Upload
hahanh
View
215
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR BLAURO CARDOSO DE MATTOS – FASERRA
PATRICIA BOLONHESI ROCHA VANUSA NEVES
O IMPACTO DO IMPAIRMENT TEST NO ATIVO IMOBILIZADO DAS EMPRESAS DE PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTÍVEIS LISTADAS NA BM&F BOVESPA :
ESTUDO NO SEGUIMENTO DE EXPLORAÇÃO E REFINO.
SERRA – ES
2015
2
PATRICIA BOLONHESI ROCHA VANUSA NEVES
O IMPACTO DO IMPAIRMENT TEST NO ATIVO IMOBILIZADO DAS EMPRESAS DE PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTÍVEIS LISTADAS NA BM&F BOVESPA :
ESTUDO NO SEGUIMENTO DE EXPLORAÇÃO E REFINO.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos, do curso de Graduação em Ciências Contábeis, como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Prof. Carlos Eduardo de Almeida Gomes.
SERRA – ES 2015
3
PATRICIA BOLONHESI ROCHA VANUSA NEVES
O IMPACTO DO IMPAIRMENT TEST NO ATIVO
IMOBILIZADO DAS EMPRESAS DE PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTÍVEIS LISTADAS NA BM&F BOVESPA :
ESTUDO NO SEGUIMENTO DE EXPLORAÇÃO E REFINO.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos, do curso de Graduação em Ciências Contábeis, como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.
Aprovado em _____ de _______________ de 2015.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________ Prof. Carlos Eduardo de Almeida Gomes
Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos Orientador
______________________________________________ Prof. Ms. Ângelo Roberto Custódio Fiorio
Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos Convidado
______________________________________________
Cood.Eduardo Rosetti de Castro Carrafa Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos
Convidado
[Digit
5
AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus por tudo, especialmente por ter me dado forças para alcançar mais
esta etapa.
Aos meus pais pela educação, ensinamentos e amor. A toda minha família pelo
apoio e por acreditarem em minha capacidade.
Em especial meu Esposo Ederson, pela compreensão, paciência e por estar sempre
ao meu lado.
Agradeço ao professor Ângelo Alberto por estar sempre nos apoiando e nos
ajudando. E também ao orientador Carlos Eduardo.
Patricia Bolonhesi Rocha
Agradeço primeiramente a Deus pela sabedoria concedida para cursar minha
graduação e por ser o provedor e mantenedor de tudo que há de bom em mim, por
ter me dado força para nunca desistir e por me ajudar a superar todas as
dificuldades nesta caminhada.
Aos meus familiares, pelo amor incentivo e apoio.
Aos amigos, que fizeram parte da minha formação e que vão continuar presentes
em minha vida com certeza.
Agradeço a todos os professores que me acompanharam durante a graduação.
A todos aqueles que de alguma forma estiveram e estão próximo a mim o meu muito
obrigado.
Vanusa Neves
6
RESUMO
A contabilidade possui a missão e responsabilidade de registrar e resumir os acontecimentos patrimoniais como também o valor de uma entidade. Uma das formas de se expor sucintamente esses dados contábeis é por meio do balanço patrimonial. Com mudanças no cenário econômico brasileiro, torna-se necessárias varias alterações nas normas brasileiras de contabilidade, algumas com o intuito de uma interação com as normas internacionais de contabilidade, principalmente aquelas empresas que possuem um ativo imobilizado relevante. Uma importante ferramenta no mercado brasileiro é o impairment test, que visa reduzir os valores dos ativos a valores realmente recuperáveis.
Palavras-Chave: Contabilidade; Notas Explicativas; Impairment test.
7
LISTA DE SIGLAS
BMF& Bovespa – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo
CFC – Conselho Federal de Contabilidade
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
FASB – Financial Accounting Standards Board
IAS – International Accounting Standards
IASB – International Accounting Standards Board
IFRS - International financial Reporting Standards
SFAS - Statement of Financial Accounting Standards
SUSEP – Superintendência de Seguros Privados
8
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................. ........................................................ 11
2.1 ATIVO .............................................................................................................. 11
2.2 ATIVO IMOBILIZADO ...................................................................................... 11
2.3 BALANÇO PATRIMONIAL .............................................................................. 13
2.4 VALOR JUSTO - Fair Value ............................................................................ 13
2.5 IMPAIRMENT TEST INTERNACIONALMENTE .............................................. 15
2.5.1 SFAS 144 ..................................................................................................... 15
2.5.2 IAS 36 - Impairment of assets – Impairment de ativos ............................ 16
2.6 REDUÇÃO AO VALOR RECUPERAVEL DE ATIVOS - IMPAIRMENT TEST 18
3 METODOLOGIA ..................................... ............................................................... 23
3.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS ..................................................................... 23
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................ ....................................................... 27
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 28
9
1 INTRODUÇÃO
A contabilidade de uma forma geral vem sofrendo mutações e adequações
importantes e significativas com o objetivo de se alinhar de forma mais eficaz às
necessidades da sociedade financeira e econômica, essas melhorias são mais
claramente observadas nas notas explicativas de cada empresa, já que, geralmente,
são nestas que são apresentadas os devidos esclarecimentos e explicações em
relação as informações contidas nas demonstrações contábeis.
Com a regulamentação pela deliberação CVM N°527, da comissão de valores
mobiliários, que aprovou e torna obrigatório o Pronunciamento Técnico CPC 01, do
comitê de Pronunciamentos contábeis, sobre a realização anual do impairment test
(valor recuperável dos ativos), que tem por objetivo apresentar de forma prudente o
valor líquido de realização de um ativo.
Assim o ativo imobilizado, de uma forma mais especifica a redução ao valor
recuperável dos bens do ativo imobilizado por meio impairment test, que é um dos
pontos importantes que cercam à evolução da Teoria da Contabilidade, as
mudanças nas normas brasileiras de contabilidade e relevância das normas
internacionais de contabilidade no Brasil. O impairment test como ferramenta de
cunho contábil é um meio importante para trazer maior transparência e realidade às
demonstrações contábeis, por meio de uma mensuração de ativos, melhor
qualificada.
O Ativo Imobilizado é item tangível que é mantido para uso na produção ou
fornecimento de mercadorias ou serviços, que seja objeto de rendimento como
aluguel, ou para fins administrativos, que se espera utilizar por mais de um período.
Corresponde aos bens corpóreos destinados a manutenção das atividades da
entidade, inclusive de operações que transfiram a elas os benefícios, os riscos e o
controle destes bens. Após aplicação do impairment test, ficando evidenciados que
os valores contábeis são superiores aos de fato recuperáveis, a regulamentação
legal determina que a entidade deva reconhecer uma perda em conta redutora no
ativo contra uma conta de resultado. Assim, diante desse contexto e tendo em vista
a grande relevância que essa prática pode ter sobre os resultados e sobre o
patrimônio das entidades, será analisado qual o impacto do impairment test no
10
ativo imobilizado das empresas de petróleo, gás e b iocombustíveis listadas na
BM&F Bovespa do seguimento de exploração e refino?
Teve-se como objetivo geral analisar o impacto que o impairment test pode causar
na determinação do valor dos ativos imobilizados das empresas de petróleo, gás e
biocombustíveis do seguimento de exploração e refino.
Para tanto será necessário atingir os seguinte objetivos específicos: Conceituar o
impairment test; conceituar o ativo imobilizado e demonstrar o impacto do
impairment test no ativo imobilizado.
O impairment test visa verificar o valor recuperável de determinados itens do ativo,
entre eles o ativo imobilizado que, em alguns casos, tem seus valores recuperáveis
inferiores aos valores contábeis evidenciados no balanço patrimonial da entidade.
A metodologia utilizada irá analisar as notas explicativas e também o balanço
patrimonial através de estudos, e pesquisas na internet, que ira verificar os
resultados do impairment test e seu impacto sobre o ativo imobilizado.
11
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 ATIVO
Stickney e Weil (2001, p. 56) conceituam “um ativo de uma empresa é um recurso
cujo direito de uso ela possui, e que lhe pode fornecer benefícios econômicos
futuros - a capacidade de gerar entradas ou reduzir saídas futuras de caixa”.
Conforme Hendriksen e Van Breda (1999, p. 281) “ativos são essencialmente
reservas de benefícios futuros” e em relação a sua avaliação os autores citam (1999,
p. 467) “a avaliação de ativos, portanto, deve refletir a mensuração dos benefícios a
serem recebidos pela empresa”.
A definição de ativos apresentada por Iudícibus (2004, p. 139):
a) o ativo deve ser considerado modernamente, em primeiro lugar, quanto à sua controlabilidade por parte da entidade, subsidiariamente quanto à sua propriedade e posse; b) precisa estar incluído no ativo, em seu bojo, algum direito específico a benefícios futuros, [...] ou, em sentido mais amplo, o elemento precisa apresentar uma potencialidade de serviços futuros (fluxos de caixa futuros) para a entidade; c) o direito precisa ser exclusivo da entidade; [...]
2.2 ATIVO IMOBILIZADO
Faz parte do grupo de contas do ativo não circulante presente no balanço
patrimonial. De acordo com a Lei 6.404/76 por meio de seu artigo 179, item IV, o
conceito das contas a serem classificadas e registradas no ativo imobilizado
entende-se:
Os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados a manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercícios com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens (CPC 27, p.3 2009).
O pronunciamento Técnico CPC 27 – Ativo Imobilizado, aprovado pela Deliberação
CVM nº 583/09 e tornado obrigatório pela Resolução CFC nº 1.177/09 define ativo
imobilizado como:
12
O item tangível que: a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel a outros, ou para fins administrativos; e
b) se espera utilizar por mais de um período. Correspondem aos direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram a ela os benefícios, os riscos e o controle desses bens (CPC 27, p.3 2009).
O valor econômico dos ativos ganha relevância, principalmente, quando esses são
evidenciados por valor superior aos benefícios futuros que eles podem proporcionar.
A normatização contábil brasileira, por meio do CPC-01, determina a verificação do
valor recuperável em todos os ativos, no que concerne aos ativos componentes do
circulante e realizável em longo prazo:
A Redução do Valor Recuperável de Ativos visa assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente por um valor superior aquele passível de ser recuperado no tempo por uso nas operações da entidade ou em sua eventual venda, caso existam evidencias claras de que os ativos estão registrados por valor não recuperável no futuro, a entidade deverá imediatamente reconhecer a desvalorização, por meio da constituição de provisão para perdas (CPC-01, p 3. 2010).
Caso a empresa disponha de informações referentes a redução do valor de mercado
de um ativo, ou a redução dos benefícios futuros a serem auferidos em função de
sua posse, ela deve realizar um teste para verificar se os fluxos de caixa não
descontados a serem proporcionados pelo ativo em questão são menores do que
seu valor contábil líquido (STICKNEY e WEIL, 2001).
Também conforme Baesso (2001) as empresas adquirem os ativos com objetivos
futuros, ou seja, de haver benefícios futuramente. Quando a empresa coloca
informações referentes à redução do valor de mercado de um ativo ou à redução
dos benefícios futuros a serem obtidos em função de sua posse, deve-se realizar um
teste para verificar se os fluxos de caixa não descontados a serem proporcionados
pelo ativo em questão são menores do que seu valor contábil líquido. Portanto se for
ocorrido, diz-se que o ativo sofreu um impairment test. O termo impairment test é
reservado para as situações em que o valor contábil é maior do que o valor dos
fluxos de caixa futuros. Se houver redução dos benefícios futuros, mas os fluxos de
caixa não descontados forem superiores ao valor contábil líquido do ativo, não há
que se falar em impairment test.
13
De acordo com Iudícibus, Martins, Gelbcke e Santos (2010) o CPC 27 especifica
tratamento para a análise da recuperabilidade do valor dos ativos reconhecidos no
imobilizado, mas que a entidade deve aplicar o CPC 01 para realizar essa análise
por este ser de natureza geral e aplicável a qualquer ativo.
2.3 BALANÇO PATRIMONIAL
O balanço patrimonial é uma demonstração contábil que tem, por objetivo, mostrar a
posição contábil, financeira e econômica de uma entidade (em geral, uma empresa)
em determinada data, desempenhar uma posição estática (posição ou situação do
patrimônio em determinada data). O balanço patrimonial apresenta os ativos (bens e
direitos), passivos (exigibilidades e obrigações) e o patrimônio líquido que é
resultante da diferença entre o total de ativos e o total de passivos. O balanço pode
ser apreciado como uma igualdade contabilística dívida em dois membros, no
primeiro membro é representado pelo ativo, e no segundo membro pelo passivo e
capital próprio da empresa (WIKIPÉDIA, 2015).
De acordo com Neto (2001) a finalidade do balanço patrimonial é apresentar a
situação financeira da empresa de forma resumida que possibilite análise, estudo e
interpretação de seus dados na sistemática de seus planos de contas e as posições
de sua estrutura. O balanço patrimonial é uma das demonstrações financeiras
emitidas pela contabilidade por meio de suas normas e princípios. Essa
demonstração revela, na data em que se refere o exercício a condição da empresa,
e pode ser comparada a uma foto tirada no fim do período em que se refere. Nele,
as informações são consolidadas e registradas permitindo-se posterior consulta por
usuários interessados.
O Balanço Patrimonial é o método mais eficaz e prático de se apresentar o
patrimônio da entidade, a contabilidade tem o objetivo de medir e registrar os itens
que compõem o patrimônio da organização (NETO, 2001).
2.4 VALOR JUSTO - Fair Value
De acordo com Santos e Faria (2008) definição do valor justo – Fair Value pode ser
determinado como o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo
14
liquidado, entre partes interessadas, experiente do negócio e independentes entre si,
com a ausência de fatores que pressionem a liquidação da transação ou que
caracterizem uma transação compulsória (IAS 39 – Normas Internacionais de
Contabilidade).
Conforme Carvalho, Lemes e Costa (2009 p.133) “valor justo é o montante obtido
por um ativo em uma transação com base puramente comercial, ou seja, sem
privilégios, entre partes especialistas no assunto e dispostas a negociar”.
O valor recuperável é determinado pelo pronunciamento como o maior entre o valor
líquido de venda e o valor em uso. A definição do valor de venda busca se aproximar
do conceito de valor justo (fair value), sendo definido como o preço auferido na
venda de um ativo em transações em bases comutativas, entre partes conhecedoras
e interessadas. Portanto o CPC 01 não utiliza a expressão valor justo, optando pelo
termo valor recuperável de um ativo, que corresponde ao valor presente dos fluxos
de caixa futuros a serem gerados por esse ativo (CPC 01, 2007).
Conforme CPC 01 (2007) compreende-se valor líquido de venda, como o valor pelo
qual um ativo pode ser vendido numa operação em que ambas as partes,
conhecedoras e interessadas, estejam de acordo, após deduzir as despesas de
baixa. O pronunciamento cita ainda que na falta de um mercado ativo pode-se
utilizar o valor em uso do ativo, este que é obtido através do cálculo do valor
presente de fluxos de caixa futuros estimados. Entenda-se que o CPC se refere ao
valor em uso, porém utilizou a frase valor líquido de venda para menciona-lo.
O CPC 01 (2007) emitido pelo comitê de pronunciamentos contábeis (CPC),
aprovado pela CVM, trata da redução ao valor recuperável de ativos – impairment
test mostra que a aplicação do impairment test é diretamente ligada a aplicação do
valor justo.
Como é inseparável ao processo de convergência, a norma brasileira consiste em
uma adaptação integral da internacional, mas alguns itens que são mencionados
ainda não são tratados da mesma forma no pais de maneira estruturada, como
exemplo: mensuração a valor justo (fair value), contabilização de ativos intangíveis,
segmentos operacionais etc. Espera-se que nos próximos anos todo o modelo
internacional seja adaptado no pais (MAGALHÃES, SANTOS E COSTA 2009).
15
2.5 IMPAIRMENT TEST INTERNACIONALMENTE
Segundo Ferrarezi e Smith (2008) Impairment test é de origem inglesa, porém é
muito utilizado em avaliações patrimoniais, seu significado literal é deterioração, que
reduz o valor recuperável de um bem ativo, um dano econômico, uma perda de
benefícios futuros, com isso as companhias terão que avaliar periodicamente esses
bens para contabiliza-los corretamente no Balanço Patrimonial. Se for verificado que
um bem ativo está avaliado por um valor não recuperável no futuro terá que ser feito
à baixa contábil da diferença.
Impairment é o instrumento utilizado para adequar o ativo a sua real capacidade de retorno econômico. O impairment é aplicado em ativos fixos (ativo imobilizado), ativos de vida útil indefinida (goodwill), ativos disponíveis para venda, investimentos em operações descontinuadas (SILVA ET AL., 2006, p 1 apud FERRAREZI; SMITH, 2008)
Quadro: 1: Conceitos de Impairment Test Fonte: Borba e Zandonai p.4 (2009)
Fonte do Conceito Conceito Impairment test
Raupp e Bauren (2006) “Dano econômico; perda nos benefícios futuros
esperados do ativo”
Silva et. al (2006) “Instrumento utilizado para adequar o ativo a
sua real capacidade de retorno econômico”
Rodrigues e Gonçalves (2007) “Comparação entre o valor contábil do ativo e o
seu valor justo”
Santos, Machado e Schmidt (2003) “Diferença entre o valor contábil e o fair value do
ativo, quando o segundo o menor”
Seetharaman et. al (2006) “Diferença entre o valor registrado e o valor
justo”
Cocco e Moores (2002) “Quando o fluxo de caixa líquido esperado é
menor do que o valor do ativo registrado”
Meeting e Luecke (2002) “Quando o valor de ativos de longa duração ou
grupo de ativos excede seu valor justo e não o
recuperável”
Aliciatore, Easton e Spear (2000) “Se o valor do ativo não é recuperável do seu
fluxo de caixa não descontado”
2.5.1 SFAS 144
De acordo com Domingues (2007) a SFAS 144, impairment test é uma maneira que
existe quando o valor registrado de um ativo de longa duração (long-lived) ou grupo
16
de ativos for superior ao seu valor justo. Ou seja, uma perda por impairment test
deve ser registrada somente se o valor escriturado de um ativo (ou grupo de ativos)
de longa duração não pode ser recuperável e ultrapassa o seu valor justo (fair
value). O valor registrado de um ativo, ou grupo de ativos, é estimado não
recuperável se ultrapassar a soma dos fluxos de caixa não descontados esperados,
decorrentes do uso e eventual venda do ativo. Portanto, uma perda do valor
recuperável é estabelecida pela comparação do valor contábil do ativo (ou grupo de
ativos) com os fluxos de caixa futuros não descontados projetados para esse ativo.
Com isso, quando o primeiro for maior que o segundo deve ser reconhecida uma
perda por impairment test. A figura ilustra esta situação:
Figura 1: Impairment test segundo a SFAS 144 Fonte: Adaptado de Santos et al (2003) DOMINGUES p 5.
Ainda com Domingues (2007) a SFAS 144, os grupos de ativos ou ativos devem ser
avaliados para recuperabilidade se a situação indicar que a quantia registrada não
pode ser recuperável.
Segundo Rocha (2010) a primeira regra que realizou a aplicação do impairment test
foi emitida pelo FASB em 1995, o SFAS n. 121 - Accounting for the impairment of
Long-Lived assets and for Long-Lived assets to be disposed of.(Contabilização da
imparidade de ativos de longo prazo e para ativos de vida longa a serem alienados).
A regra previa o impairment test para ativos fixos e também para determinados
ativos intangíveis, abrangendo ativos mantidos pela empresa, e também àqueles
que serão vendidos. Estava mencionado ainda, que cada empresa deveria reavaliar
seus ativos sempre que estivessem expostas a eventos ou circunstâncias que
pudessem reduzir parte do montante do valor recuperável desses ativos.
2.5.2 IAS 36 - Impairment of assets – Impairment de ativos
Conforme Magalhães, Santos e Costa (2009) O IAS 36 é o pronunciamento emitido
no âmbito das Normas Internacionais de Contabilidade (International financial
Reporting Standards – IFRS) e determina a metodologia a ser aplicada por uma
companhia para garantir que seus ativos de logo prazo não estejam mencionados
> VALOR JUSTOVALOR REGISTRADO PERDA POR IMPAIRMENT
17
contabilmente por um valor superior aquele passível de recuperação por uso nas
operações da companhia ou por meio de sua venda. O propósito do impairment test
é garantir que o valor contábil líquido de um ativo ou grupo de ativos de longo prazo
não seja elevado ao seu valor recuperável, sendo este o último o maior entre o valor
líquido de venda e o valor em uso.
Ainda com Magalhães, Santos e Costa (2009) as definições deste pronunciamento
quanto aos termos: Valor em uso, e valor líquido de venda e o valor recuperável.
Valor em uso é o valor presente de fluxos de caixa futuros estimados, que devem
resultar do uso de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa. Assim sendo,
nem sempre é necessário determinar o valor líquido de venda de um ativo e seu
valor em uso. Valor líquido de venda é o valor a ser obtido pela venda de um ativo
ou de uma unidade geradora de caixa menos as despesas estimadas de venda. O
valor recuperável de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa é o maior valor
entre o valor líquido de venda de um ativo e seu valor em uso. Quando um desses
valores exceder o valor contábil do ativo, o impairment test está completado, logo,
não haverá perda a ser registrada. A figura explana o confronto necessário para o
reconhecimento de uma perda por impairment test:
18
Figura 2: Valor contábil líquido comparado com o valor Recuperável para determinação de uma perda por impairment test, de acordo com a IAS 36. Fonte: Magalhães, Santos e Costa p.302 (2009).
Conforme Silva e Carvalho (2005) as normais internacionais em geral, orientam que
o valor recuperável deve ser aplicado a um ativo individual. Não sendo possível,
devido a uns ativos terem dependência de outros para gerar benefícios econômicos,
portanto surge o valor recuperável para uma unidade geradora de caixa, são ativos
identificados que geram entradas de caixa que é o menor grupo.
2.6 REDUÇÃO AO VALOR RECUPERAVEL DE ATIVOS - IMPAIRMENT TEST
Segundo Rocha (2010), no Brasil o impairment test foi terminantemente normatizado
de forma semelhante à Norma Internacional - IAS 36. Portanto houve a emissão do
Pronunciamento CPC-01/07 que trata da “Redução ao Valor Recuperável de Ativos”,
aprovado pela CVM, pelo CFC e pela SUSEP e validado de modo formal pela Lei
11.638/07. Em Dezembro de 2007, foi publicada a lei 11.638, que alterou a Lei das
Sociedades Anônimas (6.404/76). Com isso houve mudanças significativas na
normatização contábil brasileira, portanto identifica-se com as normas internacionais
de contabilidade. O impairment test foi inserido, e a reavaliação de ativos extintos,
manifestando a importância de deixar os ativos registrados aos limites dos valores
correspondentes.
O CPC 01 determina que:
COMPARADO COM
O MAIOR ENTRE
VALOR LÍQUIDO DE VENDA VALOR EM USO
VALOR CONTÁBIL LÍQUIDO VALOR RECUPERÁVEL
19
A entidade deve avaliar, no mínimo por ocasião das demonstrações contábeis anuais, se há alguma indicação de que seus ativos ou conjuntos de ativos porventura perderam representatividade econômica, considerada relevante. Se houver indicação, a entidade deve efetuar avaliação e reconhecer contabilmente a eventual desvalorização dos ativos. (CPC 01, p.1 2007).
Para o CPC-01, “o objetivo do teste de recuperabilidade é definir procedimentos
visando assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente por um valor
superior àquele passível de ser recuperado por uso ou por venda.” Portanto a
empresa no seu resultado deverá reconhecer o valor superior aos benefícios que o
ativo possa oferecer, significa que existe uma perda encaixada, que no resultado
deverá ser ajustada (ROCHA, 2010).
De acordo com CPC 01 “ao avaliar se há alguma indicação de que um ativo possa
ter sofrido desvalorização, uma entidade deve considerar, no mínimo, as seguintes
indicações”.
Quadro: 2: Fontes Internas e Externas Fonte: adaptado CPC 01 (2007, p.6)
FONTES EXTERNAS FONTES INTERNAS
a) durante o período, o valor de mercado de um ativo diminuiu sensivelmente, mais do que seria de se esperar como resultado da passagem do tempo ou do uso normal;
a) evidencia disponível de obsolescência ou de dano físico de um ativo;
b) mudanças significativas com efeito adverso sobre a entidade ocorreram durante o período, ou ocorrerão em futuro próximo, no ambiente tecnológico, de mercado, econômico ou legal, no qual a entidade opera ou no mercado para o qual a entidade opera ou o mercado para o qual o ativo é utilizado;
b) mudanças significativas, com efeito adverso sobre a entidade, ocorreram durante o período, ou devem ocorrer em futuro próximo, na medida ou maneira em que um ativo é ou ser· usado. Essas mudanças incluem o ativo que se torna inativo, planos para descontinuidade ou reestruturação da operação à qual um ativo pertence, planos para baixa de um ativo antes da data anteriormente esperada e reavaliação da vida útil de um ativo como finita ao invés de indefinida; e
c) as taxas de juros de mercado ou outras taxas de mercado de retorno sobre investimentos aumentaram durante o período, e esses aumentos provavelmente afetarão a taxa de desconto usada no cálculo do valor em uso de um ativo em uso e diminuirão significativamente o valor recuperável do ativo;
c) evidencia disponível, proveniente de relatório interno, que indique que o desempenho econômico de um ativo é ou ser· pior que o esperado.
d) o valor contábil do patrimônio líquido da entidade é maior do que o valor de suas ações no mercado;
Além desses fatores internos e externos expostos acima, outros fatores podem ser
observados, ou seja, que indiquem a desvalorização do ativo. Assim havendo ou
não indicação de redução ao valor recuperável, a entidade deverá efetuar o
impairment test no mínimo uma vez no ano.
20
Logo o CPC 01 (2007) menciona:
a) testar, no mínimo anualmente, a redução ao valor recuperável de um ativo intangível com vida útil indefinida ou de um ativo intangível ainda não disponível para uso, comparando o seu valor contábil com seu valor recuperável. Esse teste de redução ao valor recuperável poderá ser executado a qualquer momento no período de um ano, desde que seja executado, todo ano no mesmo período. Ativos intangíveis diferentes podem ter o valor recuperável testado em períodos diferentes. Entretanto, se tais ativos intangíveis foram inicialmente reconhecidos durante o ano corrente, deverão ter a redução ao valor recuperável testada antes do fim do ano corrente; e
b) testar, anualmente, o ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) em uma aquisição de entidades (CPC 01, p.5-6).
Para Magalhães, Santos e Costa (2009) existem também outros fatores que podem
indicar uma redução do valor recuperável, pode-se citar redução da vida útil do ativo,
gastos com manutenção do ativo acima do esperado, ativos sendo operados com
capacidade ociosa, alterações no ambiente político do país, aumento na
concorrência, divergências significativas entre os resultados orçados e realizados,
perda de empregados chaves que trabalhavam com uma determinada unidade
geradora de caixa, desembolsos superiores aos estimados com o desenvolvimento
do ativo, entre outros.
Objetivo do CPC 01 (2007):
É definir procedimentos visando a assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente por um valor superior àquele passível de ser recuperado no tempo por uso nas operações da entidade ou em sua eventual venda. Caso existam evidencias claras de que ativos estão registrados por valor não recuperável no futuro a entidade deverá imediatamente reconhecer a desvalorização, por meio da constituição de provisão para perdas (CPC 01 p.1 2007).
O CPC-01 (2007) não emprega a expressão valor justo, prefere o termo valor
recuperável de um ativo, que adéque ao valor presente dos fluxos de caixa futuros a
serem gerados por esse ativo.
Conforme Rocha (2010) o CPC 01 determina que, quando houver perda por
impairment test, as companhias devem divulgar em notas explicativas as
informações que autorizem ao usuário entender o que caracterizou a perda, também
a base de cálculo utilizada para o cálculo do valor recuperável, além do valor da
perda reconhecida.
21
Ainda com Rocha (2010) impairment test foi posto para ativos fixos (ativo
imobilizado), ativos disponíveis para venda, ativos de vida útil indefinida (goodwill),
investimentos em operações descontinuadas. O alvo do teste é mensurar a
propensão de retorno financeiro dos ativos de longa duração, permitindo adequar a
capacidade de geração de benefícios futuros com o seu valor contábil.
Conforme Neto (2001) a Lei nº 11.638/07 supõe que a companhia avalie
regularmente a recuperação dos ativos classificados no Imobilizado e no Intangível.
A contabilidade tem como objetivo principal evitar que seja registrado um elemento
acima do seu valor de venda. E se o ativo revelar que houve um valor de
recuperação inferior ao contabilizado, a companhia deverá reconhecer esta perda
(desvalorização).
CPC 01 (2007) salienta que o valor recuperável de um bem ou ativo pode ser
validado pelo seu valor de mercado quando houver compradores e vendedores
aptos a negociar esses ativos a qualquer momento.
Conforme Também Domingues (2007) a nova lei contábil que altera, revoga e
introduz novos dispositivos à Lei 6.404/76 e estabelece às Sociedades de Grande
Porte a aplicação periódica compulsória do teste de recuperação dos valores
registrados no imobilizado, intangível e diferido. Com o objetivo em assegurar que os
ativos não estejam registrados por valores superiores àqueles passíveis de serem
recuperados no tempo pelo uso nas operações da entidade ou pela sua venda.
Segundo Iudícibus, Martins, Gelbcke e Santos (2010) o Comitê de Pronunciamentos
Contábeis, em 2007, emitiu o CPC-01 que foi aprovado pela CVM por meio da
Deliberação 527/07, que tornado obrigatório pela Resolução CFC n 1.110/07 para os
profissionais de contabilidade, determina que, se os ativos estiverem contabilizados
por valor superior, deverá reduzir esses ativos ao valor recuperável e reconhecer a
perda no resultado.
De acordo com Baesso (2007) impairment test é executado em duas etapas. Na
primeira etapa, calcula-se o valor justo da unidade geradora de caixa, incluindo o
goodwill. Com isso haverá impairment test quando o valor contábil da unidade
geradora de caixa exceder o seu valor justo. A segunda etapa do teste envolve a
destinação de um novo preço de compra, como se a combinação das empresas
22
ocorresse na data do teste. Essa etapa compreende a determinação de novos
valores justos para os ativos originalmente reconhecidos e para os novos ativos que
possam não ter sido reconhecidos na avaliação original, mas foram desenvolvidos
entre a data da aquisição e a data do impairment test. Portanto essa diferença
corresponde ao valor justo implícito do goodwill. Se esse for menor que o valor
contábil, há um indício da ocorrência de impairment test, e o valor do goodwill é
reduzido para o valor justo implícito, ou seja, um valor não declarado.
Quando ocorrer a perda por Impairment test, as companhias são obrigadas a
divulgar em notas explicativas referentes a descrição dos fatos e circunstâncias que
levaram ao impairment test, ao valor da perda por Impairment test e ao método
utilizado para determinação do valor justo do ativo (BAESSO, 2007).
23
3 METODOLOGIA
De acordo com Gerhardt e Silveira (2009) metodologia é o estudo do método, ou
seja, é o corpo de regras e procedimentos estabelecidos para realizar uma pesquisa.
A pesquisa qualitativa é um conjunto de técnicas usadas nas ciências sociais,
portanto são alcançados dados de um número relativamente pequeno de
entrevistados dependendo da escala com que se trabalha, os quais não são
analisados com técnicas estatísticas (WIKIPÉDIA, 2015).
Segundo Raupp e Beuren (2006 p. 92), “na pesquisa qualitativa são realizadas
análises mais profundas em relação ao fenômeno estudado, visando destacar
características não observadas por meio de uma pesquisa quantitativa.”
Richardson (1999, p.80) “os estudos que empregam uma metodologia qualitativa
podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de
certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos
sociais”.
Dessa forma a pesquisa caracteriza-se como qualitativa e para atingir os objetivos
deste estudo foram analisadas as Demonstrações Financeiras Padronizadas, notas
explicativas e o balanço patrimonial dos últimos 03 anos (2012 a 2014) todos
encerrados em 31 de dezembro de cada ano, publicadas no site da BM&F Bovespa.
A amostra de empresas escolhidas teve critério intencional e foram selecionadas
todas do setor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, do segmento Exploração e
Refino, que são; HTR Participações em Petróleo S.A, OGX Petróleo e Gás S.A, Óleo
e Gás Participações S.A, Petróleo Brasileiro S.A. Petrobras, QGEP Participações
S.A, Refinaria de Petróleos Maguinhos S.A.
3.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS
Foram coletadas informações de notas explicativas e balanço patrimonial das
companhias do setor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do segmento Exploração e
Refino listadas no site da BM&FBOVESPA.
24
Realizou-se um estudo apurado de verificação dessas informações por meio de
leituras das notas explicativas e interpretação em alguns casos de informações do
balanço patrimonial. Com o intuito de avaliar o impacto do uso do impairment test
nos ativos imobilizados.
Todas as informações encontradas, assim como os resultados demonstrados, foram
baseados nas informações de demonstrações contábeis referentes ao exercício de
2012 a 2014 publicadas no site da BM&FBOVESPA.
Resultados apurados na tabela busca demonstrar o valor recuperável do ativo
imobilizado. E para chegar ao valor do ativo recuperável foi utilizado o valor do ativo
imobilizado diminuído o valor da perda por impairment test.
TABELA 01: Valor recuperável do ativo imobilizado
Fonte: Adaptado pelas autoras
EMPRESAS ANOS ATIVO IMOBILIZADO PERDA POR IMPAIRMENT ATIVO RECUPERÁVEL
2012 R$ 393.862.000,00 Nenhuma perda R$ 393.862.000,00
2013 R$ 393.862.000,00 -R$ 59.994.000,00 R$ 333.868.000,00
2014 R$ 333.868.000,00 -R$ 382.760.000,00 R$ 295.592.000,00
2012 R$ 6.851.033,00 Nenhuma perda R$ 6.851.033,00
2013 R$ 9.027.492,00 -R$ 7.647.713,00 R$ 1.379.779,00
2014 R$ 4.851.175,00 -R$ 2.169.999,00 R$ 2.681.176,00
2012 R$ 10.085.391,00 Nenhuma perda R$ 10.085.391,00
2013 R$ 11.443.482,00 -R$ 7.917.853,00 R$ 3.525.629,00
2014 R$ 5.389.639,00 -R$ 818.361.000,00 R$ 4.571.278,00
2012 R$ 227.479.000,00 -R$ 294.000.000,00 R$ 227.185.000,00
2013 R$ 279.824.000,00 -R$ 119.000.000,00 R$ 279.705.000,00
2014 R$ 531.928.000,00 -R$ 34.762.000,00 R$ 497.166.000,00
2012 R$ 1.138.073,00 Nenhuma perda R$ 1.138.073,00
2013 R$ 1.544.851,00 Nenhuma perda R$ 1.544.851,00
2014 R$ 1.697.303,00 Nenhuma perda R$ 1.697.851,00
2012 R$ 341.245.000,00 Nenhuma perda R$ 341.245.000,00
2013 R$ 341.254.000,00 Nenhuma perda R$ 341.254.000,00
2014 R$ 341.263.000,00 Nenhuma perda R$ 341.263.000,00
Refinaria de Petróleos Manguinhos S.A
HTR Participaçoes em Petroleo e Gás
OGX Petróleo e Gás S.A
Óleo e Gás Participações S.A
Petróleo Brasileiro S.A. Petrobras
QGEP Participações S.A
25
GRÁFICO 01: Percentuais do impacto do impairment test no ativo imobilizado
Fonte: Adaptado pelas autoras
Conforme o gráfico identifica-se que as empresas HTR Participações em Petróleo
S.A, OGX Petróleo e Gás S.A, e Óleo e Gás Participações S.A no ano de 2012 não
identificou perda por impairment test nos ativos imobilizados, portando não houve
nenhum impacto. Já nos anos de 2013 e 2014 a empresa HTR Participações em
Petróleo S.A identificou um impacto de 15,23% e 11,46% no seu ativo imobilizado
respectivamente. A OGX Petróleo e Gás S.A, teve um impacto de 84,71% no ano de
2013 e 44,73% no ano de 2014, e a empresa Óleo e Gás Participações S.A nos
anos de 2013 e 2014 teve um impacto de 69,19% e 15,18% respectivamente.
Conforme gráfico podemos observar que a empresa Petróleo Brasileiro S.A.
Petrobras, foi a única que reconheceu perda por impairment test em todos os anos
analisados, em 2012 a 2014 tendo um impacto no seu ativo imobilizado de 0,12%,
0,04% e 6,53% respectivamente.
As empresas, QGEP Participações S.A, Refinaria de Petróleos Maguinhos S.A,
publicaram em suas notas explicativas que não identificaram mudanças de
circunstâncias, bem como evidências de seus ativos utilizados em suas operações
não são recuperáveis perante seu desempenho operacional e financeiro, e
0 0 0
12%
0 0
15,23%
84,71%
69,19%
0,04% 0 0
11,46%
44,73%
15,18%
6,53%
0 00
10
20
30
40
50
60
70
80
90
HTR
Participações emPetróleo S.A
OGX Petróleo e
Gás S.A
Óleo e Gás
Participações S.A
Petróleo
Brasileiro S.A.Petrobras
*QGEP
Participações S.A
*Refinaria de
PetróleosManguinhos S.A
2012
2013
2014
26
concluíram que nos períodos 31/12/2012 á 31/12/2014, não existia a necessidade de
registrar qualquer perda em seus ativos imobilizados.
27
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No Brasil sua maior referência é o pronunciamento técnico emitido pelo CPC 01, o
qual aborda o impairment test de forma muito semelhante às normas internacionais.
O impairment test apresentado aponta que sua adoção é um fato que trará os
valores dos ativos mais próximos da realidade e, portanto, mais próximo da essência
da empresa.
É notada a importância e relevância que o impairment test representa quando
aplicado aos ativos, mais especificamente ao ativo imobilizado, conforme
esboçando.
Portanto, podemos observar que este estudo esta respondendo ao objetivo
proposto, em mostrar que ao apurar o assunto investigado o teste impairment resulta
em ajustes das demonstrações contábeis no rendimento do imobilizado e no giro do
imobilizado.
Pela análise das demonstrações contábeis padronizadas e notas explicativas no
período de 2012 a 2014, das empresas do setor Petróleo, Gás e Biocombustíveis,
do segmento Exploração e Refino, das 6 empresas analisadas 4 reconheceram
perda por impairment test, ou seja mais de 50% aplicam o teste, isso pode refletir
uma certa preocupação em evidenciar a real capacidade de seus ativos, portanto as
empresas demonstraram um impacto em média de 61,79% em seus ativos
imobilizados.
Por fim, no decorrer desta pesquisa, diversas questões foram levantadas, o que
garante ao tema impairment test um campo vasto para pesquisas e novos estudos.
Como propostas de pesquisas futuras recomenda-se verificar nas empresas que
evidenciaram perda por impairment test a forma de cálculo e contabilização utilizada
pelas mesmas. E também os impactos que o reconhecimento da perda por
impairment test trazem no resultado da empresa, assim como os impactos que
acarretariam o não reconhecimento deste dano econômico. Foi verificado que as
empresas que não reconheceram a perda por impairment test, reconheceram a
depreciação acumulada, portanto sugere-se que seja investigado porque não foi
aplicado o impairment test nesses ativos imobilizados?
28
REFERÊNCIAS
BAESSO, R.S.; COSCARRELLI, B.V; RIBEIRO, M.C.V.; SOUZA, A.A. Impairment em empresas norte-americanas do setor de telefonia móvel. Minas Gerais, 2007. Disponível em: <http://www.congressousp.fipecafi.org/web/artigos82008/an_resumo.asp?con=1&co_trabalho=174&titulo=IMPAIRMENT+EM+EMPRESAS+NORTE-AMERICANAS+DO+SETOR+DE+TELEFONIA+M%D3VEL>. Acesso em: 21 de abril de 2015.
BALANÇO PATRIMONIAL. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Balan%C3%A7o_patrimonial&oldid=41402524>. Acesso em: 25 mai. 2015.
BORBA, J. A.; ZANDONAI, Fabiana. O que dizem os achados das Pesquisas Empíricas sobre o Teste de Impairment: Uma Análise dos Journals em Língua Inglesa. Disponível em: <http://www.congressousp.fipecafi.org/web/artigos82008/577.pdf>. Acesso em 12 de Maio de 2015.
BRASIL. Lei nº. 11.638, de 28 de Dezembro de 2007.
BRASIL. Lei nº. 6.404/76, de 17 de Dezembro de 1976.
BRASIL. Lei nº. 9.249/95, de 26 de Dezembro de 1995.
CARVALHO, L, N.; LEMES, S.; COSTA, F, M. Contabilidade internacional: aplicação da IFRS 2005. São Paulo: Atlas, 2009.
COMISSÃO DE VALORES MOBILÁRIOS (CVM). Resolução 527/07 . Disponível em: http://www.cvm.gov.br. Acesso em: 23 de Abril de 2015.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Ativo imobilizado : Pronunciamento técnico CPC 27 . Brasília, 2009. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/DocumentosEmitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=2>. Acesso em 03 de Setembro de 2014.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Redução ao Valor Recuperável de ativos : Pronunciamento técnico CPC 01 . Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/DocumentosEmitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=58>. Acesso em 19 de Agosto de 2014.
DOMINGUES, J.C. A; Godoy, C.R.; Vieira, R.B.; Machado, A. Perda do valor de recuperação (impairment) de ativos em Campos petrolíferos: um estudo das empresas listadas na nyse. 2007. Disponível em: <http://www.congressousp.fipecafi.org/web/artigos92009/320.pdf>. Acesso em 12 de Maio de 2015.
29
FERRAREZI, M.A.D.O.; SMITH, Maria Aparecida. Impairment Conceitos iniciais e seu impacto pelo valor de mercado: Estudo de Caso d e uma Sociedade Ltda. Da Cidade de Franca. In: IX Encontro de Pesquisadores e II Fórum de EstudosMultidisciplinares, Franca: FACEF, 2008. Disponivel em: <http://legacy.unifacef.com.br/novo/publicacoes/IIforum/Textos%20EP/Maria%20Amelia%20e%20Marines.pdf>. Acesso em 03 de Setembro de 2014.
FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica . Fortaleza: UEC, 2002. Apostila. Disponível em: <https://books.google.com.br/books/about/Apostila_de_metodologia_da_pesquisa_cien.html?hl=pt-BR&id=oB5x2SChpSEC.>. Acesso em 05 de Junho de 2015.
GERHARDT, E, T.; SILVEIRA, T, D.; Métodos de Pesquisa .Universidade Federal do Rio Grande do Sul.Porto Alegre,2009. Disponível em: <http://dci.ccsa.ufpb.br/lti/?download=13_Livro_Metodos_de_Pesquisa.pdf.>.Acesso em 05 de Junho de 2015.
HENDRIKSEN, Eldon S. e VAN BREDA, Michael F. Teoria da Contabilidade . 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.
IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E.R.; SANTOS, A. Manual de Contabilidade Societária: Aplicável a todas as Soci edades de Acordo com as Normas Internacionais e do CPC. FIPECAFI. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade . 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
MAGALHÃES, F, A, S.; SANTOS, R, C.; COSTA, F, M. Manual de normas internacionais de contabilidade: IFRS versus normas brasileiras. FIPECAFI. São Paulo: Atlas, 2009.
NETO, Assaf Alexandre. Finanças Corporativas e valor. 6 ª Ed. São Paulo: Atlas S.A., 2001.
PESQUISA DE MERCADO QUALITATIVA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pesquisa_de_mercado_qualitativa&oldid=42483610>. Acesso em: 9 jun. 2015.
RAUPP, Fabiano Maury; BEUREN, Ilse Maria. Metodologia da pesquisa aplicada as ciências sociais. In: BEUREN, Ilse Maria (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade . 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1999.
ROCHA, L.M.; SANTOS, D.V.; LEAL, Edvalda Araujo. Impairment Mapeamento da Produção Acadêmica sobre o Teste de Impairment no B rasil: uma análise dos periódicos e anais de congresso. Disponível em: <http://www.congressousp.fipecafi.org/web/artigos102010/409.pdf>. Acesso em 23 de abril de 2015.
30
SANTOS, A, A.; FARIA, J, C. Avaliação Contábil pelo Método Valor Justo – Fair Value “Ênfase a Mensuração De Instrumentos Financei ros”. Disponível em: <http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2009/anais/arquivos/0040_0508_01.pdf>. Acesso em: 24 de maio de 2015.
SILVA, P, D, A.; CARVALHO, F, M.; DIAS, L, N S.; MARQUES, J, A, V.C. Impairment de Ativos de Longa Duração: Comparação entre o SFAS 144 e o IAS 36. Disponível em: <http://www.congressousp.fipecafi.org/web/artigos62006/594.pdf>. Acesso em: 20 de Maio de 2015.
STICKNEY, Clyde P; WEIL, Roman L. Contabilidade financeira: uma introdução aos conceitos, métodos e usos.p.56 São Paulo: Atlas, 2001.