Upload
others
View
2
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
O GÊNERO Cuscuta L. (CONVOLVULACEAE JUSS.) NO NORDESTE
BRASILEIRO
Silmara Cecília Nepomuceno
Recife, 2019
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA
O GÊNERO Cuscuta L. (CONVOLVULACEAE JUSS.) NO NORDESTE
BRASILEIRO
Silmara Cecília Nepomuceno
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Botânica, como requisito para obtenção
do título de Mestra em Botânica.
Orientadora: Maria Teresa Buril
Recife, 2019
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Sistema Integrado de Bibliotecas da UFRPE
Biblioteca Central, Recife-PE, Brasil
N441g Nepomuceno, Silmara Cecília
O gênero Cuscuta L. (Convolvulaceae Juss.) no Nordeste
brasileiro / Silmara Cecília Nepomuceno. - 2019.
63 f.: il.
Orientadora: Maria Teresa Aureliano Buril Vital.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Recife,
BR-PE, 2019.
Inclui referências.
1. Botânica - Classificação 2. Parasito 3. Biodiversidade
I. Vital, Maria Teresa Aureliano Buril, orient. II. Título
CDD 581
O GÊNERO Cuscuta L. (CONVOLVULACEAE JUSS.) NO NORDESTE
BRASILEIRO
Silmara Cecília Nepomuceno
Dissertação defendida e _____________________ em ___/___/_____
Orientadora: ___________________________________________
Dra. Maria Teresa Aureliano Buril Vital
(Universidade Federal Rural de Pernambuco)
Examinadores: ___________________________________________
Dra. Ana Rita Giraldes Simões
(Instituto de Botânica)
___________________________________________
Dra. Sarah Maria Athiê de Souza
(Universidade Federal Rural de Pernambuco)
Suplentes: ___________________________________________
Dr. José Iranildo Miranda de Melo
(Universidade Estadual da Paraíba)
___________________________________________
Margareth Ferreira de Sales
(Universidade Federal Rural de Pernambuco)
Esta dissertação é dedicada aos meus pais,
Heleno Nepomuceno e Maria José
Nepomuceno, que sempre despertaram em
mim a curiosidade e o respeito à natureza e
nunca permitiram que eu desistisse, mesmo
nos dias mais solitários longe de casa.
“Todas as vitórias ocultam uma abdicação”
(Simone de Beauvoir)
AGRADECIMENTOS
À Capes pela concessão da bolsa de estudos e ao CNPq pelo financiamento do projeto
de pesquisa “Convolvulaceae da América do Sul: construir em direção ao conhecimento
global”.
À UFRPE, principalmente na figura do Vice-Reitor Marcelo Carneiro Leão, que sempre
tem se mostrado disposto a tornar a Universidade um ambiente justo, humano e acolhedor.
Aos Curadores e técnicos dos herbários visitados por todo o esforço em manter as
coleções a salvo mesmo com os poucos recursos destinados a conservação destes patrimônios.
A todos os professores pelo conhecimento compartilhado, contribuições e sugestões
com este trabalho que por vezes eram fisgadas durante as aulas.
À Cynara que sempre se mostrou solicita a resolver qualquer problema. Mesmo quando
este era o cansaço, lá estava ela com seu cafezinho pra ajudar a recuperar as energias. E a todos
os funcionários que fazem a UFRPE.
Aos Laseanos Swami, Deib, Tainá, Júnior, Diêgo, Joilson, Abner, Antoniela, Felipe e
Ketley com quem compartilhei muitas dúvidas e conhecimento, mas também felicidades e
angustias principalmente no cenário atual do Brasil. Resistiremos e ter vocês por perto recarrega
a esperança em um mundo justo e humano.
Aos companheiros de coleta Wesley, Thaynara, Swami e Ju por todas as risadas em
meio ao cansaço e suor e por comemorarem comigo todas as vezes que encontramos Cuscuta
as margens das estradas. Valeu!
À Regina (Regis), por toda paciência ao ilustrar espécies tão diminutas e complicadas.
E por trazer tanto amor consigo.
À Teresa por carregar em um único ser o dom da pesquisa, da docência e do amor ao
próximo. Obrigado por tudo “desde os primórdios, até hoje em dia” (risos). E por me
compreender em meio aos dias difíceis que o mestrado trouxe. Tu és luz!
À psicóloga Janaína e à Dr. Alyuska por devolverem minha saúde e orientarem minhas
ideias confusas. Sem vocês eu não estaria escrevendo esta etapa da dissertação. Obrigada!
Aos meus pais Heleno (Sílvio) e Maria José (Zeza), minhas irmãs Silvia (Inha) e Cíntia,
meus sobrinhos Vitor, Helena e Marina e ao meu companheiro Tiago por acreditarem em mim
e sempre me encorajarem a concluir todas as jornadas. Amo vocês!
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Caracteres morfológicos taxonomicamente úteis na determinação específica de
Cuscuta......................................................................................................................................20
Figura 2 – Espécies de Cuscuta ocorrentes no Nordeste do Brasil. A-B. Cuscuta americana. A.
Hábito. B. Inflorescência. C. Cuscuta decipiens. D. Cuscuta globosa. E. Cuscuta partita. F.
Cuscuta tinctoria.......................................................................................................................60
Figura 3 – a–f. Cuscuta americana. a. Flor; b. Cálice; c. Corola com escamas infraestaminais;
d. Escamas infraestaminais; e. Fruto; f. Ramo fértil. g–k. Cuscuta corniculata. g. Flor; h. Corola
com escamas infraestaminais; i. Cálice; j. Escamas infraestaminais; k. Fruto. l–p. Cuscuta
corymbosa var. grandiflora. l. Flor; m. Cálice; n. Corola com escamas infraestaminais; o.
Escamas infraestaminais; p. Fruto. q–u. Cuscuta decipiens. q. Flor; r. Corola com escamas
infraestaminais; s. Cálice; t. Escamas infraestaminais; u.
Fruto......................................................................................................................................... 61
Figura 4 – a–f. Cuscuta globosa. a. Flor; b. Cálice; c. Corola com escamas infraestaminais; d.
Escamas infraestaminais; e. Fruto; f. Ramo fértil. g–k. Cuscuta partita. g. Flor; h. Cálice; i.
Corola com escamas infraestaminais; j. Escamas infraestaminais; k. Fruto. l–q. Cuscuta
tinctoria. l. Flor; m. Cálice; n. Corola com escamas infraestaminais; o. Escamas
infraestaminais; p. Fruto; q. Ramo fértil. r–v. Cuscuta umbellata. r. Flor; s. Cálice; t. Corola
com escamas infraestaminais; u. Escamas infraestaminais; v. Fruto.
...................................................................................................................................................62
Figura 5 – Mapas de distribuição de espécies de Cuscuta no Nordeste do Brasil A. C.
americana; B. C. corniculata; C. C. corymbosa var. grandiflora; D. C. decipiens.
...................................................................................................................................................63
Figura 6 – Mapas de distribuição de espécies de Cuscuta no Nordeste do Brasil A. C. globosa;
B. C. partita; C. C. tinctoria; D. C.
umbellata...................................................................................................................................64
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Histórico da classificação de Cuscuta ..................................................................... 17
Tabela 2 - Principais diferenças morfológicas entre Cassytha L. e Cuscuta L. ....................... 22
SUMÁRIO
RESUMO ........................................................................................................................................... 11
ABSTRACT ......................................................................................................................................... 12
INTRODUÇÃO GERAL ........................................................................................................................ 11
REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................................. 13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................ 25
Capítulo 1 ......................................................................................................................................... 31
Abstract ............................................................................................................................................ 32
Introduction ..................................................................................................................................... 34
Material and Methods...................................................................................................................... 35
Results and Discussion ..................................................................................................................... 36
Identification key of Cuscuta species occurring in Brazilian Northeastern: ...................................... 37
Acknowledgment ............................................................................................................................. 49
References ....................................................................................................................................... 49
Legends ............................................................................................................................................ 53
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................... 60
NORMAS DA REVISTA ....................................................................................................................... 62
RESUMO
Cuscuta L. é um gênero de plantas holoparasitas com cerca de 200 espécies inserido na família
Convolvulaceae Juss., sendo 26 ocorrentes no Brasil, das quais 11 estavam reportadas para o
Nordeste brasileiro. São identificadas principalmente por estruturas florais, destacando-se as
escamas infraestaminais. Das espécies conhecidas mundialmente, entre 15 e 20 são pestes
potenciais de culturas agrícolas. Apesar disso, poucos estudos taxonômicos têm sido
desenvolvidos para o gênero sendo a última revisão taxonômica relevante datada de 1932. No
Nordeste brasileiro, como em outras regiões do planeta, os estudos voltados para Cuscuta são
escassos, sendo as únicas informações obtidas através de citações em floras pontuais, tornando
esta região e gênero uma lacuna importante a ser preenchida com relações a estudos desta
natureza. Este estudo teve por objetivo analisar a diversidade de Cuscuta no Nordeste brasileiro,
fornecendo subsídios para identificação das espécies e expandindo o conhecimento da flora
local e nacional. Para isso foram realizadas expedições de coleta nos estados do AL, CE, BA,
PB, PE, PI, RN e SE e levantamento em 15 herbários. As identificações das espécies foram
realizadas apoiadas pelo uso de bibliografia especializada e comparações com espécimes tipo.
O presente trabalho apresenta oito espécies registradas para o Nordeste e acompanha chave de
identificação, descrições, comentários taxonômicos, ilustrações e mapas de distribuição. Além
disso, propõe a sinonimização de C. orbiculata Yunck. à C. tinctoria Mart. Ex Engelm.
Palavras-chave: Biodiversidade. Cuscutaceae. Taxonomia. Holoparasita.
ABSTRACT
Cuscuta L. is a genus of holoparasite plants with about 200 species in the family
Convolvulaceae Juss., 26 occurring in Brazil, of which 11 were reported to the Brazilian
Northeast. They are identified mainly by floral structures, especially the infrastaminal scales.
Of the species known worldwide, between 15 and 20 are potential crop pests. In spite of this,
few taxonomic studies have been developed for the genus being the last taxonomic revision
relevant of 1932. In the Brazilian Northeast, as in other regions of the planet, the studies directed
to Cuscuta are scarce, being the only information obtained through quotations in floras, making
this region and genus an important gap to be filled with relationships to studies of this nature.
This study aimed to analyze the diversity of Cuscuta in the Brazilian Northeast, providing
subsidies for species identification and expanding knowledge of local and national flora. For
this purpose, we carried out collect expeditions in the states of AL, CE, BA, PB, PE, PI, RN
and SE and survey in 15 herbaria. Species identifications were supported by the use of
specialized bibliography and comparisons with type specimens. This study presents eight
species registered for the Northeast and includes identification keys, descriptions, taxonomic
comments, illustrations and distribution maps. In addition, it proposes the synonymization of
C. orbiculata Yunck. to C. tinctoria Mart. Ex Engelm.
Key words: Biodiversity, Cuscutaceae, taxonomy, holoparasite.
11
INTRODUÇÃO GERAL
O gênero Cuscuta L. é representado por cerca de 200 espécies que estão distribuídas por
todo o globo com exceção da Antártida, sendo três terços desse número encontrados nas
Américas (COSTEA; SPENCE; STEFANOVIC, 2011). Para o Brasil são conhecidas 26
espécies, das quais 11 estariam registradas para o Nordeste (FLORA DO BRASIL 2020, em
construção).
Por serem holoparasitas, sua relação com as demais Convolvulaceae já foi posta em
xeque em diversas obras, tendo sido tratada inclusive como uma família distinta sob o nome
Cuscutaceae, por exemplo na Flora brasiliensis (PROGEL, 1869) e no Sistema de
Classificação de Cronquist (1981). Apesar de seu histórico de classificação complexo, as
hipóteses filogenéticas mais recentes (STEFANOVIC; KRUEGER; OLMSTEAD, 2002)
demonstraram que é necessária a inclusão do gênero Cuscuta em Convolvulaceae para que esta
seja circunscrita como monofilética.
Apesar da diferença notável do hábito, já que é o único gênero com holoparasitas na
família, este táxon apresenta características florais congruentes com as demais Convolvulaceae
como flores bissexuadas geralmente pentâmeras, corola gamopétala, estames epipétalos
alternados com os lobos da corola e anteras de deiscência longitudinal. E diferem dos demais
gêneros por serem áfilas e frequentemente apresentarem escamas infraestaminais (STAPLES,
2012).
Segundo Costea (2007), as Cuscuta são autossuficientes antes do contato com o
hospedeiro. Porém, apesar de apresentarem alguma coloração esverdeada, estas plantas
dependem quase que totalmente da planta hospedeira na obtenção de água, nutrientes e carbono.
Logo, do ponto de vista funcional, as Cuscuta estão mais próximas das holoparasitas e por isso
são tratadas por especialistas da área como tal.
Mesmo se tratando de um grupo de plantas que chama atenção por serem daninhas,
apenas 7,5 a 10% tem potencial destrutivo, enquanto várias espécies são consideradas raras e
12
têm sido negligenciadas (PEREIRA, 1998; COSTEA, 2007). Estudos sobre sua diversidade no
Brasil ainda são escassos, destacando-se a Flora brasiliensis (PROGEL, 1869), a “Revisão das
espécies sulamericanas de Cuscuta I e II” (YUNCKER, 1922; YUNCKER, 1923) e “O gênero
Cuscuta” (YUNCKER, 1932), sendo estes trabalhos do Yuncker os mais completos
apresentando boas descrições, apesar de terem chaves de identificação complexas que iniciam
com caracteres de fruto ou com coplas que se sobrepõem, dificultando chegar a identificações
corretas.
Cuscuta ainda aparece como citações em floras pontuais (AGRA; BARBOSA;
STEVENS, 2004; AMAZONAS; BARBOSA, 2011; ARAÚJO et al., 2002; BARBOSA et al.,
2004), nos casos citados sempre como C. racemosa e, mais recentemente, em um inventário
florístico na região Sul do país, resultou na descoberta de uma nova espécie, a Cuscuta
taimensis P.P.A. Ferreira & Detke (2014).
A complexidade morfológica de seus indivíduos, a limitação de bibliografia
especializada e a dificuldade na observação dos caracteres taxonomicamente informativos, em
sua maioria intra-florais, reflete-se nas coleções brasileiras, que por vezes são identificadas
apenas a nível de gênero ou são adotados nomes de senso comum, sem uma clara aplicação.
Neste contexto, este estudo se propôs a estudar a diversidade de Cuscuta para a região Nordeste
do Brasil, fornecendo subsídios para identificação das espécies, expandindo o conhecimento da
flora regional e nacional.
13
REVISÃO DE LITERATURA
1. Histórico da classificação de Cuscuta
O gênero Cuscuta L. foi estabelecido por Linnaeus (1753) no Species Plantarum onde
foi incluído na ordem Digynia da classe Tetrandria. Em seguida, no ano de 1789, Jussieu em
sua obra Generum Plantarum estabelece a relação entre Cuscuta e Convolvulaceae ao
subordiná-lo à hierarquia de gênero.
Apenas em 1841 um estudo taxonômico compreensivo acerca de Cuscuta foi realizado
por Choisy. O autor continuou considerando-as como um gênero pertencente à Convolvulaceae,
descreveu 41 espécies e estabeleceu duas seções, onde na primeira foram inseridas as espécies
com estigmas agudos ou clavados e na segunda as espécies que apresentassem estigmas
globosos ou capitados.
No ano seguinte, Engelmann (1842) passou a considerar Cuscutineae, uma tribo que
circunscrevia dois gêneros delimitados com base em características do cálice: em Cuscuta
estavam incluídas as espécies que apresentassem cálice gamossépalo e em Lepidanche as
espécies com cálice de sépalas imbricadas, somadas à presença de numerosas brácteas na base
do cálice.
Pfeiffer (1845), por sua vez, publicou uma revisão tratando Cuscuta no rank de família
com três gêneros incluídos. O autor agrupou no gênero Cuscuta as espécies que apresentassem
estigmas lineares, no Epilinella as que apresentassem estigmas clavados e no Engelmannia as
que apresentam estigmas capitados. Além disso, ele utilizou caracteres como forma e margem
das sépalas ou número de sementes por fruto para diferenciar estes taxa.
Em 1859, Engelmann publica um novo tratamento, desta vez levando em consideração
o estilete e o estigma para divisão dos três grupos: Cuscuta, Grammica e Monogynella. O autor
definiu nove seções e seis subseções. Em Cuscuta reuniu as espécies com dois estiletes e
estigmas alongados, em Grammica as com dois estiletes e estigmas capitados e em
Monogynella as com um estilete e vários estigmas perfilados.
14
Para a flora brasileira, Progel (1869) publica o capítulo Cuscutaceae na Flora
Brasiliensis onde descreve 18 espécies. Estas espécies são todas do subgênero Grammica sensu
lato que correspondem a espécies com estigmas capitados e estiletes de tamanhos diferentes,
sendo oito da seção Eugrammica e dez da sessão Cleistogrammica.
A monografia mais compreensiva sobre este grupo é de autoria de Yuncker (1932). O
arranjo sistemático proposto por este autor determina Cuscuta como gênero único e o organiza
em três subgêneros (Grammica, Monogyna e Cuscuta). Em Grammica (estiletes distintos e
estigmas globosos, achatados-peltados, convolutos ou raramente ligulado) está incluída as
seções Cleistogrammica (frutos não aberto por circuncisão) e Eugrammica (frutos abertos por
circuncisão), em Monogyna (estiletes unidos) as seções Monogynella (estiletes tão longo quanto
ou muito mis longos que o estigma) e Callianche (estiletes mais curtos que os estigmas
alongados) e em Cuscuta (estiletes distintos e nunca como mencionados em Grammica) as
seções Cleistococa (cápsula não aberta por circuncisão), Pachystigma (cápsula aberta por
circuncisão irregular e estiletes delgados), Epistigma (cápsula aberta por circuncisão irregular
e sem estiletes ou estes são muito curtos e grossos) e Eucuscuta (capsula aberta por circuncisão
regular).
Nos sistemas de classificação Engler & Gilg (1924), consideram Cuscuta parte das
Convolvulaceae e insere esta família na ordem Turbiflore, subordem Convolvulineae, assim
como as Polemoniaceae e Fouquieriaceae. Enquanto Cronquist (1981) as trata como uma
família segregada, incluída nas Asteridae, na ordem Solanales.
Com o início dos estudos com perspectiva filogenética, Austin (1998) realizou uma
análise com base em dados morfológicos e sugeriu que Cuscuta representava uma família
distinta de Convolvulaceae. Porém, anos mais tarde, no único estudo filogenético compreensivo
com todas as Convolvulaceae baseando-se em quatro regiões de cloroplasto: rbcL, atpB, psbE-
J e trnL-trnF, foi possível observar que Convolvulaceae só pode ser considerada monofilética
15
a partir da inclusão de Cuscuta (STEFANOVIC; KRUEGER; OLMSTEAD, 2002). Neste
estudo também foi discutido que não existem sinapomorfias morfológicas claras para a família,
sendo a deleção do gene rpl2, único entre as angiospermas, considerado como sinapomorfia
molecular para o grupo. Esta relação vem sendo confirmada pelos últimos estudos do APG IV
(CHASE et al. 2016) que inclui Convolvulaceae no Clado das Solanales, junto a Solanaceae,
Hydroleaceae, Sphenocleaceae e Montiniaceae.
García e Martín (2007) realizaram o estudo filogenético voltado para o gênero Cuscuta
subg. Cuscuta baseados em genes plastidiais trnL-UAA e trnF-GAA e nuclear ITS. Foram
selecionados para extração de DNA um total de 69 espécimes de 34 espécies, incluindo 28
espécies do subg. Cuscuta, quatro do subg. Monogyna e três do subg. Grammica. Porém, o
monofiletismo do subgênero não pode ser testado com a amostragem dos autores, mas McNeal
et al. (2007) afirma que o subgênero Cuscuta é parafilético.
Neste estudo desenvolvido por McNeal et al. (2007), foram utilizados ITS, rbcL e rps2,
com uma amostragem de 35 espécies de todas as seções definidas por Englemann (1859) com
exceção de Epistigma e da seção monoespecífica Cleistococca. A amostragem dos autores
também incluiu espécies de 19 das 29 subseções reconhecidos por Yuncker (1932). O estudo
mostrou que, embora o subgênero Grammica seja bem suportado, as seções Eugrammica e
Cleistogrammica não são monofiléticas, assim como o subgênero Monogyna que, apesar de
também ter se mostrado monofilética, contém a seção Monogynella parafilética.
Stefanovic, Kuzmina e Costea (2007), pela primeira vez propuseram uma hipótese
filogenética para o subgênero Grammica através do plastídio trnL-F e ITS. Foram utilizadas no
estudo 265 acessos representando 99 espécies, sendo 96 do grupo interno e três (C. nitida, C.
europaea e C. approximata) do subgênero Cuscuta como grupo externo. O monofiletismo do
grupo foi bem suportado por valores de bootstrap altos a moderados (100% BS com trnL-F;
85% BS com nrITS) e como sinapomorfias a presença de dois estiletes distintos com estigmas
16
não-lineares globosos A única exceção encontrada corresponde à espécie sul-africana C.
appendiculata que apesar de apresentar estigmas globosos e cápsulas indeiscentes, comuns nas
espécies do subgênero Grammica, emergiu como relacionada aos grupos externos com alto
suportes de bootstrap (95% BS com trnL-F; nrLTS).
Garcia et al. (2014) reafirma o parafiletismo do subgênero Cuscuta como proposto por
McNeal et al. (2007), sendo Pachystigma grupo irmão de Grammica, utilizando para suas
análises os genes rbcL e nrLSU. Nesta análise foram incluídas 131 espécies de Cuscuta e nove
grupos externos dos quais sete pertencem a outras tribos de Convolvulaceae e duas são gêneros
de Solanales, ordem esta a qual Convolvulaceae é inserida. O grupo interno abrange todas as
seções e subseções do Yuncker (1932), classificação seguida pelos autores.
Em 2015, Costea, Garcia e Stefanović, basearam-se nos trabalhos de García e Martín
(2007), Stefanović, Kuzmina e Costea (2007), e Garcia et al. (2014) para desenvolverem uma
análise filogenética incluindo 194 espécies, com o objetivo de verificar as relações filogenéticas
do gênero. Os autores observaram quatro subgêneros monofiléticos, sendo Monogynella o
primeiro a divergir na sequência evolutiva e nele incluídas 15 espécies. Este grupo tem como
sinapomorfias o gineceu com apenas um estilete, às vezes distalmente bífido e tricomas
glandulares com células excretoras expostas nas fimbrias das escamas infraestaminais. As
espécies deste subgênero são, em sua maioria, euroasiáticas, tendo também representantes
africanos e norte-americanos.
Ainda de acordo com este estudo, os subgêneros que posteriormente divergiram foram
Cuscuta, Pachystigma e Grammica, respectivamente. Estes subgêneros se diferem de
Monogynella pelo gineceu com dois estiletes e as fimbrias das escamas infraestaminais que
apresentam células excretoras internas protegidas por uma epiderme. O subgênero Cuscuta tem
como característica comum a todas as espécies o estigma alongado, com uma espessura mais
ou menos igual ao estilete. O subgênero divide-se ainda nas sessões Cuscuta (15 spp.),
17
Epistigma (5 spp.) e Babylonicae (1 sp.) distribuídos na Europa, Ásia e África. Já Pachystigma
é restrita à África do Sul, não apresenta sessões e contém cinco espécies. Também apresenta
um estigma alongado, porém mais espesso que o estilete.
Grammica caracteriza-se morfologicamente pelos estigmas capitados. É o mais diverso,
com 153 espécies distribuídas em 14 sessões. Todas as espécies sul-americanas conhecidas
pertencem a este subgênero e estão distribuídas nas seções Subulatae, Obtusilobae,
Prismaticae, Ceratophorae, Umbellatae, Gracillimae, Cleistogrammica, Indecorae,
Racemosae e Partita (COSTEA; GARCIA; STEFANOVIC, 2015). O histórico de Cuscuta
pode ser observado resumidamente na tabela 1.
Tabela 1 - Histórico da classificação de Cuscuta
Autor Família Contribuições relevantes Classificação
Linnaeus
(1753) X Estabeleceu o gênero Ordem Digynia: Classe Tetrandria
Jussieu
(1789) Convolvulaceae
Incluiu Cuscuta em
Convolvulaceae X
Choisy
(1841) Convolvulaceae
Primeiro estudo taxonômico
do gênero
Sessão 1: Estigmas agudos ou
clavados
Sessão 2: Estigmas globosos
captados
Engelmann
(1842) Convolvulaceae
Considerou Cuscuta uma
tribo de dois gêneros
Cuscuta: Cálice gamossépalo
Lepidanche: Sépalas imbricadas e
numerosas brácteas na base do
cálice
Pfeiffer
(1845) Cuscutaceae
Sugeriu que é uma família
de três gêneros
Cuscuta: Estigmas lineares
Epilinella: Estigmas clavados
Engelmannia: Estigmas captados
Engelmann
(1859) Convolvulaceae
Separou três grupos com
base nos estiletes e estigmas
Cuscuta: Dois estiletes e estigmas
alongados
Grammica: Dois estiletes e
estigmas captados
Monogynella: Um estilete e vários
estigmas perfilados
Progel (1869) Cuscutaceae
Fez um levantamento de 18
espécies para o Brasil sendo
todas do subgênero
Sessão Eugrammica: Cápsula
aberta por circuncisão (8 spp.)
18
Grammica (estigmas
captados e estilete de
tamanhos diferentes)
Sessão Cleistogrammica: Cápsula
indeiscente (10 spp.)
Engler & Gilg
(1924) Convolvulaceae
Incluiu em seu sistema de
classificação
Ordem Turbiflore, subordem
Convolvulineae
Yuncker
(1932)
Realizou o principal
tratamento taxonômico de
Cuscuta, organizando-as em
três subgêneros
Grammica: Eugrammica e
Cleistogrammica
Monogyna: Monogynella e
Callianche
Cuscuta: Cleistococa,
Pachystigma, Epistigma e
Eucuscuta.
Cronquist
(1981) Cuscutaceae
Incluiu em seu sistema de
classificação Asteridae, ordem Solonales
Austin (1998) Cuscutaceae
Realizou estudo
filogenético de
Convolvulaceae com base
em caracteres morfológicos,
sugerindo que se trata de
uma família distinta
Stefanovic,
Krueger e
Olmstead
(2002)
Convolvulaceae
Com base em caracteres
moleculares, propôs a
inclusão de Cuscuta em
Convolvulaceae para que
esta seja considerada
monofilética
García e
Martín
(2007)
Convolvulaceae Estudo filogenético do
subgênero Cuscuta
McNeal et
al. (2007) Convolvulaceae
Estudo filogenético
utilizando 35 espécies de
Cuscuta
Stefanovic,
Kuzmina e
Costea (2007)
Convolvulaceae Estudo filogenético do
subgênero Grammica
García et al.
(2014) Convolvulaceae
Estudo filogenético de
Cuscuta com 131 espécies
Costea,
Garcia e
Stefanovic
(2015)
Convolvulaceae
Suportado por estudo
filogenético do gênero
Cuscuta (194 espécies),
sugeriu a divisão em quatro
subgêneros e 17 seções.
Monogynella
Cuscuta: Cuscuta, Epistigmae
Babylonicae
Pachystigma
19
Grammica: Californicae,
Cleistogrammica, Racemosae,
Oxycarpae, Denticulatae,
Partitae, Lobostigmae, Grammica,
Prismaticae, Ceratophorae,
Umbellatae, Indecorae,
Gracillimae, Subulatae
2. Distribuição, diversidade e caracterização morfológica
Cuscuta, como atualmente circunscrito, apresenta distribuição cosmopolita (excerto
Antártida) e compreende cerca de 200 espécies das quais 75% ocorre no continente Americano
(COSTEA, SPENCE & STEFANOVIĆ, 2011). Estas espécies podem ser encontradas em
diferentes habitats como florestas, ambientes salinos, desertos, áreas litorâneas, altas
montanhas, pastagens e ambientes perturbados (COSTEA, GARCIA & STEFANOVIC, 2015).
Para o Brasil são conhecidas 26 espécies, e na Flora do Brasil (2020), 11 estavam referidas para
o Nordeste. Destas, C. corymbosa Ruiz & Pav., C. globosa Ridl., e C. umbellata Kunth eram
consideradas endêmicas da região. Nenhuma das espécies brasileiras teve seu status de
conservação avaliado.
Morfologicamente caracterizam-se por apresentar flores bissexuais, com simetria radial,
sésseis ou pediceladas, geralmente pentâmeras, carnosas ou membranáceas de cor branca,
creme, amarela, rosa ou roxa. Pedicelos, perianto e ovário com ou sem papilas. Corola
gamopétala, tubo campanulado a cilíndrico, lobos imbricados, retos em botões e depois sendo
ereto, inflexo ou reflexo. Cálice fundido ao menos na base, podendo ser cilíndrico,
campanulado ou infudibuliforme, às vezes angulosos ou ligeiramente zigomorfos, com lóbulos
redondos a lanceolados, sobrepostos ou não. Anteras com abertura longitudinal; estames
alternados com os lóbulos da corola e com escamas infraestaminais comumente presente,
aderidos ao tubo da corola formando uma espécie de corona que se alterna com os lóbulos da
corola. O ovário é súpero, 2-locular com dois óvulos por lóculo. Estigmas capitados ou
20
alongados. Frutos do tipo cápsula, indeiscente ou com deiscência circunda, envolvidos
completamente ou parcialmente pela corola murcha. (STAPLES, 2012).
Cuscuta difere dos outros táxons de Convolvulaceae por compreender espécies
holoparasitas e, por serem áfilas, suas descrições morfológicas estão associadas a caracteres
predominantemente florais. Associadas a limitação de estruturas, as flores diminutas e a mínima
variabilidade dos caracteres, a identificação destas espécies pode ser um desafio. A forma e
flexão dos lobos da corola e cálice, o número de estiletes, a forma do estigma, o tipo de fruto e
as escamas infraestaminais são caracteres taxonomicamente informativos para a delimitação
específica, sendo este último considerado o mais relevante (RIVIERE et al., 2013).
As escamas infraestaminais são um dos principais caracteres de determinação
específica. Isto se dá por observar-se nas Cuscuta uma grande variedade destas estruturas,
porém não se sabe ao certo sua real função. A fim de investigar isto, Riviere et al. (2013)
elaborou um estudo onde comparou as escamas de 147 espécies de Cuscuta por meio de
microscopia eletrônica de luz, de varredura e de transmissão. Para os autores, ao contrário do
que se acreditava, apenas nas espécies da seção Monogynella estas estruturas estão associadas
à polinização e secreção de néctar. Eles observaram uma evolução nesta função que passou de
proteção e retenção do néctar em Monogynella, para proteção contra herbivoria do ovário/óvulo
em Cuscuta e em Grammica.
Este estudo ainda apontou que escamas também estão presentes em Lepistemon Blume
e Lepistemonopsis Dammer, gêneros pertencentes a Convolvulaceae porém sem relação
evolutiva direta com Cuscuta. Os filamentos do estame alargados, com ou sem pelos excretores,
podem ser notados em outros gêneros de Convolvulaceae, porém os autores sugerem que a
escama tenha origem evolutiva a partir da corola e não dos estames, por isso aparentam não ter
relações com essas estruturas estaminais.
21
Além das escamas infraestaminais, o pólen também tem se mostrado um caráter
importante na determinação de espécies. Em 2010, Welsh, Stefanović e Costea analisaram
através de microscopia eletrônica de varredura a morfologia polínica de 135 espécies e 13
variedades de Cuscuta. Os resultados mostraram que os grãos de pólen vão desde 3-
zonocolpados a 8-zonocolpados, sendo o primeiro provavelmente o tipo ancestral, e observaram
que a perfuração dos tetos também era útil para o reconhecimento de espécies. A partir da
morfologia polínica, os autores concluíram que apesar do pólen sozinho não ser capaz de
estabelecer a relação do gênero com as demais Convolvulaceae, ele é um caráter relevante para
determinação das espécies de Cuscuta.
A complexidade para determinação específica pode ser observada nos trabalhos
taxonômicos realizados por Yuncker, que são os mais completos para este grupo. Inicialmente
o autor elaborou a revisão das espécies Norte Americanas e da Índia Ocidental (1921) onde
analisou 54 espécies, seguido da revisão das espécies Sul-americanas de Cuscuta, dividida em
duas partes totalizando 38 espécies e finalizando com “O gênero Cuscuta” (1932), uma revisão
de 158 espécies.
Entretanto, apesar de apresentarem boas ilustrações e descrições das espécies (quando
vistas isoladamente), as chaves e descrições comparadas apresentam muitas sobreposições.
Além disso, as chaves geralmente iniciam com caracteres dos frutos que nem sempre estão
disponíveis ou são difíceis de observar, e as descrições não são padronizadas dificultando ainda
mais a determinação e comparação das espécies.
Toda problemática envolvendo a determinação específica de Cuscuta é refletida nas
coleções botânicas por todo o mundo e, portanto, observadas nas coleções do Nordeste
brasileiro. O conjunto que une flores diminutas, caracteres complexo, bibliografias complexas
e escassas, a falta de especialistas brasileiros no grupo
tem deixado as coleções desatualizadas, com identificações na maioria das vezes errada ou
22
limitadas a nível específico. Além disso, Cuscuta são muito semelhantes as Cassytha L.
(Lauraceae) e as exsicatas são por vezes alocadas neste gênero, bem como, as Cassytha são
encontradas em meio às coleções de Cuscuta. Alguns dos principais caracteres para separação
entre os gêneros são apresentados na tabela 2.
Tabela 2 - Principais diferenças morfológicas entre Cassytha L. e Cuscuta L.
Cassytha L. Cuscuta L.
Indumento no caule Pubescente a grabrescente Glabra
Inflorescência Racemosas Cimosas
Verticilos protetores 6 tépalas 4-5 sépalas e 4-5 pétalas
Androceu 9 estames 4-5 estames
Fruto Núcula (carnoso) Cápsula (seco)
3. Importância Econômica e Ecológica
Há grande preocupação por estas espécies causarem danos a culturas agrícolas por todo
o mundo. Há registros de perdas de até 80% de trevo-dos-prados (Trifolium pratense L.)
infestados por C. campestris Yunck. e de diminuição de até 40% do teor de açúcar de beterrabas
(Beta vulgaris L.) infestadas pela mesma espécie (COSTEA & TARDIF, 2004). Entretanto,
apenas de 15 a 20 espécies das 200 conhecidas atualmente apresentam potencial destrutivo em
plantas cultivadas (COSTEA, 2007).
Na região do Vale do São Francisco, Petrolina-PE, espécimes de aceroleiras (Malpighia
emarginata DC.) acometidas por Cuscuta spp. apresentam perda de vigor, comprometendo,
assim, seriamente a produção de frutos (LIMA 1996). Na mesma região, no município de
Juazeiro - BA, perdas semelhantes são observadas nos maracujás amarelos (Passiflora edulis
Sims f. flavicarpa DEG). Estas infestações estão associadas ao uso de esterco contaminado na
produção das mudas, sendo assim as mudas já vão para o campo contaminadas. A solução
indicada para os casos desta região é o uso de esterco esterilizado (PEIXOTO et al., 1996).
Sementes de Cuscuta têm caráter medicinal em países asiáticos e tem se observado o
consumo delas também em países ocidentais (WRIGHT; WELSH; COSTEA, 2011). Na Índia,
23
C. reflexa é utilizada no tratamento de distúrbios urinários, icterícia, dor muscular e tosse. A
ingestão da planta também auxilia no tratamento de transtornos biliares e como purgante. Já o
uso externo é indicado para dor corporal e coceira na pele (KHAN; MIRZA; ABDIN, 2010).
Extratos desta espécie também se mostraram agentes anti-HIV (MAHMOOD et al., 1997). As
sementes de C. chinensis Lam. são comumente utilizadas na China e tem funções semelhantes
a C. reflexa, além de ser utilizada para tratamento da fraqueza e dor nos joelhos. (NISA;
AKBAR; TARIQ 1985).
Quanto às questões ecológicas, por serem holoparasitas, as Cuscuta acabam
comprometendo o desenvolvimento da planta hospedeira e consequentemente acarretam
alterações nas suas interações competitivas causando diversas modificações na estrutura da
comunidade, diversidade, ciclismo e zonação da vegetação (PENNINGS & CALLAWAY,
2002). Ou seja, os impactos causados na hospedeira são ainda maiores porque além de
parasitarem uma determinada planta, as holoparasitas competem com as plantas e organismos
que ocorrem em conjunto, impactando no ambiente abiótico, interferindo na ciclagem de
nutrientes, relações de água do solo, temperatura local e concentrações atmosféricas de CO2.
Logo, a produtividade e populações do entorno dependem da resiliência da planta hospedeira.
Vale destacar que os impactos maiores podem ocorrer mesmo que as plantas parasitas apareçam
em pequenas proporções no ecossistema (PRESS & PHOENIX, 2005).
Roininen, Prince e Tahvanainen (1996) mostram que a influência do primeiro e do
terceiro nível trófico determinam a diversidade de organismos de uma comunidade. Outro papel
importante das plantas parasitas no ecossistema é que os danos causados ao hospedeiro acabam
repercutindo em outros níveis tróficos. A diminuição dos níveis nutricionais de uma planta
hospedeira afeta o comportamento de insetos herbívoros e seus predadores (HUNTER;
PRINCE, 1992).
24
Isto pode ser observado no trabalho de Andrade, Araújo e Neves (2007), onde os
mesmos investigaram os efeitos de C. racemosa sobre a diversidade de insetos herbívoros e
aranhas associados à Calliandra spinosa Ducke no parque estadual de Rio Preto - MG, onde
constataram uma redução do número de insetos herbívoros, sugadores e mastigadores nas
plantas acometidas por C. racemosa. Sendo assim, conclui-se que a presença de uma
holoparasita em uma planta que é fonte de alimento de insetos herbívoros, diminui a qualidade
dos recursos nutricionais para estes animais. Os mesmos autores ainda destacam a importância
de entender a interação planta hospedeira-parasita-insetos herbívoros. Isso por que a fisiologia
da planta hospedeira muda de várias maneiras e os danos causados pelas plantas parasitas são
ainda maiores que os causados por herbívoros, impactando todo um sistema.
4. Estudos sobre Cuscuta no Brasil
No Brasil poucos estudos são focados Cuscuta sendo as últimas revisões taxonômicas
publicadas a Flora brasiliensis (PROGEL, 1869), a “Revisão das espécies sulamericanas de
Cuscuta I e II” (YUNCKER, 1922; YUNCKER, 1923) e “O gênero Cuscuta” (YUNCKER,
1932). O único inventário florístico focado no gênero que se tem conhecimento está em
andamento e concentra-se na região Sul do país. Deste estudo resultou a descoberta de uma
nova espécie, C. taimensis P.P.A. Ferreira & Detke, que pode ser encontrada no estado do Rio
Grande do Sul, além do Uruguai (FERREIRA et al., 2014).
Os trabalhos encontrados geralmente estão associados às consequências do hábito
holoparasita das Cuscutas na planta hospedeira ou a algumas análises taxonômicas de espécies
em floras ou Checklists pontuais (SIMÃO-BIANCHINI & PIRANI, 1997; ANDRADE,
ARAÚJO & NEVES, 2007; ALVES & KOLBEK, 2009; SIMÃO-BIANCHINI;
VASCONCELOS; PASTORE, 2016). Porém, sem suporte para identificação das espécies,
estas determinações em floras podem tornar-se duvidosas.
25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGRA, M. F. de; BARBOSA, M. R. de V.; STEVENS, W. D. Levantamento florístico
preliminar do pico do Jabre, Paraíba, Brasil. In: Brejos de Altitude em Pernambuco e
Paraíba, História Natural, Ecologia e Conservação (KC Porto, JJP Cabral & M. Tabarelli,
eds.). Ministério do Meio Ambiente, Brasília, (série Biodiversidade, n. 9), p. 123-137, 2004.
ALVES, R. J. V. & KOLBEK, J. Summit vascular flora of Serra de São José, Minas Gerais,
Brazil. Check list, v. 5, n. 1, p. 035-073, 2009.
AMAZONAS, N. T.; BARBOSA, M. R. de V. Levantamento florístico das angiospermas em
um remanescente de Floresta Atlântica Estacional na microbacia hidrográfica do rio Timbó,
João Pessoa, Paraíba. Revista Nordestina de Biologia, v. 20, n. 2, p. 67-78, 2012.
ANDRADE, R. A. S., ARAÚJO, L. S. & NEVES, F. S. Ocorrência de Cuscuta racemosa
(Convolvulaceae) no Parque Estadual do Rio Preto, Minas Gerais, Brasil. Revista Unimontes
Científica, v.9, n.1, 2007.
ARAÚJO, G. M.; BARBOSA, A. A. A.; ARANTES, A. A. & AMARAL, A. F. Composição
florística de veredas no Município de Uberlândia, MG. Revista Brasileira de Botânica,
25(4), 475–493, 2002.
AUSTIN, D.F. Parallel and convergent evolution in the Convolvulaceae. Pp 201-234. In:
MATHEWS, P. & SIVADASAN, eds. M. Biodiversity and taxonomy of tropical flowering
plants. Calicut: Mentor Books, 1998.
BARBOSA, M.R.V.; AGRA, M.F.; SAMPAIO, E.V.S.B.; CUNHA, J.P. & ANDRADE, L.A.
Diversidade florística na Mata do Pau Ferro, Areia, Paraíba. Pp. 111-122. In: PÔRTO, K.C.;
26
CABRAL, J.J.P. & TABARELLI, M. (orgs.). Brejos de Altitude em Pernambuco e Paraíba:
História Natural, ecologia e conservação. Brasília, Ministério do Meio Ambiente, 2004.
CHASE, Mark W. et al. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the
orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society,
v. 181, n. 1, p. 1-20, 2016.
CHOISY, J. D. Convolvulaceis dissertatio tertia, complectens Cuscutarum hucusque cog
nitarum methodicam enumerationem et descriptionem, necnon et brevem gallicam de
Cuscutis praefationem. Memoires de la Société de Physique et d'histoire naturelle de
Genève 9: 261–288, 1841.
COSTEA, M. & F. J. TARDIF. Cuscuta (Convolvulaceae)—the strength of weakness: A
history of its name, uses and parasitism concept during ancient and medieval
times. Sida 21: 369–378, 2004.
COSTEA, M. (2007 Onwards). Digital atlas of Cuscuta (Convolvulaceae). Ontario,
Canada: Wilfrid Laurier University Herbarium. Disponível em:
<https://www.wlu.ca/page.php?grp_id=2147&p=8968> Acesso em: 15 de maio de 2017.
COSTEA, M.; GARCIA, M. A. & STEFANOVIC, S. A Phylogenetically Based Infrageneric
Classification of the Parasitic Plant Genus Cuscuta (Dodders, Convolvulaceae). Canada.
Systematic Botany, 40(1): pp. 269–285, 2015.
COSTEA, M; SPENCE, I. & STEFANOVIĆ, S. Systematics of Cuscuta chinensis species
complex (subgenus Grammica, Convolvulaceae): evidence for long-distance dispersal and one
new species. Organisms Diversity & Evolution 11: 373–386, 2011.
CRONQUIST, A. An Integrated System of Classification of Flowering Plants. New York:
Columbia University Press, 1981.
27
Cuscuta In: Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB6978>. Acesso em:
01 Jun. 2017.
ENGELMANN, G. Monography of North American Cuscutineae. American Journal of
Science and Arts 43: 333–344, 1842.
ENGELMANN, G. Systematic arrangement of the species of the genus Cuscuta with critical
remarks on old species and descriptions of new ones. Transactions of the Academy of Science of
Saint Louis 1: 453–523, 1859.
ENGLER, A. & GILG, E. Syllabus der Pflanzenfamilien, 1924.
FERREIRA, P. P. A.; DETTKE, G. A.; WAECHTER, J. L. & MIOTTO, S. T. S. Cuscuta
taimensis (Convolvulaceae, Cuscuteae), a new species from South America. Brittonia, [s.l.],
v. 66, n. 3, p.269-273, 2014.
GARCÍA, M. A.; COSTEA, M.; KUZMINA, M. & STEFANOVIĆ, S. Phylogeny, character
evolution, and biogeography of Cuscuta (dodders; Convolvulaceae) inferred from coding
plastid and nuclear sequences. American Journal of Botany, 101(4), 670–690, 2014.
GARCÍA, M.A. & MARTÍN, M.P. Phylogeny of Cuscuta subgenus Cuscuta
(Convolvulaceae) based on nrDNA ITS and chloroplast trnL intron sequences. Systematic
Botany 32: 899–916, 2007.
HUNTER, M. D.; PRICE, P. W. Playing chutes and ladders: heterogeneity and the relative
roles of bottom‐up and top‐down forces in natural communities. Ecology, v. 73, n. 3, p. 724-
732, 1992.
28
JUSSIEU, A. L. de. Genera Plantarum. Secundum ordines naturales disposita, juxta
methodum in Horto regio parisiensi exaratam. Paris: V. Herrisant et T. Barrois, 1789.
KHAN, S.; MIRZA, K. J. & ABDIN, M. Z. Development of RAPD markers for authentication
of medicinal plant Cuscuta reflexa. EurAsian Journal of BioSciences, v. 4, 2010.
LIMA, M. F. Cuscuta spp. parasitando plantas de acerola (Malpighia glabra) em campo, no
Vale do São Francisco. In: Simposio de Controle Biologico-SICONBIOL, 1996.
LINNAEUS, C. Species plantarum. Vol. 1, p. 425, 1753.
MAHMOOD, N., PIACENTE, S., BURKE, A., KHAN, A. L. & PIZZA, C. Constituents of
Cuscuta reflexa are anti-HIV Agents. Antiviral chemistry and chemotherapy, v. 8, n. 1, p.
70-74, 1997.
MCNEAL, J. R. et al. Systematics and plastid genome evolution of the cryptically
photosynthetic parasitic plant genus Cuscuta (Convolvulaceae). BMC biology, v. 5, n. 1, p.
55, 2007.
NISA, M.; AKBAR, S. & TARIQ, M. Anti-inflammatory activity of Cuscuta
chinensis. Fitoterapia, v. 56, p. 315-317, 1985.
PEIXOTO, A.; PREZOTTI, J. D. O.; TAVARES, S. D. H. & KARASAWA, M. Ocorrência
de Cuscuta sp. como parasita em plantios comerciais de maracujeiros, do Nordeste brasileiro.
In: Congresso Paulista De Fitopatologia, 1996.
PENNINGS, S. C. & CALLAWAY, R. M. Parasitic plants: parallels and contrasts with
herbivores. Oecologia, v. 131, n. 4, p. 479-489. 2002.
PEREIRA, W. Prevenção e controle da parasita Cuscuta em áreas cultivadas com hortaliças.
Brasília: EMBRAPA-CNPH (Comunicado Técnico da Embrapa Hortaliças, 9), p. 6, 1998.
29
PFEIFFER, L. Characteristik der in der Gegend von Kassel beobachteten Gattungen und
Arten von Cuscuteen. Botanische Zeitung, v. 3, p. 673-674, 1845.
PRESS, M. C. & PHOENIX, G. K. Impacts of parasitic plants on natural communities. New
phytologist, v. 166, n. 3, p. 737-751, 2005.
PROGEL, A. Cuscutaceae. In: MARTIUS, C.P.F. & EICHLER, A.G. (eds.). Flora
Brasiliensis. F. Flischer, Lipsiae, v. 7, p. 371-390, 1869.
RIVIERE, S.; CLAYSON, C.; DOCKSTADER, K.; WRIGHT, M. A. R. & COSTEA, M. To
attract or to repel? Diversity, evolution and role of the “most peculiar organ” in the Cuscuta
flower (dodder, Convolvulaceae)—the infrastaminal scales. Plant systematics and
evolution, v. 299, n. 3, p. 529-552, 2013.
ROININEN, Heikki; PRICE, Peter W.; TAHVANAINEN, Jorma. Bottom-up and top-down
influences in the trophic system of a willow, a galling sawfly, parasitoids and inquilines.
Oikos, p. 44-50, 1996.
SIMÃO-BIANCHINI, R. & PIRANI, J. R. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais:
Convolvulaceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo, p. 125-149, 1997.
SIMÃO-BIANCHINI, R.; VASCONCELOS, L. V. & PASTORE, M. Flora of the cangas of
the Serra dos Carajás, Pará, Brazil: Convolvulaceae. Rodriguésia, v. 67, n. 5SPE, p. 1301-
1318, 2016.
STAPLES, G. W. 2012. Convolvulaceae Unlimeted. Disponível em
<http://convolvulaceae.myspecies.info/>. Acesso em: 22/05/2017.
30
STEFANOVIC, S.; KRUEGER, L. & OLMSTEAD, R.G. Monophyly of the Convolvulaceae
and circumscription of their major lineages based on DNA sequences of multiple chloroplast
loci. American Journal of Botany, v. 89, n. 9, p. 1510-1522, 2002.
STEFANOVIC, S.; KUZMINA, M. & COSTEA, M. Delimitation of major lineages within
Cuscuta subgenus Grammica (Convolvulaceae) using plastid and nuclear DNA sequences.
American Journal of Botany, v. 94, n. 4, p. 568-589, 2007.
WELSH, M., STEFANOVIC, S. & COSTEA M. Pollen evolution and its taxonomic
significance in Cuscuta (dodders, Convolvulaceae). Plant Systematic and Evolution, v. 285,
n. 1-2, p. 83-101, 2010.
WRIGHT, M. A. R.; WELSH, M. & COSTEA, M. Diversity and evolution of the gynoecium
in Cuscuta (dodders, Convolvulaceae) in relation to their reproductive biology: two styles are
better than one. Plant Systematics and Evolution, v. 296, n. 1-2, p. 51-76, 2011.
YUNCKER, T. G. Revision of the North American and West Indian species of Cuscuta.
Illinois Biological Monographs, v. 6, n. 1–2, p. 91–231, 1921.
YUNCKER, T. G. Revision of the South American species of Cuscuta I. American Journal
of Botany, v. 9, n. 10, p. 557-575, 1922.
YUNCKER, T. G. Revision of the South American species of Cuscuta II. American Journal
of Botany, v. 10, n. 1, p. 1-17, 1923.
YUNCKER, T. G. The genus Cuscuta. Memoirs of the Torrey Botanical Club v. 18, n. 2, p.
109-331, 1932.
31
Capítulo 1
DESEMBARAÇANDO A IDENTIFICAÇÃO DE Cuscuta DO BRASIL: A PRIMEIRA
CONTRIBUIÇÃO TAXONÔMICA PARA AS ESPÉCIES DO NORDESTE
Submetido ao periódico Phytotaxa
32
Untangle the identification of Cuscuta for Brazil: the first taxonomic contribution to the
Northest species
NEPOMUCENO, SILMARA1,2 & BURIL, MARIA TERESA1
1Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manuel de Medeiros - Dois Irmãos,
Recife – PE, Brazil.
2 Author for correspondence. E-mail: [email protected]
Abstract
Cuscuta is a genus of Convolvulaceae worldwide distributed and comprises about 200 species,
of which 26 were reported to Brazil. They are characterized by being holoparasites, leafless,
gamopetalous, bisexual and usually pentamerous flowers. Studies for South America Cuscuta
are mostly from late XIX and early XX centuries. The restriction of helpful taxonomic
bibliographies, together with the fact that taxonomic informative characters are restricted to
their tiny flowers, make the species identification a challenge. In this context, this work aimed
to study the diversity of Cuscuta for the Northeast region of Brazil and provide subsidies for
species identification, expanding the knowledge of regional and national flora. Field works
were carried out in the states of Field works were carried out in the states of Alagoas, Bahia,
Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte and Sergipe and about 200 specimens
from 15 herbarium collections were analyzed. It is proposed the synonimization of C.
orbiculata, a species considered as endemic to the Northeast, under C. tinctoria. It was possible
to recognize eight species, occurring mainly in areas of caatinga, a biome that predominates in
the region. Descriptions, taxonomic comments, illustrations and an identification key are
presented.
Key Words: Floristic, Dodders, Parasitic plants, Holoparasites.
33
Desembaraçando a identificação de Cuscuta do Brasil: A primeira contribuição
taxonômica para as espécies do Nordeste
Resumo
Cuscuta é um gênero de Convolvulaceae que apresenta distribuição cosmopolita e compreende
cerca de 200 espécies, das quais 26 são reportadas para o Brasil. Caracterizam-se por serem
holoparasitas, áfilas, com flores gamopétalas, bissexuais e, geralmente, pentâmeras. Os estudos
para Cuscuta da América do Sul são, em sua maioria, do final do século XIX e início do XX.
A restrição de bibliografias taxonômicas esclarecedoras para o gênero, somado ao fato dos
caracteres informativos estarem restritos às suas flores diminutas, tornam a identificação das
espécies, por vezes, um desafio. Neste contexto, este trabalho objetivou estudar a diversidade
de Cuscuta para a região Nordeste do Brasil e fornecer subsídios para identificação das
espécies, expandindo o conhecimento da flora regional e nacional. Foram realizadas expedições
de coleta nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do
Norte e Sergipe, e analisados cerca de 200 espécimes das coleções de 15 herbários. Aqui é
proposta a sinonimização de C. orbiculata, uma espécie considerada endêmica para o Nordeste,
a C. tinctoria. Foi possível reconhecer oito espécies, ocorrendo principalmente em áreas de
caatinga, bioma que predomina na região. São apresentadas descrições, comentários
taxonômicos, ilustrações e uma chave de identificação.
Palavras-chave: Florística, Cipó-chumbo, Plantas parasitas, Holoparasitas.
34
Introduction
Cuscuta Linnaeus (1753a: 124) is represented by leafless plants, with haustoria, aclorophyllate,
non photosynthetic and therefore, these individuals suck the elaborate sap of a host plant
(Andrade et al. 2007). It comprises about 200 species, and according with Flora do Brasil 2020
(under construction) 26 species were recognized, of which 11 were indicated for the Northeast.
About 15 to 20 species of Cuscuta are serious pests that can cause up to 80% yield losses in
plants cultivated, ornamental and wild plants (Pereira 1998) highlighting economically by
preventing the healthy growth of the host species.
In addition to the economic relevance, these species also stands out by its medicinal and
ecological importance. Popular recommendations for treatment of urinary disorders, icterus,
muscular pain, cough, biliary disorders, as purgative also for itchy skin are found (Wright et al.
2011, Khan et al. 2010). Ecologically, because their habit, can compromise the development of
the host plant, generating changes in the competitive interactions causing several modifications
in the community structure, diversity, cycling and vegetation zoning (Pennings & Callaway
2002).
Its taxonomic position, in the historical context, has been largely discussed with
disagreement about Cuscuta as a genus belonging to Convolvulaceae (Jussieu 1789, Choisy
1841, Engelmann 1842, 1859, Engler & Gilg 1924) or a monogeneric family, Cuscutaceae
(Cronquist 1981, Pfeiffer 1845, Progel 1869, Austin 1998). This discordance is because
Cuscuta has characteristics distinct from the other Convolvulaceae for being holoparasites, with
leaves reduced to scales and calyx usually gamosepalous (vs. photosynthetic plants, foliolated
and calyx dialisepalous). However, the most recent phylogenetic hypothesis indicated the
monophyly of Convolvulaceae only with the inclusion of Cuscuta, despite their position within
the family has not been completely clear (Stefanovic et al. 2003, Stefanovic & Olmstead 2004).
The last taxonomic study of the genus was realized in 1932 by Yuncker. Even though
this is an important contribution to the genus, morphological characters used by Yuncker are
not consistent since they may have developed by convergent evolution (Costea et al. 2015).
Thus, species descriptions are mostly inconsistent and infrageneric classification were
considered instable with recent phylogenetic studies (Costea et al. 2015), indicating that new
taxonomic studies are needed.
35
The lack of helpful taxonomic literature together with informative characters retricted
to its small flowers, reflects in minor investment of taxonomists for correct identification and
deeper investigations about these taxa. Most researches with Cuscuta in Brazil are associated
with the consequences of the habit in the host plants or some references in local floras (Simão-
Bianchini & Pirani 1997, Andrade et al. 2007, Alves & Kolbek 2009, Simão-Bianchini et al.
2016). The present study aimed to evaluate the diversity of Cuscuta in Northeast of Brazil and
provide subsidies for the correct identification of species.
Material and Methods
This study was carried out in the Northeastern region of Brazil, which is composed by nine
states: Alagoas (AL), Bahia (BA), Ceará (CE), Maranhão (MA), Paraíba (PB), Pernambuco
(PE), Piauí (PI), Rio Grande do Norte (RN) and Sergipe (SE). It has an area of 1.561.177,8 km2
(18,3% of the national territory) and is limited by the Atlantic ocean to the east and north, by
the states of Espírito Santo and Minas Gerais to the south and by the states of Pará, Tocantins
and Goiás to the west (SUDENE 2018). Caatinga is the predominant phytogeographic
dominium, occupying more than 50% of all states. In this region are also found the Amazon (in
a small portion of Maranhão), Cerrado and Atlantic Forest dominium (IBGE 2017).
Initially, surveys of bibliographies and collections available on online platforms were
made to determine the possible species occurring in the Brazilian Northeast and to observe
where the most representative collections for the region were deposited, in addition to
identifying priority areas for field works. Collections of 15 herbaria were consulted (ALCB,
CEPEC, EAC, HRB, HST, HUEFS, HUFRN, HVASF, IPA, JPB, MAC, MBM, MOSS,
PEUFR and UFP) (acronyms according to Thiers), resulting in about 200 specimens analyzed,
whenever was possible and needed had their identifications updated. Specimens identifications
were made by comparisons with species previously identified by specialists, by online available
types materials and from specialized literature (Progel 1869, Yuncker 1921, 1922, 1923, 1932).
Field work was carried out by the Laboratory of Sistematic Integrative of Angiosperms
team (LASIA-UFRPE) focusing on Convolvulaceae since 2015 to collect material, observe the
individuals in their habitat and obtain photographs in the field. Information on color were added
to descriptions of specimens collected or when available on herbarium labels. Expeditions
occurred in AL, BA, CE, PB, PE, PI, RN and SE states. Specimens collected were processed
and deposited in PEUFR herbaria according to the usual botanical material management
techniques (Mori et al. 1989), as well as to assure samples of fertile material in alcohol for
36
morphological analysis and silica for future phylogenetic studies. Duplicates were sent to
herbaria K and NY. A database was compiled containing information available about all
vouchers studied.
The specimens were used to describe their morphological characters based on
terminology proposed by Harris & Harris (2001) and measurements were made from the
softwere ImageJ. An identification key was elaborated accompanied by detailed morphological
descriptions, taxonomical comments and geographical distribution focused mainly on Yuncker
(1932). Diagnostic characters were illustrated, and distribution maps were constructed using
software DIVA-GIS.
Results and Discussion
Despite all effort of the team in the field trips over the last four years (2015–2019) in all
phytogeografic domains, only 14 specimens of five different species were collected (Fig. 1) (C.
americana Linnaeus (1753a: 124), C. racemosa Mart. (1823: 286), C. globosa Ridley (1890:
48), C. partita Choisy (1841: 284) and C. tinctoria Martius ex Engelmann (1859: 480–481)),
which indicate the rarity of this group in the Northeast region of Brazil. Although they were
rarely found, it was possible to observe that certain species have preferences for humid habitat
such as C. americana, while others for shaded environments such as C. globosa.
After field and herbarium work, the present treatment consider eight species of Cuscuta
occurring in the Northeast region of Brazil. From the 11 species firstly indicated in previous
survey (Flora do Brasil 2020 under construction), Cuscuta indecora Choisy (1841: 278–279)
and Cuscuta insquamata Yuncker (1923: 12) not found and thus, excluded here. Specimens
first identified in herbaria as C. indecora (Mendes et al. 548, UB) are actually C. partita
misidentified. The main difference between these species is the dehiscence of the fruit
(dehiscent in C. partita vs. indehiscent in C. indecora). This lead them to belong to different
sections: C. partita to Cleistogrammica Engelmann and C. indecora to Eugrammica Yuncker.
However, considering that fruit may present a late dehiscence in C. partita, sometimes observe
this characteristic is a challenge. Other morphological difference between these two species are
the corolla papillate and calyx smooth in C. partita, while C. indecora has both the calyx and
corolla papillate.
Cuscuta insquamata was indicated for Brazil only by one record from Abaíra-BA. This
specimen (Stannard et al. 51588) is deposited in NY herbaria, which we did not have access to
and photographs are not available online either. Cuscuta insquamata presents flowers with less
37
than 2 mm long, with calyx and corolla lobes acute and 4-divided. During the research we
observed two specimens collected in Bahia (ALCB-3456 e ALCB-9900) that present similar
size and shape of the lobes, but are 5-divided and with ovary and infrastaminal scales still in
early stages of development. Comparing with floral buds of C. partita specimens, since it also
present calyx and corolla lobes acute and 5-divided, we note that these buds are quite similar to
the ALCB samples. Thus, since only one record of C. insquamata are referred, and this was not
determined by a specialist in the genus, this species is not included in this treatment because
we believe it must be a C. partita wrongly named. Cuscuta insquamata is now registered only
for Bolivia (Yuncker 1932).
Identification key of Cuscuta species occurring in Brazilian Northeastern:
1.Calyx lobes with acuminate to acute apex …………..............................................................2
-Calyx lobes with obtuse to rounded apex .................................................................................4
2.Inflorescence glomeruliform, many flowered (>20); Fruit indehiscent, partially involved by
the persistent corolla ................................................................................................4. C. globosa
-Inflorescence dichasial or umbel, up to 10 flowers; Fruit dehiscent, completely involved by the
persistent corolla .........................................................................................................................3
3.Calyx with lobes overlapping at base, erect; corolla smooth; fruit opaque.........8. C. umbellata
-Calyx with lobes not overlapped, often reflexed; corolla papillate; fruit
translucent…………………………………………………………………………..5. C. partita
4.Bract with obtuse to rounded apex; spherical flowers (as long as broad or broader than
long)……………………………………………………………………………………………5
-Bract with acute to subacute apex; cylindrical to funnelform flowers (longer than broad) ........6
5.Flowers > 5 mm long; with bracteole; calyx urceolate, lobes completely overlapped; corolla
lobes rounded ..........................................................................................................7. C. tinctoria
-Flowers < 2 mm long; without bracteole; calyx funnelform, lobes overlapping at base; corolla
lobes acute .........................................................................................................2. C. corniculata
6.Calyx much shorter than corolla tube; corolla campanulate...............................6. C. racemosa
-Calyx as long or almost as long as corolla tube; corolla cylindrical to urceolate ………...……7
38
7.Infrastaminal scales with bridge measuring ca. ½ or more (1-2 mm long) of the total (2-3 mm
long) scale size.....................................................................................................1. C. americana
-Infrastaminal scales with bridge measuring ca. 1/3 or less (0.3-0.6 mm long) of the total (2.5-
5 mm long) scale size ...............................................................3. C. corymbosa var. grandiflora
Cuscuta Linnaeus (1753a: 124)
Bissexual flowers, with radial symmetry, sessiles or pedicelate, pentamerous, white or light-
yellow. Pedicels and perianth with or without papillae. Calyx fused at least in the base,
cylindrical, campanulate or infudibuliform, sometimes angled, lobes rounded to lanceolate,
overlapping or not (Figs. 2A,B). Corolla gamopetalous, campanulate to cylindrical, lobes erect,
inflexed or reflexed, always erect on buds Anthers ellipsoid with longitudinal aperture, ca. 0.5
mm, yellow-light to yellow; stamens alternate with the corolla lobes; infrastaminal scales
present (Fig. 2C) alternate with corolla lobes, adhered to corolla tube similar to a corona, very
variable in shape, size and ramification (Fig. 2D). Ovary superous, globose, two locules with
two ovules per locule. Stigmas capitate. Capsule indehiscent (Fig. 2E) or dehiscent opened by
a circumcision on the base (Fig. 2F), completely (Fig. 2G) or partially (Fig. 2H) enclosed by
the persistent corolla. One to four seeds with ca. 1 mm.
1. Cuscuta americana Linnaeus (1753a: 124). (Fig. 3A–F, 5A)
Branchlets ca. 1.5 mm diam., orange. Inflorescence glomeruliform, flowers 7-many; pedicels
absent to 1.5 mm long; bracts ca. 1.3 × 1.0 mm, ovate to rhomboid, apex subacute, margin
entire; bracteoles absent. Flowers cylindrical to funnelform, 2–4 × 1.5–2 mm, green when fresh
and brown or yellow when dried, 5-merous. Calyx green, cylindrical to campanulate, 2–3.5 ×
1.5–2 mm, as long as the corolla tube, tube 1.5–2.5 mm long, equal lobes, ca. 0.5 × 1 mm,
overlapping at base, apex obtuse, erect, margin entire, smooth. Corolla white to light yellow,
cylindrical, tube 2–3.5 mm long, lobes 0.2–0.5 × 0.5 mm, lobes ca. 1/4 of the corolla size; lobes
obtuse to rounded, inflexed with apex straight or inflexed, margin entire. Stamens included, as
long as the corolla tube; anthers ca. 0.5 mm long, filaments 1.8-3 mm long. Infrastaminal scales
2–3 mm long, as long as the corolla tube, obovate, apex acute to rounded, rare bifurcate, bridge
1–2 mm long; fimbriae of light to dense density, ca. 0.2 mm long. Carpel 2–3 mm long,
included; styles cylindrical ca. 0.1 mm diam.; stigma globose, 0.1–0.2 mm long. Fruit opened
39
by circumcision, globose to ovoid, ca. 1.5 × 1.3 mm, intrastylar opening present, opaque,
completely involved by the persistent corolla. Seeds 1–2, ca. 1 mm long.
Examined Material:—BRAZIL. Alagoas: Água Branca, REVIS do Craunã e do Padre. Morro
do Craunã, 9°26'08"W 37°93'61"S, bt. fl. fr., 22.VII.2014, Tavares-Silva, M.W. 96 (MAC).
Bahia: Amélia Rodriguez, 4 km SE de Amélia Rodrigues, 20.III.1987, bt. fl. fr., L. P. de
Queiroz 1459 (HUEFS); Conceição de Feira, V.1980, bt. fl. fr., Grupo Pedra do Cavalo 9
(ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS); Feira de Santana, bt. fl. fr., 08.VII.1982, Brito, K.B. 61
(ALCB, HUEFS); Feira de Santana, VIII.1980, bt. fl. fr., Grupo Pedra do Cavalo 564 (ALCB,
CEPEC, HRB, HUEFS); Glória, 05.VI.2004, bt. fl. fr., Oliveira, M.V.M. 687 (HUEFS); Ipuaçu,
bt. fl. fr., XI.1980, Grupo Pedra do Cavalo 938 (HUEFS); Ipuaçu, XI.1980, bt. fl. fr., Grupo
Pedra do Cavalo 1421 (HUEFS); Jacobina, 11°16'S 40°27'O, bt. fl. fr., 25.VIII.1980, R. P.
Orlandi 254 (ALCB, HRB). Ceará: Aurora, Serra do Vaqueiro Ademar, Cume da Serra, bt. fl.
fr., 11.IX.2014, Fontana, A.P. 8522 (HUEFS); Baixio, Estrada vicinal entre Baixio-CE e Santa
Helena-PB trecho 5 Ramal IV do Eixo Norte (PB-RN), bt. fl. fr., 21.V.2014, Costa-Lima, J.L.
1287 (HUEFS); Mauriti, São Miguel, início do túnel Cuncas I, Lote 6, 07°35'50.9"S
38°48'25.6"O, bt. fl., 21.VII.2010, Fontana, A.P. et al. 7029 (HVASF, PEUFR). Paraíba:
Cajazeiras, Sítio Catolé, 6°50'23.5''S 38°29'55.7''W, 293 m, bt. fl., 3.VI.2013, A. C. P. Oliveira,
et al. 2538 (HVASF); São José de Piranhas, Reservatório Cuncas, 7°06'41.1''S 38°36'34.4''W,
382 m, bt. fl. fr., 01.VIII.2012, Almeida, N. M. 159 (HVASF). Pernambuco: Fernando de
Noronha, Ilha de São José, fl. fr., 21.X.2003, Miranda, A. M. 4235 (HUEFS, RB); Floresta,
Centro da cidade, 8°36'16.94"S 39°34'15.90"W, bt. fl. fr., 14.IV.2017, S. C. Nepomuceno 15
(PEUFR); Buíque, entrada para o Vale do Catimbau, 8°34'35"S 37°14'46.4"W, bt. fl. fr.,
15.VIII.2017, S. C. Nepomuceno 26 (PEUFR). Piauí: Caracol, Parque Nacional da Serra das
Confusões, 9°12'47.8"S 43°29'56.6"W, 09.XII.2011, fl. fr., Siqueira-Filho, J.A. et al.
(HVASF). Rio Grande do Norte: Florânia, Rodovia para Tenente Laurentino ca. 6 km da sede
do município, Serra de Santa., 6°7'44"S 36°45'23ʺW, bt. fl. fr., 29.V.2010, J. G. Jardim 5784
(HUFRN).
Geographic distribution:—There are records of C. americana from the United States to
northern Argentina (Austin 1982). In Brazil is widely distributed in Northeast, Midwest (MT
and GO) and Southeast (MG) (Flora do Brasil 2020 under construction). It was often found in
humid environments.
Phenology:— From May to December.
40
Notes:—Yuncker (1932) indicates in his keys, illustrations and descriptions that this species is
closely related to Cuscuta globulosa Bentham (1844: 138) He indicate that it could be
distinguished by the following set of characters, many of them, subjective: C. globulosa has
larger flowers (3–4 mm long), yellow when dried, inflorescence less dense, capsules depressed-
globose with two seeds and infrastaminal scales more fringed and with lower bridge, while C.
americana has smaller flowers (2–3 mm long), brownish when dried, inflorescence more dense,
capsules ovoid with one seed and infrastaminal scales less fringed and with higher bridge.
However, these characteristics observed and pointed by him overlap in several
specimens analyzed in the present study. It is possible to find in the same individual
characteristics of both C. americana and C. globulosa. Phylogenetic studies which C. globulosa
and C. americana samples were included, shows C. globulosa together with Cuscuta
cozumelensis Yuncker (1922: 108), and Cuscuta macrocephala Yuncker (1921: 126),
appearing as sister of C. americana with bootstrap value equal to 100 (Stefanovic et al. 2007).
Thus, considering that characters used by Yuncker (1932) does not seem consistent enough to
differentiate these species, and phylogenetic studies proves its close relationship, further
morphological investigation is still needed to improve specific delimitation.
Despite the overlapping of characters, specimens are here identified as C. americana
due to predominant characteristics and wider distribution, considering that C. globulosa seems
to be more common throughout West India and Mexico and is not cited for South America
(Yuncker, 1932). In the Northeast, is similar to Cuscuta corymbosa var. grandiflora Engelmann
(1859: 483) because it presents similar calyx but can be distinguished by infrastaminal scales
with bridge measuring ca. ½ or more of the total scale size in C. americana, and bridge
measuring ca. 1/3 or less of the total scale size in C. corymbosa var. grandiflora.
2. Cuscuta corniculata Engelmann (1859: 504). (Fig. 3G–K, 5B)
Branchlets ca. 0.4 mm diam., yellow. Inflorescence cyme, flowers 3–9; pedicels 1.3–1.5 mm
long; bracts ca. 1.3 × 1 mm, rotund, apex rounded, margin entire; bracteoles absent. Flowers
spherical, ca. 1.9 × 2.1 mm, yellow when dried, 5-merous. Calyx funnelform, ca. 1.5 × 2.1 mm,
as long as the corolla tube, tube ca. 0.4 mm long, lobes equal, 0.9 × 1.1 mm, overlapping at
base, apex rounded, erect, margin entire, smooth. Corolla urceolate, tube ca. 1.5 mm long, lobes
ca. 1 × 0.8 mm, lobes ca. ½ of the corolla size, acute, straight or reflexed with apex inflexed,
margin entire. Stamens included, longer than the corolla tube; anthers ca. 0.5 mm long, filament
ca. 1.1 mm long. Infrastaminal scales ca. 1.5 mm long, as long as the corolla tube, rotund, apex
41
rounded, bridge ca. 0.6 mm long; fimbriae of moderate density, 0.2 mm long. Carpel ca. 1.3
mm long, included; styles cylindrical ca. 0.1 mm diam.; stigma globose, 0.1–0.2 mm long. Fruit
opened by circumcision, depressed-globose, 0.7–1.1 × 1.5–2.1 mm, intrastylar opening present,
translucent, completely involved by the persistent corolla. Seeds 3–4, 0.7–1.1 mm long.
Examined Material:—BRAZIL. Pernambuco: Belém de São Francisco, fl., fr., 5.IX.1990,
J. N. Tabosa, IPA-52533 (IPA); Brejo da Madre de Deus, bt. fr. IPA-55343 (IPA).
Geographic distribution:—Occurs in Brazil, Venezuela and Colombia (Yuncker 1932).
Registered to Brazil only in GO, SC, RJ, RS and BA (Flora do Brasil 2020 under construction),
with this study it was verified its occurrence also in Pernambuco State. Even though it was not
found in the field, herbarium labels indicated the occurrence of the species in irrigated areas.
Phenology:— November.
Notes:—It resembles to C. tinctoria by its spherical flowers but can be distinguish by the
flowers ca. 6 mm long, bracteoles present, calyx lobes completely overlapped and corolla
lobes rounded in C. tinctoria vs flowers ca. 2 mm long, bracteoles absent, calyx lobes slightly
overlapping and corolla lobes acute in C. corniculata.
3. Cuscuta corymbosa var. grandiflora Engelmann (1859: 483). (Fig. 3L–P, 5C)
Branchlets ca. 1 mm diam., yellow. Inflorescence dichasial, flowers 7–9; pedicels sessile a 1–
3 mm long; bracts ca. 1 × 0.5 mm, lanceolate, apex acute, margin entire; bracteoles absent.
Flowers funnelform, 4.2–6.7 × 2–4 mm, yellow when fresh and dried, 5-merous. Calyx
funnelform, 3–5 × 2–4 mm, almost as long as the corolla tube, tube 2–4 mm long, lobes equal,
0.5–1 × 1.2–1.5 mm, overlapping at base, apex obtuse, erect, margin entire, smooth. Corolla
cylindrical to urceolate, tube 3.5–5.5 mm long, lobes 1.2–1.5 × 1–1.5 mm, lobes ca. 1/4 of
corolla size; lobes acuminate, inflexed with apex straight or inflexed, margin entire. Stamens
included, as long as the corolla tube; anthers ca. 0.5 mm long, filament 1–1.5 mm long.
Infrastaminal scales 2.5–5 mm long, shorter than corolla tube, elliptic, apex rounded, bridge
0.3–0.6 mm long; fimbriae of light density, 0.05–0.2 mm long. Carpel 3–6 mm long, included;
styles slightly conical 0.1–0.5 mm diam.; stigma globose, ca. 0.3 mm long. Fruit oppened by
circumcision, globose, 2.5–3.5 × 2–3.5 mm, intrastylar opening present, translucent, completely
involved by the persistent corolla. Seeds 1–2, ca. 2 mm long.
Examined Material:—BRAZIL. Ceará: Itatira, Serra do Céu, bt. fl. fr., 03.VIII.1984, A.
Fernandes EAC-12778 (EAC).
42
Geographic Distribuition:—Cuscuta corymbosa var. grandiflora is recorded from Mexico to
Ecuador (Austin 1982; Breedlove 1986), and for Brazil was considered as endemic to Fernando
de Noronha island (Flora do Brasil under construction). No specimens from the island was here
confirmed as this variety, but with our investigation was possible to confirm a single occurrence
from Serra do Céu, Itatira-CE, in the year 1984, without more accurate information about its
location.
Phenology:— August.
Notes:—This variety differs from the typical one, which was not found in the study area, by its
larger flowers (ca. 5 mm long), calyx with more than half or so as long as corolla tube and
sessile or subsessile stamens.
4. Cuscuta globosa Ridley (1890: 48). (Fig. 4Q–V, 5D)
Branchlets ca. 0.6 mm diam., green. Inflorescence glomeruliform, countless flowers; pedicel
1.5–3 mm long; bracts ca. 1.7 × 0.7 mm, lanceolate, apex acute, margin entire; bracteoles absent.
Flowers ovoid to spherical, ca. 2.6 × 1.7 mm, green when fresh and yellow when dried, (4)5-
merous. Calyx green, campanulate, ca. 1.5 × 2 mm, longer, rare as long as the corolla tube, tube
ca. 0.4 mm long, lobes unequal, the longest four 1.1 × 1.1 mm, the shorter 0.7 × 0.4 mm long,
absent when 4- merous; not overlapped, apex acute, erect, margin serreated due to the presence
of papillae. Corolla white, ovoid, tube ca. 1 mm long, lobes ca. 0.9 × 0.8 mm, lobes ca. ½ of
the corolla size; lobes acute, straight with apex straight or inflexed, margin serreated due to the
presence of papillae. Stamens included, longer than corolla tube; anthers ca. 0.4 mm long,
filament ca. 1.2 mm long. Infrastaminal scales ca. 1 mm long, longer than corolla tube, oblong,
apex rounded, bridge ca. 0.3 mm long; fimbriae of moderate density, 0.1 mm long. Carpel ca.
2 mm long, included; styles cylindrical ca. 0.1 mm diam.; stigma globose, ca. 0.1 mm long.
Fruit indehiscent, globose to depressed-globose, ca. 1.6 × 2 mm, intrastylar opening present,
translucent, completely involved by the persistent corolla. Seeds 2–3, ca. 1.5 mm long.
Examined Material:—BRAZIL. Bahia: Campo Alegre de Lourdes, bt. fl.fr., 26.V.2002,
Miranda, A.M. 3908 (HST); Conceição de Feira, Mata a NE de B. bananeiras, vale dos rios
Paraguaçu e Jacuipe, 12°32’W 39°05’S, bt.; fl. fr., IX.1980, Grupo Pedra do Cavalo 766
(ALCB, HBR, HUEFS); Feira de Santana, Ipuaçu, 12°15’W 38°58’S, bt. fl. fr., 02.XII.2003,
Carvalho-Sobrinho et al. 157 (HUEFS). Paraíba: São José de Piranhas, Reservatório Morros,
07°09'09.35"W 38°26'21.73"S 393m, fl. fr., 19.V.2011, SILVA, F. F. S. 454 (HVASF).
Pernambuco: Águas Belas, bt. fl. fr., 17.XI.1999, Lima, V.C. et al. IPA-65560 (IPA);
43
Arcoverde, Estação experimental do IPA, bt. fl. fr., 21.VII.1971, Andrade-Lima 71-6321 (IPA);
Carpina, Entrada de Carpina, bt. fl. fr., 26.XI.1952, Andrade-Lima 52-1186 (IPA); Caruaru,
Estação Experimental do IPA, 8°14'13"S 35°55'14"W, bt. fl. fr., 19.IX.2017, S. C. Nepomuceno
42 (PEUFR); Fernando de Noronha, bt. fl. fr., 09.XI.1980, Andrade-Lima 80-8895 (IPA);
Recife, bt. fl. fr., IX.1994, Braga-Filho, J. IPA-990 (IPA); Tapera, bt. fl. fr., 20.X.1927, Pickel,
D.B. 1500 (IPA). Rio Grande do Norte: Serra de São Bento Florânia, bt. fl. fr., 23.VII.2016,
A.M. Marinho 307 (PEUFR).
Geographic Distribution:—It is endemic to Northeast of Brazil, where it occurs mainly in the
states of BA and PE (Yuncker 1932) in the Caatinga and Atllantic forest. Cuscuta globosa was
usually found in shaded areas parasitizing the stem of herbs.
Phenology:— From July to December.
Notes:—It is easily identified by its glomeruliform inflorescence, glomeruliform, with flowers
of ca. 2.6 mm long, with acute apex in calyx and corolla lobes. From species occurring in the
region is the only one that can also present individuals with tetramerous flowers. Yuncker
(1932) still indicates its similarities with C. acuta Engelmann (1859: 497) and C. micrantha
Choisy (1841: 271) for its flowers with about 1.5 mm in length and calyx with acute lobes, and
the C. globosa differs from these by its long pedicels, minute flowers and long stamens. In
addition, C. acuta is endemic to Ecuador and C. micrantha to Chile.
5. Cuscuta partita Choisy (1841: 284). (Fig. 4A–E, 6A)
Branchlets ca. 0.5 mm diam, orange. Inflorescence dichasial, 6–10-flowers; pedicels ca. 2 mm
long; bracts 1.8 × 0.9 mm, lanceolate, apex acuminate, margin entire; bracteoles absent. Flowers
ca. 2.5 × 2.0 mm, white to pink when fresh and reddish when dried, 5-merous. Calyx white,
campanulate, ca. 1.7 × 1.6 mm, as long as the corolla tube, tube 0.3 mm long, lobes equal, 1.2
× 0.8 mm, not overlapped, apex acute to acuminate, often reflexed, margin entire, striated.
Corolla white to pink, urceolate, tube 1.6 mm long, lobes 0.8 × 0.5 mm, lobes ca. 1/3 of corolla
size; lobes acute, reflexed with apex inflexed, margin entire, papillate. Stamens exserted, longer
than corolla tube; anthers ca. 0.6 mm long, filament ca. 1.8 mm long. Infrastaminal scales ca.
1.5 mm long, shorter than corolla tube, obovate, apex rounded, bridge ca. 0.4 mm long; fimbriae
of moderate density, 0.1 mm long. Carpel ca. 1.8 mm long, included; styles cylindrical ca. 0.1
mm diam.; stigma globose, ca. 0.1 mm long. Fruit oppened by circumcision, depressed-
globose, ca. 1 × 1.5 mm, intrastylar opening present, translucent, completely involved by the
persistent corolla. Seeds 2–3, ca. 0.1 mm long.
44
Examined Material:—BRAZIL. Alagoas: Água branca, REVIS do Craunã e do Padre, Morro
do Craunã, bt. fr. fr., 30.IV.2014, Santos, A. et al. 2 (MAC). Bahia: Casa Nova, Caraíba dos
Bragas, bt. fl., 23.III.1988, Arouck-Ferreira, J.D.C. et al. 442 (MBM); Itaberaba, BR-242,
12°31'15"S 40°08'30"W, bt. fl. fr., 19.V.2015, G. Staples et al. 1645 (PEUFR); Urandi, BR122,
próximo à divisa com Ouro Branco, bt. fl., 04.IV.1992, Hatschbach, G. 56532 (MBM); Xique-
Xique, bt. fl., 25.VI.1996, Guedes, M.L.S. 3074 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS). Ceará:
Caridade, Fazenda Feijão, bt. fl., Noronha, P.R. EAC-18723 (EAC); Caucaia, Salgadinho, bt.
fl., Castro A.S.F. 1828 (EAC); Jaguaribe, Maciço do Pereiro, bt. fl., Miranda, A.M. 6263 (EAC,
HST); São Benedito, Faz. Penha, trilha do Buraco da Velha, Planalto do Ibiapaba, bt. fl., Souza,
E.B. EAC-29910 (EAC). Piauí: Piracuruca, PI-110, entre Piracuruca e BR 232, 3°58'43"S
41°28'22"W, bt. fl. fr., 11.VI.2016, J.A.A.M. Lourenço et al. 110 (PEUFR). Pernambuco:
Parnamirim, Sítio Olho d´água, 08°8"39"S 39°35'48"W, bt. fl. fr., 8.IV.2009, J.A. Siqueira-
Filho 2013 (HVASF); Sagueiro, Reservatório Negreiros, 8°6'7.9"S 39°12'14.4"W 454m, bt. fl.
fr., Silva, F.F.S. et al. 251 (HVASF). Rio Grande do Norte: Apodi, próximo ao açude da baixa
grande, 05°21’S 37°35’W 70 m, bt. fl. fr., 27.IV.1980, Oliveira, O.F. 661; Jucurutu, RPPN
Stoessel de Britto, bt. fl., 01.III.2018, Roque, A.A. 456 (HUFRN); Caicó, Sítio pelados,
próximo à Serra de São Bernardo, estrada para São José do Seridó, bt. fl., 14.III.2009, Roque,
A.A. 667 (HUFRN); Carnaúbas, 5°35'15,4"S 37°31'20.9"W, bt. fl. fr., 23.IV.2016, A.M.
Marinho 237 (PEUFR); Jucurutu, bt. fl. fr., 20.IV.2016, A.M. Marinho 298 (PEUFR); Lages,
Fazenda Barra da Cruz, 5°41'26"S 36°22'56"W, bt. fl. fr., 13.IV.2016, Souza, L. de O.F. de.
873 (MOSS); São João do Sabugi, base da Serra do Mulungu, 6°42'32"S 37°10'13"W 240 m,
bt. fl. fr., 18.IV.2014, Jardim, J.G. 6653 (HUFRN).
Geographic distribution:—It is distributed in western India, Bolivia, Colombia, Venezuela
and Brazil (Yuncker 1932), where is predominant in the Northeast with records in all states,
besides MG, GO, MT and AC (Flora do Brasil 2020 under construction). Reported parasitizing
Evolvulus Linnaeus (1762: 391) (Convolvulaceae) and Sida Linnaeus (1753b: 683)
(Malvaceae).
Phenology:— From March to June.
Notes:—In the study area can be confused with C. umbellata Kunth (1818: 121–122) for
presenting corolla with acute lobes, but are differentiated of the C. umbellata by presenting
inflorescence cyme umbelform, calyx with lobes overlapping at base and erect, smooth corolla
and opaque fruit, while C. partita has a dichasial inflorescence, calyx with lobes not overlapped,
45
often reflexed, papillate corolla and translucent fruit. Specimens are usually orange when dried.
Its fruit may present a late dehiscence, being difficult sometimes to determine this species.
6. Cuscuta racemosa Martius (1823: 286). (Fig. 4F–J, 6B)
Branchlets ca. 0.4 mm diam., yellow or orange. Inflorescence dichasial compound, 6–9-
flowers; pedicels 0.1–0.8 mm long; bracts 1.8 × 1.6 mm, oblanceolate, apex acute, margin
entire, bracteoles absent. Flowers funnelform, ca. 4 × 2 mm, white when fresh and yellow when
dried, 5-merous. Calyx green, funnelform, ca. 1.3 × 1.9 mm, much shorter than the corolla tube,
tube ca, 0.5 mm long, lobes equal, ca. 0.8 × 0.6 mm, not overlapped or rare overlapped at the
base, apex rounded, erect, margin entire, striated. Corolla white, campanulate, tube ca. 1.8 mm
long, lobes ca. 1.5 × 0.8 mm, lobe ca. ½ of the corolla size; lobes acuminate, straight or reflexed
with apex inflexed, margin entire, papillate. Stamens exserted, longer than corolla tube; anthers
ca. 0.4 mm long, filament ca. 2.5 mm long. Infrastaminal scales ca. 2 mm long, as long as the
corolla tube, ovate, apex rounded, bridge ca. 0.7 mm long; fimbriae of moderate density, 0.2
mm long. Carpel ca, 2.3 mm long, included; styles cylindrical ca. 0.1 mm diam.; stigma
depressed-globose, ca. 0.2 mm long. Fruit indehiscent, globose to ovoid, ca. 1.6 × 1 mm,
intrastylar opening present, opaque, completely involved by the persistent corolla. Seeds 4, ca.
0.7 mm long.
Examined Material:—BRAZIL. Bahia: Ituberá, estrada entre Ituberá e Taperoá BA-001,
13°41'1.13S 39°7'40.18"W, bt. fl. fr. 11.IV.2018, S. C. Nepomuceno 60 (PEUFR); Palmeiras,
trilha para Cachoeira da Fumaça em local encharcado, 12°36’14”S 41°27’59”W, bt. fl. fr.
18.V.2019. Pernambuco: Recife, Avenida 17 de agosto, Praça do Monteiro, em frente à escola
Silva Jardim, 8°1’40.50”S 34°55’40.89”W, bt. fl. fr. 15.III.2017, J.A.A.M. Lourenço 64
(PEUFR).
Geographic Distribution:— Cuscuta racemosa is endemic to Brazil, being common in the
southern region. According to the Flora do Brasil 2020 (under construction), this species also
is supposed to be widely distributed in the Northeast region, not reported only to Maranhão.
However, in this study it was observed that in Northeast of Brazil this species only occurs in
the states of Bahia (BA) and Pernambuco (PE). In BA it was found in waterlogged regions, one
on the roadside near the areas of anthropic influence and another on the trail of the Fumaça
waterfall that is in the Chapada Diamantina National Park. In PE, the species was found
parasitizing ornamental plants in a small urban park.
Phenology:— From March to May.
46
Notes:— From Yuncker’s (1932) identification key and descriptions, these specimens could be
identified either as C. decipiens Yuncker (1921: 55) (a rare species from Mexico) or C. gronovii
Willdenow (1820: 205) (widespread only temperate zones). As observed to several other
examples, this key is problematic because many characters applied are continuous (such as
capsule shape and corolla lobes apex). Besides that, ignoring the key and comparing these
specimens with illustrations and morphological descriptions (Yuncker, 1932), the
determination can easily reach C. racemosa as a perfect match. Futhermore, all morphological
descriptions of C. decipiens, C. gronovii and C. racemosa are very similar and could be
accepted to these specimens analyzed here. Thus, our decision is taken from the geographic
distribution, since C. racemosa was described as endemic to Brazil. But further investigations
on its identity are needed.
The name “Cuscuta racemosa” was used arbitrarily in Brazilian collections for any
species, sometimes completely different from each other (C. americana and C. partita, for
example). This probably occurs due to this difficult specific delimitation, to the lack of
elucidative material for support correct identifications and also because C. racemosa is indeed
a very common species in the South and Southeast regions of Brazil.
7. Cuscuta tinctoria Martius ex. Engelmann (1859: 480–481). (Fig. 4K–P, 6C)
Type:—MEXICO. Oaxaca, San Luis Potosí, W.F. von Karwinsky s.n. (Lectotype! MO
[152731] designed by Costea et al 2013[2014]).
= Cuscuta orbiculata Yuncker (1923: 572) syn. nov.
Type:—BRAZIL. Cachoeira, Goiás, Glaziou 21809 (holotype K! [K000196090] designed by
Yuncker 1923).
Branchlets ca. 1.7 mm diam., yellow, with papillae in the branchlets more development.
Inflorescence dichasial compound glomeruliform, 13–19-flowers; sessile; bracts 2.7 × 1.5 mm,
rotund, apex obtuse to rounded, margin entire; bracteoles ca. 3 × 1.9 mm, obovate, apex
rounded, margin entire. Flowers spherical, ca. 5.8 × 4 mm, green when fresh and brown when
dried, 5-merous. Calyx green, urceolate, ca. 3.6 × 4.0 mm, as long, rare shorter than corolla
tube, tube ca. 0.8 mm long, lobes equal, ca. 2.8 × 2.8 mm, totally overlapped, apex obtuse to
rounded, erect, margin entire, slightly verrucose. Corolla white, urceolate, tube ca. 3.5 mm
long, lobes ca. 1.5 × 1.3 mm, lobes ca. 1/3 of the corolla size; lobes rounded, reflexed com apex
straight or inflexed, margin entire, smooth. Stamens exserted, longer than corolla tube; anthers
ca. 0.6 mm long, filament ca. 3 mm long. Infrastaminal scales ca. 3 m long, shorter than corolla
47
tube, rotund, apex rounded, bridge ca. 1.5 mm long; fimbriae dense, ca. 0.4 mm long. Carpel
ca. 3.7 mm long, included; styles conical ca. 0.3 mm diam.; stigma depressed-globose, ca. 0.4
mm long. Fruit oppened by circumcision, depressed-globose ca. 2.5 × 3 mm, intrastylar opening
present, opaque, partially involved by the persistent corolla. Seeds 2, ca. 1.3 mm long.
Examined Material:—Brazil. Alagoas: Traipu, Serra da Mãos, bt. fl. fr., 21.VIII.2010, Lira-
Lemos, R.P. et al.13116 (MAC). Bahia: Santo Amaro, 1Km após Lagoa da Boa Vida, vindo
de Campinho, bt. fl. fr., 20.III.1980, Araújo, A.P. de 274 (CEPEC). Ceará: Parambu, Margem
BR 020, 30 km da divisa CE/PI, bt. fl. fr., 09.V.2008, Castro, A.S.F. 2018 (EAC). Paraíba:
São José de Piranhas, Reservatório Morros, 07°09'09.35"S 38°26'21.73”W, 19.V.2011, bt. fl.
fr., E.F.S. Silva 458 (HVASF, PEUFR). Pernambuco: Fernando de Noronha, Ilha da Rata,
3°50'10"S 32°25'30"W, bt. fl. fr., 01.VI.1993, Miranda, A.M. 857 (ALCB, HST); Gravatá,
Estrada para o Parque eólico após a entrada para Pedra Branca, 8°39'35.1"S 37°14'46.5"W, bt.
fl. fr. 26-IX-2017, S.C. Nepomuceno et al. 43 (PEUFR). Piauí: Caracol, Serra Grande,
9°9’48”S 43°23’7”W 668 m, bt. fl. fr., 18.VII.2011, Melo, E. et al. 10139 (HUEFS). Rio
Grande do Norte: Mossoró, Serra do Carmo, 5°11'15"O 16 m, bt. fl. fr., 13.V.1980, Oliveira,
O.F. 826 (MOSS).
Geographic Distribution:—Cuscuta tinctoria is referred for Mexico, Guatemala and Brazil.
In the latter, is recorded for Goiás (Yuncker 1932) and has a wider distribution in the Northeast,
being new records for Alagoa, Paraíba and Rio Grande do Norte.
Phenology:— From May to September.
Notes:—It stands out for its spherical flowers of ca. 5 mm and its calyx deeply divided and
lobes totally overlapped, often coming to be confused with sepals free. In the region it resembles
Cuscuta corniculata because both present spherical flowers, but C. tinctoria present flowers
with ca. 5 mm, with bracteoles, calyx lobes completely overlapped and corolla lobes rounded,
while C. corniculata has flowers with ca. 2 mm, without bracteoles, calyx lobes slightly
overlapped and corolla lobes acute.
After analyzing the protologues, comparing descriptions and type materials it can be
concluded that they do not present significant differences to be treated as different species.
Moreover, the proportions calyx/corolla (calyx as long as the corolla tube in C. tinctoria vs.
calyx shorter than corolla tube in C. orbiculata) indicated by Yuncker (1932) as the only
character to distinguished them, can be observed in the same individual (see Miranda et al. 857
- ALCB 25577, HST 9727). Cuscuta tinctoria has priority over the C. orbicularia.
48
Cuscuta orbiculata was described as endemic to Brazil, referred only for GO and PE
(Fernando de Noronha) being known only by the holotype and the one paratype. This example
illustrates the fragility of characters taken by Yuncker as significant in species delimitation.
8. Cuscuta umbellata Kunth (1818: 121–122). (Fig. 4Q–U, 6D)
Branchlets 0.05–0.2 mm diam., yellow. Inflorescence cyme umbelform, flowers 5–8; pedicels
0.9–2.2 mm long; bracts 1–1.5 × 0.7–1 mm, deltoids to rhombic, apex acute, margin entire;
bracteoles absent. Flowers ca. 2 × 1.5 mm, white when fresh and yellow when dried, 5-merous.
Calyx funnelform, 1–1.4 × 1.2 mm, as long as the corolla tube, tube ca. 0.7 mm long, lobes
equal, 0.4–0.7 mm long, overlapping at base, apex acuminate to acute, erect, margin entire,
striated. Corolla white, urceolate, tube 0.5–1 mm long, lobes 1–1.5 × 0.3–0.7 mm, lobes ca. 2/3
of the corolla size; lobes acute, straight or reflexed with apex inflexed, margin entire, smooth.
Stamens exserted (included when the corolla lobes are erect) longer than corolla tube; anthers
ca. 0.3 mm long, filament ca. 1 mm long. Infrastaminal scales 0.8–1 mm long, longer than
corolla tube, ovate, apex rounded, bridge ca. 0.2 mm long; fimbriae of moderate density, 0.05–
0.2 mm long. Carpel ca. 1.8 mm long, exserted; styles cylindrical ca. 0.1 mm diam.; stigma
globose, ca. 0.1 mm long. Fruit oppened by circumcision, globose to depressed-globose, ca. 1
x 1.2 mm, intrastylar opening present, opaque, partially involved by the persistent corolla. Seeds
2, ca. 0.8 mm long.
Examined Material:—BRAZIL: Rio Grande do Norte: Areia Branca, Salina Augusto
Severo, bt. fl. fr., 11.V.2007, A.A. Roque 53 (HUFRN); Grossos, Salina Caenga, bt. fl, fr.,
12.V.2007, A.A. Roque 96 (HUFRN); Grossos, Salina Salmar, bt. fl, fr,, 28.VI.2017, A.A.
Roque 203 (HUFRN).
Geographic Distribution:—Cuscuta umbellata is found from United States, Mexico,
Suriname, Guyana, Venezuela and Brazil (Yuncker 1932; Correll & Johnston 1970; Funk et al.
2007; Hokche et al, 2008; Villaseñor 2016), where, according with Flora do Brasil 2020 (under
construction) was recorded for Piauí, Ceará and Rio Grande do Norte. However, specimens
from Ceará and Piauí were not located, and here we consider its distribution restricted to Rio
Grande do Norte state, growing in saline regions.
Phenology:— From May to June.
Notes:—It resembles C. partita due to corolla with acute to acuminate lobes, but can be
distinguished by a set of characteristics pointed out in the description of this species. The
inflorescences in cyme umbelliform, calyx with lobes overlapping at the base, erect, smooth
49
corolla and opaque fruit in C. umbellata vs. dichasial inflorescence, calyx with lobes not
overlapped, often reflexed, papillate corolla and translucent fruit in C. partita.
Acknowledgment
The authors thank to the managers of the conservation units visited; to ICMBIO for the
colletions authorizations; to herbarium curators; to Capes for the first author’s grant, to CNPq,
for the financing of the Project “Convolvulaceae da América do Sul: construir em direção ao
conhecimento global” (PVE 314725/2014-8); the illustrator Regina Carvalho and LASIA team.
References
Alves, R.J.V. & Kolbek, J. (2009) Summit vascular flora of Serra de São José, Minas Gerais,
Brazil. Check list, v. 5, n. 1, p. 035-073.
Andrade, R.A.S., Araújo, L.S. & Neves, F.S. (2007) Ocorrência de Cuscuta racemosa
(Convolvulaceae) no Parque Estadual do Rio Preto, Minas Gerais, Brasil. Revista Unimontes
Científica, v.9, n.1.
Austin, D.F. (1982) Convolvulaceae. In G. W. Harling & B. B. Sparre (eds.) Fl. Ecuador.
University of Göteborg & Swedish Museum of Natural History, 15: 1–98.
Austin, D.F. (1998) Parallel and convergent evolution in the Convolvulaceae. Pp 201-234. In:
Mathews, P. & Sivadasan, eds. M. Biodiversity and taxonomy of tropical flowering plants.
Calicut: Mentor Books.
Bentham, G. (1844). The botany of the Voyage of H.M.S. Sulphur. London. 425pp.
Breedlove, D.E. (1986) Flora de Chiapas. Listados Floríst. México 4: i–v, 1–246.
Choisy, J.D. (1841) Convolvulaceis dissertatio tertia, complectens Cuscutarum hucusque cog
nitarum methodicam enumerationem et descriptionem, necnon et brevem gallicam de
Cuscutis praefationem. Memoires de la Société de Physique et d'histoire naturelle de
Genève 9: 261–288.
Correll, D.S. & Johnston, M.C. (1970) Man. Vasc. Pl. Texas i–xv, 1–1881. The University of
Texas at Dallas, Richardson.
Costea, M.; Garcia, M. A. & Stefanovic, S. (2015) A Phylogenetically Based Infrageneric
Classification of the Parasitic Plant Genus Cuscuta (Dodders, Convolvulaceae). Canada.
Systematic Botany, 40(1): pp. 269–285.
50
Cronquist, A. (1981) An Integrated System of Classification of Flowering Plants. New York:
Columbia University Press.
Cuscuta In: Flora do Brasil 2020 (under construction) Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB6978>. Acesso em: 01
Jun. 2019.
Engelmann, G. (1842) Monography of North American Cuscutineae. American Journal of
Science and Arts 43: 333–344.
Engelmann, G. (1859) Systematic arrangement of the species of the genus Cuscuta with
critical remarks on old species and descriptions of new ones. Transactions of the Academy of
Science of Saint Louis 1: 453–523.
Engler, A. & Gilg, E. (1924) Syllabus der Pflanzenfamilien. Gebruder Borntraege, Berlin.
Funk, V.A., Hollowell, T.H., Berry P.E., Kelloff C.L. & Alexander, S. (2007) Checklist of the
plants of the Guiana Shield (Venezuela: Amazonas, Bolivar, Delta Amacuro; Guyana, Surinam,
French Guiana). Contr. U.S. Natl. Herb. 55: 1–584.
Harris, J.G., Harris, M.W. (2001) Plant identification Terminology: an Illustrated glossary. 2
ed. Spring Lake, Utah.
Hokche, O., Berry P.E. & Huber, O. (2008) Nuevo Cat. Fl. Vasc. Venez. 1–859. Fundación
Instituto Botánico de Venezuela, Caracas.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mapa de clima do Brasil. Rio de
Janeiro. Escala 1:5 000 000. Disponível em:
<http://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_brasil/brasil_clima.pdf.> Acesso em: 29
de maio de 2017.
Jussieu, A.L. de. (1789). Genera Plantarum. Secundum ordines naturales disposita, juxta
methodum in Horto regio parisiensi exaratam. Paris: V. Herrisant et T. Barrois. 1789.
Khan, S.; Mirza, K. J. & Abdin, M. Z. (2010) Development of RAPD markers for
authentication of medicinal plant Cuscuta reflexa. EurAsian Journal of BioSciences, v. 4.
Kunth, K.S. (1818) In: Humboldt, F.W.H.A.; Aimé, J.A. & Kunth, K.S. Nova Genera et
Species Plantarum. Open Shelves, Paris. 377pp.
51
Linnaeus, C. (1753a) Species plantarum. Imprensis Laurentii Salvii, Holmiae. Ed. 1. Vol. 1.
560pp.
Linnaeus, C. (1753b) Species plantarum. Imprensis Laurentii Salvii, Holmiae. Ed. 1. Vol. 2.
561-1200pp.
Linnaeus, C. (1762) Species plantarum. Imprensis Laurentii Salvii, Holmiae. Ed. 2. Vol. 1.
784pp.
Martius, C.F.P. (1823) Reise in Brasilian. M. Lindauer, Munich. 885pp.
Mori, S.A., Mattos-Silva, L.A., Lisboa, G. & Coradin, L. (1985) Manual de manejo do
herbário fanerogâmico. 24 ed. Centro de Pesquisas do Cacau, Ilhéus.
Pennings, S.C. & Callaway, R.M. (2002) Parasitic plants: parallels and contrasts with
herbivores. Oecologia, v. 131, n. 4, p. 479-489.
Pereira, W. (1998). Prevenção e controle da parasita Cuscuta em áreas cultivadas com
hortaliças. Brasília: EMBRAPA-CNPH (Comunicado Técnico da Embrapa Hortaliças, 9),
p.6.
Pfeiffer, L. (1845) Characteristik der in der Gegend von Kassel beobachteten Gattungen und
Arten von Cuscuteen. Botanische Zeitung 3:673–674.
Progel, A. (1869) Cuscutaceae. In: Martius, C.P.F. & Eichler, A.G. (eds.). Flora Brasiliensis.
F. Flischer, Lipsiae, v. 7, pp. 371-390.
Ridley, H.N. (1890) Notes on the Botany of Fernando de Noronha. Journal of the Linnean
Society: Botany 27: 48.
Simão-Bianchini, R. & Pirani, J.R. (1997) Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais:
Convolvulaceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo, p. 125-149.
Simão-Bianchini, R.; Vasconcelos, L.V. & Pastore, M. (2016) Flora of the cangas of the Serra
dos Carajás, Pará, Brazil: Convolvulaceae. Rodriguésia, v. 67, n. 5SPE, p. 1301-1318.
Stefanović S, Kuzmina M, Costea M. (2007) Delimitation of major lineages
within Cuscuta subgenus Grammica (Convolvulaceae) using plastid and nuclear DNA
sequences. American Journal of Botany 94, 568–589.
52
Stefanović, S. & Olmstead, R.G. (2004) Testing the Phylogenetic Position of a Parasitic Plant
(Cuscuta, Convolvulaceae, Asteridae): Bayesian Inference and the Parametric Bootstrap on
Data Drawn from Three Genomes. Systematic Biology 53: 384-399.
Stefanovic, S.; Austin, D.F. & Olmstead, R.G. (2003) Classification of Convolvulaceae: A
Phylogenetic Approach. Systematic Botany 28 (4): 791-806.
SUDENE – Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste. Caracterização do território
nordestino. Available at: < http://www.sudene.gov.br/area-de-atuacao/regiao-Nordeste-
estatisticas/Nordeste-em-numeros/caracterizacao-do-territorio-nordestino> access on
02/10/2018
Thiers B [continuously updated] Index Herbariorum: a global directory of public herbaria and
associated staff. New York Botanical Garden’s Virtual Herbarium. Available at
<http://sweetgum.nybg.org/ih/>. Access on 27 Dec 2018
Villaseñor Ríos, J.L. (2016) Checklist of the native vascular plants of Mexico. Catálogo de las
plantas vasculares nativas de México. Revista Mex. Biodivers. 87(3): 559–902.
Willdenow, C.L. (1820) Systema vegetabilium. Stuttgardtiae, Huthana. 642pp.
Wright, M.A.R.; Welsh, M. & Costea, M. (2011) Diversity and evolution of the gynoecium
in Cuscuta (dodders, Convolvulaceae) in relation to their reproductive biology: two styles
are better than one. Plant Systematics and Evolution, 296(1-2), 51–76.
Yuncker, T.G. (1921) Revision of the North American and West Indian species of Cuscuta.
Illinois Biological Monographs 6: 91–231.
Yuncker, T.G. (1922) Revision of the South American species of Cuscuta I. American
Journal of Botany 9: 557-575.
Yuncker, T.G. (1923) Revision of the South American species of Cuscuta II. American
Journal of Botany 10: 1-17.
Yuncker, T.G. (1932) The genus Cuscuta. Memoirs of the Torrey Botanical Club 18:113–331.
53
Legends
FIGURE 1. Species collected. A-B. Cuscuta americana. A. Habit. B. Inflorescence. C.
Cuscuta racemosa D. Cuscuta globosa. E. Cuscuta partita. F. Cuscuta tinctoria. (Photos by
LASIA team).
FIGURE 2. Taxonomically useful morphological characters in the specific determination of
Cuscuta. A. Calyx overlapped; B. Calyx not overlapped; C. Infrastaminal scales; D.
Infrastaminal scales similar to a corona; E. Capsule indehiscent; F. Capsule dehiscent by
circumcision on the base; G. Capsule completely enclosed by the persistent corolla; H.
Capsule partially enclosed by the persistent corolla. (Photos by S. Nepomuceno).
FIGURE 3. A–F. Cuscuta americana. A. Flower; B. Calyx; C. Corolla with infrastaminal
scales; D. Habit; E. Fruit; F. Infrastaminal scales. G–K. Cuscuta corniculata. G. Flower; H.
Calyx; I. Corolla with infrastaminal scales; J. Infrastaminal scales; K. Fruit. L–P. Cuscuta
corymbosa var. grandiflora. L. Infrastaminal scales; M. Corolla with infrastaminal scales; N.
Calyx; O. Flower; P. Fruit. Q–V. Cuscuta globosa. Q. Habit; R. Infrastaminal scales; S.
Flower; T. Corolla with infrastaminal scales; U. Calyx; V. Fruit. (Illustrations by R. Carvalho).
FIGURE 4. A–E. Cuscuta partita. A. Flower; B. Calyx; C. Corolla with infrastaminal scales;
D. Infrastaminal scales; E. Fruit. F–J. Cuscuta racemosa. F. Corolla with infrastaminal scales;
G. Flower; H. Infrastaminal scales; I. Calyx; J. Fruit. K–P. Cuscuta tinctoria. K. Infrastaminal
scales; L. Habit; M. Calyx; N. Corolla with infrastaminal scales; O. Fruit; P. Fruit. Q–U.
Cuscuta umbellata. Q. Calyx; R. Fruit; S. Corolla with infrastaminal scales; T. Flower; U.
Infrastaminal scales. (Illustrations by R. Carvalho).
FIGURE 5. Maps of distribution A. Cuscuta americana; B. Cuscuta corniculata; C. Cuscuta
corymbosa var. grandiflora; D. Cuscuta globosa. (Maps by S. Nepomuceno).
FIGURE 6. Maps of distribution A. Cuscuta partita; B. Cuscuta racemosa; C. Cuscuta
tinctoria; D. Cuscuta umbellata. (Maps by S. Nepomuceno).
54
Figure 1
55
Figure 2
56
Figure 3
57
Figure 4
58
Figure 5
59
Figure 6
60
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A finalização deste estudo proporcionou avanços consideráveis na compreensão de
Cuscuta L. tanto local quanto mundialmente. A seguir são destacados alguns aspectos
importantes nos quais este trabalho resultou:
• Com este estudo pode-se constatar que a diversidade de Cuscuta L. para o Nordeste
brasileiro estava superestimada. Em levantamentos anteriores indicava-se a ocorrência
de 11 espécies do gênero para região, porém constatou-se a ocorrência de apenas oito
espécies: C. americana, C. corniculata, C. corymbosa var. grandiflora, C. decipiens, C.
globosa, C. partita, C. tinctoria e C. umbellata;
• Identificou-se que C. globulosa que era indicada como endêmica do Nordeste brasileiro
corresponde a um sinônimo de C. tinctoria e que este último nome prevalece pois é mais
antigo. Desta forma, no cenário atual é registrada apenas uma espécie endêmica do
Nordeste: C. globosa;
• Foi registrada uma nova ocorrência para o Brasil de C. decipiens que anteriormente era
registrada apenas para Estados Unidos e México. Constatou-se também que C.
racemosa é um nome usado arbitrariamente e que esta espécie não ocorre no Nordeste
brasileiro;
• A superestimação da diversidade está relacionada a falta de recursos para delimitação
específica associada às flores diminutas e ao número reduzido de caracteres
taxonomicamente úteis neste táxon;
• Não foi constatado nenhum outro caractere útil do ponto de vista da morfologia externa
além dos já utilizados na literatura clássica que compreendem os trabalhos de Yuncker,
como a deiscência do fruto, as proporções, tamanhos e formas de cálice e corola, forma
e tamanho das escamas infraestaminais, entre outros;
61
• Percebeu-se também uma grande sobreposição de caracteres em seus trabalhos e um
grande polimorfismo em espécies que são amplamente distribuídas, como é o caso de
C. americana.
• Sendo assim, indica-se a utilização de uma taxonomia integrativa que utilize, além da
taxonomia clássica, outras ferramentas que podem ser úteis na delimitação específica
como anatomia, morfometria de escamas infraestaminais e filogeografia, já que são
ferramentas que tem se mostrado elucidativas em outros gêneros de Convolvulaceae.
62
NORMAS DA REVISTA
Phytotaxa
http://www.mapress.com/phytotaxa/author.htm