O Guarani

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O Guarani No Rio de Janeiro, em 1604, Ceclia uma jovem de olhos azuis, cabelos compridos louros, era admirada por trs homens.Uma paixo, o Loredano, o inimigo que a desejava, um amor, lvaro de S, que a amava enquanto Isabel amargurava seu amor no correspondido por este e uma religio, Peri, este via Ceclia como uma santa, sua senhora e ele seu escravo. Peri a obedecia, realizava seus menores desejos a ponto de arriscar sua vida por ela.Ela era sua Nossa Senhora.D. Antonio de Mariz, pai de Ceclia estava estabelecido na sesmaria que lhe concedera Mem de S. Sua famlia era composta pela mulher D. Lauriana, o filho D. Diogo de Mariz, Ceclia, Isabel sua sobrinha, ou seja, sua filha e seu protegido Peri.Peri procurava pela imagem de Nossa Senhora, que havia aparecido para ele, quando viu Ceclia e achou que ela era a santa, ento da em diante ele passou a ser escravo daquela Senhora, a quem ele no se cansava de salvar a vida, livrou-se da morte vrias vezes, por ela enfrentou tigre, s para realizar um desejo dela, depois foi capaz de dar sua vida pela morte dela quando esta tomava banho e foi ameaada pelos selvagens, tomou veneno por ela, para poder matar os milhares de inimigos e selvagens que rondavam sua casa e poderiam matar ela e sua famlia, foi humilhado diante dos inimigos por ela.Sendo salvo de tudo isso.Loredano era o Frei ngelo di Luca, o italiano, que tramava com seus amigos encontrar as minas de prata esta a causa que o leva para l e depois voltar rico e poderoso para a Europa alm de raptar Ceclia, mas suas tentativas foram falsas, porque Peri livrou-a disso, matando Bento Simes e Rui Soeiro, no conseguindo impedir o incndio da casa que os aimors fizeram devido morte de uma ndia que D. Diogo matara em uma de suas caadas.Peri tenta enfrentar os aimors sozinho, virando prisioneiro deles, mas foi salvo por lvaro, Peri pretendia com sua morte envenenar a todos. lvaro foi morto quando estava em combate, Isabel sabendo disso envenena-se com curare e morre. Isabel morre feliz junto de lvaro, ou seja, morreram juntos mostrando j que ele no poderia declarar seu amor por ela na terra, ento juntos iriam para o cu.Loredano e seus inimigos so eliminados, a famlia de Ceclia morre, ou seja, seu pai D. Antonio de Mariz e sua me D. Lauriana e tambm sua prima, ou melhor, sua irm Isabel e seu ?amigo? Sr. lvaro. O pai dela morre feliz por saber que sua filha estava salva nas mos de Peri e por morrer com honra, sem fugir do destino de sua morte.E Peri fica junto de Ceclia, levando-a numa canoa para Paraba, embaixo de um temporal, do qual so levados pela correnteza montados em uma palmeira.E Peri fica junto com Ceclia depois de se tornar cristo, pois antes ele dizia que se algum se aproximasse dela, ele sendo cristo no poderia fazer nada, pois era errado, mas como ndio ele poderia defende-la, mas com o pedido de Ceclia, ele se torna cristo dando a entender que se Ceclia morrer junto dele, ambos vo para o cu e no para o reino do sol como os ndios. Portanto Peri torna - se seu irmo e no mais seu escravo.Crtica LiterriaO autor, Jos de Alencar, mostra os assuntos de amor, religio, ambio e como um ndio e a natureza. O amor de trs pessoas por Ceclia, formando o tringulo amoroso.A maneira como so encaradas as religies; do ndio (O guarani) e a religio dos homens.Mostra o que uma pessoa capaz de fazer para ficar rico, ou seja, at que ponta leva a ganncia de um homem e at onde leva a ?coragem? de um ndio.Apresenta aspectos da sociedade, da histria e da natureza brasileira (nacionalismo). Tem como caracterstica o subjetivismo, porque mostra o mundo interior, com plena liberdade, sendo assim, a vida de Peri. um romance indianista ? O Brasil tem como uma das principais caractersticas dessa poca, o nacionalismo (valorizao de tudo que do Brasil) ? busca das razes (valorizao do ndio) deixando bem claro isso quando

Peri toma o veneno.O conflito do livro e o amor, ou seja, areligio de Peri por Ceci, religio at o momento que ele era considerado um ndio. A ao passa-se na primeira metade do sculo XVII, iniciando-se em 1604. Por meio do flashback, o narrador, ao apresentar o fidalgo D. Antnio Mariz, recua at fundao da cidade do Rio de Janeiro, em 1567, por Mem de S, da qual o pai de Ceci teria participado, combatendo os ndios inamistosos e os invasores franceses. Aps o desastre portugus nas areias do Marrocos, em Alccer Quibir, em 1578, e o subseqente domnio espanhol, em 1580, D. Antnio Mariz decide-se a permanecer no Brasil, para no submeter ao governo filipino. Decide estabelecer-se na sesmaria que lhe fora concedida por Mem de S, em reconhecimento pelos relevantes servios prestados Coroa Portuguesa. Em 1593, comea a construir uma habitao provisria, at que artesos do reino edificassem e decorassem o misto de fortaleza, castelo e vivenda, em que se estabeleceu definitivamente com sua famlia, cavaleiros, agregados, aventureiros etc. Assim como o Frei Anto, protagonista das Sextilhas, de Gonalves Dias, D. Antnio quer manter na Colnia a integridade do Imprio Portugus.

O espao o planalto fluminense, a Serra dos rgos, s margens do rio Paquequer, afluente do rio Paraba. A ao principia e termina tendo o cenrio o Paquequer; imagem primeira primordial, plena e pura - que se associa figura nuclear do protagonista, Peri: "filho(s) indmito(s) desta ptria de liberdade", mas tambm "vassalo(s) e tributrio(s)": o ndio, de sua "senhora", Ceclia Mariz; o rio, "desse rei das guas", o Paraba.

D. Antnio Mariz, fidalgo da mais pura estirpe, leva adiante no Brasil uma colonizao dentro do mais rigoroso esprito de obedincia sua ptria. Sua casa forte, s margens do rio Paquequer, edificada como verdadeiro castelo medieval, abriga, dentro de um cdigo cavaleiresco semelhante suserania e vassalagem medievais, ilustres portugueses, afinados ao mesmo esprito patritico e colonizador. Entre esses cavaleiros e fidalgos insinuam-se aventureiros, mercenrios em busca de ouro e prata, liderados por Loredano (ex-frei ngelo di Lucca), que assassinara um homem desarmado para obter o mapa das famosas minas de prata. Valendo-se da ingnua cordialidade de D. Antnio Mariz, Loredano trama a destruio da nobre famlia do fidalgo e de seus ilustres agregados. Trama tambm o rapto de Ceclia, filha de D. Antnio. Mas os planos de Loredano esbarram na vigilncia constante de Peri, ndio da tribo dos goitacs, que, tendo salvo Ceclia de uma avalanche de pedras, obteve a mais alta gratido de D. Antnio Mariz e a amizade de Ceclia, que o trata como a um irmo.

A narrativa inicia seus momentos picos logo aps o incidente em que Diogo, filho de D. Antnio, inadvertidamente, mata uma indiazinha aimor, durante uma caada. Indignados, os aimors procuram vingana: surpreendidos por Peri, enquanto espreitavam o banho de Ceci, para logo aps assassin-la, dois aimors caem transpassados por certeiras flechas; o fato relatado tribo aimor por uma ndia que conseguira ver o ocorrido. A luta que ir se travar no diminui a ambio de Loredano, que continua a tramar a destruio de todos os que no o

acompanhem. pela bravura demonstrada do homem portugus, tm importncia ainda duas personagens: lvaro, jovem enamorado de Ceci e no retribudo nesse amor, seno numa fraterna simpatia; Aires Gomes, espcie de comandante de armas, leal defensor da casa de D. Antnio. Durante todos os momentos da luta, Peri, vigilante, no desgruda dos passos de Loredano, frustrando todas as suas tentativas de traio ou de rapto de Ceci. Muito mais numerosos, os aimors vo ganhando a luta passa a passo. Num momento dos mais hericos, Peri, conhecendo que estavam quase perdidos, tenta uma soluo tipicamente indgena: tomando veneno, pois sabe que os aimors so antropfagos, desce as montanha e vai lutar "in loco" contra os aimors: sabe que, morrendo, seria sua carne devorada pelos antropfagos e a estaria a salvao da casa de D. Antnio: eles morreriam, pois seu organismo j estaria todo envenenado. Depois de encarniada luta, na qual morreram muitos inimigos, Peri subjugado e, j sem foras, espera, armado, o sacrifcio que lhe iro imprimir. lvaro (a esta altura enamorado de Isabel, irm adotiva de Ceclia) consegue heroicamente salvar Peri. Peri volta e diz a Ceci que havia tomado veneno. Ante o desespero da moa com essa revelao, Peri volta floresta em busca de um antdoto, espcie de erva que neutraliza o poder letal do veneno. De volta, traz o cadver de lvaro, morto em combate com os aimors. D-se ento o momento trgico da narrativa: Isabel, inconformada com a desgraa ocorrida ao amado, suicida-se sobre seu corpo.

Loredano continua agindo. Crendo-se completamente seguro, trama agora a morte de D. Antnio e parte para a ao. Quando menos supe, preso e condenado a morrer na fogueira, como traidor. O cerco dos selvagens cada vez maior. Peri, a pedido do pai de Ceclia, se faz cristo, nica maneira possvel para que D. Antnio concordasse na fuga dos dois, os nicos que se poderiam salvar. Descendo por uma corda atravs do abismo, carregando Ceclia entorpecida pelo vinho que o pai lhe dera para que dormisse, Peri consegue afinal chegar ao rio Paquequer. Numa frgil canoa vai descendo o rio abaixo, at que ouve o grande estampido provocado por D. Antnio, que, vendo entrarem os aimors em sua fortaleza, ateia fogo aos barris de plvora, destruindo ndios e portugueses. Testemunhas nicas do ocorrido, Peri e Ceci caminham agora por uma natureza revolta em guas, enfrentando a fria dos elementos da tempestade. Ceclia acorda e Peri relata-lhe o sucedido. Transtornada, a moa se v sozinha no mundo. Prefere no mais voltar ao Rio de Janeiro, para onde iria. Prefere ficar com Peri, morando nas selvas. A tempestade faz as guas subirem ainda mais. por segurana, Peri sobe ao alto de uma palmeira, protegendo fielmente a moa. Como as guas fossem subindo perigosamente, Peri, com fora descomunal, arranca a palmeira do solo, improvisando uma canoa. O romance termina com a palmeira perdendo-se no horizonte, no sem antes Alencar ter sugerido, nas ltimas linhas do romance, uma bela unio amorosa, semente de onde brotaria mais tarde a raa brasileira...

"O hlito ardente de Peri bafejou-lhe a face. Fez-se no semblante da virgem um ninho de castos rubores e lnguidos sorrisos: os lbios abriram como as asas purpreas de um beijo soltando o vo.

A palmeira arrastada pela torrente impetuosa fugia... E sumiu-se no horizonte..."

As partes estruturais da narrativa - As quatro partes do romance compem trs que podem ser identificados com a distribuio ortodoxa da narrativa em: princpio, clmax e desfecho. O Guarani um romance escrito por Jos de Alencar, desenvolvido em princpio em folhetim, de fevereiro a abril de 1857, no Correio Mercantil, para no fim desse ano, ser publicado como livro, com alteraes mnimas em relao ao que fora publicado em folhetim. A obra fez de Jos de Alencar um autor reconhecido. Foi republicada por diversas editoras e, atualmente, encontra-se em domnio pblico. [1] ndice [esconder] 1 O advento da brasilidade 2 Enredo 3 Personagens 4 Referncias 5 Ligaes externas [editar]O advento da brasilidade

Escrito e publicado sob a forma de folhetins para o Dirio do Rio de Janeiro entre 1 de janeiro e 20 de abril de 1857, o romance O Guarani obedece a um ritmo de trabalho frentico que marcou a escrita da obra, assim registrado pelo autor: "O meu tempo dividia-se desta forma. Acordava por assim dizer na mesa de trabalho e escrevia o resto do captulo comeado no dia antecedente para envi-lo tipografia. Depois do almoo entrava por novo captulo, que deixava em meio. Saa ento para fazer algum exerccio antes do jantar no Hotel Europa. tarde, at nove ou dez horas da noite, passava no escritrio da Redao, onde escrevia o artigo editorial e o mais que era preciso". Aos 27 anos o escritor v seu trabalho reconhecido pelo pblico. O seu primeiro romance de flego d incio ao projeto de fundao de uma literatura brasileira autnoma. A obra enuncia o advento da brasilidade, "encarnada na submisso do ndio aos desgnios do colonizador europeu". Sobre a forma pica adotada no romance, o autor escreveu: "Representa o consrcio do povo invasor com a terra americana, que dele recebia a cultura, e lhe retribua nos eflvios de sua natureza virgem e nas reverberaes de um solo esplndido. (...) a gestao lenta do povo americano, que devia sair da estirpe lusa, para continuar no Novo Mundo as gloriosas tradies de seu progenitor."

No primeiro momento, o romance aborda a descrio da civilizao representada pelos domnios de D. Antnio de Mariz, fidalgo portugus que nos fins do sculo XVI, fiel ao projeto colonizador da coroa portuguesa - submetida naquele perodo ao domnio espanhol, instala uma fazenda s margens do rio Paquequer. O segundo momento, marcado pelo ataque dos Aimors lana por terra a esperana de uma sociedade portuguesa no solo brasileiro: a ordem da civilizao portuguesa deve ser destruda, para que renasa a nao brasileira. Por fim, o terceiro momento, o renascimento, a unio de Ceci e Peri. Sozinha no mundo, Ceci se recusa a ir para o Rio de Janeiro, aps a destruio dos domnios de seu pai, preferindo ficar com Peri. O final aberto, sugerindo a fuso de europeus e ndios cristianizados e submissos como a fundao da nacionalidade brasileira: "O hlito ardente de Peri bafejou-lhe a face. Fez-se no semblante da virgem um ninho de castos rubores e lnguidos sorrisos: os lbios abriram como as asas purpreas de um beijo soltando o vo. A palmeira arrastada pela torrente impetuosa fugia...E sumiu-se no horizonte". Classificado geralmente em romance-histrico, tem 54 captulos divididos em 4 partes: Os Aventureiros, Peri, Os Aimors e A Catstrofe. Tem como personagens principais D. Antnio de Mariz, sua mulher D. Lauriana, seus filhos D. Diogo e D. Ceclia (Ceci) e sua sobrinha D. Isabel(que na verdade sua filha), Loredano, Aires Gomes, Alvaro de S e o ndio Peri. [editar]Enredo

Veja tambm: Ceci e Peri Aviso: Este artigo ou seo contm revelaes sobre o enredo (spoilers). A obra se articula a partir de alguns fatos: a devoo e fidelidade de Peri, ndio goicat, a Ceclia; o amor de Isabel por lvaro, e o amor deste por Ceclia; a morte acidental de uma ndia aimor por D. Diogo e a conseqente revolta e ataque dos aimors, tudo isso ocorrendo com uma rebelio dos homens de D. Antnio, liderados pelo ex-frei Loredano, homem ambicioso e mau-carter, que deseja saquear a casa e raptar Ceclia. lvaro, que j conhecia o amor de Isabel por ele e tambm j a amava, se machuca na batalha contra os aimors. Isabel, vendo o corpo do amado tenta se matar asfixiada junto com o corpo de lvaro, quando o v vivo tenta salva-lo, porm ele no permite e morrem juntos. Durante o ataque, D. Antnio, ao perceber que no havia mais condies de resistir, incumbe Peri salvar Ceclia, aps t-lo batizado como cristo. Os dois partem, com Ceci adormecida e Peri v, ao longe, a casa explodir. A Ceclia s resta Peri. Durante dias Peri e Ceclia rumam para destino desconhecido e so surpreendidos por uma forte tempestade, que se transforma em dilvio. Abrigados no topo de uma palmeira, Ceclia espera a morte chegar, mas Peri conta uma lenda indgena segundo qual Tamandar e sua esposa se salvaram de um dilvio abrigando-se na copa de uma palmeira desprendida da terra e alimentando-se de seus frutos. Ao trmino da enchente, Tamandar e sua esposa descem e povoam a Terra.

As guas sobem, Ceclia se desespera. A lenda de Tamandar se repete e Peri com uma grande fora arranca a palmeira e faz dela uma canoa para poderem continuar pelo rio, dando incio populao brasileira. Aviso: Terminam aqui as revelaes sobre o enredo (spoilers). [editar]Personagens

O livro possui os seguintes personagens: Herois Peri, personagem-protagonista. Ceclia, personagem-protagonista. Famlia de Ceclia D Antnio de Mariz, fidalgo portugus e pai de Ceclia. D Lauriana, dama paulistana e me de Ceclia. D Diogo, irmo de Ceclia. Isabel, filha bastarda de D Antnio de Mariz, tida como sua sobrinha. D lvaro de S, chefe dos aventureiros a servio de D Antnio. Viles Loredano, aventureiro e frade renegado. Bento Simes, comparsa de Loredano e muito supersticioso Rui Soeiro, comparsa de Loredano e pouco supersticioso Martim Vaz, aps a morte de Bento Simes e Rui Soeiro, assumo o brao-direito de Loredano, mas abandona o vilo no final