

estudo de caso qualitativo não se presta à generalização estatística.

O estudo também possui limitações em relação às técnicas de coleta de dados

através de questionário tipo survey, que pode apresentar falta de representatividade da

amostra ou tamanho insuficiente e, considerando a utilização da central de

telemarketing, tem sempre o risco de reduzir o controle da situação; da duração limitada

do contato; e, ainda, da falta de material visual para o respondente. Quanto às

entrevistas, pode se apresentar, por parte do entrevistado, alguma insegurança em

relação ao seu anonimato e, por causa disso, o entrevistado poderá reter informações

importantes.

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A utilização de grupos focais apresenta limitações como geralmente não fornecer

resultados que possam ser generalizados. Isso significa que não é possível assumir

que os resultados refletem crenças ou opiniões de toda a população, além do fato de

que alguns participantes podem se sentir inibidos pela opinião dos outros membros do

grupo e não se sentirem confortáveis para expressar a sua verdadeira opinião.

No que tange à análise dos dados quantitativos, há que se considerar as

limitações inerentes à estatística descritiva, quando Freund e Simon (2000) lembram

que o tamanho da amostra pode não permitir total confiança nos resultados obtidos.

O estudo não pode ser generalizado para todos os fundos de pensão,

considerando a grande diversidade de perfis de participantes dos diversos fundos de

pensão existente no País.

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4 RESULTADOS E ANÁLISES 4.1 CONHECENDO A UNIDADE DE ANÁLISE Para melhor compreensão do Previ Futuro é importante conhecer um pouco

sobre a Previ, Fundo de Pensão que administra o plano Previ Futuro. Também é

importante conhecer um pouco sobre o patrocinador, o Banco do Brasil. Ambos

passaram por grandes transformações ao longo de suas histórias e as duas instituições

foram protagonistas nas melhorias e nas modificações das legislações em suas

respectivas áreas.

4.1.1 Sobre a Previ A Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, conhecida no

Brasil e no exterior como Previ, administra dois grandes planos de previdência

complementar patrocinados pelo Banco do Brasil (BB) o plano de benefícios 1,

destinado aos funcionários que tomaram posse no BB até 24/12/1997; e o Previ Futuro,

oferecido aos funcionários que tomaram posse a partir de 1998.

Fundada em 1904, por um grupo de 52 funcionários, chamada à época de Caixa

Montepio dos Funcionários do Banco da Republica do Brazil, o fundo de pensão tinha a

finalidade de garantir segurança e tranqUilidade no futuro, principalmente para os

dependentes do segurado. A Caixa seria o estabelecimento que receberia quantias dos

associados e investiria no mercado financeiro. Os cotistas adquiriam o direito de, por

morte, deixar uma pensão pagável a alguém de sua escolha. Hoje os grandes números

dos planos administrados pela Previ estão distribuídos conforme a Tabela 1.

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Tabela 1 - Plano de Benefícios 1

Plano de Benefícios 1 Patrimônio: R$ 142 Bi

1º Tri/2009 2º Tri/2009 3º Tri/2009 4º Tri/2009

Ativos 34.652 34.321 34.058 33.815

Aposentados 64.036 64.094 64.050 64.109

Aposentados externos 3.412 3.427 3.442 3.224

Ativos externos 930 925 935 932

Pensionistas 20.000 18.750 18.911 18.974

Total 123.030 121.517 121.396 121.054

Fonte: Previ 2010

Tabela 2 - Plano Previ Futuro

Plano PREVI Futuro Patrimônio: R$ 1,5 Bilhões

1º Tri/2009 2º Tri/2009 3º Tri/2009 4º Tri/2009

Ativos 49.103 49.575 50.771 51.977

Aposentados 55 64 68 72

Aposentados externos 3 4 2 2

Ativos externos 4.100 4.240 4.446 4.671

Pensionistas 205 197 206 220

Total 53.466 54.080 55.493 56.942

Fonte: Previ 2010

Para atender as necessidades administrativas dos dois planos, a Previ está

estruturada em suas funções conforme organograma apresentado na Figura 4. É

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importante destacar que, atualmente, a metade da composição dos Conselhos e da

Diretoria possui mandato eletivo, escolhido pelos participante assistidos e da ativa.

Figura 4 - Organograma da Previ

4.1.2 Sobre o Banco do Brasil O Banco do Brasil SA, fundado em 1808 por D. João VI, ao longo de mais de

dois séculos tem atuado como instituição financeira pública, como instrumento de

políticas de governo para fomento e desenvolvimento econômico do país. Desde 1964,

com a extinção da Superintendência da Moeda e do Crédito e a criação do Banco

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Central e do Conselho Monetário Nacional, o BB vem perdendo poder e status de

banco público e se transformando e aparentando cada vez mais com um banco de

mercado. A modificação mais significativa ocorreu em 1986 com a extinção da Conta

Movimento, obrigando o Banco do Brasil a disputar mais fortemente com os demais

bancos a captação de recursos financeiros.

Nos últimos anos, o Banco do Brasil, após passar por sérias crises, que exigiram

altíssimos aportes do Governo Federal, passou a se preocupar mais com custos e

resultados. Na década de 90, o BB promoveu um grande programa de demissão

voluntária e investiu fortemente em tecnologia. Em 1997, em consonância com o

mercado e para redução de custos e riscos futuros, o BB criou um novo plano de

previdência para seus funcionários, o Plano de Benefício 2 ou Previ Futuro, um plano

de contribuição variável sem contribuição do patrocinador na fase de recebimento de

benefícios.

Hoje, o Banco do Brasil se tornou num grande conglomerado financeiro, atuando

em todos os mercados existentes na economia brasileira e com um programa de

expansão através de aquisições, incorporações, abertura de novas agências e criação

de novos escritórios no exterior. A maior parte do quadro atual de funcionários do banco

é composta por funcionários que tomaram posse após 1998 e participam do Previ

Futuro.

4.2 PERFIL DOS RESPONDENTES DO QUESTIONÁRIO

Embora o Previ Futuro tenha hoje 55.883 participantes, a pesquisa quantitativa

teve por base um universo de 34.786 participantes, que representa 62% do total.

Chegou-se a este número pela seleção das seis unidades da federação que possuíam

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a maior quantidade de participantes. Dessa base se extraiu uma amostra representativa

de 400 participantes, dos quais 267 foram alcançados e responderam ao questionário.

O total de respondentes corresponde a 0,77% do universo amostral. Os participantes

foram segmentados por perfil que considerou: gênero, cargo e tempo no plano. A

seguir, na Tabela 3, alguns dados e informações e breve análise do significado para a

pesquisa:

Tabela 3 - Amostra utilizada na pesquisa quantitativa

Gênero Tempo de Plano BA DF MG RJ RS SP Total geral0 a 3 anos 9 8 11 19 2 1 50

4 a 7 anos 7 8 7 9 1 20 52

≥ 8 anos 1 3 3 4 2 8 21

Feminino Total 17 19 21 32 5 29 1230 a 3 anos 7 12 16 12 5 17 69

4 a 7 anos 6 14 12 4 4 11 51

≥ 8 anos 3 7 4 6 2 2 24

Masculino Total 16 33 32 22 11 30 14433 52 53 54 16 59 267

Unidade da Federação

Feminino

Masculino

Total geral

Amostra

Fonte: Elaboração própria 4.2.1 Gênero

Tabela 4 - Respondentes, por gênero

Gênero Incidência Frequência Feminino 123 46% Masculino 144 54% Total 267 100%

Fonte: Elaboração própria

A amostra, conforme Tabela 4, compõe-se de 46% de respondentes do gênero

feminino e 54% do gênero masculino, próximo da proporção de 42% e 58% do universo

amostral, respectivamente. Embora considerado na seleção dos sujeitos para a

pesquisa o aspecto gênero mostrou-se irrelevante para o trabalho, não sendo

considerado para análise.

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4.2.2 Cargo

Tabela 5 - Cargo dos respondentes Cargo Incidência Frequência Comissionado 168 63% Escriturário 99 37% Total 100%

Fonte: elaboração própria Com relação ao cargo, a maioria dos respondentes que compõe a amostra, é

constituída de funcionários comissionados. Para este estudo, considerou-se

comissionado todo funcionário cuja função que exerce de forma efetiva possui carga

horária de 8 horas diárias.

4.2.3 Tempo de Plano

Tabela 6 - Tempo de plano Tempo de plano Total % 0 a 3 119 45% 4 a 7 103 39% ≥ 8 45 17% Total 267 100%

Fonte: elaboração própria Mantendo a proporção do universo do plano Previ Futuro, a amostra contou com

45% dos respondentes dentro da faixa de até 3 anos de plano. A grande concentração

de participantes na faixa de até 3 anos de plano se deve ao forte incremento nas

contratações de funcionários por parte do Banco do Brasil nos últimos anos, em função

da reposição das vagas decorrentes de funcionários que aderiram a planos de incentivo

à aposentadoria.

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4.3 PERFIL DOS PARTICIPANTES DAS ENTREVISTAS COLETIVAS Assim como na aplicação do questionário durante a fase quantitativa, na fase

qualitativa o estudo considerou os perfis dos participantes por gênero, cargo e tempo no

plano. Abaixo algumas informações e breve análise do significado para a pesquisa:

4.3.1 Gênero

Tabela 7 - Gênero dos entrevistados no grupo focal Gênero Incidência Frequência Feminino 11 47,8% Masculino 12 52,2% Total 23 100%

Fonte: elaboração própria Para as entrevistas coletivas buscou-se manter a mesma proporção existente no

plano e, mesmo considerando algumas desistências de última hora, o estudo contou

com uma proporção bem próxima à atual configuração do plano, conforme Tabela 7. Pa

análise dos resultados este aspecto demonstrou-se irrelevante.

4.3.2 Cargo

Tabela 8 - Cargo dos entrevistados no grupo focal Cargo Incidência Frequência Comissionado 11 47,8% Escriturário 12 52,2% Total 23 100%

Fonte: elaboração própria O Previ Futuro, por se tratar de um plano com apenas dez anos e com a grande

maioria dos participantes com tempo de banco inferior a cinco anos, possui uma

concentração de funcionários no quadro de escriturários. O estudo considerou

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comissionados todos os funcionários que trabalham com carga horária de oito horas

diárias.

4.3.3 Tempo de Plano

Tabela 9 - Tempo de plano dos entrevistados no grupo focal Tempo de Plano Incidência Frequência 0 a 3 9 39,1% 4 a 7 11 47,8% ≥ 8 3 13,1% Total 23 100%

Fonte: elaboração própria Para as entrevistas nos grupos focais buscou-se um composto de participantes,

quanto ao tempo de plano, que considerasse a proporção existente no total e que

garantisse uma visão suficiente para aprofundar nos temas relevantes para este estudo.

4.4 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS O estudo foi composto por duas fases de pesquisa, sendo que a primeira fase,

quantitativa, se deu pela aplicação de um questionário com dezenove perguntas

objetivas. Embora a prioridade desta dissertação seja a abordagem qualitativa, a

finalidade da primeira fase foi auxiliar a interpretação dos resultados da fase qualitativa.

Para Creswell (2007), a “estratégia transformadora sequencial” tem duas fases distintas

de coletas de dados, uma seguida da outra, sendo que qualquer um dos métodos pode

ser usado primeiro e pode-se dar prioridade a um ou ao outro. Para uma breve análise

descritiva dos resultados, as 19 perguntas foram divididas em seis conjuntos por

critérios de afinidade. A pesquisa foi realizada por telefone, com participação de cinco

atendentes, previamente treinados pelo pesquisador, nos meses de setembro a

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novembro de 2009, aproveitando os momentos de menor demanda na Central de

atendimento. Os participantes foram receptivos e mostraram-se interessados em

participar da pesquisa e em muitos casos aproveitaram o contato para tirar algumas

dúvidas, o que contribuiu para o êxito do estudo. Selecionaram-se falas dos atendentes

que abordam a receptividade:

Bem, eu sempre acho que são muito receptivos, é só falar em

Previ e eles abrem os ouvidos para ouvir o que a gente tem a

dizer, ainda mais agora numa pesquisa. Em participar, eles se

sentem muito confortáveis em responder. (Atendente 1)

Quando você fala que é uma pesquisa, ele acha que é muita coisa,

que é uma coisa banal e quando você começa a explicar que é da

Previ, ele começa a interessar. (Atendente 4)

A gente diz que são só alguns minutinhos, aí, quer dizer, uma

coisa que eles queriam que realmente fosse mais rápido, mas aí

eles vão questionando durante as perguntas básicas, eles

perguntam outras coisas que a gente também vai acrescentando,

então eles perdem até a noção do tempo e do que a gente tinha

previsto. (Atendente 3)

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4.4.1 Conhecimento sobre previdência e sobre o plano Quadro 04 - Questões sobre conhecimento a respeito do plano

01 - Qual a importância de ter um plano de previdência complementar?

Muito importante 263 99% Pouco importante 4 1% Nenhuma importância 0 0% 02 - Quando você aderiu ao plano Previ Futuro, qual era o seu grau de conhecimento sobre previdência complementar? Bom conhecimento 63 24% Pouco conhecimento 161 60% Nenhum conhecimento 43 16% 03 - Você percebe evolução no seu grau de conhecimento sobre o plano Previ Futuro ao longo de sua carreira. Sim, hoje conheço muito 77 29% Sim, hoje sei um pouco mais 159 60% Não, meu conhecimento continua o mesmo 31 12% 05 - Você sabe quanto o BB contribui mensalmente para sua reserva de aposentadoria? Sim 151 57% Não 116 43% 17 - Como você classifica seu conhecimento sobre as opções por perfis de investimentos do PF? Bom 71 27% Pouco 143 53% Nenhum 52 20%

Fonte: elaboração própria Ao analisar o resultado das perguntas acima, verifica-se que a quase totalidade

considera importante ter um plano de previdência complementar, o que demonstra que

o tema “Previdência Complementar”, que vem sendo bastante difundido há mais de 15

anos, principalmente pelas instituições financeiras, tem alcançado os respondentes,

que, ao tomar posse no Banco do Brasil, já possuem a consciência da necessidade de

se ter um instrumento que complemente o valor do benefício pago pelo INSS. Por outro

lado, os participantes que responderam o questionário demonstram que não possuem

profundidade de entendimento sobre o assunto, e não há evolução do conhecimento a

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partir do conhecimento inicial. Um dado preocupante é a quantidade de participantes

que declararam que o conhecimento não evoluiu nada ao longo do tempo de banco, ou

seja, mesmo trabalhando em uma instituição financeira que vende produtos e serviços

previdenciários e recebendo da Previ cartilhas e periódicos, declaram que não sabem

nada sobre o assunto.

4.4.2 Simulando a aposentadoria Quadro 5 - Questões sobre planejamento da aposentadoria 04 - Você, alguma vez, já fez uma simulação de sua renda na aposentadoria? Sim 96 36% Não 171 64% 06 - Você já pensou em fazer contribuição adicional para melhorar sua reserva e aumentar o valor de sua renda na aposentadoria? Sim 136 51% Não 131 49%

07 - Você já parou para planejar ou pensar no seu período pós-laboral?

Sim 75 28%

Não 192 72%

08 - Você sabe quanto receberia hoje do Previ Futuro em caso de invalidez?

Sim 11 4% Não 256 96%

09 - No caso de desligamento do Banco do Brasil, você...

Permaneceria no plano 161 60% Resgataria a reserva 34 13% Não sabe 72 27%

Fonte: elaboração própria Constatou-se que a grande maioria dos entrevistados (64%) nunca fez uma

simulação dos valores projetados para os complementos de aposentadoria. Esse

resultado não era o esperado, considerando a característica do plano, que é de

contribuição definida e, portanto, o complemento não guarda relação direta com o

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salário do participante, como no plano de benefício definido, mas sim com a reserva

projetada em função das contribuições normais e adicionais.

Por outro lado, a resposta à pergunta 9: “o que você faria no caso de

desligamento do Banco do Brasil?” foi surpreendente, uma vez que a maioria (60%)

declarou interesse em permanecer no plano caso saísse do BB. Esse dado pode

demonstrar que, mesmo não conhecendo bem o plano Previ Futuro, os entrevistados

percebem valor e certa segurança na entidade a ponto de desejar continuar fazendo

contribuições para o plano mesmo em caso de troca de emprego.

4.4.3 Comparando os planos oferecidos pelo patrocinador

Quadro 6 - Comparando os planos 10 - O Plano Previ Futuro possui características diferentes do Plano 1. Como você considera o seu plano em relação ao Plano 1?

Melhor 26 10% Pior 98 37% Não sei avaliar 143 54% Total 267 100%

Fonte: elaboração própria Percebe-se que há um sentimento de inferioridade em alguns participantes que

responderam ao questionário ao compararem seu plano com o plano mais antigo

oferecido pelo banco aos funcionários que tomaram posse até dezembro de 1997. Na

fase qualitativa verificou-se que essa percepção vem do próprio ambiente de trabalho,

onde os entrevistados veem diferenças no tratamento que o patrocinador dá aos dois

grupos com perdas de vantagens para o grupo pós-97. Essa percepção é transferida

para o plano de previdência como se fosse um plano inferior.

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4.4.4 Participando da escolha dos dirigentes

Quadro 7 - Questão sobre escolhas de representantes (elaboração própria)

11 - Qual o seu grau de interesse pela escolha de representantes para administrar e fiscalizar o fundo que administra o seu plano?

Muito interesse 74 28% Pouco interesse 142 53% Nenhum interesse 51 19% 267 100% Ao analisar as respostas da pergunta sobre a escolha dos dirigentes o resultado

foi surpreendente, uma vez que 72% dos respondentes estão entre o pouco e o

nenhum interesse. Embora fosse esperado um resultado baixo, o número demonstra a

dificuldade de atração do grupo para esta questão.

4.4.5 A comunicação institucional da Previ

Quadro 8 - Questões sobre a comunicação da entidade

12 - Com que periodicidade você lê a Revista Previ?

Sempre (todos os meses) 92 34% Às vezes (até 6 edições por ano) 155 58% Nunca 20 7%

13 - Quanto a Revista Previ tem contribuído para o seu aprendizado em assuntos previdenciários?

Muito 126 51% Pouco 117 47% Não tem contribuído 6 2%

14 - Com que periodicidade você acessa o site da Previ?

Todos os meses 52 20% Às vezes (a cada três meses) 106 41%

Raramente 109 39%

15 - Você utiliza o site da Previ para ampliar seu conhecimento sobre o Previ Futuro?

Sim 93 36% Não 163 64% Total 256 100% 16 - Você lê os e-mails (informes eletrônicos) enviados pela Previ? Sim 93 35% Às vezes 79 30% Não recebo 93 35%

Fonte: elaboração própria

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Constatou-se nas respostas às perguntas relacionadas aos veículos de

comunicação disponibilizados pela entidade certo distanciamento ou desinteresse.

Embora todos os participantes recebam mensalmente a revista institucional, apenas

34% dos respondentes declararam que a leem periodicamente, todavia dos poucos que

costumam ler, a metade considera o periódico importante para aumentar seus

conhecimentos em assuntos previdenciários. Por outro lado, um dado positivo e

surpreendente foi quanto ao site da entidade, onde 20% declararam que o acessam

mensalmente e dentre os que o acessam, um terço informar que o utiliza para ampliar

seus conhecimentos quanto ao plano de previdência. Quanto aos informes eletrônicos o

resultado mostrou uma falha no processo de comunicação da entidade, uma vez que

um terço dos respondentes não está recebendo. Também é preocupante o fato de que,

dos que recebem os informes semanalmente, apenas a metade declara que costuma

abrir e ler as notícias enviadas pela Previ.

4.4.6 Em contato com a Previ

Quadro 9 - Em contato com a entidade

18 - Você já ligou, alguma vez, para a Central de Atendimento da Previ?

Sim 94 35% Não 172 65%

Total 266 100%

19 - Você percebeu, no atendimento da Previ, a preocupação em despertar seu interesse de conhecer mais sobre o seu plano?

Sim 9 9% Não 91 91%

Total 100 100% Fonte: elaboração própria

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Como já se esperava, o resultado mostrou que poucos - apenas um terço - dos

entrevistados já entraram em contato com a Central de Atendimento da Previ e dentre

estes a grande maioria não percebe nenhuma proatividade nos contatos, por parte dos

atendentes, no sentido de despertar seu interesse para conhecer mais sobre o plano e

sobre a entidade. Considerando o aspecto orientativo da Central de atendimento é

natural que quanto menor o envolvimento com as questões do plano, menor será a

busca por esclarecimentos.

4.5 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS COLETIVAS Para essa fase o pesquisador empreendeu-se em três grupos focais, para os

quais foram convidados funcionários em atividade e que se dispuseram a participar do

trabalho. O clima dos três grupos foi excelente com todos os participantes

demonstrando satisfação e motivação para contribuir com o estudo.

4.5.1 Categoria 1 - A Previdência Complementar na perspectiva do participante Buscou-se verificar, com esta categoria, a percepção dos entrevistados quanto à

importância da previdência complementar para eles e como surgiu neles o interesse

pelo tema. A pergunta associada a esta categoria foi: Qual a importância de se ter um

plano de previdência complementar?

Todos os entrevistados disseram que consideravam importante ter uma

previdência para complementar a aposentadoria oficial. Para a maioria dos

entrevistados, a percepção da necessidade vinha da família, onde os pais comentavam

entre si ou com os filhos sobre o assunto, outros se inteiraram do assunto através da

cultura geral, em contatos com amigos, revistas, jornalismo televisado e outros. Por

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outro lado, constatou-se pelas respostas e comentários que tal percepção de

importância não estava fundamentada em um conhecimento ou mesmo em interesse

pelo tema:

Você diz a previdência com um todo? Eu era como a maioria que

respondeu o questionário, eu não sabia nada. Sabia que era

importante, mas não sabia nada sobre as regras, como funciona.

Porque eu ouvia muitos comentários, também nas conversas com

o meu pai, ele dizia que era importante. (Participante 10)

A gente tem noção de que é um bom negócio aderir a Previ

embora a gente não saiba o que é nem como funciona.

(Participante 16)

O brasileiro não tem cultura de seguridade. O assunto de

previdência complementar não faz parte do dia a dia do brasileiro e

a gente acaba não se interessando muito por causa dessa falta de

cultura, mas com o tempo a gente aprende que é bom.

(Participante 17)

4.5.2 Categoria 2 - Preparação para a aposentadoria Nesta categoria buscou-se verificar a visão de futuro do entrevistado quanto ao

assunto aposentadoria e como ele projeta a sua situação financeira no momento que

entrar em gozo do benefício previdenciário. As perguntas associadas a esta categoria

foram: Qual o seu interesse sobre o tema aposentadoria? Você costuma fazer

simulações? Tem ideia de quanto seriam suas despesas e receitas quando se

aposentar?

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Constata-se, pelas respostas e comentários, que, para a maioria dos

entrevistados, a preocupação quanto à aposentadoria se resume em ter o plano de

previdência e, consequentemente, não possui nenhum planejamento previdenciário,

nem tem ideia sobre os valores que receberiam no futuro, num cenário de normalidade,

ou seja, na aposentadoria por tempo de serviço ou por idade, ou num cenário de

anormalidade, que pode ser o recebimento de complemento por invalidez; ou no caso

de o beneficiário receber complemento por morte do titular, também não simulam suas

receitas e despesas. Percebe-se isto facilmente nos comentários dos entrevistados que

dizem que aposentadoria é coisa para daqui a muito tempo e está num futuro muito

distante e que as preocupações do dia a dia não permitem planejar nem pensar sobre

essas coisas. Selecionaram-se alguns comentários para demonstrar tal percepção:

Não, eu não penso nisso não! Hora nenhuma, ainda não está no

meu horizonte de forma nenhuma. Até porque, aí entra outra

questão, que é minha perspectiva fora do banco, já que a minha

formação é para ser profissional liberal na área de magistério,

então a minha vontade é de trabalhar até a morte sem problema

nenhum. (Participante 17)

Eu acredito que a questão é que as pessoas não querem saber

disso agora, elas só vão pensar em aposentadoria quando

estiverem velhos. É a cultura. (Participante 15)

Nós temos nossa preocupação diária com nosso trabalho, com

nossas necessidades mais urgentes. (Participante 18)

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Eu penso e fico tranquilo que tenho uma renda e que posso fazer

tudo o que eu quero, mas codificar isso em valor para a época é

difícil. (Participante 8)

4.5.3 Categoria 3 - A imagem da Previ junto aos participantes Esta categoria surgiu nos comentários dos entrevistados durante as entrevistas

coletivas. Embora não constasse do propósito inicial deste estudo, nem tivesse

nenhuma pergunta do roteiro diretamente associada a esta categoria, foram

encontrados 15 comentários a respeito do assunto. Para esses entrevistados, a marca

Previ é sinônimo de segurança, competência e boa administração dos recursos

financeiros dos participantes. Ao analisar os comentários verifica-se que esta visão

muito otimista da entidade tem provocado certo “conforto” nos participantes, que pode

estar relacionado com o baixo índice de acompanhamento das contas individuais e

outros aspectos relacionados ao funcionamento da entidade, que veremos em outras

categorias. Para demonstrar essa percepção, selecionaram-se alguns comentários que

abordaram o tema:

Agora, depois que eu entrei no BB, eu vejo que o dinheiro está

numa boa companhia mesmo. (Participante 4)

A Previ é o maior investidor do país em todas as áreas, é por isso

que a gente não tem muita preocupação com o dinheiro em si.

(Participante 5)

No meu ponto de vista, isto é uma verdade, a Previ passa muita

segurança pra gente; tem outra verdade, a gente já ouviu falar de

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problemas com outros fundos e com a Previ não ouve, sinal de

que a Previ está sendo bem gerida. (Participante 9)

Eu não tenho a menor preocupação, desde o primeiro débito para

a Previ até quando eu aposentar, eu estou tranquilo. São mais de

105 anos de história que tira qualquer dúvida. É a mesma coisa de

desconfiar do BB, não dá para duvidar de uma empresa que tem

200 anos. (Participante 12)

4.5.4 Categoria 4 - Conhecimento quanto ao plano de previdência Nesta categoria buscou-se verificar a percepção dos entrevistados quanto ao

conhecimento próprio a respeito de previdência e sobre o plano Previ Futuro,

especificamente. As perguntas diretamente orientadas para esta categoria foram:

Como você avalia o seu conhecimento sobre previdência, hoje e quando aderiu

ao plano?; Por que a grande maioria não tem nem ideia sobre os valores dos

benefícios, como, por exemplo, o complemento de aposentadoria por invalidez?;

Grande parte dos participantes não sabe qual o valor de sua contribuição para o

Previ Futuro, e metade não pensa em fazer contribuição adicional. Quais as

razões para estas respostas?

Verifica-se, nas respostas e nos comentários, que, ao tomar posse no banco, os

participantes não possuem conhecimento prévio sobre previdência e que a

apresentação feita no dia da posse para oferecimento do plano de previdência

complementar é insuficiente para esclarecer os pontos principais ou tirar as dúvidas dos

participantes. Também se constata que muitos ampliam seus conhecimentos através

dos produtos previdenciários comercializados nas agência do banco. Outro ponto

surpreendente que se verifica em alguns comentários é o fato de não saberem nem o

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valor dos descontos na folha de pagamento para a contribuição para o Previ Futuro.

Também surpreendente foi aparecer em vários comentários a influência dos pais

contribuindo para ampliar o conhecimento e fortalecer nos funcionários a importância da

previdência complementar. Ficou evidenciado pelas respostas de todos os

entrevistados que não existe um conhecimento mais aprofundado em relação ao plano

e que nenhum, por exemplo, sabia quanto receberia em caso de aposentadoria por

invalidez, um terço não sabia o valor da contribuição mensal e poucos já cogitaram de

fazer contribuições adicionais para melhorar o benefício. Durante as entrevistas,

surgiram comentários a respeitos de benefícios como: financiamento imobiliário,

contribuição especial para quem assume cargos comissionados no banco e outros que

evidenciaram o distanciamento e o pouco conhecimento da maioria em relação ao Previ

Futuro. Algumas respostas ou comentários ilustram ou complementam esta análise:

Eu não sabia com quanto eu contribuía, porque eu comecei a fazer

a Previ quando eu entrei no banco, eu tenho oito anos de BB e oito

anos de Previ e nunca percebi diferença nos descontos então você

acaba se acostumado com aquele valor que desconta, acho que é

isso. (Participante13)

Eu entrei no banco há três meses, então... Na verdade, eu não

sabia nada sobre PC, hoje eu sei um pouquinho, mais que nada, e

o que eu sei é por causa do BrasilPrev ou do Ourocap...Certas

coisas que a gente tem que vender, aí a gente acaba aprendendo

um pouco. Agora, sobre previdência privada, meus pais já tinham

feito para mim aqui no BB mesmo, mas eu nunca conversei sobre

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como funciona... E o INSS, a gente sabe que não vai, não é?

Então, se a gente quiser manter o padrão de vida tem que fazer

para merecer. (Participante 11)

“Bom! Eu considero o meu conhecimento de previdência aberta

melhorou muito, justamente pelo fato da gente ter que vender o

produto no banco. Eu não tinha muito conhecimento através da

Previ, no começo eu achei que faltou um pouco de interesse, mas

com relação a BrasilPrev, ajudou muito. Antes de tomar posse, eu

conheci, através da minha mãe, que também é funcionária do

banco, eu sabia que existia Previ, eu sabia que existia previdência

complementar, tanto que eu já entrei aderindo à Previ e logo

depois eu fiz o Brasilprev também. (Participante 15)

Com relação a isso que ela falou eu concordo plenamente. O

nosso conhecimento de previdência não tem nada a ver com a

Previ, eu não sei se é por falha nossa ou por falha da própria Previ

em termos de comunicação, ou seja, fazer uma comunicação mais

clara, estar mais popular para o nível de funcionalismo dela, eu

não sei se é por parte nossa, que não corremos atrás de procurar

saber. Eu avalio da seguinte forma, eu tenho certeza que o nosso

nível de conhecimento da Previ é muito pouco, nós aprendemos

com os produtos que temos que oferecer para os clientes, é muito

pouco mesmo. (Participante 18)

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4.5.5 Categoria 5 - A comunicação da Previ com os participantes Nesta categoria buscou-se conhecer como os participantes percebem os

veículos e os canais de comunicação da Previ. As perguntas do roteiro mais associadas

a esta categoria foram: O que desperta maior interesse ou o que chama a atenção

de vocês na Revista Previ?; Como vocês avaliam o site da Previ?; Que

importância vocês veem nos boletins informativos que a Previ encaminha para

seus e-mails?; Vocês percebem algum dificultador na comunicação da Previ com

seus participantes?; Como vocês percebem o atendimento telefônico e o Fale

Conosco da Previ?.

Verifica-se nas respostas que os entrevistados têm pouco contato com os

veículos de comunicação da Previ e utilizam muito pouco os canais de comunicação da

instituição. Constata-se nas falas e comentários que existe certo distanciamento e

pouco interesse pelos assuntos específicos do plano de previdência.

Quanto à Revista Previ, ao analisar as respostas, verifica-se que nem todos

abrem a revista para ver o conteúdo. Todos recebem o periódico, porém alguns

simplesmente não abrem, outros declararam que folheiam buscando assuntos

interessantes. Alguns entrevistados alegaram que adquiriram mais conhecimento sobre

a instituição Previ e sobre o plano com a leitura da Revista. A maioria elogiou a

qualidade da revista sem especificar o valor ou o que a torna um instrumento de

qualidade. Selecionaram-se alguns comentários para ilustrar tais percepções:

Toda vez que chega a revista, eu abro, dou uma olhada nas

matérias, vejo aquelas que me interessa e leio. Principalmente

matérias que contam história de algum colega... Um assunto legal

sobre previdência também eu costumo ler. (Participante 10)

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A qualidade da revista é boa, mas não é somente a qualidade que

chama a atenção. É como uma comida, às vezes você enche os

olhos, você sente o cheiro agradável, mas nem sempre o paladar

vai agradar. (Participante 16)

Eu leio também. Eu não fico esperando a revista, mas eu estou em

casa e aí, ah, chegou a revista Previ, eu dou aquela folheada e vou

olhando e, opa!. Este é legal, aí eu leio, mas nunca leio a revista

inteira. (Participante 14)

A única revista da Previ que eu abri foi a que estava falando sobre

a crise no ano passado, então a capa me chamou a atenção. A

matéria era muito boa. (Participante 17)

Eu não leio. Eu preciso até cancelar. Eu fiquei sabendo que a

gente pode cancelar lá no site. (Participante 16)

Um ponto surpreendente e relevante que surgiu quando se falava sobre a

Revista Previ é a relação entre a comunicação da Previ e o trabalho dos participantes.

Para alguns entrevistados, a revista ou o site da Previ remetem ao trabalho e buscar

informações ou aumentar o conhecimento sobre o próprio plano se confunde com o

trabalho no Banco. Selecionaram-se algumas falas para melhor esclarecer esta

percepção:

Eu falo por mim, quando eu saio do banco à tarde, tudo o que eu

não quero ler, em revista ou no computador, é coisa que me faz

lembrar o meu trabalho. São oito horas aqui dentro, é muita coisa.

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A gente também tem que pensar e fazer outras coisas, a vida não

é só trabalho. (Participante 15)

Ah, sei lá, você chega em casa do trabalho, cansado, e aí você

pega uma revista que nos remete ao trabalho novamente... Não

dá, não... a gente quer é ver televisão ou uma matéria de esportes.

(Participante 10)

Em relação ao site, a maioria dos entrevistados concorda que é o melhor e mais

eficiente canal de comunicação entre a entidade e seus associados. No entanto, alguns

alegam que não se lembram da última vez que o acessaram. A maior parte dos que

costumam acessar o site o fazem para transações relativas a empréstimos e

financiamentos. Poucos navegam periodicamente buscando notícias interessantes e

aprofundando o conhecimento em assuntos previdenciários. A maioria dos

entrevistados considera o site organizado e de fácil navegação. Algumas falas mostram

a percepção dos entrevistados quanto ao tema:

“O site, eu acesso, principalmente a seção do empréstimo simples.

Na verdade, eu acho bom, de vez em quando a gente dá uma

navegada no site para ver as notícias, ainda mais que tem link do

e-mail e fica ainda mais rápido. Você vê a matéria que chama

atenção e clica e lê. (Participante 9)

“Eu costumo acessar, mas raramente. Eu acho o site bom, fácil de

navegar, agora já pode trocar a senha no próprio site, não precisa

ligar pra central... Está bem legal. (Participante 14)

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Quanto à Central de Atendimento, a grande maioria nunca ligou para o 0800 da

Previ e os poucos que ligaram disseram haver ligado somente para buscar informações

sobre empréstimos, não havendo entre os entrevistados quem tivesse ligado para

outros assuntos. Embora não tendo ligado para a Previ, alguns alegaram possuir uma

expectativa ruim em relação ao atendimento:

Eu não ligo para o 0800, mas imagino que deve ser ruim, porque

todo 0800 é ruim. (Participante 16)

Eu liguei novamente pra Central há pouco tempo, pra saber uma

informação sobre empréstimo, aí a moça que atendeu falou: Entra

no site que está tudo lá. Aí, eu entrei no site e resolvi tudo que eu

precisava. Agora, quanto ao atendimento, eu achei que foi bom, a

questão é que o que eu queria não era com a central que resolvia,

era no site. Alguns anos atrás, quando eu usava a central, era

muito demorada, agora foi muito rápido. (Participante 13)

4.5.6 Categoria 6 - A escolha dos dirigentes da entidade Nesta categoria o estudo buscou conhecer o interesse dos entrevistados pela

gestão da entidade e a percepção dos mesmos quanto à importância do processo de

escolha dos dirigentes e conselheiros. A pergunta orientada a esta categoria foi: Como

vocês percebem o interesse dos participantes do Previ Futuro quanto à escolha

dos dirigentes e conselheiros da entidade?

Percebe-se nas respostas que o envolvimento da grande maioria dos

entrevistados é nulo em relação ao processo de escolha dos dirigentes e conselheiros

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para a Previ. Embora já tenham ouvido falar, e até mesmo já tenham votado em alguns

pleitos, os entrevistados demonstraram grande distanciamento do assunto. Todos

concordam que a Previ precisa ser administrada por pessoas competentes e com

profundo e especializado conhecimento, porém, reconhecem, pelas suas falas, que

delegam essa responsabilidade para os outros funcionários, principalmente para os

participantes do plano 1, funcionários mais antigos do banco. Verifica-se nas respostas

certa confiança, como se não dependesse tanto da decisão ou escolha de cada um,

pois todos os candidatos teoricamente são bons e preparados. Outro ponto que surgiu

nos comentários é que alguns consideram que a escolha democrática de parte dos

dirigentes fica prejudicada ou comprometida pela existência do voto de Minerva nas

instâncias superiores da entidade. Selecionaram-se algumas respostas para melhor

ilustrar tais percepções:

Eu acho extremamente importante, mas eu não me envolvo, acho

muito importante, mas até aqui eu nunca procurei me informar

direito. Eu vejo no SISBB, ouço alguns colegas, às vezes eu olho

os nomes dos candidatos e vejo que não conheço ninguém, aí

deixo pra lá, não me sinto mobilizada. Quando eu estava na outra

agência, tinha um pessoal bem antigo e a gente perguntava: a, em

que você vai votar? Você conhece alguém? E às vezes eles

direcionavam para aquela chapa, normalmente a chapa ligada ao

sindicato. Mas, agora, ficou mais complicado porque a gente não

conhece e não tem mais os antigos para dar as dicas.

(Participante 14)

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Eu acho muito importante a gente se preocupar com a escolha dos

representantes, mas com o voto de Minerva não adianta muita

coisa, a decisão é sempre a do governo. (Participante 15)

Qualquer um que entrar lá, vai ser um colega, ele vai lutar pelo

mesmo interesse nosso, é difícil não confiar em alguém que ta lá

lutando do mesmo lado da gente. Será que ele vai escolher uma

coisa ruim pra ele? Claro que não. (participante 12)

“O que acontece é terceirização de responsabilidade. Você acha

que o outro vai escolher pra você e fica tranquilo, mas quando der

problema você vai ser o primeiro a jogar pedra. Se depender da

gente, qualquer um pode fazer uma chapa lá que corre o risco de

ganhar.” (Participante 16)

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5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 5.1 CONCLUSÕES Esta dissertação buscou conhecer e compreender as opiniões dos participantes

do Previ Futuro sobre o sistema de comunicação da Previ com seus associados, bem

como analisar os impactos da comunicação no conhecimento previdenciário deles. A

pesquisa junto aos participantes foi promissora e suficiente para o alcance dos objetivos

deste estudo. Tanto na aplicação do questionário, quanto nas entrevistas através de

grupos focais, os entrevistados se mostraram interessados e dispostos a colaborarem

para o aprofundamento do assunto.

Diagnosticou-se que a questão do nível de conhecimento dos participantes sobre

o plano de previdência Previ Futuro, patrocinado pelo Banco do Brasil e administrado

pela Previ, precisa ser avaliada com cuidado e se torna necessária uma forte atuação

para reverter a situação atual. O resultado revela que existe um grande abismo entre a

importância que o assunto merece, muitas vezes reconhecido pelos próprios

participantes, e o grau de interesse pela busca de conhecimento ou de envolvimento

com a instituição que administra os recursos garantidores dos benefícios futuros.

Historicamente, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil foi

motivo de orgulho e segurança para os participantes e assistidos. Embora o estudo

mostre que os participantes do Previ Futuro continuam mantendo essa percepção de

que a instituição é forte e segura, eles não demonstram uma relação afetuosa ou

orgulhosa, como é o caso dos funcionários mais antigos, participantes do Plano 1. Tal

sentimento ou ressentimento se deve principalmente ao momento histórico da criação

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do plano Previ Futuro, que coincidiu com uma série de mudanças nas relações de

trabalho e recompensas do Banco com os novos funcionários contratados a partir de

1998.

Com a criação do novo plano, a entidade se viu diante de dois públicos

diferentes, com necessidades de comunicação diferentes. Dada a grandeza do Plano 1,

tanto em número de participantes, quanto no patrimônio bilionário, e a incipiência do

plano Previ Futuro, foi quase natural que, nos primeiros anos da coexistência de

ambos, a instituição priorizasse o primeiro e imperceptivelmente negligenciasse a

devida atenção ao plano recém-criado.

Quanto à percepção de importância, a pesquisa mostrou que os participantes

consideram muito importante ter um plano de previdência para complementar a

aposentadoria oficial do INSS. Tal opinião, aliada ao desembolso mensal da

contribuição, deveria criar um ambiente propício para o desenvolvimento de um

processo de aprendizagem constante sobre o plano, principalmente sobre os valores

que serão pagos no futuro. Porém, os participantes não conhecem as leis que regem a

previdência fechada, nem são capazes de distingui-la da previdência aberta. O fato

revelado pela pesquisa - de que a maioria não sabe quanto contribui para o plano -

sinaliza que, a partir da inscrição, normalmente no dia da posse, o funcionário se

desliga do assunto, primeiro por confiar cegamente na instituição, e depois, em contato

com colegas mais antigos do outro plano, adquire informações do Plano 1, que não se

aplicam ao novo plano.

Um ponto muito preocupante, revelado na pesquisa, é o fato de que a grande

maioria dos entrevistados desconhece totalmente os valores que receberiam na fase de

recebimento de benefícios. Percebe-se nas falas dos participantes que os mesmos não

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possuem nenhum planejamento previdenciário, pois para eles não há nenhuma razão

para se preocupar com isso, ou isso é coisa para se preocupar no futuro. É um desafio

para a entidade atuar de forma a reduzir esse comodismo e despertar no participante a

necessidade de planejar sua aposentadoria e tomar as decisões que são fundamentais

para alcançar os objetivos planejados. As EFPCs reconhecem que é difícil fazer com

que os jovens se preocupem com a aposentadoria. Num primeiro momento, esse tema

compete com a casa própria, gastos com educação, veículos e outras necessidades de

curto prazo e reduzem a atenção sobre a poupança previdenciária (FUNDOS DE

PENSÃO, 2009, nº 354).

A pesquisa mostrou que a possibilidade de escolha dos perfis de investimento

recentemente oferecida pela instituição, mesmo com um grande esforço de

comunicação, utilizando todos os canais, ainda está longe de surtir o efeito desejado,

porquanto 73% dos entrevistados classificam seu conhecimento como pouco ou

nenhum em relação ao assunto.

O desconhecimento do valor da contribuição mensal; do valor que o participante

receberia no momento da aposentadoria; de onde estão aplicados os recursos; das

regras do plano, tudo isso cria uma relação instável entre o participante e a entidade.

Outro ponto preocupante, apontado pela pesquisa que embasa esta dissertação,

é o desinteresse dos participantes pela escolha dos representantes para a

administração da entidade que administra o plano. A grande maioria, 72%, declarara ter

pouco ou nenhum interesse pelo processo de escolha ou está totalmente alienada do

assunto. Os participantes não conhecem o modelo de gestão adotado pela instituição e

não compreendem a importância da participação para garantir rumos corretos e gestão

eficiente. Estão ancorados em pressupostos perigosos, que podem ser verdades hoje,

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mas não garantem o futuro, de que a Previ é muito bem administrada e que, portanto,

não precisam se preocupar; ou, por não conhecerem os candidatos, não podem decidir

de forma consciente, por isso, não se envolvem num momento de vital importância para

a entidade. Por se tratar de um plano com mais de 10 anos e que abrange a maioria

dos funcionários na ativa é preocupante o fato de que um grupo tão expressivo não

tenha interesse na escolha dos representantes para dirigir a entidade que administra o

seu futuro.

Destaca-se, dentre as categorias analisadas, a comunicação da instituição com

os participantes do plano de previdência objeto deste estudo. Embora a instituição

invista no processo de comunicação, com veículos de qualidade reconhecida pelos

entrevistados, como a revista mensal e o site da entidade, a pesquisa mostra que tal

esforço está longe de atrair o interesse dos participantes. Um fato inquietante surge

quando vários entrevistados identificam a revista mensal da entidade ou o próprio site

como se fossem ambientes que remetem ao trabalho ou ao patrocinador, e isso tem

sido fator de desestímulo para se conhecer mais sobre a instituição e o próprio plano.

Por isso, boa parte dos participantes nem sequer abre a revista e alguns poucos

apenas a folheiam em busca de algo interessante para ler. Da mesma forma, a grande

maioria - 80% dos entrevistados - acessam o site ás vezes ou raramente e, quando o

fazem, é para tratar de assunto relacionado a empréstimos ou financiamentos. Existe

uma sensação de que não há necessidade de se conhecer mais, ou que não há

decisões a serem tomadas, pois, uma vez feita a adesão, agora resta apenas esperar a

data da aposentadoria, pois até lá a entidade estará forte e segura e que não há nada

que se precise fazer.

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Torna-se evidente a necessidade de uma maior participação do patrocinador no

processo de comunicação educativa, utilizando todos os veículos e canais disponíveis

nos ambientes da entidade e do patrocinador, focando nos pontos relevantes, cujos

conhecimentos são necessários para tomadas de decisões, de forma simples e atrativa,

e com uma linguagem que alcance os participantes. Torna-se, cada vez mais urgente,

que as entidades de previdência fechada, tenham uma visão educativa e holística, para

fornecer aos participantes uma compreensão das partes, dos detalhes, das regras, das

circunstâncias que formam o todo. Educar o participante sobre as áreas funcionais da

entidade, principalmente: seguridade, investimentos, empréstimos. Educar sobre a

legislação da previdência social, a legislação da previdência complementar, o

planejamento para a aposentadoria, o planejamento financeiro e outros.

O próprio sistema de previdência complementar reconhece a necessidade de se

adotar uma estratégia de transformação da complexa linguagem que permeia o sistema

e a legislação da previdência complementar, tornando-a mais simples a fim de que

possa ser compreendida pelas pessoas que não tem tanta familiaridade com o tema

(FUNDOS DE PENSÃO, 2009, nº 358).

O desafio é imenso, mas o momento é bastante propício, pois há uma

convergência de esforços a fim de alcançar e educar todos os públicos para uma

consciência de prevenção e planejamento quanto ao futuro. Todas as entidades

fechadas de previdência complementar estão empenhadas em estudar, planejar e

praticar ações educativas junto aos seus participantes e beneficiários. Desse

movimento espera-se que surjam muitas ações viáveis e aplicáveis que poderão

contribuir para superação desse desafio.

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97

5.2 RECOMENDAÇÕES Algumas recomendações podem ser sinalizadas com o propósito de contribuir

para uma maior aproximação das entidades de previdência com o seu público direto e

indireto:

1) Aproximar mais a linguagem utilizada nos canais e veículos de informações

dos participantes, assistidos e beneficiários.

2) Oferecer opções de treinamento e desenvolvimento aos participantes,

aproveitando a Internet, disponibilizando cursos e simuladores, num ambiente

atrativo e de fácil utilização.

3) Incentivar os participantes, através de campanhas ou outros meios, a

conhecerem de forma atrativa seus direitos e obrigações no plano de

previdência.

4) Disponibilizar um canal, fácil e direto, para receber críticas e sugestões dos

participantes, assistidos e beneficiários.

5) Fazer pesquisas periódicas para conhecer, quantitativa e qualitativamente, o

interesse dos participantes e assistidos pelo plano e pela entidade.

Também pode ser recomendado que este estudo seja replicado ao outro plano

de previdência da mesma entidade, que possui características diferentes às do Previ

Futuro (Plano 1, benefício definido). Recomenda-se também que o mesmo assunto

fosse examinado por outros pesquisadores em outras EFPCs, com diversidade de

públicos e quantidade de participantes e assistidos. Tais estudos poderiam

complementar esta pesquisa e certamente contribuiriam para uma melhor compreensão

do fenômeno.

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103

APÊNDICE A QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

PESQUISA

Caro(a) Senhor(a)

Este trabalho faz parte de uma pesquisa de Mestrado em Administração em

Universidade localizada no Rio de Janeiro. Você foi selecionado aleatoriamente para

participar deste estudo que tem o apoio da Previ. Respondendo este questionário você

esta contribuindo para um trabalho científico que visa conhecer a percepção dos

participantes do plano Previ Futuro da Previ, sobre o processo de comunicação da

Previ e Educação Previdenciária. O tempo previsto para esta entrevista varia de 5 a 10

minutos. Você receberá via e-mail o resultado consolidado da pesquisa.

01 - Qual a importância de ter um plano de previdência complementar?

a) Muito importante b) Pouco importante c) Nenhuma importância

02 - Quando você aderiu ao plano Previ Futuro, qual era o seu grau de conhecimento

sobre previdência complementar?

a) Bom conhecimento b) Pouco conhecimento c) Nenhum conhecimento

03 - Você percebe evolução no seu grau de conhecimento sobre o plano Previ Futuro

ao longo de sua carreira.

a) Sim, hoje conheço muito b) Sim, hoje sei um pouco mais c) Não,

meu conhecimento continua o mesmo

04 - Você, alguma vez, já fez uma simulação de sua renda na aposentadoria?

a) Sim b) Não

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104

05 - Você sabe quanto o BB contribui mensalmente para sua reserva de

aposentadoria?

a) Sim b) Não

06 - Você já pensou em fazer contribuição adicional para melhorar sua reserva e

consequentemente aumentar o valor de sua renda na aposentadoria?

a) Sim b) Não

07 - Você já parou para planejar ou pensar no seu período pós-laboral?

a) Sim b) Não

08 - Você sabe quanto receberia hoje do Previ Futuro em caso de invalidez?

a) Sim b) Não

09 - No caso de desligamento do Banco do Brasil?

a) Você permaneceria no plano b) Resgataria a reserva c) Não sabe

10 - O Plano Previ Futuro possui características diferentes do Plano 1. Como você

considera o seu plano em relação ao Plano 1?

a) Melhor b) Pior c) Não sei avaliar

11 - Em geral qual o seu interesse nas eleições para escolha de representantes para

administrar a PREVI?

a) Muito interesse b) Pouco interesse c) Nenhum interesse

12 - Com que periodicidade você lê a Revista Previ?

a) Sempre (todos os meses) b) Às vezes (até 6 edições por ano) c) Nunca

13 - Quanto a Revista Previ tem contribuído para o seu aprendizado em assuntos

previdenciários?

a) Muito b) Pouco c) Não tem contribuído

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105

14 - Com que periodicidade você acessa o site da Previ?

a) Todos os meses b) Ás vezes (a cada três meses) c) Raramente

15 - Você utiliza o site da Previ para ampliar seu conhecimento sobre o Previ Futuro?

a) Sim b) Não

16 - Você lê os e-mails enviados pela Previ?

a) Sim b) Ás vezes c) Não recebo

17 - Como você classifica seu conhecimento sobre as opções por perfis de

investimentos do PF?

a) Bom b) Pouco c) Nenhum

18 - Você já ligou, alguma vez, para a Central de Atendimento da Previ?

a) Sim b) Não

19 - Você percebeu, no atendimento da Previ, a preocupação em despertar seu

interesse de conhecer mais sobre o seu plano?

a) Sim b Não

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106

APÊNDICE B ROTEIRO DAS ENTREVISTAS COLETIVAS

01 - Qual a importância de se ter um plano de previdência complementar?

02 - Como você avalia o seu conhecimento sobre previdência, hoje e quando aderiu ao plano? 03 - Qual o seu interesse sobre o tema aposentadoria? Você costuma fazer simulações? Tem idéia de quanto seria suas despesas e receitas quando se aposentar? 04 - Porque a grande maioria não conhece os valores dos benefícios, como por exemplo o complemento de aposentadoria por invalidez? 05 - Grande parte dos participantes não sabe qual o valor de sua contribuição para o Plano Previ Futuro e metade não pensaram em fazer contribuição adicional. Quais as razões para estas respostas? 06 - Na hipótese de desligamento do Banco do Brasil. Qual seria a opção de vocês e como vocês vêem o resultado da pesquisa mostrando que a maioria pensa em permanecer no plano? 07 - Na opinião de vocês porque grande parte dos participantes considera o Plano 1 melhor que o PF? 08 - Como vocês percebem o interesse dos participantes do PF quanto a escolhas dos dirigentes e conselheiros para a Previ? 09 - Revista Previ. O que desperta maior interesse ou o que chama mais atenção de vocês na Revista Previ? 10 - Site da Previ. Como vocês vêem o site da Previ? 11 - Como vocês vêem os boletins informativos que a Previ encaminha para seus e-mails? 12 - Vocês percebem algum dificultador na comunicação da Previ com seus participantes? 13 - Como vocês percebem o atendimento telefônico e o fale conosco da Previ? 14 - O que vocês consideram mais importante no relacionamento da Previ com seus participantes?

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107

APÊNDICE C PESQUISA QUESTÃO 1 01 – Qual a importância de se ter um plano de previdência complementar?

Muito importante

99%

Pouco importante

1%

1 Gênero Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %0 a 3 2 7 6 3 0 1 19 7%

4 a 7 3 8 5 5 1 11 33 12%

≥ 8 0 3 3 3 2 4 15 6%

Subtotal 5 18 14 11 3 16 67 25%

0 a 3 6 1 5 16 2 0 30 11%

4 a 7 4 0 2 4 0 9 19 7%

≥ 8 1 0 0 1 0 4 6 2%

Subtotal 11 1 7 21 2 13 55 21%

Feminino 16 19 21 32 5 29 122 46%

0 a 3 3 10 11 6 1 8 39 15%

4 a 7 3 14 9 4 1 10 41 15%

≥ 8 2 7 4 5 1 2 21 8%

Subtotal 8 31 24 15 3 20 101 38%

0 a 3 4 2 5 6 4 8 29 11%

4 a 7 3 0 3 0 2 1 9 3%

≥ 8 1 0 0 1 0 0 2 1%

Subtotal 8 2 8 7 6 9 40 15%

Masculino 16 33 32 22 9 29 141 53%

a Total 32 52 53 54 14 58 263 99%E 0 a 3 1 0 0 0 0 0 1 0%

Subtotal 1 0 0 0 0 0 1 0%

Feminino 1 0 0 0 0 0 1 0%

0 a 3 0 0 0 0 0 1 1 0%

4 a 7 0 0 0 0 1 0 1 0%

≥ 8 0 0 0 0 1 0 1 0%

Subtotal 0 0 0 0 2 1 3 1%

Masculino 0 0 0 0 2 1 3 1%

b Total 1 0 0 0 2 1 4 1%Total geral 33 52 53 54 16 59 267 100%

b) Pouco

importante

Masc.

C

E

C

E

E

Fem.

Masc.

Fem.

a) Muito

importante

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APÊNDICE D PESQUISA QUESTÃO 2 02 - Quando você aderiu ao plano Previ Futuro, qual era o seu grau de conhecimento sobre previdência complementar?

2 Gên. Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %

0 a 3 1 1 5 1 0 0 8 3%

4 a 7 0 1 0 0 0 2 3 1%

C Total 1 2 5 1 0 2 11 4%

0 a 3 1 1 1 4 0 0 7 3%

4 a 7 1 0 0 0 0 4 5 2%

≥ 8 0 0 0 0 0 1 1 0%

E Total 2 1 1 4 0 5 13 5%

0 a 3 0 0 4 3 0 4 11 4%

4 a 7 0 6 1 3 0 1 11 4%

≥ 8 0 3 0 1 0 0 4 1%

C Total 0 9 5 7 0 5 26 10%

0 a 3 1 0 2 3 1 3 10 4%

4 a 7 0 0 3 0 0 0 3 1%

E Total 1 0 5 3 1 3 13 5%

a Total Bom conhecimento 4 12 16 15 1 15 63 24%0 a 3 1 6 1 2 0 1 11 4%

4 a 7 3 5 3 5 1 7 24 9%

≥ 8 2 1 2 1 4 10 4%

C Total 4 13 5 9 2 12 45 17%

0 a 3 6 0 3 6 2 0 17 6%

4 a 7 3 0 1 4 0 4 12 4%

≥ 8 1 0 0 1 0 1 3 1%

E Total 10 4 11 2 5 32 12%

0 a 3 2 8 6 2 0 4 22 8%

4 a 7 2 7 5 1 1 8 24 9%

≥ 8 1 3 3 4 1 2 14 5%

C Total 5 18 14 7 2 14 60 22%

0 a 3 3 2 3 2 2 5 17 6%

4 a 7 3 0 0 0 2 0 5 2%

≥ 8 1 0 0 1 0 0 2 1%

E Total 7 2 3 3 4 5 24 9%

b Total Pouco conhecimento 26 33 26 30 10 36 161 60%4 a 7 0 2 2 0 0 2 6 2%

≥ 8 0 1 2 1 1 0 5 2%

C Total 0 3 4 1 1 2 11 4%

0 a 3 0 0 1 6 0 0 7 3%

4 a 7 0 0 1 0 0 1 2 1%

≥ 8 0 0 0 0 0 2 2 1%

E Total 0 0 2 6 0 3 11 4%

0 a 3 1 2 1 1 1 0 6 2%

4 a 7 1 1 3 0 0 1 6 2%

≥ 8 1 1 1 0 0 0 3 1%

C Total 3 4 5 1 1 1 15 6%

0 a 3 0 0 0 1 1 1 3 1%

4 a 7 0 0 0 0 1 1 2 1%

≥ 8 0 0 0 0 1 0 1 0%

E Total 0 0 0 1 3 2 6 2%

c Total Nenhum conhecimento 3 7 11 9 5 8 43 16%Total geral 33 52 53 54 16 59 267 100%

a)

b)

E

C

E

C

E

C

E

c)

F

M

F

M

F

M

C

E

C

E

C

24%

60%

16%

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109

APÊNDICE E PESQUISA QUESTÃO 3 03 - Você percebe evolução no seu grau de conhecimento sobre o plano Previ Futuro ao longo de sua carreira?

3 Gên. Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %

a 0 a 3 0 3 3 1 0 0 7 3%

4 a 7 0 2 1 1 1 2 7 3%

≥ 8 0 0 1 1 1 1 4 1%

C Total 0 5 5 3 2 3 18 7%

0 a 3 1 0 0 4 1 0 6 2%

4 a 7 0 0 0 1 0 3 4 1%

≥ 8 0 0 0 0 0 1 1 0%

E Total 1 0 0 5 1 4 11 4%

0 a 3 1 4 1 0 1 4 11 4%

4 a 7 1 4 2 2 1 3 13 5%

≥ 8 2 2 0 2 0 1 7 3%

C Total 4 10 3 4 2 8 31 12%

0 a 3 0 2 2 3 1 4 12 4%

4 a 7 0 0 3 0 2 0 5 2%

E Total 0 2 5 3 3 4 17 6%

5 17 13 15 8 19 77 29%b 0 a 3 2 3 3 2 0 1 11 4%

4 a 7 3 6 4 4 0 7 24 9%

≥ 8 0 3 2 2 1 3 11 4%

C Total 5 12 9 8 1 11 46 17%

0 a 3 3 1 5 12 1 0 22 8%

4 a 7 3 0 2 2 0 4 11 4%

≥ 8 1 0 0 1 0 2 4 1%

E Total 7 1 7 15 1 6 37 14%

0 a 3 1 6 10 3 0 4 24 9%

4 a 7 1 8 5 0 0 4 18 7%

≥ 8 0 5 4 3 1 1 14 5%

C Total 2 19 19 6 1 9 56 21%

0 a 3 3 0 3 3 2 3 14 5%

4 a 7 2 0 0 0 1 1 4 1%

≥ 8 1 0 0 1 0 0 2 1%

E Total 6 0 3 4 3 4 20 7%

20 32 38 33 6 30 159 59%c 0 a 3 0 1 0 0 0 0 1 0%

4 a 7 0 0 0 0 0 2 2 1%

C Total 0 1 0 0 0 2 3 1%

0 a 3 3 0 0 0 0 0 3 1%

4 a 7 1 0 0 1 0 2 4 1%

≥ 8 0 0 0 0 0 1 1 0%

E Total 4 0 0 1 0 3 8 3%

0 a 3 1 0 0 3 0 0 4 1%

4 a 7 1 2 2 2 0 3 10 4%

C Total 2 2 2 5 0 3 14 5%

0 a 3 1 0 0 0 1 2 4 1%

4 a 7 1 0 0 0 0 0 1 0%

≥ 8 0 0 0 0 1 0 1 0%

E Total 2 0 0 0 2 2 6 2%

8 3 2 6 2 10 31 12%Total geral 33 52 53 54 16 59 267 100%

M

F

Total a) Sim, hoje conheço muito

E

E

E

C

C

Total b) Sim, hoje sei um pouco mais

M

F

C

E

C

Total c) Não, meu conhecimento continua o mesmo

F

M

C

E

C

E

29%

59%

12%

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110

APÊNDICE F PESQUISA QUESTÃO 4 04 - Você, alguma vez, já fez uma simulação de sua renda na aposentadoria?

4 Gên. Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %

0 a 3 0 6 2 2 0 1 11 4%

4 a 7 1 6 1 5 0 6 19 7%

≥ 8 0 2 2 2 1 3 10 4%

C Total 1 14 5 9 1 10 40 15%

0 a 3 5 0 5 15 2 0 27 10%

4 a 7 4 0 2 2 0 7 15 6%

≥ 8 1 0 0 1 0 3 5 2%

E Total 10 0 7 18 2 10 47 18%

0 a 3 3 5 6 3 0 4 21 8%

4 a 7 2 4 7 2 0 7 22 8%

≥ 8 1 4 2 2 1 1 11 4%

C Total 6 13 15 7 1 12 54 20%

0 a 3 3 0 3 6 4 5 21 8%

4 a 7 2 0 3 0 2 1 8 3%

≥ 8 0 0 0 1 0 0 1 0%

E Total 5 0 6 7 6 6 30 11%

22 27 33 41 10 38 171 64%0 a 3 2 1 4 1 0 0 8 3%

4 a 7 2 2 4 0 1 5 14 5%

≥ 8 0 1 1 1 1 1 5 2%

C Total 4 4 9 2 2 6 27 10%

0 a 3 2 1 0 1 0 0 4 1%

4 a 7 0 0 0 2 0 2 4 1%

≥ 8 0 0 0 0 0 1 1 0%

E Total 2 1 0 3 0 3 9 3%

0 a 3 0 5 5 3 1 4 18 7%

4 a 7 1 10 2 2 1 3 19 7%

≥ 8 1 3 2 3 0 1 10 4%

C Total 2 18 9 8 2 8 47 18%

0 a 3 1 2 2 0 0 4 9 3%

4 a 7 1 0 0 0 1 0 2 1%

≥ 8 1 0 0 0 1 0 2 1%

E Total 3 2 2 0 2 4 13 5%

11 25 20 13 6 21 96 36%Total geral 33 52 53 54 16 59 267 100%

Sim Total

Não Total

C

E

C

E

C

E

C

E

Sim

F

M

F

M

Não

36%

64%

Sim

Não

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111

APÊNDICE G PESQUISA QUESTÃO 5 05 - Você sabe quanto o BB contribui mensalmente para sua reserva de aposentadoria?

57%

43%

Sim

Não

5 Gên Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %0 a 3 1 3 1 3 0 0 8 3%

4 a 7 2 2 2 1 0 7 14 5%

≥ 8 0 0 3 0 1 2 6 2%

C Total 3 5 6 4 1 9 28 10%

0 a 3 4 0 2 9 0 0 15 6%

4 a 7 3 0 1 2 0 6 12 4%

≥ 8 1 0 0 1 0 3 5 2%

E Total 8 0 3 12 0 9 32 12%

0 a 3 2 4 5 4 1 2 18 7%

4 a 7 2 5 5 1 0 4 17 6%

≥ 8 2 0 1 1 1 0 5 2%

C Total 6 9 11 6 2 6 40 15%

0 a 3 2 1 1 1 0 4 9 3%

4 a 7 3 0 1 0 0 1 5 2%

≥ 8 1 0 0 0 1 0 2 1%

E Total 6 1 2 1 1 5 16 6%

23 15 22 23 4 29 116 43%0 a 3 1 4 5 0 0 1 11 4%

4 a 7 1 6 3 4 1 4 19 7%

≥ 8 0 3 0 3 1 2 9 3%

C Total 2 13 8 7 2 7 39 15%

0 a 3 3 1 3 7 2 0 16 6%

4 a 7 1 0 1 2 0 3 7 3%

≥ 8 0 0 0 0 0 1 1 0%

E Total 4 1 4 9 2 4 24 9%

0 a 3 1 6 6 2 0 6 21 8%

4 a 7 1 9 4 3 1 6 24 9%

≥ 8 0 7 3 4 0 2 16 6%

C Total 2 22 13 9 1 14 61 23%

0 a 3 2 1 4 5 4 5 21 8%

4 a 7 0 0 2 0 3 0 5 2%

≥ 8 0 0 0 1 0 0 1 0%

E Total 2 1 6 6 7 5 27 10%

10 37 31 31 12 30 151 57%Total geral 33 52 53 54 16 59 267 100%

Sim Total

Não Total

Sim

F

C

E

M

C

E

Não

F

C

E

M

C

E

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112

APÊNDICE H PESQUISA QUESTÃO 6 06 - Você já pensou em fazer contribuição adicional para melhorar sua reserva e, consequentemente, aumentar o valor de sua renda na aposentadoria?

51%49%

Sim

Não

6 Gên Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %0 a 3 2 6 0 0 0 1 9 3%

4 a 7 2 4 1 3 0 7 17 6%

≥ 8 0 1 1 2 1 1 6 2%

C Total 4 11 2 5 1 9 32 12%

0 a 3 4 0 3 6 2 0 15 6%

4 a 7 2 0 2 1 0 7 12 4%

≥ 8 1 0 0 1 0 2 4 1%

E Total 7 0 5 8 2 9 31 12%

0 a 3 2 4 4 4 1 4 19 7%

4 a 7 2 8 6 1 0 5 22 8%

≥ 8 1 0 1 2 1 1 6 2%

C Total 5 12 11 7 2 10 47 18%

0 a 3 2 0 2 3 2 5 14 5%

4 a 7 2 0 2 0 1 1 6 2%

≥ 8 0 0 0 1 0 0 1 0%

E Total 4 0 4 4 3 6 21 8%

20 23 22 24 8 34 131 49%0 a 3 0 1 6 3 0 0 10 4%

4 a 7 1 4 4 2 1 4 16 6%

≥ 8 0 2 2 1 1 3 9 3%

C Total 1 7 12 6 2 7 35 13%

0 a 3 3 1 2 10 0 0 16 6%

4 a 7 2 0 0 3 0 2 7 3%

≥ 8 0 0 0 0 0 2 2 1%

E Total 5 1 2 13 0 4 25 9%

0 a 3 1 6 7 2 0 4 20 7%

4 a 7 1 6 3 3 1 5 19 7%

≥ 8 1 7 3 3 0 1 15 6%

C Total 3 19 13 8 1 10 54 20%

0 a 3 2 2 3 3 2 4 16 6%

4 a 7 1 0 1 0 2 0 4 1%

≥ 8 1 0 0 0 1 0 2 1%

E Total 4 2 4 3 5 4 22 8%

13 29 31 30 8 25 136 51%Total geral 33 52 53 54 16 59 267 100%

Não

F

C

E

M

C

E

Não Total

Sim

F

C

E

M

C

E

Sim Total

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113

APÊNDICE I PESQUISA QUESTÃO 7 07 - Você já parou para planejar ou pensar no seu período pós-laboral?

28%

72% Sim

Não

7 Gên Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %0 a 3 2 3 6 2 0 1 14 5%

4 a 7 1 6 3 4 1 8 23 9%

≥ 8 0 1 3 3 0 2 9 3%

C Total 3 10 12 9 1 11 46 17%

0 a 3 7 0 5 12 2 0 26 10%

4 a 7 4 0 2 2 0 7 15 6%

≥ 8 1 0 0 0 0 4 5 2%

E Total 12 0 7 14 2 11 46 17%

0 a 3 2 6 7 5 1 3 24 9%

4 a 7 3 12 8 2 0 8 33 12%

≥ 8 1 6 2 3 1 1 14 5%

C Total 6 24 17 10 2 12 71 27%

0 a 3 3 2 4 4 4 5 22 8%

4 a 7 1 0 2 0 2 1 6 2%

≥ 8 0 0 0 1 0 0 1 0%

E Total 4 2 6 5 6 6 29 11%

25 36 42 38 11 40 192 72%0 a 3 0 4 0 1 0 0 5 2%

4 a 7 2 2 2 1 0 3 10 4%

≥ 8 0 2 0 0 2 2 6 2%

C Total 2 8 2 2 2 5 21 8%

0 a 3 0 1 0 4 0 0 5 2%

4 a 7 0 0 0 2 0 2 4 1%

≥ 8 0 0 0 1 0 0 1 0%

E Total 0 1 0 7 0 2 10 4%

0 a 3 1 4 4 1 0 5 15 6%

4 a 7 0 2 1 2 1 2 8 3%

≥ 8 1 1 2 2 0 1 7 3%

C Total 2 7 7 5 1 8 30 11%

0 a 3 1 0 1 2 0 4 8 3%

4 a 7 2 0 1 0 1 0 4 1%

≥ 8 1 0 0 0 1 0 2 1%

E Total 4 2 2 2 4 14 5%

8 16 11 16 5 19 75 28%Total geral 33 52 53 54 16 59 267 100%

Sim Total

Não Total

Sim

F

C

E

M

C

E

Não

F

C

E

M

C

E

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114

APÊNDICE J PESQUISA QUESTÃO 8 08 - Você sabe quanto receberia hoje do Previ Futuro em caso de invalidez?

4%

96%

Sim

Não

8 Gên Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %0 a 3 2 6 6 3 0 1 18 7%

4 a 7 3 8 5 5 1 11 33 12%

≥ 8 0 3 3 3 2 4 15 6%

C Total 5 17 14 11 3 16 66 25%

0 a 3 6 1 5 16 2 0 30 11%

4 a 7 4 0 2 2 0 9 17 6%

≥ 8 1 0 0 1 0 4 6 2%

E Total 11 1 7 19 2 13 53 20%

0 a 3 3 10 11 5 1 7 37 14%

4 a 7 3 14 9 4 1 10 41 15%

≥ 8 1 7 3 5 1 2 19 7%

C Total 7 31 23 14 3 19 97 36%

0 a 3 4 2 5 5 4 9 29 11%

4 a 7 3 0 1 0 3 1 8 3%

≥ 8 1 0 0 1 1 0 3 1%

E Total 8 2 6 6 8 10 40 15%

31 51 50 50 16 58 256 96%Sim F C 0 a 3 0 1 0 0 0 0 1 0%

C Total 0 1 0 0 0 0 1 0%

E 0 a 3 1 0 0 0 0 0 1 0%

4 a 7 0 0 0 2 0 0 2 1%

E Total 1 0 0 2 0 0 3 1%

M C 0 a 3 0 0 0 1 0 1 2 1%

≥ 8 1 0 1 0 0 0 2 1%

C Total 1 0 1 1 0 1 4 1%

E 0 a 3 0 0 0 1 0 0 1 0%

4 a 7 0 0 2 0 0 0 2 1%

E Total 0 0 2 1 0 0 3 1%

Sim Total 2 1 3 4 0 1 11 4%Total geral 33 52 53 54 16 59 267 100%

Não Total

Não

F

C

E

M

C

E

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115

APÊNDICE K PESQUISA QUESTÃO 9 09 - No caso de desligamento do Banco do Brasil, você...

9 Gên Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %

0 a 3 1 5 5 3 0 1 15 6%

4 a 7 2 4 4 2 0 5 17 6%

≥ 8 0 1 1 1 2 3 8 3%

C Total 3 10 10 6 2 9 40 15%

0 a 3 5 1 2 14 1 0 23 9%

4 a 7 2 0 2 1 0 8 13 5%

≥ 8 0 0 0 1 0 1 2 1%

E Total 7 1 4 16 1 9 38 14%

0 a 3 1 6 9 3 1 7 27 10%

4 a 7 0 8 3 2 1 7 21 8%

≥ 8 1 4 2 3 0 1 11 4%

C Total 2 18 14 8 2 15 59 22%

0 a 3 2 2 5 3 2 5 19 7%

4 a 7 1 0 1 0 1 1 4 1%

≥ 8 1 0 0 0 0 0 1 0%

E Total 4 2 6 3 3 6 24 9%16 31 34 33 8 39 161 60%

4 a 7 1 3 0 0 0 1 5 2%

≥ 8 0 2 1 0 0 1 4 1%

C Total 1 5 1 0 0 2 9 3%

0 a 3 1 0 0 1 0 0 2 1%

4 a 7 1 0 0 0 0 0 1 0%

≥ 8 1 0 0 0 0 0 1 0%

E Total 3 0 0 1 0 0 4 1%

0 a 3 1 1 2 0 0 1 5 2%

4 a 7 1 0 2 1 0 2 6 2%

≥ 8 0 1 2 0 1 0 4 1%

C Total 2 2 6 1 1 3 15 6%

0 a 3 1 0 0 0 0 0 1 0%

4 a 7 2 0 1 0 1 0 4 1%

≥ 8 0 0 0 0 1 0 1 0%

E Total 3 0 1 0 2 0 6 2%

9 7 8 2 3 5 34 13%0 a 3 1 2 1 0 0 0 4 1%

4 a 7 0 1 1 3 1 5 11 4%

≥ 8 0 0 1 2 0 0 3 1%

C Total 1 3 3 5 1 5 18 7%

0 a 3 1 0 3 1 1 0 6 2%

4 a 7 1 0 0 3 0 1 5 2%

≥ 8 0 0 0 0 0 3 3 1%

E Total 2 0 3 4 1 4 14 5%

0 a 3 1 3 0 3 0 0 7 3%

4 a 7 2 6 4 1 0 1 14 5%

≥ 8 1 2 0 2 0 1 6 2%

C Total 4 11 4 6 0 2 27 10%

0 a 3 1 0 0 3 2 4 10 4%

4 a 7 0 0 1 0 1 0 2 1%

≥ 8 0 0 0 1 0 0 1 0%

E Total 1 0 1 4 3 4 13 5%

Total c) Não sabe 8 14 11 19 5 15 72 27%Total geral 33 52 53 54 16 59 267 100%

E

C

E

M

F

M

C

E

C

E

C

c)

F

F

Total a) Permaneceria no plano

Total b) Resgataria a reserva

a)

b)

C

E

M

C

E

60%

13%

27%

Permaneceria no plano

Resgataria a reserva

Não sabe

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116

APÊNDICE L PESQUISA QUESTÃO 10 10 - O Plano Previ Futuro possui características diferentes do Plano 1. Como você considera o seu plano em relação ao Plano 1?

10 Gên Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %0 a 3 0 0 3 0 0 0 3 1%

4 a 7 1 0 0 0 0 3 4 1%

≥ 8 0 1 0 0 2 0 3 1%

1 1 3 0 2 3 10 4%

0 a 3 1 0 0 0 0 0 1 0%

4 a 7 0 0 0 1 0 0 1 0%

E Total 1 0 0 1 0 0 2 1%

0 a 3 0 0 2 0 0 0 2 1%

4 a 7 0 0 1 1 0 2 4 1%

≥ 8 0 3 1 0 0 0 4 1%

C Total 0 3 4 1 0 2 10 4%

0 a 3 1 0 0 1 0 1 3 1%

4 a 7 0 0 1 0 0 0 1 0%

E Total 1 0 1 1 0 1 4 1%

Total a) Melhor 3 4 8 3 2 6 26 10%0 a 3 0 0 0 0 0 1 1 0%4 a 7 2 3 3 2 0 4 14 5%

≥ 8 0 2 1 1 0 0 4 1%

C Total 2 5 4 3 0 5 19 7%

0 a 3 0 1 1 3 1 0 6 2%

4 a 7 0 0 1 2 0 5 8 3%

≥ 8 0 0 0 0 0 1 1 0%

E Total 0 1 2 5 1 6 15 6%

0 a 3 1 5 6 3 1 5 21 8%

4 a 7 1 9 4 1 0 5 20 7%

≥ 8 1 2 1 3 0 2 9 3%

C Total 3 16 11 7 1 12 50 19%

0 a 3 1 0 1 3 1 4 10 4%

4 a 7 1 0 1 0 1 0 3 1%

≥ 8 1 0 0 0 0 0 1 0%

E Total 3 0 2 3 2 4 14 5%

Total b) Pior 8 22 19 18 4 27 98 37%0 a 3 2 7 3 3 0 0 15 6%

4 a 7 0 5 2 3 1 4 15 6%

≥ 8 0 0 2 2 0 4 8 3%

C Total 2 12 7 8 1 8 38 14%

0 a 3 6 0 4 13 1 0 24 9%

4 a 7 4 0 1 1 0 4 10 4%

≥ 8 1 0 0 1 0 3 5 2%

E Total 11 0 5 15 1 7 39 15%

0 a 3 2 5 3 3 0 3 16 6%

4 a 7 2 5 4 2 1 3 17 6%

≥ 8 1 2 2 2 1 0 8 3%

C Total 5 12 9 7 2 6 41 15%

0 a 3 2 2 4 2 3 4 17 6%

4 a 7 2 0 1 0 2 1 6 2%

≥ 8 0 0 0 1 1 0 2 1%

E Total 4 2 5 3 6 5 25 9%

Total c) Não sei avaliar 22 26 26 33 10 26 143 54%Total geral 33 52 53 54 16 59 267 100%

a)

F

C

C Total

M

C

E

b)

F

M

C

E

C

E

c)

F

C

E

M

C

E

10%

37%53%

Melhor

Pior

Não sei avaliar

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117

APÊNDICE M PESQUISA QUESTÃO 11 11 - Qual o seu grau de interesse pela escolha de representantes para administrar e fiscalizar o fundo que administra o seu plano? 11 Gên Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %a 0 a 3 1 0 0 0 0 0 1 0%

4 a 7 2 3 0 1 0 2 8 3%

≥ 8 0 0 1 2 0 1 4 1%

C Total 3 3 1 3 0 3 13 5%

0 a 3 2 0 1 1 0 0 4 1%

4 a 7 2 0 1 2 0 2 7 3%

≥ 8 1 0 0 0 0 1 2 1%

E Total 5 0 2 3 0 3 13 5%

0 a 3 2 1 5 3 0 1 12 4%

4 a 7 0 2 3 1 0 4 10 4%

≥ 8 1 2 1 1 1 2 8 3%

C Total 3 5 9 5 1 7 30 11%

0 a 3 2 1 2 2 1 3 11 4%

4 a 7 2 0 2 0 2 0 6 2%

≥ 8 1 0 0 0 0 0 1 0%

E Total 5 1 4 2 3 3 18 7%

Total a) Muito interesse 16 9 16 13 4 16 74 28%b 0 a 3 1 4 3 1 0 1 10 4%

4 a 7 1 5 3 4 1 8 22 8%

≥ 8 0 2 1 1 1 3 8 3%

C Total 2 11 7 6 2 12 40 15%

0 a 3 4 1 4 10 2 0 21 8%

4 a 7 2 0 0 1 0 4 7 3%

≥ 8 0 0 0 0 0 2 2 1%

E Total 6 1 4 11 2 6 30 11%

0 a 3 1 7 6 2 1 7 24 9%

4 a 7 3 9 3 2 1 5 23 9%

≥ 8 0 3 2 2 0 0 7 3%

C Total 4 19 11 6 2 12 54 20%

0 a 3 2 0 3 3 2 4 14 5%

4 a 7 1 0 1 0 0 1 3 1%

≥ 8 0 0 0 1 0 0 1 0%

E Total 3 0 4 4 2 5 18 7%

Total b) Pouco interesse 15 31 26 27 8 35 142 53%c 0 a 3 0 3 3 2 0 0 8 3%

4 a 7 0 0 2 0 0 1 3 1%

≥ 8 0 1 1 0 1 0 3 1%

C Total 0 4 6 2 1 1 14 5%

0 a 3 1 0 0 5 0 0 6 2%

4 a 7 0 0 1 1 0 3 5 2%

≥ 8 0 0 0 1 0 1 2 1%

E Total 1 0 1 7 0 4 13 5%

0 a 3 0 2 0 1 0 0 3 1%

4 a 7 0 3 3 1 0 1 8 3%

≥ 8 1 2 1 2 0 0 6 2%

C Total 1 7 4 4 0 1 17 6%

0 a 3 0 1 0 1 1 2 5 2%

4 a 7 0 0 0 0 1 0 1 0%

≥ 8 0 0 0 0 1 0 1 0%

E Total 0 1 0 1 3 2 7 3%

Total c) Nenhum interesse 2 12 11 14 4 8 51 19%Total geral 33 52 53 54 16 59 267 100%

E

F

M

F

M

F

M

E

C

E

C

E

C

E

C

C

E

C

28%

53%

19%

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118

APÊNDICE N PESQUISA QUESTÃO 12 12 - Com que periodicidade você lê a Revista PREVI? 12 Gên Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %a 0 a 3 1 2 4 1 0 0 8 3%

4 a 7 1 2 1 1 0 0 5 2%

≥ 8 0 0 1 2 1 1 5 2%

C Total 2 4 6 4 1 1 18 7%

0 a 3 1 1 1 5 1 0 9 3%

4 a 7 1 0 0 3 0 2 6 2%

≥ 8 0 0 0 0 0 1 1 0%

E Total 2 1 1 8 1 3 16 6%

0 a 3 1 1 6 3 1 5 17 6%

4 a 7 1 6 1 1 0 3 12 4%

≥ 8 1 4 3 2 1 2 13 5%

C Total 3 11 10 6 2 10 42 16%

0 a 3 2 0 3 3 1 5 14 5%

4 a 7 0 0 1 0 1 0 2 1%

E Total 2 0 4 3 2 5 16 6%

a) Sempre (todos os meses) 9 16 21 21 6 19 92 34%b 0 a 3 1 4 2 2 0 1 10 4%

4 a 7 2 6 4 4 0 9 25 9%

≥ 8 0 3 2 0 1 3 9 3%

C Total 3 13 8 6 1 13 44 16%

0 a 3 6 0 4 10 1 0 21 8%

4 a 7 3 0 2 1 0 6 12 4%

≥ 8 1 0 0 0 0 2 3 1%

E Total 10 0 6 11 1 8 36 13%

0 a 3 1 8 5 3 0 2 19 7%

4 a 7 1 7 7 3 1 6 25 9%

≥ 8 1 3 0 3 0 0 7 3%

C Total 3 18 12 9 1 8 51 19%

0 a 3 2 2 2 3 2 3 14 5%

4 a 7 3 0 2 0 2 0 7 3%

≥ 8 1 0 0 1 1 0 3 1%

E Total 6 2 4 4 5 3 24 9%

b) Às vezes (até 6 edições por ano) 22 33 30 30 8 32 155 58%c 0 a 3 0 1 0 0 0 0 1 0%

4 a 7 0 0 0 0 1 2 3 1%

≥ 8 0 0 0 1 0 0 1 0%

C Total 0 1 0 1 1 2 5 2%

0 a 3 0 0 0 1 0 0 1 0%

4 a 7 0 0 0 0 0 1 1 0%

≥ 8 0 0 0 1 0 1 2 1%

E Total 0 0 0 2 0 2 4 1%

0 a 3 1 1 0 0 0 1 3 1%

4 a 7 1 1 1 0 0 1 4 1%

≥ 8 0 0 1 0 0 0 1 0%

C Total 2 2 2 0 0 2 8 3%

0 a 3 0 0 0 0 1 1 2 1%

4 a 7 0 0 0 0 0 1 1 0%

E Total 0 0 0 0 1 2 3 1%

c) Nunca 2 3 2 3 2 8 20 7%Total geral 33 52 53 54 16 59 267 100%

E

C

E

F

M

F

M

F

M

E

C

E

C

E

C

E

C

C

34%

59%

7%

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119

APÊNDICE O PESQUISA QUESTÃO 13 [Apenas para quem respondeu (a) ou (b) à pergunta anterior (12)] 13 - Quanto a Revista Previ tem contribuído para o seu aprendizado em assuntos previdenciários?

51%47%

2%

13 Gên Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %a C 0 a 3 2 5 5 1 0 1 14 6%

4 a 7 0 6 0 0 1 2 9 4%

≥ 8 0 1 2 2 1 0 6 2%

C Total 2 12 7 3 2 3 29 12%

E 0 a 3 2 1 2 8 0 0 13 5%

4 a 7 0 0 1 3 0 7 11 4%

≥ 8 0 0 0 0 0 1 1 0%

E Total 2 1 3 11 0 8 25 10%

C 0 a 3 1 3 5 2 1 6 18 7%

4 a 7 1 7 3 1 0 3 15 6%

≥ 8 1 3 3 4 1 2 14 6%

C Total 3 13 11 7 2 11 47 19%

E 0 a 3 1 2 2 5 3 7 20 8%

4 a 7 2 0 1 0 1 0 4 2%

≥ 8 1 0 0 0 0 0 1 0%

E Total 4 2 3 5 4 7 25 10%

Total a) Muito 11 28 24 26 8 29 126 51%b C 0 a 3 0 1 1 2 0 0 4 2%

4 a 7 3 1 5 5 0 5 19 8%

≥ 8 0 2 1 0 1 4 8 3%

C Total 3 4 7 7 1 9 31 12%

E 0 a 3 5 0 3 7 2 0 17 7%

4 a 7 4 0 0 1 0 2 7 3%

≥ 8 1 0 0 0 0 2 3 1%

E Total 10 0 3 8 2 4 27 11%

C 0 a 3 1 6 6 4 0 1 18 7%

4 a 7 1 6 5 3 1 6 22 9%

≥ 8 0 4 0 1 0 0 5 2%

C Total 2 16 11 8 1 7 45 18%

E 0 a 3 3 0 2 1 0 1 7 3%

4 a 7 1 0 2 0 2 0 5 2%

≥ 8 0 0 0 1 1 0 2 1%

E Total 4 0 4 2 3 1 14 6%

Total b) Pouco 19 20 25 25 7 21 117 47%c C 4 a 7 0 1 0 0 0 2 3 1%

C Total 0 1 0 0 0 2 3 1%

E 4 a 7 0 0 1 0 0 0 1 0%

E Total 0 0 1 0 0 0 1 0%

C ≥ 8 1 0 0 0 0 0 1 0%

C Total 1 0 0 0 0 0 1 0%

E 0 a 3 0 0 1 0 0 0 1 0%

E Total 0 0 1 0 0 0 1 0%

Total c) Não tem contribuído 1 1 2 0 0 2 6 2%Total geral 31 49 51 51 15 52 249 100%

F

M

F

M

F

M

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120

APÊNDICE P PESQUISA QUESTÃO 14

14 - Com que periodicidade você acessa o site da Previ?

19%

40%

41%

14 Gên Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %a 4 a 7 1 2 2 0 1 1 7 3%

≥ 8 0 0 0 0 2 1 3 1%

C Total 1 2 2 0 3 2 10 4%

0 a 3 1 0 1 0 0 0 2 1%

4 a 7 0 0 0 2 0 1 3 1%

E Total 1 0 1 2 0 1 5 2%

0 a 3 1 2 4 2 0 1 10 4%

4 a 7 0 2 2 2 0 3 9 3%

≥ 8 1 2 3 2 0 2 10 4%

C Total 2 6 9 6 0 6 29 11%

0 a 3 1 0 2 1 0 3 7 3%

4 a 7 1 0 0 0 0 0 1 0%

E Total 2 0 2 1 0 3 8 3%

Total a) Todos os meses 6 8 14 9 3 12 52 19%b 0 a 3 1 4 3 0 0 1 9 3%

4 a 7 2 2 1 0 0 5 10 4%

≥ 8 0 2 3 2 0 1 8 3%

C Total 3 8 7 2 0 7 27 10%

0 a 3 3 1 2 7 0 0 13 5%

4 a 7 3 0 0 0 0 4 7 3%

E Total 6 1 2 7 0 4 20 7%

0 a 3 0 5 4 2 1 4 16 6%

4 a 7 1 9 2 1 1 3 17 6%

≥ 8 1 4 1 3 1 0 10 4%

C Total 2 18 7 6 3 7 43 16%

0 a 3 2 0 2 2 2 3 11 4%

4 a 7 0 0 2 0 1 0 3 1%

≥ 8 1 0 0 0 1 0 2 1%

E Total 3 0 4 2 4 3 16 6%

Total b) Às vezes (a cada 3 meses) 14 27 20 17 7 21 106 40%c 0 a 3 1 3 3 3 0 0 10 4%

4 a 7 0 4 2 5 0 5 16 6%

≥ 8 0 1 0 1 0 2 4 1%

C Total 1 8 5 9 0 7 30 11%

0 a 3 3 0 2 9 2 0 16 6%

4 a 7 1 0 2 2 0 4 9 3%

≥ 8 1 0 0 1 0 4 6 2%

E Total 5 0 4 12 2 8 31 12%

0 a 3 2 3 3 2 0 3 13 5%

4 a 7 2 3 5 1 0 4 15 6%

≥ 8 0 1 0 0 0 0 1 0%

C Total 4 7 8 3 0 7 29 11%

0 a 3 1 2 1 3 2 3 12 4%

4 a 7 2 0 1 0 2 1 6 2%

≥ 8 0 0 0 1 0 0 1 0%

E Total 3 2 2 4 4 4 19 7%

Total c) Raramente 13 17 19 28 6 26 109 41%Total geral 33 52 53 54 16 59 267 100%

C

E

C

E

C

C

E

E

E

C

E

C

F

F

M

M

F

M

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121

APÊNDICE Q PESQUISA QUESTÃO 15 15 - Você utiliza o site da Previ para ampliar seu conhecimento sobre o Previ Futuro? 15 Gên Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %

0 a 3 2 3 3 2 0 0 10 4%

4 a 7 2 7 3 5 0 6 23 9%

≥ 8 0 3 3 3 1 3 13 5%

C Total 4 13 9 10 1 9 46 18%

0 a 3 6 1 4 11 1 0 23 9%

4 a 7 3 0 1 2 0 8 14 5%

≥ 8 0 0 0 1 0 3 4 2%

E Total 9 1 5 14 1 11 41 16%

0 a 3 1 5 4 3 1 4 18 7%

4 a 7 2 8 7 2 1 7 27 11%

≥ 8 1 4 1 3 1 1 11 4%

C Total 4 17 12 8 3 12 56 22%

0 a 3 2 1 1 3 0 5 12 5%

4 a 7 2 0 1 0 1 1 5 2%

≥ 8 1 0 0 1 0 0 2 1%

E Total 5 1 2 4 1 6 19 7%

22 32 28 36 6 38 162 64%0 a 3 0 4 3 0 0 1 8 3%

4 a 7 1 1 2 0 1 2 7 3%

≥ 8 0 0 0 0 1 1 2 1%

C Total 1 5 5 0 2 4 17 7%

0 a 3 1 0 1 5 1 0 8 3%

4 a 7 1 0 1 2 0 1 5 2%

≥ 8 1 0 0 0 0 1 2 1%

E Total 3 0 2 7 1 2 15 6%

0 a 3 2 5 7 2 0 3 19 7%

4 a 7 1 5 2 2 0 3 13 5%

≥ 8 1 3 3 2 0 1 10 4%

C Total 4 13 12 6 0 7 42 16%

0 a 3 2 1 4 3 2 3 15 6%

4 a 7 1 0 2 0 0 0 3 1%

≥ 8 0 0 0 0 1 0 1 0%

E Total 3 1 6 3 3 3 19 7%

11 19 25 16 6 16 93 36%Total geral 33 51 53 52 12 54 255 100%

Sim Total

Não Total

Sim

F

C

E

M

C

E

Não

F

C

E

M

C

E

36%

64%

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122

APÊNDICE R PESQUISA QUESTÃO 16

16 - Você lê os e-mails enviados pela Previ? 16 Gên Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %a F C 0 a 3 0 5 3 1 0 1 10 4%

4 a 7 0 2 3 3 1 2 11 4%

≥ 8 0 1 1 1 2 2 7 3%

C Total 0 8 7 5 3 5 28 11%

E 0 a 3 2 0 1 5 0 0 8 3%

4 a 7 1 0 0 3 0 2 6 2%

≥ 8 0 0 0 0 0 1 1 0%

E Total 3 0 1 8 0 3 15 6%

M C 0 a 3 2 1 2 4 0 5 14 5%

4 a 7 2 8 0 2 0 4 16 6%

≥ 8 1 1 2 2 1 1 8 3%

C Total 5 10 4 8 1 10 38 14%

E 0 a 3 1 0 3 1 0 2 7 3%

4 a 7 1 0 1 0 0 1 3 1%

≥ 8 1 0 0 0 1 0 2 1%

E Total 3 0 4 1 1 3 12 5%

Total a)Sim 11 18 16 22 5 21 93 35%b F C 0 a 3 0 1 2 1 0 0 4 2%

4 a 7 2 3 1 1 0 3 10 4%

≥ 8 0 2 1 1 0 0 4 2%

C Total 2 6 4 3 0 3 18 7%

E 0 a 3 3 1 2 3 0 0 9 3%

4 a 7 0 0 1 0 0 2 3 1%

E Total 3 1 3 3 0 2 12 5%

M C 0 a 3 0 6 2 0 1 1 10 4%

4 a 7 1 4 6 1 0 1 13 5%

≥ 8 1 5 2 3 0 1 12 5%

C Total 2 15 10 4 1 3 35 13%

E 0 a 3 1 1 0 2 3 4 11 4%

4 a 7 0 0 1 0 1 0 2 1%

≥ 8 0 0 0 1 0 0 1 0%

E Total 1 1 1 3 4 4 14 5%Total b) Às vezes 8 23 18 13 5 12 79 30%c F C 0 a 3 2 1 1 1 0 0 5 2%

4 a 7 1 3 1 1 0 6 12 5%

≥ 8 0 0 1 1 0 2 4 2%

C Total 3 4 3 3 0 8 21 8%

E 0 a 3 2 0 2 8 2 0 14 5%

4 a 7 3 0 1 1 0 5 10 4%

≥ 8 1 0 0 1 0 3 5 2%

E Total 6 0 3 10 2 8 29 11%

M C 0 a 3 1 3 6 2 0 2 14 5%

4 a 7 0 2 3 1 1 5 12 5%

≥ 8 0 1 0 0 0 0 1 0%

C Total 1 6 9 3 1 7 27 10%

E 0 a 3 2 1 2 3 1 3 12 5%

4 a 7 2 0 0 0 2 0 4 2%

E Total 4 1 2 3 3 3 16 6%

Total c) Não recebo 14 11 17 19 6 26 93 35%Total geral 33 52 51 54 16 59 265 100%

35%

30%

35%

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123

APÊNDICE S PESQUISA QUESTÃO 17

17 - Como você classifica seu conhecimento sobre as opções por perfis de investimentos do PF? 17 Gên Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %a F C 0 a 3 1 0 2 2 0 1 6 2%

4 a 7 0 0 0 1 0 2 3 1%

≥ 8 0 1 0 2 0 0 3 1%

C Total 1 1 2 5 0 3 12 5%

E 0 a 3 2 0 2 2 0 0 6 2%

4 a 7 0 0 0 2 0 0 2 1%

E Total 2 0 2 4 0 0 8 3%

M C 0 a 3 0 4 3 3 1 6 17 6%

4 a 7 0 7 1 1 0 2 11 4%

≥ 8 0 3 3 3 0 1 10 4%

C Total 0 14 7 7 1 9 38 14%

E 0 a 3 0 0 2 3 0 3 8 3%

4 a 7 1 0 2 0 2 0 5 2%

E Total 1 0 4 3 2 3 13 5%

a Total 4 15 15 19 3 15 71 27%b F C 0 a 3 1 5 4 0 0 0 10 4%

4 a 7 3 3 4 4 1 7 22 8%

≥ 8 0 2 3 1 1 3 10 4%

C Total 4 10 11 5 2 10 42 16%

E 0 a 3 4 0 3 11 1 0 19 7%

4 a 7 3 0 1 1 0 7 12 5%

≥ 8 1 0 0 0 0 3 4 2%

E Total 8 0 4 12 1 10 35 13%

M C 0 a 3 2 4 6 2 0 1 15 6%

4 a 7 2 4 4 2 1 5 18 7%

≥ 8 1 4 1 1 1 1 9 3%

C Total 5 12 11 5 2 7 42 16%

E 0 a 3 4 0 3 3 4 5 19 7%

4 a 7 1 0 1 0 1 0 3 1%

≥ 8 1 0 0 0 1 0 2 0%

E Total 6 0 4 3 6 5 24 9%

b Total 23 22 30 25 11 32 143 53%c F C 0 a 3 0 2 0 1 0 0 3 1%

4 a 7 0 5 1 0 0 2 8 3%

≥ 8 0 0 0 0 1 1 2 1%

C Total 0 7 1 1 1 3 13 5%

E 0 a 3 1 1 0 3 1 0 6 2%

4 a 7 1 0 1 1 0 2 5 2%

≥ 8 0 0 0 1 0 1 2 1%

E Total 2 1 1 5 1 3 13 5%

M C 0 a 3 1 2 1 1 0 1 6 2%

4 a 7 1 3 4 1 0 3 12 5%

≥ 8 1 0 0 1 0 0 2 1%

C Total 3 5 5 3 0 4 20 8%

E 0 a 3 0 2 0 0 0 1 3 1%

4 a 7 1 0 0 0 0 1 2 1%

≥ 8 0 0 0 1 0 0 1 0%

E Total 1 2 0 1 0 2 6 2%

c Total 6 15 7 10 2 12 52 20%Total geral 33 52 52 54 16 59 266 100%

27%

53%

20%

Page 124: O Fundo de Pensão e o Impacto da Comunicação no ...portal.estacio.br/media/2779/amir-goncalves-dos-santos-completa.pdf · da entidade administradora do plano Previ Futuro no desenvolvimento

124

APÊNDICE T PESQUISA QUESTÃO 18

18 - Você já ligou, alguma vez, para a Central de Atendimento da Previ?

18 Gên Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %

0 a 3 2 3 4 3 0 1 13 5%

4 a 7 0 6 4 3 1 6 20 8%

≥ 8 0 1 1 3 1 1 7 3%

C Total 2 10 9 9 2 8 40 15%

0 a 3 4 1 5 12 1 0 23 9%

4 a 7 3 0 2 2 0 6 13 5%

≥ 8 0 0 0 1 0 3 4 2%

E Total 7 1 7 15 1 9 40 15%

0 a 3 2 6 9 5 1 4 27 10%

4 a 7 2 9 7 3 0 5 26 10%

≥ 8 2 2 1 4 0 1 10 4%

C Total 6 17 17 12 1 10 63 24%

0 a 3 1 1 1 4 4 8 19 7%

4 a 7 2 0 3 0 2 1 8 3%

≥ 8 0 0 0 1 1 0 2 1%

E Total 3 1 4 5 7 9 29 11%

18 29 37 41 11 36 172 65%0 a 3 0 4 2 0 0 0 6 2%

4 a 7 3 2 1 2 0 5 13 5%

≥ 8 0 2 2 0 1 3 8 3%

C Total 3 8 5 2 1 8 27 10%

0 a 3 3 0 0 4 1 0 8 3%

4 a 7 1 0 0 2 0 3 6 2%

≥ 8 1 0 0 0 0 1 2 1%

E Total 5 0 0 6 1 4 16 6%

0 a 3 1 4 1 1 0 4 11 4%

4 a 7 1 5 2 1 1 5 15 6%

≥ 8 0 5 3 1 1 1 11 4%

C Total 2 14 6 3 2 10 37 14%

0 a 3 3 1 4 2 0 1 11 4%

4 a 7 1 0 0 0 1 0 2 1%

≥ 8 1 0 0 0 0 0 1 0%

E Total 5 1 4 2 1 1 14 5%

15 23 15 13 5 23 94 35%Total geral 33 52 52 54 16 59 266 100%

Sim Total

Não Total

Sim

F

C

E

M

C

E

Não

F

C

E

M

C

E

35%

65%

Page 125: O Fundo de Pensão e o Impacto da Comunicação no ...portal.estacio.br/media/2779/amir-goncalves-dos-santos-completa.pdf · da entidade administradora do plano Previ Futuro no desenvolvimento

125

APÊNDICE U PESQUISA QUESTÃO 19

19 - Você percebeu, no atendimento da Previ, a preocupação em despertar seu interesse de conhecer mais sobre o seu plano? [Para quem respondeu SIM à pergunta anterior]. 19 Gên Cargo TP BA DF MG RJ RS SP Total %

0 a 3 0 3 1 0 0 0 4 4%

4 a 7 3 2 1 1 0 5 12 12%

≥ 8 0 2 2 0 1 3 8 8%

C Total 3 7 4 1 1 8 24 24%

0 a 3 3 0 0 4 1 0 8 8%

4 a 7 0 0 0 2 0 3 5 5%

≥ 8 0 0 0 0 0 1 1 1%

E Total 3 0 0 6 1 4 14 14%

0 a 3 0 4 1 0 0 3 8 8%

4 a 7 1 5 2 1 1 5 15 15%

≥ 8 0 5 4 1 1 1 12 12%

C Total 1 14 7 2 2 9 35 35%

0 a 3 3 1 3 2 0 4 13 13%

4 a 7 1 0 1 0 2 0 4 4%

≥ 8 1 0 0 0 0 0 1 1%

E Total 5 1 4 2 2 4 18 18%

Não Total 12 22 15 11 6 25 91 91%0 a 3 0 1 0 0 0 0 1 1%

4 a 7 0 0 0 1 0 0 1 1%

C Total 0 1 0 1 0 0 2 2%

4 a 7 1 0 0 0 0 0 1 1%

≥ 8 1 0 0 0 0 0 1 1%

E Total 2 0 0 0 0 0 2 2%

C 0 a 3 1 0 0 1 0 2 4 4%

C Total 1 0 0 1 0 2 4 4%

E 0 a 3 0 0 1 0 0 0 1 1%

E Total 0 0 1 0 0 0 1 1%

Sim Total 3 1 1 2 0 2 9 9%Total geral 15 23 16 13 6 27 100 100%

F

M

E

Não

Sim

F

M

E

C

C

E

C

9%

91%