O Livro Da Religiões

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Resenha de O Livro das Religiões de Joster Gaarden

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SEMINRIO TEOLGICO PRESBITERIANOREV. DENOEL NICODEMOS ELLERRua Joviano Naves, 301 Palmares Belo Horizonte MGCEP: 31155-710 Fone (31) 3426.9949

DATA: AVALIAO:_______ALUNO: Gladson Pereira da Cunha TIPO DE TRABALHO: Fichamento DISCIPLINA: Psicologia da ReligioTURMA: 1TURNO: MatutinoPROFESSOR(A): Rev. Elizer Monteiro dos Reis REFERNCIA BIBLIOGRFICA: Gaarder, Jostein, Ellern, Victor e Notaker, Henry. O Livro das Religies. So Paulo: Cia. Das Letras, 2001

Na introduo desta obra Jostein Gaarder, Victor Hellern e Henry Notaker fazem um apanhado do eles chamam de questes existenciais, que segundo eles so perguntas que praticamente todos ns j fizemos um dia: Quem sou eu? Para onde eu vou? Existe Deus? Tais questionamentos, segundo eles, esto expressos por todas as culturas e formam a base para as religies. E as respostas a tais perguntas se transformam no modo como as pessoas vo encarar o mundo.Eles apresentam duas ilustraes que nos levam a uma outra pergunta: O que importante? Para as personagens destas ilustraes a liberdade era importante, por causa de sua convices pessoais sobre liberdade, isso reflete de uma experincia pessoal de ambas de que a vida algo infinitamente precioso.O que religio? a o pergunta usada para iniciar o primeiro captulo desta obra, a qual, entre outras apresentadas, a cincia da religio tenta responder sem interferir na manifestao religiosa investigada. O que, para alguns, algo considerado meio difcil, por causa das pressuposies do investigador.Os autores consideram que a necessidade de se conhecer sobre as religies se deve aos seguintes motivos: a) a dificuldade de se compreender a poltica internacional sem que se esteja ciente do fator religio; b) porque o mundo se torna cada vez mais multicultural e c) porque o estudo das religies pode se importante para o desenvolvimento pessoal do indivduo.Contudo, necessrio haja tolerncia, por parte do estudante, para se trabalhar com o estudo das religies. Ser tolerante no est ligado a deixar de ter fortes convices religiosas, mas est ligado ao respeito religio estuda. Respeito que se caracteriza pela inexistncia de zombaria, entretanto a tolerncia no limita o direito a propaganda. Para os autores, a tolerncia no aceitar que tosas as idias de outras religies estejam corretas, mas to somente respeitar a individualidade religiosa.Onde teve inicio a Religio? Para E. B. Tylor a religio a evoluo, da primitiva viso humana de que todas as coisas so animadas, o que ele chamo de animismo. Essa evoluo passou pelo politesmo e chegou ao monotesmo. Este pensamento j foi ignorado. Atualmente v-se a religio como algo independente, entretanto ligado ao elemento social e psicolgico.O Sagrado. Gaarder e seu companheiros definem o sagrado citando Rudolf Otto, que considera o sagrado como algo totalmente diferente de tudo mais que pode ser descrito, e citando Mircea Eliade que acreditava que o conhecimento do sagrado obtido porque este se manifesta como algo totalmente diferente do profano, que em suma a mesma coisa. Contudo, ao invs de definir religio, eles passam a fazer observaes de quatro ngulos diferentes: 1) os conceitos da religio, que envolve todo o sistema de crenas como: a) conceito de divindade monotesmo, adorao a um deus apenas, a monolatria, que a venerao de um entre vrios deuses, o politesmo, que a venerao de vrios deuses, o pantesmo, onde a divindade permeia todas as coisas, o animismo, que cr que a natureza povoada de espritos; b) conceito de mundo como sendo criao da divindade; c) conceito de homem como ser criado pela divindade, a morte como passagem para uma outra existncia e o relacionamento deste homem com a divindade; 2) as cerimnias, que envolve certos ritos como: a) as oraes, que diferem em forma entre as diversas religies; b)os sacrifcio, que meio de apaziguamento da divindade ou das divindades; c) as oferendas, que simbolizam a unio entre o ofertante e a divindade; d) os sacrifcios de alimentos, assemelha-se aos pontos anteriores; e) os sacrifcios de expiao, que o meio da se retirar a culpa, imputando-a em uma animal que sacrificado; f) rito de passagem, ritos de nascimento e morte, que tratam de forma diferente os dois extremos da vida humana e o rito de puberdade, que marca a passagem da infncia para a fase adulta; 3) a tica, trata da relao entre os homens. Porm entre a tica e a religio encontra-se uma tnue linha divisria e pode diferir de religio para religio; 4) a organizao, a religio sendo capaz de estabelecer tipos especficos de comunidade, como a hierarquia clerical da Igreja de Roma ou o congregacionalismo Pentecostal. 5) a experincia, a religio envolve a intelectualidade e a emoo em um mesmo crculo. A religio pode se manifestar atravs do misticismo, cuja a experincia caraterizada como uma sensao direta de ser um s com a divindade, sendo o homem uma parte da divindade e no uma criao. Esta tendncia transcendental pode ser detectada em todas as religies, inclusive no cristianismo na ala pentecostal, entre o meio protestante, e na ala carismtica, entre os catlicos, que podem ser consideradas as alas msticas do cristianismo. As religies podem ser divididas em trs grupos: 1) as primais, que so animistas, encontradas na frica, sia, Polinsia, Amricas do Sul e Norte; 2) as nacionais, que so histricas e no mais praticadas, seus vestgios so encontrados no xintosmo; 3) as mundiais, so aquelas que pretendem ter validade para todas as pessoas, caracterizam-se pelo o monotesmo.Podemos perceber que os conceito das religies ocidentais e orientais possuem diferenas marcantes: a) histria linear para os ocidentais e cclica para os orientais; b) Deus como o criador para os ocidentais e o pantesmo para os orientais; c) Deus e os homens esto afastados para os ocidentais e o homem se une ao divino para os orientais; entre outros aspectos.Entretanto, no captulo seis, intitulado Filosofias da vida no religiosa, os autores consideram que a religio no a nica forma de responder as questes levantada na Introduo. Eles afirmam que a filosofia e at o pensamento poltico-social podem fornecer estas resposta. Para isto, eles utilizam o Humanismo, o Materialismo e o Marxismo como exemplos desta afirmao.O humanismo se caracteriza pela idia do homem como centro de todas as coisa, sendo este mesmo homem independente ou autnomo de quem quer que seja, inclusive Deus. sua origem remota antigidade greco-romana, sem reestruturado na Renascena no sc. XIV e no Iluminismo no sc. XVIII. Apesar de que, tanto na Renascena quanto no Iluminismo, o humanismo ter sido caracterizado como cristo, este sofreu uma grande modificao no sc. XIX, com o advento da teoria da evoluo de Darwin, que tornou o humanismo uma filosofia agnstica. Sendo ento a sua compreenso da realidade que o homem senhor de si mesmo e s deve depender de si mesmo. O humanismo possui uma atitude otimista e individualista com relao humanidade e a sua tica estabelecida na idia de que a razo proporciona o conhecimento do certo e do errado, no sendo necessrio uma regra externa, ou seja, divina. O materialismo se caracteriza pelo apego a cincia com a fonte de resposta as questes essenciais, pois acreditam que cincia, atravs de mtodos cientficos, tem respondido tais perguntas. Existe, porm, um ramo materialista orientado pelas doutrinas evolucionistas de Darwin, que prope as leis da seleo natural. Os materialistas procuram compreender a realidade dentro de uma perspectiva puramente cientfica, o mundo o que percebemos. O conceito de Deus no existe. Para eles no existe diferena entre uma ameba e o homem, as lei da qumica regem todas as formas de vida. A questo tica delicada, pois no aceitam a sacralidade da vida, portanto um materialista no vem mal no aborto, por exemplo. O Marxismo, segundo os autores, era a resposta ao crescimento do capitalismo moderno. O marxismo prope a igualdade scio-econmica, que deveria ser o prximo estgio da evoluo da histria humana. Porm, o marxismo leninista, proposto por Lenin, propunha a revoluo, o que ocorreu na Rssia e instituiu uma ditadura e no uma democracia igualitria. O marxismo possui uma compreenso materialista do mundo, no existe nenhum governo sobrenatural sobre as coisas, portanto temos uma evoluo histrica. Marx aceitava o homem como um animal produtivo e inventivo, o que o diferenciava dos demais seres vivos. A tica marxista est diretamente ligada a situao econmica, se a economia alterada, a tica tambm alterada. No captulo stimo, intitulado Novas religies novas perspectivas, os autores apresentam uma terceira vertente para proporcionar as respostas para as questes existenciais, que so as novas religies que tm surgido paralelas as religies tradicionais. Mas ele no iniciam este captulo falando sobre estas religies, mas falando sobre secularizao, ao que tudo indica no apenas um problema que tem atingido o meio cristo. Eles consideram a secularizao como a perda, por para das religies, da influncia na vida socio-cultural de onde esto inseridas.Esta perda est ligada ao crescimento de outros movimentos religiosos que tem minado esta influncia, estes movimento so conhecidos com a nova espiritualidade, que podem se manifestar das seguintes formas: a) tendncias sincretistas: que a juno de elementos de vrias religies para a composio de uma nova; b) esoterismo: envolve diversos segmentos msticos, como astrologia, teosofia, parapsicologia e espiritismo, e se transforma, em muitos casos, em uma filosofia de vida pessoal e no em uma religio; c) movimentos alternativos: caracterizam-se por um novo conhecimento. So mais do que movimentos religiosos alternativos, pois surgiram em reao cincia e ao status quo. Portanto, o questionamento destes movimentos vo da religio s cincias como a medicina e a fsica. So movimentos que tendem para uma unio entre misticismo e cincia.

Concluindo, no sei se foi proposital, por parte do Professor, esta diviso de assunto, pois estes quatro blocos de texto mostram que a religio, como uma forma de responder as questes existenciais, a apenas uma possibilidade entre outras duas. Isto porque a Filosofia No-Religiosa e a Nova Espiritualidade tm respostas para este questionamentos, muitas delas lgicas e cientificamente aceitveis. Seja no materialismo, seja no misticismo as respostas existem.Mas a religio possui apenas esta prerrogativa de responder perguntas? Existe algo mais na religio? Se observarmos criticamente a religio crist, em nada ela se difere das demais filosofias e das demais religies existentes. Se retirarmos das nossas mentes a idia de revelacional do cristianismo teremos apenas mais uma religio.A religio possui, portanto, um algo mais que a transforma em um acontecimento universal. Talvez seja a possibilidade de contato com o divino. Ou ser que a eternidade colocada no corao do homem, como disse Salomo, o que faz a diferena da religio? impossvel para mim tentar responder estas perguntas e analisar a religio to friamente, isto porque a minhas pressuposies respeito do cristianismo no me permitem olhar para ele de uma outra forma, seno como o meio pela qual eu me religuei ao meu Criador, se bem que fui religado a Ele. Meus questionamento foram liquidados. Meus anseios solucionados. E se foi bom para mim, por que no ser para outros. Que Deus permita que eu traga outros a esse mesmo conhecimento, em meu ministrio!