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O GOLPE DE 1964 E O ATUAL REVANCHISMO Decorridos mais de quarenta anos dos acontecimentos que motivaram a intervenção das Forças Armadas no governo do nosso país durante duas décadas, numa análise pessoal e sintética, expresso alguns de meus pensamentos e conclusões, deixando a critério de V.Sª o destino total ou parcial desta correspondência. No meu modesto entender: - a intervenção militar em 64 foi necessária, imperiosa e atendeu aos reclamos da sociedade; - o movimento de 1964 neutralizou as pretensões da Direita e da Esquerda sem um tiro sequer, evitou confrontos fratricidas, e conseqüentemente, derramamento de sangue; - inconstante o saldo deixado pelos governos militares, particularmente no campo econômico, onde destaco: da 58ª, passamos a ser a 8ª economia mundial; construção de dezenas de usinas hidrelétricas, incluindo Itaipu a maior do mundo; a entrada na era nuclear com a criação de usinas; construção de grandes aeroportos com destaque para os do Rio de Janeiro, Guarulhos e Confins; a construção da Ponte Rio-Niterói; o extraordinário aumento da malha rodoviária; o impressionante desenvolvimento das telecomunicações; a redução da inflação no período 64-74, de 96% ao ano para 12% ao ano; o aumento das exportações anuais que de 1 bilhão e 300 mil dólares passaram para mais de 12 bilhões; aumento da extração de petróleo de 175 mil para 500 mil barris por dia; a criação de mais de 12 milhões de empregos; o aumento da produção de álcool de 600 milhões para 8 bilhões de litros; o aumento da renda média per capita de 900 dólares para 2.500 dólares. O longo período de permanência no Poder proporcionou desgaste para a classe militar; - a censura em todos os meios de comunicação foi talvez o fator mais negativo daquele período e o que mais provocou

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O GOLPE DE 1964 E O ATUAL REVANCHISMO

Decorridos mais de quarenta anos dos acontecimentos que motivaram a intervenção das Forças Armadas no governo do nosso país durante duas décadas, numa análise pessoal e sintética, expresso alguns de meus pensamentos e conclusões, deixando a critério de V.Sª o destino total ou parcial desta correspondência.No meu modesto entender:- a intervenção militar em 64 foi necessária, imperiosa e atendeu aos reclamos da sociedade;- o movimento de 1964 neutralizou as pretensões da Direita e da Esquerda sem um tiro sequer, evitou confrontos fratricidas, e conseqüentemente, derramamento de sangue;- inconstante o saldo deixado pelos governos militares, particularmente no campo econômico, onde destaco: da 58ª, passamos a ser a 8ª economia mundial;construção de dezenas de usinas hidrelétricas, incluindo Itaipu a maior do mundo;a entrada na era nuclear com a criação de usinas;construção de grandes aeroportos com destaque para os do Rio de Janeiro, Guarulhos e Confins;a construção da Ponte Rio-Niterói;o extraordinário aumento da malha rodoviária;o impressionante desenvolvimento das telecomunicações;a redução da inflação no período 64-74, de 96% ao ano para 12% ao ano;o aumento das exportações anuais que de 1 bilhão e 300 mil dólares passaram para mais de 12 bilhões;aumento da extração de petróleo de 175 mil para 500 mil barris por dia;a criação de mais de 12 milhões de empregos;o aumento da produção de álcool de 600 milhões para 8 bilhões de litros;o aumento da renda média per capita de 900 dólares para 2.500 dólares.

O longo período de permanência no Poder proporcionou desgaste para a classe militar; - a censura em todos os meios de comunicação foi talvez o fator mais negativo daquele período e o que mais provocou reações em parcela significativa da sociedade, especialmente no meio artístico e intelectual; - a permanência demorada no Poder propiciou o desvio de conduta em parcelas das Forças Armadas, particularmente naquelas que lidavam diretamente com o terrorismo e a subversão; - se no aspecto gera,l os acertos dos governos militares foram em grande número, no particular, os erros e injustiças também ocorreram; - considerando-se os vinte e um anos em questão e a população brasileira, à época, em torno de cem milhões de habitantes, o número de mortos e desaparecidos por parte dos perdedores pode-se considerar pequeno, particularmente comparando-se, por exemplo, com Cuba; - caracterizando uma "guerra suja" houve prisões, arbítrios e atos de tortura injustificáveis por parte dos militares, e barbarismo, assassinatos e outros atos insanos por parte dos que os combatiam;

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- a criação do plano de integração social (PIS), do Estatuto da Terra, do Banco Nacional de Habitação (BNH), do Projeto Rondon, do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) e, principalmente, o índice zero no desemprego em âmbito nacional, produziram avanços significativos no campo social; - embora contrariando setores mais radicais do Exército, a abertura política iniciada no Governo Geisel, por vontade própria, foi consolidada com determinação pelo Presidente Figueiredo, o que evidencia que embora, com atraso, a volta à normalidade política era também pretendida pelos militares; - a Lei da Anistia, ampla, geral e irrestrita, promulgada no último governo dos militares, objetivou, em última análise, a reconciliação e o desarmamento de espíritos. Mesmo com a promulgação da Lei da Anistia que viria promover a reconciliação, o desarmamento de espírito e o sepultamento de episódios vividos durante um período de "guerra suja" que a nação brasileira deseja esquecer, vejo, com tristeza, que esta Lei não surtiu os efeitos desejados. Pelo menos no que concerne aos perdedores daquele conflito. Se o argumento é que os fatos dolorosos ocorridos não podem ser esquecidos porque fazem parte da história, então, neste caso, contemos a história verdadeira. A anistia não pode ser válida só para um lado. O que se vê atualmente é o domínio da mídia por parte daqueles anistiados que, não conformados com a derrota, pois não conseguiram, à época, atingir os seus propósitos, promovem a distorção dos fatos, a vingança, a injustiça e o revanchismo. Incessantemente os jornais "martelam" nos termos, "golpe militar de 64", "entulho autoritário", "ranço da ditadura militar", "torturadores", etc. Hoje, os militares são os culpados de todos os males por que passa o país, pois tudo decorre daquele período negro da "ditadura". As mensagens passadas ao jovens de hoje mostram os militares como algozes e torturadores. Mesmo com a Lei da Anistia, há que se buscar os responsáveis pela explosão das bombas no Rio Centro e na OAB; e quem sabe também não foram os militares responsáveis pelas mortes dos Presidentes Juscelino e João Goulart? Ou do governador Carlos Lacerda? Hoje, ninguém que supostamente tenha sido ligado à "ditadura militar" pode exercer cargo em qualquer nível do governo ou se filiar a partidos políticos: o Presidente Fernando Henrique Cardoso, sob pressão das esquerdas, teve que tornar sem efeito a nomeação do Delegado que seria Diretor Geral da Polícia Federal; O Cel Avólio, adido Militar à Embaixada do Brasil em Londres teve que ser removido daquela função, e no Governo Sarney o Coronel Brilhante Ustra só não foi retirado da Embaixada do Brasil em Montevidéo graças à firme atitude do então Ministro do Exército, General Leonidas Pires Gonçalves, pois a imprensa e particularmente as mentirosas acusações da Deputada Federal, Bete Mendes (terrorista “Rosa”, da organização VAR – PALMARES) eram devastadoras. Escavações são feitas seja no Alto da Boa Vista, no Rio de Janeiro, ou no Araguaia para encontrar os ossos dos “democratas guerrilheiros” mortos pelos militares. Os responsáveis têm que aparecer. De forma chocante e estarrecedora, há um ano atrás, a nossa Marinha de Guerra foi mostrada pela TV praticando contrabando de eletrodomésticos utilizando navios e helicópteros dessa Força. Ao final das ferozes denúncias a Receita Federal constatou que nenhuma irregularidade ocorrera. Também o

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Clube Militar, dias após, foi apresentado pela TV Globo como envolvido em contrabando de armas. O desmentido dessas perfídias foi colocado no jornal O Globo, em espaço de 5 cm x 3 cm, em página interna. Recentemente o delegado Carlos Alberto Augusto "Metralha", não pôde se candidatar a vereador na cidade de Guarulhos, pois, naquele período, teria sido torturador e ligado ao Delegado Fleury. Já assisti a dezenas de entrevistas na TV com famílias de desaparecidos, mortos ou torturados pela repressão. Mas jamais apareceu na televisão um parente de alguma vitima de terroristas. E tenho certeza de que a lista é bem extensa... Será que é desta forma que os fatos da história devem ser contados para que não mais se repitam? Mas será que é a verdade o que está sendo apresentada? E o outro lado? Por acaso os hoje tão endeusados "guerrilheiros" não praticaram assassinatos, assaltos, seqüestros e outras barbáries? Abaixo cito alguns fatos e observações que confirmam a deturpação da história, a omissão da verdade, a não obediência à Lei da Anistia e, principalmente, a caracterização do sentimento de vingança por parte dos derrotados que, hoje, graças a essa mesma lei, ocupam altos cargos na administração do país e dominam a mídia: Pelo que os jornais de hoje dizem e os jovens, sem outra qualquer informação, acreditam, o Brasil em 1964 era um mar-de-rosas, mas os militares, sem motivo e contra a vontade popular, tomaram o Poder. Os jornais de hoje não falam que, à época, 95% da mídia eram favoráveis à intervenção militar para dar um basta ao caos político-administrativo que se instalara no país. As manchetes de O Globo falavam em "Revolução Democrática", hoje, "Golpe Militar". Os jornais de hoje não falam, por exemplo, que, à época, o Mundo estava dividido em duas partes ideologicamente antagônicas e que se defrontavam numa Guerra Fria assustadora; os movimentos revolucionários espocavam em todos continentes; que Cuba, já comunizada, exportava sua revolução, particularmente, para a África e América Latina. Os jornais de hoje não dizem que no primeiro trimestre de 64 a baderna política era generalizada; que a hiper-inflação era galopante; que os comunistas, liderados por Luiz Carlos Prestes que retornara de Moscou, dominavam todos os sindicatos e os principais cargos do Poder Público, e através de greves políticas, diárias, paralisavam o país e demitiam e nomeavam ministros: que a indisciplina nas Forças Armadas era incentivada e tomava corpo; que o próprio presidente da República estimulava os movimentos reivindicatórios, particularmente a reforma agrária e as "de base", as quais, se não aprovadas pelo Congresso em trinta dias, seriam feitas na "marra", como preconizavam os integrantes da CGT: os jovens de hoje não sabem por que a imprensa não diz, que a sociedade brasileira estava apavorada com o rumo dos acontecimentos; que a Igreja Católica, grandes juristas, professores universitários (entre eles, Sobral Pinto), governadores de Estados, particularmente do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, empresários e associação representativas da classe média, principalmente a CAMDE (Campanha da Mulher pela Democracia), alertavam a nação para a comunização do país, articulavam-se com os militares, manifestavam-se silenciosamente através de velas acessas nas janelas ou em marchas pelas

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ruas das cidades, como a executada em São Paulo no dia 19 de março, intitulada "Marcha da Família com Deus pela Liberdade", que reuniu mais de um milhão de pessoas; a imprensa não diz também aos jovens de hoje que, não só imediatamente após o dia 31 de março de 64, como durante todo o período de 21 anos que se seguiu, o Governo Brasileiro foi reconhecido por todos os países do Mundo Ocidental e que, diferentemente de Cuba e de outros países sul-americanos, a ação militar coesa das três Forças Armadas, com apoio efetivo da sociedade civil e de governadores de Estados, foi efetivada com êxito absoluto, sem desfechar um tiro sequer e sem derramamento de sangue! Seguidamente o jornais "farejam" em buscar um dos responsáveis pela explosão da bomba do Rio Centro, onde as únicas vítimas foram os próprios autores do ato; mas nenhum procurador, nenhuma ONG, nenhum grupo dos direitos humanos, nenhum diretor de jornal tem interesse em encontrar o responsável ou responsáveis pela explosão da bomba em Recife, no aeroporto dos Guararapes, em 25/06/66, que ocasionou as mortes do jornalista Edson Regis de Carvalho e do Almirante Nelson Gomes Fernandes que acompanhavam o presidente Costa e Silva. Lamarca, quebrando o juramento que fez perante a Bandeira Brasileira (quando ingressou no Exército e quando foi declarado oficial), entrou, à noite, no quartel em que servia, roubou armas e munição e desertou. Passou à clandestinidade para combater o mesmo Exército que o formou. Em 1970, o grupo de terroristas por ele comandado no Vale da Ribeira, em São Paulo, aprisionou o tenente Alberto Mendes Júnior, de 22 anos, pertencente à Força Pública de São Paulo. Após três dias, Lamarca deu ordem para matá-lo e, para que o barulho dos tiros não denunciasse a sua localização, pois as tropas regulares estavam próximas e à sua procura, determinou que a morte do tenente fosse a coronhadas de fuzil! E assim foi feito. O corpo do policial lá ficou abandonado. Em dezembro daquele mesmo ano, Lamarca matou com um tiro o agente federal Hélio de Carvalho Araújo, na ação de seqüestro do embaixador da Suíça no Brasil. Lamarca foi morto no interior da Bahia, em combate com tropa do Exército, A céu aberto. Com o advento da anistia, deram à viúva de Lamarca pensão integral do posto de tenente-coronel e mais R$ 150.000,00 a título de indenização. Justiça? O reconhecimento pelos feitos históricos? Lamarca tem estátua em Volta Redonda, RJ, implantada pelo prefeito do Partido dos Trabalhadores (PT); Descobriram há um ano atrás que um general-de-brigada, médico foi "torturador" na época do regime militar. Parte da imprensa, organizações, grupos, ONGS, etc, botaram "a boca no trombone" e queriam impedir, a todo custo, que ele fosse promovido e nomeado Diretor de Saúde do Exército! E o seu registro teria que ser cassado no Conselho de Medicina. Mas o Gabeira participou do seqüestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil é deputado e está tudo bem. O seqüestro sob qualquer forma não é um crime hediondo? No território norte-americano ele está proibido de entrar. Mas aqui... Quantos terroristas daquela época que participaram ativamente de assaltos, assassinatos, roubos, seqüestro, etc. protegidos pela Lei da Anistia não exercem cargo público de importância?

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Em 16/04/1971, às 09:20 horas, na esquina da Rua Barão de Capanema com a Alameda Casa Branca, no Jardim Paulista, em São Paulo, terroristas integrantes da Ação Libertadora Nacional (ALN) e do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT) assassinaram com rajadas de metralhadora o Sr. Henning Albert Boilsen, de 53 anos, diretor do Grupo Ultra. Era dinamarquês de nascimento, cidadão paulistano (título outorgado pela Câmara Municipal de São Paulo) e naturalizado brasileiro. Seu crime? Era anti-comunista e, no pensamento dos hoje tão enaltecidos "meninos", financiava, com seu dinheiro, a repressão. Quem assassinou o Sr. Boilsen? Alguém interessado em saber? Em 27/10/70, o 3º sargento da Aeronáutica, Valder Xavier de Lima, cumprindo ordens, transportava preso em um jipe de sua corporação o militante do Partido Comunista Brasileiro Theodomiro Romeiro dos Santos (codinome, Marcos). Este, no trajeto, sacou de um revólver que trazia escondido e matou o sargento com um tiro na nuca. O militar deixou viúva e filhos. O assassino foi posteriormente julgado e condenado à pena máxima. Estava preso quando, juntamente com outros terroristas nesta mesma situação, foi exilado para a Europa em troca da vida do embaixador dos Estados Unidos no Brasil. Com a anistia regressou ao Brasil tendo sido recebido como herói. Hoje, vive na Bahia e exerce função pública de destaque. Ninguém questiona o seu passado. Afinal, existe a Lei da Anistia...

Era major do Exército da Alemanha Ocidental e, em 1968, cursava a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército Brasileiro. Foi assassinado próximo à sua residência na zona sul do Rio de Janeiro por militantes do MR-8. Inacreditavelmente, em 1999, com fotografia estampada no O Globo, um dos participantes do frio assassinato, entrevistado, declarou que mataram o alemão por engano! O grupo queria "justiçar" o capitão boliviano que também cursava aquela Escola e que teria sido o responsável pela morte de Chê Guevara. Incrível! Nenhum promotor público, nenhum órgão da imprensa, ninguém ligado aos direitos humanos ou ao grupo Tortura Nunca Mais teve qualquer reação. Tudo normal e perfeito. Afinal, existe a Lei da Anistia...

Charles Rodney Chandler era capitão do Exército dos Estados Unidos e, em São Paulo, era aluno da USP. Em 1968, na frente da sua esposa e de seu filho de nove anos, foi assassinado por terroristas da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Seu crime? As esquerdas o acusavam de ser agente da CIA. Não seria o caso de um juiz de direito dos Estados Unidos pedir a abertura de inquérito para apurar quem matou aquele cidadão norte-americano em circunstâncias tão trágicas? É bom lembrar que, a pedido de um juiz de direito da Argentina, a Procuradoria Geral da República abrirá inquérito para saber, no contexto da Operação Condor, os responsáveis pelo desaparecimento de dois súditos daquele país.

Chamava-se Manoel Henrique de Oliveira. Era português, casado e tinha dois filhos (15 e 2 anos). Era co-proprietário da churrascaria Varela, em São Paulo, onde foi metralhado por militantes da ALN. Pelos panfletos deixados no local soube-se a razão do brutal assassinato: Manoel teria "dedurado" quatro companheiros terroristas aos órgãos de repressão. Na verdade, assassinaram um inocente. Manoel nada teve a ver com o caso.

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A insânia daqueles terroristas era tanta que, em 15/02/72, em frente ao hotel São Francisco, na rua Visconde de Inhaúma, no Rio de Janeiro, militantes da VAR-Palmares, ALN e do PCBR assassinaram o marinheiro inglês David Cuthberg, 19 anos, integrante de uma flotilha de seis navios-de-guerra da Marinha Inglesa que estava em visita ao nosso país. Motivo? O marinheiro pertencia a um país imperialista solidário com o governo militar brasileiro! Alguém hoje está interessado em saber quem matou o pobre marinheiro?

Chamava-se Octávio Moreira Júnior. Era bacharel em Direito formado pela USP e delegado de polícia. Católico praticante, vivia com sua mãe, viúva, e uma irmã, em São Paulo. Andava sempre desarmado, apesar das recomendações em contrário. Aos 33 anos estava noivo no Rio de Janeiro. No domingo 25/02/73, Otavinho, como o chamavam, voltava da praia, com seu amigo, Carlos Alberto Martins. Próximo à esquina da Rua República do Peru com a Avenida Atlântica entrou num orelhão para telefonar. De um carro Opala saltaram três homens. Um deles trazia enrolada numa esteira de praia, debaixo do braço, uma carabina calibre 12 mm. O primeiro tiro foi dado pelas costas; o segundo, com Otavinho já caído, no coração. O segundo homem deu-lhe dois tiros no rosto, e o terceiro terrorista alguns tiros de pistola 9 mm. Teve morte imediata. Seu companheiro, Carlos Alberto, foi atingido por um tiro no braço e outro na perna, mas sobreviveu. Os assassinos entraram no opala e fugiram pela Avenida Atlântica. Os terroristas eram da ALN, PCBR e VAR-PALMARES. Se houver alguém interessado em descobrir os assassinos do delegado o Exército deve ter as suas identidades. Além de alguns dos desatinos praticadas pelos "jovens idealistas" acima relatados, cito mais algumas ações armadas praticadas somente em São Paulo, e apenas no período 1970/73:

- assalto ao carro pagador do Banco Itaú (14/01/1970);- assalto ao Banco Bradesco da Rua Guiapá (15/01/1970);- assalto ao Banco União de Bancos (Jabaquara, 02/03/1970);- seqüestro do cônsul japonês Nobuo Okuchi (11/03/1970);- assalto ao Banco Bradesco da Rua Guiajá (20/03/1970);- assalto ao Banco Itaú América (25/03/1970);- assalto à rádio patrulha na Alameda Jaú (03/1970);- assalto à Companhia Souza Cruz (02/05/1970);- assalto ao Banco do Brasil (29/05/1970);- assalto ao Supermercado Peg Pag (maio de 1970);- assalto ao carro do Banco do Nacional de Minas Gerais (11/07/1970);- assalto à garagem da CMTC (28/07/1970);- assalto ao Supermercado Peg Pag (julho de 1970);assalto ao carro pagador Brink’s (14/09/1970);- assalto ao carro pagador Brink’s (15/09/1970);- assalto à Kombi da Ceasa (setembro de 1970);- assalto ao carro pagador Brink’s (novembro de1970);- assalto ao estacionamento da Água Funda (dezembro de 1970);- assalto ao Banco Itaú (dezembro, 70); assalto ao Banco Mercantil (dezembro de 1970);- assalto ao carro pagador do Banco Itaú (14/01/1971);

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- assalto ao carro Itaú-América (15/01/1971);- assalto e lançamento de bomba contra um estacionamento de veículos (18/01/1971);- assalto ao Banco Andrade Armand (22/01/71); assalto ao supermercado Pão de Açúcar (30/01/1971);- assalto ao supermercado da Rua Silva Bueno (janeiro de 1971);- assalto ao supermercado Ao Barateiro (janeiro, 1971);- assalto ao supermercado Pão que Açúcar (14/02/1971);- assalto ao supermercado Fioruto (06/02/1971);- assalto à Metalúrgica Mangels Indústria (10/02/1971);- assalto à Escola Pentágono (11/02/1971);- assalto à PUC/SP (15/02/71);- assalto à Tipografia na Estrada do Vergueiro (19/02/1971);- assalto ao supermercado Ao Barateiro (fevereiro de 1971);- assalto e queima da rádio patrulha nº 143, na Rua dos Aliados (19/03/1971);- assalto à Delegacia Regional do Trabalho (05/03/1971);- assalto ao supermercado Marita (10/03/1971);- assassinato, pela ALN, do seu militante "Vicente" (23/03/1971);- assalto à Joalheria Milton (29/03/1971);- assalto à Joalheria Divinal (29/03/1971);- atentado, como explosivos, contra o ponto do Jaquaré (30/03/1971);- assalto ao supermercado Ao Barateiro (17/04/1971);- assalto ao supermercado Ao Barateiro (18/04/1971);- assassinats do industrial Henning Boilesen (15/04/1971);- assalto à Escola Educabrás (24/04/1971);- assalto ao supermercado Morita (24/04/1971);- assalto ao restaurante Hungaia (01/05/1971);- assalto ao 37º Cartório do Registro Civil (06/05/1971);- assalto à Kelmay (15/05/1971);- seqüestro de um caminhão da Swift (15/05/1971);- assalto ao supermercado Morita (22/05/1971);- assalto à firma Plasti-Tek (22/05/1971);- assalto contra a Rádio Patrulha nº 13 e um posto de gasolina (06/07/1971);- assalto a um caminhão do Exército (20/07/1971);- assalto ao Banco Itaú América (21/07/1971);- assalto ao Restaurante Bierhale (julho19,71);- assalto à Delegacia do Trabalho (04/08/1971);- assalto a um Posto de Identificação (13/08/1971);- assalto ao supermercado Morita (21/08/1971);- assalto à fábrica de perucas Dejan (23/08/1971);- assalto contra à rádio patrulha 02 (28/08/1971);- assalto à Agência do Bradesco (31/08/1971);- assalto ao supermercado Morita (31/08/1971);- assalto a uma viatura do Exército (13/09/1971);- assalto à empresa CIMA (11/10/1971);- incêndio em veículos da Folha de São Paulo (25/10/1971);- incêndio de um ônibus (25/10/1971);- assalto à fábrica de máquinas AMF (25/10/1971);- assalto à agência da Light (26/10/1971);- atentado à bomba contra a Supergel (27/10/1971);

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- assalto contra rádio patrulha 10 (28/10/1971);- assalto à Vulcan (29/10/1971);- atentado à bomba contra o edifício "A Gazeta" (29/10/1971);- incêndio em um ônibus da TUSA, onde foi assassinado o cabo PM Nélson Martinez Ponce (01/11/1971);- atentado contra Consulado Americano (03/11/1971);- atentado a bomba contra a residência do presidente da Sears (03/11/1971);- atentado a bomba contra a residência do diretor da Companhia Chicago Bridge (03/11/1971);- assalto ao Banco Nacional de Minas Gerais (30/11/1971);- seqüestro do médico Euclides Fontegno Marques (08/12/1971);- assalto a uma agência de empregos (10/01/1972);- assalto à Escola Paes Leme (10/01/1972);- assalto à Escola Paes Leme (14/01/1972);- assalto à Firma F. Monteiro (06/03/1972);- assalto à Companhia de Alimentos Cacique S/A (14/04/1972);- assalto à Drogamil (26/04/1972);- assalto ao supermercado Morita (03/06/1972);- assalto ao trem pagador do Banco Português do Brasil (06/12/1972);- assalto à empresa Útil (06/01/1973);- assalto à Firma Tinken do Brasil (06/02/1973);- assalto ao departamento de Material Gráfico da Politécnica da USP, na Cidade Universitária (16/02/1973);- assassinato do comerciante português Manoel Henrique de Oliveira (21/02/1973).

Para "avivar" a memória dos "esquecidos" cito abaixo os que morreram, somente no Rio de Janeiro, vítimas dos "democratas":

Carlos Argemiro Camargo, sargento do Exército;Nelson de Barros, sargento da PM;Cidelino Palmeiras do Nascimento, motorista de táxi;Euclides de Paiva Cerqueira, guarda particular;Joel Nunes, subtenente da PM;Elias dos Santos, soldado do Exército;Newton de Oliveira Nascimento, soldado da PM;Irlando de Moura Regis, agente federal;Vagner Luciano Vitoriano da Silva, guarda particular;Altair Macedo, guarda particular;Hélio de Carvalho Araújo, agente federal;Djalma Pelucci Batista, soldado da PM;José Túlio Toja Martinez, major do Exército;Gaudênio Jaime Dolce, guarda de segurança;Silvano Amâncio dos Santos, guarda de segurança;Demerval Ferreira dos Santos, guarda de segurança;José do Amaral Vilela, suboficial da reserva da Marinha;Eduardo Timóteo Filho, soldado da PM;Hélio Ferreira de Moura, guarda de segurança;Márcio Domingos Parizarixlo, sargento do Exército;Pedro Américo Mota Garcia, civil;

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Otávio Gonçalves Moreira Júnior, delegado de polícia;Noel de Oliveira Ramos, civil;Luiz Carlos Augusto, civil;Edmundo Janot, civil;Manoel da Silva Dudua, comerciante;José Santa Maria, gerente do Banco de Crédito Real de Minas Gerais;Fernando Pereira, comerciário;Maria Alice Matos, empregada doméstica;Adilson Sampaio, artesão;Antonio Silva Ceres de Oliveira, civil;Jaime Pereira da Silva, civil;Alberto da Silva Machado, civil, proprietário da fábrica de móveis Vogal Ltda;Ires do Amaral, civil;David Cuthberg, marinheiro inglês.

Com o tempo, as pessoas, os interesses, os conceitos e até as verdades mudaram. Hoje, na imprensa, os militares brasileiros são tratados como algozes e o período 64/84 foi nefasto para o país em todos os aspectos; tudo o que temos de ruim é decorrente daquele “período negro da ditadura”; os bons, os “mocinhos” são os que dizem que combateram a ditadura; a revolução não passou de um golpe militar. Ninguém consegue uma abertura na mídia para dizer ou escrever qualquer verdade que enalteça os militares ou êxito daquele período. Somente aqueles “heróis” têm oportunidades, vozes na imprensa, indenizações financeiras e até filmes nos cinemas. Com o tempo e com insistência, as mentiras tornam-se verdades. É impressionante as informações deturpadas que chegam aos leitores e ouvintes. E, quando lhes convém, as omissões também concorreram para a mesma finalidade. Há mais de vinte anos o país voltou à plena democracia. Nesse período alguém tomou conhecimento do que diziam os jornais dos idos de 64 e que iriam, com certeza, dar os verdadeiros motivos que, praticamente, obrigaram os militares a tomarem o poder? Eis algumas manchetes dos principais jornais do país:

CORREIO DA MANHÃ, 01/04/1964 (Do editorial, FORA!): "Só há uma coisa a dizer ao Sr. João Goulart: Saia!"

JORNAL DO BRASIL, 01/04/1964: "Desde ontem se instalou no país a verdadeira legalidade:"... "restabelecer a legalidade que o caudilho não quis preservar, violando-a no que de mais fundamental ela tem: a disciplina e a hierarquia militares". A legalidade está conosco e não com o caudilho aliado dos comunistas".

O GLOBO, 02/04/1964: "Fugiu Goulart e a democracia está sendo restaurada"... "atendendo aos anseios nacionais de paz, tranqüilidade e progresso... as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-a do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal".

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JORNAL DO BRASIL , 02/04/1964: "Brizola nega renúncia de Goulart e prega ocupação de quartéis por sargentos". "Paulistas jogam papel e cantam Hino na queda do Presidente Goulart".

JORNAL DO BRASIL, 03/04/1964: “Festa da Vitória, leva às ruas 1 milhão de pessoas.”

O GLOBO, 05/04/1964: "A Revolução democrática antecedeu em um mês a revolução comunista".

O ESTADO DE MINAS, – "Feliz a nação que pode contar com corporações militares de tão altos índices cívicos".

JORNAL DO BRASIL, 07/04/1964: “Encontro de Magalhães Pinto com generais foi festa cívica em Minas Gerais”

JORNAL DO BRASIL, 09/04/1964: "Congresso concorda em aprovar Ato Institucional".

JORNAL DO BRASIL, 10/04/1964: "Partidos asseguram a eleição do general Castelo Branco".

JORNAL DO BRASIL, 18/04/1964: “Magalhães diz que revolução restaurou a dignidade do país”.

CORREIO DA MANHÃ, 02/04/1964: "Lacerda anuncia volta do país à democracia”.

Tenho certeza que as omissões propositais e as deturpações das verdades que a mídia promove desde 1984, quando os militares deixaram o poder e que visam primordialmente a formação e a consolidação da opinião pública contra os militares, conseguiram transformar terroristas, assaltantes de banco, assassinos e traidores em heróis e ídolos. Como saber das verdades se elas não vêm a público? A imprensa insiste em dizer e tem obtido bons resultados, que comunismo e comunista só existiam na imaginação dos “milicos” e que todas as ações terroristas que ela omite foram executadas contra a ditadura e pela democracia. Como nunca publicaram provavelmente você não sabia que:

Em janeiro de 1964, cerca de 400 professores universitários - dentre eles, Sobral Pinto - assinaram manifesto criticando a "atitude complacente do governo, diante da comunização do país"; 

Em 04 de dezembro de 1962 o jornal O Estado de São Paulo noticiou a prisão de diversos membros das ligas camponesas num campo de treinamento de guerrilheiros em Divinópolis-GO

Em 29 de março de 1964 o primeiro grupo de 10 membros do PCB viajou para a China, ainda no governo de João Goulart, para receber treinamento na academia militar de Pequim;

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Em 1961, Fidel Castro hospedou em Havana o deputado Francisco Julião, líder das ligas camponesas e em 1963 o mesmo deputado juntamente com Luiz Carlos Prestes;

Os dirigentes cubanos orientavam, instruíam e difundiam para a América Latina seu modelo de revolução e apregoavam que “o dever de todo revolucionário é fazer a revolução e levar para toda América Latina o movimento revolucionário;

A revolução cubana, vitoriosa em janeiro de 1959, fuzilou no Paredon mais de 17 mil cubanos e passou a ser apoiada por Moscou em armamento, munição, petróleo e divisas que atingiam 1 milhão de dólares por ano;

Em 1962, os mísseis soviéticos estavam instalados naquela ilha, o que quase causou o início da 3ª guerra mundial, em face da exigência dos Estados Unidos, para que os mesmos fossem de lá retirados;

A União Soviética, com apoio incondicional de Fidel Castro usava os partidos comunistas dos países latino-americanos para incentivar e dominar com a ideologia comunista toda a América Latina usando sempre os chavões da luta contra “o imperialismo ianque”, “o capitalismo”, “a favor do excluídos” e “pela liberdade”;

Na Venezuela, na Colômbia e no Peru, no início da década de 60 já apresentavam as ações de guerrilha conduzidas pelos respectivos partidos comunistas, posteriormente ampliadas e estendidas para Bolívia, Uruguai, Argentina, Chile, Guatemala e Brasil;

Che Guevara em sua “mensagem aos povos do mundo” assim se expressou: “na América Latina luta-se de armas na mão, na Guatemala, na Colômbia, na Venezuela e na Bolívia e despontam já os primeiros sinais no Brasil”;

Fidel Castro, em um dos seus pronunciamentos afirma que “a luta revolucionária deve estender-se a todos os países latino-americanos”;

Na Conferência Tricontinental, realizada em Havana com 27 representantes da América Latina, foi recomendado entre outras ações:

“o direito dos povos para obter a sua libertação política, econômica e social, pelos caminhos julgados necessário, incluindo a luta armada;

incrementar a participação da juventude nos movimentos da Libertação Nacional”;

“A publicação de obras clássicas e modernas a fim de romper o monopólio cultural da chamada Civilização Ocidental Cristã, cuja derrocada deve ser objetivo de todas as organizações envolvidas nessa verdadeira guerra”;

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“o democrata”, Salvador Allende, futuro presidente do Chile, participante da Tricontinental apresentou a proposta de criação da OLAS (Organização Latino Americana de Solidariedade) aceita por unanimidade pelas 27 delegações latino-americanas presente. A sua finalidade era “unir, coordenar, e estimular a luta contra o imperialismo norte americano, por parte de todos os povos explorados da América Latina”;

Também em Havana foi realizado o IV Congresso Latino-Americano de estudantes tendo como representante brasileiro o presidente da UNE Fideles Augusto Sarno, pertencente ao grupo de esquerda AP (Ação Popular). Neste congresso foram aprovadas entre outras, as seguintes resoluções:

-“a luta armada constitui hoje a mais efetiva e conseqüente forma de luta”;

-“a tomada do poder político em diferentes países da América Latina em proveito das causas populares não poderá ser feita pela via eleitoral ou parlamentar, mas pela violência”;

Na Argentina, vários grupos terroristas estavam em atividade com destaque para os dois mais poderosos: os Montoneros e o ERP (Ejército Revolucionário Del Pueblo). Entre 1970 e 1973, e particularmente após a morte de Perón em 1974, tais grupos praticaram 21 tentativas de invasão de unidades militares, 466 atentados a bomba assassinaram 110 pessoas e seqüestraram outras 117. Na década de 69 a 79 os terroristas argentinos executaram 21 mil atentados a bomba, 748 seqüestros e 1501 assassinatos. Os militares argentinos tomaram o poder em 1966 quando o movimento terrorista estava conduzindo o país ao caos e a anarquia;

No Brasil foram criadas 29 organizações terroristas clandestinas; As ações desencadeadas pelos terroristas incentivadas e subsidiadas

por Moscou através de Cuba foram derrotadas no Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Bolívia e Guatemala. A Colômbia foi o único país da América que resolveu não endurecer o seu regime de governo para combater o terrorismo. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), criadas em 1964, como Força Militar do Partido Comunista Colombiano possuem, hoje, mais de 46 mil militantes, ocupam 40% do território naquele país e já mataram mais de 45 mil colombianos;

Apresentada em filme brasileiro como heroína endeusada, invejada e considerada perseguida e injustiçada Olga Benário, na verdade:

Não era casada com Luiz Carlos Prestes e sim com o russo B.P. Nikitin;

Em 1934 deixou o marido e veio para o Brasil acompanhando Prestes;

Nasceu em Munique na Alemanha;

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Aos 15 anos filiou-se a uma organização comunista clandestina;

Em sua terra natal foi presa duas vezes; Fugiu para União Soviética, onde cursou a Academia

Militar, tornando-se uma profissional do serviço secreto russo, assumindo a Secretaria de Agitação e Propaganda;

Usou entre outros os nomes de Ana Bal, Frieda Wolff, Beherendt, Emma Kruger, Olga Meirelhes, Olga Brener e Olga Sinek;

Era especializada em espionagem; Olga veio para o Brasil fazer a segurança de Prestes e

juntamente com ele desencadear a revolução comunista brasileira, que foi feita em novembro de 1935 em Pernambuco-RN e Rio de Janeiro. Neste último estado foram mortos 33 militares brasileiros (8 oficiais, 5 sargentos, 9 cabos e 11 soldados). Alguns desses oficiais foram mortos quando dormiam;

Luiz Carlos Prestes teve a patente de capitão cassada, em 1936, por ter liderado a intentona comunista em 1935. A família de Prestes recebe hoje a pensão equivalente aos postos de general-de-brigada e recebeu como indenização R$ 180.000,00;

As famílias dos mortos pelos comunistas, tanto cívis como militares, jamais receberam qualquer indenização.

Finalizo este trabalho, que já foi remetido para todos os jornais deste país e nunca total ou parcialmente publicado, convicto que a imprensa em sua grande maioria está sendo parcial, omissa com a verdade e injusta com os militares brasileiros. É certo que, os responsáveis por ela têm plena consciência disto, pois não posso acreditar que jornalistas, repórteres, homens de redação desconheçam o que se passou antes, durante e após as duas décadas de governos dos militares. Por outro lado, os nossos chefes militares atuais, com o silêncio que se impõem aos seus comandados, e mais a rigidez da disciplina castrense é como um convite aos que se prestam à obscura prática da deturpação da nossa história recente, com a cômoda certeza de não serem contestados. Precisamos sem dúvida de uma imprensa livre, mas com profissionais mais corajosos ligados sempre com a verdade dos fatos e que consigam com independência usar algum espaço de suas páginas para tentar desmanchar essa onda de revanchismo desvirtuante que desde algum tempo se abate sobre nossas Forças Armadas.

Wenceslau MaltaCoronel de Artilharia (Reformado)