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Ousadia, coragem, perspicácia. Estes podem ainda não ser os melhores adjetivos para qualificar a iniciativa de Monica Hass ao recuperar os acontecimentos ocorridos em outubro de 1950, que resultaram na prisão, tortura e linchamento de quatro pessoas em Chapecó, e torná-los públicos neste livro. Os fatos ocorridos naquela época marcaram para sempre a história de Chapecó e durante muitos anos foram assuntos proibidos. O acontecimento só foi publicado com detalhes pela revista O Cruzeiro, que na década de 50 era o veículo de maior circulação do Brasil. Monica Hass dá sua contribuição com o resgate dessa história, tornando público o debate. (Do prefácio, por Dirceu Hermes).
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Chapecó, 2013
Monica Hass
O LINCHAMENTO QUE MUITOS QUEREM
ESQUECERChapecó, 1950-1956
3ª edição – revisada
Reitor: Odilon Luiz Poli Vice-Reitora de Ensino, Pesquisa e Extensão: Maria Aparecida Lucca Caovilla
Vice-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento: Claudio Alcides JacoskiVice-Reitor de Administração: Antônio Zanin
Diretora de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu: Maria Assunta Busato
Todos os direitos reservados àArgos Editora da Unochapecó
Av. Atílio Fontana, 591-E – Bairro Efapi – Chapecó (SC) – 89809-000 – Caixa Postal 1141(49) 3321 8218 – [email protected] – www.unochapeco.edu.br/argos
Coordenador:
Dirceu Luiz Hermes
Conselho Editorial: Rosana Maria Badalotti (presidente), Carla Rosane Paz Arruda Teo (vice-presidente),
André Onghero, César da Silva Camargo, Dirceu Luiz Hermes, Maria Aparecida Lucca Caovilla, Maria Assunta Busato, Murilo Cesar Costelli, Tania Mara Zancanaro Pieczkowski,
Valéria Marcondes
Catalogação elaborada por Caroline Miotto CRB 14/1178Biblioteca Central da Unochapecó
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem autorização escrita do Editor.
981.64 Hass, Monica H353L O linchamento que muitos querem esquecer : Chapecó, 1950-1956 / Monica Hass. - 3. ed. rev. - Chapecó : Argos, 2013. 182 p. ; 23 cm – (Regionais ; 8) ISBN 978-85-7897-078-9 1. Chapecó – História. 2. Santa Catarina – História. I. Título. II. Série. CDD 981.64
Moradores de Chapecó diante dos corpos linchadosFonte: Revista “O Cruzeiro”, de 11 de novembro de 1956.
Sumário
Prefácio
Dirceu Hermes
Apresentação
Ary Cesar Minella
Introdução
PARTE I
O poder local chapecoense e o espaço da violência
O domínio das empresas colonizadoras: ordem e progresso na região
A aliança da Igreja e da elite local
O cenário do crime: a desestruturação da ordem
econômica, política e social vigente
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PARTE II
Um olhar sobre Chapecó da década de 1950
PARTE III
Carnaval de 1950:
quando a vingança é anunciada
Quatro de outubro: a igreja em chamas
Seis e 7 de outubro: os forasteiros são presos
Oito, 9, 10 e 11 de outubro: a prisão dos Lima
Treze e 14 de outubro: o povo quer vingança
Quatorze de outubro: os forasteiros inocentam os Lima
Dezesseis e 17 de outubro: a tortura é comprovada
Dezessete de outubro: as últimas providências
Dezessete e 18 de outubro: o encontro no pavilhão da igreja
Dezoito de outubro: a invasão da cadeia
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Dezoito de outubro:a justiça foi feita
Dezoito de outubro: o dia seguinte
O padre, o coronel e o juiz
Dias tensos após o linchamento
Iniciam-se as prisões
O linchamento e a imprensa no âmbito nacional, estadual e regional
Quem vai para a prisão?
Os julgamentos
O linchamento e a imprensa local
O PSD assume o poder local: o ex-delegado é absolvido
Considerações finais
Referências
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Ousadia, coragem, perspicácia. Estes podem ainda não ser os melhores adjetivos para quali!car a iniciativa de Mo-nica Hass em recuperar os acontecimentos ocorridos em
outubro de 1950, que resultaram na prisão, tortura e linchamento de quatro pessoas em Chapecó, e torná-los públicos neste livro. Os fatos ocorridos naquela época marcaram para sempre a história de Chapecó e durante muitos anos foram assunto proibido.
Pelo que tenho conhecimento, o linchamento, até então, só foi publicado com detalhes pela revista “O Cruzeiro”, que na déca-da de 1950 era o veículo de comunicação de maior circulação no Brasil. Tanto que na reportagem da edição do dia 11 de novembro de 1950, aos repórteres José Leal e Flávio Damm, Chapecó foi apre-sentada pelo juiz de direito José Pedro Mendes de Almeida como terra de gente “ordeira e pací!ca”.
“Gente ordeira” até faria sentido se os repórteres estivessem na cidade fazendo uma reportagem sobre o ciclo da madeira, que era a base econômica do município; mas o que os trouxe a Chape-có foi a sucessão de fatos que resultaram no linchamento, em praça
Prefácio
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pública, dos irmãos Orlando e Armando Lima e dos amigos Roma-no Ruani e Ivo de Oliveira Paim.
Os fatos que envolveram a prisão, a tortura e o linchamento dos “forasteiros” durante muitos anos !caram apenas na memó-ria dos personagens da época. O assunto era proibido nas rodas de conversas e o era muito mais publicamente. Muitos evitam tocar no assunto por medo de repressão e alguns (tomara que seja isso) por vergonha de terem se envolvido nos sórdidos acontecimentos que deixaram marcas profundas na história sociopolítica de Chapecó.
Monica Hass consegue, com um aguçado faro de jornalismo investigativo e numa apurada sensibilidade sociológica, recuperar a sucessão de fatos políticos e econômicos que antecederam o lin-chamento e tornar pública a história que, durante muitos anos, per-tencia apenas à memória de algumas pessoas.
O linchamento que muitos querem esquecer se tornou uma importantíssima obra publicada pela editora Argos, porque possi-bilita apresentar a jovens estudantes uma história que, se não fosse verídica, seria uma excelente cena de !lme de faroeste à moda do velho oeste.
Tenho o privilégio de trabalhar, todos os anos, o livro com meus alunos de graduação, nas disciplinas de Comunicação Regio-nal, pois a obra auxilia compreender o cenário coronelista da época cujos mandos e desmandos políticos e a disputa pelo poder local interferem e alteram o cotidiano da cidade e remetem a uma re"e-xão sobre o modo como a política partidária vai se constituindo historicamente e de que forma se dá a disputa pelo poder local na atualidade. Mas é a sucessão de fatos antes e durante o linchamen-to que mais chocam os leitores. Muitos demoram a assimilar que o sórdido acontecimento ocorreu nesta cidade cordial e hospitaleira, que apresenta uma oportunidade de crescimento intelectual.
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Este livro é, sem dúvida, uma obra instigante que desvenda outro olhar para a nossa história. É a única forma de se ter acesso ao linchamento de outubro de 1950, pois a revista “O Cruzeiro” de 18 de setembro de 1950 que reportou o fato praticamente inexiste.
Monica Hass dá sua contribuição com o resgate desta histó-ria, tornando público o debate. Mas a cidade tem, ainda, uma dívida histórica com as famílias destes cidadãos que levarão para sempre o estigma de “forasteiros saqueadores”.
Dirceu HermesProfessor do curso de Comunicação Social da Unochapecó
Coordenador da Argos Editora da Unochapecó
Título
Autora
Coleção
Coordenador
Assistente editorial
Assistente de vendas
Secretaria
Divulgação, distribuição e vendas
Projeto grá!co e capa da coleção
Capa desta edição
Diagramação
Preparação dos originais
Revisão
Formato
Tipologia
Papel
Número de páginas
Tiragem
Publicação
Impressão e acabamento
O linchamento que muitos querem esquecer: Chapecó, 1950-1956 3 ed. rev.
Monica Hass
Regionais, n. 8
Dirceu Luiz Hermes
Alexsandro Stumpf
Neli Ferrari
Leonardo Favero
Neli FerrariFelipe Alison ZuanazziFavine Claro SouzaGissele Pedroso
Hilario Junior dos SantosAlexsandro Stumpf
Alexsandro Stumpf
Caroline KirschnerMariani Tauchert
Rodrigo Junior Ludwig
Carlos Pace DoriRodrigo Junior LudwigLaisa Verona Dal Forno
16 X 23 cm
Adobe Caslon Pro entre 10 e 14 pontos
Capa: DuraMiolo: Pólen Soft 80 g/m2
182
1000
2013
Grá!ca e Editora Pallotti – Santa Maria (RS)
Argos Editora da Unochapecówww.unochapeco.edu.br/argos