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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 57 Nº 675 Maio de 2010 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec Ó minha santa mãe! Era bem certo Que entre as preces maternas estendias As tuas mãos sobre os meus tristes dias, Quando na Terra – que era o meu deserto. Nos instantes de dor, bem que eu sentia As tuas asas de Anjo da Ternura, Pairando sobre a minha desventura Feita de prantos e melancolia. Flor ressequida eu era, e tu o orvalho Que me nutria, pobre e empalecida; Era a tua alma a luz da minha vida, Meu tesouro, meu dúlcido agasalho!... Ai de mim sem a tua alma bondosa, Que me dava a promessa da esperança, Raio de luz, de amor e de bonança, Na escuridão da vida dolorosa. E que felicidade doce e pura, A que senti após a treva e a morte, Findo o terror da minha negra sorte, Quando vi teu sorriso de ventura! Então, senti que as Mães são mensageiras De Maria, Mãe de anjos e de flores, E Mãe das nossas Mães cheias de amores, Nossas meigas e eternas companheiras!... Poema de Auta de Souza, do livro Parnaso de Além-Túmulo, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier. Mãe Ave Maria Ave Maria! Senhora Do Amor que ampara e redime, Ai do mundo se não fora A vossa missão sublime! Cheia de graça e bondade, É por vós que conhecemos A eterna revelação Da vida em seus dons supremos. O Senhor sempre é convosco, Mensageira da ternura, Providência dos que choram Nas sombras da desventura. Bendita sois vós, Rainha! Estrela da Humanidade, Rosa mística da fé, Lírio puro da humildade! Retrato de Mãe Uma simples mulher existe que, pela imensidão de seu amor, tem um pouco de Deus; e pela constância de sua dedicação, tem muito de anjo; que, sendo moça pensa como uma anciã e, sendo velha , age com as forças todas da juventude; quando ignorante, melhor que qualquer sábio desvenda os segredos da vida e, quando sábia, assume a simplicidade das crianças; pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos que ama, e, rica, empobrecer-se para que seu coração não sangre ferido pelos ingratos; forte, entretanto estremece ao choro de uma criancinha, e, fraca, entretan- to se alteia com a bravura dos leões; viva, não lhe sabemos dar valor porque à sua sombra todas as dores se apagam, e, morta, tudo o que somos e tudo o que temos daría- mos para vê-la de novo, e dela receber um aperto de seus braços, uma palavra de seus lábios. Não exijam de mim que diga o nome desta mulher se não quiserem que ensope de lágrimas este álbum: porque eu a vi passar no meu caminho. Quando crescerem seus filhos, leiam para eles esta página: eles lhes cobrirão de beijos a fronte; e dirão que um pobre viandante, em troca da suntuosa hospedagem recebida, aqui deixou para todos o retrato de sua própria Mãe. Entre as mulheres sois vós A Mãe das mães desvalidas, Nossa porta de esperança, E Anjo de nossas vidas! Bendito o fruto imortal Da vossa missão de luz, Desde a paz da Manjedoura, As dores, além da Cruz. Assim seja para sempre, Oh! Divina Soberana, Refúgio dos que padecem Nas dores da luta humana. Ave Maria! Senhora Do Amor que ampara e redime, Ai do mundo se não fora A vossa missão sublime! Poema de Amaral Ornellas, do livro Parnaso de Além-Túmulo, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier. Autoria de Don Ramon Angel Lara - Bispo de La Serena – Chile, tradução de Guilherme de Almeida. Aiglon Fasolo ................................ 15 Angélica Reis .................................. 6 Celso Martins ................................ 13 Claudia Schmidt ............................ 15 Crônicas de Além-Mar .................. 12 De coração para coração ................. 4 Divaldo responde .......................... 15 Editorial ........................................... 2 Édo Mariani .................................. 10 Emmanuel ........................................ 2 Entrevista com Francisco Ferraz Batista ............................ 8 e 9 Espiritismo para as crianças ......... 14 Estudando a série André Luiz ......... 5 Eugênia Pickina .............................. 7 Gerson Simões Monteiro .............. 12 Grandes vultos do Espiritismo ....... 7 Histórias que nos ensinam ............ 13 Jane Martins Vilela ....................... 13 Joanna de Ângelis ........................... 2 José Soares Cardoso ..................... 15 José Viana Gonçalves ................... 12 Palestras, seminários e outros eventos 11 Ricardo Baesso de Oliveira ............ 3 Ainda nesta edição Maternidade angelical Classificando-se os seres angélicos, destaca-se o maternal, que é uma verda- deira estrela inapagável em a noite ter- restre. Ser mãe é poder desdobrar do cora- ção afetuoso todas as fibras com que en- volve os filhos que agasalha no seio ge- neroso e rico de ternura. Quando todas as alegrias emurchecem na face atormentada do ser humano, o sorriso materno, jovial e en- cantador, falando sem palavras sobre a esperança, restitui-lhe o júbilo perdido. Quando os reveses assinalam a jor- nada conduzindo aquele que os padecem na direção do fosso da amargura, a sere- nidade materna contribui para a sua ime- diata recuperação. Quando o medo, a ansiedade e a soli- dão ameaçam crucificar a criatura nas tra- ves da alucinação, ei-la que surge, bon- dosa e confiante, devolvendo-lhe a cora- gem, a confiança e a companhia, Ser mãe é tornar-se permanente luz na escuridão, segurança na travessia di- fícil e na superação dos obstáculos. A sua figura, ora grave, ora risonha, transforma-se num cromo de irretocável beleza nas evocações da alma. Sacrificada, quase sempre, nunca se queixa, nunca se cansa, nunca desiste de amar... Frágil, faz-se vigorosa, durante o in- fortúnio do filho, masculino ou femini- no, erguendo-o do abismo em que tom- bou. Sempre vigilante, é feliz quando a prole a cerca, ou, à distância, quando to- dos seguem a trilha do Bem. Sofre, sempre que algum deles perde o rumo ou se encontra em aflição. Recordo-me, então, de você, mãezi- nha amorosa, sustentando-me a infância rica de canções de ninar, assim como de melodias outras de encorajamento, que seguiram comigo por todos os dias e noi- tes da minha existência terrena. Evoco-a, como o náufrago agarran- do-se a qualquer tábua que lhe proporci- one a esperança da salvação. E nunca fi- quei sem o seu apoio de segurança! Filhos da Terra! Desfrutando da felicidade de ter vossas mães como vigilantes ao vosso lado, envolvei-as em doçura, retribuindo-lhes as noites indormidas pela ternura da vossa de- dicação. Mas, se, por acaso, elas retornaram às regiões estelares de onde vieram, evocai- as e honrai-as, e recebereis delas, anjos su- blimes que são, as bênçãos e a intercessão junto à Mãe Santíssima da humanidade em favor das vossas necessidades. Anjos maternais! Velai por nós, vossos filhos que tran- sitamos pelos ásperos caminhos da evo- lução, tropeçando e caindo. Se, por alguma razão, vossa mãe não corresponde à condição de anjo, amai-a, assim mesmo, porque, tombada no abis- mo da loucura, não pôde fruir a felicida- de de cumprir com o sagrado dever. Deus vos abençoe, mães da Terra e vos faculte, filhos queridos, a gloriosa honra de as amar e de as respeitar, en- quanto estão no caminho convosco! Amélia Rodrigues Mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 5 de abril de 2010, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

O IMORTAL - oconsolador.com.br · não existe a morte; ... pela imensidão de seu amor, tem um pouco de Deus; ... desta mulher se não quiserem que

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 57 Nº 675 Maio de 2010 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

Ó minha santa mãe! Era bem certoQue entre as preces maternas estendiasAs tuas mãos sobre os meus tristes dias,

Quando na Terra – que era o meu deserto.

Nos instantes de dor, bem que eu sentiaAs tuas asas de Anjo da Ternura,

Pairando sobre a minha desventuraFeita de prantos e melancolia.

Flor ressequida eu era, e tu o orvalhoQue me nutria, pobre e empalecida;Era a tua alma a luz da minha vida,

Meu tesouro, meu dúlcido agasalho!...

Ai de mim sem a tua alma bondosa,Que me dava a promessa da esperança,

Raio de luz, de amor e de bonança,Na escuridão da vida dolorosa.

E que felicidade doce e pura,A que senti após a treva e a morte,

Findo o terror da minha negra sorte,Quando vi teu sorriso de ventura!

Então, senti que as Mães são mensageirasDe Maria, Mãe de anjos e de flores,

E Mãe das nossas Mães cheias de amores,Nossas meigas e eternas companheiras!...

Poema de Auta de Souza, do livro Parnaso deAlém-Túmulo, psicografado pelo médium

Francisco Cândido Xavier.

Mãe

Ave MariaAve Maria! Senhora

Do Amor que ampara e redime,Ai do mundo se não foraA vossa missão sublime!

Cheia de graça e bondade,É por vós que conhecemos

A eterna revelaçãoDa vida em seus dons supremos.

O Senhor sempre é convosco,Mensageira da ternura,

Providência dos que choramNas sombras da desventura.

Bendita sois vós, Rainha!Estrela da Humanidade,

Rosa mística da fé,Lírio puro da humildade!

Retrato de MãeUma simples mulher existe que,pela imensidão de seu amor, tem

um pouco de Deus;e pela constância de sua dedicação,tem muito de anjo; que, sendo moça

pensa como uma anciã e, sendo velha ,age com as forças todas da juventude;

quando ignorante, melhor quequalquer sábio desvenda os

segredos da vida e, quando sábia,assume a simplicidade das crianças;

pobre, sabe enriquecer-se com afelicidade dos que ama, e, rica,

empobrecer-se para que seu coraçãonão sangre ferido pelos ingratos;

forte, entretanto estremece ao chorode uma criancinha, e, fraca, entretan-to se alteia com a bravura dos leões;

viva, não lhe sabemos dar valorporque à sua sombra todas as dores

se apagam, e, morta, tudo o quesomos e tudo o que temos daría-mos para vê-la de novo, e dela

receber um aperto de seus braços,uma palavra de seus lábios.

Não exijam de mim que diga o nomedesta mulher se não quiserem que

ensope de lágrimas este álbum: porqueeu a vi passar no meu caminho.

Quando crescerem seus filhos,leiam para eles esta página: eles

lhes cobrirão de beijos a fronte; edirão que um pobre viandante, em

troca da suntuosa hospedagemrecebida, aqui deixou para todos o

retrato de sua própria Mãe.

Entre as mulheres sois vósA Mãe das mães desvalidas,Nossa porta de esperança,E Anjo de nossas vidas!

Bendito o fruto imortalDa vossa missão de luz,

Desde a paz da Manjedoura,As dores, além da Cruz.

Assim seja para sempre,Oh! Divina Soberana,

Refúgio dos que padecemNas dores da luta humana.

Ave Maria! SenhoraDo Amor que ampara e redime,

Ai do mundo se não foraA vossa missão sublime!

Poema de Amaral Ornellas, do livro Parnaso de Além-Túmulo,psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier.

Autoria de Don Ramon Angel Lara - Bispo de La Serena – Chile,tradução de Guilherme de Almeida.

Aiglon Fasolo ................................ 15Angélica Reis .................................. 6Celso Martins ................................ 13Claudia Schmidt ............................ 15Crônicas de Além-Mar .................. 12De coração para coração ................. 4Divaldo responde .......................... 15Editorial ........................................... 2Édo Mariani .................................. 10Emmanuel ........................................ 2Entrevista com FranciscoFerraz Batista ............................ 8 e 9Espiritismo para as crianças ......... 14Estudando a série André Luiz ......... 5Eugênia Pickina .............................. 7Gerson Simões Monteiro .............. 12Grandes vultos do Espiritismo ....... 7Histórias que nos ensinam ............ 13Jane Martins Vilela ....................... 13Joanna de Ângelis ........................... 2José Soares Cardoso ..................... 15José Viana Gonçalves ................... 12Palestras, seminários e outros eventos 11Ricardo Baesso de Oliveira ............ 3

Ainda nesta edição

Maternidade angelicalClassificando-se os seres angélicos,

destaca-se o maternal, que é uma verda-deira estrela inapagável em a noite ter-restre.

Ser mãe é poder desdobrar do cora-ção afetuoso todas as fibras com que en-volve os filhos que agasalha no seio ge-neroso e rico de ternura.

Quando todas as alegriasemurchecem na face atormentada do serhumano, o sorriso materno, jovial e en-cantador, falando sem palavras sobre aesperança, restitui-lhe o júbilo perdido.

Quando os reveses assinalam a jor-nada conduzindo aquele que os padecemna direção do fosso da amargura, a sere-nidade materna contribui para a sua ime-diata recuperação.

Quando o medo, a ansiedade e a soli-dão ameaçam crucificar a criatura nas tra-ves da alucinação, ei-la que surge, bon-dosa e confiante, devolvendo-lhe a cora-gem, a confiança e a companhia,

Ser mãe é tornar-se permanente luzna escuridão, segurança na travessia di-fícil e na superação dos obstáculos.

A sua figura, ora grave, ora risonha,transforma-se num cromo de irretocávelbeleza nas evocações da alma.

Sacrificada, quase sempre, nunca sequeixa, nunca se cansa, nunca desiste deamar...

Frágil, faz-se vigorosa, durante o in-fortúnio do filho, masculino ou femini-no, erguendo-o do abismo em que tom-bou.

Sempre vigilante, é feliz quando aprole a cerca, ou, à distância, quando to-dos seguem a trilha do Bem.

Sofre, sempre que algum deles perdeo rumo ou se encontra em aflição.

Recordo-me, então, de você, mãezi-nha amorosa, sustentando-me a infânciarica de canções de ninar, assim como demelodias outras de encorajamento, queseguiram comigo por todos os dias e noi-tes da minha existência terrena.

Evoco-a, como o náufrago agarran-do-se a qualquer tábua que lhe proporci-one a esperança da salvação. E nunca fi-quei sem o seu apoio de segurança!

Filhos da Terra!Desfrutando da felicidade de ter vossas

mães como vigilantes ao vosso lado,envolvei-as em doçura, retribuindo-lhes asnoites indormidas pela ternura da vossa de-dicação. Mas, se, por acaso, elas retornaramàs regiões estelares de onde vieram, evocai-as e honrai-as, e recebereis delas, anjos su-blimes que são, as bênçãos e a intercessãojunto à Mãe Santíssima da humanidade emfavor das vossas necessidades.

Anjos maternais!Velai por nós, vossos filhos que tran-

sitamos pelos ásperos caminhos da evo-lução, tropeçando e caindo.

Se, por alguma razão, vossa mãe nãocorresponde à condição de anjo, amai-a,assim mesmo, porque, tombada no abis-mo da loucura, não pôde fruir a felicida-de de cumprir com o sagrado dever.

Deus vos abençoe, mães da Terra evos faculte, filhos queridos, a gloriosahonra de as amar e de as respeitar, en-quanto estão no caminho convosco!

Amélia Rodrigues

Mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 5 de abril de 2010, no CentroEspírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

O IMORTALPÁGINA 2 MAIO/2010

EditorialEMMANUEL

Fazemos nossas as palavras con-tidas no Editorial da edição de 25 deabril da revista eletrônica “OConsolador” – www.oconsolador.com–, adiante transcritas:

“Ninguém de bom senso, em nossomeio, negará a importância dos congres-sos espíritas para a vitalidade do movi-mento espírita, a permuta de experiên-cias e o congraçamento entre pessoasque enfrentam nas suas cidades dificul-dades e problemas semelhantes.

Anos atrás a imprensa espírita regis-trou uma interessante polêmica acerca deum dos pontos relacionados com a reali-zação dos congressos: seu custo finan-ceiro. Nos lugares onde eles se desen-volvem, as chamadas taxas de participa-ção ou inscrição têm sido cada vez maisaltas, fato que, segundo a opinião demuitos, impediria a participação nesseseventos dos companheiros menosaquinhoados. Os congressos restringir-se-iam então a um pequeno grupo comcondições de adquirir passagens de avião,hospedar-se em hotéis caros e, ainda,pagar taxas cada vez mais elevadas.

A polêmica instalou-se e logo apa-receram as vozes dos que defendem omodelo que vem sendo adotado, alegan-do que os custos financeiros para a or-ganização desses eventos são muito al-tos e que cabe aos espíritas, somente aosespíritas, o dever de custeá-los. Se o fatoimpede a participação dos companhei-ros de menores posses – dizem eles –, oproblema não decorre do montante des-ses gastos, mas, sim, do poder aquisiti-vo da população brasileira, porquanto amaioria dos brasileiros vive efetivamen-te com rendimentos bem diminutos.

Entendemos que ambas as propo-sições têm fundamento, mas é inegá-vel a marginalização de confrades va-lorosos que, devido à impossibilidadede arcar com tais despesas, ficam e

Acostuma-te a pensar de formaedificante. Assume uma postura vi-toriosa. Atrai pensamentos saluta-

É vulgar a preocupação dohomem comum, relativamenteàs tradições familiares e aosinstitutos terrestres a que seprende, nominalmente, exaltan-do-se nos títulos convencionaisque lhe identificam a persona-lidade.

Entretanto, na vida verdadei-ra, criatura alguma é conhecidapor semelhantes processos.

Cada Espírito traz consigo ahistória viva dos próprios feitose somente as obras efetuadas dãoa conhecer o valor ou o deméritode cada um.

Com o enunciado, não dese-jamos afirmar que a palavra es-teja desprovida de suas vanta-gens indiscutíveis; todavia, é ne-cessário compreender-se que overbo é também profundo poten-cial recebido da In-finita Bon-dade, como recurso divino, tor-nando-se indispensável saber oque estamos realizando com essedom do Senhor Eterno.

A afirmativa de Jesus, nesse

É inadiável a revisão do modelodos congressos espíritas

continuarão a ficar excluídos dos con-gressos espíritas, como os que têm sidorealizados ultimamente por diversas fe-derativas estaduais e mesmo pela FEB.

Qual seria, então, a solução?Em primeiro lugar, seria interes-

sante examinar o modelo adotado his-toricamente pelas chamadas SemanasEspíritas e pelos encontros estaduaisde jovens espíritas, algo que marcouépoca nos anos 60 do século passado,especialmente no Sudeste do Brasil.

As acomodações em alojamentosimprovisados em escolas públicas ounas próprias residências dos espíritas,o transporte em ônibus fretado porgrupos de participantes e uma maiorsimplicidade na organização dos en-contros, aliados a campanhas promo-cionais em que nas diferentes cidadesabrangidas pelo evento se buscavamrecursos para custear parte dos gas-tos, eis ideias que poderiam, com todaa certeza, permitir a presença nos con-gressos de pessoas de reduzidas pos-ses mas que, como participantes dotrabalho efetivo realizado nos CentrosEspíritas, muito têm a oferecer ao de-bate dos temas propostos.

O local poderia também ser maissingelo. Em vez de um centro de con-venções que, além de caro, abriga pou-cas pessoas, por que não um ginásiode esportes bem equipado, como se vê,de ordinário, nas apresentações dosgrandes artistas do país?

A entrada deveria franqueada aopúblico, sem cobrança alguma, aceitan-do-se evidentemente a contribuição fi-nanceira daqueles que, podendo fazê-lo, somariam ao fundo comum obtidonas campanhas seus próprios recursos.

Num ginásio de esportes, com ca-pacidade para quatro, cinco mil pesso-as, haveria sempre espaço para que opúblico simpatizante pudesse compa-

recer e também usufruir os ensinamen-tos transmitidos por nossos oradores.

A mensagem espírita veio, comosabemos, para todas as pessoas. Mas,como ela chegará a um maior núme-ro, se é tão difícil e oneroso participardos seus eventos mais significativos?

Outro ponto que já se discutiu mui-to no passado, e continua atual, refere-se à seleção dos temas. Tem-se notadoem alguns congressos uma preocupa-ção excessiva com a imagem externado movimento espírita, a única expli-cação capaz de justificar o nível de so-fisticação de certas programações quechegam às vezes ao absurdo, parecen-do até, em determinados casos, que nãose trata de um congresso espírita, tal odistanciamento entre os assuntos pro-gramados e a realidade em que vivemo povo e as Casas espíritas.

Os temas deveriam ser levantadosa partir dos Centros Espíritas, de suascarências e necessidades. Obviamen-te, deve haver lugar e tempo para tudo,mas não podemos dirigir os esforçosde um congresso de grande porte paraos interesses de um diminuto grupo,de uma pequena elite, única capaz decompreender a terminologia e os con-ceitos exarados em determinadas con-ferências, enquanto a maioria da po-pulação brasileira segue sem saber aocerto o que é Espiritismo e quais assuas diferenças em relação à Umbandae às religiões africanistas.”

*Ao apoiar o Editorial ora transcri-

to, fazemos votos de que as autorida-des que dirigem o movimento espíritano Brasil e nos Estados pensem seria-mente nas ideias que aqui foram ex-postas, para o bem do próprio movi-mento espírita e cumprimento dosobjetivos pelos quais o Espiritismosurgiu no mundo em que vivemos.

Um minuto com Joanna de Ângelisres. O cérebro é antena que emitevibrações e as capta incessante-mente.

Pensa um pouco

particular, reveste-se de impere-cível beleza.

Que diríamos de um Salva-dor que estatuísse regras para aHumanidade, sem partilhar-lheas di-ficuldades e impedimen-tos?

O Cristo iniciou a missão di-vina entre homens do campo, vi-veu entre doutores irritados e pe-cadores rebeldes, uniu-se a do-entes e aflitos, comeu o duro pãodos pescadores humildes e ter-minou a tarefa santa entre doisladrões.

Que mais desejas?Se aguardas vida fácil e situ-

ações de evidência no mundo,lembra-te do Mestre e pensa umpouco.

JOANNA DE ÂNGELIS,mentora espiritual de Divaldo P.Franco, é autora, entre outros livros,de Episódios Diários, do qual foiextraído o texto acima.

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EMMANUEL, que foi omentor espiritual de FranciscoCândido Xavier e coordenador daobra mediúnica do saudoso mé-dium mineiro, é autor, entre outroslivros, de Pão Nosso, do qual foiextraído o texto acima.

Irradia ideias do bem, do pro-gresso, da paz, e captarás, porsintonia, equivalentes estímulos parao teu bem. Quem pensa em derrota,já perdeu uma parte da luta por em-preender. Quem cultiva o insucesso,dificilmente enfrentará os desafiospara a vitória.

A cada momento adicionas ex-periências novas às tuas conquistas.A todo instante pensa corretamentee somarás força psíquica para o êxi-to da tua reencarnação.

“As obras que eu faço em nome de meuPai, essas testificam de mim.”

- Jesus. (João, capítulo 10, versículo 25.)

O IMORTALMAIO/2010 PÁGINA 3

Os últimos desastres geológi-cos envolvendo particularmente oHaiti e o Chile levam-nos ao pen-samento do escritor norte-ameri-cano Bill Bryson, no livro BreveHistória de quase tudo, ao escre-ver que vivemos num mundo queparece não nos querer aqui.

A afirmativa de Bryson é resul-tado de longa reflexão em torno dedados históricos e científicos im-pressionantes. Por mais de oito ve-zes a Terra teve quase todas as for-mas de vida dramaticamentedestruídas. Quando se fala em epi-sódios catastróficos se pensa logonos dinossauros e lembra-se que oseu desaparecimento há cerca de 60/70 milhões de anos está ligado aochoque de um grande asteroide. Issodá a falsa impressão de que desas-tres com causas externas seria oprincipal risco para a nossa biosfera.O caso dos dinossauros, no entan-to, é uma exceção em meio a umgrande número de episódios nosquais processos conduzidos pelospróprios seres vivos acarretaram re-duções dramáticas na biomassa (ovolume total de seres vivos).

Há cerca de 250 milhões deanos, pereceram 90% das espéciesmarinhas e 70% do total da vida naTerra em decorrência do crescimen-to exagerado de bactérias produto-ras de gás sulfídrico, um gás alta-mente mortífero para plantas e ani-mais. Esse crescimento bacterianose deu em virtude do aquecimentodo planeta em decorrência de umefeito estufa produzido por gigan-tescos volumes de magma lançadopor vulcões nos mares e na terra pormilhares de anos.

Pelo menos duas dúzias de cul-pados potenciais foram identifica-dos como causas das destruiçõesem massa: aquecimento global,resfriamento global, mudança dos

RICARDO BAESSO DEOLIVEIRA

[email protected] Juiz de Fora

Terra: mãe generosa ou planeta hostil?

nutenção da vida sobre a Terra, ten-dendo à harmonia. Segundo a teoriacitada, os seres vivos colaboram en-tre si para manter as condiçõesambientais dentro de parâmetroscompatíveis com a manutenção davida, podendo até mesmo melhorar aquímica da atmosfera e dos oceanos.

Segundo o paleontólogo ameri-cano Petyer Ward, da NASA e daUniversidade de Washington, essateoria está totalmente errada, pois osseres vivos interagem com o ambi-ente de tal maneira, que, a longo pra-zo, a vida tende a desaparecer. A na-tureza se comporta como Medeia, amãe impiedosa que, na mitologiagrega, mata os próprios filhos.

O nosso descaso diante docuidado com a sustentabilidadedo planeta tem sido responsável

por problemas crescentes

A Doutrina Espírita nos apre-senta o planeta Terra como o ninhodo Espírito imortal necessitado deoportunidades para desenvolvimen-to de seus talentos. Se o planeta nosfosse oferecido perfeito e em abso-luta harmonia, onde encontraríamosos elementos necessários ao nossoaprimoramento? Na medida em queo Espírito desenvolve a inteligên-cia e o sentimento, o planeta que oacolhe vai sendo naturalmente bu-rilado, tendo as suas condições dehabitabilidade melhoradas.

O notável progresso tecnológi-co alcançado por nós, nos dois últi-mos séculos, atesta que o homemtem feito bastante em prol das me-lhores condições de vida na Terra.A expectativa de vida que era no

Homem de Cro-magnun (há cercade 100 mil anos) de 30 anos, e quesubira apenas para 35 anos no sé-culo XIX, chega hoje, em países de-senvolvidos, próxima dos 80 anos.

As comodidades que a tecnologiaoferece a cada indivíduo com eletro-domésticos, automóveis e coisas equi-valentes correspondem, segundo estu-dos de especialistas, ao trabalho de 33escravos do mundo greco-romano.

No entanto há muito a ser feito, eatitudes equivocadas a serem revis-tas. Gastam-se 18 bilhões de dólarespor ano no mundo com perfumes ecosméticos. Isso bastaria para elimi-nar a fome de 800 milhões de pesso-as. Gastam-se 12 bilhões de dólarespor ano com sorvetes na Europa. Issoseria suficiente para prover com águade boa qualidade mais de 1 bilhão depessoas que não a têm.

No capítulo VI de O Livro dosEspíritos, que versa sobre a Lei deDestruição, há o reconhecimento deque muitos flagelos resultam daimprevidência do homem. O nossodescaso diante do cuidado com asustentabilidade do planeta tem sidoresponsável por problemas graves ecrescentes. No livro Eco-Economia,Lester Brown comenta que ocorre-ram três vezes mais catástrofes na-turais durante os anos de 1990 do quenos anos 1960. Perdas econômicasaumentaram oito vezes. Grande partedesse aumento parece ser devido acatástrofes, incluindo tempestades,secas e incêndios florestais.

O item 132 d´O Livro dosEspíritos diz que compete ao

Espírito encarnado cumprir suaparte na obra da criação

Relatórios recentes de técnicos epesquisadores da área informam queeventos extremos como furacões,enchentes e tempestades já ocorremcom mais intensidade e com inter-valos de tempo mais curto. O dege-lo das calotas e dos cumes elevados,a elevação do nível do mar, a mu-dança da configuração de importan-

níveis dos oceanos, esgotamento dooxigênio nos mares, epidemias, va-zamentos gigantescos de gás metanono fundo do oceano, impactos de me-teoros e cometas, furações, vulcões,explosões solares etc. Lembra o au-tor citado que na maior parte da his-tória recente a Terra esteve longe deser o local estável e tranquilo que nóssonhamos. Não é, segundo ele, umlocal ameno para um organismo vi-ver.

Uma teoria conhecida, a famosahipótese Gaia, propõe que a mãenatureza cuidará de nós eterna-mente se voltarmos ao seu seio

As porções da Terra onde temospreparo ou capacidade para viver sãobem modestas: apenas 12% da áreaterrestre total, e somente 4% da su-perfície total se incluirmos aí os oce-anos. O restante é frio demais ouquente demais, alto demais, seco ouúmido demais etc. Soma-se a tudoisso a ação irresponsável do mais re-cente predador do planeta, o homem,que, segundo o jornalista André Tri-gueiro, no livro Espiritismo e Ecolo-gia, tem participação direta na mu-dança climática, na escassez de recur-sos hídricos, na produção monumen-tal de lixo, na destruição sistemáticae veloz da biodiversidade, no cresci-mento caótico e desordenado das ci-dades, dentre outros.

Mas o que pensarmos, então, daesperançosa ideia de que nosso pla-neta é “mãe acolhedora e generosa”,de mãos sempre abertas para seusfilhos, nós, Espíritos encarnados?

Uma bela discussão filosóficapode ser feita. Uma das teorias maisdifundidas nos últimos quarenta anos,a famosa hipótese Gaia, propõe que amãe natureza cuidará de nós eterna-mente se voltarmos ao seu seio. Gaiaé uma referência à deusa Terra na mi-tologia grega, cujo nome tambémpode ser traduzido como “boa mãe”.Segundo essa hipótese, aventada pelocientista inglês James Lovelock, a na-tureza teria compromisso com a ma-

tes ecossistemas como a Amazô-nia ou as imensas redes de coraissubmarinos são alguns dos efeitosda monumental descarga de gasesde efeito estufa de origem huma-na, especialmente a queima pro-gressiva de petróleo, carvão e gás,os desflorestamentos e o manejoinadequado do solo e lixo.

Lembra o jornalista André Tri-gueiro que mais importante do quecuidar do planeta para nossos filhose netos é cuidar melhor dos nossosfilhos e netos para o planeta. Emresumo: é o papel da educação, tam-bém para a questão ambiental.

Domenico de Masi, sociólogoitaliano, autor do livro O ÓcioCriativo, apresenta oito grandesobstáculos ao bem-estar da cria-tura humana, que nos competesuperar: a morte, a dor, a miséria,o cansaço, a feiura, a ignorância,o autoritarismo e a tradição.

Quando Kardec estabelece as fi-nalidades da encarnação em O Li-vro dos Espíritos, item 132, escre-ve que compete ao Espírito encar-nado cumprir sua parte na obra dacriação. Ou seja, atuar de formapositiva e dinâmica em prol do pla-neta e de todos os seres viventes.

Joanna de Ângelis, na obra Ati-tudes Renovadas, coloca que oscompromissos terrenos, aquelesque fomentam o progresso da so-ciedade, também fazem parte in-tegrante das altas responsabilida-des morais do Espírito imortal. Eacrescenta: A tua é a missão deconstruir a Terra melhor e maisfeliz, iniciando o labor em teu mun-do intimo e ampliando-o além dasfronteiras que te limitam.

A Terra (seja Gaia ou Medeia)é aquilo que precisa ser para fazer-mos o que precisa ser feito em prolde nosso desenvolvimento espiritu-al. O benfeitor Humberto de Cam-pos, pela psicografia de Chico, as-sim se expressou: Não aspire a ummundo que você ainda não mere-ce; trabalhe muito para melhoraro mundo que é o seu.

O IMORTALPÁGINA 4 MAIO/2010

De coração para coração

Quando se diz que o progressoé comparável ao amanhecer, quer-se afirmar que, mesmo aparente-mente lento, o progresso culminapor lograr êxito.

Certamente, a ignorância,travestida pela força e iludidapela falsa cultura, não poucasvezes se tem levantado com opropósito de criar embaraços aodesenvolvimento dos homens edos povos, mas o progresso che-ga de forma inevitável, altera aface e a constituição do que en-contra pela frente, desdobrandorecursos, fomentando a beleza, atranquilidade e o conforto. Assimse verifica a marcha do progres-so, que um dia erguerá o homemdo solo das imperfeições, em queele ainda se detém, para a sua glo-riosa destinação, que é a perfei-ção.

Há, contudo, dois tipos de pro-gresso: o progresso moral e o pro-gresso intelectual.

O homem desenvolve-se por simesmo, de forma natural, mas ésabido que nem todos progridemsimultaneamente, no mesmo ritmoe do mesmo modo. É então queDeus faz com que os mais adian-tados auxiliem o progresso dosoutros, por meio da interação, docontato social.

O progresso moral nem sem-pre acompanha o progresso inte-lectual. O normal é que os indiví-duos e os povos conquistem pri-meiro um maior progresso cientí-fico e, só depois e lentamente, semoralizem.

Quem já viu em funciona-mento um aparelho receptor mó-vel de GPS – sigla utilizada paraidentificar o moderníssimo siste-

ma de posicionamento global, doinglês Global PositioningSystem – tem a noção exata dequanto tem evoluído a tecnolo-gia utilizada em nosso globo. Oreceptor de GPS não apenas in-dica o local exato – cidade, rua enúmero em que o veículo se en-contra – mas lhe fornece as in-formações necessárias, com todasas minúcias possíveis, para queo interessado chegue ao seu des-tino, fato que esclarece, por si só,como deve ser fácil aos proteto-res espirituais localizar as pesso-as que os chamam em suas pre-ces ou pedidos de socorro.

O desenvolvimento moral en-contra-se, porém, muito aquémdessa e de outras conquistastecnológicas que têm contribuídopara o maior conforto dos que vi-vem na Terra.

O progresso pode ser comparado ao amanhecer

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO - [email protected] Londrina

A razão disso é de fácil com-preensão. É que o desenvolvimen-to intelectual não implica, por sisó, a necessidade do bem. Nin-guém ignora que uma pessoa do-tada de grande inteligência podeser má. Eis por que encontramosem muitas nações tecnicamenteadiantadas tantas injustiças. Falta-lhes a moralização dos seus inte-grantes.

Com o aumento do discerni-mento entre o bem e o mal, e gra-ças ao desenvolvimento do livre-arbítrio, amplia-se nos seres huma-nos a noção de responsabilidade nopensar, no falar e no agir, e é issoque determina o chamado salto ver-tical, ou progresso moral, das cri-aturas humanas.

Outro fato importante, ensina-do a nós pelo Espiritismo, é quesomente o progresso moral podeassegurar aos homens a felicidadena Terra, refreando as más paixõese fazendo com que reinem entre oshomens a concórdia, a paz e a fra-ternidade.

Nos séculos 19 e 20 registra-ram-se no globo grandes avançosnos diversos campos do conhe-cimento, mas o progresso moralnão avançou na mesma propor-

ção e ficou muito distante do pro-gresso intelectual a que chegou aHumanidade da Terra, que tevede conviver, exatamente nesseperíodo, com as mais sangrentasguerras que a história humana járegistrou.

Como a marcha do progresso éinexorável, cedo ou tarde os resul-tados do mau uso do livre-arbítrioe da inteligência recaem sobre to-dos nós, em cumprimento da lei decausa e efeito. Então, trabalhadospela dor, ganharemos experiênci-as e entendimento para nos equili-brarmos e continuarmos assim ajornada evolutiva, no rumo da per-feição, meta para qual fomos cria-dos.

Na questão 116 d´O Livro dosEspíritos, Kardec perguntou aosimortais se haverá Espíritos que seconservarão eternamente nas or-dens inferiores.

Eles lhe responderam: “Não;todos se tornarão perfeitos. Mu-dam de ordem, mas demoradamen-te, porquanto, como já doutra vezdissemos, um pai justo e miseri-cordioso não pode banir seus filhospara sempre. Pretenderias queDeus, tão grande, tão bom, tão jus-to, fosse pior do que vós mesmos?”

Veja estas construções e digaqual é a correta:• A empresa pagará hoje os gre-vistas.• A empresa pagará hoje aos gre-vistas.

O verbo pagar exige objetoindireto quando o pagamento serefere a pessoas. Desse modo,estão corretos estes exemplos:• A empresa pagará hoje aos gre-vistas.• A Previdência começa hoje apagar aos aposentados.• João sempre pagava com atrasoà empregada.• A firma pagou corretamente aosoperários.• Fique tranquilo porque eu lhepagarei amanhã.• Amanhã é dia de pagar ao jardi-neiro.

Pílulas gramaticaisQuando o pagamento se refe-

re a coisas, e não a pessoas, overbo pagar pede objeto direto,conforme estes exemplos:• Hoje pagarei o imposto.• Quem tem dívidas deve pagá-las.• Só ontem consegui pagar a dí-vida do jogo.• Com esta doença estou pagan-do todos os meus pecados.• Dia 5 é dia de pagar o aluguel.

*

Embora tenham pronúnciaidêntica, são diferentes os signi-ficados dos vocábulos “coser” e“cozer”.

Coser (com “s”) significa cos-turar.

Cozer (com “z”) significa co-zinhar.

Flávia nos pergunta que de-vemos pensar do aborto em ca-sos de anencefalia.

Exceto no caso do aborta-mento praticado para salvar avida da gestante, a DoutrinaEspírita considera o aborto umcrime contra a vida, severa-mente punido pelas Leis deDeus.

Um equívoco no tocante àanencefalia é imaginar que a cri-ança vá nascer e morrer em se-guida.

Há casos em que o indiví-duo, embora sem o cérebro in-teiramente formado, vive porvários anos, o que implica di-zer que ninguém sabe exata-mente – inclusive os médicos –o que vai acontecer depois doparto.

to quanto a variadas formas deobsessão.

Alegam as pessoas favoráveisao aborto que, ainda que viva al-guns anos, a criança terá apenasvida vegetativa.

Ora, muitos adultos vitimadospor acidentes automobilísticos emesmo por derrames, passam tam-bém a ter somente vida vegetativa.Iremos então matá-los?

Percebe-se, à vista disso, quea admissão do aborto em casosassim é um passo largo em dire-ção à legalização da eutanásia,como já se deu, por exemplo, naHolanda.

Os médicos não poderiam,em sã consciência, aliar-se a con-dutas desse nível, porque suamissão é salvar os doentes, nãoexterminá-los.

O Espiritismo respondeO que não oferece dúvida é o

fato de que, durante a gestação,existe no ventre da gestante umser vivo, individual, com carac-terísticas próprias, e não um sim-ples apêndice do corpo da gestan-te.

Joanna de Ângelis explica emseu livro “Alerta”, cap. 22,psicografado pelo médium Dival-do Franco, que na maioria dos ca-sos de aborto a expulsão do corpoem formação de forma nenhumainterrompe as ligações Espírito-a-Espírito, entre a gestante e o filhorejeitado. Por isso, sem compreen-der a ocorrência, ou percebendo-aem desespero, o ser espiritual ex-pulso agarra-se às matrizes orgâ-nicas e termina por lesar a apare-lhagem genital, dando gênese a do-enças de etiologia complicada, tan-

O IMORTALMAIO/2010 PÁGINA 5

dadeiro inferno de indescritíveis pro-porções. Aos fluidos venenosos dasmetralha, casavam-se as emanaçõespestilentas do ódio, e isso tornava qua-se impossível qualquer auxílio. Quan-do algum militar agressor desencar-nava, era logo dominado por forçastenebrosas e fugia dos Espíritos mis-sionários. A falta de preparação reli-giosa constituía, no seu entendimen-to, a causa de semelhante calamida-de. (Nosso Lar, cap. 43, págs. 238 a241.)

Texto para leitura76. O caso Tobias – Tobias con-

vidou André para conhecer sua casa,onde moravam com ele Hilda eLuciana. A biblioteca da casa pos-suía volumes maravilhosos na enca-dernação e no conteúdo espiritual.No jardim, lindos caramanchões,hortênsias e violetas alegravam oambiente. Tobias disse então a Andréque ele fora, na última passagem peloplaneta, casado duas vezes. Hilda, aprimeira esposa, faleceu quando nas-cera o segundo filho. Um ano depois,desposou Luciana. Ao saber do fato,Hilda parecia uma loba ferida,inconformada com a situação, poisamava o marido e não queria perdê-lo. Foi quando uma avó materna seaproximou dela e lhe deu conselhosimportantes, lembrando que Luciananão era adversária, mas uma amigaque servia de mãe para seus filhos,que cuidava de sua casa, de seu jar-dim e ainda suportava a bílis do ma-rido. A partir daí, Hilda mudou in-teiramente o comportamento e pas-sou a trabalhar pelo bem-estar de to-dos. Anos depois, ali estavam os três,debaixo do mesmo teto, unidos pelafraternidade real. Aliás, Luciana es-tava em pleno noivado espiritual eno próximo ano deveria reencarnarpara reencontrar um nobre compa-nheiro de muitas etapas terrenas, quea havia precedido no retorno às lutasterrestres. (Cap. 38, pp. 207 a 213)

77. Explicações de Laura – Ocaso Tobias causou viva impressãoem André Luiz, que pediu explicaçõescomplementares a Laura. O casoTobias – disse-lhe Laura – constituíaum exemplo da vitória da fraternida-de real, por parte das três almas inte-ressadas na aquisição de justo enten-dimento. Quem não se adapta à lei defraternidade e compreensão não atra-

Continuamos a apresentar otexto condensado da obra “NossoLar”, de André Luiz, psicografadapelo médium Francisco CândidoXavier e publicada pela editora daFederação Espírita Brasileira.

Questões preliminaresA. Quem é Tobias e que pes-

soas moravam com ele?R.: Tobias fora, na última pas-

sagem pelo planeta, casado duasvezes. Hilda, a primeira esposa, fa-leceu quando nasceu o segundo fi-lho do casal. Um ano depois, Tobiasdesposou Luciana. Em sua casa naColônia moravam com ele as duasmulheres, unidos os três pelos la-ços da fraternidade real. Aliás,Luciana estava em pleno noivadoespiritual e no próximo ano deve-ria reencarnar para reencontrar umnobre companheiro de muitas eta-pas terrenas, que a havia precedidono retorno às lutas terrestres. (NossoLar, cap. 38, págs. 207 a 213.)

B. A 2a Guerra Mundial crioudificuldades para “Nosso Lar”?

R.: Sim. Com a eclosão da guer-ra na Europa, já nos primeiros diasde setembro de 1939, “Nosso Lar”sofreu o mesmo choque que abalououtras colônias espirituais ligadas àcivilização americana. Muitos Espí-ritos não conseguiam disfarçar oimenso terror de que estavam possu-ídos. O movimento de súplicas au-mentou muito no Ministério do Au-xílio. E, na Regeneração, a vigilân-cia contra as vibrações umbralinasteve de ser redobrada. (Nosso Lar,cap. 41, págs. 225 a 228.)

C. Qual era o cenário invisí-vel da guerra na Polônia?

R.: Foi o Ministro Benevenuto,da Regeneração, que havia chegadodois dias antes da Polônia, quem des-creveu o quadro doloroso que ele viunos campos daquela nação, invadidapelos soldados alemães. Tudo obscu-ro, tudo difícil. As vítimas entrega-vam-se totalmente a pavorosas im-pressões e não ajudavam, apenas con-sumiam as forças dos diligentes as-sistentes espirituais que ali atuavam.O campo invisível da batalha era ver-

vessa essas fronteiras. As regiõesumbralinas estão cheias de entidadesque não resistiram a semelhantes pro-vas. Enquanto odeiam, assemelham-se a agulhas magnéticas sob os maisantagônicos influxos. Enquanto nãoentendem a verdade, sofrem o impé-rio da mentira e, por isso, não podempenetrar as zonas de atividade supe-rior. Incontáveis são as criaturas quepadecem por longos anos, sem qual-quer alívio espiritual, simplesmenteporque se esquivam à fraternidadelegítima. O que então lhes acontece?Depois dos padecimentos na esferaespiritual, elas vão fazer na experiên-cia carnal o que não conseguiram emambiente estranho à carne. Esqueci-das do passado, vão receber, nos la-ços da consanguinidade, aqueles dequem se afastaram deliberadamentepelo veneno do ódio ou daincompreensão. Daí a importância dareconciliação com os adversários,proposta expressamente por Jesus.(Cap. 39, pp. 215 a 217)

78. O caso Elisa – André visitoucom Narcisa o departamento femini-no das Câmaras de Retificação. NoPavilhão 7, uma surpresa o aguarda-va. Uma mulher amargurada,envelhecida prematuramente, olhosembaciados e tristes, um misto de iro-nia e resignação nos lábios, chamou-lhe a atenção. Era Elisa, a mesmaElisa que ele conhecera nos temposde rapaz. Humilde, ela entrara em suacasa para os serviços domésticos. Aintimidade entre os dois logodescambou para o abuso e, sob enor-me angústia moral, Elisa deixou aque-le lar, sem coragem de lhe lançar emrosto qualquer acusação. O episódioainda estava vivo na memória dele.Narcisa, entendendo a situação, o re-animou e estimulou a ajudar a pobremulher, que relatou, em poucas pala-vras, o seu drama. Ela largara o tra-balho pela ilusão e entregara-se a ex-periências dolorosas. No início, o pra-

zer, o luxo, o conforto material; emseguida, o horror de si mesma, a sífi-lis, o hospital, o abandono de todos, acegueira e a morte. Por algum tem-po, odiara aquele rapaz que a desvioudo caminho do trabalho e da serieda-de. Depois, aprendeu que a culpa de-veria ser repartida e que não devia re-criminar ninguém. André ficou sen-sibilizado com a humildade de Elisa.Uma lágrima de arrependimento eremorso rolou de seus olhos e, semque ela soubesse de quem se tratava,prometeu-lhe a sua amizade. Amboschoraram e Narcisa, tomando as mãosde André, lhe disse: “Que Jesus oabençoe”. (Cap. 40, pp. 219 a 224)

79. A guerra europeia – Nos pri-meiros dias de setembro de 1939,“Nosso Lar” sofreu o mesmo cho-que que abalou outras colônias espi-rituais ligadas à civilização america-na. Era a guerra europeia. Muitas en-tidades não conseguiam disfarçar oimenso terror de que estavam pos-suídas. O Governador determinoucuidado na esfera do pensamento. Asnações agressoras não são conside-radas inimigas pelos Espíritos supe-riores, mas como nações desordeirascuja atividade criminosa é precisoreprimir. Evidentemente, todas elaspagarão por isso um preço terrível.Tais países convertem-se em núcle-os poderosos de centralização dasforças do mal. Seus povos embria-gam-se ao contato dos elementos deperversão, que invocam das cama-das sombrias, e legiões infernais pre-cipitam-se sobre as grandes oficinasde trabalho, transformando-as emcampos de perversidade e horror.(Cap. 41, pp. 225 e 226)

80. O clarim dos Espíritos vigi-lantes – Instalada a guerra na Polônia,um inesquecível clarim se fez ouvirpor mais de 15 minutos. Era a convo-cação superior aos serviços de socor-ro à Terra. Cessado o som, inúmerospontos luminosos, parecendo peque-

MARCELO BORELA DEOLIVEIRA

[email protected] Londrina

Estudando a série André Luiz

Nosso LarAndré Luiz

(11ª Parte)nos focos resplandecentes e longín-quos, apareceram no firmamento. Oclarim é utilizado por Espíritos vigi-lantes de elevada expressão hierárqui-ca, explicou Tobias, e só vem até nósem circunstâncias muito graves. Omovimento de súplicas aumentaramuito, nos últimos meses, no Minis-tério do Auxílio. E, na Regeneração,a vigilância contra as vibraçõesumbralinas fora redobrada. (Cap. 41,pp. 227 e 228)

81. O receio de uma esposa inse-gura – O medo da guerra era generali-zado, e uma jovem mulher estava pre-ocupada com a possibilidade de seumarido Everardo desencarnar. Ela re-ceava que ele a procurasse na quali-dade de esposa, porque não mais po-deria suportá-lo. Sendo muito ignoran-te, ele com certeza a submeteria a no-vas crueldades. (Cap. 41, pág. 229)

82. A palavra do Governador –Grande multidão reuniu-se no do-mingo de manhã para ouvir a pala-vra do Governador. O Grande Corodo Templo da Governadoria, alian-do-se aos meninos cantores das es-colas do Esclarecimento, iniciou afestividade com o hino “SempreContigo, Senhor Jesus”, cantado porduas mil vozes ao mesmo tempo.Alto, magro, envergando uma túni-ca muito alva, cabelos de neve, olhospenetrantes e lúcidos, o Governadorapoiava-se num bordão, embora ca-minhasse com aprumo juvenil. Eleabriu um livro luminoso, folheou-oatento e, depois, leu em voz pausa-da: “E ouvireis falar de guerras e derumores de guerras; olhai, não vosassusteis, porque é mister que issotudo aconteça, mas ainda não é ofim” (Mateus, 24:6). Suas palavrasforam de encorajamento e de apelopara que trinta mil servidores se alis-tassem no trabalho de defesa da ci-dade, em face da guerra europeia.(Cap. 42, pp. 232 a 235) (Continuana pág. 10 desta edição.)

O IMORTALPÁGINA 6 MAIO/2010

O IMORTAL na internetAlém de circular com seu formato impresso, o jornal O

Imortal pode ser visto também na internet, bastando para issoacessar o site www.oconsolador.com, em cuja página inicialhá um link que permite o acesso do leitor às últimas ediçõesdo jornal, sem custo algum.

Para contactar a Redação do jornal, o interessado deve uti-lizar este e-mail: [email protected].

No período mencionado, a

revista publicou:

• 153 cartas ao leitor

• 153 editoriais

• 153 mensagens de Emmanu-

el

• 153 poesias de conteúdo es-

pírita

• 153 mensagens mediúnicas

diversas

• 306 textos em respostas a

dúvidas dos leitores

• 153 textos sobre questões

gramaticais

• 1.364 cartas de leitores

• 153 páginas destinadas à cri-

ança

• 147 textos pertinentes ao

A revista O Consolador atingetrês anos de vida

Estudo Sistematizado da Dou-

trina Espírita

• 153 textos de estudo das

Obras de André Luiz

• 153 textos de estudo das

Obras de Allan Kardec

• 153 textos de estudo dos Clás-

sicos do Espiritismo

• 918 colunas com notícias so-

bre esperanto, livros novos e o

movimento espírita

• 153 entrevistas com confrades

do Brasil e do exterior

• 1.377 artigos doutrinários

• 153 reportagens especiais.

Países que já acessaram a

revista – No total, desde o lan-

çamento da revista, foram,

como dissemos, 95 os países

de todos os continentes em

que houve acesso à revista,

assim distribuídos pelos cin-

co continentes do globo: Eu-

ropa – 37 países; América –

24 países; Ásia – 19 países;

África – 11 países e Oceania

– 4 países.

Ranking dos países em

que é maior o número de lei-

tores – A posição dos países

conforme o número de leito-

res da revista é, neste início

de 2010, diferente da apura-

da em março do ano passado.

Eis o ranking este ano: 1º

lugar – Brasil; 2º lugar – Es-

tados Unidos; 3º lugar – Por-

tugal; 4º lugar – México; 5º

lugar – Rússia; 6º lugar – Su-

íça; 7º lugar – Argentina; 8º

lugar – Suécia; 9º lugar – Ale-

manha; 10º lugar – Japão.

ANGÉLICA REIS [email protected]

De Londrina

Lançada no dia 18 deabril de 2007, a revista OConsolador completou nodia 11 do mês passado trêsanos de vida, período emque foram postas em circu-lação na rede mundial decomputadores 153 edi-ções. O site da revista éwww.oconsolador.com/

Eis os números registrados pela revista no período citado:

Itens NúmeroContinentes alcançados pela revista 5Países que já acessaram O Consolador 95Downloads de textos publicados 657.790Impressões de páginas da revista 3.488.187

O IMORTALMAIO/2010 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

Deolindo Amorim

Deolindo Amorim (foto) nasceuem Baixa Grande, Bahia, em 23 dejaneiro de 1906 e desencarnou noRio de Janeiro em 24 de abril de1984. Havendo nascido no seio deuma família pobre e católica, tornou-se mais tarde presbiteriano fervoro-so, até, ao romper com sua igreja,permaneceu muitos anos sem defi-nição filosófica ou religiosa.

Da Bahia mudou-se para o Riode Janeiro, que era então a Capitaldo Brasil. Graduou-se em Sociolo-gia, pela Faculdade de Filosofia daUniversidade do Brasil, tendo feito,ainda, outros cursos de nível supe-rior. Tornou-se jornalista e, posteri-ormente, funcionário público, ten-do galgado elevada posição funcio-nal no Ministério da Fazenda.

Por volta de 1935, já no Rio deJaneiro, passou a frequentar o Cen-tro Espírita Jorge Niemeyer, ondeentrou em contato com a DoutrinaEspírita, mostrando-se profundoadmirador das obras de Léon Denis.

Em 1939 idealizou e promoveuo I Congresso de Jornalistas e Es-critores Espíritas, realizado na sededa Associação Brasileira de Impren-sa, no Rio de Janeiro. A importância

da iniciativa pode ser avaliada consi-derando-se que, no plano externo, ini-ciava-se a Segunda Guerra Mundial e,no plano interno, o Espiritismo era per-seguido por setores da Igreja Católicae pela polícia do Estado Novo.

Esteve ao lado de Leopoldo Ma-chado na promoção do I Congressode Mocidades e Juventudes Espíri-tas do Brasil, realizado no Rio deJaneiro em julho de 1948, e na cria-ção do Conselho Consultivo de Mo-cidades Espíritas.

Privou da amizade de grandesvultos do Espiritismo no Brasil e noexterior, como, por exemplo, CarlosImbassahy, Leopoldo Machado, Her-culano Pires, Leôncio Correia eHumberto Mariotti.

Levou o Espiritismo ao meio uni-versitário, proferindo bela conferên-cia no Instituto Pinel da Universida-de do Brasil, focalizando o tema: “OSuicídio à luz do Espiritismo”.

Um dos problemas mais emer-gentes relativos ao bom entendimen-to da Doutrina Espírita, em meadosdo século XX, foi a constante tenta-tiva de confundi-lo quer seja com oCandomblé, quer com a Umbanda,quer com as diversas doutrinas espi-ritualistas. As confusões eram muitograndes, principalmente com os cul-tos afro-brasileiros. A própria Fede-ração Espírita Brasileira (FEB) pre-tendeu chamar de “Espiritismo” to-das as práticas mediúnicas ou asse-

melhadas e de “Doutrina Espírita”,os conceitos decorrentes da obra co-dificada por Allan Kardec.

Para dirimir dúvidas, lançando luzsobre o assunto, Deolindo Amorimpublicou em 1947 o livro “Africanismoe Espiritismo”, obra na qual deixa cla-ra a inexistência de ligações filosófi-cas, práticas ou doutrinárias entre oEspiritismo e as correntes espiritualis-tas apoiadas na cultura africana trazidapelo escravos e que se converteram emvários cultos de gosto popular.

Posteriormente, determinado aexplanar didaticamente as bases dadoutrina de Allan Kardec, escreveu“O Espiritismo e os Problemas Hu-manos” e o “O Espiritismo à Luz daCrítica”, este último em resposta a umpadre que escrevera uma obra criti-cando a Doutrina. Seguiu-se-lhes “Es-piritismo e Criminologia”, oriundo deuma conferência no Instituto de

Criminologia da Universidade do Riode Janeiro. Por fim, em 1958, lançoua obra “O Espiritismo e as DoutrinaEspiritualistas”, em que, sem comba-ter nenhuma corrente ou filosofiaespiritualista, como a Teosofia, aRosacruz, e as diversas seitas de ori-gem asiática e africana, embora res-saltando eventuais coincidências depontos filosóficos, definiu e identifi-cou o que é o Espiritismo, mostrandosua independência em relação às sei-tas e doutrinas citadas.

Sobre a questão religiosa no Es-piritismo, sua posição foi a mesmade Kardec. Citando as palavras dofundador, concluiu que, como qual-quer filosofia espiritualista, o Espi-ritismo tinha consequências religio-sas, mas de forma alguma se tornavauma religião constituída.

Tendo existido, no Rio de Janeiro,a Faculdade Brasileira de Estudos

Psíquicos, a que pertenceu e da qualfoi o último presidente, quando a ins-tituição se tornou insubsistente,Deolindo Amorim promoveu a cria-ção do Instituto de Cultura Espíritado Brasil (ICEB), fundado em 7 dedezembro de 1957 e por ele dirigidoaté a sua desencarnação. Emboraenfermo, bastante debilitado ante aenfermidade que o acometia, não in-terrompeu totalmente, nos últimosmeses, suas atividades de jornalistae grande conferencista.

Um dos mais ardorosos defen-sores das obras codificadas porAllan Kardec, além de presidir oInstituto de Cultura Espírita doBrasil, foi um dos baluartes doscongressos e jornalistas e escrito-res espíritas e, com justa razão, elei-to presidente de honra da Associa-ção Brasileira de Jornalistas e Es-critores Espíritas.

Amor e vigília

Perguntaram-me o segredo deum relacionamento feliz escondidona pergunta: o amor existe?

Ora, o amor não é coisa que se pos-sa capturar e qualquer conceito terminapor confiná-lo, e sem compreendê-lo.

Penso apenas que o relaciona-mento feliz se torna possível para oser humano de coração transforma-do, que entrou em contato com apaixão e foi além do fogo e das cin-zas, mantido aí, pelo diálogo contí-nuo e por uma abertura para escutar,na luz intata, o amor que insiste vivo.

Ainda, ser o que somos no amorpara permitir reciprocamente estarem uma atitude que é capaz de aco-lher e possibilitar o cultivo da trocacomum e das sadias diferenças. Ca-bem, aqui, a flexibilidade e o per-dão, evitando a inteligência bloque-ada pelo que sabe, pois o relaciona-

EUGÊNIA PICKINA [email protected]

De Londrina

mento está sempre em construção, en-raizado na novidade e no contextomaleável do vir-a-ser.

Com efeito, não é fácil viver oamor. Ele não se entrega à primeiravista, não inventa histórias, descon-certa os jogos e os cansativos exercí-cios do controle, pois desabrocha nointerior do eu, na imagem estruturanteque apela à qualidade de consciência,porque é o melhor de nós mesmos...

Casais felizes encontram em suasraízes um ímpeto em direção ao céu,pois o encontro, guiado pela sintoniaamorosa, tem necessidade de ar, de luz...

Por isso, simplesmente se empe-nham em cuidar da partilha comum, es-tendida nas curtas e longas conversas, nobeijo, no toque, mas também nas coisassimples, como a divisão das tarefas, ocuidado com os filhos, a composiçãoentre receios e conquistas, o mútuoautoaprimoramento, as metas, os sonhos,porque tudo isso compõe a intimidade.

Aquele que se propõe, por amor,a partilhar com o outro a sua condi-

ção de existente é sempre um gran-de vigilante, disposto a prestar aten-ção, disponível ao diálogo e à escu-ta, porquanto é dessa concentraçãoque será extraído o viver juntos.

Isso não se trata de esperança,porque o amor nasce de um encon-tro. Seu cultivo, contudo, depende darenúncia ao poder e à intolerância,ou seja, necessita estar inserido nacarência aceita de nossa condição deseres humanos em devir, o funda-mento da esperança e da liberdade.Desse modo, se fará possível um re-lacionamento conservado no Abertoe não-reduzido a apetites de prazer,disputas ou olhar endurecido – efei-tos do egoísmo e do apego.

É fato: esse amor exige coragem,pressupõe vontade, alegria, o saborde estar com alguém que, além dapartilha cotidiana, faz evocar o esta-do da aletheia (= não-sonolência).Sim, pois é este estado de vigília quegera para o casal crescimento e feli-cidade, dando profundidade à vida.

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Deolindo Amorim

“Não há como existir Espiritismo sem Jesus”

Francisco Ferraz Batista (foto),natural de Guarapuava (PR), atualpresidente da Diretoria da Federa-ção Espírita do Paraná (FEP) e se-cretário da Comissão Regional Sulda FEB, que reúne as FederaçõesEspíritas do Rio de Janeiro, SãoPaulo, Paraná, Santa Catarina e RioGrande do Sul, é o nosso entrevis-tado do mês.

Advogado, pós-graduado emDireito Empresarial com especia-lização em Direito do Trabalho,Francisco residiu desde um ano deidade até os 17 anos na cidade deCruzeiro do Oeste, próxima deMaringá, quando se mudou paraCuritiba com objetivo de trabalhare cursar o ensino superior.

Na presente entrevista, além deabordar assuntos relacionados es-pecificamente com o MovimentoEspírita no Estado, o confrade ex-põe com clareza suas ideias acercade diversas questões doutrináriasque certamente interessarão aosnossos leitores.

*– Que fato o levou a se inte-

ressar pelo Espiritismo e quan-do isso se deu?

A necessidade de encontrar res-postas para diversos conflitos deordem pessoal, a prática anterior daUmbanda e o conhecimento comum Pai de Santo de Candomblé, queme disse textualmente, a mim e àesposa, que o nosso caminho a se-guir era o do conhecimento e práti-ca da Doutrina Espírita, sendo elequem primeiro me levou a um Cen-tro Espírita, a Unificação Kardecis-ta Eurípedes Barsanulfo, na cidadede Ribeirão Preto, no ano de 1984.

– Qual foi a reação de sua fa-mília ante sua adesão à DoutrinaEspírita?

Não tive dificuldades com a fa-mília, até porque minha esposa e fi-lhos se encaminharam junto comi-go. Quanto às nossas famílias pater-nas, estas não ofertaram resistência.

– Que cargos você já exerceuanteriormente no Movimento Es-pírita?

Diretor de DIJ – Departamentode Infância e Juventude, conselhei-ro e presidente por cinco mandatosdo Centro Espírita Paz Amor e Ca-ridade, de Curitiba, no qual sou atu-almente conselheiro, membro doDepartamento Doutrinário e vice-Presidente; presidente da União Re-gional Espírita Metropolitana Les-te, de Curitiba, por dez anos; diretordo Departamento de AssistênciaSocial Espírita da FEP; 2º vice-Pre-sidente e 1º vice-Presidente da FEP.

– Dos três aspectos do Espiri-tismo – científico, filosófico e reli-gioso -, qual mais o atrai?

Todos os três aspectos me atra-em, eis que são indissociáveis, con-tudo tenho mais apreço pelo lado fi-losófico e religioso da doutrina.

– Que autores espíritas maislhe agradam?

Allan Kardec, Léon Denis, Ca-mille Flammarion, Gabriel Delanne,Wallace Leal Rodrigues, HermínioC. Miranda e, dentre os Espíritos,Emmanuel, Joanna de Ângelis eAmélia Rodrigues.

– As divergências doutrinári-as em nosso meio reduzem-se apoucos assuntos. Um deles diz res-peito ao chamado Espiritismolaico. Para você, o Espiritismo éuma religião?

Em princípio se deve registrar quea Doutrina Espírita é de livre exame.Assim, qualquer pessoa pode fazer ojuízo de valor que lhe aprouver; con-tudo, tenho a mais absoluta convic-ção da existência de Deus e de Suaação, logo todo o ato do pensamentoque nos liga a Deus, como bem defi-niu Emmanuel, é o sentimento reli-gioso da vida, dizendo ainda que re-ligião é o ato de ligar a criatura aoCriador, do latim religare. Dessa for-ma, por mais que queiramos negar osentimento de religiosidade, a reali-dade é que, ao falar da Justiça Divi-na e de suas consequências, o Espiri-tismo é todo religião, não no sentidode culto exterior como definiu o pró-prio Allan Kardec, mas no sentido daalma, do sentimento, ocasião em queele afirmaria taxativamente: “O Es-piritismo, Senhores, é sim religião,pois trata das Leis de Deus, sua Jus-tiça e a Vida Futura”. Respeito aque-les que assim não aceitam, mas pre-firo perfilar-me à corrente daquelesque compreendem que o Espiritismoé a materialização do ConsoladorPrometido por Jesus.

– Outro tema que suscita ge-ralmente debates acalorados dizrespeito à obra publicada na Fran-ça por Roustaing. Qual é sua apre-ciação dessa obra?

Com todo respeito às pessoasque imaginam serem as obras do Sr.Roustaing a revelação da revelação,eu não comungo dessas ideias nemdos ideais prescritos nessas obras.Não vejo nelas a isenção absoluta emface das diversas teologias, princi-palmente a teologia católica, mas oque mais repele nessas obras é a pos-sibilidade de o Espírito retrogradare animar corpos de animais e até de“lesmas”. Assim, prefiro as doutri-nas que pregam o progresso cons-tante, sem ilusões ou crendices

dogmáticas; e convenhamos: se asideias apregoadas por essas obrasfossem mesmo imortais, o roustain-guismo não tenderia a desaparecer,como de fato está acontecendo.

– A preparação do advento domundo de regeneração em nossoplaneta já deu, como sabemos,seus primeiros passos. Daqui aquantos anos você acredita que aTerra deixará de ser um mundode provas e expiações, passandoplenamente à condição de ummundo de regeneração?

Que o nosso planeta já se encon-tra na obra da regeneração de seushabitantes e por conseguinte delepróprio, não há dúvida, entretanto,falar em tempo se traduz em algo,para mim, impossível de precisar, atéporque temos ainda pela frente 990anos deste Terceiro Milênio; logo,não há pressa.

– Você acha válida a propostade Kardec pertinente à atualiza-ção periódica dos ensinamentosespíritas em face do avanço daCiência? Em caso afirmativo,como seria, a seu ver, implemen-tada essa medida?

Temos uma dificuldade grande deinterpretar as inovações e isso esten-do ao próprio pensamento doCodificador, Allan Kardec. Segundoo que penso, ele não poderia engessaro Espiritismo, como se fez ao longodo tempo com várias doutrinas que,dado o engessamento, formaram adep-tos e não fiéis lúcidos e conscientes.Quando o Codificador se referiu à atu-alização periódica, por certo detinhaa possibilidade de saber o que iriaocorrer no futuro, o que é explicávelno capítulo da presciência do livro AGênese, ou seja, que muitos outros Es-píritos viriam após ele e trariam no-vas revelações, novas verdades e no-

PÁGINA 8 PÁGINA 9O IMORTAL MAIO/2010MAIO/2010

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

[email protected] De Londrina

união ainda mais ampliada dos es-píritas paranaenses.

– Historicamente, a Federa-ção Espírita Brasileira moveu-sesob o signo do assistencialismo,orientado, sobretudo, pelo prin-cípio da caridade. Sem abando-nar isso, há, neste momento, nocaso do Paraná, uma tendênciamais articulada à educação e àevangelização das pessoas?

O caminho certo é o daautoiluminação, a ampliação do co-nhecimento, que leva inclusive a com-preender que a fé sem obras é estéril,como a figueira seca. Assim, a FEPcentra seu trabalho, em face dos es-píritas, na ampliação do conhecimen-to espírita e, em face dos necessita-dos, na promoção social, com instru-ção, pelo que, dentre suas atividades,há que se destacar a Escola Profissi-onal Maria Ruth Junqueira, que com-pleta este ano 50 anos de atividadeininterrupta e que opera hoje comduas unidades em Curitiba, com 34cursos profissionalizantes em três tur-nos, formando uma gama anual de16.000 alunos, de forma direta e emparceria com o setor público, maisprecisamente a Fundação de AçãoSocial do Município de Curitiba.

– O que você acha que os es-píritas podem fazer para que omovimento espírita atue de for-ma mais intensa junto aos diver-sos setores da sociedade?

Participando das ações comu-nitárias, envolvendo-se com asquestões sociais, e mesmo as ques-tões de políticas sérias, sejam pú-blicas ou ideológicas, estabelecen-do parcerias com os setores priva-dos e públicos, dando a sua contri-buição efetiva para uma sociedademais justa e mais fraterna. (Conti-nua na pág. 10 desta edição.)

Entrevista: Francisco Ferraz Batista

vas afirmações, desdobrando o con-teúdo da Codificação Espírita e for-mando um corpo maior doutrinário,como de fato ocorreu com as pessoasde desbravadores como André Luiz,Emmanuel, Joanna de Ângelis, só paracitar alguns. Mas o fato mais signifi-cativo é que o Codificador teve o cui-dado de dizer que o Espiritismo, comoDoutrina, é uma Ciência nova e dinâ-mica, é uma filosofia progressiva e éuma Religião da alma, que acompa-nhará as novas descobertas, pelo quereprisamos a sua fala, a saber: “O Es-piritismo, avançando com o progres-so, jamais será ultrapassado, porque,se novas descobertas lhe demonstra-

rem que está em erro acerca de umponto, ele se modificará nesse ponto;se uma verdade nova se revelar, ele aaceitará” (A Gênese, cap. I – Caráterda Revelação Espírita). Dessa forma,o apressamento de muitas pessoas emnão buscar entender esse fato tem le-vado ao açodamento de muitos quedizem estar o Espiritismo ultrapassa-do e que deve ser atualizado. Pergun-to: Onde? Não obtenho resposta, poistodos os avanços científicos e filosó-ficos do mundo hodierno, ao menosaté aqui, encontram eco nas verdadese orientações dispostas em O Livro dosEspíritos, o que não quer dizer que nãohaja verdades novas que poderão sur-

gir e às quais o Espiritismo poderá per-feitamente se adaptar e com elas ca-minhar lado a lado.

– Como você vê a questão daapometria?

Com respeito, respeito aliás quedevemos estender a todos, mas comprofunda preocupação no tocante àsua prática nos Centros Espíritas,dado que não é e nunca foi umametodologia espírita. Imperiosoreprisar que o Espiritismo é uma ci-ência, definida, testada e aplicada ese sustenta na revelação, através daUniversalidade dos Ensinos dos Es-píritos, ao passo que a chamada prá-tica da apometria é uma metodologianão-espírita que não tem sustentaçãocientífica nem sequer filosófica. Des-se modo, respeito quem queira utili-zar-se dessa prática, mas, por deverde respeito à Doutrina Espírita, aspessoas que desejam aprofundar-seem tal prática deveriam fundar umCentro Apométrico, porque Espiritis-mo ela definitivamente não é.

– Trata-se de uma técnicaassimilável pelas instituições espí-ritas filiadas à Federação Espíri-ta do Paraná?

Entendo que não deva ser. Nãoé essa a orientação que a FEP forne-ce às suas Instituições filiadas.

– Qual deve ser a atitude dosdirigentes espíritas relativamentea essa enxurrada de obrasmediúnicas de origem duvidosaque têm infestado o mercado depublicações espíritas nos últimostempos?

Devem os dirigentes espíritasadotar a atitude que se espera deles,ou seja, estudo permanente para sa-ber separar o que é bom do que nãoé, o que é doutrinário do que não é,e, a partir disso, a coragem de lutar

pela pureza doutrinária, o que podelevar a contrariar interesses pesso-ais e de grupos, conscientes de queesse tipo de interesse não constróidoutrina nenhuma, ao contrário, pro-duz fendas na Codificação Espírita.Ante nossos compromissos, cuide-mos muito para não cometermos ocrime de “lesa doutrina”, o que po-derá acontecer se aceitarmos essaenxurrada de inverdades.

– Em face da insistência comque alguns confrades têm-se ma-nifestado sobre os assuntos seguin-tes, perguntamos objetivamente:a) Você acredita que Kardec eChico Xavier sejam encarnaçõesde um mesmo Espírito? b) AndréLuiz e o médico Carlos Chagas se-riam uma mesma pessoa? c) Ocor-re gravidez entre Espíritos desen-carnados?

Todas essas ilações para mim sig-nificam perda de tempo e desvio defoco. Não comungo dessas interpre-tações e muito menos de obras queinovam em face do Mundo Espiritu-al, sem bases científicas e sem a ob-servância do método kardequiano.

– O movimento espírita emnosso Estado lhe agrada ou faltaalgo nele que favoreça uma melhordivulgação da Doutrina?

O movimento espírita do Paranáme agrada e muito. Há muitos anosque a Federação Espírita do Paraná(FEP) tem-se dedicado a organizarum movimento espírita doutrinaria-mente seguro, lógico, sensato, peloque o Paraná espírita, sem detrimen-to aos outros Estados, é reconheci-do, no contexto nacional, como ummovimento lúcido, sadio e operoso.Penso que o que faltava nele estamos,com os pares da Diretoria que assu-miu em 2008, conseguindo realizar,ou seja, um movimento de mais fra-

ternidade, de mais auxílio mútuo, sejaaos Centros Espíritas, seja às UniõesRegionais Espíritas, de modo que aFederação Espírita do Paraná, pode-mos dizer, com absoluta ressonânciaem todo o Estado, hoje é a Casa detodos os espíritas do Paraná, em queo Presidente e demais Diretores daFederação são trabalhadores iguaisaos demais trabalhadores dos CentrosEspíritas, sem radicalismo, semdivisionismo. A resposta disso tive-mos nesses dois anos e três meses degestão – portanto, em 27 meses –quando filiamos 34 novos CentrosEspíritas à FEP, numa proporção demais de um Centro por mês, ou seja,mais de 10% de todo o total filiado àFEP nos seus 107 anos de existên-cia. Essa é, seguramente, uma respos-ta que fala mais do que palavras.

– O que, na condição de presi-dente da Federação Espírita doParaná, você gostaria de fazer eainda não pôde fazer em nosso Es-tado?

Graças a Deus e a Jesus, e aindaaos Bons Espíritos, do que planeja-mos nada ficou por fazer. Tudo o queplanejamos encontrou perfeita resso-nância e apoio em todas as regiõesdo Estado e por esse motivo conse-guimos realizar. Temos, certamente,ainda muitos planos que, com o au-xílio de todo esse movimento coesoe operoso e da Espiritualidade supe-rior, haveremos de realizar. Aguarda-se para julho a inauguração oficial doCentro de Treinamentos Lins deVasconcellos em Balsa Nova, naGrande Curitiba, um complexo dehotelaria para 400 pessoas, com re-feitório, auditório, salas de apoio paraestudos etc., que já vem atendendocerca de 180 pessoas, o qual será ummarco na preparação dos trabalhado-res espíritas de todas as regiões denosso Estado, proporcionando uma

O presidente da Federação Espírita do Paraná diz que nossas prioridades devem ser a busca incessante do conhecimento, que liberta; a busca da paz íntima, mas acima de tudo a prioridade pelo amor

Francisco Ferraz Batista

O IMORTALPÁGINA 10 MAIO/2010

O Paracleto da promessa de Jesuschegou à Humanidade há pouco maisde 150 anos.

Foi necessário que as inteligênci-as se desenvolvessem, que a Ciênciase aprofundasse nas pesquisas de bus-ca das novas descobertas que lhe eramdesconhecidas para que ele pudesseser revelado e aceito pelos homens.

Passados 150 anos, agora com ocampo já preparado, é evidente o pro-gresso trazido com a nova doutrinabeneficiando a humanidade e, de for-ma especial os espíritas estudiosos quenessa altura já devem ter seguro co-nhecimento dos seus princípios bási-cos.

Com a melhor avaliação dos seuspostulados nos inteiramos do por queexistir: de onde viemos, por que aquiestamos e para onde iremos depoisdesta vida. Já nos encontramos melhorpreparados para o maior aproveita-mento da existência terrena. Sabemosque somos Espíritos imortais e que aTerra representa para nós a grande es-cola onde, por misericórdia de Deus,e também por alguns méritos própri-os, nos encontramos matriculados.

Para cursar a escola com aprovei-tamento não basta só a matricula. Épreciso estudar para aprender, pois docontrário a repetição de ano se tor-nará um pesadelo difícil de ser supor-

tado pelo estudante. Assim tambémacontece com o Espírito reencarnado.Não basta apenas o merecimento danova vida. É necessário aproveitá-lana elaboração da transformação mo-ral, pois se assim não for feito, quan-do se der o regresso para o mundoreal – que representa o final do ano –e se constatar que a oportunidade foiperdida, a consciência será o grandejuiz acusador do nosso desleixo, e aío arrependimento, acompanhado porsérios sofrimentos, pela nossa negli-gência no uso do próprio livre-arbí-trio.

Léon Denis em seu livro sempreatual “O Problema do Ser, do Desti-no e da Dor”, 9ª edição da FEB, pág.172, assim ensina a respeito da reen-carnação: “A que regras está sujeitoo regresso da alma à carne? As daatração e da afinidade. Quando umEspírito encarna, é atraído para ummeio conforme as suas tendências, aoseu caráter e grau de evolução. Asalmas seguem umas às outras eencarnam por grupos, constituem fa-mílias espirituais, cujos membros sãounidos por laços ternos e fortes, con-traídos durante existências percorri-das em comum. Às vezes esses Espí-ritos são temporariamente afastadosuns dos outros e mudam de meio paraadquirirem novas aptidões. Assim seexplicam, segundo os casos, as ana-logias ou dessemelhanças que carac-terizam os membros de uma mesmafamília, filhos e pais; mas sempre

aqueles que se amam tornam, cedoou tarde, a encontrar-se na Terra,como no espaço”.

Continua ele à fl. 212: “Por quemeio poremos em movimento as po-tências internas e as orientaremos paraum ideal elevado? Pela vontade! O usopersistente, tenaz, desta faculdade so-berana permitir-nos-á modificar a nos-sa natureza, vencer todos os obstácu-los, dominar a matéria, a doença e amorte”. Mais adiante ele afirma: “Avontade é a maior de todas as potên-cias; é em sua ação comparável aoimã. A vontade de viver, de desenvol-ver em nós a vida, atrai-nos novos re-cursos vitais; tal é o segredo da lei daevolução”.

Com essas lições trazidas por ummissionário do alto quilate de LéonDenis, o continuador da obramissionária de Kardec, nos tornamosmais conscientes do valor do conhe-cimento espírita e percebemos que nãoé bastante saber, é preciso fazer, nafeliz expressão de Tiago em sua epís-tola I: 22 e 25, quando ele afirma comabsoluta convicção: “Tornai-vos, pois,praticantes da palavra, e não somenteouvintes, enganando-vos a vós mes-mos. Mas aquele que considera aten-tamente a lei perfeita, lei da liberda-de, e nela persevera, não sendo ouvin-te negligente, mas operário pratican-te, esse será bem-aventurado no querealizar”.

Vemos assim ser importante o co-nhecimento dos princípios espíritas,

mas não se pode ficar só no conheci-mento. É necessário saber. Mas queele seja útil em nos ajudar nas mudan-ças a serem realizadas em nosso inte-rior, porque, se sabemos e não faze-mos o que o bem nos ensina, melhorfora não saber, para não sermos tribu-tados, com taxas de maior sofrimen-to, nas grades da culpa, segundo Em-manuel.

Mudar sentimentos não é fácil,reconhecemos. É dificultoso. Cus-ta sacrifício, renúncia e boa vonta-de. André Luiz, em “Os Mensagei-ros”, nos ensina que, quando dese-jamos fazer o bem, é preciso desejá-lo, procurá-lo, alimentá-lo, e só de-pois é que teremos condições de

“Não há como existirEspiritismo sem Jesus”

(Conclusão da entrevista publicada nas págs. 8 e 9.)– Como você analisa o nível da

criminalidade e da violência queparece aumentar em nosso Esta-do e como nós, espíritas, podemoscooperar para que essa situaçãoseja revertida?

A criminalidade e a violência sãodistúrbios de uma sociedade aindadoentia, e uma sociedade é doentequando a maioria dos Espíritos que acompõem também o é. Mas o fato nãoocorre somente em nosso Estado, esim em todo o mundo. Quanto maiso homem teimar em se afastar deDeus, o que significa descumprir assuas leis, mais a sociedade, como dizJoanna de Ângelis, se enfraquece eestertora. Às religiões sérias, e hávárias, dentre elas o Espiritismo, cabeo papel de debelar a ignorância dosEspíritos, fazer com que eles bus-quem sua melhoria íntima, falando-lhes de Deus, de suas Soberanas Leis,

acima de tudo a prioridade peloamor. Amar é o verbo que devemosconjugar em todos os segundos, mi-nutos e horas de nossa existência.Viver Jesus!... Não há como existirEspiritismo sem Jesus, sem as má-ximas de suas divinas orientações,porque será um Espiritismo semDeus, eis que o Mestre nos falou, háquase dois mil anos: – O que falo,falo por meu Pai, que Me enviou.Desse modo, o trabalho dos dirigen-tes espíritas deve ser incansável, pri-meiro, domando as imperfeiçõespróprias e, depois, doando-se na di-reção de difundir esse Consoladorque ampara e orienta, levanta e pro-move, sem cogitar de satisfaçõespessoais e interesseiras, que nosafastam da vera Doutrina e, portan-to, nos afastam do Cristo de Deus.(Marcelo Borela de Oliveira, deLondrina.)

Entrevista: Francisco Ferraz Batista

Cento e cinquenta anos de Espiritismo

83. Dificuldades na Polônia – OMinistro Benevenuto, da Regenera-ção, que havia chegado dois dias an-tes da Polônia, descreveu o quadrodoloroso que ele viu nos camposdaquela nação, invadida pelos sol-dados alemães. Tudo obscuro, tudodifícil. As vítimas entregavam-se to-talmente a pavorosas impressões enão ajudavam, apenas consumiam asforças dos diligentes assistentes es-pirituais que ali atuavam. Apesar dis-so, as tarefas de assistência imedia-ta funcionavam perfeitamente, a des-peito do ar asfixiante, saturado devibrações destruidoras. O campo in-visível da batalha era verdadeiro in-ferno de indescritíveis proporções,esclareceu o Ministro. Aos fluidosvenenosos das metralha, casavam-seas emanações pestilentas do ódio, eisso tornava quase impossível qual-quer auxílio. Quando algum militaragressor desencarnava, era logo do-minado por forças tenebrosas e fu-gia dos Espíritos missionários. A fal-ta de preparação religiosa constituía,no seu entendimento, a causa de se-melhante calamidade. (Cap. 43, pp.238 a 241)

Frases e apontamentosimportantes

CXLIII. É elevada a porcenta-gem de existências humanas estran-guladas simplesmente pelas vibra-ções destrutivas do terror, que é tãocontagioso como qualquer moléstiade perigosa propagação. O medo éum dos piores inimigos da criatura,por alojar-se na cidadela da alma,atacando as forças mais profundas.(Narcisa, cap. 42, pág. 231)

CXLIV. A Governadoria colocao treinamento contra o medo muito

acima das próprias lições de enfer-magem. A calma é garantia do êxi-to. (Narcisa, cap. 42, pág. 232)

CXLV. O Governador sempreestimou as atitudes patriarcais, con-siderando que se deve administrarcom amor paterno. (Salústio, cap.42, pág. 233)

CXLVI. Elevemos ao máximonosso padrão de coragem e de espí-rito de serviço. Quando as forças dasombra agravam as dificuldades dasesferas inferiores, é imprescindívelacender novas luzes que dissipem,na Terra, as trevas densas. (Gover-nador, cap. 42, pág. 234)

CXLVII. Nas organizações co-letivas, é forçoso considerar a me-dicina preventiva como medida pri-mordial na preservação da paz inter-na. (...) Não podemos hesitar no quese refere à defesa do bem. (Gover-nador, cap. 42, pág. 235)

CXLVIII. Nossa tarefa essenci-al é de confraternização e paz, deamor e alívio aos que sofrem. (...)Interpretaremos todo mal como des-perdício de energia e todo crimecomo enfermidade d’alma. “NossoLar” é um patrimônio divino, queprecisamos defender com todas asenergias do coração. Quem não sabepreservar, não é digno de usufruir.(Governador, cap. 42, pág. 235)

CXLIX. Será sempre possívelatender aos loucos pacíficos, no lar;mas que remédio se reservará aosloucos furiosos, senão o hospício?(...) É razoável, portanto, que as mis-sões de auxílio recolham apenas ospredispostos a receber o socorro ele-vado. (Benevenuto, cap. 43, pág.240) (Continua no próximo núme-ro.)

Nosso LarAndré Luiz

(Conclusão da página 5.)

do erro e das suas consequências, dador e do seu papel de agente de corre-ção, e da esperança da felicidade.Quando pudermos pacificar o nosso es-pírito, aí seremos também pacificado-res dos outros e, por consequência, dasociedade terrena, e o crime desapare-cerá, como também a violência. Mas,para que isto aconteça, é necessáriomuito esforço individual e coletivo.

– Em face de todos os problemasque a sociedade terrena está enfren-tando – terrorismo, corrupção, de-sigualdades sociais, consumo desen-freado de drogas, guerras incessan-tes – qual deve ser a prioridade dosque dirigem atualmente o movimen-to espírita no âmbito municipal, re-gional e nacional?

São muitas as prioridades: a bus-ca incessante do conhecimento, queliberta; a busca da paz íntima, mas

ÉDO [email protected]

De Matão

realizá-lo. Há uma sequência de ati-tudes para se chegar ao f imcolimado.

Ele ensina ainda que o ensinamen-to de Jesus “batei e abrir-se-vos-á” émuito extenso. No plano da carne, in-sistimos à porta das coisas exteriores,procurando facilidades e vantagens,mas no mundo espiritual temos de ba-ter à porta de nós mesmos, para en-contrar a virtude e verdadeira ilumi-nação.

Portanto, queridos amigos espíri-tas conhecedores do Espiritismo, fi-quemos alertas com o que estamosfazendo com o nosso saber, pois, se-gundo Jesus, “muito será pedido aquem muito foi dado”.

Estudando a série André Luiz

O IMORTALMAIO/2010 PÁGINA 11

Cambé – Todas as quartas-feiras, às20h30, o Centro Espírita Allan Kar-dec promove em sua sede, na RuaPará, 292, um ciclo de palestras, compalestrantes especialmente convida-dos. Eis a programação a ser cum-prida no mês de maio:Dia 5 - Gilberto F. Coutinho(Cambé)Dia 12 - José Antônio Vieira dePaula (Cambé)Dia 19 - Dorothéia Cristina Ziel Silveira (Londrina)Dia 26 - Lannes Csucsuly(Maringá).

Curitiba – Realizou-se no dia 25 deabril, no Teatro da FEP, uma pales-tra proferida por Marcelo Koling,que abordou o tema “Encontrando osentido existencial”.– Está programado para o dia 15 demaio o seminário “Distúrbios men-tais, obsessão e a Casa Espírita”, sobcoordenação de Maria da GraçaRozetti e Marlon Reickdal. O even-to ocorrerá no Centro Espírita Mis-sionários da Luz (Rua Nicarágua,978), das 15h às 19h. Serão aborda-dos diferentes casos de transtornosmentais e obsessões que buscam au-xílio na Casa Espírita e os procedi-mentos da equipe de atendimento es-piritual.

Londrina – Inicia-se no dia 1º demaio, sábado, mais um Ciclo de Pa-lestras promovido pela União dasSociedades Espíritas de Londrina –USEL.Eis o programa completo a ser cum-prido em maio: Dia 1º – Sábado, 15hGlória MasseiTema: A PreceCasa Fabiano de CristoDia 2 – Domingo, 9h30Roberto CamargoTema: ResponsabilidadeC. E. MeimeiDia 7 – Sexta, 20hMarinei e “Coral Espírita NossoLar”Tema: A Mulher na HistóriaCentro Espírita Nosso larDia 8 – Sábado, 15hDrª. Ângela TerezaTema: Estudos EvangélicosNúcleo Espírita Hugo GonçalvesDia 8 – Sábado, 20h

Palestras, seminários e outros eventosMarcelo SenedaTema: Viver em PazC.E. Amor e CaridadeDia 11 – Terça, 20hManoel FigueiredoTema: A PreceSociedade de Divulgação EspíritaMaria de NazaréDia 14 – Sexta, 20hMarcelo CazetaTema: Fora da Salvação não há Sal-vaçãoC.E. Aprendizes do EvangelhoDia 15 – Sábado, 14h30Jonatas BerangerTema: Cristo ConsoladorNúcleo Espírita Irmã ScheillaDia 16 – Domingo, 09h30Marinei e “Coral Espírita Nosso Lar”Tema: Exemplos de CristoCentro Espírita Anita Borela de Oli-veiraDia 18 – Terça, 20hPaulo Fernando de OliveiraTema: Bem-Aventurados os AflitosC.E. Allan KardecDia 20 – Quinta, 19h50Luiz Cláudio PereiraCentro de Estudos Espirituais Vinhade LuzDia 21 – Sexta, 20hMaria Eloíza FerreiraTema: Chico Xavier e as Característi-cas do Homem de BemC. E. Caminho de DamascoDia 22 – Sábado, 15hAntonio SavianiTema livreComunhão Espírita Cristã de Londri-naDia 27 – Quinta, 20hEquipe do DIJ da USELTema: A Importância da Evangeliza-çãoC. E. Bom SamaritanoDia 28 – Sexta, 20hAngélica AraújoTema livreCentro Espírita Maria de Nazaré.

Arapongas – Realiza-se no mês dejunho próximo o 62o Mês Espírita deArapongas, que terá como palestrantesos confrades Júpiter Villoz da Silveira,Astolfo O. de Oliveira Filho, CéliaXavier Camargo e Allan KardecMoreira. As palestras serão realizadasàs terças-feiras, às 20h, no Centro Es-pírita Fé, Luz e Caridade, situado naRua Drongo, 833. Eis a programação:

Dia 1º - Júpiter Villoz da Silveira(Londrina-PR)Dia 8 - Astolfo O. de Oliveira Filho(Londrina-PR)Dia 15 - Célia Xavier de Camargo(Rolândia-PR)Dia 22 - Coral Estrelas da Paz(Arapongas-PR)Dia 29 - Allan Kardec Moreira(Faxinal-PR)Após as palestras haverá sorteio delivros espíritas e a tradicional confra-ternização.

Cascavel – A 10ª URE - União Re-gional Espírita promove em maioum seminário que será ministradopelo confrade Cosme Massi. Oevento ocorre nos dias 8 e 9 demaio. No sábado (dia 8), das 14h30às 17h30 e 20h às 22h; e domingo(dia 9), das 9h ao meio-dia, no Sa-lão de Eventos do Hotel Copas Ver-des. Mais informações pelo telefo-ne (45) 9973-6700.

Foz do Iguaçu – Realizou-se no dia25 de abril o Seminário “Pais e Evan-gelização: Desafio de Urgência”, sobcoordenação da Equipe DIJ/FEP. Fo-ram tratados aspectos como a forma-ção do lar e missão dos pais, educa-ção à luz da Doutrina Espírita, o apoioindispensável dos pais na tarefa daevangelização, a ação conjunta da fa-mília e Instituição Espírita.

Jacarezinho – O Centro Espírita“João Batista” e o Centro Espírita“Nosso Lar” realizam em maio, comode hábito, novo ciclo de palestras es-píritas abertas ao público. As pales-tras iniciam-se sempre às 20 horas.Eis a programação no Centro Espírita“João Batista”:Dia 3 - José Aparecido Sanches -Tema: Aproveita.Dia 7 - José Lázaro Boberg - Tema:Dívida de amorDia 10 - Maria Luíza Boberg. - Tema:No sustento da pazDia 14 - João Maria Martins - Tema:A portaDia 17 - José Aparecido Sanches -Tema: ContrariedadesDia 21 - José Lázaro Boberg - Tema:No bom combateDia 24 - Aparecido Luiz Silva - Tema:O desapertar da consciênciaDia 28 - Elaine Campos Guijarro

Rodrigues - Tema: A importância dapreceDia 31 - João Maria Martins - Tema:Lei do Retorno.No Centro Espírita “Nosso Lar” ocor-rerão as seguintes palestras:Dia 7 - José Lázaro Boberg - Tema:No bom combateDia 14 - José Aparecido Sanches -

Tema: AproveitaDia 21 - Maria Luiza Boberg - Tema:No sustento da pazDia 28 - João Maria Martins - Tema:A porta.

Paranaguá – Realiza-se no dia 15 demaio o seminário “Compromisso Dou-trinário na Comunicação Social”, soba coordenação de Maria HelenaMarcon. O evento acontece na CasaEspírita Paz e Luz (Rua MestreLeopoldino, 233), das 15h às18h. Oseminário abordará a orientaçãokardequiana; as orientações do Mode-lo e Guia e a seleção de obras espíri-tas (critérios).

Paranavaí – Realiza-se no dia 2 demaio o seminário “Estratégias doModelo e Guia na Exposição Doutri-nária”, coordenado por Maria HelenaMarcon. O evento acontece no Cen-tro Espírita Fé, Amor e Caridade (RuaGuaporé, 1.576), das 8h30 às 12h30.Serão abordados: o ensino oral; o am-biente, o conforto, a disposição paraouvir; a autoridade da palavra: a mo-ral, o saber, o fomento da verdade.São José dos Pinhais – Foi realizadono dia 24 de abril o seminário “Aten-dimento Fraterno – questões sobre a

técnica e a ética”, coordenado porMaria da Graça Rozetti. O eventoaconteceu no Centro Espírita Cami-nho do Evangelho e foram aborda-dos diversos aspectos relacionadosà postura do atendente enfocando asquestões técnicas e ética no atendi-mento pautada nos princípios daDoutrina Espírita.

Sertanópolis – Está programadopara o mês de maio o “Mês Espíritade Sertanópolis”, que começa no dia6 de maio, no Centro Espírita BomSamaritano (Rua Goiás, 290). Aspalestras ocorrem todas as quintas-feiras do mês, a partir das 20h. Oevento é uma promoção da 5ª UREcom apoio da FEP.

Umuarama – Realiza-se no dia 1ºde maio o “Seminário Mediunidade- como agir e entender esta faculda-de?”, coordenado por César LuizKloos. O evento será realizado noCentro Espírita Allan Kardec, vol-tado principalmente para trabalhado-res da casa espírita, participantes degrupos de estudos, dirigentes e inte-ressados em geral, desde que porta-dores de conhecimentos doutrinári-os básicos.

Uraí - Está programado para o mêsde maio o “Mês Espírita de Uraí”,que se inicia no dia 6 de maio, naComunhão Espírita Cristã de Uraí(Avenida Brasil, 1.193). As palestrasocorrem todas as quintas-feiras domês, a partir das 20h. O evento éuma promoção da 5ª URE com apoioda FEP.

O IMORTALPÁGINA 12 MAIO/2010

ELSA [email protected]

De Londres (Reino Unido)

Os leitores que acompanham asedições trimestrais do Boletim doConselho Espírita Internacional(CEI) podem observar, a cada nú-mero, informações do lançamentode novos títulos de livros espíritaspublicados pela EDICEI, que é aEditora do CEI.

Recebemos de diversos leito-res a manifestação de alegria aodescobrir livros no idioma procu-

rado, desejando obter novos títu-los, que ainda não estão traduzi-dos, dada a gama imensa de títu-los dos quais há um compromissode traduzir e deixar vir a lume.Essas são as obras-primas da lite-ratura espírita, como as obras bá-sicas compiladas por Allan Kar-dec, as obras de Léon Denis,Gabriel Delanne, Francisco Cân-dido Xavier (especialmente a co-leção “No Mundo Espiritual”, di-tada pelo Espírito André Luiz),entre outras obras complementa-res.

Sabemos dos anseios e da urgên-cia de todos em poderem ler essasobras em seus idiomas, mas aindase encontram algumas dificuldadesem poder se ter tradutores espíritascredenciados, habilitados em todosos idiomas. Existe uma enorme boavontade de brasileiros que se ofere-cem para traduzir ao inglês, francês,espanhol etc., mas vale lembrar queobras a serem publicadas, para atin-gir o público leigo, devem ter o mí-nimo de erros e o máximo de boatradução. Nem sempre o que é tra-duzido para o idioma do país, poruma pessoa estrangeira de outro idi-oma, traz a informação correta, paraser bem entendida.

Podemos falar sobre isso, já quefizemos um esforço em publicar obrasespíritas no idioma inglês, contandocom a boa vontade de tradutores bra-sileiros. Assim, para que se tenhamobras espíritas traduzidas, fiéis às ori-ginais em sua essência, pensemos emajudar o CEI de forma que se pos-

Crônicas de Além-Mar

É preciso mais livros espíritas no idioma de cada país

ELSA ROSSI, escritora e pales-trante espírita brasileira radicada emLondres, é 2ª Secretária do Conse-lho Espírita Internacional, diretorado Departamento de Unificaçãopara os Países da Europa, organis-mo do Conselho Espírita Internaci-onal e secretária da British Unionof Spiritist Societies (BUSS).

sam contratar tradutores do país, re-visores espíritas que falem o idiomado país. Há um custo para tudo isso,e a melhor forma de ajudarmos seráatravés da doação feita diretamenteao CEI, na manutenção de seus pro-pósitos maiores que é o de unificar,manter cursos, visitação aos países,promoção de eventos em que são co-locadas à disposição do público localas obras publicadas.

As obras de Chico Xavier/André Luiz traduzidas ao russoforam feitas diretamente da tradu-ção feita do português ao francês.As obras básicas foram traduzidasao russo, também diretamente dosoriginais em francês.

Indico a todos que possam fa-zer uma visita à Web o sitewww.isc-europe.org, em que pode-rão ler o Boletim do CEI em Espa-nhol, Português e Inglês, e, assim,ver, além das notícias, todos os tí-tulos de livros publicados pelo CEIaté o presente momento.

Deixo aqui também a informa-ção de que em breve será passadoa todos o endereço eletrônico doPortal do Conselho Espírita Inter-nacional, que será muito ativo eatual, e dará condições de passar ainformação atualizada a todos osinternautas, espíritas ou curiosos,que poderão também optar por co-laborar, contribuir para que esseórgão, criado em 1992, idealizadopor Allan Kardec, venha cumprircada vez mais com galhardia a suafinalidade maior: divulgar a Dou-trina Espírita para os irmãos de to-das as terras.

Mesmo tendo certeza de quea alma não morre nunca e conti-nua viva após a morte, a perdados entes queridos é sempre cau-sa de dor e sofrimento.

A propósito, Allan Kardec, naquestão 934 de O Livro dos Es-píritos, perguntando aos Benfei-tores Espirituais “se a perda dosentes que nos são caros não cons-titui para nós legitima causa dedor, tanto mais legítima quanto éirreparável e independente danossa vontade”, recebeu a seguin-te resposta:

“Essa causa de dor atinge as-

sim o rico, como o pobre: repre-senta uma prova ou expiação, ecomum é a lei. Tendes, porém, umaconsolação em poderdes comuni-car-vos com os vossos amigos pe-los meios que vos estão ao alcan-ce enquanto não dispondes de ou-tros meios mais diretos e maisacessíveis aos vossos sentidos”.

Pois bem, recebi a consolação aque se refere essa resposta de minhafilha Alcíone Mattoso Monteiro,desencarnada com 2 anos e 4 mesesde idade, através de mensagempsicofônica transmitida pela mé-dium Aracy em dezembro de 1961,no Centro Espírita Discípulos deAllan Kardec (Rua Cabuçu, 28 –Casa 12 – Lins de Vasconcelos).

Alcíone desencarnou em virtu-de de um tumor cancerígeno loca-

lizado no sistema neurovegetati-vo.

Eis um trecho da mensagemque foi gravada, a qual recebeu otítulo “Eu não morri”:

“Meus amigos, hoje me foipermitido vir falar-vos, vir dizer-vos que a Lei da Reencarnação éuma bênção! É ela que faz comque paguemos as nossas dívidas.E foi assim, pela encarnação últi-ma que tive na Terra, que acabeide pagar uma dívida muito gran-de. Eu deixei o meu corpo poração de uma enfermidade que aba-lou a todos, mas meu espírito estáliberto”. Os leitores que desejarema íntegra da mensagem, podemsolicitá-la pelo e-mail abaixo.

Certa noite, ao orar antes dedormir, Alcíone aproximou-se demim e, mentalmente, passou afalar sobre o valor da reencarna-ção. Após isso, revelou-me que acausa do seu câncer foi “Mater-nidade Criminosa”, isto é, a prá-tica de abortos em vidas anterio-res.

Vale esclarecer que o tumorabrangeu toda a região pélvica,onde os filhos são gerados.

A dor da perda dos entes queridos

Eu te entendo, Jesus

Sei o que queres, meu Jesus, que eu faça:

Que o bem semeie em cada coração,

Que a cada companheiro estenda a mão

E que o bem que eu fizer me satisfaça!

No pensamento, agora, já me passa

Alguma ideia, alguma intuição;

Pego a caneta e nasce esta lição

Que alguém ensina e que minha mão me traça.

Ouvindo a tua voz, vou, com certeza,

Espalhando alegria, em correnteza

De emoção que evitar eu não consigo.

Assim procedo sem querer ser grande,

Mas o meu pensamento em luz se expande

Por influência desse grande amigo!

Do livro “No Trilhar da Vida”, do poeta citado.

JOSÉ VIANA GONÇALVESDe Campos dos Goytacazes, RJ

GERSON SIMÕESMONTEIRO

[email protected] Rio de Janeiro

O IMORTALMAIO/2010 PÁGINA 13

Numa conversa fraterna com umbondoso casal amigo, de pequenacidade do estado de São Paulo, foi-nos confidenciado como se tornaramespíritas, numa época em que nãotínhamos as facilidades de hoje.

Permitiram-nos contar sua his-tória.

Em 1959, quando se casaram,dez dias após o casamento, a espo-sa, saudável até então, uma das mo-ças mais belas da cidade, começoua ter terríveis quadros convulsivos.Na época, o marido, que ficticiamen-te chamaremos de José, era católicoconvicto, da Congregação Mariana– andava, até, com a gravata queidentificava o fato. Ela também, aquem nominaremos Beatriz, igual-mente católica ferrenha.

Ficaram compungidos com a do-ença. Foram ao médico, que lhes deuo diagnóstico de epilepsia, dizendoque não havia cura para o quadro eque ela deveria tomar Gardenal parao resto da vida.

A despeito do tratamento, asconvulsões eram frequentes e fortes,

a ponto de a família se revezar paraque ela não ficasse sozinha.

Uma senhora, amiga da família,os orientou a procurar socorro numCentro Espírita, alegando, dada a suaexperiência, que se tratava de um casode influência espiritual. Por desespe-ro, eles venceram o preconceito e fo-ram. No Centro Espírita, foram ori-entados a manter a medicação e to-mar passes, fazer o Evangelho emcasa e estudar o Espiritismo.

Beatriz, cansada da medicação,que a deixava sonolenta e como queobtusa no raciocínio, resolveu parara medicação por conta própria.

Faziam o Evangelho regularmen-te e enfrentavam serenamente a opo-sição severa da família pela novacrença.

Beatriz começou a sonhar que seencontrava com um Espírito que ti-nha muito ódio – uma mulher – queela descobriu ter sido esposa de seumarido em encarnação anterior.

Foram muitos anos de estudo eevangelho. Foram se educando noEspiritismo, amansando-se, tornan-do-se melhores. As crises convulsi-vas foram diminuindo até pararemtotalmente.

Um dia, Beatriz sonhou com esse

Espírito, que lhe disse que tinha con-seguido perdoá-los e que ainda da-ria muitas alegrias a eles. Beatriz viua feição da jovem, que se revelou decabelos claros e luminosos e de ex-pressivos olhos azuis. Ela fixou bemo olhar.

Passaram-se os anos. O únicofilho do casal se casou. Quando nas-ceu a primeira neta, eles foramvisitá-la – tinha dois dias. Beatriz apegou no colo e ela abriu os olhos esorriu – com apenas dois dias! Eramos mesmos luminosos olhos azuisque ela fixara na memória. Ali esta-va o Espírito que os havia perdoa-do, em seus braços.

O casal nos contou que essa netaos adora, tem uma ligação especialcom o avô, e hoje é uma adolescentedócil e meiga, sempre a agradá-los.

Um amor imenso com eles e,para completar, não há ninguém dafamília, nem paterna, nem materna,que tem olhos azuis. Ela recebeu aherança genética de ambos os pais eachou um jeito de se identificar.

Esse casal, já de idade, é exem-plo de trabalhadores perseverantesna cidade onde moram, na seara doEspiritismo. São felizes, recebem-nos com alegria, agindo como os

cristãos dos primeiros tempos, e nossentimos à vontade como eles, comose da família. A grande família espi-ritual, a família espírita.

O amor redimirá as criaturas efará da Terra um mundo melhor, ummundo de regeneração.

Como somos felizes pelo conhe-cimento espírita!

Oportunidade aproveitadaJANE MARTINS VILELA

[email protected] Cambé

A figueira estéril

Conheci em vida o Prof. Dr.Carlos de Toledo Rizzini. Eu o co-nheci em 1963, quando era eu bol-sista do Herbário Bradeanum, eestagiava com o colega e amigoAntonio Sobreira, no silêncio dassalas de aula e das árvores do fa-moso Jardim Botânico do Rio deJaneiro, uma das criações de DomJoão VI para dar emprego ao mun-do de cortesãos que fugiam das tro-pas de Napoleão Bonaparte, emjaneiro de 1808.

Quando antes do Natal de1977, o saudoso Frederico Gianini,assessorado pelo ora sumido RuyPaiva Cintra, relatei este momen-to feliz da minha vida acadêmicana antiga Universidade do extintoestado da Guanabara; e a EdicelLtda., do citado Gianini, cortoueste começo de prefácio ao livroEvolução para o Terceiro Milênio,da lavra do referido médico e pro-fundo conhecedor de Botânica, arainha das ciências, na opinião dofilósofo grego Aristóteles, no sé-culo de Péricles, quatrocentos anos

CELSO [email protected]

Do Rio de Janeiro

antes de Cristo. Fase de ouro damagna Grécia!...

Uma vez aposentado, Rizzini pas-sou a morar na Barra da Tijuca, antesde a corrida das imobiliárias ali ergue-rem os espigões sem esgoto. Cala-te,boca! E vira e mexe me escrevia umacarta fraterna, ele que dominava commaestria o castelhano, o francês, o in-glês, o alemão, e até o latim, além deentendido das árvores do Brasil, notempo em que havia a Mata Atlânti-ca, a Floresta Amazônica.

Para surpresa minha, em seu li-vro sobre ciência e religião, lança-do pela Lake (Livraria Allan KardecEditora), creio que muito depois doLino Batista ou Ranieri (ou seriapela Casa Editora O Clarim? Agoravocê me pegou pelo pé, pois escre-vo de memória e esta anda meio ba-leada) – declara o Rizzini (O Carlos,irmão do jornalista Jorge, ambos dooutro lado da vida) que Jesus teriaenviado pensamentos negativos paraa pobre figueira, que estava sem fru-tos por ser exatamente uma épocado ano quando as figueiras não fru-tificavam em terras da Palestina,dois milênios atrás. Hoje, 2009, se-riam destruídas pelos ataques entrepalestinos e israelitas.

Pena me foi ter lido isto depoisque o Carlos voltou ao mundo espi-ritual. Talvez esteja ao meu lado nes-ta minha luta contra o teclado davetusta Olivetti B línea 98 que oArnaldo Camargo me enviou viasedex, lá de Capivari, São Paulo, nosanos 90 do século passado, ao saberque a minha Remington estava que-brada, não havendo no Rio de Janei-ro (capital) peças de reposição, di-ante da falência da referida firma. Atéporque agora o povo manda i-meioou e-mail. É a era do computador.

Creio que Jesus, sendo um Es-pírito altamente superior, teria con-dições de saber que aquela pobreárvore da família dos Moráceas(como também são a jaqueira, a fru-ta-pão, o cânhamo, o lúpulo, asecrópia, ou imbaúba, que mostraestarmos diante de uma mata secun-dária) – como vinha eu escreven-do, creio que Jesus teria visto queestava quase extinto o fluido vitaldaquela árvore, assunto analisadopor Kardec em O Livro dos Espíri-tos, nas perguntas iniciais. Logo,mais dia, menos dia, morreria semos fluidos de Jesus... (Cartas: Cai-xa Postal 61003, Vila Militar, Riode Janeiro, RJ, CEP 21615-970.)

“O amor cobre uma multidão depecados”, disse-nos o apóstoloPedro, e um dia ele reunirá todas ascriaturas num mesmo ideal.

Felizes os que aproveitam asoportunidades, como o José e aBeatriz, melhorando-se e cultivan-do amigos com a bondade que reve-lam.

Histórias quenos ensinam

Neste mês, apresentaremos umimportante ensinamento transmi-tido por Chico Xavier durante en-trevista concedida a HebeCamargo, em rede nacional, na TVBandeirantes, na noite de 20 dedezembro de 1985, com a partici-pação de Nair Belo.

Esta entrevista está registradano livro “Jesus em Nós”, editadopelo GEEM, de São Bernardo doCampos.

Nair pergunta a Chico se umfilho excepcional é um carma,uma prova para os pais. E Chicoassim responde:

“Nair, a criança excepcionalsempre me impressionou pelo so-frimento de que ela é portadora,não somente em se tratando delamesmo, mas, também, dos pais eisso tem sido o tema de várias con-versações minhas com o nossoEmmanuel, que é o guia espiritu-al de nossas tarefas, e ele, então,diz que, regra geral, a criança ex-cepcional é o suicida reencarnado,reencarnado depois de um suicí-dio recente, porque a pessoa quan-do pensa que se aniquila, está ape-nas estragando ou perdendo a rou-pa que a Providência Divina per-mite de que ela se sirva durante aexistência, que é o corpo físico.

A verdade é que ela em si é umcorpo espiritual; então, os rema-nescentes do suicídio acompa-nham a criatura que praticou aautodestruição para a vida do MaisAlém.

Lá se demora algum tempoamparada por amigos que todacriatura tem, afeições por todaparte, mas volta à Terra com osremanescentes que ela levou da-qui mesmo, após o suicídio.

JOSÉ ANTÔNIOV. DE PAULA

[email protected] Cambé

Se uma pessoa espatifou o crâ-nio e se o projétil atingiu o centroda fala, ela volta com a mudez. Seatingiu apenas o centro da visão,ela volta cega, mas se atingiu de-terminadas regiões mais comple-xas do cérebro, ela vem em plenaidiotia e aí os centros fisiológicosnão funcionam.

A Endocrinologia teria de fa-zer um capítulo especial para es-tudar uma criança surda, muda,cega, paralítica, porque aí a cria-tura feriu a vida no santuário davida que é a parte mais delicadado cérebro.

Se ela suicidou-se, mergulhan-do-se em águas profundas, elavem com a disposição para oenfisema, um enfisema infantil ouda mocidade, ou dos primeirosdias de vida.

Se ela, por exemplo, se enfor-cou, ela vem com a paraplegia,depois de uma simples queda quetoda criança cai do colo da ama,do colo da mãezinha; então, quan-do o processo é de enforcamento,vem mais fraca e, numa simplesqueda, a criança é acometida pelaparaplegia.

E nós vamos por aí. Outrascrianças que vêm completamenteperturbadas; a esquizofrenia, porexemplo, diz-se que é o suicídiodepois do homicídio. O comple-xo de culpa adquire dimensõestamanhas que o quimismo do cé-rebro se modifica e vem aesquizofrenia como uma doençaverificável, porque através dos lí-quidos expelidos pelo corpo é pos-sível detectar os princípios daesquizofrenia.

Mas a esquizofrenia é o homi-cida que se fez suicida, porque ocomplexo de culpa é tão grande,o remorso é tão terrível que aqui-lo se reflete na própria vida físicada criatura durante algum tempoou muito tempo”.

O IMORTALPÁGINA 14 MAIO/2010

O passeioPreocupada com seus afazeres,

a mãe corria de um lado para ou-tro, apressada.

Estela era professora e tinhaque trabalhar numa escola do bair-ro depois do almoço. Então, preci-sava correr com o serviço domés-tico de modo a deixar tudo pronto.

Mexia as panelas que estavamno fogão, no preparo do almoço.Varria a casa e colocava tudo emordem, atenta aos menores detalhesda limpeza.

Nesse momento, Carla, meni-na de cinco anos de idade, aproxi-mou-se e, puxando a barra da saiada mãe, disse:

— Mamãe, vamos passear?— Agora não dá, filhinha.Começando a chorar, a garoti-

nha bateu o pé, exigente:

No segundo domingo demaio comemoramos o Dia dasMães.

Na verdade, todos os diasdeveriam ser dedicados àsMães, porque não há um só diaem que ela não esteja pensandoou trabalhando a benefício dafamília.

Quando a gente acorda, o cafécom leite e o pãozinho fresco jáestão na mesa nos aguardando. Ouniforme lavado e passado nagaveta, os tênislimpos, o lanchepara a escola estápronto. Tudo arru-mado.

Ao voltarmosda escola, o almo-ço estará pronto,feito com amor, dojeitinho que a gen-te gosta.

Às vezes fica-mos bravos quan-do ela cobra algu-ma coisa que de-veríamos ter feitoe não fizemos.Achamos que elaestá se tornandochata e implican-te.

Na verdade,esse é o papel das mães. Alguémtem que ser responsável pela casae pelos filhos, para que tudo fun-cione da melhor maneira.

Como a mãe fica mais tempocom os filhos, pois o pai passamais tempo fora de casa traba-lhando, é ela que assume essepapel.

E, muitas vezes, é ela que fazo papel de mãe e de pai, acumu-lando as funções de profissionale dona de casa.

Às mães,nossa gratidão!

— Mas eu quero passear! Euquero! Eu quero!

A mãe, muito atarefada, res-pondeu brava:

— Você é uma menina muitomalcriada. Não merece passear. Vábrincar, Carla, e me deixe fazer oserviço. Senão, ficará de castigo!

A garota, ouvindo as palavrasda mãe, arregalou os olhos e obe-deceu, assustada. De cabeça bai-xa, cheia de tristeza, foi para seuquarto.

Alguns minutos depois, Estelapassou pela porta do quarto da fi-lha e resolveu entrar, para ver o queela estava fazendo. EncontrouCarla sentada no chão. Com a bo-neca preferida nas mãos, a meninachacoalhava o brinquedo, com rai-va, dizendo:

— Você é uma menina muitomá, está ouvindo? Muito má, mes-mo. Mamãe não gosta de você. Porisso, não merece passear.

Naquele instante, ao ver a rea-ção de Carla com a boneca, o tra-tamento que estava dispensando aoseu brinquedo predileto, Estelacompreendeu como agira mal coma própria filha, e percebeu que apequena estava transferindo para aboneca o tratamento que receberadela, sua mãe.

Abalada, entrou no aposento,aproximou-se, pegou a criança emseus braços, colocou-a de pé comimenso carinho.

Assim, a nossa gratidão portudo o que temos recebido de nos-sas mães.

Existem mães que partirampara a espiritualidade deixandoseus filhos aqui na Terra, e filhosque estão separados das mãesporque foram eles que partirammais cedo para o mundo espiri-tual. De qualquer modo, a sepa-ração é sempre dolorosa e a sau-dade intensa.

O importante é lembrar quea morte nãoexiste e queem qualquerlugar ondee s t e j a m ,mães e filhospoderão sereencontrar,se abraçar ematar a sau-dade da sepa-ração.

Porque oamor não ter-mina nunca,p e r m a n e c emais vivo eforte, ondequer que nóse s t e j a m o s ,próximos ouseparados.

A nossa gratidão eterna portudo o que temos recebido dasnossas mães. Sentir que o melhorpresente que possamos dar a elasé aquele que o dinheiro não com-pra: o amor, o carinho, a alegria,o respeito, a consideração, a gen-tileza, a compreensão, a paciên-cia e muito mais.

Um abraço a todas as mães,desejando-lhes, do fundo do co-ração, um FELIZ DIA DASMÃES!

— Filhinha, a mamãe ama mui-to você, muito mesmo. Você é umamenina boa, querida e afetuosa.Desculpe a mamãe pelas coisasque lhe disse. Às vezes os adul-tos, quando estão cheios de servi-ço, não sabem o que dizem. Ma-mãe gostaria muito de passear comvocê, é o que mais queria fazer nomomento. Mas, infelizmente, ago-ra não posso. Você entendeu, mi-nha filha?

A menina, que ouvia atenta-mente as palavras da mãe, respon-deu:

— Entendi, mamãe.— Ótimo. Mais tarde, quando

eu voltar do trabalho, vamos pas-sear. E podemos até tomar aquelesorvete de chocolate de que vocêgosta tanto. Que tal?

A garota bateu palmas, feliz:— Que bom, mamãe!A mãezinha estendeu os braços

para a filha e disse:— Então, me dê aquele abraço

bem apertado.A criança achegou-se mais à

mãe e abraçou-a, sorridente.— Mamãe, está chegando o

Dia das Mães, e você é que teriade receber um presente. Mas omelhor presente foi o meu: ter vocêcomo minha mamãe!

E Estela ficou muito orgulho-sa e feliz, por poder conservar oamor da sua filha, que não queriaperder.

Tia Célia

O IMORTALMAIO/2010 PÁGINA 15

Cidades espirituais e multiversos ou universos múltiplos

Muito se tem discutido sobre acidade espiritual Nosso Lar. Citadano livro homônimo do espíritoAndré Luiz psicografado pelo mé-dium Francisco Xavier, já foi loca-lizada em vários lugares, por outrosvários autores, sobre o Brasil. Tam-bém são citadas diversas outras ci-dades em muitos e diferentes luga-res, em todo o mundo. Tanto AllanKardec como Emmanuel Sweden-borg as citam em diversos escritos.As estruturas religiosas convencio-nais sempre estiveram contra, portentarem em seu fundamentalismomanter suas crenças como verdadesabsolutas.

Como Allan Kardec sempre es-teve atento ao processo evolutivoda ciência, e como sempre colocouque, em qualquer momento, esta-ria disposto a avaliar situações no-vas, desde que embasadas em de-senvolvimento científico, creio quehoje sem dúvida interessar-se-iapelas novas possibilidades da físi-ca quântica.

Avaliaria o novo nome dado aoseu Fluido Cósmico Universal, ba-tizado hoje de Espuma Quântica. Adissociação matéria/energia defini-da por Newton e Descartes, desdelogo descartada pela mônada, partí-cula única e formadora do univer-so, do brilhante matemático alemãoGotfried Leibniz, é hoje, em físicaquântica, simplesmente chamadabóson.

Leibniz aventou a possibilidadematemática de existirem mundos pa-

AIGLON [email protected]

De Londrina

Nossos filhos

Não recebemos os filhos emnosso lar por acaso. Estamos reu-nidos em uma família para crescer-mos juntos, aprendermos uns comos outros. Sim, os pais tambémaprendem com os filhos.

A missão de ser pai, de ser mãe,é muito importante. Os filhos têmem seus pais o exemplo mais pre-sente em suas vidas. Por isso, te-mos que ter o cuidado de não sóensinar por palavras, mas vivenciaras lições, porque aquilo que as cri-anças veem na prática é mais fa-cilmente assimilado e compreendi-do.

Ensinamos a amar o próximo,mas, às vezes, não suportamos a vi-zinha que mora ao lado...

Queremos que nossos filhos nãomintam, mas às vezes nós faltamoscom a verdade para com eles...

Exigimos respeito, mas grita-mos, falamos mal dos outros...

Ensinamos a perdoar os irmãos,mas não entendemos nosso chefe, omotorista que passa ao lado...

Achamos educado quando as cri-anças usam as palavrinhas mágicas:Obrigado, Por Favor, Com Licença,Desculpe. E nós as usamos?

Quando foi a última vez queperguntamos aos nossos filhoscomo foi o dia deles? Olhamos osseus cadernos da Escola, ajudamoscom os temas? Explicamos os limi-

tes que impomos às suas atitudes,ou simplesmente proibimos, semdeixá-los entender o motivo? Cos-tumamos brincar com nossos fi-lhos? Ou só provemos suas neces-sidades materiais e reclamamosque não temos tempo? Afinal,quais são as nossas prioridades?Crianças precisam de explicações,de atenção, de incentivos, de bei-jos, de abraços...

Temos uma responsabilidademuito grande com relação às cri-anças que vêm morar conosco,crescer conosco. Um dia vamosprestar contas sobre o que fizemospara o crescimento intelectual,moral e espiritual dos filhos quenos foram confiados por Deus.

Pensemos nisso.

CLAUDIA [email protected]

De Santo Ângelo, RS

ralelos sobrepondo-se ao nosso, emdimensões diversas às nossas.

Por volta de 1930, o célebre fí-sico e matemático Paul Dirac cha-mou a atenção da comunidade ci-entífica para certas relações numé-ricas entre números não-dimensionais que têm um importan-te papel na física e na astrofísica eque punham em questão nossas no-ções de causa e efeito, de massa ede tempo. As conclusões de Diracmostraram-se demasiado incômo-das para que pudessem ser desen-volvidas de imediato.

Entre as décadas de 1950 e 1960,estudos foram feitos por De BrandonCarter, de Cambridge, e HughEveret III, de Princeton, este últimocaso com especial atenção ao pro-blema dos mundos paralelos, tam-bém estudado por Bryce S. DeWitte John Archibald Weeler, da Univer-sidade do Texas.

Particularmente, Hugh Everett,dedicou-se ao problema emblemá-tico da medição em mecânicaquântica que atormentava os físi-cos desde a década de 20. Em pou-cas palavras, o problema surge dacontradição da interação das partí-culas elementares (como elétrons efótons) no nível quântico micros-cópico com a realidade, e no com-portamento das partículas quandomedidas no nível clássicomacroscópico. No mundo quântico,uma partícula elementar ou um con-junto delas pode existir em umasuperposição de dois ou mais esta-dos possíveis. Um elétron, porexemplo, pode estar em umasuperposição de diferentes posi-ções, velocidades e orientação de

ser imaginada como uma série de to-das as possíveis configurações de su-perposições de um sistema quânticoassociadas a números que descrevema probabilidade de cada configura-ção ser aquela, selecionada aparen-temente ao acaso, que obteríamos semedíssemos o sistema. A função deonda considera cada elemento dasuperposição igualmente provável,embora, não necessariamente, sejaprovável do nosso ponto de vista.

A equação de Schroedinger des-creve a evolução da função de ondade um sistema quântico ao longo dotempo. De acordo com a equaçãoessa evolução é suave e determinís-tica (isto é, não aleatória). Mas a ele-gância matemática parece contradi-zer o que acontece quando as pesso-as observam um sistema quântico,como um elétron, utilizando um ins-trumento científico (o instrumentoem si pode ser considerado um sis-

tema quântico). No momento da me-dida, a função de onda que descre-ve a superposição das alternativasparece colapsar em um dos estadosda superposição, interrompendo as-sim a evolução suave da função deonda, e introduzindo descontinuida-de. A medida fornece um único re-sultado, e todas as outras possibili-dades são eliminadas da realidadedescrita classicamente. A escolha daalternativa a ser produzida no ins-tante da medida parece ser arbitrá-ria. Sua seleção não tem uma evo-lução lógica a partir do pacote de in-formações contido na função deonda do elétron antes da medida. Amatemática que descreve o colapsotambém não emerge da continuida-de da equação de Schroedinger. Naverdade o colapso deve ser acrescen-tado como postulado, um processoadicional que parece violar a equa-ção. (Continua no próximo número.)

Prece da gratidãoJOSÉ SOARES CARDOSO

Trazemos em nossos ombros,Como herança do passado,

Um fardo muito pesado,Que leve torna-se agora.Leve porque conhecemosTeu divino ensinamento,

Que nos toca o entendimentoE a nossa alma aprimora.

Queremos agradecer-teTantas graças recebidas

No curso das nossas vidasEm que a tua mão nos conduz.Imensa é a glória que temos,Oh! Divino Mestre Amigo,

De viver juntos contigo,Embriagados de luz!

Senhor, buscamos agoraEncontrar-te no caminho,

Por onde andamos sozinho,Sem te sentir a presença.Porém, pela tua graça,

Os nossos olhos eclodiramAs clarinadas da crença.

Nada queremos pedir-te,Porque é tão grande a ventura

Sentir que na alma fulguraA flama do teu amor.

Só uma coisa te rogamos:Preciosa, indispensável,Que teu olhar amorável

Siga-nos sempre, senhor!

spin (rotação direita/esquerda). Ain-da que não se possa medir qualquerdessas propriedades com precisão,em qualquer instante, os cientistasconseguem obter um resultado bemdefinido somente de um dos ele-mentos da superposição, e não deuma combinação deles. Nunca ve-mos objetos macroscópicos em su-perposições. O problema da medi-ção se resume em uma única ques-tão: como e por que o mundo únicoda nossa experiência emerge damultiplicidade de alternativas pos-síveis no mundo quânticosuperposto?

Os físicos utilizam entidades ma-temáticas chamadas funções de ondapara representar os estados quânti-cos. Foi Leibniz quem primeiro usouo termo função, no estudo das cur-vas de quantidades geométricas edepois em sua correspondência comBernoulli. Uma função de onda pode

Divaldo responde– O Espiritismo surgiu na Fran-

ça e, no entanto, há mais brasilei-ros espíritas que europeus, de acor-do com dados do próprio IBGE.Como o senhor avalia essa nume-rosa quantidade de espíritas noBrasil?

Divaldo Franco: Do ponto devista histórico, a França sofreu trêsguerras calamitosas, após o adven-to do Espiritismo: em 1870 a fran-co-prussiana, de 1914 a 1918 a Pri-meira Guerra Mundial e de 1939 a

(Extraído de entrevista publicada na Folha de Londrina no dia 7 de março de 2010.)

1945 a Segunda Guerra Mundial, oque prejudicou enormemente a di-vulgação do Espiritismo, assimcomo a preservação das religiõesdogmáticas. As novas gerações, algoamarguradas, preferiram as filosofi-as existenciais de Jean Paul Sartre eMadame Simone de Beauvoir, assimcomo de outros pensadores, deixan-do à margem as propostas religiosas.Sob o aspecto espiritual, acreditamosque um grande número de espíritasdo século 19 eram Espíritos de ori-

gem francesa que se reencarnaramno Brasil, e que ao receberem umadoutrina como o Espiritismo, coma sua dialética alicerçada na lógi-ca, facilmente aceitaram os seusconteúdos. Renasce hoje, o Espi-ritismo na França e em toda a Eu-ropa, graças a muitos brasileirosespíritas lá residentes, aos que asvisitam com frequência paradivulgá-lo e aos nobres esforços doConselho Espírita Internacional(CEI).

O IMORTALPÁGINA 16

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

Da Torre de TV, em Brasília,já era possível ver a aglomera-ção de pessoas seguindo peloEixo Monumental. Estandartesladeavam a avenida trazendo emsi palavras impressas como“Amor”, “Sabedoria” e “Espíri-to”. Dentre os dias 16 e 18 deabril, cerca de 5 mil congressis-tas de várias partes do mundocompareceram ao Centro deConvenções Ulysses Guimarãespara o 3º Congresso Espírita Bra-sileiro. Com o tema “ChicoAmor Xavier”, o evento organi-zado pela Federação EspíritaBrasileira (FEB) homenageou oilustre médium de PedroLeopoldo (fotos).

A abertura do Congresso sedeu de forma emocionante, comapresentações artísticas do Gru-po de Arte Nascente e da bandamarcial dos Dragões da Inde-pendência, que executou can-ções conhecidas do públicocomo “Travessia”, de MiltonNascimento. Na mesa, presen-ciando as solenidades, estavamJosé Alencar, vice-presidente daRepública, e EurípedesHumberto Higino dos Reis, fi-lho adotivo de Chico. As come-morações pelo centenário denascimento do médium incluí-ram o lançamento de selo come-morativo e de moedas cunhadasem ouro, prata e bronze pelaCasa da Moeda do Brasil, quetraziam a efígie de ChicoXavier.

Durante os três dias de con-gresso, os presentes tiveram aces-so a palestras, debates e mensa-gens emocionantes. Foi montadauma exposição com uma Linhado Tempo Espiritual da Terra.Estandes de livrarias traziam tí-tulos espíritas diversos, muitos

GABRIELA ABREU [email protected]

De Brasília

MAIO/2010

Congresso do AmorEm homenagem ao centenário de nascimento de Francisco Cândido Xavier,

o 3º Congresso Espírita Brasileiro irradiou luz por toda a Capital

deles traduzidos para outras lín-guas. A arte se fazia presente a cadaoportunidade, com apresentaçõesde poesias retiradas do “Parnaso deAlém-Túmulo”, lançamento de li-vros, shows musicais e até a pro-jeção de um making off do filme“Nosso Lar”.

E não somente os congressis-tas puderam acompanhar as ativi-dades do congresso. Estima-se quemais de 10 milhões de pessoas te-nham acompanhado o evento pelainternet ou via satélite por meio daTV CEI, rede que transmitiu a so-lenidade para mais de 120 países.Espíritas de várias partes do globomarcaram presença no evento, quecontou com a participação de tra-balhadores de países como Bolívia,Canadá, Suécia, Portugal, ReinoUnido, França e outros. O eventocontou ainda com 275 trabalhado-res voluntários que se dedicaramanonimamente à sua realização.

Eis, em seguida, os momentosmais marcantes do 3º CongressoEspírita Brasileiro:

Raul e Divaldo - Divaldo Pe-reira Franco e Raul Teixeira foramos responsáveis pela abertura epelo encerramento das palestras.Visivelmente emocionados relata-ram, cada um a seu turno, episódi-os de convivência com Chico. Di-valdo lembrou o momento em queconheceu o “apóstolo da caridade”,citando exemplos curiosos e

enobrecedores da conduta do mé-dium, que definiu como “uma pon-te de luz entre o mundo terrestre eespiritual”.

Raul comoveu-se ao descrevero cenário espiritual do momento dadesencarnação de Chico, quandoeste foi recebido por almas amigascomo D. Maria João de Deus, suamãe, e seu amigo Bezerra deMenezes.

Os dois palestrantes participa-ram ainda de coletivas de impren-sa e encontros com a juventudeespírita, onde responderam a per-guntas sobre temas diversos comoaborto, homossexualismo, impor-tância da juventude no trabalhoespírita e desastres coletivos.

Arte espírita - Durante as fes-tividades, 517 músicos, cantores eatores apresentaram-se no congres-so. Foi montada uma exposiçãocom imagens do artista plásticoAndré Quirino feitas com bico depena, em que o artista retratava afigura do nobre homenageado.Vários artistas se manifestaram,como o ator Paulo Figueiredo, querecitou a poesia “Encontro emBrasília”, psicografada por Chico,e a atriz Ana Rosa, que prestou de-poimento sobre a imortalidade esobrevivência do Espírito.

O diretor Wagner de Assis e oelenco do filme “Nosso Lar” con-versaram com o público e deramdetalhes sobre o longa-metragem,

com estreia prevista para setembrodeste ano. O artista Nando Cordelfoi um dos músicos encarregadosde enaltecer a homenagem aoChico, num dos momentos maisbelos do congresso, quando se uniuao público para cantar a música“Paz pela Paz”.

Palestras e Conferências - Ostemas das conferências deste anoforam diversificados e atuais e osexpositores não deixaram a dese-jar. Falou-se sobre ecologia, mo-vimento espírita no cenário inter-nacional, ciência na obra de Chico.Cabe destacar a preleção bem-humorada da pedagoga GladisPedersen em palestra sobre a im-portância da evangelização espíri-ta. Gladis questionou o que nós,evangelizadores, estamos fazendopelos nossos alunos. “Nos primei-ros três mil dias de nova existên-cia – disse ela – há uma anestesiado corpo para que sejam estabele-cidos novos caminhos e construídaa nossa identidade moral.” Houvetambém o alerta pungente deAndré Trigueiro na conferência“Ecologia na Obra de ChicoXavier”, em que discursou sobreo papel do Espiritismo na preser-vação de nossos recursos naturais.

Homenagem ao Chico - O úl-timo evento do Congresso se reali-zaria no Ginásio Nilson Nelson,onde estimava-se um público de 15

mil pessoas. Por conta de eventoimprevisto, o local de homenagemao Chico foi realizado no próprioCentro de Convenções sem gran-des prejuízos. Para receber o pú-blico remanescente, 20 casas es-píritas do Distrito Federaldisponibilizaram telões para queos trabalhadores pudessem acom-panhar à distância as últimas co-memorações. Os momentos der-radeiros foram marcados por pre-leção inspirada de Divaldo Perei-ra Franco, intitulada “ChicoXavier, o Mensageiro da Paz”.

Mensagens e psicografias -Naturalmente, a espiritualidadeparticipou ativamente de todas assolenidades, comunicando-se porintermédio de médiuns presentes.Chico Xavier manifestou-se porintermédio de dulcíssima psico-grafia intitulada “Na luz doamor”, em que externava comgratidão as homenagens ali pres-tadas, pontuando, contudo, que odestaque real pertence ao Cristoe a Kardec. Juscelino Kubitsche-ck também manifestou-se emuma psicografia em que parabe-nizava a capital pelo seucinquentenário e exortava o exer-cício da política com fraternida-de e dignidade.

Em sua preleção final, Dival-do Pereira Franco deu oportuni-dade ao Espírito Bezerra deMenezes para que se manifestas-se por meio de suas faculdadespsicofônicas. O médico dos po-bres falou sobre o papel do Espi-ritismo na transição da Terra parao Mundo de Regeneração.

Nota - Aos que não puderamcomparecer ao evento ou dese-jam revê-lo, o 3º Congresso Es-pírita Brasileiro foi filmado e osDVDs podem ser adquiridos nosite da TV CEI (http://www.ceilivraria.com.br/) a par-tir do dia 30 de abril.

O público lotou o Centro de Convenções Divaldo Franco proferiu a palestra inicial