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1- O LÍRICO E SUAS FORMAS A palavra “lírica” deriva do grego Lyrikós, que concerne à lira, ou o som proveniente da lira, instrumento musical primitivo, com quatro cordas. (...) A poesia lírica nasce do velho fundo de hinos religiosos, assim como da tradição popular. Na antiguidade, a poesia cantada era associada aos principais atos da vida cantigas de ninar, lamentos de pensar pela morte de alguém, cantos de pastores e hinos de vitória. (...) A lira está associada à livre imaginação, onde a emoção supera o pensamento (...) o poeta fala em nome de todos dando uma voz comum à alma da multidão (...). Os poemas eram cantados em duas ocasiões principais: nas festas da cidade (...) e na celebração de vitórias(...) A passagem de tempo sempre acarreta transformações em vários níveis, e a poesia lírica irá absorver e manifestar os novos temas e consequentemente as diversas visões de mundo dos poetas. A lírica moderna se caracteriza por uma grande liberdade formal (...). É necessário que aprendamos a essência do estilo, as suas marcas e a pluralidade de suas manifestações. (...) Não mais podemos entender o estilo lírico dentro de uma chave formal. (...) Antigamente era classificada como lírica toda poesia que obedecesse a determinados modelos composicionais e métricos. (...) Fica claro que nem toda obra lírica apresenta todos esses aspectos, mas se forem

o Lirco e Suas Formas

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Page 1: o Lirco e Suas Formas

1- O LÍRICO E SUAS FORMAS

A palavra “lírica” deriva do grego Lyrikós, que concerne à lira, ou o som

proveniente da lira, instrumento musical primitivo, com quatro cordas. (...)

A poesia lírica nasce do velho fundo de hinos religiosos, assim como da

tradição popular. Na antiguidade, a poesia cantada era associada aos principais atos da

vida cantigas de ninar, lamentos de pensar pela morte de alguém, cantos de pastores e

hinos de vitória. (...) A lira está associada à livre imaginação, onde a emoção supera o

pensamento (...) o poeta fala em nome de todos dando uma voz comum à alma da

multidão (...). Os poemas eram cantados em duas ocasiões principais: nas festas da

cidade (...) e na celebração de vitórias(...)

A passagem de tempo sempre acarreta transformações em vários níveis, e a

poesia lírica irá absorver e manifestar os novos temas e consequentemente as diversas

visões de mundo dos poetas. A lírica moderna se caracteriza por uma grande liberdade

formal (...). É necessário que aprendamos a essência do estilo, as suas marcas e a

pluralidade de suas manifestações. (...) Não mais podemos entender o estilo lírico

dentro de uma chave formal. (...) Antigamente era classificada como lírica toda poesia

que obedecesse a determinados modelos composicionais e métricos. (...) Fica claro

que nem toda obra lírica apresenta todos esses aspectos, mas se forem predominantes.

Podemos considerá-la como pertencente à categoria do lírico. (...)

A comunicação entre o leitor e o poema não exige que a compreensão ocupe o

primeiro plano. (...) O leitor se emociona primeiro, para depois entender. (...) O eu

lírico não deve ser confundido com o eu biográfico. (...) A poesia lírica renuncia à

coerência gramatical, lógica e formal, (...) pois precisa se libertar para poder ser mais

autenticamente momentânea. (...)

Para que podermos acompanhar a sua trajetória como gênero não podemos

caracterizá-la a partir de modelos já estabelecidos.(...) O importante é detectarmos o

estado poético, que é o de comunhão entre a natureza e o poeta. (...) É necessário que

o critico saiba reconhece-las. (...)

(P.73,74,75,76)

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2- O ÉPCO E SUAS FORMAS

O épico se caracteriza primordialmente por ser um estilo narrativo (...)

descreve e exalta fatos históricos e personagens heroicos. (...) A forma mais

característica em que o estio épico se apresentou foi a epopéia.(...) Os heróis épicos

são sempre seres excepcionais, que se destacam por sua nobreza ou por sua excelência

nos combates, assim como por sua astúcia, religiosidade ou beleza.(...)

Outra característica importante a se ressaltar é a presença do maravilhoso:

atuação dos deuses e de fatos sobrenaturais que se interpõem na solução de um

problema. (...)

Aristóteles, em sua Poética, nos diz que a epopeia é imitação por meio do

metro, de seres de elevado valor moral ou psíquico, que utiliza um metro uniforme e

na qual o tempo, diferentemente da tragédia, é limitado. (...)

Todo poema épico é feito de narrativas, descrições e comparações. (...) O

narrador épico se caracteriza fundamentalmente pelo seu afastamento em relação ao

assunto narrado (...) e não altera o seu ânimo. (...) Podemos falar tanto na

inalterabilidade de ânimo quanto no distanciamento do autor. (...) Sendo a narrativa

épica basicamente uma narrativa improvisada por fatos passados. (...)

A diferença entre epopéia e e as outras formas narrativas talvez esteja no prazer

que o poeta épico quer despertar no ouvinte ou leitor pelo detalhe. (...) Não há tensão

na poesia épica, na medida em que não se visa à conclusão. (...)

(P.76,77,78,79)

3- O DRAMÁTICO E SUAS FORMAS

Drama significa, etimologicamente, ação (...) Consideramos, pois, obras

dramáticas, aquela em que a história (...) ou os caracteres e as emoções são imitados

não através do discurso de um narrador (...), mas sim através de personagens em ação.

(...) Segundo Emil Staiger, a tensão é a essência do dramático.(...)

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Quanto mais problemático for o desenrolar da obra, maior será a

interdependência das partes (princípio, meio e fim), (...) nenhum retardamento da ação

é permitido, pois desviaria o curso da proposição inicial. (...)

Outro conceito característico do dramático, que Staiger dedica uma particular

atenção é o trágico. (...) A tragédia configura o choque entre o caráter do herói e o seu

destino.(...)

Em relação à unidade de ação, Aritóteles no diz que é necessário que a peça

tenha principio, meio e fim e que o autor acompanhe uma só ação, de forma completa

e coerente, de acordo com a verossimilhança e a necessidade.

A comedia, cuja origem se supõe provir de várias contribuições (...), tinha uma

estrutura mais complexa do que a tragédia. (...) As comedias tratavam de todos os

assuntos de interesse do seu tempo, como a guerra, o pacifismo, o comércio, a religião,

o papel da mulher, literatura, etc.(...)

Seu objetivo era a critica da sociedade e dos comportamentos através do

ridículo. (...) As risadas são provocadas por qualquer tipo de projeto que, tendo criado

uma tensão muito forte, exige uma distensão e essa se da através do ridículo. (...) Na

comedia a tensão é permanentemente desfeita através do riso. (...)

(P.79,80,81,82)