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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 625 Março de 2006 R$ 1,50 A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre. Marília Barbosa Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei. Allan Kardec Entrevista: Elza Luisa Guandalini Guapo Os ensinamentos de Jesus devem pautar nossa vida Natural de Astorga, cidade pró- xima de Maringá (PR) e oriunda do catolicismo, religião em que foi educada, Elza Luisa Guandalini Guapo (foto ao lado) integra uma geração de espíritas atraídos para o Espiritismo não pela dor, mas pelo desejo de estudar e compre- ender as leis que regem a vida, fo- calizadas com clareza pela Doutri- na Espírita. Na cidade em que nas- ceu e reside, Elza dirige o Grupo Espírita Jesus de Nazaré, que de- senvolve ali uma série de ativida- des. Integrante desde 2000 do Gru- po de Estudos Espíritas Abel Go- mes, do Centro Espírita Nosso Lar, ela compõe a equipe de colabora- dores deste Jornal, ao qual conce- de, pela primeira vez, uma entre- vista, em que fala de sua iniciação no Espiritismo e manifesta seu pen- samento a respeito de diversos as- suntos. Identificada mais com o Reunindo mais de 100 participantes, a 13 a CONMEL foi um sucesso Tendo por tema uma conhecida frase de Joanna de Ângelis, realizou-se no mês pas- sado, nos dias do carnaval, a 13ª CONMEL - Confraternização das Mocidades Espíri- tas de Londrina. O evento, como vem ocor- rendo nos últimos anos, teve por local o campus da Universidade Estadual de Lon- drina (UEL) e reuniu 111 jovens de Lon- drina, Apucarana, Rolândia, Arapongas, Curitiba, Cambé, Jandaia do Sul e Jagua- pitã, sem contar as 40 pessoas que faziam parte da Comissão Organizadora. De acordo com Fernanda Lino Almeida, a expectativa deste ano com respeito ao nú- mero de participantes foi amplamente su- perada, visto que o evento contou com 40 jovens a mais do que em 2005, mantido seu objetivo maior que é o estudo da Doutrina Espírita e a confraternização dos jovens es- píritas da cidade e região. Dentro desse ob- jetivo, a 13 a CONMEL incluiu em sua pro- gramação estudos, palestras, filmes e mui- tas atividades ao ar livre, como mostram as fotos. Págs. 8 e 9 Surge um novo Centro espírita em Londrina Com sede próxima da Igreja Católica Maria de Nazaré, do Conjunto Parigot de Souza III, está nascendo em Londrina uma nova casa espírita – o Centro Es- pírita Anita Borela de Oliveira, que tem na sua direção provisó- ria o confrade Braz Peres Garcia. O endereço do centro é Rua Au- rélio Buarque de Holanda, 202 – Conjunto Parigot de Souza III. A inauguração ocorre no dia 4 deste mês, às 20h, com pales- tra de Astolfo Olegário de Oli- veira Filho, que focalizará, a pe- dido dos dirigentes da Casa, a fi- gura de Anita Borela de Olivei- ra. Pág. 14 Divaldo abre com palestra a Conferência Espírita Promovida pela Federação Es- pírita do Paraná, realiza-se de 24 a 26 de março no Centro de Exposi- ções do Parque Barigüi, em Curi- tiba, a 8 a Conferência Estadual Es- pírita, que terá como expositores os confrades Divaldo P. Franco, José Raul Teixeira e Cosme Massi. Divaldo fará a conferência de abertura no dia 24, às 20h30. O tema central da Conferência, que se encerra no dia 26, domingo, às 13h, é “A Lei da Reencarnação”. Pág. 14 aspecto religioso da Doutrina Es- pírita, Elza entende, com convic- ção, que “nossa vida deve ser con- duzida pelos ensinamentos de Je- sus”. Pág. 16 Opinião d’O Imortal Leia na pág. 2 o editorial A violência que nos assusta e seu antídoto , que tece considerações em torno de um arti- go de Allan Kardec, publicado em Obras Póstumas , sobre o conhecido lema da Revolução francesa: “Liberdade, igualda- de, fraternidade” e sugere que a solução do estado de violên- cia que assusta a to- dos, no qual os assal- tos, os seqüestros e os assassínios estão na ordem do dia, pas- sa pela aplicação da proposta feita pelo Codificador no refe- rido estudo. Ainda nesta edição A Revue Spirite há 140 anos.....................................15 Aiglon Fasolo..........................................................10 Celso Martins..........................................................10 Clarindo Farina........................................................12 Clássicos do Espiritismo............................................5 Cleunice Zanuto......................................................13 Crônicas de Além-Mar .............................................12 De coração para coração............................................4 Divaldo responde.......................................................5 Editorial.....................................................................2 Emmanuel..................................................................2 Espiritismo para as crianças.......................................6 Estudando as obras de André Luiz.............................7 Grandes vultos do Espiritismo.................................11 Jane Martins Vilela....................................................7 Joanna de Ângelis......................................................2 Palestras, seminários e outros eventos.....................14 Um minuto com Chico Xavier .................................14 Flagrante parcial de um dos momentos de estudo da 13 a CONMEL O evento apresentou também diversas gincanas no pátio da UEL

O IMORTAL - oconsolador.com.br · objetivo maior que é o estudo da Doutrina ... que nos assusta e seu antídoto, que tece considerações em torno de um arti-go de Allan Kardec,

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 625 Março de 2006 R$ 1,50

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Entrevista: Elza Luisa Guandalini Guapo

Os ensinamentos de Jesus devem pautar nossa vidaNatural de Astorga, cidade pró-

xima de Maringá (PR) e oriundado catolicismo, religião em que foieducada, Elza Luisa GuandaliniGuapo (foto ao lado) integra umageração de espíritas atraídos parao Espiritismo não pela dor, maspelo desejo de estudar e compre-ender as leis que regem a vida, fo-calizadas com clareza pela Doutri-na Espírita. Na cidade em que nas-ceu e reside, Elza dirige o GrupoEspírita Jesus de Nazaré, que de-senvolve ali uma série de ativida-des.

Integrante desde 2000 do Gru-po de Estudos Espíritas Abel Go-mes, do Centro Espírita Nosso Lar,ela compõe a equipe de colabora-dores deste Jornal, ao qual conce-de, pela primeira vez, uma entre-vista, em que fala de sua iniciaçãono Espiritismo e manifesta seu pen-samento a respeito de diversos as-suntos. Identificada mais com o

Reunindo mais de 100 participantes,a 13a CONMEL foi um sucesso

Tendo por tema uma conhecida frase deJoanna de Ângelis, realizou-se no mês pas-sado, nos dias do carnaval, a 13ª CONMEL- Confraternização das Mocidades Espíri-tas de Londrina. O evento, como vem ocor-rendo nos últimos anos, teve por local ocampus da Universidade Estadual de Lon-drina (UEL) e reuniu 111 jovens de Lon-drina, Apucarana, Rolândia, Arapongas,Curitiba, Cambé, Jandaia do Sul e Jagua-pitã, sem contar as 40 pessoas que faziamparte da Comissão Organizadora.

De acordo com Fernanda Lino Almeida,a expectativa deste ano com respeito ao nú-mero de participantes foi amplamente su-perada, visto que o evento contou com 40jovens a mais do que em 2005, mantido seuobjetivo maior que é o estudo da DoutrinaEspírita e a confraternização dos jovens es-píritas da cidade e região. Dentro desse ob-jetivo, a 13a CONMEL incluiu em sua pro-gramação estudos, palestras, filmes e mui-tas atividades ao ar livre, como mostram asfotos. Págs. 8 e 9

Surge um novo Centroespírita em Londrina

Com sede próxima da IgrejaCatólica Maria de Nazaré, doConjunto Parigot de Souza III,está nascendo em Londrina umanova casa espírita – o Centro Es-pírita Anita Borela de Oliveira,que tem na sua direção provisó-ria o confrade Braz Peres Garcia.O endereço do centro é Rua Au-

rélio Buarque de Holanda, 202 –Conjunto Parigot de Souza III.

A inauguração ocorre no dia4 deste mês, às 20h, com pales-tra de Astolfo Olegário de Oli-veira Filho, que focalizará, a pe-dido dos dirigentes da Casa, a fi-gura de Anita Borela de Olivei-ra. Pág. 14

Divaldo abre com palestraa Conferência Espírita

Promovida pela Federação Es-pírita do Paraná, realiza-se de 24 a26 de março no Centro de Exposi-ções do Parque Barigüi, em Curi-tiba, a 8a Conferência Estadual Es-pírita, que terá como expositoresos confrades Divaldo P. Franco,

José Raul Teixeira e Cosme Massi.Divaldo fará a conferência de

abertura no dia 24, às 20h30. Otema central da Conferência, quese encerra no dia 26, domingo, às13h, é “A Lei da Reencarnação”.Pág. 14

aspecto religioso da Doutrina Es-pírita, Elza entende, com convic-ção, que “nossa vida deve ser con-duzida pelos ensinamentos de Je-sus”. Pág. 16

Opinião d’O ImortalLeia na pág. 2 o

editorial A violênciaque nos assusta eseu antídoto , quetece consideraçõesem torno de um arti-go de Allan Kardec,publicado em ObrasPóstumas , sobre oconhecido lema daRevolução francesa:“Liberdade, igualda-

de, fraternidade” esugere que a soluçãodo estado de violên-cia que assusta a to-dos, no qual os assal-tos, os seqüestros eos assassínios estãona ordem do dia, pas-sa pela aplicação daproposta feita peloCodificador no refe-rido estudo.

Ainda nesta ediçãoA Revue Spirite há 140 anos.....................................15Aiglon Fasolo..........................................................10Celso Martins..........................................................10Clarindo Farina........................................................12Clássicos do Espiritismo............................................5Cleunice Zanuto......................................................13Crônicas de Além-Mar.............................................12De coração para coração............................................4Divaldo responde.......................................................5Editorial.....................................................................2Emmanuel..................................................................2Espiritismo para as crianças.......................................6Estudando as obras de André Luiz.............................7Grandes vultos do Espiritismo.................................11Jane Martins Vilela....................................................7Joanna de Ângelis......................................................2Palestras, seminários e outros eventos.....................14Um minuto com Chico Xavier.................................14

Flagrante parcial de um dos momentos de estudo da 13a CONMEL

O evento apresentou também diversas gincanas no pátio da UEL

O IMORTALPÁGINA 2 MARÇO/2006

Editorial��������

Em alentado estudo constantedo livro Obras Póstumas, Kardecanalisa o conhecido lema da Re-volução francesa: “Liberdade,igualdade, fraternidade”. “Estastrês palavras – diz o Codificador -constituem, por si sós, o programade toda uma ordem social que rea-lizaria o mais absoluto progressoda Humanidade, se os princípiosque elas exprimem pudessem re-ceber integral aplicação.” (Obracitada, FEB, 26a ed., pág. 233.)

Parece-nos que a solução do es-tado de violência que nos assusta, emque os assaltos, os seqüestros e osassassínios estão na ordem do dia,passa pela aplicação da proposta feitapor Kardec no aludido estudo.

Nele, em primeiro lugar, o Co-dificador define o que é fraterni-dade, que, na rigorosa acepção dotermo, resume todos os deveres doshomens, uns para com os outros.Fraternidade significa: devotamen-to, abnegação, tolerância, benevo-lência, indulgência. É, por excelên-cia, a caridade evangélica e a apli-cação da máxima: «Proceder paracom os outros, como quereríamosque os outros procedessem paraconosco.» A fraternidade é, comose vê, o oposto do egoísmo, quediz: «Cada um por si.», enquanto

Jesus é o vulto mais completoda Humanidade.

Em menos de quatrocentosmeses construiu um reino cujasbalizas foram implantadas em qua-se três anos nos corações, numtempo hostil e num lugar remoto,sendo esta a mais grandiosa obrade civilização de todos os séculos.

*Este é um reino diferente, su-

perior.

Comenta-se com amargura oprogresso aparente dos ímpios.

Admira-se o crente da boa po-sição dos homens que desconhe-cem o escrúpulo, muita vez alta-mente colocados na esfera finan-ceira.

Muitos perguntam: “Onde estáo Senhor que lhes não viu os pro-cessos escusos?”

A interrogação, no entanto,evidencia mais ignorância quesensatez. Onde a finalidade do te-souro amoedado do homem per-verso? Ainda que experimentassena Terra inalterável saúde de cemanos, seria compelido a abando-nar o patrimônio para recomeçaro aprendizado.

A eternidade confere reduzi-da importância aos bens exterio-res. Aqueles que exclusivamenteacumulam vantagens transitórias,fora de sua alma, plenamente es-quecidos da esfera interior, sãodignos de piedade. Deixarãotudo, quase sempre, ao sabor dairresponsabilidade.

Para fazer a Assinatura deste jor-nal ou renová-la, basta enviar seu pedi-do para a Caixa Postal 63 – CEP 86180-970 – Cambé-PR, ou então valer-se dotelefone número (0xx43) 3254-3261. Sepreferir, utilize a Internet. Nosso ende-reço eletrônico mudou e é agora:[email protected]

A Assinatura simples deste peri-ódico custa R$ 30,00 (trinta reais) porano, aí incluídas as despesas de correio.

A Assinatura múltipla custa R$30,00 (trinta reais) por mês, já incluí-das aí as despesas de correio. Ao fazê-la, o assinante receberá todos os me-ses um pacote com 10 exemplares, quepoderão ser distribuídos entre os seusamigos, familiares ou integrantes doGrupo Espírita de que faça parte. AAssinatura múltipla é a forma idealpara os Grupos e Centros Espíritas

A violência que nos assusta e seu antídotoque ela propõe: «Um por todos etodos por um.»

Como tais valores são a negaçãoum do outro, tão impossível é queum egoísta proceda fraternalmentepara com os seus semelhantes, quan-to a um avarento ser generoso.

Ora, sendo o egoísmo a chagadominante da sociedade, enquantoele reinar soberanamente, impossí-vel será o reinado da fraternidadeverdadeira. Impõe-se, pois, combatê-lo com todas as nossas forças, demodo que em seu lugar possa umdia reinar absoluta a fraternidade.

Feitas tais considerações e fo-calizando diretamente o lema dosrevolucionários franceses, Kardecconclui: “Considerada do ponto devista da sua importância para a re-alização da felicidade social, a fra-ternidade está na primeira linha: éa base. Sem ela, não poderiamexistir a igualdade, nem a liberda-de séria. A igualdade decorre dafraternidade e a liberdade é conse-qüência das duas outras.”

De fato. A vivência cristã implicaum clima de convivência social emregime de fraternidade, em que todosse ajudam e se socorrem, dirimindodificuldades e problemas. Viver oCristo é conviver com o próximo,aceitando-o tal qual é, com seus de-

feitos e imperfeições, sem a preten-são de corrigi-lo. O verdadeiro cris-tão inspira seu semelhante com bon-dade para que ele mesmo desperte emude de conduta de moto próprio.

Diz Joanna de Ângelis que, aodescer das Regiões Felizes ao valedas aflições para nos ajudar, Jesusmostrou-nos como devem agir osque se dizem cristãos. E evocandoo exemplo do Cristo, a mentora deDivaldo P. Franco recomenda (LeisMorais da Vida, cap. 31):

“Atesta a tua confiança no Se-nhor e a excelência da tua fé medi-ante a convivência com os irmãosmais inditosos que tu mesmo.

Sê-lhes a lâmpada acesa a cla-rificar-lhes a marcha. Nada espe-res dos outros. Sê tu quem ajuda,desculpa, compreende. Se eles teenganam ou te traem, se te censu-ram ou te exigem o que te não dão,ama-os mais, sofre-os mais, por-quanto são mais carecentes de so-corro e amor do que supões.

Se conseguires conviver pacifi-camente com os amigos difíceis efazê-los companheiros, terás logra-do êxito, porquanto Jesus em teucoração estará sempre refletido notrato, no intercâmbio social com osque te buscam e com os quais as-cendes na direção de Deus.”

Um minuto com Joanna de ÂngelisOs sinais característicos do seu

país permanecem no concerto detodas as nações.

Sua bandeira é branca, simbo-lizando a paz.

Seu hino nacional é o amor quetodos podem cantar e viver.

Suas armas para a defesa são amisericórdia e o perdão, que se fa-zem de fácil manuseio.

O seu idioma é a bondade quetodos compreendem sem qualquer

Os amados

Isso não acontece, porém, comos donos da riqueza espiritual.Constituindo os amados de Deus,sentem-se identificados com oPai, em qualquer parte a que se-jam conduzidos. Na dificuldade ena tormenta guardam a alegria daherança divina que se lhesentesoura no coração.

Do ímpio, é razoável esperar-mos a indiferença, a ambição, aavareza, a preocupação de amon-toar irrefletidamente; do ignoran-te, é natural recebermos pergun-tas loucas. Entretanto, o apóstoloda gentilidade exclama com ra-zão: “Mas de vós, ó amados, es-peramos coisas melhores.”

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JOANNA DE ÂNGELIS,mentora espiritual de Divaldo P.Franco, é autora, entre outros li-vros, de Receita de Paz (EditoraLEAL, 1984), do qual foi extraídoo texto acima.

EMMANUEL, que foi o men-tor espiritual de Francisco Cândi-do Xavier e coordenador da obramediúnica do saudoso médiummineiro, é autor, entre outros li-vros, de “Caminho, Verdade eVida” (FEB, 1948), de onde foiextraído o texto acima.

esforço, sendo de simples e rápidaassimilação.

Sem fronteiras limítrofes, es-tende-se por todos os demais rei-nos, independente e ideal, susten-tando os sofredores de toda parte edando-lhes a nacionalidade básica,permanente, expressa na legítimafraternidade que unirá todas as cri-aturas.

*Sobrevivendo ao passado Ele

resistirá ao futuro, unindo as cri-aturas diferentes num só reba-nho, que conduzirá ao Pai, apósa luta final contra as paixões,que cada súdito deve travar noíntimo de si mesmo, para a per-feição anelada.

O IMORTALMARÇO/2006 PÁGINA 3

Os mundos habitados classificam-seem diferentes categorias

Deus povoou de seres vivosos mundos, concorrendo todoseles para o objetivo final da Pro-vidência. Acreditar que só os hajano planeta que habitamos é du-vidar da sabedoria de Deus, quenão fez coisa a1guma inútil.

Certamente, a esses mundoso Pai há de ter dado uma desti-nação mais séria do que a de nosrecrearem a vista. Nada, aliás,existe, nem na posição, nem novolume, nem na constituição fí-sica da Terra, que possa induzirà suposição de que ela goze doprivilégio de ser habitada, comexclusão de tantos trilhões demundos semelhantes.

Quando Jesus disse: “Não seturbe o vosso coração; credes emDeus, crede também em mim. Hámuitas moradas na casa de meuPai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vospreparar o lugar. Depois que metenha ido e que vos houver pre-parado o lugar, voltarei e vos re-tirarei para mim, a fim de queonde eu estiver, também vós aíestejais” (João, 14:1 a 3), o Mes-

THIAGO BERNARDESDe Curitiba

tre estava nos ensinando o prin-cípio da pluralidade dos mundoshabitados, de uma maneira cris-talina, para não deixar dúvidas.

Interpretando as palavras doCristo, ensina-nos o Espiritismo:

A casa do Pai é o Universo.As diferentes moradas são os

mundos que circulam no espaçoinfinito e oferecem, aos Espíritosque neles encarnam, moradascorrespondentes ao adiantamen-to dos seres que os habitam. Emfunção disto, diversa é a consti-tuição física de cada mundo e,conseqüentemente, dos seus ha-bitantes.

As distâncias entre a Terrae os outros planetas do

sistema solar são imensas

Cada mundo oferece aos queo habitam condições adequadase próprias à vida planetária. Asnecessidades vitais num planetapoderão não ser as mesmas, e atéopostas, noutro.

O mundo que habitamos fazparte de um séquito de planetas easteróides que acompanham oSol em sua viagem pela vastidãoincomensurável do espaço. Em-

bora a Terra faça parte de uma pe-quena família de mundos que in-tegram o sistema solar, as distân-cias entre ela e os planetas queformam nosso sistema planetáriosão imensas, variando também adistância entre o Sol e cada umdos planetas que pertencem à re-

ferida família planetária.Para se ter uma pálida idéia

dessas distâncias, enquanto a Ter-ra gasta aproximadamente 365dias para promover uma volta ao

Conquanto o planeta Terrapertença à categoria de mundosde expiação e provas, nem todosos Espíritos que reencarnam emnosso planeta vêm para cá a títu-lo de expiação.

É Santo Agostinho (Espírito)quem assevera em O Evangelhosegundo o Espiritismo, cap. III,item 14, que as raças a que cha-mamos selvagens são formadasde Espíritos que apenas saíram dainfância e que na Terra se acham,por assim dizer, em curso de edu-cação, para se desenvolverempelo contacto com Espíritos maisadiantados.

Vêm depois as raças semici-vilizadas, constituídas desses

Quem são os Espíritos quereencarnam na Terra?

mesmos Espíritos em via de pro-gresso. São elas, de certo modo,raças indígenas da Terra, que aquise elevaram pouco a pouco em lon-gos períodos seculares, tendo algu-mas delas chegado ao aperfeiçoa-mento intelectual dos povos maisesclarecidos.

Os Espíritos em expiação –observa o instrutor espiritual -são exóticos na Terra. Já estive-ram noutros mundos, donde fo-ram excluídos em conseqüênciade sua obstinação no mal e porse haverem constituído, em taismundos, causa de perturbaçãopara os bons.

Tiveram, em face disso, de serdegredados, por algum tempo, para

redor do Sol, existem planetasque gastam para completar umarevolução ao redor do mesmo Solentre 88 dias e 25 anos terrestres.

Nosso sistema planetário nãoocupa, porém, senão um ponto ín-fimo no Universo, tendo em vis-ta que ele pertence a um grupa-mento estelar ou galáxia, a Via-Láctea, onde existem bilhões deestrelas, algumas das quais sãotão grandes, mas tão grandes, queuma só ocupa espaço igual aoocupado pelo Sol e quase todosos planetas que este arrastaconsigo.(N.R.: A estimativa maisrecente feita pelos astrônomosrevela que existem na Via-Lácteacerca de 400 bilhões de estrelas.)

Dos ensinos dados pelos Es-píritos resulta que muito diferen-tes umas das outras são as condi-ções dos mundos, quanto ao graude adiantamento ou de inferiori-dade dos seus habitantes.

Entre eles há os em que seushabitantes são inferiores aos daTerra, física e moralmente. Ou-tros possuem a mesma categoriaque o nosso e muitos lhe são maisou menos superiores.

Nos mundos deexpiação e provas, o malpredomina, como ocorrepresentemente na Terra

Nos mundos inferiores, aexistência é toda material e aspaixões reinam soberanas, sendoquase nula a vida moral.

À medida que esta se desen-

o meio de Espíritos mais atrasa-dos, com a missão de fazer queestes últimos avançassem, poisque levam consigo inteligênciasdesenvolvidas e o gérmen dos co-nhecimentos já adquiridos.

Essa é a razão pela qual osEspíritos em punição se encon-tram no seio das raças mais in-teligentes. Por isso mesmo, paraessas raças é que de maisamargor se revestem os infortú-nios da vida, porque há nelasmais sensibilidade, sendo, por-tanto, mais provadas pelas con-trariedades e desgostos do queas raças primitivas, cujo sensomoral se acha mais embotado.(Thiago Bernardes)

Fac-símile da capa da obra que nosapresenta uma classificação dos mundoshabitados

volve, diminui a influência damatéria, de tal maneira que nosmundos mais adiantados a vidaé, por assim dizer, toda espiri-tual.

Evidentemente, não podemosfazer uma classificação absolutadas categorias dos mundos habi-tados, mas Kardec nos ofereceuma que nos permite uma visãogeral sobre o assunto:

• Mundos primitivos – Nosmundos primitivos, destinadosàs primeiras encarnações daalma humana, a vida, toda ma-terial, se limita à luta pela sub-sistência, o senso moral é qua-se nulo e, por isso mesmo, aspaixões reinam soberanas. ATerra já passou por essa fase.

• Mundos de expiação eprovas – Nesses mundos o malpredomina. É a atual situaçãoda Terra, razão por que aí viveo homem a braços com tantasmisérias.

• Mundos de regeneração –São mundos em que as almas queainda têm o que expiar hauremnovas forças, repousando das fa-digas da luta.

• Mundos ditosos ou felizes– São os planetas onde o bem so-brepuja o mal e, por isso, a feli-cidade impera.

• Mundos celestes ou divi-nos – São as habitações de Es-píritos depurados, onde exclusi-vamente reina o bem, visto quetodos que aí vivem já alcança-ram o cume da sabedoria e dabondade.

O IMORTALPÁGINA 4 MARÇO/2006

Com o título “SBEE: luz novaque surge no horizonte”, nossoestimado confrade Marcílio Fariade Carvalho, que residia então emLondrina, comentava neste mesmojornal, cinco anos atrás, o estágioem que se encontrava o projeto decriação de novos Grupos Familia-res de Espiritismo em Londrina.

A idéia havia surgido no finalde 2000, por influência de uma pro-posta apresentada pela confreirainglesa Janet Duncan no Congres-so Espírita Mundial realizado pou-co antes em Portugal.

Implantado numa cidade comoLondrina, carente de Centros Espí-ritas, principalmente em seus bair-ros mais distantes do centro urbano,o projeto ganhou a adesão de umgrupo de trabalhadores que se reu-niam todas as sextas-feiras, às19h30, no Centro Espírita Nosso Lar.

Na ocasião do artigo assinadopelo Marcílio, existiam em funcio-namento nove Grupos Familiares de

Espiritismo vinculados ao projeto,oito deles na cidade de Londrina eum na cidade de Pinhalão.

Dos nove grupos, oito se encon-travam na primeira fase do projeto,cujo objetivo é promover o relacio-namento e a harmonização dos par-ticipantes. Para isso, os Grupos pro-moviam um culto semanal do Evan-gelho no próprio bairro, numa dasresidências de seus participantes.

O Grupo Familiar formado noJardim Monte Belo, o primeiro a serconstituído, já havia naquela opor-tunidade iniciado a segunda etapado projeto proposto pela SBEE, ouseja, além do culto semanal doEvangelho, realizava também, apóso culto, o estudo metódico das obrasbásicas do Espiritismo, que se ini-ciou com “O Livro dos Espíritos”.

Como se sabe, um ano depois defundado, esse Grupo deu origem aoCentro Espírita Caminho de Damas-co, localizado no mesmo bairro, emendereço próximo da residência em

que fizera sua primeira reunião.Surge agora uma nova casa es-

pírita, decorrência direta do GrupoFamiliar de Espiritismo formadoinicialmente no Conjunto Vivi Xa-vier na residência de Eliana eAmilton Roberto Bagnetti, o qual,algum tempo depois, se transferiupara o Conjunto Parigot de SouzaIII, onde a partir de março estaráfuncionando, aberto à comunidade,o Centro Espírita Anita Borela deOliveira. (Veja o programa de inau-guração na pág. 14 deste jornal.)

No dia 9 de fevereiro último, oprojeto da SBEE completou cincoanos, desde a primeira reunião detrabalho que deu origem à forma-ção das equipes de visitas e à reali-zação da coleta de dados referentesa todos os freqüentadores das Ca-sas espíritas da cidade, fase essaconcluída em maio de 2001.

Nestes cinco anos, três Centrosespíritas nasceram em decorrênciado trabalho, sem falarmos do pro-

grama de televisão “Reflexão Es-pírita”, que comemora seu 4o ani-versário em julho próximo, cuja cri-ação, segundo depoimento de um deseus idealizadores, a jornalistaFernanda Boni, partiu dos objetivosque a SBEE divulgou de forma in-tensa em 2001. Como divulgado poreste jornal, uma das metas propos-tas pela SBEE, era a implantaçãode programas de rádio e televisão,

De coração para coraçãoASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO

De Londrina

Centro Espírita Anita Borela de Oliveira,a mais nova casa espírita da cidade

O Espiritismo respondeTeresa me pergunta se existem

casas assombradas.De acordo com o Codificador

do Espiritismo e inúmeros e con-ceituados pesquisadores espíritas,a resposta é sim. Casas assombra-das existem, mas não há motivoreal para temermos a aparição defantasmas, que nada mais são queas almas de pessoas como nós que,extinta a vida do corpo físico, vol-veram ao plano espiritual.

Se quisermos ajudar, caso oagente da assombração se apresen-te atormentado, podemos fazê-locom orações e pensamentos eleva-dos. Muitas manifestações de efei-tos físicos são sinal de que o cau-sador do fenômeno deseja chamara nossa atenção para algo, o que éfácil esclarecer em uma sessãomediúnica bem organizada, leva-da a efeito em grupos bemestruturados que disponham demédiuns preparados.

Em maio de 2002, conforme osjornais registraram, o primeiro-mi-nistro do Japão, Junichiro Koizumi,decidiu mudar de residência, mas omotivo alegado nada teve a ver coma realidade dos fatos.

Segundo a imprensa japonesa,o ministro mudou-se para escapardas assombrações de sua anteriormoradia, um casarão construído há

mais de setenta anos que ganhounotoriedade pelos estranhos fenô-menos que ali dentro têm sidoregistrados.

Dois anos antes, o anteriormorador da mansão, o então pri-meiro-ministro Yoshiro Mori, de-clarou que ouvia ruídos insólitos ànoite e que portas e janelas se abri-am sem que ninguém as tocasse.

O medo das almas do outromundo, especialmente as que ani-maram pessoas mortas em circuns-tâncias violentas, é um traço co-mum às mais variadas culturas.

No caso do Japão, o medo dosmortos vem de muito longe e ain-da persiste, em que pese o notáveldesenvolvimento tecnológico ex-perimentado pelo país nos últimosquarenta anos. O exorcismo é hojeali uma indústria bilionária e co-meça a formar-se outra, que é aexploração turística do fenômeno.

O caso não deixa de causar es-tranheza, porque nos é difícil en-tender que possa haver medo dasalmas do outro mundo por parte depessoas esclarecidas e guiadas,como o primeiro-ministro, ao maisalto cargo da administração de umpaís como o Japão, onde a reen-carnação é bem difundida e o cul-to dos ancestrais faz parte da tra-dição das religiões aí estabelecidas.

Cuidado especial devemos ter nouso dos vocábulos caro e barato.

Caro significa “preço elevado”.Podemos, pois, dizer: “o pão estácaro”, “aluguel caro”, “roupa cara”,“os brinquedos estão caros”, masjamais digamos “preço caro”.

Quando tem valor de adjetivo,caro é variável: “lugares caros”,“frutas caras”, “passeio caro”.Como advérbio, é invariável: “OPalmeiras vendeu caro a derrota”,“Ele vendeu caro as duas casas”,“Pagamos caro os desaforos”.

A mesma regra aplica-se ao vo-cábulo barato, que é variável quan-do na função de adjetivo e invariá-vel quando funciona como advérbio.

Podemos dizer então: “livro ba-rato”, “roupa barata”, “camisas ba-

Pílulas gramaticaisratas”, mas “Comprei barato estasfrutas”, “Saíram barato tantos de-saforos”, “João vendeu barato suaspropriedades”. E, pelo mesmo mo-tivo mencionado com relação aovocábulo caro, evitemos dizer“preço barato”.

Quando usarmos o vocábulopreço, digamos que ele esteja “bai-xo” ou “elevado”. Aliás, é o queocorre no momento com o álcoolvendido pelos postos de combustí-veis, cujo preço jamais esteve tãoalto como nestes dias.

*Na leitura dos vocábulos se-

guintes, a letra “x” tem som de “ks”ou de “ss”, indiferentemente:1. apoplexia (lê-se: apopleksia ouapoplessia)

2. axioma (aksioma ou assioma)3. defluxo (deflukso ou deflusso)4. sintaxe (sintakse ou sintasse).Nos vocábulos adiante listados, aletra “x” tem som de “ss”, como novocábulo “auxílio”:1. máxima (lê-se: mássima)2. Maximiliano (Massimiliano)3. máximo (mássimo)4. defluxão (deflussão)5. próximo (próssimo).Na leitura das palavras abaixo, aletra “x” tem o som de “s”, comono vocábulo “êxito”:1. cálix (cális)2. cóccix (cóccis)3. contexto (contesto)4. explanar (esplanar)5. êxtase (êstase)6. Félix (Félis).

objetivo que motivou Fernanda eseus colegas da área de televisão afundar o “Reflexão Espírita”.

Vida longa à SBEE, atualmenteum dos setores que compõem a es-trutura atual da União das Socieda-des Espíritas de Londrina (USEL),e parabéns ao Braz Peres Garcia pelamais nova Casa espírita de nossa ci-dade, é o mínimo que podemos di-zer ante notícia tão auspiciosa!

O IMORTALMARÇO/2006 PÁGINA 5

Clássicos do Espiritismo

A Alma é Imortal (Parte 2)

ANGÉLICA REISDe Londrina

Continuamos a publicar otexto condensado da obra AAlma é Imortal, de GabrielDelanne, traduzida por GuillonRibeiro e publicada pela Editorada FEB. As páginas citadas refe-rem-se à 6a edição.

*16. A aparição de Buda, re-

ferida no item anterior, lembraa transfiguração de Jesus, quan-do se mostraram Moisés e Eliasperante Jesus e os apóstolos. OsEspíritos superiores têm umcorpo de esplendor incompará-vel, visto que sua substânciafluídica é mais luminosa do queas mais rápidas vibrações doéter. (Pág. 25)

17. No antigo Irã - a Pérsia -deparamos com uma concepçãoespecial acerca da alma.Zoroastro pode reivindicar a pa-ternidade da invenção do que éhoje chamado o “eu” superior, aconsciência subliminal e, ainda,a paternidade da teoria dos anjosguardiães. (Pág. 25)

18. Segundo o grande legis-lador, abaixo do Ser Incriado,eterno, existem duas emanaçõesopostas: Ormuzd e Arimã. O pri-meiro tem o encargo de criar econservar o mundo. Arimã pro-cura combatê-lo e destruir omundo, se puder. Dois gênios ce-lestes, emanados do Criador, aju-dam Ormuzd no trabalho da cri-ação, além de uma série de Espí-ritos, de gênios, de ferúers, pe-los quais pode o homem crer quetem em si algo de divino. Oferúer é, ao mesmo tempo,inspirador e um vigia e sua mis-são é combater os maus gêniosproduzidos por Arimã. (Pág. 25)

19. Na Judéia, ao tempo de

Moisés, os hebreus desconheci-am inteiramente qualquer idéia dealma. Foi preciso o cativeiro deBabilônia para que esse povo be-besse, entre os seus vencedores,a idéia da imortalidade e da ver-dadeira composição do homem.Os cabalistas, intérpretes doesoterismo judeu, chamamnephesh ao corpo fluídico daalma. (Pág. 26)

20. Os gregos, desde a maisalta Antigüidade, estiveram naposse da verdade sobre o mun-do espiritual. Em Homero, é fre-qüente os moribundos profetiza-rem e a alma de Pátroclo vem vi-sitar Aquiles na sua tenda. Se-gundo a maioria dos filósofosgregos, cada homem tem porguia um daimon particular, quelhe personifica a individualida-de moral. A generalidade doshumanos era guiada por Espíri-tos vulgares; os doutos mereci-am visitados por Espíritos supe-riores. (Págs. 26 e 27)

21. Tales de Mileto, que vi-veu seis séculos e meio antes daera cristã, ensinava que o Uni-verso era povoado de daimons ede gênios, testemunhas secretasdas nossas ações, mesmo dosnossos pensamentos, além denossos guias espirituais. Sócra-tes e Platão, como achassem ex-cessivamente grande a distânciaentre Deus e o homem, enchiam-na de Espíritos, considerando-osgênios tutelares dos povos e dosindivíduos e os inspiradores dosoráculos. (Pág. 27)

22. Entre os primeiros cristãosé conhecida a descrição que Pau-lo de Tarso faz do corpo espiritu-al, imponderável e incorruptível.Orígenes, em seus Comentáriossobre o Novo Testamento, afirmaque esse corpo, dotado de umavirtude plástica, acompanha a

alma em todas as suas existênci-as e em todas as suas peregrina-ções, para penetrar e enformar oscorpos mais ou menos grosseirosque ela reveste. (Pág. 29)

23. Orígenes e os Pais alexan-drinos propunham a si mesmos aquestão de saber qual o corpo queressuscitaria no juízo final e re-solveram-na, atribuindo a ressur-reição apenas ao corpo espiritu-al, como o fizeram Paulo e maistarde o próprio Santo Agostinho,figurando como incorruptíveis,finos, tênues e ágeis os corposdos eleitos. (Pág. 29)

24. A escola neoplatônica deAlexandria foi notável de mais deum ponto de vista. As vidas su-cessivas e o perispírito faziamparte do seu ensino e Plotino afir-ma claramente a reencarnação,como meio de progresso do es-pírito. (Págs. 31 e 32)

25. Após referir, de modo li-geiro, o que Dante, Milton eLeibnitz disseram sobre o corpofluídico da alma, Delanne trans-creve parte das idéias que CharlesBonnet inseriu em seu livro En-saio analítico. Segundo Bonnet,uma vez que o homem é chama-do a habitar sucessivamente doismundos diferentes, sua constitui-ção originária tem de conter coi-sas relativas a esses dois mundos.“O corpo animal - diz Bonnet -tinha que estar em relação dire-ta com o primeiro mundo, o cor-po espiritual com o segundo.”(Págs. 33 a 35)

26. Comentando o assunto,Delanne diz que no organismohumano existe o corpo destina-do a uma vida superior e é gra-ças a ele que podemos conservaro tesouro das nossas aquisiçõesintelectuais. “Mais adiante -acrescenta ele - comprovaremosque o perispírito é uma realida-

Do livro Diretrizes de Segurança, 3a edição, pergunta 3,obra publicada pela Editora Fráter, de Niterói-RJ.

Divaldo responde– Existe a mediunidade in-

consciente?Divaldo P. Franco – Sem

dúvida. Kardec classificava osmédiuns, genericamente, em doistipos: seguros e inseguros. Den-tro dessa classificação, os segu-ros são aqueles que filtram comfidelidade a mensagem, aquelesque são automáticos, sonambúli-

cos, inconscientes, portanto, pormeio dos quais o fenômeno ocor-re dentro de um clima de profun-didade, sem que a consciênciaatual tome conhecimento.

Podem ser os médiuns cons-cientes, semiconscientes e in-conscientes. Quanto às suas ap-tidões e qualidades morais, elestêm vasta classificação.

de física tão certa quanto a doorganismo material: ele é visto,tocado, fotografado. Numa pala-vra: o que não passava de teoriafilosófica, grandiosa e consola-dora, mas sempre negável, é exa-to, tornou-se um fato científico,que oferece àqueles remígios doespírito a consagração inatacá-vel da experiência.” (Pág. 38)

27. Não são novos os fenôme-nos estudados pelo Espiritismo.Eles produziram-se em todos ostempos e sempre houve casasmal-assombradas e aparições. Omagnetismo foi, contudo, o pri-meiro a fornecer os meios de pe-netrar-se no domínio inacessíveldo amanhã da morte. (Pág. 40)

28. O sonambulismo, desco-berto por de Puységur, constituiuo instrumento de investigação domundo novo que se apresentava.Submetidos a esse estado nervo-so, puderam os sonâmbulos pôr-se em comunicação com as almasdesencarnadas e descrevê-las mi-nuciosamente. (Pág. 41)

29. Segundo a biografia queo dr. Kerner escreveu sobre a Sra.Hauffe, mais conhecida sob a de-signação de A vidente dePrévorst, ela não precisava ador-

mecer para ver os Espíritos.Quando a interrogavam, a viden-te dizia ter sempre junto de si umanjo ou daimon que a advertiados perigos a serem evitados porela e por outras pessoas. Era oEspírito de sua avó, SchmidtGall. (Pág. 41)

30. A avó apresentava-serevestida, como todos os Espíri-tos femininos que lhe apareciam,de uma túnica branca com cintoe um grande véu igualmentebranco. “As almas - dizia ela -não produzem sombra. Têm for-ma acinzentada. Suas vestes sãoas que usavam na Terra, mastambém acinzentadas, quais elaspróprias. As melhores trazemapenas grandes túnicas brancase parecem voejar, enquanto asmás caminham penosamente.São brilhantes os seus olhos.Elas podem, além de falar, pro-duzir sons, tais como suspiros,ruge-ruge de seda ou papel, pan-cadas nas paredes e nos móveis,ruídos de areia, de seixos, ou desapatos a roçar o solo. São tam-bém capazes de mover os maispesados objetos e de abrir e fe-char as portas.” (Pág. 41) (Con-tinua no próximo número.)

O IMORTALPÁGINA 6 MARÇO/2006

O BOLO DECHOCOLATE

Luizinho, menino amoroso einteligente, estava sempre feliz.

Brincava todos os dias comCarminha, sua vizinha. Ambos ti-nham seis anos, gostavam de estarjuntos, mas nem sempre se enten-diam, pois pensavam de maneiradiferente.

Enquanto Luizinho vivia alegree contente da vida, Carminha mos-trava-se exigente, egoísta e mal-humorada.

Quando Carminha queria brin-car de casinha, Luizinho concor-dava prontamente, satisfeito. Masquando Luizinho sugeria um jogoou brincar de bola, Carminha nãoaceitava, ficando mal-humorada.

Sendo tranqüilo e cordato,Luizinho acabava concordandocom a amiga.

Certo dia, eles estavam brin-cando na casa de Carminha, quan-do a mãe dela chamou:

— Meninos, entrem e lavem asmãos para tomar lanche!

Obediente, imediatamenteLuizinho parou o que estava fazen-do e foi atender a ordem. Carmi-nha, irritada, levantou-se de má-vontade:

— Justo agora que estamosbrincando, mamãe! Não quero la-

var as mãos e não quero comer! —reclamou chorosa.

O garoto pegou na mão da ami-guinha e levou-a para a cozinha.Diante da mesa posta, onde um lin-do e apetitoso bolo as esperava,Luizinho disse:

— Veja, Carminha, que lanchemais gostoso sua mãe preparoupara nós. Vamos ao banheiro lavaras mãos.

Carminha foi quase que arras-tada. Depois, eles sentaram-se em

torno da pequena mesa, enquantodona Diva servia o leite com café,e cortava o bolo, dando um peda-ço às crianças.

Luizinho tomou o leite e comeuo pedaço de bolo com satisfação,enquanto Carminha se queixava:

— Gosto mais daquele outrobolo, mamãe. Aquele todo de cho-colate com cobertura por cima.

— Carminha, o bolo que sua

mãe fez está uma delícia! DonaDiva, pode dar-me mais um peda-ço? — disse o menino.

Com um sorriso, a senhora cor-tou o pedaço de bolo e, enquantoo servia, considerou:

— Luizinho, eu noto que vocêé bem diferente de minha filha.Está sempre alegre, satisfeito, nun-ca vi você reclamar de nada. Porquê?

O menino pensou um pouco einclinando a cabecinha, respondeu:

— É porque aprendi com aminha mãe que devemos sempreser gratos a Deus por tudo o queele nos dá.

Sempre do contra, Carminharetrucou:

— Ah,é?! E o que é que Deustem nos dado?

— Tudo — respondeu o garo-to, com serenidade.

— Tudo?E, diante de Carminha, de boca

aberta, ele explicou:— Sim. Quem foi que nos deu

a vida? E o nosso corpinho que nosleva aonde desejamos? E a nossafamília? O amor do papai e damamãe? E este dia tão lindo, e estebolo tão gostoso, e...

— Mas eu sempre tive tudoisso! — respondeu a outra.

— Sempre teve porque o Paido Céu lhe deu. Imagine sua vidasem todas essas coisas, Carminha.

Dona Diva estava encantada.Percebeu que havia mimado mui-to sua filha, o que a tinha impedi-do de avaliar as coisas boas querecebia, considerando-as como di-reito seu.

— Luizinho tem razão, minhafilha. Você já pensou naquelas cri-anças que nascem cegas ou que nãopodem andar?

Carminha ficou pensativa. Omenino concordou com a senhora.

— Sua mãe tem razão, Carmi-nha. Lembra-se daquela vez quefiquei de cama por alguns dias enão pude brincar com você e nemir para a escola?

— Lembro.— É porque eu estava com he-

Meu amiguinho, você já pen-sou quantas coisas boas temos re-cebido de Deus, sem nos lembrar-mos de agradecer?

Normalmente, só reclamamosdaquilo que não temos: um par detênis como o do nosso amigo, aque-le brinquedo novo que o vizinhoacabou de ganhar, a mochila quevimos numa vitrine, e muito mais.

No entanto, existem coisasmuito melhores que recebemos doPai do Céu sem pedir; tesourosmuito mais preciosos do que ascoisas fúteis que desejamos.

Pense! Vamos lembrar de tudoo que Deus nos concede cada dia?

Em primeiro lugar, agradecer abênção da vida. Sem ela, tudo dei-xa de ter valor.

O nosso planeta, mundo em quevivemos e onde a natureza é bela ecolorida.

Agradecer o ar que respiramos.Sem oxigênio, não conseguimosrespirar e não podemos viver.

Agradecer pelo corpo que oSenhor nos deu, pela faculdade depensar, de raciocinar, de aprender.

A bênção de poder enxergar omundo, ouvir vozes e melodias,sentir o gosto do doce ou do salga-do, falar com as pessoas, tocar oque nos rodeia, fazer um carinho.

Agradecer pelas nossas pernasque nos levam onde desejamos,pelos braços e mãos que nos per-mitem trabalhar.

Agradecer pelas pessoas que noscercam, que nos dão condições me-lhores de vida, que constroem a casaque nos abriga, os móveis que nosservem, que fazem o pão que come-mos, o alimento de que nos nutri-mos, o agasalho que nos aquece, ocalçado que protege nossos pés.

Agradecer pelos amigos quenos ajudam, nos ouvem e nosaconselham.

O lar, onde existe entendimen-to, amor e paz com a presença tãoimportante da nossa família.

O prazer de crescer e amadu-recer, construindo nossa vida pen-sando num futuro melhor.

Estas são algumas das bênçãosque recebemos de Deus todos osdias e não nos damos conta.

Se você pensar bem vai encon-trar muito mais.

Faça isso! Relacione tudo oque faz parte da sua existência eque, se você não tivesse sua vidanão teria sentido.

Vamos lá? Experimente. De-pois, faça uma prece e agradeça aDeus por todas essas coisas quefazem a sua vida mais feliz!

GRATIDÃO A DEUS

patite, uma doença grave. Tinhavontade de levantar da cama, debrincar, de ir à escola, e não podia.Fiquei revoltado, nervoso. Mamãe,então, me explicou que logo eu iriamelhorar, desde que fizesse o tra-tamento direitinho. Quanto mais eucolaborasse, mais depressa ficariabom. Que minhas reclamações,meu mal-humor e minhas lágri-mas, não iriam ajudar em nada, aocontrário; só iria pior meu estado.

Carminha estava surpresa.Luizinho parou de falar, depoisconcluiu:

— Mamãe fez-me ver tudo debom que Deus tinha me dado e queeu não percebia. Desse dia em di-ante passei a valorizar mais a saú-de, o nosso corpo, a família, e um

montão de outras coisas das quaisnão nos damos conta.

Carminha entendeu que seuamiguinho tinha razão. Com umsorriso no rosto, olhou para a mãee disse:

— Mamãe, tenho sido uma fi-lha muito chata, não é? Vou mu-dar. Quero ser como meu amigoLuizinho. Seu bolo está uma delí-cia. Pode me dar mais um pedaço?

TIA CÉLIA

O IMORTALMARÇO/2006 PÁGINA 7

Sempre melhorar

“Vem, segue-me!” (Jesus.)

Quando vemos a atual situa-ção da nossa Terra, quando osmeios de comunicação nos per-mitem saber o que acontece emtoda a parte, vemos violência econflitos explodindo em grandeparte, às vezes fatos isolados,outros coletivos. À primeira vis-ta, parece que o tempo, em vezde melhorar as coisas, está pio-rando. Mas o ser humano sem-pre teve essa tendência agressi-va, herança dos atavismos pri-mários, dos quais pouco a pou-co se liberta até atingir a angeli-tude, até ter paz.

Nunca estivemos sós, nuncafomos abandonados, sempre am-parados pela Divina Misericór-dia. Missionários de todos osmatizes têm vindo de esferas es-pirituais mais elevadas para nostrazer claridade, fazer luz emmeio às nossas densas trevas in-teriores. Ora são Espíritos quedesenvolvem a ciência, ora sãomissionários do amor.

É interessante que muitosdos grandes enviados, sobre-maneira aqueles que vieram de-monstrar o amor, relatam expe-riências mediúnicas visuais ouauditivas. Muitos comentaramque “ouviram um chamamen-to”. Geralmente isso sucede naidade jovem, na adolescência,quando costuma vir com maisintensidade o fenômeno medi-único, em alguns desabrocha-do desde a mais tenra idade. Éo caso de Chico Xavier, tão re-verenciado por nós espíritas.Médium desde jovem, seu cha-mado se deu quando Emmanu-el lhe apareceu e deu-lhe as di-retrizes, respondendo às suasindagações e indicando-lhe oroteiro que todos nós conhece-mos: “Disciplina, disciplina,disciplina!”

E ele soube atender Emma-nuel, seguindo até o fim com suatrajetória exemplar de amor e ca-ridade.

Madre Tereza de Calcutá,também respeitada no mundo in-teiro, refere ter ouvido o chama-do de Jesus, quando jovem.

Florence Nightingale, a gran-de enfermeira inglesa que no sé-culo XIX revolucionou a higie-ne e os cuidados com os enfer-mos, num amor até o extremo,também refere ter ouvido umchamamento. Tanto ela quantoMadre Tereza diziam ser o cha-mado de Jesus.

Dom Bosco, o grande mé-dium e santo católico, que desen-volveu um grande trabalho deamor, refere ter visto Maria, mãede Jesus, em sonhos, a ensiná-loa lidar com as crianças.

Eurípedes Barsanulfo, o gran-de apóstolo da caridade, psico-grafou mensagens de Maria aorientá-lo com referência ao Co-légio Allan Kardec, em Sacra-mento.

Se fôssemos nominar todos osgrandes do amor, seus nomes nãocaberiam nestas páginas.

Eles ouviram um chamado.Seguiram o chamado. Foram vi-toriosos. Estrelas luminosas quedesceram para mostrar a nós, cri-aturas da Terra, que é possívelamar, que é possível ser manso epacífico.

“Vem, segue-me!”Jesus estendeu esse convite

para todos aqueles que achava es-tarem prontos a segui-lo. Suasovelhas ouviram sua voz e o se-guiram, muitos ao extremo dosacrifício da própria vida.

Suas palavras nos alcançamhoje: “Vem, segue-me!”.

Nestes dias difíceis de teste-munhos áridos em meio à mate-rialidade vigente, quando tudoparece conspirar contra a espiri-tualidade, a favor da materialida-de, segui-lo não é tão difícil

quanto parece. Não precisamosdar a própria vida nas arenas, ounos despojar de tudo, ou nos tor-nar da noite para o dia um ChicoXavier, uma Madre Tereza, umDom Bosco, um Eurípedes Bar-

JANE MARTINS VILELADe Cambé

No mês de janeiro, registra-mos nesta coluna algumas ori-entações de André Luiz para ostrabalhos de passes magnéticos,extraídos do livro “Missionári-os da Luz”. Neste mês, vamosdar continuidade ao assunto re-tirando alguns tópicos do livro“Nos Domínios da Mediunida-de”, do mesmo autor, que é oobjetivo desta coluna.

No capítulo 17 André fazapresenta algumas questões aoseu orientador Áulus que, porsua vez, dá-nos verdadeira li-ção sobre a técnica da fluidote-rapia.

Não utilizaremos aqui asquestões propostas no livro,mas trechos das respostas que,para ficarem mais didaticamen-te apresentados, virão precedi-dos de questões por nós elabo-radas (mas todas muito próxi-mas da original).

Devem os médiuns passis-tas de uma equipe ser invari-avelmente os mesmos?

Sim, contudo, em casos deimpedimento justo, podem sersubstituídos, embora nessas cir-cunstâncias se verifiquem, ine-vitavelmente pequenos prejuí-zos resultantes de naturaldesajuste.

Seria conveniente, antes

Estudando as obras de André Luizde iniciarmos um trabalho depasses, fazermos uma oração?

Sem dúvida. A oração é pro-digioso banho de forças, tal a vi-gorosa corrente mental que atrai.Por ela os médiuns expulsam dopróprio mundo interior os som-brios remanescentes da ativida-de comum que trazem do círcu-lo diário de luta e sorvem do nos-so plano as substâncias renova-doras de que se repletam, a fimde conseguirem operar com efi-ciência, a favor do próximo.

Toda oração, filha da sinceri-dade e do dever bem cumprido,com respeitabilidade moral elimpeza de sentimentos, perma-nece tocada de incomensurávelpoder.

E todas as pessoas dignas efervorosas, com o auxílio da pre-ce, podem conquistar a simpatiade veneráveis magnetizadores doPlano Espiritual, que passam, as-sim, a mobilizá-las na extensãodo bem.

Deve o médium passista to-car o corpo de quem recebe afluidoterapia para melhor trans-mitir as energias curadoras?

Na maioria dos casos, não épreciso tocar o corpo dos paci-entes, de modo direto. Os recur-sos magnéticos, aplicados a re-duzida distância, penetram assimmesmo o “halo vital” ou a aurados doentes, provocando modi-ficações subitâneas.

Qual deve ser a atitude es-

piritual de quem aplica ospasses, durante o trabalho?

Indiscutivelmente não pres-cindimos do coração nobre e damente pura, no exercício doamor, da humildade e da féviva, para que os raios do po-der divino encontrem acesso epassagem por nós, a benefíciodos outros. Para a sustentaçãode um serviço metódico decura, isso é indispensável.

É possível dedicar-se aessa natureza de tarefa semestudos apropriados?

Em qualquer setor de traba-lho a ausência de estudo signi-fica estagnação. Esse ou aque-le cooperador que desistam deaprender, incorporando novosconhecimentos, condenam-sefatalmente às atividades desubnível; todavia, em se tratan-do do socorro magnético, con-vém lembrar que a tarefa é desolidariedade pura, com arden-te desejo de ajudar, sob a invo-cação da prece.

Para concluir, o passemagnético pode ser dispensa-do à distância?

Sim, desde que haja sintoniaentre aquele que o administra eaquele que o recebe. Nessecaso, diversos companheirosespirituais se ajustam no traba-lho do auxílio, favorecendo arealização, e a prece silenciosaserá o melhor veículo da forçacuradora.

JOSÉ ANTÔNIOV. DE PAULA

De Cambé

sanulfo. Isso é trabalho espiritu-al de milênios.

Se nos desgostamos do quevemos na mídia, se a violêncianos desagrada, se cansamos doclamor da aflição, ouçamos Je-

sus: “Vem, segue-me” e, no si-lêncio do nosso ser, sem alarde,sejamos uma ovelha que o segue,melhorando sempre mais, aju-dando sempre mais, fiéis ao Cris-to nas atitudes e no coração.

PÁGINA 8 PÁGINA 9O IMORTAL MARÇO/2006MARÇO/2006

FERNANDA BORGESDe Londrina

Mãos sensíveis para trabalharcom biscuit e argila. Técnicas paraaplicar na expressão corporal ou naoficina de teatro. Os jovens que es-tiveram participando da 13ªCONMEL puderam aprender detudo um pouco, sempre inspiradosna frase de Joanna de Ângelis.

Sônia de Campos, responsá-vel pelas oficinas juntamente comDalva de Oliveira, ambas da Fe-deração Espírita do Estado de SãoPaulo, explicou que todas as ofici-nas foram preparadas exclusiva-mente para seguir o tema aborda-do no encontro. Segundo ela, cadajovem podia escolher a oficina naqual gostaria de participar, e entãotodos participaram.

Para trabalhar com a argila ecom o biscuit, os jovens precisa-ram passar por um “treinamento”com as mãos, onde foi desenvol-vida uma técnica para que ele pu-desse ter mais sensibilidade comas mãos. “Cada um deles lavou ospés de um colega, enxugou e pas-

A 1a CONMEL realizou-se nosdias 12 a 15 de fevereiro de 1994,nas dependências do Lar AnáliaFranco de Londrina. Aproximada-mente 80 pessoas, entre adolescen-tes e adultos, participaram ativa-mente do evento. De Cornélio Pro-cópio a Maringá, viam-se ali jo-vens de várias cidades, inclusiveda capital paulista, que tomaramconhecimento do encontro atravésde “O Imortal”.

Kátia Cilene Pereira presidiuà abertura do evento, cujos obje-tivos seriam, conforme ela decla-rou, “a divulgação da DoutrinaEspírita e a confraternização dosjovens espíritas”. Antes da prece

Mais de 100 jovens participam da 13ª CONMELFrase de Joanna de Ângelis inspira jovem a refletir sobre suaconduta na vida diária por meio de palestras e brincadeiras

Oficinas e palestras despertampara novos caminhos

sou creme. Isso serviu para que elespudessem agir com delicadeza, amesma maneira que eles teriam queagir com a massa da argila e dobiscuit, explicou Sônia.

Artigos como potes de vidro,chaveiros, entre outros objetos, fo-ram trabalhados. Cada jovem cria-va o que queria. Segundo Sônia, amaioria dos jovens que se interes-saram pelo trabalho com argila erammenores. Objetos como potes devidro, chaveiros, macas de hospitale até um hospital do plano espiritu-al foram alguns dos trabalhos ela-borados pelos jovens.

“Houve um garoto que crioutrês vasos sanitários. Um bem gran-de, um médio e outro menor. Eledisse que o vaso maior era para jo-gar fora todas as coisas ruins queestavam acontecendo no mundo.Todo o trabalho foi muito interes-sante porque em cada objeto elesvivenciavam uma teoria aplicadadurante o encontro”, comentouSônia.

Como surgiu a CONMELinicial, ela leu uma mensagem en-viada por Elizabeth Montenari, deLeopoldina (MG), onde se realiza-va desde 1982 a COJEL – Confra-ternização da Juventude Espírita deLeopoldina, que inspirou a criaçãoda CONMEL.

Como amplamente divulgadona época, foi a jovem FernandaLino de Almeida quem trouxe paraLondrina a idéia de um encontrosemelhante ao que a COJEL reali-zava, que ela foi conhecer pesso-almente no carnaval de 1993, emcompanhia dos confrades LiaLopes e seu esposo e Astolfo Ole-gário de Oliveira Filho e sua espo-sa. É por isso que a CONMEL nas-ceu sob os auspícios da USEL –União das Sociedades Espíritas deEstudos doutrinários e gincanas diversas compuseram a programação da 13ª CONMEL

Poucas são as obras espíritasque focalizam com profundidadeo problema do carnaval e suasmazelas. Uma delas é o livro NasFronteiras da Loucura, escritoem 1982 por Manoel Philomenode Miranda (Espírito), valendo-seda mediunidade de Divaldo P.Franco.

O trecho a seguir, extraído docap. 6, pp. 51 a 53, da obra men-cionada, mostra uma faceta docarnaval no Rio de Janeiro, umafesta tão badalada pelos meios decomunicação, especialmente aRede Globo de Televisão.

Nos dias de carnaval – relataPhilomeno - a cidade, regurgitante,era um pandemônio. Multidão deEspíritos, que se misturavam àmole humana em excitação dossentidos físicos, dominava a pai-sagem sombria das avenidas, ruase praças, cuja iluminação, emborafeérica, não conseguia vencer apsicosfera carregada de vibraçõesde baixo teor.

Grupos mascarados eramacolitados por frenéticas massasde Espíritos voluptuosos, que seentregavam a desmandos e orgi-as lamentáveis, inconcebíveis doponto de vista terreno. AlgumasEntidades atacavam os burlescostranseuntes tentando prejudicá-los com suas induções nefastas.Outras buscavam as vítimas empotencial para alijá-las do equilí-brio, dando início a processos ne-fandos de obsessões demoradas.

Muitas pessoas fantasiadashaviam obtido inspiração para assuas expressões grotescas em vi-sitas a regiões inferiores do Além.Aliás, as incursões aos sítios dedesespero e loucura são muito co-muns aos homens que se vincu-lam aos ali residentes pelos fiosinvisíveis do pensamento, em ra-zão das preferências que acolheme dos prazeres que se facultam nomundo íntimo.

O carnaval e suas mazelasA sucessão de cenas, depri-

mentes umas, selvagens outras,era constrangedora, o que mere-ceu do Dr. Bezerra de Menezes oseguinte comentário: “Grande,expressiva faixa da humanidadeterrena transita entre os limites doinstinto e os pródromos da razão,mais sequiosos de sensações doque ansiosos pelas emoções supe-riores. Natural que se permitam,nestes dias, os excessos que repri-mem por todo o ano, sintonizadoscom Entidades que lhes são afins.É de lamentar, porém, que mui-tos se apresentam, nos dias nor-mais, como discípulos de Jesus,preferindo, agora, Baco e os seusassessores de orgia ao Amigo Afe-tuoso...”

As origens do carnaval se en-contram na bacanália, da Grécia,quando era homenageado o deusDionísio. Mais tarde, essas festasapresentavam-se em Roma, comosaturnália, quando se imolavauma vítima humana, adredementeescolhida. Depois, já na IdadeMédia, aceitava-se a tese de que“Uma vez por ano é lícito en-louquecer”, o que tomou corpo,modernamente, no carnaval denossos dias.

“Há estudiosos do comporta-mento e da psique - assevera Dr.Bezerra -, sinceramente conven-cidos da necessidade de descarre-garem-se as tensões e recalquesnesses dias em que a carne nadavale, cuja primeira sílaba de cadapalavra compôs o verbete carna-val. Sem dúvida, porém, a festa évestígio da barbárie e do primiti-vismo ainda reinantes, e que umdia desaparecerão da Terra, quan-do a alegria pura, a jovialidade, asatisfação, o júbilo real substituí-rem as paixões do prazer violen-to e o homem houver despertadopara a beleza, a arte, sem agres-são nem promiscuidade.” (DaRedação)

Outra integrante da coorde-nação da CONMEL, ElisângelaDias de Toledo, ressaltou que to-dos os anos é feito um balanço dasatividades aplicadas com os jovenspara a escolha do tema que será es-colhido para o encontro do ano se-guinte.

Durante a 13ª CONMEL, osjovens puderam assistir a filmes eparticipar de palestras que trataramsobre personagens como Francis-co de Assis, Paulo de Tarso, Ináciode Antioquia e Maria de Magdala,que, segundo Elisângela, forampessoas que mudaram seu destinopara o caminho do bem.

“A proposta foi para queeles pudessem refletir sobre o ca-minho que eles gostariam se se-guir. Mostramos para eles a Dou-trina Espírita e personagens queseguiram o caminho do bem.Depois disso, resta a eles esco-lher qual o destino que queremseguir”, salientou Elisângela.(Fernanda Borges)

Londrina, que Lia Lopes presidianaquela oportunidade.

Kátia e Fernanda, que coor-denaram a 1a CONMEL, continu-am até hoje à frente do movimen-to, que deve especialmente a elasa sua realização ininterrupta nosúltimos 12 anos.

A idéia de realizar o eventopor ocasião do carnaval, tal comose verifica com a COJEL, tem aver com as mazelas que o carna-val apresenta, como pode ser vis-to no texto ao lado. Um movi-mento dessa natureza realizadoexatamente nos dias conturbadosdo carnaval ajuda a amenizar, dealguma forma, os malefícios deordem espiritual ligados aos fes-tejos de Momo.

Da Redação

“Podes mudar o teu destino, con-forme agires no teu dia-a-dia.” Esse foio tema da 13ª Confraternização dasMocidades Espíritas de Londrina rea-lizada nos dias 24 a 28 de fevereiro. Oevento, que ocorreu no campus da Uni-versidade Estadual de Londrina(UEL), reuniu 111 jovens de Londri-na, Apucarana, Rolândia, Arapongas,Curitiba, Cambé, Jandaia do Sul eJaguapitã.

Segundo a integrante da coordena-ção da 13a CONMEL, Fernanda Fari-as Lino de Almeida, além dos jovens,também estiveram participando doevento mais de 40 pessoas que faziamparte da organização. “Todos os anosrecebemos uma média de 80 a 100 jo-vens. Este ano nossa expectativa foisuperada. Tivemos 40 jovens a maisdo que o ano passado”, disse.

O encontro tem como principal ob-jetivo reunir jovens com idades entre12 a 25 anos para estudar a DoutrinaEspírita brincando e se divertindo.Além de palestras, reuniões e exibiçãode filmes, todos os jovens puderam,durante o encontro, participar degincanas e oficinas artísticas.

Alguns critérios são exigidos paraque o jovem possa participar do encon-tro. Segundo Fernanda, além da idadede 12 a 25 anos, o jovem tem que estarestudando a Doutrina Espírita por, pelomenos, seis meses. Também é cobra-da uma taxa de R$ 50,00, que,segundoa coordenação, é utilizada única e ex-clusivamente para a alimentação.

“É necessário que esse jovem te-nha uma noção básica do Espiritismo,pois aqui são trabalhados com eles al-guns assuntos que exigem esse conhe-cimento. Todos eles adoram aCONMEL porque eles estudam a dou-trina espírita e se confraternizam aomesmo tempo”, ressaltou.

É a primeira vez que Rayra Rodri-gues, 13 anos, de Apucarana participada CONMEL. Ela ficou sabendo doencontro por meio de amigos que jáhaviam participado em anos anteriores.“É bem legal. Estamos aprendendo bas-tante coisa. Tem hora que a gente estu-da e tem hora que a gente brinca. Elesmostram pra gente coisas que podemosaplicar no nosso dia-a-dia”, disse.

Provas como “Túnel do Coração”,onde os participantes precisavam atra-vessar um túnel coberto de lama pararesgatar pequenos corações, fizeramsucesso no encontro. Outra brincadei-

ra que exigia equilíbrio e paciência eraa prova da “Bexiga”, em que os jovenstinham que passar a bexiga, cheia deágua e sem estourar, para o colega dolado o mais rápido possível.

Também é a primeira vez que RaulGonçalves Alves, 17 anos, de Londri-na, participa do encontro. Para ele,além de aprender sobre o Espiritismo,o evento está contribuindo para novasamizades. “A gente acaba conhecen-do bastante gente. Também é legalporque aprendemos sobre como pode-mos ajudar o próximo”, comentou.

Seguindo o tema central do encon-tro, os jovens puderam participar depalestras que foram organizadas porFrancisco Ferraz Batista, 1o vice-pre-sidente da Federação Espírita de Para-ná (FEP). Também estiveram partici-pando na organização das oficinasDalva de Oliveira e Sônia de Campos,ambas da Federação Espírita do Esta-do de São Paulo.

Para a jovem Liliana Duran, 20 anos,de Cambé, o encontro é uma possibili-dade de diversão muito mais agradávelque o carnaval. “É muito útil o ensina-mento que aprendemos por meio das di-nâmicas que vivenciamos aqui. Vale apena participar, é muito melhor que o car-naval. É tudo de bom”, salientou.

O IMORTALPÁGINA 10 MARÇO/2006

Sobre a evolução das religiões, ou como Kardec chegou ao Espiritismo(2ª Parte)

AIGLON FASOLODe Londrina

A Cabala - Conta a Bíblia noGênesis que Jacó, tendo que fugirde seu irmão Esaú, que queriamatá-lo por roubar sua progenitura,dormiu em um local do desertocom a cabeça apoiada sobre umapedra, e sonhou que via uma esca-da, na qual anjos por ela subiam edesciam. Sobre o topo dessa esca-da, encontrava-se El, o Senhor deAbraão e Isaac.

Para os cabalistas essa escadarepresenta a Sefer Yezira,a base dasabedoria cabalista.

A Cabala ainda é muito mal co-nhecida. Apesar de historicamenteter se desenvolvido desde os primei-ros tempos do judaísmo, emergiupossivelmente ao conhecimento deuma maioria de pessoas entre osséculos 13 e 14, principalmente en-tre os judeus de casta mais elevadana Provença, pouco antes da cruza-da contra os cátaros. Conta-se queem meados do século 13 um judeuespanhol chamado Moises de Leonvendia a judeus ricos interessadosem coisas sagradas uns livros decaráter secreto que se constituíamem comentários sobre a Torah, oPentateuco judeu, e os profetas.Esses escritos teriam sido compila-dos no ano de 1304, e formam abase do Zohar, o livro do esplen-dor, que é o livro fundamental daCabala. Descobriu-se então quehavia uma escola de judeus que sediziam possuidores de segredos re-ligiosos muito antigos. Essa escolajá atuava na Provença antes da guer-ra dos albigenses (cátaros) e tinhacomo chefe um judeu chamadoIsaac, o Cego.

No século 15, afloraram doisexpoentes da cultura cabalista,Moises Cordovero, judeu espa-nhol, e Isaac Luria, judeu

levantino. Os escritos deixados poresses dois formaram a base damoderna cabala, e por sua influ-ência foram criadas as bases dachamada escola cabalista cristã.

Pico de La Mirandola, Reuchlin,Agripa de Nettesheim, Josefo Voysinpropagaram entre os círculos letra-dos as principais doutrinas do Zohar.As passagens mais notáveis do Li-vro do Esplendor foram traduzidasdo hebreu para o latim por Knoor deRosenroth, de 1677 a 1684, com aajuda de Henry More, o escritor in-glês, correspondente de Descartes etambém tido como o chefe dos “Pla-tônicos de Cambridge”. Donne eMilton também foram seduzidospela cabala; William Blake estudou-a profundamente; Victor Hugo usougrande parte de seu sistema na com-pilação de seus livros. E houve vári-os ocultistas desde o renascimentoque nela (Cabala) se inspiraram semo confessar. A Teosofia de MadameBlavatski, de nossos dias, é em gran-de parte inspirada na Cabala.

A razão dessa influência daCabala sobre o mundo ocidentalestá na sua filosofia. A Cabala éessencialmente um panteísmo oti-mista. Os panteístas orientais sãopessimistas, e o próprio cristianis-mo estabeleceu profundas suspei-tas sobre a carne e o mundo. Po-rém, durante o Renascimento, oespírito europeu se colocou contraa condenação da carne e, reclaman-do a liberdade dos instintos, pro-clamou a divindade do mundo,declarando que Deus estava nohomem e na natureza. Assim, ape-sar da reação no século 17, o espí-rito europeu permaneceu fiel aoespírito cabalístico que satisfaziaseus instintos profundos. VictorHugo, espírito essencialmente po-pular, ao dedicar-se à Cabala, aca-bou sendo o expoente representa-tivo das raças ocidentais.

A filosofia Cabalista se baseiaem quatro idéias principais quesão: Deus, A Lei Sexual, O OutroLado e a Reencarnação. Comenta-remos a seguir cada uma delas.

A) Deus - Deus é completamen-te inacessível ao pensamento huma-no. As almas são partículas da es-sência divina. Diz Victor Hugo:

Nada mais que Ele existe, achama profunda.

Sinceramente, aos 62 anos nolombo, não sei dizer o que seriamais difícil. Seria pedir perdão aalguém? Ou seria o dar perdãoàquele estúpido que, de maldade,de propósito, a mim me machu-cou, se não fisicamente, mas atra-vés duma palavra mais agressi-va, de um gesto mais violento, deum olhar de zombaria, de umpensamento mau sobre o que eufiz de errado em minha ignorân-cia? Não sei!

Para uns, o pedir de alguém operdão é ato de covardia, de hu-milhação, de subserviência, sei láo quê. Para outros, o dar perdãoa quem o ofendeu seria achar-semelhor do que ele, mais superi-or, dizendo lá com seus botões:“É um pobre diabo que não temonde cair morto”.

E por aí vai a coisa como bolade neve...

“Ah, não! Se eu perdoar umavez, e ele me aprontar outra da-qui a pouco, cesteiro que faz umcesto faz um cento... Ah, eu pos-so até perdoar, mas não me es-queço...”

E quando este outro seestrepa: “Ah, está pagando pelo

Algo sobre o perdãomal que cometeu!”

“Eu?! Pedir perdão? Nem mor-to! Quero dele é distância. Ele nãoé, cara, melhor em nada do que eu!Ele é quem começou!...”

Bem, vamos tirar a dúvida comJesus, que é o Mestre dos mestres,e nós, eu também, somos alunosrelapsos que não fazemos o deverde casa nem mesmo em nosso lar.

1o) Disse Ele quando indagadoquantas vezes deveríamos perdoaraos nossos ofensores: “Não sete,mas sete vezes setenta vezes!” Ehá aqueles que acrescentam, pon-do nos lábios de Jesus este ensina-mento: “sete vezes setenta vezes omesmo malefício”. Sendo coisa deforo íntimo, deixo com o leitor(caso eu aqui o tenha) para sua re-flexão. Olhe o “reconcilia-te como teu adversário!”

2o) Do alto da cruz, posto alipor nós mesmos – em outros cor-pos em nossas outras existênciaspela face da Terra –, Ele que ensi-nou, deu o exemplo máximo aoproferir o quê? O quê mesmo? Falemais alto que eu, além de míopeando já meio surdo (ou surdo porinteiro!). Sim, acertou! O Cristoabriu o coração e proferiu aquelasentença que a nós, pelo menos amim, me tem custado muito seguir:

- Pai, peço que Tu lhes per-

doe. Coitados! Não sabem o quefazem...

E quando este mesmo Mestresuplicou o “afasta de mim este cá-lice!”, penso como disse CairbarSchutel: “O Cristo estava vendoo que de dores a Humanidade ain-da haveria de sofrer para apren-der pelo amor”. É. São umas su-tilezas que estão não nas linhas,mas nas entrelinhas.

E mais ainda, como disseMartin Luther King: - Jesus nãodisse gosta aí do inimigo. Não.Ele sugeriu: Ore por ele... Váajudá-lo sinceramente com amor,se ele precisar... Não fique ale-gre em o vendo em apuros. Jesussugeriu. Não impôs! Mostrou ocaminho.

Claro que só se esquece aofensa quem sofre de amnésia.Não é o nosso caso (pelo menoso meu) ainda. Mas ao recordá-la,que esta recordação não venhacom a mesma carga emocional dasituação já vivenciada. Os médi-cos estão descobrindo (logo, nãoé religioso o meu artigo, mas di-vulgação científica autêntica) queguardar mágoas é alterar oshormônios do corpo e assim ma-tar-se aos poucos. Não é assimque se forma a úlcera gástrica,além da Helico bácter? Pois é!

E as almas, as partículas de luz,os mitos.

Ensina o Zohar que Deus criouo mundo por Retiro, pois como atudo preenche, nenhuma outra cousapoderia existir sem que Ele se reti-rasse de uma certa parte de si mes-mo. Então retira sua vontade, deixan-do, porém, sua substância. Todo oser então é uma parte de Deus, po-rém uma parte livre de Deus.

O cientista Blaise Pascal (o co-ração tem razões que a razão des-conhece), outro cabalista oculto, falaque Deus é uma esfera cujo centroestá em todos os lugares, e cuja cir-cunferência em lugar nenhum.

(No próximo artigo comenta-remos a Lei Sexual, O Outro Ladoe A Reencarnação, cujas caracte-rísticas deram origem à filosofia daReencarnação Espírita.)

CELSO MARTINSDo Rio de Janeiro

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE

De Londrina

vistar-se com ele. Porém, grande foi asua surpresa quando foi por ele chama-da, recebendo de suas mãos bela men-sagem assinada pelo Espírito de Eurí-pedes Barsanulfo, na qual, entre outrascoisas, ele dizia: “Corina, você é mi-nha última esperança em Sacramento”.Diante do imperativo da mensagem, de-clinou do convite de Mana Modesta e,reflexionando posteriormente, entendeuque não deveria aceitar o convite paraUberaba, continuando no trabalho quejá vinha desenvolvendo em Sacramen-to, onde fundou o Clube das Mãezinhas,composto de mães caridosas que se dis-punham a fazer roupinhas para crian-ças necessitadas, as quais eram distri-buídas semanalmente.

No limiar do ano de 1950, delibe-rou fundar um Lar para crianças aban-donadas. Porém, além de faltar- lheos meios necessários, não sabia ondenem como implantar essa instituição.A maior rifa realizada em Sacramen-to propiciou-lhe os meios necessári-os para adquirir uma casa e ali inau-gurar o “Lar de Eurípedes”.

Aplicava o seu ordenado na manu-tenção do Lar. Entretanto, o número decrianças aumentava e os recursos toma-vam-se assim cada vez mais escassos. Acasa havia também se tornado pequena .

Animada de decisão inquebrantá-vel, e contando com a ajuda do Alto,decidiu-se a edificar um novo “Lar deEurípedes”. O povo de Sacramento ede regiões vizinhas cooperou no empre-endimento e, dentro em pouco, surgiao novo prédio, onde foram amparadasmais de 100 crianças e onde a seareiraabnegada passou a ser a “mãe Corina”.Devido à insuficiência de recursos paraa sua manutenção, pois o estabeleci-mento era mantido quase completamen-te com o salário de Corina Novelino,houve apelos e o Lar foi reconhecidocomo órgão de utilidade pública, pas-sando então de internato para semi- in-ternato . Ali as crianças passam o dia,recebendo alimentação, vestuário e edu-cação intelectual e religiosa.

Além de escritora, colaborou tam-bém na imprensa, desde que Hamil-

ton Wilson, irmão de Eurípedes, fun-dou o jornal “A Tribuna”, em Sacra-mento. Colaborava também nos jor-nais “Estado do Triângulo e “Jornalde Sacramento”, ambos de grande ti-ragem. Como escritora, legou-nos oexcelente livro: “Eurípedes. O Ho-mem e a Missão”, que veio a lume nocentenário de nascimento de Eurípe-des. Publicou também “Escuta meuFilho”, cuja renda reverteu inteira-mente para o “Lar de Eurípedes”. Pormuitos anos colaborou ainda com oAnuário Espírita da Araras. Diversosórgãos da imprensa espírita publica-ram os seus artigos.

Foi inegavelmente a devotadacontinuadora da obra de EurípedesBarsanulfo. Cumprindo até o fim amissão a que se obrigou, com fideli-dade ao querido Mestre.

Pelo seu espírito de trabalho ecompreensão, recebeu o apoio demuitos companheiros, dedicando-seà divulgação da Doutrina. Arregimen-tou grande número de colaboradorespara propagação do sublime ideal. Ocampo de trabalho de Mãe Corina, foiverdadeiro celeiro, tanto para aque-les que já comungavam o ideal Espí-rita, como para os neófitos, atraídospor seus exemplos.

Corina Novelino militou durantetoda a sua vida no magistério, comoprofessora do Colégio “Allan Kar-dec” e também do Colégio Estadualde Sacramento. Educou diversas ge-rações, dando todo seu apoio à juven-tude em todos os seus empreendimen-tos, com o mais decidido amparo eorientação.

Fundou o “Clube das Mãezinhas”,convidando senhoras da sociedadesacramentana para costurar roupinhase enxovais para crianças pobres, hojesob a direção de Heigorina, que pode-mos considerar uma de suascontinuadora, cuja distribuição é feitaaté para cidades vizinhas. Vale dizerque o “Lar de Eurípedes” foi mantido,durante muito tempo , com o ordena-do de professora. Em 1976 foi reco-nhecido de Utilidade Pública Estadu-

Corina Novelinoal, pelo Decreto n 18.160, de 03/11/1976, tomando a denominação de “Ins-tituto de Caráter Promocional e Edu-cativo a Menores”, amparando mais de100 crianças pobres. Até então erasemi-internato. As crianças passavamo dia recebendo alimentação, vestuá-rios e educação intelectual, moral ecívica, sem distinção de credo religio-so. Escritora de grandes recursos queera, Corina escreveu os livros “Escu-ta, meu filho”, cuja renda foi revertidainteiramente à manutenção do Lar.Mais recentemente, em 1979, escreveua obra “Eurípedes, o homem e a mis-são”, dando início aos atos comemo-rativos do centenário de nascimentodaquele grande vulto do Espiritismo.

Criatura infatigável, sempre dis-posta a cooperar, tomou parte salien-te na vida sócio-econômica , religio-sa e cultural de Sacramento. Colabo-rou em todos os jornais da cidade,desde a “Tribuna”, editada por Hamil-ton Wilson, até os jornais atuais: “Es-tado do Triângulo” e “Jornal de Sa-cramento”. Prestou colaboração emoutros órgãos de divulgação do Espi-ritismo, notadamente no “Anuário Es-pírita”, editado em Araras, e uma re-vista editada em Portugal.

Foi na realidade umas vida bemvivida, repleta de rasgos de generosi-dade, de amor e de dedicação aos seussemelhantes. A sua desencarnação re-presentou irreparável perda para a co-munidade sacramentana, um grandevazio se fez na cidade, tão grande quan-to a tristeza dos que perderam o calor, aternura e a dedicação de uma amiga.

Foram as seguintes às palavras doPresidente da Câmara Municipal deSacramento, por ocasião do sepulta-mento do seu corpo físico: “Que o pa-vilhão de Sacramento cubra o seu ataú-de numa demonstração de homenagemmaior que o Poder Público presta aosseus grandes filhos. Aqui a gratidão detodo um povo que reconheceu no seulabor humilde e silencioso a “MãeCorina” de todos. Com o auxílio de suasmãos não foram poucas as vezes quetestemunhamos o seu amor, no próprio

esquecimento de si mesma, chaman-do para si a responsabilidade dessaenorme tarefa de promoção do pró-ximo. Foi a Mãe Corina dos pobres,dos sofredores, dos órfãos, dos lou-cos, dos necessitados, dos abandona-dos, dos miseráveis... Mãe Corina detodos nós, nosso eterno e imorredou-ro Muito Obrigado”.

Corina contribuiu de formamarcante com o movimento Espíritade Sacramento, no qual tinha estrei-tas relações de amizade e laboriosasatividades, tanto no campo doutriná-rio como assistencial. Um exemplode trabalho e de abnegação. As cri-anças do “Lar Eurípedes Barsanulfo”,chamavam-na carinhosamente deMãe Corina. Na realidade ela foi mãedos deserdados, amparados por suasmãos carinhosas, em qualquer situa-ção. Foram as seguintes às palavrasdo Presidente da Câmara Municipalde Sacramento, por ocasião do sepul-tamento do seu corpo físico: “Que opavilhão de Sacramento cubra o seuataúde numa demonstração de home-nagem maior que o Poder Públicopresta aos seus grandes filhos. Aqui agratidão de todo um povo que reco-nheceu no seu labor humilde e silen-cioso a “Mãe Corina” de todos. Como auxílio de suas mãos não foram pou-cas as vezes que testemunhamos o seuamor, no próprio esquecimento de simesma, chamando para si a respon-sabilidade dessa enorme tarefa de pro-moção do próximo. Foi a Mãe Corinados pobres, dos sofredores, dos ór-fãos, dos loucos, dos necessitados, dosabandonados, dos miseráveis... MãeCorina de todos nós, nosso eterno eimorredouro Muito Obrigado”.

A desencarnação de CorinaNovelino ocorreu no dia 10 de feve-reiro de 1980, em Sacramento. Forainternada na Santa Casa de Miseri-córdia no dia três do mesmo mês,acometida de um derrame cerebral.Toda a família espírita sentiu o seudesaparecimento da vida física,desfalcada de uma das mais fiéis dis-cípulas de Allan Kardec e de Jesus.

Nascida na cidade de Delfinópo-lis, Estado de Minas Gerais, no dia12 de agosto de 1912, e desencarna-da em Sacramento, naquele mesmoEstado, no dia 10 de fevereiro de1980, Corina Novelino foi filha docasal José Gonçalves Novelino eJosefina de Melo Novelino Tevemais quatro irmãos: Geni, Eusápia,Jandira e Eurípedes Novelino.

Em Delfinópolis passou muitopouco de sua infância. Seus pais trans-feriram residência para Sacramentoquando ela ainda era muito criança.Foi matriculada no Colégio “AllanKardec , fundado e dirigido por Eurí-pedes Barsanulfo, tendo o privilégiode ser sua aluna, e oportunidade quesoube aproveitar de seguir os seusexemplos. Fez-se querida de toda acomunidade, sendo considerada be-nemérita educadora e verdadeiradama da caridade, por tudo que reali-zou em favor daquela cidade, pois ain-da jovem ficou órfã de pai e mãe, pas-sando a residir com um casal que lhedispensou todo o amor e carinho.

A tarefa desenvolvida porCorina Novelino, na cidade de Sa-cramento, foi das mais relevantes,o que fez com que se tornasse umadas figuras mais estimadas na cida-de. Desde muito jovem revelou-seum Espírito caritativo, com profun-dos rasgos de desprendimento, dis-posto a dar tudo de si em favor dosseus semelhantes.

Com apenas vinte anos de idade,foi convidada por uma denodadaseareira chamada Maria Modesto Cra-vo, para ajudá-la a administrar um Larde Crianças, na cidade mineira deUberaba. Indecisa sobre o conviteprocurou orientação do médium Fran-cisco Cândido Xavier, então residen-te em Pedro Leopoldo. Devido ao ele-vado número de pessoas que procu-rava o médium, não conseguiu entre-

O IMORTALMARÇO/2006 PÁGINA 11

O IMORTALPÁGINA 12 MARÇO/2006

ELSA ROSSIDe Londres

Viena é uma cidade cativante.Um quarteirão de museus, paláci-os e muita história, a parte históri-ca de Viena é uma amostra perma-nente de uma arquitetura ímpar,pois cada prédio é uma verdadeiraobra de arte, datados do séculos 13,15, 18, hoje transformados emmuseus, em salões de congressos.

Tivemos oportunidade de parti-cipar do baile anual da IAEA, noHofburg Palace. Lá estava expostaa medalha do Prêmio Nobel da Pazentregue ao laureado em 2005, Sr.El Baradei, diretor da IAEA(International Atomic EnergyAgency), Agência Internacional deEnergia Atômica, da ONU. Sãomomentos únicos em nossas vidasacontecimentos como esse. Em ja-neiro de 2005, visitamos a ONU em

Nova York. Emocionei-me em mui-tos momentos. Sentia-se a presençade trabalhadores espirituais incansá-veis, auxiliando nos projetos nobresdesenvolvidos pela ONU. Neste fe-vereiro de 2006 visitamos o prédioda ONU em Viena. Podemos dizerque a ONU é uma grande pátria demuitas bandeiras. E entre elas, en-contramos a bandeira do Brasil e nosemocionamos uma vez mais.

Estando em Viena, contactamosnosso amigo querido de longa data,o Josef Jackulak. Josef esteve emnossa casa em Curitiba no ano de2002, quando acompanhava o que-rido conferencista e amigo José RaulTeixeira num périplo pelo Paraná.Recentemente estivemos com Josefem terras portuguesas, por ocasiãodo Congresso Nacional Espírita emPortugal, realizado na cidade do Faroem novembro de 2005.

Josef é o presidente do Verein

für Spiritistische Studien AllanKardec (Sociedade para EstudosEspíritas Allan Kardec), carinho-samente chamado de VAK-Viena.

Inicialmente o grupo se reuniano apartamento de Josef semanal-mente, para o estudo do Evangelhosegundo o Espiritismo e do Livrodos Espíritos. Com o crescimentodo número de pessoas, o VAK pre-cisava de um espaço físico maior eentão Josef e os amigos alugaram olocal onde permanecem até hoje.

O VAK foi oficialmente regis-trado em final de 1999 perante asautoridades austríacas, com esta-tuto e permissão para funcionar pu-blicamente.

A diretoria do VAK colocou umaplaca informativa do horário de tra-balhos do grupo, do lado de fora naparede do prédio, onde os transeun-tes tomam contacto diariamente como nome ALLAN KARDEC.

Isso muito nos emocionou quan-do de nossa visita ao grupo na segun-da feira, no dia 6 de fevereiro último.Nessa noite de tarefas espíritas esta-riam se reunindo os trabalhadores doPonto de Luz, que é o momento deestudo do Evangelho segundo o Es-piritismo. Em seguida, sala contígua,a reunião mediúnica (privada) queacontece das 7 às 8 horas, às segun-das-feiras, com meia hora de estudodo Livro dos Médiuns.

O VAK-Viena continua sendo oúnico Grupo Espírita da Áustria. Paraos que chegam pela primeira vez aoVAK, com certeza a emoção que sen-ti, também deverá tocá-los. Ver onome de Allan Kardec numa placafixada diretamente numa parede deuma rua na histórica Viena quase mefez chorar. As pessoas que por lá tran-sitam vão se familiarizando com onome do ilustre Codificador.

Podendo-se adentrar a sala deconferências do VAK, pela portadiretamente da rua, é uma facili-dade que alguns grupos em Euro-pa não possuem. A maioria dosgrupos são em embasement, ou emandares superiores nos prédios, ouainda dentro de instituições ondese percorrem longos corredores emais corredores, até atingir lá nofundo o espaço alugado por algumtempo e onde se monta o grupo poralgumas horas apenas. Não são alu-gados por mês, como é o VAK, oucomo são outros poucos grupos.

No VAK os trabalhadores po-dem realizar eventos sempre quefor necessário e o desejarem, poisas chaves estão com eles 24 horaspor dia. Parece incrível essa impor-tância dada a isso, perante os ami-gos leitores que dirigem casas es-píritas no Brasil, onde se tem a fa-cilidade de realizar-se eventos aqualquer hora e em qualquer diada semana do mês, sem ter de re-servar e pagar o espaço com muitaantecedência, quando se vai rece-

ber um público de 50 a 100 pesso-as. É isso que fazemos aqui emEuropa. Se não tivermos pelo me-nos uns 4 meses de antecedênciados eventos, para reservar os lo-cais, já não os teremos mais, alémdo alto custo por hora. Essa é anossa realidade aqui por ora.

Da sala de palestras, ao lado estáa sala da Escolinha de Evangeliza-ção Infantil, onde são realizados oschás fraternos. O VAK tem umapequena livraria com obras expos-tas aos que desejam adquiri-las.

No andar superior, no salãomaior, funcionam o Ponto de Luze a biblioteca para empréstimos delivros. Ao lado desta sala, umaoutra menor com mesa e muitascadeiras, que só é utilizada para asreuniões de estudos da mediunida-de e sessões mediúnicas.

Tivemos a alegria de ter esta-do 3 dias com Josef, presidente efundador do VAK-Viena, onde, apedido de Josef, pudemos falar umpouco do trabalho realizado peloDepartamento de Unificação dosPaíses da Europa do CEI. Anual-mente os oradores Divaldo Fran-co e Raul Teixeira vêm realizandoconferências espíritas organizadaspelo VAK na Áustria, na Repúbli-ca Tcheca e na Eslováquia.

Os que desejarem informar aosamigos que queiram participar de reu-niões de estudos espíritas em terrasde Áustria, podem contactar o VAKpelo e-mail <[email protected]>.

A maioria dos profetas, queantecederam Jesus Cristo, se re-feriu à sua vinda.

Grande deve ter sido o seusacrifício, ao mergulhar num cor-po denso de carne.

Quando soou o momentoaprazado de sua chegada entre oshomens, o mundo terrestre expe-rimentou uma grande calmaria.Os mandatários ferrenhos e beli-cosos diminuíram seus ímpetosguerreiros e sanguinários.

Segundo alguns historiadores,durante alguns dias, após o nas-cimento do Cristo, o céu apresen-tou uma limpidez ímpar e umazul incomparável, e as estrelasacusaram um brilho diferente.Uma grande paz contagiou os

Depois de observar a luxú-ria do templo, seus tesouros ma-teriais e a arrogância dos repre-sentantes da religião doshebreus, decidiu regressar aCafarnaum, onde arrebanhouseus discípulos e começou, ro-deado de simples pescadores ede grande multidão onde a mai-oria era de deserdados da sorte,a pregar a chegada do sublimeReino de Deus, através da prá-tica do perdão e do amor.

Reerguendo a esperança dostristes e desprezados da Terra,curando os enfermos de todosos matizes, falando com seuVerbo Divino sobre um Paiamoroso e justo, inaugurou,junto à Humanidade, a religiãodo lídimo amor: “Amai a Deussobre todas as coisas e o próxi-mo como a si mesmo”.

O Cristo de DeusCLARINDO FARINA

De Curitiba

povos. Era a aura do grande Envi-ado do Céu que vinha trazer aoshomens a mensagem do mais su-blime amor.

Sua luz é tão grande que divi-diu a história da Humanidade emduas partes distintas: “Antes e de-pois Dele”.

No ano 30, o sublime Mensa-geiro resolvera dar início ao seumessianato na Terra.

Deixando Nazaré, procura pri-meiro avistar-se com o Batista nodeserto. Após passar alguns diasjunto com seu precursor, direciona-se, durante longa caminhada, àcapital dos judeus.

Chegando em Jerusalém, visitouo templo, sendo, pela sua majestosabeleza física e pelo seu profundo esereno olhar, notado por todos quese lhe aproximaram, principalmen-te, pelos rabinos e sacerdotes.

Crônicas de Além-Mar

VAK e o Prêmio Nobel da Paz

ELSA ROSSI, escritora e pa-lestrante espírita brasileira radicadaem Londres, é diretora do Depar-tamento de Unificação para os Pa-íses da Europa, organismo do Con-selho Espírita Internacional, vice-presidente do Spiritist Group ofBrighton, diretora do Departamen-to de Eventos da British Union ofSpiritist Societies (BUSS) e edito-ra do Boletim SGB.

O IMORTALMARÇO/2006 PÁGINA 13

O presente estudo é uma sínte-se do Trabalho de Conclusão deCurso (TCC) para graduação emPedagogia, finalizado em dezem-bro de 2005. Utilizando-me daobservação de campo e da pesqui-sa bibliográfica da literatura espí-rita, busquei nos ensinos de suaproposta pedagógica o farto mate-rial para auxílio na transformaçãohumana, que, nesse caso específi-co, é o processo de auto-educaçãodo professor.

Após anos de vivência no meioespírita, senti a necessidade de irem busca de mais conhecimentosacerca da natureza humana e aliaraos conceitos que a Doutrina Es-pírita nos traz como proposta paratransformação e despertar da cons-ciência. Sabia que era tambémuma forma de me conhecer umpouco mais e sair da condição de“assistida” para a de uma trabalha-dora. Parece estranho pensar as-sim, uma vez que a Doutrina nosoferece manancial que nos supre agigantesca necessidade que possu-ímos para nosso desenvolvimen-to. No entanto, a ciência existe jus-tamente para auxiliar a humanida-de, e foi isso que fiz: não me ne-guei à busca e ao aprendizado.

Iniciar um curso superior, ain-da mais ligado à área de educação,para mim não era no sentido de re-conhecimento de título e tampoucouma passarela para conquistas pes-soais, mas uma proposta de me tor-nar uma pessoa melhor para mimmesma. Compreendia que até en-tão vivera muitos papéis sociaisdesignados culturalmente: era fi-lha, irmã, funcionária, esposa, mãee amiga, mas na verdade não medava conta de mim mesma e qualo propósito para qual vivia nessaatual sociedade. Sabia que não en-contrara a fórmula mágica, mas erao primeiro passo, e, assim, segui.

Nessa trajetória, e já na condi-ção de estagiária, deparei-me emuma escola com uma proposta deeducação para o espírito. No en-tanto, ali também permeavam asdificuldades do ser humano. Ape-sar do quadro de professores pos-

suir uma formação didática peda-gógica, enfrentava os percalços desua própria formação como indi-víduo comum e espírito a caminhode seu gradativo aperfeiçoamento.Fato perfeitamente natural, pois sa-bemos, como espíritas, que o mo-mento que vivemos tem nos exigi-do determinação para que saiamosda escravização das ações e pensa-mentos viciados da desesperança,mas que nem sempre conseguimoscom plenitude, abraçando assim aluta interior.

A proposta pedagógica daDoutrina Espírita - Encontrava-me agora em um momento decisi-vo. O tema auto-educação estavabem claro e definido por mim, noentanto seguir adiante significavame submeter num processo maisreflexivo sobre tal proposta. Seminha capacidade de observaçãoaté então se voltava para o outro,agora teria que se volver a mim.Não me sentia nada segura, poisolhar-me indicava o “Conhece-tea ti mesmo” transcrito no templode Apolo, em Delfos, que varou osséculos com a finalidade de nosalertar para a necessidade do auto-conhecimento. Essa frase fortale-ce a idéia do sair da ignorância “doquem sou eu” e encontrar um sen-tido mais real para a vida, confor-me afirma Camargo.

Lançar-me ao desconhecidomundo da pesquisa, principalmen-te utilizando-me da visão da Pro-posta Pedagógica da Doutrina Es-pírita, não foi tarefa tão simples.No entanto, a vontade e o desejoforam elementos decisivos nessaempreitada. Tive como companhei-ra nesse período uma professoracom imensa garra em quem, ape-sar de sua concepção religiosa di-ferente da minha, encontrei todo oapoio possível, e, juntas, nos pro-pomos ir em busca de um poucomais de conhecimento sobre o serhumano e de mim mesma; conclu-ímos que a diferença de pensamen-to não nos limitava, mas abria umaoportunidade de ação solidária; le-vantamos vasto material para refle-xão sobre auto-educação na pers-pectiva da Pedagogia Espírita e,finalmente, a idealização de alguns

sonhos para o futuro.O tema educação, sob o olhar

dessa pedagogia, não é algo novo,uma vez que existem diversas pes-quisas realizadas na academia nes-se sentido. Atualmente no Brasil,sem menosprezar os pioneiros Eu-rípedes Barsanulfo, J. HerculanoPires, Ney Lobo e tantos outros,temos como representante maior apesquisadora Dora Incontri. No rolde seu vasto trabalho destacamosseu mestrado intitulado: Pestalozzi– Educação e ética; A EducaçãoSegundo o Espiritismo; a tese dedoutorado: Pedagogia Espírita –um projeto brasileiro e suas raízes;e muitas outras traduções e produ-ções que foram indispensáveis nes-te trabalho.

Como a educação não se restrin-ge apenas no tocante a receber ins-trução e conteúdo no ambiente es-colar ou em outro espaço formal,deve ser tratada como a arte de for-mar homens, fazendo eclodir osgermes da virtude a que se refere oprofessor Rivail em seus textos pe-dagógicos. Para ele, esse é um pro-cesso permanente de aperfeiçoa-mento, em que a finalidade é con-duzir o homem a conquistar, de for-ma mais autônoma, o livre-arbítrio.

Educação: uma eterna estra-da - Por falta de compreensão, émuito difícil escrever ou conceituarcom exatidão o que vem a ser edu-cação, no entanto é essencial paraque compreendamos o processo deauto-educação. Comumente diz-seque é o ato de educar para umanova ação, mudando-se assim aforma de agir e adquirindo novasposturas ou forma de se pensar.Sendo assim, citaremos rapida-mente pensamentos de alguns edu-cadores que escreveram em dife-rentes épocas e contextos sociais.

Numa concepção ocidental,conforme Dicionário de FilosofiaAbbagnano, o ato de educar ocor-re pela transmissão de técnica detrabalho e de comportamento nogrupo social,devendo ser acompa-nhado de reflexão para corrigir eaperfeiçoar tais técnicas, ou seja,a formação e amadurecimento doindivíduo para tal atitude. ParaFreire, independente de sua visão

de mundo, educar não deve ser umsimples treinamento técnico, masvoltar-se para o social, culminan-do em futura sabedoria, num ca-minho da formação integral do ser.Para Comenius, educação deve seruniversal, com o princípio que sedeve ensinar tudo a todos, pela ex-periência, ação, diálogo e convi-vência social. Na PedagogiaWaldorf, a educação é um proces-so terapêutico, em que não cabe apura racionalidade. Para Rohden,educar é o ato de despertar e de-senvolver no homem valores queexistem em estado embrionário.

Como vemos, a educação vemsempre com uma proposta de me-lhoria e desenvolvimento do serhumano. Sendo assim, a Pedago-gia Espírita não contradiz tudo isso,mas oferece uma visão mais pro-funda, conforme diz Incontri: Edu-car “é elevar, estimular a busca daperfeição, despertar a consciência,facilitar o progresso intelectual doser”, portanto ajudar na evoluçãoa que o espírito está destinado, numprocesso contínuo e ininterrupto.Essa ação deve ser equilibrada,envolvendo sentimento e inteligên-cia, vir de dentro para fora, respei-tando a personalidade e limitaçãode cada um.

Nessa perspectiva, educar énecessário para se compreender afinalidade da vida humana, utili-zando-se do tripé: liberdade, açãoe amor. Essa visão comunga coma tríade de Pestalozzi, em que oeducar deve estar voltado para ocoração, cabeça e mãos. Tal pro-posta exige um olhar diferente parao mundo, em que o outro deve serlevado em consideração e que aeducação é um ato maior, quandoevidencia-se a necessidade doenvolvimento do sentimento supre-mo, chamado amor, cuja potencia-lidade atinja toda sua plenitude,

pelo outro e por si mesmo.Nessa discussão, evidencia-se

a importância da formação docen-te, pois reforça a grande responsa-bilidade que o professor tem dian-te de sua sala de aula ou outro con-texto. Perceber que para se envol-ver com a educação formal é es-sencial o gostar do que faz e degente, e dedicar-se a sua melhoria.Compreender que no processo deeducação várias ações são incor-poradas, inclusive a possibilidadeda auto-educação. Isso não signi-fica isolar-se da sociedade e nãoviver a plenitude da vida, masequilibrar a racionalidade, emoçãoe sentimento, encontrando razõese objetivos no que faz. (Continuano próximo número.)

Referências:CAMARGO, Jason de. Educaçãodos Sentimentos. 5.ed. PortoAlegre:Letras de Luz, 2003.COMENIUS, Jean Amós. Didáti-ca Magna. Trad. Ivone CastilhoBenedetti. São Paulo: MartinsFontes, 1997.FREIRE, Paulo. Pedagogia daAutonomia: saberes necessários äprática educativa.. 16. ed. São Pau-lo: Paz e Terra, 1996.INCONTRI, Dora. Pestalozzi:Educação e Ética. São Paulo:Scipione, 1997.INCONTRI, Dora. A EducaçãoSegundo o Espiritismo. São Pau-lo: Comenius, 2000.INCONTRI, Dora. Pedagogia Es-pírita: um projeto brasileiro e suasraízes.Bragança Paulista: Come-nius, 2004.RIVAIL, Hippolyte Leon Deni-zard. Textos Pedagógicos. Trad.Dora Incontri. São Paulo: Come-nius, 1998.ROHDEN, Huberto. Educação doHomem Integral. São Paulo:Martim Claret, 1998.

CLEUNICE ZANUTODe Londrina

Algumas reflexões na perspectiva da Pedagogia Espírita(Parte 1)

O IMORTALPÁGINA 14 MARÇO/2006

Palestras, seminários e outros eventos

Nasce um novo Centro Es-pírita em Londrina

No Conjunto Parigot de Sou-za III, na Rua Aurélio Buarquede Holanda, 202 será inauguradano dia 4 de março, às 20h, a maisnova casa espírita da cidade, oCentro Espírita Anita Borela deOliveira.

Para assinalar a data, o Centropromoverá neste mês as seguintespalestras: dia 4, às 20h, por Astol-fo Olegário de Oliveira Filho, so-bre o tema: “Anita Borela de Oli-veira, vida e obra”; dia 5, às 9h30,Maria Eloíza Ferreira, sobre otema: “Lesões da alma”; dia 11, às20h, Osny Galvão, sobre o tema:“Consciência e amor”; dia 12, às9h30, Marly Trannin; dia 18, às20h, Audérico Natal Sposti, sobreo tema: “É preciso que o homemvelho morra”; dia 19, às 9h30,Eunice de Oliveira Cazetta, sobreo tema: “A moral evangélica e atransformação do mundo”; dia 25,às 20h, Jonatas Beranger, sobre otema: “Terra, mundo de provas eexpiações”; dia 26, às 9h30, MariaCândida G. Oliveira, sobre o tema:“Introdução ao estudo do Evange-lho segundo o Espiritismo”.

A sede do Centro EspíritaAnita Borela de Oliveira fica pró-xima da Igreja Católica Maria deNazaré, do Conjunto Parigot deSouza III.

Uma Biblioteca Espírita noHospital do Câncer de Londrina

Será inaugurada no dia 7 demarço, às 16h, a Biblioteca Espí-rita Guilhermina Luppi Ballalai,localizada dentro do Hospital doCâncer de Londrina, na RuaLucila Ballalai, 212, em Londri-na. Idealizada pela confreira Ma-lene Zanuto Ribeiro e Silva, a Bi-

blioteca terá como finalidade pro-porcionar uma leitura sadia aosfuncionários, pacientes e acompa-nhantes daquela instituição. Inici-almente a biblioteca atenderá desegunda a sexta das 9 às 11h30 edas 14 às 17h, com uma equipe devoluntários treinados para o traba-lho. Colaboraram para a formaçãodo acervo de livros a Distribuido-ra de Livros Candeia, a LivrariaChico Xavier e as editoras Didier,CEAC, Casa dos Espíritos, Leo-poldo Machado, Boa Nova,GEEM, IDE, Lumen, Petit e Vida& Consciência.

Reunião do Conselho Fede-rativo Estadual

A reunião ocorrerá no dia 4 emCuritiba. Fazem parte do Conse-lho Federativo a Diretoria da Fe-deração Espírita do Paraná, atual-mente composta por Maria Hele-na Marcon, Francisco Ferraz Ba-tista e Luiz Henrique da Silva, 18Conselheiros e 17 Presidentes dasUREs, além dos representantes daAssociação Médico-Espírita doParaná, da Associação Brasileirados Magistrados Espíritas - SeçãoParaná e da Associação dosDivulgadores Espíritas (ADE) -Seção Paraná.

Eleições na Comunhão Espí-rita Cristã de Londrina

No dia 25 de março, das 14 às17 horas, realizam-se eleições paraescolha dos membros do Conselhode Administração e da Diretoria daentidade. Edital afixado no dia 29de janeiro traz as normas que re-gerão as eleições. Podem votar eser votados os sócios fundadores eadministrativos constantes daedital afixado na sede da entidade.

Círculo de Leitura Anita Bo-rela de Oliveira

Realizam-se em março duas

novas reuniões do Círculo. No dia12, na residência de Jonatas Be-ranger, o livro em estudo será “Si-nal da Vitória”, de Rochester. Nodia 26, inicia-se o estudo da Re-vista Espírita de 1868, na casa deMaria Eloíza Ferreira.

Conselho Regional Espíritada 5ª URE

No dia 12 de março, em Lon-drina, no Centro de Estudos Espiri-tuais Vinha de Luz, na Rua EleonorRoosevelt, 133 - Bairro Aeroporto,das 15 às 17h30, reúne-se o Conse-lho Regional da 5a URE, com a par-ticipação dos dirigentes e dos res-ponsáveis pelo Departamento deInfância e Juventude - DIJ das enti-dades espíritas da região.

8ª Conferência Estadual Es-pírita em Curitiba

De 24 a 26 de março no Centrode Exposições do Parque Barigüi,em Curitiba, tendo como tema cen-tral “A Lei da Reencarnação”, rea-liza-se sob a coordenação de Di-valdo P. Franco, José Raul Teixeirae Cosme Massi, a 8a ConferênciaEstadual Espírita. Divaldo (foto)fará a conferência de abertura nodia 24, às 20h30. No dia 25, CosmeMassi apresentará o seminário “A

lógica da reencarnação”. O even-to segue, nesse dia, com o seminá-rio “A reencarnação através dostempos”, coordenado por DivaldoFranco. À noite, a partir das 20h30,é Raul Teixeira quem dirige a con-ferência. O próprio Raul coorde-na, no domingo, dia 26, o seminá-rio “A justiça da reencarnação”.Encerrando os trabalhos, os trêscoordenadores fazem, das 12 às13h, a conclusão dos temas.

Ciclo de Palestras do CentroEspírita Allan Kardec de Cambé

As palestras do mês de março,sempre às quartas-feiras, a partirdas 20h30, serão estas: dia 1º -David José de Oliveira; dia 8 -Luzita Pedroso; dia 15 - José Gon-çalves; dia 22 - José Antônio Vieirade Paula; dia 29 - Eliseu Florenti-no da Mota Júnior.

Ciclo de Palestras promovi-das pela USEL em Londrina

Dia 3 - Centro Espírita NossoLar, 20h: “Muitos os chamados,poucos os escolhidos”, por CileneDias Soares; dia 4 - Centro EspíritaAmor e Caridade, 20h: “Sede per-feitos”, por Alexandre Camargo;dia 5 - Centro Espírita Meimei,9h15: “A Cada Dia Basta Seu Mal”,

por Naudemar Nascimento; dia 10- Centro Espírita Aprendizes doEvangelho, 20h: “Bem-aventura-dos os aflitos”, por AntônioSaviani; dia 13 - Sociedade de Di-vulgação Espírita Maria de Naza-ré, 20h: “Não Vim Destruir a Lei”,por José Miguel Silveira; dia 16 -Centro de Estudos Espirituais Vi-nha de Luz, 19h50: “Bem-aven-turados os Misericordiosos”, porMaria Eloíza Ferreira; dia 17 -Centro Espírita Caminho de Da-masco, 20h: “O Cristo Consola-dor”, por Luzita Pedroso; dia 18 -Núcleo Espírita BeneditaFernandes, 16h: “Bem-aventura-dos o Puros de Coração”, por JaneMartins Vilela; dia 20- Grupo Es-pírita Maria de Nazaré, 19h30:“Pedi e Obtereis”, por Paulo Fer-nando Oliveira; dia 21 - CentroEspírita Allan Kardec, 20h: “MeuReino não é deste Mundo”, porPaulo Costa; dia 23 - Centro Es-pírita Bom Samaritano, 20h: “La-ços de Família”, por AudéricoNatal Sposti; dia 26 - ComunhãoEspírita Cristã de Londrina, 9h:“Amar o Próximo como a si Mes-mo”, por Osny Galvão; dia 28 -Núcleo Espírita Hugo Gonçalves,20h: “As Leis Morais”, por Paulode Tarso Araújo.

ROBERTO CAMARGODe Londrina

Um minuto com Chico Xavier

Chico Xavier é um homemalegre, feliz, ao ponto de já terafirmado que “minha vida é umafesta”. Nas reuniões de que par-ticipa, sempre se ouve algo deChico que, além de alegrar o am-biente, instrui e ilumina.

Conta ele que um certo diauma confreira lhe disse que atra-vés da regressão de memória –um modismo na atualidade – ha-

via descoberto que nos primórdi-os do Cristianismo ela fora umamártir, morrendo no Coliseu ro-mano, sob as garras de um leão.

Ante o silêncio atencioso doquerido medianeiro, aquela irmãpergunta:

- E você, Chico, sabe quemvocê foi em existências passadas?

- Eu? Olha irmã, eu acho quefui a pulga daquele leão.

Aí está uma resposta bemhumorada de Chico e uma liçãoàqueles que têm ouvidos de ouvir,como disse o sublime Mestre Jesus.

JOSÉ ANTÔNIOV. DE PAULA

De Cambé

Divaldo P. Franco: de novo em Curitibapara a abertura da Conferência EstadualEspírita

O IMORTALMARÇO/2006 PÁGINA 15

A Revue Spirite há 140 anos

Revista Espírita de 1866 (Parte 3)

Continuamos a publicação do tex-to condensado da Revista Espíritade 1866. As páginas citadas referem-se à versão publicada pela Edicel.

*45. Na seqüência do estudo so-

bre os fluidos, depois de afirmar queo perispírito é o traço de união queliga o mundo espiritual ao mundocorporal, Kardec acrescenta: I – Ésabido que todos os animais têmcomo princípios constituintes o oxi-gênio, o hidrogênio, o nitrogênio e ocarbono, combinados em diferentesproporções. II – Esses corpos simplesderivam, por sua vez, de um princí-pio único, que é o fluido cósmico uni-versal, que é também a fonte da for-mação do corpo fluídico ouperispírito. III – O perispírito é, se-gundo os Espíritos, uma condensaçãodo fluido cósmico em torno do focode inteligência, ou alma. A transfor-mação molecular aqui opera-se demodo diferente, comparativamentecom a formação dos corpos peculia-res ao mundo físico, porque o fluidoperispiritual conserva sua imponde-rabilidade e suas qualidades etéreas.IV – O corpo perispiritual e o corpohumano têm, pois, sua fonte no mes-mo fluido, e um e outro são matéria,embora sob dois estados diferentes.V – No estado normal, o perispírito éinvisível aos nossos olhos eimpalpável ao nosso tato, como se dácom uma infinidade de fluidos e degases, mas essa invisibilidade e mes-mo a imponderabilidade não são ab-solutas. VI – Algumas pessoas criti-caram a qualificação de semimateri-al dada ao perispírito, dizendo queuma coisa é matéria ou não o é. Ad-mitindo seja essa expressão impró-pria, ainda assim seria preciso adotá-la, em falta de um termo especial paraexprimir esse estado particular damatéria. Ora, o perispírito é matéria;ninguém o contesta. Mas não tem aspropriedades da matéria tangível enão pode, por isso, ser submetido àanálise química. É por isso que se dizsemimaterial, palavra que não é maisridícula do que semiduplo e tantas ou-tras. VII – O fluido cósmico oferecedois estados distintos: o da eterizaçãoou imponderabilidade, que pode serconsiderado seu estado normal primi-tivo, e o de materialização ou ponde-rabilidade, que lhe é consecutivo. VIII– Cada um desses dois estados dá ne-cessariamente lugar a fenômenos es-peciais. Ao segundo pertencem os domundo visível, e ao primeiro, os do

mundo invisível. IX – Uns, chama-dos fenômenos materiais, são do cam-po da ciência propriamente dita; osoutros, qualificados de fenômenos es-pirituais, são da atribuição do Espiri-tismo. (Págs. 74 a 77.)

46. Falando sobre as persegui-ções que se multiplicavam contra oEspiritismo em diversos lugares,Kardec diz que a maior parte dessasocorrências tinha por objeto o exer-cício ilegal da medicina, ou acusa-ções de charlatanice, peloticas ou tra-paças. O Espiritismo – adverte oCodificador – não podia, contudo,ser responsável por indivíduos queindevidamente tomavam a qualida-de de médium, assim como a verda-deira ciência não responde pelos es-camoteadores que se dizem físicos,quando ele próprio condena a explo-ração da mediunidade e a consideracontrária aos princípios da doutrina.(Págs. 78 a 80.)

A mediunidade não podeconstituir um ofício

47. Depois de reafirmar que a me-diunidade não pode constituir um ofí-cio, nem ser um meio de adivinhaçãoou de descoberta de tesouros, Kardeclembra que a mediunidade curadoraexiste, mas se subordina a tantas con-dições restritivas, que isso exclui a pos-sibilidade de alguém manter um con-sultório aberto, sem a suspeita decharlatanismo. A mediunidade curado-ra é uma “obra de devotamento e desacrifício e não de especulação”.“Exercida com desinteresse, prudên-cia e discernimento, e contida nos li-mites traçados pela doutrina, não podecair sob os golpes da lei.” (Pág. 80.)

48. O médium, segundo os desíg-nios da Providência e sob as vistas doEspiritismo, seja artífice ou seja prín-cipe, recebeu um mandato que devecumprir religiosamente e com digni-dade. Ele não vê na sua faculdade se-não um meio de glorificar a Deus eservir ao próximo, e se faz estimar erespeitar por sua simplicidade, modés-tia e abnegação, o que não se dá comos que fazem da mediunidade umtrampolim, um instrumento, para ser-vir aos seus interesses e satisfazer a suavaidade. (Págs. 80 e 81.)

49. Na seqüência, Kardec transcre-ve uma carta datada de 24/11/1865,que lhe foi enviada pelo sr. Bonnamy,juiz de instrução, que se tornou espíri-ta tão-somente com a leitura d’ O Li-vro dos Espíritos. (Págs. 82 a 84.)

50. Posteriormente, o pai do sr.Bonnamy manifestou-se na Socieda-de Espírita de Paris, valendo-se da me-diunidade do sr. Desliens, ocasião emque examinou a progressividade da le-

gislação humana, que, como todas ascoisas deste mundo, está submetida aoprogresso, progresso lento, insensível,mas constante (Págs. 85 a 87.)

51. Em sua comunicação o pai dosr. Bonnamy faz uma observaçãomuito interessante que, às vezes, nosescapa. “Por mais admiráveis que se-jam, para certas pessoas, as legisla-ções antigas dos Gregos e dos Ro-manos – disse ele –, elas são muitoinferiores às que governam as popu-lações adiantadas de vossa época!”A lei terrena será ainda por muitotempo repressiva e castigará os cul-pados, mas a pena de morte desapa-recerá no futuro, pela força das coi-sas. (Págs. 85 a 87.)

52. Um dos correspondentes daRevista, escrevendo de Milianah, Ar-gélia, refere-se à sua faculdade de des-prendimento espiritual durante a vigí-lia, ocasião em que seu Espírito viajalonge, visita as pessoas e os lugares deque gosta e depois retorna sem esfor-ço. Kardec, ao registrar o fato, dá a essafaculdade o nome de mediunidademental, afirmando ser considerável onúmero de pessoas que, em vigília, so-frem a influência dos Espíritos e rece-bem a inspiração de pensamentos quenão são seus. (Págs. 87 e 88.)

53. A impressão agradável ou pe-nosa que por vezes se sente à vista dealguém, o pressentimento da aproxi-mação de uma pessoa, a transmissãoe a penetração do pensamento são,segundo Kardec, outros tantos efeitosdevidos à mesma causa e que consti-tuem uma espécie de mediunidade,que se pode dizer universal. (Pág. 88.)

Os Espíritos se vêem e sevisitam uns aos outros

54. Levado o assunto a discussãona Sociedade Espírita de Paris, qua-tro Espíritos se manifestaram e trans-mitiram, entre outras informações, osensinamentos que se seguem: I – Épossível desenvolver o sentido espiri-tual por um trabalho constante. Aliás,constante é também a comunicação domundo incorpóreo com os sentidoshumanos; ela se dá a cada hora, a cadaminuto, pela lei das relações espiritu-ais. II – Os Espíritos se vêem e se vi-sitam uns aos outros durante o sono etambém durante a vigília. Eles não têmnoite e constantemente estão ao nos-so lado, vigiando, inspirando, guian-do e suscitando pensamentos. III –Esse gênero de comunicação espiri-tual é, assim, uma mediunidade; é umaespécie de estado cataléptico, muitoagradável para quem o experimenta.IV – Essa faculdade existe no estadoinconsciente em muitas pessoas, poishá sempre perto de nós um amigo sin-

cero, pronto a sustentar e encorajaraquele cuja direção lhe é confiada peloCriador. V – Seu apoio jamais faltaaos homens; cabe-lhes apenas distin-guir as boas inspirações entre todasas que se chocam no labirinto de suasconsciências. VI – A mediunidademental (como a designou Kardec) estábem chamada. É o primeiro degrau damediunidade vidente e falante. Omédium mental, se for bem formado,pode dirigir perguntas e receber res-postas mais facilmente que o médiumintuitivo, porque seu Espírito, estan-do mais desprendido, é um intérpretemais fiel. Para isto é necessário umardente desejo de ser útil e trabalharcom um sentimento puro, isento detodo pensamento de amor próprio ede interesse. VII – De todas as facul-dades mediúnicas, ela é a mais sutil ea mais delicada, e o menor sopro im-puro basta para manchá-la. VIII – Amediunidade que consiste em conver-sar com os Espíritos, como se conver-sa com os encarnados, desenvolver-se-á mais, à medida que o desprendi-mento do Espírito se efetuar com maisfacilidade, pelo hábito do recolhimen-to. Quanto mais avançados moralmen-te forem os Espíritos encarnados, mai-or será a facilidade de comunicação.IX – O recolhimento e a prece são osdois elementos da vida espiritual; sãoeles que derramam na alma esse or-valho celeste que ajuda o desenvolvi-mento das faculdades que aí estão emestado latente. Infelizes os que dizemque a prece é inútil porque não modi-fica os desígnios de Deus! X – Todosse revoltam quando se pensa nos ví-cios da sociedade pagã, ao tempo emque o Cristo veio trazer a boa-nova,mas em nossos dias os vícios não exis-tem menos. XI – Não é, pois, sem ra-zão que os Espíritos vieram lembraros ensinamentos dados nos temposapostólicos. Todos os que forem cha-mados a cooperar nessa obra de re-denção do mundo, devem agradecerpor isto ao Senhor, e que o seu desin-teresse e a sua caridade jamais enfra-queçam, porque é nisto que se conhe-cerão, entre os homens, os verdadei-ros espíritas. (Págs. 89 a 92.)

Revelar é dar a conheceruma coisa desconhecida

55. Na seção de livros, a Revistadestaca três obras: “Espírita”, ro-mance agora publicado em forma delivro, por Théophile Gautier; “A Mu-lher do Espírita”, de Ange deKéraniou, e “Forças Naturais Des-conhecidas”, de Hermès. A impren-sa laica, diz Kardec, foi parcimonio-sa com relação ao romance deGautier. Ninguém sabia se devia

louvá-lo ou censurá-lo. O romance,traduzido para o português com onome de “O Ignorado Amor”, foiconsiderado por Kardec a primeiraobra de destaque escrita por um gran-de escritor onde a idéia espírita apa-rece seguramente afirmada. Segun-do os jornais da época, a obra do sr.Gautier obteve grande repercussãoem toda a Europa. (Págs. 92 a 98.)

56. O número de abril de 1866 éaberto com um longo artigo de Kar-dec sobre a revelação e seus requisi-tos, o qual foi posteriormente apro-veitado pelo Codificador na feitura docap. I de “A Gênese”. Eis, de formaresumida, as principais informaçõesque nele se contêm: I – Revelar é dara conhecer uma coisa desconhecida,é ensinar a alguém aquilo que nãosabe. O papel do professor peranteseus alunos é o de um revelador, masele só ensina o que aprendeu: é umrevelador de segunda ordem. II – Ohomem de gênio ensina o que ele pró-prio achou: é o revelador primitivo.III – O homem de gênio é um Espíri-to que viveu mais tempo e tem, porisso, progredido mais que os indiví-duos menos adiantados. O que elesabe é fruto de um trabalho anterior enão o resultado de um privilégio. IV– Os homens progridem por si mes-mos, mas esse progresso torna-semuito lento, se não forem ajudadospor homens mais adiantados. Eis porque todos os povos têm tido os seushomens de gênio, que vieram em di-versas épocas dar-lhes um impulso etirá-los da inércia. V – As coisas no-vas que eles ensinam, seja na ordemfísica, seja na ordem moral, são reve-lações. VI – No sentido especial dafé religiosa, os reveladores são geral-mente designados sob os nomes deprofetas ou messias. VII - Todas asreligiões têm tido, assim, os seusreveladores, conquanto muitos falsosprofetas tenham surgido no seio de-las e explorado a credulidade dos fi-éis, em proveito de seu orgulho, desua cupidez, ou de sua preguiça.(Págs. 99 a 101.)

57. Na seqüência, após afirmarque a religião cristã não esteve aoabrigo desses parasitas, Kardec ad-verte: “Apenas constatamos as duasgrandes revelações sobre as quais seapóia o cristianismo: a de Moisés ea de Jesus, porque tiveram uma in-fluência decisiva na humanidade”.“O islamismo pode ser consideradocomo um derivado de concepção hu-mana do mosaísmo e do cristianis-mo. Para acreditar a religião quequeria fundar, Maomé teve que seapoiar sobre uma suposta revelaçãodivina.” (Págs. 101 e 102.)(Continuano próximo número.)

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

De Londrina

O IMORTALPÁGINA 16 MARÇO/2006

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

Oriunda do catolicismo,Elza Luisa Guandalini Guapo(foto) faz parte de uma novageração de espíritas que foramatraídos para o Espiritismo, nãopela dor, mas pela vontade deaprender e compreender as leisque regem a vida, tão bem fo-calizadas pela Doutrina dos Es-píritos. Líder do movimento es-pírita em sua cidade, que agoradispõe de uma Casa espírita, oGrupo Espírita Jesus de Naza-ré, Elza participa também doGrupo de Estudos Espíritas AbelGomes, do Centro Espírita Nos-so Lar, e integra a equipe de co-laboradores deste Jornal, noqual diversas reportagens suastêm sido publicadas.

Na entrevista que se segue,Elza fala de sua iniciação no Es-piritismo e sobre diversos outrosassuntos.

O Imortal – Você nasceu noParaná mesmo ou veio de ou-tro Estado?

Elza – Nasci em Astorga, ci-dade que fica próxima de Ma-ringá, neste mesmo Estado. Sou,portanto, paranaense, o quemuito me orgulha.

O Imortal – Em que cir-cunstância você tomou conta-to com o Espiritismo?

Elza – Tomamos contatocom o Espiritismo, Marcos(meu marido) e eu, por volta de1993. Sempre me interessei peloEspiritismo e lia muito, sem fre-qüentar uma Casa espírita, poisnão tínhamos Centro Espíritaem nossa cidade. Através do Sr.Euclides Alves de Araújo e donaJacira, começamos a freqüentaro Centro Espírita Amor e Cari-dade de Londrina, fundando um

“Temos a obrigação de mudar o padrão vibratório do planeta”JENAI OLIVEIRA CAZETTA

De Londrina

Grupo de Estudos e participandodo Grupo mediúnico dirigido porele. Depois, começamos a estu-dar mais a fundo a Doutrina, gra-ças ao Grupo de Estudos Espíri-tas Abel Gomes, do Centro Espí-rita Nosso Lar, dirigido por As-tolfo Olegário de Oliveira Filho,onde continuamos até hoje,aprendendo com ele para poderpassar aos nossos membros daCasa em Astorga. Participamosdesse Grupo desde que ele foifundado no início de 2000.

O Imortal – Com qual dostrês aspectos do Espiritismo –científico, religioso e filosófico– V. mais se identifica?

Elza – Dentre os três aspec-tos do Espiritismo, eu me identi-fico mais com o religioso, poisacredito que nossa vida deve serconduzida pelos ensinamentos deJesus contidos no seu Evangelho.O Espiritismo é uma religião con-soladora, apoiada pela ciência epela filosofia.

O Imortal – O espírita é tidocomo apreciador da boa leitu-ra. Esse é também o seu caso?

Elza – Aprecio muito a lite-ratura espírita. Tenho em minhacasa uma boa biblioteca e leiomuito. Desde os tempos de colé-gio, sempre gostei de ler e conti-nuo lendo muito, pois a Doutri-na nos oferece uma vasta litera-tura. Basta que tenhamos bastan-te discernimento para separar ojoio do trigo, pois muitos espíri-tas, infelizmente, nem conhecemas obras básicas e procuram leras chamadas “novidades”. Istonão é bom, pois sem o devidoconhecimento da base corre-se orisco de ler obras equivocadas ea elas se dar crédito.

O Imortal – Dos livros espí-ritas que leu, quais foram os

que mais a impressionaram?Elza – Muitos livros espíritas

me impressionaram e mudaramminha vida. É difícil dizer quaisdeles mais me impressionaram,mas “Memórias de um Suicida”,de Yvonne A. Pereira; “Paulo eEstevão”, de Emmanuel; “Tor-mentos da Obsessão”, de Mano-el Philomeno de Miranda, e “OMédico dos Pobres”, de Francis-co Acquarone, podem ser desta-cados.

O Imortal – Há uma per-gunta que sempre se faz quan-do o assunto é livro: Se vocêfosse passar uma longa tempo-rada num lugar distante e iso-lado, que obras espíritas (exclu-indo as de Kardec) fariam par-te de sua bagagem?

Elza – Se fosse a lugar distan-te e isolado, gostaria de levar mi-nha biblioteca, mas como isto nãoé possível eu levaria pelo menosalguns livros: “Ave Cristo”, deEmmanuel, “O Problema do Ser,do Destino e da Dor”, de LéonDenis, “Memórias do PadreGermano”, de Amalia Domingo

Soler, e “Recordações da Mediu-nidade”, de Yvonne A. Pereira.

O Imortal – Que opinião V.tem a respeito do movimentoespírita de Londrina? Falta aele algo que julgue importantepara a melhor divulgação doEspiritismo?

Elza – Quanto ao movimen-to Espírita de Londrina, vejo commuita satisfação que ele crescedia a dia. Contamos com muitasCasas espíritas, órgãos de divul-gação da Doutrina e, principal-mente, com entidades que traba-lham junto aos irmãos carentes,o que considero da maior impor-tância, pois “a fé sem obras, énula”, como asseverou o apósto-lo Thiago.

O Imortal – Dos problemasque a sociedade brasileira en-frenta atualmente, quais sãoaqueles que, no seu modo dever, podem ser minorados coma ajuda dos espíritas?

Elza – Nossa sociedade en-frenta muitos problemas. Acredi-to que a violência e a miséria se-jam os mais significativos, e osque mais podem ser auxiliadospelo Movimento Espírita, atravésda ajuda direta do Espiritismo edos espíritas, junto à sociedade eaos órgãos de imprensa, atravésdo nosso exemplo.

O Imortal – Aprendemoscom o Espiritismo que a Terradeixará um dia de ser um mun-do de expiação e provas paratornar-se um mundo de rege-neração. Você acha que esse diaainda está distante?

Elza – Acredito que a mudan-ça da Terra de mundo de expia-ções e provas para mundo de re-generação está se efetuando gra-dativamente, já que a Naturezanão dá saltos. A mudança efeti-

va, provavelmente, levará ain-da muitos séculos.

O Imortal – Que podemosnós, os espíritas, fazer paraque se torne menor a distân-cia que separa a Terra de suaatual condição para o estágiode mundo regenerador?

Elza – Para que a distânciaentre estas duas etapas da Terrase torne menor, nós espíritas te-mos a obrigação de, através denossos pensamentos, mudar opadrão vibratório do planeta.Para isso, devemos agir, traba-lhar, acreditar, amar nosso pró-ximo, unir os povos, ao invés decriticar, desunir, emitir pensa-mentos negativos aos nossos go-vernantes. Temos esta obriga-ção, pois temos o conhecimen-to e seremos cobrados por isso.

O Imortal – Agradecendoa gentileza de sua atenção, co-locamos à sua disposição umespaço para a sua saudaçãofinal aos nossos leitores.

Elza – Agradeço a oportu-nidade que este jornal me dá egostaria de aproveitar para dei-xar uma mensagem de paz e oti-mismo a todos. Continuemosnossa luta em prol da união dospovos, das idéias, do amor. Nãonos esqueçamos de que a Espi-ritualidade espera de nós avivência plena de nossa doutri-na, pois, se tivemos a bênçãode conhecê-la, devemos divul-gá-la. Como nos diz Emmanu-el, “a maior caridade que po-demos fazer para com o Espi-ritismo é divulgá-lo”. Deve-mos, pois, fazer isto no nossodia-a-dia, não só através de pa-lavras, emprestando livros,convidando a freqüentar pales-tras, o que é muito importante,mas principalmente através doexemplo que vivifica.

Elza Guapo: dinamismo a serviço domovimento espírita

Entrevista: Elza Luisa Guandalini Guapo