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DECRETO Nº 23.401 DE 13 DE ABRIL DE 1973 Regulamenta a Lei nº 3.038, de 10 de outubro de 1972. O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, no uso da uma da suas atribuições D E C R E T A Art. 1º - Fica aprovado o Regulamento anexo ao presente, expedido em obediência ao art. 40 da Lei 3.038, de 10 de outubro de 1972. Art. 2° - Este Decreto entrara em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Palácio do Governo do Estado.da Bahia, em 13 de abril de 1973 Antônio Carlos Magalhães Raymundo Fonsêca Souza

O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, no uso da uma da … Nº 23401... · acompanhados da prova de recolhimento à Agência do Banco do Estado da Bahia S.A. onde houver, ou de outro banco,

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DECRETO Nº 23.401 DE 13 DE ABRIL DE 1973

Regulamenta a Lei nº 3.038, de 10 de outubro de 1972.

O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, no uso da uma da suas atribuições

D E C R E T A

Art. 1º - Fica aprovado o Regulamento anexo ao presente, expedido em obediência

ao art. 40 da Lei 3.038, de 10 de outubro de 1972.

Art. 2° - Este Decreto entrara em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

Palácio do Governo do Estado.da Bahia, em 13 de abril de 1973

Antônio Carlos Magalhães

Raymundo Fonsêca Souza

REGULAMENTO DE TERRAS PÚBLICAS DO ESTADO DA BAHIA

CAPÍTULO I

Disposições Preliminares

Art. 1º - É objeto deste Regulamento, na forma da Lei 3.038, de 10 de outubro de

1972, o disciplinamento do uso e o processo de alienação de terras públicas.

Parágrafo único - A disposição de terras públicas visará sempre o desenvolvimento

agrário do Estado e a valorização do homem rural.

Art. 2º - Não será permitida ocupação, nem feita alienação de terras públicas, exceto

nos termos da Lei de Terras e deste Regulamento.

§ 1º - Não serão feitas alienações que favoreçam a constituição de latifúndios

improdutivos, ou que, por ocupação primária, sejam inferiores à área do módulo regional estimado

pela autoridade federal.

§ 2º - Não serão alienadas terras públicas a:

I - servidores vinculados ao órgão executor da política agrária, seus

cônjuges e dependentes, ressalvados os casos de sucessão

hereditária ou ocupações secundárias anteriores a vigência deste

Regulamentos

II - pessoas em débito com a Fazenda Estadual;

III - pessoas que estejam respondendo a processo por crimes contra a

segurança nacional, a administração da justiça, a administração

ou o patrimônio;

IV - incapazes em geral.

Art. 3º - O Estado promoverá por via judicial a anulação de alienações, toda vez que

se comprove o não aproveitamento ou a exploração predatória da terra pública alienada,

desapropriando-a por interesse social se já consumados os prazos prescricionais para a anulação

judicial.

CAPITULO II

Das terras públicas e reservadas

Art. 4º - são do domínio do Estado as terras:

a) transferidas ao seu patrimônio pela Constituição de 24 de fevereiro de

1891

b) de domínio particular abandonadas por seus proprietários ou

arrecadadas como herança jacente;

c) que não estejam por título legítimo em poder de terceiros;

d) adquiridas por qualquer meio legal.

Art. 5º - Incluem-se entre os bens do Estado os lagos e rios em terras de seu

domínio, bem como os que têm nascente e faz no território estadual e assim também as ilhas

fluviais e lacustres.

Art. 6º - O reconhecimento do domínio territorial dos municípios, com base no

artigo 2º da Lei de Terras será, ----- no que couber, feito mediante o procedimento discriminatório

administrativo fixado neste Regulamento.

§ 1° - No município em que, seis meses após a vigência deste dispositivo, não haja

sido requerido, por sou representante legal o reconhecimento previsto no caput, poderá qualquer

pessoa fazê-lo, pago o custo da discriminação na forma do artigo 2º, § 4º da Lei de Terras.

§ 23 - Além daquelas deferidas pela Lei de Terras ao seu domínio, os municípios

poderão requerer ao Estado a reserva de terras destinadas a utilização em fins públicos relevantes,

cuja concessão, se provida, será sujeita à cláusula de reversão condicionada ao inadimplemento.

Art. 7º - O Estado poderá fazer a reserva de terras de sou domínio que não devam ser

alienadas porque destináveis a finalidades especiais.

§ 1º - A reserva será determinada através do Decreto, especificando área, limites,

objetivos, duração, prazos para demarcação, ressalva de direitos adquiridos e demais condições sob

que for feita.

§ 2º - A reserva poderá ser feita por iniciativa de ofício do órgão executor da política

agrária, ou em atenção a proposta de qualquer pessoa de direito público, como eventualmente de

instituições de utilidade pública ou entidades privadas, desde que vise atender critérios de proteção

a ecologia, segurança ou interesse socio-econômico, bem como aos estabelecidos no art. 3° da Lei

de Terras.

§ 3º - Será promovida a apuração da responsabilidade civil e penal de quem quer que

se aposso de áreas reservadas.

Art. 8º - Proposta a reserva, serão sobrestados todos os processos de alienação

relacionados à área pertinente, que somente retomarão curso se não consumada a medida,

resguardados os interessados no tocante a restituição de prazos e custos, bem como na pronta

indenização da benfeitorias feitas de boa fé, na hipótese em que consumada a reserva.

Art. 9º - Na forma do que prescrevem a Constituição do Brasil e a legislação em

vigor, poderá o Estado fazer reserva de áreas destinadas a aldeamentos indígenas.

Art. 10º- o Estado promoverá a utilização das terras reservadas aos fins a que são

destinadas, diretamente ou mediante acordos com entidades públicas ou privadas.

Parágrafo único - Os acordos firmados consoante este artigo deverão adotar critérios

racionais de economia e eficiência na execução de obras e serviços, bem como de unidade de

interpretação na aplicação de normas legais.

Art. 11 - A alienação de terras reservadas somente poderá ser feita quando

indispensável a fim público ou de relevante valor social.

CAPÍTULO III

Do domínio territorial e particular

Art. 12 - São de domínio particular as terras:

a) adquiridas na forma da atual, ou de lei anterior contemporânea a

aquisição;

b) assim declaradas por sentença judicial transitada em julgado.

Art. 13 - A pedido do titular do domínio definido no artigo anterior, poderão órgão

competente, após levantamento topográfico, e conferência da validade jurídica dos títulos

apresentados, expedir-lhe título confirmatório.

Parágrafo único - Aplicar-se-ão ao reconhecimento administrativo de domínio

particular, no que couberem, as regras neste Regulamento estabelecidas para o procedimento

discriminatório previsto nos artigos 22º e 32º e os mesmos preços incidentes sobre os serviços

topográficos em geral.

Art. 14 - Todo proprietário de terras é obrigado a exibir o respectivo título, sempre

que solicitado pelo órgão executor da política agrária.

Parágrafo único - A recusa na exibição do título solicitado implicará em adotar-se

presunção júris tantum da inexistência do domínio alegado.

CAPÍTULO IV

Da discriminação de terras públicas

Art. 15 - A discriminação das terras do domínio público determinada no art. 9º da

Lei de Terras, será feita de acordo com a ordem de prioridade estabelecida no anexo I deste

Regulamento e obedecerá ao procedimento estabelecido neste Capítulo.

Art. 16 - O representante do órgão executor da política agrária, preliminarmente,

fará:

I) a caracterização do perímetro sob discriminação, definido por seus

acidentes naturais ou características outras de fácil identificação;

II) o levantamento das propriedades ou posses nele existentes ou com ele

confinantes, procedendo:

a - quanto a titulações existentes, o levantamento prévio das

transcrições no Registro de Imóveis competente e o confronto

com as declarações do propriedade feitas ao Instituto Nacional

do Colonização e Reforma Agrária;

b - em relação às meras ocupações, o cotejo entre as informações

do detentor e os dados constantes do seu cadastro no INCRA;

III) o levantamento das benfeitorias, culturas existentes e constatação de

morada habitual;

IV) verificação de todas as concessões feitas na área a qualquer título,

pelo Poder Público.

Art. 17 - Cumprida a fase preliminar da discriminação, far-se-á o chamamento à

instância administrativa, através edital com o prazo de 30 (trinta) dias, para exibição, pelo

interessado dos seus títulos de domínio ou provas de posse.

Art. 18 - Recolhidos os títulos e relacionadas as provas indicadas no artigo anterior,

far-se-á a organização dos processos individuais, efetivando-se, se necessário através de diligências

complementares, a conferência dos documentos apresentados, para a definição dos legítimos

domínios e posses existentes na área, bem como dos títulos nulos e anuláveis e das posses

ilegítimas, cuja identificação obrigará adotarem-se as providências determinadas no art. 3º deste

Regulamento.

Art. 19 - Após atendidas as diligências previstas nos artigos 16 e 17, far-se-á o

levantamento geral da área sob discriminação, separando-se das terras particulares as públicas,

nestas assinaladas as ocupações a título legítimo

§ 1º - A discriminação será objetivada em laudos circunstanciados em que sejam

obedecidas, de modo geral as normas legais pertinentes ao exercício da agrimensura e

especialmente as traçadas neste Regulamento.

§ 2º - Será encaminhada incontinente à Procuradoria Geral do Estado a relação das

titulações nulas ou anuláveis o das ocupações ilegítimas encontradas em cada perímetro

discriminado.

Art. 20 - Na hipótese de resistência far-se-á por via judicial a discriminação prevista

neste Capítulo.

CAPÍTULO V

Da alienação do Terras Publicas

Seção 1ª

Da justificação administrativa de ocupação.

Art. 21 - Far-se-á a alienação de terras públicas a qualquer pessoa física ou jurídica:

não incursas nas proibições da Constituição Estadual e da Lei de Terras.

§ 1º - A venda de terras públicas a estrangeiros é condicionada a prévia audiência do

Instituto Nacional do Colonização e Reforma Agrária.

§ 2º - Em nenhum caso serão vendidas áreas por medir e demarcar.

§ 3º - Salvo na hipótese dos artigos 10º, parágrafo único e 15º, § 1º da Lei do Terras,

a ninguém serão vendidas glebas públicas senão em função de uma prévia ocupação, caracterizada

através benfeitorias, culturas e ou criações.

Art. 22 - O processo de alienação do terras públicas será formalizado mediante

justificação administrativa de ocupação, iniciada através requerimento dirigido ao órgão executor da

política agrária, em que o interessado indicará:

I) nome, nacionalidade, profissão, estado civil, filiação e residência, bem

como a identificação de seu preposto na área ocupada, se for o

caso;

II) comprovação de personalidade jurídica e identificação de seus

diretores e prepostos, se for o caso;

III) declaração, sob as penas da lei, de não estar incurso nas proibições do

art. 15º da Lei de Terras, ou art. 2º, § 2º deste Regulamento;

IV) indicação da origem, natureza e data de início da ocupação,

comprovadas, se possível, documentadamente;

V) prova da cadastramento no INCRA;

VI) nome, situação e área, tanto quanto possível exatos, da gleba

ocupada, bem como indicação de confrontantes e suas

residências;

VII) relacionamento das benfeitorias existentes;

VIII) indicação de culturas permanentes ou temporárias, bem como das

espécies e quantidades de criações.

§ 1º - Os requerimentos serão apresentados à Agência Regional de Terras

acompanhados da prova de recolhimento à Agência do Banco do Estado da Bahia S.A. onde houver,

ou de outro banco, da importância que a título de caução fôr arbitrada em ato interno do órgão

executor da política agrária, bem como da quantia relativa a 50% do valor estimado aos serviços de

medição, devendo ser efetuado o recolhimento da quantia restante, correspondente aos trabalhos de

medição, antes de o processo de terras subir à sentença administrativa.

§ 2º - Em caso de pedido de reconhecimento de domínio particular, somente caberá,

após parecer favorável do setor jurídico, o depósito destinado a cobertura dos trabalhos de campo,

cuja segunda parcela será recolhida logo concluídos esses trabalhos.

§ 3º - O Encarregado Regional de Terras fará, dentro de quarenta e oito horas, sob

pena de responsabilidade funcional, a remessa dos requerimentos recebidos ao órgão executor da

política agrária, após registrá-los em livro próprio e em ordem cronológica do entrada.

Art. 23 - Recebido, autuado a informado de não haver proibição legal a aquisição,

pelo requerente, da área pretendida, o requerimento da justificação administrativa será, em edital

resumido, com o despacho autorizante da medição, devolvido a Agência Regional de Terras, sob as

garantias do § 3º do art. 22 e publicado no Diário Oficial, pelo prazo de trinta dias, destinado ao

conhecimento de terceiros.

§ 1º - Se manifestada oposição, anterior aos trabalhos de campo, que não possa ser

resolvida, com anuência dos interessados, pelo Encarregado Regional, este fará, após registrá-la em

livro próprio, a remessa ao órgão executor da política agrária, acompanhada do requerimento;

§ 2º - Manifestada a oposição, no curso dos trabalhos de campo, concluir-se-á a

medição, sendo elaborados planta, memorial descritivo da área, e anexado o requerimento da

justificação bem como o da oposição, devendo o Encarregado, após registro, remeter esse

expediente, instruindo-o com elementos informativos, ao órgão executor da política agrária, nos

termos do art. 29.

Art. 24 - Em caso de oposição que não possa de plano ser decidida após pareceres

dos Setores Jurídico e Técnico, por envolver questão de alta indagação, suspender-se-á a instância

administrativa, remetidos os interessados a via judicial.

Art. 25 - A execução dos serviços de campo será feita com obediência a ordem

cronológica de retorno dos requerimentos à Agência Regional e atenderá aos critérios jurídicos e

Técnicos determinados nestas e nas disposições subsequentes.

§ 1º - Na determinação da área a ser medida, ater-se-á o Encarregado Regional de

Terras ao disposto no art. 20, §§ 1º a 3º da Lei de Terras, valendo-se no tocante ao relacionamento

entre exploração pecuária e área alienável, dos critérios estabelecidos no Anexo nº III a este

Regulamento.

§ 2º - Nenhuma medição será iniciada sem previa ciência por escrito aos confinantes

indicados pelo requerente, a através de edital afixado na sede da Agência Regional de Terras, a

possíveis interessados, ou, se fôr o caso, a seus prepostos, sujeitas ambas providências ao prazo

mínimo de quinze dias.

§ 3º - A omissão, ou a errada indicação de confinantes, obrigará a repetição das

diligências, correndo as despesas acrescidas à conta do responsável pela omissão, ou imperfeita

indicação.

Art. 26 - As medições e demarcações das áreas obedecerão às instruções baixadas

pelo órgão executor da política agrária em consonância com os critérios estabelecidos pela

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Art. 27 - Consideram-se aceitáveis os trabalhos de campo cujo erro angular não

ultrapassa o valor correspondente a 1 (um) minuto multiplicado pela raiz quadrada do número da

vértice do polígono ao erro linear ao valor correspondente a vinte e

cinco centímetros por hectômetro.

Art. 28 - As plantas das áreas levantadas deverão ser desenhadas nos formatos A2,

A3, ou A4 da norma geral de desenho técnico estabelecida pela ABNT, sendo utilizadas as escalas

1:1000 ; 1:2000 ; 1:5000 ; 1:10.000 ; ou 1:20.000 em concordância com a área medida e as

instruções do órgão executor da política agrária.

Art. 29 - O encarregado Regional remeterá ao órgão executor da política agrária, no

prazo máximo de quinze dias, a contar da data da medição, junto com a planta, a caderneta de

campo original e uma sucinta descrição do trabalho realizado, que poderá instruir com elementos

informativos outros que julgue úteis.

Art. 30 - Após conferência, no prazo de dez dias, pelo Setor Técnico do órgão

executor da política agrária, da planta e caderneta de campo, serão estas juntas ao requerimento

inicial para reconhecimento de domínio particular, ou justificação da posse para fim de compra, ou

a portaria determinadora de discriminação ex-ofício, formado assim processo administrativo,

remetido dentro de quarenta e oito horas ao Setor Jurídico, que terá o prazo de dez dias para

pronunciar-se.

§ 1º - Em caso de devolução pelo Setor Técnico, correrão à conta do Encarregao

Setorial de Terras as despesas necessárias com diligências para a correção de medições.

§ 2º - O pronunciamento do Setor Jurídico dirá respeito a adequação do requerimento

às normas constitucionais e legais pertinentes ao processo, não podendo estender-se a outros

aspectos.

§ 3º - Sob pena de responsabilidade funcional, serão emitidos, por ordem cronológica

de recebimento, os pronunciamentos dos Setores técnico e Jurídico do órgão executor da política

agrária.

Art. 31 - Instruído com parecer conclusivo emitido pelo órgão executor da política

agrária, o processo administrativo subirá, no prazo de dez dias, à apreciação do Secretário da

Agricultura, que poderá, dentro de quinze dias, indeferí-lo, motivadamente, com base em razões de

ordem jurídica ou técnica preindicadas, ou referendá-lo em sentença onde explicitadas a identidade

do requerente, as características fisiográficas da área a ser alienada, reconhecida ou discriminada e

as cláusulas incidentes sobre o título, em caso de alienação, nos termos do § 4º, do art. 20 da Lei de

Terras.

Art. 27 - Consideram-se aceitáveis os trabalhos de campo cujo erro anguiar não

ultrapassa o valor correspondente a 1 (um) minuto multiplicado pela raiz quadrada do número de

vértice do polígono ( e ad = 1' VN ) e o erro linear ao valor correspondente a vinte e cinco

centímetros por hectômetro.

Art. 28 - As plantas das áreas levantadas deverão ser desenhadas nos formatos A2,

A3, ou A4 da norma geral de desenho técnico estabelecida pela ABNT, sendo utilizadas as escalas

1:1000 ; 1:2000 ; l:5000 ; 1:10.000 ; ou 1:20.000 em concordância com a área medida e as

Instruções do órgão executor da política agrária.

Art. 29 - O Encarregado Regional remeterá ao órgão executor da política agrária, no

prazo máximo de quinze dias, a contar da data da medição, junto com a planta, a caderneta de

campo original e uma sucinta descrição do trabalho realizado, que poderá instruir com elementos

informativos outros que julgue úteis.

Art. 30 - Após conferência, no prazo de dez dias, pelo Setor Técnico do órgão

executor da política agrária, da planta e caderneta de campo, serão estas juntas ao requerimento

inicial para reconhecimento de domínio particular, ou justificação de posse para fim de compra, ou

à portaria determinadora de discriminação ex-ofício, formado assim processo administrativo,

remetido dentro de quarenta e oito horas ao Setor Jurídico, que terá o prazo de dez dias para

pronunciar-se.

§ 1º - Em caso de devolução pelo Setor Técnico, correrão à conta do Encarregao

Setorial de Terras as despesas necessárias com diligências para a correção de medições.

§ 2º - O pronunciamento do Setor Jurídico dirá respeito a adequação do requerimento

às normas constitucionais e legais pertinentes ao processo, não podendo estender-se a outros

aspectos.

§ 3º - Sob pena de responsabilidade funcional, serão emitidos, por ordem cronológica

de recebimento, os pronunciamentos dos Setores técnico e Jurídico do órgão executor da política

agrária.

Art. 31 - Instruído com parecer conclusivo emitido pelo órgão executor da política

agrária, o processo administrativo subirá, no prazo de dez dias, à apreciação do Secretário da

Agricultura, que poderá, dentro de quinze dias, indeferi-lo, motivadamente, com base em razões de

ordem jurídica ou técnica preindicadas, ou referendá-lo em sentença onde explicitadas a identidade

do requerente, as características fisiográficas da área a ser alienada, reconhecida ou discriminada a

as cláusulas incidentes sobre o título, em caso de alienação, nos termos do § 4º, do art. 20 da Lei de

Terras.

Parágrafo único - A sentença administrativa prevista neste artigo será publicada no

Diário Oficial, em edital-resumido, pelo prazo de trinta dias, para o conhecimento de terceiros

possíveis interessados.

Art. 32 - Cumpridos os tramites das disposições anteriores, caberá ao Governador do

Estado, no prazo de trinta dias, formalizar, através da assinatura e expedição de titulo com força de

escritura pública, a alienação ou discriminação de terras públicas, bem como o reconhecimento de

domínio particular.

CAPÍTULO V

Seção 2ª

Da determinação do preço das terras públicas

Art. 33 - O valor da terra nua, fixado no Anexo nº II, variará de acordo com as

classes de terra abrangidas na medição, caracterizadas conforme o Manual Brasileiro para

Levantamento da Capacidade de Uso da Terra, em edição atualizada, cujas convenções serão

adotadas, respeitada sempre a proporção de escala topográfica.

Art. 34 - Quando a medição abranger mais de uma das classes de terras previstas no

Manual Brasileiro para Levantamento da Capacidade de Uso da Terra, o preço total da terra nua

será calculado multiplicando-se o preço das áreas como se fosse classe I (um) estabelecido no anexo

II, pelo índice médio ponderado determinado de acordo com a fórmula

IMP = K C I

T

em que IMP representa o índice médio ponderado, C a área de cada classe, I o

respectivo índice como fixado no Anexo na II e T a área total do imóvel.

Parágrafo único - As diversas classes de terras que integrarem a gleba medida terão

sua área determinada com o auxílio de planímetro, podendo utilizar-se, para sua especificação.

I) avaliação, com referência aos acidentes geográficos determinados em

campo, com o auxílio de planta topográfica e equipamentos

simples como bússolas, clinômetros, altímetros e trenas;

II) com os recursos do inciso anterior acrescidos a verificações feitas com

teodolito;

III) com os recursos dos incisos anteriores e uso de mapas de restituição

de fotografias aéreas;

IV) com os recursos dos itens anteriores e utilização da fotografias áreas.

Art. 35 - Ao valor da terra nua, fixado consoante os artigos precedentes, será

acrescida uma ponderação, variando de um a cem por cento, relacionada a disponibilidade, na área

medida, de:

I) madeiras de lei que não tenham comprovadamente sido plantadas pelo

requerente;

II) fontes de energia hidrelétricas;

III) aguadas permanentes que não tenham comprovadamente sido

preparadas ou construídas pelo requerente;

IV) cursos d'água permanentes;

V) jazidas minerais aflorantes.

§ 1º - O índice de valorização determinado neste artigo não ultrapassará quarenta por

cento no tocante a disponibilidade de jazidas minerais aflorantes.

§ 2º - O índice da valorização relativo a disponibilidade de madeiras de lei e jazidas

aflorantes será determinado pelo estabelecimento de proporção simples entre a área global medida e

a ocupada por tais essências ou jazidas.

§ 3° - O índice de valorização relativo às aguadas, quedas e cursos d'agua

permanentes será determinado de acordo com a sua capacidade para atender às necessidades básicas

da exploração agro-pastoril efetuada na gleba medida.

§ 4º - Fica o adquirente de áreas onde existam madeiras de lei obrigado a cingir-se,

no seu aproveitamento, às determinações do Código Florestal, sob pena de ser considerada

predatória a sua atividade e sujeito ele as sanções do artigo 3º deste Regulamento.

Art. 36 - Multiplicar-se-á, sucessivamente, o valor da terra nua, fixado no Anexo II,

por coeficientes determinados:

I) pela adoção, na exploração agro-pastoril, de técnicas racionais e

orientação científica e pelo uso adequado de instrumentos de

mecanização;

II) pela distância da sede municipal mais próxima,

III) em função do tempo de ocupação.

§ 1º - A redução não excederá de vinte e cinco por canto (coeficiente 0,75) em

relação a cada um dos itens I e II e a 80% (coeficiente 0,20),em ralação ao item III.

§ 2º - Não será considerada, para efeito de redução prevista no item a, a empresa

agro-pastoril que não esteja sob orientação permanente do Engenheiro Agrônomo ou Médico

Veterinário regulamente habilitado, a ela empregaticiamente vinculado e com residência necessária

na gleba.

§ 3º - Para efeito do item II, o coeficiente de redução será de cinco por cento para

cada dez quilômetros de distância, em linha reta, da sede municipal mais próxima.

§ 4º - Os ocupantes de terras públicas que tiveram posse há mais de dez anos,

comprovada por documento registrado no Cartório de Imóveis, ou outro meio juridicamente hábil,

gozarão de uma redução no preço de venda correspondente a 3% (três por cento) por cada ano de

ocupação depois do décimo, até o máximo de 80% (oitenta por cento), uma vez que requeiram a

compra das terras no prazo de três anos, a partir da data da publicação deste decreto, e satisfaçam as

demais exigências no prazo de seis anos, salvo no caso da impossibilidade de atendimento pelo

órgão executor da política agrária, situação em que este último prazo será prorrogado.

Art. 37 - Para os efeitos do parcelamento previsto no art. 25 da Lei de Terras, a

determinação do número de prestações a pagar anualmente, no caso da exploração agrícola, será

feita em relação as épocas de comercialização da melhor colheita da região, conforme indicadas

pelo interessado, não podendo esse número ser inferior a uma.

§ 1º - A partir do trigésimo dia de consumação do atraso no pagamento de duas

prestações, será aplicada ao inadimplente a sanção do art. 27 da Lei de Terras.

§ 2º - O pagamento à vista beneficiará o adquirente com uma bonificação de vinte e

cinco por cento no preço das terras medidas.

Seção 3ª

Da alienação excepcional

Art. 38 - Nenhum projeto que apresente aspectos técnicos capazes de comprometer o

equilíbrio ecológico será considerado como de interesse para o desenvolvimento econômico do

Estado.

Art. 39 - Para obtenção do benefício do art. 15, § 1º da Lei de Terras, será

formalizado processo instruído com:

I) requerimento dirigido ao Governador do Estado;

II) prova hábil e atualizada da personalidade física ou jurídica do

requerente;

III) prova de que não tenham antecedentes penais a pessoa física, ou os

diretores da pessoa jurídica requerente, nem estejam sujeitos a

procedimento de tal natureza;

IV) prova de que tenha domicílio legal no Estado da Bahia a pessoa física

ou jurídica requerentes

V) projeto completo do empreendimento;

VI) prova da inexistência de débitos fiscais do requerente;

VII) prova da inexistência de processo falimentar, de dissolução de

sociedade ou ações de natureza patrimonial aforados contra o

requerente no seu domicílio legal.

Art. 40 - Do projeto do empreendimento deverá constar, de modo suficientemente

detalhado:

I) identificação do requerente, constando de razão social, situação legal,

endereço, Cadastro Geral de Contribuintes ou Cadastro de

Pessoas Físicas;

II) nome, endereços e dados pessoais relativos aos Diretores da Empresa,

se se tratar de pessoa jurídica;

III) declaração sob as penas de lei, de que não se encontra a pessoa física,

ou os diretores da empresa requerente incursos nas proibições do

art. 2º, § 2º deste Regulamento;

IV) breve histórico de atividades anteriores do requerente se as tiver;

V) descrição dos aspectos jurídicos e administrativos, relacionados com o

tipo de empreendimento, composição e estrutura do capital social,

estrutura organizacional e políticas administrativas adotadas no

tocante a pessoal, compras, vendas e produção;

VI) dados econômicos com indicação dos fatores de influência que

determinaram a escolha do ponto locado, bem como estudo de

mercado, justificativas de tamanho do empreendimento, estrutura

de receitas e custos e cálculos do ponto de nivelamento;

VII) aspectos técnicos do projeto, programa de produção a regime de

trabalho;

VIII) discriminação das inversões, inclusive custo do projeto, cálculo do

capital de giro permanente, cálculo do investimento total,

calendário de execução do projeto, quadro de fontes e usos de

fundos;

IX) avaliação das estimativas de rentabilidade e dos méritos sócio

econômicos do projeto.

Parágrafo Único - Somente serão considerados projetos elaborados por profissionais

ou empresas registradas no órgão de classe competente, bem como por órgãos oficiais técnico-

agronômicos de crédito rural.

Art. 4l - O requerimento previsto no artigo anterior somente será recebido o

encaminhado se instruído com todos os documentos exigidos, podendo ser de logo arquivado se não

formulado nos termos do art. 15, § 1º da Lei de Terras e deste Regulamento.

Art. 42 - Recebido o requerimento, será encaminhado o projeto sucessivamente à

Secretaria do Planejamento e ao órgão executor da política agrária, cada um dos quais terá trinta

dias, para o seu pronunciamento.

Parágrafo Único - Se aprovado pelo órgão executor da política agrária, o

requerimento subirá a despacho do Governador do Estado após cuja autorização proceder-se-á na

forma dos artigos 22 a 32 deste Regulamento.

Seção 4ª

Das impugnações e recursos

Art. 43 - Qualquer um que se julgue prejudicado por medições determinadas de

ofício ou a pedido, nos termos da Lei de Terras e deste Regulamento, poderá impugná-las.

§ 1º - A impugnação sustará o curso da medição se anterior a esta, ou se posterior, o

andamento do processo administrativo de alienação, reconhecimento de domínio ou discriminação,

somente sendo conhecida se:

I) interposta por escrita e em prazo:

II) formulada por parte legítima, pessoalmente ou através de procurador

legalmente habilitado;

III) instruída com prova documental hábil.

§ 2º - Antes do pronunciamento dos Setores Jurídico e Técnico determinado no art.

24, será dada vista ao impugnado, pelo prazo de quinze dias, para deduzir e comprovar o que tiver a

seu favor.

§ 3º - O órgão executor da política agrária promoverá a apuração da responsabilidade

penal de quem formular impugnação fundada em capricho ou mera emulação.

Art. 44 - Sem efeito supressivo, caberá pedido da reconsideração e posteriormente

recurso, ambos no prazo da dez dias, da publicação ou notificação, contra as decisões exaradas em

processo da alienação, reconhecimento de domínio ou discriminação ex-offício.

Parágrafo Único - As decisões do Governador poderão ser objeto de pedido de

reconsideração, ao prazo de quinze dias, somente conhecido se fundado em evidente erro de direito,

ou erro de fato documentalmente comprovado.

CAPÍTULO VI

Da ocupação do território

Seção 1ª

Da colonização oficial

Art. 45 -Na colonização oficial será dada preferência ao elemento nacional,

selecionado mediante recrutamento procedido pelo órgão executor da política agrária.

Parágrafo Único - Em caráter excepcional e após audiência do órgão federal, poderá

aproveitar-se na colonização oficial o elemento estrangeiro dotado de conhecimentos

especializados.

Art. 46 - São condições mínimas para o ingresso no colonato:

I) idade entre dezoito e cinqüenta a cinco anos;

II) conhecimentos básicos de trabalhos agropecuários, comprovados num

período mínimo de seis meses como trabalhador assalariado em

propriedade agrícola particular ou pública, sujeito a supervisão e

avaliação por técnico da Secretaria da Agricultura, ou outro por

ela indicado;

III) não possuir terras o candidato;

IV) não ser o candidato, nem ter sido, colono do Estado ou da União;

V) compromisso de residência no lote adjudicado;

VI) comprovação de bons antecedentes;

VII) higidez física e mental comprovada em exame medico.

Art. 47 - Antes de imitido na posse do lote assinará o colono promessa da compra e

venda em que se obrigará:

I) ao cultivo anual de área nunca inferior a dez por cento da área total do

lote, respeitada a reserva florestal;

II) a obedecer as determinações da administração do Núcleo Colonial no

tocante a técnica de exploração do lote, especialmente quanto aos

trabalhos de desmatamento;

III) plantar no lote, no primeiro ano de ocupação, ao menos cem árvores

frutíferas e duzentas nos anos subseqüentes;

IV) participar da Cooperativa do Núcleo Colonial, mantendo-se em dia

com as suas obrigações para com esta e confiando-lhe nunca

menos de oitenta por cento de sua produção negociável para

colocação no mercado;

V) fazer a conservação das estradas e cercas correspondentes ao seu lote

e colaborar nas obras de interesse comunitário,

VI) permitir o acesso dos demais ocupantes do Núcleo Colonial aos

mananciais existentes em seu lote, exigindo-lhes observação dos

critérios de higiene fixados pela Administração;

VII) fazer com que seus filhos em idade escolar frequentem as aulas da

escola mantida pelo Núcleo Colonial;

VIII) tratar com urbanidade os Administradores do Núcleo e da

Cooperativa, bem como a todos os demais colonos e eventuais

visitantes.

Art. 48 - O preço de cada lote será calculado de acordo com a fórmula

L = I ÷ T + C + rn + S em que L representa o lote

N

individual, I, o custo das instalações individuais financiadas pelo Estado, T, o custo

global das terras do Núcleo Colonial (inclusive custo do levantamento topográfico planimétrico e

altimétrico e loteamento e exclusive o custo da área ocupada por instalações comunais,

administrativas e estradas), C, o custo das instalações administrativas, comunais e estradas, N, o

número de lotes individuais contidos no Núcleo Colonial, rn, índica variável correspondente ao

acervo de recursos naturais existentes no perímetro do Núcleo Colonial e S, a situação do lote

individual em relação à sede administrativa, mananciais de água, fontes de luz e força o montante

de recursos naturais disponíveis no perímetro do lote individual.

Art. 49 - O pagamento do preço total do lote, calculado na forma do artigo

precedente, será feito em oito prestações anuais e iguais, devida a primeira ao termo do terceiro ano

de ocupação.

§ 1º - O pagamento integral do lote, ao fim do terceiro ano de ocupação, será

considerado como feito a vista e justificará uma redução de vinte e cinco por cento sobre o preço

calculado.

§ 2º - O atraso de duas prestações anuais consecutivas determinará a rescisão do

contrato.

Art. 50 - Sem previa anuência do órgão executor da política agrária, não poderá o

colono vender, hipotecar, dar em anticrese transferir ou alienar, ainda que a título gratuito, os seus

direitos sobre o lote adjudicado; exceto após emancipação do Núcleo Colonial.

Parágrafo Único - Somente será permitida a transferência de lote a pessoa que

preencha os requisitos do art. 46º deste Regulamento.

Art. 51 - A promessa de compra e venda de lote colonial poderá ser rescindida por

inadimplemento contratual ou infração legal, bem como por:

I) abandono do lote por mais de sessenta dias, exceto em caso de força

maior devidamente comprovada perante a administração do

Núcleo, com ciência do órgão executor da política agrária;

II) utilização do lote em desacordo com a orientação técnica traçada pela

Administração do Núcleo, bem como a sua transferência, não

autorizada, a terceiros;

III) prática de violência física centra qualquer pessoa dentro do Núcleo

Colonial, ressalvada a hipótese de defesa própria ou de terceiro;

IV) improbidade comprovada;

V) incontinência de conduta, caracterizada pela embriagues habitual ou a

prática de atos que atentem contra a moral e os bons costumes;

VI) prática habitual de jogos de azar;

VII) ofensa comprovada à honra ou boa fama dos administradores do

Núcleo, da Cooperativa ou de qualquer ocupante do Núcleo.

Art. 52 - Exceto nos casos das alíneas c e d do artigo anterior, será precedida de

notificação administrativa pelo prazo de trinta dias, para prestação de fato ou abstenção de ato a

rescisão da promessa de compra e venda de lote colonial por inadimplemento contratual ou infração

legal.

Art. 53 - No caso de falecimento do colono antes da expedição de título definitivo,

poderão subrogar-se no contrato seu cônjuge e filhos, desde que preencham as condições deste

Regulamento.

Parágrafo Único - Sendo inconveniente a sucessão, a critério do órgão executor da

política agrária, ou a ela se indispondo os sucessores do colono, o contrato será rescindido,

indenizado o espólio por benfeitorias e créditos.

Seção 2ª

Da colonização particular

Art. 54 - Consideram-se empresas particulares de colonização as pessoas jurídicas de

direito privado que tiverem por finalidade o aproveitamento da terra, através da formação de

propriedades familiares economicamente suficientes.

Art. 55 - Somente poderão funcionar as empresas particulares de colonização que

obtiverem registro no órgão executor da política agrária, de cuja prévia avaliação e aprovação

dependerá o início de cada projeto específico.

Parágrafo Único - Somente merecerão aprovação pelo órgão executor da política

agrária os projetos particulares de colonização que atendam aos requisites do artigo 32º da Lei de

Terras e artigo 45º deste Regulamento.

Art. 56 - O registro da empresa particular de colonização é subordinado aos

requisitos estabelecidos no art. 39º, alíneas I até VII deste Regulamento.

Art. 57 - Todo projeto particular da colonização deverá especificar:

I) aspectos gerais da área a colonizar, inclusive localização, meios do

acesso, relevo aproximado, revestimentos florísticos, aguadas e

outros recursos naturais;

II) acessibilidade da marcados consumidores;

III) organização territorial da área e parcelamento que atenda ao modulo

estabelecido para a região geo-econômica;

IV) comercialização de produtos através de sociedade cooperativa de que

sejam obrigatoriamente associados todos os colonos;

V) plano de exploração agrária;

VI) programa assistencial, abrangendo orientação técnica e serviços

básicos de saúde e educação;

VII) plano financeiro com demonstração de rentabilidade;

VIII) cronograma de execução;

IX) análise regional da área, inclusive sobre aspectos de infraestrutura a

disponibilidade de recursos naturais;

X) planejamento físico da área;

XI) plano econômico de exploração das parcelas;

XII) esquema de organização técnica e administrativa;

XIII) especificação das inversões globais e setoriais.

Art. 58 - A participação de estrangeiros, a qualquer título, em empresas ou projetos

de colonização particular será sujeita a prévia manifestação da autoridade federal.

Art. 59 - As empresas de colonização particular, sob pena de cancelamento de seus

registros, obedecerão as normas específicas traçadas pela pertinente legislação estadual e federal.

CAPÍTULO VII

Disposições transitórias e finais

Art. 60 - Serão transferidas à Conta Geral do Estado, no prazo máximo de trinta dias

de seu depósito na rede bancária, que se fará sempre que possível em Banco Oficial do Estado,

todas as importâncias recebidas como preços de terras ou serviços, nos termos do Anexo nº II.

Parágrafo Único - Os depósitos das importâncias referidas neste artigo serão

obrigatoriamente feitos mediante guias padronizadas no modelo determinado pelo órgão executor

da política agrária.

Art. 61 - Passam a ter a designação do Agências Regionais de Terras as atuais

Delegacias da Divisão de Cadastro e Registro de Terras do Departamento de Desenvolvimento

Agrário da Secretaria da Agricultura, designados os seus titulares como encarregados Regionais de

Terras, os quais somente poderão ser recrutados entre profissionais em cujos currículos

universitários se incluam as disciplinas de Topografia, Pedologia, Fertilidade e Conservação de

Solo, Botânica e Agricultura e que sejam regularmente inscritos em seu órgão de classe.

Parágrafo Único - Os profissionais em cujos currículos de níveis médio e

universitário não se incluírem todas as disciplinas mencionadas no "caput" poderão ser contratados

para prestação de serviços auxiliares e complementares nas áreas que os requeiram.

Art. 62 - Valor dos trabalhos da medição e demarcação feitos pelos servidores

contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho, pelos servidores estatutários ou

pelos atuais delegados de terras será recolhido a Conta Geral do Estado pela forma prevista nos

parágrafos 1º e 2º do art. 22.

Parágrafo Único - Os servidores a que se refere o presente artigo fazem jus a uma

gratificação pro labore a ser fixada em portaria do Secretário da Agricultura.

Art. 63 - A remuneração dos atuais Delegados da Terras, cujos preços dos serviços

terão que cingir-se, sob pena de responsabilidade funcional, aos valores fixados no anexo II, será

feita através do órgão executor da política agrária.

Parágrafo Único - Até que ocorra a completa oficialização desses serviços, mantém-

se como responsabilidade dos atuais Delegados de Terras a contratação, remuneração e despedida

de seus auxiliares, que nenhum vínculo funcional tem com o Estado.

Art. 64 - Sob pena de responsabilidade funcional e penal, ater-se-ão os Encarregados

Regionais de Torras as determinações da Lei nº 3.038, de 10 de outubro de 1972 e deste

Regulamento, especialmente no que se refere ao relacionamento entre benfeitorias, culturas e

criações s extensão de posse.

Parágrafo Único - Sempre que verificar a violação de dispositivos da legislação

penal, administrativa, florestal e de proteção a fauna, deverá o encarregado Regional de Terras fazer

comunicação circunstanciada ao órgão executor da política agrária, que representará junto a

autoridade administrativa ou judicial competente pela adoção das medidas cabíveis.

Art. 65 - Serão respeitadas as preferências legais e a prioridade cronológica dos

processos em curso na Divisão de Cadastro e Registro de Terras do Departamento de

Desenvolvimento Agrário, anteriormente a vigência da Lei 3.038 de 10 de outubro de 1972,

mandados arquivar, entretanto, todos os feitos que estiverem há mais de um ano na dependência de

diligências a serem promovidas pelos interessados.

Parágrafo Único - A renovação da instância administrativa somente será admitida

com o pagamento de nova caução e prova de atendimento da diligencia determinada.

Art. 66 - Durante cinco anos, a partir dá titulação, fica o órgão executor da política

agrária obrigado a promover inspeções periódicas sobre o aproveitamento de toda área alienada,

para verificação do cumprimento das obrigações accessorias estabelecidas na Lei de Terras e neste

Regulamento e aplicação das sanções cabíveis pelo seu inadimplemento.

Art. 67 - Para suprir a falta de Agências Regionais de Terras até que estas se instalem

de modo a permitir o atendimento em todas as regiões, o Secretário da Agricultura poderá

credenciar órgãos técnico-agronômicos oficiais para receber requerimentos de compra de terras

públicas e de reconhecimento de domínio particular, que os encaminharão ao órgão executor da

política agrária.

Art. 68 - O órgão executor da política agrária será o Departamento de

Desenvolvimento Agrário da Secretaria da Agricultura do Estado da Bahia.

Art. 69 - Permanecem em vigor as disposições contidas no Decreto nº 23.386, de 21

de março de 1973.

Art. 70 - Revogam-se as disposições em contrário.

ANEXO Nº I

TABELA DE PRIORIDADE POR MICRO REGIÕES

PARA EFEITO DE DISCRIMINAÇÃ EX-OFFÍCIO DE TERRAS PÚBLICAS

PRIMEIRA ETAPA

a) IBOTIRAMA - Campo Alegre de Lourdes - Remanso – Pilão Arcado –

Barra – Morpará - Xíque-Xique - Casa Nova- Santo Sé.

b) SANTA MARIA DA VITORIA - Serra Dourada – Santana – Canápolis

– Correntina – Coribe - Côcos.

c) BAREIRAS - Tabocas do Brejo Velho – Brejolândia – Baianópolis -

São Desidério - Catolândia – Cristópolis – Angical – Categipe –

Riachão das Neves - Formosa do Rio Preto - Ibipetuba.

SEGUNDA ETAPA

a) CAMAÇARI – Catu – Pojuca - Mata de São João – São Francisco do

Conde – Candeias - Simões Filho - Lauro de Freitas.

b) VALENÇA – Taperoá – Cairu - Nilo Peçanha - Ituberá – Camamu –

Maraú - Ibirapitanga.

c) MALHADA – Paratinga - Bom Jesus da Lapa – Carinhanhum.

TERCEIRA ETAPA

a) FEIRA DE SANTANA - Água Fria – Ouriçangas - Santa Barbara –

Santanópolis – Irará – Pedrão - Serra Preta – Anguera – Ipirá -

Coração da Maria – Tanquinho – Ipecaetá - Antônio Cardoso -

Santo Estevão – Iaçu - Santa Therezinha - Castro Alves - Elísio

Medrado.

b) CRUZ DAS ALMAS - Teodoro Sampaio - Conceição do Jacuípe -

Terra Nova - Amélia Rodrigues- São Gonçalo dos Campos -

Conceição da Feira - Santo Amaro - São Sebastião do Passé -

Salinas da Margarida - Cachoeira- Muritiba - São Felix – Sapeaçu

– Conceição do Almeida - Maragogipe- São Felipe – D. Macedo

Costa - Santo Antônio do Jesus - Muniz Ferreira – Nazaré –

Aratuípe – Nova Cruz – Jaguaripe - Governador Mangaberia -

Itaparica.

c) ALAGOINHAS – Antas - Cícero Dantas – Paripiranga - Ribeira do

Pombal - Ribeira do Amparo – Cipó – Nova Soure – Itapicuru –

Olindina – Rio Real – Crisópolis - Sátiro Dias – Aporá –

Inhambupe -Acajutiba - Aramari.

QUARTA ETAPA

a) IRECÊ – Jussara – Central - Presidente Dutra – Uibaí - Ibititá – Gentio

do Ouro – Ibipeba - Canarama – Carfarnaum - Barra do Mendes -

Morro do Chapéu- Souto Soares.

b) JAGUAQUARA - Marcionílio Souza – Planaltino – Maracás –

Milagres - Nova Itarana – Brejões – Amargosa – Irajuba - Santa

Inês – Jiquiriçá - Laje – Mutuípe - Ubaíra- Cravolândia – Itiruçu

– Itaquara – Lafayette Coutinho - São Miguel das Muses –

Aiquara – Jitauna – Itagi - Jequié.

c) CONDE – Esplanada – Jandaíra – Entre Rios - Cardeal da Silva -

Itanagra.

QUINTA ETAPA

a) OLIVEIRA DOS BREJINHOS – Ipupiara - Brotas do Macaúbas –

Ibitiara – Boquira – Ibipitanga – Macaúbas - Rio do Pires –

Botuporã – Paramirim - Água Quente - Rio de Contas - Abaíra –

Piatã – Boninal – Palmeiras - Seabra – Iraquara — Utinga —

Wagner — Lençóis – Andaraí – Mucugê – Ituaçu – Ibicoara –

Iramaia - Jussiapo - Barra da Estiva – Ituaçu - Contendas do

Sincorá - Tanhaçu.

b) SENHOR DO BONFIM - Jaguarari - Campo Formoso – Antônio

Gonçalves – Pindobaçu - Mirangaba – Saúde - Caldeirão Grande.

c) PORTO SEGURO - Santa Cruz Cabrália – Prado – Alcobaça –

Caravelas - Nova Viçosa- Mucuri.

SEXTA ETAPA

a) VITÓRIA DA CONQUISTA - Boa Nova – Poções – Planalto – Anagé

- Belo Campo - Barra do Choça – Nova Canaã - Dário Meira –

Caatiba - Cândido Sales - Manuel Vitorino.

b) PAULO AFONSO – Glória - Santa Brígida - Pedro Alexandre –

Jeremoabo - Coronel João Sá.

c) ITABUNA – Teolândia - Wenceslau Guimarães – Itamari – Gandu –

Ibirataia - Ipiaú - Barra do Rocha – Gongogí – Ubaitaba – Itacaré

- Aurelino Leal – Itapitanga – Uruçuca – Coaraci – Almadina –

Ubatã – Itajuípe – Ilhéus – Buararema – Uma – Camacã –

Mascote – Canavieiras – Belmonte – Ibicaraí - Barro Preto.

SETIMA ETAPA

a) ITAJU DO COLONIA – Itagiba – Iguaí - Ibicuí – Floresta Azul - Sta.

Cruz da Vitória - Firmino Alves – Itororó - Pau Brasil – Potiraguá

– Itapebi – Itagimirim.

b) ITAPETINGA – Itambé – Maiquinique – Encruzilhada – Itarantim -

Macarani.

c) MEDEIROS NETO – Itamaraju – Itanhém – Lajedão – Ibirapuã -

Guaratinga.

OITAVA ETAPA

a) BRUMADO - Riacho de Santana – Igaporã - Palmas do Monte Alto –

Guanabi – Candiba - Sebastião Laranjeiras – Pindaí – Urandi –

Caetité - Livramento do Brumado - Dom Basílio – Ibimisucê -

Rio do Antônio – Caculé - Licínio do Almeida - Jacaraci –

Mortugaba - Malhada de Pedras – Aracatu - Presidente Jânio

Quadros – Condeúba – Cordeiros – Piripá - Tremendal.

b) JUAZEIRO – Curaçá - Abaré- Chorrochó – Rodelas - Macururé.

c) SERRINHA - Santa Luz – Valente – Retirolândia – Teofilândia – Araci

- Conceição do Coité – Biritinga – Riachão do Jacuípe – Candeal

- Lamarão - Ichu.

NONA ETAPA

a) ITABERABA – Caem - Jacobina- Miguel Calmon – Sarrolândia -

Várzea do Porco – Muritiba – Tapiramutá - Mundo – Mairi -

Baixa Grande - Macatuba - Ruy Barbosa – Lajedinho – Ibiquara -

Boa Vista do Tupim.

b) EUCLIDES DA CUNHA - Uauá- Monte Santo - Cansanção – Itiúba –

Queimadas – Quinjingue - Tucano.

Observação: As micro-regiões aqui relacionadas correspondem ao levantamento

procedido pelo IBGE – IBG – DEGEO – IBE - DECEM, em 1970, em que referidas sob as

indicações do MR-301 a MR-326.

A N E X O Nº II

PREÇOS BÁSICOS DE TERRAS PÚBLICAS A SEREM COBRADAS MEDIANTE APLICAÇÃO DOS

ARTIGOS 33 E SEGUINTES DO REGULAMENTO DA LEI 3.038 DE 10.10.1972.

l) Para as terras da classe I (um) de capacidade de uso (Cf. Manual Brasileiro para

Levantamento da Capacidade do Uso da Terra)

Até 100 hectares Cr$10,00 p/ha

pelo que exceder de 100 até 200 hectares Cr$15,00 p/ha

pelo que exceder de 200 até 300 hectares Cr$20,00 p/ha

pelo que exceder de 300 até 400 hectares Cr$25,00 p/ha

pelo que exceder de 400 até 500 hectares Cr$30,00 p/ha

(Seção 3a., Da Alienação Excepcional).

Pelo que exceder de 500 até 1.000 hectares Cr$25,00 p/ha

Pelo que exceder de 1.000 até 2.000 hectares Cr$30,00 p/ha

Pelo que exceder de 2.000 até 3.000 hectares Cr$35,00 p/ha

2) Para as terras das classes II (dois) a VIII (oito) da capacidade de uso, o preço

básico será determinado mediante multiplicação pelo índice correspondente, que será de 0,90 para a

classe II; 0,80 para a classe III; 0,70 para a classe IV; 0,60 para a classe V; 0,50 para a classe VI;

0,40 para a classe VII; e 0,20 para a classe VIII, considerando-se sempre como correspondente a

classe I (um) o índice 1,0.

3) Para efeito de recolhimento da caução de 20%, fica estabelecido o preço único de

Cr$5,00 (cinco cruzeiros), por hectare, para venda da terras públicas.

TABELA DE PREÇOS DE MEDIÇÃO E DEMARCACÃO, POR LINEAR, APLICÁVEL NA ALIENAÇÃO DE

TERRAS PÚBLICAS, AVIVENTAÇÃO, RECONHECIMENTO DE DOMÍNIO PARTICULAR E

DISCRIMINAÇÃO MUNICIPAL E EX-OFFÍCIO:

a) Para os serviços apresentados com a planília de cálculo analítico (trinta e cinco

centavos) Cr$0,35

b) Para os serviços apresentados sem a planília de cálculo analítico (vinte e cinco

centavos) Cr$0,25

c) No reconhecimento de domínio particular, nas discriminação e aviventações de

rumos antigos, incidirão os preços indicados na letra b) acrescidos de 2% (dois por cento), por ano,

que separe a data da aviventação da de medição.

d) Fica expressamente proibida, aos Delegados de Terras, a cobrança de transporte,

organização de processo, taxas a serviços de qualquer natureza.

TABELA DE CUSTOS DE SERVIÇOS DIRETAMENTE PRESTADOS PELO ÓRGÃO EXECUTOR DA

POLÍTICA AGRÁRIA.

1º) Atestado de qualquer natureza por folha de papel Cr$5,00

2º) Petição inicial de terras Cr$50,00

3º) Petição de Reconhecimento de Domínio Particular Cr$50,00

4º) Certidão de Sentença Cr$10,00

5º) Certidão de Título Cr$30,00

6º) Buscas de papeis ou documentos, em arquivo Cr$20,00

7º) Cópias de Plantas em Xerox, por folha Cr$5,00

8º) Copias de Memoriais Descritivos em xerox, por folha Cr$5,00

ANEXO Nº III

TABELA DE PROPORCIONALIDADE ENTRE ÁREA E EXPLORAÇÃO PECUÁRIA EXTENSIVA (GADO

VACUM) POR MICRO-REGIÕES, CONFORME ANEXO Nº 1 SUJEITA A AVALIAÇÃO ECOLÓGICA

LOCAL, PROMOVIDA PELO ÓRGÃO EXECUTOR DA POLÍTICA AGRÁRIA.

CAPACIDADE MÁXIMA DE SUPORTE bovino/hectare/ano

1º) Camaçari 1,0

2º) Cruz das Almas 1,2

3º) Barreiras 0,6

4º) Santa Maria da Vitória 0,6

5º) Valença 0,8

6°) Malhada 0,8

7º) Feira de Santana 1,2

8°) Ibotirama 0,5

9º) Alagoinhas 1,2

10º) Irecê 0,5

11º) Jaguaquara 0,8

12º) Conde 1,2

13º) Oliveira dos Brejinhos 0,8

14º) Senhor do Bonfim 0,7

15º) Porto Seguro 1,0

16º) Vitória da Conquista 1,0

17º) Paulo Afonso 0,5

18º) Itabuna 1,5

19º) Itaju do Colônia 1,5

20º) Itapetinga 1,2

21º) Medeiros Neto 1,2

22º) Brumado 0,7

23º) Juazeiro 0,2

24º) Serrinha 0,6

25º) Itaberaba 0,7

26º) Euclides da Cunha 0,5