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O Governo de Itamar Franco Itamar Augusto Cautiero Franco nasceu no dia 28 de junho de 1930. Baiano apenas de registro (ele nascera numa embarcação, próxima a Salvador), sua infância e carreira política sempre estiveram ligadas com Minas Gerais. Em Juiz de Fora, bacharelou-se em engenharia civil em 1955. Sua entrada na carreira política ocorre em 1958, quando Itamar é filiado ao PTB. Nesse ano, foi candidato a vereador em Juiz de Fora e em 1962 a vice-prefeito da mesma cidade, não conseguindo eleger-se nas duas ocasiões. Após o golpe militar. O presidente Castello Branco instituiu o AI-2 onde apenas 2 partidos poderiam governar: o ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Itamar fila-se ao MDB e concorre a prefeitura de Juiz de Fora em 1967, dessa vez saiu-se vitorioso. Em 1972, Franco foi reeleito, mas só exerceu 2 anos do mandato, pois se candidatou os senado de Minas em 1975. No Senado Federal, Itamar ganhou destaque na oposição ao sistema ditatorial do país e tornou-se vice-líder do partido em 1976 e 1977. No início da década de 80, o pluripartidarismo foi restabelecido, o MDB dá lugar ao PMDB, onde Itamar permanece. Em 1982, Franco é reeleito senador na chapa de Tancredo Neves que é eleito governador de Minas Gerais. Durante o seu mandato, participou ativamente da campanha das Diretas Já. Em 1986, Itamar almejava se candidatar ao governo do estado de Minas Gerais, mas encontrou oposição dentro de seu partido, que preferia Newton Cardoso. Com isso, ele deixa o partido e filia-se ao PL (Partido Liberal) e concorre ao governo do estado, mas perde por cerca de 1% dos votos para o próprio Newton. Depois do fracasso eleitoral, Itamar segue seu mandato de senador até 1990. Em 1987, Itamar foi um dos grandes nomes da assembleia constituinte, onde defendeu bandeiras como o combate a discriminação racial, jornada semanal de 40h semanais, estatização do sistema financeiro e etc. Ele ainda votou contra o prolongamento do mandato de José Sarney e contra a pena de morte. Em 1989, Itamar compõe chapa com o então governador do estado de Alagoas, Fernando Collor para a presidência da república. Collor queria um candidato do sudeste para ampliar sua influência, antes no nordeste. Itamar aceita imediatamente e trocando

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O Governo de Itamar Franco

Itamar Augusto Cautiero Franco nasceu no dia 28 de junho de 1930. Baiano apenas de registro (ele nascera numa embarcação, próxima a Salvador), sua infância e carreira política sempre estiveram ligadas com Minas Gerais. Em Juiz de Fora, bacharelou-se em engenharia civil em 1955. Sua entrada na carreira política ocorre em 1958, quando Itamar é filiado ao PTB. Nesse ano, foi candidato a vereador em Juiz de Fora e em 1962 a vice-prefeito da mesma cidade, não conseguindo eleger-se nas duas ocasiões. Após o golpe militar. O presidente Castello Branco instituiu o AI-2 onde apenas 2 partidos poderiam governar: o ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Itamar fila-se ao MDB e concorre a prefeitura de Juiz de Fora em 1967, dessa vez saiu-se vitorioso. Em 1972, Franco foi reeleito, mas só exerceu 2 anos do mandato, pois se candidatou os senado de Minas em 1975. No Senado Federal, Itamar ganhou destaque na oposição ao sistema ditatorial do país e tornou-se vice-líder do partido em 1976 e 1977. No início da década de 80, o pluripartidarismo foi restabelecido, o MDB dá lugar ao PMDB, onde Itamar permanece. Em 1982, Franco é reeleito senador na chapa de Tancredo Neves que é eleito governador de Minas Gerais. Durante o seu mandato, participou ativamente da campanha das Diretas Já. Em 1986, Itamar almejava se candidatar ao governo do estado de Minas Gerais, mas encontrou oposição dentro de seu partido, que preferia Newton Cardoso. Com isso, ele deixa o partido e filia-se ao PL (Partido Liberal) e concorre ao governo do estado, mas perde por cerca de 1% dos votos para o próprio Newton. Depois do fracasso eleitoral, Itamar segue seu mandato de senador até 1990. Em 1987, Itamar foi um dos grandes nomes da assembleia constituinte, onde defendeu bandeiras como o combate a discriminação racial, jornada semanal de 40h semanais, estatização do sistema financeiro e etc. Ele ainda votou contra o prolongamento do mandato de José Sarney e contra a pena de morte. Em 1989, Itamar compõe chapa com o então governador do estado de Alagoas, Fernando Collor para a presidência da república. Collor queria um candidato do sudeste para ampliar sua influência, antes no nordeste. Itamar aceita imediatamente e trocando de partido: sai do PL e vai pro PRN (Partido da Reconstrução Nacional). Nas eleições, Collor vence Lula e Itamar torna-se vice-presidente do Brasil. Ao longo do governo, Itamar vai se afastando de Collor, em virtude de divergências políticas e econômicas como a de privatização de empresas. Em 1992, Itamar deixa o PRN e retorna ao PMDB.

Itamar Franco assumiu a presidência da República Federativa do Brasil oficialmente, em 29 de Dezembro de 1992, após o presidente Fernando Collor de Mello, digamos, ter tirados “férias” do governo federal. Itamar assumiu a presidência sem nenhum projeto, ele definiu apenas que seu governo iria combater a corrupção e conter a inflação. Ele se preocupou em realizar uma gestão transparente, sem nenhuma corrupção, em virtude da mancha deixada por Collor. Em abril de 1993, Franco (O Franco do bem) realizou, como estava previsto na Constituição de 1988, um plebiscito onde a população brasileira iria decidir qual seria a forma e sistema de governo do Brasil. Cerca de 30% dos eleitores não compareceram ao plebiscito, 10% dos votantes foram a favor da monarquia, e 66% á favor da república. 55% votaram a favor do presidencialismo, sistema de governo onde o presidente é o chefe do governo contra 25% do parlamentarismo, onde o poder executivo depende do apoio do

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parlamento para governar. Com os resultados, foi mantido o sistema republicano presidencialista, ao mesmo tempo em que a ausência de deputados e senadores, no congresso nacional, impedia a regulamentação da constituição, daí a necessidade de governar por medidas provisórias.

No seu governo foram criadas CPIs para investigar as denúncias de corrupção envolvendo parlamentares. O principal escândalo de corrupção do governo Itamar foi: o escândalo dos anões do orçamento, descoberto em outubro de 1993, os parlamentares se envolveram no final dos anos 80 e início dos anos 90 com fraudes nos recursos do Orçamento da União. Eles foram investigados em uma Comissão Parlamentar de Inquérito de grande repercussão. Os nomes “anão” se referia a baixa estatura física dos envolvidos. Os principais envolvidos foram: José Carlos Alves dos Santos (o dedo-duro), o presidente da câmara Ibsen Pinheiro (que é deputado novamente), o deputado Genebaldo Correa (candidato novamente) e o deputado João Alves de Almeida (in memorian). Os deputados envolvidos renunciaram os seus mandatos para não serem cassados, já José Carlos, foi condenado a 20 anos de prisão, mas hoje está soltinho na praça. Durante os trabalhos dessa CPI, o país sofreu ameaças de paralisia do processo legislativo, houve até rumores de conspirações militares diante da crise.

Na parte que cabe a economia, Itamar tentou acalmar os ânimos da população e dos setores de economia, prometendo não realizar medidas mirabolantes. Collor deixou uma série de “presentinhos” para Itamar: um rombo de 20 bilhões de dólares nos gastos de receita e na União; setor industrial ocioso com risco de sucateamento, aumentando o desemprego no país; sem falar nos setores de especulação de comércio e indústria que colaboravam com o aumento da inflação. O seu governo se caracterizou pelas sucessivas trocas de Ministro da Fazenda, em virtude das tentativas frustradas (como a criação do Cruzeiro Real, correspondente a mil cruzeiros antigos) desses ministros para conseguirem conter a inflação e o déficit público. Até que em 19 de maio de 1993, Itamar encontra o ministro certo: Fernando Henrique Cardoso, e graças também a sua competente equipe de economia para conseguir controlar a inflação. Ele elaborou um novo plano econômico: o plano FHC, Plano Real, ou Unidade de Valor Real, uma espécie de indexador provisório, até que o real, a nova moeda, o real entrasse em circulação. A nova moeda iria manter paridade com o dólar (1 URV corresponderia a 1 US$) e conter a inflação. O novo plano conseguiu conter a inflação sem o congelamento de preços, de salários, confisco de depósitos bancários, dentre outros. Alguns setores de oposição (leia-se PT) foram parcialmente contra ao plano, pois os opositores alegaram que esse novo plano causaria arrocho salarial. Antes de o plano entrar em vigor, houve uma grande especulação de preços o que aumentou o processo de inflação. Para reverter isso, o governo tentou baixar impostos como o de produtos estrangeiros para que os produtos do exterior pudessem competir no mercado interno, mas a medida fracassou. Itamar também continuou negociando o pagamento da dívida externa brasileira com o FMI. Ele também participou ativamente da criação de um mercado comum na América do Sul, o conhecido Mercosul. Ao fim de seu mandato, ele conseguiu eleger o ser sucessor (FCH), algo que não ocorria desde o governo de Arthur Bernardes.

Após a presidência, Itamar foi eleito governador de Minas Gerais, nas eleições de 1998. Ao longo das eleições sempre foi cogitada a candidatura de

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Itamar a presidência, o que não ocorreu, em virtude da covardia do PMDB. Em 2009, Itamar filiou-se ao PPS (Partido Popular Socialista) e em 2010, ele se candidatou ao senado de Minas Gerais ao lado de Aécio Neves, o neto do Tancredo.

Por ter assumido a presidência inesperadamente, Itamar Franco, como já citado, não possuía qualquer projeto para o país, mas mesmo assim, ele junto com seu competente ministro da fazenda FHC, conseguiram conter a inflação que afligia a população brasileira. Em toda a sua carreira política, Itamar sempre foi um político que lutou pela ética, contra os ratos da corrupção.