O Legado Da Espada de Sangue 2 - O Senhor Do Tormento (Rev. PRT)

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    Oito cavaleiros mercenrios, cada um deles nascido bastardo, cada um delesforados por inexprimveis torturas em um crcere sarraceno, cada um deles selado com amarca da espada por toda a vida. Cada um de seus destinos marcado por uma mulher.

    Foi sussurrado ao longo das fronteiras que os cavaleiros do demnio, os quaiscavalgavam sobre negros cavalos, levando negras armaduras e esgrimiam negras espadas,

    matariam a qualquer homem, mulher ou menino que se atrevesse a olh-los.Foi sussurrado que sua lealdade era s para uns aos outros e ningum poderia

    dividi-los, no havia suficiente ouro ou prata no Reino para comprar seu juramento.

    Era bem sabido que cada um deles no foi tocado pela mo de Deus, mas sim peloprprio Lcifer.

    Foi sussurrado tambm, mas s pelas mais valentes das almas, que cada Espada deSangue estava destinado a encontrar a uma nica mulher em toda a Cristandade, quearcaria com ele e somente seus filhos, e at que a mulher fosse encontrada, ele batalhariae devastaria a terra...

    Disponibilizao: PRTReviso Inicial: Raquel Barros

    Reviso Final: Lu MachadoVisto Final: Ktia Maria

    Projeto Revisoras Tradues

    O LEGADO DA ESPADA DE SANGUE 2

    O Senhor do Tormento

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    Wulfson de Trevelyn, cavaleiro de confiana de William o Conquistador1, nuncaencontrou um homem ao qual no pudesse derrotar. Mas na tempestuosa jovem vivaTarian de Trent, conhecida como Lady Guerreira, Wulf pode ter encontrado finalmente suaigual.

    Tendo sido ordenado pelo rei para conter a disputa armada entre Tarian e o tio deseu falecido marido, Wulfson captura a dama, mas cai cativo ele mesmo na sua sombria esedutora beleza.

    Para desgosto de Lady Tarian, entretanto, nem sequer seu esprito lutador nemsuas artimanhas so suficientes para dobrar Wulfson sua vontade. Ela jura que no sera perdedora de sua apaixonada batalha, mas seu prprio desejo por esse irresistvelestranho ameaa seu corpo, sua vida e seu corao.

    1Nota PRT: Rei ingls (1066-1087), nascido em Falaise, Normandia, ficou tambm conhecido como William, o Bastardo ou William daNormandia e Guilherme, o conquistador. Tornou-se duque da Normandia (1035) e foi respeitado como um os maiores soldados da IdadeMdia.

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    Prlogo01 de maio 1067

    Draceadon, Mercia2

    Os ornamentados candelabros ardiam brilhantemente ao longo das paredes depedra do opulento quarto iluminando-a e, com todas suas vvidas cores, pareciam comuma coroa incrustada de pedras preciosas. O mobilirio delicadamente esculpido queinvejaria um rei, honrava os grossos tapetes de l, mas o que atraiu sua ateno quandoentraram no aposento foi o enorme leito. Apesar de que as pesadas cortinas estavamfechadas entre os elaborados quatro dossis, os profundos roncos do ocupante invadiramo luxuoso quarto, alertando a qualquer um de uma presena prxima.

    Era seu noivo desertor, o Conde Malcor de Dunloc.

    A blis no ventre de lady Tarian subiu. Tomou ar e exalou mais lentamente,escutando atentamente, assegurando-se que sua respirao era a de um homem no meiodo profundo sono. Com os dedos acariciou o punho de couro de sua espada, ansiosa paraver a ao realizada.

    Uma vez que sua discreta inspeo da habitao mostrou que no existia nenhumaoutra via de fuga seno o grosso portal de carvalho que acabava de atravessar, e que seushomens estavam em posio, Tarian deu uma olhada em Gareth, o capito da guarda, queagarrava o esmerado criado do conde. A afiada lmina da espada estava nivelada

    perfeitamente contra o pescoo do criado. Assentiu com a cabea a seu capito antes devoltar-se para a cama coberta.

    Apesar da dificuldade da malha, Tarian deslizou um passo para mais perto da cama.Pressionou a ponta da espada na abertura do tecido e pouco a pouco a empurrou para umlado. S o alaranjado rubor de vela de sebo e uma plida pele de homem de costasbrilhavam no espao escurecido.

    Um n se formou no ventre, no de medo, mas sim de repulsa. Murmurava-se queseu prometido preferia passar o tempo com escudeiros, no com donzelas. Rumorejava-setambm que tinha encarregado um calabouo nas entranhas da fortaleza onde seentretinha.

    Malcor, voc pensou que eu no viria te buscar? exigiu Tarian, com a vozrouca circundando livre no aposento.

    A maioria dos homens teriam se levantado extremamente surpreendidos e commedo. No foi assim com seu prometido. Sem o menor indcio de surpresa ou preocupaopor seu bem-estar, Malcor se voltou e a atravessou com seu malicioso olhar. O lenol delinho rodou caindo at as coxas, embora fosse um homem musculoso, sabendo o que sabiadele, a vista a repugnou. Tarian apertou os dentes e se manteve firme, motivada pelasua2Nota PRT: A localidade de Mrcia foi um dos sete reinos que compunham a Heptarquia anglo-sax, no que hoje a Inglaterra.Localizava-se na regio das Midlands, com centro no vale do rio Trent e de seus tributrios. A Mrcia fazia fronteira com a Nortmbria,Powys, os reinos de Gales, Wessex, Sussex, Essex e a nglia Oriental. O termo sobrevive hoje apenas nos nomes de algumas unidades

    policiais e militares inglesas.

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    aparncia inabalvel, apesar da luxria do homem que tinha funcionado como o covardeque era.

    Ele se estirou e respondeu preguiosamente.

    Voc acha, lady Tarian, que eu me importaria?

    Tarian forou um sorriso jovial. No estava to despreocupada como seu gestopodia ter indicado, mas esse homem s deveria v-la como a verdadeira guerreira que era.Mostrar-lhe debilidade em qualquer frente a tornaria uma vtima da natureza sdica doconde. Cuidadosamente, seu olhar prendeu o seu prometido em uma brilhante raiva. Elano sentia raiva de seu tutor por sua escolha. Ou era o matrimnio com o Malcor, opervertido conde de Dunloc, ou, mais a desgosto, o convento. Porque nenhum outrohomem mortal a tomaria como esposa.

    O convento no a queria, nem ela a eles. Seu sangue Godwinson3, embora fosseuma maldio, tambm era sua salvao. Foi criada para lutar, criada para comandar, e

    apesar dos pecados de seu pai, criada para procriar com o melhor sangue da Europa, nopara passar interminveis dias e noites de joelhos orando pelo perdo que tinha sriasdvidas que qualquer deus, inclusive um to compassivo como o dela, lhe concedesse.

    Assim, o matrimnio com o conde se celebraria. E com a bno de Deus ummenino nasceria de sua unio. O sorriso se esticou. Requeria uma nica coisa dessehomem, e, apesar de sua preferncia pelos escudeiros, a extrairia com a ponta da espadase fosse necessrio.

    Que negligncia de minha parte, Malcor, pensar que um nobre como vocconsideraria sagrado um contrato de noivado. Assim conhecerei de antemo o carter dohomem com quem me casarei.

    No haver matrimnio. chiou.

    Apenas perceptivelmente, inclinou a cabea para seu prometido. Detrs dela umavintena de soldados armados se desdobraram, as espadas prontas. Tarian pressionou aafiada ponta de sua prpria espada, Thyra, no peito de Malcor. Os plidos lbios sesepararam de uns dentes bastante amarelos.

    Ela no poderia honestamente invejar sua ira. Estava de fato forado a ummatrimnio que no desejava, e na ponta da espada, caso necessrio, obrigando-o acumprir com seu dever marital. Que irnico seria, ento, que concebesse um filho de umhomem que desprezava as mulheres? E ela, a filha de um estuprador real. No estavaseguindo os passos de seu pai? Os pecados do pai se repetiro nos pecados da filha...Tinha ouvido as palavras toda sua vida, agora infundiria verdade maldio.

    Nos casaremos esta noite, milord, ou no despertar para ver a manh. Olhoua sua direita, logo atrs de seu ombro, e sorriu para Gareth, que entregou o servo a outrode sua guarda Ocupe-se de que o conde Malcor seja um noivo adequadamente vestido.

    Voltou-se para seu prometido. No parecia tem-la, o que era estpido, porqueestava bem instruda na arte da guerra e, alm disso, seu prprio guarda era uma fora aconsiderar. Se ele no parasse para refletir possivelmente decidisse comear uma dura

    3Nota PRT: Harold Godwinson (Harold II de Inglaterra). Foi o ltimo rei anglo-saxo coroado, sendo assassinado na Batalha de Hastings.

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    Duas semanas mais tarde, Tarian se ajoelhou ao lado da mortalha de safira ebordado em ouro que cobria seu marido defunto. A voz baixa do sacerdote zumbia umaorao aps outra. A dor incmoda nas costas latejava. Embora no fosse pelasinterminveis horas de joelhos, depois, em p, s para ajoelhar-se de novo. Era da fora do

    p de seu marido morto nas suas costas quando a tinha chutado da cama trs dias antes.Para ele, havia sido a ltima vez para todas as coisas terrenas. Para onde viajava sua almanesse momento, ela s podia adivinhar. E no a importava. No haveria nenhuma caridadepara os avarentos Dunloc, e no haveria nenhuma oferenda para a Abadia de Hailfox spela forma em que os sacerdotes oravam. Nay! O Conde Malcor merecia o lugar aonde ia,e no sentia nenhuma culpa em assistir sua rpida descida ao inferno.

    Finalmente a voz do Padre Dudley teve um fim abrupto. Silenciosamente sinalizouaos poucos congregados que as preces chegaram a seu fim. O corpo seria transladado aum lugar preparado fora das portas da capela: como era o costume, nem Tarian nemnenhum outro presenciariam o enterro.

    Foi ajudada a levantar-se por seu fiel guarda, Gareth.

    Milady? disse em voz baixa, esperando sua direo.

    Ela sorriu para seus preocupados olhos. Sua inquebrvel devoo inabalvel era suanica salvao nesses dias sombrios. Se ele no tivesse sido o rato debaixo de suacama desde a sua chegada ao Draceadon, ela seria a nica a ser enterrada e no Malcor.Seu olhar se lanou atravs do banco em direo ao Lorde Rangor, o ambicioso tio deMalcor. Sua chegada um dia antes da morte do Malcor tinha sido uma bno disfarada.Quando questionou o estado de seu matrimnio, Malcor incrivelmente no s tinhaconfirmado que estavam casados, mas tambm que a relao se consumou.

    S ela, seu marido morto, Gareth, e seu amo conheciam a verdade.

    Rangor, vestido em opulento veludo escarlate e aafro, com o bracelete negroindispensvel, gesticulou para o altar e depois apresentou seu brao sua sobrinha emdireito.

    Lady Tarian, faa-me a honra de me acompanhar de novo ao salo.

    No era um pedido, mas uma ordem. E como ela estava curiosa em saber o quepretendia, Tarian assentiu com a cabea a Gareth e tomou o brao oferecido por Rangor.

    Quando a arrastava pelo comprido corredor, e logo saam para a quente brisa da

    primavera, o negro cabelo revoou ao redor da cabea. No o tinha preso como umamulher casada, nem como deveria fazer uma viva. De fato, deixou-o solto e amarrado emfitas. Tampouco se vestiu de negro como uma viva. Nunca poderia ser acusada de falsasemoes: a relao que teve com o Malcor foi dissimulada pelo bem da convenincia.Desprezavam-se mutuamente. Que estivesse morto era devido a seus prprios atos.

    Sem dizer uma palavra, aproximaram-se da fortaleza de pedra e madeira conhecidaem todas as partes como Draceadon. A Colina do Drago. Era uma estrutura digna, e umaque ela chamaria de lar durante os vastos anos por vir. Mordeu o lbio inferior e seperguntou como orquestraria tal manobra. Inclusive embora no fosse capaz de produzirum herdeiro, a lei, tal qual, estava ao seu lado. Mas a Inglaterra era um turbulento poo

    negro de intriga e anarquia: os velhos costumes no podiam preponderar.

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    Sua melhor defesa era, pois, sua mente sagaz. A reao inicial foi dizer ao homemque sob nenhuma circunstncia se casaria com ele. Mas o jogo que interpretavam deviaser jogado com a cabea fria. Estava muito consciente que pisava em um gelo muito fino.

    Sinto-me muito honrada, milord, mas sou viva s h trs dias. No digno me

    casar to depressa.O sorriso do Rangor se ampliou. Possua os mesmos largos dentes amarelos que seu

    sobrinho. Involuntariamente, Tarian se estremeceu quando reviveu a dor dos dentes doMalcor nas costas. E embora a similaridade familiar fosse forte, onde a pele do Malcor eralisa com o escasso indcio de uma barba para um homem de vinte e quatro anos, Rangor,com o dobro da idade de seu sobrinho, tinha a spera pele picada afetada pela varola.Tampouco tinha a alta e musculosa figura de seu sobrinho. Nay, Rangor recordava a umainvertebrada enguia, e qualquer contato com ele, em qualquer nvel, estava fora dequesto.

    Garanto-lhe milady, no cobio moos em minha cama. Sou um homem em

    todos os sentidos e seria um marido luxurioso.

    Tarian manteve sua compostura, e rapidamente formulou uma mentira paraconseguir mais tempo.

    Seja como for, senhor, seu sobrinho no tinha problemas na cama matrimonial.De fato, foi to viril, que deveria dar a luz no ano novo.

    O sorriso do Rangor se desvaneceu, embora pressionasse ainda mais.

    No acredito. Conhecia meu sobrinho, e sei que no podia suportar a vista deuma mulher.

    Os lenis ensanguentados foram a prova.

    Sangue de ovelha.

    Nay! negou, movendo a cabea Meu sangue virginal!

    Ele agitou as mos.

    No tem importncia. Eu gostaria que nos casssemos no pr-do-sol de depoisde amanh.

    Nay, no posso.

    Voc casar. pressionou Rangor.

    Ela se esticou com deciso.

    Nay, no casarei. No pode me forar.

    Voc forou Malcor.

    Tarian forou um sorriso.

    S lhe recordei seu pblico e pessoal juramento para casar-se comigo.

    Voc abriria mo de seu ttulo? perguntou Rangor, varrendo com o brao ovasto salo.

    Tarian se manteve firme.

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    Meu ttulo no depende das minhas bodas com voc, Rangor.

    Ser quando eu relatar ao rei que assassinou meu sobrinho.

    O desafio do Tarian se esfriou.

    Malcor provocou sua prpria morte.

    Rangor inclinou a cabea para Ruin.

    Ele no diz isso.

    Tarian estreitou os olhos para o bobo afetado que sorria.

    Ele mente voltou-se para o nobre, e apesar dos golpes continuados na porta,falou calmamente e tocou a mo dele. Mas no tem importncia. Antecipei suainterveno aqui. Enviei uma mensagem a Normandia. Terei a ordem de William por meudireito a estas terras sobre voc. O mensageiro partiu no dia da morte de Malcor.

    O plido rosto do Rangor ficou vermelho, as bochechas inchadas, e os punhos

    abrindo-se e fechando-se na cintura.

    Lamentar este dia, lady Tarian! Draceadon e tudo o que lhe pertence so meuspor direito de sangue. No terei uma assassina sentada no soalho enquanto meu sobrinhose decompe por sua mo! voltou-se para seu guarda Levem-na s masmorras!

    Tarian agarrou a adaga enfeitada de seu cinturo. Girando ao redor, apunhalou ohomem mais prximo, logo retrocedeu para a porta que tremia sob a fria de Gareth. Osguardas se aproximaram dela, mas ela no iria se entregar sem luta. Tinha giradorapidamente mais uma vez para atacar o homem mais prximo quando agarraram suamo por trs. Um punho apertou-lhe os dedos at que a adaga caiu ruidosamente no cho

    de pedra. Sem cerimnia foi levantada sobre uns amplos ombros. Eu o matarei por isso, Rangor! gritou.

    O ignbil aproximou-se dela. Seriam necessrios trs homens para dobr-lasuficientemente. Pressionou-a estreitamente o rosto, mas foi inteligente osuficientemente para manter-se longe de seus dentes.

    Ter tempo para mudar de opinio. Darei-lhe duas semanas. Ou estamoscasados para quando chegar o mensageiro de William, ou o informarei que voc estmorta, executada pelo assassinato de meu sobrinho e conde!

    Vo se preparando para apresentar meu corpo, Rangor, j que tenho otestamento de Malcor. Deixou tudo para sua legtima esposa! riu de seu aturdido rosto E o deixou na abadia do Leominster!

    Rangor empalideceu.

    Onde ele est? ele sussurrou.

    Cuspiu-lhe.

    Voc nunca ir encontr-lo!

    Com um movimento lento, limpou a saliva da cara.

    Desfrute de sua estadia com os ratos, milady. Ouvi que gostam da carnehumana.

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    Captulo 1

    27 de maio 1067

    Ruan, Normandia

    Parece, meu bom cavaleiro, que preciso mais uma vez de seus servios nessaminha problemtica terra, do outro lado do canal. disse William no muito feliz aWulfson de Trevelyn, o capito de sua guarda de elite Les morts6.

    Wulfson fez uma profunda reverncia ante seu rei, que o saudou com um gesto deimpacincia. O Duque da Normandia, e recentemente coroado Rei da Inglaterra, passeavapelo grosso tapete de l de seu hall. William estava vestido com o traje real de algum de

    sua posio. Entretanto, sua armadura estava perto, um aviso constante de que nada tinhasido fcil para ele, e no fundo, ele era um verdadeiro guerreiro. O Rei de Wulfson tinhalutado desde que era um moo para manter sob controle o legado que lhe deixou seu pai,e tinha posto de joelhos todo um pas ao reclamar o prometido por um rei morto.

    Estou como sempre, meu senhor, ao seu servio disse Wulfson.

    Parece que a conquista de toda uma nao no suficiente para reduzir essainsuportvel dinastia Godwinson.

    O interesse de Wulfson foi despertado quando foi convocado em privado ao hall deseu soberano. Agora todo seu interesse estava empenhado.

    Majestade?

    William, perto dos quarenta, mas ainda um homem saudvel, tinha a fora e aagilidade de um homem da metade de sua idade. Os cautelosos olhos sorriram apesar doseu rancor.

    Aye, moo, parece que a neta desse salafrrio Godwine, por parte de seu filhomais velho, o bandido Sweyn, conseguiu no s se casar com o Conde Malcor de Dunloc,um mais que estratgico aliado no oeste, mas tambm a cadela sedenta de sangue veio arachar a garganta do pobre tolo enquanto ainda estava no leito nupcial!

    Wulfson assobiou com surpresa e, teve que admitir, admirao. Tinha ouvidohistrias sobre as mulheres Wessex. O sangue saxo e viking corria ardente eprofundamente em suas veias. Algumas, tinha ouvido, haviam lutado junto com seushomens no Stamford Bridge7. Eram um luxurioso e guerreiro grupo. E ele bem poderiaidentificar-se. Sua prpria cobia pela batalha era o sangue de sua vida.

    William serviu um bom gole de vinho em uma taa de ouro. Deu a Wulfson, e emseguida, serviu a si mesmo.

    6Em francs: os mortosem referncia lealdade e coragem.7Nota PRT: A Batalha de Stamford Bridge, na Inglaterra, considerada como o incio da decadncia dos Vikings na Gr-Bretanha. Tevelugar a 25 de Setembro de 1066, pouco depois do exrcito viking liderado por Haroldo Hardrde da Noruega ter invadido a Inglaterra ederrotado o exrcito dos nrdicos Edwin de Mrcia e Morcar da Nortmbria na Batalha de Fulford, duas milhas a sul de York.

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    Wulfson aceitou a oferta e calmamente pensou por que havia sido convocado antesua majestade. William o olhou penetrante. Wulfson considerou a posio de seu rei noassunto e refletiu em voz alta.

    Se a Casa de Wessex levantar sua ambiciosa cabea, quem pode dizer que uma

    sobrinha com sangue do usurpador vinculada a vrios tronos, no poderia reunir umexrcito e reclamar para seu filho o que em justia seu?

    William apurou a taa e a depositou com um golpe sobre a mesa auxiliar.

    Ela tem um exrcito! Foi dessa forma que levou o primeiro conde ante seusjoelhos e logo ao matrimnio.

    Wulfson riu com satisfao.

    Ah! Agora isso um reviravolta, uma lady forando um homem ao matrimnio!

    William comeou a passear novamente e murmurou:

    Se tivesse uns quantos mais como ela aqui para guardar minhas fronteiras, noteria nenhuma razo para dar voltas na cama de noite.

    Wulfson se inclinou ante seu preocupado Rei.

    O que quer que eu faa, majestade?

    William se voltou e olhou a seu capito.

    Voc est entre os poucos em quem coloco minha completa confiana. Voc eseus Espadas de Sangue so os melhores no que fazem. William franziu o cenho de novo recebi trs cartas em uma semana que suponho que foram elaborados em Mrcia.Uma, da mesma dama pedindo que sua reclamao sobre Dunloc seja validada. A segunda do capito de sua guarda me alertando de sua captura pelo tio buscando matrimnio,Rangor de Lerwick. E a terceira, do Lerwick, me informando que a dama uma bruxa queenfeitiou seu sobrinho e logo lhe cortou a garganta, s para reclamar as propriedades deDunloc. Rangor, obvio, agora reclama as terras por direito de sangue e me roga que acastigue por assassinar seu sobrinho.

    A dama uma assassina e uma viva sem descendentes. Que direito tem?

    No h nenhuma reclamao vlida para ela, se o que Lerwick diz verdade,mas ela alega ter um testamento vlido. William parou oseu ritmo agitado e espetou Wulfson com um duro olhar penetrante. A dama um espinho em

    meu flanco, que se infectar se deixar sem tratamento. Colocando suas aes vis para umlado, qualquer Godwinson vivo uma ameaa para a Inglaterra e, portanto, para mim. Emsuas capazes mos, senhor cavaleiro, eu coloco sua vida. Ocupe-se que ela j norepresente uma ameaa para nenhum homem.

    Wulfson estava a ponto de tomar outro gole de vinho quando o brao se deteve,suspenso no ar diante das palavras de seu rei.

    Mas, majestade, um membro da realeza.

    Um membro da realeza que assassinou um conde!

    Wulfson permaneceu em silncio, tomando tempo para pensar atentamente nopedido de seu rei.

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    William socou o punho contra a outra mo.

    No conheo nenhuma outra maneira.

    Wulfson franziu o cenho. No tinha nenhum problema em cumprir a ordem de seurei, mas no estava convencido de que os meios justificassem os fins. Seus olhos se

    encontraram e Wulfson s viu determinao nos olhos cinzentos do rei. William rarasvezes trocava de ideia uma vez que se decidia. Wulfson bateu os calcanhares juntos,fazendo tilintar as esporas.

    Considere a ao realizada, majestade.

    Os lbios do William desenharam uma linha apertada antes de falar.

    Quantos menos conheam sua razo para retornar a essa insofrvel ilha, melhor.Que no se diga que o Rei William assassina a mulheres da nobreza, apesar de que a leiapoiaria sua execuo.

    Wulfson assentiu com a cabea.

    Enviarei uma mensagem a Rohan, solicitando mais homens.

    William se voltou, serviu outra taa e tomou um longo gole.

    um medida sbia. Mas h uma mais coisa. Um obstculo pequeno, estouseguro.

    Wulfson esperou, j ansioso de pr os cascos de seu cavalo de novo sobre o slidocho ingls.

    Rangor, arrogantemente, j reclamou as terras apesar de ter solicitado minhainterveno e recusa liberar lady Tarian. Compreensivelmente, o exrcito da dama sitiou afortaleza, negando a qualquer um a aproximao.

    Tirarei a ambos do meio.

    No duvido, Sir Wulfson. Mas com sutileza. advertiu William Embora nome importe nada o que acontecer ao exrcito da dama, no quero inimizade com Rangor.Ele conta com alianas longamente estabelecidas com os galeses, que j esto causandoproblemas ao longo da fronteira. Leve a cabo a ao, de maneira discreta, e no tempopreciso, a fim de que possa encontrar uma adequada noiva normanda para o novo mestrede Dunloc.

    Wulfson se inclinou ao seu rei e logo saiu rapidamente do gabinete, o sangueacelerado pela antecipao.

    A Inglaterra esperava.

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    plido de morte o nublasse, podia ver claramente que a cor natural do olho era escuro,marrom ou negro possivelmente. Certamente no a cor dos olhos que se dizia que possuaa princesa guerreira. Percorreu o olhar para baixo do corpo quebrado para suas sperasmos. As mos de um servo, no de um membro da realeza.

    Wulfson olhou a torre da muralha. Que classe de estpido Rangor achava que eleera? Ficou em p em toda sua estatura e se voltou para Gareth, o capito do guarda dadama. Ele estaria seguro.

    esta sua senhora?

    O alto dinamarqus avanou lentamente, como se no pudesse suportar ver por simesmo e, embora usasse um capacete, Wulfson pde ver o rosto empalidecer e o medonos olhos. Tolo! Era bvio que tinha algo mais que um sentido de dever para com suasenhora. Gareth deu uma olhada ao corpo e deixou escapar um comprido suspiro de alvio.

    Nay, senhor. No minha senhora.

    Retroceda ento homem, e que seus homens tragam o arete10. Estou cansadodos jogos de Rangor.

    Uma vez que o arete foi trazido, no demorou muito tempo para que as grossasportas de carvalho ingls cedessem sob as foras combinadas dos homens de Wulfson e deGareth. Wulfson viu a determinao do dinamarqus para chegar at sua senhora, e commuito gosto lhe permitiu gastar sua energia e a de seus homens. Servia bem a Wulfsonpara que uma vez dentro, quando o homem comunicasse a sua dama que saltaria dapriso para um exlio permanente, no houvesse outra batalha de aguentar e atirar.

    Ela pagaria com sua vida, no porque os rumores a chamassem bruxa ou porque

    fora uma imputada assassina. Nay, sua mais vil ao era sua relao com o falecido ReiHarold. A sobrinha de sangue no poderia manter sua poderosa posio entre seus aliadossaxes. Todos os Godwinsons eram uma ameaa a William, e esta, de maneira especial.Seu sangue era muito azul e tambm real. Era sangue pelo qual seus homens e mulherescompatriotas tomariam as armas para proteger, devendo dar a luz a um filho de Dunloc.

    Gareth tinha sido uma fonte de informao. Depois que a boa damacarinhosamente tinha talhado a garganta de seu marido e Rangor foi inteirado do fato,seus homens haviam sido expulsos do castelo. Enganados, por assim dizer. Todos, menossua senhora. Gareth tinha esperado, fazendo cerco, tratando em vo de resgat-la do tiodemente. Em vo. Desta forma o capito da guarda foi de grande ajuda quando Wulfson o

    encontrou por acaso esta manh.

    O intenso ritmo que cantarolava o timbale. A profunda cadncia montona dosaretes mantinha o compasso, no apenas para dobrar o ataque, mas tambm paraintimidar e instigar, soando sinistramente claro no ar da manh. Justamente quando aporta cedeu terreno, espessas ondas de fogo foram jogadas do alto. Sempre cauteloso,Wulfson tinha mantido seus homens na parte posterior dos aretes. Os horrorosos gritosde vrios dos homens de Gareth, quando sucumbiram ante o negro lodo borbulhante, seperderam nos ouvidos do Wulfson. Tinha ouvido o grito da morte e tortura muitas vezespara que lhe incomodasse. Ele e os Espadas de Sangue tinham sobrevivido ao inferno paracont-lo. As desumanas coisas que o homem fazia ao homem eram uma parte que

    10Nota PRT: Madeiro pesado, com ponta recoberta de ferro, usado para romper portas de fortalezas.

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    conduzia ao Wulfson a vigiar as costas, trabalhar os msculos todos os dias para t-los emplena forma e aperfeioar continuamente suas habilidades. No tinha iluses que viveriapara ver uma barba cinza e netos. Se vivesse at os quarenta, morreria como um homemsatisfeito, mas nunca cairia sem lutar por sua vida.

    Conteve Turold para longe das chamejantes gotas e observou nervoso como Garethtentava em vo resgatar os trs homens. No havia nada que pudesse fazer por eles.

    Afastem e continuem! ordenou Wulfson.

    Senhor, protestou Gareth so meus homens!

    Wulfson assinalou com a espada para a massa negra carbonizada.

    O tempo voa em rpidas asas. Esto condenados. Cortem-lhes o pescoo se fornecessrio, mas continuem!

    Gareth se adiantou, a espada desembainha e levantada. Wulfson grunhiu e tirou asegunda espada curta de dupla bainha nas costas, com que cada um dos Espadas deSangue carregava, assinalando para baixo ao resto dos homens de Gareth, que foram emapoio ao seu capito. Wulfson apertou os flancos de Turold e conduziu o macio cavalo briga, pressionando a ponta de uma das espadas no peito do Gareth.

    Perde tempo com homens que morrero sobre os que vivero. Afaste-se oucair onde est!

    Gareth se manteve firme. Um gigantesco homem viking, conhecido como Thorin,agora estava sentado escarranchado sobre seu grande cavalo de batalha detrs deWulfson, sempre vigilante. Um guerreiro, sem dvida, mais o engano fatal de Gareth eraque possua um corao. Wulfson sacudiu a cabea. Louco. O corao o que leva um

    homem morte.

    Ele empurrou relutante guerreiro com seus homens atrs dele. No perderia outromomento pelo dbil estmago do outro. No era de se estranhar que a senhora de Garethestivesse merc de Rangor. Provavelmente no tinha tido estmago para fazer frente aonobre saxo.

    Wulfson olhou para a muralha e depois desviou a vista para a grossa porta quependia das dobradias. Embora no estivesse totalmente aberta, havia suficiente brechapara que ele e seus homens empurrassem como uma unidade a cavalo, e abrissem passopara o que sabia, pela detalhada descrio de Gareth, a um considervel muro e logo um

    pequeno ptio mais acima. E ali necessitariam dos aretes outra vez. Sem dvida, seriampressionados com mais altura, pois as paredes interiores da fortaleza eram altas, quepodiam ser vistos da estrada da vila, elevando-se a grande altura como as asas de umgrande drago.

    Preparem-se para entrar no ptio. gritou Wulfson a seus homens, e logo fezum gesto para que se aproximassem. Quando estavam todos em um apertado semicrculoa seu redor, deu suas instrues. Uma vez que compreenderam, chamou Gareth Faamque seus arqueiros cubram meus homens medida que avanarmos. Quero que umassurriadas de flechas nos precedam. Continuem com o assalto at que eu d palavra decessar!

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    E assim entraram. Wulfson e seus homens levantaram os enormes aretes emontados nos lombos de seus grandes cavalos de batalhas negros golpearam atravs dosportais de carvalho no ptio, onde certamente foram recebidos com um dilvio de flechas.Mas estavam preparados. Com os escudos levantados e maneira da velha ttica romanada tartaruga, moveram-se como uma unidade para a porta que levava diretamente

    fortaleza. Uma chuva de flechas voou alm deles para o interior das muralhas, e asmaldies dos homens quando eram golpeados fizeram Wulfson sorrir. Enquanto seaproximavam das largas portas, Gareth e seus homens cobriram a retaguarda com os doisaretes e outra vez os tambores marcaram o ritmo enquanto a ao era repetida. Nohouve lanamentos desta vez e nenhuma outra forma de ataque se produziu. De fato, oshabitantes do ptio trabalhavam fervorosamente para salvar suas moradias dos incndios.Mas, aparentemente, tudo havia se tornado calmo na fortaleza. Tinham esgotado oescasso aprovisionamento de munies?

    Rapidamente, as grossas portas foram rompidas. Mas em lugar de irromper atravsdelas, Wulfson levantou a mo para que seus homens e os de Gareth se detivessem.

    Durante os longos momentos que pendiam pesadamente antes de transpassar oprprio edifcio, a bruma do sol do meio-dia, misturados com o pesado silncio, pairava aoredor como um manto de l empapada. A execrvel quietude perturbou Wulfson mais queum completo ataque. Rangor, sem dvida, guardava algo sob a manga para entrada nosalo da fortaleza.

    Ainda a cavalo, com o escudo levantado, Wulfson se afastou em ngulo, de modoque no pudesse ser visto do interior exceto por algum a curta distncia.

    Dou-lhes uma ltima oportunidade, Rangor. gritou para o grande salo Meentregue Lady Tarian ou me verei obrigado a te destruir.

    Est morta! soou a voz gritante... e perto.

    Exatamente no interior do grande portal.

    Pode estar, mas no tenho provas. Permita-me a entrada a fim de que possamosparle. William no deseja disputar com voc, senhor. Valoriza sua lealdade, assim como ade seus aliados do oeste. S vim falar com a senhora. Uma vez feito, voltarei para meuamo e senhor na Normandia.

    Me d seu juramento de que no me faro mal.

    Dou meu juramento de que no lhes farei mal, a menos que meus homens ou eusejamos provocados.

    Passaram longos minutos. Wulfson estava cada vez mais irritado.

    Dou meu juramento, a voc e a seus homens, de que no sero perseguidos.

    Ento se aproxime e se apresente.

    Um leve som no muito longe do grande salo chamou a ateno de Wulfson. Dosarreios de Turold, viu um homem, uns anos mais velhos que William, mas nem de pertoto em forma, sair do escuro abismo. Vestia ricas vestimentas, e suas linhas aristocrticaseram bem definidas. Mas o que notou mais que a sua indumentria e porte, foi o cabelo

    vermelho brilhante e os plidos olhos azuis. A Wulfson recordou uma ardilosa raposaislandesa. E nesse momento soube que em nenhum caso era um homem para confiar.

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    No a ele a quem devem temer senhor, a no ser a mim. Venho em seu nome.Ele me d o direito no s de falar em seu nome, mas tambm de atuar. deu um passomais perto e pressionou as pontas de ambas as espadas no peito de Rangor E deploro amentira. similar traio. Sabe como William trata os traidores?

    Lentamente Rangor negou com a cabea. Wulfson notou o brilho de suor que lhesalpicava a testa. Embora fosse um dia quente, a umidade pairava sobre eles como umjarro de gua fria e estava fresco no interior da grande fortaleza.

    Se as olhadas pudessem cortar Wulfson em dois, teria cado em duas partes nocho de pedra, to agudo era o olhar de Rangor.

    No queria causar a meu Rei, ou ao seu homem, excessiva angstia, mas antesde continuar com esta discusso, sirWulfson, me permita lhes recordar, j que vocs soguarda do rei, que meu primo Rhiwallon e seu meio irmo Bleddyn so os Reis de Galespor direito prprio. Ambos so muito protetores com seus familiares.

    Wulfson sorriu e aproximou as pontas das espadas cavando mais profundamentenas ricas roupas do Rangor.

    Diga a seus Reis galeses que lhes dou as boas-vindas em nome do Rei Williampara que jurem sua lealdade. Quanto antes, melhor.

    Rangor ficou sem flego.

    Clama por uma batalha?

    Nay, falo somente a verdade. Entender milord, que sou um homem de poucaspalavras, mas de ao rpida. No desempenho os jogos de tmidas palavras que os nobrestanto parecem gostar. Eu chamo de ovelha uma ovelha, seja branca ou negra, continua

    sendo uma ovelha. Agora, me diga onde posso encontrar lady Tarian.

    Rangor apertou a mandbula, mas Wulfson leu a resistente renncia ali. Rangordescobriria que seu melhor interesse era no fazer um inimigo um guarda do Rei. Wulfsonassentiu, baixou as espadas e inclinou a cabea para Rangor.

    Eu teria as chaves do seu cinto, sir.

    Ioan, Rorick e Rhys se adiantaram. Instintivamente, o nobre conteve as chaves nospunhos, mas o sentido rapidamente reinou sobre o impulso. Manobrou o grande crculo decouro e correntes do cinturo e os entregou a Wulfson.

    Ela est embaixo, nas masmorras, a estas alturas sem dvida s h um corpopara que os ratos se alimentem.

    Rezem para que ela ainda esteja viva, Lorde Rangor. William no aceita bem queseus sditos reais sejam executados sem sua aprovao. Wulfson se perguntou por quepronunciou as palavras. Pois se a moa no estava morta quando a encontrassem, estariapouco depois.

    Gareth, mostre-me o caminho.

    Deixando trs de seus homens e a maioria dos de Gareth para manter a ordem noptio, Wulfson e vrios de seus homens seguiram o gigantesco dinamarqus, cada um

    agarrando uma tocha dos spots nas paredes. Uma vez passada a grande sala e despensas,

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    Captulo 3

    Ocorao do Wulfson pareceu parar em uma batida inexorvel. Por trs, de algumtipo de dispositivo metlico, um capacete com barras cruzadas e o que parecia ser umabraadeira de medocre qualidade, uns brilhantes olhos da cor do oceano ocontemplavam. Pelo que podia ver de sua cara, era uma muda massa de machucados. Aoestender as mos para ela, sussurrou e cuspiu como um gato sendo submerso em gua.

    Milady... sussurrou Gareth detrs dele.

    Wulfson se aproximou mais dela, captando cada detalhe com o olhar: uma camisolaensanguentada e retorcida ao redor da cintura, a subida e descida do peito apenasperceptveis debaixo da combinao condensada de sangue e sujeira do cho. Machucadosprofundamente prpuros, junto com marca entrecruzada do aoite, marcavam-lhe osbraos e coxas. Seu olhar retornou a ela. Em silncio e relutante respeito pela mulher queno s tinha sobrevivido a tal tortura, mas tambm mantinha a coragem, no podia afastaro olhar. Levantou a mo direita para toc-la, para ver se era verdadeiramente humana. Omovimento produziu outro sussurro, seguido por uma mo com garras cravando-se emsuas luvas, parando seu movimento. Ele assentiu com a cabea, e se retirou, mas no paraaliviar sua comodidade. Deslizou a mo ao punho forrado de pele da pequena espada.Enquanto os dedos foram se aproximando do desgastado punho, no podia afastar a vistade seu olhar desafiante. Que tipo de mulher era esta?

    Lentamente tirou a arma da capa de pele, com a inteno de aliviar seu sofrimento

    para sempre. Enquanto a lmina deslizava da capa, baixou os olhos, incapaz de encontrarcom o dela quando afundasse a espada profundamente em seu corao. A plenitude dosseios tremeu debaixo da sujeira e sangue que a envolvia. Uma punhalada fugaz de pesartranspassou- lhe o ventre. Ignorou-a e pressionou a ponta da espada no que ele sabia seriaum lugar simples e suave entre os globos cheios. Enquanto se movia para pressionar o aono corao, caiu no engano de olh-la diretamente nos olhos.

    O tempo se deteve pelo mais breve dos momentos. Paralisado, como se estivessedrogado por alguma poo, Wulfson observou o rastro de uma solitria lgrima baixarlentamente pela bochecha, deixando um fluxo ensangentado a seu passo. E nessemomento preciso, algo profundamente mudou dentro dele.

    Foi tambm nesse mesmo instante que Gareth desmoronouliquidado. Ela me pertence! exclamou roucamente, equilibrando-se.

    Wulfson lanou a mo para trs, parando o dinamarqus. Pela comoo e a rixadetrs dele, Wulfson soube que o homem fora contido.

    Sem romper nunca o contato visual com o espectro agachado diante dele, Wulfsondisse:

    Seu destino no est em suas mos.

    Os olhos se estreitaram ante suas palavras, e as costas ficaram rgidas. Emsilenciosa rebeldia, ela o desafiava a feri-la.

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    Qualquer que seja a mentira que tenha espalhado Rangor ao seu rei possodesmenti-las! chorou Gareth No uma bruxa. No uma assassina, nenhumainimiga da Coroa! Poria minhas mos no fogo por isso!

    Ela o que , senhor capito. No posso mudar os fatos. respondeu Wulfson.

    Est grvida! Assassinaria um beb tambm? implorou Gareth. Duvido que, embora estivesse grvida, tivesse sobrevivido tortura.

    No esteja to seguro disso, sir Wulfson. disse Rangor por atrs dele. Ante aateno de Wulfson, o nobre se moveu para a entrada, enchendo o espao A moa temuma inclinao pela sobrevivncia. Com suas ervas e feitios, sem dvida extraiu asemente de Malcor para seu mpio corpo e gerou, no um herdeiro de Dunloc, mas umsucessor tambm.

    Agarrando as mos da senhora, Wulfson a tirou do buraco escuro, levantando-asobre seus ps. Ela gritou, paralisando contra ele. Sem querer, mas sem ter outra opo,

    Wulfson a levantou nos braos. No pesava mais que um carrapato. Carregando-a, deu avolta para enfrentar Rangor, Gareth e a seus homens.

    No importa. o pequeno corpo em seus braos se apertou ante suas palavras.

    Est equivocado, meu teimoso normando. disse Rangor A princesaGwladus de Powys no s minha afilhada, mas tambm a primeira irm de Malcor, e seo herdeiro de seu primo assassinado a sangue frio, seu pai, o poderoso guerreiro reiRhiwallon, ser o mais infeliz. William perder mais do que pode calcular. Acrescente que ame da dama uma abadessa galesa, muito viva e aos cuidados de Powys. Tentaria aosdiabos por uma briga. Deveria instru-lo a respeito de seu sangue real do norte?

    Wulfson franziu o cenho. Parecia que a estirpe da dama se estendia alm doGodwinson. O que s a tornava ainda mais perigosa.

    Rangor continuou:

    Aye, voc sbio ao escutar para decidir. A dama sobrinha-neta de Canuto11, oqual a faz parente da maioria de reis de ascendncia escandinava. Como os vikings, osgaleses no so dbeis, igual os saxes. A copiosa marcha com foras e guerreiros que serebaixaro a qualquer grau, a bruxaria inclusive, para ver suas casas e seus familiaresprotegidos. Com a morte da dama por uma mo normanda, e mais com a suspeita de quemorreu levando um herdeiro de Dunloc, ter que pagar mais que a fria do inferno. Est a

    corte de William procurando mais perdas to cedo? Se a dama der a luz ao pequeno diabinho de Malcor, onde se encaixar nisso?

    demandou Wulfson.

    Rangor sorriu.

    Tenho a inteno de tomar dama como minha esposa.

    Tarian lutou entre os braos, sua fora era penosa. Wulfson endureceu o abrao eela grunhiu furiosa, mas se tranquilizou.

    11 Nota PRT: Canuto, cognominado o Grande (cerca 995 12 de Novembro de 1035) foi rei da Dinamarca (1018-1035), rei da Noruega(1028-1035) e rei de Inglaterra (1016-1035). Era o segundo filho de Sueno I da Dinamarca e de Gunhilda da Polnia, sendo tambm netodo clebre Haroldo Dente Azul.

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    Casaria com a mulher que assassinou seu sobrinho e esqueceria o assunto? negou com a cabea e zombou No acredito.

    Menospreza meu afeto pela dama.

    Wulfson caiu no engano outra vez de olhar para baixo, criatura ensanguentada e

    incrustada em sujeira que levava nos braos, ela girou a cabea para contempl-lo. Ficoumuda. Seus olhos faiscaram de raiva furiosa.

    Ela girou a cabea para trs, para Rangor, e o metal do dispositivo da cabea sechocou contra o protetor do brao de Wulfson.

    Na verdade, assim que um senhor saxo corteja sua amada?

    Rangor negou com a cabea. Deu um passo mais perto.

    Ela insolente e se v em igualdade a um homem. Tem um exrcito! Nenhumaesposa minha se vestir e se sentar como um homem, escarranchada sobre um cavalo decombate. Seu castigo, embora um pouco rude, s uma forma de mostrar-lhe quem osenhor aqui. Ela ter que me aceitar, seno para salvar-se, ento pelo menino que podelevar. O matrimnio para mim seria a justia que exijo pelo assassinato que cometeu.

    Wulfson contemplou o dilema. Se a perda da vida fosse perdoada pela famlia, e sea dama levasse um herdeiro de Dunloc, como parentas sanguneas dos reis galeses sesoubessem que William tinha mandado assassin-la a sangue frio... As coisas no seamoldariam bem para seu feudo, seguramente. Os galeses se aliaram com o Harold, eagora se rumorejava que estavam aliados com o Edric, o selvagem e imprevisvel saxoConde de Mercia.

    Mas, pensou, seu ventre poderia estar vazio, ento haveria menos causa de alarme.

    Rangor poderia pensar que se casaria com ela, mas William escolheria uma noivanormanda para o novo conde e acabaria com lady Tarian. Wulfson assentiu.

    A prudncia tinha sido descartada este mesmo dia. Por um giro imprevisto dodestino, lady Tarian tinha conseguido comprar alguns dias a mais nesta terra.

    Ele avisaria imediatamente a William, obvio. Enquanto isso, a entregaria a Gareth,que alegremente a reclamou.

    O tempo nos dir se seu ventre dar frutos.

    E enquanto dizia essas palavras, Wulfson teve a sensao mais inquietante de que,

    apesar do resultado, suas ordens permaneceriam iguais para o menino, embora pudesseter parentesco com os reis galeses, tambm teria parentesco com um rei morto, e essaascendncia no podia ser ressuscitada sob nenhuma circunstncia.

    Capito, conduza a senhora at seu quarto e sua ama e a mantenham segura. ordenou Wulfson, ento virou a Rangor Voc, milord, est proibido de ver a senhorasob qualquer circunstncia. Se o fizer e for descoberto, pode se considerar prisioneiro doreino.

    Sem dar uma oportunidade ao nobre de discutir o assunto, Wulfson passou junto aele, empurrando para o lado o homem menor com um ombro bem colocado. Sua clera seenrolou com sua frustrao pela mudana brusca dos acontecimentos. Era um cavaleiro de

    William, um guerreiro e um assassino, e aqui foi enfraquecido, esperando uma provapositiva de que uma inimiga da coroa mostrasse sinais de gravidez!

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    SirWulfson! chamou Gareth A chave para a mscara e a braadeira, porfavor.

    Wulfson grunhiu, e embora no quisesse mais roar com a dama, no liberaria aschaves para o capito. Colocou uma das chaves menores do anel de couro que tinha tirado

    de Rangor dentro do dispositivo e deu a volta. O metal raspou, mas o ferrolho cedeu e arosto dividido da mscara se abriu de repente. A dama ofegou, como se uma enormepresso no crnio tivesse sido aliviada. As profundas marcas nas tmporas e frente se viamirritadas e vermelhas. Wulfson praguejou em voz baixa, a seguir levou a mesma chave parte larga de metal presa na parte inferior da cabea.

    Enquanto a pea de metal soava contra seus dentes e logo se deslizava de sua boca,um pequeno suspiro de alvio ps a prova sua determinao. Seus lbios estavaminchados, mas quando ela os lambeu, viu dentes brancos e retos detrs deles. Seu olhar seencontrou com o seu, e pela terceira vez desde que tinha posto os olhos nela, algo seretorceu profundamente dentro dele. Seus olhos no tinham a fasca de fogo, mas agora

    eram quentes e estavam brilhando de maneira pouco natural.Merci.12 disse, sua voz soando como um chiado rouco.

    Wulfson bateu as esporas ao junt-las e assentiu, ento, deu meia volta e quasefugiu do local.

    Tarian fechou os olhos e, pela primeira vez desde que Rangor a tinha jogado nasescuras entranhas insalubres e midas de Draceadon, sentiu um pouco de paz. Os braosfortes de Gareth seguravam seu corpo. Nunca foi nem remotamente gorda, menos ainda

    era agora. No podia recordar a ltima vez que tinha comido. O ar limpo encheu suasnarinas enquanto deixava o buraco infernal. As plpebras revoaram quando a luz do dia aassaltou. Girou a cabea para mais perto do ombro do Gareth, mas gemeu quando atmpora golpeou o broche de sua armadura. Tinha a boca dormente, os dedos frios e oresto do corpo com uma macia dor.

    Apesar de seu grande desconforto, tentou sorrir enquanto recordava a frustraode Rangor com ela. O dispositivo tinha sido construdo para impedi-la que chovesse farpasdepreciativas sobre Rangor cada vez que ela a visitava e fracassava em seus intentosrepetidos de penetr-la. Zombava do seu pobre desempenho. Como seu sobrinho, nopodia reunir o que se necessitava para manter o pnis o suficiente rgido para faz-la uma

    mulher feita e direita.

    Um forte calafrio sacudiu seus pensamentos. O cavaleiro normando que tinhachegado para resgat-la e para tirar a sua vida, no teria semelhantes problemas, estavasegura.Aye, at em sua condio, reconhecia um homem viril quando o via.

    Apesar de sua virilidade, no tinha honra. Se Gareth no tivesse interrompido, onormando teria-lhe cortado seu corao aberto e esse teria sido seu fim. Mas estava salva,no momento. E com o alvio temporrio, encontraria a maneira de sobreviver tanto aRangor quanto ao normando.

    12Nota PRT: Obrigada, em francs

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    Wulfson o repreendeu com um olhar sarcstico, avaliando a validade de suaspalavras.

    O que aconteceu com seu sobrinho Malcor?

    A cara do Rangor empalideceu.

    Ela cortou-lhe a garganta enquanto dormia.

    Isso mentira! trovejou Gareth, descendo pela estreita passagem que davaao piso superior Estava completamente acordado quando ocorreu. Era ele ou ela, poisestava decidido a tomar sua vida. No merecia viver depois do que fez minha senhora.

    Foi assassinado! gritou Rangor Ela pode pagar com sua vida ou casando-secomigo. De uma ou outra maneira, pagar!

    Wulfson sustentou no alto a mo para silenci-los, e lanou um olhar para odinamarqus.

    Como est a senhora?Uma tormenta sombria formou-se no gigantesco e formoso rosto do dinamarqus.

    Est viva. Suficientemente.

    Wulfson voltou a prestar ateno a Rangor.

    Um homem que maltrata uma mulher no nenhum homem absolutamente.

    Rangor levantou uma sobrancelha e disse arrogantemente:

    No o mesmo que a mataria no ato?

    Wulfson reabasteceu sua taa. No h honra no abuso covarde. quando Rangor tentou falar outra vez,

    Wulfson vociferou Basta! No me irritem mais com suas queixas efeminadas! At que adama esteja o suficiente bem para comparecer a uma parteira e tenha a oportunidade defazer- lhe um exame em busca de sinais de gravidez, no haver mais discusso sobre ela!

    Rangor parou, particularmente intimidado. Wulfson baixou a voz e se dirigiu cabeceira da mesa do Lorde. Deu a volta e enfrentou aos muitos que se reuniram. Emboraa Inglaterra estivesse invadida pelos normandos, o condado tinha sofrido a perda degrande parte dos homens na batalha e o martelo normando ainda no se infiltrara muitono oeste. At agora.

    Para cada homem, mulher e menino que se chamem a si mesmos saxes e seapeguem a este condado, at que os informe de outra maneira, me considerem soberanoe senhor aqui. Venho em nome do rei William para decidir uma disputa que no envolvequalquer um de vocs. No tolerarei nenhuma interferncia, e ante a suspeita de qualquerao nefasta, eu e meus homens atacaremos primeiro e faremos as perguntas depois.

    Viu nuvens de clera na maioria dos rostos, no de Rangor especialmente, econtinuou:

    Ns no somos brbaros, e a menos que nos provoquem, esto a salvo sobnosso amparo durante tanto tempo quanto residimos aqui. Apenas vocs mesmos podemfazer sua vida desagradvel.

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    Mais sonhos. Um diabo em uma besta negra que respirava fogo. Lustrosaarmadura, elmo negro e negro corao. No poderia livrar-se de seus olhos brilhantes. Eletinha vindo por ela, no para salv-la, mas para mat-la!

    Vozes sussurradas a curta distncia, mas no eram claras. Seu nome falado com

    urgncia.Havia retornado o cavaleiro negro por ela?

    Agitou-se na cama com o corpo suado, o quarto era asfixiante. O peito se expandiuem busca de ar, afogava-se. Mos agarrando os lenis, o corpo oferecendo resistnciacontra uma mo imaginria pressionada no peito, obrigando-a a baixar. Os pecados do paise repetiro nos pecados da filha!gritou Malcor enquanto lhe mordia as costas, os largosdentes amarelos afundando-se na carne.

    Tarian gritou, a dor era muita intensa.

    Milady. uma voz profunda a acalmou. Gareth?

    Para trs, viking. ordenou a velha voz sibilante de Edith No decente quea veja dessa maneira.

    Vi mais do que voc poderia supor, velha. Eu cuido dela agora. Esteve semdormir durante trs dias, v para cama. Ela est a salvo comigo.

    As vozes se afastaram, e com elas os pesadelos. Tarian permaneceu acordada,coerente, sem mover-se na cama e escutando. Respiraes profundas a curta distncia eroncos suaves mais frente.

    Ainda lhe doa, mas o calor abandonou seu corpo. Lentamente abriu os olhos. O

    quarto estava escuro. S uma vela iluminava da mesa auxiliar atrs de Gareth, que estavasentado curvado com o queixo no peito, roncando brandamente a seu lado na grandecadeira de Malcor.

    Gemeu enquanto tentava afastar o cabelo do rosto.

    Ele ficou alerta instantaneamente, como o esteve Edith, quem por ser uma mulhervelha, estava ao seu lado muito rapidamente. Dois pares de olhos preocupados a olhavamfixamente. Em um momento muito vulnervel, as lgrimas quentes arderam nos olhos deTarian.

    Tanto Edith como Gareth romperam em grandes sorrisos.

    Edith pressionou os lbios na bochecha de Tarian.

    A febre se foi. disse, o alvio carregava as palavras.

    Tarian fechou os olhos e roucamente sussurrou:

    Tenho fome.

    Um retumbante som profundo explodiu do peito de Gareth.

    Lentamente abriu os olhos outra vez. Seus olhares se fixaram, e ela no pde tercerteza, mas parecia que os olhos azuis de seu capito reluziam com umidade. Tentousorrir, e quando no pde faz-lo, sussurrou:

    Vai custar mais ao Malcor e esse ridculo do seu tio quebrar-me, Gareth.

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    Tarian empurrou o lbio inferior e sussurrou. Parecia que no havia uma parte delaque no doesse. Ento, seu lar estava invadido com demnios normandos, e o capito desua guarda estava preparado para jogar tudo pelo qual tinham trabalhado a esses lobosfamintos. Sua clera aumentou.

    O que fez Rangor?Gareth sorriu.

    Conseguiu irritar o normando ao ponto de ser relegado velha armaria.

    Tarian sorriu zombeteiramente.

    Isso seria muito bom para ele.

    Ele pede com insistncia sua mo. exclamou Edith.

    Isso nunca ocorrer. Entregaria Draceadon antes de jazer junto a ele.

    Os olhos do Gareth se suavizaram.

    Um beb solucionaria muitos de seus problemas, milady.

    Ela levantou a vista para ele e logo olhou para Edith.

    Ambos sabem que no h possibilidade disso.

    Case com Rangor e consiga vantagem sobre o normando e seu rei. Ele no osprejudicar se estiver casada com esse homem. Suas conexes galesas so muito fortes. Gareth a encorajou.

    Meu sangue ainda um sangue Godwinson, Gareth. Minha escolha de maridono modificar isso. conteve um bocejo, porque doeria Minha fora me abate e devo

    pensar. Falaremos mais pela manh.

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    Uma vez que o aquecimento estava completo, os cavaleiros se prepararam paramanobras mais complexas. Emparelharam-se um frente do outro e um cavaleiro de cabeloescuro com duas espadas curtas atadas s costas, la florentine16, que tinha capturado seuolhar desde o comeo, era quem dirigia a maior parte dos exerccios e marcava o ritmo.

    Sob seu forte comando, as ancas de seu grande cavalo baixavam ao cho, e elaolhava com assombro como cada cavalo de guerra, suportava o peso no s de suaarmadura, mas tambm de cada cavaleiro, saltando para cima e ligeiramente para frentedando patadas com suas patas traseiras, s para repetir a manobra vrias vezes mais. Elatinha visto manobras similares em Hastings, mas nenhum movimento to preciso comoeste. No era de se estranhar que estes homens fossem a guarda de elite de William,conhecidos como os morts.

    O cavaleiro chamou os outros para dar uma parada no treinamento e quando sevoltou para fazer frente aos altos muros do Draceadon, elevou a vista. Apesar de estarcerta de que ele podia ver sua sombra de onde estava sentado sobre seus arreios, podia

    sentir o calor de seu fixo olhar sobre ela.Era ele, o que eles chamavam Wulfson. Tarian conteve o flego e se separou da

    janela, no sem antes dar-se conta de que ficou cativada por ele. Tinha sido descoberta!

    Ele exigiria que ela se apresentasse? Ela no poderia, no ainda. Ainda estava muitofraca, e as visveis feridas que tinha sofrido nas mos de Rangor apenas comeavam asarar. A plida pele era uma massa de contuses, e o rosto, um ativo sem valor, nada maisque uma massa de cortes e inchao. Nay, quando fizesse sua apario estaria em seumelhor momento, tanto na superfcie como no interior. Ela poderia necessitar de cadaarma disponvel em seu arsenal para fazer frente s exigncias de Wulfson de Trevelyn.

    Sua forte ordem para retomar o treinamento a trouxe de novo ao parapeito dajanela de pedra. Ela se inclinou e, com apreciao feminina, observou sua forma valorosa ea maneira em que manobrava seu cavalo, com tanta facilidade como se no estivesse maisque tocando uma lira.17

    Moveu-se para trs, afastando-se lentamente da janela. As pernas tremiam, masno pelas leses.

    Wulfson sentiu sua presena muito antes que a descobrisse observando-os acima.

    Seus olhos brilhantes da cor do mar o tinham atormentado em sonhos. Ela tinha fuadosob sua pele como uma pulga com num sabujo18, e a irritao era a mais desagradvel.Quando ele se parou no meio das manobras e levantou a vista, seus companheirosseguiram seu olhar.

    Ela observa e conspira contra voc, Wulf disse-lhe Thorin a seu lado.

    O sangue do Wulf aqueceu.

    16Nota PRT: no estilo de Florena (Itlia).

    17lira: instrumento musical antigo.18

    Nota PRT: Sabujo o nome dado aos ces farejadores como o beagle, o bloodhound ou o basset hound, e alguns outros. Algunssabujos, como o foxhound americano, que considerado o melhor sabujo de caa do mundo, so capazes de sentir o cheiro de umanimal que passou pelo lugar h quatro dias. A maioria das raas de sabujos so de caa, sendo usadas para indicar o lugar da presa aocaador.

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    como eram detestveis os olhos azuis acima, Wulfson sabia que o observavam, a ele e seushomens com agudo interesse. Sua presena o desconcertou a um nvel mais primitivo. Eraalgo que no podia pr nome exatamente. Mas sabia que ela era mais perigosa. Ento osbrilhos dos recortados relmpagos precederam aos inclementes troves. Por essa nicarazo ele no tinha exigido a presena dela.

    Tarian passou os dias de sua recuperao observando e aprendendo, e apesar deseu dio por algo relacionado com os normandos, encontrou a si mesma admirando asproezas do sombrio cavaleiro chamado Wulfson. Sua imponente presena no campo eraindiscutvel, e para seu desgosto viu Gareth e a seus prprios homens observar osnormandos e logo dedicar-se a suas prprias manobras, em um intento de colocar emprtica o que acabavam de observar.

    No dcimo dia de sua convalescena, enquanto Edith preparava seu banho, a velha

    mulher disse: O normando mortal, milady.

    Disso sou plenamente consciente Edie. Tarian mudou-se para o assento dajanela, e se alegrou ao notar que quando colocou os joelhos debaixo dela, a dor quasetinha desaparecido. S ficavam os hematomas. Cicatrizes rosadas ainda cruzavam suascostas e as pernas, mas com o blsamo que Eddie insistia que se esfregasse diariamente eque na verdade era o puro cu, estes tambm se foram desaparecendo. O corao,entretanto, mantinha-se duro e fechado. Sua determinao por conservar ao menosDreacedon, cresceu cada dia enquanto o corpo ia sarando. Seu dio por Rangor tambmcresceu a passos largos e sem limites. Na primeira oportunidade que ele oferecesse, overia enterrado junto a seu sobrinho.

    Retornou o normando com notcias de William? perguntou a Edie.

    Nay.

    Tarian sorriu. Ele no poderia. Gareth tinha posicionado um punhado de homenspara apanhar o cavaleiro em sua volta, e o conservaria o tempo necessrio at que elaobtivesse o controle, e com o apoio dos reis galeses, a quem havia enviado palavras deajuda, veria os normandos irem de Dreacedon ou se converteriam em parte permanenteda paisagem.

    E embora ela o tivesse planejado bem, muito de seu futuro dependia de seussogros galeses. Zombou e audazmente se sentou na janela, olhando para o ptio. Elasorriu. No se surpreendeu de ver os normandos no cho, uma espada em cada mo,cruzando por intricadas manobras. Ele empurrou, rechaou e reduziu ao soldado demadeira que estava erguido. Estava com a cabea descoberta e o torso nu. S com ascapas nas costas, as correias de couro cruzando o peito, as pernas embainhadas nas calasajustadas. O suor na pele brilhava sob os raios quentes do sol.

    Voltou-se, e cortou a cabea da efgie, logo varreu com a outra espada para baixo,cortando os braos do boneco de madeira, ele olhou para cima. Tarian ficou sem flego,mas em lugar de retirar-se, sustentou o duro olhar. O grande peito subia e descia pelo

    esforo, o comprido e escuro cabelo da cor da baa, aderia-se aos ombros. Ele levantou asmos, com as facas nas mos apontando ao cu, e a luz refletindo-se no ao. Sua destreza

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    Captulo 5

    Passou-se quase uma quinzena! rugiu Wulfson enquanto passeava pelogrande salo. A energia acumulada, a frustrao e uma curiosa luxria estalaram em umafeia demonstrao de carter Exijo que a senhora se apresente neste momento!

    Ele deixou de passear e enfrentou os homens presentes no salo. Estavam toinquietos como ele. Tinham fome de batalha. Estavam famintos de mulher. Osinterminveis dias de exerccio montono e patrulhas s tinham servido para estimular oapetite pelo manejo da espada real.

    Sir Wulfson disse Gareth, descendo pela escada em caracol. Os olhos deWulfson correram mais acima da cabea do dinamarqus, acima do corredor, para ondeestava a bruxa, sem dvida preparando feitios. Minha senhora no est ainda bemsuficientemente para fazer uma apario.

    Jesus! O que precisa?

    Gareth parou a vrios passos do furioso normando. Ele arrastava os ps e olhoupara a esteira de juncos.

    No sei, milord.

    Wulfson saberia.

    Est grvida?

    Gareth ergueu a cabea para enfrent-lo, respondendo rapidamente: A parteira diz que pode levar meses para que algumas mulheres mostrem os

    sinais de gravidez.

    J se passou mais de um ms desde que se deitou com o Malcor. Estou certo deque h tempo suficiente!

    Morria de vontade de estar em seu lugar.

    Eu gostaria de v-la por mim mesmo tambm, sir Wulfson disse Rangor,movendo-se no salo com vrios de seus homens atrs dele.

    Wulfson estreitou o olhar para o homem mais velho. Sua percepo inicial tinhademonstrado ser correta. Rangor de Lerwick esquivou-se na manso como se tivessesegredos a esconder. Suas tiradas constantes faziam tempo que estavam levando ao limiteo temperamento de Wulfson. Em mais de uma ocasio, teve que ser contido por um deseus homens, com o punho a caminho da nobre boca. Seus homens se zombaram dele,mas eles tambm tinham tido suficiente do baro.

    Estou seguro de que gostaria de v-lo por voc mesmo, Rangor, mas no ter aoportunidade. A senhora no uma vaca para ser examinada por possveis compradores.

    Ioan se divertiu e igualmente Thorin que estava perto. Wulfson fulminou- lhes como olhar. Fechando e abrindo os punhos, e enquanto olhava ao redor do grande salo se

    sentiu como se zombassem dele. Eles eram s seis cavaleiros, rodeados pela

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    O que est acontecendo aqui? exigiu Wulfson.

    Para trs, senhor, a senhora no deve ser incomodada advertiu Gareth,firmemente apostado.

    Em um grande golpe, utilizando ambas as espadas como uma s, Wulfson arrancou

    a espada de Gareth das mos, ento um par de homens do dinamarqus se adiantaram asuas costas em posies de combate.

    Wulfson apontou com as espadas o peito de cada um levando-os para trs junto aparede. Rorick fez o mesmo com Gareth na parede oposta.

    No se atrevam a me atacar ou morrero pelo esforo advertiu Wulfson.

    Pouco a pouco, com raiva, os homens levantavam seus braos em sinal deconcordncia. Wulfson deu um passo para trs, mas sustentou as espadas.

    Onde esto os criados, o falador do Rangor e seu squito? O salo est vazio.

    O rosto de Gareth ficou vermelho de clera. Wulfson decidiu que era seu orgulhovencido.

    Nada est fora do lugar. Os servos atendem ao mensageiro de Alewith e aoshomens. Enviei Rangor ao salo sob a ameaa de violncia. Ele sem dvida conspira nossosbitos entre as runas da torre.

    Wulfson franziu o cenho e retrocedeu afastando-se da porta da quarto. Eleassinalou a porta com a espada.

    A senhora?

    Segue melhorando ali dentro.

    Que mensagem enviou Alewith?

    Que milord deve chegar a tempo para o caf da manh de amanh. Devecomprovar a sade de sua afilhada, e, suponho, lev-la de retorno a Trent.

    Trent?

    Gareth assentiu com a cabea.

    Aye, de todos os lugares em que viveu Milady, Trent o brindou com a maiorhospitalidade.

    Faz parecer como se ela tivesse vivido uma vida cigana.Os lbios do Gareth se converteram em uma linha apertada.

    Uma cigana teria tido uma mais fcil.

    Wulfson visualizou uma magra garota de cabelo negro e olhos azuis procurandoaceitao para s encontrar a sociedade que dava uma patada em sua cara. Sua mandbulaapertou. Era uma cena que lhe era familiar. Tinha passado grande parte de sua prpria

    juventude entre sua famlia de sangue que o considerava uma praga e uma famlia deacolhida que tratava-o a contra gosto em troca de uma considervel soma de dinheiro.

    Wulfson embainhou as espadas em suas costas.

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    Avisem a milady. Ela dever se apresentar quando seu tutor chegar amanh. Emcaso de que no o faa de maneira oportuna, eu me encarregarei de derrubar sua porta Gareth abriu a boca para discutir. Wulfson desembainhou novamente e deixou a espadano alto Seu tempo terminou, capito. Gostaramos de conhecer sua condio.

    Wulfson girou sobre os calcanhares e encaminhou-se para a escada, seguido porseus homens, sentindo-se, apesar da aventura do dia, mais inquieto que antes.

    Tarian voltou da porta e olhou Edith.

    Meu tempo acabou.

    A ama sorriu, marcando as rugas ao redor dos olhos profundamente e da boca.

    Nay, querida, esto no tempo oportuno. Esta noite visitar o normando, e pelamanh, quando lhes perguntar se est grvida, poder dar uma honesta resposta de

    ignorncia.

    Mas

    Edith fez um gesto para que calasse.

    Pode levar meses para que algumas mulheres mostrem os sinais. Muitasmulheres nem sequer so conscientes. Para outras, imediato. Temos tempo, meu amor,deve ser paciente e confiar em mim.

    Isto no era algo para o qual Tarian foi educada. Com relao aos cavalos, espadas,e s tendncias da moda possvel, mas nas coisas domsticas nunca foi.

    Como vou saber?

    Perder as curvas, seus seios ficaro sensveis e volumosos e sero to suavescomo so, o ventre se inchar dentro de dois meses que quando o corpo se prepara parafazer crescer o beb. Poder enjoar pelas manhs, embora possa durar todo o dia. Suame, a pobre, passou muitos dias sobre uma bacia.

    Tarian ficou rgida ante a meno da mulher que a pariu. Essa no era uma me.Sim a tinha dado a luz, mas depois a abandonou na sua vergonha. Edith tinha tomadoTarian sob seu cuidado, que tinha sido entregue a vrios lares de acolhida, se no fosse porela, no estaria viva. Tarian devia a Edie sua vida. E agora, uma vez mais, Edie vinha a seu

    resgate. Ele me assusta, Edie, eu nunca tinha temido a nenhum homem ou mulher em

    minha vida. confessou.

    O que? A donzela guerreira teme a um simples homem?

    Tarian tentou um sorriso, mas sentiu o tremor no queixo. Uma guerreira que eravirgem, que no conhecia o medo ante nenhum homem na batalha, e a simples ideia deum homem na cama produzia-lhe terror. Combinado com seu medo, isso a incomodou.No era pessimista, mas no via outra sada para seu dilema.

    Edith notou a inquietao, e tomou a mo na sua.

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    Cansado e ainda frustrado, apesar da excitao do dia, Wulfson subiu as escadaspara o quarto muito bem equipado, que tinha reclamado para o tempo que estivesse ali.Era o nico consolo que concederia a contragosto. Acostumou-se a um colcho fofo emuma cama resistente. Apesar da frustrao, tinha conseguido dormir cada noite queposava a cabea no travesseiro fino e suave. Embora ele tivesse oferecido compartilhar o

    quarto com eles, seus homens o faziam em camas, fora do corredor. Era o melhor parasua segurana, diziam.

    A antiga fortaleza, embora fosse simples na construo, tinha fortificaes dosquais poucas moradias grandes nesta terra podiam presumir. Ao contrrio da maioria dascasas dos senhorios ingleses, Draceadon se parecia mais a um castelo. O lugar tinha sidoum refgio nos ltimos dois sculos no s dos rivais galeses, mas tambm dos nrdicos, edos piratas irlandeses sedentos de sangue quando se escondiam terra adentro.

    Aye, com a fronteira galesa no muito longe para o oeste, Draceadon havia vistomuitas batalhas, e tinha sido um digno protetor para os povos. Mas Dunloc no tinha visto

    sua manuteno. Wulfson suspeitava que a fortaleza tivesse sido um espetculo para avista em seus dias de glria. Como estava, William ordenaria que fosse derrubada e em seulugar se elevaria um castelo fortaleza. Era seu objetivo equipar a ilha com castelos pararepelir os invasores.

    Wulfson franziu o cenho. Durante a manh, eles sem dvida veriam mais soldadossaxes, como nestes tempos Alewith no viajariam com pouco peso, embora noacreditasse que houvesse muita luta. O aoite do martelo do William era bem conhecidoentre os habitantes do oeste e os do sul. Pisava nos calcanhares daqueles do norte dasUmberland, mas Wulfson no tinha nenhuma dvida do que aconteceria, seria igual nooeste.

    Lentamente se despiu, e estava a ponto de fazer bom uso da gua quente queestava do lado de fora, quando um suave golpe na porta do quarto o tirou de seuspensamentos. S com cales, deu permisso para que entrassem.

    Em lugar de seu escudeiro, Rolf, uma anci, que sabia que era criada de lady Tarian,curvou a cabea e se apressou para o aposento, com uma bandeja de comida, um odre devinho, e um clice de prata slida. Ela se apressou a coloc-los na mesinha junto chaminapagada.

    Sir cavaleiro, seu jantar.

    Onde est meu escudeiro? exigiu Wulfson. Ele permanece com outros no salo.

    O moo estava sem dvida em busca de uma garota para passar a noite. Comtantos homens perdidos no ltimo ano, a manso fervilhava com o sexo oposto. O meninopagaria por seus flertes. Wulfson aprofundou o cenho quando uma espetada de agudodesejo o golpeou a regio lombar. Fazia meses desde sua ltima mulher. Faria bem embuscar um pouco de consolo para a noite. Aliviaria algo no seu irritado temperamento. Suaira se levantou. No desejava nenhuma moa simples, mas a bruxa que vivia no corredor,era outra coisa.

    Ele apostaria seu cavalo que era uma massa de espinhos e cactos na cama.Amaldioou e levantou a vista para ver a anci que o olhava com olhos muito abertos.

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    O azeite a relaxar. Simplesmente ceda ante ele, permita que o corpo se afrouxequando ele entrar em voc, ou ser incmodo. instruiu Edith.

    No doloroso? perguntou Tarian, empurrando-se para cima com as mospara olhar sua ama.

    Edith a empurrou de novo para a roupa de cama e passou o azeite nas costas e nasndegas, e logo nas pernas.

    S por um momento. Mas se relaxar somente sentir uma agulhada.

    Tarian processava a informao. No poderia machucar muito, j que muitasmulheres pareciam desfrutar deste esporte. Ela se acomodou nos lenis e permitiu que asmos de Edith e a suave massagem a convertessem em um monto de mingau. Uma vezque estava envolta em lenis quentes, Edith ajudou-a a sair da cama e a guiou para otamborete baixo, diante de um espelho esfumaado. Recolhendo uma escova, acariciou-lhe a cabeleira larga e grossa.

    Seu cabelo luz mais brilhante que o melhor nix e a pele parece como leitefresco, como uma noiva toda ruborizada. Voc tem curado muito bem. O normando no tereconhecer.

    Esperemos que as ervas sejam o suficientemente fortes e que no se lembredesta noite absolutamente.

    Porque se o fizesse. Todos se perderiam.

    Ele acreditar que tudo foi um sonho.

    Reze para que tudo saia bem Um forte calafrio a percorreu, desta vez a

    aguilhoou na regio lombar. Rezou por estar frtil e pediu que o Cavaleiro no amachucasse em sua avidez.

    Edith riu de novo, esta vez mais forte.

    Assegurei-me de que esta noite no fosse um problema.

    Tarian em p, deixou cair roupa ao cho. Edith sorriu enquanto olhava senhora sua proteo.

    Ele no digno de voc, meu amor.

    Um calor atravessou pesarosamente o corpo de Tarian, que o azeite tinhaesquentado de uma forma mais que agradvel. Edith a ajudou a entrar em uma regata deseda e linho, parte de seu enxoval de bodas. Em uma repentina onda de pnico, Tarianagarrou o brao do Edith.

    Fique perto, Edie, pode ser que eu necessite.

    A velha ama acariciou a bochecha de sua senhora.

    No haver nada que eu possa fazer minha menina. A natureza os guiar, e estanoite a semente do normando bater em terra frtil. S recorde de relaxar. acariciou abochecha de Tarian de novo uma princesa guerreira. o normando que necessitar deajuda esta noite.

    Com estas ltimas palavras de sabedoria, Edith colocou de lado a tapearia quehavia perto da cama e abriu a porta secreta.

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    Captulo 6

    To silenciosa como uma brisa, Tarian afastou a pesada tapearia da porta e semeteu no quarto do cavaleiro. Com as costas pressionadas contra a slida madeira daparede, parou e conteve a respirao. Baixos gemidos de agonia a sobressaltaramdeixando-a rigidamente imvel. Uma maldio seguiu os sons de dor, os sons de umhomem pego em uma armadilha incapaz de liberar-se. Um olhar rapidamente assegurou-lhe de que no havia outras pessoas no cmodo, exceto a figura que se agitava sobre aenorme cama. Tragou saliva com dificuldade e com cautela entrou no quarto.

    No leve resplendor das velas pde ver o cavaleiro normando, sir Wulfson,estendido e nu sobre a cama lutando com um demnio imaginrio. Seu corpo brilhava comuma ligeira capa de suor, suas palavras eram uma confuso revolta de francs e outralngua que no entendia. Sua angstia mesclada com uma fria selvagem a aterrorizava.Entretanto, aproximou-se. Examinou com os olhos sua grande forma. Embora Malcortivesse sido muito musculoso, este homem era ainda mais impressionante. As largas linhasde seus braos e pernas se ondulavam em perfeita simetria enquanto seu corpo se agitavaviolentamente contra um agressor desconhecido.

    Aproximou-se mais e ofegou. Gravada em seu amplo peito, a impresso de umaespada to definida que poderia ser real, marcava-lhe da parte baixa do pescoo at avirilha. Tragou com bastante dificuldade desta vez enquanto seus olhos viajavam mais parabaixo. Era bastante grande. O pnico comeou a debilitar sua deciso. Como poderiareceber sua semente se no podia tomar-lhe em seu interior? As coxas apertaram-se em

    rebeldia. Fechou os olhos ao imaginar a dor rasgando-a.O corpo dele se esticou enquanto elevava os quadris, com os braos estendidos,

    mas pressionados contra o colcho como se alguma fora diablica derrotasse-o na cama.Deixou escapar uma forte maldio, depois um grito de dor agonizante.

    Movida internamente para alm de qualquer compreenso normal, Tarian seapressou para o lado da cama.

    No esto em perigo, sir. disse suavemente em gals No h inimigos aqui.

    A pele dele encolheu-se sob as gemas dos dedos, mas seu corpo se tranquilizou. Elacontinuou falando com ele suavemente na lngua nativa de sua me. Inclinada sobre ele,

    com o comprido cabelo formando redemoinhos sobre eles como uma mortalha escura,Tarian sentiu, mais que isso, viu que ele abria os olhos. Com um rpido movimento, seucomprido brao serpenteou-lhe rodeando a cintura, e ao seguinte instante estava decostas com um homem furioso abatendo-se sobre ela e uma adaga pressionada contra opescoo.

    Por favor, sir, no represento nenhuma ameaa ela resmungou em francs.

    Seus olhos selvagens a olharam, mas no a viram. Seus poderosos msculostremiam a seu redor, mas no fizeram nenhum movimento mais. Era a poo, sem dvida.Cuidadosamente, passou-lhe os dedos ao longo de seu brao direito, que mantinha a

    adaga contra o pescoo.

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    se juntas em consternao. Um fino nariz aquilino com abas que se agitavam toligeiramente, como as de um lobo que sabia que seu inimigo estava perto, mas no queriaafastar-se. Os lbios eram grossos e sustentavam uma promessa de destruio depois doprazer. Tarian tragou com dificuldade e baixou mais o olhar. A viso desses lbioscausaram-lhe estragos no corpo enviando um duro estremecimento clido pelas costas. A

    nica imperfeio em seus traos a emocionou, uma pequena cicatriz em forma de meialua em seu queixo quadrado. Uma sombra de barba escura marcava sua cara ondecresceria se ele permitisse. Mas ela sabia que embora no barbeasse a parte posterior dopescoo, barbeava o rosto, e descobriu que gostava desse aspecto. Muitos saxes tinhamsido despojados de sua glria, com as cabeas e caras barbeadas, principalmente parahumilh-los. Mas aquilo no importava, porque se preocupando com eles ou no, osnormandos estavam ali para ficar, e guerrearia de corao, Tarian usaria todas as armas deseu arsenal para ver a vitria ao final do dia.

    Provando sua confiana, empurrou sutilmente os peitos para ele. Imediatamenteeste respondeu. Ela sorriu, sua confiana cada vez maior. Ele levantou uma mo cicatrizadae a pressionou sobre o peito direito dela. O corao saltou-lhe o no peito. Tarian fechou osolhos e mordeu o interior da bochecha para reprimir seu sbito pudor. A sensao de suamo sobre ela no era desagradvel. De fato, esquentava-lhe o corpo. As mos do Malcortinham sido frias, moles e cruis, mas este homem era quente, duro e, no momentoamvel.

    Ela apertou o corpo contra sua mo, e ele se virou para enfrent-lacompletamente.

    Quem voc? exigiu com a voz rouca, movendo-se pela cama para ela.

    Sou a mulher de seus sonhos que veio procurar um jogo mortal moveu-separa ele e pressionou os lbios uma vez mais sobre a base de seu pescoo. Acariciou-lhe osbraos e se pressionou mais forte contra ele. Embora ele no resistisse, tampoucoparticipava. Entretanto a crescente longitude de sua masculinidade dava testemunho deque embora seu crebro no a quisesse, seu corpo queria.

    Tarian se aproximou, de modo que agora o calor do pnis se apertava contra seuventre. Wulfson sibilou de novo, e desta vez no deixou nenhuma dvida quanto ao seudesejo. Seus largos braos a puxaram para ele, e a sustentaram com a fora de um braode ao. Atirou o cabelo para trs para elevar-lhe o queixo para que seus olhosencontrassem a provocao dos dele.

    Ento jogaremos, minha princesa de fadas. Empurrou-a de costas sobre agrossa colcha e em uma repentina quebra de onda de fria as suas mos e lbios adevastaram.

    Despreparada para seu ardor, Tarian lanou um grito de alarme.

    No se faa agora de tmida, princesa. Terei o que to arbitrariamente ostentou. sussurrou contra seu peito.

    O joelho pressionava entre suas coxas, abrindo-as. Um pnico repentino a encheu.Ele era grande e pesado, e poderia esmag-la sob seu corpo. Sua grossa longitudepressionava ousadamente contra a coxa. No deveria ser assim! Ela ia ser a sedutora, no

    a devastada.

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    Mas quando seus lbios capturaram um mamilo, e a mamou, ela ofegou desurpreso prazer. O calor inundou seus membros, colidindo na unio das coxas. Com a modireita percorreu sua cintura at os quadris, depois coxa.

    Suas palavras abafadas de paixo se perderam no entusiasmo por seu corpo. Em

    uma corrente de ardente paixo, consumiu-a palmo a palmo. E embora ela tentassemanter o controle, estava a sua merc.

    A mo dele se moveu entre suas coxas. A reao instintiva dela foi fech-los.Pressionando as mos contra seu peito quente, sussurrou:

    Suavemente, milord, suavemente.

    Seus olhos brilharam, com o corpo tenso, e ela soube que exercia um grandecontrole.

    Trate-me com gentileza. sussurrou de novo, e viu como suas feies serelaxaram. Deslizou os dedos entre seu espesso cabelo e colocou um pouco de lado,

    afastando-o. Para seu assombro, ele permitiu. Agora suas posies se inverteram. Seucomprido cabelo os envolveu. Lenta, deliberadamente, baixou os lbios aos dele, e sesurpreendeu de encontr-los quentes e suaves. Ele apertou os braos ao redor de suacintura, e colocou para trs, movendo lentamente a cabea. Seu cabelo varreu pelasbochechas e peito dele, e a fez soltar um comprido suspiro. Quando afrouxou sua presa,ela se inclinou de novo sobre seus lbios, e desta vez demorou. Um redemoinho de desejopercorreu-lhe o corpo. Quando ele abriu os lbios e sua lngua percorreu a dela, gemeu.Sentiu sua ereo pressionando-a, mas no aumentou seu controle sobre ela. Lentamenteexplorou sua boca, saboreando-o, depois mordiscou-a. Sentiu por completo amasculinidade dele, com um doce vestgio de vinho na lngua. Lambeu-lhe o lbio inferior.

    Ele gemeu, e desta vez deslizou as mos da parte baixa das costas ao traseiro, os dedosafundando-se na carne, e embora doesse, tambm provocava um desejo primitivo nela.Pressionou acaloradamente os quadris contra ele e, com a insinuao de uma mulher,ondulou contra ele.

    Aquilo foi demais para ele. Arrastou-a com seus braos e inverteu as posies.

    No tenho foras para jogar galantemente disse com voz rouca, enquantoseus lbios caram sobre ela em um beijo voraz.

    Tarian foi arrastada por sua paixo, e por seu prprio desejo de ser desejada. Asmos percorreram seus peitos, os grossos dedos brincando com os mamilos endurecidos.

    A sensao era nova e suntuosa. Gemeu e se arqueou mais para ele. Seus lbios aqueimaram ali, e gritou em voz alta. No momento foi arrastada pelo desejo dele e suaexperincia, e no se importou. Como um marionetista, dirigia os fios de seu corpo, e elapermitiu-lhe.

    Com um lento deslize, passou sua mo direita por cima do ventre dela e a deixouali. Sua mo era to grande que quando a estendeu a cobriu. Ela olhou para baixo para aimpactante vista e o corpo inteiro estremeceu. Sua mo foi at mais baixo e quando seusdedos se moveram ligeiramente sobre seu suave montculo ela conteve o flego e oagarrou. No esperava sentir-se to viva, to consciente de seu corpo, to em carne viva.Teria Edie lhe dado a mesma poo em seu vinho? Ele pressionou a mo sobre seu monte,

    as coxas dela se estremeceram, e, com o corpo esticado tanto como a corda de um arco,ela esperou sem flego o que viria a seguir.

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    dele, mas franziu o cenho quando viu o tecido manchado de sangue da regata amassadasob as coxas dele. No seria to fcil de extrair.

    Ele voltou a sonhar com suaves quadris movendo-se contra ele. Os peitos plenos de

    uma deusa apertados contra os lbios, exigindo sua ateno. Suaves gritos de prazerfazendo ccegas em sua orelha. Seu membro endureceu imediatamente, seu calor e pesopreenchendo contra o quadril. Sorriu e se estirou para atrair o clido corpo. S encontroucom ar. Em um instante, Wulfson sentou-se na cama para ver a ninfa escapando de seulado.

    Nay disse brandamente, e arremessou-a de volta em meio a seus gritos deangstia. Queria que seu sonho continuasse.

    Rejeitado em algo mais que seu ardor, Wulfson a arrastou aos braos e a ps decostas na cama. Os olhos procuraram os dela. Eram estranhamente familiares Piscou

    para afastar a sbita nebulosidade na viso. Por favor, sir cavaleiro, rogo isso, deixe me ir.

    Apertou-a de costas sobre os travesseiros, seu corpo no satisfeito com umamasso.

    Os olhos varreram sua forma esbelta, descansando sobre as curvas feitas para oprazer de um homem. O pnis endureceu at doer. Deslizou um brao ao redor de suacintura e a aproximou dos lbios. As costas dela se arquearam e os macios globos seestremeceram. Os bicos coloridos rosas eram largos e redondos, os mamilos recolhidosreagiram, no ao frio do aposento, mas a seu assalto.

    Nay.

    Por favor implorou ela.

    Ele captou a urgncia em sua voz rouca, mas a urgncia entre as coxas tinhaprioridade. Pressionou-lhe as costas contra os travesseiros.

    Uma vez mais, minha doce princesa dos sonhos Afundou os dentes em seumacio pescoo. Ela se arqueou contra ele, seu suave aroma de rosas sacudiu os sentidos.

    Seus braos deslizaram ao redor do pescoo e Wulfson sorriu contra ela. Levantou acabea para olhar aos estranhos olhos de cor cristalina. Brilhavam com lgrimas, fazendo-

    os reluzir como gemas preciosas jogadas contra as praias brancas de Dover no sol da tarde.Seus peitos ondularam ante sua agitao, mas ele sabia que havia mais que isso. Ela noachava completamente desagradvel seu acoplamento. Nay, ela lutava contra algum outrodemnio, ele no era o culpado.

    Tem medo de mim? perguntou brandamente.

    Ela sacudiu vigorosamente a cabea, no.

    Ele apertou os lbios contra seu ombro nu e mordiscou sua suave pele.

    Ento por que chora?

    Eu eu no sei.

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    Nay. exalou, seu suave flego fez ccegas em seus lbios. O sangue deleacelerou, como se fosse possvel inchou ainda mais em sua mo. Nesse momento ele nopde recordar ter tido jamais que exercer to rgido autocontrole. Se ela no cedesse anteele logo, no seria capaz de conter-se H tempo ainda. Deslizou-lhe os esbeltosbraos ao redor do pescoo e pressionou todo seu corpo No negarei o que est

    procurando. Tome.

    Deslizando o brao ao redor de sua cintura, agarrou-a e a ps sobre os t