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Projeto Gráfico: Serviço de Edição e Informação Técnico-Científica / CEDC / INCA O IMPACTO DO ACOMPANHAMENTO DE UM PACIENTE COM ÚLCERA POR PRESSÃO SUBMETIDO AO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA Santos, E. G. dos; Barreto, E. M. T. Centro de Transplante de Medula Óssea (CEMO) Instituto Nacional de Câncer / INCA INTRODUÇÃO Acompanhamento, evolução e os diferentes tipos de coberturas/curativos utilizados em um paciente oriundo de outra Instituição hospitalar, portador de Leucemia Mieloide Aguda/ LMA com uma úlcera por pressão em região dorsal esquerda, após quimioterapia para a realização de Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas / TCTH. OBJETIVOS ! Analisar o uso de coberturas/curativos em paciente imunossupresso com uma úlcera por pressão; ! Avaliar a úlcera por pressão para detectar o momento exato em que devem ser utilizados os diferentes tipos de coberturas, registrando a evolução e resolução da úlcera nos períodos trans e pós TCTH; ! Propiciar a cura de lesão estimulando o processo de cicatrização. Definimos úlcera por pressão como “área de má perfusão tissular que se desenvolve quando o tecido de acolchoamento é comprimido entre uma proeminência óssea e uma superfície externa por um período prolongado”.Segundo a National Pressure Ulcer Adivisori Panel / NPUAP. A pele é o maior órgão do corpo humano. Sendo estruturalmente constituída por três camadas; a Epiderme, a Derme e a Subcutânea. Quando ocorre solução de continuidade da pele por causas diversas surgem as feridas que podem ocorrer por qualquer tipo de trauma. HISTÓRICO Úlcera por pressão em um paciente, J.C.de 48 anos, portador de Leucemia Mielóide Aguda (LMA) submetido a transplante de Células tronco Hematopoéticas de Sangue Periférico (TCTH) mobilizado de seu irmão, totalmente compatível (ABO/RH). O diagnóstico da LMA foi feito em Março/2009 após uma extração dentária o paciente foi submetido a esquema quimioterápico em Hospital Público do Rio de Janeiro. Durante o tratamento houve uma complicação do quadro clínico: Infecção retosigmóide com sangramento, erosão e sepse sendo transferido para o CTI, onde desenvolveu uma úlcera por pressão em região dorsal esquerda. (JUNHO/2010) Quando foi internado para submeter-se a TCTH em outra Instituição pública começou a ser acompanhado pela Estomaterapia Extra Hospitalar desta Instituição desde 9 de Setembro de 2010. DESENVOLVIMENTO Paciente portador de úlcera por pressão em região dorsal esquerda foi admitido em uma Instituição pública para ser submetido a TCTH de células Periféricas de um irmão totalmente compatível em 18/10/2010. Foi submetido a condicionamento com protocolo de MINI ALO APARENTADO (Fludarabina 30mg/m² por 4 dias e Melfalano 70 mg/m² por 2 dias). A “pega” do enxerto ocorreu no 15º dia (10/11/2010) e alta para a Unidade de Pacientes Externos (UPE) do setor no dia 11/11/2010. Durante o período que o paciente estava no ambulatório desta Instituição realizando exames pre TCTH foi utilizada como cobertura primária placa de Hidrocolóide e Filme de Poliuretano. No período de internação Pré e Trans TCTH são utilizados Corticosteróides e Quimiotarápicos que sabemos que retardam o tempo de cicatrização de feridas, porque diminuem a resposta imune normal das lesões, interferindo na síntese protéica ou divisão celular porque agem diretamente na produção de colágeno. Na unidade de internação foi acompanhada a evolução da cicatrização e a troca do tipo de cobertura pela enfermeira do setor que é membro da Comissão de Curativo desta Instituição, representando o setor que trabalha. Régua Milimetrada - Ferramenta usada para mensuração de feridas /úlcera por pressão. Em 18/10/2010 a úlcera por pressão foi avaliada e mensurada. Como apresentava tecido Hipergranulado, exsudato seroso, inodoro, esbranquiçado, em abundante quantidade, medindo 5cm de comprimento e por 3,5cm e 3cm de largura, optou-se por limpeza da lesão com solução fisiológica com 0,9%, protetor cutaneo (Cavilon), cobertura primária de gaze com pretolatum (Curatec), cobertura secundária com gaze seca e fita adesiva (Micropore). Com troca da cobertura de 2 em 2 dias. Em 25/10/2010 a úlcera por pressão apresentava no nível de Epiderme com tecido de granulação, exsudato seroso, amarelado, inodoro em moderada quantidade com medidas de 4,5cm de comprimento por 3cm e 2cm de largura. Neste momento foi trocado o tipo de cobertura utilizando- se protetor cutâneo, placa de colágeno (Cutanplast), como cobertura primária, gaze seca e fita adesiva com troca a cada 7 dias ou somente do curativo secundário quando visivelmente sujo. Em 19/11/2010 foi reavaliada a úlcera por pressão e modificada a conduta por apresentar tecido granulado exsudato seroso, inodoro, amarelo em pequena quantidade medindo 4cm de comprimento e 2,5 e 1,5 cm de largura. ;utilizou-se protetor cutâneo, gaze com petrolatum, Ácidos Graxos Essenciais (AGE), gaze seca e fita adesiva. A acompanhante (irmã) foi orientada para que a troca desta cobertura fosse diária após o banho ficando por 1 hora exposta ao ar ambiente. Em 25/11/2010 a úlcera por pressão estava em fase de granulação com tecido de epitelização drenando pouca quantidade de secreção serosa, amarela e inodora medindo 2cm de comprimento por 1,7 e 0,5cm de largura, sendo mantida a mesma conduta. Em 21/12/2010 a úlcera por pressão encontrava- se totalmente epitelizada obtendo neste momento alta da Comissão de Curativos com a recomendação de utilizar AGE na região por 2 anos e evitar o uso de roupa que possa agredir a região. Conscientização da intervenção e avaliação do enfermeiro na evolução da ferida, utilizando a cobertura adequada no momento certo, tendo como êxito à obtenção de uma cicatrização completa da úlcera por pressão de um paciente que se submeteu a TCTH em 38 dias. Apontar a resolução de uma úlcera de pressão em um paciente que recebeu quimioterápicos que podem prolongar o processo de cicatrização de feridas, porque diminuem a resposta imune normal à lesão, pois, interferem na síntese protéica, agindo diretamente na produção de colágeno. Concluí-se que com o acompanhamento adequado assim como a troca do tipo de cobertura junto a orientação aos enfermeiros e familiares podemos obter a cicatrização de uma úlcera por pressão CONCLUSÃO DESCRITORES: cuidado de enfermagem no TCTH; quimioterapia; úlcera de pressão e cobertura. BIBLIOGRAFIA: Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ BLANES, L. Coberturas. Estima. 2003; 1 (1) :42-3; DEALEY, C. Cuidando de feridas: um guia para as enfermeiras. Coordenação e revisão técnica Rúbia Aparecida Lacerda; tradução Merle Scooss. São Paulo. Atheneu, 2 ed. . 2001. Pg 1-21; GOMES, F.S.L., et al. Feridas: como tratar. Belo Horizonte: Coopmed; 2001. Pg 97-120 http://www.google.com.br/imgres?q=pele+derme+epiderme+subcutaneo SILVA, R. C. L., et al. Feridas: fundamentos e atualizações em enfermagem. São Paulo, Yendis, 2007.

O IMPACTO DO ACOMPANHAMENTO DE UM PACIENTE COM …bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/Eliana_impacto.pdf · quantidade, medindo 5cm de comprimento e por 3,5cm e 3cm de largura,

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O IMPACTO DO ACOMPANHAMENTO DE UM PACIENTE COM ÚLCERA POR PRESSÃO SUBMETIDO AO TRANSPLANTE DE

MEDULA ÓSSEASantos, E. G. dos; Barreto, E. M. T.

Centro de Transplante de Medula Óssea (CEMO)Instituto Nacional de Câncer / INCA

INTRODUÇÃOAcompanhamento, evolução e os diferentes tipos de coberturas/curativos utilizados em um paciente oriundo de outra Instituição hospitalar, portador de Leucemia Mieloide Aguda/ LMA com uma úlcera por pressão em região dorsal esquerda, após quimioterapia para a realização de Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas / TCTH.

OBJETIVOS! Analisar o uso de coberturas/curativos em paciente imunossupresso com uma úlcera por pressão;! Avaliar a úlcera por pressão para detectar o momento exato em que devem ser utilizados os diferentes tipos de coberturas, registrando a evolução e resolução da úlcera nos períodos trans e pós TCTH;! Propiciar a cura de lesão estimulando o processo de cicatrização.

Definimos úlcera por pressão como “área de má perfusão tissular que se desenvolve quando o tecido de acolchoamento é comprimido entre uma proeminência óssea e uma superfície externa por um período prolongado”.Segundo a National Pressure Ulcer Adivisori Panel / NPUAP.

A pele é o maior órgão do corpo humano. Sendo estruturalmente constituída por três camadas; a Epiderme, a Derme e a Subcutânea. Quando ocorre solução de continuidade da pele por causas diversas surgem as feridas que podem ocorrer por qualquer tipo de trauma.

HISTÓRICOÚlcera por pressão em um paciente, J.C.de 48 anos, portador de Leucemia Mielóide Aguda (LMA) submetido a transplante de Células tronco Hematopoéticas de Sangue Periférico (TCTH) mobilizado de seu irmão, totalmente compatível (ABO/RH). O diagnóstico da LMA foi feito em Março/2009 após uma extração dentária o paciente foi submetido a esquema quimioterápico em Hospital Público do Rio de Janeiro. Durante o tratamento houve uma complicação do quadro clínico: Infecção retosigmóide com sangramento, erosão e sepse sendo transferido para o CTI, onde desenvolveu uma úlcera por pressão em região dorsal esquerda. (JUNHO/2010)Quando foi internado para submeter-se a TCTH em outra Instituição pública começou a ser acompanhado pela Estomaterapia Extra Hospitalar desta Instituição desde 9 de Setembro de 2010.

DESENVOLVIMENTOPaciente portador de úlcera por pressão em região dorsal esquerda foi admitido em uma Instituição pública para ser submetido a TCTH de células Periféricas de um irmão totalmente compatível em 18/10/2010. Foi submetido a condicionamento com protocolo de MINI ALO APARENTADO (Fludarabina 30mg/m² por 4 dias e Melfalano 70 mg/m² por 2 dias).A “pega” do enxerto ocorreu no 15º dia (10/11/2010) e alta para a Unidade de Pacientes Externos (UPE) do setor no dia 11/11/2010.Durante o período que o paciente estava no ambulatório desta Instituição realizando exames pre TCTH foi utilizada como cobertura primária placa de Hidrocolóide e Filme de Poliuretano.No período de internação Pré e Trans TCTH são utilizados Corticosteróides e Quimiotarápicos que sabemos que retardam o tempo de cicatrização de feridas, porque diminuem a resposta imune normal das lesões, interferindo na síntese protéica ou divisão

celular porque agem diretamente na produção de colágeno.Na unidade de internação foi acompanhada a evolução da cicatrização e a troca do tipo de cobertura pela enfermeira do setor que é membro da Comissão de Curativo desta Instituição, representando o setor que trabalha.

Régua Milimetrada - Ferramenta usada para mensuração de feridas /úlcera por pressão.

Em 18/10/2010 a úlcera por pressão foi avaliada e mensurada. Como apresentava tecido Hipergranulado, exsudato seroso, inodoro, esbranquiçado, em abundante quantidade, medindo 5cm de comprimento e por 3,5cm e 3cm de largura, optou-se por limpeza da lesão com solução fisiológica com 0,9%, protetor cutaneo (Cavilon), cobertura primária de gaze com pretolatum (Curatec), cobertura secundária com gaze seca e fita adesiva (Micropore). Com troca da cobertura de 2 em 2 dias.

Em 25/10/2010 a úlcera por pressão apresentava no nível de Epiderme com tecido de granulação, exsudato seroso, amarelado, inodoro em moderada quantidade com medidas de 4,5cm de comprimento por 3cm e 2cm de largura. Neste momento foi trocado o tipo de cobertura utilizando-se protetor cutâneo, placa de colágeno (Cutanplast), como cobertura primária, gaze seca e fita adesiva com troca a cada 7 dias ou somente do curativo secundário

quando visivelmente sujo.

Em 19/11/2010 foi reavaliada a úlcera por pressão e modificada a conduta por apresentar tecido granulado exsudato seroso, inodoro, amarelo em pequena quantidade medindo 4cm de comprimento e 2,5 e 1,5 cm de largura. ;utilizou-se protetor cutâneo, gaze com petrolatum, Ácidos Graxos Essenciais (AGE), gaze seca e fita adesiva. A acompanhante (irmã) foi orientada para que a troca desta cobertura fosse diária após o banho ficando por 1 hora exposta ao ar ambiente.

Em 25/11/2010 a úlcera por pressão estava em fase de granulação com tecido de epitelização drenando pouca quantidade de secreção serosa, amarela e inodora medindo 2cm de comprimento por 1,7 e 0,5cm de largura, sendo mantida a mesma conduta.

Em 21/12/2010 a úlcera por pressão encontrava-

se totalmente epitelizada obtendo neste momento alta da Comissão de Curativos com a recomendação de utilizar AGE na região por 2 anos e evitar o uso de roupa que possa agredir a região.

Conscientização da intervenção e avaliação do enfermeiro na evolução da ferida, utilizando a cobertura adequada no momento certo, tendo como êxito à obtenção de uma cicatrização completa da úlcera por pressão de um paciente que se submeteu a TCTH em 38 dias. Apontar a resolução de uma úlcera de pressão em um paciente que recebeu quimioterápicos que podem prolongar o processo de cicatrização de feridas, porque diminuem a resposta imune normal à lesão, pois, interferem na síntese protéica, agindo diretamente na produção de colágeno. Concluí-se que com o acompanhamento adequado assim como a troca do tipo de cobertura junto a orientação aos enfermeiros e familiares podemos obter a cicatrização de uma úlcera por pressão

CONCLUSÃO

DESCRITORES: cuidado de enfermagem no TCTH; quimioterapia; úlcera de pressão e cobertura.

BIBLIOGRAFIA: ŸŸ

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BLANES, L. Coberturas. Estima. 2003; 1 (1) :42-3;DEALEY, C. Cuidando de feridas: um guia para as enfermeiras. Coordenação e revisão técnica Rúbia Aparecida Lacerda; tradução Merle Scooss. São Paulo. Atheneu, 2 ed. . 2001. Pg 1-21; GOMES, F.S.L., et al. Feridas: como tratar. Belo Horizonte: Coopmed; 2001. Pg 97-120http://www.google.com.br/imgres?q=pele+derme+epiderme+subcutaneoSILVA, R. C. L., et al. Feridas: fundamentos e atualizações em enfermagem. São Paulo, Yendis, 2007.